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TEÓLOGO?
Se, pois, a teologia é uma ciência, então ela deve incluir algo
mais do que o mero conhecimento de fatos. Deve abranger
uma exibição da relação interna desses fatos, um com o
outro, e cada um com um todo. Deve ser capaz de
demonstrar que, se um for admitido, os outros não podem
ser negados.
Pelo exposto acima, ainda a luta continua, porém, cremos que a teologia
pode gurar como ciência no seu aspecto em que se classi ca como um
estudo sério e cuidadoso das páginas das Sagradas Escrituras, em especial da
questão de relacionar os fatos visíveis com aquilo que o próprio texto expõe.
Proceder assim é relevante para que a gura dos dois tipos de teólogos
venha surgir:
Qualquer pessoa pode ser teólogo nesses dois sentidos, mas alguém poderia
perguntar: mas como ser um bom teólogo? Esse é o grande problema, pois
eu posso ser um teólogo livre, bom ou ruim, como posso também ser um
teólogo formado, bom ou ruim.
Para responder a essa pergunta, quanto à questão do bom teólogo, posso
dizer que o bom teólogo é aquele que tem no coração o temor de Deus, que
se aproxima Dele com total reverência, que sabe tirar as sandálias dos seus
pés, são esses teólogos que podem ter mais conhecimento de Deus, porque
amam de fato a Palavra do Senhor (Êx 3.5; Pv 1.7. Sl 119.99).
Portanto, quem deseja ser um bom teólogo precisa render-se diante da
Palavra de Deus, pois nela Deus concedeu ao homem o registro de suas
revelações, que se deu das mais diversas formas (Hb 1.1). Richard J. Sturz3
está certo quando diz:
Estudar sobre Deus é algo que deve ser feito com fé, mas também com a
mente, note que o salmista falou que devemos olhar para a criação com a
nossa razão, e glori car ao Deus criador por tudo o que Ele fez (Sl 19.1.1-4).
Assim como fé as obras devem andar juntas, fé e razão não podem separar-
se, especialmente no que tange ao estudo da Palavra de Deus. Pedro disse
que nós temos que estar preparados para responder com mansidão os que
pedirem “razão” da nossa fé (1 Pe 3.15).
Por causa do pecado o homem passou a pensar errado sobre Deus, isso está
provado na própria Bíblia (Rm 1.18-32). O teólogo A. B Langston6 nesse
particular pontua com precisão, quando esclarece que os poderes mentais do
homem, tudo foi corrompido pelo pecado:
a. Deus (2 Tm 3.16).
b. Diabo (1 Tm 4.1-4)
Prolegômenos e teologia
A teologia
A palavra teologia vem do grego, ela expressa não apenas um estudo sobre
Deus, mas procura fazer isso de modo que envolva a fé e a razão (Mc 12.30).
eos quer dizer Deus, lógica que diz estudo; assim, podemos dizer que
Teologia é um estudo sobre a pessoa de Deus, envolvendo o lado racional (Sl
19.1-3). Nas palavras do teólogo R. C Sproul8 a teologia é de nida da
seguinte maneira:
A teologia bíblica atenta para os motivos pelo qual determinado texto foi
escrito, procura conhecer a vida de cada autor, a quem se dirigiu o livro. Por
último, quem se detém ao estudo da teologia bíblica sistemática, deve saber
que ela tem o seu lado progressivo, por isso as revelações não foram
concedidas todas em uma só vez, mas que envolveu muitas outras questões:
tempo, diversas pessoas, lugares diferentes, culturas diferentes. Só que hoje o
que está na Bíblia já foi concluído.
Vamos encerrar esse ponto dizendo o seguinte: a teologia deve ser bíblica,
sua fonte não pode ser outra coisa senão a Palavra viva de Deus. Um
estudante de teologia pode buscar outras fontes de estudos, mas a que pode
realmente gerar uma doutrina sadia e verdadeira é a Bíblia Sagrada.
A teologia sistemática procura mostrar de modo organizado às revelações de
Deus contidas na Bíblia, jamais ela deve procurar desfazer das verdades
escriturística, pois ninguém tem essa autoridade, nem mesmo os anjos ou
qualquer outro obreiro (Gl 1.8).
8 SPROUL, R. C. Somos todos teólogos: uma introdução à teologia sistemática, São José dos Campos,
São Paulo: Fiel, 2017. p. 16.
9 SAWYER, M. James, Uma Introdução à Teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor
teológico, São Paulo: Editora Vida, 2009.p. 222.
FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA
O que é fundamento?
Já falamos que a fonte da nossa teologia é a Bíblia, sendo assim, temos que
buscar a sua compreensão da melhor maneira possível, usando bem a
exegese e a hermenêutica, pois somente desse modo iremos construir bem a
nossa fé.
Não se começa uma estrutura espiritual estudando livros exaustivos de
teologias, pensamentos de renomados teólogos, pois sabemos,
historicamente, que os grandes estudiosos do passado se converteram com a
simples mensagem da Palavra do Senhor. Antes de fazer o prédio
precisamos primeiro dos alicerces, depois vêm os pequenos tijolos. Nossa fé
começa com as pequenas passagens dos textos bíblicos (Ef 2.20-22).
Não podemos negar a grande contribuição dos teólogos patrísticos e
medievais no campo teológico, mas também somos cônscios dos muitos
erros que ainda hoje afetam a nossa fé e que vieram de suas interpretações
complicadíssimas, por isso precisamos seguir o mesmo método de Jesus no
uso dos ensinos da Palavra de Deus: Ele fazia de maneira bem simples
usando as parábolas, dando exemplo de coisas que as pessoas faziam no seu
viver diário.
Nós temos em nossas Bíblias dois testamentos: O Velho e o Novo. O Velho
Testamento estava em processo de construção, era progressivo, apontava
para tudo o que iria acontecer. O Novo Testamento é fechado, o
complemento cabal, sendo assim, sua importância para a questão
doutrinária é mais relevante. O Velho Testamento seria como uma
introdução para o Novo, pois no Novo Testamento nós temos o
complemento de tudo.
Como falamos acima, é importante que as nossas opiniões quanto à questão
da fé sejam provenientes das páginas áureas da Palavra de Deus. Os teólogos
neo-ortodoxos e liberais discordam disso, e procuram atacar os
conservadores, que buscam fundamentar tudo na Bíblia.
Quem sempre recorre às Escrituras Sagradas terá opiniões conservadoras.
Uma pessoa que sempre está atenta para as notas de rodapé de uma Bíblia
vai encontrar opiniões de determinados teólogos que confrontam a Palavra
de Deus, então perguntamos: Ficaremos com o renomado teólogo ou com a
Bíblia?
Nossas exposições teológicas, pareceres, tudo deve estar bem ligado e
fundamentado com a Palavra de Deus, o próprio Paulo falou que só
entregava aquilo que havia recebido do Senhor (1 Co 11.25). Não procure
inventar, criar coisas que estão fora do texto bíblico; seja el, pois Deus só
tem promessa para aqueles que são éis à sua Palavra profética (Ap 22.19).
Note que nas palavras de Alister o que se percebe é que essa sistematização
se dá do ponto de vista da fé por meio do credo apostólico. Na segunda
conotação a de nição é mais metodológica, esclarecendo como tudo está
organizado.
A teologia exegética
b. Por qual motivo não podemos estudar a Bíblia somente espiritualizando? (1 Co 14.15)
(Rm 12.1)
d. O que é Teologia? De que maneira deve ser feito os estudos teológicos, segundo Mc
12.30 e Sl 19.1-3?
g. Se alguém desejar ser um bom estudante de teologia, quais pontos que deve ter em
mente, biblicamente?
h. “Um bom e verdadeiro teólogo quem faz não são os livros”, discorra sobre essa
a rmativa tendo como base Jo 16.12-15.
A AUTORIDADE DIVINA NO
ESTUDO TEOLÓGICO
Os liberais
Neo-ortodoxia
Os ortodoxos
12 SAWYER, James M. Uma Introdução à teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor
teológico, São Paulo: Editora Vida, 2009. p. 133.
