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PSICOLOGIA PASTORAL

Professor: Bruno Piassa


INTRODUÇÃO
A PSICOLOGIA
CONCEITO – A psicologia é a ciência que estuda os
processos mentais (sentimentos, pensamentos, razão)
e o comportamento humano. Deriva-se das palavras
gregas: psiquê que significa “alma” e logia que
significa “estudo de”.
CIÊNCIA X SENSO COMUM
O conhecimento popular, ou senso comum, é o
conjunto de interpretações cotidianas transmitido
através de gerações, com base em expressões
intuitivas.
O conhecimento científico é produzido a partir da
aplicação de métodos formais, sistematização teórica,
experimentações e coleta de dados que, com base na
autenticidade e confiabilidade.
PROPÓSITO

A psicologia compreende e explica os fenômenos


humanos a partir de modelos e teorias consistentes,
com o compromisso de apresentar respostas que
contribuam com transformações individuais e sociais.
A PSICOLOGIA E SUAS ÁREAS DE
ATUAÇÃO
PSICOLOGIA CLINICA
PSICOLOGIA

ORGANIZACIONAL
PSICOLOGIA

DO

TRANSITO
PSICOLOGIA SOCIAL
PSICOLOGIA EDUCACIONAL
PSICOLOGIA JURÍDICA
O QUE SERIA ENTÃO A PSICOLOGIA
PASTORAL?
A psicologia pastoral, na sua essência e na sua
tarefa, é ciência auxiliar da teologia pastoral e,
como esta serve diretamente à assistência
espiritual e prática.
A psicologia pastoral tem como foco auxiliar os
membros de “sua” igreja a distinguir a raiz de seus
conflitos internos. Detectar se o comportamento deles
é adequado ou prejudicial a fim de orientá-los para
obter uma relação saudável tanto na igreja quanto na
sociedade.
“Conheça todas as teorias, domine todas as
técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja
apenas outra alma humana.”

Carl G. Jung
AS DEMANDAS DO MINISTÉRIO
PASTORAL
As demandas do ministério pastoral dependem de
qual tipo de vocação ele exerce e das condições
que a igreja local lhe oferece.
PASTOR INTEGRAL
X
PASTOR BIVOCACIONADO
PASTOR INTEGRAL – Possui mais tempo para
dedicar-se a Palavra de Deus e ao ensino. Pode
fazer visitas e administrar as questões
administrativas da igreja.
O pastor integral quando bem assistido pela igreja
local, tendo subsidio financeiro e uma agenda
equilibrada, é certo que seu rendimento será
muito satisfatório e os resultados tendem a ser
mais sólidos.
O pastor integral precisa de entender que sua rotina e agenda
será administrada por ele próprio! Ter o tempo nas mãos para
administrar pode ser destrutivo. Ele enfrentará o dilema da
OCIOSIDADE X ATIVISMO RELIGIOSO.
PASTOR BIVOCACIONADO – Possui menos tempo e
condições para dedicar-se a Palavra e ao ensino. Ele
depende de buscar seu sustento para manter-se e
cuidar de sua família. Muitas igrejas nem sequer ajuda
de custo dão! Quando não, o que ofertam não cobre
nem o combustível.
O QUE FAZ UM PASTOR DE ACORDO
COM A BÍBLIA?
Pela terceira vez, ele lhe disse: "Simão, filho de João, você
me ama? " Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter
perguntado pela terceira vez "Você me ama? " e lhe disse:
"Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo".
Disse-lhe Jesus: "Cuide das minhas ovelhas.

João 21:17
A lição fundamental do texto é que o amor por Cristo
é o único motivo aceitável para servi-lo.

Jesus esta dizendo a Pedro que se realmente ele o


ama, ele deveria “APASCENTAR” as suas ovelhas.
AS QUATRO ORDENS IMPERATIVAS
DADAS POR PEDRO AOS PASTORES
(1) Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus
cuidados. (2) Olhem por ele, não por obrigação, mas de
livre vontade, como Deus quer. (3) Não façam isso por
ganância, mas com o desejo de servir.
(4) Não ajam como dominadores dos que lhes foram
confiados, mas como exemplos para o rebanho.

Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a


imperecível coroa da glória.

1 Pedro 5:2-4
1. PASTOREIEM O REBANHO QUE ESTA SOBRE

SEUS CUIDADOS.

Tratar – Nutrir, educar e gerenciar.

Ensinar – Exercitar, treinar e capacitar.

Ver Mateus 28:19-20


Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo,

ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu


estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".

Mateus 28:19,20
2. OLHEM POR ELE, NÃO POR OBRIGAÇÃO, MAS DE
LIVRE VONTADE.

O desejo de ser pastor deve ser o sentimento primordial


no coração do crente que esta no período probatório para
o ministério pastoral.
1Timóteo 3:1: “Se alguém aspira ao episcopado,
excelente obra almeja”.

A capacitação divina deve ser acompanhada de


disposição humana.
A espontaneidade é consequência da chamada
pastoral. O pior exemplo de profissional é aquele que
exerce uma função ou atividade que não gosta.
Certamente ele cumprirá suas obrigações motivado
pelo retorno financeiro.
3. NÃO FAÇAM ISSO POR GANÂNCIA, MAS COM O
DESEJO DE SERVIR.

O presbítero não deve ser motivado pelo retorno


financeiro. Isso não significa que não possa ser
sustentado pela igreja local.
Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de
dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a
pregação e o ensino, pois a Escritura diz: "Não
amordace o boi enquanto está debulhando o cereal", e
"o trabalhador merece o seu salário".

1 Timóteo 5:17,18
E também houve entre o povo falsos profetas,
como entre vós haverá também falsos doutores...
por avareza farão de vós negócio com palavras
fingidas...

2 Pedro 2:1,3
NÃO AJAM COMO DOMINADORES DOS QUE LHE
FORAM CONFIADOS

“Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-


lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos
outros.”

Jo 13:14
DE QUEM É O REBANHO?

Pastoreiem o rebanho de Deus ... 1 Pedro 5:2a

A ordem de Pedro assemelha-se ao contexto de


Moisés e Jetro, quando Moisés passou a cuidar do
rebanho de seu sogro.
Moisés pastoreava o rebanho de seu sogro Jetro,
que era sacerdote de Midiã. Um dia levou o
rebanho para o outro lado do deserto e chegou a
Horebe, o monte de Deus.

Êxodo 3:1
A TRÍADE DAS ATRIBUIÇÕES
PASTORAIS
ACONSELHAMENTO PASTORAL – De todos os
ministérios pastorais, o Aconselhamento Cristão é um
dos mais árduos e envolventes. O Aconselhamento
pode parecer, às vezes, uma perda de tempo, mas com
certeza constitui uma parte importante do ministério
cristão, necessária e biblicamente estabelecido.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ACONSELHAMENTO

O pastor conselheiro deve ter condições espirituais e


morais para aconselhar os irmãos, pois as demandas
podem coloca-lo a prova.
1 . TER INTIMIDADE COM
O ESPÍRITO SANTO
O Espírito é que guia a toda a verdade (João 16.13)

Os que são guiados pelo Espírito, produzirão os frutos


do Espírito (Gl. 5.22e23).

É o Espírito Santo que direciona nas decisões a serem


tomadas (Atos 15:28).
Um dos critérios impostos pelos apóstolos na escolha
dos diáconos, era que os escolhidos deveriam ser
cheios do Espírito Santo. Atos 6.3: Escolhei, pois,
irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios
do Espírito Santo e de sabedoria...
2. CONHECIMENTO E VIVÊNCIA COM
A PALAVRA DE DEUS
É bom que o pastor conselheiro seja farto de
ferramentas e técnicas para a pratica do
aconselhamento. Porém a base do aconselhamento
deve ser primariamente bíblica.
Na medicina e na psicologia, os profissionais devem
fazer uso do código de ética a fim de tomarem
decisões que não comprometa a vida de seus pacientes
e tragam prejuízos e danos a si mesmos. No caso do
conselheiro, o código de ética é a Palavra de Deus.
“Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como
obreiro que não tem de que se envergonhar, que
maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15).
A Bíblia não é apenas um acessório no processo
de aconselhamento. Ela é o manual de como o
homem deve se comportar.
“Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso
ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela
consolação das Escrituras, tenhamos esperança”.
Rm 15.4
3. ORAÇÃO
Um certo alguém perguntou: o que é mais
importante, orar ou ler a bíblia? E lhe responderam:
o que é mais importante para um pássaro, a asa
direita ou a asa esquerda?

