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APOLOGÉTICA

PROFESSOR: DELMO GONÇALVES1

BELO HORIZONTE

2010

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Bacharel em Teologia (STEB-HOKEMÃH), especialista em Docência e Gestão do Ensino Superior (PUC-
MINAS), especialista em psicanálise (NEPP-UNIDA) – especializando em Ciências da Religião (UNIDA),
especialista em psicopatologia psicanalista (CESP)- Mestrando em Ciências da Religião pela PUC - Minas.
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SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 03

II EVANGELIZAÇÃO ................................................................................................... 04

III FENOMENOLOGIA DAS RELIGIÕES ............................................................................. 06

IV PLURALIDADE RELIGIOSA ................................................................................ ............09

V LIBERDADE DE CULTO ....................................................................................................10

VI OS PRIMEIROS ESTUDOS APOLOGÉTICOS.............................................................. 10

VII A APOLOGÉTICA ATUAL .............................................................................................. 12

VIII CARACTERIZAÇÃO DAS SEITAS ............................................................................... 14

IX DIFERENÇAS ENTRE SEITA E IGREJA......................................................................... 21

X RELIGIÕES ANIMISTAS ............................................................................................. .... 23

XI COMPARANDO AS RELIGIÕES ................................................................................... 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................... 51
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I. INTRODUÇÃO

O termo “apologeisthai”, deriva da palavra grega que expressa a idéia de “defesa”.


Em sua aplicação atual, entretanto, seu significado foi de alguma forma alterado, e
nós afirmamos isso em uma comparação feita entre os termos apologética e
“apologies”. Pode-se dizer que apologética não é uma ciência formal na qual os
princípios exemplificados e justificados são também investigados, como, os
princípios de pregação são investigados pela homilética. Nem tampouco ela é
meramente a soma de todas as defesas possíveis para a teologia, ou suas
explicações cientificas assim como a dogmática é a ciência que explica os dogmas.

Apologética é a defesa do Cristianismo em sua inteireza, sua essência, de uma


forma ou outra é a defesa de seus elementos de pressuposições contra seus
usurpadores, atuais ou possíveis, de forma a se defender de algum ataque em
particular.

Apologética toma para si, não um aspecto exclusivo de defesa, nem mesmo uma
justificativa, mas o estabelecimento do conhecimento de Deus que o Cristianismo
professa para incorporar e buscar tornar eficiente no mundo. Defesas podem,
entretanto, serem incorporadas à apologética, e formar porções auxiliares de sua
estrutura, quando elas também fazem em qualquer outra área ou disciplina
teológica. No entanto, a apologética não deriva seu conteúdo, ou toma forma, ou
empresta valores de algum tipo de oposição que prevaleça; mas preserva por todo
tipo de circunstância seu caráter como qualquer outra ciência construtiva – como
refutação de pontos de vista contrários se tornam de tempos em tempos certo
empecilho para a construção e o progresso.

A apologética encontra seu fundamento, em outras palavras, não nos acidentes que
acompanham os esforços da verdadeira religião de plantar, sustentar, e propagar a
ela mesma nesse mundo; nem mesmo no mais PERVASIVO e no mais
PORTENTOSO desses acidentes, o erro do pecado; mas nas necessidades
fundamentais do espírito humano. Em outras palavras, a função apologética é de
investigar, explicar, e estabelecer os fundamentos nos quais a teologia, a ciência, ou
o conhecimento sistematizado de Deus é possível; partindo do pressuposto que toda
ciência que tem Deus como seu alvo deve repousar, é uma ciência verdadeira que
afirma estar colocada em um círculo de estudos realmente científicos.
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II. EVANGELIZAÇÃO

A palavra grega Evangelho (gr.: evangelho – euaggeluion) significa “Boas Novas” ou


“Boas Notícias”. O termo Evangelho usado na forma teológica significa um corpo de
informações que são de boa notícia para o pecador. Essa é a boa notícia: embora
todos, em Adão tenhamos pecado, e estejamos destituídos da glória de Deus, houve
uma provisão para a remissão. Deus proveu um pagamento pelo pecado. Enviou o
Seu Filho Unigênito; Esse se fez carne, o Verbo (logos) se fez carne. Não fora um
anjo, ou homem perfeito, mas Deus Conosco, Emanuel. Durante sua vida humana,
sem pecado, demonstrou ser o Cordeiro Perfeito de Deus que tira o pecado do
mundo (Jo 1.29). Sua obra culminou em seu sacrifício no Calvário, Fora
demonstrado Filho de Deus e justificado através da ressurreição, três anos após sua
morte. Desde sua ascensão, está à direita de Deus, o Pai. E aguardamos Sua vinda.

O benefício desse sacrifício não é distribuído aleatoriamente, a resposta a esse


sacrifício é a fé em Jesus Cristo: somos então justificados, não pelas obras, mas
pela fé. Essa é a Boa Notícia, o Evangelho.

Outros fatores estão envolvidos na riqueza do Evangelho. Através do estudo da


Bíblia compreendemos outras doutrinas que estão relacionadas. Vejamos algumas:

 Teologia: estudo de Deus inclui conhecer os atributos incomunicáveis de


Deus e a Sua relação com a Trindade;
 Cristologia: estudo da Pessoa de Cristo, através da eternidade, Sua relação
com a Trindade;
 Pneumatologia: estudo do Espírito Santo (também chamado de Paractelogia)
trata da Pessoa do Espírito Santo e Sua relação com a Trindade;
 Eclesiologia: doutrina da Igreja; Sua relação com Cristo, o Noivo; com Deus
Pai e com o Espírito, o ajudador.

O Evangelho é o poder de Deus: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é


o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e
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também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé,


como está escrito: O justo viverá por fé”. A ira de Deus se revela do céu contra toda
impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça (Rm 1.16-
18). Através do Evangelho Deus justificará aqueles que crêem e através do mesmo
Evangelho julgará o que não crê. Aqueles que detêm o Evangelho estão de fato
detendo a verdade libertadora do Evangelho e serão julgados no Juízo Final.

A tarefa fundamental da Igreja é a evangelização. Primeiro: a obediência ao ide


(gr.: poreuomai – poreuomai) uma ordem para partir em uma missão, designação
(Mt 28.19). Segue-se a isso o discipulado, fazer discípulos (gr.: matheteuo –
matheteuo), isto é, ensinar (gr.:didasko – didasko – ensinar); consequentemente o
“quê” se ensina (gr.: didache – didache – ensino) é importantíssimo ir, se dispor;
discipulado, o processo; o ensino, o que será propagado – são ingredientes do
ministério eclesiástico. Precisamos nos dispor (ir), o melhor meio de evangelização é
através do contato pessoal (discipulador  discipulado), ensinar somente ao que
está autorizado – ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado
(Mt 28.20).
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III. FENOMENOLOGIA DAS RELIGIÕES

RELIGIÃO: Conforme o dicionário Aurélio – Crença na existência de uma força ou


forças sobrenaturais, considerada(s) como criadora(s) do Universo, e que como tal
de(m) ser adorada(s) e obedecida(s). Provem da palavra latina RELIGARE que
possui o sentido de religar, ou fazer a ponte entre duas coisas. Podemos dizer que a
religião verdadeira (o Cristianismo) tem como objetivo religar o homem (aqueles que
crerem) a Deus, isto é feito através da obra de Cristo; Ele é, portanto, Aquele que
religa o homem a Deus: “Portanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os
homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5).

PAGÃO: A palavra “pagão” provém do latim „paganu’ que originalmente significava


apenas camponês. Depois tomou um sentido pejorativo significando „quem não foi
batizado‟ segundo as crenças católicas. Não usaremos esse termo em nosso
estudo, devido seu cunho católico. Para expressar o contingente de pessoas que
não são cristãs, usaremos o termo óbvio: não-cristãos.

SEITA: A palavra “seita” provém do latim „secta‟ e do grego airesij (hairesis –


heresias) quando traduzido por seita significa um grupo de pessoas que ensinam
heresias (falsos ensinos).

HERESIA: Aplicaremos a palavra heresia ao ensino que a ortodoxia rejeita como


falso. Portanto a palavra heresia significará falso ensino.

ORTODOXIA: Aurélio define como: Fiel, exato e inconcusso cumprimento de uma


doutrina religiosa; conformidade com essa doutrina. A doutrina cristã, bíblica e
correta é denominada ortodoxa.

SECULARIZAÇÃO: A secularização ou racionalismo tem suas idéias de um


universo sem Deus onde tudo ocorre através das leis naturais – sem intervenção
criativa ou de manutenção da parte de Deus.

ATEÍSMO: O ateu desenvolve uma aversão às coisas que podem ser aplicadas ou
atribuídas a Deus. Cria-se, em um diálogo com um ateu, um ambiente austero, que
pode inutilizar o objetivo evangelístico do diálogo.

CETICISMO: Conclui que não existem provas contundentes da existência de Deus.


Afirma também que se tais provas fossem demonstradas então poderia reconceituar
e eventualmente crer. A esses a Bíblia ensina que estão na contramão da fé. A fé
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vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17) e os sinais hão de seguir os que
crêem e não o inverso. Esses sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em
meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas (Mc 16.17).

HENOTEÍSMO: O HEN – um – trata-se da crença em um deus sem excluir outros,


isto é, não nega a existência de outros deuses (1Rs 20.28).

PANTEÍSMO: O panteísmo (proveniente de duas palavras gregas que significam


“tudo é Deus”) é o sistema de pensamento que identifica Deus com o universo.
Árvores e pedras, pássaros, terra e água, répteis e homens – todos são declarados
partes de Deus, e Deus vive e se expressa a si mesmo através das substâncias e
forças como a alma se expressa através do corpo. Confunde Deus com a natureza.

Onde se professa o panteísmo hoje? Primeiramente entre alguns poetas que


atribuem divindade à natureza. Em segundo lugar, é a filosofia básica da maior parte
das religiões da índia, as quais a citam para justificar a adoração de ídolos.

POLITEÍSMO: Religião em que há pluralidade de deuses. O politeísmo, culto de


muitos deuses. Baseia-se na idéia de que o universo é governado não por uma força
só, mas sim por muitas, de maneira que há um deus da água, um deus do fogo, um
deus das montanhas, um deus da guerra, etc. Foi esta a conseqüência natural do
paganismo, que endeusou os objetos finitos e as forças naturais e “adoraram e
serviram à criatura antes que o Criador” (Rm 1.25).

SINCRETISMO: Tendência religiosa à “unificação” de idéias ou de doutrinas


diversificadas e, por vezes, até mesmo inconciliáveis.

ECLETISMO: Reunião de elementos doutrinários de origens diversas que não


chegam a se articular em uma unidade consistente.

ECUMENISMO: Aceitação de identidade e autoridade em comum com outros credos


(crenças). Disposição à convivência e diálogo com outras confissões religiosas.

