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PARTE II

07 – Sobre este livro


08 - Cristologia, o estudo da pessoa de Cristo.
09 – A dogmática
10 – Concílios ecumênicos.
11 - 1º Concilio ecumênico – Niceia.
12 -2º Concilio ecumênico – Constantinopla.
13 - 3º Concilio ecumênico – Éfeso.
13 - 4º Concilio ecumênico – Calcedônia.
14 - Breve histórico dos debates conciliares.

15 - A humanidade de Cristo. A vida terrestre do Messias.

09 – União hipostática de Cristo.

10 - O paradoxo: homem e Deus, Jesus homem.

11 - Um corpo de carne para o verbo.

12 - Jesus Cristo, segundo Adão e homem novo.

13 - Identificado pela placa.

14 - Um pouco de história.

15 – A santidade de Jesus. A positiva santidade do Cristo.


16 – Os dois estados de Cristo – Humilhação e exaltação.

17 - Kenosis, esvaziamento.

18 - Exposição de Filipenses 2:5-8.

19 - Jesus foi ao inferno?

20 - O Despertar e a saída do tumulo.

21 - As aparições do Cristo ressuscitado.

22 - Ofícios de Cristo.

23 – Cristo pré encarnado.


Sobre este livro

A Obra redentora do Espirito Santo não se limitou ao espaço – tempo da obra


apostólica, foi nos deixada uma herança histórico-profético que lançou a base
doutrinária que é retransmitida ao mundo com o aperfeiçoamento da igreja
para cada momento histórico. Deste tema ocupasse este livro. Contudo, negamos
que se possa rejeitar a Inerrância Bíblica sem graves consequências, quer para o
indivíduo quer para a Igreja. Este livro não pretende ser uma resposta final sobre
temas tão profundos e importantes. Também não é um escrito tendencioso,
polemico nem mesmo defensor de denominação religiosa em particular em
detrimento de outra. Qualquer que seja a denominação religiosa do leitor, ele
encontrará grande proveito e satisfação com o que encontrará nestas páginas.
Defendendo o cristianismo, mas reconhecendo que diante da dignidade de Deus e da
grandiosidade de sua Santa Palavra estou pessoalmente aquém e este tratado em
falta permanente neste labor, pois só conhecemos em parte, mas grande é o Senhor
que nos iluminará na senda do saber até a sua vinda. É a defesa da fé exercida por
todo aquele que crê e dos que ainda virão a crer em Deus e no seu projeto para toda
a humanidade que me anima a escrever. A história nos ajudará a entender o mundo,
as realizações humanas, as gerações que declaram a outras gerações os feitos do
Senhor nosso Deus e as profecias Bíblicas. Assim também a história nos auxiliará
pelos caminhos da fé para conhecer um pouco a construção da CONSTITUIÇÃO
DOGMÁTICA DA NOSSA FÉ. Os dogmas, as doutrinas da fé cristã foram construídas no
tecido da história das gerações de adoradores em todos os tempos. Não existe
doutrina à parte da história da fé, por sua vez o fortalecimento da fé cristã está
construído pelos trilhos dogmáticos do ensino das Escrituras sobre a pessoa principal
do cristianismo, O Senhor Jesus Cristo, nosso mestre e salvador. A nossa firme
constituição de fé se tornou dogma, conceito e doutrina que perdura até os nossos
dias. Como isto aconteceu? Como cremos no que cremos sobre a Bíblia, Deus, Jesus e
o Espirito Santo? Como isto tem afetado a nossa vida de fé, religião, nossos conceitos
sobre a vida pelos séculos até os dias atuais? Creio que esta literatura será útil para
aplicar na Escola Bíblica, no Seminário, como fonte e consulta para pesquisa para os
sermões e claro na sua meditação diária. Faça a sua consideração com oração e
estude com fé. Foi produzido com amor, suor com ajuda de Deus. Aproveite bem!

Toda Honra e Glória a Deus!


O Autor.
DEDICATORIA

Ao único Deus
CRISTOLOGIA
ESTUDO DA PESSOA DE CRISTO
Vero Dei et vero homo

Verdadeiro Deus e verdadeiro homem.


“uma dogmática cristã deve ser cristológica em sua estrutura fundamental como em todas as
suas partes, se é verdade que o seu único critério é a Palavra de Deus revelada e atestada pela Sagrada
Escritura e pregada pela Igreja e se é verdade que esta Palavra de Deus revelada se identifica com Jesus
Cristo. (...) A cristologia deve ocupar todo o espaço na teologia… quer dizer, em todos os domínios da
dogmática e da eclesiologia… A dogmática deve ser em seu fundamento mesmo uma cristologia e nada
mais”. Karl Barth - um dos teólogos mais importantes do século XX; Suíça 1886-1968.

A dogmática É matéria de fé.


É a parte da teologia que trata, sistematicamente, do conjunto das verdades
reveladas por Deus, e das verdades fundamentais vinculadas ao Criador. A
dogmática é uma área específica de estudo da teologia sistemática. Os estudos
clássicos da teologia tem lugar diverso para os cristãos Católicos Romanos e
Protestantes com suas particularidades tanto em assunto quanto em conteúdo.
A proposta teológica trata como Teologia Fundamental os principais temas: A
Bíblia, Jesus Cristo, Deus, e o Espirito Santo, deslocando os demais assuntos
como desenvolvimento e deixando para o final a escatologia.
Esta Teologia Fundamental está construída tanto em uma ordem de ensino
didática como também em honra Daquele que organizou o universo, a vida, e a
própria teologia antes que o mundo existisse, em verdade é um reflexo da
vontade de Deus que inspirou seu povo a amar a Deus sobre todas as coisas e
dar prioridade ao que Ele disse como bem podemos ver ao decretar que seu
povo devia colocar as suas palavras em primeiro lugar todos os dias e inculca-las
em seus filhos por todas as gerações estabelecendo este comportamento como
norma jurídica perpétua (Deuteronômio 6:1-9/Mateus 22:35-40). Tendo em
vista que tudo começou com a palavra de Deus abordamos na parte um deste
livro o tema Palavra de Deus dando a devida importância ao que Deus disse
para evoluirmos em seguida com o tema Cristologia – O verbo de Deus, a
palavra encarnada (João 1:14) - para tratarmos em outro volume da Teontologia
e Pneumatologia. Organizamos a nossa Teologia Fundamental assim:
Bibliologia - Deus Palavra. Cristologia - Verdadeiro Deus e Verdadeiro homem.
Teontologia - A pessoa de Deus. Pneumatologia - A pessoa do Espirito de Deus.
Trindade.

A Bibliologia é um dos campos de estudos da Teologia Sistemática, por tanto da


dogmática, que se ocupa do estudo da Bíblia, desde a sua origem, estrutura,
formação, inspiração e história, com os seguintes temas: Autoridade, Revelação,
Inspiração, Iluminação, Canonicidade.

A Cristologia é a doutrina da pessoa e da obra de Jesus Cristo, trata-se aqui da


sua relação com Deus, sua origem, sua santidade, sua obra e o papel dentro da
doutrina da salvação, assuntos que vem sendo discutido desde os primórdios do
cristianismo. A Cristologia tem sido debatida incansavelmente durante séculos,
com pontos de vista semelhantes, divergentes e mesmo com algumas
controvérsias. Os principais assuntos são:

 A Natureza divino-humana de Jesus (União hipostática)


 A Divindade de Jesus
 A Humanidade de Jesus
 A Encarnação
 A Revelação de Deus

Presta-nos interessante papel a discussão sobre Dogmática e Hipótese.


Dogma é crença ou convicção firme; firme doutrina ou pensamento é também o
fundamento religioso indiscutível de uma crença. Trata-se de pontos
inquestionáveis, uma verdade absoluta que deve ser ensinada com autoridade.
Os dogmas estão presentes no cristianismo, no judaísmo e no islamismo. Por
tanto os princípios dogmáticos são crenças básicas ensinadas pela religião e que
deve ser seguida, respeitado e pregado pelos seus membros sem nenhuma
dúvida.
Ortodoxia é a condição de cumprimento absoluto com todas as decisões,
preceitos e ideais de certos padrões ou dogmas considerado tradicional, de
modo rigoroso e rígido. Para os pensadores ortodoxos, a visão apresentada pela
ortodoxia é tida como a única correta, pois seria baseada em princípios
metafísicos e científicos e ou doutrinários; para o cristão a ortodoxia está
associada a uma doutrina cristã, que é caracterizada por seguir rigorosamente
todas as normas tradicionais da igreja. Portanto toda ortodoxia tem sua base
em um dogma ou doutrina, ensino, Lei. O dogma configura-se em o fundamento
da ortodoxia, em outras palavras - a doutrina é a base para a prática da fé do
indivíduo - surge desta percepção o que deve conduzir cada indivíduo ao
questionamento se todo dogma da sua religião tem como base o principio da
autoridade, Inerrância e infalibilidade da Palavra de Deus. A ortodoxia é o
conceito, e a ortopraxia é a prática, e o dogma é a origem e base que sustenta a
ortodoxia e a ortopraxia da religião cristã. Surge deste cenário a convocação do
apóstolo Paulo em 1ª Coríntios 11:28: “Examine-se o homem a si mesmo”, e
depois de confrontado com o dogma da salvação passe a prática da fé figurada
no ato da ceia do Senhor. Não há espaço para hipótese no exercício da fé
(Hebreus 11:1 – “Ora a fé é a certeza...”) assim como existe a certeza do perdão
e da restauração do homem perdido na salvação oferecida por Cristo Jesus em
seu corpo. Os termos gregos (órthos), que significa “reto”, e (praxe), que quer
dizer “prática” - demonstra que não pode haver uma prática correta sem um
dogma verdadeiro e reto, o dogma é a régua da praxe.

Isto está em conformidade com o ensino de Jesus escrito em João 7:16-17, onde
o mestre afirmou que se alguém desejava saber e provar se a sua dogmática era
de Deus ou não, por tanto se tinha mesmo o poder divino como selo do seu
ministério, precisaria experimenta-la, ou desejar fazer ou praticar a dogmática
por ele ensinada, para então confirmar que a sua doutrina vem de Deus; (a fé
sem obras estaria morta, sem atividade por tanto inócua e sem provas), em
outras palavras: a prática da doutrina confirma a fé e dá o testemunho interno
ao individuo e também um testemunho poderosos que alcança os que ainda
não tem esta mesma fé em Cristo e na sua doutrina, no seu ensinamento. Cristo
afirmou em Mateus 22:29 ser um erro não conhecer a Escritura não
conhecendo também o poder de Deus, uma coisa está ligada a outra, se há
poder de Deus logo a doutrina vem Dele mesmo, este seria o sinal da
autoridade da dogmática de Jesus para sempre, que teria efeito eterno (Atos
14:3). Pois bem, ainda hoje muitos entregam sua vida a Deus por causa do que
Cristo fez e ensinou, isto prova que sua palavra tem poder, há um efeito e a
causa é Cristo por tanto se pessoas ainda estão se convertendo a Deus logo a
doutrina de Jesus é verdadeiramente divina e extrai Dele seu poder, podemos
afirmar com certeza que Cristo vem de Deus, não sendo somente um homem e
menos ainda um anjo (Gálatas 1:8) já que nenhuma doutrina de anjo pode ter
autoridade divina ou apostólica em igualdade com a do Cristo ressuscitado a sua
dogmática permanece para sempre.

O desafio de Jesus à prática da sua doutrina está também transcrita no seu


discurso em Lucas 6:46-49; neste trecho vemos que Jesus afirma que aqueles
que creem ser ele O Senhor devem agir de acordo com esta crença. Crer em
Jesus como O Senhor envolve uma doutrina (uma instrução), assim aqueles que
professavam ser ele O Senhor deveriam praticar a dogmática ensinada pelo seu
Senhor, seu dono, seu tutor, seu mestre e líder – O Senhor Jesus. O grande
mestre afirma que aquele que ouve, ou aprende sua doutrina e a prática é como
alguém que constrói sobre alicerces inabaláveis e indestrutíveis resistentes a
qualquer prova, seja de ordem natural ou sobrenatural, pois sua doutrina vem
de Deus que não se pode abalar ou destruir e tem duração e efeitos eternos
(1ªCorintios 3:10-15). Jesus afirma para estes: “os que ouvem e praticam a
minha palavra”, por tanto a praxe (prática) é resultado de uma orthos (reta)
doutrina e não é uma fantasia inventada pelos homens em devaneio, a isto
também chamamos de fé. Em acordo com os ensinos dogmáticos de Jesus estão
as epistolas como em Romanos 10:11 – “Todo aquele que nele crer não será
confundido”; em Tiago 1:22 – “E sede cumpridores da palavra e não apenas
ouvintes enganando-vos a si mesmo”. Observamos a autoridade de Jesus e da
sua palavra ainda no evangelho de Lucas 4:31-37 – “sua palavra era com
autoridade...Ele dá ordens com autoridade e poder e eles se vão” (os
demônios). Jesus passa então a prática da sua fé, ou seja, ele ensinava com
autoridade e praticava a autoridade de sua dogmática de seu ensino,
demonstrava isto com curas e libertações, ele mostrava que sua doutrina era de
Deus O Pai, praticando-as, exortando os seus discípulos a seguirem seu exemplo
(Marcos 16:20/Lucas 10).

Após ensinar as bem aventuranças (Lucas 6:20-23) ele exorta seus seguidores a
prática dos seus ensinamentos seguindo seu exemplo desafiando seus ouvintes
a colocar em prática sua dogmática e exercer a autoridade que dela vem (Lucas
7:46-49) para estarem firmes contras as armadilhas do adversário das nossas
vidas e sustentados no dia das tempestades, para os discípulos está deveria ser
a prova (Mateus 8:26-27). Observa-se assim que o conceito que Jesus estava
ensinando não era uma tese, pois através da experiência tudo poderia ser
comprovado, assim como os incrédulos pediram um sinal de sua majestade e
poder assim Jesus lhes desafiou, a maior prova da sua divindade seria obtida
através da obediência de seus ouvintes que praticassem o que ele dizia e
ensinava, a sua doutrina e seus dogmas, então estes corações cheios de dúvidas
seriam cheios de fé, este era o jeito de Jesus acrescentar mais fé nos seus
ouvintes, era a sua didática.

A beleza das Escrituras Sagradas é novamente comprovada na sequência do


texto do evangelho em Lucas 7:1 – “havendo concluído suas instruções (sua
dogmática, doutrina e ensinamentos, suas leis) para o povo e aos discípulos
(não era um ensino misterioso, iniciático para poucos, era para todos os que
tivessem ouvido para ouvir e fé para crer) ele foi para Cafarnaum e ajudou o
centurião”. Vemos por esse versículo que Jesus tinha uma dogmática e que toda
sua dogmática, e teologia, e filosofia a sua instrução que é gerada em Cristo tem
autoridade e verdade divinas. A dogmática precisa estar recheada dos ensinos
de Cristo para que o cristão ao pratica-las verifique e experimente por si mesmo
ser ela a verdade de Deus para sua religião e sua vida. Por isto diz a Escritura
sobre si mesma: “ela é eficiente, tem efeito, ela age, é viva e é Deus quem zela
por isso mesmo”. Por tanto não é uma hipótese, mas comprovadamente
verdade e realidade.

Hipótese é a suposição de que algo que pode (ou não) ser verosímil, que seja
possível de ser verificado, a partir da qual se extrai uma conclusão é uma
especulação, chance ou possibilidade de algo acontecer. Uma hipótese
corresponde a uma possibilidade de explicação sobre determinada causa de
estudo. São responsabilidade dos pesquisadores as experiências e outros
métodos de comprovação para descobrir quais hipóteses são mais prováveis ou
verdadeiras. Assim é responsabilidade de cada um que deseja crer na divindade
de Jesus colocar em prática e fazer o experimento em sua própria vida para
obter a certeza ser ela verossímil.

No campo jurídico a dogmática é a norma prefixada e baseia-se em


interpretações que se atem aos parâmetros das próprias normas sem prejuízo
para a coerência interna do sistema normativo como um todo, no entanto os
dogmas jurídicos não são interpretações estáticas da conduta social, tendo em
vista a mutabilidade da conduta humana, da imperfeição da sociedade, e que
por isso mesmo precisam ser revistas e corrigidas, adaptadas a uma realidade
em evolução; ou involução e retrocesso como se tem observado no campo da
ética e da moral, porém seus princípios e pontos de partidas são sempre
inquestionáveis – a valorização da vida, a manutenção da ordem e da paz social
e a preservação da família, o progresso de um povo, a defesa das fronteiras, o
comércio, e as relações exteriores – não são hipóteses, mas realidades
concretizadas em qualquer nação, estes princípios são inquestionáveis. A
dogmática jurídica consiste em garantir que estas revisões e atualizações
permaneçam dentro dos limites das normas jurídicas, o que já foi consolidado
se torna norma e deixa de ser hipótese. A norma de Jesus foi prefixada por
Deus, O Pai, na história da humanidade no Éden, na aliança com Abraão e
depois concretizado nas pedras do decálogo pelo próprio dedo de Deus para
Moisés e por fim com o próprio Cristo. Ali os parâmetros de justiça, paz,
igualdade e fé foram descritos em letras eternas que posteriormente seriam
elevadas a uma dinâmica do cotidiano que tocaria cada vida em todo o planeta,
não pertencendo mais a apenas para um único povo étnico, e isto foi realizado
por Jesus Cristo. A coerência da norma prefixada por Deus foi consolidada e
renovada por Jesus, o filho de Deus, que na plenitude dos tempos (Hebreus 1:1)
através da sua dogmática trouxe para a preservação das famílias de todo o
mundo a justiça e paz relacionada primeira a uma etnia e depois a todos que
ouvem, pois foi disto que se tratou o seu sermão da montanha, uma leitura mais
profunda do significado das letras uma elevação das normas ao seu verdadeiro
espirito e significado, uma revisão e não uma rejeição completa, uma
atualização e não uma anulação total; seu sentido foi ampliado para a
responsabilidade individual e não mais um catalogo nacional, seu cumprimento
estava todo em Cristo a Pedra Viva e eterna, não mais em um símbolo estático,
mas vivo e imutável (Hebreus 13:8).

Os termos gregos hypo (debaixo) e thesis (tese), tem o sentido de base ou


princípio de sustentação das leis. As hipóteses são o conjunto de condições
iniciais a partir das quais, com base num raciocínio lógico, é elaborada a
demonstração de um determinado resultado, chegando a uma tese. Uma
hipótese científica é uma proposição especulativa que se aceita de forma
provisória como ponto de partida de uma investigação. Na teologia a hipótese
de Deus ser verdadeiro e de Jesus ser ao mesmo tempo homem e Deus parte da
premissa inicial que aquilo que está escrito sobre ambos na Bíblia é verdadeiro e
real não um mito ou uma fantasia. É possível verificar a possibilidade e
necessidade de Deus, de Jesus e do Espirito Santo e da salvação do homem,
apenas observando tudo que existe, e no que está acontecendo na história da
humanidade e através da meditação, logo se há possibilidade de que tudo que
existe tenha uma origem, então Deus é verificável pelo que já produziu, e pelo
raciocínio humano embora com estes métodos não podemos conhecê-Lo
completamente e ao infinito. Se a possibilidade de Deus ser a explicação ultima
como causa da vida, nosso objeto de estudo, logo a hipótese mais provável é de
que há Deus, logo há Jesus Cristo filho de Deus como Deus é. Se a hipótese de
que a Bíblia não é verdadeira e de que a Palavra de Deus está mentindo fosse
comprovada, logo não haveria mais cristianismo, cessando assim a salvação da
humanidade, neste caso também não haveria um Deus verdadeiro, pois a Bíblia
declara que Deus não pode mentir, restando ainda a possibilidade da existência
de um deus mentiroso, o mesmo foi desmascarado por Jesus quando chamou o
diabo de o pai da mentira (João 8:44), neste caso eles não seriam diferentes um
do outro o que violaria o principio da fidelidade e imutabilidade de Deus, por
tanto é impossível (Hebreus 6:18). A premissa da qual Deus é Real e Jesus seu
filho é verdadeiro Deus e verdadeiro homem não torna a hipótese da salvação
uma verdade, pois, ela nunca foi uma hipótese ela sempre foi real, do contrário
o que a Bíblia declara sobre Deus estaria incorreto sendo assim Jesus não seria o
que ele disse ser, destas conclusões nasce a dogmática de que o desejo de Deus
é salvar todo o homem e o Salvador é Deus em forma de homem, seu próprio
filho o Senhor Jesus Cristo; se há o desejo logo a uma fonte deste desejo (Deus)
e se há uma fonte há um objetivo, proposito (a salvação) logo ha um objeto (o
homem) o que torna a hipótese em realidade verificável uma verdade
indiscutível, surge daí a inquestionabilidade em que há um Deus e seu filho
Jesus é como Deus é em seu ser, seu desejo e seu objetivo. Ainda resta que a
Hipótese Nula é um conceito do âmbito da estatística e da probabilidade, que
afirma que uma hipótese é considerada verdadeira até que surjam evidências
que provem o contrário. Ainda não surgiram evidencias que provem que não há
Deus e de que o homem ou outra criatura possa resgatar sozinhas a
humanidade da perdição eterna e colocar o ser humano em paz com seu
criador. Com isto em mente passemos adiante, para conhecer a profundidade
das riquezas que há em Cristo nosso Senhor e verdadeiro Deus.

D
eus é o único sujeito da encarnação e também a única pessoa agente. A
iniciativa divina não tolera outro sujeito de ação neste grande mistério.
A humanidade de Cristo é simples predicado da sua vontade e
divindade. É nesta humanidade de Cristo que consiste a salvação do homem.
Deus fez isto por que ele pode. Deus fez isto por amor (Hebreus 1:6). A
humanidade de Jesus o homem, é o resultado unicamente da vontade e ação de
Deus. Deus Pai é o agente da encarnação; Deus filho é o sujeito da encarnação
(João 3:16). A humanidade de Deus é Jesus o filho de Deus. Jesus o filho do
homem é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. (1ªJoão 5:20\Judas 4)

Em termos humanistas e humanitários podemos declarar que Jesus foi o melhor


ser humano de todos os tempos e será assim para sempre. A capacidade
relacionada ao ser humano em toda a sua plenitude estava em Cristo. O grau de
psiquismo, equilíbrio e serenidade interiores prevalecem no ser do Messias.
Uma pessoa com grande interesse pelos seres humanos. É Jesus quem possui a
verdadeira compreensão dos direitos do ser, da sociedade, a sua psicologia da
sua biologia, da alma, do corpo e do espirito humano, da sua cultura e filosofia.
Podemos afirmar que em Cristo havia a plenitude do ser humano. O homem
máximo.