DOIS MOMENTOS HISTÓRICOS
DA TEOLOGIA
Não parece nada de mais tentar adaptar as verdades da Bíblia para o povo de
sua época, nesse caminho andou os apóstolos, e o grande teólogo do terceiro
século, Orígenes. Mas é bom entender o seguinte: os apóstolos procuraram
falar do mesmo Evangelho apenas usando metodologia diferente para outras
pessoas, sem alterar o seu conteúdo, conforme fez Paulo. Fiz-me como fraco
para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para pôr
todos os meios chegar a salvar alguns. (1Co 9:22).
Os servos de Deus no passado procuravam levar a verdade divina
adaptando-a a cada situação dos seus ouvintes. Assim, os teólogos alemães
tiveram a intenção de romper com o abismo existente entre a Bíblia e o
homem moderno, daí buscaram adaptar essas verdades tornando-as
acessíveis à modernidade.
No século dezoito o que se dava ênfase demasiada era a con ança na razão
do homem, é bom lembrar que ainda no século 18 dezoito o pietismo seguia
esse caminho, pois dava-se ênfase ao homem e suas experiências. Entende-
se então que o iluminismo e o pietismo estavam a nados na questão de se
con ar no homem.
A teologia alemã não vai ser diferente, ela toma o homem como o seu ponto
de partida para sua teologia, valorizando seus sentimentos, sua razão, sua
moral. Alguns teólogos alemães passaram a a rmar que a fé era fruto do
espírito humano, assim, deixou-se de lado a Palavra de Deus e a tônica
maior é o homem.
Já anteriormente falamos de Friedrich Schleiermacher (1768-183), ele deu
muita munição para a teologia do século dezenove, o que posteriormente
causará grande in uência, ele foi o mais destacado.
No pensar de Schleiermacher, a religião não estaria ligada a questão da
praticidade, ou seja, do fazer, conhecer, mas ela seria apenas intuitiva, um
desejo muito forte pelo eterno, in nito, um sentimento de dependência por
um ser absoluto, é nesse prisma que se diz que para ele a religião baseava-se
simplesmente nos sentimentos.
Tendo sua teologia baseada nos sentimentos, Schleiermacher confrontou as
especulações teológicas, moralismo e o racionalismo. Para entendermos
bem a dita teologia dos sentimentos, note que para esse teólogo alemão o
pecado não é entendido como nós entendemos, apenas consistia na falta da
consciência da dependência divina ou absoluta.
Para Schleiermacher nenhum homem mortal teria a capacidade de uma
consciência plena da dependência absoluta de modo constante, somente
Jesus tinha essa capacidade, razão pela qual ele era considerado perfeito. Ele
a rmava que o trabalho de Jesus estava presente na igreja, isto porque o os
seus sentimentos religiosos foram desenvolvidos.
Jesus Cristo salva os crentes pelos sentimentos religiosos, os quais estão
presentes ou embutidos no poder da sua consciência de Deus. Obras de
destaque desse teólogo foram veiculadas: Discurso sobre a Religião para os
desenhadores de cultos (1799), A fé cristã segundo os princípios da Igreja
Evangélica (1821). Nessas obras estão presentes seus pensamentos sobre a
teologia dos sentimentos.
Teologia Racional
Essa teologia brotou da análise feita por um grupo de teólogos, que de modo
racional buscaram dar uma interpretação da existência da igreja. Eles diziam
que a igreja surgiu porque se apegou a um mestre do judaísmo denominado
de Jesus, o qual não era Deus, mas que os seus seguidores, especialmente
seus discípulos o tornaram Deus.
É bom lembrar que foi nesse tempo também, do século XIX que a Bíblia foi
totalmente marginalizada, na verdade, se fazia a leitura e estudo dela,
porém, sua leitura não era feita com o objetivo de se viver o que ela pregava,
mas para criticá-la. Sabemos que desde o momento do Iluminismo, a Bíblia
passou a ser lida não mais como Palavra de Deus, no seu aspecto dogmático,
mas tão somente como um documento qualquer, assim, claramente no
século XIX a Bíblia será analisada e estudada por homens anti-
sobrenaturais.
Foi nesse tempo que o Velho Testamento foi seriamente combatido,
sofrendo críticas severas, que dentre muitas coisas que começaram a criticar
a Bíblia, passaram a dizer que os livros de Moisés, o Pentateuco, jamais
foram escritos por Moisés, e que esses cinco livros na verdade foram escritos
em tempos posteriores, ou seja, em um período tardio na história de Israel,
fundamentado em documentos antigos, de modo que tal conteúdo
originou-se de muitas outras fontes, o que é denominado de hipótese
documentária ou então a dita teoria JEDP14. Eles passaram a dizer que o
livro do profeta Isaías foi escrito por dois autores, o livro de Daniel era
intertestamentário.
Também o Novo Testamento não cou de fora, ele sofreu críticas pesadas,
em especial no tocante a Jesus Cristo, que para Ele deram diversas vidas,
pois buscou-se voltar para Ele através do homem histórico na apresentação
dos textos dos Evangelhos.
Um nome de destaque desse tipo de pensamento foi Fernando Cristiano
Baur (1792-1860). A ênfase desse teólogo pautava-se na razão, ele teve
diversos seguidores, os quais deram origem à denominada Escola de
Tubingen. Podemos dizer que a Escola de Tubingen rmou-se no
pensamento de Hegel, pois segundo Baur a igreja primitiva foi construída
em três bases:
a. Cristianismo judaico-tese.
Segundo Baur, a primeira fase da igreja era petrina, tendo seu fundamento
em Mateus e Apocalipse. A segunda fase seria paulina, fundamentando-se
nas cartas de Paulo: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas e Lucas. A terceira
fase estaria rmada em Atos e João. Entende-se então que Baur, segundo
suas análises racionais, pôde mudar a mensagem do Novo Testamento.
Consubstanciando esse seu pensamento, M. J. Sawyer, diz:
Opondo-se ao naturalismo
Adolf von Harnack (1851-1930) foi aluno de Ritschl, esse andou nos passos
do seu mestre, a rma-se que ele é o maior emblema da teologia liberal. Diz-
se que Adolf foi o maior historiador do cristianismo em sua época, sua obra
tornou-se um modelo padrão para o outro século vindouro, uma de suas
obras de destaque é a História Dogmática (History of Dogma), apesar dos
seus méritos, ele caminhou grandemente na estrada do liberalismo.
Para Adolf Von Harnack, o original do Evangelho era puramente
corrompido, no período do Novo Testamento, ele transforma a religião de
Jesus acerca de Jesus. Segundo ele, tudo ca ainda mais corrompido desde
que o cristianismo vai deixando sua gênese judaica e entrando para o
contexto do mundo helenista, visto que é aí que a mensagem tanto em
referência a trindade e as duas naturezas de Cristo será plenamente
distorcida. Para Adolfo o que o teólogo precisava fazer era tão somente
buscar um retorno ao Evangelho tirando os elementos do helenismo e
buscando apresentar somente aquilo que fosse real e permanente. Na
verdade, concedeu o credo do liberalismo, pois ensinava que Jesus pregou a
paternidade de Deus e o valor in nito da alma humana.
Segundo Harnack o Evangelho não tinha ligação direta com Jesus, o Filho
de Deus, mas apenas com o Pai, com essa posição passa a se dizer algo muito
absurdo, que aquilo que Jesus pregava não demandava nenhum tipo de
crença em sua pessoa e nem tão pouco dava autoridade aos seus ditos
mandamentos, de modo geral, ele ensinava que os ensinos ou doutrina
referente à Jesus Cristo era fundamentado no próprio Cristo, porém, tudo
foi alterado, modi cado pelos seus discípulos, seus seguidores, inclusive
Paulo. Nesse particular vamos novamente fazer uso das palavras de M. J.
Sawyer, que diz:
13 MCGRATH E. Alister, Teologia Sistemática: sistemática, histórica e losó ca- uma introdução à
teologia cristã. P. 138.
14 J-Javé como nome de Deus. E- Elohim. D- Deuteronomista. P- Sacerdotal.
A TEOLOGIA HISTÓRICO-
CRÍTICA
Por vezes pensamos que nesse período não havia ninguém que alçasse sua
voz contra tais ensinos, na verdade, tinha os ortodoxos que atentavam
seriamente para a Palavra de Deus. Citaremos alguns que foram guras
célebres, os quais, em suas teologias tinham a Palavra de Deus como a
verdade revelada.
