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NOME DO ALUNO: Allan Dias Velasque

RESENHA DO LIVRO:
AS DUAS NATUREZAS DO REDENTOR

CIDADE: CUIABÁ/MT
ANO: 2023

Resenha crítica apresentada em cumprimento às exigências da


Teologia Sistemática IV (Cristologia) do Curso Médio em
Teologia do Instituto Bíblico Rev. Augusto Araújo-IBAA,
ministrada pelo prof. Nelson Júnior Abreu.
Nome: Allan Dias Velaque
Curso: Médio em Teologia
Data: 19/11/2023
Disciplina: Teologia Sistemática IV (Cristologia)
Professor: Nelson Júnior Abreu.

1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Título: As Duas Naturezas do Redentor


Autor: Heber Carlos de Campos
Editora: Cultura Cristã
Ano de Publicação: 2004
Número de Páginas: 544

2. APRESENTAÇÃO DO AUTOR

Heber Carlos de Campos é bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano de


Campinas (B.Th. 1973); fez seu mestrado em Teologia Contemporânea no Seminário
Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição (Th.M., 1987) e doutorou-se em Teologia
Sistemática no Concordia Theological, EUA (Th.D., 1992)

3. PERSPECTIVA TEÓRICA DO LIVRO

O autor aborda a natureza humana de Jesus Cristo, enfatizando a importância de


compreender que Cristo é tanto plenamente humano quanto plenamente divino.Ele
apresenta uma visão ortodoxa cristã, sustentando que a humanidade e divindade de Cristo
são essenciais para a fé e redenção cristãs. Ele refuta heresias históricas que negavam a
humanidade ou a divindade de Cristo e reforça a doutrina da encarnação.

4. BREVE SÍNTESE DO LIVRO

O texto explora a natureza humana de Cristo, enfatizando sua importância na teologia cristã.
Ele descreve como Cristo, sendo Filho de Deus, assumiu um verdadeiro corpo humano e
uma alma racional, concebido milagrosamente no ventre da Virgem Maria. A Assembleia
de Westminster e reformadores como Lutero e Calvino são citados para reforçar a crença
na completa humanidade de Cristo, combatendo heresias antigas que negavam sua
corporeidade física. O texto ressalta que compreender a humanidade de Cristo é crucial
para entender a redenção e a fé cristã.
5. PRINCIPAIS TESES DESENVOLVIDAS NO LIVRO

1. Humanidade e Divindade de Cristo: O trabalho de Campos aborda de maneira


aprofundada tanto a humanidade quanto a divindade de Cristo. Ao enfatizar a humanidade
de Cristo, ele destaca a importância do corpo físico e da alma racional de Cristo,
concebidos de forma milagrosa, como essenciais para a compreensão da redenção na
teologia cristã. Esta perspectiva é complementada pela discussão sobre a concepção
virginal e o nascimento de Cristo, enfatizando o papel milagroso do Espírito Santo e a
virgindade de Maria. Campos também refuta as heresias que negam a corporeidade física
de Cristo, ressaltando a necessidade de reconhecer Jesus como plenamente humano e
divino.

2. Perspectivas Teológicas sobre Cristo: Campos explora as visões da Assembleia de


Westminster e dos Reformadores, como Lutero e Calvino, sobre a natureza humana de
Cristo. A Assembleia de Westminster fornece um entendimento teológico detalhado da
natureza humana de Cristo, enquanto os reformadores defendem a humanidade de Cristo
como fundamental para a fé cristã, destacando a importância da sua corporeidade e alma
racional.

3. Planos Eternos e a Redenção: No contexto dos planos eternos de Deus, Campos


discute a Trindade e o papel de Cristo no pacto da redenção. Ele diferencia o pacto da
redenção do pacto da graça, mostrando como ambos se relacionam com a obra redentora
de Cristo na história humana.

4. História da Doutrina e Erros Teológicos: Campos oferece um relato histórico sobre as


compreensões e equívocos da igreja ao longo dos séculos em relação às duas naturezas
de Cristo. Ele aborda erros teológicos como o ebionismo, que nega a plenitude da divindade
de Cristo, e como essas heresias foram enfrentadas e refutadas ao longo da história da
igreja.

5. Conhecimento do Redentor: Por fim, Campos ressalta a importância de conhecer a


pessoa do Redentor, tanto em sua humanidade quanto em sua divindade. Ele discute as
bênçãos decorrentes desse conhecimento, enfatizando como o entendimento correto de
Cristo influencia a fé e a vida cristã.
6. REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE O LIVRO E IMPLICAÇÕES PARA O MINISTÉRIO

O livro é denso e, em muitas partes, cansativo. Não está claro se a proposta era acumular
muitos argumentos para equipar outros teólogos ou se o autor simplesmente não soube,
ou não quis, fazer cortes. Apesar disso, ele contribui para aprofundar o conhecimento
teológico básico sobre a Pessoa e a Obra de Cristo, a partir da perspectiva de suas
naturezas.

O aprofundamento na compreensão tanto da humanidade quanto da divindade de Cristo


enriquece o ensino e a pregação. Com melhor entendimento dessas duas naturezas, torna-
se mais fácil pregar com profundidade e clareza, edificando a igreja na compreensão da
Pessoa e da Obra de Cristo. Além disso, entender a humanidade de Cristo permite uma
conexão mais íntima com os desafios e lutas na igreja, sendo um dos principais, senão o
principal, a compreensão das heresias. O conhecimento sobre heresias históricas, como o
ebionismo, e como foram enfrentadas e refutadas, nos prepara melhor para defender a fé
cristã.

Compreender as duas naturezas de Cristo não apenas amplia nossa fé, mas também ajuda
a entender melhor a soberania de Deus e o propósito redentor de Cristo. Saber que esse
propósito foi pactuado na eternidade pela Trindade sustenta não só a cruz, mas toda a
criação. De aliança em aliança, o Senhor revelou a principal delas: a redenção em Cristo,
na cruz. O sentimento em relação a Deus, ao saber que Ele tem um compromisso imutável
consigo mesmo e entregou a si mesmo para garantir o cumprimento de Sua Palavra,
mostra que a soberania de Deus é absoluta e Sua perfeição requer amor por Sua própria
glória, cativando nossos pensamentos e coração com uma fé que renuncia qualquer
tentativa, por mínima que seja, de controlarmos qualquer aspecto da nossa salvação.

Este entendimento e sentimento são essenciais para qualquer teólogo que deseje ser
respeitado no meio reformado. É como estar num quarto escuro, acordar de madrugada e
tatear a parede em busca do banheiro, sem saber para onde ir, ou ter um conhecimento
razoável sobre nosso quarto; sem isso, andaremos no escuro, nos machucaremos,
trombaremos em móveis e não encontraremos a porta. Muitas pessoas hoje vivem o
ministério pastoral ou lideram parte da igreja de Cristo sem saber onde está o 'banheiro',
ou seja, não conseguem relacionar a Bíblia com a Bíblia, explicar a Palavra de Deus pela
própria Palavra de Deus. Pior ainda, esses líderes não conseguem relacionar a Palavra de
Deus com o próprio Cristo, e muito menos com o amor de Deus por Sua glória. Andam no
escuro, tateando partes da casa, sem ideia de onde estão.

Estabelecer a glória de Deus, Seu amor por si mesmo, Sua revelação em Cristo, as duas
naturezas de Cristo e o que a obra de Cristo representa são critérios indispensáveis ao
ministério do líder na igreja. O líder não deve apenas saber onde está o interruptor para
andar na luz, mas também deve conduzir as pessoas a saberem para onde ir em seu
processo de santificação.

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