MONOTEÍSMO: Sistema ou doutrina daqueles que admitem a existência de um


único Deus. Nesse primeiro conjunto professam o monoteísmo as seguintes
religiões: Judaísmo, Cristianismo e o Islamismo. Contudo, possuem perspectivas
diferentes a respeito da teologia.
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ANIMISTAS: Provavelmente a forma de religião mais antiga após o monoteísmo


bíblico, seja a animista, ou seja, a crença na continuidade do espírito humano, que
pode voltar ao mundo e abençoar ou amaldiçoar, com uma grande variedade de
espíritos que pode fazer à mesma coisa.

Nessas religiões, não há descrição exata quanto ao estado dos mortos, além de
incluírem a noção de que os mortos possam ajudar ou prejudicar os vivos. O
animismo gera idéia cíclica, isto é, reencarnacionista. Alguns afirmam que tudo
possui alma e que tais migram em todos os níveis, objetos, vegetais, animais
irracionais, racionais, espíritos inferiores e superiores.

Um segundo grupo afirma que a reencarnação ocorre somente na espécie. E outros


afirmam que além da espécie, existem mundos habitados, ou seres celestiais de
outros níveis, que sofrem também a reencarnação.
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IV. PLURALIDADE RELIGIOSA

Atualmente existem milhares de seitas e religiões falsas, as quais pensam estar


fazendo a vontade de Deus quando, na verdade, não estão. Antes da globalização,
o Evangelho enfrentava apenas questionamentos locais. Com a globalização
econômica e informática veio também a hiper-informatização nos meios de
comunicação. Hoje, encontramos um quadro multiforme nas idéias e formas de culto
religioso. Não é difícil encontrar um hindu, xintoísta, muçulmano que tenha nascido
na mesma região. Através de pesquisas curiosas na Internet, alguém pode
simpatizar-se por uma ou mais idéias e até mesmo criar o seu corpo doutrinário
particular.

Religiões principais: Hinduísmo, Jainismo, Budismo e Siquismo (índia);


Confucionismo e Taoísmo (China); Xintoísmo (Japão); Judaísmo (Palestina);
Zoroastrismo (Pérsia, atual Irã) e Islamismo (Arábia). Nessa lista, alguns incluem o
Cristianismo. Além disso, existem mais de dez mil seitas (ou subdivisões dessas
religiões), estando 6.000 localizadas na áfrica, 1.200 nos Estados Unidos. O restante
espalhadas em outros países. Para efeitos didáticos, o Instituto Cristão de
Pesquisas classifica assim as seitas:

 Secretas: Maçonaria, Teosofia, Rosa-Cruz, Esoterismo, etc;


 Pseudo-Cristãs: Mormonismo, Testemunhas de Jeová, Adventista do Sétimo
Dia, Ciência Cristã, A Família (Meninos de Deus), Igreja Apostólica da Santa
Vó Rosa, etc;
 Espíritas: Kardecismo, Legião da Boa Vontade, Racionalismo Cristão, etc;
 Afro-brasileiras: Umbanda, Quimbanda, Candomblé, Voduísmo, Cultura
Racional, Santo Daime, etc;
 Orientais: Seicho-No-Ie; Igreja Messiânica Mundial, Arte Mahikari, Hare
Krishna, Meditação Transcendental, Igreja da Unificação (Moonismo), Perfect
Liberty (Perfeita Liberdade), etc;
 Unicistas: Igreja Voz da Verdade, Igreja Local, Adeptos do Nome Yehoshua
e suas Variantes (ASNYS), Só Jesus, Tabernáculo da Fé, Cristadelfianismo,
etc.
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V LIBERDADE DE CULTO

As pessoas têm o direito de professar a religião de sua escolha. A tolerância


religiosa é extensiva a todos. Isso não significa, porém, que todas as religiões
estejam corretamente orientadas. Se a religião relaciona com a nossa vida, atual e
eterna, então é um assunto que devemos nos preocupar.

Nos dias de Jesus havia diversos grupos religiosos: os saduceus (At 5.17) e os
fariseus (At 15.5). Os dois grupos tinham posições religiosas distintas (At 23.8).
Mesmo assim, Jesus não os poupou, chamando-os de hipócritas, filhos do inferno,
serpentes, raça de víboras (Mt 23.13-15,33). O Mestre deixou claro que não aceitava
a idéia de que todos os caminhos levam a Deus. Ele ensinou que há apenas dois
caminhos: o estreito, que conduz à vida eterna, e o largo e espaçoso, que leva à
destruição (Mt 7.13-14).

VI. OS PRIMEIROS ESTUDOS APOLOGÉTICOS

O sistema filosófico de antiguidades, especialmente aqueles que derivam de Platão,


estão longe de estarem vazios de elementos apologéticos, e quando em seus
estágios mais avançados de seu desenvolvimento, a filosofia clássica se torna
peculiarmente religiosa, expressando material apologético que se torna quase
predominante. Com a vinda do Cristianismo ao mundo, entretanto, à medida que os
elementos da teologia foram se tornando mais ricos, então os esforços para
substanciá-los se tornaram mais férteis nos elementos apologéticos. Nós não
devemos confundir a apologética do início da era Cristã com a apologética formal.
Como os sermões daqueles dias, eles contribuíam para a apologética sem ser
apologética.

O material apologético desenvolvido por aquilo que nós podemos chamar de os mais
filosóficos dos apologistas (Aristides, Atenagoras, Teófilo, Tertuliano) já foi
considerável, ele era grandemente suplementado pelos trabalhos teológicos de seus
sucessores. Em um primeiro instante o Cristianismo mergulhou em um ambiente
politeísta e tomou para si o conflito com sistemas de pensamento firmados em
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filosofias panteístas ou dualistas, requereu-se o estabelecimento de seu ponto de


vista monoteísta, e indo contra a amargura dos judeus e as zombarias dos gentios,
para evidenciar sua origem divina como ação da graça ao homem pecador.

Junto com Tertuliano os grandes “alexandrinos”, Clemente e Orígenes, estão os


depósitos mais ricos do pensamento apologético do primeiro século. Os maiores dos
apologistas da era patrística foram, entretanto, Eusébio de Cesárea e Agostinho. O
primeiro foi o mais aprendido e o segundo o mais profundo dos defensores do
Cristianismo entre os Pais da Igreja. Em Agostinho, em particular, não meramente
em seu livro “Cidade de Deus”, mas em seus escritos controversos, acumulando
uma vasta massa de material apologético o qual está distante de ter perdido seu
significado.
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VII. A APOLOGÉTICA ATUAL

Apologética (grego: apologia – apologia – resposta defensiva, defesa) é o discurso


final que responde eficazmente o questionamento de outrem. A Apologética Cristã
visa responder os questionamentos internos e externos.

Internamente – a apologética auxilia a Igreja a identificar os ensinos sutis, mas


falsos; e ensinos de professos cristãos que anulam a graça do Senhor (Jd 3,4). Tais
líderes devem ser calados (Tt 1.11), isso se faz através de respostas bíblicas claras
que alertam as verdadeiras ovelhas de Cristo a serem submissas à verdade e não
aos artifícios e lisonjas (gr.: eulogia – eulogia – lisonjas) da carne.

Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e


escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos
deles, porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu
próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos
incautos. Pois a vossa obediência é conhecida por todos; por isso, me
alegro a vosso respeito; e quero que sejais sábios para o bem e simples
para o mal – Rm 16.17-19.

Externamente – a apologética auxilia a Igreja a proteger-se dos movimentos


sectários já consolidados pelo tempo. Tais seitas ufanam de seu conhecimento,
projetos, organização, status, riqueza, etc. Contudo, o conhecimento que possuem
está embasado em seus próprios conceitos e normas; nada mais possuindo da
verdadeira doutrina cristã. Cada país possui suas tendências religiosas; e em nosso
contexto brasileiro as seitas de maior ação são: o Catolicismo Romano; os Mórmons
(A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias); o Espiritismo Kardecista; os
Surrealistas (As Testemunhas de Jeová); os Adventistas (A Igreja Adventista do
Sétimo Dia) e suas variantes; Movimentos Unicistas (Igreja Local; Igreja Voz da
Verdade; Testemunhas de Yehoshua).

POR QUE ESTUDAR AS FALSAS DOUTRINAS?

Muitos perguntam por que se devem estudar as falsas doutrinas. Certamente


devemos usar a maior parte de nosso tempo lendo e estudando a Palavra de Deus,
porém, essa mesma Palavra nos apresenta diretrizes comportamentais relacionadas
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aos que questionam nossa fé. Apresentamos as razões para o estudo das falsas
doutrinas:

1ª – DEFESA PRÓPRIA: Várias entidades religiosas treinam seus adeptos para ir,
de porta em porta, à procura de novos adeptos. Algumas são especializadas em
trabalhar com os evangélicos, principalmente os novos convertidos. Os cristãos
devem se informar acerca do que vários grupos ensinam. Só assim poderão refutá-
los biblicamente (Tt 1.9);

2ª – PROTEÇÃO DO REBANHO: Um rebanho bem alimentado não dará problemas.


Devemos investir tempo e recursos na preparação dos membros da Igreja. Escolas
bíblicas bem administradas ajudam ao nosso povo conhecer melhor a Palavra de
Deus. Um curso de batismo mais extensivo, abrangendo detalhadamente as
principais doutrinas, refutando as argumentações dos sectários e expondo-lhes a
verdade. Será útil para proteger os recém-convertidos dos ataques das seitas;

3ª – EVANGELIZAÇÃO: O fato de conhecermos o erro em que se encontram os


sectários nos ajuda a apresentar-lhes a verdade de que necessitam. Entre eles se
encontram muitas pessoas sinceras que necessitam se libertar e conhecer a Palavra
de Deus. Os adeptos das seitas também precisam do Evangelho. Se estivermos
preparados para abordá-los e demonstrar a verdade em sua própria Bíblia,
poderemos ganhá-los para Cristo;

4ª – MISSÕES: Precisamos conhecer a cultura onde vamos semear o Evangelho.


Junto à cultura teremos a religiosidade nativa. Conhecer antecipadamente esses
elementos nos dará condições para alcançá-los adequadamente.
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VIII. CARACTERIZAÇÃO DAS SEITAS

O método mais eficiente para se identificar uma seita é conhecer os quatro


caminhos seguidos por elas, ou seja, o da adição, subtração, multiplicação e divisão.
As seitas conhecem as operações matemáticas, contudo nunca atingem o resultado
satisfatório.

1 – ADIÇÃO: O grupo adiciona algo à Bíblia. Sua fonte de autoridade não leva em
consideração somente a Bíblia.

