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Título Original do Inglês:

“The Great Prophecies of Daniel & Revelation”

Autor:
Pastor Stephen Bohr

Tradução de:
Carlos Frederico O. Costa

Revisão de:
02/01/2021
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

Índice
Notas sobre Apocalipse 13.................................................................................................................. 5
A Igreja e o Estado em Apocalipse 13: O Pano de Fundo de Daniel 2 ................................................ 7
Lições da Prostituta Judáica nos Dias de Cristo ................................................................................ 11
Notas sobre Apocalipse 12................................................................................................................ 27
Comentários sobre Apocalipse 13:1-10 ............................................................................................ 55
A Besta da Terra do Apocalipse ........................................................................................................ 81
A Imagem da Besta e para a Besta.................................................................................................. 118
O Número da Besta: 666 ................................................................................................................. 177
A Besta, Sua Imagem e Seu Número: O Pano de Fundo do Antigo Testamento ............................ 196
A Marca da Besta ............................................................................................................................ 206
O Selo do Deus Vivo ........................................................................................................................ 215
Mudando a Ordenança ................................................................................................................... 230
Um Dia para Lembrar: O Sábado do Éden para o Éden .................................................................. 239
Reflexões sobre Daniel 11............................................................................................................... 260
Desvendando os Mistérios de Apocalipse 17 ................................................................................. 273
O Último Elo na Cadeia Profética .................................................................................................... 294
Cristo e o Anticristo......................................................................................................................... 315
Católicos, Protestantes e Mundanos .............................................................................................. 335
Reflexões sobre a Agenda do Papa ................................................................................................. 350
Informações para Contato .............................................................................................................. 377

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Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

Notas sobre Apocalipse 13


A Estrutura Literária de Apocalipse 13
Passado (Apocalipse 13:1-3a): Descrição da besta (João vê a besta).

Futuro (Apocalipse 13:3b, 4): A ferida está curada e o mundo inteiro adora a besta.

Passado (Apocalipse 13:5-7): Ações da besta amplificadas (João ouve as ações da besta).

Futuro (Apocalipse 13:8): O mundo inteiro adorará a besta quando a ferida for curada.

Passado Apocalipse 13:9-10: Passado: A ferida mortal é aplicada.

Futuro (Apocalipse 13:11-18): O mundo inteiro irá adorar (Apocalipse 13:15 - a adoração
é o problema) a primeira besta por ordem da segunda besta.

Os Antecedentes do Antigo Testamento


Existem pistas em Apocalipse 13 que vêm de quatro origens do Antigo Testamento. Essas
pistas devem nos levar a estudar as histórias do Antigo Testamento em sua totalidade.
Apocalipse 13 não está apenas fazendo um uso homilético de alguns detalhes dessas
histórias do Antigo Testamento, mas, ao contrário, está nos dizendo que elas serão
repetidas em uma escala global muito maior no futuro. Esta é a lei do tipo e antítipo.

• As bestas de Daniel 7 (Apocalipse 13:2).


• A história do êxodo de Israel do Egito (a canção de Moisés e do Cordeiro no
capítulo 15:2-4).
• A história de Elias (fogo que desce do céu no capítulo 13:13).
• Daniel 3 (Nabucodonosor e sua imagem).

As Partes e Questões Envolvidas no Apocalipse 13

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• O dragão (O Império Romano que deu sua autoridade à besta, 13:2; compare
Daniel 7:25 com Apocalipse 12:6, 13-15).
• A primeira besta (que sobe do mar) que recebeu a ferida mortal com a espada.
• A segunda besta (que sobe da terra) que ajuda na cura da ferida mortal.
• A imagem que é erguida pela besta da terra em homenagem e na presença da
besta que sobe do mar.
• Os habitantes da terra que adoram a besta e sua imagem.
• O Remanescente vitorioso que tem o selo de Deus (Apocalipse 14:1-5; 15:2-4).
• A marca da besta que está em oposição ao selo de Deus (Apocalipse 13:18; 14:1).
• O número do nome da besta.

Ligações entre Apocalipse 13, 14 e 15


Há uma ligação muito próxima entre Apocalipse 13, 14 e 15. Sabemos disso porque
Apocalipse 13 apresenta a besta, sua imagem, sua marca e o número de seu nome
(Apocalipse 13:11-18). Apocalipse 14 adverte contra a besta, a imagem, a marca e o
número de seu nome (Apocalipse 14:9-11) e Apocalipse 15:2-4 refere-se a um grupo que
obteve a vitória sobre a besta, sua imagem, sua marca e o número de seu nome.

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A Igreja e o Estado em Apocalipse 13: O Pano de


Fundo de Daniel 2
Os Pés de Ferro e Barro
(Daniel 2:41-42) “Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de
oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma
coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com o barro de oleiro. 42
Como os dedos dos pés de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por
outra frágil.”

O ferro das pernas existia antes do ferro nos pés.

O ferro das pernas continua nos pés da imagem, mas em um estado amalgamado. Isso
significa que o poder civil do Império Romano continua no estágio dos pés.

Um novo elemento é adicionado ao ferro no estágio dos pés e, como resultado, há uma
amalgamação ilegítima e incomum.

O barro (ou argila) é de um tipo particular - barro de oleiro.

Ferro e barro, quando estão sozinhos, são úteis e têm uma função legítima. É apenas
quando eles estão misturados que ambos são enfraquecidos.

Assim, a igreja e o estado têm seu lugar e função legítimos, mas quando eles estão
mesclados, a igreja torna-se apóstata e o estado é corrompido. Isso é o que a Bíblia chama
de "fornicação" em Apocalipse 17:1-2. A igreja deve ser casada apenas com Cristo, mas
quando ele se ‘casa’ com o estado, ela se torna uma prostituta.

O barro (ou argila) é fraco e o ferro é forte. Qual é o significado de 'ferro forte'?

“Achando-se [o papado] destituída do poder do amor, tem buscado o braço forte


do Estado para tornar obrigatórios os seus dogmas e executar-lhe os decretos.
Nisto reside o segredo de todas as leis religiosas já decretadas, e o segredo de toda

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perseguição, desde os dias de Abel até aos nossos dias.” (WHITE, Ellen G. (2008). O
Maior Discurso de Cristo, Capítulo: Não julgar, mas praticar, p. 97-98).

De acordo com Daniel 7:7, é o poder de Roma Imperial que é extremamente forte.
Portanto, é o aspecto do estado que é forte.

Ellen White chama este aspecto forte de Roma de ‘o romanismo’:

“Logo veremos e sentiremos qual é o propósito do romanismo [o outro elemento


seria o barro]. Quem quer que creia na Palavra de Deus e a ela obedeça, incorrerá,
por esse motivo em censura e perseguição.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande
Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 507).

Cada detalhe em Daniel 2 é de natureza simbólica. O ouro, prata, bronze, ferro, pedra e
montanha são todos simbólicos e, portanto, o barro (ou argila) do oleiro também deve ter
um valor simbólico.

O que o barro do oleiro representa?


Esta declaração útil de Ellen White fornece uma pista importante:

“Chegamos a um tempo em que a obra sagrada de Deus é representada pelos pés


da imagem em que o ferro foi misturado com o barro lamacento. Deus tem um
povo, um povo escolhido, cujo discernimento deve ser santificado, que não deve se
tornar profano colocando sobre o alicerce madeira, feno e restolho. Toda alma que
é leal aos mandamentos de Deus verá que a característica distintiva de nossa fé é o
Sábado do sétimo dia. Se o governo honrar o sábado como Deus ordenou, estaria
na força de Deus e na defesa da fé uma vez entregue aos santos. Mas os estadistas
defenderão o sábado espúrio e misturarão sua fé religiosa com a observância deste
filho do papado, colocando-o acima do Sábado, que o Senhor santificou e
abençoou, separando-o para que o homem o santifique, como um sinal entre Ele e
Seu povo por mil gerações. O ferro e o barro representam a mistura de
artimanhas eclesiásticas e do Estado. Essa união está enfraquecendo todo o poder
das igrejas. Esse investimento da igreja com o poder do estado trará resultados
maléficos. Os homens quase ultrapassaram o ponto da tolerância de Deus. Eles
investiram sua força na política e se uniram ao papado. Mas chegará o tempo em
que Deus punirá aqueles que invalidaram Sua lei, e suas más obras recairão sobre
eles mesmos.” (WHITE, Ellen G., Comentário Bíblico Adventista, volume #4,
Manuscrito 63 (1899), p. 1168).

Jeremias 18:1-6 explica que o barro representa o povo de Deus no Antigo Testamento,
Israel (lembre-se de que Deus tem apenas uma igreja verdadeira que abrange ambos os
Testamentos; Apocalipse 12:1-6):

(Jeremias 18:1-6) “Palavra do Senhor, que veio a Jeremias: 2 Levanta-te, e desce à


casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. 3 Desci à casa do oleiro, e vi
que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas. 4 Mas o vaso, que ele fazia de
barro, se quebrou na sua mão; pelo que o oleiro tornou a fazer dele outro vaso,
conforme bem lhe pareceu. 5 Então, veio a mim a palavra do Senhor: 6 Não Posso
fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? Diz o Senhor. Como o barro na
mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.”

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Gênesis 2:7 (comparar com Isaías 64:8): Quando Deus criou o corpo físico do homem, ele
o fez de barro de oleiro. O corpo era perfeito com todos os seus membros, mas sem vida.
Deus soprou o espírito no corpo e então todos os órgãos e membros começaram a
cumprir sua função particular:

(Gênesis 2:7) “Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas


narinas o fôlego da vida, e o homem tornou-se alma vivente”.

(Isaías 64:8) “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o
nosso oleiro; somos todos obras das tuas mãos”.

Falando simbolicamente, a Igreja é o corpo de Cristo. Assim como o corpo físico é


composto de barro físico, o corpo espiritual de Cristo é composto de barro espiritual:

(Colossenses 1:18) “E ele é a cabeça do corpo, a igreja; é o princípio, o primogênito


dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência”.

Dez dias antes do Pentecostes, os membros do corpo de Cristo reuniram-se como um:

(Atos 2:1) “Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo


lugar”.

Deus, então, soprou-lhes o Espírito Santo no corpo deles (ver também, João 22:22-23).

(Atos 2:2-4) “De repente veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e
encheu toda a casa onde estavam assentados. 3 E viram línguas repartidas, como
que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4 Todos foram cheios do
Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo
lhes concedia que falassem”.

Agora todos os membros do corpo começaram a funcionar em perfeita harmonia com a


cabeça e cada um cumpriu sua função particular.

(I Coríntios 12:7-13) “A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for


útil. 8 A um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo
Espírito, a palavra da ciência; 9 a outro, pelo mesmo Espírito, fé; a outro, pelo
mesmo Espírito, dons de curar; 10 a outro, a operação de milagres; a outro,
profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas, e a
outro, interpretação de línguas. 11 Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas
coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer. 12 Assim como o corpo é
um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, formam um só
corpo, assim é Cristo também. 13 Pois todos nós fomos batizados em um só Espírito,
formando um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres; e a todos
nós foi dado beber de um só Espírito”.

A nação de Israel é comparada a um vale de ossos secos. Após o Cativeiro Babilônico, Deus
prometeu reunir os membros do corpo e colocar seu Espírito dentro de si:

(Ezequiel 37:10-11) “Profetizei como ele me ordenara, então o espírito entrou neles
e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo. 11 Então ele me
disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eles dizem: Os nossos
ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; nós estamos cortados [porcausa
do cativeiro Babilônico]”.

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No Apocalipse 17, descreve a mesma mistura de Igreja e estado, mas usa um simbolismo
diferente. Ao invés de referir-se à mistura do ferro com o barro, ele refere-se à relação de
fornicação entre a Igreja prostituta apóstata e os reis da Terra:

(Apocalipse 17:1-2) “Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e me disse:
Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre
muitas águas. 2 Com ela se prostituíram os reis da terra, e os que habitam na terra
se embebedaram com o vinho da sua prostituição”.

No Apocalipse 18, nós temos o mesmo cenário, onde a igreja prostituta fornica com os
reis da terra:

(Apocalipse 18:1-3) “Depois destas coisas vi descer do céu outro anjo que tinha
grande autoridade, e a terra foi iluminada com o seu esplendor. 2 Ele clamou com
poderosa voz: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e
guarida de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e detestável. 3
Pois todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição. Os reis da terra
se prostituíram com ela, e os mercadores da terra se enriqueceram com a
abundância da sua luxúria”.

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Lições da Prostituta Judáica nos Dias de Cristo


Introdução
“Foi pelo afastamento do Senhor e aliança com os gentios que a igreja judaica se
tornou prostituta; e Roma, corrompendo-se de modo semelhante ao procurar o
apoio dos poderes do mundo, recebe condenação idêntica.” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: A causa da degradação atual, p. 334).

“Existia notável semelhança entre a Igreja de Roma e a Igreja judaica, ao tempo


do primeiro advento de Cristo. Ao passo que os judeus secretamente espezinhavam
todos os princípios da lei de Deus, eram exteriormente rigorosos na observância de
seus preceitos, sobrecarregando-a com exorbitâncias e tradições que tornavam
difícil e penosa a obediência. Assim como os judeus professavam reverenciar a lei,
pretendem os romanistas reverenciar a cruz. Exaltam o símbolo dos sofrimentos de
Cristo, enquanto no viver negam Aquele a quem ela representa.” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 495).

“Quando quer que a Igreja tenha obtido o poder secular, empregou-o ela para
punir a discordância às suas doutrinas. As igrejas protestantes que seguiram os
passos de Roma, formando aliança com os poderes do mundo, têm manifestado
desejo semelhante de restringir a liberdade de consciência. Dá-se um exemplo disto
na prolongada perseguição aos dissidentes, feita pela Igreja Anglicana. Durante os
séculos XVI e XVII, milhares de ministros não conformistas foram obrigados a deixar
as igrejas, e muitos, tanto pastores como do povo em geral, foram submetidos à
multa, prisão, tortura e martírio. Foi a apostasia que levou a igreja primitiva a
procurar o auxílio do governo civil, e isto preparou o caminho para o
desenvolvimento do papado— a besta.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito,
Capítulo: A Imutável Lei de Deus, p. 386-387).

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A Visão de Jesus da Igreja e Estado
Jesus reconheceu a legítima coexistência separada de dois reinos:

(Mateus 22:15-21) “Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o


surpreenderiam nalguma palavra. 16 Emviaram-lhe os seus discípulos, com os
herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro e que ensinas o
caminho de Deus, segundo a verdade. E não das preferência a ninguém, porque
não consideras a aparência dos homens. 17 Dize-nos, pois, que te parece? É lícito
pagar tributo a César, ou não? 18 Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse:
Por que me experimentais, hipócritas? 19 Mostrai-me a moeda do tributo. Eles lhe
apresentaram um denário. 20 E ele lhes perguntou: De quem é esta efígie e
inscrição? 21 Responderam-lhe: De César. Então ele lhes disse: Dai a César o que é
de César, e a Deus o que é de Deus”.

O que devemos a César e o que devemos a Deus?


Os Dez Mandamentos foram escritos em duas tábuas de pedra. A primeira tábua descreve
nosso dever vertical para com Deus e a segunda descreve nosso dever horizontal para
com nossos semelhantes.

(Deuteronômio 4:13) “Ele vos anunciou a sua aliança, que vos prescreveu, os dez
mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra”.

Nosso primeiro dever é vertical para com Deus:

(Deuteronômio 6:4-5) “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 5


Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a
tua força”.

Nosso segundo dever é horizontal para com nossos semelhantes:

(Levíticos 19:18) “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo,
mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”.

Jesus Cristo descrever os dois deveres:

(Mateus 22:34-40) “Ouvindo os fariseus que ele fizera emudecer os saduceus,


reuniram-se no mesmo lugar. 35 Um deles, doutor da lei, interrogou-o para o
experimentar: 36 Mestre, qual é o grande mandamento na lei? 37 Respondeu-lhe
Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de
todo o teu entendimento. 38 Este é o primeiro e grande mandamento. 39 O segundo,
semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 40 Destes dois
mandamentos depende toda a lei e os profetas”.

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Jesus e as Duas Tábuas
As acusações dos líderes judeus contra Jesus nada tinham a ver com os últimos seis
mandamentos. Nunca os encontramos acusando-O de desonrar seus pais, matar,
adultério, roubar, dar falso testemunho contra Seu próximo ou cobiça. Todas as acusações
feitas contra Jesus tinham a ver com a primeira tábua da lei. Jesus foi um cidadão
exemplar que nunca violou as leis civis do Império Romano.

O Primeiro Mandamento:

(Marcos 2:7) “Por que profere este, assim, blasfêmias? Quem pode perdoar
pecados, senão Deus”?

(João 10:33) “Responderam os judeus: Não te apedrejamos por nenhum milagre,


mas pela blasfêmia, porque tu, mero homem, te fazes Deus a ti mesmo”.

O Terceiro Mandamento:

(João 8:58-59) “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que
Abraão nascesse, EU SOU! 59 Então pegaram em pedras para atirar nele, mas Jesus
se ocultou, e retirou-se do templo”.

O Quarto Mandamento:

(João 9:16) “Alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não
guarda o sábado. Mas outros perguntavam: Como pode um homem pecador fazer
tais sinais miraculosos? De modo que havia dissensão entre eles”.

(João 5:16-18) “Assim, porque Jesus fazia estas coisas no sábado, os judeus o
perseguiram. 17 Jesus lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho
também. 18 Por este motivo os judeus ainda mais procuravam matá-lo; não só
quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-
se igual a Deus”.

Jesus manteve-se afastado do poder civil. Ele não veio para estabelecer um reino
temporal, mas sim para implantar os princípios do reino de Deus no coração.

A nação judaica queria que Jesus assumisse o reino do poder civil


(Mateus 4:8-10) “Levou-o novamente o diabo, a um monte muito alto, e mostrou-
lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. 9 E lhe disse: Tudo isto te darei se,
prostrado, me adorares. 10 Então Jesus lhe disse: Vai-te, Satanás! Pois está escrito:
Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás”.

(João 6:15) “Jesus, sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei, tornou a
retirar-se, sozinho, para o monte”.

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(Lucas 9:55-56) “Mas Jesus voltou-se, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de
que espírito sois, 56 pois o Filho do homem não veio para destruir as almas dos
homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia”.

De acordo com Jesus, o Reino de Deus deve ser implantado interiormente antes que seus
princípios possam ser vistos exteriormente. Nesse sentido, o reino funciona como o
fermento de dentro para fora. Jesus representou o reino de Deus, não o reino dos
homens.

O Reino no Coração
(Lucas 17:20-21) “Interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de
Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência visível [exibição
exterior de poder]. 21 Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque o reino de Deus
está dentro de vós”.

Observe esta declaração poderosa de Ellen G. White:

“O reino de Deus não vem com aparência exterior. O evangelho da graça de Deus,
com seu espírito de abnegação, não se pode nunca harmonizar com o do mundo.
Os dois princípios são antagônicos. “O homem natural não compreende as coisas
do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque
elas se discernem espiritualmente” (I Coríntios 2:14)”.

“Mas hoje, no mundo religioso, existem multidões que, segundo crêem, trabalham
pelo estabelecimento do reino de Cristo como um domínio terrestre e temporal.
Eles desejam tornar nosso Senhor o governador dos reinos deste mundo, o
governador em seus tribunais e acampamentos, em suas câmaras legislativas, seus
palácios e centros de negócios. Esperam que Ele governe por meio de decretos,
reforçados por autoridade humana. Uma vez que Cristo não Se encontra aqui
pessoalmente, eles próprios empreenderão agir em Seu lugar, para executar as leis
de Seu reino. O estabelecimento de tal reino era o que desejavam os judeus ao
tempo de Cristo. Teriam recebido Jesus, houvesse Ele estado disposto a
estabelecer um domínio temporal, impor o que consideravam como sendo leis de
Deus, e fazê-los os expositores de Sua vontade e os instrumentos de Sua
autoridade. Mas Ele disse: ‘O Meu reino não é deste mundo’ (João 18:36). Não quis
aceitar o trono terrestre”.

“O governo sob que Jesus viveu era corrupto e opressivo; clamavam de todo lado os
abusos — extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador
não tentou nenhuma reforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem
condenou os inimigos da nação. Não interferiu com a autoridade nem com a
administração dos que se achavam no poder. Aquele que foi o nosso exemplo,
conservou-Se afastado dos governos terrestres. Não porque fosse indiferente às
misérias do homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramente

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humanas e externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem,
individualmente, e regenerar o coração”.

“Não pelas decisões dos tribunais e conselhos, nem pelas assembléias legislativas,
nem pelo patrocínio dos grandes do mundo, há de estabelecer-se o reino de Cristo,
mas pela implantação de Sua natureza na humanidade, mediante o operar do
Espírito Santo. “A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus; aos que crêem no Seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem
da vontade do varão, mas de Deus” (João 1:12-13). Aí está o único poder capaz de
erguer a humanidade. E o instrumento humano, para a realização dessa obra, é o
ensino e a observância da Palavra de Deus”. (WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado
de Todas as Nações, Capítulo: Não com Aparência Exterior, p. 443-444)”

Uma Questão de Segurança Nacional


Depois que Jesus ressuscitou Lázaro, as multidões começaram a segui-lo como nunca
antes. Os líderes judeus estavam perdendo sua popularidade e membros e estavam com
ciúmes de Jesus. Eles temiam que sua nação se tornasse irrelevantes porque todos
seguiriam Jesus e os romanos então tirariam sua nação. Na mente da liderança religiosa
judaica, resolver esse problema era uma questão de segurança nacional! Os líderes
espirituais acreditavam que matando Jesus salvariam sua nação da ruína quando, na
realidade, quando mataram Jesus, eles causaram o que desejavam impedir e trouxeram a
condenação para sua nação. Os Romanos, que usaram para destruir Jesus, mais tarde
vieram e destruíram sua nação e cidade!

Pouco depois de Jesus ressuscitar Lázaro, a liderança judaica convocou uma reunião
especial do Sinédrio (composto pelos grandes eruditos religiosos, sacerdotes e nobreza do
Judaísmo) para lidar com a crescente ameaça de Jesus:

(João 11:47-50) “Então os principais sacerdotes e os fariseus convocaram uma


reunião do Sinédrio, e disseram: Que faremos? Este homem realiza muitos sinais
miraculosos. 48 Se o deixarmos prosseguir assim, todos crerão nele, e virão os
romanos e tomarão o nosso lugar e a própria nação. 49 Então um deles, chamado
Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse: Vós nada sabeis! 50 Vós não
percebeis que convém que um só homem morra pelo povo, e que não pereça toda
a nação”.

O mesmo argumento será usado em nome da segurança nacional, no futuro:

“Insistir-se-á em que os poucos que permanecem em oposição a uma instituição da


igreja e lei do Estado, não devem ser tolerados; que é melhor que eles sofram do
que nações inteiras sejam lançadas em confusão e ilegalidade. O mesmo
argumento há mil e oitocentos anos, foi aduzido contra Cristo pelos 'príncipes do
povo'. 'Convém', disse o astucioso Caifás, 'que um homem morra pelo povo, e que
não pereça toda a nação' (João 11:50). Este argumento parecerá conclusivo; e

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expedir-se-á, por fim, um decreto contra os que santificam o sábado do quarto
mandamento, denunciando-os como merecedores do mais severo castigo, e dando
ao povo liberdade para, depois de certo tempo, matá-los. O romanismo no Velho
Mundo, e o protestantismo apóstata no Novo, adotarão uma conduta idêntica
para com aqueles que honram todos os preceitos divinos.” (WHITE, Ellen G. (2013).
O Grande Conflito, Capítulo: Aproxima-se o tempo de angústia, centro de nossa
esperança, p. 537).

No versículo 53, é-nos dito que a decisão do Sinédrio foi que Jesus deveria morrer para
salvar a nação.

Pedro no Jardim
Quando o guarda do templo veio prender Jesus, Pedro sacou a espada literal para
defender seu Mestre. É significativo que Pedro, o porta-voz dos discípulos de Cristo,
acreditasse que era necessário defender o reino de Jesus com a espada. Jesus repreendeu
Pedro firmemente com palavras que lembram muito Apocalipse 13:10:

(Mateus 26:50-52) “Jesus, porém, lhe disse: Amigo, para que vieste! Então,
aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam. 51 Um dos que
estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do
sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. 52 Então Jesus lhe disse: Embainha a tua
espada, pois todos os que lançarem mão da espada à espada morrerão”.

A Inquisição Religiosa
Do Jardim do Getsemani, Jesus foi levado para a casa de Caifás para uma inquisição
religiosa.

(Mateus 26:57) “Os que prenderam a Jesus, conduziram-no à casa do sumo


sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos”.

É digno de nota que Jesus foi levado a um tribunal religioso para um julgamento religioso.
Neste ponto, o estado romano ainda não entrou em jogo. É um fato preocupante que a
igreja apóstata daquela época (não o poder civil), uma igreja que afirmava ser a
verdadeira igreja de Deus, sentenciou Jesus à morte. Pouco tempo depois, o poder civil
de Roma simplesmente tornou-se a espada nas mãos da igreja apóstata.

(Mateus 26:59-64) “Ora, os principais sacerdotes e todo o Sinédrio buscavam falso


testemunho contra Jesus, para condená-lo à morte. 60 E não acharam, apesar de se
terem apresentado muitas testemunhas falsas. Mas, por fim, chegaram duas,
afirmando: 61 Este disse: Eu posso derrubar o templo de Deus, e reedificá-lo em três
dias. 62 E, levantando-se o sumo sacerdote, perguntou a Jesus: Nada respondes ao
que estes depõem contra ti? 63 Jesus, porém, guardou silêncio. E o sumo sacerdote
lhe disse: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
64
Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste. Porém vos digo que em breve vereis o Filho
do homem assentado à direita do Todo-poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu”.

• O julgamento religioso de Jesus violou quase todos os estatutos da jurisprudência


judaica. Este não era um tribunal imparcial. O tribunal religioso já havia decidido
antes da inquisição que iria condená-lo. Seus direitos ao devido processo foram
pisoteados.
• O Sinédrio contratou os serviços de falsas testemunhas contra Jesus.
• Ele foi esbofeteado pelo sumo sacerdote e açoitado antes de ser considerado
culpado.
• Ele foi julgado à noite em particular.
• Ele foi acusado de crimes que não violavam nenhuma das leis civis de Roma.
• No final, ele foi condenado pelo depoimento de uma testemunha e pressionado a
incriminar-se.
• Ele não teve direito a um advogado.
• Ao contrário da lei judaica, Ele foi julgado na sexta-feira. A lei judaica proibia um
julgamento às sextas-feiras, sábados ou dias festivos.
• Além disso, a lei judaica exigia pelo menos três dias entre o momento em que a
sentença de morte foi pronunciada e quando ela poderia ser executada.

O Ecumenismo Denominacional
Na época de Cristo, o Judaísmo era composto de várias seitas. Todas essas seitas eram
judias, mas tinham doutrinas conflitantes e não gostavam umas das outras. Por exemplo,
os Fariseus acreditavam na vida após a morte e na ressurreição. Os Saduceus, por outro
lado, não acreditavam em nenhum dos dois. Embora todos representassem
denominações diferentes com crenças variantes, todos se uniram em um ponto: destruir
o inimigo público número um que, em sua mente, era uma ameaça à segurança da nação.
Eles sentiram que deveriam se unir para salvar sua nação da ruína, mas ao invés disso, ao
crucificarem a Cristo, eles eram culpados de apostasia nacional que levou à ruína nacional.

É importante lembrar que Jesus foi considerado digno de morte por um tribunal religioso.
Aqueles que afirmavam ser o povo de Deus condenaram um homem inocente à morte.

(Mateus 26:65-66) “Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo:


Blasfemou! Para que precisamos ainda de testemunhas? Vós bem ouvistes a sua
blasfêmia. 66 Que vos parece? E eles responderam: É réu de morte”.

Jesus levado ao Tribunal Civil


Mas os líderes religiosos apóstatas tinham um problema sério em suas mãos. A igreja não
poderia executar a pena de morte que havia pronunciado sem a autorização do Estado.
Portanto, após Sua inquisição religiosa, os líderes da igreja levaram Jesus até Pilatos, o
governante civil.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 17 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Mateus 27:1-2) “Chegada a manhã, todos os principais sacerdotes e os anciãos do
povo tomaram a decisão de matar a Jesus. 2 Manietaram-no, levaram-no e o
entregaram ao governador Pilatos”.

Quando os líderes religiosos trouxeram Jesus a Pilatos, ele fez uma pergunta muito
penetrante:

(João 18:29) “Então Pilatos saiu, e lhes disse: Que acusação trazeis contra este
homem”?

Os líderes perceberam pelo tom de voz de Pilatos que ele não estava acreditando que
Jesus era um criminoso, então disseram:

(João 18:30) “Responderam-lhe: Se este não fosse malfeitor, não o entregaríamos a


ti”.

Dois Reinos e Duas Leis


A evidência mostra que Pilatos reconheceu a existência de dois reinos com duas leis
separadas em seu reino. Ele sabia que Jesus não tinha violado nenhuma lei de seu reino,
então ele disse a eles para julgarem Jesus de acordo com sua lei:

(João 18:31) "Disse-lhes Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei.
Responderam os judeus: Não nos é permitido executar a ninguém".

Não era legal para a igreja executar a pena de morte.

Os líderes explicaram, então, que, como igreja, eles não estavam autorizados a executar a
pena de morte sem a aprovação do poder civil de Roma. Eles estavam solicitando o
imprimatur de Roma para executar a pena de morte e, portanto, usaram o poder civil ou
a espada de Roma para matar Jesus.

Por isso os judeus disseram-lhe: “Não nos é permitido executar a ninguém”.

Os líderes reconheceram que não poderiam persuadir Pilatos a condenar Jesus por suas
convicções religiosas, a menos que encontrassem algum crime que Jesus havia cometido
contra Roma. Para cumprir esse propósito, recorreram à prevaricação aberta e ousada.
Eles levantaram três acusações contra Jesus:

(Lucas 23:2) "E começaram a acusá-lo, dizendo. Encontramos este homem [1]
pervertendo a nossa nação, [2] proibindo dar tributo a César, e dizendo que [3] ele
mesmo é Cristo, o rei".

Pilatos sabia que Jesus não estava pervertendo a nação e talvez soubesse que Jesus não
era sonegador de impostos. Mas quando Pilatos ouviu que Jesus afirmava ser um rei, ele
chamou Jesus para seus aposentos particulares para questioná-lo sobre essa acusação. Se
Jesus afirmasse ser um rei, seria culpado do crime de sedição contra o Império Romano.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Pilatos perguntou a Jesus se Ele era realmente um rei. Em sua resposta, Jesus revelou
claramente que acreditava na existência de dois reinos separáveis dentro do Império
Romano. Mas Jesus deixou a preocupação de Pilatos descansar, afirmando que Seu reino
não era deste mundo. Na verdade, Ele afirmou que se Seu reino fosse deste mundo, Seus
discípulos usariam suas espadas para estabelecê-lo e defendê-lo:

(João 18:36) "Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino
fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos
judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui".

Quando Pilatos entrevistou Jesus, suas preocupações foram deixadas de lado. Ele
percebeu que Jesus era algum outro tipo de rei e que Jesus não representava nenhum
perigo para Roma. Se Pilatos tivesse pensado que Jesus aspirava ao trono político, ele teria
instantaneamente condenado Jesus por sedição contra o governo romano:

(João 18:37) "Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que
eu sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho
da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz".

Veredicto de Pilatos: Inocente


Pilatos foi três vezes à presença da multidão enfurecida para anunciar publicamente que
não conseguia encontrar nenhuma falta em Jesus:

(João 18:38) "Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isso, voltou até os
judeus e disse-lhes: Não acho nele crime algum".

(João 19:4) "Então, Pilatos saiu outra vez fora e disse-lhes: Eis aqui vo-lo trago fora,
para que saibais que não acho nele crime algum".

(João 19:6) "Vendo-o, pois, os principais dos sacerdotes e os servos, gritaram,


dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o,
porque eu nenhum crime acho nele".

Na mente dos líderes religiosos, Jesus havia violado a primeira tábua da Lei, mas Pilatos
não queria saber dessa tábua. Mesmo os líderes judaicos admitiram eles tinham as suas
leis e que Pilatos tinha a dele:

(João 19:7) "Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e, segundo a nossa
lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus".

O mesmo argumento será usado contra o povo de Deus no fim do tempo:

“Os que viverem durante os últimos dias da história terrestre saberão o que
significa ser perseguidos por causa da verdade. Nos tribunais prevalecerá a
injustiça. Os juízes recusarão ouvir as razões dos que são leais aos mandamentos
de Deus porque sabem que os argumentos em favor do quarto mandamento são

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 19 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
irrefutáveis. Eles dirão: 'Temos uma lei e, de conformidade com a nossa lei, ele
deve morrer'. A lei de Deus não é nada para eles. 'Nossa lei' lhes é suprema. Os que
respeitam essa lei humana serão favorecidos, mas não serão concedidos favores
aos que não se submeterem ao falso sábado.” (WHITE, Ellen G. (2004). Eventos
Finais, Capítulo: O pequeno tempo de angústia, p. 110).

Jesus reconheceu que Pilatos ocupava um lugar legítimo como governante civil de Roma,
mas também deixou claro que essa posição havia sido dada a ele de cima:

(João 19:11) “Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima te
não fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem”.

Expediente Político
Percebemos que Pilatos anunciou publicamente três vezes que não encontrava nenhuma
falta em Jesus. Por que, então, ele condenou um homem inocente à morte? Por dois
motivos:

Primeiro, havia um tumulto se formando e Pilatos não queria ter um motim em suas
mãos:

(Mateus 27:24) “Então, Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto
crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente
do sangue deste justo; considerai isso”.

Mas, em segundo lugar, e mais significativamente, Pilatos condenou Jesus porque os


líderes religiosos colocaram pressão política sobre ele e ele tinha medo de ser afastado
de sua posição política. Eles o intimidaram com o pensamento de que se ele libertasse
Jesus que afirmava ser um Rei, César o removeria do cargo de governador. Pilatos ficou
com medo de perder sua posição política.

(João 19:12) “Desde então, Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus gritavam,
dizendo: Se soltas este, não és amigo de César! Qualquer que se faz rei é contra
César”!

No fim do tempo, os líderes políticos também condenarão o fiel povo de Deus para
assegurar seu favor público:

“Os dignitários da Igreja e do Estado unir-se-ão para subornar, persuadir ou forçar


todas as classes a honrar o domingo. A falta de autoridade divina será suprida por
legislação opressiva. A corrupção política está destruindo o amor à justiça e a
consideração para com a verdade; e mesmo na livre América do Norte,
governantes e legisladores, a fim de conseguir o favor do público, cederão ao
pedido popular de uma lei que imponha a observância do domingo. A liberdade de
consciência, obtida a tão elevado preço de sacrifício, não mais será respeitada.”

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O maior perigo para o lar e a
vida, p. 517).

Os Líderes Influenciam os Membros


Em primeiro lugar, não eram os membros que queriam a morte de Jesus. A Escritura deixa
claro que eles pediram o sangue de Jesus porque foram influenciados por seus líderes
religiosos:

(Mateus 27:20) “Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram à


multidão que pedisse Barrabás e matasse Jesus”.

Ellen White faz esta observação perspicaz:

“Legiões de anjos maus controlavam os sacerdotes e governantes e deram voz às


sugestões de Satanás em persuadir e tentar o povo com falsidades e subornos a
rejeitar o Filho de Deus e escolher um ladrão e assassino em seu lugar.” (WHITE,
Ellen G. (2013). Review and Herald Articles – Book II, 14 de abril de 1896).

Alta Traição e Fornicação


O clímax do julgamento de Jesus foi quando Pilatos trouxe Jesus e Barrabás e os colocou
lado a lado diante da multidão e então perguntou qual deles deveria ser libertado. Os
líderes judeus com sua resposta cometeram alta traição contra Deus:

(João 19:13-15) “Ouvindo, pois, Pilatos este dito, levou Jesus para fora e assentou-
se no tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, e em hebraico o nome é Gabatá. 14 E
era a preparação da Páscoa e quase à hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o
vosso rei. 15 Mas eles bradaram: Tira! Tira! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de
crucificar o vosso rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei,
senão César”.

Assim, quando Israel reivindicou César como seu rei, eles rejeitaram Jesus, o Rei dos reis!
Por fornicar com o estado romano, eles rejeitaram o marido e se fizeram de meretriz.

Está claro nos Evangelhos que Jesus queria ser o único marido de Israel. Todos os tipos de
metáforas de casamento são usados nos Evangelhos para descrever o relacionamento
que Jesus queria ter com Seu povo.

• João Batista, que veio preparar o caminho para o casamento de Jesus com Seu
povo, é chamado de amigo do noivo (João 3:29).
• Jesus perguntou como os filhos podiam jejuar enquanto o noivo estava entre eles
(Marcos 2:19-20).
• Jesus contou a parábola das dez virgens (Mateus 25:1-10) que, em sua primeira
instância, aplicava-se aos judeus.
• E Jesus narrou a parábola da festa de casamento em que os judeus desprezaram o
convite para o casamento (Mateus 22:1-14).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 21 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Claramente, Jesus era o noivo que estava cortejando Seu povo a se apaixonar por Ele e se
casar com Ele, mas eles preferiram se casar com o poder civil.

Ao escolher César em vez de Cristo, a nação judaica fornicava espiritualmente com o


poder civil. Ao invés, eles abandonaram o marido e escolheram César. Isso é exatamente
o que o Israel do Antigo Testamento fez repetidamente. Mas desta vez havia certa
finalidade em seu adultério espiritual, como pode ser visto na parábola dos trabalhadores
da vinha (Mateus 21:33-43) e da figueira (Mateus 21:19).

Apostasia e Ruína Nacional


Os líderes religiosos pensaram que ao destruir Cristo eles salvariam sua nação, mas ao
crucificar Cristo, eles causaram o que desejavam impedir. Os próprios romanos que eles
usaram para crucificar Cristo vieram e destruíram sua cidade e levaram sua nação. Em
outras palavras, a apostasia nacional levou à ruína nacional.

Algo semelhante ocorrerá quando os reis da terra, que fornicaram com o papado Católico
Romano, a odiarão e se levantarão para destruí-la (Apocalipse 17:16):

(Lucas 19:41-44) “E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela, 42
dizendo: Ah! Se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz
pertence! Mas, agora, isso está encoberto aos teus olhos. 43 Porque dias virão sobre
ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão
de todas as bandas, 44 e te derribarão, a ti e a teus filhos que dentro de ti
estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o
tempo da tua visitação".

O mesmo ocorrerá no fim do tempo. As igrejas protestantes pensarão que, unindo-se ao


estado, salvarão a nação, mas o contrário ocorrerá. A apostasia nacional levará à ruína
nacional:

“A passos rápidos aproximamo-nos desse período. Quando as igrejas protestantes


se unirem com o poder secular para amparar uma religião falsa, à qual se
opuseram os seus antepassados, sofrendo com isso a mais terrível perseguição,
então o dia de repouso papal será tornado obrigatório pela autoridade combinada
da Igreja e do Estado. Haverá uma apostasia nacional que só terminará em ruína
nacional (Manuscrito 51, 1899).” (WHITE, Ellen G. (2007). Evangelismo, Capítulo:
Pregar as verdades características, p. 188).

A Igreja após o Pentecostes


O livro de Atos indica que Jesus enviou os discípulos para pregar o evangelho e batizar
aqueles que se arrependeram de seus pecados (Marcos 17:17; Mateus 24:14; Atos 1:6-8).
Para cumprir sua obra, Jesus deu a seus discípulos o Espírito Santo para que eles
pregassem a Palavra de Deus com poder convincente. A arma que Jesus deu à Sua igreja
foi à espada do Espírito:

Página 22 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Efésios 6:17) "Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que
é a palavra de Deus".

A maneira pela qual a igreja usa essa espada é pregando a Palavra de Deus. Jesus não deu
outra espada para a igreja:

(Atos 1:8) "Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e
ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e
até os confins da terra".

Notavelmente, Jesus não deu aos Seus discípulos permissão para usar a espada punitiva
do estado para punir aqueles que rejeitaram sua mensagem. Na verdade, Jesus instruiu
que a espada punitiva não seria usada pelos discípulos, mas sim contra eles:

(Mateus 10:34-39) "Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz,
mas espada. 35 Pois eu vim trazer divisão entre o homem e seu pai, entre a filha e
sua mãe, entre a nora e sua sogra. 36 Assim, os inimigos do homem serão os seus
próprios familiares. 37 Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de
mim; quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. 38 E
quem não toma a sua cruz, e não vem após mim não é digno de mim. 39 Quem
achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder sua vida por minha causa, acha-la-á”.

No livro de Atos, não há um fragmento de evidência de que os apóstolos alguma vez


usaram o poder civil de Roma para promover a causa do reino de Cristo ou punir aqueles
que não estavam em harmonia com a causa do reino. Na verdade, os discípulos foram
constantemente perseguidos pelos governantes de Roma por instigação dos judeus (ver
Atos 9:23; 13:45, 50; 14: 2; 16:20-21; 17:6-7, 13; 18:12-15; 20:3, 19; Atos 21:27; Atos
23:12; Atos 24:1-10; Atos 25:2-3, 9-10, 15-16; Atos 26:2-3; 26:21; Atos 28:18-19)

Vejamos apenas um exemplo da longa lista de referências acima:

(Atos 12:1-3) "Por aquele mesmo tempo, o rei Herodes lançou mão de alguns da
igreja, para maltratá-los. 2 Mandou matar à espada Tiago, irmão de João. 3 E,
vendo que isso agradara aos judeus, continuou, mandando prender também a
Pedro. E eram os dias dos pães asmos".

De acordo com o testemunho unânime do livro de Atos, a igreja judaica apóstata


constantemente usava os magistrados romanos para prender, chicotear e matar os
seguidores de Jesus. Nunca em nenhum livro do Novo Testamento encontramos qualquer
indício de que os seguidores de Jesus usassem o poder civil para cumprir a missão de
Jesus. A igreja usou apenas a espada que Jesus deu a ela, a Espada do Espírito.

A Espada Civil do Estado


Há outra espada que é mencionada no Novo Testamento. Esta espada não pertence à
igreja, mas sim ao estado. Deus estabeleceu a ordem civil e deu-lhe uma espada para

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 23 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
punir os violadores da lei civil. Essa espada pode ser legitimamente usada pelo poder civil
para punir as violações da segunda tábua da lei. Em outras palavras, o estado usa essa
espada (por meio de prisão, confisco de bens, multas e pena de morte) para proteger e
preservar a ordem civil da sociedade. O apóstolo Paulo se referiu a esta espada em
Romanos 13:1-10:

(Romanos 13:1-10) “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque


não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram
ordenadas por Deus. 2 Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de
Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. 3 Porque os
magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois,
não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela. 4 Porque ela é ministro de
Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada;
porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal. 5 Portanto, é
necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela
consciência. 6 Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de
Deus, atendendo sempre a isto mesmo. 7 Portanto, dai a cada um o que deveis: a
quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor, a quem
honra, honra. 8 A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos
ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. 9 Com efeito:
Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não
cobiçarás, e, se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume:
Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. 10 O amor não faz mal ao próximo; de
sorte que o cumprimento da lei é o amor”.

Apostasia Entra na Igreja


Quando a igreja perdeu a simplicidade do evangelho e o poder do Espírito Santo, entrou a
apostasia e como resultado a igreja se fundiu com o estado. Como resultado, as mesmas
cenas do julgamento e crucificação de Jesus foram repetidas mais uma vez na pessoa de
Seus santos. Desta vez, a igreja apóstata papal perseguiu os seguidores de Jesus como os
judeus perseguiram Jesus. Ao perseguir a igreja, eles perseguiam a Jesus.

Lições da Esposa de Pilatos


Quando Pilatos (o governante civil) estava deliberando sobre a possibilidade de entregar
Jesus à morte, sua esposa enviou-lhe uma mensagem, advertindo-o para não ter nada a
ver com este homem justo. Mas Pilatos, em vez de acatar sua esposa, por causa da
pressão do povo que por sua vez foi pressionado pelos líderes religiosos e para salvar sua
posição política lavou as mãos e entregou um homem inocente à morte:

(Mateus 27:19) "E, estandoele assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe


dizer: Não entres na questão desse justo, porque num sonho muito sofri por causa
dele".

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Mateus 27:24) "Então, Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto
crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente
do sangue deste justo; considerai isto”.

Pilatos não era inocente do sangue desse homem. Deus deu a ele uma mensagem e ele a
rejeitou. O mesmo apelo é dirigido aos governantes políticos do mundo hoje. Eles cederão
à pressão da igreja e condenarão o povo fiel de Deus à morte ou darão ouvidos ao
conselho da esposa de Pilatos? A decisão estará nas mãos deles.

Tanto a Escritura quanto o Espírito de Profecia afirmam claramente que a história de Jesus
será repetida novamente com Seu corpo, a igreja:

(João 16:1-3) "Tenho-vos dito essas coisas para que vos não escandalizeis. 2
Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar
cuidará fazer um serviço a Deus. 3 E isso vos farão, porque não conheceram ao Pai
nem a mim".

“As forças dos poderes das trevas se unirão com os agentes humanos que se
entregaram ao controle de Satanás, e as mesmas cenas que foram exibidas no
julgamento, rejeição e crucificação de Cristo serão reavivadas. Ao ceder às
influências satânicas, os homens serão fundidos em demônios, e aqueles que foram
criados à imagem de Deus, que foram formados para honrar e glorificar o seu
Criador, tornar-se-ão morada de demônios, e Satanás verá na raça apóstata sua
obra-prima do mal - homens que refletem sua própria imagem (Manuscrito S39,
1894).” (WHITE, Ellen G., Comentário Bíblico Adventista – volume #5, p. 1136).

“Ele [Satanás] operará de maneira sutil à medida que nos aproximarmos do fim da
história terrestre. Todo o seu poder enganador será exercido sobre os súditos
humanos, para completar a obra de iludir a família humana. Tão enganosa será a
sua obra, que os homens farão como o fizeram nos dias de Cristo; e quando
perguntado: A quem devo libertar para vós, Cristo ou Barrabás? O grito quase
universal será: Barrabás, Barrabás! E quando for feita a pergunta: "O que quereis,
então, que eu faça àquele a quem chamais Rei dos Judeus"? O grito novamente
será: Crucifica-o! Cristo será representado na pessoa daqueles que aceitam a
verdade e que identificam seus interesses com os de seu Senhor. O mundo ficará
furioso com eles da mesma forma que eles se enfureceram com Cristo, e os
discípulos de Cristo saberão que não devem ser tratados melhor do que o seu
Senhor. Mas Cristo certamente identificará seu interesse com o daqueles que o
aceitam como seu Salvador pessoal. Todo insulto, toda reprovação, toda acusação
falsa feita contra eles por aqueles que desviaram seus ouvidos da verdade e se
voltaram às fábulas, serão imputados aos culpados como feito a Cristo na pessoa
de seus santos.” (WHITE, Ellen G. (2013). Review and Herald Articles – Book II, 14
de abril de 1896).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 25 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Os instrumentos de Satanás estão tendo sua última chance de desenvolver
perante o mundo, perante os anjos e os homens, os verdadeiros princípios de seus
atributos. O povo de Deus agora deve representar os atributos do Pai e do Filho.”
(WHITE, Ellen G. (2013). Review and Herald Articles – Book II, 14 de abril de 1896).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

Notas sobre Apocalipse 12


Três Centros de Focus

• Apocalipse 12:1-5 amplificado em Apocalipse 12:7-12: O Filho.


• Apocalipse 12:6 amplificado em Apocalipse 12:13-16: A Mulher.
• Apocalipse 12:17 amplificado em Apocalipse 13: O Remanescente.

Em Daniel 7 e Apocalipse 13:1-10, o centro do foco são os poderes terrestres que Satanás
usou para perseguir o povo de Deus. Mas neste capítulo, vemos que o verdadeiro inimigo
do povo de Deus é Satanás.

Existem três contextos do Antigo Testamento que formam o pano de fundo deste
capítulo:

• A promessa do Evangelho de Gênesis 3:15.


• O êxodo de Israel do Egito.
• A história de Elias.

O Pano de Fundo de Gênesis 3:15


(Gênesis 3:15) “E porei [1] inimizade entre [2] ti [a serpente] e a [3] mulher e entre
a tua semente e a [4] semente dela; Esta [semente da mulher] te ferirá a cabeça, e
tu lhe ferirás o calcanhar. "

Observe os quatro elementos de Gênesis 3:15:

• Inimizade • Serpente
• Mulher • Duas sementes

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
A inimizade primária é entre a serpente e a semente da mulher. Portanto a inimizade
estende-se contra a mulher e, finalmente, contra o remanescente da Semente da mulher.

• Inimizade contra a semente da mulher.


• Inimizade contra a mulher.
• Inimizade contra o remanescente da semente da mulher.

O Pano de Fundo do Êxodo


Profecia: A noiva de Deus no Antigo Testamento é comparada a uma bela mulher
(Jeremias 6:2; Jeremias 31:32). Deus casou-se com Israel no Antigo Testamento. A mulher
é a noiva de Deus e o Pai implantou Jesus no ventre de Maria.

Cumprimento: (Apocalipse 12:1) A noiva de Deus é a Igreja. Jesus era a Semente de


Abraão e Davi. Jesus disse uma vez que “a salvação vem dos judeus” (João 4:22, 25). Em
outras palavras, Jesus nasceu da linhagem da nação judaica, ou seja, da Igreja do Antigo
Testamento.

Profecia: o povo de Deus clamava em dores de parto por causa da amarga escravidão a
feitores cruéis (Êxodo 1:13-14; 2:7, 12-14). Israel ansiava pelo nascimento de um
libertador (Êxodo 2:23-25). O povo de Deus estava em cativeiro em uma terra estranha.
Se não fosse libertado, a promessa da Semente não poderia ser cumprida.

Cumprimento: Quando Jesus estava para nascer neste mundo, toda a humanidade estava
escravizada ao pecado (João 8:32-34; Hebreus 2:14-15). Apocalipse 12:2 descreve a
mulher em trabalho de parto, ansiando por um libertador.

Profecia: Israel foi escravizado pelo Faraó, o grande dragão (Ezequiel 29:3).

Cumprimento: O povo de Deus estava escravizado pelo acusador dos irmãos, o grande
dragão, a antiga serpente, o diabo e Satanás (Apocalipse 12:3-4, 9).

Profecia: Um libertador nasceu de uma mulher cujo nome era Moisés (Êxodo 2:1-2).

Cumprimento: Um filho homem nasceu da mulher (Apocalipse 12:5; Mateus 2). A mulher
neste estágio representa a Igreja Judaica. Jesus era a semente de Abraão e de Davi. Isso
significa que Jesus nasceu da Igreja do Antigo Testamento. Por esta razão, Jesus disse à
mulher samaritana que a salvação vem dos judeus (João 4:22, 25; ver também Romanos
9:4-5).

Profecia: Faraó teme perder seu trono para o libertador (Êxodo 1:22).

Cumprimento: Herodes teme perder seu trono (Mateus 2:13).

Profecia: Faraó mata as crianças para se livrar do libertador, mas Moisés está protegido
no Egito (Êxodo 1:22).

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Cumprimento: Para se livrar do libertador, Herodes mandou matar todas as crianças
(Mateus 2:16).

Profecia: Deus chamou Moisés e Israel para fora do Egito (Oséias 11:1).

Cumprimento: Jesus foi protegido no Egito de onde foi chamado (Mateus 2:15).

Profecia: A morte do cordeiro marca a libertação (Êxodo 12:21-23).

Cumprimento: Jesus é apresentado por João como o Cordeiro de Deus antes de seu
batismo e Paulo nos diz que Jesus é nossa Páscoa (João 1:29; I Coríntios 5:7-8).

Profecia: Israel foi batizado no Mar Vermelho (I Coríntios 10:1-4).

Cumprimento: Jesus foi batizado no rio Jordão (Mateus 3:16-17).

Profecia: Moisés jejuou por 40 dias na montanha no deserto (Êxodo 34:28).

Cumprimento: Jesus vai para o deserto e jejua por quarenta dias e é levado para um alto
monte (Mateus 4:2).

Profecia: Deus deu a Israel uma lei numa montanha por meio de Moisés (Êxodo 34:32).

Cumprimento: Jesus explica a lei do reino de Seu Pai no Sermão da Montanha (Mateus
5:1, 17, 21-22, 28).

Profecia: A face de Moisés brilhou na montanha enquanto ele falava com Deus (Êxodo
34:29-34).

Cumprimento: A face de Jesus brilhou no Monte da Transfiguração ao ouvir a voz de Deus


(João 1:14; Mateus 17:1-3). Curiosamente, Moisés estava presente no Monte.

Profecia: Moisés intercede por seu povo oferecendo sua própria vida (Êxodo 32:30-32).

Cumprimento: Jesus é o grande intercessor em favor de seu povo pecador (I Timóteo 2:5;
I João 2:1).

Profecia: Moisés traz água de uma rocha (Êxodo 17:1-6), traz maná do céu (Êxodo 16) e
levanta uma serpente que salva Israel da morte (Números 21:9).

Cumprimento: Jesus é a rocha de quem nascem às águas (João 4:13-14; 7:37-39; Mateus
21:42-44). Ele também é o maná do céu (João 6:41), e a serpente ressuscitada no deserto
(João 3:14).

Profecia: Moisés organizou as 12 tribos (Êxodo 24:4) e estabeleceu os 70 (Êxodo 24:1)


para continuar a obra de Israel.

Cumprimento: Jesus escolheu 12 e enviou 70 para realizar Sua obra (Apocalipse 12:1;
Mateus 10:1; Lucas 10:1, 17).

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Profecia: Moisés foi testado pela constante oposição dos líderes judeus e do povo.

Cumprimento: Jesus sofreu constante oposição dos líderes e de Seu povo.

Profecia: Moisés morreu, foi sepultado por Deus, foi ressuscitado por Cristo e ascendeu
ao céu (Deuteronômio 34:5-6; Judas 9; Mateus 17:3).

Cumprimento: Jesus morreu, foi sepultado, ressuscitou e ascendeu ao céu (Apocalipse


12:5).

Profecia: Deuteronômio 18:15-18 prometeu alguém maior do que Moisés.

Cumprimento: Jesus é a profecia maior do que Moisés (Atos 3:22-26).

Resumo: Moisés traz libertação (literal) ao Israel (literal) da escravidão (literal) no Egito
(literal), ao oferecer um cordeiro (literal), os levou através de um deserto (literal). Traz
água (literal) da rocha (literal) e maná (literal) do céu e levanta uma serpente (literal) para
prevenir a morte (literal), e leva o Israel (literal) às fronteiras de Canaã (literal). É claro que
a história de Moisés foi cumprida em uma escala maior em Jesus. É óbvio que o que era
literal e local com o Israel do Antigo Testamento deve ser entendido em um sentido
espiritual e mundial hoje.

Quatro Elementos

Elemento # 1: A Mulher

(Apocalipse 12:1) “E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol,
tendo a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça”.

Qual o estágio da Igreja que estamos falando aqui? É a Igreja do Antigo Testamento ou a
Igreja do Novo Testamento? Deve ser a Igreja do Antigo Testamento porque quando João
viu a mulher, a criança ainda não havia nascido e a criança é Jesus.

Seria bom lembrar que no Antigo Testamento temos muitas mulheres e muitas sementes
"preliminares" que prefiguram A mulher e A Semente de Gênesis 3:15.

O que é representado pelo sol que reveste a mulher e a lua em que ela está? A resposta é
determinada pelo significado da luz maior e da luz menor.

• O sol é a luz maior e a lua é a luz menor (Gênesis 1:16).


• O sol: representa Jesus Cristo, a luz maior (Salmos 84:11; Mateus 17:3; Apocalipse
1:16; Malaquias 4:1).
• A lua: A luz menor é a Bíblia que dá testemunho de Jesus (João 5:35, 39, 46, 47).

Apenas uma mulher: Há apenas uma mulher antes de Jesus nascer, quando Jesus nasceu,
quando a Igreja foi perseguida por 1260 anos e quando o remanescente final é
perseguido. Deus tem apenas uma Igreja verdadeira em todas as épocas. Os
dispensacionalistas estão totalmente errados quando dizem que Deus tem dois povos

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mutuamente separáveis. Existe apenas um Messias e apenas um povo do Messias. O
mesmo dragão também está ativo em todas as etapas.

As doze estrelas: No período do Antigo Testamento, as doze estrelas representam os


doze filhos de Jacó. Eles são os fundadores que mais tarde formaram as doze tribos de
Israel (Gênesis 37:9-10; Gênesis 49:28).

Na etapa do Novo Testamento, as doze estrelas também representam os doze apóstolos


que são os fundadores da Igreja do Novo Testamento: (Marcos 3:14). Observe o número
de vezes que os apóstolos são chamados de 'os doze' (Mateus 10:1-2, 5, 11:1; 20:17;
26:20). Ellen White concordou:

“Como no Antigo Testamento os doze patriarcas ocupavam o lugar de


representantes de Israel, assim os doze apóstolos representam a igreja evangélica.”
(WHITE, Ellen G. (2007). Atos dos Apóstolos, Capítulo: O preparo dos doze, p. 12).

Existe apenas uma cidade com as doze tribos e os doze apóstolos: Apocalipse 21:12;
Apocalipse 21:14.

Elemento # 2: A Semente da Mulher

(Apocalipse 12:2) “E estava grávida e com dores de parto e gritava com ânsias de
dar a luz”.

A Semente é Jesus como pode ser visto claramente em Apocalipse 12:5.

Elemento # 3: O dragão

Apocalipse (12:3) “E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão
vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas”.

“A cadeia de profecias na qual se encontram estes símbolos, começa no Capítulo 12


de Apocalipse, com o dragão que procurava destruir Cristo em Seu nascimento.
Declara-se que o dragão é Satanás (Apocalipse 12:9); foi ele que atuou sobre
Herodes a fim de matar o Salvador. Mas o principal agente de Satanás, ao fazer
guerra contra Cristo e Seu povo, durante os primeiros séculos da era cristã, foi o
Império Romano, no qual o paganismo era a religião dominante. Assim, conquanto
o dragão represente primeiramente Satanás, é, em sentido secundário, símbolo de
Roma pagã.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei
de Deus, p. 382).

