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Teologia Sistemática
Prolegômenos
Todo esse percurso terá como propósito nos levar a compreender esses
temas na perspectiva de nos aproximarmos mais do Deus da Teologia,
criador dos céus e da terra.
1. Definição:
O termo teologia é de origem grega, e seu significado pode ser apontado como
tratado, ciência, no sentido de um conhecimento a respeito de Deus. É
resultado da junção de dois termos gregos, θεóς (theos) e λóγος (logos),
significando respectivamente Deus e ciência, sendo que logos também pode ser
entendida como estudo, palavra, razão, discurso a respeito da divindade. Pode-
se afirmar que teologia é um discurso, um saber, uma palavra, um conhecimento
(ciência) a respeito de Deus. É tudo aquilo que podemos ou conseguimos dizer
sobre Deus; portanto, é um discurso humano a partir (no caso do cristianismo)
de sua revelação, especialmente a extraída da Bíblia.
Diante do exposto, resta pensar que a teologia pode ser vista tanto no sentido
restrito, como no amplo. No sentido restrito, afirma outro autor, “teologia pode
ser definida como doutrina de Deus”; no amplo, “o termo vem a significar todas
as doutrinas cristãs” (THIESSEN,1987, p. 5). Já Berkhof afirma que “teologia é
o conhecimento sistematizado de Deus de quem, por meio de quem e para quem
são todas as coisas” (BERKHOF, 1990, p. 21).
Um resumo do que seria a teologia pode ser: aquilo que entendemos sobre Deus
a partir da compreensão que temos da revelação. É o discurso proferido pelos
homens que mostra sua compreensão e entendimento a respeito do que Deus
revelou de si mesmo.
O Novo Testamento também deve ser estudado, segundo seus próprios valores,
procurando a mensagem que o autor tinha para os leitores aos quais escrevia,
usando boa exegese para determinar seu significado original. Além disso, é
importante perceber a união entre os dois Testamentos sem deixar de
reconhecer a diversidade dos seus contextos históricos e culturais. O autor
divino, o Espírito Santo, inspirou todos os escritores da Bíblia, fornecen-do-lhes
a orientação que cimentou a união entre os seus escritos. Levou os escritores
do Novo Testamento a citar o Antigo, e a apresentar Jesus como o cumprimento
deste, e especialmente do plano divino da salvação. Essa união, na Bíblia, é
importante porque possibilita a aplicação da teologia bíblica a situações diversas
e em culturas diferentes, assim como a teologia sistemática procura fazer ao
usar a teologia bíblica como fonte informativa.
2. Sistemas Teológicos
O calvinismo.
O calvinismo deve seu nome e suas origens ao teólogo e reformador francês
João Calvino (1509-64). 2 2 A doutrina central do calvinismo é que Deus é
soberano de toda a sua criação. A maneira mais fácil de se entender o
calvinismo é conhecer as suas cinco teses centrais:
(1) A total depravação: a raça humana, como resultado do pecado, está tão
decaída que nada podemos fazer para melhorarmos ou para sermos aceitos
diante de Deus;
(2) A eleição incondicional: o Deus soberano, na eternidade passada, elegeu
(escolheu) alguns membros da raça humana para serem salvos,
independentemente da aceitação de sua oferta, que tem como base sua graça
e compaixão;
(3) A expiação limitada: Deus enviou seu Filho para prover a expiação somente
para aqueles que Ele elegera;
(4) A graça irresistível: os eleitos não poderão resistir a sua oferta generosa;
serão salvos; e (5) A perseverança dos santos: uma vez salvos, perseverarão
até o fim, e receberão a realidade última da salvação: a vida eterna.
O arminianismo
Veja: https://www.youtube.com/watch?v=3c_T0L9E8Ds
A teologia da libertação
O evangelicalismo
O pentecostalismo
3. Método Teológico
Não se faz teologia cristã, bíblica e reformada sem estabelecer Cristo como o
centro e chave hermenêutica, como dito acima. Toda revelação aponta para
Cristo, e ele lança luz à nossa compreensão.