Adventismo do Sétimo Dia: Seus adeptos têm os escritos de Ellen White como
inspirados tanto quanto os livros da Bíblia. Declaram:

Cremos que Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo, e seus escritos, o
produto dessa inspiração, têm aplicação e autoridade especial para os
adventistas do sétimo dia. Negamos que a qualidade ou grau de inspiração
dos escritos de Ellen White sejam diferentes dos encontrados nas Escrituras
Sagradas.

Essa alegação é altamente comprometedora. Diversas profecias escritas por Ellen


White não se cumpriram. Isso põe em dúvida a alegação de inspiração e sua fonte.

Testemunhas de Jeová (TJs): Crêem que somente com a mediação do corpo


governante (diretoria TJs, formada por um número variável entre 9 e 14 pessoas,
nos EUA), a Bíblia será entendida. Declaram:

Meramente ter a Palavra de Deus e lê-la não basta para adquirir o


conhecimento exato que coloca a pessoa no caminho da vida. A menos que
estejamos em contato com esse canal de comunicação usado por Deus,
não avançaremos na estrada da vida, não importando quanto leiamos a
Bíblia.
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Iniciou-se com o seu fundador, C. T. Russell. Afirmava que seus livros explicavam a
Bíblia de uma forma única. A Bíblia fica em segundo plano nos estudos das TJs. É
usada apenas como livro de referencia. A revista A Sentinela tem sido seu principal
canal para propagar suas afirmações. O candidato ao batismo das TJs deve saber
responder aproximadamente 125 perguntas. A maioria nega a doutrina bíblica
evangélica. Certamente, com literatura das TJs, é impossível compreender a Bíblia.
Somente a Palavra de Deus contém ensinos que conduzem à vida eterna. Adicionar-
lhe algo é altamente perigoso (Ap 22.18-19).

Mórmons: Dizem crer na Bíblia, desde que sua tradução seja correta. Ensinam:
”Cremos ser a Bíblia a Palavra de Deus, o quanto seja correta sua tradução; cremos
também ser o Livro dos Mórmons a palavra de Deus” (Artigo 8º das Regras de Fé).

Acham que o Livro de Mórmon é mais perfeito do que a Bíblia. “Declarei aos irmãos
que o Livro de Mórmon era o mais correto de todos os livros da terra, e a pedra
angular da nossa religião” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 178). Outros
livros também são considerados inspirados: “Doutrina e Convênios e A Pérola de
Grande Valor”. Usam também a Bíblia apenas como livro de referência. Se
dissermos aos mórmons que temos a Bíblia e não precisamos do Livro de Mórmon,
eles responderão com esse livro: “Tu, tolo, dirás: uma Bíblia e não necessitamos
mais de Bíblia! Portanto, porque tendes uma Bíblia, não deveis supor que ela
contém todas as minhas palavras; nem deveis supor que eu não fiz com que se
escrevesse mais” (LM-2 Néfi 29.9,10).

Meninos de Deus (A Família): Dizem: é melhor ler os ensinamentos de David Berg,


seu fundador, do que ler a Bíblia.

E quero dizer-vos francamente: se há uma escolha entre lerem a Bíblia,


quero dizer-vos que é melhor lerem o que Deus diz hoje, de preferência ao
que disse 2000 ou 4000 anos atrás! Depois, quando acabarem de ler as
últimas Cartas de MO podem voltar a ler a Bíblia e as Cartas velhas de MO!
(“ Velhas Garrafas– MO, julho, 1973, p. 11 n. 242-SD).

Práticas abomináveis, segundo a moral bíblica, são justificadas com a Bíblia. m


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A Igreja da Unificação (“Rev. Moon”): Julga ser seu princípio divino de inspiração
mais elevado do que a Bíblia. “A Bíblia [.. .] não é a verdade, senão um livro de texto
que ensina a verdade [...] Portanto, não devemos considerar o livro de texto como
absoluto em todos os detalhes” (“O Princípio Divino”, Introdução, p. 7). Outro
exemplo da conseqüência de abandonar as Escrituras é observado nesse
movimento. Além da Bíblia, rejeitam também o Messias e seguem outro senhor.

Kardecistas: Não tem a Bíblia como base, mas a doutrina dos espíritos, codificada
por Allan Kardec. Usam O Evangelho Segundo o Espiritismo. Dizem: “Nem a Bíblia
prova coisa nenhuma, nem temos a Bíblia como probante. Sua base é o ensino dos
espíritos, daí o nome: Espiritismo.

Igreja de Cristo Internacional (Boston): Interpreta a Bíblia segundo a visão de


Kipp Mckean, seu fundador. Um sistema intensivo de discipulado impede outras
interpretações. Qualquer resistência do discípulo, referindo-se à instrução,
desencadeará uma retaliação social.

Apologia Cristã: O apóstolo Paulo diz que as Sagradas Letras tornam o homem
sábio para a salvação pela fé em Jesus (2Tm 3.15); logo, se alguém ler a Bíblia,
somente nela irá achar a fórmula da vida eterna: crer em Jesus. A Bíblia relata a
história do homem desde a antiguidade, mostrando como ele caiu no lamaçal do
pecado. Não obstante, declara que Deus não o abandonou, mas enviou Seu Filho
Unigênito para salvá-lo. Assim, lendo a Bíblia, o homem saberá que sem Jesus não
há salvação. Ele não procurará a salvação em Buda, Maomé, Krishna ou algum
outro, nem mesmo numa organização religiosa; pois a Bíblia é absoluta e verdadeira
ao enfatizar que a salvação do homem vem exclusivamente por meio de Jesus (Jo
1.45; 5.39-46 – Lc 24.27,44 – At 4.12; 10.43; 16.30-31 - Rm 10.9-10).

2 – SUBTRAÇÃO: O grupo subtrai algo da natureza humana ou divina de Jesus.

Maçonaria: Vê Jesus simplesmente como mais um fundador de religião. Se


negarmos o sacrifício de Jesus Cristo e Sua vida, estaremos negando também a
Bíblia que o menciona como Messias (Is 7.14 – Mt 1.21-23 – Dn 7.13-14). Ou
cremos integralmente na Palavra de Deus como revelação completa ou a rejeitamos
integralmente. Não há meio termo.
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Legião da Boa Vontade (LBV): Subtrai a natureza humana de Jesus, dizendo que
Jesus possui apenas corpo aparente ou fluídico, além de negar sua divindade,
dizendo que Ele jamais afirmou que fosse Deus.

“JESUS não poderia nem deveria, conforme as imutáveis Leis da Natureza, revestir
o corpo material do homem do nosso planeta, corpo de lama, incompatível com Sua
natureza espiritual, mas um corpo físico.”(Doutrina do Céu da LBV, p. 108).

Agora, o mundo inteiro pode compreender que JESUS, o CRISTO DE DEUS, não é
DEUS nem jamais afirmou que fosse DEUS (Doutrina do Céu da LBV, p. 112).

Outros grupos também subtraem à divindade de Jesus:

 As Testemunhas de Jeová (TJs) dizem que Ele é o Arcanjo Miguel na sua


preexistência, sendo a primeira criação de Jeová.

 Os Adventistas do Sétimo Dia ensinam que Jesus tinha uma natureza


pecaminosa, caída. Dizem santificar o sábado ao Senhor importa em
salvação eterna (Testemunhos Seletos, vol. III, p. 22 – 2ª edição, 1956).

 Kardecistas ensinam que Jesus foi apenas um médium de Deus. Dizem que
segundo definição dada por um espírito, Ele era mediu de Deus (A Gênese, p.
311).

Apologia Cristã: A Bíblia ensina que Jesus é Deus (Jo 1.1; 20.28 – Tt 2.13 – 1Jo
5.20 etc.). Assim sendo, não pode ser equiparado meramente a seres humanos ou
mitológicos, nem mesmo com os anjos, que O adoram (Hb 1.6). A Bíblia atesta a
autêntica humanidade de Jesus, pois nasceu como homem (Lc 2.7), cresceu como
homem (Lc 2.52), sentiu fome (Mt 4.2), sentiu sede (Jo 19.28), comeu e bebeu (Mt
11.19 - Lc 7.34), dormiu (Mt 8.24), suou sangue (Lc 22,44) etc. Foi gerado pelo
Espírito Santo no ventre de Maria, sendo, portanto, santo, inocente e
imaculado.(Hb7.26). Era verdadeiramente?Deus (Jo 5.18; 10.39-41 – 1Jo 5.20) e
verdadeiramente homem (Lc 19.10) numa só pessoa divina.

3 - MULTIPLICAÇÃO: Multiplicar o meio da salvação.


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Multiplicação: Pregam a autoconfiança. Crer em Jesus é importante, mas não é


tudo. A salvação é pelas obras. Às vezes, repudiam publicamente o sangue de
Jesus.

Seicho-No-Iê: Nega a eficácia da obra redentora de Jesus e o valor de Seu sangue


para remissão de pecados, chegando a dizer que “se o pecado existisse realmente,
nem os Budas todos do Universo conseguiriam extingui-lo, nem mesmo a Cruz de
Jesus Cristo conseguiria extingui-lo”.

Mórmons: Afirmam crer no sacrifício expiatório de Jesus, mas sem o cumprimento


das leis estipuladas pela Igreja não haverá salvação. Outro requisito foi exposto pelo
Profeta Brigham Young, que disse: “Nenhum homem ou mulher nesta dispensação
entrará no reino celestial de Deus sem o consentimento de Joseph Smith. O homem
tem que fazer o que pode pela própria salvação”.

Adventistas: Por meio de Ellen Gould Whitte, ensinam a guarda do sábado, e que
os benefícios da morte de Cristo nos serão aplicados desde que estejamos vivendo
em harmonia com a lei, que, no caso, é guardar o sábado. “Santificar o sábado ao
Senhor importa em salvação eterna” (Testemunhos Seletos, vol. III, p. 22-2 2ª
edição, 1956).

Unificação (Moon): Desdenha os cristãos por acharem que foram salvos pelo
sangue que Jesus verteu na Cruz, chegando a dizer que os que assim ensinam
estão enganados. Dizem: “Como tem sido vasto o número de cristãos, durante os
200 anos de história cristã, que tinham plena confiança de terem sido
completamente salvos pelo sangue da crucificação de Jesus!”
19

Testemunhas de Jeová (TJs): Ensina que a redenção de Cristo oferece apenas a


oportunidade para alguém alcançar sua própria salvação por meio de obras. Jesus
abriu o caminho. O restante é com o homem. Sua obra diz: “Trabalhamos
arduamente com o fim de obter nossa própria salvação”. Outra declaração: “Somos
salvos por mais do que apenas crer na mensagem do reino de todo o nosso
coração; também temos de declarar publicamente esta mensagem do reino a outros,
para que estes também possam ser salvos para o novo mundo de Deus” (Do
Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado, p. 249 STV).

