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HISTÓRIA DA IGREJA NO BRASIL I PROF FABIANO MINA

Formação Acadêmica

Mestre em Filosofia da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de


São Paulo (PUC-SP). Pós-graduado em Filosofia Geral; pós-graduado em
Métodos de Educação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP); pós-
graduação em Educação Inclusiva (UNESP). Graduado em Filosofia, com
extensão em História e Sociologia, pelo Centro Universitário Assunção
(UNIFAI). Formado em tutoria EaD pela REDEFOR (Secretaria da Educação
de SP). Integrante do grupo de pesquisa Filosofia Política – LABÔ
(Laboratório de Política Comportamento e Mídia da PUC-SP). Atualmente
finalizando o pós-graduação em neuropsicologia.

Escritor: Provações de Gênero: mulheres pastoras e Diálogos sobre a


experiência de Deus

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1. O PERÍODO INFRUTÍFERO 10

1.1 A ANTECIPAÇÃO CATÓLICA 10


1. 2 A TRAGÉDIA DA GUANABARA 11
1.3 A EXPERIÊNCIA HOLANDESA 13
1.4 OS ANOS DE OMISSÃO 14

2. INICÍO DA SEMEADURA (Século XIX) 15

2.1 A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA E A AÇÃO DA INGLATERRA 15


2.2 A COLONIZAÇÃO ALEMÃ E OS LUTERANOS 16
2.3 AS PRIMEIRAS TENTATIVAS MISSIONÁRIAS 16
2.4 A CHEGADA DOS PRESBITERIANOS 17
2.5 AS DUAS INVESTIDAS METODISTAS 18
2.6 A CHEGADA DOS BATISTAS 19
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“Segundo algumas estimativas a população evangélica do Brasil estaria se aproximando de
cinquenta milhões em 2010 o que o colocaria entre uma das maiores do mundo. Seja essa
avaliação precisa ou não, a verdade é que o Evangelho no Brasil alcançou enorme êxito. Se
levarmos em conta o título de “maior país católico do mundo” e a evangelização protestante
tardia, temos um fenômeno notável de crescimento”.

• XX recebia missionários
• Crescimento contínuo
• Está em todas as mídias

SorenKirkegaard: “a vida só pode ser vivida para


frente, mas só pode ser compreendida
para trás”.

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CARACTERÍSTICAS DO SÉCULO XV

• RECUPERAÇÃO ECONÔMICA EUROPÉIA: BURGUESIA, SAIDA DA PESTE NEGRA

• EXPANÇÃO TERRITORIAL: PORTUGAL E ESPANHA, DEPOIS INGLATERRA, FRANÇA E PAÍSES BAIXOS

• INÍCIO DA IDADE MODERNA: RACIONALIMOS, ATROPOCENTRISMO, HUMANISMO

• FORÇA MULÇUMANA: AFRICA

• CRISTIANIZAÇÃO DE POVOS INDÍGENAS NAS AMÉRICAS, COMO ASTECAS E INCAS, ALÉM DO BRASIL
(MONTE PASCAL, ILHA DE VERA CRUZ, TERRA DE SANTA CRUZ)
• Os portugueses movidos pela procura de rotas alternativas ao comércio Mediterrânico procuram
uma passagem para o Índico que é conseguida quando em 1434 Gil Eanes contornou o Cabo
Bojador.

• Chegaram à Índia em 1498 e simultaneamente exploraram o Atlântico Sul e chegaram costas


do Brasil em 1500.

• Navegando no extremo da Ásia chegaram à China em 1513 e ao Japão em 1543.

• Estas explorações no Atlântico e Índico foram seguidas por outros países da Europa, Espanha,
França, Inglaterra e Países Baixos surgindo vários impérios coloniais que rivalizavam e
guerreavam entre si.
A partir de 1413, com o início das grandes viagens
marítimas, a Cartografia ressurge como meio de garantir a
segurança dos viajantes e de representação das novas
descobertas.

Foi Mercator (1512-1594) quem primeiro utilizou


a palavra Atlas para nomear uma coleção de
mapas.

Durante muitos séculos, os mapas foram um privilégio da


elite. Apenas reis, nobres, alto clero, grandes navegadores e
armadores de expedições marítimas, tinham acesso a esse
tipo de informação. Somente a partir da invenção da
imprensa, na segunda metade do século XV, os mapas
puderam ser mais amplamente utilizados.
1. O PERÍODO INFRUTÍFERO

• Inicialmente a evangelização no Brasil pelos protestantes eram “frustradas” devido o domínio


católico que existia no país e mesmo pela falta de interesse, inicialmente, de evangelização no
Brasil, já que muitos protestantes vinham para cá fugidos de seus países, outros apenas a título
de trabalho.

