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14 - Um pouco de história.
17 - Kenosis, esvaziamento.
22 - Ofícios de Cristo.
Ao único Deus
CRISTOLOGIA
ESTUDO DA PESSOA DE CRISTO
Vero Dei et vero homo
Isto está em conformidade com o ensino de Jesus escrito em João 7:16-17, onde
o mestre afirmou que se alguém desejava saber e provar se a sua dogmática era
de Deus ou não, por tanto se tinha mesmo o poder divino como selo do seu
ministério, precisaria experimenta-la, ou desejar fazer ou praticar a dogmática
por ele ensinada, para então confirmar que a sua doutrina vem de Deus; (a fé
sem obras estaria morta, sem atividade por tanto inócua e sem provas), em
outras palavras: a prática da doutrina confirma a fé e dá o testemunho interno
ao individuo e também um testemunho poderosos que alcança os que ainda
não tem esta mesma fé em Cristo e na sua doutrina, no seu ensinamento. Cristo
afirmou em Mateus 22:29 ser um erro não conhecer a Escritura não
conhecendo também o poder de Deus, uma coisa está ligada a outra, se há
poder de Deus logo a doutrina vem Dele mesmo, este seria o sinal da
autoridade da dogmática de Jesus para sempre, que teria efeito eterno (Atos
14:3). Pois bem, ainda hoje muitos entregam sua vida a Deus por causa do que
Cristo fez e ensinou, isto prova que sua palavra tem poder, há um efeito e a
causa é Cristo por tanto se pessoas ainda estão se convertendo a Deus logo a
doutrina de Jesus é verdadeiramente divina e extrai Dele seu poder, podemos
afirmar com certeza que Cristo vem de Deus, não sendo somente um homem e
menos ainda um anjo (Gálatas 1:8) já que nenhuma doutrina de anjo pode ter
autoridade divina ou apostólica em igualdade com a do Cristo ressuscitado a sua
dogmática permanece para sempre.
Após ensinar as bem aventuranças (Lucas 6:20-23) ele exorta seus seguidores a
prática dos seus ensinamentos seguindo seu exemplo desafiando seus ouvintes
a colocar em prática sua dogmática e exercer a autoridade que dela vem (Lucas
7:46-49) para estarem firmes contras as armadilhas do adversário das nossas
vidas e sustentados no dia das tempestades, para os discípulos está deveria ser
a prova (Mateus 8:26-27). Observa-se assim que o conceito que Jesus estava
ensinando não era uma tese, pois através da experiência tudo poderia ser
comprovado, assim como os incrédulos pediram um sinal de sua majestade e
poder assim Jesus lhes desafiou, a maior prova da sua divindade seria obtida
através da obediência de seus ouvintes que praticassem o que ele dizia e
ensinava, a sua doutrina e seus dogmas, então estes corações cheios de dúvidas
seriam cheios de fé, este era o jeito de Jesus acrescentar mais fé nos seus
ouvintes, era a sua didática.
Hipótese é a suposição de que algo que pode (ou não) ser verosímil, que seja
possível de ser verificado, a partir da qual se extrai uma conclusão é uma
especulação, chance ou possibilidade de algo acontecer. Uma hipótese
corresponde a uma possibilidade de explicação sobre determinada causa de
estudo. São responsabilidade dos pesquisadores as experiências e outros
métodos de comprovação para descobrir quais hipóteses são mais prováveis ou
verdadeiras. Assim é responsabilidade de cada um que deseja crer na divindade
de Jesus colocar em prática e fazer o experimento em sua própria vida para
obter a certeza ser ela verossímil.
D
eus é o único sujeito da encarnação e também a única pessoa agente. A
iniciativa divina não tolera outro sujeito de ação neste grande mistério.
A humanidade de Cristo é simples predicado da sua vontade e
divindade. É nesta humanidade de Cristo que consiste a salvação do homem.
Deus fez isto por que ele pode. Deus fez isto por amor (Hebreus 1:6). A
humanidade de Jesus o homem, é o resultado unicamente da vontade e ação de
Deus. Deus Pai é o agente da encarnação; Deus filho é o sujeito da encarnação
(João 3:16). A humanidade de Deus é Jesus o filho de Deus. Jesus o filho do
homem é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. (1ªJoão 5:20\Judas 4)
Foi da vontade de Deus que seu divino filho fosse homem para demonstrar de
fato o significado de ser humano e o plano e desejo de Deus que todos reflitam
a imagem e semelhança de seu filho Jesus. Por isso Deus mesmo proclamou sua
satisfação pessoal em Jesus (Mateus 3:17\17:5\12:17-18\Marcos 1:11\Isaías
42:1-4). Em Jesus Deus tem satisfação, prazer e alegria. O Salmos 37:4 exorta:
“Deleita-te no Senhor”. Jesus dá ao Pai o deleite pleno que Deus merece.
Portanto torna-se importante prosseguir em conhecer a Deus através de seu
filho Jesus, sua maior revelação. Deus realizou plenamente a sua vontade em e
através de seu filho Jesus, um ser humano verdadeiramente a sua imagem e
semelhança, co-igual ao Pai, único e primeiro da sua espécie (Colossenses
1:9\2:2-3\Oséias 6:6b\João 1:18).
Este tem sido o credo dos cristãos por séculos e o propósito do credo é agir
como um critério de crença correta ou uma ortodoxia, uma dogmática que dá
um norte sobre o que se conhece sobre a pessoa de Jesus Cristo. Entender
como foram percebidos e construídos os dogmas a respeito do Cristo e como
este conhecimento tem afetado e definido a nossa fé é tarefa mui importante e
árdua. Havendo decorrido grandes disputas através dos séculos podemos
acreditar que o conhecimento que temos atualmente continua e ainda será
ampliado ao infinito. No entanto não convém desprezar a nossa história, mas
presta-nos grande serviço saber como se desenvolveu tal obra com ajuda de
Deus e cooperação dos homens; para tal finalidade abordaremos
resumidamente a construção histórica sobre a humanidade de Cristo e da sua
divindade no decorrer dos séculos, sabendo, porém que não estaremos
esgotando o assunto dos concílios ecumênicos.
Concílios ecumênicos.
Acima um Ícone retratando o Primeiro Concílio de Niceia. Foi no concilio de Nicéia que se fixou a data da
páscoa em 17 de abril equivalente a 14 de Nisã dos judeus.
Ário era um jovem presbítero de Alexandria muito ambicioso. Ele estava muito
incomodado com a pregação de Alexandre, bispo da igreja e um senhor idoso.
Ário ensinava duas heresias para contradizer o bispo de Alexandria:
A) Se Cristo é igual ao Pai então ele é seu irmão e não seu filho.
B) Houve um tempo em que o filho não existia e se não existia foi criado, Jesus
seria então o 1º ser criado por Deus. Ensino este perpetuado atualmente
pelas testemunhas de Jeová.
Enquanto isto Alexandre o bispo, ensinava que Pai e Filho são co-iguais.
Ário acreditava em Jesus como salvador, mas negava sua divindade, pois alegava
que o filho não era como Deus. Afirmava que o Logos era inferior ao Pai.
Devemos ter em mente que na igreja primitiva cria-se na divindade de Cristo,
mas ainda não se expressava isto teologicamente. Surgiram então conceitos
como:
a) Subordiniacionismo: O filho subordinado ou menor que o Pai e o Espirito
Santo subordinado e inferior ao filho. Concluía-se assim:
1º Pai está acima do filho.
2º Filho está acima do Espirito Santo
3º O Espirito Santo, inferior ao filho e servo do Pai.
O grande herói deste concílio foi Atanásio, o anão negro, na época do concilio de
Niceia era diácono de Alexandria e discípulo do bispo Alexandre, foi Atanásio
quem mais batalhou pela doutrina da trindade durante o primeiro concilio. A
igreja sempre lutou pela verdade e nunca antes do século XX foi centro de
entretenimento ou de palhaçadas no local de culto a Deus. Os homens que
estavam reunidos no concilio foram os mesmos que antes eram perseguidos e
martirizados por Roma, não eram teóricos eram homens de ação. Atanásio mais
tarde escreveu uma obra sobre a encarnação do verbo.
Foi em Nicéia que se empregou o termo Homo ousis = mesma substancia de Deus
Pai para o filho. Foi assim reconhecido e proclamado que Jesus não foi um
homem que se fez Deus, por causa de sua excelência, mas o próprio Deus que se
fez homem para reconciliar a humanidade com Deus. Se o filho não fosse Deus
da mesma substancia que o Pai toda a salvação seria colocada em risco, pois foi
iniciativa do Pai salvar o homem. Isto é a graça divina, não é conquista humana
(Efésios 2:8-9).