Apologia Cristã: A Bíblia declara: todo aquele que nega a existência do pecado
está mancomunado com o diabo, o pai da mentira (Jo 8. 44 comparado com 1 Jo
1.8). A eficácia do sangue de Cristo para cancelar os pecados nos é apresentada
como a mensagem central da Bíblia. É a base do perdão dos pecados (Ef 1.7 – 1 Jo
1.7-9 – Ap 1.5).

A Bíblia é clara: “somos salvos pela graça, por meio da fé, e isso não vem de nós, é
dom de Deus, não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 1.8-9).
Praticamos boas obras não para sermos salvos, mas porque somos salvos em
Cristo Jesus, nosso Senhor.

4 – DIVISÃO: Divide a soberania de Deus, a fidelidade entre Deus e a organização.


Desobedecer à organização ou à Igreja equivale desobedecer a Deus. Não existe
salvação fora do seu sistema religioso da própria organização ou Igreja.

Quase todas as seitas pregam isso, sobretudo às pseudocristãs, que se apresentam


como a restauração do cristianismo primitivo, que, segundo ensinam, sucumbiram à
apostasia, afastando-se dos verdadeiros ensinos de Jesus. Outras ensinam que
todas as religiões são boas, e que a sua somente será responsável por unir todas as
demais. Dizem que segundo o plano de Deus ela foi criada para esse fim, como é o
caso da Fé Bahá’ì e outros movimentos ecléticos.
20

Apologia Cristã: O ladrão arrependido ao lado de Jesus na cruz entrou no Céu sem
ser membro de nenhuma dessas seitas (Lc 23.43), pois o pecador é salvo quando
se arrepende (Lc 13.3) e aceita Jesus como Salvador único e pessoal (At 16.30-31).
Desse modo, ensinar que uma organização religiosa possa salvar é pregar outro
evangelho (2Co. 11.4 – Gl 1.8). Isso implica dividir a fidelidade a Deus com a
fidelidade à organização e tira de Jesus a Sua exclusividade de conduzir-nos ao Pai
(Jo 14.6). Não há salvação sem Jesus (At 4.12 – 1Co 3.1.)
21

IX. DIFERENÇAS ENTRE SEITA E IGREJA

SEITA IGREJA

ASPECTO SOCIOLÓGICO ASPECTO SOCIOLÓGICO

1. Movimento religioso de minorias 1. Movimento religioso geralmente de maiorias.

2. Centralizada em torno de um líder 2. Centrada numa doutrina.


carismático e de uma doutrina.
3. Compromete-se com a sociedade buscando
3. A relação com a sociedade é de ruptura, servi-la, melhorá-la.
de desconfiança.
4. Universalista.
4. Seletiva.
5. Promove a utopia da sociedade sem classes
Especializada em setores de classes e/ou (todos iguais em seu interior).
populações.
6. Ingresso involuntário (ex.: batismo de crianças)
6. O ingresso é voluntário. e voluntário.

8. Símbolos externos como identificadores do 7. Pertencer a ela torna-se algo tradicional.


fiel (ex.: vestimenta, aspecto físico).
8. Geralmente não há mostras externas.

ASPECTO TEOLÓGICO ASPECTO TEOLÓGICO

1. Fé e salvação somente existem em seu 1. Comunica a fé e a salvação, mas não às tem


interior. em seu poder.

2. Fé coletiva. 2. Fé individual.

3. O contato com a divindade é exclusividade 3. O contato com a divindade é extensivo,


dela e de seus adeptos. universal. É uma possibilidade extensiva a todos.

4. Recompensas claras e próximas. 4. Recompensas simbólicas futuras e não


definidas.

ASPECTO ECLESIÁSTICO ASPECTO ECLESIÁSTICO

1. Comunidade, refúgio contra o mundo (a 1. Comunidade, meio de serviço ao mundo


graça reside na instituição). (dispenseira da graça).

2. Não há fiéis do grupo institucional. 2. A distância institucional não prejudica a fé dos


fiéis.
3. Invade toda a vida do fiel, é controladora.
3. Embora a fé seja totalizadora, a vida cotidiana
4. Proselitismo intenso. do fiel não é controlada pela instituição.

4. Passividade proselitista.
22

ASPECTO LITÚRGICO ASPECTO LITÚRGICO

1. Cerimoniais herméticos, somente para 1. Liturgias abertas, não secretas.


iniciados.

ASPECTO DOUTRINÁRIO ASPECTO DOUTRINÁRIO

1. Somente ela proclama a verdade. 1. A verdade transcende a instituição e pode


expressar-se fora dela.
2. Doutrinas simples e claras
2. Doutrinas elaboradas e complexas.
3.Discurso especializado por setores sociais
de interesse. 3. Discurso de âmbito universal.

ASPECTO ECONÔMICO ASPECTO ECONÔMICO

1. Bens e dinheiro do fiel são para a seita. 1. Apoio econômico à Igreja como ato voluntário e
fiel (dízimos, ofertas, e primícias).
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X. AS RELIGIÕES ANIMISTAS

JUDAÍSMO: A base do Judaísmo era a esperança da Terra Prometida. Podemos


dizer que o Judaísmo nasceu, ou foi fundado pelo pacto abraâmico. Mas sua
constituição somente foi formada através de Moisés, que entregou a Israel a Lei de
Deus. Moisés recebeu a Torah, isto é, os Livros da Lei (Gênesis, Êxodo, Levi tico,
Números e Deuteronômio). O verdadeiro Judaísmo é continuado no Cristianismo
verdadeiro.

O atual Judaísmo está envolto de falsos ensinos, uma vez que, apostataram
(afastaram), rejeitando o Messias prometido, Jesus Cristo.

BUDISMO: A Escola Hinayana do Budismo não ensina a existência, nem a


reencarnação, de uma verdadeira alma no homem. Antes os estados mentais
passariam de uma entidade para outra como se fossem chamas, e o Nirvana
(extinção total) viria dominar sobre tudo. O vazio absoluto seria a salvação. A paz
total, com a cessação da existência, seria obtida mediante as obras. Inicialmente,
seria obtido um estado budista (semelhante a Buda), e, depois, um vácuo, o
Nirvana.

Já a Escola Mahayana, prometia aos seus seguidores uma genuína imortalidade e


bem-aventurança, tudo podendo ser obtido pelos meios propostos pela Escola
Hinayana. A recompensa seria um céu verdadeiro, chamado Nirvana, definido de
maneira diversa da outra Escola. a participação na natureza divina e na existência
de acordo com os moldes divinos seria a salvação, atingida uma vez que cessasse o
ciclo de renascimentos ou reencarnações, mediante uma vida moral correta.

Posteriormente, o Budismo chegou a desenvolver uma doutrina de muitos céus e


infernos, ensinando que a alma humana poderia ali habitar, embora pudesse
retornar para ter outra encarnação. Finalmente, uma vez obtida a necessidade de
reencarnar-se, esferas de glória estariam à espera da alma.

CONFUCIONISMO: Essencialmente, uma religião deste mundo, centralizada em


torno do homem e seu bem-estar na vida presente. Crê na existência da alma,
embora tenha idéias vagas acerca da existência do além. Seu fundador Chíu ´K’ung
24

(Chungni). No século 16 os jesuítas chegaram à China e cunharam o nome Confúcio


latinizando o termo que lhe era peculiar: K‟ung-fu-tzu (isto é: Mestre K‟ung).

TAOÍSMO: Envolve uma noção diferente sobre o mundo do além, tomando


emprestada a idéia de muitos céus e infernos do Budismo. O individuo venceria por
meio do quietismo (doutrina mística, especialmente difundida na Espanha e na
França no século18, segundo a qual a perfeição moral consiste na anulação da
vontade, na indiferença absoluta, e na união contemplativa com Deus), geralmente
associado às experiências místicas.

Na terra, vida longa e riquezas materiais são procuradas; as boas obras são
recomendadas; a confissão de pecado e absolvição são doutrinas básicas. A devida
retribuição pelo bem ou mal praticado é uma doutrina difundida pelo taoísmo.

HINDUÍSMO: é uma religião que têm variado as idéias acerca da salvação, de um


período histórico para outro. Assim, no Hinduísmo védico havia noções nitidamente
próprias acerca de uma vida neste mundo, ainda que, sob forma preliminar, também
houvesse crenças na existência da alma. Após a morte física ela poderia esperar o
bem ou o mal.

Obter-se-ia o bem mediante sacrifícios. O Hinduísmo brâmane veio a tornar-se


bastante espiritualizado em seu caráter, prometendo a esperança de uma existência
bem-aventurada no além para aqueles que pudessem desvencilhar-se dos ciclos da
reencarnação, mediante atos morais positivos e boas obras. O Carma e a
reencarnação são aspectos centrais nessa religião.

O Hinduísmo filosófico, porém, ressalta a necessidade do individuo livrar-se dos


ciclos da reencarnação, buscando o descanso e a alegria na outra vida.
25

O Hinduísmo devocional (teísta) ensina sobre a vida eterna no céu, na presença


de Deus. Nessa forma de hinduísmo aparecem muitos céus e infernos. O individuo
pode ir subindo de céu em céu até chegar a habitar na presença de Deus, a visão
mais exaltada da salvação.

A vereda para a glória consiste, essencialmente, em fé, devoção, amor e prestação


de serviço ao próximo. Essa fé tem ramificações politeístas, e a divindade cuja
presença é buscada é variavelmente escolhida. As principais divindades são Vishnu,
Krishna, Rama, Shiva e Kali, que são objetos de adoração de muitas seitas.

SIKHS: Trata-se de um movimento de restauração dentro do hinduísmo. Começou


na índia por volta de 1.500 d.C., o guru Nanak foi o principal impulsionador do
movimento. Juntamente com nove outros gurus formaram seus escritos sagrados
chamados de Granth. É uma facção monoteísta do hinduísmo. Não admitem a
idolatria, e crêem na reencarnação. Rejeitam o uso de bebidas alcoólicas e o tabaco.

JAINISMO: Ensinava como escapar dos ciclos da reencarnação, bem como


passagem por muitos céus e infernos, nenhum permanente. Tem características
deísta (aceitam a existência de um deus, contudo não influencia ou participa
moralmente). Se ali existem deuses, eles em nada ajudam os homens. A salvação é
por meio do esforço humano, e o Carma governa tudo.

As três colunas da fé religiosa são: a fé correta, o conhecimento correto e a conduta


correta. Doutrinas importantes são: o ascetismo e o pacifismo.

ZOROASTRISMO: Como religião sempre se afastou do secularismo. Deus é visto


como alguém correto, que exige retribuição e recompensa. Os maus são punidos.
26

Os bons são recompensados. A salvação é por meio de boas obras. A ênfase recai
sobre bons pensamentos e boas obras – até que o individuo venha a colher aquilo
que semeou de bom ou de mau. No zoroastrismo posterior foi concebido um
personagem, Soahyant, o Salvador, a fim de ajudar os homens a obter a salvação.