Primeiramente falaremos do Holandês Hermann Frederico Kohl Brugge
(1803-1875). Ele atuou no seu ministério na Alemanha, em seus ensinos,
reagiu fortemente contra o posicionamento do pietismo, o qual dava ênfase
no homem devoto, deixando bem claro que tudo deveria estar plenamente
rmado na Palavra de Deus, é Dela que se deve dar maior ênfase.
Essa ênfase dada a Palavra aconteceu porque esse teólogo não procurou
criar ideias de sua própria mente, antes rendeu-se ao Estudo da Palavra,
especialmente o livro de Romanos, que no capítulo 7.1, entendeu que até o
homem que é regenerado é carnal, apenas Jesus é verdadeiramente
espiritual, de modo que Ele é tanto a nossa justi cação como santi cação.
Kohl Brugge entendia que o homem deveria voltar-se plenamente para
Cristo, pois caso ele tentasse viver uma santidade por seus próprios esforços,
então já estaria em uma ação pecaminosa, pois nesse caso ele estaria
colocando de ser algo em si mesmo.
Kohl Brugge e seus seguidores eram apegados à Palavra, sempre eles
estavam fazendo citações do Salmo 81.11; Is 55.1; Mt 10.8. A tônica de Kohl
Brugge era a fé, como também fez Lutero, dentre outros reformadores.
O segundo nome é o do dinamarquês Soren Kierkegaard (1813-1855), ele
também reagiu contra o posicionamento do pietismo, porém, em sua ação
confrontou a secularização do cristianismo, ele dizia que para ser cristão
exige-se muito do homem. Pelo pensamento desse pensador cristão se
entende:
16
Como pensador cristão, Kierkegaard defendeu o
conhecimento da fé contra a supremacia da razão. Ele
a rmava que a existência humana possui três dimensões: a
dimensão estética, na qual se procura o prazer; a dimensão
ética, na qual se vivencia o problema da liberdade e da
contradição e entre o prazer e o dever; a dimensão religiosa,
marcada pela fé. De acordo com Kierkegaard, cabe ao
homem escolher em que dimensão ele quer viver, já que se
trata de dimensões que se excluem entre si. Essas dimensões
podem ser entendidas, também, como etapas pela qual o
homem passa durante a sua existência: primeiro viria a
estética, depois a ética, e, por último, a religiosa, que seria a
mais elevada.
Para Kierkegaard, no campo da relação religiosa, o que era importante é que
no relacionamento do homem com Deus aconteceria algo importantíssimo,
que seria a superação da angústia e do desespero, porém, isso seria marcado
por um paradoxo, pois a pessoa deveria viver tendo de compreender pela fé
o que é incompreensível pela razão.
Seguindo o pensamento de Cristo exposto no Evangelho, que para ser
discípulo tem que perder tudo. Porque aquele que quiser salvar a sua vida,
perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. (Mt
16:25). Ele dizia que crer em Cristo era colocar a vida em risco, sofrer,
sacri car-se. Essa verdade havia sido esquecida pela Igreja.
Esse teólogo e lósofo procurou evidenciar que um verdadeiro cristão tem
que sofrer. Sua missão como docente era despertar a igreja para essa
verdade. Hoje estamos precisando de teólogos e lósofos que procurem
ensinar também o que é verdadeiramente ser um cristão.
Os ensinos de Kierkegaard impactou profundamente a teologia, loso a,
psicologia do século seguinte, posto que seu ensino era de que ser cristão
envolve sofrimento. Essas verdades ele tirou das próprias páginas das
Sagradas Escrituras, pois os apóstolos, inclusive a comunidade de Cristo,
sempre foram todos sofredores.
15 FRANCISCO, Clyde T. Introdução ao Velho Testamento, Rio de Janeiro: JUERP, 1990, p.13,14.
16 COTRIM, Gilberto, Fundamentos da Filoso a, p 198
QUESTIONÁRIO MÓDULO 2
Logo após a I Guerra Mundial, uma nova leitura da Bíblia começou a ser
feita, de modo que aconteceu uma renovação no aspecto teológico. Antes a
leitura era feita com base ou na centralidade do homem, doravante tudo se
pautará em Cristo, especialmente na mensagem da unidade da Bíblia.
Os estudiosos entenderam que havia unidade e diversidade na Bíblia, sendo
assim, não se poderia negar o Velho Testamento diante do Novo, e não
existia distorção de pensamento entre Pedro e Paulo.
Com essa nova leitura do texto, passou então a entender que de modo geral
a Bíblia procura mostrar no seu conteúdo a mensagem geral das boas novas
da salvação. Portanto, conclui-se que o alvo das Escrituras era apresentar
Jesus Cristo como salvador e Senhor.
Esse entendimento removeu de vez aquela concepção de que se deveria ler
os Evangelhos apenas como fatos históricos, para depois se tentar escrever
um tipo de biogra a sobre a vida de Jesus Cristo. A ênfase dos evangelistas,
especialmente João, deixou claro o propósito do Evangelho: Estes, porém,
foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para
que, crendo, tenhais vida em seu nome (Jo 20:31).
A reviravolta do período pós-guerra, no tocante ao ensino teológico, e que
doravante a Bíblia começou a ser vista na sua unidade e com o propósito
principal de proclamar Jesus Cristo como Salvador e Senhor, ponto muito
forte na teologia de Karl Barth.
Ninguém, especialmente os estudiosos de Barth, podem negar sua grande
in uência no campo teológico, mas não demorou para que ele, isso em 1950,
comece a ter um pouco de descrédito.
Frente a toda essa linha pensamento de Paul Tillich, o que se pode dizer é
que ele estava fortemente dominado pela loso a existencialista de
Kierkegaard, no demais, também ele estava dominado também pela
percepção da base histórica do cristianismo, no seu sistema teológico Tillich
torna-se para alguns por meio do seu sistema antiquado da tradição
idealista.
Por m, falando ainda de Paul Tillich, podemos nalizar destacando o seu
método da correlação, que nas palavras Ed. L. Miller e Stanley J. Grenz, se
pode dizer:
Emil Brunner
Por m, o último teólogo que iremos apresentar é Emil Brunner, que nasceu
em 1889, bem próximo a Zurique, educou-se na Universidade de Zurique e
em Berlim, recebendo o título de Ph. D (1913). Foi pastor atuando na
congregação de uma vila nas montanhas de Obstalden.
Depois de pastorear por 3 anos, Brunner deixa a congregação e vai para o
Seminário União, em Nova York, pois queria avançar ainda mais nos
estudos, logo então volta para as funções pastorais. Ele foi convidado a
lecionar na Universidade de Zurique teologia sistemática (1924), tornou-se
grande palestrante viajando pelos países da Europa e dos Estados Unidos.
Ele foi professor visitante em Princeton desde 1939-1940.
Tempos depois Brunner vai para o Japão, deixando Zurique, ali passou dois
anos para estabelecer a Universidade Cristã Internacional em Tóquio. Ao
retornar, ele sofre uma hemorragia cerebral que o torna quase debilitado,
mesmo assim continua a escrever até o dia da sua morte, que aconteceu em
1965.
Os estudiosos de Brunner dizem que ele tinha pensamento semelhante ao de
Barth, mas era totalmente independente quanto a isso, seus pensamentos
eram alicerçados e enraizados na tradição da Reforma, mas também bebeu
da fonte da tradição suíça e de sua herança da Reforma. Diz-se que quando
o movimento socialista penetrou na Suíça, provocou em Brunner uma
sensibilidade grandiosa, de modo que ele se voltou para as massas e as
indústrias.
Diz-se que Brunner mudou sua visão no aspecto socialista e cristocêntrico
através de Blumhardt, inclusive o método dialético, por meio do qual
evidenciou seu pensamento por toda a sua vida. Para Bruner a teologia
dialética tinha sua gênese no Espírito Santo, opondo-se então ao sistema do
pensamento losó co, teológico.
