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Unidade 2

O Edifício
Lição 4
O QUE É TEOLOGIA?

Perguntar. Isso é coisa que toda criança parece gostar de fazer. Em


meus dias de menino, não fui diferente. Sobre tudo, e a qualquer tempo,
eu estava a indagar. Agora, pensando melhor, devo ter levado meu pai à
exaustão com tantos questionamentos. Talvez por isso ele me chamava
de garoto perguntador, com voz contida para não reprimir a curiosidade
natural que há em toda criança. Todas, mesmo, inclusive em meu filho
Estêvão. É... O mundo dá voltas.
Hoje, próximo de completar sete anos, o meu menino, a quem
gosto de chamar de amigão, é um perguntador prodigioso. E, como
o ensino é mesmo uma via de mão dupla, tenho aprendido com
ele. Por exemplo, descobri que crianças se interessam muito pelos
fatos, o que torna inacreditavelmente fácil (sim, fácil!) responder de
onde vêm os bebês – “Das barrigas das mamães, Estêvão! De onde
mais?!” (Da primeira vez funcionou. Ufa!) Mas é absurdamente
complexo responder àquelas perguntas situadas nas zonas cinzentas
que parece haver entre o sim e o não – ah, os desafios éticos! Além
disso, há as interrogações que exigem de nós um argumento final
de autoridade; por exemplo: “Como assim Jesus está no meu quarto,
se não estou vendo ninguém?”
À medida que avançar na leitura deste capítulo e também do próximo,
você entenderá que me sinto aliviado por não precisar responder ao meu

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amigão o que é Teologia. Afinal, essa é uma resposta que envolve fatos,
mas tem lá suas áreas nebulosas e, principalmente, exige algum argumento
de autoridade. E já que você não é mais criança, guarde isso: Teologia é...
– fato: conhecimento sobre Deus;
– zona cinzenta: uma palavra, qualquer palavra, sobre Deus;
– argumento de autoridade: só é boa Teologia se for uma
palavra sobre Deus concorde à Palavra de Deus.
Preparado?

Esboço da Lição

– Muito prazer. Meu nome é Teologia


– O objeto e o objetivo da Teologia
– O púlpito de madeira: a origem da (boa) Teologia
– Conclusão

Objetivos da Lição

Ao término desta lição, o aluno deverá estar apto para:


– definir Teologia a partir de seu nome;
– estabelecer o objeto e o objetivo da Teologia;
– demonstrar as razões que fazem do púlpito a fonte da boa
Teologia;
– concluir que a Teologia demanda relacionamento com Deus,
a partir do Espírito Santo.

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TEXTO 1
MUITO PRAZER. MEU NOME É TEOLOGIA
A história de amor mais famosa do teatro universal cede à imprevi-
dência da paixão e faz reles uma das coisas mais caras a qualquer pessoa,
o seu nome: “O que chamamos rosa, sob outro nome teria igual perfume.
[...] Chama-me apenas amor, que ficarei rebatizado. De agora em diante
não serei Romeu”. A quem vive abrasado como o jovem Montecchio e a
bela Julieta, talvez um nome nada signifique. Em Teologia, porém, um
nome muda tudo.
Se Teologia é uma palavra sobre Deus, então é realmente necessário
distinguir que tipo de palavra é esta – eis aí o valor que tem um nome.
Romeu estava certo quando disse que a rosa não trocaria o aroma acaso
tivesse outro nome, mas é certo que os rótulos existem para identi-
ficar as fragrâncias; logo, não merece atenção a teologia cujo título não
representa o que ela é – palavras assim têm um lugar de destaque em
nossos estudos, são seitas e heresias. Facilmente se conclui, então, que
se qualquer palavra sobre Deus é teologia, então nem tudo será teologia
boa. Como, de fato, não é!
Parece que a quantidade de teologias aumenta graças à criatividade
de pensadores capazes de nunca esgotar sua lista de rótulos. Hindu,
espírita, pagã, umbandista, rabínica, feminista e homossexual são teolo-
gias. Da prosperidade, da libertação, do processo e do corpo também.
Além destas, há outras, e diversas ainda haverá. Se tanta coisa é teologia,
como distinguir a nossa? Não precisaríamos de um nome exclusivamente
cristão? Ou vamos arriscar que nossa palavra sobre Deus seja metida no
mesmo balaio onde estão falsas expressões de religiosidade e piedade?
Vimos na Lição 2 que há uma antiga implicância com a Teologia.
Parte da razão é um mui excedido zelo que reclama exclusividade para
os assuntos bíblicos. Essa demanda semântica é impossível e também
injusta, principalmente se notarmos os motivos que tornaram o Grego
o idioma da plenitude dos tempos. O vernáculo de Homero era inteli-
gentemente flexível. A língua em que se conta a Ilíada facilitava a criação
de novas expressões pela simples união de outros termos – não eram
neologismos quaisquer, mas palavras que ainda estão emprestadas à
medicina, à biologia e a várias outras áreas do conhecimento humano.
É tão pertinente o Grego, que o inglês moderno deve a ele 50 mil
vocábulos. Portanto, o termo teologia não foi mudado do contexto pagão

90 Identidade Teológica
para o Cristão por falta de palavra melhor, mas por ser a palavra certa.
O texto bíblico oferece outros substantivos e expressões que poderiam
substituir a palavra teologia, como “pleno conhecimento da verdade” (Tt
1.1) ou “sabedoria de Deus” (1Co 2.7). Entretanto, ainda é preferível
usar teologia, pois é uma forma melhor de expressar a organização do
conhecimento e do estudo a respeito de Deus.