Elemento # 4: Inimizade contra a semente da mulher

Apocalipse (12:4) "E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu e
lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz,
para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho”.

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Apocalipse 12:3-4 e 7-12

É comum no livro do Apocalipse apresentar uma ampla gama de eventos e agrupá-los.


Observe como exemplos:

• Apocalipse 8:3-5: A intercessão com o incensário e seu lançar sobre a terra


apresenta todo o período de intercessão entre o ministério de intercessão de
Cristo e o encerramento da porta da graça.
• Apocalipse 13:11: Há um intervalo de tempo entre os chifres como de um cordeiro
e o falar como um dragão, embora ambos sejam apresentados como acontecendo
simultaneamente.
• Apocalipse 13:3: Diz-se que a ferida mortal e sua cura acontecem uma após a
outra, sem qualquer intervalo de tempo.

Apocalipse 11:19: Dois eventos mencionados como acontecendo sem qualquer intervalo
de tempo. Não devemos nos surpreender que João salte do evento original para a cruz,
dando-nos um amplo alcance.

Apocalipse 12:4 apresenta toda a extensão da controvérsia entre Cristo e Satanás, desde
a origem do pecado no céu até Jesus morrer na cruz. O versículo quatro primeiro dá um
vislumbre do que aconteceu no céu e, em seguida, descreve o nascimento de Jesus. No
versículo sete, mais uma vez ele dá um vislumbre do céu e então lida com os eventos
após a ascensão de Jesus. Portanto, os versículos 7-10 nos levam um pouco mais adiante
do que os versículos 3 e 5.

A estrutura de Apocalipse 12:3-4 e 12:7-12 deve ser entendida da seguinte maneira:

Focando no nascimento de Cristo (Apocalipse 12:3-4):

• Vislumbre: Antes da criação no céu, o dragão com suas mentiras (cauda) levou
consigo um terço dos anjos de Cristo.
• Evento Histórico: Satanás estava diante da mulher quando Jesus estava para
nascer.

Focando na vitória de Cristo na cruz (Apocalipse 12:7-12):

• Vislumbre: Satanás foi originalmente expulso do céu com seus anjos (que eram
originalmente os anjos de Miguel). Os tempos dos versos 7 a 9 indicam claramente
que este é um evento passado que está sendo olhado da perspectiva do presente.
(Apocalipse 12:7-9) “E houve [aoristo – palavra que vem do grego e significa que o
tempo do verbo é indefinido, indeterminado a sua duração] batalha no céu: Miguel
e os seus anjos batalhavam [aoristo] contra o dragão; e batalhavam [aoristo] o
dragão e os seus anjos, 8 mas não prevaleceram [aoristo]; nem mais o seu lugar se
achou nos céus. 9 E foi precipitado [aoristo] o grande dragão, a antiga serpente,
chamada o diabo e Satanás, que engana [verbo no presente] o mundo inteiro; ele
foi precipitado [aoristo] na terra, e seus anjos foram lançados [aoristo] com ele”.

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• Evento Histórico: Os versículos 10-12 descrevem agora as consequências do
evento passado. A vitória de Cristo é celebrada em Apocalipse 12:10-12. É nos dito
que o exército celestial cantou: porque Cristo derrotou Satanás na cruz (ver
também João 12:31-33; Lucas 10:18-19).

Reação no céu:

(Apocalipse 12:10-11) “E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada
está a salvação, e a força, e o reino de nosso Deus, e o poder de Seu Cristo; porque
já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os
acusava [aoristo] de dia e de noite. 11 E eles o venceram [aoristo] pelo sangue do
Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram [aoristo] a sua vida até
a morte”.

“Quando Cristo exclamou: 'Está consumado', a mão invisível de Deus rasgou de


cima a baixo o forte tecido que formava o véu do templo. O caminho para o
Santíssimo foi manifestado. Deus curvou sua cabeça e ficou satisfeito. Agora, Sua
justiça e misericórdia podiam se misturar. Ele poderia ser justo, mas também o
justificador de todos os que deveriam crer em Cristo. Ele olhou para a vítima
morrendo na cruz e disse: ‘Está consumado. A raça humana terá outra
oportunidade’. O preço da redenção foi pago, e Satanás caiu como um raio do céu”
(MS 111, 1897). (WHITE, Ellen G. (2007). Comentário Bíblico Adventista – volume
#5, p. 1150).

“Cristo não entregou Sua vida antes que realizasse a obra que viera fazer, e ao
exalar o espírito, exclamou: 'Está consumado' (João 19:30). Ganhara a batalha. Sua
destra e Seu santo braço Lhe alcançaram a vitória. Como Vencedor, firmou Sua
bandeira nas alturas eternas. Que alegria entre os anjos! Todo o Céu triunfou na
vitória do Salvador. Satanás foi derrotado, e sabia que seu reino estava perdido.
Para os anjos e os mundos não caídos, o brado: 'Está consumado' teve profunda
significação. Fora em seu benefício, bem como no nosso, que se operara a grande
obra da redenção. Juntamente conosco, compartilham eles os frutos da vitória de
Cristo.” (WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado de Todas as Nações, Capítulo: Está
Consumado, p. 667).

Reação no céu e na terra:

(Apocalipse 12:12) “Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que nele habitais. Ai dos que
habitam na terra e no mar! Porque o diabo desceu a vós e tem grande ira, sabendo
que já tem pouco tempo."

A Fúria de Satanás: Essa raiva é descrita nos versículos 6 e 13-15.

Apocalipse 12:6 é ampliado em 12:13-15.

• Primeiro o diabo queria se livrar do filho da mulher (Apocalipse 12:1-5, 7-12).

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• Quando a criança escapa, ele vai atrás da mãe (Apocalipse 12:6, 13-15). Como
você acha que a criança se sentiu por alguém maltratar sua mãe? Existe algo que
amamos mais do que nossa mãe? Quem toca a mãe, toca a criança ou o filho.
• Quando Deus provê refúgio à mulher para escapar da ira da serpente, a serpente
vai atrás do remanescente de sua Semente (Apocalipse 12:17).

Três contextos do Antigo Testamento formam o pano de fundo de Apocalipse 12:6, 13-
15:

• Gênesis 3:15 (que já estudamos).


• Daniel 7 (o chifre pequeno; o período de tempo e a perseguição dos santos é o
mesmo).
• A história de Elias (o cenário mais importante).

(Apocalipse 12:13-15) “E, quando o dragão viu que fora lançado na terra,
perseguiu a mulher que dera à luz o varão. 14 E foram dadas à mulher duas asas de
grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por
um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. 15 E a
serpente lançou de sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela
corrente a fizesse arrebatar”.

Apocalipse 12:6 apresenta vários elementos que são repetidos e ampliados nos versículos
13-15:

• 'Mulher'
• 'Serpente'
• Deserto'
• 'Lugar'
• ‘Sustentada (ou alimentada)’
• ‘Tempo, tempos e metade de um tempo’.

Comentário: Apocalipse 12:6 meramente introduz a próxima etapa do drama, mas não
nos diz por que o dragão está furioso com a mulher. Para saber o motivo, devemos ir para
a ampliação nos versos 13-15.

Uma comparação de Daniel 7:25 e Apocalipse 12:6, 14 revela três coisas:

• A mulher representa os santos do Altíssimo.


• O poder por trás do chifre pequeno é o dragão, a antiga serpente, o diabo e
Satanás.
• Os 3,5 tempos é o mesmo que os 1260 dias.

“Os quarenta e dois meses são o mesmo que 'tempo, tempos, e metade de um tempo',
três anos e meio, ou 1.260 dias, de Daniel 7, tempo durante o qual o poder papal
deveria oprimir o povo de Deus. Este período, conforme se declara nos capítulos
precedentes, começou com a supremacia do papado, no ano 538 de nossa era, e

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terminou em 1798.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Desejado de Todas as Nações, Capítulo:
A imutável Lei de Deus, p. 383).

Apocalipse 12:13-15:

Versículo 13: Agora descobrimos a razão pela qual o dragão está furioso com a mulher e
foi fazer guerra contra ela. O dragão estava com raiva porque ele havia sido lançado por
terra na cruz.

“Satanás de novo aconselhou-se com seus anjos, e com ódio violento ao governo
de Deus disse-lhes que, enquanto ele retivesse seu poder e autoridade na Terra,
seus esforços deveriam ser dez vezes mais fortes contra os seguidores de Jesus. Em
nada haviam prevalecido contra Cristo, mas deveriam derrotar Seus seguidores
sendo possível. Em todas as gerações deveriam procurar pôr ciladas àqueles que
cressem em Jesus. Referiu-lhes que Jesus dera aos Seus discípulos poder para
repreendê-los e expulsá-los, e para curar aqueles a quem eles afligissem. Então os
anjos de Satanás saíram como leões a rugir, procurando destruir os seguidores de
Jesus.” (WHITE, Ellen G. (2007). Primeiros Escritos, Capítulo: A ascensão de Cristo,
p. 199).

Versículo 14: As asas de águias trazem à mente o êxodo de Israel do Egito. Em Êxodo
32:10-14, encontramos a imagem da águia resgatando Israel no deserto. A águia é uma
ave rápida e poderosa que voa alto e protege seus filhotes como a menina de seus olhos.
É assim que Jesus se sente em relação ao Seu povo perseguido. Ele os alimenta, os coloca
sobre Suas asas e os protege do inimigo. Em Êxodo 19:4 (ver também Isaías 40:31). Deus
diz que levou Israel sobre as asas de águia quando os libertou da escravidão do Faraó, o
grande dragão.

Versículo 15: Embora o dragão / serpente tivesse sete cabeças, apenas uma delas está
lançando água de sua boca. Isso indica claramente que apenas uma das sete cabeças
governa em um determinado momento. No momento, não sabemos qual cabeça está
lançando água, mas o assunto será explicado em Apocalipse 17:15.

O significado das águas: Isaías 8:7-8; Salmos 69:1-2, 14-15; Daniel 9:26; Isaías 57:20;
Salmos 68:21-22; Salmos 89:9-10; Jeremias 51:36 (rio = mar), Habacuque 3:8 e 15.

As águas não são quaisquer antigas águas – elas representam o rio Eufrates em fase de
inundação.

Em Josué 24:2-3 e 14-15, o rio Eufrates é descrito sob o eufemismo de “o rio”. Gênesis
15:18 descreve o Eufrates como “as águas do Eufrates, o grande Rio, dilúvio ou
inundação” (ver também Isaías 8:7-8; 17:12-13; 59:19). Assim, em Apocalipse 12, devemos
entender o Rio (com o artigo definido no grego) ou inundação que o dragão lançou de sua
boca como o rio Eufrates.

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Embora a palavra grega traduzida como “inundação” e “rio” no Novo Testamento seja a
mesma, muitas versões bíblicas contemporâneas têm visto a relação entre “a inundação”
e “o rio” e, portanto, as usam de forma intercambiável. Observe apenas um exemplo
dentre muitos, a versão Standard em inglês (ESV):

(Apocalipse 12:15-16) “A serpente despejou água como um rio de sua boca atrás
da mulher, para varrê-la com uma inundação. 16 Mas a terra veio em auxílio da
mulher, e a terra abriu sua boca e engoliu o rio que o dragão havia derramado de
sua boca.”

O Pano de Fundo de Elias


Para compreender completamente Apocalipse 12:6 e 13-15, devemos ir para a história de
Elias no Antigo Testamento.

Princípio Fundacional: As sete igrejas, os sete selos e as sete trombetas cobrem os


mesmos eventos históricos básicos em diferentes perspectivas. As igrejas, na verdade,
constituem a base esquelética da sequência cronológica do restante do livro do
Apocalipse.

• A primeira igreja, o selo e trombeta descrevem a igreja apostólica.


• A segunda igreja, o selo e trombeta descrevem o período de Roma imperial.
• A terceira igreja, o selo e trombeta descrevem o período em que o paganismo
penetrou na igreja Cristã.
• A quarta igreja, o selo e a trombeta descrevem o período da supremacia papal
quando a Bíblia e a obra de Cristo foram eclipsadas.

O Significado das Sete Igrejas


“Os nomes das sete igrejas são símbolos da igreja em diferentes períodos da era
cristã. O número sete indica plenitude, e simboliza o fato de que as mensagens se
estendem até o fim do tempo, enquanto os símbolos usados revelam o estado da
igreja nos diversos períodos da história do mundo.” (WHITE, Ellen G. (2007). Atos
dos Apóstolos, Capítulo: O Apocalipse, p. 407).

• Éfeso: A igreja apostólica.


• Esmirna: A igreja perseguida pelos imperadores Romanos.
• Pérgamo: A igreja comprometida sob Constantino.
• Tiatira: A igreja apóstata da Idade Média.

Futuristas notáveis como Hal Lindsey e Dave Hunt concordam que as sete igrejas
representam períodos consecutivos da história da Igreja Cristã. Eles também concordam
que a quarta igreja representa o período de supremacia papal. Jezabel na igreja de Tiatira,
portanto, não deve ser literal, mas sim simbólica, porque durante este período Jezabel
literal já estava morta e porque Jezabel não viveu 1260 anos.

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Análise da Igreja de Tiatira
(Apocalipse 2:20-23) “Mas tenho contra ti [a igreja de Tiatira] o tolerares que
Jezabel [a besta de Apocalipse 13 e prostituta de Apocalipse 17], que se diz
profetisa, ensine e engane os Meus servos, para que se prostituam [fornicação,
união da Igreja e do estado] e comam dos sacrifícios da idolatria. 21 E dei-lhe
tempo [1260 anos] para que se arrependesse da sua prostituição [fornicação]; e
não se arrependeu. 22 Eis que a porei numa cama [a ferida mortal], e sobre os que
adulteram com ela virá grande tribulação [a Revolução Francesa], se não se
arrependerem das suas obras. 23 E ferirei de morte a seus filhos [as igrejas
protestantes], e todas as igrejas [todas as sete] saberão eu que sou Aquele que
sonda as mentes e os corações [o julgamento investigativo]. E darei a cada um de
vós segundo as vossas Obras [o momento em que a recompensa é dada à
meretriz e seus amantes].”

A História de Elias
Na história do Velho Testamento, Jezabel, a sacerdotisa pagã introduziu a apostasia em
Israel. No Apocalipse, Tiatira é um período da história em que a igreja cristã mesclou o
Paganismo e o Cristianismo e agiu como Jezabel:

(I Reis 16:30-31) “E fez Acabe, filho de Onri, o que era mal aos olhos do Senhor,
mais do que todos os que foram antes dele. 31 E sucedeu que (como se fora coisa
leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a
Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e se encurvou diante
dele”.

(Apocalipse 2:20) “Mas tenho contra ti que toleras a Jezabel, mulher que se diz
profetisa. Com o seu ensino ela engana os meus servos, seduzindo-os a se
prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas aos ídolos”.

Jezabel foi uma mãe adúltera, que tinha uma relação ilícita [fornicação] com o rei, e estava
envolvida com o ocultismo:

(I Reis 16:30-31) “Fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais
do que todos os que foram antes dele. 31 Como se fosse pouco andar nos pecados
de Jeroboão, filho de Nebate, ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei
dos sidônios, e foi, e serviu a Baal, e o adorou”.

(II Reis 9:22) “Vendo Jorão a Jeú, perguntou: Há paz, Jeú? Respondeu ele: Que paz,
enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas”?

(Apocalipse 17:1-2 e 5) “Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e me
disse: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
sobre muitas águas. 2 Com ela se prostituíram os reis da terra, e os que habitam na
terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição. 5 E na sua testa estava
escrito: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA, A MÃE DAS PROSTITUIÇÕES E DAS
ABOMINAÇÕES DA TERRA”.

(Apocalipse 18:23, segunda parte) “Os teus mercadores eram os grandes da terra.
Todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias”.

As questões do conflito envolviam a lei de Deus, a adoração e o Evangelho:

Adoração:

(I Reis 16:30-31) “Fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais
do que todos os que foram antes dele. 31 Como se fosse pouco andar nos pecados
de Jeroboão, filho de Nebate, ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei
dos sidônios, e foi, e serviu a Baal, e o adorou”.

(Apocalipse 13:4) “... e adoraram o dragão que deu à besta a sua autoridade, e
adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar
contra ela”? (Ver também Apocalipse 14:9-12).

A Primeira Tábua da Lei:

(I Reis 18:17-18) “E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe Acabe: És tu o


perturbador de Israel? 18 Então, disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu
e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os
baalins”.

(Daniel 7:25) “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do


Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas
mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”.

Em II Tessalonicenses 2 refere-se ao homem do pecado e ao mistério da iniquidade.

Derrubando a Verdade do Santuário do Evangelho:

(I Reis 18:30-31, 36-37) “Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo
o povo se chegou a ele; e reparou o altar do Senhor, que estava quebrado. 31 E
Elias tomou doze pedras, conforme o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual
veio a palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome. 36 Sucedeu, pois, que,
oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta Elias se chegou e disse: Ó Senhor,
Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel,
e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas. 37
Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu, Senhor, és
Deus e que tu fizeste tornar o seu coração para trás”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Daniel 8:11) “E se engrandeceu até ao príncipe do exército; e por ele foi tirado o
contínuo sacrifício, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra”.

(Apocalipse 13:6) “E [a besta] abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para


blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu”.

Não houve chuva durante o período de apostasia:

(I Reis 17:1) “Então, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o
Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem
chuva haverá, senão segundo a minha palavra”.

(Apocalipse 11:6) “Estas têm poder para fechar o céu, para que não chova nos dias
da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue e para
ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem”.

Observe a razão pela escassez de chuva:

(II Crônicas 7:13-14) “Se eu cerrar os céus, e não houver chuva, ou se ordenar aos
gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo; 14 e se o
meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha
face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”.

Onde não há chuva há fome da palavra de Deus:

(Amós 8:11-12) “Eis que vêm dias, diz o Senhor Jeová, em que enviarei fome sobre
a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor.
12
E irão errantes de um mar até outro mar e do Norte até ao Oriente; correrão por
toda parte, buscando a palavra do Senhor, e não a acharão”.

A extensão da fome foi três anos e seis meses:

(Tiago 5:17) “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu
que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra”.

A Jezabel da Idade Média teve tempo para se arrepender de sua fornicação. Quanto
tempo foi dado a ela? “Tempo, tempos e metade de um tempo”, um período que vai de
538 a 1798 de nossa era:

(Apocalipse 2:21) “E dei-lhe tempo [chronos] para que se arrependesse da sua


prostituição; e não se arrependeu”.

Em Apocalipse 11:3, os 1260 dias são anos (se os 1260 dias são realmente anos, então
Elias não pode ser uma pessoa literal, mas um grupo de pessoas que vivem como Elias e
proclamam a mensagem de Elias).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 39 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Apocalipse 11:3) “E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por
mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco”.

Em Daniel 7:25, os 1260 dias são iguais à três tempos e meio.

(Daniel 7:25) “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do


Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas
mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”.

Há um remanescente fiel dentro da igreja apóstata:

(I Reis 19:18) “Também eu fiz ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que se não
dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou”.

(Apocalipse 2:24-25) “Mas eu vos digo a vós e aos restantes [loipos, o


remanescente] que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina e não
conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga não porei. 25
Mas o que tendes, retende-o até que eu venha”.

Elias foi culpado pelas calamidades e foi procurado em todos os lugares:

(I Reis 18:10, 17) “Vive o Senhor, teu Deus, que não houve nação nem reino aonde
o meu senhor não mandasse em busca de ti; e dizendo eles: Aqui não está, então,
ajuramentava os reinos e as nações, se eles te não tinham achado. 17 E sucedeu
que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe Acabe: És tu o perturbador de Israel”?

Elias fugiu da ira de Jezabel para o deserto onde Deus tinha um lugar preparado para ele:

(I Reis 17:3) “Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de
Querite, que está diante do Jordão”.

(Apocalipse 12:6, 14) “E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar
preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta
dias. 14 E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o
deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um
tempo, fora da vista da serpente”.

Os fiéis foram alimentados por Deus:

(I Reis 17:4, 6) “E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos
que ali te sustentem. 6 E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como
também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro”.

(Apocalipse 12:6, 14) “E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar
preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta
dias. 14 E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o
deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um
tempo, fora da vista da serpente”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Jezabel foi uma assassina dos profetas de Deus:

(I Reis 18:4) “Porque sucedeu que, destruindo Jezabel os profetas do Senhor,


Obadias tomou cem profetas, e de cinquenta em cinquenta os escondeu numa
cova, e os sustentou com pão e água”.

(I Reis 19:1-3) “E Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito e como
totalmente matara todos os profetas à espada. 2 Então, Jezabel mandou uma
mensagem a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses e outro tanto, se decerto
amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles. 3 O que vendo ele,
se levantou, e, para escapar com vida, se foi, e veio a Berseba, que é de Judá, e
deixou ali o seu moço”.

(Apocalipse 17:6) “E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos e


do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande
admiração”.

Os falsos profetas de Baal eram alimentados à mesa de Jezabel e ela é chamada de mãe
porque tinha filhas:

(I Reis 18:19) “Agora, pois, envia, ajunta a mim todo o Israel no monte Carmelo,
como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos
profetas de Aserá, que comem da mesa de Jezabel”.

(II Reis 9:22) “Vendo Jorão a Jeú, perguntou: Há paz, Jeú? Respondeu ele: Que paz,
enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas”?

A besta tem o falso profeta que cumpre suas ordens:

(Apocalipse 16:13) “E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso


profeta vi saírem três espíritos imundo, semelhantes a rãs”.

A meretriz tem filhas:

(Apocalipse 17:5) “E na sua testa estava escrito: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA,


A MÃE DAS PROSTITUIÇÕES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA”.

Jezebel teve filhos que nasceram dela no final dos 1260 anos que cumprirão suas ordens.

(Apocalipse 2:23) “E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que
eu sou aquele que sonda as mentes e os corações. E darei a cada um de vós
segundo as vossas obras”.

Uma continuação de Elias no fim do tempo.

O Elias da Idade Média não foi o Elias final. A conclusão da história não foi escrita. Jezabel
não foi morta, os falsos profetas não foram mortos, o grande e terrível dia do Senhor
não veio e a igreja não foi transladada.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 41 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Devemos esperar o Elias final para completar a história.

(Malaquias 4:1-3) “Porque eis que aquele dia vem ardendo como forno; todos os
soberbos e todos os que cometem impiedade serão como palha; e o dia que está
para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem
raiz nem ramo. 2 Mas para vós que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça e
salvação trará debaixo das suas asas; e saireis e crescereis como os bezerros do
cevadouro. 3 E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de
vossos pés, naquele dia que farei, diz o Senhor dos Exércitos”.

A igreja pós-apostólica tem dois estágios de existência porque a prostituta tem dois
estágios de existência.

(Apocalipse 6:9-11) “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas
dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que
deram. 10 E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo
Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11
E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem
ainda um pouco de tempo, até que também se completassem o número de seus
conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram”.

A prostituta tem dois estágios de existência e também Elias, os filhos (os falsos profetas
da prostituta e de Acabe também devem ter dois estágios de existência).

(Apocalipse 13:3) “E vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga
mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta”.

Jezabel foi lançada em seu leito junto com aqueles que cometeram fornicação com ela na
grande tribulação da Revolução Francesa.

(Apocalipse 2:22) “Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela
virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras”.

O Elias atual estende-se desde Israel à Europa Ocidental e ao mundo no fim do tempo.

Depois dos três tempos e meio, Deus levantará um povo que guardará os mandamentos
de Deus, terá o dom de profecia, pregará a verdadeira adoração ao criador, restaurará o
evangelho eterno, denunciará Babilônia, conduzirá o mundo a tomar uma posição
favorável ao selo de Deus ou a marca da besta. Este será o fim do tempo de Elias com o
poder do céu que iluminará o mundo com sua glória (Apocalipse 18: 1) e sofrerá
perseguição assim como Elias sofreu.

(Apocalipse 12:15-17) “E a serpente [dragão] lançou da sua boca, atrás da mulher,


água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar. 16 E a terra ajudou a
mulher; e a terra abriu a boca e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca. 17 E
o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que
guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Resumo da estrutura literária de Apocalipse 12

• Eventos anteriores ocorridos no céu


• Israel no período do Antigo Testamento denotado pelas 12 estrelas
• O nascimento do filho
• A ascensão do filho
• A celebração da vitória no céu
• A ira do dragão contra a mulher
• Perseguição por 1260 anos
• A terra ajuda a mulher engolindo as águas
• A guerra final contra o remanescente

Este é o método histórico que é o melhor! Ele nos dá um amplo panorama da história
desde a rebelião de Lúcifer no céu até a guerra final contra o povo de Deus.

Identidade do dragão
O dragão é um dos principais protagonistas antagônicos de Apocalipse 12.

Embora não seja diretamente chamado de dragão em Daniel 7, o quarto animal é um


dragão que representa o Império Romano. Mas Apocalipse 12 amplia o significado de
Daniel 7, explicando que o poder por trás da besta indefinida de Daniel 7 era Satanás.
Assim, vemos que a quarta besta é o reino visível (o Império Romano) por meio do qual
Satanás trabalha em segundo plano para tentar matar o filho.

Em Daniel 7, a besta indefinida produz um chifre pequeno que persegue os santos por
1260 anos. Sabemos com certeza que o chifre pequeno é romano porque ele surge da
cabeça da quarta besta entre seus dez chifres. Mas Apocalipse 12 nos leva aos bastidores
para nos mostrar que o verdadeiro poder por trás da obra do chifre pequeno durante os
1260 anos (Roma papal) era o dragão. Assim, Satanás perseguiu a mulher por intermédio
de Roma. Esta é a razão pela qual nos é dito em Apocalipse 13:2 que o dragão deu seu
trono, autoridade e poder à besta.

Mas também é-nos dito que após um período de descanso, o dragão perseguirá o
remanescente no tempo do fim (Apocalipse 12:17). É o mesmo dragão que perseguiu o
filho e a mulher e, portanto, deve representar Satanás trabalhando por meio de Roma.
Na verdade, Apocalipse 13 mostrará que a besta da terra faz de tudo para impressionar a
primeira besta, ordenando a todos que a adorem, façam uma imagem dela e para ela e
imponham sua marca. Assim, a besta da terra continua o legado de Roma porque fala
como um dragão (Apocalipse 13:11).

Em todos os estágios, é Satanás operando através de Roma. O dragão persegue o filho e


então entrega o bastão para a besta (Apocalipse 12), então, após um período de trégua, a
besta da terra fala como um dragão.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ellen White explica como os Estados Unidos falarão não apenas como Satanás, mas
também como Roma:

“A Palavra de Deus deu aviso do perigo iminente; se este for desatendido, o mundo
protestante saberá quais são realmente os propósitos de Roma, apenas quando for
demasiado tarde para escapar da cilada. Ela está silenciosamente crescendo em
poder. Suas doutrinas estão a exercer influência nas assembléias legislativas, nas
igrejas e no coração dos homens. Está a erguer suas altaneiras e maciças
estruturas, em cujos secretos recessos se repetirão as anteriores perseguições.
Sorrateiramente, e sem despertar suspeitas, está aumentando suas forças para
realizar seus objetivos ao chegar o tempo de dar o golpe. Tudo que deseja é a
oportunidade, e esta já lhe está sendo dada. Logo veremos e sentiremos qual é o
propósito do romanismo. Quem quer que creia na Palavra de Deus e a ela obedeça,
incorrerá, por esse motivo em censura e perseguição.” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 506-507).

“Pela primeira besta é representada a Igreja de Roma, uma organização


eclesiástica revestida de poder civil, tendo autoridade para punir todos os
dissidentes. A imagem da besta representa outra corporação religiosa revestida de
poder semelhante. A formação dessa imagem é obra dessa besta cujo calmo
surgimento e suave profissão de fé traduz um notável símbolo dos Estados Unidos.
Aqui pode ser encontrada uma imagem do papado.” (WHITE, Ellen G. (2008).
História da Redenção, Capítulo: A terceira mensagem angélica, p. 299).

O que veio em socorro da mulher que estava sendo perseguida na Europa? A Terra. A
terra deve referir-se a um lugar diferente porque todos os animais de Daniel 7 vieram do
mar, incluindo o quarto animal. O que é representado pela terra? Ela representa o
território dos Estados Unidos. Nesse ponto, a nação ainda não havia saído da terra. O
território serviu de refúgio para a mulher a partir de 1620 e a nação posteriormente
surgiu desse território por volta de 1798.

Em Apocalipse 12:13-15, encontramos uma descrição da perseguição da mulher pelo


dragão durante 1260 anos. Então, no versículo 16, você tem a terra ajudando a mulher. A
terra ajuda a mulher antes que os 1260 anos cheguem ao fim. Como nós sabemos disso?
A resposta é: pela sequência de eventos em O Grande Conflito. Em O Grande Conflito, p.
265 Ellen White começa o capítulo sobre a Revolução Francesa que vem no final do
período de 1260 anos. Mas logo no próximo capítulo Ellen White volta no tempo para
descrever como o território dos Estados Unidos fornecia refúgio para aqueles que eram
perseguidos na Europa. Isso é muito semelhante à ordem de Apocalipse 12 onde no
versículo 14 a mulher é perseguida por 1260 anos e então no versículo 16 temos a terra
ajudando a mulher.

Ellen White descreve o cumprimento dos 1260 anos:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Os períodos aqui mencionados — 'quarenta e dois meses' e 'mil, duzentos e
sessenta dias' — são o mesmo, representando igualmente o tempo em que a igreja
de Cristo deveria sofrer opressão de Roma. Os 1.260 anos da supremacia papal
começaram em 538 de nossa era e terminariam, portanto, em 1798. Nessa ocasião
um exército francês entrou em Roma e tomou prisioneiro o papa, que morreu no
exílio. Posto que logo depois fosse eleito novo papa, a hierarquia papal nunca pôde
desde então exercer o poder que antes possuíra.” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: A Escritura Sagrada e a Revolução Francesa, p. 232).

Ellen White então volta na história e discorre sobre os peregrinos que chegaram ao
território dos Estados Unidos no início de 1600:

“Foi o desejo de liberdade de consciência que inspirou os peregrinos a enfrentar os


perigos da longa jornada através do mar, a suportar as agruras e riscos das selvas e
lançar, com a bênção de Deus, nas praias da América do Norte, o fundamento de
uma poderosa nação.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O mais
sagrado direito do homem, p. 255).

Foi da perseguição do dragão que a mulher escapou. Isso não significa que durante o
período colonial a liberdade religiosa sempre foi respeitada. Houve perseguição religiosa
no período colonial, mas não era o dragão que estava perseguindo. Na verdade, os
colonos suspeitavam muito do papado.

“Que nação do Novo Mundo se achava em 1798 ascendendo ao poder,


apresentando indícios de força e grandeza, e atraindo a atenção do mundo? A
aplicação do símbolo não admite dúvidas. Uma nação, e apenas uma, satisfaz às
especificações desta profecia; esta aponta insofismavelmente para os Estados
Unidos da América do Norte. Reiteradas vezes, ao descreverem a origem e o
crescimento desta nação, oradores e escritores têm emitido inconscientemente o
mesmo pensamento e quase que empregado as mesmas palavras do escritor
sagrado. A besta foi vista a 'subir da terra'; e, segundo os tradutores, a palavra
aqui traduzida 'subir' significa literalmente 'crescer ou brotar como uma planta'. E,
como vimos, a nação deveria surgir em território previamente desocupado.
Escritor preeminente, descrevendo a origem dos Estados Unidos, fala do 'mistério
de sua procedência do nada' (G. A. Towsend, O Novo Mundo Comparado com o
Velho), e diz: 'Semelhando a semente silenciosa, desenvolvemo-nos em império'.
Um jornal europeu, em 1850, referiu-se aos Estados Unidos como um império
maravilhoso, que estava 'emergindo' e 'no silêncio da terra aumentando
diariamente seu poder e orgulho' (The Dublin Nation).” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 384).

Quem é o remanescente da Semente da mulher em Apocalipse 12? A semente da mulher


já foi identificada como Cristo nos primeiros cinco versículos do capítulo, então o
remanescente de sua semente deve ser o remanescente de Jesus. Em outras palavras,
esta seria a semente da Semente. Tanto Jesus (João 12:24) quanto o apóstolo Paulo

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 45 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
desenvolveram essa ideia (Gálatas 3:16, 28-29). Este último remanescente não é o
remanescente da mulher, mas sim o remanescente da Semente da mulher!

A Fúria do Dragão
No início do capítulo, notamos que o dragão ficou furioso com a mulher porque o filho foi
arrebatado ao trono de Deus. Mas no final do capítulo a raiva é devido ao fato de o
remanescente guardar os mandamentos de Deus e ter o testemunho de Jesus Cristo.
Vamos falar um pouco sobre os mandamentos de Deus.

Referências aos mandamentos de Deus no Apocalipse


A expressão “guardar os mandamentos de Deus” é usada em três lugares no livro de
Apocalipse 12:17, 14:12 e 22:14.

Referência #1: Apocalipse 14:12: Em contraste com aqueles que adoram a besta e a sua
imagem e recebem a marca.

(Apocalipse 14:12) “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam
[tereoo] os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.

Referência #2: Apocalipse 22:14: Vamos tratar com a disputada tradução deste versículo
mais tarde.

(Apocalipse 22:14) “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras [no


sangue do Cordeiro], para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na
cidade pelas portas”.

Nota: Em algumas traduções da Bíblia o texto menciona: “Bem-aventurados aqueles que


guardam [poieoo] os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e
possam entrar na cidade pelas portas”. (ACF – Almeida Corrigida Fiel – Bíblia Online).

O texto não diz que eles crêem nos mandamentos ou têm os mandamentos, ou ensinam
os mandamentos ou os pregam, mas eles os guardam. Então eu acho que se você ensinar
que ninguém pode guardá-los, você estará fazendo de Deus um mentiroso!

O que a palavra 'guardar' significa? A palavra "guardar" significa ‘observar’. É usada junto
com Apocalipse 16:15 para descrever aqueles que guardam as suas vestes. Também é
usado em João 9:16, onde Jesus é acusado de não "guardar" o sábado. É usado
posteriormente em Tiago 2:10 e Mateus 19:17 para descrever a guarda dos Dez
Mandamentos.

Referência #3: Apocalipse 12:17:

(Apocalipse 12:17) “E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto
da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho
de Jesus Cristo”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Satanás, a Lei e a Origem do Pecado.
Por que Satanás odeia os mandamentos de Deus e aqueles que os guardam? Para
responder a esta questão, devemos fazer uma visita ao céu como ele era antes deste
mundo ser criado.

Satanás pecou no céu:

(Ezequiel 28:16) “Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de


violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te
farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas”.

Satanás pecou desde o princípio:

(I João 3:8) “Quem pratica o pecado é o diabo, porque o diabo vive pecando desde
o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do
diabo”.

Nota: Pecado é a transgressão da lei e, portanto, Satanás deve ter transgredido a Lei:

(I João 3:4) “Qualquer que pratica o pecado também pratica iniquidade, porque o
pecado é iniquidade [ou transgressão da lei]”.

Satanás tentou vender suas mentiras no céu. Notavelmente, ainda hoje usamos termos
comerciais para nos referirmos metaforicamente à mentira. (Por exemplo, nós dizemos:
“Eu não compro”; você “não pode me vender aquilo”):

(Ezequiel 28:16) “Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de


violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te
farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas”.

(Ezequiel 22:9) “Homens caluniadores se acharam em ti, para derramarem o


sangue; e em ti sobre os montes comeram e perversidades cometeram no meio de
ti”.

(Levítico 19:16) “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não te porás
contra o sangue do teu próximo. Eu sou o Senhor”.

(João 8:44) “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso
pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há
verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é
mentiroso e pai da mentira”.

(Apocalipse 12:3-4) “E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão
vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas. 4
E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a
terra”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Isaías 9:15-16) “(O ancião e o varão de respeito são a cabeça, e o profeta que
ensina a falsidade é a cauda). 16 Porque os guias deste povo são enganadores, e os
que por eles são guiados são devorados”.

Satanás enganou um terço dos anjos para se rebelar contra Deus juntamente com ele.

(Apocalipse 12:9) “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada


o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus
anjos foram lançados com ele”.

Ellen White oferece um profundo vislumbre da questão envolvida quando Satanás


começou seu ataque contra a lei de Deus:

“Deixando seu lugar na presença imediata do Pai, Lúcifer saiu a difundir o espírito
de descontentamento entre os anjos. Ele agia em misterioso segredo, e durante
algum tempo escondeu seu propósito real sob uma aparência de reverência para
com Deus. Começou a insinuar dúvidas com respeito às leis que governavam os
seres celestiais, dando a entender que, conquanto as leis pudessem ser necessárias
para os habitantes dos mundos, não necessitavam de tais restrições os anjos, mais
elevados por natureza, pois que sua sabedoria era um guia suficiente.” (WHITE,
Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas, Capítulo: Por que foi permitido o pecado?, p.
11).

“Reiterou sua pretensão de que os anjos não necessitam ser dirigidos, mas que
eles deveriam ser deixados a seguir sua própria vontade, que sempre os conduziria
corretamente. Denunciou os estatutos divinos como restrição à sua liberdade,
declarando ser de seu intento conseguir a abolição da lei; que, livres desta
restrição, as hostes do Céu poderiam entrar em condições de existência mais
elevada, mais gloriosa.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Por
que existe o sofrimento?, p. 435).

O Pecado Entra no Planeta Terra


Todos os princípios dos Dez Mandamentos estavam contidos no comando de Gênesis
2:15-17. Satanás levou Eva a desobedecer aos mandamentos de Deus. Quando Eva
desobedeceu a um deles, ela estava realmente desobedecendo a todos eles. Tiago
escreveu que quem guarda toda a lei, mas tropeça em um ponto, é culpado de todos.
Ainda mais notável, Satanás usou o primeiro argumento pós-moderno da história
humana. Ele convenceu Eva de que ela poderia ser sua própria fonte de decisões éticas e
morais de que ela poderia confiar em sua própria definição de certo e errado, sem
depender da definição objetiva de Deus. Vamos dar uma olhada em Gênesis 3: 1-5.

(Gênesis 3:1-5) "Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo
que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não
comereis de toda árvore do jardim? 2 E disse a mulher à serpente: Do fruto das
árvores do jardim comeremos, 3 mas, do fruto da árvore que está no meio do

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. 4
Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. 5 Porque Deus sabe
que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus,
sabendo o bem e o mal".

A questão é: Quem define o bem e o mal? Cada ser humano individual fornece sua própria
definição interior ou Deus fornece uma definição objetiva exterior? A resposta é que
Deus, em Sua lei, fornece a definição absoluta do bem e do mal. Deus é o definidor
absoluto do bem e do mal.

Quais mandamentos?
Podemos ter certeza de que a expressão “guardar os mandamentos” no Apocalipse se
refere especificamente aos Dez Mandamentos?

Depois de instruir o jovem rico a guardar os Mandamentos, Jesus citou os últimos seis dos
dez:

(Mateus 19:17-22) "E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom, senão
um só que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. 18
Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não
furtarás, não dirás falso testemunho; 19 honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu
próximo como a ti mesmo. 20 Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a
minha mocidade; que me falta ainda? 21 Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai,
vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; e vem e segue-
me. 22 E o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas
propriedades".

As mulheres que foram ao túmulo, descansaram no sábado (o quarto) de acordo com o


mandamento:

(Lucas 23:56) "E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos e, no sábado,


repousaram, conforme o mandamento".

A expressão “mandamento de Deus” é usada para se referir ao quinto mandamento:

(Marcos 7:9-10) "E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para


guardardes a vossa tradição. 10 Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe
e: Quem maldisses ou o pai ou a mãe deve ser punido com a morte".

A palavra 'mandamento' é uma referência ao décimo mandamento:

(Romanos 7:7-12) "Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu
não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência,
se a lei não dissesse: Não cobiçarás. 8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo
mandamento, despertou em mim toda a concupiscência: porquanto, sem a lei,
estava morto o pecado. 9 E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 49 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
mandamento, reviveu o pecado, e eu morri; 10 e o mandamento que era para vida,
achei eu que me era para morte. 11 Porque o pecado, tomando ocasião pelo
mandamento, me enganou e, por ele, me matou. 12 Assim, a lei é santa; e o
mandamento, santo, justo e bom".

Paulo escreveu que devemos guardar os mandamentos de Deus:

(I Coríntios 7:19) "A circuncisão é nada, e a incircuncisão nada é, mas, sim, a


observância dos mandamentos de Deus".

As palavras “lei” e “mandamentos” são usadas alternadamente nas


Escrituras?
(Êxodo 16:28) "Então, disse o Senhor a Moisés: Até quando recusareis guardar os
meus mandamentos e as minhas leis”?

(Êxodo 24:12) "Então, disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; e
dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os
ensinares”.

Deus escreveu os Dez Mandamentos, mas em Deuteronômio nos informa de que Deus
deu a eles um fogo da lei, de modo que os mandamentos e a lei são intercambiáveis:

(Deuteronômio 4:13) "Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu,
os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra”.

(Deuteronômio 33:2) "Disse, pois: O Senhor veio de Sinai e lhes subiu de Seir;
resplandeceu desde o monte Parã e veio com dez milhares de santos; à sua direita
havia para eles o fogo da lei”.

(Romanos 7:7-12) "Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu
não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência,
se a lei não dissesse: Não cobiçarás. 8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo
mandamento, despertou em mim toda a concupiscência: porquanto, sem a lei,
estava morto o pecado. 9 E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o
mandamento, reviveu o pecado, e eu morri; 10 e o mandamento que era para vida,
achei eu que me era para morte. 11 Porque o pecado, tomando ocasião pelo
mandamento, me enganou e, por ele, me matou. 12 Assim, a lei é santa; e o
mandamento, santo, justo e bom".

(Romanos 13:8-10) "A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos
ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. 9 Com efeito:
Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não
cobiçarás, e, se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume:
Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. 10 O amor não faz mal ao próximo; de
sorte que o cumprimento da lei é o amor”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Tiago 2:10-12) “Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só
ponto tornou-se culpado de todos. 11 Porque aquele que disse: Não cometerás
adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometes adultério, mas
matares, estás feito transgressor da lei. 12 Assim falai e assim procedei, como
devendo ser julgado pela lei da liberdade”.

Como Jesus se sentiu a respeito dos mandamentos?


(João 14:15-16) “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. 16 E eu
rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para
sempre”.

(João 15:10) “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor,


do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço
no seu amor”.

(I João 2:3-5) “E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus


mandamentos. 4 Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda os seus
mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. 5 Mas qualquer que guarda
a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto
conhecemos que estamos nele”.

(I João 5:3) “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos;
e os seus mandamentos não são pesados”.

O Anticristo interfere na Lei


Uma coisa fica clara na Bíblia. Satanás odeia os Dez Mandamentos e tem levado o mundo
cristão a tentar mudá-los. O chifre pequeno pensou que poderia mudar a lei de Deus
(Daniel 7:25). Este sistema também é chamado de homem do pecado e de iníquo (II
Tessalonicenses 2:4, 9). Essa mudança pode ser vista nas mudanças feitas nos Catecismos
Católicos Romanos. Notavelmente, o chifre pequeno que governou por 1260 anos pensou
que poderia mudar a lei, mas no final desse período Deus levantou um remanescente que
os guardaria (Apocalipse 12:14-17).

(2 Tessalonicenses 2:3-8) "Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não


será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o
filho da perdição, 4 o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou
se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo
parecer Deus. 5 Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava
convosco? 6 E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja
manifestado. 7 Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora,
resiste até que do meio seja tirado; 8 e, então, será revelado o iníquo, a quem o
Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda".

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 51 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Daniel 7:25) "E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do
Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas
mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo".

(Apocalipse 12:13-17) "E, quando o dragão viu que fora lançado na terra,
perseguiu a mulher que dera à luz o varão. 14 E foram dadas à mulher duas asas de
grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por
um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. 15 E a
serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela
corrente a fizesse arrebatar. 16 E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a boca e
tragou o rio que o dragão lançara da sua boca. 17 E o dragão irou-se contra a
mulher e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os
mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo".

Guardar os mandamentos está em antítese com a mensagem do terceiro anjo, então


guardar os mandamentos deve ser o oposto de receber a marca da besta.

(Apocalipse 14:11-12) "E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e
não têm repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem
e aquele que receber o sinal do seu nome. 12 Aqui está a paciência dos santos; aqui
estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus".

O livro do Apocalipse descreve em detalhes vívidos quem estará na cidade e quem estará
fora. Dentro estão os guardadores dos mandamentos e fora estão os violadores dos
mandamentos:

(Apocalipse 22:14-15) "Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras


[no sangue do Cordeiro], para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar
na cidade pelas portas. 15 Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se
prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a
mentira".

A tradução deste versículo foi contestada. A tradução “King James” diz: “guardar os
mandamentos” e a maioria das versões modernas traduz: “lavar suas vestes”. Qual é a
tradução correta? O livro do Apocalipse em outro lugar usa ambas as expressões. Observe
os seguintes textos: Apocalipse 7:9, 13 e 14; Apocalipse 19:6-8 e Apocalipse 3:5 e 3:18.

(Apocalipse 21:7-8) "Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e
ele será meu filho. 8 Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis,
e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os
mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a
segunda morte".

É tão claro quanto o sol do meio-dia que aqueles dentro da cidade venceram o pecado
enquanto os de fora levaram uma vida pecaminosa.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Como os santos guardam os mandamentos?
Apocalipse 14 diz que o povo do tempo do fim de Deus tem o nome do Pai na testa. O
nome representa o caráter e o caráter de Deus é revelado em Sua lei. Eles seguem o
cordeiro aonde Ele vai, sem mentira em nossas bocas, sem mancha diante do trono de
Deus. Isso não é uma guarda legalista dos mandamentos. Escrever Sua lei significa que ele
escreve seu caráter e nós amamos a justiça e odiamos a iniquidade e a lei está em nossos
corações (Salmos 40:6-8).

(Apocalipse 14:1) "E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com
ele cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele e o
de seu Pai".

“No pensamento bíblico, um nome não é um mero rótulo de identificação; é uma


expressão da natureza essencial de seu portador. O nome de um homem revela seu
caráter. Adão foi capaz de dar nomes aos animais e pássaros (Gênesis 2:20)
porque, como Milton diz, ele entendia sua natureza. Este era um conceito
compartilhado pelos povos do mundo antigo. Consequentemente, conhecer o nome
de Deus é conhecer a Deus como ele se revelou. A plena revelação de sua natureza
e caráter é dada em Jesus Cristo, que manifestou seu nome (João 17:6, 26).” (Abba,
R. (1962), Interpreter’s Dictionary of the Bible, volume 3, p. 500-501).

(Gênesis 27:36) "Então, disse ele [Esaú]: Não foi o seu nome justamente chamado
Jacó? Por isso, que já duas vezes me enganou: a minha primogenitura me tomou e
eis que agora me tomou a minha benção. E disse mais: Não reserevaste, pois, para
mim benção alguma”?

(I Samuel 25:25) "Meu senhor, agora não faça este homem de Belial, a saber,
Nabal, impressão no seu coração, porque tal é ele qual é o seu nome. Nabal é o
seu nome, e a loucura está com ele, e eu, tua serva, não vi os jovens de meu senhor,
que enviaste”.

(Êxodo 33:18-19) "Então, ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. 19 Porém
ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti e apregoarei o
nome do Senhor diante de ti; e terei misericórdia e me compadecerei de quem me
compadecer”.

(Ezequiel 36:26-28) "E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito
novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne.
27
E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e
guardeis os meus juízos, e os observeis. 28 E habitareis na terra que eu dei a vossos
pais, e vós me sereis por povo, e eu vos serei por Deus”.

(Salmos 40:6-8) "Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste;


holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste. 7 Então disse: Eis aqui venho;

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 53 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
no rolo do livro está escrito de mim: 8 Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus
meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração”.

(Jeremias 31:31-34) "Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei um concerto novo
com a casa de Israel e com a casa de Judá. 32 Não conforme o concerto que fiz com
seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito,
porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz o
Senhor. 33 Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles
dias, diz o Senhor: porei a minha lei no seu interior [nas nossas mentes] e a
escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 34 E não
ensinará alguém amis a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conheci
ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o
Senhor; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus
pecados”.

Não adianta tê-los postados em tribunais se não estiverem gravados no coração. A justiça
vem de dentro para fora e não de fora para dentro. A força cria mártires ou hipócritas.
Grande debate sobre se esta é uma nação cristã. Com certeza não se parece com isso.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

Comentários sobre Apocalipse 13:1-10


Um Sistema Apóstata
Hoje vamos discutir um sistema que é retratado na Bíblia como o anticristo. Este sistema
é chamado de chifre pequeno, a besta, a abominação da desolação, o rei do norte, a
prostituta e o homem do pecado. Não vamos falar sobre os indivíduos que estão no
sistema, mas sim sobre o próprio sistema organizacional corporativo. Existem muitas
pessoas sinceras neste sistema. Eles, sem dúvida, amam o Senhor e O servem com o
melhor de seu conhecimento e capacidade. Mas o sistema é corrupto e irreversível.

Você pode dizer: "Como podemos fazer uma distinção entre os indivíduos que estão no
sistema e o próprio sistema se os indivíduos pertencem ao sistema"?

Talvez a melhor explicação seja encontrada no caso semelhante da nação judaica nos dias
de Cristo. Naquela época, a igreja corporativa composta de ministros e teólogos havia se
corrompido. O Sinédrio, na liderança, em várias ocasiões pronunciou a sentença de morte
contra Jesus. O sacerdócio da nação também estava corrompido. Jesus disse que a nação
foi apanhada em um ritualismo rígido enquanto seu coração estava longe do Senhor. Em
meio a essa apostasia, Jesus pretendia trazer reavivamento e reforma. Inicialmente Jesus
veio às ovelhas perdidas da casa de Israel na esperança de que elas O recebessem. Ele não
tinha intenção de tirar as pessoas do Judaísmo. Mas quando Seu ministério atingiu o
clímax, a nação judaica voltou-se contra a Sua mensagem e missão com uma firmeza infiel.

Por fim, Jesus, numa repreensão mordaz, mas amorosa, a esses líderes, pronunciou ais
sobre eles (ver Mateus 23). Ele referiu-se a eles como hipócritas, assassinos, uma geração
de víboras, serpentes e perguntou como eles poderiam escapar da condenação do
inferno. Assim, a igreja judaica tornou-se irreversivelmente apóstata e Jesus disse à
liderança que o reino seria tirado deles e dado aos Gentios (Mateus 23:43).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 55 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Mas nem todos os que pertenciam ao sistema eram apóstatas. Havia muitas pessoas
sinceras que eram fiéis filhos de Deus dentro do sistema. Pensamos em pessoas como os
onze dos doze apóstolos, Nicodemos, José de Arimatéia, o sábio Gamaliel e mais tarde
Saulo de Tarso. Em Atos 6:7, informa-nos de que um grande número de sacerdotes
tornaram-se seguidores de Jesus após o derramamento do Espírito Santo. Na verdade, no
dia de Pentecostes, três mil pessoas foram batizadas na fé e tornaram-se membros da
Igreja Cristã, todas elas eram judias.

Observemos que o sistema e aqueles que estão dentro do sistema não são a mesma
coisa. Muitas das pessoas que pertencem ao sistema são tão corruptas quanto o sistema,
mas também há muitos que estão no sistema, tanto líderes quanto leigos, que não
dobraram os joelhos a Baal. Com isso em mente, vamos começar nosso estudo de
Apocalipse 13:1-10.

(Apocalipse 13:1) "E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta
que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas [ou coroas],
e, sobre as cabeças, um nome de blasfêmia".

Os símbolos

• Areia do mar: As bestas de Daniel 7:1-2 também subiram do mar. O mar agitado
pelo vento representa nações em guerra - Isaías 17:12-13.
• Sete cabeças: As sete cabeças na única besta representam estágios do domínio
total da nação, começando com Babilônia e terminando com o papado
ressuscitado. Por exemplo, enquanto o leopardo com quatro cabeças em Daniel 7
representa o domínio total da Grécia sem qualquer distinções de tempo, Daniel
8:3-5 e 20 expande Daniel 7 explicando que a Grécia seria governada primeiro por
um chifre notável e, então, depois que o chifre notável fosse quebrado, por outros
quatro chifres. Um estudo cuidadoso de Apocalipse 12, 13 e 17 indica claramente
que as cabeças governaram uma de cada vez na sucessão histórica.
• Dez chifres: Os chifres não estão distribuídos entre as sete cabeças, mas sim todos
na mesma cabeça. Nosso estudo revelará que os dez chifres estão nas cabeças 5, 6,
7.
• Nome de blasfêmia: Este nome de blasfêmia tem um número misterioso cujo total
é 666.

O Pano de Fundo de Daniel 7


(Apocalipse 13:2) "E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés,
como os de urso, e sua boca, como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o
seu trono, e grande poderio [autoridade]".

Alguém pode ficar impressionado com o fato de que as bestas idênticas de Daniel 7 são
mencionadas, mas na ordem inversa. A razão para a inversão da ordem é que Daniel está

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
vivendo no período do leão (Babilônia) e está olhando para frente, enquanto João está
vivendo no período do dragão (o Império Romano) e está olhando para trás.

Há muito tempo é reconhecido por estudantes de profecia bíblica que as quatro bestas de
Daniel 7 representam quatro reinos consecutivos que surgiram no curso da história,
começando nos dias do rei Nabucodonosor (veja a profecia paralela em Daniel 2 que
prova isso sem sombra de dúvida). A história revela que o leão representa o reino da
Babilônia (605-539 AC), o urso simboliza o reino dos Medos e Persas (539-331 AC), o
leopardo denota a Grécia (331-168 AC) e a besta dragão representa Roma (168 AC - 476
DC).

O próprio livro de Daniel identifica os três primeiros reinos (Daniel 5; Daniel 8:20-21)

Quatro Estágios de Roma


Aquilo que não recebeu suficiente atenção é o fato de que a quarta besta (o Império
Romano) é descrita como tendo quatro períodos consecutivos de domínio.

Estágio #1: O Império Romano Unido (168 AC - 476 DC)


(Daniel 7:23-24) "Disse assim: O quarto animal [ou besta] será o quarto reino na
terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará
aos pés, e a fará em pedaços".

Estágio #2: O Império Romano Dividido (476 DC - 538 DC)


(Daniel 7:24, primeira parte) "E, quanto às dez pontas [ou dez chifres], daquele
mesmo reino se levantarão dez reis”.

O texto é claro. Para que os dez chifres surjam deste reino, o reino já deve ter existido
antes de surgirem. A história prova que o Império Romano foi fragmentado e dividido
entre as tribos bárbaras que invadiram pelo norte (mais sobre isso em alguns momentos).

Estágio #3: Roma Papal durante os 1260 Anos (538 DC - 1798 DC)
(Daniel 7:24-25) " E, quanto às dez pontas [ou dez chifres], daquele mesmo reino se
levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos
primeiros e abaterá a três reis. 25 E proferirá palavras contra o Altíssimo, e
destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles [os
santos] serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um
tempo".