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HÁ TODO UM CAMINHO ABERTO PARA O
PROTESTANTISMO DE MARINHO LUTERO

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MARTINHO LUTERO

▪Nasceu em 10 de novembro de 1483 em Eisleben na Alemanha. Era filho de classe média. O


interesse de seu pai era que ele se tornasse advogado, porém se tornou monge agostiniano após
uma experiência trágica (um raio que o havia atingido). Era assíduo estudante de filosofia e teologia.

▪Antes mesmo deste fato inusitado Lutero já se mostrava uma pessoa com depressão, o que lhe levava
a conflitos internos diversos, inclusive de ordem religiosa.

▪Em 1512 ele conclui seu doutorado em Bíblia, especificamente no V.T., depois renuncia a posição de
monge, menos a de professor (cf. p. 239).

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▪Era homem bastante vívido: “gostava de música, vinho, pintura, deixou-se pintar e
influenciou a criação das escolas.”

▪Estudou e pregou em Wittenberg de 1513-1517. Seu interesse não era protestar contra
a igreja, mas corrigir seus erros.

▪A discussão contra as indulgências era inicialmente seu foco principal. Era contra a ideia
de pagar por elas para resgatar ou amenizar a condenação do purgatório.

▪Depois dos interesses do papa e do bispo da Alemanha para construir a Basílica de São
Pedro, em 31 de outubro de 1517 Martinho Lutero apregoa suas 95 teses na porta da
Igreja do Castelo de Wittenberg (para alguns historiadores contado de uma forma
lendária).

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Surge então o luteranismo, centrando-se muito mais na Alemanha e alguns países da
Europa. A principal visão luterana era: autoridade única da Bíblia, justificação pela fé e
doutrina do sacerdócio universal.

“Lutero pode ser descrito como um reformador conservador, visto que conservou muito do
passado pós-apostólico.

Aprovava o uso de velas, do crucifixo e dos quadros, ainda que estes não deviam ser
especialmente reverenciados.

Reteve os elementos da tradição católica romana, que ao seu juízo não são proibidos
especificamente pelas escrituras”.

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Defendeu:

▪Sola Scriptura – só as escrituras,


▪Sola Gratia – só a graça,
▪Sola Fide – só a fé,
▪Sola Deo glória – só a Deus a glória,
▪Solus Christus – só a Cristo.
Também o sacerdócio universal de todo o crente.

A dificuldade enfrentada pela livre interpretação das Escrituras é que o protestantismo continuou se
dividindo em vários grupos enquanto a Igreja Católica permanecia única, pelo menos como
instituição.

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O QUE OCASIONOU O PROTESTO?

Foi principalmente um evento religioso, mas também político. A igreja estava em descrédito,
pela venda de cargos, a conduto do clero, a venda de indulgências a veneração de relíquias e o
cativeiro babilônico (quando o papa ficou em Avingnon na França como cativo do rei, então a
igreja querendo restaurar a Santa Sé em Roma (Urbano VI, Clemente VII) nomeia outro papa
dando início ao Grande Cisma, (1378-1417), resolvido no Concílio de Constança (1417).

Votos de ascese e pobreza frente aos interesses e vida pomposa da igreja. O povo que
não queria um papa, mas uma pastor (alas do catolicismo como os dominicanos e franciscanos,
além de tantos outros grupos)

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JOÃO CALVINO E A REFORMA PROTESTANTE EM GENEBRA

Jean Calvin (Noyon 1509-1564), teólogo “francês, formado em direito, foge para
Genebra na Suíça (perseguição aos huguenotes) e durante um bom tempo foi senhor de
Genebra”.

“A doutrina calvinista fortaleceu o capitalismo” devido sua ênfase no trabalho e a


benesses na Terra. Defendia a predestinação (...). O calvinismo tem como característica
a doutrina e disciplina, doutrina da predestinação e disciplina rigorosa.” (p. 266)

Também fortemente influenciado pelo humanismo da época.

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A Reforma de Calvino foi peculiar, pois ele não entendia que Lutero havia feito o suficiente para
a “purificação” do cristianismo.

Para ele seria necessário não apenas um rompimento com o catolicismos, mas também uma revisão
sistemática de toda a teologia construída até então.

Foi um dos principais teólogos de todos os tempos ao traçar uma teologia com base lógica
aristotélica (calvinista), neoplatônica (agostiniana) e com preocupações humanistas.

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E QUE HUMANISMO ERA ESTE?

▪Humanismo é a filosofia moral que coloca os indivíduo como foco principal, numa escala de
importância. De posturas éticas que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e
capacidades humanas, particularmente a racionalidade.