Um termo de raízes bíblicas

A palavra teologia não é escriturística, não pode ser encontrada no


Texto Sagrado, mas os elementos que a compõem estão na Bíblia: lovgia
tou Qeou (Rm 3.2 e 1Pe 4.11) e logivwu tou’ Qeou’ (Hb 5.12) – lougia tou
theou – que é palavra de Deus. O mesmo, aliás, se dá com outros termos
que prezamos. Eles não foram usados pelos escritores sacros com som
e sílabas (significante), mas com conceitos (significado). Trindade, por
exemplo, não aparece uma única vez nas Escrituras, mas está lá; o mesmo
com ubique, expressão latina para o atributo divino da onipresença. Tal
como estes, há vários outros exemplos.

O que significa Teologia


A argumentação final para acalmar os corações mais radicais pode
estar no comentário de William Edwy Vine quando diz que deus (tevo )~ ,
para os gentios, podia ser qualquer entidade: “no politeísmo dos gregos,
denotava ‘deus’ ou ‘deidade’” (VINE, 2003, p. 558). Estão na própria
Bíblia algumas evidências da não exclusividade do termo deus para os
cristãos: “E as multidões, vendo o que Paulo fizera, levantaram a sua voz,
dizendo em língua licaônica: Fizeram-se os deuses [Qeoi;] semelhantes aos
homens, e desceram até nós” (At 14.11); ou “E bem vedes e ouvis que não
só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem convencido
e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses [Qeoi;] os
que se fazem com as mãos” (At. 19.26). O mesmo acontece com igreja
(ejkklhsiva), expressão grega para reunião entre cidadãos para a discussão
de assuntos coletivos, uma assembleia: “E, se alguma outra coisa deman-
dais, averiguar-se-á em legítima assembleia [ejkklhsiva ]/ ” (At 19.39).
Textos como 1Pe 4.11 (“Se alguém falar, fale segundo as palavras de
Deus”) podem provar o caráter bíblico da palavra teologia; inadvertida-
mente, porém, lougia tou theou pode sugerir que Teologia seja a Palavra
de Deus, quando, na verdade, ela é uma palavra sobre Deus. É claro

Lição 4 - O que é Teologia? 91


que, neste momento da leitura, você já compreendeu que esta definição,
na prática, admite qualquer ideia a respeito Dele como uma manifes-
tação teológica, mas não há motivo para sobressaltos! Aceitar que um
babalaô tenha algo a dizer sobre Deus é muito diferente de reconhecer
nele a autoridade ou a veracidade que há nos lábios do bom pregador.
Contudo, negar que um macumbeiro possa pensar a respeito de Deus é
negar que qualquer pessoa (você e eu, inclusive) tenha mínimas condi-
ções de ponderar sobre o Criador. Um pouco de cautela, porém, não
faz mal a ninguém: conforme notaremos ao longo desta obra, afirmar
que Teologia é uma palavra sobre Deus não reconhece como saudável
qualquer teologia possível. Então, acalme o seu coração.

As acepções da palavra sobre Deus


A literatura cristã e a filosofia nos indicam ao menos três possíveis
acepções para o termo teologia: (1) ampla, (2) estrita e (3) genuína.
A Teologia Ampla. Aqui, a Teologia é metafísica, um exercício
mental fora da própria Filosofia. É a consideração da Teologia como
mãe de todas as ciências. Conforme cremos, o homem é um ser
espiritual, racional, moral e imortalizável, criado com um conheci-
mento inato e proposicional, inclusive de Deus, e que pode relacio-
nar-se com o Criador. É onde o ser humano difere de todo o restante
da criação. Os teólogos referem-se a isso como revelação geral (ou
Teologia Natural). É geral tanto em audiência (o mundo todo) como
em conteúdo (teologia ampla).
A Teologia Estrita. É praticada somente por aqueles que leem e
creem na Bíblia (de audiência estrita, portanto) e tem conteúdo específico
(as comunicações verbais exclusivas das Escrituras). Para os Pais da igreja,
a Teologia Estrita era tão única como pensar a respeito da Deidade de
Cristo, o que faz de João mais teólogo que os outros evangelistas, posto
que tratou abertamente de implicações doutrinárias. Aliás, não somente
no evangelho que escreveu mas, também, no Apocalipse. Zelosamente,
os Pais da Igreja resumiam teologias à doutrina de Cristo.
A Teologia Genuína. Quem busca um nome para a Teologia, talvez,
aqui, esteja mais próximo de seu alvo. Embora a Teologia Genuína esteja
incomodamente perto da Filosofia, deve ser um bom nome, pois ele é
definido como um sistema doutrinário sobre Deus e sobre o que Ele revelou.
Para a formulação de uma identidade teológica, esse é o sentido apropriado.