Até cerca de 360 D.C. os debates teológicos tratavam mais da divindade de Jesus,
a 2ª pessoa da trindade. No entanto o concilio de Niceia não esclareceu a
divindade do Espirito Santo, a 3ª pessoa da trindade que se tornou um tema de
debate. Foi a partir do 2º concilio realizado em Constantinopla que se expandiu a
menção do Espirito Santo no credo Niceno.
Verificou-se que o Espirito Santo é Senhor que procede do Pai, e com o Pai e o
filho é adorado e glorificado. Com isto ficou estabelecido que o Espirito Santo
deva ser da mesma ousia (ser) que Deus o Pai. Esta decisão oficial deu apoio para
o conceito da trindade. Surgiram alguns contratempos:
Para o Espirito Santo ser considerado uma pessoa Ele precisa ter atributos de
pessoa:
Lugares para os bispos presentes no 7º Concílio Ecumênico. Não parece ser macio como o
veludo das atuais igrejas. Foto de Ferrell Jenkins.
3º Concilio Ecumênico: 1º Concilio de Éfeso 431 D.C.
Foi realizado na cidade grega de Éfeso, atualmente na Turquia. Afirmou-se a
unidade pessoal de Cristo ou que em Cristo havia as duas naturezas humana e
divina, indissolúvel, inesperadas e sem confusão, formando homem e Deus em
um só e único ser – Jesus Cristo.
Definiu-se ali: Cristo é uma pessoa em duas naturezas perfeitas, sem confusão ou
conversão, sem divisão ou separação. Essas duas naturezas unem-se de forma
hipostática. Permanecendo um mistério como isto se dá. (Tomus Flaviano – Leão I
– Bispo de Alexandria)
Em sua linguagem, Leão I nunca admite haver em Cristo dois sujeitos. As duas
naturezas coexistem integradas após a união do verbo com o humano. As duas
naturezas se mantem sem confusão, as propriedades de cada natureza se
mantem intactas e completas onde a comunhão das duas naturezas se faz na
unidade de uma só pessoa: Cristo o único mediador.
O papa Leão I usa o argumento soteriológico que sustenta toda a sua exposição:
Pedro, “por revelação do Pai, confessou que o mesmo é o Filho de Deus e Cristo,
(Mateus 16: 13-17) porque admitir um dos dois sem o outro era inútil para a
salvação” O argumento salvífico repousa em três argumentos inseparáveis:
Leão I não tenta criar um meio termo. Estando em perfeito acordo com o dogma
de Éfeso (defendido por São Cirilo e contra Nestório), fica distante tanto de
Nestório quanto de Êutiques e afirma as duas naturezas em Cristo,
Assim podemos entender o termo grego hipóstase mais como
pessoa\natureza - tanto melhor quanto o termo substancia.
Os concílios colocaram em ordem os ensinos cristãos e esclareciam o modo
correto de se referir aos mistérios divinos. A mensagem é sempre a salvação e o
combate as heresias que criavam barreiras a verdade Bíblica.
O credo Niceno foi adotado pela igreja de cristo como resposta contra vários
ensinos falsos como o de Ário, que negou a divindade de Jesus Cristo. A heresia
dele foi condenada no concilio de Niceia em 325.
O CREDO NICENO:
03 – Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não
criado, não feito, consubstancial ao Pai.
04 – Por quem foram feitas todas as coisas que estão no céu e na terra.
05 – O qual por nós homens e para a nossa salvação desceu se encarnou e se fez
homem. 06 – Padeceu e ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos céus.
07 – Ele virá para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim.
08 – E no Espirito Santo, Senhor e fonte de vida que procede do Pai e com o Pai e
com o Filho é adorado e glorificado. Ele falou pelos profetas.
09 – E quem quer que diga que houve um tempo em que o filho de Deus não
existia, ou que antes que fosse gerado ele não existia ou que ele é de uma
substancia ou essência diferente do Pai, ou que ele é uma criatura, ou sujeito a
mudança ou transformação, todos os que falem assim são anatematizados pela
igreja católica.
Pode-se afirmar que o diofisismo de Nestor sofreu uma reforma de seu conceito.
Aquilo que foi condenado como uma heresia produziu em certo grau algo
positivo e contribui para o que hoje se denomina como igrejas caledonianas.
Atualmente o protestantismo, as igrejas tradicionais e romanas são caledonianas
ou diofisistas em certo grau.
Prosópon Hypostasis
DIVINO HUMANO
De certa forma podemos afirmar que o Deus triuno É uma única hipóstase com
três existências da mesma substancia ou natureza, co-iguais, unidas e totalmente
integradas no único Deus e não confundíveis.
O que nós cremos hoje sobre as duas naturezas de Cristo é ortodoxia do concilio
de Calcedônia e Éfeso em 451 D.C. Na ocasião centenas de bispos se reuniram
para debater sobre o assunto e por um fim as discussões entre Nestorianos e
Eutiquinianos.
CRISTO É UMA PESSOA, EM DUAS NATUREZAS PERFEITAS SEM CONFUSÃO, SEM
CONVERSÃO, SEM DIVISÃO, SEM SEPARAÇÃO. ESSAS DUAS NATUREZAS UNEM-
SE DE FORMA HIPOSTÁTICA.
Toda a natureza e hipóstase tem a sua face, sua Prosópon (pessoa); a hipóstase
do verbo, o logos divino tem como seu Prosópon ou sua manifestação, sua
aparição, a encarnação como Jesus Cristo, idêntico a Deus, como filho é ao seu
pai (Colossenses. 1:15).
Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do CORPO DE JESUS CRISTO,
feita uma vez (Hebreus 10: 10).
Por volta de 107 D.C. os Ebionistas negavam a natureza divina de Jesus Cristo.
Para os Ebionistas Jesus era somente homem que depois de seu batismo teria
uma relação muito intima com Deus. Ele seria uma pessoa extraordinária, um
profeta, mas não era Deus.
Contra estas ideias poderemos observar o texto bíblico escrito por Lucas 2:41-52
onde o jovem Jesus estava entre os mestres cuidando das coisas de “Seu Pai” no
templo. A resposta de Jesus aos seus pais terrenos pode esclarecer esta ideia
errônea sobre quando Jesus começou a desenvolver uma espécie de relação
intima com Deus, verso 49: Então Ele lhes perguntou: “Por que me procuráveis”? Como não
sabíeis que era meu dever tratar de assuntos concernentes ao meu Pai? Podemos também notar a
expressão anterior sobre a impressão dos mestres sobre o tempo que passaram
com aquele menino no verso 47: Todos os que o ouviam ficavam maravilhados com a sua
capacidade intelectual e com a maneira como comunicava suas conclusões. É fácil detectar este
Jesus menino nos mesmos comentários feitos sobe ele quando adulto como o
que está em Marcos 1:22: E todos ficavam maravilhados com o seu ensino, pois lhes ministrava
como alguém que possui autoridade e não como os mestres da lei.(Talvez os mesmos mestres
que se encontraram com ele quando menino!) Vejamos a mesma impressão nos
textos de Lucas 9:43. A Bíblia exalta a superioridade do ensino de Jesus em
relação aos mestres como em Mateus 7:28-29: 28Quando Jesus acabou de pronunciar estas
palavras, estavam as multidões atônitas com o seu ensino. 29Porque Ele as ensinava como quem tem
autoridade, e não como os mestres da lei. Veja também Lucas 5:26.
Aos 12 anos Jesus já tinha grande compreensão sobre quem ele era e qual a sua
missão na terra. Lucas faz questão de frisar que Jesus foi obediente aos seus pais
e os seguiu para casa. Ainda podemos notar que Lucas afirma a perfeita e
completa humanidade de Jesus (Lucas 2:52), como qualquer pessoa cristo passou
pelas fases de desenvolvimento humano, porém sempre de forma brilhante,
perfeito e sem pecado. José o pai terreno de Jesus morreu quando ele era ainda
muito jovem, tendo Jesus a responsabilidade com sua mãe e demais irmãos
sendo que ele exerceu atividade de carpinteiro conforme Marcos 6:3. Sobre os
irmãos de Jesus podemos consultar os textos de Judas 1:1; Tiago 1:1; Mateus
13:55; Marcos :3;João 7:2-5;Atos 15:13 e Atos 1:14.