XINTOÍSMO: Surgiu no 6º século a.C. recebeu este nome para se diferenciar do


budismo introduzido no Japão. Basicamente consiste em costumes e tradições da
cultura japonesa, que fez contraste com os costumes budistas. A cultura do arroz
desenvolveu rituais que florearam o xintoísmo. Criam que os antepassados estavam
presentes e residiam temporariamente em objetos de adoração (árvores – rochas –
objetos de metal e vidro).

Os adoradores deveriam ser purificados para as festividades. Atualmente contam


milhões de santuários ou xintai, portanto, milhões de deuses. Contudo, quando a
família imperial unificou a nação, no 7º século a.C., a sua deusa-sol, Amaterasu
Omikami, foi elevada à condição de deidade nacional e figura central dos deuses
xintoístas. A partir do 8º século crê-se que o imperador é descendente direto da
deusa-sol.

ISLAMISMO: Em grande parte é um plágio tanto do judaísmo quanto do


cristianismo. Uma das idéias básicas dessa fé é escapar do julgamento de Alá, um
juízo que consiste em chamas eternas. A salvação depende das boas obras, da
conformidade com a fé religiosa islâmica, da realização de suas provisões, dos ritos
especiais, etc.

A crença é importante para a salvação: um monoteísmo absoluto, Maomé como


profeta de Alá, o autor do Alcorão. A salvação depende da eleição por parte de Alá.
Os eleitos agirão como bons mulçumanos.
27

Na seita Shira do islamismo é enfatizada a salvação por meio da fé. A pós-vida (na
salvação) é um lugar agradável, com prazeres, lazer e bem-estar.

Aos soldados militantes lhes era prometido o paraíso de Alá sem nenhuma escala.
Pois afirmam os mulçumanos que todos esperam julgamento após morte, exceto
aqueles que tiveram uma vida dedicada ao islamismo, e principalmente os mártires
de guerras, consideradas “santas”, motivo que lhes emprestava uma convicção
zelosa e determinada.

São cinco os pilares da fé islâmica, que devem ser considerados pelos seus
adeptos. Mas a questão mais enfática é a beleza que é pintada em relação à pós-
vida. Um paraíso onde a magia, o encanto, a beleza e a mordomia se misturam.
Onde os vícios proibidos se misturam com a cena paradisíaca. Sete virgens são
uma das recompensas para os soldados mártires. Enquanto todos os demais estão
aguardando em uma espécie de muro com um pátio, somente após o julgamento
final é que será possível para esses alcançarem uma sentença favorável para a vida
no paraíso.
28

XI. COMPARANDO AS RELIGIÕES

Agora vamos comparar o Cristianismo com as demais religiões; observe o quadro a


seguir e veja como fazer uma comparação:

CRISTIANISMO DEMAIS RELIGIÕES COMENTÁRIO

Fundador Fundador Conheça o fundador e a época da fundação.

Escrituras Literatura Considerada Sagrada Escritos considerados sagrados, ensinos, etc.

Deus Deus O conceito que possuem de Deus.

Jesus Jesus Como conceituam Jesus Cristo.

Espírito Santo Espírito Santo O que pensam sobre o Espírito Santo.

Salvação Salvação As crenças que possuem sobre salvação.

Morte Morte O que esperam após a morte.

Outras Outras características Pontos relevantes de sua doutrina e costumes.


características

ATENÇÃO: As religiões mundiais possuem características comuns, veneração aos


antepassados, veneração aos espíritos superiores, atribuição de poderes
sobrenaturais a objetos, isto é, feitiçaria. Culto a vários deuses; doutrina da
reencarnação e salvação através das obras. Além disso, encontramos crenças
peculiares que fazem o diferencial de uma religião para outra. Mas os fatores
fundamentais são os mesmos.

Variam as formas, os rituais, as cerimônias e a literatura considerada sagrada, mas


o conteúdo é o mesmo; ”idolatria, feitiçaria, reencarnação, veneração aos mortos”.
29

CRISTIANISMO

FUNDADOR: Jesus Cristo. Fundado por volta dos anos 30-33 d.C. na Judéia, região
também chamada Palestina (atual Israel). O Cristianismo é o verdadeiro Judaísmo,
no sentido de que cumpriu as profecias do Antigo Testamento. O Judaísmo rejeitou
seu Messias, o que resultou em lhe sobrevir endurecimento em parte, até que tenha
entrado à plenitude dos gentios, isto é, a Igreja (Rm 11.25). Podemos afirmar que a
adoração verdadeira tem seu primeiro paladino e mártir Abel, considerando Gn 3.15
como uma referência messiânica.

Escrituras: A Bíblia escrita originalmente em hebraico e aramaico (Antigo


Testamento) e grego (Novo Testamento). Ainda que existam milhares de livros
evangélicos, somente a Bíblia é o padrão e regra de fé e conduta.

Deus: O Deus Único é Trino (Um Deus que existe em três Pessoas, não três
deuses): Pai, Filho e Espírito Santo. Frequentemente o título Deus indica a Pessoa
de Deus Pai. Deus é um Ser Espiritual sem corpo físico. Ele é pessoal e está
envolvido com a humanidade. Criou o universo do nada. É eterno, nunca muda. É
santo, amoroso e perfeito. Somente pode ser conhecido através de Seu Filho, Cristo
Jesus.

Jesus: Jesus é Deus, uma Pessoa da Trindade. Sempre existiu como Deus Filho e
não foi criado. É plenamente Deus e plenamente Homem (duas naturezas unidas e
amalgamadas). É igual a Deus Pai e Deus Espírito Santo. Para se tornar humano,
foi gerado pelo Espírito Santo e nasceu da virgem Maria. Jesus é o único caminho
para ir ao Pai, a Salvação e a Vida Eterna. Ele morreu numa cruz, de acordo com o
plano de Deus, como um Sacrifício Completo e expiou nossos pecados.

Ressuscitou dentre os mortos, três dias após Sua morte. Durante os 40 dias
seguintes foi visto por mais de 500 testemunhos oculares. Suas feridas foram
tocadas e Ele comeu diante dos discípulos. Ascendeu fisicamente aos céus. Jesus
regressará outra vez, visivelmente e fisicamente, no fim dos tempos para
estabelecer o Reino de Deus e julgar o mundo.
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Espírito santo: É Deus, uma Pessoa da Trindade. Não é uma força ou um campo
de energia. Consola, repreende, convence, guia, ensina e se entristece. Não é o Pai,
nem o Filho.

Salvação: A Salvação é obtida pela graça de Deus (em Cristo Jesus) e nunca pelas
obras. É recebida pela Fé. Basta crer no coração (e viver condignamente à fé) que
Jesus morreu por nossos pecados e ressuscitou dentre os mortos. Temos
assegurados o perdão e a ressurreição do nosso corpo. Este é o Plano Amoroso de
Deus para perdoar os pecadores.

A salvação é recebida de graça, mediante a fé em Cristo (Rm 3.22,24,25,28). É o


resultado da graça de Deus (Jo 1.16) e da resposta humana da fé (At 16.31 – Rm
1.17 – Ef 1.15; 2.8), que também é dom de Deus. Cristo é o único caminho para ir ao
Pai (Jo 14.6 – At 4.12). Jesus Cristo é a intercessão pelos salvos (Hb 7.25). É
descrita na Bíblia como o caminho, ou a estrada da vida, para a comunhão eterna
com Deus no céu (Mt 7.14 – Mc 12.14 – Jo 14.6 – At 9.2; 16.17 – Hb 10.20 – 2Pe
2.21). Esta estrada deve ser percorrida até o fim.

Morte: Depois da morte, todas as pessoas (exceto a Igreja) esperam o Juízo Final.
As pessoas salvas e as perdidas ressuscitarão. Os salvos viverão com Jesus nos
céus. Os perdidos, porém, sofrerá o tormento (inferno), a separação eterna de Deus.
A ressurreição corporal de Jesus garante aos crentes que eles também terão corpos
imortais.

Outras características: A adoração em grupo é usualmente praticada nas Igrejas.


Não há cerimônias secretas. O Batismo e a Ceia do Senhor (comunhão) são as
cerimônias que representam fatos, de ingresso no Corpo de Cristo e permanência
no Corpo. Trabalho missionário voluntário. Ajuda aos necessitados: pobres, viúvas,
órfãos e oprimidos. Jesus é o Messias Judeu prometido a Israel no Antigo
Testamento, cumprido e registrado no Novo Testamento. Jesus disse que os seus
seguidores seriam conhecidos pelo amor fraternal.

ISLAMISMO

Fundador: Maomé (579 -632 d.C.). Surgiu por volta de 610 d.C., em Meca e
Medina. As divisões principais são: Sunitas e Xiitas.
31

Literatura sagrada: Alcorão, escrito em árabe. El Hadith (as palavras e obras de


Maomé). A Lei de Moisés, os Salmos e os Evangelhos são aceitos pelo Alcorão. Os
mulçumanos, entretanto, os consideram adulterados.

Deus: Alá é Deus. Ele revelou o Alcorão a Maomé por intermédio de anjo Gabriel.
Alá é um juiz severo e não é representado como amoroso.

Jesus: Jesus é um dos 124 mil profetas enviados por Deus a diferentes culturas.
Abraão, Moisés e Maomé são alguns. Jesus nasceu de uma virgem, mas não é o
Filho de Deus sem pecado. Não é Deus. Não foi crucificado (ascendeu ao céu sem
ser morto). É conhecido como Messias e Ayatollah (Ayat Allah, sinal de Alá). Jesus
regressará no futuro para viver e morrer.

Espírito Santo: O Alcorão se refere a Jesus como o Espírito de Deus. Os eruditos


mulçumanos vêem o anjo Gabriel como o Espírito Santo.

Salvação: Os homens são basicamente bons, mas falíveis e precisam de direção. O


equilíbrio entre as boas obras e as más determina o destino eterno: paraíso ou
inferno.

Morte: Admite a ressurreição dos corpos. Haverá um dia final para julgar e
recompensar. O paraíso eterno para aqueles que creram no Islamismo, o inferno
para os infiéis que não aceitaram o Islamismo.

Outras características: Os adeptos são chamados Mulçumanos. Vão às mesquitas


(templos) para orar, ouvir sermões e conselhos. Esforço santo para expandir o
Islamismo (Jihad). Cinco pilares do Islamismo:

1. Confessar que Alá é o único Deus verdadeiro e Maomé o seu profeta;

2. Orar cinco vezes por dia, voltado para Meca;

3. Dar esmolas;

4. Jejuar durante o mês de Ramada;


32

5. Fazer uma peregrinação a Meca (ao menos uma vez na vida).

FÉ MUNDIAL BAHAÍ

Fundador: Mirzá Ali Muhammad (o Bab) e Mirzá Husayn Ali (Bahá´u´lláh). Fundada
em 1844 no Irã. A sede encontra-se em Haifa, Israel.