Como relatado anteriormente, é crível que quando Brunner encontrou o
teólogo Karl Barth, seu pensamento já estava bem rmado. Brunner, Barth e
Eduard urneysen dedicaram a estudar certos estudos de Lutero, depois
passaram a estudar João Calvino, eles a rmaram que nos estudos de Lutero
tiveram grande prazer, alegria, tudo foi feito com muito entusiasmo, o que
não poderiam dizer o mesmo quanto aos de Calvino.
Pelos estudos que zeram esses teólogos chegaram à conclusão de que que as
pequenas percepções no tocante à ménage bíblico tinha sido restauradas,
claro por pouco tempo, isso por meio da primeira geração de reformadores,
porém essa mensagem cou mais uma vez poluída, perdida, nas gerações
vindouras.
Não se pode negar que Brunner manifestava grande admiração pelos
reformadores, como também sua teologia se fundamentava neles, mas diz
que ele não era um admirador acrítico de Calvino e Lutero, respeitava a
autoridade deles, em todos os níveis, mas isso só quando dependia da
delidade que manifestaram para com as Escrituras ou a revelação bíblica.
Ainda podemos dizer que Brunner foi in uenciado pelo movimento
denominado Rearmamento Moral, que era denominado de Grupo de
Oxford, a rma que esse movimento chegou a revitalizar a igreja, inclusive a
teologia. Para Brunner, esse movimento, deixando de lado os excessos,
recuperou alguma coisa da Igreja Primitiva do Novo Testamento, o qual
estava perdido desde a sua história. Brunner dizia que agora via uma ligação
da realidade espiritual com a comunhão.
Outra coisa que in uenciou Brunner foi a loso a denominada o eu-tu, que
estava ligada ao lósofo judeu alemão Martin Buber. No seu pensamento,
que estava baseado em Kierkegaard, que para Bruner estava rmado nas
Sagradas Escrituras. Por meio desse pensamento Bruner pôde evidenciar sua
nova antropologia, deixando de lado o tradicional sujeito-objeto (eu coisa).
Tratando do relacionamento do homem como um ser responsável perante
Deus, passou a estender esse conceito para o campo do domínio da verdade,
desse modo, pôde dizer que o conceito da Bíblia quando a verdade envolve o
encontro. Para Bruner, não se podia de modo algum compreender o
Evangelho sem que houvesse um encontro do eu-tu com Deus, o que passou
a se falar verdade como encontro. Esse era o ponto central da teologia de
Brunner.
A teologia natural passou a ser defendida por Brunner, no demais, ele dizia
que a imagem de Deus continuava no homem caído, o que era rejeitado por
Barth. Posteriormente Brunner afastou-se de Barth e continuou sua busca
pela natureza espiritual, rejeitando a institucionalidade da Igreja, rmando-
se sempre no testemunho da Bíblia, negando veementemente o
antropoteísmo da dita teologia liberal. Falando de Brunner e seu
pensamento M. J Sawyer pontua:
A stemível;
Escrituras revelam Deus como o grande criador, poderoso, forte,
já o homem aparece nas páginas da Bíblia como sendo mera
criatura, ele está abaixo dos anjos (Hb 11.7), é um ser falível e mortal, diante
disso podemos dizer o seguinte: como pode um ser mortal, falível,
compreender o seu próprio criador, que está acima de tudo e de todos?
Entre Deus e o homem existe uma grande distância, teologicamente, a
pessoa de Deus é marcada de mistério, nenhum ser humano pode descrevê-
lo em sua essência (Jó 11.7; Is 40.8), nem analisar os seus caminhos (Sl
139.6). Quando falamos que Deus não pode ser entendido, compreendido
pelo homem, não estamos dizendo que ele não pode chegar ao
conhecimento de Deus, o que seria contrário à sua própria Palavra, que diz
que o homem deve conhecê-lo (Os ٤.٦). Falando dessa grandeza de Deus e a
distância Dele entre o ser humano, Millard J. Erickson, na sua Introdução à
Teologia sistemática diz:
O homem pode conhecer a Deus (Jo 14.7; 1 Jo 5.20), mas ele deve saber que
não pode compreendê-lo de modo completo, pois uma mente nita jamais
poderá chegar ao conhecimento de um Deus grande e in nito como o nosso
Deus.
Quem é Deus?
Às vezes procuramos saber quem é Deus, onde Ele nasceu, onde mora,
quem lhe deu vida, segundo João, Deus é um ser que tem vida em si mesmo,
Ele mesmo é a fonte de sua existência e nada existe fora Dele (Jo ٥.٢٦), a sua
morada está no Céu (Mt ٦.٩). Deus é a verdade absoluta, pois toda a verdade
que vem do homem é avaliada por sua mente pecaminosa, isto é, ele mesmo
cria a sua verdade, por vezes descaracterizando a verdade divina, é isso que
diz o apóstolo Paulo (Rm ١.٢١). Nesse particular, falando sobre quem é
Deus, Russel e. Joyner22, destaca:
A verdade na qual devemos con ar hoje está na Palavra de Deus, ela revela
os seus planos, seus propósitos eternos, mas para que o homem possa
interpretá-la bem, ele precisa da orientação do Espírito Santo (Jo 16.13.15),
visto que sua mente, seu coração está contaminado, fazendo com que o
mesmo, frente à sua verdade, entenda da forma que quiser, que que bem
claro o seguinte: na interpretação da Palavra, o homem não pode:
b. Nas religiões
c. Judaísmo
Sem que Deus procurasse se comunicar com o homem, isso jamais poderia
ser possível, tanto envolvendo Deus como Cristo Jesus. Deus concedeu aos
homens a capacidade de se expressarem, então podemos dizer o seguinte: a
linguagem foi um meio que Deus usou para se comunicar com o homem
(Gn 1.28.30). Não foi apenas para esse m que a linguagem foi outorgada,
mas por meio dela o homem exerceria o seu poder e controle sobre todas as
coisas do Universo (Gn 3.8-13).
Em Gênesis capítulo 11 está claro que a linguagem foi dada para que os
homens se comunicassem, destarte, por meio dela muitas outras nações
poderiam ouvir a mensagem divina, pregada pelos servos de Deus.
No processo da comunicação Deus dotou o homem com certas capacidades
para que ele se comunicasse, já falamos que Deus o capacitou com a
linguagem, mas ele também fez o homem com a capacidade para raciocinar,
pensar, criar, isso pode ser visto na criação do homem, que foi feito a
imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26).
A razão faz do homem um ser capaz de emitir juízos, pareceres, mas é bom
que se entenda o seguinte: sendo um ser racional e pensante, jamais o
homem estará no mesmo nível de Deus, ele pode entender, criar, pensar,
desenvolver, mas ele é falível. Também precisamos ser conscientes que os
homens, mesmo possuindo a razão, o pecado maculou a sua razão, por isso
não pode ser digno de toda con ança suas verdades. Que que bem claro
uma coisa: Depois que o homem pecou Deus não tirou de si a capacidade
cognoscente, pensante, racional.
Linguagem, capacidade racional, tudo isso foi dado por Deus ao homem
para que ele pudesse entrar em comunicação com Ele, mas como o pecado
arruinou tudo, Deus agora envia o seu Espírito Santo, através Dele o homem
chega ao conhecimento de Deus e suas obras (Jo 16.13-15; 1 Co 2.10).
Sem o Espírito Santo na vida o homem pode adorar qualquer Deus, praticar
rituais apenas fundamentados em mitos, tradições, mas quando ele passa a
ser guiado, dirigido, ensinado pelo Espírito Santo, não pratica uma crença
errônea, pois o Espírito Santo lhe livrará desses erros (1 Jo 2.27).
Podemos dizer que a revelação geral assim se denomina por causa de sua
abrangência, que pode ser:
Existem meios pelos quais a revelação geral é possível, isso pode acontecer
através do argumento cosmológico, entendemos que o mundo ao nosso
redor tem um Criador, tem uma causa. A natureza não é autoexistente, ela
foi criada por alguém. Os que não creem em Deus vão a rmar que o Cosmo
tem origem em si mesmo, nesse caso ele seria eterno e autoexistente, os que
acreditam na Palavra a rmam que Deus é o criador do mundo. Uma coisa
que a ciência não pode provar é a autogeração.