Estes foram os judaizantes dentro das igrejas cristãs. É difícil para o judeu crer na
trindade, por isso não poderiam aceitar a divindade de Jesus. Os judaizantes
queriam exigir dos convertidos o dever de seguir a TORÁ, com os seus rituais,
com a circuncisão, a guarda do sábado, e as festas. Consideravam o apóstolo
Paulo como um apostata. Apenas alguns Ebionistas acreditavam Jesus ser o
messias, mas entre estes nem todos acreditavam ser ele Deus. Observamos que
esta ideia dos Ebionistas não era nova, mas uma corrente que tentava
continuamente arrastar de volta para os costumes judaicos àqueles que se
convertiam ao cristianismo, além de diminuir a importância da pessoa de Jesus
no contexto da salvação. Neste contexto o apóstolo Paulo esteve envolvido nos
vários debates apologéticos de seu tempo, como observamos na carta aos
Gálatas 3 onde ele exalta a obra de Cristo como superior aos rituais da Lei de
Moisés, algo percebido em Efésios 3:6-7 quando declara que em Cristo judeus e
gentios são co-herdeiros da graça de Deus através do evangelho de Cristo e não
por causa dos rituais judaicos, corroborando com Paulo a experiência de Pedro
em Atos 10, sepulta por fim a teoria judaizante dos Ebionistas. O concilio de
Jerusalém em 49 D.C. realizado pelos apóstolos e demais discípulos, já haviam
decidido não impor aos convertidos ao cristianismo seguir os rituais judaicos. A
prática Ebionista seria algo similar ao que ensinam em tempos modernos, os
Adventistas quanto ao uso de alguns alimentos e dias sagrados e a continuidade
dos costumes do povo judeu atualmente.
Surgiu por volta de 70 D.C. esta filosofia tinha origem gnóstica. Os docetas
acreditavam que as coisas materiais são más, o mal reside na matéria. Jesus era
puro e não tinha pecado, logo não teria corpo material. Para estes toda a matéria
era corrupta e sede do pecado e do mal. Como seu corpo era puro, julgavam por
tanto que seu corpo era aparente e não real. O mundo material era mau e
corrupto, então aquele corpo não poderia ser real. A sua crucificação foi um
ilusionismo e apenas aparente, não foi real, uma espécie de holograma. Os
docetas não eram uma seita ou religião, era uma corrente de pensamentos.
Tentavam aliar de forma racional a revelação das Escrituras com a filosofia grega.
Ao observarmos a analise do apóstolo João sobre o ponto de vista gnóstico
verificamos que esta filosofia era mais uma tentativa de enganar os cristãos e
leva-los a abandonar a fé em Jesus para seguir antigas religiões pagãs politeístas
e exotéricas. Atualmente seu equivalente seria a Seicho no ie.
Um resumo
Nestorio: negava a união hipostática de Jesus, negava a integridade das duas
naturezas divina e humana em Cristo. Na opinião de Nestor Jesus se dividia em
duas partes. Ele negava a unidade integral em Cristo e era diofisista.
Arianismo: Jesus não era inteiramente Deus, mas um semideus criador, menor
que Deus.
Podemos ordenar o texto da seguinte forma: O filho unigênito que está no seio
do Pai, o verbo, era Deus e se fez carne e viveu entre os homens.
Os textos de João ligam diretamente o filho que é o verbo estando com o Pai
(que é Deus) e sendo como Deus é (da mesma substancia, homoousios – o
mesmo ser). Não é o caso de “um Deus unigênito”, pois neste caso ou não
haveria um filho ou o Pai seria unigênito, sendo Ele mesmo o filho, negando
desta forma a divindade de Jesus. Em Deus não há confusão ou contradição, não
há nem sequer uma sombra de variação.
Textos de apoio:
Lucas 2:40 – crescia o menino. Jesus foi um ser humano normal, foi criança,
adolescente, jovem e adulto e sofreu tudo o que uma pessoa sofre.
Lucas 2:48-51 – Podemos entender que Jesus passou pelos mesmos
processos de desenvolvimento que qualquer outro ser humano; teve de ser
amamentado, teve dente de leite, crescia em sabedoria, enquanto criança
precisava dos pais. Jesus podia ter fome, sede, medo (Lucas 11:27 bem
aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste).
Lucas 8:23 – Jesus dormia.
Mateus 21:18 – Jesus sentiu ou esteve com fome.
João 4:6 – Jesus esteve cansado.
Mateus 11:19 – Jesus comia e bebia.
Lucas 3:23-28 – Jesus tem uma genealogia segundo a ordem adâmica, isto
é, um filho da humanidade autentico.
João 19:28 – Jesus esteve com sede.
João 21:25 – Jesus comeu.
João 21:9-10,15 – Jesus jantou, comeu peixe depois de ressuscitado.
Mateus 26:37 – Jesus esteve angustiado, com medo
Marcos 14:32-34 – sentiu angustia e medo.
João 12:26 – sua alma ficou perturbada, ansioso, e aflito.
João 11:35 – Jesus chorou, teve pesar, ficou triste.
Hebreus 2:18\4:15\ Mat.4:1 – Jesus foi tentado mas não pecou.
2ª Coríntios 5:21 – Jesus não conheceu pecado, ele não praticou nenhum
pecado.
Jesus precisou da ajuda de um homem cireneu chamado Simão para levar a cruz;
Jesus morreu como homem. Jesus foi adolescente, homem adulto e Deus. Jesus
pode ter errado o martelo, tropeçado no escuro, mas nunca cometeu nenhum
erro moral. Ele suou sangue, mas perseverou até o fim mesmo quando sentiu
medo, dores e angustia. Em nenhum instante Jesus foi pecador.
Em Hebreus 1:6 declara-se que Deus introduz seu filho no mundo. Obviamente
este texto refere-se a iniciativa de Deus de fazer que seu filho primogênito fosse
introduzido, não em outro mundo, não em um mundo qualquer, mas no mundo
dos humanos, no local onde estão as suas criaturas, o alvo de seu amor, onde os
tais nascem crescem e morrem. Seu filho não foi introduzido neste mundo em
uma forma inteligente estranha ou desconhecido senão na forma humana. Se
existem outros mundos habitados no universo com criaturas inteligentes e de
outras formas, Deus ignorou a estes para habitar neste mundo e com esta forma
humana reconciliar consigo tudo o que há nos céus e na terra. “Toda a criação
geme esperando a sua redenção executada plenamente por este homem Jesus”
(Colossenses 1:20\Romanos 8:22-23\8:18-21).
Sugiro, pois, que não seria possível medir tanto a sua misericórdia quanto seu
amor, nem mesmo outros mundos podem nos separar deste amor de Deus
(Romanos 8:31-39).
Se o centro do universo é onde está Deus então este lugar deve ser aqui mesmo
no planeta Terra, onde Jesus Cristo escolheu para renunciar temporariamente da
sua glória divina e habitar com os homens, e de onde ele mesmo governará
pessoalmente por mil anos em glória no tempo de seu retorno, desde Jerusalém
(Apocalipse 20:4,6/21:1-6/Zacarias 14:9/Daniel 2:44-45; 7:27). A expressão o
filho do homem, aparece em média em 187 versículos na Bíblia podendo variar
em diferentes traduções e todas se referem a pessoa de Jesus Cristo. No
evangelho de Mateus em torno de 32 vezes em que Jesus usou esta expressão
para referir a si mesmo. Segundo a Enciclopédia The Word Bible 11% do texto
grego em Mateus consistem na expressão filho do homem, no evangelho de
Marcos em 5% aparecendo 14 vezes, no livro de Lucas em 10% do texto original
com 28 ocorrências e em João 4% com11 repetições.
É Jesus quem está falando (de si mesmo), o que vai acontecer (vir em sua glória),
o que ele (o filho do homem) irá realizar (assentará no trono) em relação as
outras pessoas (todas as nações, implica governos, autoridade e povos) diante
dele (indica submissão). Trata-se de um texto que revela a abrangência do
incrível domínio Real e poder de um único homem, ele mesmo fará isto – o
homem Deus fará.
O texto de Mateus 1:18-24 demonstra que Jesus era completamente homem por
parte de mãe (estando Maria, sua mãe...) de quem herdou sua humanidade,
mas completamente Deus por parte de seu Pai (achou-se ter concebido do
Espirito Santo..., o que nela está gerado é do Espirito Santo). Ele era tanto
homem quanto era Deus. Maria foi equivocadamente denominada théotokos:
mãe de Deus – esta foi uma expressão que trouxe muita controvérsia e foi
rejeitada pelos reformadores, protestantes e evangélicos no mundo todo. O
termo grego cristotokos: mãe do Cristo - seria mais adequado. Neste sentido
Maria e seu marido José podiam exercer a autoridade e cuidados que tem todos
os pais humanos como qualquer outra família de seu tempo que zela pelos filhos
naturais dentro da sua cultura e valores sem jamais se colocar acima de Deus,
como seus tutores. A expressão théotokos inverte a hierarquia universal, não
honra o soberano do universo como EL – o primeiro e único, inverte o processo
da criação colocando a mulher como anterior ao Pai e ao Filho e o Espirito Santo
ou em igualdade, o que é impossível. Deus é a origem de si mesmo, nenhum
humano está em igualdade com Jesus, ninguém guiou o Espirito do Senhor, Deus
é auto-suficiente, incriado, livre e independente (Lucas 2:42-49). As crianças são
um somatório do pai e da mãe, naturezas que são unidas pela concepção do
embrião gerado por eles. Somente o que é gerado pelo divino e pelo humano
pode ser considerado divino e humano.