Literatura considerada sagrada: As literaturas considerada sagrada de Bahá


´u´lláh e Abdu´-I-Bahá: Kitabi-i-Aqdas e Kitab-i-Lqan. A Bíblia, interpretada
espiritualmente, para concordar com a teologia Bahá´í.

Deus: Deus é um ser divino incognoscível (que não pode ser conhecido) que se
revela através de novas manifestações (líderes religiosos), incluindo, Moisés, Buda,
Confúcio, Jesus, Maomé e Bahá´u´lláh.

Jesus: É uma das muitas manifestações de Deus. Cada manifestação substitui a


anterior, dando novas revelações de Deus. Moisés foi substituído por Jesus, que foi
substituído por Maomé e mais recentemente pelo melhor Bahá´u´lláh (Glória de
Deus). Jesus não é Deus e não ressuscitou. Ele não é o único caminho para ir a
Deus. Regressou ao mundo na forma de Bahá´u´lláh.

Espírito Santo: É a energia divina de Deus que concede poder a cada


manifestação. O Espírito da Verdade refere-se à Bahá´u´lláh.

Morte: Imortalidade pessoal baseada nas boas obras. Há recompensa para os fiéis.
Céu e inferno são condicionais.

Outras características: A fé de Bahá´i originou-se como seita islâmica, é


severamente perseguida no Irã. Crê que todas as religiões têm a mesma origem,
princípios e aspirações. Enfatiza a unidade e unificação do mundo. Suas reuniões
são denominadas assembléias espirituais.
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BUDISMO

Fundador: Príncipe hindu Sidarta Gautama (563-483 a.C.), ou Buda, por volta do
século VI. O relato da vida de Buda está cheia de fatos reais e lendas, as quais são
difíceis de serem distinguidas historicamente entre si. Nasceu na cidade de Lumbini,
num clã de nobres, viveu nas montanhas do Himalaia, entre a Índia e Nepal. Seu pai
era regente e sua mãe, Maya, morreu quando este tinha uma semana de vida.
Apesar de viver confinado dentro de um palácio, Sidarta se casou aos 16 anos com
a princesa Yasodharma e teve um filho, o qual o chamou de Rahula.

Literatura sagrada: O Tupitaka (Os Três Cestos).

Deus: De um modo geral é ateísta. Muitos budistas não crêem num Deus e nem
num Ser Supremo. Outros acreditam que Buda seja um iluminado universal com um
estado de consciência semelhante à de Deus.

Jesus: É indiferente para o Budismo. Os do Ocidente geralmente vêem Jesus como


um homem iluminado.

Espírito santo: Não faz parte desta crença.

Salvação: O objetivo da vida é o Nirvana, para eliminar os desejos e evitar o


sofrimento, o caminho óctuplo é um sistema para impedir que os budistas desejem
qualquer coisa.

Morte: As pessoas não têm alma e espírito. Os desejos e sentimentos de uma


pessoa podem ser reencarnados em outra pessoa. Não há céu nem inferno. Há o
Nirvana (libertação final).

Outras características: O caminho óctuplo recomenda: conhecimento correto,


intenção, fala, conduta, esforços corretos, cuidado e meditação. Alguns grupos
budistas falam cerca de um Buda eterno (força de vida). Alguns ramos budistas
incluem Zen, Nichiren Shoshu e Budismo Tibetano (ocultista).
34

HINDUÍSMO

Fundador: Não há um só fundador. Existem muitas seitas. Seus fundamentos


abrangem um período que vai de 1800 a 1000 a.C. na índia, tendo influência da
religião Bramânica.

Literatura considerada sagrada: muitas são as literaturas consideradas sagradas,


incluindo o Bhagavad-Gita (antigo), o Upanishads (mais antigo) e os Vedas (os mais
antigos, por volta de 1000 a.C.).

Deus: Tudo é Deus (Panteísta). Todos nós somos parte de Deus (Brama). As
pessoas adoram manifestações de Brahma (deuses e deusas). As pessoas são
deuses, mas não sabem.

Jesus: Jesus Cristo é um mestre, um guru, o avatar (uma encarnação de Vishnu).


Ele é um filho de Deus assim como são os outros. Sua morte não expia pecados e
não ressuscitou dentre os mortos.

Espírito Santo: O Espírito Santo não faz parte desta crença.

Salvação: Libertação do ciclo de reencarnação. Recebida através de ioga e


meditação. Pode-se ter muitas vidas. A salvação final é uma união com Brama.

Morte: A reencarnação a um estado melhor (Carma bom) se a pessoa se portou


bem. Se se portou mal, pode voltar a nascer e pagar por seus pecados passados
sofrendo (Carma mal).

Outras características: Alguns discípulos usam túnicas alaranjadas e têm a cabeça


raspada. Muitos hindus adoram ídolos de pedra e madeira em seus templos. Os
gurus exigem obediência total. Os discípulos meditam numa palavra, frase ou
fotografia. A ioga inclui meditação, cantar, postura, exercícios de respiração.
Fundação da Nova Era e Meditação Transcendental.
35

JUDAÍSMO

Abraão (Gn 12.1-3), cerca de 2000 a.C. no Oriente Médio. Existem três ramos
principais do Judaísmo: ortodoxo, conservador e reformado, cada um com suas
crenças.

Literatura Considerada Sagrada: O Tanach (Antigo Testamento), especialmente a


Torah (primeiros cinco livros do Antigo Testamento). O Talmude (explicação do
Tanach). As literaturas consideradas sagradas dos sábios, tais como, Maimônides,
Rashi etc.

Deus: Deus é Espírito. Para os judeus ortodoxos, Deus é pessoal, Todo Poderoso,
Eterno, Misericordioso. Para outros judeus, Deus é impessoal, incognoscível e
definido de muitas maneiras. Não há Trindade.

Jesus: Jesus é visto como um falso messias extremista ou como um bom rabi
(mestre), que foi martirizado. Muitos judeus desconsideram Jesus. Os judeus (exceto
os judeus messiânicos) não crêem que Ele foi o Messias, o Filho de Deus que
ressuscitou dentre os mortos. Os judeus ortodoxos crêem que o Messias vai
restaurar o reino judaico e governará finalmente o mundo.

Espírito Santo: Alguns judeus crêem que o Espírito Santo é outro nome para a
atividade de Deus na terra. Outros dizem que é o amor de Deus.

Salvação: Alguns judeus crêem que a oração, o arrependimento e obediência a Lei


são necessários para salvação. Outros crêem que a salvação seja o
aperfeiçoamento da sociedade.

Morte: Haverá ressurreição física. Os obedientes viverão para sempre com Deus e
os injustos sofrerão. Alguns judeus não crêem em vida consciente após a morte.
36

Outras características: Reúnem-se nas sinagogas no sábado. Praticam a


circuncisão. Vários dias santos e festivos, incluindo a Páscoa, Sukot, Janucá, Rosh
Roshaná, Yom Kippur, Purim. Jerusalém é considerada a cidade santa.

CIENTOLOGIA

Fundador: Lafaregefte Ronald Hubbard (1911-1986). Fundada em 1954, na


Califórnia, EUA. Atualmente a sede está localizada em Los Angeles, Califórnia.

Literatura considerada sagrada: Dianética, Scientology, The Fundamentals of


Thought Cerimonies of the Founding Church of Scientology e outros livros escritos
pelo fundador.

Deus: Deus não é um ser supremo. Não admite que Deus seja Pessoal.

Jesus: Jesus é raramente mencionado. Jesus não foi o Criador, nem tampouco
ressuscitou. Jesus não morreu por nossos pecados.

Espírito Santo: Espírito Santo não é mencionado.

Salvação: Não há pecado e nem necessidade de arrependimento. A salvação é


ficar livre.

Morte: O inferno é um mito.

Outras características: Os membros observam o dia do nascimento do Sr.


Hubbard.
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ORDEM ROSA CRUZ

Fundador: Christian Rosenkreutz

Literatura sagrada: Afirmam não ser uma religião.

Deus: Para a Ordem Rosa Cruz é uma entidade separada e impessoal. As rosa-
cruzes acreditam que Ele seja composto por sete espíritos que se apresentam com
diferentes aspectos na Trindade Cristã.

Jesus: Não é Deus. Era meramente um ser humano. Ocupa a posição mais elevada
entre os mestres espirituais do mundo, a principal diferença entre Ele e a
humanidade diz respeito ao nível, e não à substância.

Espírito Santo: Embora retenha a individualidade duramente conquistada através


de suas jornadas incalculáveis de repetidas encarnações, o aspecto do Espírito
Santo da unidade trina depois da ocupação do veiculo Jesus difundiu-se através do
planeta.

Salvação: A evolução do espírito até a divindade. Reencarnação a cada 144 anos.


Se vivermos 80 anos, passaremos 60 anos no espaço, até nova reencarnação.

Morte: Crêem na reencarnação.

Outras características: A divindade do homem (somos divinos como nosso Pai no


céu). Crêem na existência de gnomos e fadas.
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MORMONISMO

Fundador: Joseph Smith Jr (1805 – 1844) fundou a Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias (SUD) em 1830, em Nova York, nos Estados Unidos da
América. A sede das Santos dos Últimos Dias se encontra em Salt Lake City, Utah,
EUA.

Literatura considerada sagrada: O Livro de Mórmon, Doutrinas e Convênios, A


Pérola de Grande Valor e a Bíblia.

Deus: Deus Pai existiu como homem para chegar a ser Deus. Teve corpo físico,
assim como também uma esposa (mãe celestial). Não há Trindade. O Pai, o Filho e
o Espírito Santo são três deuses separados. Os homens dignos podem um dia
chegar a serem deuses também.

Jesus: É um Deus separado do Pai (Elohim). Criado como um filho espiritual pelo
Pai e mãe do céu. Irmão mais velho dos homens e seres espirituais. Seu corpo foi
criado através da união sexual entre Elohim e Maria. Foi casado. Sua morte na cruz
não proveu a expiação completa por todos os pecados, mas propiciou a ressurreição
para todos.

Espírito santo: É um Deus separado do Pai e do Filho.

O Espírito Santo é uma substância líquida pela qual o Pai exerce sua influência.

Salvação: Ressuscitados pela graça, mas salvos (exaltados à divindade) pelas


obras, incluindo lealdade aos líderes, batismo por imersão, dizimar, ordenanças,
matrimônio e cerimônias secretas no templo. Só há vida eterna para aquele que for
da Igreja Mórmon.