Dez Características ajudam-nos a identificar este poder:

1. Ele subiu ao poder depois que os dez surgiram (Daniel 7:23-24).


2. Surgiu entre os dez (Daniel 7:8).
3. Surgiu da cabeça do dragão (Daniel 7:23-24).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 57 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Em três séculos, a Igreja Romana transformou a organização administrativa do
Império Romano em um sistema eclesiástico de bispados, dioceses, mosteiros,
colônias, guarnições, escolas, bibliotecas, centros administrativos, enviados,
representantes, tribunais de justiça e um sistema criminal de leis intrincadas, todas
sob o controle direto do papa. Seu palácio romano, o de Latrão, tornou-se o novo
Senado. Os novos senadores eram os cardeais. Os bispos que viviam em Roma e os
padres e diáconos ajudaram o papa a administrar esse novo império.” (MARTIN,
Malachi. (1981), The Decline and Fall of Roman Church, p. 105).
“A Igreja Romana, desta forma, secretamente se colocou no lugar do Império
Mundial Romano, do qual é a verdadeira continuação; o império não pereceu, mas
apenas passou por uma transformação... Isso não é uma mera 'observação
inteligente', mas o reconhecimento do verdadeiro estado da questão
historicamente, e a forma mais apropriada e frutífera de descrever o caráter desta
Igreja. Ela ainda governa as nações. É uma criação política e tão imponente
quanto um Império Mundial, porque [é] a continuação do Império Romano. O
Papa, que se autodenomina ‘Rei’ e ‘Pontifex Maximus’, é o sucessor de César.”
(HARNACK, Adolph von. (1957), What is Christianity?, p. 269-270).
“O Império estava entrando em decadência. Os bárbaros sabiam que sua vida
estava acabando, que o velho organismo estava desgastado, e se apressaram em
tomar posse dos restos. De todas as direções eles vinham para os despojos. Os
Saxões e os Anglos estabeleceram-se na Grã-Bretanha; os Francos invadiram a
Gália do Norte; os Visigodos fizeram da Espanha e da região ao sul do Loire sua
propriedade; os Burgúndios tomaram posse do vale superior do Ródano; os
Vândalos fizeram conquistas na África. Os Ostrogodos e Lombardos aguardavam a
sua vez. Entre esses novos invasores, alguns eram hereges e outros pagãos. O que
será da Igreja? Estão seus dias contados, e deve o Império derrubá-lo como seu
companheiro em uma tumba aberta? Não, a Igreja não descerá ao túmulo. Vai
sobreviver o Império. Terá que passar por dias de angústia. Ela testemunhará
calamidade após calamidade, ruínas amontoadas sobre ruínas. Mas em meio à
maior tristeza, receberá consolações preciosas. Um após o outro, esses povos
bárbaros submeter-se-ão às suas leis e considerarão uma glória serem filhos da
Igreja. As fronteiras da Igreja serão ampliadas; suas instituições, por um momento
abalado pelos bárbaros, consolidar-se-ão, desenvolver-se-ão e adaptar-se-ão ao
seu entorno. O papado, mais dolorosamente provado de todos, fará um novo
avanço. Com o tempo, um segundo império surgirá, e desse império o Papa será o
senhor - mais do que isso, ele será o senhor da Europa. Ele ditará suas ordens aos
reis que as obedecerão.” (TURMEL, Joseph. (2015), The Latin Church in the Middle
Ages, p. v, vi).
“Os bárbaros conquistadores estavam atacando os portões da cidade de
Agostinho quando o santo morreu em 430 DC. A cidade de Hipona, no norte da
África, foi um dos últimos postos imperiais a ser atacado. Roma já havia afundado.
Apenas quatro anos antes, a Cidade de Deus de Santo Agostinho havia lançado a
base teológica para a igreja entrar no vazio deixado pelo colapso do Império

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Romano.” (AUCHINCLOSS, Douglas. (1960), City of God ans Man, Time Magazine,
vol. 76 – no. 24 – 12 de dezembro de 1960, p. 64).
“A remoção da capital do Império de Roma para Constantinopla em 330 DC deixou
a Igreja Ocidental, praticamente livre do poder imperial, para desenvolver sua
própria forma de organização. O Bispo de Roma, na cadeira dos Césares, era agora
o maior homem do Ocidente e logo foi forçado a se tornar o chefe político e
espiritual. Para o mundo ocidental, Roma ainda era a capital política - portanto,
todo o hábito da mente, toda ambição, orgulho e senso de glória e todo
preconceito social favoreciam a evolução da grande cidade para a capital
eclesiástica. Disputas civis e religiosas foram encaminhadas ao sucessor de Pedro
para solução. Repetidamente, quando os bárbaros atacaram Roma, ele foi
compelido a assumir a liderança militar. Os imperadores orientais frequentemente
reconheciam as altas reivindicações dos papas para obter sua ajuda. Não é difícil
compreender como, sob essas responsabilidades, o primado do Bispo de Roma,
estabelecido no período pré-Constantino, foi enfatizado e ampliado após 313 DC
[Edito de Milão]. A importância desse fato não deve ser esquecida. A organização
da Igreja foi então colocada na mesma base divina da revelação do Cristianismo.
Essa ideia, uma vez aceita, levou inevitavelmente ao papado medieval.” (FLICK,
Alexander Clarence. (1909), The Rise of the Mediaeval Church, p. 168-169).
“Durante todo o período medieval, houve em Roma uma única autoridade
espiritual e temporal [o papado] exercendo poderes que, no final, excederam
aqueles que já estiveram nas mãos do imperador romano.” (SOUTHERN, Richard
William (1990), Western Society and the Church in the Middle Ages, volume 2, p.
24-25).
“O papado não é outro senão o fantasma do falecido Império Romano, sentado
coroado sobre o túmulo dele.” (HOBBES, Thomas, como mencionado em: Dave
Hunt, A Woman Rides the Beast, p. 95).
“A Roma Cristã foi a sucessora legítima da Roma pagã... Cristo havia triunfado [e]
Roma estava pronta para estender seu domínio até os próprios céus.” (FREND, W.
H. C. (1984), Rise of Christianity, p. 773).
“A Igreja Cristã Romana era uma igreja de importância e poder mundial, e seu
bispo o mais influente. Das ruínas da Roma política surgiu o grande império moral
na "forma gigante" da Igreja Romana. No maravilhoso crescimento da Igreja
Romana, é visto em grande relevo o majestoso ofício do Bispo de Roma.” (FLICK,
Alexander Clarence. (1909), The Rise of the Mediaeval Church, p. 168-150).
“Quando o império ocidental caiu nas mãos dos bárbaros, o bispo romano foi o
único herdeiro sobrevivente desse passado imperial, ou, na conhecida frase de
Hobbes, ‘o fantasma do falecido Império Romano, sentado coroado sobre o túmulo
dele’.” (SCHAFF, Philip, History of the Christian Church, volume #3, p. 287).
“Muito antes da queda de Roma, havia começado a crescer dentro do Império
Romano um estado eclesiástico, que estava se moldando no modelo imperial. Este
império espiritual, como o império secular, possuía uma hierarquia de oficiais, dos
quais diáconos, padres ou presbíteros e bispos eram os mais importantes... Outra

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 59 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
consequência da queda do Poder Romano no oeste foi o desenvolvimento do
papado. Na ausência de um imperador [II Tessalonicenses 2] no oeste, os papas
rapidamente ganharam influência e poder e logo construíram um império
eclesiástico que em alguns aspectos tomou o lugar do antigo império.” (MYERS, P.
V. N. (1890), A General History for Colleges and High Schools, p. 348, 316).
“Santo Tomás, apoiando-se nesta passagem, diz que o Império Romano não
cessou, mas mudou do temporal para o espiritual... Era, então, a Igreja Apostólica,
que, espalhando-se pelas nações, já combinada em conjunto com o poder do
império pagão de Roma, vivificou-os com uma nova vida... O poder temporal do
antigo império pagão de Roma e o poder espiritual do reino sobrenatural de Deus
juntos se encontraram... Esses dois poderes foram combinados e fundidos juntos
[Daniel 2:41]; eles tornaram-se uma só autoridade, o imperador governando de
seu trono dentro da esfera de sua jurisdição terrena, e o Sumo Pontífice
governando igualmente de um trono de uma soberania superior sobre as nações...
O poder material que uma vez reinou em Roma [foi] consagrado e santificado pela
investidura do Vigário de Jesus Cristo com soberania temporal sobre a cidade onde
ele habitava. E agora, nestes mil e duzentos anos, a paz, a perpetuidade e a
fidelidade da civilização Cristã da Europa, deve-se unicamente em seu princípio a
esta consagração do poder e da autoridade do grande império de Roma, retomado
há muito tempo, perpetuado, preservado, como eu disse, pelo sal que foi
aspergido do céu, e continuou na pessoa do Sumo Pontífice, e na ordem da
civilização cristã da qual ele foi o criador.” (MANNING, Cardinal Edward (1862), The
Temporal Power of the Vicar of Jesus Christ, p. 123-128).
“Se estendermos nossa visão sobre as ruínas do Império Ocidental, tal é o
espetáculo que nos encontra por todos os lados. Leis são quebrantadas [violadas];
governadores não podem defender; a espada é o árbitro dos direitos públicos e
privados; a Pax Romana cessou; é uma confusão universal. Mas onde quer que um
bispo mantenha sua corte, a religião protege tudo o que resta da ordem antiga.
Uma nova Roma ascende lentamente acima do horizonte... É até mesmo o
herdeiro da religião que derrubou; ele assume os esplendores externos dos
Césares; mas sua confiança está em um Credo que eles nunca conheceram, no qual
justiça e misericórdia, qualidades do espírito, não da carne, devem servir como sua
força e orientação. O Imperador não existe mais... Mas o Pontifex Maximus
permanece; ele agora é o Vigário de Cristo, oferecendo a velha civilização às tribos
do Norte. Ele os converte ao seu credo, e eles o servem como seu Pai e Juiz
Supremo. Esta é a Monarquia Papal, que em seu poder e seu declínio obscurece a
história da Europa por mil anos.” (BARRY, William Francis (1906), The Papal
Monarchy, p. 45-46).
“À medida que o papel de Roma na história pagã chegava ao fim, ela estava
destinada a desempenhar uma parte sagrada, na história Cristã... O papel de Roma
na história eclesiástica havia começado... Assim, uma Roma Cristã, destinada,
como seu predecessor pagão no Palatino, para conquistar uma grande parte da
terra, surgiu gradualmente na colina do Vaticano... Enquanto hoje o Palatino [a

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
colina dos palácios dos Imperadores Romanos] está em ruínas, a Basílica de São
Pedro ainda atrai fiéis de todas as partes do mundo.” (HYDE, Walter Woodburn
(2008), Paganism to Christianity in the Roman Empire, p. 6-7).
4. O chifre pequeno arrancaria a três chifres (Daniel 7:8).
5. O chifre pequeno falaria palavras contra o Deus Todo-Poderoso (Daniel 7:8 e 25).
6. O chifre pequeno perseguiria os santos de Deus (Daniel 7:21 e 25).
7. O chifre pequeno governaria por 3,5 tempos (Daniel 7:25).
8. O chifre pequeno pensaria que poderia mudar a lei de Deus (Daniel 7:25).
9. O chifre pequeno pensaria que poderia mudar os tempos de Deus (Daniel 7:25).
10. O chifre pequeno perderia seu poder e, posteriormente, recuperaria antes do fim
(Daniel 7:26-27).

Estas características claramente provam que o Estágio #3 foi um período de dominação de


Roma Papal ou eclesiástica.

Estágio #4: Roma Papal restaurada ao poder algum tempo depois dos três
tempos e meio antes da segunda vinda de Jesus
(Daniel 7:26-27) “Mas o juízo estabelecer-se-á, e eles tirarão [do chifre pequeno] o
seu domínio, para o destruir e para o desfazer até ao fim. 27 E o reino, e o domínio,
e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do
Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe
obedecerão”.

O quarto estágio da quarta besta está implícito em Daniel 7. Se o domínio do chifre


pequeno será tirado e destruído quando Jesus voltar, então este domínio deve governar
o mundo novamente naquele momento. Isso significa que a continuação do papado não
terminou quando ele perdeu seu domínio no final dos três tempos proféticos e meio. Ele
estará vivo, bem e governando o mundo novamente quando Jesus vier e será destruído
pelo resplendor de Sua vinda (II Tessalonicenses 2: 8-9).

Resumindo os quatro estágios da quarta besta, temos:

• A quarta besta sozinha: Roma Imperial (168 AC - 476 DC).


• A quarta besta com dez chifres: Roma dividida (476 - 538 DC).
• A quarta besta com o chifre pequeno governando por três anos e meio proféticos:
o primeiro estágio de Roma Papal (538 - 1798 DC).
• A quarta besta quando o chifre pequeno for restaurado ao poder: o segundo
estágio da Roma Papal (ainda no futuro).

Apocalipse 13:1-10 em Paralelo com Daniel 7


Apocalipse 13:1-2 está claramente relacionado com Daniel 7. A mesma sequência de
poderes aparece em ambas às passagens:

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 61 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Apocalipse 13:1-2) “E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta
que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas [ou coroas],
e, sobre as cabeças, um nome de blasfêmia. 2 E a besta que vi era semelhante ao
leopardo, e os seus pés, como os de urso, e sua boca, como a de leão; e o dragão
deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio [autoridade]”.

Como a besta dragão de Daniel 7, a besta dragão (quarta besta) de Apocalipse 12-13 tem
quatro estágios consecutivos de domínio:

• Roma Imperial: O dragão que tentou matar Jesus (12:1-3).


• Roma dividida: O dragão tinha dez chifres (12:3).
• Roma Papal: A besta que recebeu seu poder, trono e grande autoridade do dragão
e então governou por 42 meses (13:5).
• Roma Papal Revivida: A besta que governará o mundo mais uma vez depois que a
ferida mortal for curada (13:3).

Observemos que a besta que recebeu seu poder, seu trono e grande autoridade do
dragão, está no mesmo lugar na ordem e executou as mesmas ações pelo mesmo
período de tempo que o chifre pequeno. Assim, o chifre pequeno e a besta representam o
mesmo poder:

(Apocalipse 13:5-7) “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e
blasfêmias; e deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses. 6 E abriu
a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu
tabernáculo, e dos que habitam no céu. 7 E foi-lhe permitido fazer guerra aos
santos e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda tribo, e língua, e nação”.

O Quarto Estágio da Besta Dragão


É importante sublinhar que, embora a ferida mortal e o quarto estágio da besta dragão
estivessem apenas implícitos em Daniel 7, ela é explicitada em Apocalipse 13. De acordo
com Apocalipse 13, depois que a besta governou por 42 meses (Apocalipse 13:5) recebeu
uma ferida mortal (Apocalipse 13:10), mas a ferida mortal será curada (Apocalipse 13:3) e
governará novamente como fazia no passado. Entre a ferida mortal e sua cura, a besta
está convalescendo com uma ferida mortal.

“A influência de Roma nos países que uma vez já lhe reconheceram o domínio, está
ainda longe de ser destruída. E a profecia prevê uma restauração de seu poder. 'Vi
uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda
a Terra se maravilhou após a besta' (Apocalipse 13:3).” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 504-505).

“Quando nossa nação [os Estados Unidos] renunciar aos princípios de seu governo
de tal forma que vote uma lei dominical, nesse próprio ato o protestantismo dará a
mão ao papado; isso não será outra coisa senão dar vida [o que significa que deve

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
ter sofrido uma ferida mortal] à tirania que há muito aguarda ansiosa sua
oportunidade de saltar de novo [o que significa que o despotismo ativo que
existia antes morreu apenas para viver novamente] para o despotismo ativo [o
que significa que por um período a tirania esteve inativa].” (WHITE, Ellen G.
(2004). Testemunhos para a Igreja – volume #5, Capítulo: O Conflito Futuro, p.
677).

(Apocalipse 13:3) “E vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga
mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta”.

• Apenas uma cabeça da besta está ferida, a cabeça que governou durante os 42
meses.
• A besta tem sete cabeças, mas elas governam consecutivamente uma de cada vez.
Quando estudamos Apocalipse 17, descobriremos que neste ponto da profecia,
cinco das cabeças já haviam sido feridas e mortas. No momento em que João viu
a besta, a cabeça havia sido ferida recentemente. Enquanto as outras cabeças
morreram para nunca mais viver, esta cabeça viverá novamente.
• Qual é o significado da expressão “como ferida de morte”? É a mesma expressão
usada para descrever Jesus como o cordeiro “como havendo sido morto”.
• Ellen White, em repetidas ocasiões, afirmou que o mundo inteiro seguiria e
adoraria a besta:
“A História se repetirá. A religião falsa será exaltada. O primeiro dia da semana,
um dia comum de trabalho que não possui santidade alguma, será estabelecido
como o foi a estátua de Babilônia. A todas as nações, línguas e povos se ordenará
que venerem esse sábado espúrio. ... O decreto impondo a veneração desse dia se
estenderá a todo o mundo (The S.D.A. Bible Commentary 7:976).” (WHITE, Ellen G.
(2004). Eventos Finais, Capítulo: Leis Dominicais, p. 103).
“Quando os Estados Unidos, o país da liberdade religiosa, se aliar com o papado, a
fim de dominar as consciências e obrigar os homens a reverenciar o falso sábado,
os povos de todos os demais países do mundo hão de ser induzidos a imitar-lhe o
exemplo.” (WHITE, Ellen G. (2004). Testemunhos para a Igreja – volume #6,
Capítulo: A obra para o tempo atual, p. 23-24).
“A questão do sábado será o ponto controverso no grande conflito final em que o
mundo inteiro será envolvido.” (WHITE, Ellen G. (2004). Testemunhos para a Igreja
– volume #6, Capítulo: A observância do Sábado, p. 324).
“As nações estrangeiras seguirão o seu exemplo. Embora ela seja a líder, a mesma
crise atingirá todo o nosso povo em toda parte do mundo.” (WHITE, Ellen G.
(2004). Testemunhos para a Igreja – volume #6, Capítulo: Nossa atitude para com
as autoridades civis, p. 362).
“A substituição do verdadeiro pelo falso é o último ato do drama. Quando esta
substituição se tornar universal, Deus Se revelará. Quando as leis dos homens
forem exaltadas acima das leis de Deus, quando os poderes da Terra procurarem
obrigar os homens a guardar o primeiro dia da semana, sabei que chegou o tempo

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 63 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
para Deus agir.” (WHITE, Ellen G. (2004). Eventos Finais, Capítulo: Leis Dominicais,
p. 103-104).
“A substituição da lei de Deus pelas dos homens, a exaltação, por autoridade
meramente humana, do domingo, posto em lugar do sábado bíblico, é o derradeiro
ato do drama. Quando essa substituição se tornar universal, Deus Se revelará. Ele
Se erguerá em Sua majestade para sacudir terrivelmente a Terra (Testemunhos
Seletos III, p. 142-143).” (WHITE, Ellen G. (2004). Eventos Finais, Capítulo: Leis
Dominicais, p. 104).
“Os ímpios... declaravam que tinham a verdade, que havia milagres entre eles; que
anjos do Céu conversavam e andavam com eles, que grande poder e sinais e
maravilhas eram realizados em seu meio, e que isso constituía o milênio temporal
que aguardavam há tanto tempo. Todo o mundo se convertera e estava em
harmonia com a lei dominical (Mensagens Escolhidas III, p. 427-428).” (WHITE,
Ellen G. (2004). Eventos Finais, Capítulo: Leis Dominicais, p. 104).
“O mundo todo há de ser instigado à inimizade contra os Adventistas do Sétimo
dia, porque eles não rendem homenagem ao papado, honrando o domingo,
instituição deste poder anticristão (Testemunhos para Ministros e Obreiros
Evangélicos, p. 37).” (WHITE, Ellen G. (2004). Eventos Finais, Capítulo: Leis
Dominicais, p. 104).
“Os que calcam aos pés a lei de Deus fazem leis humanas que eles obrigarão as
pessoas a aceitar. Homens imaginarão, deliberarão e planejarão o que irão fazer. O
mundo inteiro guarda o domingo, dizem eles, e por que este povo, cujo número é
tão pequeno, não haveria de proceder de acordo com as leis do país?” (WHITE,
Ellen G. (2004). Eventos Finais, Capítulo: Leis Dominicais, p. 104).
“O chamado mundo cristão será o palco de grandes ações decisivas. Homens com
autoridade [no mundo cristão] promulgarão leis para controlar a consciência,
segundo o exemplo do papado. Babilônia fará que todas as nações bebam do
vinho da ira de sua prostituição. Toda nação será envolvida. João, o Revelador,
declara o seguinte sobre esse tempo: ... 'Têm estes um só pensamento' (Apocalipse
18:3-7; 17:13-14). Haverá um laço de união universal, uma grande harmonia, uma
confederação de forças satânicas. ‘E oferecem à besta o poder e a autoridade que
possuem.’ Assim é manifestado o mesmo poder arbitrário e opressor contra a
liberdade religiosa, contra a liberdade de adorar a Deus de acordo com os ditames
da consciência, que foi manifestado pelo papado, quando no passado ele perseguiu
os que ousaram recusar conformar-se aos ritos e cerimônias religiosas dos
romanistas (Mensagens Escolhidas III, p. 392).” (WHITE, Ellen G. (2004). Eventos
Finais, Capítulo: Leis Dominicais, p. 104-105).
“Todo o mundo cristão estará envolvido no grande conflito entre a fé e a
incredulidade (The Review and Herald, 7 de Fevereiro de 1893).” (WHITE, Ellen G.
(2004). Eventos Finais, Capítulo: Leis Dominicais, p. 104-105).
“Como o sábado se tornou o ponto especial de controvérsia por toda a cristandade,
e as autoridades religiosas e seculares se combinaram para impor a observância do
domingo, a recusa persistente de uma pequena minoria em ceder à exigência

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
popular, fará com que esta minoria seja objeto de ódio universal.” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: Aproxima-se o tempo de angústia, p. 536-537).

Questões Cruciais

• Qual arma a besta usou para matar os santos?


• Qual arma deu à besta seu ferimento mortal?
• O que a espada simboliza?
• Como e quando a besta adquiriu a espada que costumava matar?
• O que significa ferida mortal?
• Foi a ferida mortal curada em 1801 ou 1929?
• O que atualmente impede a ferida mortal de cicatrizar?
• Quando, como e por quem a ferida será curada?

A Arma que Feriu a Besta


Apocalipse 13:10 explica que a ferida mortal que encerrou o terceiro estágio de governo
do dragão foi dada com a espada. Quando a espada feriu a besta, ela foi levada ao
cativeiro. Enquanto a besta está ferida, ela está em cativeiro e quando sua ferida é
curada, ela é libertada do cativeiro. Enquanto estava ferida, não estava livre para causar
danos como fez durante o período de seu domínio.

Uma descrição da ferida mortal e do cativeiro da besta:

(Apocalipse 13:10) "Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém


matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a paciência e a fé
dos santos".

Nota: Alguém pode objetar: “O texto não diz que a besta morreu com espada e, por isso,
deve ser morta com a espada; o texto usa uma conjunção condicional: 'se alguém'”.

Mas uma comparação com Apocalipse 13:14 não deixa dúvidas de que foi a besta que
matou com a espada e foi mortalmente ferida por ela:

(Apocalipse 13:14) “E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi
permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que
fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida de espada e vivia”.

O que a Espada Representa?


Representa a espada a Bíblia?

(Efésios 6:17) “Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que


é a Palavra de Deus”.

Sempre que pergunto às pessoas o que a espada de Apocalipse 13 representa, elas


geralmente respondem: “Representa a Palavra de Deus”. É verdade que a espada pode

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 65 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
representar a Bíblia. No entanto, a espada que feriu a besta em Apocalipse 13:10 não era
a Bíblia. É bastante óbvio que o papado não usou a Bíblia para matar os santos!

A Espada que Feriu a Besta


É importante lembrar que na Bíblia os símbolos são flexíveis. Ou seja, eles nem sempre
significam a mesma coisa - o contexto deve ditar seu significado. Por exemplo, um leão
nas Escrituras pode representar Cristo, Satanás, a Babilônia ou Judá. O fermento pode
representar o pecado, mas também pode representar a implantação do Espírito Santo,
que traz um crescimento fenomenal na igreja. A expressão ‘filhos de Deus’ pode
representar anjos (Jó 1:8), mas também os seguidores fiéis de Deus (Gênesis 6:1-2;
Romanos 8:13). Assim, a espada pode representar a Bíblia, mas também pode simbolizar
o poder punitivo do estado para punir transgressões civis e criminais.

A questão crucial, então, é esta: Qual espada o papado usou para perseguir os santos de
Deus durante seu período de supremacia? A resposta é encontrada em Romanos 13:1-4:

(Romanos 13:1-4) "Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não
há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas
por Deus. 2 Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os
que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. 3 Porque os magistrados não
são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a
autoridade? Faze o bem e terás louvor dela. 4 Porque ela é ministro de Deus para
teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é
ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal".

A espada mencionada em Romanos 13 ameaça penalidades civis (encarceramento,


confisco de bens, multas, morte) contra transgressores. Essa passagem deixa claro que no
tempo do apóstolo Paulo essa espada em particular não pertencia à igreja, mas sim ao
estado romano. Esta espada é punitiva, não persuasiva.

É claro que a espada que feriu a besta no final dos 1260 anos não pode ser a Bíblia porque
o texto afirma explicitamente que a própria espada que a besta usou para matar os
santos durante os 1260 anos seria usada para matar, para dá-la a ferida mortal no final
deste período. Seria ridículo dizer que o papado usou a Bíblia durante os 1260 anos como
uma arma para matar dissidentes (ao contrário, proibiu a Bíblia e a manteve em uma
língua desconhecida), portanto, o símbolo da espada no contexto de Apocalipse 13 deve
representar algo diferente do que em Efésios 6:17.

Deus Estabeleceu Ambos


É importante sublinhar que Deus estabeleceu a legitimidade tanto da igreja como do
estado. Na ordem de Deus, ambos têm sua função e lugar legítimos.

Jesus anunciou que edificaria Sua igreja sobre Si mesmo quando disse a Pedro: “sobre
esta rocha edificarei a Minha igreja”. A igreja é o reino espiritual de Cristo.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Mas Romanos 13 também deixa bem claro que Deus estabeleceu o estado - o apóstolo
Paulo até se refere ao estado romano como ministro de Deus. Mas o estado é o ministro
de Deus para punir as violações da lei civil e criminal, não da lei religiosa. Romanos 13:1-
10 afirma explicitamente que Deus estabeleceu o estado para preservar a ordem civil da
sociedade. Quando Pilatos afirmou que tinha o poder de libertar Jesus, o próprio Jesus
disse a Pilatos: "Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado".

Jesus e a Espada
A evidência mostra que Jesus recusou a permitir que Seus seguidores (a igreja incipiente
daquela época) usassem a espada da força para defender Seu reino.

Quando o guarda do templo veio prender Jesus no Jardim do Getsêmani, Pedro


desembainhou sua espada e cortou a orelha do servo sumo sacerdote. Pedro, que foi
supostamente o primeiro Papa, estava usando a espada temporal da força para defender
o reino espiritual de Seu Mestre. Durante os 1260 anos, o papado agiu de maneira
semelhante, queimando hereges e organizando cruzadas para defender e recuperar os
locais sagrados que haviam sido perdidos para os muçulmanos.

Encorajou Jesus o comportamento de Pedro? Elogiou-o por usar a espada literal para
defender Seu reino espiritual? Repreendeu Jesus os Seus outros discípulos por não
seguirem o exemplo ‘louvável’ de Pedro? Absolutamente não! Jesus repreendeu Pedro
severamente com palavras surpreendentemente semelhantes às de Apocalipse 13:10:

(Mateus 26:52) “Então, Jesus disse-lhe: Mete no seu lugar a tua espada, porque
todos os que lançarem mão da espada à espada morrerão”.

Poucas horas depois, quando Pilatos perguntou a Jesus se Ele era um rei, Jesus
prontamente respondeu:

(João 18:36) "O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo,
lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o
meu reino não é daqui".

Assim, Jesus reconheceu a existência legítima de dois reinos, cada um com sua própria
espada, e se recusou a permitir que Seus seguidores usassem a espada temporal para
estabelecer ou defender Seu reino espiritual.

Como o papado obteve a espada?


Entre o ano 300 DC e o ano 476 DC, hordas de tribos bárbaras do norte invadiram e
dividiram o Império Romano. Romulus Augustulus, o último imperador do Império
Romano Ocidental foi deposto no ano 476 DC. Sem um imperador, o Império foi lançado
em turbulência e confusão. Essas incursões bárbaras no Império Romano o viraram de
cabeça para baixo e o deixaram sem um governante civil que pudesse preservar a lei e a
ordem. Em meio a essa situação caótica, o Bispo de Roma foi seduzido a assumir as

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 67 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
rédeas do poder civil e trazer a ordem civil ao império. Como resultado, o bispo de Roma
assumiu um novo papel - ele não era apenas o líder espiritual da igreja, mas também se
tornou o governante temporal do estado.

Cardeal Manning
O cardeal Henry Edward Manning descreveu a maneira pela qual o pontífice romano
ganhou originalmente o poder civil no Império Romano. Quando os bárbaros invadiram o
Império Romano e o destruíram, Manning explica:

“Agora, o abandono de Roma foi à libertação dos pontífices. Quaisquer que sejam
as reivindicações de obediência que os imperadores possam ter feito, e quaisquer
que sejam as concordâncias que o pontífice possa ter rendido, toda a relação
anterior, anômala e anulada repetidas vezes pelos vícios e ultrajes dos
imperadores, foi finalmente dissolvida por um poder superior. A providência de
Deus permitiu uma sucessão de irrupções, góticas, lombardas e húngaras, para
desolar a Itália e apagar dela todos os remanescentes do império. Os pontífices se
viram sozinhos, as únicas fontes de ordem, paz, lei e segurança. E desde a hora
desta libertação providencial, quando, por uma intervenção divina, as correntes
caíram das mãos do sucessor de São Pedro, como uma vez antes das suas, nenhum
soberano jamais reinou em Roma, exceto o Vigário de Jesus Cristo." (Henry Edward
Manning, O Poder Temporal do Vigário de Jesus Cristo, Prefácio, pp. Xxviii, xxix.
Londres: Burns and Lambert, 1862)

Manning explica ainda mais:

“Ele [o papado] esperou até o momento em que Deus quebrasse suas amarras e o
libertasse da sujeição aos poderes civis e o entronizasse na posse de uma
soberania temporal própria.” Henry Edward Manning, O Poder Temporal do
Vigário de Jesus Cristo (Londres: Burns & Lambert, segunda edição, 1862), pp. 11-
13.

O que Manning está dizendo é que quando o poder civil de Roma foi removido pelos
bárbaros, o bispo de Roma preencheu o vácuo e se tornou o árbitro nas questões civis e
também nas religiosas. Notavelmente, Manning descreve essa assunção do poder civil
pelo bispo de Roma com expressões como “quebrar amarras” e “correntes caindo”,
terminologia que lembra II Tessalonicenses 2, para a qual devemos agora nos voltar.
Quando o Império desmoronou e Constantino mudou a sede do império para
Constantinopla, o dragão deu à besta "seu poder, seu trono e grande autoridade"
(Apocalipse 13: 2).

O Misterioso ‘Poder que o detém’ de Paulo


Em linguagem enigmática, o apóstolo Paulo já havia se referido ao momento em que o
poder civil do Império Romano seria entregue a Roma papal. Em II Tessalonicenses 2:6-7,

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
o apóstolo referiu-se à remoção do misterioso poder que o detém de II Tessalonicenses
2:6-7:

(II Tessalonicenses 2:6-7) "E, agora, vós sabeis o que [neutro: o poder civil do
Império Romano] o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado [o
papado]. 7 Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um [masculino: o
imperador] que, agora, resiste até que do meio seja tirado".

Os primeiros Padres da Igreja eram praticamente unânimes na opinião de que "aquele que
o detém” [ou limitador] era uma referência ao Império Romano em geral e aos
imperadores em particular. No versículo 5, o apóstolo refere-se ao que estava detendo
(usando o artigo neutro to katechon), mas no versículo 7 ele refere-se a quem estava
detendo (usando o artigo masculino ho katechon). Por meio do uso da linguagem, Paulo
indica que a igreja de Tessalônica sabia quem era o limitador e o que o restringia. E ainda
assim Paulo escreveu em linguagem velada e enigmática. Por que Paulo simplesmente
não saiu e escreveu abertamente que o Império Romano era o limitador que seria tirado
do caminho?

A resposta é óbvia. Se Paulo tivesse dito isso abertamente, o Império Romano teria
motivos para acusá-lo de sedição. Portanto, Paulo teve que ser cauteloso sobre a maneira
como se referiu a esse assunto. Os dispensacionalistas e alguns Adventistas do Sétimo Dia
(incluindo a Bíblia de estudo da Andrews University) descrevem o limitador como o
Espírito Santo. Mas se isso fosse verdade, então por que haveria necessidade de Paulo ser
tão cauteloso? É claro que Paulo não poderia definir o "limitador" abertamente. Não foi
necessário fazer isso porque os tessalonicenses sabiam do que ele estava falando.

Note que na observação do Cardeal Manning, a queda do Império Romano levou à


"libertação" do Pontífice Romano. Ou seja, antes de assumir as rédeas do poder civil, o
Pontífice foi contido ou "em cativeiro", por assim dizer. Assim, a queda do Império
Romano e a remoção do imperador, que permitiu ao papado assumir as rédeas do poder
civil, são descritas por Manning como correntes caindo das mãos do sucessor de São
Pedro. A conclusão inevitável a que chegamos das palavras de Manning é que a queda do
império removeu a restrição do poder secular do Bispo de Roma para que ele pudesse
ascender ao poder civil.

Os Padres Ante-Nicenos
Agora, vamos nos voltar para os escritos dos Pais da igreja primitiva para ver como eles
entendiam o "limitador". Vamos começar com Tertuliano (160-240 DC):

“'Pois o mistério da iniquidade já opera; somente aquele que agora atrapalha deve
atrapalhar, até que seja tirado do caminho. 'Que obstáculo existe senão o estado
romano, cuja queda, por ser espalhada em dez reinos, introduzirá o Anticristo
sobre (suas próprias ruínas)? ‘E então será revelado o iníquo’”. (Sobre a

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 69 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ressurreição da Carne, capítulo 24; Ante-Nicene Fathers, vol. 3, pág. 563 [Nova
York: Charles Scribner’s Sons, 1908]).

Tertuliano também escreveu:

"O fim de todas as coisas que ameaçam terríveis desgraças só é retardado pela
existência continuada do Império Romano." (Apology, capítulo 32, Ante-Nicene
Fathers, Vol. 3, p. 43).

Agora observe as palavras de Lactantius (início do século IV):

“O próprio assunto declara que a queda e a ruína do mundo ocorrerão em breve;


exceto que, enquanto a cidade de Roma permanece, parece que nada desse tipo
deve ser temido. Mas quando aquela capital do mundo tiver caído e começar a ser
uma rua, que as Sibilas dizem que acontecerá, quem pode duvidar que agora o fim
chegou para os assuntos dos homens e do mundo inteiro? É aquela cidade, aquela
única, que ainda sustenta todas as coisas. ” ("The Divine Institutes", capítulo 25;
Ante-Nicene Fathers, vol. 7, p. 220).

Cirilo de Jerusalém concorda (318-386 DC):

“Mas o supracitado Anticristo virá quando os tempos do Império Romano tiverem


se cumprido e o fim do mundo se aproximar. Devem se levantar juntos dez reis dos
romanos, reinando em partes diferentes, talvez, mas quase ao mesmo tempo; e
depois dos décimo primeiro, o Anticristo, que por sua arte mágica se apoderará do
poder romano; e dos reis que reinaram antes dele, 'três deles serão humilhados', e
os sete restantes ele manterá em sujeição a si mesmo." ("Catechetical Lectures"
Seção 15, sobre II Tessalonicenses 2:4; Nicene and Post-Nicene Fathers, vol. 7, p.
108 [Nova York: The Christian Literature Company, 1895]).

A seguir apresentamos o testemunho de Ambrósio (falecido em 398 DC):

“Após a queda ou decadência do Império Romano, o Anticristo aparecerá”. (Bispo


Thomas Newton, Dissertations on the Prophecies, p. 463 [London: B. Blake, 1840]).

O próximo na fila é Crisóstomo (morreu em 407 DC):

“Quando o Império Romano for tirado do caminho, ele [o Anticristo] virá. E


naturalmente. Enquanto durar o medo deste império, ninguém se exaltará
voluntariamente, mas quando isso for dissolvido, ele atacará a anarquia e se
empenhará em apoderar-se do governo tanto do homem quanto de Deus.”
(Homilia IV sobre II Tessalonicenses 2:6-9, Nicene and Post-Nicene Fathers, vol. #13,
p. 389) [Nova York: Charles Scribner's and Sons, 1905].

Finalmente, citaremos Jerônimo (falecido em 420 DC):

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Aquele que deixa ser tirado do caminho, e ainda nós não percebemos que o
Anticristo está próximo”. (Carta para Ageruchia, escrita por volta de 409 AD, Carta
123, seção 16; Nicene and Post-Nicene Fathers, vol. #6, p. 236 [Nova York: Charles
Scribner’s Sons, 1912]).

Outros Teólogos Católicos Romanos


Dezenas de historiadores da igreja confirmaram a avaliação dos pais da igreja:

“Há muito tempo, quando Roma, por negligência dos imperadores ocidentais, foi
deixada à mercê das hordas bárbaras, os romanos voltaram-se para alguém em
busca de ajuda e proteção, e pediram-lhe que os governasse; e assim, desta
maneira simples, o melhor título de todos os direitos reais, deu início à soberania
temporal dos papas. E subindo mansamente ao trono de César, o Vigário de Cristo
pegou o cetro o qual os imperadores e reis da Europa deviam se curvar em
reverência por tantos séculos.” (CONROY, James P. (1911), American Catholic
Quarterly Review, abril de 1911).

“Sob o Império Romano [Estágio # 1], os papas não tinham poderes temporais.
Mas quando o Império Romano se desintegrou e seu lugar foi tomado por uma
série de reinos rudes e bárbaros [Estágio # 2], a Igreja Católica Romana não apenas
se tornou independente dos estados em assuntos religiosos, mas também dominou
os assuntos seculares [Estágio # 3].” (ECKHARDT, Carl Conrad (1937), The Papacy
and World Affairs (Chicago: The University of Chicago Press, 1937), p. 1).

O historiador da Igreja, R. W. Southern, explica ainda mais a relação entre o papado e o


estado durante a Idade Média:

“Durante todo o período medieval, havia em Roma uma única autoridade


espiritual e temporal [o papado] exercendo poderes que, no final, excederam
aqueles que já estiveram nas mãos do imperador romano.” (R. W. Southern,
Sociedade Ocidental e a Igreja na Idade Média, volume 2, p. 24-25).

O historiador da Igreja John N. Figgis acrescenta seu testemunho:

“Na Idade Média, a igreja não era um Estado, era o Estado; ou melhor, a
autoridade civil (pois uma sociedade separada não foi reconhecida), era apenas o
departamento de polícia da Igreja.” (FIGGIS, John N., From Gerson to Grotius, p.
4).

Esta ideia da igreja governar nos assuntos temporais e espirituais foi concretizada em
1302, quando o Papa Bonifácio VIII escreveu uma bula significativa (carta pessoal)
intitulada Unam Sanctam.

“É-nos dito pelos textos dos evangelhos que nesta Igreja [Católica Romana] e em
seu poder há duas espadas; a saber, a espiritual e a temporal. Ambas, portanto,

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 71 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
estão em poder da Igreja, isto é, a espada espiritual e a material, mas a primeira
[a espiritual] deve ser administrada para a Igreja, mas a última [a temporal ou
material] também pela Igreja; a primeira nas mãos do sacerdote; a última pelas
mãos de reis e soldados, mas pela vontade e sofrimento do sacerdote”.

Ellen G. White tem algumas declarações interessantes sobre aquele que o detém [o
limitador] tanto na história quanto na profecia:

“O espírito de transigência e conformidade [da igreja Cristã primitiva] fora


restringido durante algum tempo pelas terríveis perseguições que a igreja suportou
sob o paganismo [nos tempos de Ellen White, o paganismo significava o Inpério
Romano]. Mas, em cessando a perseguição e entrando o Cristianismo nas cortes e
palácios dos reis, pôs ela de lado a humilde simplicidade de Cristo e Seus apóstolos,
em troca da pompa e orgulho dos sacerdotes e governadores pagãos; e em lugar
das ordenanças de Deus colocou teorias e tradições humanas.” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: Como começaram as trevas morais, p. 41).

Com relação ao futuro, Ellen White previu que a restrição que foi colocada sobre o papado
pelos poderes seculares em 1798 será removida e o papado recuperará seu poder:

“Removam-se as restrições ora impostas pelos governos seculares, reintegre-se


Roma ao poderio anterior, e de pronto ressurgirá a tirania e perseguição.” (WHITE,
Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 491-492).

“O vasto império de Roma desintegrou-se e de suas ruínas surgiu àquele grande


poder, a Igreja Católica Romana. Esta igreja se gaba de sua infalibilidade e religião
hereditária.” (WHITE, Ellen G., Manuscript Releases, volume #1, p. 50).

A Ferida Mortal e o Cativeiro


Apocalipse 20 ajuda-nos a entender o que significa para o homem do pecado ser
amarrado/desamarrado ou restringido/irrestrito. Quando Satanás foi capaz de
influenciar os reis da terra para cumprir seus propósitos, ele ficou livre e desvinculado.
Mas quando os reis estão todos mortos, ele está preso ou em cativeiro. Esta é a corrente
com a qual Satanás será preso durante os 1.000 anos. Após o milênio quando os reis
ressuscitarem, a ferida de Satanás será curada e ele será libertado de sua prisão por um
curto período.

Assim, devemos entender o cativeiro da besta em Apocalipse 13:10. Quando a besta


podia usar a espada dos reis para cumprir seus objetivos, ela estava livre, mas quando os
reis removeram a espada, ela estava em cativeiro. Assim, o cativeiro mencionado em
Apocalipse 13:10 não se refere meramente ao Papa Pio VI sendo levado cativo em 1798,
mas sim todo o sistema que ele representava.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Agora que sabemos que a espada de Apocalipse 13:10 representa a tentativa da igreja de
usar o poder punitivo do estado para fazer cumprir as leis religiosas, devemos procurar
descobrir o que significa a ferida mortal.

Apocalipse 13:10 afirma explicitamente que a própria espada que o papado usou para
matar o povo de Deus (Daniel 7:25; Apocalipse 13: 5) seria usada pelo estado para dar ao
papado sua ferida mortal. Isso significa que em 1798 o poder secular usaria sua espada
para ferir o papado com uma ferida mortal. Dito de outra forma, o estado removeria o
poder da espada do papado!

Um estudo cuidadoso de Apocalipse 13:10 revela que a ferida mortal não se refere
primariamente ao confisco dos territórios da Igreja Católica Romana. Nem é a eliminação
da Igreja Católica Romana como igreja, porque isso nunca aconteceu. Mesmo depois que
o papa Pio VI foi feito prisioneiro, as igrejas católicas romanas continuaram funcionando
como igrejas.

A ferida mortal foi dada ao papado quando a espada do estado que o papado havia usado
para perseguir o povo de Deus se voltou contra ela. A ferida mortal, então, foi à remoção
da espada do estado das mãos do papado. Isso levou o papado ao cativeiro porque não
podia mais usar o poder do estado para fazer cumprir suas práticas e dogmas. Foi forçada
a inatividade pelo próprio poder que o colocou em atividade.

O ano de 1798 marcou o clímax da Revolução Francesa que começou em 1789. A


Revolução foi uma revolta contra o poder real e a intolerância sacerdotal. Em 12 de
fevereiro de 1798, o general Berthier entrou na Cidade do Vaticano, depôs o Papa Pio VI,
removeu sua tríplice coroa, informou-o de que seu poder estava no fim e o levou
prisioneiro para a França, onde morreu no exílio em 1799. O imperador Napoleão
Bonaparte, já havia dado ordens que não puderam ser eleitas.

Historiadores descrevem a ferida mortal


A maneira como os historiadores descrevem a ferida mortal de 1798 é muito reveladora.
Alguns deles empregam uma linguagem muito semelhante à de Apocalipse 13. Vejamos
alguns exemplos.

“O papado estava extinto; nenhum vestígio de sua existência permaneceu; e entre


todas as potências católicas romanas nem um dedo foi movido em sua defesa
[porque não tinha mais o apoio do estado]. A Cidade Eterna não tinha mais príncipe
ou pontífice; seu bispo era um prisioneiro moribundo em terras estrangeiras; e já
havia sido anunciado o decreto de que nenhum sucessor seria permitido em seu
lugar.” (TREVOR, George, Roma: Da Queda do Império Ocidental, p. 439-440).

“Não admira que metade da Europa pensasse que o veto de Napoleão seria
obedecido, e que com o Papa o papado estava morto.” (RICKABY, Joseph, Lectures
on the History of Religion, ‘The Modern Papacy’, volume 3, p. 1).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 73 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Multidões imaginaram que o papado estava à beira da morte e perguntaram se
Pio VI seria o último pontífice e se o fim do século XVIII seria sinalizado pela queda
da dinastia papal.” (GILL, T. H., The Papal Drama, livro 10).

“... o Papado havia sofrido sua mais profunda humilhação... [e] parecia estar
aniquilado... A Revolução também tratou da ferida que, ao que parecia, não
queria sarar até a metade do século XX.” (WEITLAUFF, M., citado em: Frank B.
Holbrook, Symposium on Revelation, volume 2 [Hagerstown, Maryland: Review and
Herald, 1992], p. 337).

A Filha mais velha


Não se pode deixar de sentir a ironia do que aconteceu em 1798. A França é conhecida
como a filha mais velha do papado porque Clóvis, rei dos Francos, foi o primeiro a dar
oficialmente o poder temporal ao papado no ano 508 DC. Surpreendentemente, a mesma
nação que primeiro deu a espada ao papado, agora se voltou contra sua mãe, dando-lhe a
ferida mortal.

No capítulo sobre a Revolução Francesa, Ellen White citou o historiador da igreja Wylie a
respeito do significado da 'espada':

“Assim Roma conseguiu predispor a França contra a Reforma. 'Foi para manter o
trono, preservar os nobres e conservar as leis, que pela primeira vez se
desembainhou na França a espada da perseguição' (Wylie)”. (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: A Escritura Sagrada e a Revolução Francesa, p.
241).

Lutero certamente entendeu o significado da espada. Quando ele estava prestes a partir
de Wartburg de volta a Wittenberg, ele disse as seguintes palavras ao Eleitor da Saxônia:

“Não há espada que possa favorecer esta causa. Deus somente deve fazer tudo
sem o auxílio ou cooperação do homem. Aquele que tem a maior fé é o que é mais
capaz de proteger.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A Europa
Desperta, p. 162).

E Ellen White também entendeu que a 'espada' se referia ao poder secular:

“Então ele [Saulo de Tarso] foi incumbido da espada do poder secular, ele era o
agente do Sinédrio, o inquisidor judeu, o exterminador de hereges, procurando
vítimas para prender, açoitar ou apedrejar.” (Review and Herald, Periódico: “The
Youth’s Instructor”, 18 de Abril de 1905, p. 4).

Um Evento Catastrófico
A Revolução Francesa foi um evento catastrófico para o papado. No rescaldo da
Revolução, no mundo ocidental país após país seguiu o exemplo da França e dos Estados

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Unidos estabelecendo governos democráticos que proclamaram sua emancipação do
domínio do papado.

O desamparo do papado é revelado em um livro escrito pelo cardeal Edward Manning e


publicado em 1862, onde ele repreende as nações da Europa por abandonarem o papado:

“Veja esta Igreja Católica, esta Igreja de Deus, débil e fraca, rejeitada até mesmo
pelas próprias nações chamadas Católicas. Há a França católica, a Alemanha
católica e a Itália católica abrindo mão dessa invenção explodida do poder
temporal do Vigário de Jesus Cristo. E assim, porque a Igreja parece fraca, e o
Vigário do Filho de Deus está renovando a Paixão de seu Mestre na terra, portanto,
estamos escandalizados, portanto, voltamos nossas faces dele.” (MANNING,
Edward, The Temporal Power os the Vicar of Jesus Christ, p. 140, 141).

Observações Ranko Stefanovic sobre a ferida mortal:

“Os eventos da Revolução Francesa (incluindo o fim do papado sob Napoleão) que
impactaram a política e a liberdade religiosa são provavelmente a manifestação
mais aparente da 'ferida mortal'. Mas para todos os efeitos práticos, foi este longo
processo político, transformação social e religiosa que causou a 'ferida mortal' e
trouxe a besta do mar para o período do 'não é' (Apocalipse 17:11).” (STEFANOVIC,
Ranko, Revelação de Jesus Cristo, pp. 412, 413).

A Cura da Ferida
Mas, enquanto a Revolução desferiu um golpe mortal devastador ao papado, a profecia
prediz que ela se levantará de seu leito de morte muito mais poderosa e despótica do
que no passado.

Apocalipse 13:3 descreve a cura da ferida mortal:

(Apocalipse 13:3) “E eu vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua


chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta”.

Qual é a cura da ferida mortal do papado? É principalmente a restauração de seu


território confiscado pelo governo italiano? É a recuperação de seu poder eclesiástico?
Na verdade não. Somente sabendo o que significa a ferida mortal podemos entender o
que significa sua cura.

Devemos entender que "papado" é uma palavra-código para um sistema político-


religioso que emprega o poder do estado para obrigar as pessoas a obedecerem aos seus
ditames. Expresso de outra forma, o papado não é apenas uma igreja, mas um amálgama
de igreja e estado. É um poder político que apresenta ao mundo uma face religiosa. Com
sua face religiosa engana as multidões e com sua sede política entra nos grandes centros
de poder político do mundo.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 75 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Se a ferida mortal significa que em 1798 o estado se voltou contra o papado e tirou a
espada, então a cura da ferida deve significar que o estado mais uma vez a apoiará e
devolverá a espada.

Foi a ferida mortal foi curada em 1801?


É um fato pouco conhecido nos círculos adventistas que um novo Papa foi eleito apenas
três anos e meio após a ferida mortal. Não apenas foi eleito um novo Papa, mas também
foi autorizado a reter a posse de seu principado italiano. Diz o historiador Arthur Robert
Pennington:

“Ele [Napoleão] achava que, como a grande maioria dos habitantes da França não
conhecia outra forma de fé além do romanismo, ela deveria se tornar a religião
estabelecida no país. Consequentemente, descobrimos que ele [Napoleão] agora
iniciou negociações com o Papa, emitidas em uma Concordata em julho de 1801,
por meio da qual a religião católica romana foi mais uma vez estabelecida na
França. Ele também deixou Pio na posse de seu principado italiano.”
(PENNINGTON, Arthur Robert (2013), Epochs of the Papacy, p. 450, 452).

Portanto, se um novo Papa fosse eleito e tivesse permissão para manter seu principado,
foi a ferida mortal curada em 1801? Existem fortes razões para acreditar que não. Quais
são estas razões?

Primeira: Como veremos em nosso próximo estudo, a profecia indica claramente que os
Estados Unidos serão o poder que restaurará a espada ao papado, não a França.

Segunda: Embora o papado mantivesse seu território e principado, as nações da Europa


que a haviam apoiado no passado não queriam nada com ela.

Terceira: A concordata de 1801 não levou as nações da Europa a ordenar a todas as


nações que adorassem a besta, ou erigissem uma imagem para ela ou impusessem sua
marca.

Finalmente, o poder do papado foi severamente restringido pelo governo francês. O


estado elegia os bispos e pagava ao clero, e o clero era obrigado a fazer um juramento de
fidelidade ao estado.

Isso nos leva a concluir que a recuperação do domínio espiritual e do território geográfico
não significa necessariamente que a ferida mortal foi curada.

A Ferida de 1870
Outro fato pouco conhecido nos círculos Adventistas é que o papado recebeu outra ferida
em 20 de setembro de 1870, quando o rei Victor Emmanuel II confiscou os Estados
Papais e unificou a Itália. Como resultado, o papado perdeu a maior parte de seu
território (exceto por um punhado de edifícios na Cidade do Vaticano). Em protesto, o

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Papa Pio IX e seus sucessores se declararam prisioneiros do Vaticano e, como resultado,
nenhum Papa deixou a Cidade do Vaticano nos 59 anos seguintes.

Durante seu pontificado de 46 anos, o Papa Pio IX alienou e irritou ainda mais os governos
da Europa Ocidental e dos Estados Unidos ao proclamar o Dogma da Imaculada
Conceição [1854], publicando seu Syllabus of Errors, onde protestava contra os governos
democráticos e a liberdade civil e religiosa [1864] e convocando o Concílio Vaticano I,
onde foi proclamado o Dogma da Infalibilidade Papal [1870]. Isso nos leva ao ano de 1929.

Foi a ferida mortal curada em 1929?


Os escritores adventistas e evangelistas têm aproveitado muito o ano de 1929, quando o
governo da Itália assinou uma concordata com o Vaticano, curando assim a ferida infligida
pelo governo italiano em 1870. Mas foi a ferida mortal de 1798 curada naquele ano?
Existem várias razões convincentes pelas quais não podemos dizer que a ferida foi curada
em 1929. Vamos examiná-las.

Primeira: A concordata que foi assinada entre o papado e o governo italiano em 1929
tinha a ver com a ferida que o papado recebeu em 1870 e não com a que recebeu em
1798.

Segunda: A profecia de Apocalipse 13:11-18 deixa claro que os Estados Unidos, não a
Itália, seriam a nação que traria a cura da ferida.

Mais Significativa: No rescaldo de 1929 o mundo inteiro não se maravilhou após o


papado, não foi feita uma imagem dele ou para ele, e não foi aplicada sua marca, sob
pena de morte.

De onde, então, os adventistas tiraram a idéia de que a ferida foi curada em 1929? A
resposta é encontrada em um artigo publicado no San Francisco Chronicle no mesmo dia
em que a Concordata de 1929 foi assinada.

A manchete da primeira página do jornal dizia:

“VATICANO DE NOVO EM PAZ COM A ITÁLIA APÓS LONGO DISACORDO”

Em letras menores apareciam às palavras: “Cura a Ferida de Muitos Anos”.

A parte do artigo que foi mais significativa para os adventistas foi esta:

“A questão romana, esta noite, era coisa do passado e o Vaticano ficou em paz com
a Itália. A realização formal disso hoje foi à troca de assinaturas no histórico
Palácio de São João de Latrão por dois plenipotenciários notáveis, o Cardeal
Gasparri pelo Papa Pio XI e o Premier Mussolini pelo Rei Victor Emmanuel III”.

“Ao afixar os autógrafos ao memorável documento, curando a ferida que


inflamava desde 1870 [não desde 1798], extrema cordialidade foi demonstrada de
ambos os lados”. (The San Francisco Chronicle, 11 de fevereiro de 1929, p. 1).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 77 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O New York Times noticiou este importante evento:

“O Papa é novamente um governante soberano independente, como foi durante a


Idade Média, embora seu reino temporal, estabelecido hoje, seja o Estado
independente mais microscópico do mundo, e provavelmente o menor de toda a
história.” (The New York Times, terça-feira, 12 de fevereiro de 1929).

O artigo do San Francisco Chronicle deixa bem claro que a ferida curada em 1929 foi
àquela dada ao papado em 1870 e não aquela recebida em 1798.

Não me entenda mal. O que aconteceu em 1929 foi muito significativo. A recuperação da
soberania temporal pelo papado foi um acontecimento importante. Podemos ir mais
longe e dizer que as feridas do papado começaram a cicatrizar naquele ano. Mas a ferida
não foi curada naquele ano.

Por que a ferida mortal ainda não cicatrizou?


O falecido Malachi Martin, o exorcista jesuíta da Igreja Católica Romana e autor do livro
best-seller, As Chaves deste Sangue, disse em 1986:

“Por mil e quinhentos anos ou mais, Roma manteve uma mão tão forte quanto possível
em cada comunidade local em todo o mundo... Em geral, e admitindo algumas exceções,
essa tinha sido a visão romana até duzentos anos de inatividade ter sido imposto ao
papado pelos principais poderes seculares do mundo.” (Citado em Christianity Today [21
de novembro de 1986], p. 26).

Ellen White concordou com Martin e previu que, quando as restrições dos poderes
seculares fossem removidas, a tirania e a perseguição do papado seriam revividas:

“Removam-se as restrições ora impostas pelos governos seculares, reintegre-se


Roma ao poderio anterior, e de pronto ressurgirá a tirania e perseguição.” (WHITE,
Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 491-492).

A razão pela qual a ferida mortal ainda não sarou é porque os governos seculares do
mundo não permitiram que o papado os cavalgasse mais uma vez. Por assim dizer, as
correntes, que caíram das mãos do papado quando o poder civil do Império Romano caiu
no terceiro e quarto século, foram novamente colocadas em suas mãos em 1798.

Em uma declaração notável, John W. Robbins, um teólogo reformado, cita Ayn Rand:

“A Igreja Católica nunca desistiu da esperança de restabelecer [você não pode


restabelecer algo que não existia antes] a união medieval da Igreja e do Estado,
com um Estado global e uma teocracia global como seu objetivo final. 'A Igreja
Romana-Estado é um híbrido - um monstro de poder político e eclesiástico. Seu
pensamento político é totalitário e, sempre que teve oportunidade de aplicar seus
princípios, o resultado foi uma repressão sangrenta. Se, durante os últimos 30
anos, suavizou suas afirmações de poder total, supremo e irresponsável e

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
assassinou menos pessoas do que antes, tais mudanças no comportamento não se
devem a uma mudança em suas idéias, mas a uma mudança em suas
circunstâncias [os governos seculares a mantêm à distância]... A Igreja Romana-
Estado do século XX, porém, é uma instituição que se recupera de uma ferida
mortal. Quando ela recuperar [portanto, ela deve ter perdido antes] todo o seu
poder e autoridade, vai impor um regime mais sinistro do que qualquer outro que o
planeta já viu [a ferida mortal será curada]”. (ROBBINS, John W. (2006).
Ecclesiastical Megalomania, p. 195).

O escritor evangélico Dave Hunt acrescenta:

“Por que os líderes mundiais querem ir para a cama com o Vaticano? [Observe a
metáfora da fornicação] Todos os chefes de estado no mundo de hoje reconhecem
que o Papa exerce um poder que em muitos aspectos é ainda maior do que o seu.
Não são apenas os 900 milhões de súditos do catolicismo e a enorme riqueza que
fazem com que os governos mais poderosos do mundo cultivem relações amigáveis
com a Igreja Católica Romana; é porque os cidadãos da Cidade do Vaticano são
encontrados em grande número em quase todos os países. Eles constituem uma
rede internacional que alcança os círculos internos dos centros de poder do
mundo.” (HUNT, Dave (1990). Global Peace and the rise of Antichrist, p. 116).

Em seu livro As Chaves deste Sangue, Malachi Martin descreveu a competição pelo
controle global entre três sistemas: o capitalismo, o comunismo e o Catolicismo Romano:

“Há uma grande semelhança compartilhada por todos três desses concorrentes
globalistas. Cada um tem em mente um grande projeto particular para uma só
governança mundial... Sua competição geopolítica é sobre qual dos três formará,
dominará e administrará o sistema mundial que substituirá o decadente sistema
nacional”. (MARTIN, Malachi. As Chaves deste Sangue, p. 18).

Martin não tem dúvidas sobre quem vencerá essa competição com unhas e dentes - o
papado Católico Romano. E Martin descreve em palavras assustadoras o que acontecerá
quando o papado ressuscitar de sua ferida mortal:

“Não há restrições porque, uma vez que a competição foi decidida, o mundo e tudo
o que nele há - nosso modo de vida como indivíduos e como cidadãos das nações;
nossas famílias e nossos empregos; nosso negócio e comércio e dinheiro; nossos
sistemas educacionais e nossas religiões e nossas culturas; até mesmo os
emblemas de nossa identidade nacional, que a maioria de nós sempre considerou
de valor - todos terão sido poderosamente e radicalmente alterados para sempre.
Ninguém pode estar isento de seus efeitos. Nenhum setor de nossas vidas
permanecerá intocado... Ninguém que conhece os planos destes três rivais tem
dúvidas de que apenas um deles pode vencer”. (MARTIN, Malachi. As Chaves deste
Sangue, p. 16).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 79 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
E qual é o prazo para esta Nova Ordem Mundial geopolítica sob a liderança do papado
Católico Romano?