▪Desde o século XIX, o humanismo tem sido associado ao anti-clericalismo herdado dos filósofos
racionalistas e Iluministas do século XVIII.
▪Humanistas famosos são entre outros Nicolau de Cusa (1401-1464), Gianozzo Manetti, Marsílio
Ficino, Erasmo de Roterdão (1466-1536), Carlos Bernardo González Pecotche, Francesco Petrarca,
François Rabelais, Pico de La Mirandola, Thomas Morus, Andrea Alciati, Auguste Comte
(positivista).

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ALGUMAS LIÇÕES DA REFORMA

A Reforma foi um acontecimento em um mundo sobre determinado pelo religioso, repercutiu


intensamente em todas as instituições sociais.

Pode-se dizer que foi a primeira grande revolução dos tempos modernos (Iluminismo).

Ocorreu em meio a transformações políticas, econômicas, sociais e culturais que agitavam a


Europa e se entrelaçam em questões religiosas.

Não foi um ato isolado, uma rebelião de um monge alemão que não queria mais obedecer ao
papa, antes foi o zeitgeist (espírito da época).

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CONSEQUÊNCIAS DA REFORMA

▪ Menor poder e controle da Igreja Católica


▪ Crescimento do protestantismo luterano e calvinista
▪ Aumento da burguesia, portanto do sistema econômico
▪ Reação da contra reforma católica, portanto mortes
▪ Tradução da Bíblia para vários idiomas
▪ Surgimento de conflitos sociais por hegemonia territorial e econômica
▪ Queda dos impérios monárquicos e caminho para sistemas republicanos, parlamentaristas e
democráticos.

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RECAPITULANDO OS SÉCULOS XVI-XVII

▪A Europa no século XVI estava se libertando da Idade Media, durante séculos desde a queda do
Império Romano do Ocidente no século V d.C.

▪A Europa era predominantemente feudal, reis desmoronando, com nobreza crescendo, guerras
constantes entre os feudos, na época, era terra e auto suficiência das cidades, mas, com o Império
Romano do Oriente ou Império Bizantino em queda e com o crescimento do comércio muitos
fogem dos otomanos, como os monges que popularizam a ciência e artes do Antigo Império.
▪O comércio permite conhecer novas terras e regiões, e acumulação de riqueza em capital (como a
colonização das Américas; do Brasil).

▪Tudo isso junto favoreceu uma mudança de atitude e cultura, e marcou o inicio da Idade Moderna
(XVII).

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EXPANSÃO RELIGIOSA

Com a expansão do comércio por todo o mundo, há também a expansão religiosa no mundo. Os
católicos através de seus grupos específicos, como os franciscanos, migram para vários
países, logo em seguida os protestantes fazem o mesmo.

No século XVI iniciou-se o movimento reformista, primeiro a partir do Sacro Império Romano
Germânico, com a doutrina luterana.

Ao romper com a Igreja Católica Lutero foi perseguido pelos partidários do Imperador e
defendido pelos Príncipes. Após uma longa Guerra, foi assinada a Paz de Augsburgo (1555:
católicos e luteranos apenas; continuando c/ calvinistas e anabatistas) permitindo que cada
príncipe definisse a religião a ser adotada em seu território.

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MAPAS DA EXPANSÃO SÉC. XVI

1. Figura – expansão do catolicismo


2. Figura - expansão dos protestantes e reformadores (amarelo católicos
vermelho luteranos, verde anglicanos, roxo calvinistas.

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É importante frisar que o sociólogo e historiador prof Mendonça entende que existe dois
grupos protestantes que chegaram ao Brasil: protestantes de imigração; de missão ou
conversão.
CARACTERÍSTICAS DO SÉCULO XVI

• Racionalismo - a razão era o único caminho para se chegar ao conhecimento, e que tudo
podia ser explicado pela razão e pela ciência.

• Cientificismo - para eles, todo conhecimento deveria ser demonstrado através da


experiência científica.

• Individualismo – o ser humano buscava afirmar a sua própria personalidade, mostrar seus
talentos, atingir a fama e satisfazer suas ambições, através da concepção de que o direito
individual estava acima do direito coletivo.

• Antropocentrismo - colocando o homem como a suprema criação de Deus e como centro do


universo.

• Classicismo – os artistas buscam sua inspiração na Antiguidade Clássica greco-romana para


fazer suas obras.
1.1 A ANTECIPAÇÃO CATÓLICA

O Brasil foi colonizado por Portugal, país de referência católica.

Por causa da do protestantismo luterano e da Reforma Protestante (Lutero, Calvino e


Zwinglio), a Igreja Católica encampou uma Contra Reforma, o que sucedeu em inúmeras
guerras e por anos.

