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Zacarias O reinado continuar a lamentar a destruição da cidade, sendo também um

discurso de encorajamento ao povo, assegurando-lhes que a


presença e as bênçãos de Deus continuavam com eles.Não se
Messiânico conhece a data da segunda parte do livro, que está dividida em
duas secções e é provável que um intervalo considerável a separe
Escola Bíblica Dominical da primeira parte.A primeira secção (cap. 9-11) dá-nos um esboço
Professor - Jairo Wanderley do modo como Deus lidará com o seu povo por altura do
Uberlândia - Alvorada Advento.A segunda secção (cap. 12-14) aponta para a glória que
espera o Israel “dos últimos dias”, para o conflito final e para o
triunfo do reino de Deus.
Um profeta de Judá, o 11º entre os doze profetas menores. Tal
como Ezequiel, era de descendência sacerdotal. Descreve-se a si
mesmo como (Zc 1:1) “filho de Berequias”. Em Ed 5:1 e Ed 6:14 ZACARIAS
é chamado “o filho de Ido” que era, mais exatamente, o seu avô. O livro de Zacarias é o mais longo e o mais enigmático dos
Iniciou a sua missão como profeta no segundo ano de Dario (520 Doze Profetas menores. Zacarias era contemporâneo de Ageu, e
AC), cerca de dezesseis anos depois do regresso do primeiro os dois exerceram ministérios complementares em Jerusalém
grupo vindo do exílio. Foi contemporâneo de Ageu (Ed 5.1). entre os exilados que tinham voltado da Babilônia. Embora
tendo o mesmo objetivo de incentivar a restauração do templo
O seu livro está dividido em duas partes distintas: a) capítulos 1 a depois do exílio, os dois eram. bem diferentes no estilo.
8, inclusive e b) desde o capítulo 9 até ao fim. Começa com um
prefácio (Ed 1:1-6), no qual ele recorda a história passada do Dos Doze Profetas menores, Zacarias se destaca pelo
povo de Israel, com o propósito de apresentar um aviso às estilo apocalíptico, e pelas profecias pormenorizadas a respeito
gerações presentes. Depois segue-se uma série de oito visões (Zc do Messias.
1:7-6:8), que se sucedem umas às outras numa noite só e que
podem ser vistas como a história simbólica de Israel. Destinar-se-
iam a servir de consolo àqueles que tinham regressado do exílio e As Visões de Zacarias
a incutir neles alguma esperança. O acto simbólico aí mencionado
- a coroação de Josué (Zc 6:9-15) - descreve a maneira como os
reinos do mundo se tornarão no reino de Cristo. Primeira visão
Na primeira visão noturna Zacarias vê quatro cavaleiros
montados em cavalos de cores diferentes, que percorrem a
Os capítulos 7 e 8, escritos dois anos mais tarde, são uma resposta
terra. Obedecem à vontade do Senhor, dando-lhe notícias da
à questão que o povo, muitas vezes, colocava sobre se se deveria
tranqüilidade da terra (1.11). É a opressiva tranqüilidade do
domínio da terra pelas forças do mal (1.15). O Senhor exercerá muro de pedra, mas pelo fogo protetor da presença divina!
a sua soberania no mundo através dos poderosos seres (2.5). O Deus da coluna de fogo no deserto sinaítico vive e age
angélicos montados nos cavalos simbólicos, que garantirão as em todos os tempos em favor do seu povo amado.
condições necessárias para a reedificação do templo (1.16). Logo depois da terceira visão, o profeta recebe uma
mensagem para os judeus que não quiseram voltar da Babilônia
Segunda visão (2.6). Deus se lhes dirige em termos de grande ternura. O povo
é "a menina do seu olho" (2.8). Por isso, ele revela de antemão
Enquanto a primeira visão contempla o futuro imediato, que haverá guerras em toda a região da Babilônia, onde eles se
a segunda interpreta o passado. A visão de quatro chifres sentem tão seguros e acomodados. Os judeus acham arriscada
simboliza os meios militares utilizados por Deus para castigar uma volta para Jerusalém ainda em ruínas. Na realidade, o risco
Israel primeiro, e depois Judá (1.19). Os quatro ferreiros maior é ficar no exílio. É sempre melhor ficar dentro da
simbolizam os chefes militares que destruíram os impérios vontade de Deus1 É o único lugar de perfeita segurança.