“Quanto ao fator tempo envolvido, nós que temos menos de setenta anos veremos
instaladas pelo menos as estruturas básicas do novo governo mundial. Aqueles de
nós com menos de quarenta anos certamente viverão sob sua autoridade e
controle legislativo, executivo e judiciário.” (MARTIN, Malachi. As Chaves deste
Sangue, pp. 15-16).

A questão crucial é esta: Como o papado recuperará o poder da espada que perdeu há
mais de duzentos anos? Qual nação em sã consciência vai afrouxar as correntes que
restringiram este sistema nos últimos dois séculos? Ainda mais claramente, que nação no
mundo seria tola o suficiente para colocar a espada mais uma vez nas mãos de um poder
tão despótico? A profecia revela que a espada do poder civil será restaurada ao papado
com a ajuda da mais improvável das nações.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

A Besta da Terra do Apocalipse


(Apocalipse 13:11-18) “E [quando a primeira besta recebeu seua ferida mortal] vi
subir [palavra usada em Mateus 13:7 de uma planta que está brotando] da terra
[de um lugar diferente das outras primeiras bestas] outra besta, e tinha dois
chifes semelhantes aos de um cordeiro [usado como um símbolo de Cristo 28 vezes
em Apocalipse]; e falava como o dragão [símbolo de Satanás operando através
de Roma]. 12 E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença [no
comissionamento da primeira besta] e faz [pelo uso da compulsão – ato de
obrigar o inferior a cumprir a sua determinação] que a terra e os que nela
habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. 13 E [a besta da
terra] faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista
dos homens [reminiscência da história de Elias e do Pentecoste]. 14 E engana os
que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença [no
comissionamento] da besta, dizendo aos [na NVI: ‘ele os ordenou’] que habitam
na terra que fizessem uma imagem à [‘em honra de’ na NVI: caso dativo] besta
que recebera a ferida de espada e vivia. 15 E [a primeira besta à luz do comentário
de Ellen White em Spaulding-Magan, p. 1-2] foi-lhe concedido que desse espírito à
imagem da [uma réplica: caso genitivo] besta, para que também a imagem da
[uma réplica: caso genitivo] besta falasse [através das autoridades legislativas e
judiciais] e fizesse [uso da compulsão] que fossem mortos todos os que não
adorassem a imagem da [uma réplica: caso genitivo] besta. 16 E faz [na NVI:
‘forçam cada um’] que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos,
lhes seja posto um sinal [será estudado mais adiante] na mão direita [por
conveniência] ou na testa [por convicção], 17 para que ninguém possa comprar ou
vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome [Vicarius Filii Dei] da besta, ou o
número do seu nome [666]. 18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento
calcule [psephizo: veja Lucas 14:28] o número da besta, porque é número de
homem; e o seu número é seiscentos e sessenta e seis”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 81 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
A Cronologia de Apocalipse 12 e 13
A sequência cronológica de Apocalipse 12:13-17 termina com três estágios distintos:

• O primeiro é o período em que o dragão perseguiu a mulher durante o período de


1260 anos (versículos 13-15);
• O segundo estágio é o período em que a terra ajudou a mulher engolindo as águas
da perseguição (versículo 16);
• O terceiro estágio é quando o dragão ficará furioso contra a mulher e sairá para a
guerra contra o remanescente final de sua semente (versículo 17).

A sequência histórica em Apocalipse 13 é idêntica:

• O primeiro estágio é o período de 42 meses durante o qual a besta perseguiu os


santos (Apocalipse 13:1-10);
• O segundo estágio é quando a besta se levanta da terra [o território de 12:16] com
os dois chifres como um cordeiro (Apocalipse 13:11);
• O terceiro estágio é quando a besta com chifres de cordeiro acaba falando como
um dragão (Apocalipse 13:12-18).

Observações Exegéticas
A palavra "terra" em Apocalipse 13:11-18 tem um significado restrito. No contexto,
aplica-se principalmente ao território geográfico dos Estados Unidos conforme visto pela
sequência histórica de Apocalipse 12:13-17.

A expressão ‘subindo’ é usada em Mateus 13:7 para descrever as ervas daninha que
brotam da terra.

Como veremos mais adiante neste estudo, o dragão é um símbolo de Satanás trabalhando
por intermédio de Roma. O dragão no livro do Apocalipse é sempre identificado com as
diferentes etapas de Roma. Roma tentou matar Jesus, a Roma Papal tentou destruir os
santos durante os 1260 anos e os Estados Unidos, agindo como o agente de uma Roma
Papal ressuscitada, tentará destruir o remanescente final.

A palavra 'cordeiro' é usada 29 vezes no livro do Apocalipse e em 28 delas refere-se


indiscutivelmente a Jesus Cristo. Como veremos, também está relacionado a Jesus Cristo
em Apocalipse 13:11.

A expressão "e falou como um dragão", legitimamente, pode ser traduzida em dois modos
diferentes, mas complementares. Pode ser traduzido como 'e falava como um dragão' ou
'mas falava como um dragão'. A primeira tradução indicaria que a besta terrestre tem dois
chifres como um cordeiro enquanto, ao mesmo tempo, fala como um dragão. A segunda
tradução indica um contraste entre os dois chifres e a voz do dragão: A besta da terra
tinha dois chifres como um cordeiro, mas contradizia o que os chifres representam ao
falar como um dragão.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
É importante notar que a besta da terra faz de tudo para honrar e impressionar a
primeira besta.

• Notemos que a besta da terra "exerce toda a autoridade da primeira besta em sua
presença" (versículo 12);
• A besta da terra com chifres semelhantes aos de cordeiro "faz com que a terra e
aqueles que nela habitam adorem a primeira besta" (versículo 12);
• A besta da terra realiza sinais "à vista da besta" (versículo 14);
• A besta da terra faz uma imagem da primeira besta (3 vezes no versículo 15) em
sua honra (versículo 14);
• A besta da terra força a marca da primeira besta (versos 16, 17);
• A besta da terra faz um decreto de morte contra aqueles que se recusam a adorar
a imagem da primeira besta (versículo 15).

De acordo com os melhores léxicos, a expressão "à vista da besta" significa "no
comissionamento de" a primeira besta. Assim, esta segunda besta é o agente ou fantoche
da primeira besta.

A palavra "causa" que é usada ao longo da passagem indica que esta besta da terra usará
a força para obrigar aqueles que habitam na terra a honrar a primeira besta. Ou seja, esta
besta não persuadirá as pessoas a adorá-la, mas sim as obrigará a fazê-la. Embora a
palavra poieo geralmente signifique simplesmente "fazer", neste contexto ela carrega uma
nuance de força. A palavra é usada de maneira semelhante em Apocalipse 3:9, onde nos é
dito que Deus fará (obrigará) a Sinagoga de Satanás a adorar aos pés dos santos.

O sinal da besta da terra trazendo fogo do céu é uma reminiscência da experiência de


Elias quando ele trouxe fogo do céu ao Monte Carmelo. Em outras palavras, a história de
Elias deve ser estudada cuidadosamente como um dos antecedentes desta profecia. O
fogo do céu também traz à mente as línguas de fogo que caíram no dia de Pentecostes.

Outro pano de fundo claro por trás da história da besta, da sua imagem, da sua marca e o
número 666 é encontrado na história de Daniel 3.

A palavra 'imagem' [eikon] na passagem se refere a uma semelhança ou um reflexo de


alguém ou algo. É usada em Mateus 22:20 para descrever a imagem de César no denário
Romano. Também é usada para descrever imagens idólatras dos deuses feitas pelos
pagãos e a palavra também descreve Jesus como a imagem ou reflexo do Deus invisível.

A Besta da Terra
Em Apocalipse 13:11, encontramos uma descrição de uma besta de dois chifres, que sobe
da terra, que obrigará o mundo inteiro a adorar a besta que foi ferida com a espada:

(Apocalipse 13:11) “E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes
aos de um cordeiro; e falava como o dragão”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 83 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O texto indica claramente que é o destino desta segunda besta ajudar a primeira besta a
recuperar seu poder. Considerando que as bestas anteriores conquistaram as bestas que
as precederam, esta besta libertará a primeira besta de seu cativeiro e restaura-la-á o
poder da espada. A besta da terra exercerá a autoridade da primeira besta em seu nome,
obrigará todos a adorá-la, colocará uma imagem em sua honra e imporá sua marca. Tudo
o que esta besta da terra faz é na presença da primeira besta. Esta expressão é traduzida
por "em seu nome" na NIV e a paráfrase da Mensagem diz que esta besta "era uma
marionete da primeira Besta". Esta besta de dois chifres será a espada na mão do papado
e nos é dito que irá ameaçar matar com aquela espada qualquer um que for dissidente:

(Apocalipse 13:15) "E foi-lhe concedido que desse espírito [ou fôlego] à imagem da
besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse com que fossem
mortos todos os que não adorassem a imagem da besta”.

O que é notável sobre esta besta é sua dupla personalidade. Embora tenha dois chifres
como o de um cordeiro, ela simultaneamente fala como um dragão. Notavelmente, os
dois chifres não são quebrados antes de começar a falar como um dragão. Ela fala como
um dragão, embora ainda continue a ter os dois chifres de cordeiro em sua cabeça. O
caráter desta besta é uma reminiscência da personalidade dividida manifestada pelo Dr.
Jekyll (bom) e o Sr. Hyde (mau).

Declarações Introdutórias no Apocalipse


É importante notar que Apocalipse 13:11 é o resumo de toda a trajetória da besta da
terra. É costume no Apocalipse que os pontos inicial e final de uma sequência profética
sejam resumidos no início da profecia (Apocalipse 3:21, Apocalipse 8:1-5; 11:19;
Apocalipse 15:1) . Esta profecia não significa que a besta da terra age simultaneamente
como um cordeiro e um dragão no início de sua trajetória! Quando esta besta se erguer
da terra, ela tem dois chifres como o de um cordeiro e só mais tarde, enquanto ainda tiver
os chifres de um cordeiro, ela falará como um dragão.

O que significa os dois chifres como de cordeiro e a voz do dragão? Comecemos por
identificar o significado do simbolismo do dragão no livro do Apocalipse.

Os Três Estágios do Dragão em Apocalipse 12 e 13


Mesmo um estudo superficial de Apocalipse 12 e 13 indica que o dragão é o protagonista
furtivo desses capítulos. O dragão está no pano de fundo dos diferentes estágios
históricos descritos nesses capítulos.

No livro de Apocalipse, o dragão representa primariamente Satanás (Apocalipse 12:7-9),


mas também representa Satanás operando por intermédio de Roma em seus vários
estágios. Assim é que a besta que se levanta da terra e fala como um dragão não é apenas
um porta-voz de Satanás, mas também de Roma.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Isso pode ser visto claramente por uma comparação de Daniel 7:25 e Apocalipse 12:14.
Em Daniel 7:25, é declarado que o chifre pequeno perseguiu os santos por 1260 anos. O
chifre pequeno é claramente um símbolo da Roma Papal. Mas em Apocalipse 12:14 é nos
dito que o dragão perseguiu a mulher por 1260 anos. Uma comparação desses dois
versículos nos leva à conclusão inevitável de que o dragão perseguiu a igreja por meio de
Roma Papal. Em Apocalipse 12 e 13, o dragão persegue durante três estágios:

Estágio do Dragão # 1:

• Foi Satanás quem ficou ao lado da mulher para devorar seu filho assim que Ele
nasceu. Mas Satanás operou por intermédio de Herodes, um governante do
Império Romano. Satanás também usou o poder de Roma para condenar Jesus à
morte (Apocalipse 12:3 [Daniel 7:23]; Mateus 2:16).

Estágio do Dragão # 2:

• Quando o Império Romano se desintegrou, deu seu trono, seu poder e sua grande
autoridade à besta (Apocalipse 13: 2) e então a besta perseguiu a mulher por 1260
anos. Assim, o papado continuou a exercer os poderes do dragão - Satanás e
Roma.

Estágio do Dragâo # 3:

• Apocalipse 13:11 diz-nos que a besta da terra falará como um dragão. Assim, a
besta da terra não será apenas um porta-voz de Satanás, mas também Satanás
operando por meio de Roma. E assim, o dragão, a besta do mar e a besta da terra
são todos agentes de Satanás operando através de Roma.

Resumo de Apocalipse 12
Estágio #1: Foi o dragão – Satanás através de Roma Papal – que tentou matar o filho
(Apocalipse 12:1-5).

Estágio #2: Foi o dragão – Satanás através de Roma Papal – quem perseguiu a mulher por
1260 anos após o filho ascender ao céu (Apocalipse 12:5-6 e 13-15).

Estágio #3: Será o dragão – Satanás através de Roma Papal ressuscitada com a ajuda dos
Estados Unidos – quem perseguirá o remanescente da semente da mulher quando a
ferida mortal for curada (Apocalipse 12:17).

Esta é a razão pela qual Apocalipse 13:4 afirma que o mundo não só adorará a besta, mas
também adorará o dragão de quem a besta recebeu seu poder, seu trono e grande
autoridade! Ellen White fez uma observação muito interessante sobre o Papado ter um
elemento Romano:

“Ela [o Papado] está silenciosamente crescendo em poder. Suas doutrinas estão a


exercer influência nas assembléias legislativas, nas igrejas e no coração dos

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 85 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
homens. Está a erguer suas altaneiras e maciças estruturas, em cujos secretos
recessos se repetirão as anteriores perseguições. Sorrateiramente, e sem despertar
suspeitas, está aumentando suas forças para realizar seus objetivos ao chegar o
tempo de dar o golpe. Tudo que deseja é a oportunidade, e esta já lhe está sendo
dada. Logo veremos e sentiremos qual é o propósito do romanismo. Quem quer
que creia na Palavra de Deus e a ela obedeça, incorrerá, por esse motivo em
censura e perseguição.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo:
Ameaça à consciência, p. 506-507).

Características da Besta da Terra


Característica #1: É universalmente aceito entre os estudantes da profecia apocalíptica
que as bestas representam reinos ou nações. No livro de Daniel, o leão, o urso, o
leopardo, o dragão, o carneiro e o bode representam nações ou impérios.

O famoso comentarista da Bíblia, Adam Clarke, sabiamente comentou sobre esta besta
com chifres de cordeiro:

“Como já foi demonstrado que uma besta é o símbolo de um reino ou império, o


surgimento desta segunda besta deve, consequentemente, representar o
surgimento de outro império.”

Característica #2: O fluxo histórico de Daniel 7 e Apocalipse 13:1-10 revela o tempo em


que a besta da terra subiria ao poder:

• Leão: Babilônia (605-539 AC).


• Urso: Medos e Persas (539-331 AC).
• Leopardo: Grécia (331-168 AC).
• Dragão: Roma (168 AC-476 DC).
• Dez Chifres: Roma Dividida (476 DC).
• Chifre pequeno e besta do mar: Roma papal durante seu estágio de 1260 anos
(538-1798 DC).
• Estágio de ferida mortal de 1798 até o presente (governos seculares restringem).
• A Besta da Terra ratificou sua Declaração de Independência em 1776, sua
Constituição em 1787 e sua Declaração de Direitos em 1791 DC.
• Ainda está para ocorrer: a ferida mortal será curada pela besta da terra (os
governos seculares serão influenciados para remover a restrição).

Característica #3: A besta da terra surgiu na época quando a primeira besta recebeu seu
ferimento mortal e foi levada ao cativeiro em 1798.

(Apocalipse 13:10-11) “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém


matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a paciência e a fé
dos santos. 11 E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos
de um cordeiro; e falava como o dragão.”

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Característica #4: A terra deve representar uma área pouco povoada porque todas as
outras bestas surgiram do mar, de multidões, nações, línguas e povos (Apocalipse 17:15;
Isaías 17:12-13). Em Apocalipse 13:11 não há referência a águas, ventos ou animais
selvagens. A besta da terra não teve que guerrear contra um império anterior.

Daniel J. Boorstin (por muitos anos o bibliotecário do Congresso) em seu livro “Reith
Lectures” em Londres de 1975 afirmou:

“... a vacância da América do Norte [viria] a ser sua promessa peculiar ao mundo...
O vazio era a fertilidade especial da América”. (Citado em Signs of the Times,
outubro de 1976, p. 25).

Característica #5: A besta da terra ergueu-se como uma planta em silêncio e não no meio
do tumulto das nações e da guerra. A expressão ‘surgindo’ é usada na Parábola do
Semeador para descrever o brotar das plantas:

(Mateus 13:7) “E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-


na”.

“A história dos Estados Unidos foi separada por uma Providência benéfica da
história selvagem e cruel do resto do continente e, como uma semente silenciosa,
nós transformamos em um império.” (TOWNSEND, G. A. (1976). O Novo Mundo
Comparado com o Velho, citado em “Why America Happened”, Signs of the Times,
outubro de 1976, p. 26).

Característica #6: Os quatro animais de Daniel 7 surgiram do mar (Daniel 7:2; 13:1-2). As
duas primeiras bestas eram potências asiáticas (Babilônia e Medo-Pérsia). As próximas
duas bestas eram potências europeias (Grécia e Roma). A besta da terra com chifres de
cordeiro não poderia então se erguer na Europa ou na Ásia. A besta com chifres de
cordeiro surgiu da terra e, portanto, deve ter surgido em um lugar diferente do que as
primeiras quatro bestas. O cumprimento da profecia parece mover-se do leste para o
oeste, então esta nação deve surgir mais a oeste do que as nações de Daniel 7.
Notavelmente, o continente americano está diretamente a oeste da Europa.

Característica #7: O território no qual esta nação surgiu mais tarde forneceu refúgio para
a mulher que foi perseguida pela besta do mar durante os 1260 anos (Apocalipse 12:13-
16).

Característica #8: Considerando que as bestas de Daniel 7 governaram em sucessão, a


besta da terra é contemporânea ou coexistente com a besta do mar, mas a besta do mar
é muito mais velha.

Em contraste com as bestas anteriores, a besta da terra torna-se uma aliada da primeira e
a ajuda recuperar seu poder. Assim, a besta da terra tornar-se-á o executor da primeira
besta e ajudará curar sua ferida. Isso forçará as pessoas a adorar a besta, a imagem e
receber a marca.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Característica # 9: Mais tarde em sua história, esta nação tornar-se-ia uma superpotência
mundial economicamente (proibindo comprar ou vender), militarmente (aplicando a
marca da besta sob pena de morte) e politicamente (levando todas as nações do mundo à
adoração a primeira besta).

População dos Estados Unidos:

• 1701: 260.000
• 1776: 2,8 milhões
• 1800: 5.236.000
• 1900: 76.212.000
• 1950: 151.325.000
• 2016: Mais de 340 milhões

Característica # 10: Embora a besta da terra tenha dois chifres semelhantes aos de um
cordeiro, ela acabará falando como um dragão. Essa característica nos envolverá para o
restante deste estudo.

Dois chifres: Dois Reinos dentro de uma Nação


Os intérpretes adventistas do sétimo dia têm sido acusados de serem inconsistentes,
porque ensinam que os dois chifres semelhantes aos de um cordeiro em Apocalipse 13:11
representam dois princípios sobre os quais os Estados Unidos foram construídos
(liberdade civil e religiosa), e, ao mesmo tempo, ensinam que chifres representam reinos,
em outras partes de Daniel e Apocalipse (como os dez chifres na quarta besta de Daniel 7
e o carneiro e bode de Daniel 8). Mas descobriremos em nosso estudo que realmente não
há nenhuma inconsistência! À medida que avançamos em nosso estudo, veremos que os
princípios da liberdade civil e religiosa são baseados na ideia de dois reinos distinguíveis e
separáveis dentro de uma única nação.

Adam Clarke mostra como a consistência exige que os dois chifres da besta da terra
representem reinos:

“Assim como a besta de sete cabeças é representada como tendo dez chifres, que
significam tantos reinos unidos para apoiar a Igreja Latina, a besta que se ergue da
terra também tem dois chifres, que devem, consequentemente, representar dois
reinos; pois se os chifres de uma besta significam reinos em uma parte do
Apocalipse, os reinos devem ser entendidos, por este símbolo, sempre que for
usado de maneira semelhante em qualquer outra parte deste livro.”

O Histórico de Daniel 8
Estava Adam Clarke correto? Acredito que podemos provar que sim. O paralelo bíblico
mais próximo com a besta com chifres de cordeiro de Apocalipse 13:11 é o carneiro de
Daniel 8. Vamos observar os versículos três e vinte:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Daniel 8: 3 e 20) “E levantei os meus olhos e vi, e eis que um carneiro estava
diante do rio, o qual tinha duas pontas [dois chifres]; e as duas pontas [dois
chifres] eram altas; mas um era mais alta do que a outra; e a mais alta subiu por
último. 20 Aquele carneiro que viste com duas pontas [dois chifres] são os reis da
Média e da Pérsia”.

Nota-se que o carneiro representa uma nação que era composta de dois reinos - os
Medos e os Persas. A conclusão inevitável é que os dois chifres como um cordeiro em
Apocalipse 13:11 simbolizam dois reinos que existem lado a lado dentro de uma única
nação.

Por que os Chifres são semelhantes aos de um Cordeiro


O Apocalipse usa a palavra "Cordeiro" 29 vezes, das quais em 28 dessas referências refere-
se indiscutivelmente a Cristo. Aplica-se isso a Cristo também em Apocalipse 13:11? Ranko
Stefanovic responde à pergunta:

“O símbolo do cordeiro no Apocalipse sempre se refere a Cristo, o que sugere que a


referência aqui não é a qualquer cordeiro, mas claramente ao Cordeiro. Assim, a
aparência da besta terrestre é descrita em termos semelhantes aos de Cristo,
sugerindo uma história muito possível de esse poder, com um tom religioso.”
(STEFANOVIC, Ranko. Revelação de Jesus Cristo, p. 419).

O texto é claro: Os dois chifres semelhantes aos de um cordeiro são a antítese da voz do
dragão. A besta da terra tem dois chifres de cordeiro, mas, em contraste, fala como
dragão. É evidente que há um contraste aqui entre os chifres do Cordeiro e a voz do
dragão.

É claro a partir de Apocalipse 13:11 que os dois chifres semelhantes aos de um cordeiro
constituem o lado positivo ou favorável da besta da terra, enquanto a voz do dragão é o
lado negativo ou desfavorável. Os dois chifres semelhantes aos do cordeiro indicam que,
embora a besta da terra professe crer nos dois reinos em que Jesus acreditava, ela
contradiz sua profissão na prática real.

Sendo que os dois chifres representam os dois reinos que Jesus [o Cordeiro] reconheceu, a
questão é: Quais foram os dois reinos que Jesus, o Cordeiro, reconheceu? Antes de
respondermos a essa pergunta, vamos resumir o que estudamos até agora sobre essa
besta.

Conclusão e Resumo

• A besta da terra representa uma única nação.


• Os dois chifres representam o fato de que dentro desta única nação dois reinos
coexistiriam lado a lado.
• Os chifres são semelhantes aos de um cordeiro, então eles devem representar dois
reinos que foram reconhecidos por Jesus, o Cordeiro de Deus.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 89 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Quais foram os dois reinos que Jesus reconheceu?
Para responder a esta pergunta, vamos abrir nossas Bíblias em Mateus 22:15-21:

(Mateus 22:15-21) “Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o


surpreenderiam em alguma palavra. 16 E enviaram-lhe os seus discípulos, com os
herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho
de Deus, segundo a verdade, sem te importares com quem quer que seja, porque
não olhas à aparência dos homens. 17 Dize-nos, pois, que te parece: É lícito pagar o
tributo a César ou não? 18 Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que
me experimentais, hipócritas? 19 Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe
apresentaram um denário. 20 E ele disse-lhes: De quem é esta efígie e esta
inscrição? 21 Disseram-lhe eles: De César. Então, ele [Jesus] lhes disse: Dai, pois, a
César o que é de César e a Deus, o que é de Deus”.

Claramente, Jesus, o Cordeiro de Deus, reconheceu a coexistência de dois reinos em Seus


dias. O primeiro era o poder civil de Roma (o estado) e o segundo era o reino espiritual
de Deus (a igreja). Jesus, em outro lugar, referiu-se a esses dois reinos como “meu reino” e
os reinos “deste mundo” (João 18:36).

A Nação com Chifres semelhantes aos de um Cordeiro


Agora a pergunta deve ser feita e respondida: Que nação ou reino estava começando a
subir ao poder por volta de 1798, quando a primeira besta recebeu sua ferida mortal, que
em seus documentos de fundação explicitamente reconhecia a existência simultânea e
legítima de dois reinos dentro de uma única nação, como Jesus acreditava? A resposta é
inconfundível e irrefutável. Declara Ellen White:

“Que nação do Novo Mundo se achava em 1798 ascendendo ao poder,


apresentando indícios de força e grandeza, e atraindo a atenção do mundo? A
aplicação do símbolo não admite dúvidas. Uma nação, e apenas uma, satisfaz às
especificações desta profecia; esta aponta insofismavelmente para os Estados
Unidos da América do Norte.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo:
A imutável Lei de Deus, p. 384).

Dois Períodos
Por conveniência, a história dos Estados Unidos pode ser dividida em dois grandes
períodos:

• O período colonial (1620 – 1776).


• O período constitucional (1776 até o presente).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Os Pais Constitucionais
Os Pais Constitucionais (homens como George Washington, Thomas Jefferson, John
Adams, James Madison e Benjamin Franklin) dos Estados Unidos conheciam muito bem as
três realidades:

• A história da aliança Igreja / Estado na Idade Média.


• A história das relações igreja / estado no período colonial.
• A união da igreja e do estado, conforme retratado na Bíblia.

Os Fundadores e a Inquisição
Em seus escritos, os Pais Fundadores revelam que conheciam muito bem a história da
aliança Igreja / Estado na Idade Média e a perseguição que se seguiu. Na verdade, eles
estavam vivendo nos últimos anos da profecia de 1260 anos. É preocupante perceber que
a Declaração da Independência (1776), a Constituição (1787) e a Declaração de Direitos
(1791) foram todas escritas e ratificadas imediatamente antes que a ferida mortal fosse
dada ao papado em 1798.

Os pais constitucionais estavam bem cientes de que quando a Igreja e o Estado se unem, o
resultado inevitável é a negação da liberdade civil e religiosa e a perseguição.

Eles sabiam tudo sobre o mecanismo da Inquisição e estavam bem familiarizados com o
martírio de homens santos como Jan Huss (1369-1415). Eles sabiam que Huss fora
mantido na miséria da prisão sub-humana durante meses sem o devido processo, que
fora acusado por falsas testemunhas, que não violou nenhuma lei civil, que foi julgado
pelas convicções religiosas de sua consciência, que foi julgado pelos líderes da igreja de
forma semelhante que o Sinédrio julgou Jesus, que os líderes religiosos pronunciaram a
pena de morte contra ele e que a igreja finalmente apelou ao poder civil do imperador
Sigismundo para ratificar e cumprir o decreto de morte da igreja. E eles sabiam que Huss
seria queimado na fogueira por nada além das convicções de sua própria consciência.

Jan Huss
O homem escolhido para levar Jan Huss, de Praga a Constança, chamava-se Pogius, o
papista. Quando Pogius foi a Praga para levar Huss para Constança, ele era um católico
romano forte, mas quando observou a piedade de Huss e como ele foi maltratado pelo
papado, ele se tornou um simpatizante de Huss.

Ao chegar a Constança, Huss foi jogado na prisão, onde passou vários meses sem o
devido processo. Finalmente, ele foi retirado da prisão para seu julgamento eclesiástico. É
assim que Pogius descreveu a condição de Huss quando ele saiu de sua cela:

“Depois de um tempo, Huss foi conduzido para fora de sua masmorra para uma
câmara decente, mas seus pés quase se recusaram a carregá-lo, ele balançava
enquanto andava; indiferente e desacostumado ao dia estava a luz de seus olhos,

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 91 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
as faces mortalmente pálidas e o que restava de seus dentes soltos, já que onze
haviam caído devido à prisão úmida. As unhas de seus dedos eram terrivelmente
longas, porque ele não conseguia arrancá-las por muitas semanas; sobre sua pele
havia uma crosta de sujeira, que exalava um fedor terrível, e seus cabelos
castanhos caíam em cachos brancos sobre sua vestimenta podre e rasgada. Seus
sapatos apodreceram em seus pés e sua camisa e tanga haviam desaparecido. A
carne arredondada, que cobria seus ossos, encolheu e enrugou-se, e ele se tornou
uma imagem de desgraça sem igual, irreconhecível para aqueles que o conheceram
antes. O horror tomou conta de quem olhava para ele e pessoas compassivas
prepararam um banho para ele, trouxeram camisas e roupas e o refrescaram com
alimentos fortificantes, pelos quais ele só poderia agradecer com lágrimas nos
olhos. (Pogius, o Papista, Huss, o Herege, p. 19).

Após a limpeza, Huss foi levado a comparecer perante os magistrados religiosos da Igreja
(da mesma forma que Jesus esteve perante o Sinédrio) para um julgamento religioso:

“Com o relógio batendo oito e os sinos badalando, a procissão de bispos, cardeais,


padres e deputados dirigiram-se à igreja, onde uma cadeira havia sido colocada
para Huss, sobre a qual os assentos dos cavalheiros foram dispostos”. (Pogius, o
Papista, Huss, o Herege, p. 28).

Quarenta e sete acusações foram lidas contra Huss e nenhuma delas era uma violação da
lei civil. Cada cobrança tinha a ver com as convicções religiosas de sua própria consciência.
De acordo com Pogius, quando Huss tentou apresentar sua defesa, os líderes religiosos
gritaram muito como a multidão que clamou pela crucificação de Jesus. (Pogius, o
Papista, Huss, o Herege, p. 40).

Quando os gritos diminuíram, Huss foi autorizado a falar e em sua declaração final ele fez
referência à espada que a igreja estava prestes a usar para executá-lo:

“Ele [Deus] deu a Pedro, seu discípulo, a chave para abrir todos os corações e o céu
da fé com ela, mas não a espada, para matar, como você mata todos aqueles que
não aceitam as suas doutrinas mundanas e que as evitam”. (Pogius, o Papista,
Huss, o Herege, p. 41).

A votação foi então encaminhada para determinar se Huss era culpado das acusações que
foram feitas contra ele. Esta foi à contagem final:

• 31 votos o declararam inocente.


• 11 eram por excomunhão.
• 45 votos foram para a morte.

Após seu julgamento religioso, Huss foi levado perante o governante civil, o imperador
Sigismundo, porque a igreja precisava da ajuda do poder civil para executá-lo. Pogius
descreveu como o conde Chlum, um dos ardentes defensores de Huss, implorou ao
imperador:

Página 92 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“César, desista de tais atos... César, César, não escreva seu nome com sangue”.

Pogius então comenta:

"Mas os ouvidos do Imperador estavam surdos e foram fechadas pelos cardeais,


bispos e padres que se aglomeraram ao seu redor, beijaram a bainha de suas
vestes e elogiaram seu nome, quando ele agarrou a pena e escreveu seu nome".
(Pogius, o Papista, Huss, o Herege, p. 63).

Os sacerdotes então escreveram a sentença e a entregaram ao imperador Sigismundo,


que assinou o édito real em 05 de julho de 1415.

A Inquisição em Lima, Peru.


Há alguns anos atrás, tive o privilégio de pregar uma semana de oração em nossa
Universidade Adventista do Sétimo Dia, perto da cidade de Lima, Peru. Havia um lugar
que eu sempre quis visitar em Lima - o palácio da Inquisição. Veja, a América Latina teve
três lugares onde a Inquisição funcionou: Colômbia, Peru e México.

Logo na entrada do Palácio havia um grande mural que retratava um Auto de Fé na Plaza
de Armas. Depois que nosso guia turístico explicou os vários detalhes do mural, entramos
na câmara de tortura. Fiquei surpreso ao ver como nosso jovem guia turístico descreveu
com naturalidade os métodos usados para torturar e matar hereges que discordavam dos
ensinamentos e práticas da Igreja Católica Romana.

Quando entramos na câmara de tortura à direita estava o Strappado:

• Os pulsos da vítima eram amarrados nas costas com uma das extremidades de
uma corda e, em seguida, a outra extremidade era jogada por sobre uma viga
elevada.
• Com as mãos amarradas atrás das costas, a vítima era, então, lentamente
levantada puxando a extremidade solta da corda e quando a vítima estava bem
acima do solo, esta extremidade era abruptamente liberada, e, então, parada um
pouco antes que a vítima atingisse o chão, deslocando os braços e ombros da
vítima.
• Às vezes, pesos de até 25 libras [aproximadamente 11 kg] eram amarrados aos
pés da vítima para tornar a queda mais abrupta e o deslocamento mais doloroso.

Em seguida, havia o poste de chicotada:

• Com as mãos e os pés no tronco, o prisioneiro era espancado com um chicote nas
costas nuas (no mínimo 50 e no máximo 200 chicotadas).

Uma curva à esquerda e do lado esquerdo estava o Rack:

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 93 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
• A vítima era deitada sobre uma mesa com o rosto para cima e os braços e as
pernas estendidos. Os tornozelos e pulsos da vítima eram amarrados com cordas
presas a roldanas nas quatro extremidades da mesa.
• As rodas em cada extremidade da placa eram giradas puxando as pernas para
baixo e os braços para cima. Conforme as cordas ficavam mais e mais apertadas, o
corpo era esticado em direções opostas.
• Quando a vítima era ordenada a se retratar, os ombros, cotovelos, coxas e
tornozelos eram lentamente deslocados enquanto o prisioneiro se contorcia de
dor.

No lado direito estava o Garotte:

• Era um instrumento que estrangulava lentamente a vítima.


• As mãos e os pés eram amarrados com cordas aos braços e pernas da cadeira e
uma corda era amarrada em volta do pescoço.
• Nas costas da cadeira havia uma roda que funcionava como um torniquete.
• A roda era girada lentamente e isso puxava a corda cada vez mais forte em torno
das mãos, pés e pescoço até que a vítima era estrangulada.

O embarque na água era o próximo:

• No lado esquerdo encontrava-se um banco onde a vítima ficava deitada de bruços,


suas narinas eram pinçadas e água era derramada por um funil na garganta da
vítima.
• Às vezes, um pano era forçado para baixo na garganta enquanto era despejada a
água causando a sensação de asfixia por afogamento.

Em seguida, descemos para os túneis subterrâneos onde as masmorras foram escavadas


na rocha.

• Os cubículos eram pouco maiores do que a pessoa que estava fechada neles.
• Por dias, as vítimas eram fechadas nestes cubículos, pelo frio e na escuridão
absoluta, muito mal com espaço suficiente para se mexer, enquanto seus
familiares perguntavam-se onde eles estariam.

Como mencionado antes, algumas vítimas mais afortunadas eram levadas para a Plaza de
Armas, madeira era colocada ao redor de seus corpos e eles eram acorrentados a uma
estaca e depois queimados vivos.

Os Pais Constitucionais dos Estados Unidos sabiam de tudo isso, sobre esta história, e
estavam determinados a estabelecer uma nação com plena liberdade civil e religiosa onde
tais coisas nunca pudessem acontecer.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O Período Colonial
Os Pais Constitucionais também sabiam sobre a história do período colonial (1620-1776).
Eles estavam bem cientes de que ateus, Judeus, Quakers, Batistas e outros eram privados
de seus direitos civis simplesmente porque suas crenças e práticas não combinavam com
as da religião puritana estabelecida nas colônias.

Os fundadores sabiam tudo sobre as leis Dominicais que obrigavam as pessoas a


frequentar a igreja sob pena de multas, chicotadas, prisão e, no caso de três colônias, até
a morte. Eles sabiam que apenas os membros da igreja estabelecida tinham permissão
para servir no governo civil. Eles sabiam que os pastores das igrejas estabelecidas eram
remunerados com impostos recolhidos do povo pelo governo.

Eles sabiam muito bem sobre Roger Williams, que foi banido da Colônia da Baía de
Massachusetts em setembro de 1635 por suas opiniões a respeito da separação entre
Igreja e Estado. Eles sabiam como Williams foi forçado a fugir da colônia no final de 1635
e início de 1636 no auge do inverno, a fim de escapar da ira dos líderes religiosos. Os
fundadores sabiam que Williams havia fundado a colônia de Rhode Island com sua
capital, Providence. Williams usou um argumento persuasivo contra a ideia de que a igreja
deveria empregar o poder do estado para forçar as pessoas a abraçar e praticar a religião
estabelecida nas colônias:

“O ato de forçar uma mulher, isto é, o ato violento de impureza sobre seu corpo
contra sua vontade, contamos com estupro: na proporção que é um estupro
espiritual ou da alma, que é forçar a consciência de qualquer pessoa, a atos de
adoração". (Palavras de Roger Williams em Timothy Hall, Separating Church and
State, p. 87).

De acordo com Williams:

O magistrado civil possui uma “espada civil... para a defesa de pessoas, propriedades,
famílias, liberdades de uma cidade ou estado civil, e a repressão de pessoas ou ações
incivis ou injuriosas”. (Palavras de Roger Williams em Timothy Hall, Separating Church and
State, p. 79).

Em seu excelente livro, Separating Church and State, Timothy Hall explica a compreensão
de Williams sobre as duas espadas:

“Tampouco Williams achava que a tolerância exigia que os crentes de diferentes


religiões se deixassem em paz. O proselitismo, para ele, era inteiramente
compatível com a liberdade religiosa. Ele acreditava em uma fé militante, embora
aquela cuja militância se expressasse por meio de armas espirituais, como
pregação, persuasão e oração, em vez de violência cívica. A tolerância religiosa
que Williams defendia deixaria os crentes livres para empreender a guerra
espiritual contra o erro espiritual. Ele procurou embainhar a espada civil para que

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 95 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
a espada da verdade espiritual pudesse ser empunhada contra a apostasia e a
descrença.” (Timothy L. Hall, Separating Church and State, p. 29).

Em uma linguagem muito semelhante à de Apocalipse 13:11, Roger Williams disse uma
vez que quando um seguidor de Cristo defende a perseguição contra aqueles que
discordam dele, ele é culpado da "linguagem do dragão nos lábios de um cordeiro".

Surpreendentemente, a sentença de banimento contra Roger Williams em setembro de


1635 não foi levantada até 1936, quando a Lei #488 foi expurgado das leis de
Massachusetts:

“Resolveu-se que a sentença de expulsão proferida contra Roger Williams pelo


Tribunal Geral da Colônia da Baía de Massachusetts no ano seiscentos e trinta e
cinco seja e por meio desta revogada.” (Timothy L. Hall, Separating Church and
State, p. 39).

Em relação ao período colonial na Colônia da Virgínia, o ministro Batista do Sul e ex-


congressista republicano com oito mandatos, John Buchanan disse uma vez:

“Pregadores como Pat Robertson e Jerry Falwell não deveriam esquecer que, na
colônia da Virgínia, ministros batistas foram espancados e presos e expulsos da
cidade por pregar sua fé dissidente, enquanto ministros anglicanos foram pagos
com fundos de impostos do tesouro estadual.” (Citado por Samuel Rabinove,
"Liberdade Religiosa e Separação Igreja-Estado: Por que Devemos nos Importar?"
Discurso em 10 de abril de 1986, Discursos vitais do dia, 15 de junho de 1986, p.
527).

Pais Constitucionais e a Bíblia


Embora os pais fundadores não fossem fiéis à igreja, eles conheciam bem a Bíblia. Eles
admiravam particularmente o Cristo humano e sabiam tudo sobre Seu julgamento,
sentença e execução por uma união da igreja judaica apóstata com o estado romano.

Eles também sabiam que a igreja apostólica foi perseguida quando a igreja judaica
apóstata influenciou o estado romano a fazê-lo.

Os Documentos Fundamentais
Os documentos de fundação dos Estados Unidos são claramente de origem divina. Em
1776, a Declaração de Independência afirmou que todos os homens são criados iguais e
têm certos direitos inalienáveis entre os quais estão: a vida, a liberdade e a busca da
felicidade. Em 1787 a Constituição foi ratificada e em 1791 a Declaração de Direitos (as
primeiras Dez Alterações à Constituição).

Esses três documentos fundamentais foram ratificados imediatamente antes de o papado


receber sua ferida mortal em 1798. Assim como a profecia havia predito, Deus estava

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
providencialmente preparando a próxima superpotência mundial para aparecer no palco,
mesmo quando a potência anterior estava prestes a ser mortalmente ferida.

Um exame dos escritos dos pais constitucionais revela que eles acreditavam firmemente
na existência legítima de dois reinos nos Estados Unidos que permaneceriam separados
para sempre. De acordo com sua visão, a igreja recebeu uma espada espiritual para
persuadir por meio da pregação da Palavra e o estado recebeu a espada material para
preservar a ordem civil da sociedade.

A nova nação foi estabelecida com base em dois grandes princípios:

• Republicanismo (governo civil representativo com a espada civil).


• Protestantismo (governo religioso representativo com a espada religiosa).

Durante a Idade Média, todas as questões civis eram decididas e impostas pelo rei e todas
as questões religiosas eram decididas e aplicadas pelo Papa. Assim, todo o poder em
assuntos civis e religiosos fluiu de cima para baixo. Quando o rei ou o papa falava, as
pessoas simplesmente deveriam obedecer sem questionar.

Os Pais Constitucionais estabeleceram um sistema revolucionário de governo de cabeça


para baixo que fluía de baixo para cima - um governo do povo, pelo povo e para o povo,
no qual os cidadãos podiam desfrutar de plena liberdade civil e religiosa. A ideia
fundamental por trás desse conceito era a de dois reinos em uma nação, cada um com
sua própria espada e separados um do outro.

Este foi um dos experimentos mais revolucionários da história humana. Ellen White, que
nasceu apenas 27 anos depois que a ferida mortal foi dada ao papado em 1798, descreve
o contraste entre o sistema opressor da Idade Média e o sistema que os Pais
Constitucionais idealizaram e implementaram:

“Entre os exilados cristãos que primeiro fugiram para a América do Norte e


buscaram asilo contra a opressão real [um estado opressivo] e a intolerância dos
sacerdotes [uma igreja opressiva], muitos havia que se decidiram a estabelecer um
governo sobre o amplo fundamento da liberdade civil [estado] e religiosa [igreja].
Suas idéias tiveram guarida na Declaração da Independência, que estabeleceu a
grande verdade de que 'todos os homens são criados iguais', e dotados de
inalienável direito à 'vida, liberdade, e procura de felicidade'. E a Constituição
garante ao povo o direito de governar-se a si próprio, estipulando que os
representantes eleitos pelo voto do povo façam e administrem as leis. Foi também
concedida liberdade de fé religiosa, sendo permitido a todo homem adorar a Deus
segundo os ditames de sua consciência. Republicanismo [um estado sem um rei] e
Protestantismo [uma igreja sem um Papa] tornaram-se os princípios fundamentais
da nação.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei de
Deus, p. 384-385).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 97 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ellen White, então, faz a seguinte declaração surpreendente em que ela descreve o
segredo da grandeza dos Estados Unidos:

“Estes princípios são o segredo de seu poder e prosperidade.” (WHITE, Ellen G.


(2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 385).

Ellen White escreveu mais:

“Os fundadores da nação procuraram sabiamente prevenir o emprego do poder


secular por parte da igreja, com seu inevitável resultado - intolerância e
perseguição.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei
de Deus, p. 385).

Desta forma, os pais fundadores rejeitaram a visão apóstata Católica Romana de que é
legítimo para a igreja usar o poder do estado para fazer cumprir suas crenças e práticas.
Em vez disso, os Pais Fundadores estabeleceram um governo que retornou à visão de
igreja e estado que caracterizou Jesus e a igreja primitiva, que separou igreja e estado e
garantiu a liberdade de adorar a Deus de acordo com os ditames da consciência.

Vamos dar uma olhada em várias declarações dos escritos dos Fundadores da nação:

George Washington
George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos e presidente da Convenção
que ratificou a Constituição em 1787, escreveu à Delegação Batista em 1789:

“Se eu pudesse ter alimentado a menor apreensão de que a Constituição moldada


pela convenção onde tive a honra de presidir pudesse colocar em risco os direitos
religiosos de qualquer sociedade eclesiástica, certamente nunca teria colocado
minha assinatura nela; e se eu pudesse agora conceber que o governo geral
poderia ser administrado de forma a tornar a liberdade de consciência insegura, eu
imploro que seja persuadido de que ninguém seria mais zeloso do que eu para
estabelecer barreiras eficazes contra os horrores da tirania espiritual e todas as
espécies de perseguição religiosa. Pois, sem dúvida lembram-se, muitas vezes
expressei meus sentimentos de que qualquer homem, conduzindo-se como um bom
cidadão e sendo apenas responsável perante Deus por suas opiniões religiosas,
deve ser protegido ao adorar a Deidade de acordo com os ditames de sua própria
consciência.” (George Washington para a Delegação Batista, 08 de agosto de
1789).

Benjamin Franklin
“Quando a religião é boa, imagino que ela se sustentará; e quando ela [a religião]
não se sustenta, e Deus não cuida de sustentá-lo, de modo que seus professores
são obrigados a pedir a ajuda dos poderes civis, 'é um sinal, creio eu, de que é má
[esta religião].” (Citado em Clifford Goldstein, Day of the Dragon, p. 77).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Thomas Jefferson
Tive o privilégio de visitar o Memorial Jefferson em Washington D. C. em várias ocasiões.
Gravadas no mármore branco do monumento estão as palavras memoráveis:

“O Deus Todo-Poderoso criou a mente livre. Todas as tentativas de influenciá-la


por punições ou encargos temporais... são um afastamento do plano do Santo
Autor de nossa religião... Nenhum homem será obrigado a frequentar ou apoiar
qualquer serviço ou ministério religioso ou deverá, ao contrário, sofrer por conta de
suas crenças ou opiniões religiosas, mas todos os homens devem ser livres para
professar e, por meio de argumentos, manter suas opiniões em questões de
religião. Eu conheço apenas um código de moralidade para os homens, agindo
isoladamente ou coletivamente”.

Jefferson escreveu uma vez:

“Os poderes legítimos do governo se estendem a atos que sejam prejudiciais a


terceiros. Não me prejudica o meu vizinho dizer que existem vinte deuses, ou
nenhum deus. Não bate no meu bolso nem quebra a minha perna.” (Thomas
Jefferson, Writings, p. 285).

Jefferson escreveu em 1782:

“Só o erro precisa do apoio do governo. A verdade pode se manter por ela
mesma." (JEFFERSON, Thomas (1782), Notes on Virginia; de George Seldes, ed., The
Great Quotations, Secaucus, New Jersey: Citadel Press, 1983, p. 363).

Jefferson sabia muito bem sobre o mecanismo da Inquisição:

“É a uniformidade [em questões de religião] atingível? Milhões de homens,


mulheres e crianças inocentes, desde a introdução do Cristianismo, foram
queimados, torturados, multados, presos; no entanto, não avançamos um
centímetro em direção à uniformidade [de crença e prática]. Qual foi o efeito da
coerção? Para tornar metade do mundo tola e a outra metade hipócrita. Para
apoiar a trapaça e o erro em toda a terra.” (JEFFERSON, Thomas (1782), Notes on
Virginia; de George Seldes, editor., The Great Quotations, Secaucus, New Jersey:
Citadel Press, 1983, p. 363).

Jefferson afirmou que as pessoas deveriam estar dispostas a morrer como mártires, se
necessárias, a fim de preservar a liberdade civil e religiosa:

“Para, então, preservar a liberdade da mente humana e a liberdade da imprensa,


todo espírito deve estar pronto para se dedicar ao martírio; pois, podemos pensar
como quisermos e falar como pensamos, a condição do homem continuará a
melhorar.” (Thomas Jefferson, carta para William Green Mumford, 18 de junho de
1799. De Adrienne Koch, ed., The American Enlightenment: The Shaping of the

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 99 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
American Experiment and a Free Society, Nova York: George Braziller, 1965, p.
341).

O departamento de Liberdade Religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia tornou uma


das principais prioridades defender a liberdade religiosa de todas as denominações.
Quando o poder civil, ocasionalmente, tentou restringir a liberdade religiosa de qualquer
grupo religioso (até mesmo de Católicos Romanos), os Adventistas foram os primeiros a se
apresentar para defendê-la. Thomas Jefferson explicou uma das razões pelas quais os
Adventistas se sentem tão fortemente sobre isso:

“Cabe a todo homem que valoriza a liberdade de consciência para si, resistir às
invasões dela no caso dos outros; ou o caso deles pode, por mudança de
circunstâncias, tornar-se seu.” (Thomas Jefferson, carta para Benjamin Rush, 21 de
abril de 1803. De Daniel B. Baker, ed., Political Quotations, Detroit: Gale Research,
Inc., 1990, p. 189).

Jefferson alertou contra o clero que usa o poder do estado para fazer cumprir a religião:

“O clero, ao se estabelecer por lei e ser enxertado na máquina do governo, tem


sido uma máquina formidável contra os direitos civis e religiosos do homem.”
(Carta a J. Moor, 1800).

“A história, creio eu, não fornece nenhum exemplo de um povo dominado por
padres mantendo um governo civil livre. Isso marca o grau mais baixo de
ignorância, do qual seus líderes civis e religiosos sempre se valerão para seus
próprios fins.” (Carta a von Humboldt, 1813).

“Em todos os países e em todas as épocas, o sacerdote tem sido hostil à liberdade.
Ele está sempre em aliança com o déspota, encorajando seus abusos em troca de
proteção para os seus.” (Carta para H. Spafford, 1814).

“Permitir ao magistrado civil intrometer seus poderes no campo da opinião e


restringir a profissão ou a propagação de princípios na suposição de sua má
tendência é uma falácia perigosa que imediatamente destrói toda a liberdade
religiosa, porque ele é, naturalmente, o juiz desta tendência e fará que suas
opiniões sejam a regra de julgamento e aprovará ou condenará os sentimentos dos
outros apenas quando eles se enquadrarem ou forem diferentes dos seus.”
(Estatuto para a Liberdade Religiosa, 1779).

“A razão e a livre investigação são os únicos agentes eficazes contra o erro. Dê uma
folga a eles, eles apoiarão a verdadeira religião, trazendo todos os falsos ao seu
tribunal, para o teste de sua investigação. Eles são os inimigos naturais do erro, e
apenas do erro.” (Notas sobre a Virgínia, 1785).

Vários anos após a redação e ratificação dos documentos de fundação da nação, Jefferson
podia olhar para trás com orgulho e ver como o experimento foi um sucesso:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Resolvemos por meio de um experimento justo a grande e interessante questão
de saber se a liberdade religiosa é compatível com a ordem no governo e a
obediência às leis. E experimentamos o silêncio, bem como o conforto que resulta
de deixar que todos professem livre e abertamente àqueles princípios de religião
que são as induções de sua própria razão e as convicções sérias de suas próprias
investigações.” (Carta aos Batistas da Virgínia, 1808).

“... nossos concidadãos, após meio século de experiência e prosperidade,


continuam a aprovar a escolha que fizemos. Que seja para o mundo o que eu
acredito que será (para algumas partes mais cedo, para outras mais tarde, mas
finalmente para todos), o sinal de despertar os homens para romper as cadeias sob
as quais a ignorância e superstição monarcais os persuadiram a amarrar eles
próprios e assumir as bênçãos e a segurança do autogoverno. Essa forma que
substituímos restaura o direito livre ao exercício ilimitado da razão e da liberdade
de opinião. Todos os olhos estão abertos, ou abrindo, para os direitos do homem. A
difusão geral da luz da ciência já abriu para todos os pontos de vista a verdade
palpável de que a massa da humanidade não nasceu com selas nas costas, nem uns
poucos favoritos com botas e esporas, prontos para montá-los legitimamente, pela
graça de Deus. Esses são motivos de esperança para outros. Para nós mesmos, que
o retorno anual deste dia [Quatro de julho] refresque para sempre nossas
lembranças desses direitos e uma devoção inalterada a eles.” (Thomas Jefferson,
carta para Roger C. Weightman, 24 de junho de 1826 [A última carta de Jefferson,
datada de dez dias antes de morrer]; de Adrienne Koch, org., The American
Enlightenment: The Shaping of the American Experiment and a Free Society, Nova
York: George Braziller, 1965, p. 372).

Alguns argumentaram que Jefferson acreditava que apenas o Governo Federal estava
vinculado à Primeira Emenda e não os estados individuais. Tal argumento falacioso foi
consistentemente provado errado pela Décima Quarta Emenda, onde fica claro que a
Primeira Emenda da Constituição Federal se aplica a cada Estado. Jefferson afirmou:

“Considero o governo dos Estados Unidos como proibido pela Constituição de se


intrometer em instituições religiosas, suas doutrinas, disciplina ou exercícios. Isso
resulta não apenas da disposição de que nenhuma lei será feita a respeito do
estabelecimento ou do livre exercício da religião [a Primeira Emenda], mas
também daquela que reserva aos estados os poderes não delegados aos Estados
Unidos. Certamente, nenhum poder de prescrever qualquer exercício religioso ou de
assumir autoridade em disciplina religiosa foi delegado ao Governo Geral. Deve
ficar com os Estados, tanto quanto pode ser em qualquer autoridade humana.”
(Carta a Samuel Miller, 23 de janeiro de 1808).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 101 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Associação Batista de Danbury
Em uma carta endereçada à Associação Batista de Danbury em 1802, Thomas Jefferson
expressou seu entendimento das duas primeiras cláusulas da primeira emenda usando a
metáfora da parede que ele possivelmente pegou emprestado de Roger Williams:

“Acreditar com vocês [os Batistas de Danbury] que a religião é uma questão que
cabe exclusivamente ao homem e seu Deus, que ele não deve contas a ninguém por
sua fé ou adoração, que os poderes legítimos do governo alcançam apenas ações,
e não opiniões, Eu contemplo com reverência soberana aquele ato de todo o povo
americano que declarou que sua legislatura ‘não deveria fazer nenhuma lei a
respeito do estabelecimento da religião, ou proibindo o seu livre exercício’,
construindo assim um muro de separação entre a Igreja e o Estado.”

Certamente Thomas Jefferson conhecia muito melhor a intenção da Primeira Emenda do


que aqueles que agora corajosamente tentam reescrevê-la e reinterpretá-la.

Será notado que enquanto as duas primeiras cláusulas da Primeira Emenda garantem
liberdade religiosa, a terceira cláusula garante plenos direitos civis - liberdade de
expressão, liberdade de imprensa, liberdade de reunião e liberdade de petição ao
governo para reparação de injustiças.

Assim, encerrados na Primeira Emenda da Constituição, encontramos em uma única


nação, os dois chifres como um cordeiro - liberdade religiosa e liberdade civil. E esses
princípios de liberdade religiosa e civil baseiam-se na ideia fundamental de que o reino da
igreja e o reino do estado têm existência e propósito legítimos, mas devem ser mantidos
separados. Se o governo, em algum momento no futuro, violar qualquer uma das duas
primeiras cláusulas da Primeira Emenda, o resultado inevitável será a perda das
liberdades civis garantidas pela cláusula terceira e, inevitavelmente, a perseguição.

James Madison em “Memorial and Remonstrance”


O clímax do conflito entre James Madison e Patrick Henry foi o debate de 1784-1785
sobre o Projeto de Lei de Avaliação de Henry. Esse imposto para o apoio à religião a
princípio selecionou uma seita para tratamento preferencial, mas depois foi ampliado
para incluir todas as seitas cristãs. Em sua forma final, o projeto de lei permitia que cada
contribuinte designasse qual igreja deveria receber sua parte do imposto. Na ausência de
tal escolha, o legislador ficava autorizado a aplicá-lo para "usos de caridade".

O “Memorial and Remonstrance” de James Madison é um ataque a todas as formas de


estabelecimento da religião, sejam elas seletivas ou gerais e "não discriminatórias". Este
documento é também a declaração mais concisa e articulada das opiniões do autor da
Primeira Emenda sobre o que é um estabelecimento da religião. Aqui, acima de tudo,
podemos ver que ele tinha em mente muito mais do que simplesmente uma igreja
nacional.

Página 102 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ajudando a criar uma tempestade de protestos populares, a “Remonstrance”
desempenhou um papel fundamental no fim da Lei de Avaliação. O apoio ao projeto
variou entre os diferentes grupos religiosos. Quakers e Menonitas ficaram imediatamente
céticos, o que não era surpresa, já que a Virgínia havia recentemente considerado um
imposto especial sobre eles porque estavam isentos de servir no exército. Ministros e
líderes presbiterianos inicialmente apoiaram o projeto, mas os leigos se manifestaram
veementemente contra ele - especialmente após a publicação da Remonstrance. Os
Batistas manifestaram-se imediatamente contra o projeto de lei, apoiando uma separação
total entre igreja e estado.

O esforço de Madison não foi o único para acabar com o projeto de lei, também houve um
levante popular contra ele, com numerosas petições e mais de 10.000 assinaturas
submetidas à legislatura antes da votação. Alguns eram baseados em princípios religiosos,
enquanto outros eram explícitos em seu secularismo, chegando mesmo a rejeitar a ideia
de que a religião é absolutamente necessária para a moralidade pública.

Liberdade religiosa na Virgínia e na América


A derrota do projeto de lei de avaliação abriu caminho para o projeto de Jefferson para
estabelecer a liberdade religiosa. Madison o dirigiu em janeiro de 1786, sete anos depois
de seu primeiro lançamento. No ano seguinte, Madison tornou-se membro da Convenção
Constitucional, onde poderia trabalhar para garantir a liberdade religiosa para toda a
nação.

Madison acreditava que, de acordo com a Constituição, "não há sombra de direito no


governo geral de interferir na religião" e que "este assunto é, para a honra da América,
perfeitamente livre e incólume. O governo não tem jurisdição sobre ele...” Apesar disso, ele
prometeu que acrescentaria uma Declaração de Direitos à Constituição para garantir
especificamente a liberdade religiosa. A Virgínia e outros estados ratificaram a
Constituição parcialmente com base em tais promessas.