Companhia de Jesus 1534 (jesuítas) na figura do Inácio de Loyola (1491-1556)


• Devoto de S. Francisco de Assis
• Desenvolveu “exercícios espirituais”
• Era um padre militar
• Vivia como mendicante
• Foi inquerido pela Inquisição
• Era muito estudioso
• Papa Paulo III (Inquisição e Concílio de Trento) os escolhe para missões e
catequese no mundo todo

• “Acredito que o branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da igreja


assim o tiver determinado”. 26
Contrarreforma

27
• Barras o avanço protestante na Europa e evitar seu crescimento no Novo Mundo

• Inquisição (muito forte em XII e XIV) e perseguição aos hereges

• Concílio de Trento - 1545-1547, depois 1551-1552 e, por fim, em 1562-1563.

• Infalibilidade Papal, as indulgências (proibida).

• Proibição da circulação de alguns livros (Index Librorum Proibitorum)

• Reafirmar os sacramentos como eucaristia e confissão.

• Missa Romana e reza em latim

• Virgem Maria e os santos

Papa Paulo III 28


• Em 1549 chegariam à Bahia os primeiros jesuítas acompanhando o Governador-
• Geral Tomé de Souza, liderados pelo padre Manoel da Nóbrega.

• Função de ensinar e catequizar índios, posteriormente negros. Por IV séculos o Brasil foi
catequizado e miscigenado pelo movimento católico.

• Além dos jesuítas, também vieram para o Brasil, com o objetivo de catequizar índios, padres de
outras ordens religiosas como os franciscanos, os beneditinos e os carmelitas.

• Em 29 de março de 1549 e, celebrada a primeira missa, ter-se-ia voltado para seus auxiliares e
dito: "esta terra é nossa empresa".

Tomé de Souza Manoel da Nóbrega 29


As primeiras missões foram organizadas na região costeira do Brasil. Os jesuítas contavam com a
ajuda de soldados portugueses para tirar os índios das aldeias, levando-os para os aldeamentos
(missões).

Consequências principais

- Aceleração do processo de povoamento do interior do Brasil. Várias missões deram origem a


vilas, que depois se transformaram em cidades.

- Milhares de índios perderam sua identidade religiosa e cultural. Muitas vezes esse processo era
feito de forma forçada.

- Colaborou para o processo de oficialização do catolicismo como religião oficial do Brasil.

- Fundação de colégios católicos como, por exemplo, o Colégio de São Paulo de Piratininga
(fundado por José de Anchieta).
https://www.youtube.com/watch?v=j3VRD6Q_Z1Q

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1. 2 A TRAGÉDIA DA GUANABARA

• Liderados por Nicolau Durand Villegaignon e com o apoio do Almirante Gaspar Coligny, os
huguenotes (protestantes franceses) buscaram refúgio no Brasil.

• Isto devido a perseguição aos franceses protestantes que haviam insurgido (Jacques Lefevre) o
protestantismo na Alemanhã. 1.000 morreram num massacre na França em Vassi (rei Francisco I).
Também o massacre da noite de São Bartolomeu.

• Em 1555 os franceses resolver vir para a Baía de Guanabara. Nas ilhas de Serigipe (hoje
Villegaignon) e Paranapuã (hoje ilha do Governador), Uruçu-mirim (hoje Flamengo) e em Laje, e
denominou toda essa região de França Antártica.

5 a 30 mil mortos em dois


dias 1572
• Tudo isto se deu pelos conflitos na Europa que resultou na Guerra dos Tinta. Conflito entre
católicos e protestantes marcou Europa de 1618 a 1648.

• Apesar do caráter religioso, as guerras eram alimentadas pela intenção de poder.

• Paz de Vestfália (iniciado em 1644)- acordo entre países europeus encerrou a Guerra dos
Trinta Anos, acordo que durou 3 anos para se concluir.

• Nesta mesma época se negociava o fim das guerras entre Espanha e os Países Baixos, o
Sacro Império Romano-Germânico e outros países alemães. França e Suécia também.

• Seus termos incluíam o direito à liberdade religiosa e uma série de alterações territoriais.

• A França foi a que saiu com mais poder, enquanto a Alemanha destruída.
• O primeiro culto protestante foi realizado em 10 de março de 1557, numa quarta-feira. No dia
21 de março, domingo, foi realizada a primeira Santa Ceia. Porém os conflitos entre
Villegaignon e os calvinistas franceses fizeram com que fossem expulsos da ilha, o que trouxe
contato dos calvinistas com os índios Tupinambás. Mas Villegagnon já teria vindo antes em 1555.