92 Identidade Teológica
EXERCÍCIOS
Escreva suas respostas abaixo

4.01 Se qualquer palavra sobre Deus é Teologia, quer dizer que tudo
o que for dito sobre Deus é perfeitamente válido? Explique.
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________

Assinale com “x” as alternativas corretas.

4.02 Acerca do termo Teologia, marque apenas as afirmações corretas.


___a) É certo afirmar que heresia é uma teologia má, que não
concorda com a Palavra de Deus.
___b) Podemos chamar de seita um grupo de pessoas que
segue uma teologia diferente do pleno conhecimento da
verdade, revelado na Bíblia.
___c) O termo Teologia é visto diversas vezes no texto sagrado.
___d) Sobre o termo Teologia, é certo afirmar que o seu signi-
ficado, ou conceito, está na Bíblia, embora o seu signifi-
cante não esteja no texto sagrado.

Marque “C” para certo e “E” para errado.

___4.03 A Bíblia oferece pistas da não exclusividade do termo “deus”


para os cristãos.
___4.04 Todos somos capazes de pensar acerca de Deus. Contudo, só
é boa a Teologia que concorda com a Palavra de Deus.
___4.05 Qualquer ideia a respeito de Deus é uma manifestação
teológica.
___4.06 Toda e qualquer palavra a respeito de Deus é válida e sã, pois
a Teologia é aquilo que se diz de Deus.

Lição 4 - O que é Teologia? 93


Associe a coluna “A” à coluna “B”.
Acerca das acepções para o termo Teologia, relacione as colunas.
Coluna “A”
___4.07 Sua audiência engloba apenas os que leem e creem na Bíblia e
o seu conteúdo se restringe àquilo que comunica a Escritura.
___4.08 É um código doutrinário sobre Deus e sobre aquilo que Ele
revelou.
___4.09 Considera a Teologia como a mãe de todas as ciências. É uma
revelação geral, ou natural, de Deus ao homem.
Coluna “B”
A. Ampla
B. Estrita
C. Genuína

TEXTO 2
O OBJETO E O OBJETIVO DA TEOLOGIA

O que a Teologia estuda?

Caro Leitor, iniciaremos agora uma exposição que será continuada


no próximo capítulo. Como você deve ter notado, o capítulo 5 chama-se
Ampliando o Conceito, por isso é possível que você tenha uma sensação
de déjà vu, mas é assim mesmo que pretendo tratar esses conceitos.
Toda Ciência tem um objeto de estudo. Algo em função do que se
elaboram as hipóteses, se organizam as investigações e se busca conso-
lidar os resultados. O objeto de estudo de uma Ciência é aquilo de que
ela trata, e com o que se relacionam as suas conclusões.
Qual é, então, o objeto da Teologia? De tão óbvia a resposta, você
pode pensar que essa pergunta nem deva ser feita. Mas só porque a
resposta é evidente, a pergunta não é desqualificada. Longe disso. Consi-
derando que a Teologia quer estudar Deus, Suas ações, os resultados de
Seus atos e o Seu relacionamento com as criaturas que formou, perguntar

94 Identidade Teológica
“qual o objeto de estudo da teologia” é valer-se de uma questão capaz
de provocar muitas outras. Portanto, vamos lá, tente responder qual o
objeto de estudo da Teologia. “Ora, irmão Gunar, é Deus! Teologia é o
estudo de Deus!” Sim, você tem razão, pois etimologicamente é o que
significa a palavra teologia. Mas epistemologicamente, a resposta é outra:
o objeto da Teologia é a revelação de Deus, pois é ao que, realmente,
temos acesso: “Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então
veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como
também sou conhecido” (1Co 13.12). E mais:
“Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu,
e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do
homem, são as que Deus preparou para os que o amam.
Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque
o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profun-
dezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as
coisas do homem, senão o espírito do homem, que
nele está? Assim também ninguém sabe as coisas
de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não
recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que
provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o
que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais
também falamos, não com palavras que a sabedoria
humana ensina, mas com as que o Espírito Santo
ensina, comparando as coisas espirituais com as
espirituais. Ora, o homem natural não compreende
as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual
discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para
que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de
Cristo.” (1Co 2.9-16)

É possível estudar a Deus?


