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INTRODUÇÃO
META
OBJETIVOS
foi deposta de seu trono, e, em muitos casos, manda ao exílio, e um suplantador reina.
Suplantamos a teologia pela religião” (SPROUL, 2017, p.16).
É importante relembrar a Teologia como “a rainha das ciências” na Idade Média
e também por ocasião da Reforma Protestante, pois os principais centros
universitários dispunham de formação stricto sensu na perspectiva de doutorado.
Nessa época, os três principais doutorados eram em Medicina, Engenharia e em
Teologia. Martinho Lutero, o principal dos reformadores, era doutor em Teologia.
Depois que falamos sobre a relevância da Teologia com parte integrante do
saber humano, e que além disso, sua importância excede outras áreas do saber, pois
como campo de conhecimento a Teologia não apenas informa, mas transforma. Agora
é conveniente perguntar: de onde vem a Teologia?
A palavra teologia vem do sufixo logia que vem da sua origem grega logos que
encontramos em João 1.1. O vocábulo grego logos significa “ideia” ou “palavra”, é
também que dessa palavra obtemos a nossa palavra lógica.
A primeira parte da palavra teologia vem do vocábulo grego theos, que significa
“deus”. Então é correto afirmar que a teologia é a palavra ou a lógica sobre Deus
mesmo.
Uma importante definição de teologia vem do teólogo da Universidade de
Oxford, Alister Mcgrath. Segundo Mcgrath (2010, p.167) “a palavra ‘teologia’ pode
facilmente ser decomposta em duas palavras gregas: theos (Deus) e logos (palavra).
Portanto, a ‘teologia’ é discursar sobre Deus, mais ou menos da mesma forma que a
‘biologia’ é discursar sobre a vida (do grego: bios). Se existe um único Deus e se esse
vem a ser o ‘Deus dos cristãos’ (para empregar uma frase de Tertuliano, um escritor
do século II), logo, daí decorre o fato de que a natureza e o escopo da teologia se
encontram relativamente bem definidos: a teologia representa a reflexão a respeito do
Deus a quem os cristãos louvam e adoram”.
O Cristianismo surgiu e cresceu em um mundo politeista onde a crença em
muitas divindades era algo normal. Em Romanos 4 e 5, o apóstolo Paulo fala sobre o
único Deus dos cristãos, e destaca o patriarca como como pai daqueles que acreditam
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em único Deus. Então, em algum momento foi necessário relacionar a fé cristã com a
fé dos antigos patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó).
Mcgrath (2010, p.167) defende que “a doutrina da Trindade parece ter sido, ao
menos em parte, uma resposta a essa pressão, no sentido de identificar o deus sobre
o qual os teólogos cristãos estavam falando. Com o passar do tempo, o politeismo
veio a ser considerado como algo ultrapassado e um tanto primitivo. A suposição
acerca da existência de um único deus, em que este era considerado idêntico ao Deus
dos cristãos, tornou-se tão difundida que, até o início da Idade Média na Europa,
parecia algo patente, que dispensava provas ou explicações”. Isto é confirmado na
época áurea da Idade Média quando Tomás de Aquino desenvolve suas teses em
favor da existência de Deus. Na sua argumentação ele prova a existência de Deus, e
que esse Deus era exatamente aquele a quem os cristãos professavam. Pois não
existia um outro.
Ainda nessa época, a teologia era considerada apenas uma análise sistemática
da natureza e desígnios de Deus. Essencialmente era até considerada obsoleta
devido tentar falar de um ser divino que era totalmente diferente dos seres humanos.
Nessa mesma direção, o entendimento de Mcgrath era que “embora
inicialmente o termo ‘teologia’ significasse a ‘doutrina de Deus’, o termo adquiriu
sutilmente um novo sentido, nos séculos XII e XIII, à medida que a Universidade de
Paris começou a se desenvolver. Era necessário encontrar uma designação para o
estudo sistemático, de nível universitário, voltado à fé cristã. A expressão latina
theologia, sob a influência de escritores parisienses como Pedro Abelardo e Gilberto
de la Porree, passou a significar ‘a disciplina da ciência sagrada’ que abrangia a
totalidade da doutrina cristã, e não somente a doutrina de Deus” (MCGRATH, 2010,
p. 168).
Porém, com a chegada do Iluminismo, houve uma séria mudança no conceito
e compreensão da teologia. Isso se deu pelo surgimento de ciências como a
Sociologia e Antropologia que deram ênfase aos estudos da religião e das religiões, e
com isso, surge a chamada Ciências da Religião. Pois o foco da investigação humana
agora não é apenas a divindade. A partir de então, o cerne dos estudos será o
fenômeno religioso que busca compreender a manifestação do sagrado. Com essa
modificação, a teologia foi quase suplantada pela fenomenologia. O Cristianismo teve
que ver o florescimento do Budismo Teravada e do Hinduísmo Advaitin. Ou seja, o
politeísmo voltou com força no período moderno.
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EPISTEMOLOGIA CRISTÃ
SÍNTESE DA AULA