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- A idéia aqui não é falar sobre a história da igreja, porém, quando falamos de eventos tais
como a Reforma, julgo necessário falar rapidamente sobre a institucionalização da igreja.
- Os eventos nunca são isolados, muito menos começam e terminam em datas específicas.
- Não é possível desassociar bíblia e História. (falar exclusivamente das cinco solas).
- A questão aqui não é debater como os acontecimentos históricos são usados para atingir os
propósitos divinos, mas sim entender que os acontecimentos históricos foram usados para
atingir um propósito divino. “O mestre usa a vida, a vida usa tudo”.
- Por mais que seja um evento de cunho espiritual, ele é cheio de falhas, tal qual o homem é.
(exemplos bíblicos: Teocracia de israel, “Sansão”, Abraão Isaque e Israel). Deus é perfeito em
sua vontade, o homem é imperfeito em sua obediência.
Desígnios: Ordem suprema que nada nem ninguém consegue impedir. Exemplos: A queda
do templo profetizado por Cristo, a destruição de Nínive profetizada por Naum, as profecias de
João Batista, etc.
“ Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido: Jó 42,2”
Vale lembrar que a ação livre não quer dizer que elas não correspondam a um plano divino
traçado desde a fundação do mundo, mas apenas quer dizer que elas não são ‘’escravas’’ de
um desíginio, ou seja, de uma ordem suprema para que aconteça.
“A maior racionalização possível pela razão humana é entender que ela é limitada”
INTRODUÇÃO
O movimento cristão se inicia com a morte e ressureição de Cristo, notícia essa que
fora espalhada pelas testemunhas de Cristo capacitadas pelo Espírito Santo para tal serviço
(Atos 1.8). Já nesse período o apóstolo Paulo lutava incessantemente contra ideias que eram
pregadas que iam contra os ensinamentos de Cristo (vale lembrar que nessa época ainda não
havia se formado o novo testamento). Desse período até aproximadamente os anos 300 d.C., a
igreja não era vista como uma instituição – organização ou mecanismo social que controla o
funcionamento da sociedade e, por conseguinte, dos indivíduos – assim como o Judaísmo, ou
seja, ela não tinha um “templo”, pois se entendia que o templo era cada indivíduo que
compunha o corpo de Cristo. Não é por menos que a palavra grega para o ajuntamento de
cristãos era “ekklesia”, que nada mais significa do que um ajuntamento de pessoas, ou uma
“Assembleia”. (para um aprofundamento sobre a palavra em grego, acesse
http://classic.net.bible.org/strong.php?id=1577). Até mesmo o Canon – lista de livros que
consideramos sagrados – do Novo Testamento demorou quase quatrocentos anos para se
regularizar. A lista completa dos livros do Novo Testamento conforme existe hoje aparece pela
primeira vez na Epístola 39 de Santo Atanásio de Alexandria para a Páscoa de 367 D.C.
Nesse período a religião oficial do Estado romano era politeísta, com cultos ao
imperador bem como outras questões heréticas que não abordarei aqui por não ser o foco
deste resumo. O que importa saber era que os ensinos judaico-cristãos vinham de encontro
com a religião oficial, causando assim anos e anos de perseguição à igreja. Foi apenas com
o Imperador Constantino, por volta dos anos 300 D.C., que a igreja se institucionalizou,
passando a ser a religião oficial do estado Romano. Apesar de essa institucionalização parecer
boa por fazer cessar as perseguições, Constantino acaba por trazer grande quantidade de
ensinos heréticos para dentro dos ritos Cristãos.
Obviamente, há um espaço de mil anos entre a institucionalização da igreja e a reforma
protestante, logo, milhares de mudanças boas e más ocorreram nesse tempo. Então, existiram
pessoas “esquecidas pela história” que se levantaram contra os ensinamentos heréticos,
porém, a ideia desta introdução é mostrar que desde a época do Apóstolo Paulo – 65 D.C. – é
necessário que a igreja cristã, tanto a “instituição” quanto o “corpo de Cristo” passe por
reformas.