Em nenhum momento Madison é mais implacável do que em sua oposição ao apoio


estatal ou ajuda à religião. Nem mesmo a contribuição de "três pences" deveria ser
retirada de qualquer cidadão para tal propósito. "Se fosse legal impor um pequeno
imposto para a religião, à admissão abriria o caminho para taxas opressivas." Não a
quantia, mas o próprio "princípio de avaliação" estava errado. Para Madison, sua luta era
tanto para prevenir "a interferência da lei na religião" quanto para restringir a intervenção
religiosa em questões políticas. Ele reconheceu que esses eram os dois lados da mesma
moeda.

Artigo #4: “Embora afirmemos para nós mesmos a liberdade de abraçar, professar
e observar a religião que acreditamos ser de origem divina, não se pode negar uma
liberdade igual àquelas cujas mentes ainda não se renderam às evidências que nos
convenceu. Se esta liberdade for abusada, é uma ofensa a Deus, não ao homem. À
Deus, portanto, não ao homem, deve-se prestar contas disso.”

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 103 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Artigo #7: “Porque a experiência testemunha que os estabelecimentos
eclesiásticos, em vez de manter a pureza e eficácia da Religião, tiveram uma
operação contrária. Durante quase quinze séculos, o estabelecimento legal do
Cristianismo esteve em julgamento. Quais foram seus frutos? Mais ou menos em
todos os lugares, orgulho e indolência no Clero, ignorância e servidão nos leigos,
em ambos, superstição, fanatismo e perseguição”.

Artigo #8: “Que influência teve, de fato, os estabelecimentos eclesiásticos na


sociedade civil? Em alguns casos, eles erigiram uma tirania espiritual sobre as
ruínas da autoridade civil; em muitos casos, eles foram vistos defendendo os
tronos da tirania política, em nenhum caso eles foram vistos como os guardiões
das liberdades do povo. Os governantes, que desejavam subverter a liberdade
pública, podem ter encontrado auxiliares convenientes para o clero estabelecido.
Um governo justo instituído para garantir e perpetuar não precisa deles. Tal
governo será mais bem apoiado protegendo cada cidadão no gozo de sua religião
com a mesma mão igual que protege sua pessoa e sua propriedade; por nem
invadir os direitos iguais de qualquer seita, nem permitir que qualquer seita invada
os de outra”.

Artigo #9: “Porque o estabelecimento proposto é um afastamento da política


generosa, que, oferecendo um Asilo aos perseguidos e oprimidos de todas as
Nações e Religiões, prometia um brilho ao nosso país, e uma ascensão ao número
de seus cidadãos. Que marca melancólica é o projeto de lei da degeneração
repentina? Em vez de oferecer um asilo aos perseguidos, é em si um sinal de
perseguição. Degrada da mesma categoria de cidadãos todos aqueles cujas
opiniões na religião não se dobram às da autoridade legislativa. Por mais distante
que possa estar em sua forma atual da Inquisição, difere dela apenas em grau.
Um é o primeiro passo, o outro é o último na carreira da intolerância”.

Artigo #11: “Torrentes de sangue foram derramadas no velho mundo, por vãs
tentativas do braço secular, de extinguir a discórdia religiosa, proibindo todas as
diferenças de opinião religiosa”.

Artigo #15: “Porque finalmente, o direito igual de cada cidadão ao livre exercício de
sua religião de acordo com os ditames de sua consciência é mantido pelo mesmo
mandato com todos os nossos outros direitos. Se voltarmos à sua origem, é
igualmente um dom da natureza; se pesarmos sua importância, não pode ser
menos caro para nós; se consultarmos a Declaração dos direitos que pertencem ao
bom povo da Virgínia, como base e fundamento do governo, ela é enumerada com
igual solenidade, ou melhor, com ênfase estudada”.

Declarações de James Madison


Em uma carta a Edward Livingston, James Madison afirmou uma vez:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Observo com particular prazer à opinião que você tem sobre a imunidade da
religião da jurisdição civil, em todos os casos em que não ultrapasse os direitos
privados ou a paz pública”. (Citado em Timothy Hall, Separating Church and State,
p. 145).

James Madison, que é chamado de ‘Pai da Constituição’, expressou sua opinião sobre a
relação entre religião e governo:

“Não há sombra de direito no governo geral de interferir na religião. Sua menor


interferência com ela [religião] seria uma usurpação flagrante. Posso apelar para a
minha conduta uniforme neste assunto, pois tenho apoiado calorosamente a
liberdade religiosa”.

“Uma aliança ou coalizão entre governo e religião não pode ser protegida com
muito cuidado... Cada novo e bem-sucedido exemplo, portanto, de uma
SEPARAÇÃO PERFEITA entre os assuntos eclesiásticos e civis é importante... A
religião e o governo existirão em maior pureza, sem (ao invés) e com a ajuda do
governo”. (James Madison em uma carta para Livingston, 1822, de Leonard W.
Levy - The Establishment Clause, Religion and the First Amendment, página 124).

“Estamos ensinando ao mundo a grande verdade de que os governos se dão


melhor sem reis e nobres do que com eles [republicanismo]. O mérito será dobrado
pela outra lição de que a religião floresce em maior pureza, sem e com a ajuda do
governo [protestantismo]”. (James Madison, Carta para Edward Livingston, 10 de
julho de 1822 The Writings of James Madison, Gaillard Hunt).

“Pode não ser fácil, em todos os casos possíveis, traçar a linha de separação entre
os direitos da religião e a autoridade civil com tal nitidez a fim de evitar choques e
dúvidas em pontos não essenciais. A tendência de usurpação de um lado ou de
outro, ou de uma coalizão ou aliança corrupta entre eles, será melhor protegida
por uma total abstinência do Governo de interferir de qualquer forma, além da
necessidade de preservar a ordem pública, e protegendo cada seita contra
violações de seus direitos legais por outras pessoas”. (James Madison, em uma
carta ao Rev Jasper Adams na primavera de 1832, de James Madison sobre
Liberdade Religiosa, editado por Robert S. Alley, pp. 237-238).

“Era a opinião universal do século anterior ao último, que o governo civil não
poderia subsistir sem o apoio de um estabelecimento religioso; e que a própria
religião cristã pereceria se não fosse apoiada pela provisão legal para seu clero. A
experiência da Virgínia corrobora visivelmente a refutação de ambas as opiniões. O
Governo Civil, embora privado de tudo como uma hierarquia associada, possui a
estabilidade necessária e desempenha suas funções com sucesso total; enquanto o
número, a indústria e a moralidade do sacerdócio, e a devoção do povo foram
manifestamente aumentados pela SEPARAÇÃO TOTAL DA IGREJA DO ESTADO”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 105 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(James Madison, conforme citado em Robert L. Maddox: Separation of Church and
State; Guarantor of Religious Freedom).

“Consideramos uma verdade fundamental e inegável que a religião, ou o dever que


devemos ao nosso Criador, e a maneira de cumpri-lo, podem ser dirigidos apenas
pela razão e convicção, não pela força ou violência. A religião, então, de cada
homem deve ser deixada à convicção e consciência de cada homem: e que é direito
de cada homem exercê-la como estes ditarem”. (James Madison, Memorial e
Remonstrance à Assembleia da Virgínia).

“Nenhuma distinção parece ser mais óbvia do que entre questões espirituais e
temporais. No entanto, sempre que eles se tornaram objetos da Legislação, eles
entraram em confronto e contenderam uns com os outros, até que um ou outro
ganhou a supremacia”. (James Madison em uma carta para Thomas Jefferson,
outubro-novembro de 1787).

“A experiência dos Estados Unidos é uma feliz refutação do erro por tanto tempo
enraizado nas mentes pouco iluminadas de cristãos bem-intencionados, bem como
nos corações corruptos de usurpadores perseguidores, que sem uma incorporação
legal da política religiosa e civil, nem poderia ser apoiado. A independência mútua
é considerada mais favorável à religião prática, à harmonia social e à
prosperidade política”. (James Madison, Carta para F.L. Schaeffer, 3 de dezembro
de 1821).

Às vezes, quando estou dando uma palestra sobre esse assunto, faço a seguinte pergunta:
A quantos reinos pertencem os cristãos nos Estados Unidos?

O fato é que os cristãos são cidadãos de dois reinos em um único país. Somos cidadãos
dos Estados Unidos por nascimento e somos cidadãos do reino celestial pelo novo
nascimento. Temos um passaporte terrestre que identifica nosso país terreno de origem
e temos um passaporte celestial, o sangue do Cordeiro, que nos identifica como cidadãos
do reino celestial de Cristo, a igreja.

Pais fundadores Inconsistentes


Alguns historiadores revisionistas, como David Barton, mostraram que os fundadores nem
sempre seguiram seus próprios princípios de separação entre Igreja e Estado. Isso é
verdade, mas a conclusão que Barton tira disso é falsa. Timothy Hall explica um exemplo
de uma contradição flagrante entre as opiniões de Madison e suas ações:

“Suas ações [de Madison] nem sempre coincidiram com suas opiniões professadas,
particularmente com aquelas que ele professou mais tarde na vida. Por exemplo,
foi observado que no mesmo dia Madison apresentou o Projeto de Lei de Jefferson
para Estabelecer a Liberdade Religiosa na legislatura da Virgínia [projeto de Lei
#84], ele também apresentou um projeto de lei para punição de violadores do

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
sábado [chifre como um cordeiro, mas fala como um dragão]". (Timothy Hall,
Separating Church and State, p. 136).

Madison aprovou na legislatura da Virgínia um projeto de lei que foi chamado: “Um
projeto de lei para punir os perturbadores do culto religioso e violadores do sábado”.

Esta foi claramente uma lei religiosa estabelecida pela Legislatura da Virgínia e, portanto,
uma violação dos princípios de Madison e Jefferson. Assim, no início da história dos
Estados Unidos, até mesmo os pais fundadores estavam fazendo exatamente o que a
besta da terra do Apocalipse acabaria por fazer: alegar defender dois princípios e, ao
mesmo tempo, miná-los.

O projeto de lei de Madison afirmava:

"Se qualquer pessoa no Domingo for encontrada trabalhando em sua própria


profissão ou em qualquer outra profissão, ou empregar seus aprendizes, servos ou
escravos em trabalho ou outro negócio, exceto nas tarefas comuns da casa, ele
perderá a soma de dez shillings para cada uma dessas ofensas”.

Este é o mesmo James Madison que é chamado de "o Pai da Constituição". Mas Madison
não estava sozinha nisso. O que é ainda mais trágico é que Thomas Jefferson escreveu o
texto real deste projeto de lei, e isso mais ou menos na mesma época em que Jefferson
escreveu (Projeto de Lei nº 82) "O Projeto para Estabelecer a Liberdade Religiosa", no qual
afirmou que:

“Nenhum homem será compelido a frequentar ou apoiar qualquer culto religioso,


local ou ministério de qualquer natureza, nem será forçado, restringido, molestado
ou sobrecarregado em seu corpo ou bens, nem deverá sofrer por causa de suas
opiniões ou crenças religiosas; mas que todos os homens serão livres para professar
e, por meio de argumentos, manter sua opinião em questões de religião, e que a
mesma de forma alguma diminuirá, aumentará ou afetará suas capacidades civis”.

É importante lembrar que ambas as leis foram promulgadas em 1786, cinco anos antes da
inclusão da Primeira Emenda na Constituição. Talvez Madison e Jefferson tenham
amadurecido um pouco em suas ideias quando redigiram a Primeira Emenda da
Constituição cinco anos depois.

Os pais fundadores nem sempre foram consistentes em viver de acordo com seus
princípios. A Declaração de Independência afirma que todos os homens são criados iguais
e foram dotados por seu Criador com certos direitos inalienáveis, entre os quais está o
direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade, mas todos os pais fundadores tiveram
escravos aos quais esses direitos foram negados. Torna isso a afirmação da Declaração de
Independência falsa? Não, eles simplesmente não seguiram seus próprios princípios.

Essa inconsistência não prova que os fundadores não acreditavam em uma separação
estrita entre Igreja e Estado. Tudo o que prova é como seria fácil para os Estados Unidos

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 107 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
contradizer seus próprios princípios. Lembre-se de que a besta da terra tem dois chifres,
como de um cordeiro, mas fala como um dragão. Mesmo no início de sua história, os
fundadores mostraram como os Estados Unidos podiam defender os dois princípios e,
ainda assim, contradizê-los na prática.

John Adams e o Tratado de Tripoli


Em 10 de junho de 1797, um ano antes de a ferida mortal ser dada ao papado Católico
Romano, o presidente John Adams sancionou o Tratado de Trípoli que afirmava
inequivocamente:

“O governo dos Estados Unidos não se baseia, em nenhum sentido, na religião


cristã.”

Notavelmente, o presidente Adams enviou este tratado ao Senado em maio de 1797,


onde foi lido em voz alta para todos os senadores presentes e cópias impressas também
foram entregues a cada senador. A votação para ratificar o tratado foi unânime!
Notavelmente, o tratado foi impresso na íntegra em vários jornais da Filadélfia e da
cidade de Nova York e não houve nem mesmo um gemido de protesto do público em
geral. Nenhum dos senadores pagou um preço alto pela assinatura do tratado.

As opiniões de John Adams sobre liberdade religiosa são amplas e claras:

“Pensamos que possuímos, ou, pelo menos, nos orgulhamos de que o somos, da
liberdade de consciência sobre todos os assuntos e do direito de livre investigação e
julgamento privado em todos os casos, e ainda assim, quão longe estamos desses
privilégios exaltados de fato! Existe, creio eu, em todo o mundo cristão, uma lei que
torna blasfêmia negar ou duvidar da inspiração divina de todos os livros do Antigo
e do Novo Testamento, do Gênesis ao Apocalipse. Na maioria dos países da
Europa, ele é punido com fogo na fogueira, no rack ou na roda. Na própria
Inglaterra, furar a língua com um atiçador em brasa castiga. Na América não é
melhor; mesmo em nossa própria Massachusetts, que acredito, no geral, é tão
temperada e moderada em zelo religioso quanto à maioria dos Estados, uma lei foi
feita no final do século passado, revogando as punições cruéis das leis anteriores,
mas substituindo multa e prisão para todos aqueles blasfemadores sobre qualquer
livro do Antigo Testamento ou Novo. Agora, que investigação livre existe, quando
um escritor certamente deve enfrentar o risco de multa ou prisão por apresentar
qualquer argumento para investigar a autoridade divina desses livros? Quem
correria o risco de traduzir Dupuis? Mas não posso me estender sobre este assunto,
embora o tenha muito no coração. Acho essas leis um grande embaraço, grandes
obstáculos ao aperfeiçoamento da mente humana. Livros que não podem ser
examinados certamente não devem ser considerados inspiração divina pelas leis
penais. É verdade que poucas pessoas parecem desejosas de colocar tais leis em
execução, e também é verdade que algumas poucas pessoas são corajosas o
suficiente para se aventurar a afastar-se delas. Mas enquanto elas continuarem em

Página 108 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
vigor como leis, a mente humana deve fazer um progresso desajeitado em suas
investigações. Eu gostaria que elas fossem revogadas. A substância e a essência
do Cristianismo, como eu o entendo, são eternas e imutáveis, e serão examinadas
para sempre, mas tem sido misturadas com ingredientes estranhos, que eu acho
que não suportarão o exame, e elas devem ser separadas. Adeus.” (John Adams,
carta para Thomas Jefferson, 23 de janeiro de 1825. Adams tinha 90 anos, Jefferson
81 na época; ambos morreram em 4 de julho do ano seguinte, no 50º aniversário
da assinatura da Declaração de Independência. De Adrienne Koch , ed., The
American Enlightenment: The Shaping of the American Experiment and a Free
Society, Nova York: George Braziller, 1965, p. 234).

A Primeira Emenda
Tornou-se moda hoje para ativistas cristãos dizer que a separação entre igreja e estado foi
estabelecida apenas para proteger os direitos da igreja da intromissão do estado, mas é
exatamente o oposto. A história da Idade Média e do período colonial prova, sem sombra
de dúvida, que o maior perigo é a Igreja usar o Estado para cumprir sua missão.

Frequentemente, ativistas cristãos também dirão que a separação entre Igreja e Estado
não aparece em parte alguma da Constituição. Tecnicamente, isso é verdade se
quisermos dizer que a expressão atual: “separação entre igreja e estado” não está na
Constituição. No entanto, embora a expressão específica não seja encontrada na
Constituição, o conceito está contido de forma clara e explícita na Primeira Emenda à
Constituição:

“O Congresso não fará nenhuma lei com relação ao estabelecimento da religião


[cláusula #1], ou proibindo o seu livre exercício [cláusula #2]; ou restringindo a
liberdade de expressão ou de imprensa; ou o direito do povo de se reunir
pacificamente e de fazer uma petição ao Governo para a reparação de injustiças
[cláusula #3]”.

Alguns ativistas cristãos contemporâneos chegaram mesmo a dizer que a Primeira


emenda se aplica ao governo federal, mas não aos estados. Mas a Suprema Corte, com
base na Décima Quarta Emenda, derrubou essa ideia consistentemente.

Observe que a intenção da Primeira Emenda não é proibir o estabelecimento de uma


igreja ou uma religião além de outra igreja ou outra religião. A palavra "religião" na
Primeira Emenda não é precedida por um artigo definido ou indefinido.

Claramente, a Primeira Emenda proíbe o Congresso de elaborar leis que tenham qualquer
relação com religião, ponto final. Nesse sentido, a Constituição contém claramente o
conceito de separação entre igreja e estado porque o estado está proibido de fazer leis
que estabeleçam a religião ou proíbam seu livre exercício. Assim, o estado não pode ter
nada a ver com a religião, exceto para proteger o direito de todos de praticá-la livremente
de acordo com os ditames de sua própria consciência. É claro que as pessoas não têm

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 109 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
permissão para desobedecer às leis civis legítimas em nome da religião, como voar em
aviões para o World Trade Center. Alguém expressou isso da seguinte maneira: “Sua
liberdade termina onde meu nariz começa”.

Visão dos Pais Fundadores


O que os pais fundadores imaginaram não era uma nação cristã, mas sim uma nação de
cristãos. O ideal deles era que a igreja deveria fazer a obra implantando o reino de Cristo
no coração humano, ensinando honestidade, castidade, respeito pela vida e propriedade,
valores familiares, etc. Desta forma, a sociedade seria fermentada por dentro e seria
moral e justa.

A ideia não era que o governo deveria impor por meio de legislação os valores morais da
igreja para tornar a sociedade moral. Esta não é a missão da igreja. A missão da igreja é
fermentar a sociedade com a pregação da Palavra de Deus, para que a sociedade seja
transformada de dentro para fora, não de fora para dentro. Isso é o que é ensinado na
parábola do fermento (Mateus 13:33) .

Thomas Paine
Thomas Paine (a quem Ellen White condenou veementemente como um infiel, afirmando
que ele ressurgiria na segunda ressurreição no final do milênio) era um inimigo da Bíblia e
da religião, no entanto, ele tinha algumas coisas interessantes a dizer sobre o
relacionamento entre a igreja e estado:

“A perseguição não é uma característica original em nenhuma religião; mas é


sempre a característica fortemente marcada de todas as religiões-lei, ou religiões
estabelecidas por lei. Retire o estabelecimento da lei e toda religião reassumirá
sua benignidade original.” (Thomas Paine, The Rights of Man, 1791-1792. De
Gorton Carruth e Eugene Ehrlich, eds., The Harper Book of American Quotations,
Nova York: Harper & Row, 1988, pp. 499-500).

Os pais fundadores acreditavam que a liberdade religiosa era um direito inalienável e é


por isso que Thomas Paine afirmou o seguinte:

“Tolerância não é o oposto da intolerância, mas a falsificação dela. Ambos são


despotismos: um assume o direito de reter a liberdade de consciência, o outro de
concedê-la”. (Thomas Paine, The Rights of Man, p. 58. Como citado por John M.
Swomley, Liberdade Religiosa e o Estado Secular: O Contexto Constitucional,
Buffalo, NY: Prometheus Books, 1987, p. 7. Swomley acrescentou, "Tolerância é
uma concessão; a liberdade religiosa é um direito.").

Isaac Backus
“As questões religiosas devem ser separadas da jurisdição do estado não porque
estejam abaixo dos interesses do estado, mas, muito pelo contrário, porque são

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
muito elevadas e sagradas e, portanto, estão além da competência do estado.”
(Isaac Backus, An Appeal to the Public for Religious Liberty, 1773, citado por Albert
Menendez e Edd Doerr, compiladores, The Great Quotations on Religious Liberty,
Long Beach, CA: Centerline Press, 1991, p. 7).

Patrick Henry
“Essa religião, ou o dever que temos para com nosso Criador, e a maneira de
cumpri-la, só pode ser dirigida pela razão e convicção, não pela força ou violência;
e, portanto, todos os homens têm o mesmo direito ao livre exercício da religião, de
acordo com os ditames da consciência.” (Patrick Henry [1736-1799], patriota e
estadista americano, Virginia Bill of Rights, 12 de junho de 1776. De Daniel B.
Baker, ed., Political Quotations, Detroit: Gale Research, Inc., 1990, p. 189).

Samuel West
“O fato de a autoridade civil pretender estabelecer modos particulares de fé e
formas de culto, e punir todos os que se desviam dos padrões que nossos superiores
estabeleceram, acarreta as consequências mais perniciosas para a sociedade. Isso
restringe toda investigação livre e racional, enche o mundo de hipócritas e
fanáticos supersticiosos - não, de infiéis e céticos; expõe os homens de religião e
consciência à raiva e malícia de zelotes ferozes e cegos, e desfaz todos os laços
ternos da natureza humana. E eu não posso deixar de considerar uma bênção
peculiar do Céu que vivamos em uma terra onde todos podem expressar livremente
seus sentimentos sobre assuntos religiosos e ter o privilégio de adorar a Deus de
acordo com os ditames de sua própria consciência, sem qualquer molestação ou
perturbação - um privilégio que espero que possamos manter e manter
vigorosamente.” (Samuel West, Dartmouth, MA, Election Sermon, 1776, como
citado por Albert Menendez e Edd Doerr, compiladores, The Great Quotations on
Religious Liberty, Long Beach, CA: Centerline Press, 1991, p. 103).

John Leland
“É a conformidade de sentimentos em questões de religião essencial para a felicidade do
governo civil? De modo nenhum. O governo não tem mais a ver com as opiniões religiosas
dos homens do que com os princípios da matemática. Que cada homem fale livremente
sem medo - mantenha os princípios em que acredita - adore de acordo com sua própria
fé, seja um Deus, três Deuses, nenhum Deus ou vinte Deuses; e deixar o governo protegê-
lo ao fazê-lo, ou seja, cuidar para que ele não sofra abusos pessoais ou perda de
propriedade por suas opiniões religiosas. Em vez de desencorajá-lo com proscrições,
multas, confisco ou morte, deixe-o ser encorajado, como um homem livre, a apresentar
seus argumentos e defender seus pontos de vista com toda ousadia; então, se sua
doutrina for falsa, será refutada, e se for verdadeira (embora seja sempre nova), que os
outros acreditem nela. Quando todo homem tem essa liberdade, o que ele pode desejar

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 111 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
mais? Um homem liberal não pede mais nada ao governo.” (John Leland, "The Rights of
Conscience Inalienable, and Portanto Religious Opinions not Cognizable by Law" [um
panfleto], New London, Connecticut, 1791. Reimpresso em Mortimer Adler, ed., 1784-
1796, Organizing the New Nation: The Annals of America, Vol. 3, Chicago: Encyclopedia
Brittanica, 1968, pp. 447-448. Leland foi um ministro batista que se recusou a apoiar a
Constituição até que Madison o persuadiu de que a Constituição não prejudicaria a
liberdade religiosa).

“A liberdade pela qual defendo é mais do que tolerância. A própria ideia de


tolerância é desprezível; supõe que alguns têm uma preeminência sobre o resto
para conceder indulgência, enquanto todos deveriam ser igualmente livres, judeus,
turcos [muçulmanos], pagãos e cristãos. Testes de juramentos e credos
estabelecidos devem ser evitados como o pior dos males.” (Ministro batista John
Leland, 1820, conforme citado por Samuel Rabinove, "Church and State Must
Remain Separate”, em Julie S. Bach, ed., Civil Liberties: Opposing Viewpoints, St.
Paul: Greenhaven Press, 1988, p. 53).

Outros Pensadores
Henry Clay, 1818: “Todas as religiões unidas ao governo são mais ou menos hostis
à liberdade. Todas separadas do governo são compatíveis com a liberdade”.
(Henry Clay, 1777-1852, Speech in the House of Representatives, 24 de março de
1818. De Daniel B. Baker, ed., Political Quotations, Detroit: Gale Research, Inc.,
1990, p. 190).

Abraham Lincoln, 1855: “Quando os Ignorantes assumirem o controle, ela [a


Declaração de Independência] irá ler: "Todos os homens são criados iguais, exceto
os negros, estrangeiros e católicos”. Quando se trata disso, eu preferiria imigrar
para algum país onde eles não tenham a pretensão de amar a liberdade - para a
Rússia, por exemplo, onde o despotismo pode ser tomado puro e sem a liga vil da
hipocrisia”. (Abraham Lincoln, 16º presidente dos EUA [1860-1865], carta para
Joshua F. Speed, 24 de agosto de 1855, de acordo com Albert Menendez e Edd
Doerr, compiladores, The Great Quotations on Religious Liberty, Long Beach, CA:
Centerline Press, 1991, pp. 59-60).

Millard Fillmore, 1856: “Sou tolerante com todos os credos. No entanto, se alguma
seita permitisse ser usada para objetivos políticos, eu a enfrentaria pela oposição
política. Em minha opinião, a igreja e o estado devem ser separados, não apenas
na forma, mas nos fatos. Religião e política não devem ser misturadas.” (Millard
Fillmore, 13º presidente dos EUA [1850-1853], em um discurso durante a eleição
presidencial de 1856, de acordo com Albert Menendez e Edd Doerr, compiladores,
The Great Quotations on Religious Liberty, Long Beach, CA: Centerline Press, 1991,
p. 35).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ulysses S. Grant, 1875: “Incentive as escolas gratuitas e decida que nenhum dólar
em dinheiro seja destinado ao sustento de qualquer escola sectária. Decidir que
nem o estado nem a nação, ou ambos combinados, devem apoiar instituições de
ensino que não sejam suficientes para proporcionar a cada criança crescendo na
terra a oportunidade de uma boa educação escolar comum, sem mistura de
princípios sectários, pagãos ou ateus. Deixe a questão da religião para o altar da
família, a igreja e as escolas particulares, sustentada inteiramente por
contribuições privadas. Mantenha a igreja e o estado separados para sempre.”
(Ulysses S. Grant, 18º presidente dos EUA [1869-1877], discurso perante o Exército
do Tennessee, Des Moines, Iowa, 1875; de George Seldes, ed., The Great
Quotations, Secaucus, New Jersey: Citadel Press, 1983, p. 288).

Jeremiah S. Black, 1885: “O objetivo manifesto dos homens que moldaram a


instituição deste país, era ter um Estado sem religião e uma Igreja sem política -
isto é, eles queriam dizer que ninguém deveria ser usado como um motor para os
fins do outro... Para isso, eles construíram uma parede de separação completa
entre os dois.” (Jeremiah S. Black, notável defensor constitucional, Essays and
Speeches, D. Appleton and Co., 1885. Conforme citado por Leo Pfeffer, "The
Establishment Clause: The Never-Ending Conflict", em Ronald C. White e Albright G.
Zimmerman, An Unsettled Arena: Religion and the Bill of Rights, Grand Rapids,
Michigan: William B. Eerdman's Publishing Company, 1990, p. 72).

Theodore Roosevelt, 1908: “Se há uma coisa que defendemos neste país, é pela
liberdade religiosa completa, e é uma negação enfática desse direito de
interrogar um homem sobre sua religião antes de estar disposto a apoiá-lo para
cargo publico.” (Theodore Roosevelt, 26º presidente dos EUA [1901-1909], carta a
JC Martin, 09 de novembro de 1908, de acordo com Albert Menendez e Edd Doerr,
compiladores, The Great Quotations on Religious Liberty, Long Beach, CA:
Centerline Press, 1991, p. 83).

Alfred E. Smith, 1927: “Acredito na liberdade absoluta de consciência para todos


os homens e na igualdade de todas as igrejas, todas as seitas e todas as crenças
perante a lei como uma questão de direito e não como uma questão de favor.
Acredito na separação absoluta entre igreja e estado e na aplicação estrita da
Constituição de que o Congresso não fará nenhuma lei que respeite o
estabelecimento da religião ou proíba o seu livre exercício. Eu acredito que nenhum
tribunal de qualquer igreja tem qualquer poder para fazer qualquer decreto com
qualquer força na lei do país, a não ser para estabelecer o status de seus próprios
comungantes dentro de sua própria igreja.” (Alfred E. Smith, governador de Nova
York e candidato democrata a presidente em 1928; em Atlantic Monthly, abril de
1927, de acordo com Albert Menendez e Edd Doerr, compiladores, The Great
Quotations on Religious Liberty, Long Beach, CA: Centerline Press, 1991, p. 89).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 113 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
John F. Kennedy, 1959: “É minha firme convicção de que deve haver separação
entre igreja e estado nos Estados Unidos - isto é, que tanto a igreja quanto o
estado devem ser livres para operar, sem interferência um do outro em suas
respectivas áreas de jurisdição. Vivemos em uma sociedade liberal e democrática
que abrange uma ampla variedade de crenças e descrenças. Não tenho dúvidas de
que o pluralismo que se desenvolveu sob nossa Constituição, proporcionando uma
estrutura dentro das quais diversas opiniões podem existir lado a lado e por sua
interação enriquecer o todo, é o sistema mais ideal já concebido pelo homem. Não
consigo conceber um conjunto de circunstâncias que me levaria a uma conclusão
diferente.” (John F. Kennedy, 35º presidente dos EUA [1961-1963]; carta para Glenn
L. Archer, 23 de fevereiro de 1959, de acordo com Albert Menendez e Edd Doerr,
compiladores, The Great Quotations on Religious Liberty, Long Beach, CA:
Centerline Press, 1991, p. 54).

Lyndon B. Johnson, 1964: “Eu acredito na tradição americana de separação entre


igreja e estado que é expressa na Primeira Emenda da Constituição. Por meu cargo
- e por minha convicção pessoal - jurei manter essa tradição.” (Lyndon B. Johnson,
36º presidente dos EUA [1963-1969]; entrevista, Baptist Standard, outubro de
1964, de acordo com Albert Menendez e Edd Doerr, compiladores, The Great
Quotations on Religious Liberty, Long Beach, CA: Centerline Press, 1991, p. 50).

Carl N. Degler, 1970: “No século XVIII, o princípio americano de separação entre
Igreja e Estado foi de fato uma experiência audaciosa. Nunca antes um estado
nacional foi preparado para dispensar uma religião oficial como um suporte para
sua autoridade e nunca antes uma igreja foi deixada à deriva sem o apoio do
estado. Ao longo da maior parte da história americana, a doutrina proporcionou
liberdade para o desenvolvimento religioso, mantendo a política livre de religião.
E essa, aparentemente, foi à intenção dos Pais Fundadores.” (Carl N. Degler, Out of
Our Past: The Forces That Shaped Modern America [edição revisada], Nova York:
Harper & Row, 1970, p. 96).

Gerald R. Ford, 1976: “Acredito que a oração nas escolas públicas deve ser
voluntária. É difícil para mim ver como os exercícios religiosos podem ser uma
exigência nas escolas públicas, dado o nosso requisito constitucional de separação
entre Igreja e Estado. Sinto que o objetivo altamente desejável da educação
religiosa deve ser principalmente responsabilidade da igreja e do lar. Não acredito
que a educação pública deva mostrar qualquer hostilidade para com a religião, e
nem deve inibir a participação voluntária, se não interferir no processo
educacional.” (Gerald R. Ford, 38º presidente [1974-1977], em uma entrevista com
Los Angeles Herald-Examiner, 9 de outubro de 1976 [p. A-8], de acordo com Alan F.
Pater e Jason R. Pater, compiladores e editores, What They Said in 1976: The
Yearbook of Spoken Opinion, Beverly Hills, CA: Monitor Book Co., 1977, p. 522).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Sam J. Ervin, Jr. 1983: “Muitas pessoas sinceras afirmam que os casos de oração
escolar mostram que a Suprema Corte é hostil à religião. Esta acusação é falsa e
injusta. Nestes casos, o Supremo Tribunal Federal foi fiel ao seu dever judicial. Fez
cumprir a Primeira Emenda, que ordena que o governo mantenha a neutralidade
estrita em relação à religião, sem ajudar nem se opor a ela.” (Sam J. Ervin, Jr.,
1896-1985, Senador dos EUA da Carolina do Norte, em Free Inquiry, verão de 1983;
conforme citado por Leo Pfeffer, "Prayer in Public Schools: The Court's Decisions," in
the "Church and State" edição do Fórum Nacional: The Phi Kappa Phi Journal,
Winter, 1988, p. 26).

“O governo despreza a religião verdadeira quando confisca os impostos de César


para financiar as coisas de Deus.” (Sam J. Ervin, Jr., 1896-1985, Senador dos EUA
da Carolina do Norte, em uma "Carta Aberta ao Presidente Reagan", Registro do
Congresso, 29 de abril de 1982, de acordo com Albert Menendez e Edd Doerr,
compiladores, The Great Quotations on Religious Liberty, Long Beach, CA:
Centerline Press, 1991, p. 33).

“Se a liberdade religiosa deve durar na América, a responsabilidade de ensinar


religião a crianças de escolas públicas deve ser deixada para os lares e igrejas de
nosso país, onde essa responsabilidade pertence por direito. Não deve ser assumido
pelo governo por meio da agência do sistema de ensino público.” (Sam J. Ervin, Jr.,
1896-1985, Senador dos EUA da Carolina do Norte, em Preserving the Constitution,
Michie, 1984, de acordo com Albert Menendez e Edd Doerr, compiladores, The
Great Quotations on Religious Liberty, Long Beach, CA: Centerline Press, 1991, p.
33).

Leonard W. Levy, 1986: “O muro de separação garante a liberdade religiosa do


governo e a liberdade religiosa do indivíduo. O segundo provavelmente não pode
florescer sem o primeiro.” (Leonard W. Levy, The Establishment Clause: Religion
and the First Amendment, 1986. De Gorton Carruth e Eugene Ehrlich, eds. The
Harper Book of American Quotations, Nova York: Harper & Row, 1988, p. 499).

John M. Swomley, 1987: “A oração voluntária, individual e silenciosa nunca foi


proibida ou desencorajada nas escolas públicas. A Suprema Corte proibiu serviços
religiosos patrocinados pelo Estado. Aqueles que defendem serviços de oração nas
escolas públicas não querem oração voluntária. Eles querem que o governo se
envolva oficialmente na promoção e patrocínio de cultos de oração, a fim de
pressionar as crianças a se envolverem em orações públicas. Eles aparentemente
não se importam se os pais querem que seus filhos orem em público, ou eles sejam
doutrinados com idéias religiosas sectárias. O objetivo é fornecer um público de
sala de aula cativo que será exposto às orações daqueles com uma mensagem
religiosa, que eles entregam na forma de uma oração.” (John M. Swomley,
Liberdade Religiosa e o Estado Secular: O Contexto Constitucional, Buffalo, NY:
Prometheus Books, 1987, p. 128).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 115 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Leo Pfeffer, 1990: “Reconhecendo os males do homem agindo como Deus ou do
homem usar o governo para ajudar Deus a administrar o mundo, os religiosos
tradicionais, como os discípulos de Roger Williams, Isaac Backus e John Leland,
juntarem-se aos deístas em moldar um sistema no qual nem a crença nem a
descrença em Deus deviam ser assunto da jurisdição do governo humano. Ambos
os grupos procuraram assegurar um governo que não ajudasse nem prejudicasse
a religião, e para isso foram adotadas as cláusulas de estabelecimento e de livre
exercício da Primeira Emenda.” (Leo Pfeffer, "The Establishment Clause: The
Never-Ending Conflict", em Ronald C. White e Albright G. Zimmerman, An Unsettled
Arena: Religion and the Bill of Rights, Grand Rapids, Michigan: William B. Eerdmans
Publishing Company, 1990, p. 73 [nota de rodapé]).

John F. Kennedy
Embora Católico Romano, John F. Kennedy mostrou que entendia claramente os princípios
sobre os quais os Estados Unidos foram fundados, quando garantiu a um grupo de
pastores protestantes em Houston, Texas, que seguiria a Constituição, e não o Papa, se
ele tornasse presidente. Em um discurso à Associação Ministerial da Grande Houston em
12 de setembro de 1960, ele declarou eloquentemente:

“Eu acredito em uma América onde a separação entre Igreja e Estado é absoluta;
onde nenhum prelado católico diria ao presidente - caso ele fosse católico - como
agir, e nenhum ministro protestante diria a seus paroquianos em quem votar; onde
nenhuma igreja ou escola da igreja receba fundos públicos ou preferência política,
e onde nenhum homem tenha um cargo público negado meramente porque sua
religião difere do presidente que pode nomeá-lo, ou das pessoas que podem elegê-
lo. Eu acredito em uma América que oficialmente não seja católica, protestante
nem judia; onde nenhum funcionário público solicita ou aceita instruções sobre
políticas públicas do Papa, do Conselho Nacional de Igrejas ou de qualquer outra
fonte eclesiástica; onde nenhum corpo religioso procure impor sua vontade direta
ou indiretamente sobre a população em geral ou os atos públicos de seus
funcionários, e onde a liberdade religiosa é tão indivisível que um ato contra uma
igreja é tratado como um ato contra todos.”

O pensador político e historiador francês, Alexis de Tocqueville, viajou pelos Estados


Unidos em 1831-1833 e, após cuidadosa observação do sistema político, escreveu o
famoso conjunto de dois volumes, Democracia na América. Quando perguntou a
pensadores políticos americanos por que havia tanta paz nos Estados Unidos, foi-lhe dito
que era principalmente por causa da separação entre Igreja e Estado. Em suas próprias
palavras:

“... todos atribuíram o domínio pacífico da religião em seu país principalmente à


separação entre Igreja e Estado. Não hesito em confirmar que durante a minha

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
estada na América não encontrei um único indivíduo, do clero dos leigos, que não
fosse da mesma opinião.” (Democracy in America, volume 1, p. 308).

Um terrível aviso de Ellen G. White


Ellen White alertou sobre o que acontecerá nos Estados Unidos quando a Primeira
Emenda for finalmente pisoteada:

“Os protestantes têm-se intrometido com o papado, patrocinando-o; têm usado de


transigência e feito concessões que os próprios romanistas se surpreendem de ver
e não compreendem. Os homens cerram os olhos ao verdadeiro caráter do
romanismo, e aos perigos que se devem recear com a sua supremacia. O povo
necessita ser despertado a fim de resistir aos avanços deste perigosíssimo inimigo
da liberdade civil e religiosa.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo:
Ameaça à consciência, p. 493).

“Quando a terra que o Senhor proveu como asilo para Seu povo, a fim de que
possam adorá-Lo segundo os ditames de sua própria consciência; a terra sobre a
qual, por muitos anos, tem sido estendido o escudo da Onipotência; a terra que
Deus favoreceu, tornando-a depositária da religião pura de Cristo—quando essa
terra, por meio de seus legisladores [será feito pelo Congresso], renunciar aos
princípios do Protestantismo e der apoio à apostasia papal, falsificando a lei de
Deus—então é que será revelada a obra final do homem do pecado. Os
Protestantes lançarão toda a sua influência e poder ao lado do papado; por um
ato nacional [este é um ato do Congresso] impondo o falso sábado, eles darão vida
e vigor [os Estados Unidos ajudarão na cura da ferida mortal dando-a a espada de
volta] à corrompida fé de Roma, avivando [dando a vida dela novamente, então
ela deveria estar morta] sua tirania e opressão da consciência. Então será o tempo
para Deus atuar poderosamente em favor da vindicação de Sua verdade.” (WHITE,
Ellen G. (1976). Meditações Matinais – Maranata, o Senhor Vem (1977), Capítulo: A
lei de Deus invalidada na América do Norte, 20 de Junho, p. 364).

É realmente incrível que Ellen White tenha dito tal coisa naquela época! Ellen White
estava realmente dizendo duas coisas que na época eram inconcebíveis:

1) A ferida mortal do papado seria curada (ao contrário de Uriah Smith que disse, ao
mesmo tempo, que a carreira do papado havia terminado);
2) Os Estados Unidos exerceriam influência mundial para tornar isso possível.

Nosso próximo tópico de discussão será sobre o tempo em que a besta com chifres de
cordeiro fará uma imagem da primeira besta e falará como um dragão.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 117 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

A Imagem da Besta e para a Besta


Introdução
Em uma palestra anterior, identificamos a besta que emerge do mar de Apocalipse 13:1-
10 como o papado Católico Romano. Em seguida, estudamos sobre a besta que emerge
da terra de Apocalipse 13:11 e descobrimos que ela representa os Estados Unidos. Os dois
chifres semelhantes aos dos cordeiros simbolizam o fato de que o reino da besta da terra,
em seus documentos de fundação, reconheceu a existência legítima e simultânea de dois
reinos separados dentro de uma nação - igreja e estado. Esses dois reinos separados estão
na base dos dois princípios da liberdade civil e religiosa. Nesta lição, queremos estudar o
significado da imagem que a besta da terra fará em homenagem à besta do mar.

Qual é a imagem?
Para entender o que é a imagem da besta do mar, devemos primeiro averiguar o que
caracterizou a besta do mar porque a imagem é uma réplica ou reflexo dela em sua honra
(ver, por exemplo, Lucas 20:24; II Cor. 3:18). É uma imagem ou reflexo da besta e em
honra a ela. Assim, Ellen White pergunta:

“Mas o que é a 'imagem à besta' e como será ela formada? A imagem é feita pela
besta de dois chifres, e é uma imagem a [para] primeira besta. É também chamada
imagem da besta. Portanto, para sabermos o que é a imagem, e como será
formada, devemos estudar os característicos da própria besta—o papado”.
(WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deus, p.
386).

A questão crucial, então, é esta: Qual foi a característica central do papado Católico
Romano durante seu apogeu?

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Descobrimos que a resposta a essa pergunta gira em torno da espada. Como afirmado
antes, a palavra "papado" refere-se a uma igreja que emprega o poder do estado para
cumprir seus próprios propósitos. Assim, a besta da terra deve emprestar o poder da
espada a primeira besta em sua honra. Ellen White explica de forma clara e sucinta o que
é a imagem:

“Quando se corrompeu a primitiva igreja, afastando-se da simplicidade do


evangelho e aceitando ritos e costumes pagãos, [a igreja] perdeu o Espírito e o
poder de Deus; e, para que pudesse governar a consciência do povo [porque o
Espírito Santo já não o fazia], [a igreja] procurou o apoio do poder secular. Disso
resultou o papado, uma igreja que dirigia o poder do Estado [observe aui que
Ellen White claramente define o significado da palavra ‘papado’ como a união da
igreja e estado] e o empregava para favorecer aos seus próprios fins,
especialmente na punição da 'heresia'. A fim de formarem os Estados Unidos uma
imagem da besta, o poder religioso [a igreja] deve a tal ponto dirigir o governo
civil [deve ter o poder da espada secular] que a autoridade do Estado também
seja empregada pela igreja para realizar os seus próprios fins”. (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 386).

Como temos visto o papado durante os 1260 anos uniu a igreja com o estado e, então,
usou a espada punitiva do estado para punir aqueles que discordassem de suas doutrinas
e práticas. O Protestantismo Apóstata nos Estados Unidos - a besta da terra - fará uma
réplica disso. Especialmente os líderes espirituais trabalharão no poder secular para
salvaguardar suas instituições e punir aqueles que discordam. Desta forma, eles farão
uma imagem da igreja mãe de quem nasceram.

Ao fazer uma imagem da primeira besta, os Estados Unidos renegarão e contradirão seus
próprios princípios fundadores e farão uma imagem ou réplica do que o papado fez
durante os 1260 anos. Como resultado, muito da história do que o papado fez a Jan Huss e
o Sinédrio fez a Jesus será repetida no tempo do fim.

Já interpretamos o significado dos dois chifres como de um cordeiro - uma única nação
composta de dois reinos separados - igreja e estado. Mas qual é o significado da voz do
dragão? Para responder a esta pergunta, devemos revisar o que o dragão representa.

A Identidade do Dragão
Vamos revisar alguns detalhes sobre a identidade do dragão. O dragão é o protagonista
central de Apocalipse 12 e 13. Como temos visto ele representa principalmente Satanás
(Apocalipse 12:7-9), mas também representa o Império Romano (Apocalipse 12:3; Daniel
7:23; Mateus 2:16). Assim, a besta que se levanta da terra e fala como um dragão deve ser
um porta-voz não apenas de Satanás, mas também de Roma.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 119 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Foi Satanás quem ficou ao lado da mulher para devorar seu filho assim que Ele nascesse.
Satanás operou por intermédio de Herodes, um governante do Império Romano
(Apocalipse 12:3; Daniel 7:23; Mateus 2:16).

Quando a Roma Imperial (representada pelo dragão) se desintegrou, nos é dito que ela
[Roma Imperial e o dragão] deu seu trono, seu poder e sua grande autoridade à besta do
mar (Apocalipse 13:2). Ou seja, o papado continuou a exercer os poderes do dragão -
Satanás e Roma por 1260 anos. Mas, então, ela recebeu a ferida mortal.

Depois de convalescer por um período de tempo com a ferida mortal, a ferida será curada
pela besta da terra que falará como um dragão. Isso deve significar que a besta da terra
não será apenas um porta-voz de Satanás, mas também de Roma. E assim, o dragão, a
besta do mar e a besta da terra são todos agentes de Satanás que operam através de
Roma.

Este fenômeno de Satanás operando através da instrumentalidade de Roma pode ser


claramente discernido na sequência cronológica dos eventos em Apocalipse 12:

• Foi o dragão - Satanás através da Roma Pagã - que tentou matar o filho varão
(Apocalipse 12:1-5).
• Foi o dragão - Satanás por meio da Roma Papal - quem perseguiu a mulher por
1260 anos depois que seu filho ascendeu ao céu (Apocalipse 12:5-6, 13-15).
• Será o dragão - Satanás por meio da ressurreição de Roma Papal com a ajuda do
Protestantismo apóstata - quem perseguirá o remanescente da semente da mulher
quando a ferida mortal for curada (Apocalipse 12:17).
• Esta é a razão pela qual Apocalipse 13:4 afirma que o mundo não só adorará a
besta, mas também adorará o dragão de quem a besta recebeu seu poder, seu
trono e grande autoridade!

O Elemento Romano (Romanismo)


Ellen White fez uma observação muito interessante sobre o papado ter um elemento
romano:

"Ela [o papado] está silenciosamente crescendo em poder. Suas doutrinas estão a


exercer influência nas assembléias legislativas, nas igrejas e no coração dos
homens. Está a erguer suas altaneiras e maciças estruturas, em cujos secretos
recessos se repetirão as anteriores perseguições. Sorrateiramente, e sem despertar
suspeitas, está aumentando suas forças para realizar seus objetivos ao chegar o
tempo de dar o golpe. Tudo que deseja é a oportunidade, e esta já lhe está sendo
dada. Logo veremos e sentiremos qual é o propósito do romanismo [este é o ferro
das pernas, o poder da espada]. Quem quer que creia na Palavra de Deus e a ela
obedeça, incorrerá, por esse motivo em censura e perseguição". (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 506-507).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Os Estados Unidos falam
É-nos dito que a nação representada pela besta da terra falará como um dragão. A besta
da terra ordenará a todos que adorem a imagem da primeira besta e recebam sua marca.

A pergunta é: Como falam os Estados Unidos? A resposta é que os Estados Unidos falam
por meio dos representantes eleitos pelo povo. Os representantes devidamente eleitos
do Congresso dos Estados Unidos são a voz do povo, pelo povo e para o povo. Ellen White
explica:

"A 'fala' da nação são os atos de suas autoridades legislativas e judiciárias. Por
esses atos desmentirá os princípios liberais e pacíficos que estabeleceu como
fundamento de sua política". (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo:
A imutável Lei de Deus, p. 385).

Uma Besta Única

É significativo que Apocalipse 13:11 seja a única vez na profecia bíblica que nos é dito
sobre que tipo de chifres uma besta tinha em sua cabeça - chifres semelhantes aos de um
cordeiro.

Outro elemento único dessa besta da terra é que, na profecia de Daniel 7, cada besta
sucessiva guerreou, derrotou e substituiu a anterior. Mas esta besta com chifres de
cordeiro é radicalmente diferente das anteriores. Em vez de guerrear contra a besta do
mar que a precedeu imediatamente e tomar seu lugar, na verdade ajudará a besta do mar
a recuperar seu poder perdido e então a honrará construindo uma imagem dela e para
ela.

Tudo o que esta segunda besta faz está ligada a primeira besta. Obriga o mundo a adorar
a primeira besta, a fazer uma imagem dela e receber sua marca. A besta da terra exercerá
toda a autoridade da primeira besta (Apocalipse 13:14) da mesma forma que a primeira
besta exerceu toda a autoridade da besta dragão. Assim, há uma passagem do bastão do
dragão para a besta do mar e para a besta da terra. É-nos dito que tudo que esta besta da
terra faz é realizado na presença [enoopion] da primeira besta. A palavra ‘presença’ é a
mesma que é usada em Apocalipse 13:13, onde a besta da terra faz descer fogo do céu na
presença dos homens, obviamente para impressioná-los!

O texto deixa claro que a primeira e a segunda bestas coexistem na história e governam
juntas. A segunda besta é muito mais jovem do que a primeira e é subserviente a ela [a
primeira besta] e cumpre suas ordens para impressioná-la (Apocalipse 13:12 e 14).
Veremos em nosso estudo que a besta da terra ajudará a besta do mar a recuperar seu
poder, ajudando a derrubar três paredes que impedem o papado de exercerem o domínio
mundial. A primeira parede é aquela entre protestantes e católicos. A segunda parede é
aquela entre a igreja e o estado e a terceira parede é aquela entre o catolicismo e os
mundanos de mentalidade secular.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 121 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Uma Ascensão Providencial
A terminologia de Apocalipse 13:11 parece indicar que esta besta da terra surge na
providência de Deus. Quer dizer, Deus fez esta besta por um ato criativo especial para um
propósito especial. A terminologia usada em Gênesis 1:24 é muito semelhante à que
encontramos em Apocalipse 13:11. Em ambos, é-nos dito que Deus trouxe algo fora da
terra por meio de um ato criativo. Isso deve significar que a besta da terra representa um
ato criativo milagroso de Deus. Em contraste, a primeira besta se levanta do mar e a besta
de Apocalipse 17 se levanta da sepultura ou do abismo, reinos que estão sob o domínio de
Satanás. Com relação à ascensão providencial dos Estados Unidos, Ellen White comenta:

“A maior e mais favorecida nação da Terra são os Estados Unidos. Uma providência
graciosa protegeu este país e derramou sobre ela as melhores bênçãos do céu. Aqui
os perseguidos e oprimidos encontraram refúgio. Aqui a fé cristã em sua pureza foi
ensinada. Este povo tem recebido grande luz e misericórdias incomparáveis”. (Signs
of the Times, 04 de julho de 1899).

Os Dois Chifres
Como temos visto os dois chifres como um cordeiro representam os dois reinos que Jesus,
o Cordeiro, reconheceu enquanto estava na terra. Em João 18:36, Jesus garantiu a Pilatos
que Seu reino não é deste mundo. Esses dois reinos são mencionados explicitamente por
Jesus em Mateus 22:21:

(Mateus 22:21) "Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus."

Muito está sendo dito hoje nos círculos evangélicos sobre a necessidade de os americanos
serem patriotas e Cristãos. Presume-se que, para ser ambos, o governo dos Estados
Unidos deve apoiar a religião por meio de coisas como inscrições em nossa moeda, a
expressão "uma nação sob Deus" no Juramento de Fidelidade, vouchers do governo para
enviar crianças a escolas religiosas, mandato do governo para oração nas escolas, fundos
federais para escolha de caridade, exibições religiosas em propriedade pública e assim
por diante.

Mas, como já vimos, separar os assuntos da igreja e do estado é Cristão porque é o que
Cristo ensinou. E também é patriótico porque está em harmonia com os documentos
fundadores da nação. Unir-se à igreja e ao estado seria, portanto, anticristão (ao contrário
do que Cristo ensinou) e antipatriótico (ao contrário do que os pais fundadores da
América ensinaram).

A Primeira Emenda
Vamos revisar a primeira emenda à Constituição dos Estados Unidos:

“O Congresso não fará nenhuma lei em relação ao estabelecimento da religião


[cláusula # 1] ou proibindo o seu livre exercício [cláusula # 2] ou restringindo a

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liberdade de expressão, ou de imprensa, ou o direito do povo de se reunir
pacificamente e para pedir ao Governo por reparação de injustiça [cláusula # 3]”.

As duas primeiras cláusulas da primeira emenda são conhecidas como "cláusula de


estabelecimento" e "cláusula de livre exercício". A terceira cláusula garante plenos direitos
civis. O que acontece quando uma das duas primeiras cláusulas da Primeira Emenda é
violada?

Vamos voltar para Daniel 3 e 6 para encontrar a resposta à nossa pergunta. Os eventos
descritos nesses dois capítulos são exemplos reais do que acontece quando as duas
primeiras cláusulas da Primeira Emenda são violadas. Quando qualquer uma delas é
violada, o resultado é que os cidadãos perdem seus direitos civis legítimos e sofrem
perseguição e, em última análise, correm o risco de perder o maior direito civil de todos -
a própria vida. Quando qualquer uma das duas primeiras cláusulas é violada, a terceira
também será deixada de lado.

A Cláusula de Estabelecimento em Daniel 3


Um dos antecedentes fundamentais de Apocalipse 13:11-18 é encontrado em Daniel 3.
Ambas as passagens descrevem uma besta (Nabucodonosor viveu por um tempo como
uma besta), uma imagem, uma ordem do poder civil para adorar a imagem, e um decreto
de morte contra os dissidentes. E como veremos em uma próxima palestra, furtivamente
escondido atrás das dimensões da imagem de Nabucodonosor (60X6) está o número
místico 666.

Em Jeremias 27:4-8, é-nos dito que Deus ordenou a todas as nações que obedecessem ao
rei Nabucodonosor e se não o fizessem, Ele os puniria:

(Jeremias 27:4-8) “E lhes darás uma mensagem para seus senhores, dizendo: Assim
diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Assim direis a vossos senhores: 5 Eu fiz
a terra, o homem e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande
poder e com o meu braço estendido, e os dou a quem me agrada. 6 E, agora, eu
entreguei todas estas terras nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu
servo, e até os animais do campo Eu lhe dei, para que o sirvam. 7 E todas as nações
servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que também venha o tempo
de sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se servirão dele. 8 E
acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor,
rei da Babilônia, e não puserem o pescoço debaixo do jugo do rei da Babilônia,
visitarei com espada, e com fome, e com peste essa nação, diz o Senhor, até que a
consuma pelas suas mãos”.

Embora Deus tenha avisado a todos para se sujeitarem ao rei Nabucodonosor, em Daniel
3 encontramos uma descrição de três jovens que escolheram desobedecê-lo. Mas Deus,
em vez de puni-los por não se sujeitarem ao rei, os recompensou! Por quê?

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
A resposta é que em Daniel 3 o governante civil, Nabucodonosor, tentou estabelecer a
religião. Ele levantou uma imagem e ordenou que todas as nações, línguas e povos a
adorassem. Aqueles que se recusassem a cumprir esse decreto religioso imposto pelo
estado seriam privados do direito civil final - a própria vida! Assim, quando o rei
ultrapassou seu domínio legítimo de autoridade e tentou estabelecer uma religião, isso
automaticamente levou à perseguição contra aqueles que não obedeceram.

Os três jovens que se recusaram a adorar a imagem são mostrados em outras partes do
livro como respeitosos com os comandos civis legítimos do rei, mas quando o rei
ultrapassou a linha entre a lei civil e o dever religioso, os jovens traçaram um limite na
areia. Quando o poder civil ultrapassou seus limites legítimos, os três jovens escolheram
obedecer a Deus em vez do homem e, como resultado, eles foram condenados à fornalha
de fogo.

Na última instância, os três jovens não tinham tribunal de apelação humano e parecia que
o rei tinha todas as cartas. Na verdade, o rei ergueu desafiadoramente a mão para o céu e
rugiu como um dragão:

(Daniel 3:15, última parte) "E quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas
mãos”?

Jesus respondeu a essa pergunta quando Ele pessoalmente e espetacularmente interveio


para livrar Seus servos fiéis das chamas devoradoras.

A Cláusula de Livre Exercício em Daniel 6


A história de Daniel 6 é semelhante, mas diferente. Deus colocou Dario para governar nos
assuntos civis, mas ele ultrapassou seus limites e deu um decreto religioso proibindo o
livre exercício da religião. Dario não estava estabelecendo uma observância religiosa. Ele
não estava ordenando que todos orassem a certo deus ou de certa maneira. Ele estava
simplesmente proibindo o livre exercício do direito do povo de orar ao Deus de sua
escolha por um período de trinta dias.

Em Daniel 6, temos um vislumbre do que acontece quando a cláusula de livre exercício da


Primeira Emenda é violada. Quando Dario proibiu o livre exercício da religião em seu
reino, o resultado inevitável foi à perseguição de Daniel, que insistia no direito de adorar a
seu Deus de acordo com os ditames de sua própria consciência.

Daniel era amado pelo rei e é visto em outras partes do livro como um sujeito leal a todas
as leis civis legítimas dos Medos e Persas. Ele praticou a desobediência civil apenas
quando o rei ultrapassou seu limite legítimo como governante civil e pronunciou uma lei
religiosa. Quando o rei ultrapassou a linha entre assuntos civis e religiosos, Daniel traçou
uma linha na areia e encomendou seu caso a Deus.

Nessa ocasião, todo o poder mais uma vez parecia estar nas mãos dos inimigos de Daniel.
A lei dos Medos e Persas não podia ser alterada ou revogada, então parecia que Daniel

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
estava condenado à destruição. Mas, como no caso dos três amigos de Daniel, Deus foi o
tribunal final de apelação e Ele interveio de maneira espetacular para livrar seu servo dos
leões e de seus inimigos. Assim será com o povo remanescente fiel de Deus no final.