Foi da vontade de Deus que o divino se tornasse humano, o resultado desta


vontade divina, seu predicado, foi o homem Jesus. Neste homem pleno habitava
corporalmente a divindade plena, mas não a sua glória plena visível. (João
1:1,14,18\Colossenses 1:19\Hebreus 1:3\1ºTimóteo 3:16\Filipenses 2:6-8)

Foi da vontade de Deus que seu divino filho fosse homem para demonstrar de
fato o significado de ser humano e o plano e desejo de Deus que todos reflitam
a imagem e semelhança de seu filho Jesus. Por isso Deus mesmo proclamou sua
satisfação pessoal em Jesus (Mateus 3:17\17:5\12:17-18\Marcos 1:11\Isaías
42:1-4). Em Jesus Deus tem satisfação, prazer e alegria. O Salmos 37:4 exorta:
“Deleita-te no Senhor”. Jesus dá ao Pai o deleite pleno que Deus merece.
Portanto torna-se importante prosseguir em conhecer a Deus através de seu
filho Jesus, sua maior revelação. Deus realizou plenamente a sua vontade em e
através de seu filho Jesus, um ser humano verdadeiramente a sua imagem e
semelhança, co-igual ao Pai, único e primeiro da sua espécie (Colossenses
1:9\2:2-3\Oséias 6:6b\João 1:18).

Observamos nas declarações de Deus sobre


Jesus registrado em Mateus 3:17, a revelação “A eterna Palavra de Deus
contundente da sua identidade (de Jesus), escolheu essência e existência
humana, santificou-a e assumiu-
ainda que ofuscada momentaneamente pela a até fazer dela uma só realidade
sua humanidade, embora perfeita, quando diz: consigo mesmo, de maneira a
tornar-se, enquanto verdadeiro
“meu filho”. Aqui se descobre que aquele Deus e verdadeiro homem, a
carpinteiro de Nazaré é na verdade filho do Palavra da reconciliação dita ao
homem por Deus.” (Karl Barth)
Altíssimo. Por sua vez também descobrimos
que o Deus dos hebreus tem um filho só seu;
descobrimos que Deus é Pai no sentido real da palavra e que por isso todo
homem pode se identificar com Deus neste sentido, pois Ele é o Pai de todos e
nosso criador, o doador da vida que há em si mesmo (João 5:25-27). Não foi
apenas o filho que se tornou carne, mas o Pai declarou aos mortais que entre
eles estava um homem que é Deus Filho. Na verdade este filho é como o Pai é;
em termos populares o filho é igualzinho ao Pai (Mateus 11:27\João 14:7). Este
filho é unicamente do Pai, é único que não tem pais terrestres, tendo como
exceção o período da encarnação quando ele mesmo gerou corpo para si. O
milagre da encarnação teve lugar sem qualquer cooperação humana. Não
existem dois filhos de Deus. A união hipostática une humano e o divino em um
só e único filho de Deus.

Este tem sido o credo dos cristãos por séculos e o propósito do credo é agir
como um critério de crença correta ou uma ortodoxia, uma dogmática que dá
um norte sobre o que se conhece sobre a pessoa de Jesus Cristo. Entender
como foram percebidos e construídos os dogmas a respeito do Cristo e como
este conhecimento tem afetado e definido a nossa fé é tarefa mui importante e
árdua. Havendo decorrido grandes disputas através dos séculos podemos
acreditar que o conhecimento que temos atualmente continua e ainda será
ampliado ao infinito. No entanto não convém desprezar a nossa história, mas
presta-nos grande serviço saber como se desenvolveu tal obra com ajuda de
Deus e cooperação dos homens; para tal finalidade abordaremos
resumidamente a construção histórica sobre a humanidade de Cristo e da sua
divindade no decorrer dos séculos, sabendo, porém que não estaremos
esgotando o assunto dos concílios ecumênicos.

Concílios ecumênicos.

Concílio ecumênico (gerais ou universais) é uma reunião de todos os bispos


cristãos que foram convocados para discutir e resolver as questões doutrinárias
ou disciplinares da igreja cristã primitiva com o objetivo de encontrar e
estabelecer algum consenso teológico para o cristianismo. O enfrentamento das
heresias, a necessidade de reformas, de reflexão e debates são razões para
estes encontros históricos. A palavra ecumênico significa: mundo habitado;
designando o mundo em geral com ênfase no Império Romano, pois foi durante
boa parte do Império Romano que se desenvolveram os concílios ecumênicos.
Os anglicanos, luteranos, calvinistas e algumas denominações protestantes
reconhecem até o 4º concilio, outros até o 7º concilio. Os sete primeiros
concílios ecumênicos foram:
4. Concílio de Calcedônia (451)
1. Primeiro Concílio de Niceia (325) 5. Segundo Concílio de Constantinopla (553)
2. Primeiro Concílio de Constantinopla (381) 6. Terceiro Concílio de Constantinopla (680)
3. Primeiro Concílio de Éfeso (431) 7. Segundo Concílio de Niceia (787)
A Palavra bispos vem do grego: epíscopos que significa bispo; inspetor diocesano;
supervisor ou superintendente. O texto Bíblico em 1ª Pedro 2:25, se refere ao
Senhor Jesus como Pastor e Bispo das almas dos homens que se convertem. Os
homens que foram escolhidos para liderar, apascentar, cuidar e para guiar os
discípulos de Cristo no seu trabalho na igreja também são chamados de bispos
(Atos 20: 28/Filipenses 1:1/1ª Timóteo 3:2/Tito 1:7).

O sínodo é a assembleia de bispos de todo o mundo que reunia-se nos concílios.


Concilio e sínodo se refere ao mesmo tipo de encontro e são usados como
sinônimos. Os concílios serviam para clarificar vários aspectos doutrinários e
disciplinares nos primórdios do cristianismo.

O exemplo mais pragmático e que contém considerações de ordem prática,


realista e objetiva, é o concilio de Jerusalém em 49 D.C. que libertou a igreja
cristã das regras judaicas da sinagoga e do judaísmo (Atos 15: 21-31\21:25). Este
concilio de Jerusalém desligou o cristianismo do judaísmo e confirmou o ingresso
dos gentios na cristandade.

Naquela ocasião foi resolvido o dilema que contaminava as igrejas recém-


formadas: para ser cristão era necessário seguir o judaísmo? Poderemos verificar
alguns versículos que deram base para a decisão de tornar o cristianismo
independente do judaísmo e universal com acesso a todos que aceitando Jesus
como seu único salvador podia ser considerado filhos do mesmo Deus que o são
os judeus sem serem obrigados a seguir os costumes judaicos; decisão tomada
pelos discípulos de Jesus logo no 1º século.
(Gênesis 12:3\Gálatas 3:7\Efésios 3:6).
1º Concilio Ecumênico: 1º Concílio ecumênico de Nicéia 325 D.C.

Acima um Ícone retratando o Primeiro Concílio de Niceia. Foi no concilio de Nicéia que se fixou a data da
páscoa em 17 de abril equivalente a 14 de Nisã dos judeus.

Quando o Imperador de Roma Constantino derrotou o imperador Licínio em 323


D.C., e finalmente unificou o império romano também pôs
fim às perseguições promovidas contra a Igreja cristã.
Pouco tempo depois, os cristãos passaram a enfrentar um
problema vindo de dentro da Igreja: a controvérsia ariana
começara e ameaçava dividir a Igreja. O problema iniciara
em Alexandria, na forma de um debate entre o bispo
Alexandre e o presbítero Ário. (presbítero: padre ou
sacerdote).

O 1º concilio da igreja primitiva com o objetivo de reunir


todos os bispos da igreja de todas as regiões em que havia cristãos foi realizado
em 325 D.C. (20/5/325 a 19/6/325) na cidade de Nicéia, na atual cidade de Iznik
na Turquia a pedido do imperador romano Constantino. Neste concilio foi
proclamado a igualdade de natureza entre o Pai e o filho que compõe o credo
Niceno, que é a profissão de fé dos 318 bispos que participaram deste 1º
Concilio. Este credo afirma a divindade coessencial do filho aplicando-lhe o
termo: consubstancial ao Pai.
homoousios tou Patrou (consubstancial ao Pai)

O tema importante do concilio de Nicéia era a trindade. Mas a doutrina da


trindade só seria aceitável se crido na divindade do filho que é o Cristo. O
vocábulo trindade foi criado por Tertuliano e passou a fazer parte da teologia
cristã. Ele introduziu o vocábulo trinitas para complemento de Unitas. Segundo
Tertuliano, Pai, Filho, Espirito Santo, são um só Deus por que uma só é a
substancia, um só o estado (status) e um só o poder. Foi Tertuliano quem deu a
mais antiga exposição formal sobre a teologia da trindade. Ele foi patriarca do
cristianismo e viveu entre 160 a 220 D.C., viveu cerca de 60 anos de idade, por
tanto antes do concilio de Niceia.

Havia surgido a controvérsia Ariana sobre a divindade de Jesus entre Ário e


Alexandre, ambos da cidade de Alexandria; uma cidade do Egito fundada por
Alexandre o grande em 331 A.C. que permaneceu sua capital por mil anos. De
acordo com a tradição, a igreja de Alexandria foi fundada por Marcos, o
evangelista, em 42 D.C.

Ário era um jovem presbítero de Alexandria muito ambicioso. Ele estava muito
incomodado com a pregação de Alexandre, bispo da igreja e um senhor idoso.
Ário ensinava duas heresias para contradizer o bispo de Alexandria:

A) Se Cristo é igual ao Pai então ele é seu irmão e não seu filho.
B) Houve um tempo em que o filho não existia e se não existia foi criado, Jesus
seria então o 1º ser criado por Deus. Ensino este perpetuado atualmente
pelas testemunhas de Jeová.

Enquanto isto Alexandre o bispo, ensinava que Pai e Filho são co-iguais.

Ário acreditava em Jesus como salvador, mas negava sua divindade, pois alegava
que o filho não era como Deus. Afirmava que o Logos era inferior ao Pai.
Devemos ter em mente que na igreja primitiva cria-se na divindade de Cristo,
mas ainda não se expressava isto teologicamente. Surgiram então conceitos
como:
a) Subordiniacionismo: O filho subordinado ou menor que o Pai e o Espirito
Santo subordinado e inferior ao filho. Concluía-se assim:
1º Pai está acima do filho.
2º Filho está acima do Espirito Santo
3º O Espirito Santo, inferior ao filho e servo do Pai.

b) Monarquianismo: Mono = um, único.


Pai= Filho= Espirito Santo
É o mesmo Deus, mas ora se manifesta como Pai, ora como Filho e ora como o
Espirito Santo, mas não é sempre o mesmo.

O grande herói deste concílio foi Atanásio, o anão negro, na época do concilio de
Niceia era diácono de Alexandria e discípulo do bispo Alexandre, foi Atanásio
quem mais batalhou pela doutrina da trindade durante o primeiro concilio. A
igreja sempre lutou pela verdade e nunca antes do século XX foi centro de
entretenimento ou de palhaçadas no local de culto a Deus. Os homens que
estavam reunidos no concilio foram os mesmos que antes eram perseguidos e
martirizados por Roma, não eram teóricos eram homens de ação. Atanásio mais
tarde escreveu uma obra sobre a encarnação do verbo.

Foi em Nicéia que se empregou o termo Homo ousis = mesma substancia de Deus
Pai para o filho. Foi assim reconhecido e proclamado que Jesus não foi um
homem que se fez Deus, por causa de sua excelência, mas o próprio Deus que se
fez homem para reconciliar a humanidade com Deus. Se o filho não fosse Deus
da mesma substancia que o Pai toda a salvação seria colocada em risco, pois foi
iniciativa do Pai salvar o homem. Isto é a graça divina, não é conquista humana
(Efésios 2:8-9).

A expressão consubstancial vem da junção das palavras gregas:

homos = o mesmo + ousis= substancia, essência, no sentido de ser.

Esta expressão tem o sentido de a mesma essência, co-iguais. O Filho é homousis


ao Pai, é da mesma substancia e essência que o Pai.
2º Concilio Ecumênico: 1º Concilio de Constantinopla realizada em 381 D.C.

Ilustração extraída de um manuscrito bizantino do século IX retrata o primeiro concilio de Constantinopla.


Observamos que a palavra está no trono e no centro da vida dos homens, mais tarde seriam os homens que
se sentariam no mesmo trono e ocupariam o centro, um grave equivoco.

Foi realizado na cidade de Constantinopla, atual Istambul na Turquia em 381 D.C.


Esta cidade recebeu este nome em homenagem ao Imperador Constantino e foi
elevada a capital do império romano em 330 D.C., era a nova Roma. Neste
concilio afirmou-se a natureza divina do Espirito Santo. Este concilio foi aceito
por católicos, ortodoxos e protestantes.

Os cristãos não tinham criado um corpo doutrinário no período da perseguição.


Seguiu-se então um longo período de controvérsias doutrinária, daí a
importância dos concílios. Os imperadores queriam um estado unificado para
salvar a cultura greco-romana e viram no cristianismo um aliado.

Desde o édito de Milão em 313 D.C. promulgado por Constantino, imperador do


oriente e Licínio, imperador do ocidente, o cristianismo passou a ser a religião
oficial do império romano, após diversos episódios de perseguição desde a sua
origem com Jesus Cristo. Este decreto de Milão assegurou a tolerância e
liberdade de culto para os cristãos, alargada a todo o território do Império
Romano. Nascendo então a oportunidade e necessidade de se integrar uma
ortodoxia doutrinária e disciplinar na religião cristã.

O édito de Tessalônica de 380 D.C. decretado pelo então imperador romano


Teodósio I ampliava o edito de Milão. Teodósio determinou que o cristianismo
tornar-se-ia exclusivamente a religião do estado no império romano, abolindo as
práticas pagãs (tradições religiosas politeístas) e fechou os templos pagãos por
todo o império romano. Com este édito de Tessalônica o estado passava a ter
como religião oficial o cristianismo, a religião dos bispos católicos, a religião do
apostolo Pedro. O cristianismo Niceno tornou-se oficial para todos os súditos do
reino que deveriam segui-los.

Até cerca de 360 D.C. os debates teológicos tratavam mais da divindade de Jesus,
a 2ª pessoa da trindade. No entanto o concilio de Niceia não esclareceu a
divindade do Espirito Santo, a 3ª pessoa da trindade que se tornou um tema de
debate. Foi a partir do 2º concilio realizado em Constantinopla que se expandiu a
menção do Espirito Santo no credo Niceno.

Verificou-se que o Espirito Santo é Senhor que procede do Pai, e com o Pai e o
filho é adorado e glorificado. Com isto ficou estabelecido que o Espirito Santo
deva ser da mesma ousia (ser) que Deus o Pai. Esta decisão oficial deu apoio para
o conceito da trindade. Surgiram alguns contratempos:

Macedonianismo – Macedônio era arcebispo em Constantinopla. Ele chamava o


Espirito Santo de criatura do filho servente do Pai e do filho. Vários arianos
seguiram este ensino. Foi um movimento herético, uma grave deturpação do
credo ortodoxo que surgiu em meados do século IV que deve seu nome a
Macedônio.

Os seguidores desta nova abordagem foram chamados de:

pneuma-tômacos = adversários do Espirito Santo.

Negaram a consubstancialidade não do filho, mas do Espirito Santo que


consideravam uma criatura do filho e, portanto inferior a este. O Espirito Santo
seria uma criação do filho e um servo do Pai e do filho. Macedônio, foi refutado
no concilio de Constantinopla. Os opositores dele foram: Atanásio, o anão negro
que antes em Nicéia foi um diácono agora em Constantinopla era bispo de
Alexandria. Basílio o Grande e bispo da capadócia e São Serapião um monge
egípcio e professor de teologia.

Uma das medidas do imperador Teodósio I (379-395) foi proibir os cultos


helênicos e filosóficos. Tratou com rigidez aqueles que se opunham aos preceitos
católicos. Um dos grandes conflitos do cristianismo e do paganismo dizia respeito
ao homossexualismo, prática comum na Grécia e Roma. Os guerreiros espartanos
tinham o hábito de deitar-se com os guerreiros mais jovens (14-18 anos de
idade). A pederastia era considerada um bom exemplo de companheirismo entre
os soldados. Teodósio I proclamou o decreto que condenava o homossexualismo
e a pederastia. Teodósio I ordenou o massacre de Tessalônica contra os nãos
cristãos que resultou em muitas centenas de mortes. Alguns dizem que a
milhares de mortes. Ele foi excomungado pelo bispo Ambrósio por isso.
Arrependeu-se depois. Um dos efeitos negativos do envolvimento do estado nos
assuntos da igreja foi que logo a igreja se viu dominada pelo estado.

O que a Bíblia realmente diz sobre o Espirito Santo.

Para o Espirito Santo ser considerado uma pessoa Ele precisa ter atributos de
pessoa:

A) Amor: Romanos 15: 30.


B) Alegria: Atos2: 13\Lucas 10: 22\ Gálatas 5: 22\Salmos 51: 10-12
C) Tristeza: Efésios 4: 30
D) Ajuda, intercede, sonda: Romanos 8: 26-27.
E) Tem vontade: 1ª Coríntios 12: 11 (O Espirito Santo age como quer)

Para ser Deus, ele precisa ter atributos de Deus:

A) Revela: Efésios 3:5 (aos santos)


B) Poder de convencer o mundo: João 16:8\ Isaías 40: 12-15
C) Atuou na criação: Gênesis 1:2
D) Atuou na criação do homem: Gênesis 2:7
E) Inspirou os homens: 2º Timóteo 3: 16\ 2ºPedro 1: 21
F) Investiga: 1ºCorintians 2: 10
G) Onipresença: João 14: 16-18/Efésios 6: 18\Jeremias 23: 23-24\Efésios 4:8-
10\Atos 1:8\Mateus 16:8\1ºCorintios 6: 19\João 15: 26.
(expressões que denotam onipotência e onisciência como: em todos os
lugares; as expressões que indicam: ao mesmo tempo e de lugar: ficou com
todos, na decorrência do mesmo tempo e tempo continuo como: para
sempre, indicam os atributos divinos).
H) Onisciência: Atos 5:3\Salmos 139: 2, 11,13\1º Reis 8: 39\Romanos
8:27\Isaías 40:12-15.
I) Onipotência: Lucas 1: 35-37\Mateus 19:26\Marcos 16:18.
J) Chama para o ministério: 1º Coríntios 12:7-11\Efésios 4: 11.
K) Dá-nos a vida eterna: Gálatas 6:8.
L) Somos morada de Deus e do Espirito Santo: 1º Coríntios 3: 16-17\ 2º
Coríntios 6:16 - somos morada de Cristo - Gálatas 2:20.

M) Somos morada do Espirito Santo: 1º Coríntios 6: 19.

Lugares para os bispos presentes no 7º Concílio Ecumênico. Não parece ser macio como o
veludo das atuais igrejas. Foto de Ferrell Jenkins.
3º Concilio Ecumênico: 1º Concilio de Éfeso 431 D.C.
Foi realizado na cidade grega de Éfeso, atualmente na Turquia. Afirmou-se a
unidade pessoal de Cristo ou que em Cristo havia as duas naturezas humana e
divina, indissolúvel, inesperadas e sem confusão, formando homem e Deus em
um só e único ser – Jesus Cristo.

4º Concilio Ecumênico: 1º Concilio de Calcedônia 541 D.C.

Foi realizada na cidade de Calcedônia, atual Anatólia em Istambul na Turquia.


Data da sua realização é de 08\10 a 1\11 de 451 na cidade de Bitinia – Ásia
menor com a colaboração de centenas de bispos. Durante este concilio foi
repudiada a doutrina de certo monge chamado Eutiques que vivia em
Constantinopla, relativa ao monofisismo e declarada a dualidade humana e
divina de Jesus, a segunda pessoa da trindade.

Definiu-se ali: Cristo é uma pessoa em duas naturezas perfeitas, sem confusão ou
conversão, sem divisão ou separação. Essas duas naturezas unem-se de forma
hipostática. Permanecendo um mistério como isto se dá. (Tomus Flaviano – Leão I
– Bispo de Alexandria)

Esta declaração faz parte da carta ao arcebispo Flaviano de Constantinopla,


escrita por Leão Magno ou Leão I que viria a ser o primeiro Papa, para combater
as heresias do monge Eutiques.

Em sua linguagem, Leão I nunca admite haver em Cristo dois sujeitos. As duas
naturezas coexistem integradas após a união do verbo com o humano. As duas
naturezas se mantem sem confusão, as propriedades de cada natureza se
mantem intactas e completas onde a comunhão das duas naturezas se faz na
unidade de uma só pessoa: Cristo o único mediador.

O papa Leão I usa o argumento soteriológico que sustenta toda a sua exposição:
Pedro, “por revelação do Pai, confessou que o mesmo é o Filho de Deus e Cristo,
(Mateus 16: 13-17) porque admitir um dos dois sem o outro era inútil para a
salvação” O argumento salvífico repousa em três argumentos inseparáveis:

 - a verdade da Divindade de Cristo,


 - a verdade de Sua humanidade e
 - a verdade da unidade de uma mesma Pessoa.

Leão I não tenta criar um meio termo. Estando em perfeito acordo com o dogma
de Éfeso (defendido por São Cirilo e contra Nestório), fica distante tanto de
Nestório quanto de Êutiques e afirma as duas naturezas em Cristo,
Assim podemos entender o termo grego hipóstase mais como
pessoa\natureza - tanto melhor quanto o termo substancia.
Os concílios colocaram em ordem os ensinos cristãos e esclareciam o modo
correto de se referir aos mistérios divinos. A mensagem é sempre a salvação e o
combate as heresias que criavam barreiras a verdade Bíblica.

O credo Niceno foi adotado pela igreja de cristo como resposta contra vários
ensinos falsos como o de Ário, que negou a divindade de Jesus Cristo. A heresia
dele foi condenada no concilio de Niceia em 325.

O CREDO NICENO:

01 - Cremos em um só Deus, Pai Todo-poderoso, criador do céu e da terra, de


todas as coisas visíveis e invisíveis.

02 – Cremos em um só Senhor Jesus Cristo, o único filho unigênito do Pai, gerado


unigênito do Pai, isto é da substancia do Pai.

03 – Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não
criado, não feito, consubstancial ao Pai.

04 – Por quem foram feitas todas as coisas que estão no céu e na terra.

05 – O qual por nós homens e para a nossa salvação desceu se encarnou e se fez
homem. 06 – Padeceu e ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos céus.

07 – Ele virá para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim.

08 – E no Espirito Santo, Senhor e fonte de vida que procede do Pai e com o Pai e
com o Filho é adorado e glorificado. Ele falou pelos profetas.

09 – E quem quer que diga que houve um tempo em que o filho de Deus não
existia, ou que antes que fosse gerado ele não existia ou que ele é de uma
substancia ou essência diferente do Pai, ou que ele é uma criatura, ou sujeito a
mudança ou transformação, todos os que falem assim são anatematizados pela
igreja católica.

Breve histórico dos debates conciliares.

Nestório, patriarca ou bispo de Constantinopla de 428 - 431 D.C. havia proposto


a separação ou a inexistência de duas naturezas em Cristo, uma natureza
humana e outra divina, mas não integradas e sim separadas. A isto deu-se o
nome de diofisismo. Do grego:

Diofisismo: dio = duas e physis = natureza

É um ponto de vista cristológico que se refere as duas naturezas em Cristo.