ímpios de que Deus se serviu para castigar o seu povo.
O judeu nunca podia entender como o Deus de Israel Quarta visão
podia se servir de nações pagãs e cruéis para punir o seu povo
privilegiado. O livro de Habacuque expressa eloqüentemente Como no Apocalipse de João, na quarta visão Satanás é
este dilema. A justiça de um Deus santo se vê no fato de ele desmascarado como o implacável inimigo do homem e de
castigar finalmente os castigadores do seu povo. Deus. Aparece no palco Josué, o sumo sacerdote em Jerusalém
(3.1). A cena relembra o diálogo entre Deus e Satanás sobre Jó
Terceira visão (Jó 2). Josué veste "roupas sujas" (3.3), o que sugere a sua
impureza cerimonial. Ageu já tinha convencido o povo de que
Na terceira visão Zacarias prevê a hora de reconstrução o culto estava "imundo" enquanto o templo não fosse
do templo como objeto de interesse particular de seres restaurado (Ageu 2.14). Segundo este argumento, tudo era
celestiais. Não somente o templo mas a cidade toda de imundo, inclusive o próprio sumo sacerdote, o homem mais
Jerusalém há de ser restaurada (2.2). Um anjo comunica-se com chegado a Deus. Mas com a recente decisão do povo de
o profeta — não profeta de barba branca, mas com cara de reedificar o templo, tudo está mudado, e Deus apresenta o seu
jovem! (2.4) O Senhor se serve de jovens nos seus planos para servo Josué ao diabo como limpo, desde a cabeça até os pés
um mundo melhor. Em sonho Zacarias vê os habitantes de (3.5). Que alegria indescritível quando o homem pecador é
Jerusalém, não mais o grupo inexpressivo de exilados declarado puro e justo perante Deus, mercê da obra e sacrifício
desanimados, mas uma vasta multidão que se espalha de Jesus Cristo' Satanás silencia quando Deus declara: "Sois
seguramente além dos limites da cidade, protegida não pelo justificados pela fé! " (Romanos 5.1).
mentindo ao Senhor, e roubando os fundos que deveriam ser
Quinta visão consagrados àquele fim. A visão termina com o rolo destruindo
todas as casas dos culpados (5.4).
Como no Apocalipse de João, as visões de Zacarias são
interpretadas por anjos. Na quinta visão o vidente contempla Sétima visão
um candelabro de ouro com sete lâmpadas, comparável àquele
visto em Patmos por João (Ap 1.12). Desde o tabernáculo no Zacarias na sétima, ele enxerga uma mulher dentro de um
deserto, o candelabro era símbolo da luz do testemunho do cesto, do volume de um efa, com tampa de chumbo (5.7). O
povo de Deus. Até hoje é símbolo usado pelo novo estado de anjo-intérprete explica a Zacarias que o cesto ou efa simboliza
Israel. Sem a restauração do templo, não haveria lugar para o a iniqüidade (5.6/), e que a mulher personifica a impiedade.