A fonte sobre Jesus Cristo, sua pessoa e sua vida, sua trajetória e seus
relacionamentos são as Escrituras. É nas Escrituras que a igreja busca
informações para defender tanto a sua humanidade quanto a sua divindade. É
através da Bíblia que repercute o verbo feito carne, feito humano autentico. A
igreja deve valorizar a realidade da natureza de Cristo, como o foi debatido nos
concílios estudados anteriormente.
Cristo não tinha um corpo aparente (docéticos), mas um corpo carnal como o
nosso corpo é, por isso ele é chamado de filho do homem. A expressão filho do
homem é utilizada no judaísmo e no idioma hebraico para referir-se a um ser
humano, uma pessoa, é utilizada para humanidade; literalmente para filho de
Adão; no caso de Jesus trata-se de referir-se a um ser humano autentico. Este era
o titulo que Jesus usou mais vezes para referir-se a si mesmo.
Mateus 13:37\17:22\18:11\24:44\25:31\12:40
Marcos 9:31\10:45
Lucas 5:24\17:24\9:58
João 1:51\8:28
Atos 7:56\55-56 comparem com Daniel 7:13
Hebreus 2:6
Apocalipse 1:13\14:14-20
Daniel 7:13-14
Ao analisarmos a passagem da mulher de Samaria:
“A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando
ele vier, nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo”.
(João 4:25, 26)
Verificamos por esta passagem das Escrituras que Jesus afirma para aquela
mulher que ele mesmo é Cristo o messias, e que ele já veio, conforme
profetizado (estava com ela naquele momento corporalmente). Observamos o
mesmo em Mateus 26:63: “Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o
Cristo, o Filho de Deus”; ao Jesus responder afirmativamente ao sumo sacerdote,
ser ele mesmo o messias, deixava claro na mente de seus interrogadores que é
dele de quem trata o texto de Daniel 7:13-14: “o filho do homem que vem sobre
as nuvens assentado ao lado do ancião de dias que é o Todo Poderoso”.
O texto de João 1:14 declara que o verbo se fez carne, mas também afirma:
“vimos a sua glória como a glória do unigênito do Pai”. Aqueles que
testemunharam da vida do filho do homem viram o Senhor Jesus cheio de graça
e verdade, ou seja, viram-no como ele é realmente, como (Jesus) o filho de Deus
o é na sua glória, viram Jesus na sua realidade divina, embora apenas uma
amostra. Podiam comparar esta realidade espiritual real com aquilo que estava
escrito no Antigo Testamento, comparando as coisas espirituais entre si. A glória
de Deus relatada nas Escrituras é a mesma glória do filho do homem que os olhos
dos discípulos viram em Mateus 17; o mesmo filho do homem assentado no
trono das visões em Ezequiel e Isaias.
Jesus é aquele filho do homem de Daniel 7:13-14, vindo sobre as nuvens. Trata-
se de um ser humano que transcende a mera condição humana. Esta expressão:
Filho do homem tem duplo significado.
A paixão de Cristo pode ser vista agora como a “paixão do filho do homem” como
descrita em Marcos 9:31: “O filho do homem será entregue, morto e
ressuscitará”. Portanto Jesus estava falando dele mesmo como sendo o filho do
homem o justo sofredor, o sacrifício perfeito.
Uma vez que existe dois Adão, haverá dois modos diferentes de existir, a
existência própria do homem psíquico do Adão terrestre e pecador; e a existência
do homem espiritual própria do segundo Adão, Jesus Cristo que é do céu, fonte
de vida eterna (1º Coríntios 15:44-45). Existiu o primeiro homem, fraco e
pecador, o ser humano não é divino, ele é criatura. Porém é chamado a tornar-se
celestial, verdadeiro filho de Deus, transformado e divinizado. Mas esta
divinização, ou natureza divina, não é própria do ser humano, é um dom
oferecido por Deus, é graça e não uma qualidade própria do homem e só é
possível em conexão com Jesus Cristo. “Por tanto assim como trouxemos a
imagem do homem terrestre (o 1º Adão), também – receberemos ou seremos -
a imagem do homem celeste (O 2º Adão)” (1º Coríntios 15:49). Desde então
somos convidados a nascer de novo da água e do Espirito, gerados novamente
pelo poder regenerador da palavra do Cristo, para ser a semelhança do segundo
Adão em seu caráter agora e em sua glória no futuro; é ser uma nova criatura
isto, pois, é um convite feito pelo próprio Bar Nasha – o novo nascimento, ser um
novo Adão – semelhantes a Jesus o primeiro e também o ultimo.
No passado trouxemos a imagem do 1º Adão; no futuro traremos a imagem do
2º Adão, e no tempo presente estamos mudando de imagem.
Esta era a placa de identificação, o epitáfio daquele que era mesmo o seu Rei
judeu. Segundo as palavras do próprio Pilatos: “O que escrevi, escrevi” (João
19:22). O conteúdo daquela escrita revelava quem era a vitima pascoal e o Santo
que ali estava pendurado: “este é Jesus o Rei dos judeus”. Aquilo que Herodes
intentou no massacre infanticídio da Judéia – eliminar o inocente que seria o
futuro Rei dos judeus – foi alcançado e estava consumada por Pilatos. Aquela
criança brutalmente perseguida 33 anos antes, desde o ventre de sua mãe, agora
estava imolada na cruz, igualmente inocente eternamente como era quando veio
ao mundo cruel que não lhe merecia tão formosa luz e maravilhosa paz. Agora
jazia morto e inerte no madeiro de lenha cruento e sanguinário, feito pelos
homens inspirado pelo diabo.
A placa de identificação - como se fora a de um moderno soldado - incomodava
os judeus por vários motivos; talvez devêssemos salientar o que fora descrito em
João 19:20: “muitos leram este titulo”. O titulo estava em três idiomas: em
grego, hebraico e latim propositalmente, eram as línguas mais populares da
época e da região naquele primeiro século. Certamente a sua tradução e o seu
relato teria alcance em muitas regiões do mudo antigo. Jerusalém estava lotada
de pessoas de todas as partes. Quem levasse na memória a cena dantesca do que
viu fora dos muros na capital de Israel e o que estava escrito como titulo daquela
placa fixada sobre a cabeça de um moribundo entre outros dois criminosos
certamente faria o comentário que anunciaria em terras longínquas o de que em
Jerusalém com a ajuda dos judeus, foi crucificado pelos romanos o próprio Rei
dos Judeus, o Messias esperado a tanto por eles mesmos. Os que ouvissem este
intrigante relato, quando mais tarde ao confrontarem isto com as Escrituras e o
anuncio do evangelho que seria realizado pelos discípulos de Jesus na diáspora e
além, para o mundo todo, compreenderiam e saberiam que tanto o relato
quanto o que estava nos Escritos se concretizara naquela tarde, e que o que
viram alguns e ouviram muitos mais outros, foi tudo verdade, as profecias antigas
se cumpriram, e que a plenitude dos tempos chegara e se inaugurava uma nova
era para os povos de toda a Terra em que o véu se rasgou e o muro da separação
entre Deus e o homem ruiu para sempre. Aquilo que começou em Belém teve
um fim em Jerusalém, aconteceu tudo na terra santa de Israel – o povo do Deus
hebreu, o pai de Abraão de Isaque e Jacó – estava consumado.
Entendemos que João podia afirmar sobre o que viu. João viu a sua glória em
Mateus 17, viu a agonia, morte e sepultamento e também testemunhou o
tumulo vazio (João 20:1-4), foi ele quem primeiro chegou ao sepulcro, foi o
segundo a entrar ali, viu e creu (João 20:1-10). De fato João poderia afirmar que o
seu testemunho era verdadeiro (1ºJoão 1:1-4). O discípulo amado esteve em
contato diário direto com Jesus, o filho do homem, como também esteve diante
daquele que transcende todo o entendimento, o filho de Deus, o alfa e o ômega,
o primeiro e ultimo Jesus Cristo, em sua glória (Apocalipse 1:10-19).
Os evangelhos identificam algumas das pessoas reais pelos seus nomes, tanto as
que participaram da prisão, quanto os que interrogaram Jesus. Os que estavam
diante dele na cruz a tal ponto de saberem quais foram as suas ultimas palavras.