Depois do concilio da Calcedônia o termo diofisismo passou a descrever a união


hipostática, enfatizando a completa e perfeita unidade de Jesus, conceito este
que perdura até hoje. A partir de então a humanidade e divindade de Cristo é
descrito como hipóstase, destacando a completa e perfeita
unidade das duas naturezas em uma hipóstase = natureza,
substancia, existência.

Êutiques, um monge de Constantinopla, foi quem


fundamentou a heresia do monofisismo. Nascido em 378 D.C.
foi ferrenho adversário de Nestório. Em 448 foi condenado por
heresia. Afirmava que a natureza humana de Jesus se dilui na
natureza divina como um copo de vinagre no oceano.

O monofisismo de Êutiques defendia que depois da união do divino e do humano


na encarnação, Jesus teria apenas uma natureza: a natureza divina; e não uma
síntese de ambas. Foi contra o diofisismo de Nestório ou Nestor, que defende
que Jesus conservou em si mesmo as duas naturezas, divina e humana, porém
separadas. Esta doutrina monofisita foi condenada no concilio da Calcedônia em
451. Monofisistas são docéticos e acreditam que Jesus só tinha a natureza
humana como uma representação de um corpo, mas não sendo realmente
humano, mas só divino.
Nestor e Êutiques foram rejeitados, o monofisismo e o diofisismo também. A
dualidade de Cristo sem a união das personalidades foi rejeitada. No concilio de
Calcedônia foi repudiada a doutrina de Êutiques relativo ao monofisismo e
declarada a dualidade humana e divina de Jesus unida em uma única pessoa em
Jesus Cristo. Neste concilio calcedônio ficou estabelecido a afirmação das duas
naturezas na única pessoa de cristo completamente integradas. Esta declaração
doutrinaria resultante dos debates são aceitos até hoje.

Pode-se afirmar que o diofisismo de Nestor sofreu uma reforma de seu conceito.
Aquilo que foi condenado como uma heresia produziu em certo grau algo
positivo e contribui para o que hoje se denomina como igrejas caledonianas.
Atualmente o protestantismo, as igrejas tradicionais e romanas são caledonianas
ou diofisistas em certo grau.

O que ficou estabelecido como verdade ou ortodoxia sobre a pessoa do Cristo


não foi a criação de um conceito, mas, uma constatação da verdade sobre o
Senhor Jesus e a sua pessoa transcendente. Esta constatação é parte do credo, da
crença e dogma aceito como escriturístico para a religião cristã em geral,
mostrando assim que apesar dos conflitos e politicas de homens pecadores a
volitiva divina persiste em levar todos os homens a verdade sobre cristo.
Assim ficou conhecido o conceito da natureza de Jesus Cristo:

União hipostática de Cristo

Prosópon Hypostasis

Personalidade humana substancia divina


Personalidade humana + essência divina; ambas em Cristo, indissolúveis e
inseparáveis, mas não confundíveis receberam sua melhor descrição no
termo:
União Hipostática de Cristo

DIVINO HUMANO

Nestório defendia que as duas naturezas de Cristo eram entes separados na


mesma pessoa. Após o concilio de Calcedônia declara-se que a realidade das
duas naturezas são integradas em uma só, formando uma unidade harmônica na
pessoa de Jesus.

1 - Jesus Cristo, o homem: Vero homo.


2 - Logos, o verbo encarnado: Vero Dei.

Vero homo. Vero Dei.


Verdadeiro homem Verdadeiro Deus

O termo diofisismo reformado poderia então descrever a união hipostática;


enfatizando a completa e perfeita unidade e integração das duas naturezas de
Cristo, sua humanidade e divindade sendo descritos agora como:

Hipóstase = existência, substancia, natureza.

De certa forma podemos afirmar que o Deus triuno É uma única hipóstase com
três existências da mesma substancia ou natureza, co-iguais, unidas e totalmente
integradas no único Deus e não confundíveis.

O que nós cremos hoje sobre as duas naturezas de Cristo é ortodoxia do concilio
de Calcedônia e Éfeso em 451 D.C. Na ocasião centenas de bispos se reuniram
para debater sobre o assunto e por um fim as discussões entre Nestorianos e
Eutiquinianos.
CRISTO É UMA PESSOA, EM DUAS NATUREZAS PERFEITAS SEM CONFUSÃO, SEM
CONVERSÃO, SEM DIVISÃO, SEM SEPARAÇÃO. ESSAS DUAS NATUREZAS UNEM-
SE DE FORMA HIPOSTÁTICA.

Toda a natureza e hipóstase tem a sua face, sua Prosópon (pessoa); a hipóstase
do verbo, o logos divino tem como seu Prosópon ou sua manifestação, sua
aparição, a encarnação como Jesus Cristo, idêntico a Deus, como filho é ao seu
pai (Colossenses. 1:15).

O concilio não definiu o indefinível, mas confessou:

Vero Dei et vero homo – Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem.

A Cristologia é a mãe dos credos, das confissões e da fé (João 15:5\Efésios 3:4-5).


Cristo é o executor das ordenanças de Deus, o mediador entre as criaturas e seu
criador. É como define o apostolo João: O Logos, a palavra, razão e ação de Deus.

Depois de encarnado o verbo; o Logos não ficou encerrado na carne. Sendo a


divindade incompreensível e onipotente, ela existe fora da assumida humanidade
sem deixar-lhe de ser pessoalmente associada (João 3:13\Lucas 23:43).

Calcedônia expressou sua fé no mistério da encanação, pronunciou-se sobre a


permanência das duas naturezas de Cristo. Vero Dei et vero homo é apenas uma
nova expressão da encarnação do verbo. Ele, Jesus, permanece verdadeira e
plenamente Deus mesmo quando assume a natureza humana (Hebreus 13:8).
Para nós, a igreja, prevalece a plenitude do testemunho bíblico:

Ninguém conhece o filho, senão o Pai (Mateus 11:27).

A humanidade de Cristo. A vida terrestre do Messias.

Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do CORPO DE JESUS CRISTO,
feita uma vez (Hebreus 10: 10).

Vale a pena conhecer as opiniões que surgiram no decorrer da história a respeito


da pessoa de Jesus, e o que os homens têm pensado sobre ele durante séculos,
ainda que resumidamente.
Ebionistas; do hebraico evion = pobre. Por que tinham pensamentos pobres a
respeito de Jesus.

Por volta de 107 D.C. os Ebionistas negavam a natureza divina de Jesus Cristo.
Para os Ebionistas Jesus era somente homem que depois de seu batismo teria
uma relação muito intima com Deus. Ele seria uma pessoa extraordinária, um
profeta, mas não era Deus.

Contra estas ideias poderemos observar o texto bíblico escrito por Lucas 2:41-52
onde o jovem Jesus estava entre os mestres cuidando das coisas de “Seu Pai” no
templo. A resposta de Jesus aos seus pais terrenos pode esclarecer esta ideia
errônea sobre quando Jesus começou a desenvolver uma espécie de relação
intima com Deus, verso 49: Então Ele lhes perguntou: “Por que me procuráveis”? Como não
sabíeis que era meu dever tratar de assuntos concernentes ao meu Pai? Podemos também notar a

expressão anterior sobre a impressão dos mestres sobre o tempo que passaram
com aquele menino no verso 47: Todos os que o ouviam ficavam maravilhados com a sua
capacidade intelectual e com a maneira como comunicava suas conclusões. É fácil detectar este

Jesus menino nos mesmos comentários feitos sobe ele quando adulto como o
que está em Marcos 1:22: E todos ficavam maravilhados com o seu ensino, pois lhes ministrava
como alguém que possui autoridade e não como os mestres da lei.(Talvez os mesmos mestres

que se encontraram com ele quando menino!) Vejamos a mesma impressão nos
textos de Lucas 9:43. A Bíblia exalta a superioridade do ensino de Jesus em
relação aos mestres como em Mateus 7:28-29: 28Quando Jesus acabou de pronunciar estas
palavras, estavam as multidões atônitas com o seu ensino. 29Porque Ele as ensinava como quem tem
autoridade, e não como os mestres da lei. Veja também Lucas 5:26.

Aos 12 anos Jesus já tinha grande compreensão sobre quem ele era e qual a sua
missão na terra. Lucas faz questão de frisar que Jesus foi obediente aos seus pais
e os seguiu para casa. Ainda podemos notar que Lucas afirma a perfeita e
completa humanidade de Jesus (Lucas 2:52), como qualquer pessoa cristo passou
pelas fases de desenvolvimento humano, porém sempre de forma brilhante,
perfeito e sem pecado. José o pai terreno de Jesus morreu quando ele era ainda
muito jovem, tendo Jesus a responsabilidade com sua mãe e demais irmãos
sendo que ele exerceu atividade de carpinteiro conforme Marcos 6:3. Sobre os
irmãos de Jesus podemos consultar os textos de Judas 1:1; Tiago 1:1; Mateus
13:55; Marcos :3;João 7:2-5;Atos 15:13 e Atos 1:14.
Estes foram os judaizantes dentro das igrejas cristãs. É difícil para o judeu crer na
trindade, por isso não poderiam aceitar a divindade de Jesus. Os judaizantes
queriam exigir dos convertidos o dever de seguir a TORÁ, com os seus rituais,
com a circuncisão, a guarda do sábado, e as festas. Consideravam o apóstolo
Paulo como um apostata. Apenas alguns Ebionistas acreditavam Jesus ser o
messias, mas entre estes nem todos acreditavam ser ele Deus. Observamos que
esta ideia dos Ebionistas não era nova, mas uma corrente que tentava
continuamente arrastar de volta para os costumes judaicos àqueles que se
convertiam ao cristianismo, além de diminuir a importância da pessoa de Jesus
no contexto da salvação. Neste contexto o apóstolo Paulo esteve envolvido nos
vários debates apologéticos de seu tempo, como observamos na carta aos
Gálatas 3 onde ele exalta a obra de Cristo como superior aos rituais da Lei de
Moisés, algo percebido em Efésios 3:6-7 quando declara que em Cristo judeus e
gentios são co-herdeiros da graça de Deus através do evangelho de Cristo e não
por causa dos rituais judaicos, corroborando com Paulo a experiência de Pedro
em Atos 10, sepulta por fim a teoria judaizante dos Ebionistas. O concilio de
Jerusalém em 49 D.C. realizado pelos apóstolos e demais discípulos, já haviam
decidido não impor aos convertidos ao cristianismo seguir os rituais judaicos. A
prática Ebionista seria algo similar ao que ensinam em tempos modernos, os
Adventistas quanto ao uso de alguns alimentos e dias sagrados e a continuidade
dos costumes do povo judeu atualmente.

Os Ebionistas negavam a divindade de Jesus.

Docetas; do grego doketos\dokein\dokeo: parecer, aparência, crer numa


aparência.

Surgiu por volta de 70 D.C. esta filosofia tinha origem gnóstica. Os docetas
acreditavam que as coisas materiais são más, o mal reside na matéria. Jesus era
puro e não tinha pecado, logo não teria corpo material. Para estes toda a matéria
era corrupta e sede do pecado e do mal. Como seu corpo era puro, julgavam por
tanto que seu corpo era aparente e não real. O mundo material era mau e
corrupto, então aquele corpo não poderia ser real. A sua crucificação foi um
ilusionismo e apenas aparente, não foi real, uma espécie de holograma. Os
docetas não eram uma seita ou religião, era uma corrente de pensamentos.
Tentavam aliar de forma racional a revelação das Escrituras com a filosofia grega.
Ao observarmos a analise do apóstolo João sobre o ponto de vista gnóstico
verificamos que esta filosofia era mais uma tentativa de enganar os cristãos e
leva-los a abandonar a fé em Jesus para seguir antigas religiões pagãs politeístas
e exotéricas. Atualmente seu equivalente seria a Seicho no ie.

“Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam


que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo” (2º João
1:7). “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de
Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto
conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo
veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo
veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já
ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo”. (1ª João 4:1-3)

Os docetas negavam a humanidade de Jesus.

Arianismo; Ário, presbítero cristão de Alexandria em 325 D.C. Negava a


integridade e perfeição da natureza divina de Cristo. Negava a
consubstancialidade entre Jesus e o Pai. Consubstancialidade diz respeito a
divindade de Cristo ser a mesma que a do Pai. Para estes o verbo que se fez carne
não era Deus, mas um ser criado, uma criatura de Deus. O Cristo seria um
instrumento para a criação, pois a divindade não pode entrar em contato com a
criação, com a matéria. Neste caso Cristo seria inferior e limitado, não possui o
mesmo poder divino, estando entre o Pai e os homens, não seria da mesma
natureza divina, mas um semideus como os antigos heróis gregos. Esta teoria
confunde a teoria sobre o estado anterior de Cristo com o seu estado de
humilhação. Negava a integridade e a perfeição da natureza de Cristo.

O Arianismo nega a integridade perfeita de Cristo com a divindade.

A teoria de Apolinário 381 D.C.; Negava a integridade da natureza humana de


Cristo. Jesus não tinha mente humana. O que ele tinha de humano era o corpo e
o espirito. O verbo encarnado tomou o lugar da mente humana de Cristo. Jesus
era corpo, verbo e espirito, ele não era inteiramente humano.

Um resumo
Nestorio: negava a união hipostática de Jesus, negava a integridade das duas
naturezas divina e humana em Cristo. Na opinião de Nestor Jesus se dividia em
duas partes. Ele negava a unidade integral em Cristo e era diofisista.

Eutiques: era monofisista e declarava que após a encarnação do verbo a natureza


divina absorveu a natureza humana. Assim Cristo não era nem divino e nem
humano, mas uma espécie de deus-humano, como uma possessão, tornou-se
100% Deus na encarnação.

Ebionistas: negavam a divindade de Jesus, ele era apenas um homem.

Docetas: negavam a humanidade de Cristo, parecia humano, a crucificação era


um ilusionismo.

Arianismo: Jesus não era inteiramente Deus, mas um semideus criador, menor
que Deus.

Todas estas teorias são inverdades.

O PARADOXO: HOMEM DEUS & JESUS HOMEM.


Jesus foi uma pessoa real, com corpo real e tangível. Nas Escrituras está revelado
como isto se deu. Em Hebreus 1:6 o texto informa que o primogênito foi
introduzido no mundo, e que este primogênito era digno de adoração dos anjos.
Deus o Pai, que não divide sua glória com ninguém, preparou um corpo humano
para seu filho Jesus, isto está registrado em Hebreus 10:5 “corpo me
preparaste”; corpo este que serviu de sacrifício vivo conforme Hebreus 10:10:
“oblação do corpo de Jesus Cristo” (uma real oferta a Deus foi seu próprio corpo
perfeito, o de Jesus). Este sacrifício real executado no corpo real de Jesus Cristo é
testemunhado pelo apóstolo em 1º Pedro 4:1 “... Cristo padeceu por nós na
carne...”. Segundo o texto de Hebreus 1:1-8 quem deu a ordem para que os
anjos adorassem o filho foi o mesmo que o introduz no mundo e que o tornou
conhecido universalmente, o segredo de Deus oculto no seio do Pai por todos os
séculos foi revelado (Colossenses 1:25-27/Efésios 3:9), ou seja, o próprio Deus
ordena que seu Filho Jesus seja reverenciado (Deus o Pai não sentiu-se usurpado
em sua Soberania ao favorecer seu filho). O Soberano de todo o universo foi
tanto o agente de toda a criação quanto o responsável pelo envio do seu filho em
um corpo humano real e perfeito, sua introdução no mundo foi vontade divina
do Pai com a qual o filho concordou. Desta forma Jesus seria o elemento da
mensagem divina, sendo ele mesmo tanto o mensageiro (a palavra que o Pai
enviou aos homens materializada) quanto a própria mensagem viva e plena, foi
também a vida manifestada como homem em um corpo carnal real e de igual
teor aos seus irmãos terrestres (1ªJoão 1:1-2).

Os irmãos terrestres de Jesus não são apenas os seus seguidores e discípulos


estes mais em sentido espiritual ou como enfatiza a Bíblia “por adoção”; mas
Jesus teve sim irmãos terrenos, filhos de seus pais terrenos, o que coloca em
descredito a crença de que Maria continuou sendo virgem. Veja estes versículos
em sua Bíblia: Mateus 13:55; Marcos 6:3; João 7:3-5; Atos 1:14; Atos 15:13;
Marcos 3:31.

O método pelo qual o primogênito foi introduzido no mundo está descrito em


Mateus 1:18 e Lucas 1:35. O Espirito Santo de Deus concebeu em uma mulher
virgem chamada Maria o Santo, o filho de Deus. O Espirito Santo de Deus gerou o
filho de Deus e o introduz desta forma no mundo. Nos Salmos 2:7 está registrado
que neste dia se cumpriu a vontade de Deus: “Tu és meu filho eu hoje te gerei”.
Esta geração aconteceu quando a virtude do Altíssimo cobriu sobrenaturalmente
a virgem Maria. Não houve participação de homem.

O paradoxo consiste no esclarecimento da sua divindade revelada em João 1:1:


“O verbo era Deus” e João 1:14: “O verbo (que era Deus) se fez carne e habitou
entre nós” e João 1:18: “O filho unigênito que está no seio do Pai”.

Podemos ordenar o texto da seguinte forma: O filho unigênito que está no seio
do Pai, o verbo, era Deus e se fez carne e viveu entre os homens.

Conclui-se: O verbo era Deus e se fez carne, o filho.

Os textos de João ligam diretamente o filho que é o verbo estando com o Pai
(que é Deus) e sendo como Deus é (da mesma substancia, homoousios – o
mesmo ser). Não é o caso de “um Deus unigênito”, pois neste caso ou não
haveria um filho ou o Pai seria unigênito, sendo Ele mesmo o filho, negando
desta forma a divindade de Jesus. Em Deus não há confusão ou contradição, não
há nem sequer uma sombra de variação.

A palavra grega no texto é monogênes Théo = filho unigênito de Deus. Ademais


Gálatas 4:4 declara que o filho de Deus nasceu de uma mulher.

Textos de apoio:

 Hebreus 10:5 – corpo me preparaste.


 Hebreus 10:10 – oblação do corpo de Jesus, a oferta foi o corpo.
 Hebreus 1:6 – Deus introduz no mundo o primogênito.
 Mateus 1:18 – foi concebido do Espirito Santo.
 Lucas 1:35 – Descerá sobre ti (a mulher) o Espirito Santo e a virtude do
Altíssimo te cobrirá, o Santo que de ti nascerá será chamado filho do
Altíssimo.
 Salmos 2:7 – Tu és meu filho, hoje te gerei (Hoje eu Deus te gerei na Terra,
através do Espirito Santo).
 João 1:1 – O verbo era Deus.
 João 1:14 – o verbo se fez carne e habitou entre os homens.
 João 1:18 – O filho unigênito de Deus.
 Gálatas 4:4 – Deus enviou seu filho, nascido de mulher.

Jesus viveu como homem.

 Lucas 2:40 – crescia o menino. Jesus foi um ser humano normal, foi criança,
adolescente, jovem e adulto e sofreu tudo o que uma pessoa sofre.
 Lucas 2:48-51 – Podemos entender que Jesus passou pelos mesmos
processos de desenvolvimento que qualquer outro ser humano; teve de ser
amamentado, teve dente de leite, crescia em sabedoria, enquanto criança
precisava dos pais. Jesus podia ter fome, sede, medo (Lucas 11:27 bem
aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste).
 Lucas 8:23 – Jesus dormia.
 Mateus 21:18 – Jesus sentiu ou esteve com fome.
 João 4:6 – Jesus esteve cansado.
 Mateus 11:19 – Jesus comia e bebia.
 Lucas 3:23-28 – Jesus tem uma genealogia segundo a ordem adâmica, isto
é, um filho da humanidade autentico.
 João 19:28 – Jesus esteve com sede.
 João 21:25 – Jesus comeu.
 João 21:9-10,15 – Jesus jantou, comeu peixe depois de ressuscitado.
 Mateus 26:37 – Jesus esteve angustiado, com medo
 Marcos 14:32-34 – sentiu angustia e medo.
 João 12:26 – sua alma ficou perturbada, ansioso, e aflito.
 João 11:35 – Jesus chorou, teve pesar, ficou triste.
 Hebreus 2:18\4:15\ Mat.4:1 – Jesus foi tentado mas não pecou.
 2ª Coríntios 5:21 – Jesus não conheceu pecado, ele não praticou nenhum
pecado.

Jesus precisou da ajuda de um homem cireneu chamado Simão para levar a cruz;
Jesus morreu como homem. Jesus foi adolescente, homem adulto e Deus. Jesus
pode ter errado o martelo, tropeçado no escuro, mas nunca cometeu nenhum
erro moral. Ele suou sangue, mas perseverou até o fim mesmo quando sentiu
medo, dores e angustia. Em nenhum instante Jesus foi pecador.

Em Hebreus 1:6 declara-se que Deus introduz seu filho no mundo. Obviamente
este texto refere-se a iniciativa de Deus de fazer que seu filho primogênito fosse
introduzido, não em outro mundo, não em um mundo qualquer, mas no mundo
dos humanos, no local onde estão as suas criaturas, o alvo de seu amor, onde os
tais nascem crescem e morrem. Seu filho não foi introduzido neste mundo em
uma forma inteligente estranha ou desconhecido senão na forma humana. Se
existem outros mundos habitados no universo com criaturas inteligentes e de
outras formas, Deus ignorou a estes para habitar neste mundo e com esta forma
humana reconciliar consigo tudo o que há nos céus e na terra. “Toda a criação
geme esperando a sua redenção executada plenamente por este homem Jesus”
(Colossenses 1:20\Romanos 8:22-23\8:18-21).

Sugiro, pois, que não seria possível medir tanto a sua misericórdia quanto seu
amor, nem mesmo outros mundos podem nos separar deste amor de Deus
(Romanos 8:31-39).
Se o centro do universo é onde está Deus então este lugar deve ser aqui mesmo
no planeta Terra, onde Jesus Cristo escolheu para renunciar temporariamente da
sua glória divina e habitar com os homens, e de onde ele mesmo governará
pessoalmente por mil anos em glória no tempo de seu retorno, desde Jerusalém
(Apocalipse 20:4,6/21:1-6/Zacarias 14:9/Daniel 2:44-45; 7:27). A expressão o
filho do homem, aparece em média em 187 versículos na Bíblia podendo variar
em diferentes traduções e todas se referem a pessoa de Jesus Cristo. No
evangelho de Mateus em torno de 32 vezes em que Jesus usou esta expressão
para referir a si mesmo. Segundo a Enciclopédia The Word Bible 11% do texto
grego em Mateus consistem na expressão filho do homem, no evangelho de
Marcos em 5% aparecendo 14 vezes, no livro de Lucas em 10% do texto original
com 28 ocorrências e em João 4% com11 repetições.

Sugiro a meditação no texto de Mateus 25:31-32a “E quando o Filho do homem


vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono
da sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele”.