Morte: Finalmente quase todos irão a um dos três reinos celestiais separados,
alguns obtendo a divindade. Os apóstatas e os assassinos irão para o reino das
trevas.
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Outras características: O adepto do Mormonismo não pode beber álcool, tabaco,


café ou chá. Batismo em nome dos mortos. Trabalho missionário gratuito.
Cerimônias secretas no templo somente para membros de boa reputação. Rede
social muito extensa. As pessoas negras não tiveram acesso ao sacerdócio Mórmon
e outros privilégios até 1978. Depois dessa data, não há mais restrição ao
sacerdócio de pessoas negras.

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ (TJs)

Fundador: Charles Taze Russel (1852-1916), depois veio Joseph F. Rutherford,


Nathan Knorr e Fred Franzs. Começaram em Pensilvânia, Estados Unidos em 1879.
A sede se encontra no Brooklyn, Nova York, EUA.

Literatura considerada sagrada: A Bíblia (Tradução do Novo Mundo). Todas as


publicações atuais da Torre de Vigia. As revistas: Sentinela e Despertai, são
publicadas quinzenalmente.

Deus: É uma pessoa, cujo nome exclusivo é Jeová. Não há Trindade. Jesus foi o
primeiro ser criado por Jeová.

Jesus: É um deus. Antes ele era o arcanjo Miguel. Jeová criou o universo por meio
de Jesus. Quando estava na Terra, foi um homem que viveu como espírito e seu
corpo foi destruído. O homem Jesus não existe mais. Não virá outra vez. Já veio
invisivelmente em 1914, em espírito. Em breve haverá a Batalha do Armagedon, os
que não são Testemunhas de Jeová perecerão.

Espírito Santo: É a força invisível de Jeová. Não é pessoal.

SALVAÇÃO: Ser batizado como Testemunha de Jeová. A maioria dos seguidores


tem que ganhar a vida eterna na Terra, trabalhando de casa em casa. A salvação no
céu está limitada aos 144 mil ungidos.

Morte: Os 144 mil viverão no céu como seres espirituais. O remanescente dos
justos, a grande multidão viverá na Terra e obedecerá a Deus perfeitamente por
1000 anos. Depois, deverão suportar a prova final, quando Satanás for solto do poço
do abismo.

Outras características: Reúnem-se aos domingos nos Salões do Reino. Os


membros ativos são instruídos a distribuir literatura de casa em casa. Uma vez por
ano celebram a Refeição Noturna. Só os ungidos podem participar. Não
comemoram feriados e aniversários. Não saúdam a bandeira, não prestam serviço
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militar, não aceitam transfusões de sangue. Crêem que a guerra do Armagedon em


breve ocorrerá

ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA

Fundador: Guilherme Miller nasceu em 1787, em Pittfield, Massachutss, EUA. Ellem


G. White nasceu em 1827.

Literatura considerada sagrada: Os livros de Ellen White “inspirados” por Deus. O


livro “O Grande Conflito” é uma obra-prima. Outras publicações: Vida de Jesus,
Patriarcas e Profetas, Veredas de Cristo, O Desejado de Todas as Nações.

Deus: Crêem na Trindade.

Jesus: É o arcanjo Miguel. Possui natureza pecaminosa, não concluiu a obra de


Redenção na cruz. Está fazendo o juízo investigativo.

Espírito santo: È uma pessoa divina

Salvação: Pela obra de Cristo na cruz, a qual será ainda concluída. Há pecados
perdoados, mas não extirpados. Satanás arcará com os pecados dos crentes e
quando aniquilado, os pecados serão cancelados. Guarda do Sábado é essencial à
salvação.

Morte: Após a morte, o espírito, que não é uma personalidade, mas apenas um
fôlego de vida desaparecerá juntamente com o corpo – o sono após a morte.

Outras características: Aniquilamento dos ímpios. Jesus, em 1844, passou do


primeiro compartimento do Santuário Celestial para o Santo dos Santos para
concluir a obra de Redenção, onde está ocorrendo o juízo investigativo.

ESPIRITISMO

Fundador: Uma crença antiga popularizada pelas irmãs Kate e Margarete Fox, em
1848, em Hydesville, Nova York, EUA. Há muitos grupos pequenos. Não tem sede
oficial.
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Literatura considerada sagrada: O livro dos Espíritos (1857); o Livro dos Médiuns
(1861); O Evangelho Segundo o Espiritismo autoria de Allan Kardec (1864); O Céu e
o Inferno (1865); a Gênese (1868) e Obras Póstumas.

Deus: Deus é a inteligência infinita. Poder impessoal controlando o Universo.

Jesus: Jesus foi um homem, não Deus. Quando esteve na Terra, ele foi um profeta
e um médium avançado (alguém que se comunica com o mundo dos espíritos).
Agora, Jesus é um espírito com o qual se comunica com o mundo dos espíritos.

Espírito Santo: O Espírito Santo é a falange dos espíritos. Cita Jo 14.16,26; 15.26
para apoiar a doutrina de que o Espiritismo cumpriu a promessa de Jesus que disse
que enviaria o Consolador.

Salvação: O conhecimento e as boas obras possibilitam o acesso a um nível


superior na vida futura. Arrependimento, expiação e reparação são as condições
básicas para obtermos um espírito puro.

Morte: Depois da morte aqui na Terra, a vida continuará no mundo dos espíritos. O
céu e o inferno são estados da mente. Alguns espíritas crêem na reencarnação.

Outras características: Sessões para controlar os mortos. Curas psíquicas.


Serviços congregacionais com cânticos, músicas, sermões, mensagens de espíritos
mortos e profecias. Atraem pessoas enlutadas, pois elas têm esperança de contatar
o entre querido que morreu.

LEGIÃO DA BOA VONTADE – LBV

Fundador: Alziro Elias Abraão Zarur.

Literatura considerada sagrada: Declara que a Bíblia está cheia de erros devido
ao estado evolutivo dos seus autores. Não crê na inspiração divina da Bíblia. Ensina
que a Sagrada Escritura tem suas fábulas e lendas.

Deus: Deus é inteligência infinita. Poder impessoal controlando o Universo.

Jesus: Nega a divindade, a morte na cruz para salvar os pecadores, que Jesus teve
um corpo físico. Falam de corpo fluídico aparente. Negam o nascimento virginal de
Jesus.
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Espírito Santo: Dizem que é o conjunto dos espíritos: puros, superiores, bons, a
falange sagrada. Negam a personalidade e a divindade do Espírito Santo.

Salvação: A fé em Jesus não propicia a salvação. A reencarnação é admitida. Os


pecados não podem ser perdoados pelo mérito de Cristo.

Morte: Não há ressurreição, ocorre um desprendimento da alma, que ainda fica


algum tempo ao lado do corpo. Depois, viaja rumo ao mundo dos espíritos, onde
receberá instruções para evoluir e aguardar o tempo de reencarnar.

Outras características: Seu fundador cultua seu irmão Satanás. A LBV não admite
a existência do céu e do inferno, não crê na ressurreição dos corpos, no julgamento
após a morte e na possibilidade de perdão.

CONSCIÊNCIA HARE KRISHNA

Fundador: A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada (1896 – 1977). Fundada em


1965, em Nova Iorque, ERUA. Baseada em ensinamentos hindus, por volta de 1500
a.C.

Literatura considerada sagrada: A revista De Volta a Divindade. As traduções e


comentários das literaturas consideradas sagradas hindus por Prabhupada,
especialmente o Bhagavad-Gita.

Deus: É o senhor Krishna. Criador pessoal. As almas de todas as coisas viventes


são partes dele. Afirmam que Krishna certa vez, dividiu-se em 16.308 formas para
aparecer com 16.308 cuidadoras de vaca.

Jesus: Não é importante. É mencionado como um mestre iluminado vegetariano


que ensinou a meditação. Não é a encarnação de Deus. Alguns partidários de
Krishna consideram Cristo como Krishna. Outros um grande Avatar (Mestre).

Espírito Santo: Não é mencionado.

Salvação: Cânticos contínuos em nome de Krishna, devoção total a Krishna,


adoração de imagens e obediência às regras da Sociedade Internacional para
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Consciência Krishna. Através de sucessivas reencarnações, o adepto é libertado do


Carma Mau.

Morte: Aqueles que estão sem luz continuarão se reencarnando ininterruptamente


(renascer na terra), levando-se em consideração as más ações de uma pessoa em
sua vida passada.

Outras características: Cânticos de mantra Hare Krishna em público, ioga,


oferendas de alimentos, solicitações de doações. Dieta vegetariana. Proibição de
tóxicos e apostas. O sexo só para procriação. A Sociedade Internacional para
Consciência de Krishna atrai novos adeptos através de festas e programas culturais
hindus. Os sectários passam a ter novos nomes e, muitas vezes, cortam seus
relacionamentos com seus familiares.

MEDITAÇÃO TRANCENDENTAL

Fundador: Maharishi Mahesh Yogi. Fundada em 1959, Califórnia, EUA. Baseada no


Hinduísmo e Ioga. A sede se encontra em Washington, EUA.

Literatura considerada sagrada: Literatura sagrada hindu, incluindo o Bhagavat-


Gita. As Meditações de Maharishi Mahesh Yogi: A Ciência de Ser e A Arte de Viver
e outras literaturas consideradas sagradas pelo fundador.

Deus: Cada fragmento da criação é Deus (Brahma). O Ser Supremo não é pessoal.
Toda criação é divina: todos são um e tudo é deus.

Jesus: É um mestre, um guru, um Avatar (uma encarnação de Vishnu). É um filho


de Deus como os outros. Sua morte não expia pecados. Não ressuscitou dentre os
mortos.

Espírito santo: Não é mencionado.


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Salvação: Liberdade do ciclo de reencarnação, recebido através de ioga e


meditação. A salvação final é a absorção e a união com Brahma.

Morte: A reencarnação será um estado melhor (Carma Bom) se a pessoa agir bem.
Caso contrário, ela poderá voltar a nascer e pagará por seus pecados passados
(Carma Mau) sofrendo.

Outras características: Alguns discípulos usam roupas alaranjadas e têm a cabeça


raspada, deixando um birote no alto da cabeça. Muitos hindus adoram ídolos de
pedra e madeira em seus templos. Os gurus exigem obediência total. Os discípulos
meditam em suas palavras, frase e fotografia. A ioga inclui a meditação
transcendental, cântico, postura, exercícios de respiração, astrologia hindu e uso de
cristais.

IGREJA DA UNIFICAÇÃO

Fundador: Sun Myung Moon (nasceu em 1920). Fundada na Coréia, em 1954.


Atualmente a sede se encontra em Nova York, EUA.

Literatura considerada sagrada: O Princípio Divino por SunMyung Moon,


considerado o Testamento Completo. O Princípio Divino e a Bíblia.

Deus: É positivo e negativo. Criou o universo a partir de si mesmo, o universo é o


corpo de Deus. Não conhece o futuro, sofre e necessita do homem (Sum Myung
Moon) para torná-lo feliz. Não há Trindade.