O motivo de sua condenação foi conhecido e relatado por testemunhas oculares:
O filho do homem foi condenado por que se fez filho de Deus (Lucas 19:7). O
local da sua execução também é identificado e também seu sepultamento teve
um endereço. Durante sua morte houve um evento climático, cosmológico, o que
realçaria o testemunho das pessoas que o presenciaram e segundo o relato de
Lucas 23:44-45, houve trevas por cerca de três horas, algo muito incomum,
bizarro e sobrenatural para não ser notado e relatado. O número de testemunhas
era de uma multidão, muita gente, como em um espetáculo elas saíam atônitas –
o que as perturbava tanto assim? (Lucas 23:48).
No relato de Mateus 27:51 observa-se que houve um terremoto tão forte que
fendeu as pedras, isto é algo que não poderia passar despercebido pelos
habitantes daquela localidade nem de seus visitantes e que seria coincidente
com o a morte de Cristo, o que reforçaria o testemunho do relato concomitante
de um com o outro. O testemunho da sua sepultura é tão poderoso que as
mulheres da galileia viram o seu sepulcro e como foi posto o seu corpo (Lucas
23:55). O método do seu embalsamento também está descrito, os elementos
utilizados seguindo o costume de seu povo, conforme os mandamentos e
instruções de Moisés (Êxodo 20:10\Deuteronômio 5:14). Pedro viu os lençóis no
sepulcro, mas seu mestre já havia ressuscitado, ele viu o sepulcro lacrado, ele viu
o sepulcro aberto e vazio (Lucas 24:12). Os guardas subornados viram, foram
testemunhas de como ocorreu a ressurreição, presenciaram os fatos. A lei
prescreve a necessidade de 2 ou 3 testemunhas para firmar o relato como
verdadeiro (Deuteronômio 17:6\19:15\Mateus 18:16\2ª Coríntios 13:1). Os 4
evangelhos nos fornecessem este critérios e indicam ainda muitos dos que são
testemunhos escritos sobre as pessoas que presenciaram estes fatos e que
descrevem com muita riqueza os detalhes, lugares, horários, pessoas,
sentimentos, atitudes e governos que auxiliam nas datações dos fatos.
Então Jesus é tão real quantos todos estes detalhes que só foram relatados por
causa dele, de sua história, missão e vida.
Um pouco de história
Em Mateus 26:57 Jesus prisioneiro foi conduzido até o sumo sacerdote Caifás,
apontado pelos romanos entre 18 a 37 D.C., Caifás foi genro de Ánas e chefe da
suprema corte dos judeus, o sinédrio, e podemos verificar em João 18:13 o
momento em que Anás e Jesus estiveram frente-a-frente. Caifás e Ánas foram
contemporâneos de Pôncio Pilatos, que foi governador da Judéia entre 26-36
D.C. ambos participaram do julgamento de Jesus. O Capitulo 18 do evangelho de
João traz o primeiro relato da Paixão de Cristo em João, este capítulo relata a
prisão de Jesus, o julgamento de Jesus pelos judeus e a corte de Pilatos, daí sua
importância para nosso estudo.
Foi justamente Tibério César Augusto, antecessor de Tibério César que decretou
o censo no inicio do 1º século, que levou José e Maria a Belém, onde Jesus
nasceu (Lucas 2:1-7). Nesta mesma época Quirino ou Cirênio era o presidente ou
governador da Síria – conforme Lucas 2:2.
O historiador judaico Flavio Josefo do século I, relata que os quatro filhos de Anás
e seu genro serviram como sumo sacerdote, Josefo assinala ainda que nenhum
outro sumo sacerdote teve a mesma sorte. Uma lista com as datas em que foram
sumos sacerdotes segue logo abaixo, são eles:
Logo a seguir podemos ver uma foto do autor do livro Arqueologia Bíblica – Dr. J. Randall Price; Mestre em
teologia, doutor em filosofia e arqueólogo que participou de diversas escavações na Galileia e Qumram na
tumba de Caifás.
Encontrada nas escavações de
Cesárea marítima em 1961, uma
estela com a frase: Tibério, Pôncio
Pilatos, governador da Judeia, é a
prova material do conhecido
representante de Roma que julgou
a Jesus. Durante muito tempo a
sua existência foi negada pelos
céticos apesar de existirem várias
provas do contrário: Pilatos é mencionado pelos historiadores Josefo, Filo e
Tácitus. Foram encontradas moedas cunhadas durante o seu governo. E em
1961, foi encontrada, em escavações na Cesaréia, a pedra dedicatória que
confirma a existência de Pilatos. A inscrição não somente confirma a
historicidade de Pilatos, mas clarifica o título que ele possuía como governador. A
pedra encontra-se em exposição no Museu de Israel em Jerusalém.
Podemos citar outro personagem histórico real que esteve com Jesus conforme
relatado em Lucas 23:7-12; Herodes Antipas, nascido em 20 A.C. morto em 39
D.C.; foi tetrarca (governador) da Galileia. Antipas é mais conhecido pelos
eventos do Novo Testamento que levaram a morte de João Batista relatados em
Marcos 6:14-29 e Mateus 14. Pôncio Pilatos enviou Jesus para Herodes, quando
este estava em Jerusalém durante a Páscoa. Antipas fez algumas perguntas a
Jesus que não encontrando nada que incriminasse o Mestre, mandou-o de volta
a Pilatos. Joana, mulher de Cuza, mordomo de Antipas, foi uma das primeiras
discípulas de Jesus (Lucas 8:3).
Herodes Antipas foi um dos quatro filhos de Herodes o Grande que foi rei de
Israel de 37 A.C. até 4 A.C. Descrito como "um louco que assassinou sua própria
família e inúmeros rabinos"; Herodes o Grande, deixou disposto, em testamento,
a partilha do reino entre três de seus filhos sobreviventes: Herodes Arquelau,
Herodes Antipas e Filipe. Esta família com cinco governadores esteve relacionada
a Jesus desde seu nascimento. Por ocasião do julgamento de Cristo, Herodes
Antipas era governador da Galiléia.
Tácito (60-120) liga o nome e a origem dos cristãos a CRISTUS, que no reinado de
Tibério sofreu a morte por sentença do Procurador Pôncio Pilatos.
Plinio (62 D.C.-113 D.C.) escreveu ao imperador Trajano (53 D.C.-117 D.C.) por
volta do ano 112, para se aconselhar sobre o modo de tratar os cristãos. Sua
carta dá uma valiosa informação extra Bíblica sobre Cristo. Ele elogiou a elevada
integridade moral dos cristãos. Plinio chegou a dizer que eles entoavam uma
canção a Cristo como para um Deus.
Seutônio (69-141 D.C.) em sua obra Vidas dos doze Césares mencionou que os
judeus foram expulsos de Roma por causa de distúrbios a respeito de Chrestos
(Cristo).
Em grego, a palavra peixe é “IXTHYS” (pronuncia-se “ikhthys”, ou, simplificando, “ictís”). As letras
dessa palavra formam o acróstico “Iēsous Christos Theou Yios Sōtēr”, que quer dizer “Jesus Cristo,
Filho de Deus, Salvador” (em grego antigo, Ἰησοῦς Χριστός, Θεοῦ ͑Υιός, Σωτήρ)
Depois de cinco anos de processo, a justiça israelense afirma que caixa mortuária
de Tiago tem dois mil anos e encerra o caso.
a) A impecabilidade de Jesus.
2ª Coríntios 5:21 – ele não conheceu pecado
1ª Pedro 2:22 – ele não conheceu pecado
1ª João 3:5 – nele não existe pecado
João 1:29 – ele tira o pecado do mundo
Isaías 53:9 – nunca fez injustiça ou engano
João 8:46 – quem entre vós me convence de pecado?
Hebreus 4:15 – foi tentado, mas não pecou
Hebreus 9:28 – sem pecado
Hebreus 7:26 – separado dos pecadores.
b) Inocência de Jesus.
João 19:4 – Pilatos o inocenta
Mateus 27:4 – Judas declara ser Jesus inocente
Hebreus 7:26 – santo, inocente, imaculado
c) Jesus foi tentado, mas não pecou.
Hebreus 4:15 – foi em tudo tentado
Hebreus 2:17-18 – tentado na carne
Mateus 4:1-11 – tentado pelo diabo
d) Jesus foi justo.
Isaías 53:9 - nunca fez injustiça, não cometeu engano.
2ºCorintios – 5:21 – nele foi feita a justiça de Deus
1ºPedro 3:18 – Jesus foi justo
Marcos 10:18-21 – Jesus é bom como Deus é bom
Mateus 6:33 – Justiça de Deus como recompensa
Mateus 18:17-21 – anuncia e faz triunfar a justiça
João 5:27\Daniel 7:13-14 – Exerce o juízo, julgamento, justiça.
e) Santidade total de Jesus, inerente a sua pessoa.