É Jesus quem está falando (de si mesmo), o que vai acontecer (vir em sua glória),
o que ele (o filho do homem) irá realizar (assentará no trono) em relação as
outras pessoas (todas as nações, implica governos, autoridade e povos) diante
dele (indica submissão). Trata-se de um texto que revela a abrangência do
incrível domínio Real e poder de um único homem, ele mesmo fará isto – o
homem Deus fará.

Aspectos do Reino de Deus e de Jesus Cristo que comprovam sua humanidade e


divindade:
(1) Jesus Cristo, como Rei Supremo (Zacarias 14.9);
2) O reino é para os Salvos (1ªTessalonicenses 4.16-17);
3) O reino é para o remanescente (nações) da Grande Tribulação (Mateus 25.31-46);
4) O reino é para os judeus sobreviventes (Deuteronômio 28.13; Isaías 60.10-15; Zacarias 8.20,23).
O local do Reino: será na Terra, refletindo não somente o aspecto espiritual, mas também o terrestre (Isaías
65.21; Mateus 5.25-26; Apocalipse 5.9-10).
A Capital do Reino: será Jerusalém (Salmo 48.1-3). Biblicamente, a Palestina é o centro geográfico da Terra.
Será o centro de adoração para todos os povos.
A Universalidade do Reino: o reino do Messias será universal abrangendo o mundo inteiro (Ezequiel 43.1-7;
Mateus 25.31; Zacarias 14.9; Salmo 72).
Convém agora examinar que o primogênito foi introduzido no mundo como
gente de igual material que todas as outras gentes, da mesma forma como todos
os povos da Terra: através do nascimento (Lucas 11:27).Este que estava envolto
em panos numa manjedoura e veio ao mundo como uma criança, um menino
que foi o alvo da adoração dos anjos, segundo o texto de Hebreus 1:6b “que
todos os anjos o adorem” e que foi introduzido no mundo através do seu
nascimento como descrito em Lucas 2:11 “nos nasceu hoje o salvador”, no dia
do seu nascimento os anjos anunciaram e o adoraram, copiando-os magos e
pastores locais (Lucas 2:13-15\Mateus 2:2,11).

O texto de Mateus 1:18-24 demonstra que Jesus era completamente homem por
parte de mãe (estando Maria, sua mãe...) de quem herdou sua humanidade,
mas completamente Deus por parte de seu Pai (achou-se ter concebido do
Espirito Santo..., o que nela está gerado é do Espirito Santo). Ele era tanto
homem quanto era Deus. Maria foi equivocadamente denominada théotokos:
mãe de Deus – esta foi uma expressão que trouxe muita controvérsia e foi
rejeitada pelos reformadores, protestantes e evangélicos no mundo todo. O
termo grego cristotokos: mãe do Cristo - seria mais adequado. Neste sentido
Maria e seu marido José podiam exercer a autoridade e cuidados que tem todos
os pais humanos como qualquer outra família de seu tempo que zela pelos filhos
naturais dentro da sua cultura e valores sem jamais se colocar acima de Deus,
como seus tutores. A expressão théotokos inverte a hierarquia universal, não
honra o soberano do universo como EL – o primeiro e único, inverte o processo
da criação colocando a mulher como anterior ao Pai e ao Filho e o Espirito Santo
ou em igualdade, o que é impossível. Deus é a origem de si mesmo, nenhum
humano está em igualdade com Jesus, ninguém guiou o Espirito do Senhor, Deus
é auto-suficiente, incriado, livre e independente (Lucas 2:42-49). As crianças são
um somatório do pai e da mãe, naturezas que são unidas pela concepção do
embrião gerado por eles. Somente o que é gerado pelo divino e pelo humano
pode ser considerado divino e humano.

Um corpo de carne para o verbo.

A fonte sobre Jesus Cristo, sua pessoa e sua vida, sua trajetória e seus
relacionamentos são as Escrituras. É nas Escrituras que a igreja busca
informações para defender tanto a sua humanidade quanto a sua divindade. É
através da Bíblia que repercute o verbo feito carne, feito humano autentico. A
igreja deve valorizar a realidade da natureza de Cristo, como o foi debatido nos
concílios estudados anteriormente.

Cristo não tinha um corpo aparente (docéticos), mas um corpo carnal como o
nosso corpo é, por isso ele é chamado de filho do homem. A expressão filho do
homem é utilizada no judaísmo e no idioma hebraico para referir-se a um ser
humano, uma pessoa, é utilizada para humanidade; literalmente para filho de
Adão; no caso de Jesus trata-se de referir-se a um ser humano autentico. Este era
o titulo que Jesus usou mais vezes para referir-se a si mesmo.

Usando esta expressão filho do homem para si mesmo, Jesus estava se


identificando com o personagem descrito na profecia de Daniel 7:13-15, onde
alguém semelhante a um filho do homem, vindo dos céus, e a quem foi dado
todo o domínio eterno. Ao dizer que ele era o filho do homem, Jesus estava
afirmando que ele era o Messias, o mesmo SER descrito na profecia de Daniel. O
filho do homem que está no céu de João 3:13 é o mesmo filho do homem de
Daniel 7:13-15, Jesus disse quem era e de onde veio. Esta expressão informa que
Jesus Cristo é a encarnação do filho de Deus que toma forma humana para salvar
a humanidade em sua dimensão neo-testamentaria.

O filho do homem na Bíblia se refere a Jesus.

 Mateus 13:37\17:22\18:11\24:44\25:31\12:40
 Marcos 9:31\10:45
 Lucas 5:24\17:24\9:58
 João 1:51\8:28
 Atos 7:56\55-56 comparem com Daniel 7:13
 Hebreus 2:6
 Apocalipse 1:13\14:14-20
 Daniel 7:13-14
Ao analisarmos a passagem da mulher de Samaria:

“A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando
ele vier, nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo”.
(João 4:25, 26)
Verificamos por esta passagem das Escrituras que Jesus afirma para aquela
mulher que ele mesmo é Cristo o messias, e que ele já veio, conforme
profetizado (estava com ela naquele momento corporalmente). Observamos o
mesmo em Mateus 26:63: “Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o
Cristo, o Filho de Deus”; ao Jesus responder afirmativamente ao sumo sacerdote,
ser ele mesmo o messias, deixava claro na mente de seus interrogadores que é
dele de quem trata o texto de Daniel 7:13-14: “o filho do homem que vem sobre
as nuvens assentado ao lado do ancião de dias que é o Todo Poderoso”.

O texto de João 1:14 declara que o verbo se fez carne, mas também afirma:
“vimos a sua glória como a glória do unigênito do Pai”. Aqueles que
testemunharam da vida do filho do homem viram o Senhor Jesus cheio de graça
e verdade, ou seja, viram-no como ele é realmente, como (Jesus) o filho de Deus
o é na sua glória, viram Jesus na sua realidade divina, embora apenas uma
amostra. Podiam comparar esta realidade espiritual real com aquilo que estava
escrito no Antigo Testamento, comparando as coisas espirituais entre si. A glória
de Deus relatada nas Escrituras é a mesma glória do filho do homem que os olhos
dos discípulos viram em Mateus 17; o mesmo filho do homem assentado no
trono das visões em Ezequiel e Isaias.

Assim como Moisés viu a Deus no monte também no monte os discípulos de


Cristo o viram. Deus de Deus, Luz de luz. Aquele filho de Deus semelhante ao
filho do homem assentado no trono das visões, agora estava entre eles, homens
mortais, este é na verdade o unigênito do Pai anunciado em Zacarias 12:10, apto
a morrer e ressuscitar (Hebreus 2:9). Esta mesma visão do Senhor da glória está
registrado em Apocalipse 1:13-15\Daniel 10:5-6\7:9

Em 1ºTimoteo 3:16 lemos ”aquele que se manifestou em carne”, ou em outras


palavras: aquele que tomou para si um corpo humano. Um corpo humano
autêntico como os das pessoas que vivem em qualquer outro lugar do planeta
apto a viver na Terra um “ben adam” filho da humanidade. Isto pode ser
confirmado em Hebreus 2:14, 16 e 5:7. O verbo se fez semelhante em tudo,
carne e sangue, aos homens, aos irmãos. No capitulo 2 de Hebreus verificamos
que Cristo como filho do homem é superior aos anjos. O que antes era um
mistério agora fora manifestado ou revelado trata-se do filho de Deus encarnado,
Jesus o Cristo.
A realidade da humanidade e do corpo do Cristo foi testificada conforme 1ªJoão
1:1-4, as palavras utilizadas no texto: “nossas mãos tocaram, nossos olhos
viram, nós vimos, foi manifestado” é com certeza fruto de uma experiência real
ocorrida no monte da transfiguração (Mateus 17:5). Ainda em 1º João 4:2-3 o
apóstolo enfatiza para os que afirmassem algo em contrário a isto - que Jesus o
filho de Deus não veio em carne ou que não era um humano real e total – que
tais pessoas não podiam carregar em si mesmo outro espirito a não ser o espirito
do anticristo. João pode afirmar categoricamente, combatendo os docetas que
tentavam diminuir o verbo encarnado; o próprio João ouviu e registrou as
palavras de Jesus em João 8:44, que esta negação nada mais é que o espirito do
enganador (2º João 1: 7).

O Logos divino de alguma maneira se uniu ao corpo humano. 1ª Timóteo 3:16


informa como isto se deu constitui-se em um grande mistério. Como a união
hipostática aconteceu não sabemos explicar. No entanto diz a Escritura que “ele
se fez homem”; fez isto consigo ou para si; afirmação completada pelos Salmos
2:7 – “eu hoje te gerei”. Ele, o Logos, tomou a forma humana nos dias da sua
carne conforme mandou seu Pai (Hebreus 5:7).

Outra declaração importante está em Hebreus 10:5-10 que faz referencias as


declarações dos Salmos 40:6-8, referindo-se ao corpo de Jesus como sendo o
próprio corpo do sacrifício, ou seja, um corpo real. Recomendo a leitura completa
de todo o capitulo 10 de Hebreus em contraste com 2º Coríntios 3:5-6. Ademais
os versículos de Filipenses 2:6-8 explicam bem que o verbo se fez o homem
Jesus, como diria o teólogo Karl Barth “o predicado da vontade divina foi
inciativa do Pai e do Filho, o agente da encarnação é Deus”.

O testemunho de Pilatos, governador da Galiléia de 26-36 D.C. registrado em


João 19:5: Ecce Homo, eis o homem; é uma constatação de alguém que estava
diante de um homem real, não era um espirito ou uma aparição como queriam
crer os docetas e gnósticos, mas um Jesus flagelado e com uma coroa de
espinhos, individuo que sangrava de verdade e não apenas um sangue aparente
ou docético não era um cenário teatral, mas um ato da vida com todo seu terror
e esplendor. Ademais quem estava diante de Pilatos não era um homem
qualquer, nele se concentram todas as virtudes e qualidades, ele é o modelo
perfeito para os demais. A expressão em aramaico bar nasha/bar nash se refere
ao homem no sentido máximo, usada para Jesus, exatamente como na expressão
latina de Pilatos - Ecce Homo - se refere ao homem Jesus, o homem verdadeiro e
absolutamente perfeito.

Ecce Homo, obra do pintor italiano Antônio Cismei (1821-1891).

Jesus é aquele filho do homem de Daniel 7:13-14, vindo sobre as nuvens. Trata-
se de um ser humano que transcende a mera condição humana. Esta expressão:
Filho do homem tem duplo significado.

a) Indica a condição humana, com a fraqueza inerente a esta condição.


b) Aponta para uma figura humana, de origem transcendente, rodeada de
grandeza divina.

No Novo Testamento a expressão filho do homem aparece cerca de 80 vezes,


sempre utilizada por Jesus referindo-se a si mesmo e nunca a outra pessoa,
exceto em Atos 7:56 quando é dito por Estevão, o primeiro mártir. Ele é o filho
do homem que atua em sua existência terrena em meio aos outros seres
humanos filhos de Adão, vivendo as limitações próprias dessa humanidade
(Mateus 8:20). Ele é o filho do homem que realiza a missão do servo de Deus
(Mateus 8:31). Ele é o filho do homem que virá no final dos tempos com glória,
poder e com atribuição de julgar (Marcos 8:38\14:62). A expressão - filho do
homem - aponta para a condição humana de humilhação tanto quanto para a
exaltação de Cristo á partir da ressureição. A comunidade cristã conservou a
lembrança do modo de como Jesus se referia à imagem do Filho do Homem de
Daniel 7, dando a expressão um significado messiânico bem definido, já que os
cristãos creem ser ele mesmo o Messias que pelos judeus não foi reconhecido
entende-se que Jesus fazia uso desta expressão referindo-se a si próprio o que
ficaria ainda mais claro com a consumação e o entendimento de sua missão pelos
seus discípulos, idêntica do Messias esperado, o que acabaria com qualquer
objeção quanto a sua identidade já ele mesmo anunciou o que o filho do homem
faria como O Messias. Verificamos a veracidade deste argumento nas palavras do
próprio Jesus em defesa da sua messianidade como em Lucas 11:30/Marcos 2:10.
Também levaremos em conta as passagens em que o filho do homem vem
relacionadas com a paixão do messias em Marcos 9:31/10:45/14:21.
Aproveitando do texto de Marcos 14:21 podemos estender nossa investigação
para clarificar sobre o filho do homem no contexto das Escrituras utilizando ainda
dois outros textos Bíblicos:
Marcos 14:21: Na verdade o Filho do homem vai como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do
homem é traído! Bom seria para o tal homem não haver nascido. (há uma clara distinção entre a expressão daquele
homem e o filho do homem) Mateus 26:56:
Mas tudo isso aconteceu para que as Escrituras dos profetas sejam cumpridas. Então todos os discípulos o
abandonaram e fugiram. 1ª
Coríntios 15: 3: Pois eu te dei em primeiro lugar o que recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, de acordo com
as Escrituras. (de acordo com as Escrituras o Filho do homem profetizado e morto foi Jesus)

Além disto, os textos messiânicos de Isaías tratam o messias como o servo


sofredor o que pode ser facilmente relacionado a Jesus nos capítulos 43, 49,50 e
53. O próprio apóstolo Pedro utilizou-se dos textos de Isaías 53 ao escrever
1ªPedro 2:21-25 citando Jesus como o servo sofredor de Isaías. Do mesmo texto
de Isaías utilizou-se o apóstolo João no capítulo 12: 37-41 e também o apóstolo
Paulo em Romanos 10:16 salientando “nem todos os Israelitas aceitaram o
Evangelho; porquanto declarou Isaías: Senhor quem deu ouvidos a nossa
pregação”?

A paixão de Cristo pode ser vista agora como a “paixão do filho do homem” como
descrita em Marcos 9:31: “O filho do homem será entregue, morto e
ressuscitará”. Portanto Jesus estava falando dele mesmo como sendo o filho do
homem o justo sofredor, o sacrifício perfeito.

Jesus Cristo, segundo Adão e homem novo.

O apóstolo Paulo admite dois tipos de homem, dois Adões. Na fé cristologica do


apóstolo, Jesus é o verdadeiro homem perfeito, o modelo humano, o homem
que vem de Deus é o segundo Adão, isto é Jesus Cristo. Já o primeiro Adão é o
homem terrestre e pecador e não é divino (1º Coríntios 15:45-48\Romanos 5:14),
mas figura de um segundo, daquele que havia de vir; o verdadeiro Bar-nasha,
este sim é o primeiro, pois é anterior a tudo. Como declarou João Batista: este
que vem depois de mim é na verdade antes de mim.

Uma vez que existe dois Adão, haverá dois modos diferentes de existir, a
existência própria do homem psíquico do Adão terrestre e pecador; e a existência
do homem espiritual própria do segundo Adão, Jesus Cristo que é do céu, fonte
de vida eterna (1º Coríntios 15:44-45). Existiu o primeiro homem, fraco e
pecador, o ser humano não é divino, ele é criatura. Porém é chamado a tornar-se
celestial, verdadeiro filho de Deus, transformado e divinizado. Mas esta
divinização, ou natureza divina, não é própria do ser humano, é um dom
oferecido por Deus, é graça e não uma qualidade própria do homem e só é
possível em conexão com Jesus Cristo. “Por tanto assim como trouxemos a
imagem do homem terrestre (o 1º Adão), também – receberemos ou seremos -
a imagem do homem celeste (O 2º Adão)” (1º Coríntios 15:49). Desde então
somos convidados a nascer de novo da água e do Espirito, gerados novamente
pelo poder regenerador da palavra do Cristo, para ser a semelhança do segundo
Adão em seu caráter agora e em sua glória no futuro; é ser uma nova criatura
isto, pois, é um convite feito pelo próprio Bar Nasha – o novo nascimento, ser um
novo Adão – semelhantes a Jesus o primeiro e também o ultimo.
No passado trouxemos a imagem do 1º Adão; no futuro traremos a imagem do
2º Adão, e no tempo presente estamos mudando de imagem.

No Novo Testamento, Cristo é a verdadeira imagem de Deus no ser humano


Jesus, e a promessa do IM-MANUEL – não apenas de estar com eles (EM), mas de
estar dentro deles (IM - INTRA), transformando de dentro para fora (Colossenses
1:15\Hebreus 1:3\2º Coríntios 4:4-6\Romanos 8:29). O homem é chamado para
assemelhar-se a esta imagem de Cristo, morrendo o velho homem para poder
viver a vida do homem novo (Colossenses 3:9-10\Ezequiel 4:22-24\2:15
2ºCorintios 3:18) deixando desta forma uma base sólida como exemplo e do
convite a todos os homens para serem como ele é, se tornarem parecidos a ele
mesmo, seu caráter divino – sejam santos pois EU sou santo.

Identificado pela placa.

Na crucificação de Jesus o filho do homem; Pilatos fez uma citação sarcástica


contra os judeus ao colocar uma placa na cruz. Foi para atingir os judeus e
derrotar qualquer esperança de libertação do pesado jugo do império romano e
foi proposital:

“Jesus Nazareno, o Rei dos judeus”.

Esta era a placa de identificação, o epitáfio daquele que era mesmo o seu Rei
judeu. Segundo as palavras do próprio Pilatos: “O que escrevi, escrevi” (João
19:22). O conteúdo daquela escrita revelava quem era a vitima pascoal e o Santo
que ali estava pendurado: “este é Jesus o Rei dos judeus”. Aquilo que Herodes
intentou no massacre infanticídio da Judéia – eliminar o inocente que seria o
futuro Rei dos judeus – foi alcançado e estava consumada por Pilatos. Aquela
criança brutalmente perseguida 33 anos antes, desde o ventre de sua mãe, agora
estava imolada na cruz, igualmente inocente eternamente como era quando veio
ao mundo cruel que não lhe merecia tão formosa luz e maravilhosa paz. Agora
jazia morto e inerte no madeiro de lenha cruento e sanguinário, feito pelos
homens inspirado pelo diabo.
A placa de identificação - como se fora a de um moderno soldado - incomodava
os judeus por vários motivos; talvez devêssemos salientar o que fora descrito em
João 19:20: “muitos leram este titulo”. O titulo estava em três idiomas: em
grego, hebraico e latim propositalmente, eram as línguas mais populares da
época e da região naquele primeiro século. Certamente a sua tradução e o seu
relato teria alcance em muitas regiões do mudo antigo. Jerusalém estava lotada
de pessoas de todas as partes. Quem levasse na memória a cena dantesca do que
viu fora dos muros na capital de Israel e o que estava escrito como titulo daquela
placa fixada sobre a cabeça de um moribundo entre outros dois criminosos
certamente faria o comentário que anunciaria em terras longínquas o de que em
Jerusalém com a ajuda dos judeus, foi crucificado pelos romanos o próprio Rei
dos Judeus, o Messias esperado a tanto por eles mesmos. Os que ouvissem este
intrigante relato, quando mais tarde ao confrontarem isto com as Escrituras e o
anuncio do evangelho que seria realizado pelos discípulos de Jesus na diáspora e
além, para o mundo todo, compreenderiam e saberiam que tanto o relato
quanto o que estava nos Escritos se concretizara naquela tarde, e que o que
viram alguns e ouviram muitos mais outros, foi tudo verdade, as profecias antigas
se cumpriram, e que a plenitude dos tempos chegara e se inaugurava uma nova
era para os povos de toda a Terra em que o véu se rasgou e o muro da separação
entre Deus e o homem ruiu para sempre. Aquilo que começou em Belém teve
um fim em Jerusalém, aconteceu tudo na terra santa de Israel – o povo do Deus
hebreu, o pai de Abraão de Isaque e Jacó – estava consumado.

Havia muita gente em Jerusalém, as testemunhas foram muitas e de todos os


lugares, povos e idiomas foram arroladas como testemunhas involuntárias da
morte do Rei dos Judeus. Não foram apenas os amigos e familiares dos versos
25-27 de João 19 que testemunharam os fatos e leram a placa que inaugura a
religião de Jesus. Foram testemunhas também, as tropas ali presentes no local
que serviriam em diversos lugares posteriormente, os soldados foram os
primeiros a constatarem que se tratava de alguém de carne e sangue que estava
diante deles, como dito em João 19:34: “Contudo, um dos soldados lhe furou o
lado com uma lança, e logo saiu sangue e água”.

Entendemos que João podia afirmar sobre o que viu. João viu a sua glória em
Mateus 17, viu a agonia, morte e sepultamento e também testemunhou o
tumulo vazio (João 20:1-4), foi ele quem primeiro chegou ao sepulcro, foi o
segundo a entrar ali, viu e creu (João 20:1-10). De fato João poderia afirmar que o
seu testemunho era verdadeiro (1ºJoão 1:1-4). O discípulo amado esteve em
contato diário direto com Jesus, o filho do homem, como também esteve diante
daquele que transcende todo o entendimento, o filho de Deus, o alfa e o ômega,
o primeiro e ultimo Jesus Cristo, em sua glória (Apocalipse 1:10-19).

Os evangelhos identificam algumas das pessoas reais pelos seus nomes, tanto as
que participaram da prisão, quanto os que interrogaram Jesus. Os que estavam
diante dele na cruz a tal ponto de saberem quais foram as suas ultimas palavras.
O motivo de sua condenação foi conhecido e relatado por testemunhas oculares:
O filho do homem foi condenado por que se fez filho de Deus (Lucas 19:7). O
local da sua execução também é identificado e também seu sepultamento teve
um endereço. Durante sua morte houve um evento climático, cosmológico, o que
realçaria o testemunho das pessoas que o presenciaram e segundo o relato de
Lucas 23:44-45, houve trevas por cerca de três horas, algo muito incomum,
bizarro e sobrenatural para não ser notado e relatado. O número de testemunhas
era de uma multidão, muita gente, como em um espetáculo elas saíam atônitas –
o que as perturbava tanto assim? (Lucas 23:48).