Existe uma teoria, quanto à criação, que precisa ser analisada, ela é
denominada de “Teoria do Estado Eterno”. Essa teoria a rma a eternidade
da matéria. Ela diz que a matéria é invariavelmente criada perto do centro
do universo e destruída na linha mais externa do espaço. Essa dita teoria não
tem tanto apoio, pois desse modo a lei da conservação da massa e energia
seria contrariada.
Outros estudiosos, tentando encontrar uma causa para a criação do
universo, tem falado de um “tipo de princípio eterno ocasional ou uma
inteligência cega”. Podemos descartar essa teoria, pois diante da simetria que
existe no universo, a criação do homem, tudo isso não poderia ser produto
do acaso ou de uma inteligência cega.
O argumento aceitável para a a rmação categórica do Universo é o Teísmo.
26É uma doutrina que admite a existência de um deus pessoal, causa do
mundo. Deus é o Ser Eterno que criou o universo, claro que a sua criação
não de ne conclusivamente todo o seu ser, seu caráter, mas revela que Ele é
um ser inteligente, vivo, poderoso.
Quando a rmamos que Deus é vivo, é porque um ser que não tem vida não
pode gerar vida; ao dizermos que Ele é poderoso estamos revelando o que
de fato Ele é. Em se tratando de sua inteligência, demonstra sua capacidade
intelectual, pois criou um mundo com ordem e harmonia. Um acaso não
daria origem a um universo tão lindo e maravilhoso! Sobre a revelação geral,
veja o que diz o teólogo R.T. Kendall:
O argumento Cosmológico
a. Moral
b. Existência da mente
c. A alma
d. Consciência religiosa
Essa divisão segue o pensamento exposto por Dale Moody, mas podemos
dizer que tudo isso está presente no homem, portanto, tal divisão é tão
somente teórica. O homem é um ser que sempre sua existência foi
questionada: moralidade, inteligência, vida etc. Principalmente os elementos
que o constitui. Nele existem tanto elementos materiais como imateriais, é
isso que prova a existência de Deus nele.
Nenhuma outra força qualquer poderia ter dado origem ao homem; nem
mesmo a teoria da evolução poderia produzir a alma, ou qualquer outro tipo
de deus. A Bíblia é clara em sua de nição: Deus criou o homem (Sl. 94.9). O
universo e suas criaturas expressam tanto beleza como inteligência,
deixando claro que por trás de tudo existe um Criador, Deus!
O apóstolo Paulo esclarece ao Areópago, que nenhum ídolo seria capaz de
criar as coisas, mas a rmar categoricamente que nós somos seres criados
por Deus, coisa que nenhum outro deus ou ser poderia fazer (At 17.28,29).
Tanto o universo como o homem foram formados por um Deus inteligente.
No argumento ontológico, que estuda o ser, tem suas variadas opiniões,
seguindo a linha de Anselmo, Descartes, Hegel, só que Kant o rejeitou.
Nessa argumentação é que se apresenta a noção de um Ser perfeito. Esse ser
mais perfeito tem sua própria existência, pois se um ser é perfeito, mas que
não existe, não seria perfeito. Falando desse argumento podemos fazer uso
da citação de iessen27, que diz:
Como é comumente enunciado, este argumento encontra na
própria ideia de Deus a prova de Sua existência. A rma que
todos os homens têm a ideia de Deus intuitivamente, e daí
tentam encontrar prova de Sua Existência na própria ideia.
Anselmo (1033-1109), Descarte (1596-1650) e Clarke (1675-
1729) declaram isso, cada um de uma maneira diferente.
Nenhuma das declarações é realmente satisfatória, mas a de
Anselmo é melhor que a dos outros dois. No monologium,
ele focaliza a questão da existência de Deus do ponto de vista
de causa e efeito. No proslogium ele focaliza do ponto de
vista da razão. Seu argumento nesse último pode ser
enunciado assim: Temos a ideia de um Ser absolutamente
perfeito: mas existência é um atributo da perfeição; um Ser
absolutamente perfeito deve, portanto, existir.
a. Argumento Cosmológico
b. Argumento Teleológico
c. Argumento Antropológico
d. Argumento Ontológico
e. Argumento de Congruidade
f. Argumento Moral
26 Dicionário Aurélio.
27 THIESSEN, Henry Clarence, Palestra em Teologia Sistemática, São Paulo: Editora Batista
Regular, 1999. p.31
QUESTIONÁRIO MÓDULO 3
c. Rudolf Bultmann (1884-1976), foi o maior estudioso do Novo Testamento. Como ele
in uenciou o estudo bíblico?
Note que na de nição de Charles Hodge ele segue a visão bíblica, pois
dentre outros muitos textos há menção dessa eternidade divina: Is 57.15;
44.6; Sl 90.4; Hb 3.8; 2 Pe 3.8; Ap 1.4). Nessa eternidade de Deus devemos
entender que ele é sem princípios de dias anos. Sempre Ele existiu e existirá.
Ele não tem passado, presente ou futuro.
Falar que Deus é eterno implica em dizer que Ele está fora do tempo, não
tem começo e nem m, para Ele não existe passado, presente, futuro. Deus
não está sujeito às causas naturais desse mundo, por isso se diz que Ele é
eterno.
A eternidade de Deus demonstra sua superioridade, grandeza, perfeição, um
ser ilimitado. Posso dizer que falar de um Deus que não está preso ao nosso
mundo, mas que é eterno, delimita espaços diferentes, pois o homem é um
ser nito, tem uma causa para sua existência, ao contrário de Deus, que
existe por si mesmo e que não conhecemos o seu início nem m (Sl 90.2.
Moisés o denomina de El Olam: o Deus eterno (Gn 21.33).
Já falamos que Deus não está preso ao nosso mundo, ou seja, aos eventos
que se sucedem, mas Ele controla e se interessa por tudo o que acontece
conosco (Ap 6.9-11). A eternidade de Deus declara sua imortalidade, jamais
Ele poderá deixar de existir.
IMUTÁVEL
Deus é um ser inalterável, Ele não está sujeito as mudanças, segundo a Bíblia
ele continua sempre sendo o mesmo (Nm 23.19; Sl 33.11; Pv 19.21; Is 46.9-
10 Ml3.6; Tg 1.17). Para nós é muito animador saber que Deus não muda,
pois desse modo assegura todas as suas promessas. Dizer que Deus não
muda, é falar que Ele continua sendo o mesmo constantemente, não
envelhece, não adoece, não se cansa, não se altera. Charles Hodge falando da
imutabilidade de Deus pontua:
Observamos que Deus mesmo age de acordo com sua lei. Ele
também administra seu reino de acordo com sua lei. Ou
seja, ele exige que os outros se conformem a ela. A retidão
descrita na seção precedente é a retidão pessoal ou
individual de Deus. Sua justiça é sua retidão o cial, sua
exigência de que outros agentes morais obedeçam
igualmente aos mesmos padrões. Em outras palavras, Deus é
como um juiz que segue pessoalmente a lei da sociedade, e,
em sua função o cial, promove a mesma lei, aplicando-a aos
outros [...] A justiça de Deus signi ca que ele é justo na
aplicação de sua lei. Ele não mostra favoritismo ou
parcialidade. Não importa quem somos. O que fazemos ou
deixamos de fazer é a única consideração na atribuição de
consequências ou recompensas. Uma prova da justiça de
Deus é que ele condenou os juízes que, nos tempos bíblicos,
embora fossem encarregados de ser seus representantes,
aceitavam suborno para alterar os julgamentos (1 Sm 8.3;
Am 5.12). A razão da condenação deles era que o próprio
Deus, sendo justo, esperava o mesmo tipo de
comportamento dos que deviam aplicar sua lei.
É bom entender que Deus se distingue de sua própria criação, por isso pode-
se dizer que ele é independente (Is ٤٠.١٣,١٤). Falar da independência de
Deus não é dizer que Ele pode fazer o que quiser, inclusive pecar, mas Ele
está restrito apenas aquilo que fere sua própria Pessoa: Sua santidade. O
cristão precisa entender que Deus, em sua independência, não faz algo
porque nós queremos, mas simplesmente porque Ele livremente decidiu
fazer.