Claro. Mas não totalmente. (Tranquilize-se porque isso não é agnos-
ticismo, é apenas uma constatação quanto à profundidade da revelação:
hoje vemos em parte.) Podemos conhecer a Deus como Ele se revela.
Isso significa que a Teologia tem limites: ela não vai além dos termos

Lição 4 - O que é Teologia? 95


da Revelação de Deus. Mesmo porque, se extrapolar estas fronteiras, a
Teologia não saberá que caminho seguir: “Ó profundidade das riquezas,
tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são
os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Por que quem
compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi o seu conselheiro?” (Rm
11.33 e 34). A Teologia, portanto, estuda a Deus a partir da Revelação de
Deus. Se procurássemos compreender o que há do Criador além da Sua
Palavra, não conseguiríamos. Se quiséssemos entendê-Lo na dimensão
de Sua Glória, não sobreviveríamos.
Uma boa forma de colocar as coisas é salientar que, epistemologica-
mente, o objeto de estudo da Teologia é a revelação de Deus, dada por
Deus ao homem. O Eterno Ser, então, passa a ser o alvo da investigação
teológica a partir de seu objeto, a Bíblia.
Como pode ser possível, então, estudar algo que impõe limites ao conhe-
cimento de Si? É neste ponto que a Teologia dista de qualquer ciência. A
Biologia, por exemplo, tomaria o Criador somente como algo a ser estudado,
enquanto a Teologia O busca conforme Ele se dá a conhecer. Para nós, o
Criador não é o objetivo de alguma investigação, mas o alvo da adoração.
Já vi muitas pessoas reagirem a essa afirmação dizendo que adorar
é uma atitude cega, anti-intelectual. Mas é justamente o contrário disso!
Quando disse à mulher samaritana que havia chegado o momento dos
adoradores, Jesus salientou que eles agiriam em espírito (devoção) e em
verdade (consciência e conhecimento) – biblicamente, verdade não é
apenas autenticidade, mas sabedoria. É claro que nem tudo o que há
para saber sobre Deus está disponível na Revelação, mas o que há para
conhecer Dele nos é suficiente (“A minha graça te basta”, 2Co 12.9).
As distintas posturas do cientista que investiga e do crente que adora
se explicam pela diferença entre um enigma e um mistério. O primeiro
existe para ser desvendado, o segundo para desafiar a fé. O cientista
procura um enigma para desvendar, o cristão reconhece no mistério um
motivo para adorar. Qualquer cientista toma Deus como uma equação a
ser resolvida, enquanto o teólogo O reconhece como o propósito de sua
própria vida. Adorando, não decifrando, é assim que estudamos Deus.

O objetivo da Teologia
Nasci em 1980. Ainda nesta época escutei, não poucas vezes, que
a Teologia faria minar a espiritualidade dos crentes. À medida que

96 Identidade Teológica
avançamos na Teologia, entretanto, noto que nossos decanos estavam
certos: muitos crentes arrefeceram pela multiplicação do pretenso saber
teológico. Mas como isso foi acontecer? Fácil: o estudo teológico manteve
o objeto, mas perdeu o objetivo! É como se, tal qual Pilatos, a Teologia
indagasse “Que farei então de Jesus, chamado Cristo?” (Mt 27.22). O
problema dos teólogos tem sido fazer da Teologia um fim, e não um meio
pelo qual o Deus revelado é adorado.
Sem um objetivo espiritual, a Teologia torna-se inútil, um sistema
teórico limitado a observar e contemplar. Isso apeia o teólogo de sua
condição profética para a de reles espectador; incapaz de relacionar-se
com o Criador, ele só faz relatar aquilo que acredita ver. Ele conta, não
comunica. Fala, não ensina. Vê Cristo, mas não pode e nem quer tocar
a orla de Suas vestes.

Eu quero uma Teologia de resultados


Os frutos do academicismo teológico são cada vez menos parecidos
com Deus. Afinal, qualquer saber produzido distante do Senhor leva
o homem para mais longe de seu Criador. É por isso que a academia
teológica tem fabricado estudantes frustrados com Deus, pois eles a
procuraram em busca de resultados, mas receberam uma montanha de
ilações maior que o monte que pretendiam remover com as respostas.
Estéril, o academicismo é inútil e decepciona, mesmo assim não é
abandonado pelos intelectualoides, pois ele é o fole que insufla seus egos
enquanto brincam de sábios. Para exemplificar, transcrevi um fragmento
do discurso da Profª. Dra. Silvana Suaiden (à época titular da Pontifícia
Universidade Católica de Campinas), discorrendo sobre a obra de Milton
Schwantes, apontado como um dos maiores biblicistas da América
Latina. Não pretendo discutir os méritos escolares do Professor Milton,
mas a fala da Dra. Suaiden evidencia que o requisito primeiro para ser
importante na Academia é renunciar ao espírito, à verdade e à adoração:
O legado de Milton foi deixar um olhar sobre a Bíblia que pudesse,
com a ajuda desse discernimento, tornar a vida humana melhor para
todos [...] A sua paixão pela Bíblia não é porque ele sacralizasse a Bíblia
– no sentido de que tudo ali é a Palavra de Deus e nós só temos que
repetir porque está dada e é Lei [...] Milton nos dizia que determinados
textos não deviam ser lidos [...] e quando ele nos dizia que tal texto não
devia ser lido [...] ele se entregava com tudo neste estudo para decifrar