No relato de Mateus 27:51 observa-se que houve um terremoto tão forte que
fendeu as pedras, isto é algo que não poderia passar despercebido pelos
habitantes daquela localidade nem de seus visitantes e que seria coincidente
com o a morte de Cristo, o que reforçaria o testemunho do relato concomitante
de um com o outro. O testemunho da sua sepultura é tão poderoso que as
mulheres da galileia viram o seu sepulcro e como foi posto o seu corpo (Lucas
23:55). O método do seu embalsamento também está descrito, os elementos
utilizados seguindo o costume de seu povo, conforme os mandamentos e
instruções de Moisés (Êxodo 20:10\Deuteronômio 5:14). Pedro viu os lençóis no
sepulcro, mas seu mestre já havia ressuscitado, ele viu o sepulcro lacrado, ele viu
o sepulcro aberto e vazio (Lucas 24:12). Os guardas subornados viram, foram
testemunhas de como ocorreu a ressurreição, presenciaram os fatos. A lei
prescreve a necessidade de 2 ou 3 testemunhas para firmar o relato como
verdadeiro (Deuteronômio 17:6\19:15\Mateus 18:16\2ª Coríntios 13:1). Os 4
evangelhos nos fornecessem este critérios e indicam ainda muitos dos que são
testemunhos escritos sobre as pessoas que presenciaram estes fatos e que
descrevem com muita riqueza os detalhes, lugares, horários, pessoas,
sentimentos, atitudes e governos que auxiliam nas datações dos fatos.

Então Jesus é tão real quantos todos estes detalhes que só foram relatados por
causa dele, de sua história, missão e vida.

O escritor Fulton Sheen, no seu livro “Vida de Cristo“, comenta:


“Na história do mundo, somente uma vez encontramos o caso de que, diante da entrada de uma tumba,
foi colocada uma grande pedra e até guardas para evitar que um homem morto ressuscitasse: foi o
sepulcro de Cristo, na tarde da sexta-feira que chamamos santa. Que espetáculo podia haver de mais
ridículo do que aquele de soldados a vigiar um cadáver? Puseram sentinelas para que o morto não
pudesse andar, para que o silencioso não falasse e para que o coração transpassado não voltasse a
palpitar. Diziam que ele estava morto. Sabiam que ele estava morto. Diziam que ele não ressuscitaria. E,
entretanto, vigiavam…”.

Os inimigos de Cristo esperavam a sua ressureição, ou pelo menos contavam com


esta possibilidade como algo possível. As primeiras testemunhas da ressurreição,
aliás, foram mulheres: na sociedade judaica, o testemunho de uma mulher valia
pouco. Mesmo que elas tivessem sofrido uma alucinação, dificilmente teriam
recebido crédito ao contá-la. Pelo contrário: é mais plausível que tivessem
deixado os apóstolos ainda menos propensos a acreditar em visões das quais não
quisessem se certificar antes de reconhecer como reais.

Um pouco de história

A descoberta dos artefatos arqueológicos, locais e nomes de pessoas citadas em


toda a Bíblia e principalmente no Novo Testamento dão substancia à realidade
histórica destes reis, governadores, suas dinastias e pessoas que
proeminentemente figuram na história de Jesus.

Em Mateus 26:57 Jesus prisioneiro foi conduzido até o sumo sacerdote Caifás,
apontado pelos romanos entre 18 a 37 D.C., Caifás foi genro de Ánas e chefe da
suprema corte dos judeus, o sinédrio, e podemos verificar em João 18:13 o
momento em que Anás e Jesus estiveram frente-a-frente. Caifás e Ánas foram
contemporâneos de Pôncio Pilatos, que foi governador da Judéia entre 26-36
D.C. ambos participaram do julgamento de Jesus. O Capitulo 18 do evangelho de
João traz o primeiro relato da Paixão de Cristo em João, este capítulo relata a
prisão de Jesus, o julgamento de Jesus pelos judeus e a corte de Pilatos, daí sua
importância para nosso estudo.

Ainda podemos confrontar os fatos narrados na história com os relatos em Lucas


3:1-2 que informam eventos e personagens importantes no contexto da vida de
Jesus que nos levam as mesmas datas em que o Cristo caminhou, viveu, morreu e
ressuscitou na terra santa. O segundo Imperador de Roma foi Tibério César entre
14 a 37 D.C.; conhecido como o imperador da crucificação de Jesus, era filho
adotivo do fundador do império romano César Augustus que morreu aos 75 anos
de idade em agosto de 14 D.C. Tibério César sucedeu-o logo em seguida, no mês
de setembro daquele mesmo ano, seu padrasto e antigo imperador de Roma. Foi
por volta do 15º ano do comando de Tibério, que Pilatos já estava governando a
Judéia nos tempos de Jesus Nazareno. Verificamos então que o ministério de
João Batista nesta mesma época devia estar situado por volta do ano 29 – 30
D.C., justamente quando em seu clímax Jesus é batizado dando inicio ao seu
ministério. Outra particularidade é a confrontação da vida dos sumos-sacerdotes
Anás e Caifás – genro e sogro – que também lideravam os judeus neste mesmo
período, todos estiveram frente a frente com o Messias Judeu – Jesus Cristo.

Foi justamente Tibério César Augusto, antecessor de Tibério César que decretou
o censo no inicio do 1º século, que levou José e Maria a Belém, onde Jesus
nasceu (Lucas 2:1-7). Nesta mesma época Quirino ou Cirênio era o presidente ou
governador da Síria – conforme Lucas 2:2.

O historiador judaico Flavio Josefo do século I, relata que os quatro filhos de Anás
e seu genro serviram como sumo sacerdote, Josefo assinala ainda que nenhum
outro sumo sacerdote teve a mesma sorte. Uma lista com as datas em que foram
sumos sacerdotes segue logo abaixo, são eles:

1. Anás ben-sete (sogro de Caifás) 6-15 D.C. (João 18:13).


2. Eleazar ben-Anás 16-17d.c
3. Josefo ben-caifás 18-36 D.C. (genro de Anás, foi quem julgou Jesus no
sinédrio (Mateus 26:57) Contemporâneo de Pilatos e Tibério Cesar).
4. Teófilo ben-Anás 37-41 D.C.
5. Matias ben-Anás 43 D.C.
6. Anás ben-Anás 63 D.C.

A tumba da família de Caifás foi acidentalmente descoberta por operários que


construíam uma estrada em um
parque ao sul da Antiga Jerusalém em
1990. Os arqueólogos foram então ao
local e encontraram 12 ossuários
(caixas para ossos feitas de calcário)
ao examinar o local contendo os
restos mortais de 63 indivíduos. O
ossuário mais ornamentado tinha a
inscrição de nome “José filho de (ou
da família de) Caifás”. “Este era o
nome completo do sumo sacerdote
que prendeu Jesus, documentado
como Josephus (Antiguidades 18: 2,
2;4, 3)”. No seu interior existiam os restos de um homem de 60 anos, que quase
certamente pertencia ao mesmo Caifás do Novo Testamento. Este memorável
achado provê, pela primeira vez, os restos físicos de um indivíduo descrito na
Bíblia. Este achado deve ser de particular sensação para os cristãos por causa da
precisão da Bíblia pelo fato de que Caifás entregou Jesus para Pôncio Pilatos, cuja
existência a arqueologia também pode comprovar.

Logo a seguir podemos ver uma foto do autor do livro Arqueologia Bíblica – Dr. J. Randall Price; Mestre em
teologia, doutor em filosofia e arqueólogo que participou de diversas escavações na Galileia e Qumram na
tumba de Caifás.
Encontrada nas escavações de
Cesárea marítima em 1961, uma
estela com a frase: Tibério, Pôncio
Pilatos, governador da Judeia, é a
prova material do conhecido
representante de Roma que julgou
a Jesus. Durante muito tempo a
sua existência foi negada pelos
céticos apesar de existirem várias
provas do contrário: Pilatos é mencionado pelos historiadores Josefo, Filo e
Tácitus. Foram encontradas moedas cunhadas durante o seu governo. E em
1961, foi encontrada, em escavações na Cesaréia, a pedra dedicatória que
confirma a existência de Pilatos. A inscrição não somente confirma a
historicidade de Pilatos, mas clarifica o título que ele possuía como governador. A
pedra encontra-se em exposição no Museu de Israel em Jerusalém.

A tumba de Herodes foi encontrada em maio de 2007 pela Universidade


Hebraica de Jerusalém, em uma zona arqueológica conhecida como Heródio a
poucos quilómetros de Jerusalém. Trata-se de um sarcófago do rei que governou
a Judeia de 37 A. C. até sua morte, em aproximadamente 4 D.C. e que aparece no
Novo Testamento como o rei que governava a Judeia quando Jesus nasceu.

A lista dos sumo-sacerdotes pode ser verificada no livro A Crônica de Jerônimo de


Estridão e de Eusébio de Cesárea.

Podemos citar outro personagem histórico real que esteve com Jesus conforme
relatado em Lucas 23:7-12; Herodes Antipas, nascido em 20 A.C. morto em 39
D.C.; foi tetrarca (governador) da Galileia. Antipas é mais conhecido pelos
eventos do Novo Testamento que levaram a morte de João Batista relatados em
Marcos 6:14-29 e Mateus 14. Pôncio Pilatos enviou Jesus para Herodes, quando
este estava em Jerusalém durante a Páscoa. Antipas fez algumas perguntas a
Jesus que não encontrando nada que incriminasse o Mestre, mandou-o de volta
a Pilatos. Joana, mulher de Cuza, mordomo de Antipas, foi uma das primeiras
discípulas de Jesus (Lucas 8:3).

Herodes Antipas foi um dos quatro filhos de Herodes o Grande que foi rei de
Israel de 37 A.C. até 4 A.C. Descrito como "um louco que assassinou sua própria
família e inúmeros rabinos"; Herodes o Grande, deixou disposto, em testamento,
a partilha do reino entre três de seus filhos sobreviventes: Herodes Arquelau,
Herodes Antipas e Filipe. Esta família com cinco governadores esteve relacionada
a Jesus desde seu nascimento. Por ocasião do julgamento de Cristo, Herodes
Antipas era governador da Galiléia.

As pessoas ao redor de Jesus estavam em algum momento interligadas entre si e


as suas próprias histórias estão em conformidade cronológica com os
evangelhos, são pessoas que viveram na história de Jesus de alguma forma (Lucas
3:1-2). Não houve nem um relato ou qualquer outro testemunho tão bem
registrado acerca de alguém crucificado pelos romanos que tenha sobrevivido ou
voltado a vida, com exceção de Jesus.

Devemos esclarecer, no entanto que a arqueologia não tem como objetivo


explicar a Bíblia ou confirmar sua veracidade embora ocasionalmente os
estudiosos confirmem com suas descobertas ser verdade o relato Bíblico dando-
lhe mais clareza e substancia. O relato Bíblico tem para a arqueologia um papel
secundário, pois o que importa é o artefato, o relevo, o local e sua autenticidade.
Para os cristãos o que importa na arqueologia quando confirma algum relato
Bíblico é a história que ela conta sobre os fatos envolvendo os artefatos que
revelam as situações, e pessoas citadas nas Escrituras Sagradas e a autenticidade
do texto. Ainda que não houvesse nem mesmo um grão de areia ou um caco de
telha que trouxesse alguma novidade sobre o que na Bíblia está escrito,
continuaríamos acreditando em toda a Escritura como verdadeira pela fé em
Deus seu autor infalível, somos gratos quando algum achado arqueológico e
histórico comprova a nossa fé, mas o cristão não anda pela vista e sim pela fé, os
artefatos não determinam nossa crença, mas reforçam a autenticidade da nossa
fé em Cristo.

O testemunho pagão (55-117)

Tácito (60-120) liga o nome e a origem dos cristãos a CRISTUS, que no reinado de
Tibério sofreu a morte por sentença do Procurador Pôncio Pilatos.
Plinio (62 D.C.-113 D.C.) escreveu ao imperador Trajano (53 D.C.-117 D.C.) por
volta do ano 112, para se aconselhar sobre o modo de tratar os cristãos. Sua
carta dá uma valiosa informação extra Bíblica sobre Cristo. Ele elogiou a elevada
integridade moral dos cristãos. Plinio chegou a dizer que eles entoavam uma
canção a Cristo como para um Deus.

Seutônio (69-141 D.C.) em sua obra Vidas dos doze Césares mencionou que os
judeus foram expulsos de Roma por causa de distúrbios a respeito de Chrestos
(Cristo).

Flavio Josefo, (37-100 D.C.) historiador Judeus do 1º século, também falou de


Cristo como um homem sábio que foi sentenciado a morte por Pilatos. Ele falou
de Tiago, o irmão de Jesus, assim chamado Cristo.

Os símbolos cristãos nas catacumbas como peixes, pombas, ancora e outros


símbolos dão testemunho da crença no Cristo histórico, além da existência do
calendário cristão, do domingo e da igreja.

Em grego, a palavra peixe é “IXTHYS” (pronuncia-se “ikhthys”, ou, simplificando, “ictís”). As letras
dessa palavra formam o acróstico “Iēsous Christos Theou Yios Sōtēr”, que quer dizer “Jesus Cristo,
Filho de Deus, Salvador” (em grego antigo, Ἰησοῦς Χριστός, Θεοῦ ͑Υιός, Σωτήρ)

Os apóstolos Pedro e João também estiveram em contato direto com Anás e


Caifás por ocasião da cura de um aleijado registrado em Atos 4:6. Pode-se
concluir que se Pedro e João foram confrontados por pessoas reais com um cargo
importante na religião dos judeus, foram estes mesmos destacados lideres que
mantiveram contato com a pessoa real chamado Jesus, o nazareno.
O Ossuário de Tiago

Depois de cinco anos de processo, a justiça israelense afirma que caixa mortuária
de Tiago tem dois mil anos e encerra o caso.

Os arqueólogos Yuval Goren, da Universidade de Tel Aviv e Baaz Zissu da


Universidade Bar Ilan, confirmaram a autenticidade de um ossuário pertencente
a família de Caifás. Autoridade de Antiguidade de Israel (IAA) colocou em dúvida
a autenticidade de uma antiguidade conhecida como caixão de Tiago. Depois de
116 seções em um tribunal israelense, foram ouvidos 133 testemunhos e
produzidas 12 mil páginas de documentos de depoimentos, foram ouvidos 200
especialista no julgamento. O especialista Yuval Goren da IAA e DA Universidade
de Tel Aviv, confirmou que a escrita no ossuário de Tiago onde se lê: Tiago filho
de José, irmão de Jesus, é antigo e autentica. O Caso começou em 2002 e agora
se declarou a autenticidade desta prova que liga um parente próximo de Jesus. É
uma conexão física e arqueológica com o Jesus do novo testamento. O ossuário
do irmão de Jesus é verdadeiro. Este objeto estava na casa de um engenheiro
chamado Odes Golan. Estas são evidencias físicas da existência de Jesus. Nunca
se encontrarão os ossos de Jesus Cristo, pois ele vive e reina para sempre. Seu
tumulo permanecerá vazio e pode ser visitado.
Santidade de Jesus. A positiva santidade de CRISTO

Há abundância de textos Bíblicos que declaram a isenção de culpa em Jesus. A


santidade de Cristo é a essência e destaque de inúmeros textos Bíblicos, alguns
destes relacionados abaixo:

a) A impecabilidade de Jesus.
 2ª Coríntios 5:21 – ele não conheceu pecado
 1ª Pedro 2:22 – ele não conheceu pecado
 1ª João 3:5 – nele não existe pecado
 João 1:29 – ele tira o pecado do mundo
 Isaías 53:9 – nunca fez injustiça ou engano
 João 8:46 – quem entre vós me convence de pecado?
 Hebreus 4:15 – foi tentado, mas não pecou
 Hebreus 9:28 – sem pecado
 Hebreus 7:26 – separado dos pecadores.
b) Inocência de Jesus.
 João 19:4 – Pilatos o inocenta
 Mateus 27:4 – Judas declara ser Jesus inocente
 Hebreus 7:26 – santo, inocente, imaculado
c) Jesus foi tentado, mas não pecou.
 Hebreus 4:15 – foi em tudo tentado
 Hebreus 2:17-18 – tentado na carne
 Mateus 4:1-11 – tentado pelo diabo
d) Jesus foi justo.
 Isaías 53:9 - nunca fez injustiça, não cometeu engano.
 2ºCorintios – 5:21 – nele foi feita a justiça de Deus
 1ºPedro 3:18 – Jesus foi justo
 Marcos 10:18-21 – Jesus é bom como Deus é bom
 Mateus 6:33 – Justiça de Deus como recompensa
 Mateus 18:17-21 – anuncia e faz triunfar a justiça
 João 5:27\Daniel 7:13-14 – Exerce o juízo, julgamento, justiça.
e) Santidade total de Jesus, inerente a sua pessoa.
 Lucas 1:35\Mateus 1:18 – santo desde o nascimento e concepção.
 João 6:69 – é o santo de Deus
 João 10:36 – o Pai o santificou
 Hebreus 7:26 – santo, inocente, imaculado
 Marcos 1:24 – é o santo de Deus.
 João 10:30 – santo como o Pai.
 João 14:7 – tem os mesmo atributos santos do Pai.
 Hebreus 9:14 – imaculado (1ª Pedro1:16\Levítico 11:44-46\19:2).

Jesus era inocente, santo, imaculado, justo, bom, misericordioso. Ele compartilha
os mesmos atributos e padrões santos de Deus, ele é luz. Ao incitar o jovem rico
a segui-lo, declara-se bom como Deus (Mateus 19:21).

No ministério do filho do homem vemos duas coisas combinadas: a tremenda


carga de todos os pecados e a santidade imaculada, o inocente cordeiro de Deus
levando os pecados do mundo (Hebreus 4:15). Jesus compreende nossas
fraquezas, pois passou pelas mesmas aflições. Quem experimentou a tentação
pode ajudar os fracos com amor. A santidade de Cristo foi tentada para impedir
ascensão à cruz. Não podemos admitir pecabilidade em Cristo, isto seria negar
sua perfeita união hipostática.

A santidade de Cristo e a sua vitória sobre a tentação são ideias Bíblicas


relevantes e integrantes da revelação. Jesus nunca transgrediu a lei divina. Esta
santidade inalienável está vinculada a sua obra como mediador. A tentação de
Cristo não é uma tentação vulgar, mas uma tentação vinculada a glória final (João
12:27), ao custo de sofrimentos múltiplos no seu empenho salvador. Cristo,
pessoa divina humana, vence a tentação pessoalmente, num ato de santidade.
Vence a tentação de desistir do sofrimento (Mateus 16:24 – ele tomou a sua
cruz). Em Cristo, divindade e humanidade
integram uma pessoa impecável para a Anátema seja quem disser
salvação. que Cristo se ofereceu em
Nunca estas confissões de fé no propõem sacrifício também por si
Cristo como o homem ideal, exemplar, mesmo e não
altamente perfeito e digno de admiração, exclusivamente por nós
mas como o santo, puro e sem mancha, por quanto não precisava
desincumbindo-se da nossa redenção. de oferenda aquele que
não conheceu pecado
Jesus encarnou uma única vez, ele não vai
algum.
reencarnar, mas vem do céu para dominar
com o seu reino (Daniel 7:13-14) com poder e Concilio de Éfeso 325
glória (Mateus 26:64). Jesus é o filho do
homem ao lado do Todo poderoso. Como filho do homem, ele exerce juízo (João
5:27-28). Jesus é o homem do céu de 1º Coríntios 15:45-49. É o homem perfeito,
imagem e semelhança de Deus (imago Dei). Ressurgiu dos mortos, subiu ao céu,
está entronizado a direita de Deus, por tanto
um corpo humano incorruptível.
Cristo se fez semelhante a
nós em tudo, menos no
pecado. Jesus é o filho de Davi e do Altíssimo.
Concilio de Calcedônia 451
(Mateus 1:1\ 21:14-17\Lucas 1:32\Salmos
8:2\Hebreus 2:59)
A preocupação do apóstolo Paulo, sua tarefa. (1ª Coríntios 4:1)

1 - Anunciar as riquezas incompreensíveis de cristo que estão no evangelho.

2 - Demonstrar isto a todos

a) O mistério que é Cristo (Efésios 3:9)


b) Fazer conhecida a sabedoria de Deus, nos céus e na terra (Efésios 3:10)
3 – A preocupação de Paulo é falar da sabedoria de Deus, oculta em mistério,
preexistente que é o Senhor da Glória crucificado, revelado, que é Jesus
(1ª Coríntios. 2:7-8).

4 – Sua tarefa era o de revelar os mistérios e a sabedoria de Deus que está em


Cristo. Esta sabedoria é e está em o Cristo que assumiu uma função criadora em
Genesis. (Provérbios 8:22-26\ Apoc.3:1-4\Colos.1:16) Observe:

 Provérbios 8:23 – desde a eternidade


 Miqueias 5:2 – Jesus é desde a eternidade
 Salmo 90:2 – Deus é das eternidades
 João 17:5 – Jesus é antes de haver mundos
 Coloss.1:14-18 – Sem Jesus nada se fez
 1ºCorint.1:30 – Jesus foi feito sabedoria, justiça, santificação e redenção.
Jesus é o executor da obra de Deus, nos céus e na terra. Nele está a riqueza de
sabedoria. Aquilo que estava oculto em mistério antes de todos os tempos é na
verdade Aquele; é Cristo. É desta sabedoria que as Escrituras estão falando, é a
revelação deste mistério que está em Cristo que Paulo se ocupa, esta deve ser a
nossa tarefa. (Efésios 3:5-9\Colossenses 1:26\2:2-3)

Entra em cena a revelação sobre Deus através da pessoa de Jesus Cristo, sua
natureza, propósitos, relacionamentos (João 14:7,18\10:30\1:18). Conheceremos
a pessoa e natureza de Deus ao conhecer a pessoa de Cristo e sua natureza.

Esta sabedoria de Deus esteve oculta dos principados e potestades do céu


(Efésios 3:9-10). Os príncipes deste mundo não o conheceram (1ªCorint.2:8). Este
conhecimento sobre Cristo foi dado para a igreja de Jesus aos humanos que ele
comprou com o seu sangue.
O conhecimento de Cristo é revelado ou dado pelo Espirito Santo (1ª Coríntios
2:10). Por tanto encher-se do Espirito Santo é uma prerrogativa (Efésios 5:18). O
Espirito Santo é quem fornece a capacidade para conhecer a pessoa e obra de
Cristo, suas riquezas e sabedoria, sua memória. No entanto o mistério não
desaparece de todo pela revelação de fatos verdadeiros. Deus é imenso, Jesus é
maravilhoso, o Espirito Santo é grandioso, e a eternidade ensinará muito do
infinito.

O filho unigênito.

O titulo filho ao ser aplicado a Cristo não é sinônimo de inferioridade, mas sim de
igualdade com o Pai. Significa que o filho participa da mesma natureza de seu Pai.
Foi por essa razão que os judeus acusaram Jesus de blasfêmia, quando ele
chamou a Deus de seu Pai (João 5:17-18\10:32-33\19:7\Mateus 26:63).