• Estes eventos fizeram com que os calvinistas retornassem à França, até porque a perseguição já
havia apaziguado na Europa. A volta não deu certo, devido um ameaça de naufrago, então ao
retornar cinco homens foram condenados à morte por Villegaignon. Um homem bastante
controverso.

• O almirante francês é considerado por muitos historiadores como o verdadeiro fundador do Rio
de Janeiro, e não Estácio de Sá, que só chegou à Guanabara onze anos depois. Os franceses
que continuaram vivos ou foram presos ou expulsos do Brasil.
• Apesar do primeiro culto te sido em 1557, na tentativa de estabelecer uma colônia no Brasil, o
primeiro missionário a pregar foi Hans Staden em 1547.

• Por acaso, indo para a Argentina, o navio português em que estava naufragou, portanto sendo
capturado por índios tupinanbas (canibais) e levado para Ubatuba (entre Bertioga e Rio de
Janeiro),

• Se salvou, antes da morte, orando o Salmo 130. Voltou para a Alemanha em 1554 em um navio
francês (Catherine de Vatteville).

• Porém dizem que ele era na verdade um mercenário alemão

Voltando da guerra, trouxeram prisioneiros. Levaram-nos


para sua cabana: mas a muitos feridos desembarcaram e os
mataram logo, cortaram-nos em pedaços e assaram a carne
(...) Um era português (...) O outro chamava-se Hyeronimus;
este foi assado de noite.
• Para alguns estudiosos Nicolas Durand de Villegagnon teria sido o verdadeiro fundador do Rio
de Janeiro e não Estácio de Sá (11 anos mais tarde).

O calvinistas que conseguiram chegar na França difamaram Villegagnon a ponto deste querer
retornar para resgatar sua honra diante da realeza francesa.

Calvino ao saber das coisas que Villegagnon fez chegou a ameaça-lo de morte caso fosse a
Genebra – estes que estudarem juntos e eram cordiais um com o outro.

Morreu em 1571 quando já havia retornado à França ainda


conflitos
1.3 A EXPERIÊNCIA HOLANDESA

A segunda experiência protestante no Brasil ocorrerá em 1624, quando os holandeses conquistam


Pernambuco (Olinda), oraram e cantaram hinos ainda abordo, e ali permanecem por trinta anos.

A ideia não era viagem missionário, mas foi ela quem permitiu o nascimento da Igreja Reformada
Holandesa no Brasil que teria forte influência puritana.

Os holandeses fizeram forte trabalho de evangelização, educação e trabalhos sociais. Estima-se que
no Brasil holandês havia cerca de vinte e duas Igrejas, cinquenta e quatro pastores e proponentes,
cento e vinte presbíteros, cento e vinte diáconos e mais cem consoladores e mestres-escolas.

Evangelizavam até mesmo na língua Tupi. Mesmo assim foram expulso pelos espanhóis,
portugueses, brasileiros, com a ajuda dos índios potiguares em 1654, e todos que
haviam se convertido à fé reformada.
• Quando ainda estabelecidos em Pernambuco, os holandeses trouxeram muitos pastores para o Brasil.

• A católica Igreja do Corpo Santo (São Frei Pedro Gonçalves) chegou a ser utilizado pelos holandeses quando o frei
não tinha retornado à sua crença católica.

• Durante os oito anos do seu governo no Nordeste brasileiro, Nassau (alemão protestante) estendeu os seus domínios
ao Maranhão e a Sergipe. Enfrentou sérias lutas. Nassau fez construir na Cidade Maurícia um grande templo
protestante, perto do Paço Municipal. Nasssau era tolerante com católicos e judeus

Mauricio de Nassau
CARACTERÍSTRICAS DO SÉCULO XVII

O que entendemos hoje por “ciência” remete a um conjunto de fatores, mas os principais são: 1.
aplicação técnica (o que chamamos de tecnologia) e 2. formulação teórica. Essa concepção de
ciência começou a ser elaborada desde o fim da Idade Média, mas só atingiu sua primeira
configuração sólida no século XVII, principalmente com Galileu Galilei.

Essa nova concepção, nos termos em que o historiador da ciência Alexandre Koyré se expressa, não
é mais aquela do “cosmos harmônico e fechado” das esferas celestes, elaborado por Aristóteles, mas
o Universo Infinito, que seria explicado por Kepler, Galileu, Titcho Brahe e Newton.

Construção de artefatos tecnológicos capazes de medir e calcular o fluxo dos fenômenos naturais
e também manipular a própria natureza, constitui o alicerce da ciência moderna, que se forjou sob o
signo da Revolução Científica do século XVII.
• Entre 1637 e 1644, Nassau foi pioneiro em muitas mudanças em Pernambuco.