Isso significa que o estudo teológico tem como foco a vontade de Deus revelada
em Cristo, e todos os demais tópicos dessa sistematização devem ser vistos e
só podem ser entendidos a partir do Cristo. Entendemos o Ser de Deus na
pessoa do Cristo. Toda a obra de salvação e redenção do homem caído só pode
ser compreendida na pessoa do Cristo.
Quando cremos, cremos mediados por uma tradição eclesiástica. Quem nos
conduziu a Cristo fê-lo a partir de sua compreensão teológica, e por isso
encontramos diferentes abordagens e visões dos textos bíblicos. É preciso
considerar esse entendimento em nossa jornada pelos caminhos da teologia,
visto que poderemos ser desafiados a rever conceitos, reformular
compreensões, abrir mão de posicionamentos, substituindo-os num crescente
aprimoramento do saber teológico.
O que precisamos ter em mente é que, conquanto nossa fé tenha como berço
uma tradição eclesiástica e que esta é importante, a autoridade nas questões
teológicas deve se fundamentar nas Escrituras, sob o olhar e a premissa de que
Cristo é a chave para todo entendimento e interpretação.
Esta contextualização não é tarefa fácil, pois nos coloca diante de duas
realidades, com as quais precisamos lidar: essência e existência. Por isso, Sturz
(2012) propõe os conceitos de natureza e identidade. A identidade, ou seja, a
forma como a fé se apresenta, pode e deve ser contextualizada; já a natureza,
os princípios essenciais da fé, deve ser mantida sobretudo conforme revelada
nas Escrituras.
Toda experiência, inclusive aquelas relativas à vida religiosa, deve passar pelo
diapasão da Palavra de Deus, para não cair na armadilha do subjetivismo. As
Escrituras devem ser o ponto objetivo de toda nossa experiência. Desta forma,
conquanto tenhamos nosso encontro pessoal com Cristo, e isso foi uma
experiência maravilhosa, precisamos, sob a direção do Espírito Santo,
compreender que a vivência do estudante de teologia deve existir dentro dos
valores e princípios da Palavra revelada.
Fonte: http://flaylosofia.blogspot.com/2017/06/o-que-edialetica-dialetica-e.html
Fonte: http://blogousesaber.blogspot.com/2014/11/o-materialismo-historico-
dialetico.html
O teólogo H. Orton Wiley, nota que "a religião fornece a consciência básica do
homem, sem a qual a natureza humana não possuiria a capacidade de acolher
a revelação de Deus". Isto é: o próprio fato de as pessoas estarem procurando
algo proporciona-lhes a oportunidade de lhes apresentarmos as boas-novas. Em
Jesus Cristo, poderão achar o que estão buscando. Ele não somente traz a
salvação, como também revela a majestade e a imensidade de Deus; satisfaz-
nos plenamente a busca pela realidade última. Mais importante que isso: o
homem descobre que o próprio Deus tem estado o tempo todo à procura de sua
criatura que se perdeu no Éden!
Por outro lado, as experiências variam entre si, e nem sempre se pode discernir
com clareza suas origens. Uma fonte fidedigna de autoridade deve estar além
dos aspectos variáveis que marcam a experiência; deve até mesmo ter a
competência para contradizer e corrigir a experiência se necessário for. Não é
fidedigna a experiência isolada e que se arvora como fonte de autoridade para
mediar a revelação de Deus.
Veja: https://www.youtube.com/watch?v=03oLCcpAmvo
Referências:
1 O Renascimento e a Reforma
Em termos gerais, esse movimento remeteu o humano para dentro dos pró- prios
referenciais. No plano epistemológico, o sobrenatural tornou-se tanto quanto
materializável com opções distantes da metafísica religiosa. Nesse con- texto, a
compreensão de Deus e a vivência religiosa na modernidade não empurra o
divino para dentro da dimensão espiritual da vida, mas exige que a religião
aceite, na plataforma cognitiva, seu lugar em uma sociedade que vai se tornando
culturalmente múltipla e religiosamente ligada a princípios antropológicos.
chegam a ser citadas na Confissão de Augsburgo, realçando afinidades
doutrinárias, sobretudo naquilo que diz respeito à doutrina da graça e da
justificação pela fé.