Jesus: Foi um homem perfeito, não Deus. Sua missão foi unir os judeus, encontrar
uma esposa perfeita e construir uma família perfeita, fracassou. Não ressuscitou. A
segunda vinda de Cristo está cumprida em Sun Myung Moon, que é superior a
Jesus e completará a missão de Jesus, que é realizar a redenção física do homem.
Jesus só realizou a redenção espiritual.
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Espírito Santo: É um espírito feminino que trabalha com Jesus no mundo dos
espíritos, a fim de dirigir as pessoas a Sun Myung Moon.

Salvação: A obediência e a aceitação dos verdadeiros Pais (Moon e esposa)


elimina o pecado e aperfeiçoa o adepto. Aqueles que são casados por Moon e sua
esposa tomam um vinho que contém 21 ingredientes (incluindo o sangue dos
verdadeiros Pais).

Morte: Depois da morte, a pessoa vai ao mundo dos espíritos. Não há ressurreição.
Os membros sobem ao convencer a outros a seguir Sun Myung Moon. Todos serão
salvos, inclusive Satanás.

Outras características: Casamentos em massa baseados em diferentes


antecedentes raciais, preparados e efetuados por Moon. Os membros crêem que
Jesus se dobrará a Sun Myung Moon. Moon é o Rei dos Reis, Senhor dos Senhores
e o Cordeiro de Deus. Admite-se a prática da consulta aos mortos.

UNICISTAS

Fundador: não há fundador. Em 1913, durante uma reunião de acampamento


pentecostal, em Arroyo Seco, perto de Los Angeles, McAlister pregava um sermão,
afirmando que os apóstolos não batizavam em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. Depois disso, John G. Schepe disse ter recebido uma revelação da parte de
Deus acerca do verdadeiro batismo em nome de Jesus Cristo.

Literatura considerada sagrada: A Bíblia.

Deus: A maioria que crê em Deus se manifestou como Pai no Antigo Testamento.
Quando Jesus nasceu em Belém, manifestou-se como Filho. Após a ascensão de
Jesus, Deus se manifestou como Espírito Santo (Modalismo). Crêem na Trindade
Modal (três modos).
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Jesus: É o Pai. Ele não preexistiu como Filho. Tornou-se Filho ao nascer em Belém.
Eles interpretam Jo 1.1 da seguinte maneira: ”Jesus foi somente uma idéia ou
concepção na mente de Deus, antes de seu nascimento”.

Espírito Santo: É o próprio Jesus.

Salvação: Pela fé em Jesus Cristo. Batismo só em nome de Jesus. Alguns grupos


crêem que é necessário falar em línguas para ser salvo.

Morte: Aqueles que não aceitaram Jesus como Salvador pessoal; não se batizam
em nome de Jesus, e os que crêem na doutrina da Trindade (três pessoas distintas)
irão para o inferno.

Outras características: Este grupo geralmente vive um estilo de vida legalista. As


mulheres usam vestidos longos. Os homens devem ter o cabelo curto. A mulher não
pode cortar o cabelo. Em alguns grupos as mulheres usam véu. As mulheres não
podem usar maquiagem. Os grupos mais influentes são: Árvore da Vida,
Tabernáculo da FÉ, Igreja a Voz da Verdade.

IGREJA A VOZ DA VERDADE

Fundador: Fundada em 05 de janeiro de 1984, na cidade de Santo /André, SP, por


Carlos a. Moisés.

Literatura considerada sagrada: Bíblia Sagrada.

Deus: Negam a Trindade. Uma só pessoa na divindade, Jesus. Jesus é o Pai


(natureza divina), o Filho (natureza humana) e é o Espírito Santo. Três
manifestações de uma só pessoa. Quando a Bíblia se refere a Deus, está falando
sobre o Espírito Santo, que é o Pai, Criador e Senhor de todas as coisas.
Manifestou-se, também, através de outras formas ou modos: como fogo, nuvem,
vento, água, pomba, pão etc.
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Jesus: Tanto é o Pai, como é o Filho. Manifestou-se como Filho pelo fato de ter
assumido a forma humana e nascer como homem.

Espírito Santo: Jesus manifestou-se como o Espírito Santo e continua a se


manifestar assim, porque a sua missão neste mundo é resgatar o nosso espírito do
nosso corpo mortal.

Salvação: O batismo é essencial para a salvação, pois oferece perdão e remissão


dos pecados.

Morte: Haverá ressurreição.

Outras características: Jesus não existia antes da encarnação. Batismo só em


nome de Jesus.

IGREJA LOCAL WITNESS LEE

Fundador: Witness Lee.

Literatura considerada sagrada: Afirma que não é necessário pesquisar, entender


ou aprender as LITERATURAS CONSIDERADAS SAGRADAS. Usam uma prática
chamada orar e ler a palavra. Seus membros consideram os livros de W. Lee
inspirados por Deus.

Deus: É o Deus Triuno Processado, um deus que passa por alterações ou


mudanças: de Pai para Filho, de Filho para o Espírito Santo e deste para a Igreja.

Jesus: É tanto Pai, como é o Filho. Manifestou-se como Filho pelo fato de ter
assumido a forma humana e nascer como homem.
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Espírito Santo: Jesus manifestou-se como o Espírito Santo e continua a se


manifestar. Cada um deles é um passo ou estágio sucessivo na revelação de Deus
aos homens.

Salvação: É necessário ser membro da Igreja Local a fim de ser salvo.

Morte: Haverá ressurreição.

Outras características: O pecado é o próprio Satanás. Satanás habita no corpo, no


ego, em nós. Somos uma nova encarnação de Cristo: homem-Deus. Libera-se o
espírito recitando ò Senhor Jesus.

MOVIMENTO NOVA ERA

Fundador: Baseada no misticismo oriental, hinduísmo, taoísmo, cristianismo. Em


parte, foi popularizada pela atriz Shirley McLaine, entre e1980-1990. As crenças
variam.

Literatura considerada sagrada: Vários livros divulgam o pensamento da Nova


Era. Eis alguns: Conspiração Aquariana de Merilyn Fergussen; Literatura
Considerada Sagrada de I Ching, escritos hindus, budistas e taoístas. Além de
valorizar as crenças dos índios norte-americanos, a astrologia, o misticismo e a
magia.

Deus: Tudo é um e tudo é Deus. Deus é uma força impessoal, não uma pessoa. Os
humanos têm poder interior sem restrições e precisam liberá-los.

Jesus: Não é o Salvador. É um modelo espiritual e guru, um avatar. Ele foi um


adepto da Nova Era, pois liberou o poder divino da mesma maneira que qualquer um
pode fazer. Muitos adeptos crêem que Ele foi à Índia, ao Tibet, e à Grécia para
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aprender verdades místicas. Ele não ressuscitou fisicamente, mas ascendeu a um


reino espiritual mais evoluído.

Espírito Santo: Algumas vezes é uma força psíquica. O homem é divino e pode
experimentar fenômenos psíquicos tais como contatar a seres sobrenaturais.

Salvação: É necessário o equilíbrio entre o Carma mau e o Carma bom. Os poderes


sobrenaturais podem ser liberados através da meditação, conhecimento de si
mesmo, meditação transcendental e espíritos guias. Seus partidários usam termos,
tais como: “renascidos para o novo conhecimento de si mesmo”.

Morte: As reencarnações humanas ocorrem até que a pessoa alcance a unidade


com, Deus. Não há vida eterna. Não há céu nem inferno.

Outras características: Não está preocupada com o envolvimento de seus


membros em assuntos pessoais, que afetam suas almas. Seus adeptos podem
praticar e envolver-se com a ioga, meditação, visualização e quaisquer outros meios
que envolva ocultismo, feitiçaria e espiritismo, que são aceitos sem nenhuma
restrição. Estão como ovelhas sem Pastor.

Cada ser humano deve se conscientizar da divindade que há em seu interior. A


evolução está dando lugar à divinização do homem. O homem está buscando a
evolução para se tornar um deus. Cristo são todas as pessoas e todas as pessoas
são cristos potenciais. As pessoas estão deixando de ter um compromisso com
Deus e passando a ver Deus como um bom exemplo a seguir. O ponto aqui é a falta
de compromisso com Deus. Une a isso a falsa doutrina que afirma que Cristo é um
estado, com o estado de feliz, triste, ou ansioso. Devemos buscar o estado cristão,
de harmonia com o próximo e o cosmos (mundo).

Terapia através de pirâmides e cristais. O uso de objetos, amuletos, e até


decorações de casa com detalhes esotéricos é tão amplo que mal podemos evitar a
influência. Os signos do Zodíaco não afetam mais as cores das roupas, mas, a
decoração dos lares. E até mesmo a cor do carro já pode ser encomendada de
acordo com o signo.
50

Crê na reencarnação. Quase todas as religiões não-cristãs aderem à doutrina da


reencarnação, afirmam que aquilo que não puderam “pagar” nessa vida fica como
“saldo negativo” para a próxima ou quantas vidas forem necessárias para expiar a
culpa. O evangelho de nosso senhor e salvador Jesus cristo oferece remissão
imediata para todo aquele que crê.
51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

01. A Morte da Razão.......................................................................Francis Schaeffer


02. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia .............. Norman
Geisler

03. Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo ............................ Mather & Nichols

04. Revista Defesa da Fé................................... Matéria do Pastor Natanael Rinaldi

05. Cristianismo e Liberalismo ..................................................... J. Gresham Machen


06. Deus e Cosmos ...................................................................................... John Byl
07. Fundamentos Inabaláveis ............................................................. Norman Geisler
08. O Deus que Intervém ................................................................. Francis Schaeffer
09. O Deus que Se Revela ............................................................... Francis Schaeffer

10. A Glória de Cristo ................................................................................. John Owen


11. A Glória de Cristo ............................................................................... R.C. Sproul
12. As Duas Naturezas do Redentor ....................................Heber Carlos de Campos
13. Deus o Pai, Deus o Filho ..............................................David Martyn Lloyd-Jones

14. Religiões, Seitas e Heresias ................................................................... J. Cabral

15. Ciência, Magia ou Superstições .................................................. T. G. Leite Filho

16. Fatos Sobre Os Espíritos Guias ............................................ Ankerberg & Weldon

17. Um Homem Chamado Jesus Cristo ...................................................... John Piper


18. A Trindade ............................................................................................ Agostinho
19. Eu Creio no Pai, no Filho e no Espírito Santo ............................... Hermisten Maia
Pereira da Costa 20. E agora, como Viveremos? ............................................ Charles
Colson & Nancy Pearcey
21. O Cristão e a Cultura ..................................................................... Michael Horton

22. Entendendo o Oculto .............................................................. Modowell & Stewart

23. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia ...............Norman


Geisler

24. Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo............................. Mather & Nichols

25. Revista Defesa da Fé .................................... Matéria do Pastor Natanael Rinaldi

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