Nabucodonosor e Dario Desatentos


Significativamente, nem Nabucodonosor nem Dario entenderam que Deus estava
tentando ensiná-los. Depois que Deus libertou os três jovens da fornalha, Nabucodonosor
ameaçou que qualquer um que dissesse algo contra o Deus de Daniel seria cortado em
pedaços e suas casas arrasadas (Daniel 3:29). Ele ainda não entendia que Deus não força
as pessoas a abraçarem a religião verdadeira mais do que o rei tentou forçar as pessoas a
praticarem a adoração falsa. Adoração é uma questão de escolha pessoal, não uma
questão de compulsão civil!

E depois que Daniel foi libertado da cova dos leões, o rei Dario fez um decreto que todos
eram obrigados a tremer e temer diante do Deus de Daniel (Daniel 6:26-27). O rei ainda
não entendeu. As pessoas não podem ser forçadas a tremer e temer diante de Deus - isso
deve vir de um coração espontâneo que O ama.

A Primeira Emenda no Tempo do Fim


Alguém pode perguntar: Como está tudo isso relacionado aos Estados Unidos no tempo
do fim?

A profecia de Apocalipse 13:11-18 indica claramente que os Estados Unidos


eventualmente violarão tanto a cláusula do estabelecimento quanto as cláusulas de livre
exercício da Primeira Emenda. Não vai necessariamente se livrar deles, mas sim preservá-
las na teoria, mas negá-las na prática. A besta da terra não apenas obrigará todos a
obedecer à autoridade do papado guardando o domingo, estabelecendo a religião, mas
também proibirá a observância do sábado, proibindo assim o seu livre exercício. Ellen
White profeticamente entendeu isso quando escreveu:

“Chegará o tempo em que os homens não somente proibirão o trabalho no


domingo, mas procurarão obrigar as pessoas a trabalhar no sábado e a concordar
com a observância do domingo ou perder sua liberdade e a vida”. (WHITE, Ellen G.
(1976). Meditações Matinais, Maranata – O Senhor Vem (1977), Capítulo: Os
observadores do Sábado necessitam de sabedoria – 18 de Junho, p. 360).

Durante os 1260 anos, o papado tentou mudar o dia de adoração do Sábado para o
Domingo (Daniel 7:25) e no futuro o Protestantismo apóstata nos Estados Unidos forçará
essa mudança obrigando todos a receber a marca da besta. Uma comparação de Daniel
7:25 com Apocalipse 13:3-10 revela algumas informações muito interessantes. Daniel
7:25 contém quatro elementos que se relacionam com o chifre pequeno:

• Proferirá palavras contra o Altíssimo.


• Destruirá os santos do Altíssimo.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
• Cuidará em mudar os tempos e as leis.
• Governa por um período de 1260 anos.

Apocalipse 13 contém os mesmos elementos relacionados à besta, mas um parece estar


faltando:

• Proferirá grandes coisas e blasfêmias contra o Altíssimo.


• Perseguirá os santos do Altíssimo.
• Deu-se-lhe poder por 42 meses.

Onde está o paralelo com a mudança nos tempos e nas leis? A resposta é encontrada no
fato de que a besta da terra forçará todos a receber a marca da besta e a marca da besta
é a mudança na lei. Assim, durante os 1260 dias, o papado pensou em mudar a Lei e no
futuro irá fazer cumprir a mudança.

Quando os Protestantes nos Estados Unidos fizerem cumprir a marca da besta pela
autoridade civil, o processo terá um círculo completo. Assim como o papado destruiu a
visão apostólica da separação entre a igreja e o estado, o Protestantismo apóstata
mudará a visão da igreja e do estado que foi estabelecida e ensinada pelos pais
fundadores dos Estados Unidos.

Não são as Leis Dominicais Inconstitucionais?


Alguém poderia legitimamente perguntar: Não seria o estabelecimento de uma lei
dominical pelo congresso como o dia nacional de descanso uma clara violação da
cláusula de estabelecimento da Primeira emenda à Constituição, especialmente se for
estabelecida porque o Papa Francisco solicitou por isso? Não seria essa lei claramente
inconstitucional?

E uma questão relacionada: Não seria uma lei do Congresso, que proíbe a observância do
sábado do sétimo dia, ser também uma violação da cláusula de livre exercício da Primeira
Emenda e, portanto, também seria inconstitucional? A resposta óbvia de qualquer pessoa
racional a essas perguntas seria sim.

Tenho certeza de que, quando chegar esse momento, a constitucionalidade dessas leis
será contestada em tribunal. Mas, de acordo com a profecia bíblica, o apelo do
remanescente cairá em ouvidos surdos - não haverá reparação de injustiças para o
remanescente fiel de Deus.

Profissão e Prática
É importante notar que não devemos esperar a erradicação da Primeira Emenda da
Constituição. A Primeira Emenda permanecerá em vigor. Mas o que provavelmente
acontecerá é que a Suprema Corte declarará, em um momento de terrível emergência
nacional, que as leis inconstitucionais são constitucionais. Afinal, é-nos dito que os dois
chifres semelhantes aos do cordeiro serão quebrados antes que a besta da terra fale

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como um dragão. Ela ainda terá os dois chifres como de um cordeiro enquanto fala como
um dragão.

Ellen White descreve de forma pungente essa nuance da profecia:

“Os chifres semelhantes aos do cordeiro e a voz de dragão deste símbolo indicam
contradição flagrante entre o que professa e pratica a nação assim representada.
A 'fala' da nação são os atos de suas autoridades legislativas e judiciárias. Por
esses atos desmentirá os princípios liberais e pacíficos que estabeleceu como
fundamento de sua política. A predição de falar ‘como o dragão’, e exercer 'todo o
poder da primeira besta', claramente anuncia o desenvolvimento do espírito de
intolerância e perseguição que manifestaram as nações representadas pelo dragão
e pela besta semelhante ao leopardo. E a declaração de que a besta de dois chifres
faz com 'que a Terra e os que nela habitam adorem a primeira besta', indica que a
autoridade desta nação deve ser exercida impondo ela alguma observância que
constituirá ato de homenagem ao papado”.

“Semelhante atitude seria abertamente contrária aos princípios deste governo, ao


espírito de suas instituições livres, às afirmações insofismáveis e solenes da
Declaração da Independência, e à Constituição. Os fundadores da nação
procuraram sabiamente prevenir o emprego do poder secular por parte da igreja,
com seu inevitável resultado - intolerância e perseguição. A Magna Carta estipula
que 'o Congresso não fará lei quanto a oficializar alguma religião, ou proibir o seu
livre exercício', e que 'nenhuma prova de natureza religiosa será jamais exigida
como requisito para qualquer cargo de confiança pública nos Estados Unidos'.
Somente em flagrante violação destas garantias à liberdade da nação, poderá
qualquer observância religiosa ser imposta pela autoridade civil. Mas a incoerência
de tal procedimento não é maior do que o que se encontra representado no
símbolo. É a besta de chifres semelhantes aos do cordeiro - professando-se pura,
suave e inofensiva que fala como o dragão”. (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande
Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 385-386).

As Três Divisões do Governo


Nosso sistema de governo, como em muitas outras nações, tem três divisões:

• O Executivo
• O Legislativo
• O Judiciário

Como sabemos, o Legislativo elabora as leis, o Executivo as faz cumprir e o Judiciário


(principalmente o Supremo Tribunal Federal) as interpreta. Frequentemente pergunto às
pessoas: Qual desses três ramos do governo é o mais poderoso? A resposta geralmente é
o executivo. Mas, na verdade, o ramo mais poderoso do governo dos Estados Unidos é o
judiciário, especialmente a Suprema Corte.

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E por que isso? A resposta é bem simples. O Congresso pode redigir um projeto de lei e o
presidente pode transformá-lo em lei, mas se a lei for apelada e a Suprema Corte declará-
la inconstitucional, o projeto não permanecerá lei. O outro lado também é verdadeiro: o
Congresso poderia redigir um projeto de lei que fosse inconstitucional, mas se a Suprema
Corte o declarasse constitucional, ele seria executado.

A Divisão Mais Poderosa


Se você não acha que a Suprema Corte é a divisão mais poderosa do governo, basta
lembrar o que aconteceu na eleição presidencial no ano 2.000. Todos nós provavelmente
nos lembramos do desastre na Flórida. Os democratas queriam uma recontagem dos
votos e os republicanos não. Depois de muitos apelos a vários tribunais do país, o caso foi
levado à Suprema Corte e quando a Suprema Corte falou George W. Bush tornou-se
presidente e não houve mais discussão. O mesmo poderia ser dito sobre a legalização do
casamento homoafetivo em nível federal. Em 26 de junho de 2015, a Suprema Corte
declarou constitucional o casamento homoafetivo e agora todos os magistrados civis são
obrigados a realizar casamentos homoafetivos. Assim, o poder de declarar uma lei
constitucional ou inconstitucional está nas mãos de nove indivíduos!

Existem agora seis Católicos Romanos na Suprema Corte dos Estados Unidos: Chefe de
Justiça John Roberts e os juízes associados Antonin Scalia, Clarence Thomas, Anthony
Kennedy, Samuel Alito e Sonia Sotomayor. Não há nada que indique que a tendência de
nomear Católicos Romanos para a Corte acabará em breve. Os católicos representam 25%
da população dos Estados Unidos, mas possuem 66% da Suprema Corte!

Os Católicos Romanos fizeram tudo ao seu alcance para conquistar Barack Obama para o
seu lado e tiveram bastante sucesso. Pouco depois de ser eleito presidente, Obama foi
convidado a fazer o discurso de formatura na Universidade Notre Dame em meio a
protestos e, logo em seguida, Obama nomeou Sonia Sotomayor, uma Católica Romana,
como a sexta juíza da Suprema Corte. O presidente Obama também concorda plenamente
com o Papa Francisco sobre as mudanças climáticas e a pobreza mundial, referiu-se a ele
como 'o santo padre', discutiu questões políticas com ele na Casa Branca e se referiu ao
Papa como a maior autoridade moral na terra!

Os juízes mais liberais do Tribunal estão crescendo nos últimos anos e provavelmente
serão substituídos nos próximos anos. Podemos imaginar como será ter sete ou mais
Católicos Romanos na Suprema Corte?

Ellen White avisou-nos sobre o que acontecerá quando um governo protestante se


envolver com o papado Católico Romano:

“Eles [cristãos] não veem que se um governo protestante sacrifica os princípios que
os tornaram uma nação livre e independente e, por meio da legislação traz para a
Constituição, princípios que irão propagar a falsidade papal e a ilusão papal, eles

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estão mergulhando no domínio romano horrores da Idade das Trevas”. (The
Review and Herald, 11 de dezembro de 1888).

Alguns adventistas do sétimo dia dizem que este cenário retratado por Ellen White é
alarmista ou sensacionalista, que os juízes da Suprema Corte são americanos patriotas e
que nunca retornariam os Estados Unidos aos horrores da idade das trevas. Mas Ellen
White advertiu a quem os Católicos Romanos devem sua lealdade suprema:

“A Igreja Católica Romana, com todas as suas ramificações pelo mundo inteiro,
forma vasta organização, dirigida da sé papal, e destinada a servir aos interesses
desta. Seus milhões de adeptos, em todos os países do globo, são instruídos a se
manterem sob obrigação de obedecer ao papa. Qualquer que seja a sua
nacionalidade ou governo, eles devem considerar a autoridade da igreja acima de
qualquer outra autoridade. Ainda que façam juramento prometendo lealdade ao
Estado, por trás disto, todavia, jaz o voto de obediência a Roma, absolvendo-os de
toda obrigação contrária aos interesses dela.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande
Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 505-506).

Fascinação com o Papado


Muitos protestantes hoje estão fascinados com o papado. Líderes políticos proeminentes
como Jeb Bush, Newt Gingrich e Tony Blair renunciaram a sua herança Protestante e se
converteram à Igreja Católica Romana. Muitos Protestantes apontam para a luta do
papado pelos direitos humanos, pela liberdade religiosa, pelos pobres, pela vida, pela
moralidade, pelo casamento convencional e contra o que João Paulo II chamou de
"cultura da morte". Eles acreditam que o papado mudou e, portanto, que não há nada a
temer. Ainda assim, o papado não repudiou nenhum de seus dogmas nem deixou de lado
suas aspirações ao poder político global. Ela é inofensiva quando está indefesa. Um de
seus líderes disse uma vez:

“Em minoria somos um cordeiro; em igualdade, somos uma serpente e na maioria


somos um leão”.

Ellen White adicionou o seu testemunho:

“Faz parte de sua [o papado] política assumir o caráter que melhor cumpra o seu
propósito; mas sob a aparência variável do camaleão, oculta o invariável veneno
da serpente”. (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à
consciência, p. 498).

Ellen White descreveu a imagem da besta há mais de 120 anos:

“Quando a terra que o Senhor providenciou como refúgio para seu povo, para que
o adorasse de acordo com os ditames de suas próprias consciências, a terra sobre a
qual por longos anos o escudo da Onipotência foi espalhado, a terra que Deus
favoreceu tornando-o o depositário da religião pura de Cristo - quando essa terra,

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
por meio de seus legisladores, abjurar os princípios do Protestantismo e dar apoio
à apostasia romanista em adulterar a lei de Deus - é então que a obra final do
homem do pecado será revelada. Os protestantes colocarão toda a sua influência e
força ao lado do papado; por um ato nacional [um ato do Congresso] impondo o
falso sábado, eles darão vida e vigor à fé corrupta de Roma, revivendo sua tirania
e opressão de consciência. Então, será a hora de Deus trabalhar com grande poder
para a vindicação de sua verdade.” (Signs of the Times, 12 de Junho de 1893).

Quando isso acontecer, os Estados Unidos terão formado um reflexo no espelho


[imagem] do papado em sua honra. Vez após vez, Ellen White alertou sobre os perigos
que viriam:

“A fim de formarem os Estados Unidos uma imagem da besta, o poder religioso


deve a tal ponto dirigir o governo civil que a autoridade do Estado também seja
empregada pela igreja para realizar os seus próprios fins”. (WHITE, Ellen G. (2013).
O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 386).

“Enquanto se aplicam à realização de seu propósito, Roma está visando a


restabelecer o seu poder, para recuperar a supremacia perdida. Estabeleça-se nos
Estados Unidos o princípio de que a igreja possa empregar ou dirigir o poder do
Estado; de que as observâncias religiosas possam ser impostas pelas leis seculares;
em suma, que a autoridade da igreja e do Estado deva dominar a consciência, e
Roma terá assegurado o triunfo nesse país”. (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande
Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 506).

“Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de


doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus
decretos e lhes apóie as instituições, a América do Norte protestante terá então
formado uma imagem da hierarquia romana, e a aplicação de penas civis [o
estado usando a espada] aos dissidentes será o resultado inevitável”. (WHITE, Ellen
G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 388).

Desta forma, a besta da terra de Apocalipse 13:11 falará como um dragão, ou seja, como
Roma.

A primeira besta de Apocalipse 13 (o papado) pensou em mudar a lei de Deus mudando o


dia de adoração de Sábado para o Domingo. A segunda besta forçará essa mudança
usando a espada do estado. O mundo inteiro será então levado a seguir o exemplo dos
Estados Unidos.

“Quando os Estados Unidos, o país da liberdade religiosa, se aliar com o papado, a


fim de dominar as consciências e obrigar os homens a reverenciar o falso sábado,
os povos de todos os demais países do mundo hão de ser induzidos a imitar-lhe o
exemplo”. (WHITE, Ellen G. (2004). Testemunhos para a Igreja – volume #6,
Capítulo: A obra para o tempo atual, p. 23-24).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Como poderia isso acontecer?
Como isso pode acontecer quando o poder global dos Estados Unidos parece estar
diminuindo enquanto o poder de nações como a China e a Rússia parece estar
aumentando? Embora ainda não tenhamos todas as respostas para esta pergunta, várias
coisas estão claras na profecia bíblica.

A questão que irá galvanizar o mundo em um só corpo será a sobrevivência global (ver
Mateus 24:6-8). Sem dúvida, uma lei dominical será promulgada no contexto de um
colapso econômico global, uma série de desastres naturais sem precedentes, talvez
devido às mudanças climáticas, um aumento alarmante no crime, ataques terroristas
sem paralelo e manifestações espetaculares do mundo espiritual, instruindo e
encorajando os líderes políticos mundiais para acabar com o que eles percebem ser a
causa dos problemas enfrentados pela comunidade global. Então, a história de Elias será
repetida e o povo remanescente de Deus será chamado de 'perturbadores do povo'.

O argumento que foi usado contra Jesus há dois mil anos será invocado mais uma vez:

“Convém que um homem morra [os dissidentes morram] pelo povo, e que não
pereça toda a nação [os Estados Unidos]. (João 11:50)”. (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Aproxima-se o tempo de angústia, p. 537).

Na América, esse argumento parecerá patriótico e cristão, mas se revelará exatamente o


oposto. Como aconteceu com a nação judaica, a apostasia nacional será seguida
rapidamente pela ruína nacional:

“Quando as igrejas protestantes se unirem com o poder secular para amparar uma
religião falsa, à qual se opuseram os seus antepassados, sofrendo com isso a mais
terrível perseguição, então o dia de repouso papal será tornado obrigatório pela
autoridade combinada da Igreja e do Estado. Haverá uma apostasia nacional que
só terminará em ruína nacional”. (WHITE, Ellen G. (2007). Evangelismo, Capítulo:
Pregar as verdades características, p. 188).

A questão é: Como conseguirão os Estados Unidos persuadir o mundo inteiro a seguir sua
agenda? Como mencionado antes, a sobrevivência global será usada como um argumento.
Mas também haverá outro fator envolvido. A besta da terra fará milagres poderosos e
inegáveis para apoiar sua agenda!

Milagres e A Imagem
Antes de podermos discutir como os milagres serão fundamentais para fazer com que o
mundo compre a agenda da legislação dominical, devemos dizer algumas coisas sobre os
três membros da Trindade.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Bem no início do Apocalipse, é-nos apresentado o fato de que a Divindade é composta de
três seres iguais, cada um com sua própria personalidade e individualidade, mas um em
propósito.

• Em primeiro lugar, temos 'aquele que é e que era e que há de vir'.


• Em segundo lugar, temos os sete espíritos que estão diante do trono.
• Finalmente, temos Jesus Cristo, a testemunha fiel (Apocalipse 1:4-5).

Nos capítulos 4 e 5, mais uma vez encontramos o Pai que está assentado no trono
(Apocalipse 4:1-2), os sete espíritos que estão diante do trono (Apocalipse 4:5) e o
Cordeiro como se tivesse sido morto, no meio do trono (Apocalipse 5:6).

Cada uma dessas pessoas tem uma função particular no plano de salvação. Deus, o Pai, é o
Monarca do universo que se assenta no trono e é descrito como aquele que "é, foi e há de
vir". Mas o Pai delega Sua autoridade a Jesus, que realiza a obra de Seu Pai na terra
(Mateus 28:18-20).

Depois de receber a autoridade de Seu Pai, Jesus teve um ministério de três anos e meio
no final do qual Ele recebeu uma ferida mortal (Apocalipse 5:6 [palavra idêntica usada em
Apocalipse 13:3 para descrever a ferida da besta]; ver Isaías 53:5) mas a ferida foi curada
quando ele ressuscitou e o mundo inteiro foi alcançado com a mensagem do Cristo
ressuscitado.

Quando Jesus ascendeu ao céu, Ele delegou Sua autoridade ao Espírito Santo que falou
em nome de Jesus (João 14:26) e realizou suas obras maravilhosas até mesmo fazendo
descer fogo do céu no dia de Pentecostes (Atos 2:1-4) . O fogo, símbolo de santo zelo, deu
poder para pregar o evangelho e trouxe convicção a milhares de pessoas em todo o
mundo que escolheram seguir Jesus (Atos 2:47; Colossenses 1:6).

A Trindade Falsificada de Satanás


De acordo com o livro do Apocalipse, Satanás tem uma divindade falsa composta de três
entidades - o dragão, a besta e o falso profeta (Apocalipse 16:13). Esses três poderes
falsificam os papéis do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

O dragão falsifica o papel de Deus o Pai porque é descrito como aquele que "era, é e há
de vir" (Apocalipse 17:8). Ele é quem manda. Ele, por sua vez, delega seu trono e
autoridade à besta, assim como Deus, o Pai, delegou Sua autoridade a Jesus (Apocalipse
13:2).

Depois que a besta recebe autoridade do dragão, ela [a besta do mar], como Jesus, tem
um ministério simbólico de três anos e meio (Apocalipse 13:5). No final dos três anos e
meio simbólicos, a besta do mar recebe uma ferida mortal (Apocalipse 13:3, 9-10), mas a
ferida é curada (Apocalipse 13:3) e o mundo inteiro se maravilha após a besta
maravilhada por causa de sua ressurreição miraculosa (ver Apocalipse 17:8).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O falso profeta então exerce toda a autoridade da primeira besta e fala por ela até o
ponto de fazer descer fogo do céu à vista dos homens (Apocalipse 13:13). O fogo do céu
persuade as multidões de que a mensagem do falso profeta é verdadeira e o mundo
inteiro se maravilha após a besta e a segue.

Os Três Inimigos de Elias Apocalíptico


Os três inimigos de Elias ilustram as funções de cada um dos membros da divindade
falsificada de Satanás. Elias tinha três inimigos:

• O primeiro foi o governante político, o rei Acabe.


• A segunda foi à prostituta Jezabel.
• O terceiro eram os falsos profetas de Baal que obedeciam às ordens da prostituta.

Esses três inimigos prefiguram os inimigos de Deus no movimento de Elias no tempo do


fim.

A besta da terra é chamada O falso profeta (Apocalipse 16:13). O artigo definido indica
que este é um falso profeta específico com um nome próprio. E qual é o nome dele?
Elias. Ele é um Elias falsificado. Como sabemos que isso é verdade? Por causa de suas
ações!

No Antigo Testamento, Elias tinha três inimigos: Acabe, Jezabel e os falsos profetas de
Jezabel. No Apocalipse também temos três inimigos do povo de Deus no tempo do fim - os
reis, a prostituta, o falso profeta Elias. Elias fez descer fogo do céu aos olhos dos homens
e isso provou que ele era o mensageiro de Deus. O falso profeta trará fogo do céu
enganando as multidões que ele é o mensageiro de Deus.

• O primeiro inimigo de Elias no tempo do fim é o dragão que representa os reis da


terra e de todo o mundo que se prostituíram com a prostituta (Apocalipse 16:13-
14; 17:2; 18:3).
• O segundo inimigo de Elias no tempo do fim, é identificado como a grande
prostituta que se assenta sobre muitas águas (Apocalipse 17:1). Esta grande
meretriz enganou as nações com sua feitiçaria (Apocalipse 18:23). Ela também é
chamada de a besta.
• Essa meretriz é chamada de mãe das meretrizes e das abominações da terra. Se ela
é a mãe, então ela deve ter filhas prostitutas (Apocalipse 17:5; veja também
Apocalipse 2:20-23), que cumprem suas ordens. As filhas também são chamadas
de falso profeta.

A prostituta assenta-se sobre muitas águas, o que significa que ela governa sobre povos,
multidões, nações e línguas (Apocalipse 17:1, 15).

A fim de compreendermos totalmente a relação que existe entre esses três poderes, no
tempo do fim, também é necessário estudarmos cuidadosamente a história de João

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 133 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Batista que foi chamado de Elias por Jesus (Lucas 1:17; Mateus 11:11-14; Mateus 17:10-
13). A história de Marcos 6:18 é particularmente importante.

Nos dias de Elias, a mensagem de Elias provou-se verdadeira quando desceu fogo do céu
para consumir os sacrifícios que ele havia colocado no altar. No tempo do fim o falso
profeta falsificará este milagre.

Reavivamento Falsificado do Espírito Santo


Ellen White parece indicar que o fogo, que cairá do céu, será literal como no Dia de
Pentecostes:

“São os prodígios de mentira do diabo que levarão o mundo cativo, e ele fará
descer fogo do céu à vista dos homens”. (WHITE, Ellen G. (2008). Mensagens
Escolhidas – volume #2, Capítulo: Milagres não são uma prova do favor Divino, p.
54).

Você diz: “Fogo do céu literal caindo? Você está de brincadeira? Sério? Como isso pôde
acontecer”?

Como isso pode ocorrer, pode ser ilustrado por alguns comentários feitos pelo evangelista
pentecostal de renome mundial e curandeiro pela fé, Benny Hinn. Na sexta-feira à noite,
13 de novembro de 2001, eu estava em um quarto de hotel perto de Tucson, Arizona, e
por acaso sintonizei o programa “Louvado seja o Senhor” da TBN. Paul Crouch, Presidente
da TBN, estava entrevistando Benny Hinn sobre sua experiência de conversão. Hinn
explicou que antes de ser cristão, ele tinha visões e sonhos de pregar em estádios para
milhares de pessoas. Então ele disse isso, e eu cito:

“Nos últimos doze meses tenho tido alguns novos sonhos e visões... alguns sonhos
incríveis. Tenho visto fogo. Eu me vi em estádios onde literalmente fogo caía do
céu. A glória de Deus está prestes a ser revelada visivelmente”.

Benny Hinn, então, referiu-se às línguas de fogo no Dia de Pentecostes, a experiência de


Elias no Monte Carmelo e a coluna de fogo no deserto como prova de que no futuro o
fogo cairia do céu em suas reuniões.

A questão crítica é esta: Será que a descida de fogo literal do céu nas reuniões de Hinn
seria um sinal de que o Espírito Santo está sendo derramado e que sua mensagem é
verdadeira? Claro que não! A Bíblia fornece o padrão pelo qual todos os fenômenos
sobrenaturais devem ser testados. Nossos sentidos não são confiáveis e nossos
sentimentos podem nos desviar do caminho. Isaías 8:20 afirma claramente:

(Isaías 8:20) “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra,
nunca verão a alva [não há luz neles]”.

Os ensinamentos de Benny Hinn estão de acordo com a Bíblia? Dois itens provarão que
não. Hinn afirma falar regularmente com os espíritos de Katherine Kuhlman e Amee

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
McPherson em seus túmulos no cemitério Forrest Lawn, na Califórnia. Ele também
declarou publicamente que o domingo é o dia que o Senhor fez para ser guardado pelos
Cristãos em honra da ressurreição de Cristo.

Ellen White descreve um grande reavivamento falsificado no mundo Cristão, pouco antes
do derramamento final do Espírito de Deus nas últimas chuvas [chuva serôdia]:

“Apesar do generalizado declínio da fé e da piedade, há verdadeiros seguidores de


Cristo nestas igrejas [as igrejas identificadas como Babilônia]. Antes de os juízos
finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal
avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos
apostólicos. O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos.
Naquele tempo muitos se separarão das igrejas em que o amor deste mundo
suplantou o amor a Deus e à Sua Palavra. Muitos, tanto pastores como leigos,
aceitarão alegremente as grandes verdades que Deus providenciou fossem
proclamadas no tempo presente, a fim de preparar um povo para a segunda vinda
do Senhor. O inimigo das almas deseja estorvar esta obra; e antes que chegue o
tempo para tal movimento, esforçar-se-á para impedi-la, introduzindo uma
contrafação. Nas igrejas que puder colocar sob seu poder sedutor, fará parecer
que a bênção especial de Deus foi derramada; manifestar-se-á o que será
considerado como grande interesse religioso. Multidões exultarão de que Deus
esteja operando maravilhosamente por elas, quando a obra é de outro espírito.
Sob o disfarce religioso, Satanás procurará estender sua influência sobre o mundo
Cristão”. (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A vida que safistaz –
como alcançar paz de alma, p. 404-405).

O Ecumenismo Religioso
Nos últimos anos, tem havido um crescente caso de amor ilegítimo entre Protestantes e
Católicos nos Estados Unidos. Que fatores fomentaram esse festival de amor de jugo
desigual? Vários fatores teológicos, sociológicos e históricos convergiram para fomentar
essa crescente intimidade. Vamos examinar alguns destaques.

Em 1517, Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta da catedral de Wittenberg, um


evento que os historiadores marcam como o início da Reforma Protestante. Esse ato
iniciou o processo de construção de um muro de separação entre Protestantes e Católicos
Romanos. Martinho Lutero colocou os primeiros tijolos na parede e outros, como Calvino
e Zwínglio, tornaram a parede cada vez mais alta.

Para que o Papado recupere seu poder, essa parede deve cair. O problema é que a parede
ficou cada vez mais alta com o passar do tempo. A América Colonial suspeitava muito do
papado e criou leis para impedir seu progresso. Mas em nenhum momento de sua história
os Estados Unidos foram mais hostis ao papado do que nas décadas de 1870 e 1880.
Durante este período, os Protestantes olhavam para os Católicos Romanos com grande
suspeita porque o Papa Pio IX fez várias coisas que irritaram os Protestantes. Primeiro, ele

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 135 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
foi fundamental na proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Maria em 1854.
Em seguida, publicou seu “Syllabus of Errors” em 1864 e encerrou tudo presidindo o
Concílio Vaticano I, onde o Dogma da Infalibilidade Papal foi estabelecido em 1870.

Essas e outras ações do Papado alienaram os Protestantes nos Estados Unidos do


Vaticano e tornaram a divisão, entre os dois, cada vez mais ampla e profunda. No início da
década de 1960, os Protestantes ainda suspeitavam e temiam o Catolicismo Romano,
como pode ser visto pela explicação de John F. Kennedy de suas visões da Igreja e do
Estado para uma aliança pastoral em Houston, Texas (mais sobre isso mais tarde)

Concílio Vaticano II (1962-1965)


Até o Concílio Vaticano II, os Protestantes consideravam o Catolicismo Romano um culto
Latino balbuciante, que suprimia a Bíblia e que odiava os Protestantes. O Concílio
Vaticano II fez muito para mudar essa imagem. O bom e velho avô Papa João XXIII
presidiu o Concílio em seus primeiros anos. Surpreendentemente, o Vaticano estendeu a
mão da comunhão aos teólogos de igrejas Protestantes proeminentes que foram
convidados a participar do Concílio, como observadores.

A palavra de ordem do Concílio era “Aggiornamento”, que significa "renovação" em latim.


O Concílio incentivou os Católicos Romanos a estudar a Bíblia em pequenos grupos (sob a
cuidadosa supervisão e escrutínio dos sacerdotes). O Concílio encorajou um diálogo
ordeiro entre teólogos Católicos e Protestantes. A missa agora poderia ser rezada em
línguas que as pessoas comuns pudessem entender. Os Protestantes não eram mais
chamados de hereges, mas sim de "irmãos separados". Até mesmo o rito de batismo
realizado nas igrejas protestantes era aceito como legítimo. Para a visão superficial do
observador descuidado, o Catolicismo Romano estava emergindo da era Jurássica e
atualizando-se com os tempos.

No entanto, para o observador cuidadoso, as mudanças eram meramente cosméticas. Ou


seja, o Papado passou por um “facelift” [maquiagem ou cirurgia plástica], mas sob o
“facelift” permaneceu o mesmo velho sistema feio. Nenhum dos dogmas da Igreja
Católica foi alterado ou reformado. Ainda se considerava infalível, ainda ensinava que o
Domingo é o Sábado, que os mortos não estão mortos, que podemos orar aos espíritos
dos santos que já partiram, que os pecados devem ser confessados a um sacerdote
humano, que o inferno arde para sempre, que Maria é a mediadora entre Cristo e os
pecadores, que o homem é justificado pela fé mais as obras, que é aceitável prostrar-se
diante de ídolos, que Cristo é sacrificado de novo em cada missa, que os sacerdotes
devem ser celibatários, que a tradição oral tem autoridade igual à das Escrituras, No
entanto, após o Concílio, a imagem do papado começou a mudar para melhor na mente
dos Protestantes. A cirurgia plástica foi um sucesso.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
A Eleição de JFK (John F. Kennedy)

Eu era apenas uma criança em Caracas, Venezuela naquela época, mas ainda me recordo,
tão claramente como hoje, que nas igrejas Adventistas do Sétimo Dia se sussurrava que se
John F. Kennedy, um Católico Romano, ganhasse a eleição de 1960, a lei nacional
Dominical seria ao virar da esquina.

Havia medo nos Estados Unidos de ter um presidente Católico, mas logo se descobriu que
os temores eram infundados. A esperada lei Dominical e o tempo de angústia não
chegaram. Além do mais, as opiniões de Kennedy sobre a relação entre a Igreja e o estado
eram idênticas às dos Protestantes, então as pessoas presumiram que o próprio
entendimento de Kennedy também era o da Igreja Católica Romana.

Em um discurso à Associação Ministerial da Grande Houston em 12 de setembro de 1960,


Kennedy afirmou eloquentemente:

“Eu acredito em uma América onde a separação entre Igreja e Estado é absoluta;
onde nenhum prelado Católico diria ao presidente - caso ele fosse Católico - como
agir, e nenhum ministro Protestante diria a seus paroquianos em quem votar; onde
nenhuma igreja ou escola da igreja recebe fundos públicos ou preferência política,
e onde nenhum homem tem um cargo público negado meramente porque sua
religião difere do Presidente que pode nomeá-lo, ou das pessoas que podem elegê-
lo”.

“Eu acredito em uma América que oficialmente não é Católica, Protestante nem
Judia; onde nenhum funcionário público solicita ou aceita instruções sobre políticas
públicas do Papa, do Conselho Nacional de Igrejas ou de qualquer outra fonte
eclesiástica; onde nenhum corpo religioso procura impor sua vontade direta ou
indiretamente sobre a população em geral ou os atos públicos de seus funcionários,
e onde a liberdade religiosa é tão indivisível que um ato contra uma igreja é
tratado como um ato contra todos”.

A morte de Kennedy foi um evento traumático para o povo dos Estados Unidos. O
otimismo que Kennedy havia semeado (por meio do estabelecimento de organizações
como o Corpo da Paz) nos corações dos jovens foi abalado profundamente. Quer você o
amasse ou odiasse, a morte de Kennedy causou um profundo trauma na mente do povo
americano.

Proibição de Oração Escolar Patrocinada pelo Governo


Outro evento que galvanizaram Protestantes e Católicos e os levou a concluir que o
governo era hostil à religião foi à decisão da Suprema Corte de 1962 de proibir a oração
escolar patrocinada pelo governo. Em Engel vs. Vitale, uma corte fortemente libertário
civil, chefiado pelo Chefe de Justiça Earl Warren, decidiu que recitar orações não
denominacionais escritas por funcionários do governo violava a Cláusula de
Estabelecimento da Constituição.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Na época, o Conselho de Educação do “Union Free School District” No. 9 em New Hyde
Park, Nova York, exigia que os alunos recitassem uma oração não denominacional de 22
palavras todas as manhãs. Vários pais entraram com um processo, alegando que esse
requisito de oração violava a liberdade religiosa de seus filhos. A Suprema Corte dos
Estados Unidos decidiu que o ritual diário de oração violava a Cláusula de
Estabelecimento da Primeira Emenda, embora os alunos tivessem a oportunidade de não
participar. A Cláusula de Estabelecimento determina que "o Congresso não fará nenhuma
lei a respeito do estabelecimento de religião".

A Suprema Corte escreveu uma opinião incomum, que não cita nenhum caso, ou se baseia
em qualquer jurisprudência anterior, para apoiar sua decisão. Em vez disso, a Suprema
Corte confiou na história da religião e em sua relação com o governo e alertou sobre os
perigos de uma união entre a Igreja e o Estado. A Suprema Corte apoiou sua posição
usando exemplos históricos, como a notória intolerância religiosa na Inglaterra do século
17, que contribuiu para a migração europeia para a América do Norte e a fundação das
colônias Americanas. A Suprema Corte escreveu:

"É uma questão de história que essa mesma prática de estabelecer orações
compostas pelo governo para os serviços religiosos foi uma das razões que fez com
que muitos de nossos primeiros colonos deixassem a Inglaterra e buscassem
liberdade religiosa na América".

Roe V. Wade
Talvez nenhum evento isolado nos últimos quarenta anos tenha feito mais para cimentar a
relação entre Protestantes e Católicos e para mobilizá-los em uma causa comum do que a
decisão de Roe V. Wade da Suprema Corte em 1973. Esta decisão mobilizou Protestantes
e Católicos conservadores em uma tentativa implacável de derrubá-lo. A atitude de um
político em relação à Roe V. Wade, por muito tempo, tornou-se o teste decisivo da
ortodoxia política para a direita religiosa. Por anos, organizações como a Moral Majority e
a Christian Coalition distribuíram guias eleitorais em igrejas evangélicas que serviram
como um boletim sobre a visão de um político sobre o aborto, oração escolar, vouchers,
etc.

Norma McCorvey, que usou ‘Jane Roe’ como pseudônimo, abriu esta ação coletiva
perante a Suprema Corte. O réu no caso era o promotor distrital do Condado de Dallas,
Texas, Henry B. Wade. McCorvey, representando todas as mulheres grávidas, argumentou
que a lei de aborto do Texas violava os direitos de privacidade das mulheres grávidas. O
caso foi ouvido na Suprema Corte em Washington, DC Usando a Nona Emenda (que
garante o direito à privacidade) como base para sua decisão, sete dos nove juízes votaram
em derrubar a lei de aborto do Texas (Chefe de Justiça Warren Burger, Harry Blackmun,
William J. Brennan, William O. Douglas, Thurgood Marshall, Lewis Powell e Potter
Stewart). Os dois juízes que discordaram foram William Rehnquist e Byron White. Os
argumentos dos advogados do queixoso foram baseados na ideia da Nona Emenda de que

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
o aborto é uma decisão pessoal e que o direito de uma pessoa à privacidade é infringido
quando o aborto é proibido. Os advogados de defesa, por outro lado, argumentaram que
os nascituros têm certos direitos legais que devem ser protegidos pelo Estado.

O que tornou a decisão particularmente espinhosa foi o fato de que a lei de aborto do
Texas visava apenas àqueles que realizaram o aborto e não aqueles que o procuravam.
Assim, o promotor público assistente John Tolle argumentou que McCorvey não tinha
legitimidade para processar porque a lei não se aplicava a ela, uma vez que ela estava
procurando um aborto e não o realizava.

Tolle também solicitou uma entrevista pessoal com a chamada 'Jane Roe', mas em uma
declaração anônima apresentada por seus advogados ela recusou porque a notoriedade
do caso pode prejudicar sua capacidade de garantir um emprego no futuro e também
porque seu direito à privacidade pode ser severamente infringido.

Em 22 de janeiro de 1973, o Supremo Tribunal Federal proferiu sua decisão. Lendo de sua
opinião majoritária, o juiz Harry Blackmun revisou a história da legislação sobre o aborto
nos Estados Unidos, escrevendo:

"As leis restritivas ao aborto criminal em vigor na maioria dos estados hoje... Não
são antigas ou mesmo de origem comum".

Em vez disso, disse Blackmun, parecia que os legisladores haviam elaborado essas leis para
proteger as mulheres de um procedimento que era, no século 19, um risco para sua
saúde. Esse objetivo não era mais válido, disse Blackmun, uma vez que o aborto agora era
tão ou mais seguro do que o parto para as mulheres.

Blackmun então se voltou para uma discussão sobre o "direito à privacidade pessoal",
antes de chegar ao ponto central de sua decisão:

“O direito à privacidade, seja ele fundado no conceito de liberdade pessoal da


Décima Quarta Emenda e restrições à ação do Estado... ou... na reserva de direitos
do povo da Nona Emenda é ampla o suficiente para abranger a decisão da mulher
de interromper a gravidez”.

Discutindo a alegação do Texas de que tinha o direito de infringir os direitos de Roe de


"proteger a vida pré-natal", Blackmun examinou a Constituição dos EUA para ver se os
fundadores pretendiam incluir a vida pré-natal quando usaram a palavra "pessoa" no
documento. Ele concluiu que em nenhum lugar do documento havia encontrado
"qualquer possível aplicação pré-natal". Ele declarou: "A palavra 'pessoa', conforme usada
na Décima Quarta Emenda, não inclui o nascituro".

Erosão dos Valores Morais na Sociedade


A década de 1960 foi um período de transição moral para os Estados Unidos. Os Beatles,
Elvis Presley e Woodstock glorificaram o uso de drogas e incentivaram o sexo fora do

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 139 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
casamento e a rebelião contra todas as autoridades. A Guerra do Vietnã galvanizou a
juventude contra o ‘establishment político’ e o slogan ‘faça amor, não faça guerra’ tornou-
se o toque de clarim dos hippies. Não pode haver dúvida de que a década de 1960 foi um
divisor de águas. Trouxe à existência toda uma geração de jovens que desafiavam
abertamente a autoridade de pais, professores, pregadores, a Bíblia e instituições
políticas. A moralidade nos Estados Unidos decaiu rapidamente. A reação da comunidade
religiosa era de se esperar e, ao longo do tempo, Protestantes e Católicos deram as mãos
para ‘moralizar’ a sociedade.

Percebeu-se que a deterioração moral da sociedade exigia unidade de ação. Para usar a
expressão de Chuck Colson, ‘não podemos nos dar ao luxo de ficar divididos quando os
bárbaros escalam as paredes’. Havia uma percepção, e é real, que a esquerda política e os
humanistas seculares eram hostis à religião e preferiam que a religião deixasse de existir!
A crescente turbulência econômica, agitação social, guerra, tráfico de drogas, desrespeito
à autoridade, erosão dos valores familiares, terrorismo e desastres naturais criam uma
angústia que exige ação unida para restaurar a sanidade da sociedade.

Portanto, nas últimas décadas, houve uma crescente intimidade entre as igrejas
Protestantes conservadoras na América e o papado Católico Romano. A cooperação
entusiástica em questões sociais como aborto, casamento gay, oração escolar, vouchers
de escolha de escola, exibições religiosas em propriedade pública e ativismo judicial
deram a eles uma agenda comum. A cooperação na eleição de candidatos conservadores
deu-lhes uma causa comum.

Ativismo Político devido à Desintegração da Moralidade


O jornalista Cal Thomas escreveu uma vez:

“Se não formos constrangidos de dentro pelo poder de Deus, devemos ser
constrangidos de fora pelo poder do Estado agindo como agente de Deus”.
(Harper’s Magazine, março de 1995, p. 30).

Ralph Reed, o primeiro presidente da Coalizão Cristã, foi convidado a falar na Campanha
Católica pela América e explicou a agenda sócio-política unificada de Protestantes e
Católicos conservadores:

“O voto católico é a chave para o futuro e acredito que se eles puderem se unir, se
os Católicos puderem se unir aos Cristãos Evangélicos, os Protestantes que
compartilham suas opiniões sobre a santidade da vida humana inocente e a
necessidade de liberdade religiosa, e da escolha da escola, e valores de bom senso,
eu acredito que se Católicos e Evangélicos podem unir-se, não há pessoa que
concorra a um cargo em qualquer cidade ou estado na América que não possa ser
eleita e não há nenhum projeto de lei que não possa ser aprovado em qualquer
casa do Congresso ou qualquer câmara legislativa estadual em qualquer lugar da
América. É a força emergente no eleitorado hoje. O Papa usa o termo hierarquia de

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
doutrina. O Pai Robertson disse: Obviamente, alguns ensinamentos são mais
importantes do que outros e deve haver um acordo sobre esses pontos essenciais,
deixando uma latitude considerável em outros pontos que são menos essenciais
para a fé”.

O autor e teólogo Tim LaHaye fez da reforma legislativa uma pré-condição necessária para
o renascimento:

“Embora seja verdade que Deus já deu à América três reavivamentos nacionais no
passado, precisamos desesperadamente de outro hoje. Pessoalmente, não tenho
certeza se podemos ter um sem uma reforma legislativa”. (GOLDSTEIN, Clifford,
“The Saving of America”, p. 47).

É claro que esta pergunta necessita ser feita: É o reavivamento causado pela operação
interior do Espírito Santo ou é realizado pela reforma legislativa?

Richard Hogue, em seu livro, Saints and Dirty Politics, relacionou o envolvimento Cristão
na política com o retorno da nação ao Senhor:

“... se nosso país sobreviver - e eu percebo que é um grande SE - será porque há um


despertar nas vidas de Cristãos comprometidos em toda a nossa nação que
finalmente começam a perceber que não é apenas sua oportunidade, mas também
sua responsabilidade absoluta estar intrincadamente envolvidos no processo
político de nosso país e usar esse envolvimento para voltar esta nação mais uma
vez ao Senhor”. (Citado em Clifford Goldstein, “The Saving of America”, p. 53).

E Ralph Reed, que foi o primeiro presidente da Coalizão Cristã de Pat Robertson, juntou-
se ao coro de vozes que clamavam aos Cristãos para retomar o país por meio de
envolvimento político:

“O que os Cristãos precisam fazer é retomar este país, um distrito por vez, um
bairro por vez, um estado por vez. Eu honestamente acredito que em minha vida
veremos um país mais uma vez governado por Cristãos”. (GOLDSTEIN, Clifford, Day
of the Dragon, p. 72).

O ala da direita radical Randall Terry fez um discurso em Willoughby Hills, Ohio, em julho
de 1993, onde desafiou os cristãos:

“Nosso objetivo deve ser simples: Devemos ter uma nação Cristã construída sobre
a lei de Deus, sobre os Dez Mandamentos. Sem desculpas”. (Discurso de Randall
Terry em Willoughby Hills, Ohio em julho de 1993).

Pat Robertson, falando na reunião final da Segunda Conferência Anual do Caminho para
a Vitória da Coalizão Cristã em 12 de setembro de 1992:

“Dois mil e trezentos anos atrás, o mundo estava em uma crise semelhante à de
hoje, e um homem chamado Hamã ergueu uma forca para matar o homem de

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 141 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Deus, Mordecai. Vemos a mesma coisa hoje e quem sabe se você veio ao reino para
um tempo como este... Os inimigos da liberdade religiosa ergueram uma forca
para nós, mas serão enforcados em sua própria forca”.

“Deus me disse, em dezembro de 1991, que Ele iria abençoar a Coalizão Cristã além
de nossas expectativas. Antes do ano 2000, a Coalizão Cristã será a organização
mais poderosa dos Estados Unidos. Teremos mais de 1,7 milhão de ativistas
Cristãos em todos os condados e recintos eleitorais na América. Pessoas estarão
ligando de Washington D. C. para nos perguntar qual é a posição da Coalizão Cristã
para que saibamos como votar...”.

“Os relatos sobre o fim da Direita Cristã foram muito exagerados. Estamos vivos,
crescendo e mais bem organizados do que nunca. Mesmo que George Bush não
seja reeleito este ano, estaremos de volta em 1993 e, em 1994, estaremos de volta
em 1995 e em 1996 e 1997 e 1998 e 1999. Estaremos de volta até nós vencermos
tudo”.

“Os recentes grandes desastres naturais, o terremoto de São Francisco, o furacão


Andrew, o furacão Iniki são evidências de que Deus está descontente com a
maldade de nossa nação, e nós podemos esperar que esses desastres aumentem
até que devolvamos nossa nação a Deus”.

Muitos anos antes, Pat Robertson já havia expressado os objetivos da direita cristã:

“... temos, juntamente com os Protestantes e os Católicos, votos suficientes para


governar o país e quando as pessoas disserem: ‘Já tivemos o suficiente’, vamos
assumir o controle”. (Conservative Digest, agosto de 1979).

Robert Grant, presidente da Christian Voice, que era um ramo da Moral Majority
estabelecido por Jerry Falwell disse uma vez:

“Se os cristãos se unirem, podemos fazer qualquer coisa. Podemos aprovar


qualquer lei ou emenda e é exatamente isso que pretendemos fazer”. (Citado em
Liberty Magazine, maio / junho de 1980, p. 4).

Em uma entrevista para a televisão, Grant declarou:

"Nós podemos fazer qualquer coisa. Podemos alterar a Constituição. Podemos


eleger um presidente. Podemos mudar ou fazer qualquer lei na terra. E cabe a nós
fazer isso. Se temos que viver sob a lei, também nós deveriamos viver sob a lei
moral e divina”. (Programa 20/20 na semana da Convenção Nacional Democrata
em 1980).

O que muitos líderes religiosos conservadores desejam hoje é exatamente o que os líderes
religiosos desejavam durante o período Colonial. Eles acreditam que o sistema político
unido aos líderes religiosos pode preservar a fibra moral da nação. Mas a história prova
que o oposto é verdadeiro. Ellen White alertou:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“O regulamento adotado pelos primeiros colonos, permitindo apenas a membros
da igreja votar ou ocupar cargos no governo civil, teve os mais perniciosos
resultados. Esta medida fora aceita como meio para preservar a pureza do Estado,
mas resultou na corrupção da igreja. Estipulando-se o professar religião, como
condição para o sufrágio e para o exercício de cargos públicos, muitos,
influenciados apenas por motivos de conveniência mundana, uniram-se à igreja
sem mudança de coração. Assim as igrejas vieram a compor-se, em considerável
proporção, de pessoas não convertidas; e mesmo no ministério havia os que não
somente mantinham erros de doutrinas, mas que eram ignorantes acerca do poder
renovador do Espírito Santo. Assim novamente se demonstraram os maus
resultados, tantas vezes testemunhados na história da igreja, desde os dias de
Constantino até ao presente, de procurar edificar a igreja com o auxílio do Estado,
apelando para o poder temporal em apoio do evangelho dAquele que declarou:
'Meu reino não é deste mundo'. (João 18:36). A união da Igreja com o Estado, não
importa quão fraca possa ser, conquanto pareça levar o mundo mais perto da
igreja, não leva, em realidade, senão a igreja mais perto do mundo”. (WHITE, Ellen
G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O mais sagrado direito do homem, p. 259).

O filósofo humanista Friedrich Nietzsche expressou-se assim:

“Cuidado ao lutar contra o dragão para não se tornar um dragão”.

Ao querer lutar contra o dragão da ala esquerda, ou humanismo secular, a direita Cristã
falará como o dragão que deseja vencer. Atualmente, parece que as questões morais
estão em segundo plano, mas quando as coisas ficarem realmente ruins, Católicos e
Protestantes irão unir forças para trazer a América "de volta para Deus".

Juiz Roy Moore


O juiz Roy Moore foi um juiz estadual que fez campanha no ano 2000 para se tornar o
Presidente da Suprema Corte do Alabama. Ele fez campanha como o ‘Juiz dos Dez
Mandamentos’ e prometeu que, se eleito, exibiria os Dez Mandamentos no edifício do
tribunal estadual. Com o apoio da direita religiosa, ele venceu de forma esmagadora.

O Alabama é conhecido por ser um bastão da direita religiosa, uma fortaleza do chamado
cinturão da Bíblia. Os Protestantes do cinturão da Bíblia tradicionalmente ensinam que os
Dez Mandamentos foram pregados na cruz e que não estamos sob a lei, mas sob a graça.
Eles têm sido fortes oponentes dos Adventistas do Sétimo Dia, que procuram defender a
perpetuidade da lei moral de Deus. E por isso é bastante intrigante que eles gostariam de
postar os Dez Mandamentos nos tribunais da América quando eles acreditam que a lei foi
pregada na cruz! No entanto, a direita religiosa lutou com unhas e dentes em apoio ao
monumento aos Dez Mandamentos do juiz Moore.

Na verdade, o monumento pesava impressionantes 5.300 libras. Ele foi infiltrado no


prédio do estado após o expediente de 31 de julho de 2001, sem informar a nenhum dos

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 143 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
outros juízes no tribunal. Vários defensores da direita religiosa financiaram a construção
do monumento.

Os Americanos Unidos pela Separação da Igreja e do Estado processaram imediatamente


o juiz Moore, junto com a American Civil Liberties Union [União de Liberdade Civil
Americana] e o Southern Poverty Legal Center. No julgamento que se seguiu, o juiz Moore
teve que testemunhar perante o juiz da Corte Distrital dos Estados Unidos, Myron
Thompson. Durante o julgamento, Moore corajosamente declarou que o budismo não é
uma religião protegida pela Primeira Emenda. Em sua opinião legal, o juiz Thompson
apontou que a posição do juiz Moore quase equivalia ao estabelecimento de uma
teocracia. O juiz Thompson declarou:

“Seu propósito fundamental, senão único, ao exibir o monumento não era secular;
e o principal efeito do monumento promove a religião”.

Não surpreendentemente, uma boa parte das despesas legais do juiz Moore foi levantada
por D. James Kennedy, que antes de sua morte era um ferrenho oponente da separação
entre igreja e estado e, como ele mesmo admite, gostaria que os Estados Unidos
retornassem ao estilo teocrático de governo que existia na Genebra de Calvino ou na
América Colonial. Alguém é lembrado de que Miguel Servet foi queimado na fogueira por
heresia sob o sistema de Calvino.

Na conclusão do julgamento, o juiz Moore teve 30 dias para remover o monumento ou


enfrentaria a ameaça de remoção do cargo. O juiz Moore se recusou a ceder e foi
afastado do cargo. Em um artigo bastante longo, a CNN relatou:

“Em 13 de novembro de 2003, a Corte do Judiciário do Alabama, por unanimidade,


removeu Moore de seu posto de Chefe de Justiça”.

O júri de ética judicial do Alabama removeu o Presidente do tribunal Roy Moore do cargo
na quinta-feira por desafiar a ordem de um juiz federal de remover um monumento dos
Dez Mandamentos do prédio da Suprema Corte estadual.

O Tribunal Judicial de nove membros emitiu sua decisão unânime após um julgamento de
um dia na quarta-feira.

O júri que inclui juízes, advogados e não advogados poderia ter repreendido Moore,
continuado sua suspensão ou inocentado.

O júri de ética disse que Moore se colocou acima da lei ‘voluntária e publicamente’
desprezando a ordem de remover o monumento de 2,6 toneladas da rotunda do prédio
judicial do estado em Agosto.

O juiz distrital dos EUA, Myron Thompson, decidiu que a escultura em granito era um
endosso inconstitucional da religião. Moore se recusou a obedecer à ordem, mas foi
rejeitado por seus oito colegas na Suprema Corte estadual. Em 03 de novembro, a
Suprema Corte dos EUA recusou-se a ouvir o apelo de Moore da decisão de Thompson.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Moore ‘não mostrou sinais de arrependimento por suas ações’, concluiu a Suprema Corte
Judiciário.

Os críticos de Moore disseram que ainda não estavam satisfeitos.

Richard Cohen, advogado do Southern Poverty Law Center - um dos grupos que processou
Moore pelo monumento - disse que a organização tentaria a cassação de Moore.

Após a decisão, Moore disse que não ficou surpreso com a decisão e que estava sendo
destituído do cargo por ‘reconhecer a Deus’.

Moore leu comentários do procurador-geral do Alabama, Bill Pryor, em 1997, que


defendeu sua exibição dos Dez Mandamentos em seu tribunal quando era juiz do tribunal
estadual. Pryor entrou com as acusações de ética depois que Moore se recusou a remover
o monumento. Disse Moore:

“Deus escolheu este tempo e este lugar para que possamos salvar nosso país e
salvar nossos tribunais para nossos filhos”.

O presidente Bush indicou Pryor para um assento no 11º Corte de Apelações do Circuito
dos EUA. Os democratas do Senado estão tentando bloquear a indicação por obstrução.

Pryor, um republicano, disse acreditar que a exibição dos Dez Mandamentos era
constitucional, mas disse que as ordens da Suprema Corte federal na quinta-feira devem
ser obedecidas. Disse Pryor:

“No final do dia, quando os tribunais resolvem essas controvérsias, respeitamos sua
decisão. Isso não significa que sempre concordamos com a decisão deles”.

Na quarta-feira, os promotores mostraram os documentos do juri de ética e fitas de vídeo


que eles disseram provarem que Moore desafiou uma ordem judicial legal, violando seu
juramento. Eles encerraram o caso após 25 minutos.

O presidente da Coalizão Cristã do Alabama, John Giles, disse acreditar que haveria uma
reação contra a decisão no Alabama.

"Temo que a ordem do juiz que impõe um limite de 30 dias para a remoção do
monumento levará a uma revolta de cidadãos que protestam pela remoção desse
monumento".

Por causa dessa decisão, Protestantes e Católicos conservadores acusaram o governo de


ser hostil à religião em geral e aos Dez Mandamentos em particular. Isso alimentou o fogo
de evangélicos que acusaram o Judiciário Federal de ser ativista e humanista secular.

Thomas Jefferson uma vez alertou que as ameaças à liberdade vêm, não quando o
governo age contra seus constituintes, mas quando ‘um governo é um mero instrumento
do maior número de constituintes’.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 145 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Vouchers, Opções de Caridade e Exibições Religiosas.
Nos últimos anos, o fracasso do sistema de educação pública levou ambos Protestantes e
Católicos a fazer lobby juntos por vouchers escola que permitirão aos pais mandarem seus
filhos para escolas sectárias à custa do governo. É claro que a Igreja Católica Romana se
beneficia mais com esse arranjo, porque tem o maior sistema escolar paroquial do país.

Protestantes e Católicos também fizeram grandes avanços para conseguir que o governo
apoiasse suas organizações de caridade. George W. Bush assinou uma ordem executiva
autorizando o governo federal a doar dinheiro para instituições de caridade privadas e
sectárias. Não é este o caso de César render a Deus o que é de César? Sentiríamos nos
confortáveis se o governo pedisse às igrejas que pagassem uma parte de seus dízimos
como impostos a fim de reduzir o déficit orçamentário federal? Não seria isso render a
César o que é de Deus?

Outra área de debate que uniu ambos Protestantes e Católicos em um campo comum é a
questão das exibições religiosas em propriedades do governo. Por exemplo, quando os
magistrados do governo se recusam a colocar presépios em propriedade pública, a direita
Cristã clama, alegando que isso é discriminatório contra o Cristianismo.