• Como dito antes, decretou a liberdade de culto religioso; documentou a primeira paisagem local;
criou jardim botânico, o zoológico e um observatório astronômico; construiu a primeira ponte da
América Latina e transformou Recife.

• Muitos acreditam que se os holandeses não tivessem sido expulsos Pernambuco seria hoje uma
terra muito melhor. O Brasil Holandês pós-Nassau era violento e pobre

Onde foi construída a primeira ponte


1.4 OS ANOS DE OMISSÃO

Entre a tentativa em Guanabara e a reforma holandesa se passaram sessenta e três anos. As


próximas investidas ocorreriam só depois de centro e oitenta e sete anos com os suíços e alemães
(1855).

Como dito antes, ao cessar a Guerra dos Trinta anos, já não havia o mesmo interesse dos
imigrantes europeus em vir para o Novo Mundo, sem falar que o domínio aqui era dos portugueses.
.

Mesmo a Inglaterra manifestado no XVIII um grande fervor protestante, o Brasil não era bem visto
para missões, e sim a Ásia.

Ainda assim Em 1808 o Brasil começou a ter sua um pouco de legalidade protestante, quando a
família real veio para o Brasil com apoio da Inglaterra, devido a perseguição de Napoleão,
firmando um tratado entre Portugal e Inglaterra.
CARACTERÍSTICAS DO SÉCULO XIX

1801: Eleição de Thomas Jefferson, responsável pela Declaração de Independência dos Estados Unidos

1803: Início das Guerras Napoleônicas, entre França e Inglaterra

1811: Venezuela e Paraguai se tornam independentes

1825: Início da Guerra da Cisplatina, entre Brasil e Argentina, pela disputa do atual território do Uruguai

1839: Início da Guerra do Ópio, na China

1861: Início da Guerra Civil Americana, ou Guerra da Secessão

1864: Assassinato de Abraham Lincoln, nos EUA


2. INICÍO DA SEMEADURA (Século XIX)

“Mesmo sendo descrito como o “Grande Século Missões Protestantes”, no Brasil


ele foi apenas o início de um trabalho árduo”.

Em 1819, foi lançada a pedra fundamental do primeiro templo anglicano no Brasil. O primeiro
templo protestante foi construído no Rio de Janeiro na rua dos Borbons

Depois da derrota de Napoleão na


batalha de Waterloo (Bélgica), o Brasil
teve um maior número de imigrantes
protestantes. Na Constituição de
1824 já previa três artigos que
legalizavam o culto protestante.
2.1 A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA E A AÇÃO DA INGLATERRA

• “Quando o rei D. João VI vem com a família real para o Brasil, fugindo de Napoleão,
• o principal motivo era sua amizade com a Inglaterra, um país protestante”.

• Abrindo espaço para nações “amigas”, Portugal, pelo tratado de 1810, facilitam a vida dos
protestantes liberando o direito a culto, só não poderiam fazer proselitismo e tinham que ser os
mais discretos possíveis.

• Na mesma época a Bíblia traduzida por João Ferreira de Almeida entra no país e em 1814 a
Sociedade Bíblica Britânica Estrangeira traz as escrituras para o país.
https://www.youtube.com/watch?v=5c04HhLRTbQ
2.2 A COLONIZAÇÃO ALEMÃ E OS LUTERANOS

Já no início desta pacificação, ou liberdade de culto, os primeiros alemães chegam ao Brasil.

O primeiro culto de colônia germânica foi pelo pastor Friedrich Sauebronn (1784-1864) em 1824.
Até hoje há colônias Alemãs no Rio Grande do Sul advindas desta colônia inicial. Apesar que estes
eram mais voltados para a própria comunidade alemã.

De qualquer forma já havia o embrião para o novo crescimento do protestantismo no Brasil.

Friedrich Sauebronn foi responsável por trazer os colonos para cá.


Assim que chegou no Brasil sepultou o próprio filho que havia nascido em viagem. Com isto ganho
um pedaço de terra e construiu o cemitério luterano Nova Friburgo que seria depois o Cemitério
Jardim da Paz.
A Igreja Metodista chega no Brasil em 1835. E em 1841 já contava com diversos
núcleos de pregação, o que acabou irritando os católicos. O Padre Luiz Gonçalves
dos Santos criticou os metodistas no livro O catholico e metodista.

Com a chegada do pastor James Cooley Fletcher, enviado pela Sociedade Bíblica
Americana em 1851, aumentou o número de evangélicos que chegavam no Brasil. Era
um homem muito influente e tinha como estratégia deixar Bíblias no porto para quem
quisesse pegar.

