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Textos base:
Atos 2:42-47.
44, 45. Tão devotados eram uns aos outros os membros dessa primeira comunidade cristã que
os crentes ricos vendiam suas propriedades para suprir as necessidades dos membros pobres.
O amor cristão manifestou-se num programa social de assistência material aos pobres. Essa
atitude cristã de partilhar com os outros parece que se limitou aos primeiros anos da igreja de
Jerusalém e não se estendeu às novas igrejas conforme o Evangelho foi sendo levado através da
Judeia.
O pensamento reformado precisa estar em conformidade coma as escrituras e não deve ser
visto apenas como um conjunto de dogmas teológicos que teve influência no meio eclesiático,
mas que tem sido antes de tudo, uma filosofia de vida que tem afetado a sociedade e os
indivíduo como um todo. Os cristãos foram postos no mundo para ser a consciência da
sociedade, e não para se fecharem em si mesmos. A Igreja deve ser a voz do que clama no
deserto, a fim de fazer a diferença no mundo. “O reino de Cristo é também externo”, dizia
Zuínglio. Não podemos apenas zelar pela doutrina e pela fidelidade na Palavra de Deus, mas
também evidenciá-las por meio de uma fé prática e viva.
Ortodoxia, ortopatia, ortopraxia e organicidade . O Doutrina correta. Prática correta.
Sentimento correto. Relacionamento correto. O perfeito (mas difícil) equilíbrio. Isso é reforma!
Esas quatro palavras apontam para a fusão entre a teologia e a vida diária: teologia e vida ligadas
em louvor (ortodoxia) , atitude (ortopraxia) , paixão (ortopatia) e comunhão (organicidade).
Isso indica a possibilidade de uma teologia não apenas acadêmica, mas sim uma teologia que
nos aproxime de Deus, que nos leve a amar ainda mais nosso próximo, vivendo de maneira
integral o reino de Deus aqui no mundo mesmo, na esperança do Novo Céu e Nova Terra.
Toda a Igreja, segundo a Escritura, é o verdadeiro ministério, servindo a Deus por meio de Jesus
no poder do Espírito, sete dias por semana. Na qual, todos tem parte no poder e benção, todos
ministram, todos recebem ministério, essa é a constituição da Igreja. Esse ministério tem início
quando nos unimos a Deus e todo ministério é de Deus e Ele continua seu ministério por meio
do povo de forma criativa, restauradora, unitiva e curativa, por meio da conformidade com o
ensino das Escrituras Sagradas, do uso correto daquilo que que se aprendeu, do uso correto
daquilo que meditamos quando escutamos uma pregação ou lemos a bíblia e colocamos tudo o
na prática, formando uma comunidade que exista como um organismo, onde todos os
membros estão ligados ao Cabeça e fazem parte uns dos outros.
Porem um cristão que se concentra em algum destes aspectos, ele estará se distanciando da
inteligência cristã. Se concentrar muito de sua vida apenas ao "pensamento crítico", em uma
"mentalidade cristã", ou em um zelo "lógico", se esquecendo que sua vocação também é para
ter sua afeição (ortopatia) e vida prática (ortopraxia) comunhão (organicidade) sob o governo
de Cristo, logo, se tornará um formalista árido. Da mesma forma, se um cristão, se preocupa
apenas em se "sentir bem" ou vive em busca de um conforto "sentimental", cairá no
sentimentalismo, em uma busca frenética por "sensações" e "experiências religiosas". E
finalmente, se um cristão preza excessivamente pela "prática", "ações" e "obras" e “comunhão”,
ignorando que tais ações precisam ser pautadas em uma vida com sentimentos e crenças bem
alinhadas à vontade de Deus, cairá em um ativismo alienante ou em um tipo de legalismo.
Quanto mais equilibrados sobre estes quatro princípios, mais próximo o cristão estará de uma
inteligência cristã. Ele não será um racionalista, mas procura organizar suas crenças e sua forma
de pensar a partir das Escrituras. Não será um sentimentalista, pois procura submeter sua
identidade e afeição aos critérios da revelação de Deus em Cristo. E finalmente, não sendo
legalista, se engaja em ação, obras e obediências pautadas nos feitos da graça de Deus.
Mas, enfim, que nome se dá a esta combinação entre ortodoxia, ortopatia e ortopraxia e
organicidade ? Tenho uma sugestão: sabedoria.