Lição 4 - O que é Teologia? 97


onde estava ali a mão de Deus e onde não estava. Então, a Bíblia deve ser
discernida. Ou melhor, a Palavra de Deus deve ser discernida na Bíblia.
(http://vimeo.com/77643058 - link para a íntegra do vídeo desta palestra
no Painel intitulado “Bíblia e Paixão”, na Semana de Estudos Teológicos
da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista)
Não me escandaliza saber que haja teólogos assim, mas verificar que
tantos crentes desejam ser assim – inclusive muitos irmãos pentecostais
que, ansiando por reconhecimento acadêmico, desprezam o conheci-
mento de Deus – me estarrece! Pessoas assim resumem o exercício teoló-
gico à desqualificação das Sagradas Escrituras e, consequentemente, de
seu Autor. Se isso é ser teólogo, rejeito completamente esta alcunha, pois
quero que meu legado seja apontar a Cristo como verdadeiro homem e
verdadeiro Deus, exatamente como a Bíblia diz que Ele foi, pois ela é a
inspirada, inerrante, infalível, completa e insubstituível Palavra de Deus.
É assim que se faz a Teologia de resultados.

EXERCÍCIOS
4.10 Marque apenas as afirmativas que estiverem corretas.
___a) A Teologia é tão ilimitada quanto Deus.
___b) A Teologia tem limites, que são os termos da Revelação
de Deus.
___c) A Teologia estuda Deus a partir da Revelação de Deus e
das pistas que Ele nos deixou na natureza.
___d) A Bíblia é o objeto da investigação teológica, cujo alvo é Deus.

Marque “C” para certo e “E” para errado.


___4.11 Deus limitou o acesso que temos à sua Revelação conforme
a Sua soberania.
___4.12 O acesso limitado que temos à Revelação de Deus não faz do
culto a Deus uma atividade anti-intelectual.
___4.13 Muitas almas se perdem devido à insuficiência daquilo que
Deus nos revelou.
___4.14 A impossibilidade de conhecer tudo a respeito de Deus deve
servir como estímulo à fé e à adoração.

98 Identidade Teológica
Escreva suas respostas abaixo

4.15 Explique como a sua fé em Deus tem tornado mais frutífero


o seu estudo sobre Deus, e como o seu estudo sobre Deus tem
fortalecido a sua fé?
_________________________________________________
_________________________________________________
________________________________________________
___________________________________________________

4.16 Leia a afirmação extraída do discurso da Profª. Dra. Silvana


Suaiden: “A Palavra de Deus deve ser discernida na Bíblia”.
Explique como esta afirmativa contraria o significado epistemo-
lógico do termo Teologia.
_________________________________________________
_________________________________________________
________________________________________________
___________________________________________________

TEXTO 3
O PÚLPITO DE MADEIRA: A ORIGEM DA (BOA) TEOLOGIA
Durante estes anos em que Jesus, por Seu amor, me tem permitido
militar no ensino teológico, tenho notado surpresa e desapontamento em
muitos alunos sempre que lhes digo que a boa Teologia nasce no púlpito
das igrejas, não nos seminários!
Também identifiquei a razão para tal estranheza: os alunos acham
questionáveis (e lhes dou a mão à palmatória) grande parte das pregações
(pelas quais tantas igrejas desembolsam tanto dinheiro). Como o púlpito
pode ser o nascedouro da boa Teologia se ela anda tão distante das
tribunas? Acrescento a esse, outro motivo – na verdade, uma pergunta:
se Teologia é estudo, como é possível praticá-la no templo e não na sala
de aula? Esta pergunta não tem a ver com uma percepção distorcida do
que é Teologia, mas com uma visão apequenada do que é a Igreja.