PRÉ-REFORMADORES
Entre essas pessoas que tinham compromisso com o Cristo estavam os pré-
reformadores. Estes foram intelectuais que manifestaram suas insatisfações espirituais por não
encontrarem na ICAR, espaço para que pudessem exercitar sua fé. Essas insatisfações não
tinham por objetivo criar uma nova igreja, mas, sim, fazer que a ICAR voltasse à orientação da
Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Dessa maneira, a Reforma deve ser vista como um
movimento interno por parte de “católicos” comprometidos com a Palavra de Deus.
Nos séculos que antecederam a Reforma Protestante (séculos 14 e 15), a Igreja não
vivia em um vácuo, mas sim em um contexto político e social mais amplo com o qual tinha
múltiplas interações. No final da Idade Média, houve o surgimento dos chamados “estados
nacionais”, as modernas nações europeias, o que representou uma grande ameaça às
pretensões do papado. Havia descentralização política, isto é, o poder dos príncipes limitava a
autoridade do imperador, e forte tensão entre a igreja e o estado.
Um pouco mais tarde, o papado passa por um período de declínio, marcado por
grandes conflitos com os poderes monárquicos. Neste período crescem as críticas à
luxuosidade da corte papal, bem como a alta cobrança de taxas e dízimos para cobrir
despesas. Neste período, os problemas com a corte papal eram tão grandes a ponto de gerar
uma cisão dentro da corte, chegando a ter até três papas ao mesmo tempo, cada qual
outorgando para si a autenticidade de sua posição.
A religiosidade era meritocrática, com missas pelos mortos, crença no purgatório e
invocação dos santos e Maria. Ao mesmo tempo, havia grande ressentimento contra a igreja
por causa dos abusos praticados e do desvio dos seus propósitos. Isso é ilustrado pela
situação do papado no final do século 15 e início do século 16. Os chamados papas do
renascimento foram mais estadistas e patronos das artes e da cultura do que pastores do seu
rebanho. A instituição papal continuou em declínio, com muitas lutas políticas, comercio de
bens considerados sagrados, nepotismo, falta de liderança espiritual, aumento de gastos e
novos impostos eclesiásticos.
Desde meados do século 14, cada novo líder do Sacro Império Romano era escolhido
por um grupo composto de quatro príncipes e três arcebispos. Em 1517, quando houve a
eleição de um novo imperador, um dos três arcebispados eleitorais estava vago. Uma das
famílias nobres que participavam desse processo, os Hohenzollern, resolveram tomar para si
esse cargo e assim ter mais um voto no colégio eleitoral. Um jovem da família, Alberto, foi
escolhido para ser o novo arcebispo, mas havia dois problemas: ele era leigo e não tinha a
idade mínima exigida pela lei canônica para exercer esse ofício. O primeiro problema foi
sanado com a sua rápida ordenação ao sacerdócio.
O termo latino indulgéntia era usado antigamente como sinônimo de outras palavras,
tais como: remíssio (quitação, remissão, perdão), relaxátio (alívio,
atenuação), absolútio (dissolução, absolvição), bem como indúltum (perdão). Os historiadores
do Império romano usavam a palavra no sentido técnico de “remíssio tributi” ou “remíssio
poenae”, concessões que os imperadores faziam em certas ocasiões.
Segundo o Padre Paulo, da rede canção nova:
“Para que as pessoas entendam o que é indulgência é necessário entender antes o que
é pena temporal”. Quando vamos nos confessar o sacerdote perdoa a pena eterna. Por causa
dos nossos pecados, nós merecemos o inferno, então, o sacerdote perdoa os nossos pecados
e com isso nós seremos salvos.