ORTOPRAXIA, ORTOPATIA , ORTODOXIA E ORGANICIDADE
(Pr. Henrique )
Todas essas coisas nos levam ao verdadeiro entendimento daquilo que chamamos de “ética
cristã”. Os padrões de Deus são diferentes dos padrões mundanos, portanto, todo cristão deve
ser observador e praticante dos ensinos da Bíblia. A diferença entre os que são do Senhor e dos
que não são está na maneira em que se adota os estilos de vida éticos apresentados na Bíblia.
Um é o contraste do outro, ou seja: enquanto que os padrões mundanos apresentam uma vida
sem santidade, os padrões de Deus são de santidade. Um cristão tem um procedimento santo
enquanto que o que não é, não tem. Em Jesus vemos uma doutrina que não somente se baseia
nas escrituras mas que provém do alto e que dá uma interpretação firme, correta e eficaz dos
textos sagrados. Jesus não se prende em devaneios teológicos obscuros, mas vai direto ao ponto
de cada questão mostrando que não se deve torcer os escritos para satisfazer um sistema de
valores, mas interpretá-los de forma justa e sem rodeios, mesmo quando isso signifique
humilhar-se diante das verdades irrefutáveis da Palavra de Deus.
Abordagem :
Ortopatia — a perspectiva carismática que descobriu a vida na oração, na virtude e nos dons
do Espírito para a edificação da igreja (existencial).
É a maneira correta do saber. Aquilo que aprendo que é certo, devo colocá-lo em prática.
Diferente da maneira que o mundo vê, a mente do cristão é ligada ao que Deus pensa. Ex: as
pessoas que não conhecem a Deus sabem que deve fazer o bem, mas o faz por egoísmo, por
desejos secundários de engrandecimento de si mesmo, ao invés do engrandecimento da pessoa
de Deus. Diferente da pessoa que conhece a Deus, os que não sabem a maneira cristã na prática
das boas obras, do entendimento da vida ou do ensino das Escrituras com relação as ações,
sempre agirão de maneira diferente da qual Deus sabe e ensina que é correta. A ortopatia é o
uso correto daquilo que eu entendo como certo sem envolvimento do egoísmo, mas envolve
negação de si mesmo e humilhação perante o Deus, que sabe todas as coisas e comunica seu
entendimento ao nosso coração/mente. Isso leva a pessoa é ser piedosa. Como diz Pedro: “Por
isso mesmo vós, aplicando da vossa parte toda a diligência, ajuntai à vossa fé a virtude; à virtude,
a ciência; à ciência, a temperança; à temperança, a fortaleza; à fortaleza, a piedade; à piedade,
o amor dos irmãos; e ao amor dos irmãos, a caridade” 2 Pedro 1:5-7.
Podemos, por fim, entender ortopatia como: o verdadeiro e correto entendimento do certo sem
o ego pra trás. É eu saber o que é certo sem procurar meu próprio benefício, mas o benefício do
meu próximo. Isto está inteiramente ligado à vida cristã prática. A sabedoria de Deus sendo
usada de forma correta na minha vida e na vida das pessoas ao meu redor. É também o que
Tiago ensina sobre as obras e a fé: se eu sei que tenho fé, que amo e creio em Deus com
verdadeiro entendimento, eu devo, então, não só ter fé, mas colocá-la em prática pelas boas
obras, exercitando assim aquilo que compreendi do evangelho e que é certo; por meio disso
vem a piedade e o seu verdadeiro exercício.
Abordagem :
A base da ação de Jesus foi o coração. A base da fé cristã é o amor a Deus e ao seu próximo
como a si mesmo. Sem paixão e amor a Igreja logo deixará de ser Igreja. Infelizmente alguns s
O que Jesus procura nos homens e algo que podemos chamar de ortopatia, a correta paixão.
(Pr. Rodrigo)
Podemos ler como a prática correta das verdades bíblicas. Ao longo de sua caminhada
ministerial encontramos o Filho do Carpinteiro colocando em prática os seus ensinamentos,
curando enfermos e doentes, libertando os cativos, consolando os desesperados, recebendo os
excluídos, alimentando os famintos, ou seja, Jesus não apenas prega o Evangelho mas também
o pratica de forma integral, sem titubear ou recuar, levando esta prática as últimas
consequências ao entregar-se para ser morto na cruz.
Abordagem :
Teoria sem prática não tem valor. Nossa ação está sendo orientada pelo que dizemos que
cremos? O grande erro da igreja em determinados contextos vem sendo manipular a
informação para obter resultados antropocêntricos e sem levar em consideração ao que era
mais importante, a vontade de Deus . O que eu sou não é o que digo conhecer e sim o que eu
faço.