candelabro que, segundo a lei, deveria ser móvel permanente Quase todas as religiões pagãs da antigüidade adoravam
no lugar santo (ÊX 25). Para restaurar-se a ordem bíblica do divindades fêmeas, como Astarté, Diana, e Isis. O verdadeiro
culto, o candelabro seria indispensável. As duas oliveiras, Deus é o Pai dos céus. Os judeus sempre eram arrastados ao
vistas na visão como fornecedoras de azeite para o candelabro, culto à encantadora deusa pelas nações pagas. Na visão do
representam os dois paladins que lideram o povo, Zorobabel o vidente, a mulher sedutora é levada no cesto para Sinear, onde
governador, e Josué o sumo sacerdote (4.14). uma casa será edificada para ela. Sinear é o nome de toda a
região da Mesopotâmia, berço das religiões antiquíssimas. O
Sexta visão culto à divindade fêmea pertence somente aos desconhecedores
do verdadeiro Deus e Pai. O culto a ela tem que ser banido,
O Profeta inspirado percebe a sexta visão na forma dum uma vez para sempre, do arraial do povo de Deus.
rolo voante. Desenrolado no céu como tapete, o seu tamanho
enorme de cinco metros por dez permite a leitura fácil do texto Oitava visão
nele inscrito. As dimensões correspondem às do pórtico do
templo, onde a lei devia ser lida ao povo! Como cartaz Na oitava e última visão aparecem quatro carros puxados por
publicitário aéreo, o rolo flutua no ar. De um lado do rolo está quatro cavalos. A primeira visão era de quatro cavalos, sem
escrita a lei contra o roubo, e do outro a lei contra o juramento carros, voltando de uma missão, como patrulha divina. Nesta
falso (5.3). Quem jura falsamente pelo nome do Senhor peca última visão, os outros quatro cavalos, equipados com carros de
contra o terceiro mandamento do decálogo. Quem rouba quebra guerra, saem para uma nova missão. Partem para os quatro
o oitavo mandamento (Êx 20.7, 15). Ora, o povo de Deus tinha pontos cardeais, assim dominando toda a terra. O anjo-
jurado a Zorobabel que completaria a reconstrução do templo intérprete explica que cumprem a soberana vontade de Deus na
do Senhor. Se não o fizesse, quebraria estes dois mandamentos, terra. Por trás dos acontecimentos políticos, vê-se a segura mão
divina controlando tudo. O Senhor dos Exércitos reina desde A Salvação de Jerusalém (Cap. 12)
Sião!
O grande tema dos capítulos 12 a 14 é a salvação e
A Restauração de Sião (Cap. 8) libertação final de Jerusalém, pelo estabelecimento do reino do
Messias. O Senhor há de intervir na situação política mundial
A primeira parte do livro termina com este capítulo. para cumpri-lo. Num trecho apocalíptico, o vidente descreve o
Nele Zacarias reafirma a imprescindibilidade dos planos de cerco de Jerusalém por todos os povos do mundo. Esta
Deus. Apesar dos pesares, Sião, outrora rebelde, se tornará a profecia não pode aludir à destruição posterior de Jerusalém em
cidade fiel, o monte do Senhor dos Exércitos, monte santo 70 d.C, pelo general romano Tito, pois naquela guerra outras
(8.3). Nela haverá velhos se alegrando, e jovens brincando (8. nações não foram envolvidas. Por esta razão conclui-se que o
4,5). Por mais incrível que parecesse aos poucos exilados já de trecho descreve a última batalha para Jerusalém, a de
volta, Jerusalém tornar-se-ia o centro mundial. O testemunho Armagedom. Os atacantes serão feridos de cegueira, o que
visível do templo reconstruído seria essencial ao cumprimento relembra as conseqüências do uso de gases venenosos na
do plano, e por isso o Senhor declarou aos habitantes: "Sejam Primeira Guerra Mundial. A minoria insignificante de
fortes'" (8.9). São prometidas colheitas abundantes para um defensores de Jerusalém triunfará sobre a vasta multidão dos
povo obediente que responde ao desafio de construir. exércitos das nações unidas contra a cidade santa (12.8, 9). Um
com Deus sempre constitui uma maioria!