Mas, ao mesmo tempo, o pecado tornou o nosso coração pior, nosso coração não está pronto
para entrar no céu. Se eu me confessar e morrer imediatamente após a confissão, eu estou
salvo, mas não estou santo. Por que ainda não amo a Deus de todo o coração, de toda alma e
todo o entendimento. Então, a pessoa que morre nesta situação vai para o purgatório e, ali,
purifica-se.
A indulgência é a remissão deste tempo do purgatório. A absolvição sacramental livra a
pessoa do inferno e a indulgência livra a pessoa do purgatório. ”(Dicionário Michaelis: Lugar ou
estado em que as almas dos que morrem na graça de Deus, mas com algum pecado que não é
muito grave e pode ser facilmente perdoado e que não é considerado um pecado mortal. ou
sem estarem purificadas das penas temporais devidas aos pecados graves já perdoados,
expiam pelo sofrimento as penas dos pecados cometidos neste mundo, até que satisfaçam a
justiça divina, para poderem entrar no Céu.)
As reformas que Lutero propunha não se referiam apenas a questões doutrinárias, mas
também aos abusos eclesiásticos:
Nos dias seguintes, seguiram-se muitas conferências privadas para determinar qual o
destino de Lutero. Antes que a decisão fosse tomada, Lutero abandonou Worms e, durante seu
regresso a Wittenberg, desapareceu.
O Imperador redigiu o Édito de Worms a 25 de maio de 1521, declarando Martinho
Lutero fugitivo e herege, e proscrevendo suas obras.
O sequestro de Lutero durante a sua viagem de regresso da corte de Worms foi
arranjado pelo príncipe Frederico, o sábio. Este foi um grande protetor de Lutero. Foi ele quem
pediu para que o julgamento de Lutero fosse feito em terras alemãs, pois afirmava que se o
julgamento fosse em Roma, Lutero seria morto; e não era cabível que isso acontecesse, mas
sim um julgamento justo. Então ele ordenou que Lutero fosse capturado por um grupo de
homens mascarados a cavalo, que o levaram para o Castelo de Wartburg, em Eisenach, onde
ele permaneceu por cerca de um ano. Deixou crescer a barba e tomou as vestes de um
cavaleiro, assumindo o pseudônimo de Jörg. Durante esse período de retiro forçado, Lutero
trabalhou na sua célebre tradução da Bíblia para o alemão.
Frederico, o sábio, tinha poder político suficiente para enfrentar diretamente as ordens
do papa devido à invasão turca em que a Europa se encontrava, necessitando assim que se
mantivesse a maior quantidade de príncipes cristãos aliados para a batalha.
Em 1526, a investida turca cada vez maior nos arredores do território alemão pressiona
o Imperador á convocar os príncipes alemães para uma nova dieta, a fim de decidir tanto os
rumos bélicos. Esta foi realizada em Spira. Para firmar tal acordo, o Imperador Carlos V
concede que cada príncipe decida por si mesmo os assuntos religiosos de seus domínios.
Três anos após a primeira dieta, é convocada uma segunda na mesma cidade de Spira. Desta
vez o Imperador quer fazer valer novamente a dieta de Worms, ficando decidido que os
príncipes reformistas podiam ensinar sua religião nos Estados Luteranos, mas proibiu aos
luteranos de ensinar nos Estados Católicos da Alemanha. Contra isto, vários príncipes,
conhecidos como a liga da Esmalcada, ergueram um formal protesto, e posteriormente uma
contraposição bélica, ficando, daí por diante, conhecidos por "protestantes”.
Os embates só acabaram em 1555, na “paz de Esburgo”. este é o tratado assinado por
Carlos V, que se vê forçado a assinar pois suas tropas já não faziam frente às tropas inimigas.
Este tratado de paz deu a possibilidade a cada líder de cada estado alemão de escolher a sua
própria religião, ficando os seus súditos obrigados a aceitar a escolha de seu príncipe. Assim,
ficava consagrado o estatuto legal do Protestantismo na Alemanha. Durante esse tempo os
movimentos de reforma crescem cada vez mais na Inglaterra, na Suíça, na Escócia, na França,
entre outros.
