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Os slogans usados pelos coríntios (“eu sou de…”) ratificam esse ponto. O
problema tinha a ver com a tendência comum de alguns crentes de venerar líderes
cristãos reconhecidos . Com exceção de Cristo, os nomes escolhidos pelos
coríntios são de um apóstolo (Pedro e Paulo) ou de alguém associado com eles
(Apolo): Paulo era o fundador apostólico da igreja (4.15); Apolo, por sua vez,
embora não considerado no Novo Testamento como um apóstolo, era um
pregador eloqüente e tinha desenvolvido um ministério frutífero entre os coríntios,
depois da partida de Paulo (3.6, cf. At 18.24-28, 19.1); E Pedro era o conhecido
líder dos apóstolos, e muitos possivelmente teriam sido atraídos a ele, embora não
seja certo que alguma vez ele haja visitado a igreja de Corinto.
É o próprio Paulo, entretanto, quem nos revela a causa interna principal para as
divisões entre os coríntios: eles ainda eram carnais (1 Coríntios 3.1-4; cf. Gálatas
5.20). Esta carnalidade, embora deva ser interpretada primariamente como
imaturidade, em contraste aos “maduros” ou “perfeitos” (1 Coríntios 2.6), carrega
uma conotação ética, como a expressão “andar segundo os homens” (1 Coríntios
3.3) indica.
Podemos concluir que os partidos de Paulo, Apolo, Cefas e Cristo, que estavam
rachando a igreja de Corinto, não eram partidos teológicos, isto é, aglutinados em
torno da suposta teologia de cada um destes nomes. Mais provavelmente, os
partidos se formaram a partir das preferências pessoais dos coríntios
individualmente, tendo como impulso a sua imaturidade, sua carnalidade, e sua
tendência, como gregos, de exaltar mestres religiosos. O partido de Cristo, por sua
vez, havia se formado por outro motivo, a enfatuação religiosa produzida pelos
dons carismáticos.
A situação triste da igreja de Corinto nos fornece um retrato do espírito divisivo que
ainda hoje permeia as igrejas evangélicas. É um texto básico para ser pregado e
ensinado nas igrejas e seminários. Embora haja momentos em que uma divisão
seja necessária (quando, por exemplo, uma denominação abandona as Escrituras
como regra de fé e prática), percebemos que as causas do intenso divisionismo
evangélico no Brasil são intrinsecamente corintianas: imaturidade, carnalidade,
culto à personalidade, orgulho espiritual, mundanismo. Nem sempre os líderes são
culpados do culto à personalidade que crentes imaturos lhes prestam. Paulo,
Apolo e Pedro certamente teriam rejeitado a formação de fã-clubes em torno de
seus nomes. De qualquer forma, os líderes evangélicos sempre deveriam procurar
evitar dar qualquer ocasião para que isto ocorra, como o próprio Paulo havia feito
(1 Coríntios 1.13-17). Infelizmente, o conceito de ministério que prevalece em
muitos quartéis evangélicos de hoje é exatamente aquele que Paulo combate em 1
Coríntios
Estudo Sobre a Carta à Igreja
de Éfeso
A igreja de Éfeso é uma das igrejas locais mencionadas no Novo Testamento da
Bíblia Cristã. O início dessa igreja foi registrado por Lucas no livro de Atos dos
Apóstolos. Depois a igreja de Éfeso se tornou a destinatária de uma epístola
paulina e de uma das cartas do Apocalipse.
A igreja de Éfeso ficava numa cidade rica e importante. Éfeso era uma grande
cidade em seu tempo, a mais importante da Ásia. A população da cidade era muito
idólatra, pois ali ficava localizado o mundialmente conhecido Templo da deusa
Diana. Além disso, muitos judeus moravam ali e tinham liberdade para seguir com
suas práticas judaicas na cidade.
Mas o apóstolo Paulo continuou trabalhando em Éfeso por quase três anos. A
Bíblia diz que “Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias” (Atos
19:11). Então houve um verdadeiro avivamento local naquela cidade. O nome do
Senhor Jesus era engrandecido ali, e muitos judeus e gentios creram e receberam o
Evangelho. Inclusive, muitos dos habitantes da cidade que seguiam artes mágicas
trouxeram seus livros e os queimaram publicamente (Atos 19:17-20).
A igreja de Éfeso cresceu de forma tão extraordinária que a economia da cidade
que dependia da venda de artefatos religiosos, foi ameaçada. Nesse contexto um
ouvires chamado Demétrio, liderou um princípio de tumulto na cidade (Atos 19:24-
41). Contudo, a obra do Senhor naquela cidade não podia ser impedida. A igreja de
Éfeso estava estabelecida e serviu como um centro propagador do Evangelho para
as regiões vizinhas. Além de Paulo, Timóteo e o apóstolo João estiveram envolvidos
na igreja de Éfeso.
Mas o tempo passou e uma nova geração de crentes surgiu em Éfeso. Foi a essa
nova geração que o Senhor Jesus ditou ao apóstolo João a carta à igreja de Éfeso
registrada no livro do Apocalipse. Como a data mais provável para o livro do
Apocalipse é a década de 90 d.C., a carta à igreja de Éfeso foi escrita cerca de
quarenta anos depois de aquela igreja ter sido fundada.
Na carta à igreja de Éfeso o Senhor Jesus se apresenta como “Aquele que conserva
na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de
ouro” (Apocalipse 2:1). Essa autodesignação de Cristo serviu para assegurar aos
crentes de Éfeso que Ele é quem tem o controle da Igreja nas mãos. Ele dirige seus
líderes e conhece as suas necessidades. Ele caminha no meio do Seu povo.
Depois da saudação e autodesignação de Cristo, a carta à igreja de Éfeso traz ainda
um elogio, uma crítica, uma exortação e uma promessa.
Parece que os crentes efésios daquele tempo estavam mais apegados ao dever do
que à devoção. Eles permaneciam fieis, mas faltava a eles o amor entusiasmado que
já tinham demonstrado um dia. Eles eram guardiões da fé, mas não eram mais os
arautos que tinham sido no início de sua história.
Nesse ponto a igreja de Éfeso parecia aquele tipo casal que depois de muito tempo
ainda permanece fiel um ao outro pelos laços do matrimônio, mas falta o amor
caloroso do início do casamento.
Na carta à igreja de Éfeso também vemos que aquela comunidade cristã foi
convidada pelo Senhor Jesus a refletir sobre sua queda e se arrepender de seu erro
para voltar a praticar suas primeiras obras (Apocalipse 2:5). Perceba então que
Jesus não apenas criticou a igreja de Éfeso, mas advertiu acerca de como ela
poderia corrigir o que estava errado.