(Pr. Marcello)
Cremos que a natureza da igreja é orgânica, porque ela é o Corpo vivo de Cristo e, como um
organismo, todos os membros estão ligados ao cabeça e fazem parte uns dos outros. O mesmo
sangue que circula na Cabeça é o sangue que circula nos dedos mínimos do pés. A igreja recebeu,
ao nascer, um DNA, isto é, elementos divinos que produzem expontaneamente o viver da igreja
na exata medida e expressão que a natureza e essência do doador desse “material genético”,
isto é, a relação do Pai, Filho e Espírito. Assim como uma semente possui o DNA da árvore que
a produziu, a igreja possui o DNA de Deus! A igreja é Santa, porque seu DNA é santo; a igreja é
maravilhosa, porque seu DNA é maravilho; a igreja ama os miseráveis, porque seu DNA é o
próprio amor que o Pai, o Filho e o Espírito derramam entre si; a igreja aprecia estar reunida,
porque possui um DNA que reproduz o mesmo “magnetismo” sagrado e o apreço que o Filho
tem em estar com o Pai, que o Pai tem em estar com o Filho; a igreja é una, porque seu DNA é
inseparável e eternamente único. Em que pese cada cristão faça parte da igreja por ter nascido
de novo, de acordo com o padrão do Novo Testamento, não se pode dizer que o ajuntamento
de cristãos individuais e individualistas que não expressem esse DNA seja igreja no aspecto
coletivo, o que, de maneira alguma, implica que esses mesmos cristãos não sejam parte do
Corpo de Cristo. Eles são, de fato e de direito, mas podem estar perdendo a oportunidades de
usufruir com mais intensidade da maravilhosa relação orgânica da vida da igreja tal qual
projetada por Deus nas Escrituras.
De acordo com o Novo Testemanto a igreja é um organismo. Igreja orgânica refere-se à natureza
da igreja como orgânismo, com um corpo vivo, onde cada membro funciona de acordo com a
vida divina que recebeu na regeneração. Igreja simples relaciona-se ao aspecto da simplicidade
e pureza da igreja e no relacionamento dos irmãos entre si. Igreja nesse sentidos aborda o
aspecto íntimo e familiar da igreja. Não é um novo formato de igreja, mas são aspectos da igreja
do Novo Testamento. Deste modo, igreja simples, igreja orgânica ou igreja nos lares não é um
novo tipo de igreja, uma novidade mas a forma de viver a vida da igreja. Trata-se apenas da
tentativa de viver a vida da igreja conforme está registrado nas Escrituras, nem mais, nem
menos. Além de procurar estar fundamentada na visão neotestamentária, a visão da igreja
também está baseada na experiência de irmãos de hoje e do passado, procurando identificar
suas falhas e seus acertos e, sobretudo, seguir a orientação do Espírito Santo em todas as coisas.
Essa organicidade sugere uma comunidade fortemente unida. Os membros são como uma
família uns para os outros. Eles vivem uma vida compartilhada em Cristo.
Abordagem :
A relação orgânica da vida da igreja tal qual projetada por Deus nas Escrituras.
A Igreja precisa ser sedimentada na comunhão onde os membros são como uma família uns
para os outros vivendo uma vida compartilhada em Cristo.
Conclusão
Como vimos ortodoxia é o termo utilizado na teologia para identificar uma doutrina correta.
Ortopraxia é o termo para identificar uma prática correta e ortopatia é o termo para identificar
um sentimento correto e organicidade trata da vida relacional da igreja . Estes quatro conceitos
devem andar sempre juntos para nos protegermos de um tempo de grande pragmatismo e
esquisitices no evangelicalismo brasileiro. Essas “coisas” podem ser encontradas em
praticamente todas as denominações históricas, comunidades locais que se deixaram envolver
pelo pragmatismo e mero ativismo e demais práticas não bíblicas onde se propõe “vida versus
doutrina”, como se uma fosse oposta a outra, porem o que devemos busca é contrario disso ,
nossa missão como lideres é desenvolver uma prática eclesiástica que tenha como fundamento
princípios bíblicos e inegociáveis. É uma junção entre ortodoxia e prática. Na perspectiva onde
ORTODOXIA, ORTOPATIA , ORTOPRAXIA E ORGANICIDADE funcionam como “um trilho da fé”,
ela fornece as bases e direções para as estruturas, seja na comunidade ou na devoção pessoal.
Por : Marcello Amorim