ONIPOTÊNCIA
Pela Bíblia sabemos que Deus é todo poderoso, mas Ele só faz algo de
acordo com a sua natureza. Por 56 vezes nas páginas da Bíblia Deus é
retratado como todo poderoso, veja algumas referências que aludem sobre
isso: Gn 17.1; Êx 6.3; 2 Co 6.18 Ap 1.8. A. B Langston falando da
onipotência de Deus diz:
O que aprendemos pela onipotência moral é que Deus é tão
poderoso que não pode praticar o mal, nem sequer pode ser
tentado. Devido à sua onipotência moral, ele não pode
mentir, enganar, nem deixar de cumprir as suas promessas,
nem pode praticar qualquer ato que discorde da sua
natureza moral. Praticar o mal é ser fraco; é carência de
poder moral. Quem pratica o mal é por ele vencido e dele
torna-se escravo. Deus, porém, não é assim, pois tem o
poder de não praticar o mal e nem mesmo pode ser por ele
tentado. Que poder maravilhoso!
Mesmo sendo o todo poderoso, esse grande poder é limitado, isso porque
Deus não pode ser contra algo que ra sua própria santidade (Tt 1.2; Tg
1.13). Os teólogos falam de dois tipos de limitações: a natural e a imposta. A
primeira está ligada à sua própria natureza, como explicado acima, a
segunda, é a imposta, fala de algo que o próprio Deus não quis incluir nos
seus planos, e que nós não devemos procurar entendê-las, visto que Ele
próprio não quis fazer. Jamais vamos entender por que Deus aceitou Jacó e
rejeitou a Esaú (Rm 9.13), salvar Pedro e deixar Tiago morrer (At 12.2).
Que que bem claro uma coisa para todos nós: Deus é perfeito, tudo o que
Ele faz é bom, sendo assim, não adianta car questionando uma série de
coisas, pois não vai mudar nada (Rm 9.20; Is 29.16; 45.9). Biblicamente
vemos que o poder de Deus se manifestou nas páginas do Velho Testamento
de modo maravilhoso, comprovando assim o grande poder de Deus (Sl
114;1 Co 6.14; Hb 1.3), mas a centralidade do poder de Deus e sua
conclusão está na ressurreição dos mortos (2 Co 13.4; Rm 1.16; 1 Pe 1.5)
ONIPRESENÇA
Deus está em todos os lugares. A Palavra de Deus deixa isso bem claro, veja:
Sl 139.7-11. É preciso entender que Deus não está em cada parte de uma
coisa, mas que tudo o que existe é obra Dele, desse modo pode-se sentir e
ver a sua presença. Langston falando da onipresença de Deus diz:
Por onipresença não se deve entender que Deus enche o
espaço como faz o universo. A relação de Deus com o espaço
não é a mesma que existe entre este e a matéria. E, por
conseguinte, não devemos a rmar que Deus está presente
em toda parte como o universo está em alguma parte. Sendo
que Deus Espírito não ocupa espaço. Só a matéria ocupa
espaço. Se a ideia da onipresença de Deus se baseasse na
relação da matéria, como o espaço, estaríamos
completamente errados, porque Deus não enche o espaço,
como a matéria. Se assim fosse, teríamos de julgar a Deus,
em seu modo de existência, maior do que o universo. A ideia
de que Deus está distribuído por todo o espaço, com a
atmosfera, é errônea. Tal ideia pertence ao materialismo, e
não ao cristianismo. O espaço não existe para Deus.
Muitos têm procurado entender Deus, por essa razão as teorias quanto a
esse sentido são diversas, mas de modo simples a Bíblia descreve Deus
apenas como sendo Espírito (Jo 4.24). Com essa a rmação podemos dizer
que Deus não é três, nem tão pouco está dividido. Deus não será outra coisa
a não ser Espírito, Ele não é carne, osso, mas é Espírito (2 Co 3.17).
SOBERANO
A palavra soberania pode ser de nida como aquele que detém poder ou
autoridade. Supremo, absoluto. Aquele que governa um Estado como chefe
supremo. Rei, imperador. Na obra de Miriam Petri Lima de Jesus Giusti, a
soberania, no seu aspecto jurídico é definida assim:
Deus é único (Dt 6.4). Dizer que Deus é único faz contrastes com os deuses
existentes no paganismo, e que o homem não pode adorar a outro deus, pois
não se trata de um ser verdadeiro, mas simplesmente uma criação feita pelo
homem. Podemos dizer que Deus é singular, ou melhor, raro, especial, não
vulgar. Nos textos de Ef 4.6; 1 Co 8.6; 1 Tm 2.5, podemos notar essa
singularidade.
VERDADE
Falando de Deus como verdade estamos dizendo que Ele é tão el como
corresponde com o que as Escrituras falam sobre sua pessoa. A verdade de
Deus corresponde com o que de fato Ele é, por isso a Bíblia diz que Ele não
pode mentir (Tt 1.2), que Nele todos podem con ar (Rm 3.4). Falando desse
lado verdadeiro de Deus, com muita propriedade Millard Júnior Erickson
diz:
Como ser verdadeiro Deus não muda, não nega a si mesmo, nem faz algo
que vá de encontro com a sua própria natureza. Essas a rmações são
maravilhosas para todos os cristãos, pois desse modo todos podem
descansar em suas promessas (2 Tm 2.13), con ar em sua Palavra, que não
falha, e jamais tentar suborná-lo, pois Ele é verdadeiro.
FIDELIDADE
A palavra delidade pode ser definida assim:
SÁBIO
As Escrituras apresentam Deus não como um ser qualquer, com uma
sabedoria teórica, mas sim como Aquele expõe sua sabedoria na prática, não
somente no debate e na dita teoria. Do hebraico a palavra sabedoria é
chokmah, com os seguintes signi cados: habilidade (na guerra), sabedoria
(em administração), perspicácia, sabedoria, sabedoria, prudência (em
assuntos religiosos), sabedoria (ética e religiosa).
Podemos dizer que a sabedoria une tanto o conhecimento da verdade
juntamente com a experiência do viver diário, mas é bom entender que a
sabedoria tão somente como conhecimento capacita as pessoas, tendo sua
mente abarrotada de certos fatos, porém, sem uma compreensão ou
entendimento do seu real signi cado ou aplicação. Temos que entender que
a verdadeira sabedoria busca orientar.
Quando falamos que Deus é sábio estamos dizendo que Ele possui o
conhecimento de tudo, quer seja daquilo que existe como daquilo que vem a
existir. É bom ter em mente, nós meros seres humanos, que os
conhecimentos ou sabedoria de Deus estão além de tudo aquilo que
conhecemos, pois sabemos que Ele é autoexistente.
O salmista deixa claro que o conhecimento de Deus é ilimitado (Sl 147.5).
Pela Palavra de Deus entendemos que Deus é um ser sábio, isso se nota
claramente nas obras de Sua criação (Sl 104.24), e faz uso dessa sabedoria,
do seu conhecimento de modo perfeito, colocando e tirando reis (Dn 2.21).
Como é maravilhoso para o cristão saber que serve a um Deus que é sábio e
que pode participar de Sua sabedoria, pois isso é o que está claro na Palavra,
pois pela sabedoria divina podemos tomar parte nos seus planos, viver
segundo o Seu querer, ou seja, conforme sua vontade (Cl 2.2,3).
BOM
Apesar das Escrituras Sagradas falarem de Deus como um ser poderoso,
justo, el, Ela fala Dele também como um ser gracioso, bondoso, que age
segundo sua natureza, jamais devemos pensar em Deus como um ser
carrasco, sem amor, sem generosidade, pelo contrário, Ele sempre age bem
para com as suas criaturas, quando priorizam Seu querer.
Uma prova do quanto Deus é bom para todos nós, é que tudo o que Ele fez
para o homem foi bom, perfeito, maravilhoso (Gn 1.4, 10,12,18,21,25,31).
Essa bondade é vista no seu caráter (Sl 100.5), interessante analisar que
nessa parte da bondade de Deus Ele manifesta a sua graça para com todos
(Sl 145.8,9; Lm 3.25). Pela bondade divina se entende como Ele quer o nosso
bem em todos os aspectos, providenciando o necessário para o nosso
conforto social, físico (At 14.17; Tg 1.5). Enquanto em outras culturas os
deuses eram apresentados como seres maus, o nosso é declarado pela Bíblia
como bom. Tiago diz que Dele vem coisas boas (Tg 1.17).