Em 1855 chegam no Brasil o casal Robert e Sara Kalley. E organizam de prontidão uma
congregação e a primeira escola bíblica dominical realizada em português.

Em 1859 chega o pioneiro da denominação presbiteriana, Green Simonton


Green Simonton

Robert e Sara Kalley.

A IMIGRAÇÃO PROTESTANTE
2.3 AS PRIMEIRAS TENTATIVAS MISSIONÁRIAS

• “A ação missionária para o Brasil tem início em 1855, são exatos trezentos e cinquenta e cinco
anos depois de seu descobrimento. Os missionários eram geralmente anglo-americanos, sendo
a maioria proveniente dos EUA. Começou com os congregacionais, depois vieram os
presbiterianos, os metodistas, os batistas e por fim os episcopais em 1889”.

• Além de missionários cumpriam vários funções, profissões.

• “Fundaram Igrejas, escolas, hospitais, seminários, institutos bíblicos, clínicas, jornais e editoras”.

• Só a Igreja Presbiteriano do Sul enviou sessenta e cinco missionários... o que torna impossível
contabilizar, por falta de estatísticas, a quantidade se somada com todas as outras
denominações.
Robert Reid Kalley (médico-missionário escocês de origem presbiteriana), um missionário
congregacional que chegou ao Rio de Janeiro em 1855 que teve acesso à elite brasileira sendo
visitado até mesmo pelo Imperador D. Pedro II.

Trouxe também pessoa que ele ajudara a converter para trabalho de venda da Bíblia.

Congregacional, de origem presbiteriana, era avesso à rigidez de credos, chegando a funda a


União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil.

primeira congregação protestante brasileira a cultuar em


Português
2.4 A CHEGADA DOS PRESBITERIANOS

“A vinda dos presbiterianos está ligada à história de Ashbel Green Simonton. Ele
chegou ao Brasil em 1959 e permaneceu apenas por sete anos”.

Fundou a primeira Igreja Presbiteriana do Brasil (Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro), a


primeira Escola Paroquial e primeiro Seminário.

Participou da ordenação do primeiro pastor brasileiro, o ex-padre José Manuel da Conceição


(1865). Morreu jovem, aos 34 anos.
2.5 AS DUAS INVESTIDAS METODISTAS

“Justus Spauding veio para cá em 1936 e Daniel Kidder em 1937. Com a morte da esposa,
Kidder voltou em 1940 e Spauding foi embora ao final de 1941, deixando uma Congregação de
quarenta membros”.

“Após isso, devido a problemas denominacionais e a Guerra da Secessão americana, os metodistas


demoraram mais vinte cinco anos para retornar ao Brasil”.

“Em 1867 o cinquentenário Junius E. Newman recomeçou o trabalho aqui e permaneceu por vinte
e quatro anos. Trabalhou a maior parte do tempo em Saltinho, próxima a Campinas, junto aos
colonos americanos que aqui estavam. Morreu em 1898, aos setenta e seis anos”.

O segundo missionário metodista chegou ao Brasil em 1876, isto é, vinte e dois


anos depois de Newman. Chamava-se John James Ranson e tinha apenas vinte e
dois anos. Fundou o jornal Methodista Catholico, que é o Expositor Cristão.
Missionário metodista, James William Koger, chegou em 1881 com vinte e nove anos. Como
Simonton, morreu de febre amarela aos trinta e quatro.

O primeiro a receber autorização para construir em São Paulo um templo com aparência de templo.
“Até a Proclamação da República em 1889, somente os edifícios católicos possuíam esse direito”.

O primeiro pastor metodista brasileiro chamava-se Bernardo de Miranda e foi


batizado por Koger. Além de Bernardo, seu irmão Ludgero de Miranda, Filippe Relave de
Carvalho e Justiniano de Carvalho receberam nomeação episcopal em 1886.
Foi ordenado pelo bispo Granbery em Agosto de 1890, teve apenas seis meses de ministério e
depois morreu por febre amarela.

James William Koger


Justus Spaulding Junius E. Newman

Daniel Kidder John James Ranson


2.6 A CHEGADA DOS BATISTAS

No ano de 1851 o Brasil é pela primeira vez cogitado como possível campo missionário dos
Batistas do Sul dos EUA.

Thomas J. Bowen foi o primeiro a cogitar vir para o Brasil em 1859 através da Junta de
Richmond.

Bowen junto com sua esposa chega no Brasil em 09 de novembro de 1859, porém não foram vem
recebidos, sendo acusado de ser uma seita anabatista, como indica o jornal “O Diário do Rio de
Janeiro” datado em 26 de maio de 1860.