Lição 4 - O que é Teologia? 99


Primeiro o púlpito, depois a Academia

Olhando para trás, até onde os olhos alcançam na História, vemos a


maioria dos bons pregadores assentados nas carteiras escolares teológicas
antes de assumirem o ambão. Mas não foi assim que tudo começou. A
conjuntura que podemos ver é parte da estrutura que não conseguimos
enxergar. Se retornarmos, porém, aos tempos primitivos do Cristianismo,
veremos que o púlpito sempre existiu, mas a academia não. Voltando um
pouco mais, ficará evidente que desde os tempos do Antigo Testamento
o primeiro dos labores teológicos era a pregação, e qualquer ensino siste-
mático das Escrituras era promovido nos rituais, nas casas ou durante
as festas, mas não em seminários maiores ou institutos bíblicos. Logo, a
fonte da Teologia verdadeira é o púlpito.
Os apóstolos, e os pais apostólicos depois deles, não aprovavam o
esforço intelectual para formação de um arcabouço teológico moldado
à grega. Eles não queriam a helenização do pensamento cristão como
forma de aprimoramento1. Não que fossem contrários à Teologia. Longe
disso! Eles eram teólogos! O que não toleravam é que a palavra a se dizer
sobre Deus emanasse de outras fontes ou se misturasse a outras águas.
Sua nascente e seu leito só poderiam ser a Lei do Senhor, para desaguar
pura no coração dos homens – isso faz do púlpito o nascedouro da boa
Teologia. Mas por quê?
Mais adiante, quando discorrermos sobre a Teologia Exegética
(Capítulo 8), observaremos que o motivo que faz do púlpito o berço
da boa Teologia tem a ver com o sentido, a direção pela qual o conhe-
cimento teológico saudável chega: ele vem de dentro da Bíblia para
fora. Nasce dela, e vem para nós. Se estamos certos em nossa prática
homilética, e estamos, assomamos os púlpitos de nossas congregações
anunciando não meramente o que pensamos sobre o Senhor, mas aquilo
que o próprio Deus diz de Si, pois nossa palavra sobre Ele está baseada
na Palavra Dele. A Teologia do púlpito é a melhor que há, é a Teologia
que produz resultados, a que transforma a vida das pessoas, a que liberta
o pecador e consola o aflito, pois é a pregação da Palavra pela Palavra, e
o Evangelho é o poder de Deus.

1 Os saduceus (o grupo que mais ferrenhamente se opunha a Cristo) também intentavam a


helenização de sua teologia e cultura, no que eram rechaçados até pelos mal afamados fa-
riseus. Aliás, a postura farisaica nesse particular contribuiu para que esse grupo fosse, de
certa forma, admirado pelo povo.

100 Identidade Teológica


Um púlpito de madeira. Uma só finalidade
O texto imponente de Neemias 8.3 e 4 aponta de forma tão contun-
dente a origem da Teologia, ao mesmo tempo em que nos constrange
ao demonstrar o propósito do púlpito: “E leu no livro diante da praça,
que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio-dia, perante
homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o
povo estavam atentos ao livro da lei. E Esdras, o escriba, estava sobre
um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim”.
O epicentro do maior avivamento da história israelita foi uma
simples estrutura de tábuas e pregos. Era um púlpito feito de madeira
para um único propósito. Mas não nos enganemos pela simplicidade
daquela plataforma. Aquele não era um palanque improvisado, mas um
púlpito construído para o propósito único de anunciar a Lei de Deus.
Deu-se naquele dia o melhor dos exemplos de como se faz Teologia, de
como se faz a boa Teologia, e de como a boa Teologia é feita e a partir dos
púlpitos. Ao mesmo tempo em que a Palavra de Deus era lida ao povo,
Jesua, Bani, Sereias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaseias, Quelita,
Azarias, Josadave, Hanã, Pelaias e os levitas explicavam (Teologia verda-
deira, finita e criada) o seu sentido aos ouvintes – Ne 3.7-8.
Considerando a não simplicidade vivida em tantas igrejas, o púlpito
de madeira de Esdras é provocativo! Planejado para um uso específico, não
era palco, mas púlpito! Não era um camarote ricamente ornado. Não estava
organizado para definir pelos assentos quem é o mais importante e o mais
desimportante. A simples plataforma não rivalizara com o sermão dramático
sobre ela anunciado. Assim como a salvação não era a cruz, mas estava na
cruz, o poder não era aquele púlpito, mas o que se pregou em cima dele!
É por esta razão que a boa Teologia tem como berço o púlpito das igrejas.
Ele é o lugar primeiro em que se anuncia e explica o que Deus quer comunicar
através de Sua Palavra. Ainda que não poucos púlpitos sejam usados para
outros fins, originalmente a sua finalidade é anunciar a Palavra ao povo.
Os centros acadêmicos, por seu turno, com maior frequência que
as igrejas, vivem a distorção da Mensagem, o que produz vícios difíceis
de corrigir. É por isso que os seminários e institutos teológicos não são
o berço da boa Teologia, pois o orgulho de seus muitos mestres e a
autoproclamada sabedoria de seus estudantes servem de nascedouro às
aberrações como a interpretação não literal das Escrituras do alemão
Johann David Michaelis, ou de seu conterrâneo David Friedrich Strauss