W. Tozer
Vejamos o que Tiago fala acerca do profeta Elias:

Elias era humano como nós. Ele orou fervorosamente


para que não chovesse, e não choveu sobre a terra
durante três anos e meio. Orou outra vez, e o céu enviou
chuva, e a terra produziu os seus frutos.

Tiago 5:17,18
O PAPEL DO CONSELHEIRO
Visita em lugar de aconselhamento – O lugar físico do
aconselhamento é fundamental e indispensável. Dê
exclusividade as dependências da igreja.

Pressa no lugar de liberalidade – Solicitude x Formalidade.


Os membros sabem se a pratica do conselheiro é mera
formalidade ou vocacional.
Desrespeito em lugar de simpatia – O tempo e o
relacionamento são vitais. Não podemos rotular as
pessoas, mas dar tempo para que elas deem frutos.

Concessão em lugar de imparcialidade – Entenda que o


pastorado deve ser mais importante do que a pessoa que
esta por detrás dele no processo de aconselhamento.
Sobrecarregar a sessão em lugar de moderar o
aconselhamento – O aconselhamento é pedagógico e
não mágico.

Ser direto ao invés de interpretativo – É preciso levar


as vidas a Cristo e não trazê-los a si.
Envolver-se emocionalmente ao invés de permanecer
objetivo – Gerenciar as emoções é vital no
aconselhamento. O pastor e conselheiro deve ter
consciência que as demandas do irmão não são suas.
Atitude de defesa em lugar de empatia – O
aconselhamento deve ser transparente. Sempre que
o processo ficar conflituoso, o pastor conselheiro
deve se perguntar: “Quem esta necessitando de
direção aqui?”.
A VULNERABILIDADE E OS CUIDADOS
DO CONSELHEIRO
O pastor , independentemente de escolha ou do seu
preparo, é forçado a realizar o aconselhamento na
sua igreja. Os membros inevitavelmente levam os
seus problemas a ele para obterem orientação.
MANIPULAÇÃO

RESISTÊNCIA
O conselheiro enfrentará pelo menos três classes
tóxicas de crentes manipuladores:
Os talentosos – São aqueles dotados de
habilidades e são muito úteis na obra local.
Quando são manipulares, eles usam a
dependência do pastor em suas habilidades
As famílias influentes – São aqueles que
congregam em família e quando um membro deve
ser chamado a atenção, todos se revoltam.
Os hiper dizimistas – São aqueles que por
devolverem um dízimo considerável acabam
chantageando o pastor pelas necessidades
financeiras.
Os resistentes – São aqueles que não querem passar
pelo processo do tempo e do amadurecimento. Para
muitas situações a correção e a disciplina pedagógica
serão essenciais para que aja mudança e crescimento. A
questão é: “Querer as bênçãos sem se adequar a uma
vida de obediência”.
AS CRISES NO ACONSELHAMENTO
Mudança súbita ou agravamento que sobrevém no
curso de uma doença aguda .

Mudança brusca produzida no estado de um doente,


causada pela luta entre o agente agressor e o
mecanismos de defesa.
Crises acidentais ou situacionais – São repentinas
e na maioria das vezes não são propositais. Por
mais que elas dão sinais, elas não avisam o dia e
a hora em que chegarão.
Crises de desenvolvimento – são aquelas as quais
todos estão sujeitos. Independência financeira e
suas responsabilidades, ingresso na universidade,
gravidez...
Crises existenciais – As chamadas crises de identidade
onde não sabemos quem somos e o que queremos. O
enfrentamento da morte de alguém que amamos, o
deparar-se com a ruptura de uma relação.

Exemplo: Elias e o desejo de morrer. 1Reis 19:1-4


TEOLOGIA PASTORAL

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