O Debate do Matrimônio
A questão do matrimônio também ajudou a fundir o relacionamento entre Protestantes e
Católicos. O papado, e com razão, tem sido um defensor ferrenho do matrimônio
convencional como a união entre um homem e uma mulher. Protestantes conservadores
concordam. A Declaração de Manhattan, que foi assinada por Protestantes e Católicos
conservadores, pressiona os líderes políticos dos Estados Unidos a defender a santidade
do matrimônio heterossexual. A legalização do casamento gay pelos tribunais, cortes e
legislaturas em vários estados e em nível federal levou os conservadores Cristãos a sentir
que o governo se tornou moralmente frouxo.

Ironicamente, a esquerda política nos Estados Unidos é a favor do casamento gay, que é
claramente contraditório com a instituição do matrimônio que foi estabelecida por Deus
na Criação. Por outro lado, Católicos e Protestantes conservadores são a favor da
santidade do domingo, que é claramente contraditória com a história da criação, onde
Deus santificou o Sábado do sétimo dia. Portanto, tanto a esquerda quanto a direita estão
tentando mudar as instituições de criação. É hipocrisia grosseira defender a santidade do
matrimônio com base na criação e não sustentar a santidade igual do sábado que foi
criado ao mesmo tempo e no mesmo lugar!

Ecumenismo Teológico
A palavra ‘ecumenismo’ significa ‘habitar na mesma casa’. Depois do Vaticano II,
estudiosos Protestantes e Católicos Romanos começaram a se reunir regularmente para
discutir questões teológicas. Nesses contatos, amizades foram formadas e um consenso

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
foi buscado sobre os ‘princípios básicos’ da fé cristã. Três documentos assinados por
proeminentes líderes Protestantes e Católicos nos últimos anos ilustram como os dois
lados têm se aproximado cada vez mais. O primeiro foi Evangélicos e Católicos Juntos, o
segundo foi a Declaração Conjunta sobre Justiça pela Fé e o terceiro foi a Declaração de
Manhattan.

Evangélicos e Católicos Juntos


O documento contendo vinte e cinco páginas (“Evangélicos e Católicos Juntos: A Missão
Cristã no Terceiro Milênio”) foi assinado em 29 de março de 1994 por 39 dos evangélicos
e Católicos mais influentes dos Estados Unidos na época, incluindo Richard Neehaus (um
clérigo proeminente que se converteu da Igreja Luterana à Católica), Charles Colson (de
Watergate e fama de ministérios de prisão), Pat Robertson (fundador da Christian
Broadcasting Network - CBN), o falecido John Cardinal O'Connor (que era responsável
pela arquidiocese de New York), bem como outros bispos, arcebispos e estudiosos
influentes. O documento desencorajou ambos Protestantes e Católicos de fazer
proselitismo de membros de outras igrejas e encorajou ambos Protestantes e Católicos a
trabalharem juntos na evangelização do mundo.

Pat Robertson explicou o motivo pelo qual assinou o documento:

“A crise moral que a sociedade enfrenta hoje e o óbvio colapso social exige uma
cooperação mais estreita entre as pessoas de fé. Chegou a hora em que devemos
deixar de lado os pontos menores de diferenças doutrinárias e nos concentrar no
Senhor Jesus Cristo... Estou dando meu apoio porque acredito que é fundamental
que trabalhemos para unir o corpo de Cristo”. (Christian American, maio / junho de
1994).

USA Today, 30 de março de 1994, tinha o seguinte a dizer sobre Evangélicos e Católicos
Juntos:

“Os líderes em uma declaração [Evangélicos e Católicos Juntos] estão exortando os


52 milhões de Católicos e treze milhões de evangélicos da nação a não mais se
manterem à distância e pararem de fazer proselitismo agressivo dos rebanhos uns
dos outros, em suma, a transformar suas espadas teológicas em um
reconhecimento de uma fé comum”.

Um dos signatários deste documento foi Keith Fournier, que escreveu um livro intitulado
House United [Casa Unida]. Este livro tem implicações ecumênicas incríveis. Observe seu
comentário na página 336:

“Católicos, Protestantes e Ortodoxos podem unir-se, devem unir-se e estão


unindo-se. A parede de separação está rachando, partes da parede estão
começando a cair. Os Cristãos estão acordando e começando a se ver como uma
família”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 147 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Kenneth Kantzer, em um artigo na revista Christianity Today, “Church on the Move”, 07
de novembro de 1986, p. 16 comentou:

“Finalmente, nós [Católicos e Evangélicos] podemos trabalhar juntos nas questões


políticas e sociais em que estamos em forte acordo. Nosso esforço unido nessas
áreas fará muito para influenciar o mundo para o bem... Apesar das diferenças
básicas, podemos usar nosso sistema de valores Judaico-Cristão comum para forjar
uma liderança moral que fará avançar a causa da justiça e da paz por meio de uma
sociedade estável em nossa nação e em todo o mundo”.

Declaração Conjunta sobre Justiça pela Fé


Em 31 de outubro de 1999, após 33 anos de deliberação e negociação (que começou logo
após o Vaticano II), os líderes Católicos Romanos e Luteranos (que representavam 61,5
milhões de Luteranos em todo o mundo) assinaram a Declaração Conjunta sobre Justiça
pela Fé, na qual concluíram que o rompimento de Martinho Lutero com Roma foi na
verdade devido a um mal-entendido e foi uma batalha por semântica (definição de
palavras). A ironia de toda a questão é que o documento foi assinado exatamente 482
anos depois de Martinho Lutero pregar suas 95 teses na porta da catedral em Wittenberg.

A Declaração de Manhattan
Mais recentemente, milhares de líderes religiosos, Protestantes e Católicos Romanos,
assinaram a Declaração de Manhattan. Escrevi extensivamente sobre a importância deste
documento em um Boletim Informativo da Secrets Unsealed, uma parte da qual citarei
aqui:

“Talvez alguns de vocês tenham ouvido falar da Declaração de Manhattan. Este


documento foi redigido em 20 de outubro de 2009 e lançado em 20 de novembro
por alguns líderes religiosos Católicos Romanos, Protestantes, Evangélicos e
Ortodoxos muito influentes nos Estados Unidos e no mundo. Entre aqueles que
assinaram a Declaração estão bispos e arcebispos, presidentes de universidade,
presidentes de seminário teológico, professores de seminário, chanceleres, líderes
de várias organizações de vida familiar, pastores seniores de influentes mega e
giga igrejas, advogados e autores cristãos de renome mundial, editoras e emissoras
religiosas”.

“Até à data, existem mais de meio milhão de signatários de todas as raças


religiosas - Católica Romana, Episcopal, Anglicana, Ortodoxa, Metodista, Metodista
Unida, Baptista, Presbiteriana, Reformada, Exército de Salvação, Cristã, Episcopal
Reformada, Igreja de Deus em Cristo, Congregacional, Pentecostal, Igreja de Cristo,
Evangélica Livre, Assembleia de Deus, Igreja dos Irmãos, Luterana - um grupo
verdadeiramente ecumênico! Na verdade, os redatores da Declaração declararam
explicitamente: ‘agimos juntos’ e ‘nos unimos nesta hora’ para ‘reafirmar verdades
fundamentais’”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Em outro lugar, a Declaração declara:

“Somos cristãos que nos unimos através de linhas históricas de diferenças eclesiais
para afirmar nosso direito - e, mais importante, para abraçar nossa obrigação - de
falar e agir em defesa dessas verdades”.

A meu ver, esse espírito ecumênico é um dos aspectos mais problemáticos da Declaração
de Manhattan.

Ut Unum Sint
A estes três documentos devem ser adicionados à encíclica de João Paulo II, Ut Unum Sint
('para que todos sejam um'), onde Ele prevê o dia em que Protestantes e Católicos
poderão se reunir sob o mesmo teto para celebrar a Eucaristia ou a Missa. Esta é uma
chamada significativa porque, de acordo com a teologia Católica Romana, apenas um
sacerdote devidamente ordenado por sucessão apostólica tem o poder de
transubstanciar o pão e o vinho no corpo e sangue de Jesus. Isso deve significar que se e
quando tal missa ecumênica for celebrada, um padre Católico Romano deve oficiar,
porque somente ele pode transubstanciar o pão e o vinho.

Juntos em pontos comuns


É um fato inegável que os teólogos Católicos Romanos e Protestantes têm se aproximado
cada vez mais do que consideram ser o "mínimo" da fé Cristã.

Chuck Colson, na introdução ao livro do Católico Romano Keith Fournier, ‘Evangelical


Catholics’ (observe que Fournier afirma ser Evangélico e Católico), faz várias declarações
notáveis:

“É chegada a hora de todos nós, que somos cristãos, nos reunirmos,


independentemente das diferenças de nossas confissões e tradições, e fazermos
uma causa comum para levar os valores cristãos à nossa sociedade. Quando os
bárbaros escalam as muralhas, não há tempo para brigas mesquinhas no
acampamento”. (p. 1).

“Mas, no fundo, aqueles que são chamados por Deus, sejam Católicos ou
Protestantes, fazem parte do mesmo Corpo. O que eles compartilham é uma
crença no básico: o nascimento virginal, a divindade de Cristo, Sua ressurreição
corporal, Seu retorno iminente e a autoridade de Sua Palavra infalível. Eles também
compartilham a mesma missão: apresentar Cristo como Salvador e Senhor a um
mundo necessitado”. (p. vi).

“Oro para que este livro [de Fournier] seja lido por Católicos e Protestantes, que
seja uma ponte entre muitas das divisões históricas na igreja que enfraqueceram
nossa posição na cultura de hoje”. (p. vi).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 149 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ralph Reed, que foi o primeiro presidente da Coalizão Cristã de Pat Robertson e agora faz
lobby por causas Cristãs no Congresso, disse o seguinte em um discurso que fez à
Campanha Católica pela América:

“A verdade é que você e eu estamos nos unindo... Estamos nos unindo porque,
quaisquer que sejam as diferenças teológicas, há muito mais coisas que nos unem
e nos juntam do que nos divide e separa... A boa notícia é que o abismo está sendo
transposto e essas paredes estão desmoronando... A verdade, meus amigos, é
esta. O Catolicismo nunca foi não é hoje e nunca será uma ameaça à democracia
americana. Foi e continua sendo o fio mais colorido e vibrante que atravessa a
tapeçaria da democracia americana”.

Ficamos boquiabertos quando ouvimos Reed afirmar imprudentemente e sem vergonha:

“Diz Reed: O cardeal Gibbons disse o seguinte: Nenhuma constituição está mais
em harmonia com os princípios católicos do que a constituição Americana e,
nenhuma religião está mais de acordo com essa constituição do que a religião
Católica”.

Aqui, Ralph Reed está obviamente sofrendo de amnésia histórica e Gibbons está
sabidamente prevaricando.

Reed continuou seu discurso:

“Quero que saibam que, como evangélicos, estamos ombro a ombro com vocês
para garantir que nunca mais o preconceito seja dirigido contra os Católicos e sua
religião para tentar silenciá-los e expulsá-los da praça pública”.

“Acho que você sabe que lançamos recentemente uma divisão da Coalizão Cristã
chamada Aliança Católica, que se destina a formalizar e continuar a construir
pontes em nossa parceria com os Católicos Romanos. A Aliança Católica, como a
Campanha Católica, será um movimento leigo”.

Ellen White alertou que os conservadores Cristãos fariam exatamente o que Reed sugeriu:

“Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de


doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus
decretos e lhes apóie as instituições, a América do Norte Protestante terá então
formado uma imagem da hierarquia Romana, e a aplicação de penas civis aos
dissidentes será o resultado inevitável”. (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito,
Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 388).

Ralph Reed conforme relatado no The Amarillo Sunday News Globe, 10 de dezembro de
1995, referiu-se às divisões como um "luxo" com o qual os cristãos não podem mais viver:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Não podemos mais ficar divididos. É um luxo que já não é nosso. A esquerda quer
que você e eu sejamos divididos. Nada os assusta mais do que os cristãos
quebrando as barreiras da denominação”.

Ele afirmou ainda:

“Obviamente, alguns ensinamentos são mais importantes do que outros, e deve


haver um acordo sobre esses pontos essenciais, enquanto se deixa uma latitude
considerável em outros pontos que são menos essenciais para a fé.” (Ralph Reed,
Our Sunday Visitor, 14 de janeiro de 1996).

Gary North, um dos líderes da direita religiosa afirmou uma vez:

“Devemos usar a doutrina da liberdade religiosa para obter independência para as


escolas Cristãs até formarmos uma geração de pessoas que saibam que não existe
neutralidade religiosa... Então, eles se ocuparão em construir uma ordem social,
política e religiosa baseada na Bíblia que finalmente negue a liberdade religiosa
dos inimigos de Deus”. (Gary North citado em The Religious Right: The Assault on
Tolerance and Pluralism in America, pp. 5, 6).

A previsão de Ellen White, em 1888, parecia totalmente absurda, mas agora é bastante
crível:

“Quando a terra que o Senhor proveu como asilo para Seu povo, a fim de que
possam adorá-Lo segundo os ditames de sua própria consciência; a terra sobre a
qual, por muitos anos, tem sido estendido o escudo da Onipotência; a terra que
Deus favoreceu, tornando-a depositária da religião pura de Cristo—quando essa
terra, por meio de seus legisladores, renunciar aos princípios do Protestantismo e
der apoio à apostasia papal, falsificando a lei de Deus—então é que será revelada a
obra final do homem do pecado. Os Protestantes lançarão toda a sua influência e
poder ao lado do papado; por um ato nacional impondo o falso sábado, eles darão
vida e vigor à corrompida fé de Roma, avivando sua tirania e opressão da
consciência. Então será o tempo para Deus atuar poderosamente em favor da
vindicação de Sua verdade.” (WHITE, Ellen G. (1976). Meditações Matinais –
Maranata – O Senhor Vem (1977), Capítulo: A lei de Deus invalidade na América do
Norte – 20 de Junho, p. 364).

W. A. Criswell, que por muitos anos foi o pastor sênior da Primeira Igreja Batista em
Dallas, uma das maiores igrejas Batistas nos Estados Unidos, disse isto sobre a união
ecumênica de ambos Protestantes e Católicos:

“Não conheço ninguém mais dedicado às grandes doutrinas fundamentais do


Cristianismo do que os Católicos.” (W. A. Criswell, ex-presidente da Convenção
Batista do Sul. Citado em, Dave Hunt, A Woman Rides the Beast, p. 388).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
E o que Billy Graham (que por mais de sete décadas foi o pastor mais admirado nos
Estados Unidos e reitor de todos os evangelistas Protestantes) tem a dizer sobre o
catolicismo romano?

“Descobri que minhas crenças são essencialmente as mesmas dos Católicos


Romanos ortodoxos.” (Billy Graham, citado em Dave Hunt, A Woman Rides the
Beast, p. 388).

Em 1981, Billy Graham saudou o papa como "o maior líder moral do mundo e o maior
evangelista do mundo". (Citado em Michael de Semlyen, All Roads Lead to Rome? p. 170).

O periódico “US News and World Report” citou Billy Graham dizendo:

“Viajar pelo mundo e conhecer o clero de todas as denominações ajudou a moldar-


me em um ser ecumênico. Estamos separados por teologia e, em alguns casos, por
cultura e raça, mas tudo isso não significa mais nada para mim”. (US News and
World Report, 19 de dezembro de 1988).

No programa “Good Morning America”, Billy Graham declarou em 12 de agosto de 1993:

“Eu admiro o Papa. Abordamos as mesmas questões morais”.

Quando o Papa visitou Salt Lake City, Larry King entrevistou Billy Graham em 21 de
janeiro de 1998 em seu programa ‘Larry King Live’. Observe como o diálogo se desenrolou:

King: “Sente-se você confortável em Salt Lake City? Sente-se você confortável com o
Vaticano”?

Graham: “Oh, estou muito confortável com o Vaticano. Eu estive várias vezes com o Papa
e, de fato, no dia em que ele foi empossado, feito Papa, eu estava pregando em sua
catedral em Cracóvia. Eu era seu convidado”.

King: “Estava você pregando na igreja dele no dia em que ele foi feito Papa”?

Graham: “Sim, está correto, na Cracóvia”. (Graham riu-se).

King: “Você deve ter ficado chocado”.

Graham: “Claro que estava. Houve gritaria nas ruas, você sabe, no dia seguinte: Papa
polonês, Papa polonês”.

King: “Você gosta deste Papa”?

Graham: “Gosto muito dele. Ele é muito conservador... Ele e eu concordamos em quase
tudo”.

Na introdução ao livro de Keith Fournier, “Evangelical Catholics”, Charles Colson de


Watergate famoso e que lidera o Ministério da Prisão Internacional declarou:

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“É chegada a hora de todos nós, que somos cristãos, nos reunirmos,
independentemente das diferenças de nossas confissões e tradições, e fazermos
uma causa comum para levar os valores cristãos à nossa sociedade. Quando os
bárbaros escalam as muralhas, não há tempo para brigas mesquinhas no
acampamento”.

Na reunião ecumênica realizada na Igreja de São José em Manhattan, Nova York, na


sexta-feira, 18 de abril de 2008, podemos ver um exemplo dessa crescente intimidade
entre os Protestantes e o Papado. Nada menos que 250 líderes das grandes
denominações Protestantes e outras organizações cristãs nos Estados Unidos
participaram, incluindo Metodistas Unidos, Luteranos Evangélicos, Sínodo da Igreja
Luterana de Missouri, Associação Nacional de Evangélicos, Presbiterianos, Igreja
Reformada, Convenção Batista Nacional, vários Grupos Pentecostais, Gregos Ortodoxos,
Armênios e Episcopais. Até os mórmons foram representados! Quinze desses líderes
foram escolhidos para apertar pessoalmente a mão do Papa.

Bento XVI ficou na frente da igreja em sua túnica papal branca e batina enquanto cada
um desses quinze representantes se aproximava para apertar cordialmente sua mão;
alguns deles inclinando a cabeça para ele e todos eles proferindo palavras amáveis. Isso,
apesar do fato de que Bento XVI disse explicitamente que as igrejas Protestantes não são
verdadeiras igrejas Cristãs. Por assim dizer, Martinho Lutero deve ter rolado em seu
túmulo com tal traição à Reforma Protestante que custou tanto suor, sangue e lágrimas!

Tony Palmer e o Papa


Provavelmente, a maioria já ouviu falar de Tony Palmer. Quem era ele e o que o motivou?
Ele era um clérigo Anglicano da Tradição Celta que pertencia a uma igreja que está
seriamente fragmentada com ramificações por toda parte. Por isso, ele ansiava por uma
unidade dos Cristãos movidos por uma experiência subjetiva comum.

Em fevereiro de 2014, Palmer foi convidado a discursar em uma convenção de líderes


carismáticos organizada pelo mega pastor Pentecostal Kenneth Copland. Palmer afirmou
que Deus o trouxe à convenção de líderes de Kenneth Copland (em 25 de fevereiro de
2014) 'no espírito de Elias para trazer os corações dos filhos aos pais e os pais aos filhos'-
isto é, para unir todos os Cristãos.

Palmer lamentou que, após a Reforma de Martinho Lutero, o Protestantismo dividiu-se


em 33.000 denominações e seitas. Isso o levou a anunciar que ‘a diversidade é divina’ e a
divisão é ‘diabólica’. Ele então afirmou que Deus deu aos carismáticos a glória para que
eles sejam um. Minimizando a importância da doutrina, ele afirmou:

“É a glória que nos une não a doutrina. É a glória. Se você aceitar que a glória de
Deus está vivendo em mim e a presença de Deus está em você, isso é tudo de que
precisamos, porque Deus vai resolver todas as nossas doutrinas mais tarde lá em

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cima... A unidade Cristã é a base de nossa credibilidade porque Jesus disse que até
que sejamos um, o mundo não acreditará”.

Em 1999, os Luteranos e os Católicos assinaram uma declaração conjunta sobre a


justificação pela fé, na qual ambos afirmavam estar na mesma página sobre a doutrina da
justificação pela fé. Cinco anos depois, os Metodistas também assinaram a declaração.
Isso levou Palmer a afirmar com segurança que o protesto de Lutero acabou. Em suas
próprias palavras:

“Irmãos e irmãs, o protesto de Lutero acabou. É seu”?

Depois de lamentar que, até o momento, nenhuma igreja evangélica assinou o acordo,
Palmer disse:

“... isso deve ser corrigido... O protesto já terminou há 15 anos. Se não há mais
nenhum protesto, como pode haver uma igreja Protestante? Talvez agora sejamos
todos Católicos de novo”.

Palmer tinha uma amizade próxima com o Papa Francisco I e antes da convenção ele
visitou o Papa no Vaticano e gravou uma mensagem de vídeo em seu telefone celular
para entregar às centenas de líderes reunidos na convenção. O Papa implorou
apaixonadamente pela unidade visível de todos os Cristãos. O Papa disse:

“Estou desejando que esta separação chegue ao fim e nos dê a comunhão. Anseio
por esse abraço”.

No final de sua mensagem, o Papa fez um apelo às centenas de líderes carismáticos:

“Por favor, orem por mim, preciso de suas orações. E vou orar por vocês, mas
preciso de suas orações. E vamos orar ao Senhor para que Ele nos una a todos.
Vamos, somos irmãos. Vamos dar um abraço espiritual um no outro e deixar Deus
completar o trabalho que Ele começou. E isso é um milagre; o milagre da unidade
começou. Eu peço que vocês me abençoem; Eu os abençoo. De irmão em irmão eu
te abraço”.

Depois que o Papa entregou sua mensagem, os delegados levantaram-se, aplaudiram,


regozijaram e levantaram as mãos enquanto Kenneth Copland subia ao palco repetindo a
palavra: “Glória, glória, glória”!

Quando ele subiu ao palco, Copland afirmou: “Não sabemos como rezar por ele [o Papa]
como deveríamos”, então ele proferiu uma oração em línguas.

Depois de sua oração, Copland convidou Palmer a subir ao palco com seu telefone celular
e Copland gravou uma mensagem para Palmer levar de volta ao Papa:

“Esses líderes representam literalmente dezenas de milhares que o amam, que


acreditam que Deus está com você e, em resposta ao seu pedido, acabamos de

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
orar por você e com você, e o fizemos no espírito. Nós te abençoamos; nós
recebemos sua bênção. É muito, muito importante para nós. E nós te abençoamos
com todo nosso coração, nós te abençoamos com todas nossas almas, nós te
abençoamos com todas as nossas forças, e te agradecemos senhor, nós
agradecemos a Deus por você, e assim, todos nós declaramos juntos: ‘Seja
abençoado’”.

James Robison
Após a convenção de Copland, vários líderes Protestantes influentes foram convidados
pelo Papa para visitar o Vaticano. Um desses líderes foi James Robison. Ao encontrar o
Papa, Robison o olhou nos olhos e disse:

“Papa Francisco, deixe-me apenas dizer-lhe que vejo Jesus em você; e em Cristo
somos irmãos, somos família. Obrigado por falar a linguagem do amor para que
todos possam conhecê-lo e amá-lo e amar uns aos outros”.

E então Robison deu ao Papa o primeiro “toca aqui” na história papal!

Em 05 de maio de 2014 Tony Palmer foi convidado para o programa ‘Life Today’ de James
Robison e declarou:

“Diversidade é divina; é a divisão que é diabólica... A teologia de Jesus é que se


Deus está em você e você está em Deus e Deus está em mim e eu estou em Deus,
somos um em Deus... Nosso pecado é que não tornamos nossa unidade visível
porque permitimos que nossa diversidade nos divida e se elevarmos algo para nos
dividir, estamos elevando-o acima da cruz. Portanto, seja uma doutrina, um dogma
ou uma expressão, se você usar isso para dividir nossa unidade, você elevou essa
doutrina ou o que quer que seja acima da cruz. Agora, não estamos dizendo 'ponha
a doutrina de lado, certamente não’! O Papa Francisco reconhece apenas duas
doutrinas fundamentais - amor a Deus e amor ao próximo, fim da doutrina”!

Joel Osteen
O pastor da mega igreja Joel Osteen também foi convidado do Papa no Vaticano. Após sua
visita, Osteen exclamou: “Eu me senti muito honrado e muito humilde”. (estação de
televisão Click 2 Houston). Ele afirmou ainda:

“Foi incrível. E até mesmo voltar para aquela parte do Vaticano - há tanta história lá, o
lugar por onde eles nos levaram. Você sente aquele profundo respeito e reverência por
Deus”.

O líder de Lakewood também se encontrou com outros funcionários do Vaticano durante


sua visita, incluindo o Cardeal Pietro Parolli, Secretário de Estado do Vaticano, e jantou
com um funcionário não especificado.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 155 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Osteen assistiu à missa na Praça de São Pedro na quarta-feira antes da reunião no meio
de uma multidão de 100.000 pessoas. Osteen relembrou:

“’Depois, [o Papa] passou uma hora e meia atravessando a multidão com o celular
do Papa, cumprimentando as pessoas’, lembrou Osteen ao Houston Chronicle. Foi
muito emocionante vê-lo cuidar das pessoas... Eu amo o fato de que ele tornou a
Igreja mais inclusiva... Não estou tentando torná-lo menor, mas tentando torná-lo
maior - para acomodar todos. Então, isso ressoa em mim”.

Rick Warren
Rick Warren, autor dos best-sellers de sucesso, The Purpose Driven Church e The Purpose
Driven Life e que foi descrito como o sucessor de Billy Graham como o evangélico mais
influente do mundo, também fez várias viagens ao Vaticano. Recentemente, Warren fez
algumas declarações incríveis sobre o Papa Francisco I, referindo-se a ele como o "santo
padre" e chamando-o de "nosso Papa". Ele afirmou em novembro de 2014 que Católicos e
Protestantes ‘têm muito mais em comum do que aquilo que nos divide’. Ele prosseguiu
dizendo:

“Eles [Católicos e Protestantes] diriam: ‘Acreditamos na Trindade; acreditamos na Bíblia;


acreditamos na ressurreição; acreditamos na salvação por meio de Jesus Cristo. Esses são
os grandes problemas”.

Warren então advertiu os Protestantes:

“Às vezes, os protestantes pensam que os Católicos adoram Maria como se ela
fosse outro deus, mas isso não é exatamente a doutrina Católica. As pessoas
dizem: ‘O que são os santos? Por que você está orando aos santos? E quando você
entende o que eles querem dizer com o que estão dizendo, há muito mais pontos
em comum [que temos com os Católicos Romanos]... Ainda há diferenças reais -
sem dúvida, mas o mais importante é que, se você ama Jesus, estamos no mesmo
time... Quando se trata da família, somos colaboradores no campo para a proteção
da santidade da vida, a santificação do sexo e a santidade do casamento. Portanto,
há uma grande semelhança e não há divisão em nenhum desses três”.

Ulf Eckman
Título do artigo online na Christianity Today (postado em 10 de março de 2014): “Mega-
pastor pentecostal da Suécia se converte ao catolicismo”

O subtítulo dizia:

“Ele atordoa sua mega-igreja Palavra de Vida no sermão de domingo: Ele está
cruzando o Tibete”.

Quem é Ulf Eckman? Ele fundou a mega-igreja de 3.300 membros em uma das maiores
cidades da Suécia. Ele dirigia a maior escola bíblica da Escandinávia. Educou mais de 9.500

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
alunos no período de sua existência. No domingo, 09 de março, ele anunciou à sua
atordoada congregação que estava deixando sua congregação para se juntar à Igreja
Católica Romana.

Que razão ele deu?

“Eu percebi que o movimento que eu, nos últimos 30 anos, representei, apesar de
alguns sucessos e muitas coisas boas que ocorreram em vários campos
missionários, ainda é parte da fragmentação Protestante da Cristandade”.

Ele declarou que agora dedicaria seu tempo para buscar a unidade entre os movimentos e
denominações Cristãos.

Ele afirmou que, à medida que se familiarizou com os Católicos Romanos, ficou cada vez
mais perto deles. Por uma década, uma transformação estava ocorrendo. Em suas
próprias palavras:

“Isso realmente desafiou nossos preconceitos Protestantes e percebemos que, em


muitos casos, não tínhamos qualquer base para nossas críticas a eles.
Precisávamos conhecer melhor a fé Católica. Isso nos levou a perceber que foi
realmente Jesus Cristo quem nos levou a nos unir à Igreja Católica”.

Ele também disse:

“Vimos um grande amor por Jesus e uma teologia sólida fundada na Bíblia e no
dogma clássico [em outras palavras - tradição]. Experimentamos a riqueza da vida
sacramental. Vimos à lógica de ter uma estrutura sólida para o sacerdócio que
mantém a fé da igreja e a transmite de uma geração à outra. Encontramos uma
força e uma consistência ética e moral que ousam enfrentar a opinião geral [os
fatores sociais], e uma gentileza para com os pobres e fracos. E, por último, mas
não menos importante, nós entramos em contato com representantes de milhões
de Católicos carismáticos e vimos sua fé viva”.

Dave Hunt é um dos poucos evangélicos que previu os perigos do caso de amor entre
Protestantes e Católicos Romanos:

“Isso indica que não apenas o Catolicismo Romano e a Ortodoxia Oriental estarão
unidos, mas que os Protestantes se unirão a eles, junto com todas as religiões do
mundo, incluindo até mesmo os Muçulmanos, para formar uma nova religião
mundial”. (HUNT, David. A Woman Rides the Beast, p. 39).

Ellen White soou um alarme semelhante ao de Dave Hunt:

“Os protestantes têm-se intrometido com o papado, patrocinando-o; têm usado


de transigência e feito concessões que os próprios romanistas se surpreendem de
ver e não compreendem. Os homens cerram os olhos ao verdadeiro caráter do
romanismo, e aos perigos que se devem recear com a sua supremacia. O povo

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 157 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
necessita ser despertado a fim de resistir aos avanços deste perigosíssimo inimigo
da liberdade civil e religiosa”. (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo:
Ameaça à consciência, p. 493).

Ellen White sobre União em Pontos Comuns de Doutrinas

“Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de


doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus
decretos e lhes apóie as instituições, a América do Norte protestante terá então
formado uma imagem da hierarquia Romana, e a aplicação de penas civis [o
estado usando a espada] aos dissidentes será o resultado inevitável”. (WHITE,
Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 388).

“A vasta diversidade de crenças nas igrejas protestantes é, por muitos,


considerada como prova decisiva de que jamais se poderá fazer esforço algum para
se conseguir uma uniformidade obrigatória. Há anos, porém, que nas igrejas
protestantes se vem manifestando poderoso e crescente sentimento em favor de
uma união baseada em pontos comuns de doutrinas. Para conseguir tal união,
deve-se necessariamente evitar toda discussão de assuntos em que não estejam
todos de acordo, independentemente de sua importância do ponto de vista
bíblico”. (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável lei de
Deus, p. 387).

“As igrejas protestantes estão em grandes trevas, pois do contrário discerniriam os


sinais dos tempos. São de grande alcance os planos e modos de operar da Igreja de
Roma. Emprega todo expediente para estender a influência e aumentar o poderio,
preparando-se para um conflito feroz e decidido a fim de readquirir o domínio do
mundo, restabelecer a perseguição e desfazer tudo que o Protestantismo fez.”
(WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p.
493).

“Enquanto se aplicam à realização de seu propósito, Roma está visando a


restabelecer o seu poder, para recuperar a supremacia perdida. Estabeleça-se nos
Estados Unidos o princípio de que a igreja possa empregar ou dirigir o poder do
Estado; de que as observâncias religiosas possam ser impostas pelas leis seculares;
em suma, que a autoridade da igreja e do Estado deve dominar a consciência, e
Roma terá assegurado o triunfo nesse país”. (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande
Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 506).

“O povo dos Estados Unidos tem sido um povo privilegiado; mas quando eles
restringirem a liberdade religiosa, abandonarem o protestantismo e derem apoio
ao papado, encher-se-á a medida de sua culpa, e será registrado nos livros do Céu:
'apostasia nacional'. O resultado dessa apostasia será a ruína nacional”. (WHITE,

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ellen G. (1976). Meditações Matinais – Maranata, O Senhor Vem (1977), Capítulo:
O resultado da apostasia – 27 de Julho, p. 439).

Ataque no Muro
Como vimos, os Pais Fundadores construíram um muro alto de separação entre a igreja e
o estado. Para que o Papado ganhe a ascendência novamente, essa parede deve cair. O
muro foi construído em 1787 quando a Constituição foi ratificada e em 1791 quando as
primeiras Dez Emendas à Constituição foram aprovadas. Como já estudamos
anteriormente, os dois chifres como de um cordeiro estão enraizados na Primeira
Emenda:

“O Congresso não fará nenhuma lei que respeite o estabelecimento de uma religião
ou proíba o seu livre exercício”.

Enquanto o governo dos Estados Unidos mantiver a Primeira Emenda, o papado não
poderá ascender ao poder novamente. O padre jesuíta, Malachi Martin, afirmou isso
quando escreveu que "duzentos anos de inatividade foram impostos ao papado pelos
principais poderes seculares do mundo". (MARTIN, Malachi. As Chaves deste Sangue, pág.
22).

Ainda assim, Ellen White deixou claro que a restrição do poder secular será removida:

“Removam-se as restrições ora impostas pelos governos seculares [a Primeira Emenda


impede o governo de legislar em questões religiosas], reintegre-se Roma ao poderio
anterior, e de pronto ressurgirá a tirania e perseguição”. (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 491-492).

Como vimos anteriormente, nove anos após a adoção da Primeira Emenda, Thomas
Jefferson escreveu uma carta para a Associação Batista de Danbury em 1802, onde
explicou seu entendimento das duas primeiras cláusulas da Primeira Emenda usando a
metáfora do muro que ele provavelmente tinha emprestado de Roger Williams:

“Acreditar com vocês [os batistas de Danbury] que a religião é uma questão que
cabe exclusivamente ao homem e seu Deus, que ele não deve contas a ninguém por
sua fé ou adoração, que os poderes legítimos do governo alcançam apenas ações,
e não opiniões, Eu contemplo com reverência soberana aquele ato de todo o povo
americano que declarou que sua legislatura ‘não deveria fazer nenhuma lei a
respeito do estabelecimento da religião, ou proibindo o seu livre exercício’,
construindo assim um muro de separação entre a Igreja e o Estado”.

No entanto, os líderes religiosos de direita hoje desejam derrubar o muro de separação


entre a Igreja e o Estado. Eles acham que têm uma compreensão melhor da Primeira
Emenda do que Thomas Jefferson e James Madison.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 159 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Keith Fournier, que era presidente do American Center for Law and Justice, o braço
jurídico da organização de Pat Robertson disse uma vez:

“Ainda assim, existe um muro que foi erigido por engano em nosso amado país.
Seu impacto sobre a liberdade religiosa talvez tenha tido um efeito ainda mais
devastador [do que o Muro de Berlim], é o chamado muro de separação entre
Igreja e Estado”.

Pat Robertson, o próprio, escreveu:

“Eles [liberais e humanistas seculares] nos mantiveram em submissão porque


falaram sobre a separação entre Igreja e Estado. Não existe tal coisa na
Constituição. É uma mentira da esquerda e não vamos aguentar mais”. (Liga Anti-
Difamação, The Religious Right: The Assault on Tolerance and Pluralism in America,
p. 4).

Jerry Falwell, pastor sênior de longa data da Igreja Batista Thomas Road em Lynchburg,
Virginia, declarou:

“A separação da Igreja e do Estado tem sido o grito de guerra dos libertários civis
que desejam purificar nossa gloriosa herança cristã da história de nossa nação.
Claro, o termo nunca aparece em nossa Constituição e é uma fabricação moderna
de discriminação”. (Citado em Church and State, junho de 2006, p. 14).

O falecido criador de Evangelism Explosion, D. James Kennedy, e pastor sênior da Igreja


Presbiteriana Coral Ridge, falou do muro de separação como diabólico:

“Se estivermos empenhados e envolvidos em recuperar a nação para os valores


Cristãos... não há dúvida de que podemos testemunhar o desmantelamento não
apenas do muro de Berlim, mas do ainda mais diabólico ‘muro de separação’ que
levou à secularização, imoralidade e corrupção em nosso país”. (Citado em "Eles
disseram isso! Líderes religiosos de direita em suas próprias palavras").

W. A. Criswell, que por anos foi o pastor sênior da Primeira Igreja Batista em Dallas e
também é o ex-presidente da Convenção Batista Nacional, uma vez afirmou com ousadia:

“Eu acredito que esta noção de separação entre igreja e estado foi fruto da
imaginação de algum infiel”. (The Saving of America p. 59).

O ex-senador do estado do Arizona, John B. Conlan, por vários anos argumentou, assim
como muitos Protestantes e Católicos que:

“A separação entre Igreja e Estado é uma questão falsa. É um slogan criado pelos
humanistas seculares que parece legal, mas na verdade é uma farsa. Não aparece
em nenhuma parte da constituição e não é um conceito em que nossos Pais
Fundadores acreditassem... ‘Separação de igreja e estado’... é simplesmente uma
linha de propaganda criada por humanistas modernos para intimidar os Cristãos e

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
nos fazer acreditar que somos cidadãos de segunda classe”. (The Saving of
America, p. 59).

Keith Fournier, de 10 a 12 de setembro de 1992 em Washington, D. C., na Segunda


Conferência Anual de Instruções do Caminho para a Vitória da Coalizão Cristã declarou:

“O muro de separação entre a igreja e o estado que foi erguido por humanistas
seculares e outros inimigos da liberdade religiosa têm que cair. Esse muro é uma
ameaça à sociedade mais do que o Muro de Berlim jamais foi. Aqueles que se
opõem aos nossos pontos de vista são os novos fascistas”.

David S. Nelson, que era o diretor da Coalizão Cristã de Pat Robertson no Colorado,
declarou:

“A separação entre igreja e estado (1) não é um ensino dos pais fundadores; (2)
não um ensino histórico; (3) não é um ensino de direito (exceto nos últimos anos);
(4) não é um ensino bíblico. Em resumo, não deve haver absolutamente nenhuma
‘separação entre igreja e estado na América”. (Folheto sem data em 1992).

Reinterpretando a Intenção da Primeira Emenda


A agenda de 1994 do Partido Republicano no Congresso foi expressa no livro Contrato
com a Família Americana, pp. 4-5:

“Os pais fundadores pretendiam que a cláusula de estabelecimento garantisse que


as instituições políticas da América nunca seriam usadas para beneficiar uma
religião à custa de outra”.

“Eles [europeus] acreditavam que o sistema europeu de 'religiões de estado'


oficialmente sancionadas não beneficiava nem o estado nem a religião envolvida.
Na verdade, foi desses sistemas que os Peregrinos e Puritanos fugiram. Isso é o que
se entende corretamente pela frase, 'separação de igreja e estado'”.

O Contrato com a Família Americana, p. 1, refere-se a isso quando declarou:

“Temos testemunhado a constante erosão dos direitos consagrados pelos


religiosos americanos. Chegou a hora de emendar a Constituição para restaurar a
liberdade de expressão para o povo de fé da América”.

Tim LaHaye é citado na revista “Time” de 02 de setembro de 1985 dizendo que 25% dos
empregos federais deveriam ir para conservadores Cristãos. Ele também disse:

“Nenhum humanista está qualificado para ocupar qualquer cargo


governamental”.

Isso vai contra a décima quarta emenda da Constituição, onde nos é dito claramente que
não pode haver teste religioso para ocupar qualquer cargo de confiança nos Estados
Unidos.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 161 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Observe o que Ralph Reed diz em seu livro, Politically Incorrect [“Politicamente
Incorreto”], p. 16:

“O futuro da política americana reside na força crescente dos Evangélicos e de seus


aliados Católicos Romanos. Se esses dois constituintes centrais - Evangélicos
compreendendo o voto decisivo no sul, Católicos dominando no norte - puderem
cooperar em questões e apoiar candidatos com ideias semelhantes, eles podem
determinar o resultado de quase todas as eleições no país. O nativismo
desagradável e a desconfiança sombria sobre o papado e a influência estrangeira
foram arrastados para o monte de cinzas da história. A eleição de John F. Kennedy
em 1960 enterrou o bicho-papão católico para sempre. Não mais sobrecarregados
com o passado, Católicos Romanos, Evangélicos, Ortodoxos Gregos e muitos
conservadores religiosos das principais denominações estão forjando uma nova
aliança que promete estar entre as mais poderosas e importantes da era política
moderna”.

A Composição da Suprema Corte


William Rehnquist, o falecido Chefe de Justiça da Suprema Corte dos Estados Unidos disse
uma vez (1985):

“O muro de separação entre a Igreja e o Estado é uma metáfora baseada na má


história; uma metáfora que se revelou inútil como guia para julgar; deveria ser
franca e explicitamente abandonada”. (DREISBACH, Daniel L. (2002), Thomas
Jefferson and the wall of separation between church and state, p. 103).

Atualmente, seis dos nove juízes da Suprema Corte, incluindo o Chefe de Justiça, são
Católicos Romanos. Isso não é um bom presságio para a liberdade religiosa nos Estados
Unidos.

Imigração da América Latina


Como se sabe, a imigração da América Latina, tanto legal como ilegal, explodiu nas últimas
décadas. Estima-se que cerca de 13 milhões de imigrantes ilegais vivem atualmente nos
Estados Unidos, a maioria vinda da fronteira sul para os Estados Unidos.
Independentemente do que se pensa sobre a questão da imigração, esse fluxo de pessoas
deu à Igreja Adventista do Sétimo Dia grandes oportunidades para evangelismo. Muitos
latino-americanos, nos Estados Unidos, disseram-me que provavelmente nunca teriam
conhecido nossa mensagem se não tivessem vindo para os Estados Unidos.

Mas a imigração latino-americana para os Estados Unidos também apresenta graves


perigos. A maioria dos imigrantes são Católicos Romanos que trazem consigo uma filosofia
política e religiosa Católica Romana. Ou seja, eles não estão familiarizados com a visão
dos fundadores dos Estados Unidos. Eles vêm de países onde o Catolicismo Romano está
ligado ao Estado e recebe favores especiais dele. A separação entre igreja e estado é um

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
conceito estranho para eles. No futuro, quando o Catolicismo implantar seus princípios no
sistema político dos Estados Unidos, esses imigrantes, como bons Católicos Romanos,
provavelmente apoiarão a legislação religiosa por parte do governo.

Mudança na Compreensão Profética


Por cerca de trezentos anos depois que Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta da
catedral, os protestantes unanimemente identificaram o papado como o anticristo predito
da profecia bíblica. Como resultado, país após país na Europa retirou seu apoio do papado.
O papado sabia que não seria suficiente para neutralizar a mensagem (elaborada no
Concílio de Trento, 1545-1563) do Protestantismo, então empreendeu a tarefa de mudar
seu método de interpretação das profecias.

No início do século 19, houve uma mudança no entendimento profético protestante (para
ler a história completa, leia meu livro “Futurism’s Incredible Journey”). Os Protestantes
abandonaram o historicismo como método governante para o estudo da profecia bíblica e
abraçaram o preterismo e o futurismo diretamente do seio da contra-reforma jesuíta
católica romana:

• Preterismo (Luis de Alcazar: Catolicismo Romano e principais igrejas protestantes).


• Futurismo: (Francisco Ribera: Protestantismo Conservador como os Pentecostais,
Batistas e Evangélicos).

Futurismo e Preterismo escondem a identidade da primeira besta, da segunda besta, a


imagem da besta e a marca da besta. Se você errar em identificar a besta, todo o resto
estará errado.

Enquanto todos estão olhando para Israel, Turquia e o Estado Islâmico no leste para o
cumprimento da profecia, no oeste estão cumprindo-se com o papado e os Estados
Unidos e ninguém pode ver porque eles estão olhando no lugar errado. Este é o
verdadeiro motivo da turbulência no Oriente Médio!

A Ascensão do Movimento Carismático e Neo-Misticismo: Estilos de


Adoração baseados na experiência subjetiva ao invés da Palavra de Deus.
A revista “Time” de 21 de março de 2005 publicou um artigo interessante intitulado:

“Ave Maria: os católicos a reverenciam há muito tempo, mas os protestantes


estão encontrando seus próprios motivos para celebrar a mãe de Jesus”.

No artigo, o escritor afirma que os Protestantes estão olhando novamente para Maria
através do prisma dos olhos Católicos Romanos.

As idéias e práticas dos místicos Católicos Romanos estão agora sendo incorporadas aos
hábitos de oração e à vida devocional de muitas igrejas Protestantes e são ensinadas
regularmente em seminários teológicos. Esses métodos incluem práticas que foram

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 163 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
estabelecidas pelo místico da Idade Média, São Francisco de Assis (de onde o Papa
Francisco I recebeu seu nome) e pelo fundador da Ordem dos Jesuítas, Santo Inácio de
Loyola. Essas práticas são referidas por nomes diferentes, incluindo "Oração
Contemplativa" e "Formação Espiritual". O resultado final desse tipo de vida devocional é
deixar de lado a doutrina. ‘Afinal’, é dito, ‘por que devemos lutar por doutrinas
intelectuais áridas, secas, quando o Espírito está dando a todos nós a mesma experiência’?

E, infelizmente, Satanás não apenas invadiu o mundo Protestante, mas também a Igreja
Remanescente. Como é bem conhecido, um tipo refinado de Espiritualismo está tentando
penetrar na Igreja Adventista do Sétimo Dia na forma de Formação Espiritual e Oração
Contemplativa. Todos devem estar cientes, por exemplo, do “ONE PROJECT” que muitos
de nossos capelães de campus estão tentando implementar em nossos campi
universitários. Sua intenção expressa é mudar não apenas a face, mas também o próprio
coração da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Sugere-se a leitura de sete livros sobre o
assunto:

• Stephen P. Bohr: Worship at Satan’s Throne;


• Dave Fiedler: Tremble;
• Rick Howard: Meet It;
• Thomas Mostert: Hidden Heresy;
• Howard Peth: The Dangers of Contemplative Prayer;
• Rick Howard: The Omega Rebellion;
• Carsten Johnsen: The Mystic Omega of End Time Crisis.

O Prestígio de João Paulo II


João Paulo II deu grande visibilidade e simpatia à Igreja Católica Romana. Apesar dos
escândalos de abuso sexual, Suas viagens aos quatro cantos da terra aumentaram a
estima da Igreja Católica Romana aos olhos do mundo. João Paulo foi considerado um
modelo porque assumiu uma forte postura moral em questões como o direito à vida, o
casamento tradicional e contra o materialismo desenfreado. Ele era o favorito entre os
jovens e ajudou a baixar a cortina de ferro.

A alta estima que o mundo tinha por ele pode ser vista tanto em sua morte quanto em sua
vida. No funeral de João Paulo II estiveram 80 chefes de estado, representantes políticos
de mais de 200 países e representantes de todas as principais religiões do mundo,
incluindo Muçulmanos, Judeus, Hindus e Budistas. Três presidentes dos Estados Unidos
compareceram (Bill Clinton, George Herbert Walker Bush [pai] e George W. Bush [filho];
bem como Condoleezza Rice e a Sra. Bush). Diz-se que Jimmy Carter queria comparecer,
mas foi desprezado.

Uma das impressionantes fotos gravadas no “Hall of Memory” era a de três presidentes
juntos com Laura Bush e Condoleezza Rice, ajoelhados diante do cadáver do Papa. Mais de
05 milhões de pessoas de todo o mundo foram a Roma para prestar seus respeitos à
memória do Papa e cerca de 300.000 reuniram-se na Praça de São Pedro para o funeral.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Alguns ficaram na fila por 24 horas apenas para ver seu corpo. Durante duas semanas,
praticamente a única notícia na televisão foi sobre a vida e a morte do Papa. A pompa e as
cerimônias que acompanharam os serviços foram simplesmente espetaculares e
inspiradoras.

A Mídia Católica Romana


A mídia televisiva nos Estados Unidos é quase totalmente controlada pelos Católicos
Romanos. A maioria dos apresentadores de talk shows, âncoras e especialistas em
notícias são Católicos Romanos.

Ênfase Renovada no Domingo


João Paulo II escreveu uma Carta Pastoral intitulada Dies Domini (o Dia do Senhor), onde
procurou encorajar os líderes de sua igreja a colocar uma ênfase renovada na importância
do Domingo como o 'Sábado Cristão'. Nela ele sublinha que o materialismo e o
consumismo excluíram Deus e as pessoas precisam de um dia comum de adoração para a
vida familiar e descanso pessoal.

Notavelmente, os Protestantes sentem-se muito confortáveis com grande parte dessa


carta pastoral porque acreditam que o Domingo é o dia correto de adoração.
Tradicionalmente, a Igreja Católica Romana argumenta que a mudança do sábado para o
domingo foi devido à tradição sem qualquer fundamento nas Escrituras. Mas João Paulo II
em Dies Domini usa os mesmos argumentos distorcidos das Escrituras que os Protestantes
têm usado desde tempos imemoriais. Tenho certeza de que ele fez isso para agradar aos
Protestantes que não aceitam a autoridade da Tradição como base para a observância do
Domingo.

Também é bem conhecido que a Igreja Católica Romana pressiona fortemente para que
uma lei dominical seja aplicada em toda a União Europeia. Centenas de organizações,
incluindo igrejas Protestantes e sindicatos trabalhistas, pressionaram o Parlamento
Europeu por uma lei dominical da União Europeia para o bem comum da família e da
harmonia social. Recomenda-se que os alunos leiam meu artigo: “Reflections on the
Pope’s Agenda” (Reflexões sobre a Agenda do Papa) neste programa para obter mais
informações sobre como o Papa Francisco I utilizou a pobreza, a imigração, a família e as
mudanças climáticas para destacar a importância do domingo.

Visão da Profecia: A Espada será Restaurada


O Dr. Ralph Reed, que foi presidente da Coalizão Cristã em seu apogeu, declarou:

“A verdade meus amigos é esta. O Catolicismo nunca foi, não é hoje, e nunca será
uma ameaça à democracia americana. Foi e continua sendo o fio mais colorido e
vibrante que atravessa a tapeçaria da democracia americana”. (Citado em G.
Edward Reid, Sunday’s Coming, p. 72).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 165 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ao contrário, Ellen White advertiu:

“Quando as igrejas protestantes se unirem com o poder secular para amparar uma
religião falsa, à qual se opuseram os seus antepassados, sofrendo com isso a mais
terrível perseguição, então o dia de repouso papal será tornado obrigatório pela
autoridade combinada da Igreja e do Estado. Haverá uma apostasia nacional que
só terminará em ruína nacional.” (WHITE, Ellen G. (2007). Evangelismo, Capítulo:
Pregar as verdades características, p. 188).

“Os protestantes lançarão toda a sua influência e poder ao lado do papado; por
um ato nacional impondo o falso sábado, eles darão vida e vigor à corrompida fé
de Roma, avivando [Apocalipse 13:3] sua tirania e opressão da consciência.”
(WHITE, Ellen G. (1976). Meditações Matinais – Maranata, O Senhor Vem (1977),
Capítulo: A lei de Deus invalidada na América do Norte - 20 de Junho, p. 364).

“Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de


doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus
decretos e lhes apóie as instituições, a América do Norte protestante terá então
formado uma imagem da hierarquia romana, e a aplicação de penas civis aos
dissidentes será o resultado inevitável.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito,
Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 388).

“O romanismo é hoje olhado pelos protestantes com muito maior favor do que
anos atrás. Nos países em que o catolicismo não está na ascendência, e os
romanistas adotam uma política conciliatória a fim de consegui-la, há crescente
indiferença com relação às doutrinas que separam as igrejas reformadas da
hierarquia papal; ganha terreno a opinião de que, em última análise, não diferimos
tão grandemente em pontos vitais como se supunha, e de que pequenas
concessões de nossa parte nos levarão a um melhor entendimento com Roma.”
(WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p.
491).

“Os protestantes têm-se intrometido com o papado, patrocinando-o; têm usado de


transigência e feito concessões que os próprios romanistas se surpreendem de ver
e não compreendem. Os homens cerram os olhos ao verdadeiro caráter do
romanismo, e aos perigos que se devem recear com a sua supremacia. O povo
necessita ser despertado a fim de resistir aos avanços deste perigosíssimo inimigo
da liberdade civil e religiosa.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo:
Ameaça à consciência, p. 493).

Ellen White explicou o segredo do poder e da prosperidade dos EUA:

“Entre os exilados Cristãos que primeiro fugiram para a América do Norte e


buscaram asilo contra a opressão real e a intolerância dos sacerdotes, muitos havia
que se decidiram a estabelecer um governo sobre o amplo fundamento da

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
liberdade civil e religiosa. Suas idéias tiveram guarida na Declaração da
Independência, que estabeleceu a grande verdade de que 'todos os homens são
criados iguais', e dotados de inalienável direito à 'vida, liberdade, e procura de
felicidade'. E a Constituição garante ao povo o direito de governar-se a si próprio,
estipulando que os representantes eleitos pelo voto do povo façam e administrem
as leis. Foi também concedida liberdade de fé religiosa, sendo permitido a todo
homem adorar a Deus segundo os ditames de sua consciência. Republicanismo e
protestantismo tornaram-se os princípios fundamentais da nação. Estes princípios
são o segredo de seu poder e prosperidade.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande
Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 384-385).

Ecumenismo Político
Em 1867, os Estados Unidos romperam relações com o Vaticano e proibiram quaisquer
relações diplomáticas futuras com ele. Mas uma sutil mudança de ânimo por parte do
governo dos Estados Unidos foi observada quando, em 1951, o presidente Harry Truman
sugeriu que seria uma boa ideia formalizar relações diplomáticas com o Vaticano. Truman
não estava preparado para o alvoroço e a reação do povo Americano, que ainda estava
muito ciente do antagonismo entre os princípios do protestantismo e do romanismo.

Quando Truman nomeou o general Mark W. Clark para ser nosso embaixador no
Vaticano, a oposição pública foi tão forte que o general Clark retirou seu nome e a
indicação foi morta antes de ser confirmada no Senado. Em 1970, o presidente Richard
Nixon pediu a Henry Cabot Lodge que fizesse visitas periódicas ao Vaticano com o
objetivo de trocar opiniões sobre projetos internacionais e humanitários, mas ele o fez
sem status diplomático.

Mas, em 22 de setembro de 1983, a proibição das relações diplomáticas chegou ao fim


quando Ronald Reagan (com apenas um gemido de um povo americano inclusivo e
pluralista) nomeou William A Wilson como o primeiro embaixador dos Estados Unidos,
não para o Estado da Cidade do Vaticano, mas para a Santa Sé. O anúncio foi feito em 10
de janeiro de 1984. Em 07 de março de 1984, o Senado confirmou William A. Wilson
como o primeiro embaixador dos Estados Unidos na Santa Sé. Agora, pela primeira vez,
uma das duas superpotências mundiais contribuiu para a cura da ferida mortal. Apenas
seis anos depois, a outra superpotência (o Comunismo) desmoronaria quando, em 1989, a
União Soviética também estabeleceu relações diplomáticas plenas com a Santa Sé.

Embora a nomeação de William A. Wilson não tenha despertado o furor causado pela
nomeação do general Mark W. Clark, ainda havia muita discussão no Senado antes de sua
confirmação. A discussão girou em torno da questão de como os Estados Unidos poderiam
enviar um embaixador a uma igreja sem violar a separação constitucional entre igreja e
estado. Alguns senadores tentaram evitar esse problema insistindo que o embaixador
estava sendo enviado ao Estado do Vaticano, e não à Santa Sé. Sobre este argumento
astuto, V. Norskov Olsen comenta:

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 167 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Embora a Cidade do Vaticano esteja subordinada à Santa Sé e os embaixadores
sejam credenciados não à primeira, mas à segunda [a Santa Sé], é reconhecido que
o Papa não poderia reivindicar as prerrogativas de um governante temporal sem o
Estado da Cidade do Vaticano. Referindo-se à personalidade jurídica internacional
da Igreja Católica e do Tratado de Latrão, o Cardeal Hyginus Eugene, núncio
apostólico na Bélgica e no Conselho Econômico Europeu, escreve que este 'apenas
mais uma vez forneceu o Papa, que é o soberano espiritual da Igreja, com outro
título de soberania, o da soberania temporal, que deixaria de existir imediatamente
se o Estado do Vaticano fosse extinto'.” (OLSEN, V. Norskov (1987). Papal
Supremacy and American Democracy (Riverside, Califórnia: Loma Linda University
Press, 1987), p. 52).

O que Olsen está dizendo é simplesmente o seguinte: É impossível dizer que o embaixador
está sendo enviado ao Estado do Vaticano sem ao mesmo tempo dizer que o embaixador
está sendo enviado à Santa Sé. A razão é simples: o Estado do Vaticano dá ao Papa, como
líder religioso da Santa Sé, o direito legítimo de reivindicar o poder temporal. Você não
pode separar o poder secular do Papa de seu poder religioso mais do que você pode
separar o corpo do espírito!

Outra questão polêmica a ser resolvida era como os Estados Unidos poderiam mostrar
tratamento preferencial a uma igreja acima de todas as outras. Este problema foi
simplesmente ignorado e nunca resolvido. No entanto, apesar desses dois problemas, a
nomeação foi aprovada com poucas objeções. Os Estados Unidos prepararam o caminho
para a cura completa da ferida mortal!

A Santa Aliança
Um dos maiores perigos para a paz mundial após a Segunda Guerra Mundial foi o
crescimento global do comunismo. O espírito do comunismo, que teve suas origens na
Revolução Francesa, expandiu-se para a Rússia na Revolução Bolchevique de 1917 e
amadureceu no acordo entre Truman, Churchill e Stalin após a Segunda Guerra Mundial.
Foi ainda mais reforçado na década de 1960, quando nação após nação parecia estar
abraçando o comunismo. Para que o papado ascendesse ao poder global, o comunismo
tinha que ser superado e o foi, graças a uma aliança entre o governo dos Estados Unidos e
o Vaticano. Conforme relatado na revista “Time”:

“Em 07 de junho de 1982, Reagan e o Papa João Paulo se encontraram por


cinquenta minutos no Vaticano. Durante essa conversa, a trama foi traçada para
eliminar o comunismo. Nessa reunião, Reagan e o Papa concordaram em
empreender uma campanha clandestina para apressar a dissolução do império
comunista. Declara Richard Allen, o primeiro Conselheiro de Segurança Nacional de
Reagan: ‘Esta foi uma das grandes alianças secretas de todos os tempos’”. (Time
Magazine, 24 de fevereiro de 1992, “The Holy Alliance”, p. 28).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O fascinante livro de Carl Bernstein, “His Holiness” (Sua Santidade), documenta com luxo
de detalhes o que aconteceu nos bastidores. O poderio econômico e militar dos Estados
Unidos combinando com a inteligência local da Igreja Católica Romana derrubou a Cortina
de Ferro. Ironicamente, Reagan e o Papa ficaram foram feridos [na reputação] por serem
assassinos com apenas alguns meses de diferença, mas suas feridas foram curadas.
Ambos tinham um destino a cumprir.