Lucas 1:35\Mateus 1:18 – santo desde o nascimento e concepção.
João 6:69 – é o santo de Deus
João 10:36 – o Pai o santificou
Hebreus 7:26 – santo, inocente, imaculado
Marcos 1:24 – é o santo de Deus.
João 10:30 – santo como o Pai.
João 14:7 – tem os mesmo atributos santos do Pai.
Hebreus 9:14 – imaculado (1ª Pedro1:16\Levítico 11:44-46\19:2).
Jesus era inocente, santo, imaculado, justo, bom, misericordioso. Ele compartilha
os mesmos atributos e padrões santos de Deus, ele é luz. Ao incitar o jovem rico
a segui-lo, declara-se bom como Deus (Mateus 19:21).
Entra em cena a revelação sobre Deus através da pessoa de Jesus Cristo, sua
natureza, propósitos, relacionamentos (João 14:7,18\10:30\1:18). Conheceremos
a pessoa e natureza de Deus ao conhecer a pessoa de Cristo e sua natureza.
O filho unigênito.
O titulo filho ao ser aplicado a Cristo não é sinônimo de inferioridade, mas sim de
igualdade com o Pai. Significa que o filho participa da mesma natureza de seu Pai.
Foi por essa razão que os judeus acusaram Jesus de blasfêmia, quando ele
chamou a Deus de seu Pai (João 5:17-18\10:32-33\19:7\Mateus 26:63).
Ser filho de Deus equivale a ser igual a Deus (João 5:17-18), igual ao Pai em sua
natureza, substancia e essência. Jesus confirmou sua filiação, portanto sua
divindade diante do tribunal judeu, o sinédrio. Por esta declaração ele foi
condenado, por fazer-se igual a Deus. Ele sempre foi filho assim como o Pai
sempre foi Pai e Espirito Santo sempre foi ele mesmo, o que o seu nome diz, ou
seja, três Prosópon em uma hipóstase. Diferente do humano que é criação, feito
por Deus de modo especifico e personalizado. Deus chamou Israel, o povo, de
meu filho, por adoção, no seu cuidado, proposito e resgate, como Deus salvador
(Êxodo 4:22\Oseias 11:1\Efésios 1:5). Jesus como filho não é semideus, inferior e
adotado. Ele não é um subordinado no sentido hierárquico, salvo na sua
condição humana, no estado de humilhação. Pai e filho se completam ao ponto
de serem um. O Pai não age sem o filho, o filho executa a vontade do Pai. O
nosso Deus é único na unidade do Pai, filho e Espirito Santo.
A Bíblia estabelece este fato, mas não apresenta maiores detalhes de como isto
pode ser explicado. Pela fé entendemos que o universo foi criado pela palavra de
Deus, igualmente pela fé aceitamos que Deus se revelou a nos pela sua palavra
(Hebreus 11:3\Deuteronômio 29:29).
Se Cristo o filho unigênito de Deus, não é Deus, então Jesus não pode revelar
perfeitamente a Deus (João 1:18). Neste caso ele também não pode conhecer a
Deus perfeitamente como ele declarou em Mateus 11:27. Para que Cristo
conhecesse a Deus e perfeitamente o revelasse para nós ele deveria ser Deus de
Deus o que de fato ele é; o que está no seio do Pai, um com Ele. Deus só pode ser
revelado através de Deus. Deus comunga com Deus, compartilhando e levando a
cabo, a efeito, planos em comum acordo.
Os outros filhos de Deus nascem da salvação, o são quando é feito por Cristo
nascido de novo e feito filho de Deus por adoção (João1:12). Jesus não passa pelo
processo do novo nascimento como os outros filhos. É através de Cristo que as
pessoas nascem de novo e assim tornam-se filhos de Deus, são adotados por
Deus (Efésios 1:5). Assim como Isaque era único do gênero, gerado pela
promessa, único de Abraão e Sara, Jesus é filho único gerado entre Deus e a
mulher, seu povo.
Filipenses 2:6-8 demonstra que Jesus, o verbo, abriu mão das forças e
prerrogativas do exercício independente de ser Deus, tornando-se subordinado
como o homem a Deus, como filho é para com seu Pai. Na condição de filho
submeteu-se ao Pai, na condição de homem-filho encarnado foi que ele, Jesus,
obedeceu até morrer, por que o homem morre, assim foi com o Cristo. Quando a
Escritura diz submeteu-se a si mesmo, entendemos que o Cristo, o homem, não
poderia morrer de uma morte natural a não ser por concussão, uma morte
provocada, proposital. Porque notamos a declaração do mestre em João 10:17-
18: “ninguém pode tirar a minha vida, eu tenho poder de dar a minha vida e de
tornar a toma-la de volta.”
Nisto consiste a submissão, para que Jesus morresse ele deveria dar ou permitir
que lhe ferissem de morte, assim lhe tirariam a vida. Somente Deus pode fazer
isto, justamente o que Jesus é e fez.
A genealogia de Jesus contida em Lucas 1:23-38 comprova que o Messias era sim
verdadeiro descendente de Adão mas não um filho legitimo de José, ambos
descendentes de Davi. Em Mateus 1:1-16 retrata a linhagem ancestral por parte
de pai, José, descendente de Davi de onde se esperava que viesse o Messias
esperado. No entanto José não era pai biológico de Jesus. Notamos este detalhe
em que a palavra gerou não se aplica a Jesus; no verso 16 declara que José
marido de Maria da qual nasceu Jesus. A resposta para o surgimento de tal
pessoa está no Salmo 2:7: “Tu és meu filho, eu hoje te gerei”. Gostaria de sugerir
uma leitura opcional para o verso 16 de Mateus 1: “e Jacó gerou a José, marido
de Maria e Deus o Pai gerou a Jesus, que nasceu de Maria virgem esposa de
José”.
O Cristo é único que veio a terra por geração divina, isto não aconteceu com
outra pessoa, ele é único como este fato é único, sem sexo, foi obra Santa e
sobrenatural.
Os judeus são monoteístas e tem grande reverencia pelo nome do Deus hebreu,
nome santo de um Deus três vezes santo e único. Jesus anuncia para Nicodemos,
mestre de Israel que Deus enviou o seu filho ao mundo. Jesus explicou que era
necessário crer no nome do filho unigênito de Deus. Vejamos que o carpinteiro
de Nazaré declara ser ele mesmo o filho do homem em João 3:13. A seguir nos
versos 14-15 declara sua relação figurativa com Moises.
(Deuteronômio 18:15-18 \ Números 21:8-9\João 3:14-15\5:46).
Ao fazer esta declaração em João 3:18, Jesus anuncia que ele tem a vida em si
mesmo (João 5:26) assim como o Pai, o Deus único dos Judeus detém a vida em
si próprio, este poder, esta característica de Jesus idêntica a Deus o Pai, o torna
único da mesma espécie que Deus. Por isso ele declara-se o unigênito do Pai.
Com base nisto podemos ler Deuteronômio 32:39-40 e perceber não somente o
espanto dos judeus monoteístas quanto a revelação da pessoa do Cristo em Jesus
bem como na amplitude do amor (João 3:16) e a grandiosidade deste Deus e do
homem transcendente filho único de Deus, reconhecido pelos homens, de que
este Jesus era mesmo o profeta que havia de vir ao mundo anunciado por Moises
(João 6:14). Há autoridade no nome do filho unigênito, pois ele veio em nome de
seu Pai (João 5:43).
A) O Logos preexistente interrompeu a sua glória divina com o Pai para tomar
a forma de servo. Neste ato ele renunciou voluntariamente, não posse,
nem o uso total, mas ao exercício independente, destes atributos divinos.
(João 17:5\Filipenses 2:6-7\2ªCorintios 8:9). Ele resignou-se. Em João 13:1-
20 o ato de Jesus lavar os pés dos discípulos simboliza a descida do seu
trono de glória, tomando a forma de servo para nos purificar, pela
regeneração e santificação, para as bodas do cordeiro. Ele renunciou suas
prerrogativas divinas e glória para fazer-se como servo que lava,
simbolizando que é ele quem purifica o home dos pecados (Isaías 1:18-19).
Kenosis, esvaziamento.
Concluímos:
Textos de apoio:
Mateus 21:15-17 + Salmos 8:2 – Jesus recebe louvor dado ao Senhor e cita o Salmo
24:10 também usado por Paulo em 1ºCorintios 2:8).
Que não são compartilhados ou não são comunicados a nenhuma criatura são
exclusivos de Deus de Jesus e do Espirito Santo e a mais ninguém.