Lição 4 - O que é Teologia? 101


(que propôs a substituição do Cristianismo por um materialismo evolu-
cionista), ou do brasileiro Othoniel Motta que se dizia “pai dos hereges”
e fazia orações pelos mortos2. Estes, e tantos outros, eram professores de
faculdades teológicas, seminários maiores e institutos bíblicos. E foram
presas da vaidade intelectual tão característica destes ambientes.
“Espere!”, você talvez diga, “Alguns parágrafos atrás eu li que seus
alunos indicavam escutar inúmeras más pregações nos púlpitos. Nos
púlpitos, não nos seminários! E agora?” É verdade, eu escrevi isso, mas
faltou dizer que todas as atrocidades bíblicas e absurdos teológicos que
já escutei ditos em tantos púlpitos foram proferidos por teólogos com
anéis, títulos e diplomas tantos que fica difícil contar. Por outro lado,
mesmo os mais simples pastores que conheci nunca ousaram afirmar
algo que não estivesse no texto bíblico e da forma como está na Bíblia.
Sei que isso nos desconcerta, afinal, ou fomos, ou somos, ou
queremos ser alunos de cursos teológicos. E dizendo estas coisas, parece
que eu estou defendendo um retorno aos superados anos 1950 e 1960,
quando se combatia a utilidade da Teologia com base em seus danos
potenciais. Mas o que pretendo é ajudar a construir nossa identidade
teológica, sobretudo de confissão pentecostal, que anda tão descaracteri-
zada. Saberei estar no caminho certo quando puder fazer entender que o
seminário é servo da igreja, e não o contrário. Na academia devemos nos
esforçar para sistematizar a pregação nascida no coração dos pastores. E
se tiver de optar entre um professor ou um pastor, escolherei o último,
pois as ovelhas se dispersaram no dia em que lhe tiraram o Pastor!

CONCLUSÃO
Muitos teólogos se esquecem de que a Teologia se define tanto pelo
objeto que tem, como pelo objetivo que possui. Não se trata apenas
de exercício intelectual ou academicismo. Quando pensamos sobre
Deus e, debruçados sobre Sua Palavra, meditamos nEle, estamos nos
relacionando com Ele. Para que a Teologia não se perca em um discurso
meramente intelectual e sem verdadeira profundidade, os teólogos devem
buscar um relacionamento íntimo e verdadeiro com Deus (Capítulo 13).
Acredito que neste ponto os pentecostais estamos em sensível vantagem
no modo como fazemos Teologia.

2 ALMEIDA, Abraão de. Teologia Contemporânea. CPAD. Rio de Janeiro. 4ª edição, 2002.
Página 123.

102 Identidade Teológica


EXERCÍCIOS
Escreva suas respostas abaixo

4.17 Por que o seminário é servo da igreja, e não o contrário?


_________________________________________________
_________________________________________________
________________________________________________
___________________________________________________

REVISÃO DA LIÇÃO
Assinale com “x” as alternativas corretas.

4.18 Sabemos que a Teologia nada mais é do que uma palavra sobre
Deus. Isso faz com que qualquer pessoa que pense a respeito de
Deus a faça. Sobre isso, é certo afirmar que
___b) independente de sua origem (hindu, espírita, cristã ou
outras), toda teologia produzida é boa e deve ser aceita
como verdade, pois todas falam sobre Deus.
___c) apesar da grande quantidade de teologias, não existe uma
teologia boa ou correta, pois não passam de pensamentos
humanos.
___d) hoje, devido às tantas teologias precisamos ficar atentos,
pois nem toda teologia é boa.
___e) devemos ignorar todos esses tipos de teologias, pois eles
servem apenas para confundir e afastar o homem de Deus.

4.19 Toda ciência possui um objeto de estudo e é por meio desse objeto
que se elaboram hipóteses, teses e investigações. Já que a Teologia
também é uma ciência, ela também possui seu objeto de estudo,
que é Deus. Leia as alternativas abaixo e assinale a correta.
___a) O objetivo da Teologia é conhecer a Deus, suas ações
e a forma com que Ele se relaciona com suas criaturas,
e para isso a Teologia precisa ir além dos termos da
Revelação de Deus. Só assim é possível alcançar os
resultados desejados.

Lição 4 - O que é Teologia? 103


___b) Devemos buscar compreender o objeto de estudo da
Teologia além de sua Palavra, pois só assim será possível
entendermos a dimensão de sua glória.
___c) Muitos não compreendem que devemos estudar Deus
como Ele é, e entender que não dependemos dos termos da
Revelação de Deus. Precisamos passar desses limites e extra-
polar as fronteiras da Teologia. Só assim poderemos realmente
conhecer o tão estimado objeto de estudo da Teologia, Deus.
___d) É possível estudarmos Deus, não como Ele é, mas sim como
Ele se revela, a Teologia é vista como uma ciência diferente
das demais, pois ela não trata Deus como apenas um
objetivo de investigação, mas sim o alvo de sua adoração.
Conhecemos a Deus adorando-O e não decifrando-O.
___e) Apenas a) e b) estão corretas.