É importante considerarmos que a palavra filho é sempre empregada para Cristo


no contexto da encarnação e nunca encontraremos menção de um filho eterno.
Não é objetivo primordial de a Bíblia elucidar o ser essencial de Deus, mas revelar
Deus aos homens no contexto da salvação.

Ser filho de Deus equivale a ser igual a Deus (João 5:17-18), igual ao Pai em sua
natureza, substancia e essência. Jesus confirmou sua filiação, portanto sua
divindade diante do tribunal judeu, o sinédrio. Por esta declaração ele foi
condenado, por fazer-se igual a Deus. Ele sempre foi filho assim como o Pai
sempre foi Pai e Espirito Santo sempre foi ele mesmo, o que o seu nome diz, ou
seja, três Prosópon em uma hipóstase. Diferente do humano que é criação, feito
por Deus de modo especifico e personalizado. Deus chamou Israel, o povo, de
meu filho, por adoção, no seu cuidado, proposito e resgate, como Deus salvador
(Êxodo 4:22\Oseias 11:1\Efésios 1:5). Jesus como filho não é semideus, inferior e
adotado. Ele não é um subordinado no sentido hierárquico, salvo na sua
condição humana, no estado de humilhação. Pai e filho se completam ao ponto
de serem um. O Pai não age sem o filho, o filho executa a vontade do Pai. O
nosso Deus é único na unidade do Pai, filho e Espirito Santo.

Unigênito diz-se do filho que é eternamente singular. Na bíblia o filho unigênito


de Deus é único, quando aplicado a Jesus. Único gerado do mesmo tipo. O filho é
o único do mesmo tipo do Pai. O filho procede eternamente do Pai, não como
criatura, mas como a 2ª pessoa da trindade.

A Bíblia se refere a Jesus como o principio da criação de Deus (Apocalipse 3:14)


isso não se refere a Cristo no sentido passivo de que no principio ele fora criado
por Deus, mas no sentido ativo de que Cristo é a origem, a fonte e o principio
ativo através do qual a existência veio toda a criação (João 1:1-3,10\Hebreus
1:2\Colossenses 1:15-18). Se Cristo fora criado na eternidade então ele jamais
poderia ter sido chamado de Deus forte, Pai da eternidade (Isaías 9:6). João
afirma que o verbo era Deus, tudo o que pode ser dito a respeito de Deus, pode
ser dito a respeito do verbo, de Jesus.

A Bíblia estabelece este fato, mas não apresenta maiores detalhes de como isto
pode ser explicado. Pela fé entendemos que o universo foi criado pela palavra de
Deus, igualmente pela fé aceitamos que Deus se revelou a nos pela sua palavra
(Hebreus 11:3\Deuteronômio 29:29).

Se Cristo o filho unigênito de Deus, não é Deus, então Jesus não pode revelar
perfeitamente a Deus (João 1:18). Neste caso ele também não pode conhecer a
Deus perfeitamente como ele declarou em Mateus 11:27. Para que Cristo
conhecesse a Deus e perfeitamente o revelasse para nós ele deveria ser Deus de
Deus o que de fato ele é; o que está no seio do Pai, um com Ele. Deus só pode ser
revelado através de Deus. Deus comunga com Deus, compartilhando e levando a
cabo, a efeito, planos em comum acordo.

Os outros filhos de Deus nascem da salvação, o são quando é feito por Cristo
nascido de novo e feito filho de Deus por adoção (João1:12). Jesus não passa pelo
processo do novo nascimento como os outros filhos. É através de Cristo que as
pessoas nascem de novo e assim tornam-se filhos de Deus, são adotados por
Deus (Efésios 1:5). Assim como Isaque era único do gênero, gerado pela
promessa, único de Abraão e Sara, Jesus é filho único gerado entre Deus e a
mulher, seu povo.

Filipenses 2:6-8 demonstra que Jesus, o verbo, abriu mão das forças e
prerrogativas do exercício independente de ser Deus, tornando-se subordinado
como o homem a Deus, como filho é para com seu Pai. Na condição de filho
submeteu-se ao Pai, na condição de homem-filho encarnado foi que ele, Jesus,
obedeceu até morrer, por que o homem morre, assim foi com o Cristo. Quando a
Escritura diz submeteu-se a si mesmo, entendemos que o Cristo, o homem, não
poderia morrer de uma morte natural a não ser por concussão, uma morte
provocada, proposital. Porque notamos a declaração do mestre em João 10:17-
18: “ninguém pode tirar a minha vida, eu tenho poder de dar a minha vida e de
tornar a toma-la de volta.”

Nisto consiste a submissão, para que Jesus morresse ele deveria dar ou permitir
que lhe ferissem de morte, assim lhe tirariam a vida. Somente Deus pode fazer
isto, justamente o que Jesus é e fez.

A genealogia de Jesus contida em Lucas 1:23-38 comprova que o Messias era sim
verdadeiro descendente de Adão mas não um filho legitimo de José, ambos
descendentes de Davi. Em Mateus 1:1-16 retrata a linhagem ancestral por parte
de pai, José, descendente de Davi de onde se esperava que viesse o Messias
esperado. No entanto José não era pai biológico de Jesus. Notamos este detalhe
em que a palavra gerou não se aplica a Jesus; no verso 16 declara que José
marido de Maria da qual nasceu Jesus. A resposta para o surgimento de tal
pessoa está no Salmo 2:7: “Tu és meu filho, eu hoje te gerei”. Gostaria de sugerir
uma leitura opcional para o verso 16 de Mateus 1: “e Jacó gerou a José, marido
de Maria e Deus o Pai gerou a Jesus, que nasceu de Maria virgem esposa de
José”.

O Cristo é único que veio a terra por geração divina, isto não aconteceu com
outra pessoa, ele é único como este fato é único, sem sexo, foi obra Santa e
sobrenatural.

Os judeus são monoteístas e tem grande reverencia pelo nome do Deus hebreu,
nome santo de um Deus três vezes santo e único. Jesus anuncia para Nicodemos,
mestre de Israel que Deus enviou o seu filho ao mundo. Jesus explicou que era
necessário crer no nome do filho unigênito de Deus. Vejamos que o carpinteiro
de Nazaré declara ser ele mesmo o filho do homem em João 3:13. A seguir nos
versos 14-15 declara sua relação figurativa com Moises.
(Deuteronômio 18:15-18 \ Números 21:8-9\João 3:14-15\5:46).
Ao fazer esta declaração em João 3:18, Jesus anuncia que ele tem a vida em si
mesmo (João 5:26) assim como o Pai, o Deus único dos Judeus detém a vida em
si próprio, este poder, esta característica de Jesus idêntica a Deus o Pai, o torna
único da mesma espécie que Deus. Por isso ele declara-se o unigênito do Pai.
Com base nisto podemos ler Deuteronômio 32:39-40 e perceber não somente o
espanto dos judeus monoteístas quanto a revelação da pessoa do Cristo em Jesus
bem como na amplitude do amor (João 3:16) e a grandiosidade deste Deus e do
homem transcendente filho único de Deus, reconhecido pelos homens, de que
este Jesus era mesmo o profeta que havia de vir ao mundo anunciado por Moises
(João 6:14). Há autoridade no nome do filho unigênito, pois ele veio em nome de
seu Pai (João 5:43).

Os dois estados de Cristo. Estado de humilhação e estado de exaltação.


(ou os dois estágios da vida do Senhor Jesus.)

Os teólogos na tradição reformada tem diferenciado a encarnação de Cristo em


dois estados baseada no texto escrito pelo apóstolo Paulo em Filipenses 2:6-11.
O estado de humilhação de Cristo (versos 6-8) e seu estado de exaltação (versos
9-11). O ministério terreno de Jesus Cristo foi uma amostra da humildade divina
e do respeito a vida. Podemos ver o humilde Jesus desde sua mãe grávida sendo
forçada a dar a luz a ele em um estabulo de animais (Lucas 2:7) até seu enterro
em uma cova de outra pessoa (Mateus 27:57-60). Ele sofreu as zombarias dos
soldados, foi açoitado e escarnecido (Mateus 27:26-31). Ele foi deixado nu na
cruz para morrer (Marcos 15:24). Sofreu o sentimento de abandono de seu Pai
(Mateus 27:46). Suportou a ira infernal em favor dos seus eleitos (1ºCorintios
15:3\2ºCorintios 5:21).

O estado de humilhação foi o esvaziamento (Kenosis) das riquezas da sua glória


para sofrer como o servo.

Natureza da humilhação de Cristo

Devemos rejeitar o ponto de vista o qual sugere que as provações e privações da


vida humana de Jesus por si só sejam o estado de humilhação, pois este ponto de
vista lança reprovação sobre a pobreza.

 2º Coríntios 8:9 - Cristo sendo rio se fez pobre para enriquecê-los.


 Mateus 8:20 - o filho do homem não tem descanso
 Filip.2:6-7 - identifica-se com os servos, um trabalhador.
 Mateus 25:35-45 – Jesus se identifica com os necessitados.
 Deuteronômio 1:17\10:17\16:19\Tiago 2:19\Jó 34:29\Levítico 19:15 – Ele
tem consideração pelos menos favorecidos.
O fato de fazer-se pobre não o faz humilhado, mas as privações que afetam os
pobres os levam a situações humilhantes e se adiante dos mais abastados que os
desprezam. É a atitude do soberbo que provoca a humilhação nos mais
necessitados dos qual Jesus padeceu.

A divindade de Cristo não é obscurecida pelas suas privações, mas ao contrário, é


vista claramente brilhando através da sua humanidade e provações. Apesar de
despido dos atributos relativos da divindade, o Logos retém sua divina
consciência de si mesmo com seus atributos imanentes de santidade, amor e
verdade.

A humilhação do Cristo constitui na renuncia do exercício independente dos


atributos divinos, como veremos a seguir.

A) O Logos preexistente interrompeu a sua glória divina com o Pai para tomar
a forma de servo. Neste ato ele renunciou voluntariamente, não posse,
nem o uso total, mas ao exercício independente, destes atributos divinos.
(João 17:5\Filipenses 2:6-7\2ªCorintios 8:9). Ele resignou-se. Em João 13:1-
20 o ato de Jesus lavar os pés dos discípulos simboliza a descida do seu
trono de glória, tomando a forma de servo para nos purificar, pela
regeneração e santificação, para as bodas do cordeiro. Ele renunciou suas
prerrogativas divinas e glória para fazer-se como servo que lava,
simbolizando que é ele quem purifica o home dos pecados (Isaías 1:18-19).

B) Na submissão do Logos ao controle do Espirito Santo.


1- Para operar os milagres e realizar as obras (Atos
1:2\10:38\Hebreus 9:14).

 A fonte do poder de Jesus é o Espirito Santo (Mateus 12:28)


 O Espirito Santo capacita para realizar, empodera.
(Lucas 4:18-19 – Isaías 61:1 (Isaías.11:1-2 – os 7 espíritos)).
Deus coloca aquela glória de lado, a forma gloriosa, aquela luz insofrível e aquele
brilho metálico da majestade, para que através de Jesus, o Logos encarnado,
fosse revelado Deus.

Revelação é a aproximação voluntária do Ser infinito dos caminhos e


pensamentos da humanidade finita, uma das maneiras em que Deus fez isto
aconteceu quando o Logos se fez homem (João 1:18). Entendemos por isso que a
renuncia do Cristo para ser homem mostra que Jesus, O Logos sabe o que é
sofrer, este sofrimento é uma etapa da sua humilhação (Salmos 22\ Mateus
27:46).

Enquanto esteve no ventre ele abriu mão da onisciência e onipotência.

C) Na submissão do Logos ao controle do Espirito Santo


2- Nas limitações da sua missão messiânica.
Renunciou da onipresença; em ele estar corporalmente em vários lugares ao
mesmo tempo. Quando se dirigia para outro lugar se afastava de onde estava
aproximando-se de seu destino, ele não aparecia lá onde queria estar
instantaneamente (isto mudou depois da ressureição). Ele tinha que se deslocar
de um lugar para outro, não estava com o seu corpo presente em dois lugares ao
mesmo tempo. Houve também o tempo necessário para ele cumprir as profecias
messiânicas (João 3:14-15). Foi o Espirito Santo que o levou para o deserto
(Mateus 4:1,13,18,28). Sua onipresença era a do Espirito Santo.

D) Na submissão do Logos ao controle do Espirito Santo.


3 – Em uma comunicação (transmissão) da plenitude divina na natureza humana
que ele recebera na união hipostática (João 3:34-35). Ele não recebeu o Espirito
por medida ou uma porção ou parcela, mas a sua plenitude, completo e total. O
Espirito Santo repousou sobre ele em Lucas 4:17-20 (Isaías 61:1-3). Este foi
responsável pela sua incubação no ventre de Maria (Lucas 1:35\Mateus. 1:18).

Podemos verificar a grandiosidade da obra da salvação, pois em Jesus os três


estão unidos na redenção.

 Eu e o Pai somos um (João 10:30\Zacarias 12:10)


 O Pai está em mim (João 14:11)
 Deus estava em Cristo reconciliando o mundo (2ªCorintios 5:19)
 O Espirito está sobre mim para realizar a salvação (Lucas 4:17).

Quem nos dá a vida eterna?

1. Deus o Pai (1ºJoão 5:11).


2. Deus o Espirito Santo (Gálatas 6:11).
3. Deus o filho (João 10:28).
A humilhação do Cristo ao renunciar o exercício independente do seu poder
divino em submissão ou dependência do Espirito Santo foi voluntária. Ele
concordou com o controle do Espirito Santo nas imitações da sua missão
messiânica, ele aceitou a transmissão do poder por parte do Espirito Santo. O seu
estado de humilhação consiste também na submissão a vontade do Pai (Mateus
26:53-54\26:39\João 6:38-40).

E) A renúncia do exercício (a utilização) dos poderes divinos e sua aceitação


voluntária da tentação, sofrimento e morte (Mateus 27:40-44).
 Ele poderia chamar seus anjos (Mt.4:6-7\Mt.26:53-54).
 Voluntário em dar a sua vida (João 10:17).
 Renunciou a sua glória, aceitou a tentação, aceitou sofrer e ser tentado
(Filipenses 2:8).
Por tanto devemos considerar a humilhação de cristo não como apenas um ato,
mas uma contínua renúncia que começou com a Kenosis, o esvaziamento do
Logos se tornando homem e que culminou na auto sujeição do Deus-homem na
morte na cruz.

Estágios da humilhação de Cristo.

1. Concepção de Cristo (Lucas 1:35,38).


2. O nascimento de Cristo (Lucas 2:7\11:27).
3. O padecimento de Cristo (1ªPedro 3:18\Is.53:4).
4. A morte de Cristo (Isaías 53:8-9\Lucas 23:46).
5. O sepultamento de Cristo (Mateus. 27:59-60).
Padecimento, e sofrimento de Cristo. A dor sofrida por Jesus foi:
a) Física e morte.
b) De carregar o pecado da humanidade (Isaías 53:6,12\João 1:29\2ªCorintios
5:21\Gálatas 3:13\Hebreus 9:28).
c) Abandono (Marcos 14:34\Mt 26:56\Hc 1:13\Mt 27:46).
d) A dor de suportar a ira de Deus (Romanos 3:25-26).

Podemos ainda distinguir:

1- O Logos interrompeu o uso independente dos atributos divinos ao tornar-se


homem.
2- Submissão as leis que regulam a origem das almas recebendo sua natureza
humana da virgem cuja concepção miraculosa tornaria pura
(Jó12:10\Hebreus 12:9\Zacarias 12:1).
3- Sujeição as limitações que o crescimento e o desenvolvimento envolviam,
atingindo a consciência da sua filiação aos seus 12 anos, não operando
milagres antes de seu batismo.
4- A subordinação de si mesmo ao controle do Espirito Santo em estado,
conhecimento, ensinos e atos vivendo assim não independente, mas, como
um servo.
5- Sua sujeição a tentação e ao sofrimento em conexão a uma raça
pecaminosa e finalmente a morte que se constitui a pena da Lei.

Kenosis, esvaziamento.

Kenótica ou Kenosis é a doutrina do esvaziamento do Logos para tornar-se o


homem Jesus. Ao tornar-se carne o Logos ou a Palavra, tornou-se visível, audível
e palpável. A Kenosis, ou o esvaziamento, não é a extinção do Logos. Jesus deixa
de depender de seu poder divino para depender do Espirito Santo.

Exposição de Filipenses 2:5-8

 O Sujeito da sentença nos versos 6-7: “sendo em forma de Deus e


aniquilou-se a si mesmo”; está revelado ou identificado no final do verso 5
– Jesus Cristo – então vejamos: “Jesus Cristo sendo em forma de Deus”.
Verso 6: “Jesus que aniquilou-se a si mesmo, esvaziou-se.”

Concluímos:

 Jesus Cristo é o Logos encarnado, sendo em forma de Deus, por tanto


preexistente, esvaziou-se (como no verso 8) e tornou-se homem, Jesus
Cristo é considerado O encarnado.
 Jesus Cristo o Logos preexistente, existindo como Deus, esvaziou-se e se fez
homem e nesta condição chamado filho, humilhou-se até a morte.
 Considerando a sua forma de existência anterior igual a Deus e não igual a
anjos, ele não se importou em abandonar a sua forma preexistente se
tornando um filho.

 O Logos preexistente em sua forma e prerrogativas divinas é o Senhor como


o Pai é.

Textos de apoio:

Salmos 110:1-2\Isaías 44:6\48:12\45:5-6,22-23\Romanos 4:11\10:9,13\Filipenses 2:9-11.

Mateus 22:41-46 + Salmos 110:1-2 + Atos 2:34-36

Mateus 21:15-17 + Salmos 8:2 – Jesus recebe louvor dado ao Senhor e cita o Salmo
24:10 também usado por Paulo em 1ºCorintios 2:8).

Atributos de Deus e Jesus.

Os atributos de Deus revelam um vislumbre do seu caráter e nos auxilia na


compreensão da natureza infinita de Deus. São as perfeições e qualidades de
Deus. Tudo que se fala de Deus pode ser dito de Jesus Cristo e o Espirito Santo.

A palavra Atributo é latim e incorpora a propriedade inerente do ser sem a qual


este não pode existir nem ser concebido. Não é acrescentar algo, é propriedade
fundamental da substancia imanente do ser.
(Jó 12:10/Atos 17:25-28\Colossenses 1:17\Jeremias 23:24).

Podemos dividi-las em duas classes: Comunicáveis e incomunicáveis.


Atributos incomunicáveis.

Que não são compartilhados ou não são comunicados a nenhuma criatura são
exclusivos de Deus de Jesus e do Espirito Santo e a mais ninguém.

1 – Asseidade, asseitatis: significa que Deus é auto existente. Ele não depende de
ninguém fora de si mesmo para ser o que ele é (Salmos 90:1-2).

Podemos afirmar o mesmo sobe Jesus (Miqueias 5:2). No entanto o Logos eterno
submeteu-se ao mesmo processo de origem como filho do homem. A origem do
filho na virgem foi somente na encarnação, gerado pelo Espirito Santo.

2 – Eternidade: Ele sempre existiu, não foi criado por ninguém


(Genesis 21:33\Salmos 90:1-2\Miquéias 5:2\João 1:1-3).

Jesus também não foi criado ele sempre existiu (Apocalipse 1:1,8)

3 – Unidade: Deus é um e todos os seus atributos estão inclusos em seu ser o


tempo todo (Deuteronômio 6:4\Efésios 4:6\ 1ªCorintios 8:6\1ª Timóteo 2:5).

Todos os atributos divinos estão em Jesus o tempo todo, mas ele renunciou usa-
los todos enquanto homem.

4 – Imutabilidade: Deus não muda jamais, tanto o seu ser como suas perfeições
não sofrem alteração. Ele não muda seus propósitos e promessas (Tiago
1:17\Hebreus 13:8\6:17-20\Tito 1:2).

Jesus também é imutável (Efésios 1:1-6) nos seus propósitos de salvar o mundo
(João 5:24\6:37-40\10:10,28-30)

5 – Infinitude – Deus é infinito em seu ser e não sofre limitações e espaço e


tempo não podem limitar a Deus (1ªReis 8:27\Atos 17:24).

Jesus também é infinito e ilimitado. Apenas no seu corpo ele aceitou e sofreu
limitações, mas não a sua alma e seu Espirito. A alma sobrevive fora do corpo e
vai as alturas. Ele precisou aguardar as limitações do desenvolvimento humano e
foi limitado pelo tempo em que deveria cumprir sua missão no espaço limitado
da terra entre a humanidade.
6 – Onipresença – Estar presente em toda parte com toda a plenitude de seu ser
o tempo todo (Salmos 139:7-12).

Jesus renunciou a isto apenas por causa e no seu corpo, ele não estava
fisicamente em todos os lugares ao mesmo tempo e não aparecia
instantaneamente onde queria, mas se deslocava para onde queria ir. No entanto
não estava encerrado no copo como se fosse dele prisioneiro.

7 – Onipotência - Possui todo o poder, seu poder é infinito e ilimitado


(2ªCorintios 6:18\Apocalipse 1:8).

Jesus abriu mão do uso total deste poder (Mateus 26:53).

8 – Onisciência – Deus conhece todas as coisas de forma completa e absoluta.

Jesus abriu mão enquanto no ventre.

9 – Soberania – Controla todas as coisas. Deus é soberano e imperador supremo


sobre tudo e todos, universo e história.

Jesus abriu mão deste atributo na encarnação (Daniel 7:9,13-14\Isaias 9:6-7).

Atributos comunicáveis.

São compartilhados em certa medida com o homem, foram impressos na criação


da humanidade e basicamente consiste disto a imagem e semelhança de Deus.
Deus comunicou seus atributos aos homens e por tanto o homem se parece com
Deus em alguns aspectos (Romanos 2:14-15).

O logos não renunciou a estes atributos:

10 – Amor – amor ágape, amor fraternal, amor profundo e incondicional que ao


mesmo tempo revela grande afeição e cuidado, zelo, correção, abnegação
(1ªJoão 4:8\Romanos 5:5).

11 – Bondade – enfatiza a benevolência de Deus para com as suas criaturas


(Salmos 86:5\100:5\119:68\Atos 14:7).

12 – Misericórdia – revelam compaixão e piedade de Deus para com os


miseráveis e angustiados (Efésios 2:4-5).
13 – Sabedoria – Deus é infinitamente sábio, Ele é a fonte de sabedoria é
superior a dos homens. A sabedoria divina, do Pai, filho e do Espirito Santo, não é
aprendida, é integrada e completa, anterior a existência de algo e não requer
raciocínio ou meditação (Daniel 2:20\Jó 12:13\Romanos 11:33\Provérbios 8:22).

14 – Justiça – Plenamente justo e perfeito e sua retidão, não provem nenhum


tipo de desigualdade (Salmos 11:7\Daniel 9:7\Atos 7:31).

Jesus é justo o tempo todo (Isaias 53:9\ 1ªPedro 3:18).

15 – Santidade – Completamente separado do pecado e comprometido com a


sua honra (Isaias 40:25\Habacuque 1:12).