1 – Asseidade, asseitatis: significa que Deus é auto existente. Ele não depende de
ninguém fora de si mesmo para ser o que ele é (Salmos 90:1-2).
Podemos afirmar o mesmo sobe Jesus (Miqueias 5:2). No entanto o Logos eterno
submeteu-se ao mesmo processo de origem como filho do homem. A origem do
filho na virgem foi somente na encarnação, gerado pelo Espirito Santo.
Jesus também não foi criado ele sempre existiu (Apocalipse 1:1,8)
Todos os atributos divinos estão em Jesus o tempo todo, mas ele renunciou usa-
los todos enquanto homem.
4 – Imutabilidade: Deus não muda jamais, tanto o seu ser como suas perfeições
não sofrem alteração. Ele não muda seus propósitos e promessas (Tiago
1:17\Hebreus 13:8\6:17-20\Tito 1:2).
Jesus também é imutável (Efésios 1:1-6) nos seus propósitos de salvar o mundo
(João 5:24\6:37-40\10:10,28-30)
Jesus também é infinito e ilimitado. Apenas no seu corpo ele aceitou e sofreu
limitações, mas não a sua alma e seu Espirito. A alma sobrevive fora do corpo e
vai as alturas. Ele precisou aguardar as limitações do desenvolvimento humano e
foi limitado pelo tempo em que deveria cumprir sua missão no espaço limitado
da terra entre a humanidade.
6 – Onipresença – Estar presente em toda parte com toda a plenitude de seu ser
o tempo todo (Salmos 139:7-12).
Jesus renunciou a isto apenas por causa e no seu corpo, ele não estava
fisicamente em todos os lugares ao mesmo tempo e não aparecia
instantaneamente onde queria, mas se deslocava para onde queria ir. No entanto
não estava encerrado no copo como se fosse dele prisioneiro.
Atributos comunicáveis.
17 – Liberdade – Deus não precisa de nada nem de ninguém para fazer o que
quer. Ele é completamente livre para executar a sua vontade (Mateus
11:26\Isaias 40:13-14).
18 – Paz – Nele não há nenhum tipo de confusão ou desordem (Juízes 6:24) Jesus
é o príncipe da paz (Isaias 9:6-7).
Diferente de Deus o homem continua sendo homem mesmo que não tenha
alguns dos seus atributos. Deus não poderia ser Deus se lhe faltasse um dos seus
atributos, pois Ele é perfeitamente expresso em cada um deles e ao mesmo
tempo dos seus atributos Ele não depende, pois Deus é em si mesmo completo e
independente. Foi desta independência que o Logos renunciou para ser o filho do
homem.
Atributos do homem, que Jesus possui
5 Hábitos, disciplina.
7 Ele é um amigo.
Cristo não coroou a si mesmo, foi a mão de Deus que colocou a coroa na cabeça
de Cristo. Ele não elevou a si mesmo ao trono de majestade, mas seu Pai o
elevou até ali e o colocou em seu trono. Esta também é a esperança dos santos,
repetir a experiência que agora afeta ao seu Senhor (Hebreus 5:4,5,10).
Isto é conforto e segurança para o corpo de Cristo na terra, o nosso cabeça está
na posição mais exaltada de todos. Visto que estamos ligados a Ele, a sua posição
exaltada é fonte de alegria, pois as bênçãos celestiais fluem dele para todos os
ramos da videira (Efésios 1:3,13-14).
O Salmo 8:4-6 com sua dissertação sobre a glória da natureza humana cumpre-se
plenamente em Cristo como aplicado em Hebreus 2:6-10, especialmente os
versos 7 e 9 : “vemos coroado, um pouco menor ou aquele\Jesus feito menor
por pouco tempo”.
O Salmos 16:10 foi um dos temas abordados por Pedro em seu discurso sobre o
pentecostes, verificamos isto em Atos 2:25-35, onde ele tão bem explica que o
tema deste texto de Salmos não se aplicava a Davi mas sim ao Messias,
aproveitando a ocasião ainda para dissertar no verso 34 sobre o Salmos 110:1-2
tema que o próprio Jesus utilizou-se em Mateus 22:41-46\21:15-17
Comprovando assim a transcendência de Jesus.
Esta exaltação que afetou a humanidade apenas em sua cabeça, que é Cristo,
deve ser a experiência de todos os membros do seu corpo. Assim serão livres da
corrupção e da morte e devem assentar-se com Cristo em seu reino (Daniel
7:9,22,27\Apocalipse 20:4\22:5).
O estado de humilhação do Cristo não inclui o inferno, também este fato não
procede para seu estado de exaltação. Esta ideia decorre de uma interpretação
errônea das passagens em 1ª Pedro 3:19 e 4:6. Vou acrescentar comentário
[entre chaves] para entender melhor o significado do texto:
Porque também cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos...;
vivificado pelo Espirito, no qual [Espirito] também foi e pregou [por intermédio de
Noé], aos espíritos [agora] em prisão...; pregando o evangelho também aos [que
hoje estão] mortos...
Quem pregou àqueles condenados foi Noé. O versículo diz que, no Espirito Jesus
pregou aos [espíritos] agora em prisão os quais foram rebeldes à pregação de
Noé. Noé pregou no Espirito de cristo às pessoas de seu tempo, mas elas não
creram o que significa dizer que por meio de Noé era o próprio Senhor Jesus que
estava falando a eles.
O apostolo Pedro declarou sobre si mesmo em Atos 15:7 que ele fora chamado
para ser Luz para os gentios. O apostolo Paulo fez a mesma afirmação sobre ele
mesmo e Barnabé em Atos 13:46-49 e Atos 26:23 e Atos 9:15. Em suas
declarações eles citam uma profecia messiânica que está em Isaias 42:6. Como
tema deste capitulo de Isaias citamos a epigrafe O Servo do Senhor e no capitulo
49:6 de Isaias com a epigrafe: O Servo do Senhor é luz para os gentios. Sabemos
que a luz para os gentios é cristo e as suas boas novas anunciando pelo
evangelho de cristo pregado aos gentios. Mas Jesus não pregou aos gentios, o
foco do seu ministério foi Israel. Quem anunciou a Luz de cristo aos gentios
foram os apóstolos pregando aos não judeus.
Alguns têm interpretado 1ª Pedro 4:6 dizendo que Jesus proclamou o evangelho
aos mortos para que tivessem uma segunda chance de serem salvos. Esta teoria
da 2ª chance é atraente para aqueles que resolvem viver uma vida longe de
Cristo agora. Mas pelo contrário, Hebreus 9:27 concordando com 1ª Pedro 4:5
diz que após a morte vem o juízo sem nenhuma outra oportunidade para aceitar
o evangelho. 2ª Pedro 2:4-8 demonstra que os anjos maus, o povo do tempo de
Noé e Sodoma e Gomorra já foram condenados. Quem foi poupado foram Noé e
Ló.
No texto de 1ª Pedro 3:19 analisamos que Cristo foi ou é apontado aqui “indo em
espirito”. Esses espíritos em prisão são identificados em 1ª Pedro 3:20 como
pessoas que viveram em outro tempo, no tempo de Noé e que nesse momento
sobre o qual Pedro escreve, essas pessoas estavam condenadas (espíritos em
prisão).
Quanto ao texto de Efésios 4:8-10, nas escrituras hebraicas a esfera dos mortos é
sheol que significa simplesmente sepultura, habitação dos mortos, o mundo
inferior. A palavra grega no novo testamento é hades, com o mesmo sentido.
As palavras:
Infernos – latim
Hades – grego
Sheol – hebraico
Todas as pessoas vão para a sepultura, mas, as almas dos homens vão para
lugares diferentes.
Em Mateus 16:18 Jesus declara que as portas do inferno não prevalece contra a
igreja; Jesus não estava afirmando se referindo ao tormento eterno no inferno,
estava afirmando que o sepulcro não poderia reter os eleitos. As portas ou
obstáculos da morte não foram capazes de deter Jesus e não podem manter
cativo o cristão (1ª Coríntios 15:55) As portas do hades não prevalecerão sobre a
promessa da ressureição.
1. Jesus declarou Está consumado (João 19:30) Ele não foi ao inferno sofrer
mais.
2. Na cruz Jesus disse que naquele mesmo dia estaria no paraíso (Lucas
23:43).
3. Jesus não precisou descer ao inferno para pegar as chaves da morte, pois,
Daniel 7 declara que toda autoridade foi dada a Jesus pelo Ancião de Dias
na ascensão dele.
Ao declarar que desceu ao hades enfatiza que o processo de morte foi
plenamente concluído. Ele realmente morreu, foi uma morte genuína.