A escolástica foi a corrente filosófica que marcou toda a Idade Média, sob a
influência tomista e a herança agostiniana. No século XIV, essa filosofia cristã
entrou em declínio, abrindo espaço para uma nova epistemologia, de bases
racionais desvinculadas com um compromisso institucional com a cristandade,
mas também interessada, de alguma forma, em levar a questão da fé para os
critérios da modernidade.
Não temerei dizer que penso ter tido muita felicidade de me haver encontrado,
desde a juventude, em certos caminhos, que me conduziram a considerações e
máximas, de que formei um método, pelo qual me parece que eu tenha meio de
aumentar gradualmente meu conhecimento, e de alçá-lo, pouco a pouco, ao mais
alto ponto, a que a mediocridade de meu espírito e a curta duração de minha
vida lhe permitam atingir (DESCARTES, 1973 p. 42).
Munido de seu método, ele acreditava que a matéria não possuía qualida- des
inerentes, sendo apenas o material bruto que ocupava o espaço, dividindo a
realidade em res cogitans (consciência, mente) e res extensa (matéria). Para
Descartes, Deus criou o universo como um perfeito mecanismo de moção
vertical, que funcionava de forma determinista e sem a intervenção divina
(DESCARTES, 1973).
Para Leibniz, clareza e distinção são avaliações subjetivas de uma ideia, e não
critérios que estejam presentes nela. Assim, a relação ordem/desordem é em
Leibniz dinâmica e importante, pois “[...] Deus é tanto o criador da har- monia
preestabelecida do universo como o grande matemático ordenador da
combinação de mônadas do universo” (ESTRADA, 2004, p. 199). A ordem do
todo justifica a desordem das partes: essa é a defesa da causa de Deus para
Leibniz.
Na filosofia de Leibniz, Deus não pode mudar sua natureza, nem agir fora da
ordem. Com isso, a pergunta que naturalmente surge é: como Deus pode ser
dotado de uma vontade soberanamente boa e criar um mundo tão cheio de
imperfeições? Entre os argumentos que apresenta na obra Ensaios de teodiceia,
Leibniz (2013), infere que Deus não age sem razão guiada pelo princípio do
melhor, nem sempre designado pela nossa experiência tão limitada no espaço e
no tempo. Dessa forma, Leibniz “[...] sustenta que não há incoerência lógica entre
a existência de Deus e a do mal (ESTRADA, 2004, p. 208). Assim, reivindica
legitimidade para o pleno uso da liberdade humana, sendo essa a origem de
muitos males humanos, combinados com forças alheias. Criados livremente por
Deus e inseridos harmonicamente na dinâmica da criação, há aqueles que agirão
mal e outros que sofrerão por essas escolhas. Sendo assim, o filósofo indica que
o caminho é assumir a condição humana com suas alegrias e dores. É
importante ressaltar a similaridade entre Descartes e Leibniz no que diz respeito
à substância divina: “Deus é o maior, ou — como diz Descartes — o mais perfeito
dos seres, ou então um ser de uma grandeza e de uma perfeição suprema, que
envolve todos os graus. Esta é a noção de Deus” (LEIBNIZ, 1988, p. 153). Para
ambos os filósofos, tudo que há encontra sua razão ulterior direcionada para uma
razão suficiente, em si mesma independente de outra anterior, sendo ela
imutável e perfeita.
O filósofo não usa o termo natureza com uma única interpretação. Na verdade,
pode abarcar como possibilidades válidas tanto a essência quanto a totalidade
do real. Quanto à expressão Deus sive Natura (“Deus ou natureza”), ele não
pretende referir-se ao mundo visível, e sim à causa Descartes esses dois
elementos também são substâncias, daí a clássica diferença entre os dois
filósofos. Spinoza atribui ainda a Deus o poder de agir segundo a sua natureza,
e como causa livre disso resultam todas as outras coisas.