A Orla
Reino Messiânico
Zacarias aguardava o dia em que muitos povos e A profecia inspirada ultrapassa em tempo o período do
poderosas nações se uniriam para buscar o Senhor (8.23). Esta vidente, que vê em espírito o Messias prometido como rei
esperança de um mundo perfeito, governado pelo Messias, se vitorioso, humildemente andando num jumentinho! (9.9).
encontra em quase todos os profetas. O último livro do Novo Cumpriu-se ao pé-da-letra esta profecia com a entrada triunfal
Testamento, o Apocalipse, relata o mesmo triunfo aqui na terra de Jesus em Jerusalém (Mt 27.9). O profeta promete que este
de Jesus Cristo, nosso Senhor, Senhor da Igreja de todos os rei anunciará a paz às nações, e terá domínio de mar a mar
tempos, e Senhor deste mundo. (9.10). Como era natural, o povo no tempo de Jesus ficou
desiludido quando ele não cumpriu a segunda parte da profecia,
subindo logo no trono, em lugar de Pilatos! Com lirismo
Restauração de Jerusalém poético, o profeta é levado a anunciar o triunfo final de Deus na
história humana, quando os remidos serão como as "pedras na gravadas com o lema: Santo ao Senhor (14.20). Até as bacias e
sua coroa" (9.16). panelas de uso doméstico são enobrecidas com o mesmo lema.
Não haverá mais religião comercializada: "Não haverá
O decreto da paz mercador na casa do Senhor" (14.21).

A Salvação de Jerusalém (Cap. 12)


O grande tema dos capítulos 12 a 14 é a salvação e libertação
final de Jerusalém, pelo estabelecimento do reino do Messias. DARIO I
O Senhor há de intervir na situação política mundial para Dario, rei da Pérsia. Era filho de Histaspes, da família real dos
cumpri-lo. Num trecho apocalíptico, o vidente descreve o cerco Aqueménides. Não sucedeu imediatamente a Ciro. Houve ainda
de Jerusalém por todos os povos do mundo. Esta profecia não dois reis intermédios: Cambíses (o Assuero de Esdras), filho de
pode aludir à destruição posterior de Jerusalém em 70 d.C, pelo Ciro, que reinou desde 529 a. C. até 522 a. C., sendo sucedido por
general romano Tito, pois naquela guerra outras nações não um usurpador chamado Esmérdis, que ocupou o trono somente
foram envolvidas. Por esta razão conclui-se que o trecho durante dez meses e ao qual sucedeu Dario (521-486 a.C.).
descreve a última batalha para Jerusalém, a de Armagedom. Os Esmérdis não tinha qualquer simpatia por Ciro e Cambíses, pelo
atacantes serão feridos de cegueira, o que relembra as modo como eles trataram os Judeus.
conseqüências do uso de gases venenosos na Primeira Guerra
Mundial. A minoria insignificante de defensores de Jerusalém Emitiu um decreto proibindo a restauração do templo e de
triunfará sobre a vasta multidão dos exércitos das nações unidas Jerusalém (Ed 4:17-22). Mas logo após a sua morte e depois da
contra a cidade santa (12.8, 9). Um com Deus sempre constitui ascensão de Dario ao trono, os judeus retomaram o seu trabalho,
uma maioria! pensando que o édito de Esmérdis seria, agora, anulado e tornado
sem validade, pois Dario estava em harmonia com a política
A profecia termina exaltando o Senhor que reina sem rivais religiosa de Ciro. Os inimigos dos judeus não perderam tempo em
(14.9). Todas as nações servem ao Senhor, e os rebeldes são trazer o assunto a Dario e este fez com que se procurasse o
visitados com o castigo mais horrível imaginável (14.12). As decreto de Ciro.
riquezas das nações inimigas são apropriadas por Judá (14.12).
Segue-se a paz mundial, e todas as nações sobem para adorar
ao Senhor. As que não participam sofrem na forma de não Jairo Wanderley
receberem chuva nas suas terras (14.18). A cena de paz e de Uberlândia-MG.
santidade é pintada em termos de idealismo poético. Os https://www.facebook.com/EbdArmagedon
cavalos, outrora de guerra, são enfeitados com campainhas

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