Jesus é completamente santo sempre (Hebreus 7:26).

16 – Veracidade – é verdadeiro, infalível e confiável (Hebreus 10:28\João 17:3) –


Jesus é a verdade

17 – Liberdade – Deus não precisa de nada nem de ninguém para fazer o que
quer. Ele é completamente livre para executar a sua vontade (Mateus
11:26\Isaias 40:13-14).

Jesus renunciou parcialmente, se fez servo, renunciou e aceitou as privações


(2ªCorintios 8:9).

18 – Paz – Nele não há nenhum tipo de confusão ou desordem (Juízes 6:24) Jesus
é o príncipe da paz (Isaias 9:6-7).

Diferente de Deus o homem continua sendo homem mesmo que não tenha
alguns dos seus atributos. Deus não poderia ser Deus se lhe faltasse um dos seus
atributos, pois Ele é perfeitamente expresso em cada um deles e ao mesmo
tempo dos seus atributos Ele não depende, pois Deus é em si mesmo completo e
independente. Foi desta independência que o Logos renunciou para ser o filho do
homem.
Atributos do homem, que Jesus possui

1 Reputação, o caráter piedoso.

2 Ética, ele mantém a sua palavra.

3 Moralidade, força interior, no centro de seu coração.

4 Um coração calmo e controlado pelo Espirito Santo que produz sabedoria.

5 Hábitos, disciplina.

6 Ele assume responsabilidade.

7 Ele é um amigo.

O estado de exaltação de Cristo

Da mesma forma que a humilhação, a exaltação tem como sujeito a pessoa de


Cristo. Apesar de que a exaltação se realiza na natureza humana, seus efeitos se
manifestam na pessoa de Cristo, o verbo de Deus, que personaliza sua natureza
humana. Cristo está tão exaltado que tem de ter um nome acima de todo o nome
e todos devem reverencia-lo.

A razão da exaltação de Cristo segundo o texto de Filipenses 2:6-11 encontra-se


em dois fatores. O primeiro fator está relacionado como o inicio do verso 9: “Pelo
que, ou”, por isso; assim observamos que Cristo foi exaltado por que sofreu tudo
aquilo que consiste os versos 6-8. Outro fator importante é quem exaltou o
Cristo: “Por isso Deus o exaltou”.

Cristo não coroou a si mesmo, foi a mão de Deus que colocou a coroa na cabeça
de Cristo. Ele não elevou a si mesmo ao trono de majestade, mas seu Pai o
elevou até ali e o colocou em seu trono. Esta também é a esperança dos santos,
repetir a experiência que agora afeta ao seu Senhor (Hebreus 5:4,5,10).

Isto é conforto e segurança para o corpo de Cristo na terra, o nosso cabeça está
na posição mais exaltada de todos. Visto que estamos ligados a Ele, a sua posição
exaltada é fonte de alegria, pois as bênçãos celestiais fluem dele para todos os
ramos da videira (Efésios 1:3,13-14).

A união da natureza humana e divina em Cristo continua por que é indissolúvel e


eterna. Depois de sua morte Jesus voltou para a destra do Pai, recebeu
novamente aquela glória que tinha antes do mundo e entrou em pleno uso
daqueles poderes que tivera antes do período da humilhação (Atos 7:55-56\ João
17:5).

O Salmo 8:4-6 com sua dissertação sobre a glória da natureza humana cumpre-se
plenamente em Cristo como aplicado em Hebreus 2:6-10, especialmente os
versos 7 e 9 : “vemos coroado, um pouco menor ou aquele\Jesus feito menor
por pouco tempo”.

O Salmos 16:10 foi um dos temas abordados por Pedro em seu discurso sobre o
pentecostes, verificamos isto em Atos 2:25-35, onde ele tão bem explica que o
tema deste texto de Salmos não se aplicava a Davi mas sim ao Messias,
aproveitando a ocasião ainda para dissertar no verso 34 sobre o Salmos 110:1-2
tema que o próprio Jesus utilizou-se em Mateus 22:41-46\21:15-17
Comprovando assim a transcendência de Jesus.

Ao confrontarmos o Salmos 16:10 com Atos 2:24,31 verificamos que a


ressureição era necessidade natural pois era impossível Jesus permanecer e ser
detido pela morte, ele não foi deixado no hades.

Esta exaltação que afetou a humanidade apenas em sua cabeça, que é Cristo,
deve ser a experiência de todos os membros do seu corpo. Assim serão livres da
corrupção e da morte e devem assentar-se com Cristo em seu reino (Daniel
7:9,22,27\Apocalipse 20:4\22:5).

Jesus foi ao inferno?

O estado de humilhação do Cristo não inclui o inferno, também este fato não
procede para seu estado de exaltação. Esta ideia decorre de uma interpretação
errônea das passagens em 1ª Pedro 3:19 e 4:6. Vou acrescentar comentário
[entre chaves] para entender melhor o significado do texto:
Porque também cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos...;
vivificado pelo Espirito, no qual [Espirito] também foi e pregou [por intermédio de
Noé], aos espíritos [agora] em prisão...; pregando o evangelho também aos [que
hoje estão] mortos...

Quem pregou àqueles condenados foi Noé. O versículo diz que, no Espirito Jesus
pregou aos [espíritos] agora em prisão os quais foram rebeldes à pregação de
Noé. Noé pregou no Espirito de cristo às pessoas de seu tempo, mas elas não
creram o que significa dizer que por meio de Noé era o próprio Senhor Jesus que
estava falando a eles.

Os espíritos encerrados em prisão são os incrédulos que viveram no tempo de


Noé, cujos espíritos ou almas estavam encerrados nas trevas da ignorância como
em uma prisão. Cristo pregou a eles não em carne, pois ele ainda não era
encarnado, mas em espirito, isto é na natureza divina, através de Noé (santo
Agostinho)

O apostolo Pedro declarou sobre si mesmo em Atos 15:7 que ele fora chamado
para ser Luz para os gentios. O apostolo Paulo fez a mesma afirmação sobre ele
mesmo e Barnabé em Atos 13:46-49 e Atos 26:23 e Atos 9:15. Em suas
declarações eles citam uma profecia messiânica que está em Isaias 42:6. Como
tema deste capitulo de Isaias citamos a epigrafe O Servo do Senhor e no capitulo
49:6 de Isaias com a epigrafe: O Servo do Senhor é luz para os gentios. Sabemos
que a luz para os gentios é cristo e as suas boas novas anunciando pelo
evangelho de cristo pregado aos gentios. Mas Jesus não pregou aos gentios, o
foco do seu ministério foi Israel. Quem anunciou a Luz de cristo aos gentios
foram os apóstolos pregando aos não judeus.

Sendo assim os apóstolos citados acima anunciarem o evangelho aos espíritos


[agora] em prisão, ou seja, eles pregaram o evangelho aos que [hoje] estão
mortos. No entanto o texto de Isaias 42:6\49:6 afirma que Jesus faria isto, ser luz
para os gentios, e ele fez, através de Pedro, Paulo e Barnabé; Paulo foi escolhido
para isto (Atos 9:15\Romanos 1:5\Gálatas 2:7-8\Atos 26:23) Em Atos 11:9 o
evangelho é pregado aos não judeus, em Atos 11:25 Barnabé busca Paulo para
este fim.
Os apóstolos pregaram no [Espirito de Cristo] como se fosse Ele (Jesus) pregando
aos que [agora] estão mortos. Digamos que você pregue o evangelho a uma
pessoa, ela não aceita, morra e vá para o hades. Pode-se dizer que você pregou a
ela no Espirito de Cristo, ou seja, como se fosse Ele (Jesus) mesmo pregando a
ela, não depois de morta, mas, enquanto ainda vivia.

Alguns têm interpretado 1ª Pedro 4:6 dizendo que Jesus proclamou o evangelho
aos mortos para que tivessem uma segunda chance de serem salvos. Esta teoria
da 2ª chance é atraente para aqueles que resolvem viver uma vida longe de
Cristo agora. Mas pelo contrário, Hebreus 9:27 concordando com 1ª Pedro 4:5
diz que após a morte vem o juízo sem nenhuma outra oportunidade para aceitar
o evangelho. 2ª Pedro 2:4-8 demonstra que os anjos maus, o povo do tempo de
Noé e Sodoma e Gomorra já foram condenados. Quem foi poupado foram Noé e
Ló.

No texto de 1ª Pedro 3:19 analisamos que Cristo foi ou é apontado aqui “indo em
espirito”. Esses espíritos em prisão são identificados em 1ª Pedro 3:20 como
pessoas que viveram em outro tempo, no tempo de Noé e que nesse momento
sobre o qual Pedro escreve, essas pessoas estavam condenadas (espíritos em
prisão).

Porque somente para este grupo? Se houvesse possibilidade de haver mudança


na condição deles então Jesus deveria continuar evangelizando o inferno para
sempre! Este ponto de vista realmente não procede, pois contradiz as Escrituras.
Além disto, parece sem proposito Jesus ir até o inferno para dizer algo que já é
sabido por todos que estão lá aguardando o julgamento do grande dia. Pedro
estaria apontando que estes condenados vivos na época de Noé, eram, nesse
momento que Pedro estava escrevendo, espíritos em prisão, ou condenados.

Quanto ao texto de Efésios 4:8-10, nas escrituras hebraicas a esfera dos mortos é
sheol que significa simplesmente sepultura, habitação dos mortos, o mundo
inferior. A palavra grega no novo testamento é hades, com o mesmo sentido.

As palavras:

Infernos – latim
Hades – grego

Sheol – hebraico

Tem na maioria das vezes o sentido de lugar de todos os mortos, a sepultura,


sepulcro, cova. Esta palavra não descreve sempre o lugar para onde vão as almas
dos mortos; mas o lugar para onde os corpos vão: a cova.

Todas as pessoas vão para a sepultura, mas, as almas dos homens vão para
lugares diferentes.

Em Mateus 16:18 Jesus declara que as portas do inferno não prevalece contra a
igreja; Jesus não estava afirmando se referindo ao tormento eterno no inferno,
estava afirmando que o sepulcro não poderia reter os eleitos. As portas ou
obstáculos da morte não foram capazes de deter Jesus e não podem manter
cativo o cristão (1ª Coríntios 15:55) As portas do hades não prevalecerão sobre a
promessa da ressureição.

1. Jesus declarou Está consumado (João 19:30) Ele não foi ao inferno sofrer
mais.
2. Na cruz Jesus disse que naquele mesmo dia estaria no paraíso (Lucas
23:43).
3. Jesus não precisou descer ao inferno para pegar as chaves da morte, pois,
Daniel 7 declara que toda autoridade foi dada a Jesus pelo Ancião de Dias
na ascensão dele.
Ao declarar que desceu ao hades enfatiza que o processo de morte foi
plenamente concluído. Ele realmente morreu, foi uma morte genuína.

Em João 20:17 lemos a declaração de Jesus: “Não me detenhas, porque ainda


não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para
meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. Esta declaração diz respeito ao
corpo de Jesus com sua alma, pois Jesus não havia subido com o seu corpo, mas
que iria para o Pai depois, ele ainda encontraria os discípulos.

Sobre a declaração de Apocalipse 1:18 o leitor deve confrontar este texto a luz
das Escrituras, comparando escritura com escritura para entender todo o
conteúdo da declaração. Confrontar com Hebreus 2:14-15\Atos 2:24,31\Salmos
16:10\110:1-2\1ª Coríntios 15:25-26.

Por tanto a exaltação de Cristo não começa com sua hipotética descida ao
inferno de tormento, nem tampouco sua humilhação chega a este ponto.

O Despertar e a saída do tumulo.

Estão amplamente divulgadas em Mateus 28 e os acontecimentos e a ordem no


dia da ressurreição nos evangelho são:

1. As mulheres, Maria Madalena, Maria mãe de Jesus e Salomé vão ao


sepulcro.
2. Ao chegarem elas, ou talvez pouco antes, desceu o anjo, o Senhor
ressuscitou e os guardas caíram por terra coo que mortos.
3. Pouco depois disso, o mesmo anjo aterrorizava os guardas, fala com as
mulheres que haviam chegado a cena.
4. As mulheres encontram a pedra rolada para um lado e Maria Madalena
volta para contar o ocorrido aos discípulos (Lucas 23:55-24:1\João 20).
5. Pedro e João ao receberem a noticia vão ao tumulo examinar e vão embora
(João 20:11-18).
6. Maria Madalena volta a cena da ressureição chorando, ainda duvidosa,
então vê os dois anjos e o próprio Senhor Jesus (João 20:11-18).
7. Maria, mãe de Tiago e José, retornou com as outras mulheres ao sepulcro,
as mulheres veem a dois anjos (Lucas 24:4-5\Marcos 16:5) e ao receberem
a mensagem angelical saem a procura dos discípulos, mas ao encontro
delas sai o próprio Jesus (Mateus 28:8-10).

Houve dois terremotos na vida de Jesus:

1- Mateus 27:51 anunciava a sua morte.


2- Mateus 28:2 anunciava a ressureição.
A mensagem da ressureição: A morte não é mais permanente, nem mesmo com
relação ao corpo, quanto menos no que diz respeito a alma. Para o crente não há
morte. (João 5:28-29\ 1ª Coríntios 15:55-57\Filipenses 1:23)

As melhores testemunhas da ressureição foram os guardas que vigiavam o


sepulcro.

Pela sua morte Cristo venceu o poder do pecado da morte e do diabo para nós e
por nós, não para si mesmo, pois Ele está acima de tudo isto; é santíssimo e
sempre foi sem pecado e ele tem sempre todo o poder e nada e nenhuma coisa
ou criatura poderia impedi-lo ou persuadi-lo ou incentiva-lo, pois ele é um ser
livre todo poderoso como seu Pai o é. Conseguiu o perdão para o seu povo e não
para ele mesmo, pois ele é inocente e imaculado. Pela ressureição conseguiu a
justificação deste mesmo povo diante de Deus completando assim a sua obra
(Romanos 4:25\5:1), o justo Jesus é quem nos torna justos diante de Deus o Pai.

As aparições do Cristo ressuscitado

1- A Maria Madalena (João 20:11-17).


2- A Maria sua mãe (Mateus 28:8-9).
3- Aos discípulos de Emaús (Lucas 24:13-32).
4- Para Pedro (Lucas 24:33-34).
5- Aos dez discípulos, Tomé ausente (Marcos 16:14).
6- Aos 11 discípulos, Tomé presente (João 20:26-29) inúmeros sinais (João
20:30-31).
7- A sete apóstolos, junto ao mar da Galileia.
8- A mais de 500 irmãos (1ª Coríntios 15:6).
9- Para Tiago meio irmão do Senhor.
10- Só aos apóstolos, a grande comissão (Mateus 28:16-20).
11- Aos apóstolos no cenáculo (Marcos 16:14-20).
12- A Estevão no seu apedrejamento (Atos 7:55-56).
13- A Paulo na sua conversão (Atos 9:3-8).
14- A Paulo em Corinto (Atos 18:9-10).
15- A Paulo no templo (Atos 22:17:21).
16- A Paulo em Jerusalém (Atos 23:11).
17- A Paulo em outra visão (2ª Coríntios 12:1-4).
18- A João em Patmos, várias visões no Apocalipse (Apocalipse 1:9-20).
O Senhor não fiou continuamente com os discípulos no dia da ascensão que
acontece 40 dias após o domingo de pascoa. Dez dias após ocorre o pentecostes
(50º dia). O pentecostes era comemorado 50 dias após a pascoa (Atos
2:1\Levíticos 23:15-21).

Ofícios de Cristo.

Os escritores apresentam os ofícios de Cristo em número de três: Profeta,


Sacerdote, Rei. São termos que expressam ideias diferentes das relações
humanas no Antigo Testamento, no contexto de Israel. Os três cargos mais
importantes que existiam no povo de Israel do Antigo Testamento eram o de
profeta (Natã em 2ªSamuel 7:2), o sacerdote (Abiatar 1ªSamuel 30:7) e o rei
(Davi em 2ª Samuel 5:3). Eram ofícios distintos, mas prefiguravam aquele que
deveria combinar em si mesmo todas estas atividades e virtudes. Foram símbolos
de Cristo como profeta, rei e sacerdote.

Os três ofícios de Cristo são necessários:

Profeta; porque nos salva da ignorância do pecado. O profeta fala as palavras de


Deus ao povo.

Sacerdote; porque nos salva da culpa do pecado. O sacerdote oferecia sacríficos,


orações e louvores a Deus pelo povo.

Rei; para nos salvar do domínio do pecado que há em nós. O rei governa o povo
como representante de Deus.

Oficio: função, posição. Não são funções separadas como o de presidente da


republica, presidente do STF e senador, isolados na sua execução. Embora
distintas são interdependentes. Cristo é sempre um profeta sacerdote, sacerdote
real e rei sacerdote. Estas funções juntas cumprem a redenção, ele é todas as
funções ao mesmo tempo sempre.

1ª Coríntios 1:30 – Ele é sabedoria – obra profética; justiça, justificador – obra


sacerdotal; santificação e redenção – obra real, obra do rei.

A natureza profética de Cristo:

Não é ser um prenunciador do futuro, mas a de um interprete e revelador da


vontade divina, um meio de comunicação entre Deus e os homens, um porta voz
e expositor das escrituras. Designa alguém que vem com uma mensagem da
parte de Deus para o povo (Deuteronômio 18:8\Êxodo 7:1).

 Genesis 20:7 – Abraão é chamado de profeta.


 Salmos 105:15 – se refere aos patriarcas.
 Mateus 11:9 – João Batista que não tem predições registradas, mas revela
que Jesus é o cordeiro de Deus.
 1ª coríntios 2:8\Efésios 2:20\3:5 – expositores das Escrituras exemplo da
exposição do Salmos 24:10 aplicado a Cristo.

O profeta unia três métodos para cumprir seu oficio: ensino, predição e operação
de milagres. Jesus realizou estes três fatores. Ele ensinava, operava milagres e
proferia predições (Deuteronômio 18:15 /Atos 3:22). Exemplo: Moisés e Jesus.

 Mateus 5:7 – ensino


 Mateus 8-9 – milagres
 Mateus 24-25 - profecias
Jesus chamava a si mesmo de profeta,

 Mateus 13:57 – não há profeta sem honra a não ser na sua casa.
 Lucas 13:33 – para que não morra um profeta em Jerusalém.
Jesus foi chamado de profeta,

 João 9:17 – a cura o cego


 João 17:8\14:9 – aquele que revela a mensagem de Deus.
Elementos fundamentais da profecia e do oficio profético de Jesus:
1. Discernimento das coisas espirituais (os demais profetas por iluminação
divina), mas cristo ele próprio é a luz.
2. Pela inspiração divina em termos de verdade cristã (os demais profetas)
Jesus é ele mesmo a verdade.
3. Discerne as sinalizações a longa distancia e as indicações da providencia
divina; anunciando aos homens que preparem o caminho (para os demais
profetas) pois cristo sabe o fim de tudo.

Estágios da obra profética de Cristo.

1) A obra preparatória do Logos, iluminando a humanidade para o advento de


Cristo em carne.
 João 1:9 – ali estava a luz verdadeira que ilumina o mundo. O mudo, toda
a civilização, arte, ciência e filosofia é luz de Cristo quebrada, são
partículas dele.
 Hebreus 12:25-27 – O monte Sinai e Moisés preparavam o caminho.
 Mateus 23:30-34 – enviou profetas preparando sua vinda.
 Lucas 11:49 – enviou apóstolos e profetas (47-51).

2) O mistério do Cristo encarnado. Ele mostrou-se profeta por excelência.


Como os profetas do Antigo Testamento submetia-se a direção do Espirito
Santo, ele achava a fonte de todo poder e conhecimento em si mesmo. A
palavra de Deus não vinha a ele, ele mesmo era a palavra de Deus, o verbo.
O ensino de Jesus não foi inspirado, a sua fonte foi a encarnação, ele foi o
inspirador o verdadeiro mestre (Lucas 6:19\8:45-46\João 2:11\8:38,58\Jr
2:1).

3) A direção e o ensino da sua igreja na terra desde sua ascensão. Atividade


profética de Cristo continua através de seus apóstolos, ministros e
influência do Espirito Santo. A igreja é uma instituição profética para
ensinar o mundo por meio da pregação e ordenanças. Os crentes são
profetas apenas como proclamadores do ensino de Cristo (Números
19:11\Joel 2:28) não como reveladores de doutrinas pois na plenitude dos
tempos o filho é quem fala conosco pela sua palavra (João 16:12-14). A
obra profética de cristo estava apenas iniciando (Atos 1:1), mas continuou
com a iluminação dos apóstolos e os pregadores cristãos, a conversão dos
pecadores. Tudo isto faz parte da obra profética de Cristo executada pelo
Espirito Santo. Toda profecia moderna é apenas uma nova publicação da
mensagem de Cristo. Toda profecia prova sua autenticidade pelos milagres.

A atividade profética inclui 1ª Coríntios 14:3: edificação, exortação, consolação,


que devem fazer parte da mensagem pregada.

Cristo como sacerdote, o sumo pontífice (Hebreus 3:1).

O profeta representa Deus diante dos homens. O sacerdote representa os


homens diante de Deus. No Antigo Testamento o sumo sacerdote era um homem
escolhido para ser o mediador entre Deus e o homem. A perfeição deste ofício se
completou em Cristo (1ª Timóteo 2:5). O sacerdote cumpria seu oficio
oferecendo sacrifício e fazendo interseção, mas sendo homem imperfeito antes
de oferecer sacrifícios pelos outros oferecia tinha que oferecer primeiro por si
mesmo (Levítico 16:11\9:7-8,15).

O sacerdote bíblico era uma pessoa divinamente consagrada para representar o


homem diante de Deus e oferecer sacrifícios que assegurarão o favor divino
(Hebreus 8:3). Sacrifícios que assegurariam o perdão e aceitação de Israel por
Deus. Uma vez por ano o sumo sacerdote fazia expiação por Israel, em certo
sentido ele era o salvador de Israel, aquele que aparecia diante de Deus para
obter o perdão.

a) As vitimas eram imolados no pátio exterior, Cristo foi crucificado na terra e


fora de Jerusalém.
b) O sangue era levado ao lugar santíssimo e aspergido na presença de Deus.
A aceitação de Jesus que ascendeu ao céu para apresentar-se em nosso
lugar na presença de Deus. Aceitação por Deus de seu sangue nos dá a
certeza da aceitação de todos que confiam no seu sacrifício.
c) As vitimas sacrificadas por ele eram animais irracionais que não tinham a
ver com os pecados cometidos pelos homens.
d) Jesus não necessitava apresentar e oferecer sacrifícios por seus pecados,
pois ele não os tinha. Ele também não usou de irracionais para aliviar a
humanidade. Ele ofereceu a si mesmo, Jesus é o sacerdote ideal (Hebreus
7:24-28).
A obra propiciatória de Jesus no seu oficio sacerdotal é o tópico de maior
importância da teologia sistemática.