O filósofo não usa o termo natureza com uma única interpretação. Na verdade,
pode abarcar como possibilidades válidas tanto a essência quanto a totalidade
do real. Quanto à expressão Deus sive Natura (“Deus ou natureza”), ele
nãopretende referir-seao mundo visível, e sim à causa primeira, imanente a tudo
quanto existe, imposta pelas leis da natureza. Não há desvios na ordem natural,
e, portanto, a possibilidade do sobrenatural, que justificaria os milagres, por
exemplo, não é aceita na teoria da substância universal.
Nessa visão, a substância (Deus) é causa imanente das coisas e manifesta- ção
da potência divina. O homem está inserido na natureza e sua realização passa
pela progressiva consciência da sua inter-relação e dependência dos outros
seres. Esse é uma visão que diverge de Descartes, que previa o acesso ao
conhecimento do ser perfeito por si mesmo, no protagonismo racional do sujeito.
A Igreja Católica, para tanto, emitiu, nesse período, dois documentos com vistas
a combater o racionalismo modernista. O primeiro, o Decreto Lamentabili sane
exitu, emitido pelo Santo Ofício, condenava 65 proposições modernistas que
defendiam que a leitura da Bíblia por vias históricas não é aceitável, uma vez
que tais leituras apresentam Jesus como um simples humano, portanto, sem
capacidades sobre-humanas. Outro aspecto considerado foi que a moral e os
sacramentos passam a ser, do ponto vista histórico, apenas um conjunto de
regras criados por uma organização humana. Já a Encíclica Pascendi Dominici
Gregis, emitida pelo Papa São Pio X, consiste em uma obra que refuta as teses
modernistas, colocando-as como erros de leitura sobre Jesus.
Na França, o pensamento moderno também fez com que surgisse uma crise em
relação à teologia (IZQUIERDO, 2008). Os teólogos franceses, no século XX,
buscaram desenvolver uma teologia que reaproximasse as pessoas por meio da
realidade, ou seja, que não apresentasse tantas divergências. Assim, construiu-
se a chamada nouvelle théologie, que durou de 1938 a 1946. Tal movimento foi
protagonizado pelo debate entre Marie-Dominique Chenu e Louis Charlier em
torno da problematização da natureza e dos métodos teológicos, buscando ligar
a teologia cada vez mais à contemporaneidade. Henri de Lubac (1896-1991),
membro da escola de jesuítas, foi um dos protagonistas do jesuísmo que cunhou
a contraposição ao intelectualismo escolástico. Por outro lado, tem-se os
defensores de Chenu, que desenvolve concepções teológicas de que a teologia
deve surgir da experiência, visto que Deus é vivo e mutável.
Por fim, cabe ressaltar a grande influência que também exerce a escola marxista
inglesa nas bases de nossa historiografia (HOBSBAWM, 1998). Tal vertente
promovia o estudo da história por meio dos modos de produção existentes desde
a formação da sociedade. Para tanto, a religião passa a ser pensada, nessa
perspectiva, como um componente necessário ao modo de produção e que
retroalimenta a estrutura econômica e social.
Introdução à Apologética
O credo primitivo
Quando pensamos em credo primitivo e analisamos as cartas de Paulo e a Igreja
do Novo testamento, concluímos que haviam declarações que funcionavam
como confissões de fé. Uma declaração muito ocorrente é "Jesus Cristo é o
Senhor”, encontrada em Romanos 10:9 e 1 Coríntios 12:2.
O credo dos Apóstolos O Credo Apostólico, o mais conhecido dos credos, é
atribuído pela tradição aos doze apóstolos. Mas os estudiosos acreditam que
ele se desenvolveu a partir de pequenas confissões batismais empregadas nas
igrejas dos primeiros séculos. Embora os seus artigos sejam de origem bem
antiga, acredita-se atualmente que o credo apostólico só alcançou sua forma
definitiva por volta do sexto século, quando são encontrados registros do seu
emprego na liturgia oficial da igreja ocidental. De um modo ou de outro, parece
evidente sua conexão com outros credos antigos menores; como os seguintes:
Creio em Deus Pai Todo-poderoso, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso
Senhor. E no Espírito Santo, na santa Igreja, na ressurreição da carne.