4.20 Há algumas décadas, atrás se ouvia muitos crentes dizerem que a


Teologia não era boa, que ela poderia diminuir a espiritualidade
e a fé dos cristãos. Hoje podemos confirmar que aqueles crentes
não estavam tão errados. Muitos cristãos infelizmente arrefe-
ceram sob a teologia. Sobre isso, assinale a alternativa correta.
___a) Isso aconteceu porque muitos teólogos, ao estudarem,
perderam seu objetivo, acabaram utilizando a Teologia
como um fim e não um meio pela qual a Revelação possa
ser compreendida.
___b) Muitos perderam o objetivo da Teologia e fizeram dela
um fim, mas nem por isso deixaram de adorar o objeto
de estudo.
___c) Mesmo que o Deus Revelado não seja adorado, a Teologia
consegue manter seu objetivo, e é esse objetivo que a torna
útil e eficaz.
___d) O maior objetivo da Teologia é relacionar-se com o Criador,
mas para isso ela não precisa relacionar-se com Deus.
___e) Apenas a alternativa a) está errada.

4.21 Na fala da Profª. Dra. Suadein, ela nos diz: “Milton nos dizia
que determinados textos não deviam ser lidos [...] e quando ele
nos dizia que tal texto não devia ser lido [...] ele se entregava com

104 Identidade Teológica


tudo nesse estudo para decifrar onde estava ali a mão de Deus e
onde não estava. Então a Bíblia deve ser discernida. Ou melhor,
a Palavra de Deus deve ser discernida na Bíblia”. Sobre o modo
de pensar do Professor Milton, podemos concluir que
___a) infelizmente há cristãos que pensam dessa maneira.
Deixam as Escrituras de lado e renunciam o objeto da
Teologia, Deus. Isso acontece porque essas pessoas acabam
preocupando-se mais com o reconhecimento acadêmico o
que as distanciam do conhecimento de Deus.
___b) pensar dessa maneira não é tão errado, pois ninguém
pode garantir que as Escrituras estão completamente
corretas. Por isso é correto ao lermos a Bíblia, obser-
varmos se realmente a “mão” de Deus está nas Escrituras.
___c) qualquer um que produzir saber longe do Senhor estará
sujeito a ir cada vez mais longe dele, pois sua busca
torna-se estéril e inútil.
___d) devemos utilizar a Teologia para buscar resultados
precisos a respeito de Deus.
___e) Apenas a) e c) estão corretas.

Marque “C” para certo e “E” para errado.

___4.22 Desde os tempos primitivos do Cristianismo, vemos que a


academia sempre existiu, já o púlpito é mais recente.
___4.23 No Antigo Testamento os seminários e institutos bíblicos
eram realizados nas casas, ou dependendo da época, durante
as festas. Estes foram os primeiros trabalhos teológicos. Após
isso, vieram os tão conhecidos púlpitos.
___4.24 Muitos apóstolos não queriam a helenização do pensamento
cristão, não admitiam a ideia de que a Palavra de Deus
emanasse de outras fontes.
___4.25 Quando há transformação de vida e libertação do pecado,
podemos afirmar que isso é a boa Teologia.
___4.26 Toda palavra ou pensamento sobre Deus é teologia, portanto,
nem todas as teologias são boas.

Lição 4 - O que é Teologia? 105


___4.27 Toda ciência possui seu objeto de estudo, porém a Teologia é
uma ciência que tenta deixar seu objeto o mais longe possível.
___4.28 A Teologia estuda Deus como Ele é, e não precisa de
nenhuma fonte de revelação para isso.
___4.29 A boa teologia é aquela que não vê o seu objeto de estudo
como apenas o alvo de uma investigação, mas o alvo de sua
adoração.
___4.30 Ao compararmos o cientista e o crente, veremos que o
cientista tem o seu foco na investigação e respostas para os
mistérios, já o cristão tem o mistério como um motivo para
adorar o Criador.
___4.31 Durante as décadas percebemos que a Teologia conseguiu
manter seu objeto de estudo sem nunca perder o objetivo.
___4.32 A Teologia não pode ser vista como um fim, mas um meio
pelo qual a Revelação possa ser compreendida.
___4.33 Não é necessário um objetivo espiritual para a Teologia
tornar-se útil ou relacionar-se com o Criador.
___4.34 Mesmo quando é produzida longe de Deus, a Teologia sempre
aproximará o homem e Deus.
___4.35 Ao estudarmos Deus, devemos estar cientes de que nunca
conseguiremos estudá-lo como Ele é, mas sim das maneiras
em que Ele se revela. Jamais poderemos passar desse limite.

Associe a coluna “A” à coluna “B”.


Associe cada definição com seu termo teológico correspondente.
Coluna “A”
___4.36 É praticado por aqueles que leem e creem nas Escrituras.
___4.37 Apesar de sua proximidade com a filosofia, podemos defini-la
como um sistema doutrinário sobre Deus e sobre o que ele revelou.
___4.38 É onde a teologia é considerada a mãe de todas as ciências e o
ser humano é visto de forma diferente do restante da criação.

106 Identidade Teológica


Coluna “B”
A. Teologia Ampla
B. Teologia Estrita
C. Teologia Genuína

Lição 4 - O que é Teologia? 107

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