PACIENTE
Compreender a paciência de Deus é imprescindível para que possamos
entender o quanto Ele é maravilhoso, sempre agindo para bene ciar a todos
nós. Todo cristão deveria atentar para o lado longânimo e paciente de Deus,
pois Ele não age de modo, nem dominado por uma ira irracional, mas
quando age o faz com justiça e no tempo certo. Nós seres humanos, por
vezes agimos sem re etir, pensar, dominados pela cólera, querendo o mal
dos outros, mas Deus é paciente, longânimo, dando tempo para que
possamos nos arrepender de todos os nossos pecados (Nm 14.18).
As Escrituras Sagradas descrevem a Deus como paciente, longânimo, que
quer dizer tardio em irar-se, o que com tal comportamento evidencia seu
lado gracioso, amoroso, compassivo (Sl 86.15). O lado longânimo de Deus
tem um propósito especial: nos conduzir ao arrependimento. Alguns
supõem que a demora de Deus é um descaso, não estar interessado nas
coisas, o que não é verdade, por isso é importante que o cristão tenha
conhecimento real sobre o signi cado da longanimidade do Senhor.
Pelo comportamento cristão, podemos dizer que por vezes parece um duelo,
um con ito interno que se passa em cada crente, pois eles desejam logo que
o Senhor venha para cumprir sua promessa, mas também todos entendem
que a demora de Cristo em não vir é uma oportunidade concedida para que
outros se arrependam e venham fazer parte da leira de salvos que vão subir
para o céu, foi isso que Pedro explicou isso muito bem (2 Pe 3.9).
Que haverá um julgamento para os que não procuraram viver segundo a
Palavra de Deus, isso é certo, mas tal julgamento não será arbitrário, injusto,
visto que Deus concedeu todo o tempo necessário para que o homem
pecador pudesse aproveitar de Sua longanimidade arrependendo-se dos seus
pecados, o que não o fez (2 Pe 3.15).
GRACIOSO
É claro que essas duas palavras, misericordioso e gracioso, são termos
distintos, porém, aplicadas ao caráter e obra de Deus são termos
semelhantes. Falando da graça, somos claros que recebemos um favor
imerecido, por nossa própria conta jamais poderíamos desfrutar da mesma,
no demais, dela jamais poderíamos ter direito, por isso que se fala que era
imerecível. Nas cartas de Paulo ele acentua com muita precisão a
importância dessa graça em nossa vida, através dela é que recebemos vida e
salvação (Ef ٢.٨,٩).
Do grego a palavra graça é charis, recebendo os seguintes signi cados: graça,
aquilo que dá alegria, deleite, prazer, doçura, charme, amabilidade: graça de
discurso, boa vontade, amável bondade, favor, da bondade misericordiosa
pela qual Deus, exercendo sua santa in uência sobre as almas, volta-as para
Cristo, guardando, fortalecendo, fazendo com que cresçam na fé cristã,
conhecimento, afeição, e desperta-as ao exercício das virtudes cristãs. O que
é devido à graça, a condição espiritual de alguém governado pelo poder da
graça divina. Sinal ou prova da graça, benefício, presente da graça,
privilégio, generosidade. Gratidão, (por privilégios, serviços, favores),
recompensa, prêmio.
MISERICORDIOSO
Deus é descrito nas páginas das Sagradas Escrituras como Deus
misericordioso, esse tema é por demais importante para os cristãos porque
através dessa misericórdia divina é que somos livres do castigo que éramos
merecedores por causa do pecado. Por causa do pecado estávamos
sentenciados, condenados à morte e, como Deus é justo, verdadeiro,
seríamos penalizados, porém, pelo envio de Seu Filho Jesus Cristo
recebemos o perdão de nossos pecados, da culpa, desfrutando assim do gozo
dessa misericórdia divina.
Por meio da misericórdia divina o cristão o cristão goza do livramento do
castigo divino, recebendo de Cristo a verdadeira paz (Is 53.5; Tt 2.11;3.5). O
salmo 103.8 fala muito bem do Deus misericordioso. Lendo o salmo 111.4,
está bem claro que o Senhor é misericordioso, que do hebraico é racham,
uma raiz primitiva que quer dizer amar, amar profundamente, ter
misericórdia, ser compassivo, ter afeição terna, ter compaixão. Qual, amar;
Piel, ter compaixão, ser compassivo, referindo-se a Deus, ao homem; Pual,
ser objeto de compaixão, ser compassivo.
Diz-se que os termos graça e misericórdia andam juntos, através do perdão
o cristão está desfrutando da misericórdia de Deus, recebendo o dom da
vida o cristão está desfrutando da graça, de modo que há um
relacionamento entre as duas palavras (Ef 2.4,5; Ne 9.17; Rm 9.16; Ef 1.6.
O nome é uma de nição de caráter (Mt 1.21). Conhecer a Deus pelos seus
nomes é saber de fato sua boa fama, reputação. O nome expressa também a
questão familiar, ou seja, a linhagem, mas o nome designa uma pessoa. Ao
falarmos sobre o nome de Deus, não estamos apenas querendo fazer uma
coleção de frases de efeito, mas declarar verdadeiramente como Ele é. O
Dicionário Almeida, falando sobre o nome de Deus diz:
(hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós) O nome mais geral
da Divindade {Gn 1.1; Jo 1.1}. Deus é o Ser Supremo, único,
in nito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal
e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito
Santo. É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se
arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz
que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe
que Deus existe e a rma: “nele vivemos, nos movemos e
existimos” {At 17.28}.
Quando a Bíblia fala que não se deve tomar o nome do Senhor em vão, não
é que exista nisso um código secreto divino, mas porque o seu nome revela o
seu caráter. Quando alguém chama pelo nome de Deus, está evidenciando
uma fé verdadeira para com Ele (Gn 21.33), mas ao tomar o seu nome em
vão, pode ser uma prática de desonra (Êx 20.7). Nenhum homem de Deus
no passado, incluindo os sacerdotes, faziam quaisquer atividades sem usar o
nome do Senhor, isso para expressar a todos o quanto o serviço era sério (Dt
21.5). Falando da importância do nome de Deus Russell E. Joyner, na obra
organizada por Stanley Horton30, diz:
Nas Escrituras, Deus demonstrou que o seu nome não era
mera etiqueta para distingui-lo das demais deidades das
culturas em derredor. Pelo contrário, cada nome que ele usa
e aceita revela alguma faceta do seu caráter, natureza,
vontade ou autoridade. Pelo fato de o nome representar a
Pessoa e a presença de Deus, invocar o nome do Senhor veio
a ser um meio de entrar em íntima comunhão com Deus.
Esse era um tema comum às religiões do Oriente Médio
Antigo. As religiões em derredor, porém, tentavam controlar
as suas deidades mediante uma manipulação de nomes, ao
passo que os israelitas eram proibidos de usar o nome de seu
Deus em vão ou com maus propósitos (Êx 20.7). Pelo
contrário, deviam manter um relacionamento puro com o
seu nome, como estabelecido por Deus, pois isto trazia
consigo a providência e a salvação.
Por meio desse nome entendemos que Deus é o nosso salvador, o que
podemos entender claramente como se expressa na Palavra de Deus (1 Cr
16.35; Sl 65.5; 68.19; 79.9.
EL ROI.
A palavra ro’iy do hebraico quer dizer aspecto, aparência, visão, vista, visão,
aparência, vista, espetáculo. A Bíblia não somente fala de um Deus eterno,
soberano, grande, poderoso, mas também de um Deus que vê (Gn 16.13).
Falando do texto de Gênesis, já citado anteriormente, Derek Kidner diz:
Theós, θεός.
Jesus é Deus?
As páginas bíblicas falam de Jesus como sendo Deus (Jo 1.1,18; Tt 2.13). A
aplicação do termo Senhor, que é feita a Cristo (Jo 20.28), expressando
autoridade, hegemonia, teologicamente fala de Deus como o Ser Criador,
como Aquele que tem poder e domina tudo.