Creio em Deus Pai Todo-poderoso. E em Jesus Cristo seu único Filho nosso
Senhor, que nasceu do Espírito Santo e da virgem Maria; concebido sob o poder
de Pôncio Pilatos e sepultado; ressuscitou ao terceiro dia; subiu ao céu e está
sentado à mão direita do Pai, de onde há de vir julgar os vivos e os mortos. E
no Espírito Santo; na santa Igreja; na remissão dos pecados; na ressurreição do
corpo.
O Credo Apostólico, assim como os Dez Mandamentos e a Oração Dominical,
foi anexado, pela Assembléia de Westminster, ao Catecismo. “Não como se
houvesse sido composto pelos apóstolos, ou porque deva ser considerado
Escritura canônica, mas por ser um breve resumo da fé cristã, por estar de
acordo com a palavra de Deus, e por ser aceito desde a antigüidade pelas
igrejas de Cristo.”
O texto: Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra. Creio
em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra
do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio
Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia;
subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de
vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja
Universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição
do corpo; na vida eterna. Amém.
* Extraído de Paulo Anglada, Sola Scriptura: A Doutrina Reformada das
Escrituras (São Paulo: Os Puritanos, 1998), 178-79.
O credo Niceno
O Credo Niceno deriva-se do credo de Nicéia (composto pelo Concílio de Nicéia
(325 AD), com pequenas modificações efetuadas pelo Concílio de Calcedônia
(451 AD) e pelo Concílio de Toledo (Espanha, 589 AD). Este credo expressa
mais precisamente a doutrina da Trindade, contra o arianismo (Doutrina de Ario,
primeira metade do século IV, segundo a qual Cristo não é eterno, mas o
primeiro e mais perfeito ser criado). Eis o texto do Credo de Nicéia, conforme
aceito por católicos e protestantes:
Creio em um Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra, e de todas as
coisas visíveis e invisíveis; e em um Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de
Deus, gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz,
verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não feito, de uma só substância
com o Pai; pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual por nós homens e por
nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne pelo Espírito Santo da Virgem
Maria, e foi feito homem; e foi crucificado por nós sob o poder de Pôncio Pilatos.
Ele padeceu e foi sepultado; e no terceiro dia ressuscitou conforme as
Escrituras; e subiu ao céu e assentou-se à direita do Pai, e de novo há de vir
com glória para julgar os vivos e os mortos, e seu reino não terá fim. E no Espírito
Santo, Senhor e Vivificador, que procede do Pai e do Filho, que com o Pai e o
Filho conjuntamente é adorado e glorificado, que falou através dos profetas.
Creio na Igreja una, universal e apostólica, reconheço um só batismo para
remissão dos pecados; e aguardo a ressurreição dos mortos e da vida do mundo
vindouro.
O credo de Atanásio
O Credo de Atanásio, subscrito pelos três principais ramos da Igreja Cristã, é
geralmente atribuído a Atanásio, Bispo de Alexandria (século IV), mas
estudiosos do assunto conferem a ele data posterior (século V). Sua forma final
teria sido alcançada apenas no século VIII. O texto grego mais antigo deste
credo provém de um sermão de Cesário, no início do século VI. O credo de
Atanásio, com quarenta artigos, é um tanto longo para um credo, mas é
considerado “um majestoso e único monumento da fé imutável de toda a igreja
quanto aos grandes mistérios da divindade, da Trindade de pessoas em um só
Deus e da dualidade de naturezas de um único Cristo.”
O Texto: 1. Todo aquele que quiser ser salvo, é necessário acima de tudo, que
sustente a fé universal. 2. A qual, a menos que cada um preserve perfeita e
inviolável, certamente perecerá para sempre. 3. Mas a fé universal é esta, que
adoremos um único Deus em Trindade, e a Trindade em unidade. 4. Não
confundindo as pessoas, nem dividindo a substância. 5. Porque a pessoa do Pai
é uma, a do Filho é outra, e a do Espírito Santo outra. 6. Mas no Pai, no Filho e
no Espírito Santo há uma mesma divindade, igual em glória e co-eterna
majestade. 7. O que o Pai é, o mesmo é o Filho, e o Espírito Santo. 8. O Pai é
não criado, o Filho é não criado, o Espírito Santo é não criado. 9. O Pai é
ilimitado, o Filho é ilimitado, o Espírito Santo é ilimitado. 10. O Pai é eterno, o
Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. 11. Contudo, não há três eternos, mas
um eterno. 12. Portanto não há três (seres) não criados, nem três ilimitados,
mas um não criado e um ilimitado. 13. Do mesmo modo, o Pai é onipotente, o
Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente. 14. Contudo, não há três
onipotentes, mas um só onipotente. 15. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o
Espírito Santo é Deus. 16. Contudo, não há três Deuses, mas um só Deus. 17.