Sobre a declaração de Apocalipse 1:18 o leitor deve confrontar este texto a luz
das Escrituras, comparando escritura com escritura para entender todo o
conteúdo da declaração. Confrontar com Hebreus 2:14-15\Atos 2:24,31\Salmos
16:10\110:1-2\1ª Coríntios 15:25-26.
Por tanto a exaltação de Cristo não começa com sua hipotética descida ao
inferno de tormento, nem tampouco sua humilhação chega a este ponto.
Pela sua morte Cristo venceu o poder do pecado da morte e do diabo para nós e
por nós, não para si mesmo, pois Ele está acima de tudo isto; é santíssimo e
sempre foi sem pecado e ele tem sempre todo o poder e nada e nenhuma coisa
ou criatura poderia impedi-lo ou persuadi-lo ou incentiva-lo, pois ele é um ser
livre todo poderoso como seu Pai o é. Conseguiu o perdão para o seu povo e não
para ele mesmo, pois ele é inocente e imaculado. Pela ressureição conseguiu a
justificação deste mesmo povo diante de Deus completando assim a sua obra
(Romanos 4:25\5:1), o justo Jesus é quem nos torna justos diante de Deus o Pai.
Ofícios de Cristo.
Rei; para nos salvar do domínio do pecado que há em nós. O rei governa o povo
como representante de Deus.
O profeta unia três métodos para cumprir seu oficio: ensino, predição e operação
de milagres. Jesus realizou estes três fatores. Ele ensinava, operava milagres e
proferia predições (Deuteronômio 18:15 /Atos 3:22). Exemplo: Moisés e Jesus.
Mateus 13:57 – não há profeta sem honra a não ser na sua casa.
Lucas 13:33 – para que não morra um profeta em Jerusalém.
Jesus foi chamado de profeta,
O cordeiro do sacrifício perfeito oferecido uma única e ultima vez para sempre é
eterna. Mas a obra sacerdotal ainda continua. Ele vive para aplicar os méritos e o
poder de sua obra expiatória perante Deus a favor dos pecadores (Hebreus 9:14
– soteriologia). Ele intercede e se compadece de nós, eternamente justo ao Pai
(Hebreus 2:14-16\4:15). Portanto, um sacerdote deveria ser da natureza
humana, com experiência humana que saiba o que é tentação, por isso um anjo
não pode ser sacerdote de homens.
A culpa
As Escrituras ensinam que cristo obedeceu e sofreu e nosso lugar (foi nosso
substituto) para satisfazer uma demanda imanente da santidade divina e
remover um obstáculo para o perdão e restauração da culpa (ofensa a santidade
de Deus x restauração).
O oficio real de Cristo faz parte do seu estado de exaltação. Aquele que esteve
em estado último de humilhação, pois humilhou-se a si mesmo até o último
estágio, o tumulo emprestado, recebe o maior estado e mais sublime de
exaltação.
c) Deus o exaltou em seu oficio. Deus o honrou para ser salvador do mundo, o
príncipe e salvador (Atos 5:31). Foi uma grande honra para Moises ser
salvador temporário, Cristo é salvador eterno (Lucas 1:69). Ele salva do
pecado (Mateus 1:21) Salva da ira (1ªTess 1:10\Rm 5:9). A salvação é uma
flor da sua coroa (Atos 4:12). Foi uma grande honra para Cristo que ele vai
compartilhar com os seus súditos (Apocalipse 5:9-19\Daniel 7:18,22,27).
d) Deus o exaltou em sua ascensão. Ele não subiu a sua a órbita terrestre ou
solar, ele foi aos céus (Lucas 24:51\Efésios 4:10). Ele não deixou casas ou
terras, mas a sua benção (Lucas 24:50-51). Subiu como um vencedor
triunfalmente (Salmos 68:18). Ele triunfou sobre a morte, o inferno e o
pecado para cada crente (Efésios 4:8-11) Ele concedeu o Espirito Santo
assim como um rei em sua coroação entrega presentes liberalmente aos
seus favoritos.
Aquele que foi conduzido por um bando de soldados será servido por um
regimento de anjos (Marcos 8:38\Mateus 26:53\Judas 14\Mateus 4:11\Hebreus
1:14\Salmos 148:2). Cristo julgara seus julgadores, Pilatos que o condenou, reis
deverão deixar seus tronos e vir a esse julgamento onde não haverá mais
apelação.
Na época do antigo testamento havia três tipos e mediadores entre Deus e seu
povo; o profeta, o sacerdote e o rei (1ªTimoteo 2:5). Cristo reúne em si mesmo
os 3 ofícios. Jesus é o Cristo-profeta que ilumina as nações. O Cristo-sacerdote
que e ofereceu como sacrifício pelas nações. O Cristo-rei que reinará sobre as
nações.
O plano de Deus para o governante perfeito foi que ambos os ofícios fossem
investidos na mesma pessoa. Por isso Melquisedeque, por ter sido tanto rei de
Salém, como sacerdote de Deus (Genesis 14:18\Hebreus 7:13,17\Hebreus
7:23,26\Salmos 110:1-4).
Houve um período na história de Israel que este ideal quase se realizou. O país foi
governado por sumo sacerdotes que também eram governantes civis:
- Sacerdote Eli, governou por 40 anos (1ªSamuel 1:7) e foi também juiz.
Foram:
Herodes, O Grande foi rei da Judeia 37 A.C. – 4 D.C. que reedificou o templo.
Nesta fase surgiram os fariseus (separados) os saduceus (Justos) os essênio
(piedosos).
“As duas experiências, a judaica e a cristã fracassaram e até onde se pode julgar
por esses exemplos, nem os interesses temporais e nem os espirituais dos homens
são promovidos quando confiados ao mesmo representante. A dupla tarefa é
grande demais para ser desempenhada por um homem”. Dr. H.B.Swate.
Apenas o esperado Messias era digno e capaz de exercer o duplo cargo (Salmos
110:1-4). Ele é um sacerdote no trono (Zacarias 6:13) é o Cristo glorificado
(Hebreus 10:13).
Jesus afirmou ser ele este rei, na presença de Pilatos (João 18:36).
Jesus predisse sua vinda com poder e majestade (Mt 25:31).
Na cruz ele falou de seu reino, o paraíso (Lucas 23:42).
Jesus foi entronizado e coroado pelo Pai e com o Pai (Ap 3:21\Ef 1:20-22).
Jesus diante de Deus é rei, cabeça da igreja e Senhor do mundo, mestre de
homens.
A terra é dele (Salmos 24:1\50:12\1ªCrOnicas 29:11-13). Os reinos que
satanás ofereceu a Jesus na tentação, o possuidor destes reinos na verdade
é Jesus e também todas as suas riquezas (Daniel 7:13-14\2:44-45).
Ele foi ungido rei de Israel (Atos 2:30), não com azeite mas com o Espirito
Santo (Lucas 4:18\Isaias 6:11).
Ele é o rei da parábola das minas (Lucas 19:12-25).
Ele é o rei dos maus vinhateiros (Mateus 21:33-45).
Ele virá para reafirmar a sua soberania sobre o mundo e punirá os ímpios
(Apocalipse 11:15\12:10\19:16).
Jesus sentará sobre o trono de Davi na sua vinda e continuará o reino do
filho de Davi por mil anos quando a terra desfrutará de um reino áureo de
paz e abundancia.
Toda esfera de atividade humana estará sob o domínio de cristo, a
iniquidade será suprimida com vara de ferro. Satanás será preso. A terra
ficará cheia do conhecimento e da glória de Deus assim como as aguas
cobrem o mar.
O teólogo João Calvino (1643) popularizou a noção de Cristo como aquele que
cumpriu os três ofícios do Antigo Testamento. Desde então muitos outros tem
escrito sobre o assunto. Deve-se notar a priori o termo: ungido=cristo. Ungido é
exatamente o que unia os 3 oficio do antigo testamento.
“Cristo exerceu oficio de rei chamando do mundo um povo para si (At 15:14-
18\5:31) dando-lhes oficiais, leis disciplinares para visivelmente os governar,
concedendo graça salvadora aos seus eleitos, recompensando sua obediência e
corrigindo-os em consequência de seus pecados, preservando-os e sustentando-
os em todas as suas tentações e sofrimentos, restringindo e subjugando todos os
seus inimigos e poderosamente ordenando todas as coisas para o bem de seu
povo e também tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e não
obedecem ao seu evangelho.”
O Cristo pré-encarnado.
Doutrina Ariana:
A pré-existência de Jesus.
SABEMOS QUE HÁ DEUS E SEU CRISTO NÃO NOS DEIXOU SÓ. ENVIOU SEU
ESPIRITO SANTO PARA LEVAR A HUMANIDADE A TODA A VERDADE.
(João14:26/Mateus 28:20)
Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se
inflamar a sua ira. Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.
SALMOS 2:12