O cordeiro do sacrifício perfeito oferecido uma única e ultima vez para sempre é
eterna. Mas a obra sacerdotal ainda continua. Ele vive para aplicar os méritos e o
poder de sua obra expiatória perante Deus a favor dos pecadores (Hebreus 9:14
– soteriologia). Ele intercede e se compadece de nós, eternamente justo ao Pai
(Hebreus 2:14-16\4:15). Portanto, um sacerdote deveria ser da natureza
humana, com experiência humana que saiba o que é tentação, por isso um anjo
não pode ser sacerdote de homens.

Recomendo a leitura de Hebreus 8 – 10.

A culpa

As Escrituras ensinam que cristo obedeceu e sofreu e nosso lugar (foi nosso
substituto) para satisfazer uma demanda imanente da santidade divina e
remover um obstáculo para o perdão e restauração da culpa (ofensa a santidade
de Deus x restauração).

O atributo fundamental de Deus é a santidade e santidade não é amor (sem


santidade ninguém verá a Deus), amor comunicante de si mesmo, santidade é a
retidão auto afirmativa (Deus é santo, sejam santos). A santidade limita e
condiciona o amor, pois o amor pode querer (obter) a felicidade (é uma condição
para) só na medida em que esta (felicidade) resulta da retidão (santidade) ou
consiste nela isto é, na conformidade com Deus (Isaias 59:1-2\1ªJoão
2:1\5:17\Salmos 37:4). A felicidade eternal está condicionada a santidade sendo
ela o resultado o amor derramado nos corações dos salvos.
A santidade não é idêntica ao amor, nem uma manifestação dele. Por que a
preservação própria deve preceder a entrega de si mesmo e por que a
benevolência encontra seu objeto, motivo, padrão e limite na justiça, na
santidade, então a comunicação de si mesmo. Deus deve primeiro sustentar o
seu próprio ser (Jesus quem faz isto) para depois dar ele a outrem e essa
sustentação deve ter seu mérito, seu motivo do que a sustenta em beneficio
daquele que recebe (Mateus 26:36-42).

A santidade estabelece conexão com a felicidade, atribuindo o sofrimento do


pecado a infelicidade. Como todas as coisas foram criadas por meio dele
(Colossenses 1:16\João 1:1-2) e é Cristo que a sustenta toda a criação e o
homem, portanto a providencia e preservação é sua obra, por isto ele deveria ser
o restaurador do favor divino através do oficio sacerdotal sendo ele próprio o
sacrifico perfeito. Ele veio para os seus, ele morreu pelos que são seus (João
1:10-12\Romanos 8:3).

Cristo suportou a reação da santidade de Deus contra o pecado que constituía a


pena.

Enquanto o amor de cristo explica sua voluntariedade de suportar o sofrimento


por nós, só a santidade fornece a razão para a constituição do universo e da
natureza humana que torna necessário o sofrimento (antes que houvesse
mundo)

Ele é o nosso substituto por causa da sua impecabilidade o que nunca


poderíamos fazer por nós mesmos. O único motivo da expiação é que Deus seja
justo (Romanos 3:26) pois a expiação está baseada na justiça de Deus e não no
seu amor.

Santidade é as vezes empregada para expressar qualidade moral da divindade,


ou o caráter moral de Deus. Como sacerdote cristo nega qualquer relação com o
pecado (Hebreus 2:14-16\1ªJoão 2:1-2 – sacerdote advogado).

Melquisedeque: Salmo 110:4 – Hebreus 7:25


Jesus é descendente de Davi, da tribo de Judá, portanto ele era rei, pois sob a lei
de Moisés ele poderia ser rei porque era da tribo real de Judá (2ªSm 7:12-16\At
2:29-31). No entanto ele não poderia ser sacerdote sob a lei de Moises, pois não
era da tribo de Arão\Levi. Porém o salmista o declarou sacerdote segundo outra
classe a de Melquisedeque (Hebreus 7:11-14). Porque Melquisedeque além de
ser sacerdote antes de haver lei de Moisés era também rei de Salém, antigo
nome de Jerusalém. Não há registro da sua origem nem da sua morte (Genesis
14:18-20\Hebreus 7:1) parece continuar para sempre como sacerdote desde
tempos indefiníveis.

Um sumo sacerdote superior aos levitas, último e eterno que mudou o


sacerdócio araônico com um novo pacto (Hebreus 7:18\Mateus 26:28).

Oficio real de Cristo, Jesus o Rei.

O oficio real de Cristo faz parte do seu estado de exaltação. Aquele que esteve
em estado último de humilhação, pois humilhou-se a si mesmo até o último
estágio, o tumulo emprestado, recebe o maior estado e mais sublime de
exaltação.

a) Deus exaltou Cristo em seus títulos:


1 – Ele foi exaltado para ser Senhor (Atos 19:17), o seu nome, nome de Senhor
era engrandecido.
2 – Ele é Senhor com respeito a sua soberania, sobre anjos, arcanjos, serafins,
todos no céu e tudo e todos na terra (Mateus 28:18).
3 – Diante do Senhor se dobre todo joelho nos céus e terra (Filipenses 2:10).
Nome aqui é colocado em relação a sua pessoa, sua divindade, dobrar-se é
colocar-se em sujeição, submeter-se a ele como Senhor e Juiz.

b) Cristo é exaltado como um príncipe (Daniel 12:1) Jesus como o anjo


salvador e Senhor (Apocalipse 1:5 – é o príncipe dos reis da terra) Ele é o
anjo do pacto, é o grande príncipe (Isaias 9:5-7). O Soberano dos reis da
terra que seguram suas coroas em consideração a ele. Seu trono acima das
estrelas e anjos, ele é exaltado em seus títulos de honra (Filipenses 2:9-
11\Hebreus 2:10\Hebreus 1:8 – teu cetro e reino).

c) Deus o exaltou em seu oficio. Deus o honrou para ser salvador do mundo, o
príncipe e salvador (Atos 5:31). Foi uma grande honra para Moises ser
salvador temporário, Cristo é salvador eterno (Lucas 1:69). Ele salva do
pecado (Mateus 1:21) Salva da ira (1ªTess 1:10\Rm 5:9). A salvação é uma
flor da sua coroa (Atos 4:12). Foi uma grande honra para Cristo que ele vai
compartilhar com os seus súditos (Apocalipse 5:9-19\Daniel 7:18,22,27).

d) Deus o exaltou em sua ascensão. Ele não subiu a sua a órbita terrestre ou
solar, ele foi aos céus (Lucas 24:51\Efésios 4:10). Ele não deixou casas ou
terras, mas a sua benção (Lucas 24:50-51). Subiu como um vencedor
triunfalmente (Salmos 68:18). Ele triunfou sobre a morte, o inferno e o
pecado para cada crente (Efésios 4:8-11) Ele concedeu o Espirito Santo
assim como um rei em sua coroação entrega presentes liberalmente aos
seus favoritos.

e) Deus exaltou Cristo quando o recebeu a sua direita (Marcos 16:19\Efésios


1:20-23). Deus não tem mão direita ou esquerda, pois Ele é espirito, isto é
uma metáfora tomada da corte real, quando os reis se agradavam de seus
favoritos ao coloca-los próximos de si mesmos ou deixa-los a direita (1ª Reis
2:8-9). Estar a direita significa que Cristo está em lugar de dignidade e
honra. A natureza humana de Cristo unida a divindade está agora no trono
real no céu e é adorado pelos anjos (Hebreus 1:6). Em sua exaltação
ascendeu a uma altura que não é possível ir mais alto (Hebreus
1:13\2:8\Efésios 4:10).
O poder do império está com o Pai, através de Cristo Ele rege a igreja, o Pai
recomenda que todos se curvem ao régio poder de Cristo.

Aquele que foi conduzido por um bando de soldados será servido por um
regimento de anjos (Marcos 8:38\Mateus 26:53\Judas 14\Mateus 4:11\Hebreus
1:14\Salmos 148:2). Cristo julgara seus julgadores, Pilatos que o condenou, reis
deverão deixar seus tronos e vir a esse julgamento onde não haverá mais
apelação.

Na época do antigo testamento havia três tipos e mediadores entre Deus e seu
povo; o profeta, o sacerdote e o rei (1ªTimoteo 2:5). Cristo reúne em si mesmo
os 3 ofícios. Jesus é o Cristo-profeta que ilumina as nações. O Cristo-sacerdote
que e ofereceu como sacrifício pelas nações. O Cristo-rei que reinará sobre as
nações.

O plano de Deus para o governante perfeito foi que ambos os ofícios fossem
investidos na mesma pessoa. Por isso Melquisedeque, por ter sido tanto rei de
Salém, como sacerdote de Deus (Genesis 14:18\Hebreus 7:13,17\Hebreus
7:23,26\Salmos 110:1-4).

Houve um período na história de Israel que este ideal quase se realizou. O país foi
governado por sumo sacerdotes que também eram governantes civis:

- Sacerdote Eli, governou por 40 anos (1ªSamuel 1:7) e foi também juiz.

- Sacerdote e Juiz (1ªSamuel 10:25).

-Os livros de 1ª e 2ª Samuel mostram as 3 funções especificas, os ofícios.

No período da independência, 167 – 63 a.c. também chamado de período


Macabeu e Hasmoneu, o sacerdote Matatias seguido pelo seu filho Judas que
uniu em si mesmo autoridade civil e sacerdotal e assim estabeleceu a linhagem
dos sacerdotes governadores hasmoneanos que pelos seguintes 100 anos
governaram uma Judeia independente.

Foram:

 Matatias 167 – 166 A.C.


 Judas 166 – 161 a.c.
 Jonatas 161 – 143 a.c.
 Simão 143 – 135
 João Hircano I – 135 – 104
 Aristóbulo e filhos 104 – 63 dos Macabeus
No período romano:

Herodes, O Grande foi rei da Judeia 37 A.C. – 4 D.C. que reedificou o templo.
Nesta fase surgiram os fariseus (separados) os saduceus (Justos) os essênio
(piedosos).

Também na idade média (V-XV) o Papa reivindicou e tentou exercer um poder


espiritual e temporal na Europa. Ele pretendeu governar como representante de
Cristo tanto a igreja como sobre as nações.

“As duas experiências, a judaica e a cristã fracassaram e até onde se pode julgar
por esses exemplos, nem os interesses temporais e nem os espirituais dos homens
são promovidos quando confiados ao mesmo representante. A dupla tarefa é
grande demais para ser desempenhada por um homem”. Dr. H.B.Swate.

Apenas o esperado Messias era digno e capaz de exercer o duplo cargo (Salmos
110:1-4). Ele é um sacerdote no trono (Zacarias 6:13) é o Cristo glorificado
(Hebreus 10:13).

De acordo com as profecias do antigo testamento o Messias seria um grande rei


da casa de Davi que governaria Israel e as nações (Isaias 11:1-9\Salmos 72).

 Jesus afirmou ser ele este rei, na presença de Pilatos (João 18:36).
 Jesus predisse sua vinda com poder e majestade (Mt 25:31).
 Na cruz ele falou de seu reino, o paraíso (Lucas 23:42).
 Jesus foi entronizado e coroado pelo Pai e com o Pai (Ap 3:21\Ef 1:20-22).
 Jesus diante de Deus é rei, cabeça da igreja e Senhor do mundo, mestre de
homens.
 A terra é dele (Salmos 24:1\50:12\1ªCrOnicas 29:11-13). Os reinos que
satanás ofereceu a Jesus na tentação, o possuidor destes reinos na verdade
é Jesus e também todas as suas riquezas (Daniel 7:13-14\2:44-45).
 Ele foi ungido rei de Israel (Atos 2:30), não com azeite mas com o Espirito
Santo (Lucas 4:18\Isaias 6:11).
 Ele é o rei da parábola das minas (Lucas 19:12-25).
 Ele é o rei dos maus vinhateiros (Mateus 21:33-45).
 Ele virá para reafirmar a sua soberania sobre o mundo e punirá os ímpios
(Apocalipse 11:15\12:10\19:16).
 Jesus sentará sobre o trono de Davi na sua vinda e continuará o reino do
filho de Davi por mil anos quando a terra desfrutará de um reino áureo de
paz e abundancia.
 Toda esfera de atividade humana estará sob o domínio de cristo, a
iniquidade será suprimida com vara de ferro. Satanás será preso. A terra
ficará cheia do conhecimento e da glória de Deus assim como as aguas
cobrem o mar.

O teólogo João Calvino (1643) popularizou a noção de Cristo como aquele que
cumpriu os três ofícios do Antigo Testamento. Desde então muitos outros tem
escrito sobre o assunto. Deve-se notar a priori o termo: ungido=cristo. Ungido é
exatamente o que unia os 3 oficio do antigo testamento.

O catecismo de Westminster ajuda a entender como cristo desempenhou os 3


ofícios:

CMW45 –(1645) como Cristo exerceu oficio do rei?

“Cristo exerceu oficio de rei chamando do mundo um povo para si (At 15:14-
18\5:31) dando-lhes oficiais, leis disciplinares para visivelmente os governar,
concedendo graça salvadora aos seus eleitos, recompensando sua obediência e
corrigindo-os em consequência de seus pecados, preservando-os e sustentando-
os em todas as suas tentações e sofrimentos, restringindo e subjugando todos os
seus inimigos e poderosamente ordenando todas as coisas para o bem de seu
povo e também tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e não
obedecem ao seu evangelho.”

O reinado de Cristo pode ser visto de forma gloriosa em Apocalipse


(Ap 3:19\1ªTm5:20\Tt 3:10\2ªTess1:8\Cl 1:18\Salmos 2:9\Is 55:5\At 12:17\Rm
2:7\14:11\Ef 4:11-12).

O Cristo pré-encarnado.

A pré-existência de Cristo se refere a doutrina da existência de Cristo antes de


sua concepção. Uma das passagens relevantes na Bíblia sobre o assunto
encontra-se no evangelho de João 1:1-18. Na visão trinitária, Cristo é identificado
como a hipóstase divina chamada Logos ou verbo. Neste texto inicial do
evangelho de João podemos verificar a clara declaração que tanto identifica
quem é Jesus Cristo como o posiciona no tempo e espaço da existência para a
mínima compreensão humana: “No principio era o Verbo...e era Deus,...é antes
de mim, foi primeiro do que eu. O Filho unigênito que está no seio do Pai”. Este
relato é reiterado em João 17:5,24 que se refere a Deus amando o filho antes da
criação do mundo. Ao fazermos uma comparação entre os dois textos propostos
acima poderemos verificar que o primeiro afirma que Cristo estava no principio
agindo com Deus e que ele cria tudo que existe como Deus faz. Alguém que
vivesse nos séculos passados poderia afirmar que este principio tratava-se da
construção do nosso mundo ou no máximo do sistema solar. Lendo o segundo
texto notamos que agora é Jesus quem declara um fato sobre si mesmo, o de
existir com o Pai muito antes da criação de qualquer outra coisa, incluindo o
nosso mundo. Com o conhecimento que temos hoje sabemos que para nosso
mundo existir e abrigar vida seria necessário um sistema solar, já que o sistema
solar fornece luz, calor e energia e que os planetas com suas orbitas servem
como uma proteção contra catástrofes cosmológicas que ameaçariam a vida na
Terra. Ora sabe-se que um sistema solar que pretende abrigar a vida
continuamente não pode simplesmente flutuar em qualquer lugar; ele precisa de
um lugar específico em uma galáxia, em um lugar que possa servir como ninho
para abrigar a vida, é deste tempo e espaço que estamos falando. No entanto
sabemos que Cristo é muito antes disto tudo, ele não veio a existir, mas foi ele
quem trouxe tudo a existência, portanto ele é o que diz o texto Bíblico: anterior a
tudo e todos, é pré-existente. Paulo, inspirado pelo Espirito Santo dá uma
descrição mais detalhada sobre a pré-existência de Jesus Cristo em Colossenses
1:15-20, declarando que o Cristo é como Deus o Pai é em todos os sentidos e que
sem o Cristo nada haveria de ser e existir pois ele é antes (PRÉ-EXISTENTE) de
todas as coisas e tudo que há visível ou invisível, nos céus ou na Terra. A
necessidade da pré-existência do Cristo é bem clara para a redenção do homem
sem o qual não haveria esperança futura. Já que o Cristo morreu antes de existir
mundo (sua morte vicária já estava no plano de Deus antes da criação) então ele
realmente só pode ser como Deus Pai é, eterno e pré-existente.
Ele é chamado também de Deus filho ou 2ª pessoa da trindade. Esta existência
do filho antes da encarnação tem sido chamada de pré-existência de Cristo. Nas
palavras do credo Niceno: “Cristo desceu dos céus e se encarnou”; Deus filho
esvaziou-se (Kenosis) (Filipenses 2:7). Em João 1:1-18 o verbo era preexistente e
Cristo é o verbo.

Arianismo e a pré-existência de Cristo.

É possível aceitar a pré-existência de Cristo sem aceitar sua divindade no sentido


trinitáriano. Os arianos aceitaram a pré-existência de Cristo sem aceitar sua
divindade. Hoje diversas denominações não trinitarianas como as Testemunhas
de Jeová e adventistas identificam Jesus com o arcanjo Miguel.

Os Pentecostais do Nome de Jesus (unitarianos) não aceitam a pré-existência de


Cristo como sendo distinta da de Deus Pai; acreditam que apenas o “atemporal
Espirito do Deus Pai existia”. Depois disso residiu simultaneamente como Espirito
atemporal e dentro do filho do homem na terra.

Negação da pré-existência de Cristo.

Existem grupos e indivíduos que acreditam que a existência de Jesus começou


quando ele foi concebido. Alguns negam que Jesus tenha preexistido no céu e
afirmam que Jesus nunca existiu até o seu nascimento por meio de Maria e que
após a sua morte ele ganhou a imortalidade e só então passou a viver ao lado de
Deus no céu.

Mesmo que os Pentecostais do Nome de Jesus aceitem que Cristo é a mesma


pessoa que Deus, eles também acreditam que o filho nasceu e que ele teve um
começo, ou seja: “estes crentes creem ou entendem que o termo “filho” se aplica
a Deus após a sua encarnação”. Negam a pré-existência de Cristo.

Ario – Constantinopla 336 D.C., fundador do arianismo. Antes de se afastar do


trinitarianismo, foi um presbítero cristão de Alexandria no Egito.

Doutrina Ariana:

 Que o filho e o Pai não eram a mesma pessoa.


 Que o filho foi criado pelo Pai.
 Houve um tempo em que o filho não existia.

A pré-existência de Jesus.

A doutrina da pessoa de Cristo é crucial para a fé cristã. É básica para a


soteriologia, pois se o nosso Senhor não era quem afirma ser, então seu sacrifício
foi deficiente para pagar pelos pecados da humanidade.

A pré-existência de Cristo significa que ele já existia antes de nascer como


homem, antes mesmo da criação do tempo. É um conceito paralelo mais distinto
da eternidade. A importância desta doutrina reside nos seguintes motivos:

 1 – no nascimento: se Cristo veio a existir no seu nascimento então não existe


uma trindade eterna.
 2 – na divindade: se Cristo não era preexistente então não pode ser Deus.
 3 – nas declarações: se Cristo não era preexistente então ele mentiu a respeito
de quem ele era e possivelmente teria mentido também sobre outros
assuntos.

Se não vejamos as declarações:


 João 3:13\6:38 – ele desceu do céu, eu desci do céu. Ele não disse que
nasceu de Maria e José, ele é transcendente.
 João 6:42 – ninguém vem ao Pai senão por mim. Ninguém vai ao Pai
exceto por ele. Jesus sabia de sua natureza divina e que ele estava com o
Pai antes da formação do mundo.
 João 6:62 – somente ele viu o Pai em sua residência (1ªTm 6:16\Hb
7:26\Sal 110:1-2\At 2:34-36\1:2 e 7:55-56\ Mc 16:19\Lc 24:50).
 João 8:23 – Eu sou de cima..., não sou deste mundo. Se esta declaração
fosse falsa todo o cristianismo seria uma farsa. Os discípulos nunca
abstiveram desta declaração, pois eles conheciam a verdade, eles haviam
testemunhado a divindade dele no monte da transfiguração (Mt 17)
 João 8:42 – Eu saí e vim de Deus. Ele tinha intima relação com o Pai o que
confirma sua divindade.
 João 16:28 – saí do Pai, volto para o Pai. Ele regressou a exclusiva relação
com o Pai, isto comprova sua preexistência eterna. Se Jesus não é divino
então o Pai também não é, pois ambos são um (João 10:30).

As evidencias da pré-existência de Cristo.

 A sua origem celestial, versículos que se referem a existência de Cristo


antes do nascimento – João 3:13,31.
 Sua obra na criação; Cristo estava envolvido na criação sendo anterior a
ela – João 1:3\Colossenses 1:16-17\Hebreus 1:2.
 Seu relacionamento com Deus; a Bíblia afirma que Jesus tem a mesma
natureza que Deus – João 10:30\Filipenses 2:6. – e que possui a mesma
glória do Pai antes de o mundo existir – João 17:5.
 Seu relacionamento com João Batista; João Batista reconhece a
existência de Jesus antes de ele vir ao mundo mesmo afirmando que
havia nascido antes dele – João 1:15,30.

A eternidade do Cristo pé encarnado.

Significa que Jesus Cristo existiu eternamente. A eternidade e a pré-existência de


cristo andam sempre unidas. Apesar de Ário ter afirmado a pré-existência de
cristo e negando sua divindade e eternidade, ponto de vista defendido pelas
Testemunhas de Jeová.

A importância da doutrina da eternidade de Cristo.


Se a eternidade de Cristo é negada, então:

 Não existe trindade.


 Cristo não possui divindade absoluta
 Ele mentiu.
As evidencias da eternidade de Cristo.

 A essência de Cristo – Cristo é da mesma essência de Deus (Hebreus 1:3).


 Os profetas – os profetas anunciaram a eternidade do Cristo (Isaias
9:6\Miqueias 5:2\Salmos 90:2\Habacuque 1:12)
 As declarações de Cristo – Cristo afirmou sua existência eterna (João
8:58/17:24).
 A declaração de João evangelista que afirma claramente a eternidade do
verbo (João 1:1).
CONCLUSÃO

ESTUDE COM FÉ E ORAÇÃO, ACREDITE NO SEU CHAMADO PARA A VIDA ETERNA


E SANTIDADE COM CRISTO.

SABEMOS QUE HÁ DEUS E SEU CRISTO NÃO NOS DEIXOU SÓ. ENVIOU SEU
ESPIRITO SANTO PARA LEVAR A HUMANIDADE A TODA A VERDADE.
(João14:26/Mateus 28:20)

A VERDADE NÃO ESTÁ LÁ FORA, MAS DENTRO DE VOCÊ E NAS ESCRITURAS.


(Jeremias 31:34/Hebreus 8:10-12/Isaias 54:13/João 6:45/1ªJoão 2:27)

LOGO O FILHO RETORNARÁ PARA OS SEUS ESCOLHIDOS.


(João 14:1-3)

Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se
inflamar a sua ira. Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.
SALMOS 2:12

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