Portanto o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é Senhor. 18.
Contudo, não há três Senhores, mas um só Senhor. 19. Porque, assim como
compelidos pela verdade cristã a confessar cada pessoa separadamente como
Deus e Senhor; assim também somos proibidos pela religião universal de dizer
que há três Deuses ou Senhores. 20. O Pai não foi feito de ninguém, nem criado,
nem gerado. 21. O Filho procede do Pai somente, nem feito, nem criado, mas
gerado. 22. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não feito, nem criado,
nem gerado, mas procedente. 23. Portanto, há um só Pai, não três Pais, um
Filho, não três Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos Santos. 24. E nessa
Trindade nenhum é primeiro ou último, nenhum é maior ou menor. 25. Mas todas
as três pessoas co-eternas são co-iguais entre si; de modo que em tudo o que
foi dito acima, tanto a unidade em trindade, como a trindade em unidade deve
ser cultuada. 26. Logo, todo aquele que quiser ser salvo deve pensar desse
modo com relação à Trindade. 27. Mas também é necessário para a salvação
eterna, que se creia fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus Cristo. 28.
É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e confessemos que nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como homem. 29. Ele é Deus eternamente
gerado da substância do Pai; homem nascido no tempo da substância da sua
mãe. 30. Perfeito Deus, perfeito homem, subsistindo de uma alma racional e
carne humana. 31. Igual ao Pai com relação à sua divindade, menor do que o
Pai com relação à sua humanidade. 32. O qual, embora seja Deus e homem,
não é dois mas um só Cristo. 33. Mas um, não pela conversão da sua divindade
em carne, mas por sua divindade haver assumido sua humanidade. 34. Um,
não, de modo algum, pela confusão de substância, mas pela unidade de pessoa.
35. Pois assim como uma alma racional e carne constituem um só homem,
assim Deus e homem constituem um só Cristo. 36. O qual sofreu por nossa
salvação, desceu ao Hades, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia. 37.
Ascendeu ao céu, sentou à direita de Deus Pai onipotente, de onde virá para
julgar os vivos e os mortos. 38. Em cuja vinda, todo homem ressuscitará com
seus corpos, e prestarão conta de sua obras. 39. E aqueles que houverem feito
o bem irão para a vida eterna; aqueles que houverem feito o mal, para o fogo
eterno. 40. Esta é a fé Universal, a qual a não ser que um homem creia
firmemente nela, não pode ser salvo.
Nos dias de Jesus, existiam vários grupos religiosos: Saduceus (At 5.17),
Fariseus (At 15.5), Essênios, Zelotes e Herodianos. Os dois primeiros grupos
tinham posições religiosas distintas (At 23.8). Mesmo assim, Jesus não os
poupou, chamando-os de hipócritas, filhos do inferno, serpentes, raça de
víboras (Mt 23.13-15,33). O Mestre deixou claro que não aceitava a idéia de que
os caminhos levam a Deus. Ensinou que há apenas dois caminhos: O estreito,
que conduz à vida eterna, e o largo e espaçoso, que leva à destruição (Mt
7.13,14). Os apóstolos tiveram a mesma preocupação: Não permitir que
heresias, falsos ensinos, entrassem na igreja.
Atualmente existem milhares de seitas e religiões espalhadas pelo mundo. Há
dez grandes religiões principais: Hinduísmo, Jainismo, Budismo e Siquismo (na
Índia), Confucionismo e Taoísmo (na China), Xintoísmo (no Japão), Judaísmo
(na Palestina), Zoroastrismo (na Pérsia, atual Irã), Islamismo (na Arábia). Nesta
lista, alguns incluem também o cristianismo.