Vale salientar que a Reforma proposta ameaçava a homogenia do poder da ICAR,
logo, era muito atrativo aos reinados da época, pois a ICAR era grande detentora não só de
terras, mas das transações econômicas e arguidora de leis morais, logo, a reforma proposta
por Lutero se tornou de grande interesse, para os líderes políticos. Era esta a chance de
colocar em prática suas necessidades privadas e públicas, para desmantelar o poderio Católico
e reaver seus domínios geopolíticos.
Um importante fato ocorre na Inglaterra com o Rei Henrique VIII, o surgimento da igreja
anglicana.
Henrique VIII (1491-1547) começou a reinar em 1509. Sendo muito católico, em 1521
escreveu um folheto contra Lutero que lhe valeu o título de “defensor da fé”. Era casada com a
princesa espanhola Catarina de Aragão, viúva do seu irmão, que não conseguiu dar-lhe um
filho homem, mas somente uma filha, Maria. Henrique pediu ao papa Clemente VII que
anulasse o seu casamento com Catarina para que pudesse casar-se com Ana Bolena (Anne
Boleyn), mas o papa não pode atendê-lo nesse desejo. Uma das principais razões foi o fato de
que Catarina era tia do sacro imperador germânico Carlos V.
Em 1533, Thomas Cranmer (1489-1556) foi nomeado arcebispo de Cantuária e poucos
meses depois declarou nulo o casamento do rei. Em 1534, o parlamento aprovou o Ato de
Supremacia, pelo qual a Igreja Católica inglesa desvinculou-se de Roma e o rei foi declarado
“Protetor e Único Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra.”.
Henrique morreu na fé católica e foi sucedido no trono por Eduardo VI (1547-1553), o
filho que teve com sua outra esposa, Jane Seymour. Os tutores do jovem rei implantaram a
Reforma na Inglaterra e puseram fim às perseguições contra os protestantes. Porém, Eduardo
era doentio e morreu ainda jovem, sendo sucedido por sua irmã Maria Tudor Com a morte de
Maria, subiu ao trono sua meia-irmã Elizabete I (1558-1603), filha de Ana Bolena, em cujo
reinado a Inglaterra tornou-se definitivamente protestante.
REAÇÕES ADVERSAS
- Uso do alemão nos cultos religiosos (não mais o latim como única língua);
AS CINCO SOLAS
A igreja romana ensinava e exigia uma devoção ao clero e aos homens santos que
poderiam interferir diante de Deus para perdão de pecados e obtenção de bênçãos para os
homens.
Não podemos dispensar glórias a homens, pois não passam de míseros pecadores e
são como trapos imundos e carecem da misericórdia e da gloria de Deus.
O homem só pode ser salvo mediante a fé (a exclusividade da ação pela fé), sua alma
só poderá ser liberta das chamas do inferno e das garras de Satanás mediante a fé em nosso
Senhor Jesus Cristo.
Após meditar no texto que diz: "O justo viverá da fé", Martinho Lutero percebeu que a
justiça de Deus nessa passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus, pela fé
como dádiva.
A única causa eficiente da salvação é a graça de Deus. Ninguém pode ser salvo por
mérito próprio, por obras, sacrifícios penitências ou compra de indulgências. A única causa
eficaz da salvação é a graça de Deus sobre o pecador, (Ef 2.8). Pela graça somos salvos
mediante a fé, e isso não vem do homem é dom de Deus.
Nenhuma obra por mais justa e santa que possa parecer poderá dar ao homem livre
acesso a salvação e ao reino dos céus, ocorrerá isso somente pela graça de Deus.
"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós; é dom de
Deus; não de obras, para que ninguém se gloria". Ef 2.8 e 9
"E não há salvação em nenhum outro: porque abaixo do céu não existe nenhum outro
nome, dentre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" At 4.12.
Podemos ler em 2Tm 3. 16-17: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para
o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o
homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra".
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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