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1 - CENÁRIO HISTÓRICO:
Fator litúrgico:
No período que antecedeu a Reforma, a igreja passou por um processo chamado
clericalização da liturgia, onde o povo fora reduzido à condição de espectador, o que negava o
sacerdócio universal dos crentes (1 Pe 2:5).
Fator doutrinário:
Com o desejo desenfreado de converter as massas pagãs (encher os templos) houve um
relaxamento dos princípios bíblicos, começando a fazer parte, então, da liturgia, práticas idólatras
e profanas (adoração a anjos, santos, imagens e ídolos, assim como a transubstanciação e o
batismo de crianças, e ainda o poder de perdoar pecados, mediante a recomendação de
penitências).
- Pré-reformadores
Mudanças políticas:
- criação de nações – estado
- a Igreja não era vista como a única instituição que unia o continente
- críticas ao montante de dinheiro enviado à Igreja, assim como a isenção de impostos
concedida por ela
- reivindicações de uma igreja não vinculada ao sistema papal, mas ao governo local
Mudanças econômicas:
- plantio para excedentes, que gerou os comerciantes
- criação dos burgos (ponto de venda e compra de produtos), originando a classe burguesa
- migração da burguesia para regiões onde o apoio religioso permitisse os seus negócios,
ajudando assim a reforma
Mudanças intelectuais:
- crescimento das artes e ciências humanas, que possibilitou os cristãos a dedicar-se à
aquisição de conhecimentos gerais, como forma de aprimorar a interpretação das Escrituras
Desenvolvimento tecnológico:
- relógio mecânico (tempo/produção), óculos, papel vegetal (preço acessível para a
produção da bíblia) e a imprensa (produção de larga escala da Bíblia)
2 – OS ÍCONES DA REFORMA:
Personagens da pré-reforma
John Wycliffe (1324-1384)
Aluno e professor de Oxford, nascido na Inglaterra:
- Inquietava-se com o texto de Rm 1:17 – “{...}o justo viverá pela fé”. Justificação pela fé.
- A comunhão com Deus a qualquer pessoa que O busque com sinceridade e devoção,
movido pela fé.
- Inefabilidade papal e as Escrituras como única fonte confiável da verdade revelada por
Deus
- Escritor da obra “AS institutas da Religião Cristã”, que contém todo o sistema doutrinário
das igrejas reformadas.
- A soberania de Deus
- Criticou o celibato eclesiástico, a devoção a Maria e aos santos, autoridade papal, o culto
a imagens e a missa como sacrifício
- 67 teses
- SOLA FIDE
- SOLA SCRIPTURA
- SOLUS CHRISTUS
- SOLA GRATIA
- pagamento de indulgências
- ações de caridade
Paulo nos faz entender que não somos salvos pelas obras, mas, sim, salvo para as boas
obras.
Solus Christus
8 – A SOTERIOLOGIA REFORMADA:
A soteriologia reformada aborda, como principais pontos:
A PREDESTINAÇÃO:
Agostinho, por outro lado, cria que o homem estava caído desde sua nascença, por conta
do pecado original, o que o impedia de ter anseio por buscar a Deus, sua presença, assim como
arrependimento e redenção. Para ele a salvação advém da graça, que é um favor imerecido sem
qualquer interferência humana. Com base no livro de Romanos (9-11), Agostinho inferiu que
Deus elegeu uns para o inferno e outros para o céu (presciência de Deus), segundo a Sua
vontade. Com esse pensamento, Agostinho instituiu o monergismo no Ocidente.
A SOTERIOLOGIA CALVINISTA:
Calvino foi o reformador que mais trabalhou na temática da predestinação. Sua maior e
principal obra foi “As Instututas da Religião Cristã”, dividida em quatro volumes. Nessa obra são
abordados os grandes temas da fé cristã. Calvino aponta que Deus escolheu os justos para
serem salvos, sem que neles houvesse motivo algum para tal. Em outras palavras, para Calvino,
sobre a visão de Timothy George, a salvação é Absoluta, pois depende unicamente da boa e
agradável vontade de Deus, e nada fora Dele pode mudar isso. Para ele, a salvação também é
Particular, pois pertence a indivíduos e não a grupos, onde Jesus morreu somente para os
eleitos. E ainda, a salvação é Dupla, pois Deus escolhera uns para a salvação e outros para a
perdição.
Dessa forma, podemos separar a conceitos dos calvinistas, uma vez que não foi o próprio
Calvino que os formulou, em cinco pontos:
A graça é resistível;
Os crentes são capazes de resistir ao pecado, mas não estão fora da possibilidade de
cair da graça.
O CONTRASTE ENTRE A SOTERIOLOGIA CALVINISTA E A ARMINIANA
Equiparando-se as duas doutrinas da soteriologia calvinista e arminiana, pode-se distinguir
os pontos em que cada um deles defendem e divergem.
Sobre a eleição, para os calvinistas ela é decidida por Deus (incondicional), que escolhe os
eleitos e aqueles que vão padecer na eternidade, enquanto os arminianos dizem que ela é
condicionada pela fé, ou pela falta dela.
Sobre a expiação, os calvinistas acreditam que ela é somente para os eleitos (particular),
enquanto para os arminianos ela é para toda a humanidade, mas só tem efeito para os que têm
fé.
Para os calvinistas os eleitos e os que perecerão no juízo, fazem a vontade de Deus, tanto
para o bem, quanto para o mal, podendo um ou outro fazer o bem e o mal, que tudo estará sobre
a vontade de Deus, e que não têm como se mudar isso, não podendo interferir. Os arminianos
acreditam que sem o auxílio do Espírito Santo, nenhuma pessoa é capaz de responder à vontade
de Deus, que sozinhos não podem alcançar a comunhão com o Pai.
A Graça de Deus seria irresistível para o homem, do ponto de vista calvinista, não podendo
ser negada de nenhuma forma, enquanto para os arminianos é o contrário, sendo resistível,
podendo ser negada.
E por último, na concepção calvinista, aqueles a quem Deus chamou para a salvação, e
depois, à comunhão eterna com ele não podem cair em desgraça e perder sua salvação. Mesmo
que, em suas vidas, o pecado os leve a renunciar à sua profissão de fé. Os arminianos por outro
lado creem que os crentes são capazes de resistir ao pecado, mas não estão fora da
possibilidade de cair da graça.