Para um estudo sistemático, o ICP – Instituto Cristão de Pesquisa, classifica as
seitas da seguinte forma:
1 - Seitas do Secretismo: Marçonaria, Teosofia, Rosa Cruz, Esoterismo, etc
2 - Seitas Pseudo-cristãs: Mórmons, Testemunhas de Jeová, Adventismo do
Sétimo Dia, Ciência Cristã, A família do amor (Meninos de Deus), Igreja
Apostólica da Santa Vó Rosa, etc.
3 - Seitas Espíritas: Kadercismo, Legião da Boa Vontade, Racionalismo Cristão,
etc.
4 - Seitas Afro-brasileiras: Umbanda, Quimbanda, Candoblé, Cultura Racional,
etc.
5 - Seitas Orientais: Seicho-no-Iê, Messiânica Mundial, Arte Mahikari, Hare
Krishna, Meditação Transcendental, Unificação (Moonismo), etc.
6 - Unicistas: Voz da Verdade, Igreja Local, Adeptos do nome Yehoshua e suas
variantes (ASNYV), só Jesus, Tabernáculo da Fé, etc.
1 - Adição - O Grupo adiciona algo á Bíblia. Sua fonte de autoridade não leva
em consideração somente as Escrituras.
Adventistas do sétimo dia – Seus adeptos têm os escritos de Ellen White tão
inspirados quanto os livros da Bíblia. Declaram: “Cremos que Ellen White foi
inspirada pelo Espírito Santo, e seus escritos, o produto dessa inspiração, têm
aplicação e autoridade especial para os adventistas do sétimo dia. Negamos
que a qualidade ou grau de inspiração dos escritos de Ellen White sejam
diferentes dos encontrados nas Escrituras Sagrados”. Tal alegação é altamente
comprometedora. Diversas profecias de Ellen White não se cumpriram. Isso põe
em dúvida a alegação de inspiração e sua fonte.
Mormonismo - Os mórmons dizem crer na Bíblia, desde que sua tradução seja
correta. Acham que o Livro de Mórmon é mais perfeito do que a Bíblia. Outros
livros também são considerados inspirados. A Bíblia é também usada por eles
apenas como livro de referência. Citam as variantes textuais dos manuscritos
como argumento para sustentar que a Bíblia não é fidedigna. Ignoram, porém,
que a pesquisa bíblica tem demonstrado a fidedignidade da Palavra de Deus.
Kardecistas - Não tem a Bíblia como base, mas a doutrina dos espíritos,
codificada por Allan Kardec. Usam o Evangelho Segundo o Espiritismo e
procuram interpretar as parábolas e os ensinos de Jesus Cristo segundo uma
perspectiva espírita e reencarnacionista. Mas a Palavra de Deus é bem clara
quanto às atividades espíritas e suas origens.
Legião da Boa Vontade LBV - Subtrai a natureza humana de Jesus, dizendo que
Ele possui apenas um corpo aparente ou fluídico. Negam também sua
divindade. Dizem que Ele “jamais afirmou ser Deus”. Outros grupos também
subtraem a divindade de Jesus: as Testemunhas de Jeová dizem que Ele é um
anjo, a primeira criação de Jeová. Os Kardecistas, que Ele foi apenas “um
médium de Deus”.
Resposta Apologética - A Bíblia ensina que Jesus é Deus (Jo 1.1; 20.28; Tt
2.13; 1 Jo 5.20, etc). Sendo assim Jesus não pode ser meramente comparado
com seres humanos ou mitológicos. E muito menos com os anjos, que o adoram
(Hb 1.6). A Bíblia atesta a autêntica humanidade de Jesus, pois Ele nasceu
como homem (Lc 2.7), cresceu como homem (Lc 2:52), sentiu fome (Mt 4.2),
sede (Jo 19.28), comeu e bebeu (Mt 11.19; Lc 7.34), dormiu 9Mt 8.24), suou
sangue (Lc 22.44), etc.
Adventista do Sétimo dia - Crer que a vida eterna só pode ser alcançada por
aqueles que guardarem a lei. A observância do sábado é essencial para a
salvação.