A Palavra Senhor, quando aplicada a Cristo, fala que Ele é Mestre, Senhor,
Criador, Dono (Jo 4.11; Lc.19.33,34; Cl 13.22; 1 Co 8.5; 1 Pe 3.6).
À luz das páginas do Novo Testamento, vemos que por diversas vezes Jesus
foi chamado de Senhor, dessa forma as pessoas que O tratavam assim
declararam seu poder, sua soberania, também o reconheciam como dono de
tudo. Não era apenas uma forma de tratamento convencional, mas resultava
do conhecimento que muitos tinham Dele como verdadeiro Deus (Mt ٨.٦;
Jo ٢٠.٢٨).
Depois da ressurreição de Cristo a Palavra Senhor ainda é vista com mais
precisão, pois dessa forma, muitos verão que para alguém vencer a morte só
mesmo sendo Deus. A partir de então o nome Senhor é aplicado a Cristo
por merecimento, pois Ele foi exaltado acima de todas as coisas (At 2.36; Fp
2.11).
Quem estuda o Velho Testamento, logo percebe que a palavra Senhor era
aplicada somente a Deus, então podemos concluir o seguinte, se ela é
aplicada a Cristo, logo também Ele é Deus (Rm 10.9).
Lendo a Bíblia, vemos que Deus é o dono de nossas vidas, e o nosso Pai32 (Lc
2.29 Ap 6.10). Como Pai Ele concede as suas maravilhosas bênçãos, sua
graça, sua paz, sua Palavra, seus bens (Ef. 1.2; Tg. 1.17; 2 Jo. 4). Falando de
Deus como Pai, na oração que Jesus ensinou aos seus discípulos cou claro
que eles deveriam começar Ela se dirigindo a Deus como Pai, por isso
Homer A Kent. Jr., diz: Nosso Pai. Uma maneira incomum de começar uma
oração no V.T., mas preciosa a todos os crentes do N.T.
O dicionário falando de Deus como Pai Nosso a rma: A oração modelo
ensinada por Jesus (Mt 6.9-13; Lc 11.2-4). Ela se divide em duas partes. Na
primeira, após a invocação, há três petições referentes a Deus: ao seu ser, ao
seu Reino e à sua vontade. Na segunda parte, as petições são feitas na
primeira pessoa do plural (“nós”), pois o cristão ora como membro de uma
comunidade de salvos. Ele pede alimento, perdão e vitória na tentação. A
DOXOLOGIA nal foi acrescentada pela Igreja primitiva, re etindo a
oração de Davi registrada em (1Cr 29.11-13).
A palavra Pai do grego é pater, Deus é chamado o Pai das estrelas, luminares
celeste, porque Ele é seu criador, que as mantém e governa. De todos os
seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque Ele é seu
criador, guardião e protetor, de seres espirituais de todos os homens, de
cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltado a uma relação
íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a
um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e
Amado Pai. Só pode realmente chamá-lo de Pai quem já tomou parte de
suas maravilhosas bênçãos (Mt 7.11; Ef 2.18).
b. Sol. Tem luz, força, calor. A luz fala de Deus. Cristo expressa a
luz de Deus, que jamais Deus foi visto em sua essência, mas foi
revelado por Jesus (Jo 14.7,8; Hb 1.3); a força fala do Espírito
Santo, Ele tem poder para trazer vida às coisas (Gn 1.2). O sol é
quem dá vida às sementes, plantas, árvores.
Diante dessas e de muitas outras analogias, podemos fazer uso das palavras
de Bancro , quando diz:
Não houve muita preocupação dos pais da igreja em tratar sobre a questão
da Trindade, na verdade, o que eles de fato valorizavam era a ação do
Espírito na vida dos cristãos. Podemos dizer também que, da mesma forma
como ainda hoje temos certas di culdades em entender o ensino em si, não
a negação dele, isto se dava a eles também. O fato de não entendermos um
assunto não quer dizer que ele não exista.
Quem primeiro começa a falar da trindade é Tertuliano (165-220). Ele
combateu seriamente o monarquianismo, o qual negava a trindade,
defendendo somente a unidade divina. Em se tratando do Monarquianismo,
tendo como seu representante Teodoro de Bizâncio (210), dizia que no
batismo Jesus recebeu grandes poderes através do Espírito Santo, esse
posicionamento é defendido pelos “monarquianismo dinâmico”.
Os que são monarquianismo modalista defendiam o “patripassianismo”,
rati cando que o Pai sofreu com o Filho na sua encarnação. Precisamos
entender que o pensamento central do modalismo não trata somente da
unidade divina, mas destaca com precisão o absolutismo de Jesus Cristo. No
Oriente o monarquianismo modalista passou a ser conhecido como
“sabelianismo”, devido ao seu representante Sabélio.
Entendemos que Sabélio tratava das pessoas da Trindade a rmando que
eram apenas manifestações de Deus, o termo pessoa tinha apenas o
propósito de evidenciar as manifestações divinas.
Mas a questão sobre a trindade não para por aí, tudo porque o homem
sempre procurou entender esse assunto apenas do ponto de vista humano, e
não pela fé e revelação do Espírito Santo de Deus, posto que a Bíblia diz que
o Espírito penetra todas as coisas (1 Co 2.10). Existem questões no nível da
fé que não podem ser entendidas pela nossa lógica humana.
c. Na comunhão que Ele cria dentro de nós com o Pai (Jo 14.17).
d. Na hierarquia (1 Co 11.3).
33 GRUDEM, Wayne, Manual de Doutrinas Cristãs, Teologia Sistemática ao alcance de todos, São
Paulo: Editora vida, 2007.p. 166.
34 GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática, São Paulo: Vida Nova, 1999.p. 168.
35 Esboço de Teologia Sistemática, p.112.
36 BINGHAM, D. Je rey, História da Igreja, Rio de Janeiro: CPAD, 2007.p.55
37 Filioque (em latim: “e (do) Filho”) é uma frase encontrada na versão do Credo niceno-
constantinopolitano em uso na Igreja Latina. Ela não está presente no texto grego desse credo como
formulado originalmente no Primeiro Concílio de Constantinopla, onde se lê apenas que o Espírito
Santo procede «do Pai”:“ Καὶ εἰς τὸ Πνεῦμα τὸ Ἅγιον, τὸ κύριον, τὸ ζωοποιόν, τὸ ἐκ τοῦ Πατρὸς
ἐκπορευόμενον[1] E no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai.”O texto, na versão
latina, fala do Espírito Santo como procedendo “do Pai e do Filho”: “Et in Spiritum Sanctum,
Dominum et vivificantem, qui ex Patre Filioque procedit
E no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai e do Filho.[2]” Frequentemente diz-
se que o primeiro caso conhecido da inserção da palavra Filioque na versão latina do Credo niceno-
constantinopolitano ocorreu no Terceiro Concílio de Toledo (٥٨٩) e que a sua inclusão a partir daí se
espalhou espontaneamente[3] por todo o Império dos Francos[4]. No século IX, o Papa Leão III, ainda
que aceitando a doutrina da procedência do Espírito Santo do Pai e do Filho, se opôs à adoção da
cláusula Filioque[4]. Em 1014, porém, o canto do credo - com a Filioque - foi adotado na celebração
da missa em Roma[4].A inserção foi inspirada pela doutrina, tradicional no Ocidente é encontrada
também em Alexandria, que foi declarada dogmaticamente pelo Papa Leão I em ٤٤٧,[5] e que é
chamada filioquismo. A esta doutrina opõe-se a doutrina do monopatrismo, formulada
por Fócio (veja Cisma de Fócio), patriarca de Constantinopla, que manteve que a frase “que procede
do Pai” (τὸ ἐκ τοῦ Πατρὸς ἐκπορευόμενον) do Credo niceno-constantinopolitano deve ser
interpretada no sentido de “que procede do Pai sozinho (τὸ ἐκ μόνου τοῦ Πατρὸς ἐκπορευόμενον).[6]
[7][8]
Os conflitos entre os defensores dessas duas doutrinas contribuíram para o Grande Cisma do
Oriente de ١٠٥٤ e ainda constituem um obstáculo para as tentativas de reunião das Igrejas Católica e
Ortodoxa[9].
QUESTIONÁRIO MÓDULO 4