Neste mesmo ano ele retorno, até mesmo por problemas de saúde.

Anos mais tarde nova tentativa viria devido a Guerra da Sucessão (norte e sul dos EUA, sistema
econômico e escravidão entre 1861 e 1865). Fez com que os primeiros batistas que aqui chegaram
fossem refugiados de guerra.
Estes refugiados vieram para São Paulo, em Santa Bárbara, com família compostas por batistas,
metodista e presbiterianos.

Estes primeiros batistas, juntamente com os demais protestantes, se organizaram minimamente aqui
a por de termo o pr. Richard Ratcliff celebrando o primeiro casamento por um batista em solo
brasileiro, e que viria a ser pastor futuramente da igreja de Santa Bárbara. Isto ocorreria por
volta de 10 de setembro de1871 com mais ou menos 27 membros fundadores.

Porém há muito controvérsia, já que J. Reis Pereira, em seu livro, afirma que esta igreja não era
missionária, mas apenas para atender colonos de língua inglesa.

É temerária esta afirmação já que em 12 de outubro de 1872 este mesmo grupo solicita à Junta
de Richmond a vinda de missionários ao Brasil.

Neste meio tempo viria a existir a Igreja da Estação em 1870, que “seria” a segunda igreja em
solo brasileiro.
O trabalho batista começou com dois casais que atenderam o convite de imigrantes
americanos em São Paulo: Anna e William Bagby vieram primeiro em 1880, (Ratcliff retornara ao
EUA devido falecimento da esposa) e no ano seguinte chegaram Zacarias e Kate Taylor (em tese,
seria a terceira igreja fundada) foram os primeiros a chegarem aqui. O casal Bagby chegou ao Rio
de Janeiro em 2 de março de 1881.

Trabalho este por convite de imigrantes americanos em SP. Estes, casal Bagby, se estabeleceram em
Santa Barbara d’Oeste, depois foram para Campinas, indo estudar nosso idioma num Colégio
Presbiteriano.

Um ano depois chegaram os Taylor, em seguida foram para a Bahia, fundando a primeira Igreja
Batista da Bahia em 15 de outubro de 1882. O casal Bagby muda-se para o Rio de Janeiro e depois
volta para São Paulo.

Já a missionário Anna inicia o Colégio Batista Progresso Brasileiro em 1902. Em 1910 ela entrega
o colégio para a junta de educação que passa se chamar Colégio Batista Brasileiro, localizado no
Bairro de Perdizes.
Anna e William Bagby
Assim, defendia-se que em 15 de outubro de 1882 foi organizada a primeira Igreja
Batista Brasileira, na cidade de Salvador ( o casal Taylor) – versão defendida por
Antônio Gouvêa de Mendonça.

Porém o fruto do trabalho dos missionários Willian e Ana B. Bagby, Zachary e kate
Taylor e do ex-padre brasileiro Antônio Teixeira de Albuquerque - que veio a se
tornar o primeiro pastor brasileiro – era o trabalho oriundo de imigrantes advindos da
Guerra da Secessão dos EUA (anos 60), como já dito.

Logo, a primeira congregação de irmãos batistas vieram de Santa Bárbara d’Oeste


(SP), em 1871. Sendo um dos pastores da época: Richard Ratcliff

Richard Ratcliff Antônio Teixeira de Albuquerque


Nos vinte e quatro anos seguintes diversas outras igrejas foram organizadas no Brasil, chegando
na época a trezentos e doze membros.

Este crescimento resultou na organização da Convenção Batista Brasileira em 1907, resultando em


uma organização teológica e doutrinária dos Batistas Brasileiros.

A Declaração de Fé Batista era oriunda da confissão de fé de New Hampshire.

Todas estas datas e teses foram aprovadas pela 82ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira
na cidade de Brasília, tese de Betty de Oliveira, em janeiro de 2003. Derrubando a tese antes
defendida entre o anos de 1960-1970 por Reis Pereira.
Primeira Ig. Batista em Santa Bárbara D’oste

Primeira Ig. Batista em Salvador


Primeira Ig. Batista Brasileira – Bahia, Salvador
Antônio Teixeira de Albuquerque (1840-1887)

Ao assistir secretamente cultos evangélicos se converteu através


de um missionário presbiteriano John Rockwell Smith.

Casou-se com Francisca de Jesus e teve cinco filhos.


Acolhido por missionários metodistas no RJ, em seguida teve
contato com os batistas de Santa Bárbara D’Oeste e seguiu com
eles.
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Túmulo do pastor Richard Ratcliff

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https://www.youtube.com/watch?v=5UWtjPOS924

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