Resposta Apologética - A Bíblia declara que todo aquele que nega a existência
do pecado está mancomunado com o diabo, o pai da mentira (Jo 8.44 com 1 Jo
1.8). A eficácia do sangue de Cristo para cancelar os pecados nos é
apresentada como a mensagem central da Bíblia. E a base do perdão dos
pecados (Ef 1.7; 1 Jo 1.7-9; Ap 1.5).
Com respeito à salvação pelas obras, a Bíblia é clara ao ensinar que somos
salvos pela graça, por meio da fé, e isso não vem de nós, é dom de Deus, não
vem das obras, para que ninguém se glorie (Ef 2.8-9). Praticamos boas obras
não para sermos salvos, mas porque somos salvos em Cristo Jesus, nosso
Senhor.
As obras são o resultado da salvação, não o seu agente. O valor das obras está
em nos disciplinar para a vida cristã (Hb 12.5-11; 1 Co 11.31)
Negam a ressurreição corporal de Cristo - Seitas que admitem que Jesus Cristo
ressuscitou apenas em espírito: Testemunha de Jeová, Ciência Cristã, Igreja da
Unificação, Kardecismo. Outras dizem que Jesus nem sequer ressuscitou, como
a LBV, por exemplo. E há aquelas que não acreditavam que Jesus tenha morrido
na cruz. É o caso do Islã e da Rosa-Cruz, entre outras.
Resposta Apologética: Jesus morreu realmente e as coisas da sua morte são
alinhadas: Sua agonia no Getsêmani – Lucas 22.44; Foi açoitado brutalmente –
Mateus 27.26; Marcos 15.15; João 19.1; Recebeu, na cabeça, uma coroa de
espinhos – Mateus 27.29-30; Marcos 15.17; Envolvimento de pessoas fora de
seu grupo – Mateus 27.32; Marcos 15.24; Lucas 23.26; Mãos e pés cravados
na cruz – Mateus 27.35; Marcos 15.24; Sua morte foi comprovada – João 19.33-
34; Foi sepultado segundo o costume da época (aromas, mirras, aloés) – João
19.39-42.
Jesus ressuscitou corporalmente, como se descreve: Avisou que ressuscitaria
corporalmente – João 2.19-22; O túmulo vazio assim o atestava – Lucas 24.1-
3; O testemunho dos anjos – Lucas 24.4-6; Suas aparições, depois de
ressuscitado – Lucas 24.36-39; João 20.25-28.
Negar a ressurreição de Jesus é ser falsa testemunha de Deus, embora possa
assim denominarse: Essa é a mensagem do Evangelho – 1Coríntios 15.14-17;
A expressão Filho do homem designa a forma da sua segunda vinda, e testifica
que Jesus ainda mantém seu corpo ressuscitado (Mateus 24.29-31; Atos 7.55-
59; Filipenses 3.20-21); Retém seu corpo glorificado no céu 1Timóteo 2.5.
- Beleza - Todos querem uma religião de aparência, que pareça bonita, sem se
importar se ela é verdadeira ou não. Nem tudo o que é verdadeiro tem de ser
necessariamente belo, mas com certeza será bom. Se buscarmos somente a
beleza, a encontraremos em muitos lugares. Mas se buscarmos a verdade, só
a encontraremos na Palavra de Deus. Um belo hino, uma pregação eloqüente e
um texto bem escrito podem facilmente conter inverdades que serão aceitas por
causa de sua beleza. Pior que um veneno, é um veneno gostoso, perfumado e
bem embalado.
3. Discurso de âmbito
universal.
Econômico Bens e dinheiro do fiel são para a seita. Apoio econômico à igreja como ato
voluntário do fiel (dízimo, ofertas e
primícias).
Conceitos de Divindade
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SobreAProvaDaExistenciaDeDeusEmBenedictusSpinoza- 3713119pdf. Acesso
em: 30 set.
2020.
SPINOZA, B. Ética. 2 ed. São Paulo: Autêntica, 2009. ZILLES, U. Filosofia da
Religião. São Paulo: Paulus, 1991.