Em 1990, Malachi Martin publicou o livro The Keys of this Blood [Título em Português: As
chaves deste sangue], onde afirmou que havia três sistemas competindo pelo controle
global e apenas um poderia vencer. O Catolicismo está a caminho de vencer essa
competição global.

Em 24 de maio de 2000, o congressista Chris Smith apresentou uma legislação para


conceder a medalha de ouro do Congresso ao Papa João Paulo II. Em julho, a Câmara e o
Senado aprovaram o projeto de lei e o presidente batista Bill Clinton assinou o projeto em
27 de julho.

Amnésia Histórica em Nossa Própria Igreja


Agora vou ler uma declaração e quero que você adivinhe quem a escreveu. Depois de
escrever sobre como a Igreja Católica Romana controlava as consciências da população
durante a Idade Média, o autor afirma:

"Mas esses dias acabaram. O mundo mudou. Os Estados Unidos mudaram. E até a
Igreja Católica Romana mudou, na segunda metade do nosso século, tendo se
reconciliado com o progresso, o liberalismo e a civilização moderna. Não é mais a
organização eclesiástica de anos anteriores que suprime a Bíblia, resiste à ciência,
opõe-se à liberdade, odeia os Protestantes, ignora a cultura, murmúrios latinos e
ama o obscurantismo, com a intenção de governar o mundo de Roma. O Concílio
Vaticano II transformou tudo isso”.

“Ignorar estas novas realidades e recusar-se a aceitar a Igreja Romana


contemporânea é optar por permanecer preso a uma terra de ninguém religiosa,
condenando uma Igreja que já não existe, usando velhos rótulos e propagandas
que só ofendem e alienam profundamente. Em vez disso, os Adventistas do Sétimo
Dia devem envolver-se na construção de pontes de compreensão para alcançar os
Católicos Romanos e desenvolver laços de amor para capacitá-los conosco a
chegar a uma apreciação e aplicação mais completas do evangelho de Jesus
Cristo.”

O autor foi Paul J. Landa, professor de história da La Sierra University. Essa citação foi
publicada na Adventist Today, julho / agosto de 1993. É possível que mesmo em nossa
própria igreja tenhamos feito concessões e abordagens em relação ao protestantismo
apóstata e a Roma?

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 169 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
É um fato pouco conhecido entre os membros comuns da Igreja Adventista do Sétimo Dia
que nossa igreja pertence a várias comissões do Conselho Mundial de Igrejas.

Provavelmente não sabem que o departamento de liberdade religiosa da Conferência


Geral deu uma medalha de ouro ao Papa Paulo VI, que a bandeira da Santa Sé foi exibida
no palco na Conferência Geral de St. Louis em 2005, que a Universidade Andrews
convidou dois padres católicos romanos da Universidade Notre Dame para dar palestras
sobre evangelismo em nosso Seminário Teológico, que alguns de nossos teólogos
proeminentes estiveram envolvidos no diálogo com acadêmicos católicos romanos por
vários anos, que dois ex-professores da Universidade La Sierra encorajaram os adventistas
a construir pontes de entendimento entre a Igreja Adventista do Sétimo Dia e a Igreja
Católica Romana e que muitos de nossos estudiosos estão mudando nossa visão do
número 666 para uma visão Católica Romana. Tão perturbador é o fato de que muitas
igrejas desencorajam a pregação de profecias bíblicas por medo de ofender Católicos e
Protestantes.

Unidade Global
Ellen White previu um triunvirato (governo global de três entidades) composto de
Papistas, Protestantes e mundanos, no final:

“A linha de separação entre cristãos professos e ímpios é agora dificilmente


discernida. Os membros da igreja amam o que o mundo ama, e estão prontos para
se unirem a ele; e Satanás está resolvido a uni-los em um só corpo, e assim
fortalecer sua causa arrastando-os todos para as fileiras do espiritismo. Os
romanistas, que se gloriam dos milagres como sinal certo da verdadeira igreja,
serão facilmente enganados por este poder operador de prodígios; e os
protestantes, tendo rejeitado o escudo da verdade, serão também iludidos.
Romanistas, protestantes e mundanos juntamente aceitarão a forma de piedade
destituída de sua eficácia, e verão nesta aliança um grandioso movimento para a
conversão do mundo, e o começo do milênio há tanto esperado.” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 384-385).

"E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os
que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo.
(Apocalipse 12:17). Num futuro não muito distante haveremos de ver essas
palavras cumpridas, quando as igrejas protestantes se aliarem com o mundo e o
poder papal contra os que guardam os mandamentos de Deus. O mesmo espírito
que atuou nos católicos em épocas passadas há de induzir os protestantes a
adotarem as mesmas medidas contra os que se conservam leais à lei de Deus.”
(WHITE, Ellen G. (2004). Testemunhos para a Igreja – volume #5, Capítulo: A crise
vindoura, p. 430).

Página 170 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Os Adventistas do Sétimo Dia enfatizaram corretamente a união do Papado com o
Protestantismo apóstata, mas não deram ênfase igual ao terceiro membro do triunvirato
apóstata:

“Reis, legisladores e governadores têm colocado sobre si o estigma do anticristo, e


são representados pelo dragão que sai a guerrear contra os santos — contra os
que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus. Em sua inimizade
contra o povo de Deus, também se revelam culpados da escolha de Barrabás em
vez de Cristo.” (WHITE, Ellen G. (2008). Testemunhos para Ministros e Obreiros
Evangélicos, Capítulo: A igreja de Cristo, p. 49).

Em Apocalipse 12, o dragão que tentou matar o menino era Satanás, mas Satanás
trabalhou por meio de um governante, sombra do Império Romano, para cumprir seus
propósitos. Em Apocalipse 17, mais uma vez encontramos o mesmo triunvirato - a
prostituta, as filhas e os reis com quem a prostituta fornica. Em Apocalipse 19, temos a
besta, o falso profeta e os reis da terra unidos contra Jesus. Somente em Apocalipse 20
vemos o verdadeiro governante que está por trás dos reis, e esse é Satanás.

Lições de Pilatos
Fomos advertidos de que legisladores inescrupulosos e egoístas, como Pilatos, a fim de
reter sua influência política, cederão à demanda popular por uma lei dominical nacional e
condenarão à morte os filhos fiéis de Deus.

“A corrupção política está destruindo o amor à justiça e a consideração para com a


verdade; e mesmo na livre América do Norte, governantes e legisladores, a fim de
conseguir o favor do público, cederão ao pedido popular de uma lei que imponha a
observância do domingo.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O
maior perigo para o lar, p. 517).

Como nos dias de Cristo, os líderes religiosos da época influenciaram o povo a clamar pela
crucificação de Jesus, assim será novamente:

“Planos de grande importância para o povo de Deus estão avançando de maneira


dissimulada entre os clérigos de várias denominações, e o objetivo dessa manobra
secreta é ganhar o favorecimento popular para impor a santidade do domingo. Se
o povo puder ser levado a favorecer uma lei dominical, o clero pretende exercer sua
influência unida para obter uma emenda religiosa à Constituição e obrigar a nação
a guardar o domingo.” (Review and Herald, 24 de dezembro de 1889).

Quando Pilatos se ofereceu para libertar Jesus no lugar de Barrabás, a população clamou
que Barrabás fosse libertado. E quem instigou as multidões a clamar pela libertação de
Barrabás? Observe a resposta em Marcos 15:11:

(Marcos 15:11) “Mas os principais dos sacerdotes incitaram a multidão para que
fosse solto antes Barrabás.”

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 171 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Foram os ministros daquela época que instigaram as multidões a clamar pelo sangue de
Jesus. A iniciativa partiu dos líderes religiosos, não do estado ou da população. Devemos
esperar menos no tempo do fim? Observe como o povo de Deus repetirá a história de
Jesus:

“Os que honram o sábado bíblico serão denunciados como inimigos da lei e da
ordem, como que a derribar as restrições morais da sociedade, causando anarquia
e corrupção, e atraindo os juízos de Deus sobre a Terra. Declarar-se-á que seus
conscienciosos escrúpulos são teimosia, obstinação e desdém à autoridade. Serão
acusados de deslealdade para com o governo. Ministros, que negam a obrigação
da lei divina, apresentarão do púlpito o dever de prestar obediência às
autoridades civis, como ordenadas de Deus. Nas assembléias legislativas e
tribunais de justiça, os observadores dos mandamentos serão caluniados e
condenados. Dar-se-á um falso colorido às suas palavras; a pior interpretação será
dada aos seus intuitos.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O
maior perigo para o lar, p. 517).

Lições da Igreja Primitiva


Quando a igreja primitiva perdeu o Espírito e o poder do verdadeiro evangelho, a
condição moral do império rapidamente se deteriorou. Os líderes da igreja, vendo que a
moralidade estava em um ponto tão baixo, se uniram ao estado para impor a moralidade
e o resultado foi o papado que usou a espada do poder civil para punir aqueles que
dissentiram.

A profecia de Apocalipse 13:11-18 indica que o Protestantismo nos Estados Unidos fará
uma imagem disso. O Protestantismo perdeu o Espírito e o poder do verdadeiro
evangelho; ele tem pregado por tanto tempo que não estamos sob a lei, mas sob a graça,
que as pessoas passaram a acreditar que os cristãos não são obrigados a guardar a lei. E o
resultado foi à desintegração moral da sociedade!

Falta de Força do Protestantismo


Os Protestantes dos Estados Unidos criticam que a moralidade nos Estados Unidos está
indo de mal a pior. O aborto se tornou comum, a pornografia, o divórcio e o casamento
entre homossexuais tornaram-se um fato da vida. A proliferação de drogas ilegais é
galopante. Fuzilamentos em massa parecem estar na ordem do dia. Muitos líderes
religiosos apelaram ao braço do poder civil para consertar o que eles próprios criaram.
Eles culpam o que chamam de governo humanista secular pelo declínio constante da
moralidade quando eles próprios, pela doutrina da "graça barata", em grande medida
causaram o problema.

Os Protestantes de hoje passaram a acreditar que, por terem “Em Deus nós Confiamos”
em nossa moeda, ou recitando “uma nação sob Deus” no Juramento de Fidelidade, ou
ordenando oração em escolas públicas, ou publicando os Dez Mandamentos em nossos

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
tribunais ou colocando exibições de Natal em propriedade pública, ou promulgando uma
emenda constitucional contra o casamento gay, a nação será trazida de volta para Deus.

Mas o Protestantismo se esqueceu de que sua fonte real de poder é encontrada na


pregação da Palavra de Deus não adulterada por meio do ministério do Espírito Santo. Em
vez disso, o protestantismo enfatizou um evangelho da prosperidade, um evangelho de
sinais e maravilhas, um evangelho de auto-ajuda psicológica e um evangelho de
envolvimento político. Assim, perdeu seu poder e vê o governo como a forma de resolver
o problema que eles próprios criaram.

Quando a igreja e o estado estão totalmente unidos em um matrimônio profano, e eu


acredito que isso está acontecendo diante de nossos olhos, então o único e último
tribunal de apelação para os santos será Deus.

A Perspectiva de Apocalipse 17
Apocalipse 17 apresenta um retrato vívido do tempo em que a profecia de Apocalipse
13:11-18 será cumprida. O capítulo retrata uma mulher prostituta que se assenta sobre
muitas águas, ou seja, ela governa sobre nações, multidões, línguas e pessoas (17:1 e 15).
Ela fornica com os reis da terra (17:2) e está vestida de púrpura e escarlate e adornada
com ouro, pedras preciosas e pérolas (17:4). Os reis do mundo bebem de bom grado seu
vinho fermentado de falsa doutrina (17:2). Ela tem filhas que nasceram dela em algum
momento porque ela é chamada de "mãe das prostitutas" (17:5). Junto com suas filhas ela
derramou o sangue dos santos e dos mártires de Jesus (17:6). Até mesmo os mercadores
da terra se tornam ricos pelas relações que mantêm com ela (Apocalipse 18:6-24). Assim,
a igreja, o estado, os comerciantes e o povo se unirão para perseguir aqueles que não
concordam com esta Nova Ordem Mundial.

A profecia nos diz que por um tempo os reis da terra cumprirão as ordens da mãe e de
suas filhas. Mas no momento culminante, quando o povo fiel de Deus está para serem
mortos, os reis da terra se voltarão contra ela, pois é dito que eles "odiarão a prostituta e
a deixarão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo.” (Apocalipse
17:16-17). Assim, a mesma espada que a prostituta usou para matar os santos do
Altíssimo será usada para lhe dar uma ferida mortal definitiva.

Ellen White descreve este momento culminante em que os governantes políticos e as


multidões retirarão o apoio de seus líderes religiosos:

“O povo vê que foi iludido. Um acusa ao outro de tê-lo levado à destruição; todos,
porém, se unem em acumular suas mais amargas condenações contra os
ministros. Pastores infiéis profetizaram coisas agradáveis, levaram os ouvintes a
anular a lei de Deus e a perseguir os que a queriam santificar. Agora, em seu
desespero, esses ensinadores confessam perante o mundo sua obra de engano. As
multidões estão cheias de furor. 'Estamos perdidos! ' exclamam; 'e vós sois a causa
de nossa ruína'; e se voltam contra os falsos pastores. Aqueles mesmos que mais os

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 173 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
admiravam, pronunciarão as mais terríveis maldições sobre eles. As mesmas mãos
que os coroavam de lauréis, levantar-se-ão para destruí-los. As espadas, que
deveriam matar o povo de Deus, são agora empregadas para exterminar os seus
inimigos. Por toda parte há contenda e morticínio.” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Será desolada a terra, p. 571).

Outra Revolução Francesa


Deve ser lembrado que quando o Papa foi levado cativo em 1798 DC, as algemas que
haviam caído do papado em 508 DC foram colocadas novamente e a espada foi removida
de sua mão; assim, ela foi para o cativeiro e não pôde mais usar os poderes políticos e as
massas para realizar seus propósitos.

Mas os Estados Unidos terão o poder de destravar as algemas e dar ao papado sua
liberdade novamente. E os Estados Unidos colocarão a espada do poder civil em suas
mãos mais uma vez.

Por um tempo, o papado, aliado aos Protestantes, parecerá ter a vantagem. Mas no final
Jesus libertará Seu povo fiel como fez com os três jovens hebreus e Daniel.

Daniel 12:1-3 descreve este período de perigo para o povo de Deus e sua libertação final
por Deus:

(Daniel 12:1-3) "E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se
levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca
houve, desde que houve nação até aquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á
o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro. 2 E muitos dos que dormem
no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e
desprezo eterno. 3 Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do
firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas,
sempre e eternamente.”

Impressionante, será o momento em que os reis da terra e seus súditos se voltarem


contra a Mãe das Prostitutas e suas filhas. Uma Revolução Francesa de proporções
globais acontecerá e, desta vez, a ferida mortal nunca mais vai cicatrizar para todo o
sempre!

A história de Ester
A antiga história de Ester é uma ilustração vívida do que logo acontecerá com o
remanescente fiel e obediente de Deus em uma escala global.

Nesta história, é-nos dito que o governante civil, rei Assuero, deu um decreto para que
todos se curvassem e prestassem homenagem a Hamã (Ester 3:2). Quando Mardoqueu
[ou Mordecai, em algumas versões] se recusou a fazê-lo (Ester 3:2), Hamã ficou tão
furioso que conseguiu persuadir o rei a redigir um decreto de morte contra Mardoqueu e

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
todos os judeus (Ester 3:8). A esposa de Hamã até sugeriu que ele construísse uma forca
para Mardoqueu para ser pendurado (Ester 5:14). As razões que Hamã deu para o decreto
são fascinantes:

(Ester 3:8) “E Hamã disse ao rei Assuero: Existe espalhado e dividido entre os povos
em todas as províncias do teu reino um povo cujas leis são diferentes das leis de
todos os povos e que não cumpre as leis do rei; pelo que não convém ao rei deixa-
lo ficar".

Hamã argumentou perante o rei que, para a sobrevivência da nação, Mardoqueu e os


judeus deveriam ser erradicados. Afinal, a desobediência às leis de uma nação levaria
apenas à anarquia e à dissolução do império. Um decreto de morte foi escrito por Hamã
e executado pela autoridade do rei.

Tudo parecia estar indo de acordo com o planejado até que a trama foi desmascarada pela
rainha Ester. Pela providência de Deus, o triunvirato do mal foi desfeito e o rei se voltou
contra Hamã e sua esposa e a própria forca que foi erguida para matar Mardoqueu foi
usada para matar Hamã e sua esposa.

Um Padrão Recorrente

• O rei Dario voltou-se contra os inimigos de Daniel.


• Hamã e sua esposa influenciaram o rei e o rei voltou-se contra eles.
• A liderança judaica influenciou os romanos a matar Jesus e os romanos voltaram-
se contra eles.
• O papado usou o poder do estado e o estado voltou-se contra o papado na
Revolução Francesa.
• Os reis da terra, que apoiaram à prostituta, odiarão a prostituta que os usou para
matar os santos do Altíssimo.

Ellen White fez este comentário incisivo sobre a relação entre a primeira besta e a
segunda besta de Apocalipse 13:

“Eu vi que a besta de dois chifres tinha boca de dragão, e que seu poder estava em sua
cabeça, e que o decreto sairia de sua boca. Então eu vi a Mãe das Prostitutas; que a mãe
não era as filhas, mas separadas e distintas delas. Ela teve seu dia, e está no passado, e
suas filhas, as seitas protestantes, foram as próximas a entrar no palco e representar a
mesma mente que a mãe tinha quando ela perseguiu os santos. Eu vi que enquanto a
mãe estava declinando em poder, as filhas estavam crescendo, e logo elas exercerão o
poder uma vez exercido pela mãe. Eu vi a igreja nominal e os adventistas nominais, como
Judas, nos trairiam aos Católicos para obter sua influência para vir contra a verdade. Os
santos, então, serão um povo obscuro, pouco conhecido pelos Católicos; mas as igrejas e
os adventistas nominais, que conhecem nossa fé e costumes (pois nos odiavam por causa
do sábado, pois eles não poderia refutá-lo), trairão os santos e delatarão nos aos católicos
como aqueles que desprezam as instituições do povo; isto é, que guardam o Sábado e

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 175 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
desprezam o Domingo. Então os Católicos pedem aos protestantes que prossigam e
editem um decreto que todos os que não observarem o primeiro dia da semana, em vez
do sétimo dia, serão mortos. E os Católicos, cujo número é grande, apoiarão os
Protestantes. Os Católicos darão seu poder à imagem da besta. E os Protestantes
trabalharão como sua mãe trabalhou antes deles para destruir os santos. Mas antes que
seu decreto vingue ou dê frutos, os santos serão libertados pela Voz de Deus”. (WHITE,
Ellen G. (1893), Spaulding Magan Collection, p. 1-2).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

O Número da Besta: 666


Introdução
Desde que me lembro, os evangelistas Adventistas do Sétimo Dia têm aplicado o número
666 a um dos títulos latinos do papa, a saber, Vicarius Filii Dei. Eles alegaram que este
título (que significa "Vigário do Filho de Deus") é um dos títulos oficiais tradicionalmente
usados pelos papas. Alguns de nossos evangelistas também afirmaram que o título está
(ou foi) inscrito na tiara do papa ou em sua mitra.

Estão nossos evangelistas corretos em sua avaliação? Este é realmente um dos títulos
oficiais tradicionalmente reivindicados por uma sucessão de papas? Estava este título
realmente na tiara papal ou na mitra no passado?

Recentemente, vários de nossos estudiosos mais hábeis responderam “não” a essas


perguntas. Uma nova visão surgiu no horizonte com os defensores do porte do Dr. William
G. Johnsson, Dra. Beatrice Neall, Dr. Samuele Bacchiocchi, Dr. Jon Paulien, Dr. Ranko
Stefanovic e Dr. Angel M. Rodriguez. Esses teólogos desafiaram a visão tradicional e
propuseram uma nova.

A visão tradicional é muito específica. Aplica o nome e o número da besta diretamente a


uma sucessão de papas Católicos Romanos. A nova visão removeu esse significado
específico do papado Católico Romano e o aplicou em termos gerais a uma alienação do
homem de Deus no tempo do fim.

Vários anos atrás, a Dra. Beatrice Neall articulou a nova visão:

“Seis é legítimo quando leva a sete; representa o homem na primeira noite de sua
existência entrando na celebração do poder criativo de Deus. A glória da criatura é
certa se leva à glória de Deus. Seiscentos e sessenta e seis, entretanto, representa a
recusa do homem em proceder para o sete, para dar glória a Deus como Criador e

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 177 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Redentor. Representa a fixação do homem consigo mesmo, o homem buscando
glória em si mesmo e em suas próprias criações. Fala da plenitude da criação e de
todos os poderes criativos sem Deus - a prática da ausência de Deus. Isso
demonstra que o homem não regenerado é persistentemente mau.” (NEALL,
Beatrice. The Concept of Character in the Apocalypse with Implications for
Character Education, pp. 153-155).

Esta definição um tanto filosófica, conjectural, se não especulativa, do número seis foi
escolhida e simplificada pelo Dr. Angel M. Rodriguez:

“... a frase grega traduzida como "é número de homem" (Apocalipse 13:18)
também poderia ser traduzida como "é o número da humanidade". Nesse caso,
não se refere a uma pessoa em particular, mas a uma característica da
humanidade separada de Deus. Visto que Deus criou o homem durante o sexto dia,
ele poderia ser um símbolo da humanidade, mas uma humanidade ainda não em
repouso com Deus e sem a alegria de um relacionamento harmonioso com Deus
durante o sétimo dia. O número revela a natureza rebelde dos inimigos de Deus e
Seu remanescente. Essa parece ser a melhor interpretação disponível.”
(RODRIGUEZ, Angel M. , Future Glory, p. 122).

Essa mudança incomodou alguns na igreja que sentem que a visão tradicional é mais do
que adequada para explicar o mistério do número 666. Muitos acham que a nova visão
tomou o que é definido e claro e o tornou indefinido e confuso. Outros chegaram ao
ponto de acreditar que a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi infiltrada por Jesuítas que
têm a agenda oculta de destruir nossas raízes proféticas distintas com o objetivo de
destruir a própria Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Esse temor posterior foi alimentado nos últimos anos por professores universitários
Adventistas que afirmaram que devemos construir pontes de entendimento com Roma,
em vez de criticá-la. As chamas da conspiração foram ainda mais atiçadas quando uma
medalha foi dada ao Papa pelo Departamento de Liberdade Religiosa da Conferência
Geral e também quando a bandeira da Santa Sé foi exibida no palco na sessão da
Conferência Geral de 2005 em St. Louis durante a Marcha das Nações.

Um Nome de Blasfêmia
Neste artigo, gostaria de examinar mais de perto o número 666 no que se refere ao nome
da besta. Ao começarmos, existem vários fatos bíblicos que nos ajudarão a entender esse
número enigmático e o sistema ao qual ele se aplica.

Primeiro, um fato muito importante que tem sido esquecido com maior frequência é que
o nome da besta é um nome de blasfêmia. Isso é declarado, explicitamente, em
Apocalipse 13:1:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Apocalipse 13:1) “E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta
que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre as
cabeças, um nome de blasfêmia”.

Agora que sabemos que o nome (cujo número é 666) é blasfêmia, devemos descobrir a
definição bíblica de blasfêmia. Existe tal definição? A resposta é um sim enfático!

Definição Bíblica de Blasfêmia


As Escrituras definem claramente a blasfêmia como a tentativa do homem de ocupar o
lugar de Deus e, como tal, de exercer o poder e as prerrogativas de Deus. Quando Jesus
afirmou: “Eu e meu Pai somos um” (João 10:30), os Judeus enlouqueceram. Eles pegaram
pedras para executar a pena de morte exigida pela Lei (Levítico 24:16). Quando Jesus lhes
perguntou que obra maligna Ele havia feito para merecer o apedrejamento, eles
responderam:

(João 10:33) "Os judeus responderam, dizendo: Não te apedrejamos por alguma
obra boa, mas pela blasfêmia, porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo".

A terminologia da acusação é significativa. Jesus foi repreendido por blasfêmia porque Ele,
na visão deles, sendo um homem, se fez Deus. Na verdade, Jesus não apenas afirmou ser
Deus, Ele também afirmou realizar as obras de Deus! (João 10:28, 37, 38)

No pensamento dos líderes Judeus, Jesus era culpado de blasfêmia quando alegou ser o
Filho de Deus (Mateus 26:64; 10:36, 37; João 19:7). Todos os judeus afirmavam serem
filhos de Deus em um sentido geral, mas está claro que Jesus não afirmava ser um Filho
de Deus em um sentido geral, mas no sentido mais estrito de ser o representante de Deus
na terra! Ele era o porta-voz de Deus na terra - Seu vigário, por favor! Esta é a razão pela
qual Jesus poderia dizer: “Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14:9). Jesus sem dúvida
afirmou ser Vicarius Dei, e com razão.

Blasfêmia também é definida como quando um simples homem afirma ter o poder de
perdoar pecados. Isso significa que qualquer homem que alega ter o direito de exercer as
prerrogativas de Deus é culpado de blasfêmia. Quando Jesus disse ao paralítico de
Cafarnaum: “Seus pecados estão perdoados”, os líderes religiosos murmuraram dizendo:

(Marcos 2:7) “Por que diz este [homem] assim blasfêmia? Quem pode perdoar
pecados, senão Deus”?

Os líderes religiosos estavam realmente pensando: se este homem afirma ter o direito de
perdoar pecados, então ele deve reivindicar ser Deus, porque somente Deus pode perdoar
pecados.

No Templo de Deus
Em II Tessalonicenses 2:3-4 tem terminologia semelhante. É-nos dito aqui que o homem
do pecado se assenta no templo de Deus (a igreja), proclamando-se ser Deus. Mais uma

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 179 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
vez, notamos que esse poder é humano e, ainda assim, busca ocupar o lugar de Deus.
Posteriormente, na passagem, é-nos dito que esse poder também afirma realizar as obras
que o próprio Jesus realizou enquanto estava na terra (II Tessalonicenses 2:9; Atos 2:22).
Em II Tessalonicenses 2:3-4, na verdade, parafraseia a linguagem de Daniel 11:36, onde é
dito que o faria o rei do norte:

(Daniel 11:36) “E esse rei [homem] fará conforme a sua vontade, e se levantará, e
se engrandecerá sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis
e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado
será feito”.

É de notar que a exaltação do rei do norte ao nível de Deus está ligada às grandes
palavras que Ele fala contra o Deus dos deuses. O uso da palavra “homem” nesses
versículos não exige que encontremos uma pessoa em particular como o cumprimento. Os
Adventistas entendem que a palavra “homem”, nesta passagem, refere-se não a um
indivíduo, mas sim a uma sucessão de pessoas, a saber, os papas de Roma.

Nesse contexto, é digno de nota que o chifre pequeno de Daniel 7 (que simboliza o
mesmo poder da besta de Apocalipse 13:1-10 e do homem do pecado de II
Tessalonicenses 2) tem uma boca que fala “palavras pomposas contra o Altíssimo ” (Daniel
7:25). Essas grandes palavras são identificadas como blasfêmias em Apocalipse 13:5, onde
é-nos dito que a besta recebeu uma boca que fala “grandes coisas e blasfêmias”. Este
pequeno chifre / besta não apenas afirma ser Deus, mas também afirma ter o poder de
exercer as prerrogativas de Deus até o ponto de mudar os tempos proféticos de Deus e
Sua Lei! (Daniel 7:25) Assim, em um sentido muito específico, o chifre pequeno (ou a
besta) reivindica o direito de ocupar o lugar de Deus e de exercer o poder e as
prerrogativas de Deus.

Em que sentido esse chifre / besta pequeno blasfema contra Deus? Daniel 8 fornece a
resposta indiscutível. Em Daniel 8 (em distinção a Daniel 7), não nos é dito que o chifre
pequeno blasfema contra o Altíssimo. Em vez disso, é-nos dito que o chifre pequeno
tentou suplantar ou tomar o lugar do Príncipe dos exércitos tirando dele o ministério
diário (Daniel 8:11). Assim, a blasfêmia do chifre pequeno consiste no ato de tentar
suplantar ou tomar o lugar do Príncipe dos exércitos e continuar Sua obra.

À luz dessa esmagadora evidência bíblica, parece que o nome de blasfêmia da besta deve
estar relacionado com sua tentativa de suplantar ou ocupar o lugar de Deus e de exercer
o poder e as prerrogativas de Deus.

Não pode haver dúvida de que o poder representado pelo chifre pequeno, a besta e o
homem do pecado é o Papado Católico Romano. O chifre pequeno (e a besta) não aparece
no vácuo. Há uma sequência clara de poderes que precedem a chegada do chifre em cena.
Os reinos da Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, Roma e a Roma dividida devem governar
antes que o chifre pequeno entre em cena.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Testemunho de Historiadores da Igreja
Numerosas citações podem ser fornecidas por escritores Católicos Romanos no sentido de
que o Papa afirma ocupar o lugar de Deus na terra. As limitações de espaço permitirão
apenas alguns exemplos.

“... o papa pode modificar a lei divina, visto que seu poder não é do homem, mas de
Deus, e ele age no lugar de Deus na terra, com o máximo poder de ajuntar e
perder suas ovelhas”. (Lucius Ferraris, Prompta Bibliotheca, vol. 2, artigo ‘Papa’).

O Papa Nicolau I (que governou de 858-867 DC) disse uma vez:

“É evidente que os papas não podem ser associados nem desassociados por
nenhum poder terreno, nem mesmo pelo apóstolo [Pedro], se ele voltasse a Terra;
visto que Constantino, o Grande, reconheceu que os pontífices ocupavam o lugar
de Deus na terra, a divindade não podendo ser julgada por nenhum homem vivo.
Somos, então, infalíveis, e quaisquer que sejam nossos atos, não somos
responsáveis por eles, mas perante nós mesmos”. (CORMENIN, History of the
Popes, p. 243, conforme citado em R. W. Thompson, The Papacy and the Civil
Power, p. 248. O negrito é meu).

O Papa Leão XIII em uma Carta Encíclica ("Sobre os Principais Deveres dos Cristãos como
Cidadãos") datada de 10 de janeiro de 1890 afirmou:

“Mas o mestre supremo da Igreja é o Pontífice Romano. A união de espírito,


portanto, requer, junto com um acordo perfeito em uma única fé, completa
submissão e obediência da vontade à Igreja e ao Pontífice Romano, como ao
próprio Deus”. (As Grandes Cartas Encíclicas de Leão XIII, p. 193. O negrito é meu).

O Papa Leão XIII em uma carta encíclica datada de 20 de junho de 1894 afirmou ainda:

“Temos nesta terra o lugar do Deus Todo-Poderoso.” (As Grandes Cartas Encíclicas
de Leão XIII, p. 304. O negrito é meu).

As fontes Católicas Romanas, repetidamente, referem-se aos papas como vigários de


Cristo, vice-regentes de Cristo, representantes de Cristo e, sim, vigários do Filho de Deus
(prova a ser fornecida posteriormente neste artigo).

As Prerrogativas de Deus
Além disso, os papas reivindicaram o direito de exercer o poder e as prerrogativas que
pertencem apenas a Deus. Eles afirmam ter o direito de perdoar pecados (conforme
Marcos 2:7), de estabelecer e remover reis (conforme Daniel 2:21), de serem curvados
diante dele (conforme Apocalipse 19:10), de serem chamados Santo Padre (conforme
Mateus 23:9), de executar a pena de morte sobre os dissidentes (conforme Daniel 7:21),
de mudar o sábado (conforme Daniel 2:21; 7:25), de mudar o calendário profético de
Deus (conforme Daniel 7:25), de serem os juízes supremos do céu, da terra e do inferno,

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 181 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
cuja decisão não pode ser apelada (conforme João 5:22, 27) e serem expositores infalíveis
em questões de fé e moral (conforme Tiago 1 :17).

O Número do seu Nome


Segundo, além do nome da besta ser uma blasfêmia, o nome também tem um número
(Apocalipse 13:17). A questão crítica neste ponto é: Como obtemos um número de um
nome? A resposta está no fato de que nos tempos antigos, os números eram escritos com
as letras do alfabeto. Essa prática, conhecida como gematria, era usada no Hebraico,
Grego e Latim. Isso significa que quando as letras do nomede blasfêmia da besta recebem
seus respectivos valores numéricos, o total será 666.

A paráfrase da Bíblia Viva capta bem o significado de Apocalipse 13:18:

(Apocalipse 13:18) “Aqui está um quebra-cabeça que exige reflexão cuidadosa


para resolvê-lo. Que aqueles que podem, interpretem este código: os valores
numéricos das letras em seu nome somam 666! ”

A Nova Bíblia em Inglês traduz Apocalipse 13:18 de maneira semelhante:

(Apocalipse 13:18) “O número representa o nome de um homem, e o valor


numérico de suas letras é seiscentos e sessenta e seis.”

Até a versão Católica Romana Douay adiciona uma nota de rodapé a Apocalipse 13:18
que afirma: “As letras numéricas de seu nome formarão este número.”

Recentemente, o Dr. Samuele Bacchiocchi argumentou que o texto de Apocalipse 13:18


requer um nome em vez de um título. Afinal, o texto diz que 666 é o número do nome da
besta e não o número de seu título. O Dr. Bacchiocchi, portanto, declara que Vicarius Filii
Dei, sendo um título em vez de um nome, não pode cumprir as especificações do texto
(Edições do Tempo do Fim, Boletim Online, “A Saga da Tiara Papal Adventista” parte 2).
Este argumento é superficial e pode ser descartado facilmente observando que em
Apocalipse 19:16 Jesus é descrito como alguém que tem um nome escrito em sua
vestimenta e em sua coxa. Mas o nome não é um nome pessoal, mas sim um título: “Rei
dos reis e Senhor dos senhores”. Portanto, a palavra “nome” pode se referir a um título em
vez de a um nome próprio.

O Número de um Homem
Terceiro, é-nos dito em Apocalipse 13:18 que o número 666 é o número de um homem. É
importante perceber que o substantivo “homem” não possui artigo definido. Isso significa
que qualitativamente a besta é um sistema que está centrado no homem. Vale ressaltar
que o chifre pequeno tem olhos como de um homem, o apóstata de II Tessalonicenses 2 é
chamado de homem do pecado e aqui a besta tem o número de um homem. Este é
certamente um sistema baseado no poder e na destreza do homem.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Alguns de nossos estudiosos recentemente tentaram dizer que a expressão "o número de
um homem" deveria realmente ser traduzida como "o número da humanidade". Mas o
livro do Apocalipse não usa a palavra anthropos neste sentido. Traduzir a palavra
anthropos dessa maneira denota a arte da interpretação, e não da tradução. Eu verifiquei
várias das versões mais conhecidas da Bíblia (New International, Jerusalém, New English,
New American Standard, King James, New King James, New American, Weymouth,
Phillips, RSV) para verificar como eles traduzem a expressão: “arithmós gár anthroópou
estín” ('é o número de um homem'). Curiosamente, apenas o RSV com sua tendência
inclusiva de gênero liberal traduz-se: "é um número humano". Nenhuma das versões
principais traduz "pois é o número da humanidade".

Está o texto de Apocalipse 13:18 realmente nos dizendo que o número 666 aplica-se à
humanidade em geral, e não à besta especificamente? Um estudo cuidadoso de
Apocalipse 13:1-10 (e também de Daniel 7 e II Tessalonicenses 2) revela inequivocamente
que a besta representa o papado Católico Romano como um sistema, não a humanidade
em geral. Se o número é o número da besta, e a besta é um símbolo do papado, então o
número não pode se aplicar à humanidade em geral, mas especificamente ao papado.

Um texto paralelo seria II Tessalonicenses 2, onde o mesmo sistema é referido como o


homem do pecado. A palavra “homem” aqui não se refere a um indivíduo específico, mas
sim a uma sucessão de governantes que fazem do homem a medida de todas as coisas,
em vez de Deus. Algum estudioso sério da Bíblia diria que a expressão “homem
[anthropos] do pecado” deveria ser traduzida como “a humanidade do pecado”? Seria
apropriado traduzir os “olhos de um homem” em Daniel 7:8 como “os olhos da
humanidade”? Isso seria um absurdo. O simples fato é que o sistema representado pelo
chifre pequeno / homem do pecado / besta é baseado na sabedoria e destreza do homem
enquanto afirma ter o direito de exercer o poder e as prerrogativas de Deus. Em outras
palavras, é um sistema centrado no homem em vez de em Deus. Nesse sentido, há um
grão de verdade na ideia de que o número seis representa um sistema que está centrado
no homem, enquanto o número 7 representa um sistema baseado em Deus.

A linguagem do Nome
Uma questão muito importante surge neste ponto: Em que idioma nós devemos procurar
o nome ou o título? Deve o nome ser procurado em Hebraico, Grego, Latim ou talvez até
em Inglês? Angel Manuel Rodriguez aconselhou cautela neste momento. Ele afirma que
“nós enfrentamos o problema de determinar qual linguagem usar. O texto bíblico não
especifica nenhuma linguagem particular; portanto, qualquer um que selecionarmos seria
uma questão de opinião pessoal”. (Angel Manuel Rodriguez. Future Glory, p. 122).

Mas é a declaração do Dr. Rodriguez precisa? Eu acredito que podemos saber


definitivamente pela própria Bíblia qual linguagem usar! E qual idioma é esse? Há
evidências convincentes de que o nome e o número devem ser encontrados na língua
Latim.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 183 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Você provavelmente está se perguntando por que o nome e o número devem estar em
Latim. A resposta, na verdade, é bastante simples. A besta, claramente, é um poder
Romano e a língua oficial de Roma é o Latim (que o Latim era a língua Romana dos
tempos do Novo Testamento pode ser provado em João 19:20).

Observe que, de acordo com Apocalipse 13:2, a besta recebeu seu “poder, seu trono e
grande autoridade” (Apocalipse 13:2) do dragão. Embora o dragão represente
principalmente Satanás (Apocalipse 12: 9), ele também representa o reino através do qual
Satanás tentou matar o filho varão e este reino era Roma (Mateus 2:16; Apocalipse 12:1-
5). Não é coincidência que a Igreja Católica é oficialmente chamada de Igreja Católica
Romana.

Agora, se a besta representa o papado Católico Romano, devemos procurar seu nome em
Latim, a língua oficial da Roma antiga e da Roma papal! E se o nome está em Latim,
devemos usar algarismos romanos para verificar o número de seu nome! Em suma, tanto
o nome como os respectivos equivalentes numéricos de suas letras devem ser procurados
na língua Latim.

Resumo dos Pontos Principais


Vamos resumir o que a Bíblia nos diz sobre esse número:

• Primeiro lugar: Deve ser um nome de blasfêmia. Ou seja, deve ser um nome cujo
portador alega representar Deus e exercer o poder e as prerrogativas de Deus.
• Segundo lugar: O nome deve estar em Latim - a língua de Roma.
• Terceiro lugar: Os equivalentes numéricos das letras do nome devem ser
encontrados em algarismos romanos.
• Quarto lugar: O número deve ser de um homem. Observe que o título Vicarious
Filii Dei enquadra-se em todos esses critérios.

Mas duas questões criticamente importantes ainda precisam ser respondidas. Mas antes
de fazermos isso, deixe-me divagar por um momento.

Números Romanos
Vale ressaltar que os poetas Latinos que originalmente idealizaram o sistema de
algarismos Romanos romperam com a norma da época e, em vez de usar todas as letras
do alfabeto para representar os números, escolheram apenas seis caracteres para
representar todos os números: I, V, X, L, C e D (o M não fazia parte do sistema numérico
original. Antes do advento do M, o número 1.000 era escrito colocando dois D's lado a
lado). Quando os seis algarismos romanos são adicionados, o total é 666. Isso sugere
fortemente que o número 666 está relacionado de alguma forma com Roma.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
É Vicarius Filii Dei um Título Oficial?
Agora, às duas questões: É o nome Vicarius Filii Dei um título que foi dado ao Papa pelos
próprios Católicos Romanos ou é uma fabricação Protestante? Já foi esse título inscrito na
tiara ou mitra papal? Vamos debater duramente com a primeira pergunta.

A evidência histórica indica que a resposta à primeira pergunta é sim. Alguns (como o
apologista Católico Romano Patrick Madrid) têm alegado que o nome Vicarius Filii Dei
nunca foi usado como um título para o Papa (embora mais tarde ele tenha revisado sua
declaração para dizer que nunca foi um título oficial). “Diz Madrid: “Vicarius Filii Dei”, ou
“Vigário do Filho de Deus”, não é agora, nem nunca foi, um título do bispo de Roma”.
(Envoy Magazine, março / abril de 1998) Um exame dos registros históricos revela
claramente que esta é uma declaração incorreta.

Doação de Constantino
A Doação de Constantino, que foi usada por pelo menos dez papas para justificar suas
reivindicações de poder temporal, contém este mesmo título:

“... como o Beato Pedro é visto ter sido constituído vigário do Filho de Deus
[Vicarius Filii Dei no latim original] na terra, assim os pontífices, que são os
representantes desse mesmo chefe dos apóstolos, devereiam obter de nós e de
nosso império o poder de uma supremacia maior do que a clemência de nossa
serenidade imperial terrena parece ter concedido a ele.”

A Doação foi supostamente uma carta escrita por Constantino, o Grande, ao Papa
Silvestre I. Na carta, Constantino supostamente deu poder temporal ao Papa. Sabemos
com certeza que a Doação já existia no século IX, mas foi usada no início do século XI para
justificar as ultrajantes reivindicações temporais do papado.

A autenticidade da Doação de Constantino foi questionada pela primeira vez no século


XV, com o advento da crítica histórica. Nicolau de Cusa tinha sérias reservas sobre a
doação e, por volta de 1450 DC, foi provado ser uma falsificação e uma fraude pelo
trabalho acadêmico de Laurentius Valla. Notavelmente, o Vaticano não apreciou o
trabalho de Valla, como pode ser visto pelo fato de que o Escritório da Inquisição
oficialmente colocou seu trabalho em seu índice de livros proibidos em 1559.

O apologista Católico Romano, Patrick Madrid, descartou essa evidência afirmando o


óbvio, que a Doação de Constantino foi uma falsificação. Madrid, portanto, conclui que
não pode ser usado como uma declaração oficial e autorizada da Igreja Católica Romana.

Embora seja verdade que a Doação foi uma falsificação, também é indiscutível que a
Doação foi considerada autêntica e oficial por vários papas e teólogos Católicos Romanos
por centenas de anos para sustentar o poder temporal do papado. Embora uma
falsificação, foi usada como um documento oficial por esses papas para sustentar suas
reivindicações de poder temporal. Se o usassem sabendo muito bem que era uma

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 185 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
falsificação, então eram culpados de engano. Por outro lado, se eles não sabiam que a
Doação era uma falsificação, o que isso diz sobre sua infalibilidade?

É significativo que os Decretais de Graciano (publicados em 1140 DC e considerados


oficiais pela Igreja Católica Romana) incorporaram o título papal da Doação na lei
canônica Católica Romana. Aqui estão as palavras:

“Beatus Petrus in terris Vicarious Filii Dei esse uidetur constitutus.” (Aemilius
Friedberg, Corpus Iuris Canonici, coluna 342, ênfase minha).

Cardeal Edward Manning


Em tempos mais recentes, o título foi aplicado ao Papa pelo Cardeal Henry Edward
Manning em seu livro “O Poder Temporal do Vigário de Jesus Cristo” (1862). Na primeira
declaração, Manning acusa as nações Católicas Romanas da Europa de seus dias por não
terem defendido o poder temporal do Papa:

“'Veja esta Igreja Católica, esta Igreja de Deus, débil e fraca, rejeitada até mesmo
pelas próprias nações chamadas Católicas. Há a França Católica, a Alemanha
Católica e a Itália Católica abrindo mão dessa invenção explodida do poder
temporal do Vigário de Jesus Cristo’. E assim, porque a Igreja parece fraca, e o
Vigário do Filho de Deus está renovando a Paixão de seu Mestre na terra,
portanto, estamos escandalizados, portanto, voltamos nossas faces dele”.
(MANNING, Henry Edward (1862). The Temporal Power of the Vicar of Jesus Christ,
p. 140-141, ênfase minha).

Depois de mencionar o crescente poder temporal do papado sob Gregório I, Leão III,
Gregório VII e Alexandre III, Manning eleva a ideia do poder temporal do Papa ao nível de
"um dogma", "uma lei de consciência", “um axioma da razão” e uma “certeza teológica”:

“Para que eu possa dizer que nunca houve um tempo em que o poder temporal do
Vigário do Filho de Deus, embora atacado a nosso ver, estivesse mais firmemente
enraizado em toda a unidade da Igreja Católica e nas convicções de seus
membros...”. (p. 231).

Manning explicou por que as nações europeias desfrutaram de estabilidade no passado


em comparação com a desordem da Europa na época em que escreveu:

“Foi uma obediência digna curvar-se ao Vigário do Filho de Deus e remeter a


arbitragem de suas dores a alguém a quem todas as vontades consentiram em
obedecer.” (p. 232, ênfase minha).

Evidência Adicional
Lucii Ferraris em sua prestigiosa enciclopédia, Prompta Bibliotheca, também aplicou o
título Vicarius Filii Dei ao Papa (edição de 1890, volume 6, p. 43, Coluna 2).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Em seu livro imensamente popular, Crossing the Threshold of Hope, p. 3, o Papa João
Paulo II explicou o que ele entendeu ser a fonte do poder de seu cargo:

“O líder da Igreja Católica é definido pela fé como Vigário de Jesus Cristo (e é


aceito como tal pelos fiéis). O Papa é considerado o homem na terra que
representa o Filho de Deus, que 'toma o lugar' da Segunda Pessoa do Deus
onipotente da Trindade”.

Observe que João Paulo II não apenas afirmou que o Papa é o Vigário de Jesus Cristo que
“representa o Filho de Deus”, mas também explicou o que quis dizer com a palavra
“representa” quando disse que “toma o lugar” da Segunda Pessoa do Deus onipotente da
Trindade. A expressão "toma o lugar" é o equivalente em inglês exato da palavra latina
"Vicarius".

Até mesmo o Dr. Bacchiocchi admitiu abertamente que Vicarius Filii Dei foi um título papal
oficial durante muitos séculos:

“A negação de Madrid [de que Vicarius Filii Dei foi um título papal oficial] é
absolutamente falsa. Observamos anteriormente que a reivindicação papal de ser o
Vicarius Filii Dei é encontrada nos principais documentos históricos Católicos e é
reconhecido até mesmo pelo Prof. Johannes Quasten, o principal Patrologista Católico do
mundo”. (Edições do Tempo do Fim, Boletim Online, “A Saga da Tiara Papal Adventista,”
parte 2).

A referência que o Dr. Bacchiocchi faz ao professor Johannes Quasten é interessante.


Existe uma declaração juramentada nos arquivos da Conferência Geral assinada por
Conrad Stoehr e Robert F. Correia onde o Dr. Quasten, em sua própria caligrafia escreveu:
"O título Vicarius Christi, assim como o título Vicarius Filii Dei são muito comuns como o
título do Papa".

Samuele Bacchiocchi e a Tiara


Mas, está esse título atualmente inscrito na tiara ou mitra papal? Ou ainda mais
incisivamente, alguma vez foi inscrito lá?

Recentemente, o Dr. Bacchiocchi afirmou que teve a oportunidade de examinar treze


tiaras papais existentes (todas usadas após o ano de 1800). Ele afirma que apenas duas
das tiaras têm inscrições e que nenhuma delas tem este título. Até o momento, houve um
total de 266 papas. Deve-se reconhecer que 13 tiaras de 266 (admitindo que todos os
papas anteriores, provavelmente, não usavam a tiara) é uma porcentagem muito
pequena! Notavelmente, o Dr. Bacchiocchi não afirma ter examinado nenhuma mitra
papal. Isso é significativo à luz do fato de que, como veremos mais tarde, na revista Our
Sunday Visitor afirma que o título Vicarius Filii Dei costumava estar na mitra.

Mas será que a atual ausência da inscrição na tiara prova que ela nunca esteve lá? Deveria
realmente nos surpreender que o título não esteja lá atualmente? Não seria de se esperar

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 187 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
que fosse esse o caso? Iria o papado querer exibir tais evidências incriminatórias? Claro
que não!

Bem, lembro-me quando era um estudante no Seminário Teológico da Universidade


Andrews no início dos anos 70, que o Dr. Bacchiocchi havia acabado de retornar aos
Estados Unidos da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Houve grande alarde
quando ele exibiu seu uniforme, sua medalha de ouro, seus diplomas e sua dissertação
recém-publicada sobre a mudança do sábado com o imprimatur Católico Romano.
Lembro-me de ter pensado: “Isso é um milagre incrível de Deus ou é bom demais para ser
verdade! Como é possível para um adventista do sétimo dia ser o único não católico a ser
aceito na Pontifícia Universidade Gregoriana em mais de 400 anos? Como ele poderia
fazer uma dissertação sobre a mudança do sábado? Como ele poderia ter recebido o
máximo de honras acadêmicas e uma medalha das próprias mãos do papa”?

Bem, recentemente fomos informados por fontes oficiais da Pontifícia Universidade


Gregoriana que a história do Dr. Bacchiocchi era boa demais para ser verdade! Segundo a
Dra. Bárbara Bergami, Secretária Geral da Pontifícia Universidade Gregoriana, não há
registro de que o Dr. Bacchiocchi tenha recebido a distinção acadêmica summa cum
laude, de ter recebido uma medalha de ouro do Papa ou de ter sua dissertação publicada
em totto com o imprimatur. Os registros sumiram da Gregoriana!

O Dr. Bacchiocchi fornece todo tipo de documentação para provar que ele de fato se
formou summa cum laude, que recebeu uma medalha e que seu livro recebeu o
imprimatur. Mas como sabemos que as evidências que ele forneceu são confiáveis? Como
podemos ter certeza de que sua medalha e diplomas são genuínos e não são falsificações
bem elaboradas? Por que não devemos aceitar as declarações da Pontifícia Universidade
Gregoriana Católica Romana pelo valor de face? Em suma, por que devemos acreditar no
Dr. Bacchiocchi e não na Gregoriana?

Obviamente, estou bancando o advogado do diabo aqui para mostrar minha opinião.
Pessoalmente, acredito que o Dr. Bacchiocchi se formou summa cum laude, que recebeu
uma medalha e que pelo menos uma parte de sua dissertação foi publicada com o
imprimatur. Mas essa experiência pessoal agonizante deveria ter ensinado ao Dr.
Bacchiocchi uma lição sobre o poder de eliminação do papado Católico Romano. Seus
registros educacionais foram eliminados ou “perdidos”!

O Dr. Bacchiocchi parece querer as duas coisas. Por um lado, ele reclama: "O Papado
‘perdeu ’meus registros educacionais porque meu trabalho sobre o Sábado estava
causando grande dano”. Mas, por outro lado, ele acha improvável que o papado pudesse
ter eliminado ou “perdido” o título Vicarius Filii Dei da tiara e ou mitra papal por causa do
dano que estava causando ao papado!

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Testemunhas oculares?
Existem testemunhas oculares que afirmam ter visto a tiara em várias cerimônias papais
inscritas com o título Vicarius Filii Dei. Estavam essas testemunhas mentindo? Estavam
elas tendo visões? Tinham elas imaginação hiperativa? Por que o Dr. Bacchiocchi deveria
contestar a credibilidade delas e não a da Igreja Católica Romana? Será porque esses
indivíduos não tinham doutorado e, portanto, em sua opinião, eles não passariam no
decisivo teste acadêmico?

Por que o Dr. Bacchiocchi aceita o testemunho de W.W. Prescott (que demonstrou menos
do que total confiança no Espírito de Profecia na Conferência Bíblica de 1913), Charles T.
Everson (que afirmou ter examinado uma tiara papal que foi usada na coroação de Leão
XIII em 1836 e que não disse que o título nunca tinha estado na tiara, mas sim que não
estava na tiara “naquele momento”) e L.E. Froom (notório por seu uso seletivo e
ecumênico de Ellen White em “Questions on Doctrine”) enquanto deixa de lado o
testemunho daqueles que afirmam ter visto o título na tiara? O que torna um grupo mais
confiável do que o outro?

O Dr. Bacchiocchi argumenta que se o papado achou necessário eliminar o título Vicarious
Filii Dei da tiara ou mitra, seria lógico que eles também desejassem eliminá-lo de todos os
documentos históricos onde ele aparece. Mas esse argumento é fraco. Isso desmente o
fato de que é muito mais incriminador ter o título na tiara para que todos vejam do que
ter algumas referências escondidas nos livros de estudiosos e intelectuais que raramente,
ou nunca, são vistas pelo leigo no banco. Mesmo o apologista Católico Romano, Patrick
Madrid, não sabia que o título era usado em várias fontes Católicas Romanas até que foi
trazido à sua atenção por um adventista! Se um apologista profissional não sabia, como
um leigo comum poderia conhecer?

Evidências Católicas Romanas


Ellen White declarou que o papado destruiu muitos registros incriminadores que
documentavam sua horrível crueldade durante a idade das trevas. Devemos esperar
menos quando se trata da tiara ou mitra papal?

“Roma se esforçava também por destruir todo registro de sua crueldade para com
os que discordavam dela. Os concílios papais decretavam que livros ou escritos
contendo relatos desta natureza deviam ser lançados às chamas. Antes da
invenção da imprensa, os livros eram pouco numerosos, e de forma desfavorável à
preservação; portanto, pouco havia a impedir que os romanistas levassem a efeito
o seu desígnio.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Um povo que
difunde luz, p. 52).

Há evidências, mesmo de fontes Católicas Romanas, de que o título já esteve na tiara ou


mitra papal. Na edição de 15 de novembro de 1914 de “Our Sunday Visitor” (órgão oficial
da Arquidiocese de Baltimore), a seguinte pergunta foi dirigida ao Bureau of Information:

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 189 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“É verdade que as palavras do Apocalipse no capítulo 13, versículo 18 se referem ao
Papa”?

A resposta foi a seguinte:

“As palavras mencionadas são: ‘Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento
calcule o número da besta, porque é número de homem; e o seu número é
seiscentos e sessenta e seis’. O Título do Papa em Roma é Vicarius Filii Dei. Isso está
inscrito em sua mitra; e se você pegar as letras de seu título que representam
algarismos Latinos e adicioná-los, eles chegam a 666.” (A ênfase é minha).

Na edição de 18 de abril de 1915 de Our Sunday Visitor esta informação foi confirmada
mais uma vez. A pergunta era: "Quais são as letras que deveriam estar na coroa do Papa, e
o que elas significam, se houver alguma coisa"?

A resposta foi explícita:

“As letras inscritas na mitra do Papa são estas: Vicarius Filii Dei, que é o latim para
o Vigário do Filho de Deus. Os Católicos afirmam que a igreja, que é uma
sociedade visível, deve ter uma cabeça visível. Cristo, antes de Sua ascensão ao céu,
nomeou São Pedro para atuar como Seu representante. Após a morte de Pedro, o
homem que sucedeu ao cargo de Pedro como Bispo de Roma, foi reconhecido como
o chefe da Igreja. Portanto, ao Bispo de Roma, como chefe da Igreja, foi dado o
título de ‘Vigário de Cristo’”.

Eliminando as Evidências
O apologista Católico Romano Patrick Madrid afirma ter contatado Robert Lockwood, o
editor de Our Sunday Visitor sobre esta edição de 1915 e ele foi informado de que a
edição inteira foi eliminada dos arquivos (embora eu pessoalmente tenha uma cópia da
coluna). Esta é uma admissão interessante. Mesmo nos tempos modernos, a eliminação é
usada como método pelo papado para excluir informações incriminatórias!

É verdade que em 16 de setembro de 1917 (e também novamente em 03 de Agosto de


1941) na revista Our Sunday Visitor deu uma volta e mudou totalmente de tom:

“As palavras Vicarius Filii Dei não são o nome do Papa; eles nem mesmo constituem
seu título oficial”.

A questão é: Em qual das duas versões de Our Sunday Visitor devemos acreditar?
Podemos realmente confiar na palavra de uma organização que se formou em engano ao
longo dos séculos?

Admito que nós não podemos provar acima de qualquer dúvida, neste momento, que o
título Vicarius Filii Dei já esteve na tiara ou mitra do papa. As evidências que temos no
momento são, na melhor das hipóteses, confusas. Talvez apenas quando o julgamento se
realizar e os livros forem abertos no tribunal celestial de Deus seremos capazes de ver se o

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
nome estava lá ou não. Uma coisa é absolutamente clara, no entanto, é que o nome
Vicarius Filii Dei é um título oficial que foi assumido pelos papas e o nome está em perfeita
conformidade com suas afirmações blasfemas. É importante lembrar que a profecia de
Apocalipse 13:18 não exige que o título ou nome da besta seja encontrado na coroa ou
tiara papal.

Vários outros nomes e títulos foram sugeridos como cumprimento para o nome e número
da besta de Apocalipse 13:18. Alguns sugeriram dux cleri (o cabeça do clero), lateinos
(homem latino) ou ludovicus (chefe da corte de Roma). O problema com todas essas
sugestões é que nenhuma delas é particularmente blasfema. Mas há um nome, que foi
oficialmente assumido pelos bispos de Roma, que é clara e inequivocamente blasfemo:
Vicarius Filii Dei.

Quem é Vicarius Filii Dei?


A Bíblia deixa bem claro que o Espírito Santo é o Vigário do Filho de Deus. Antes de partir,
Jesus prometeu aos seus discípulos:

(João 14:16-18) “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que
fique convosco para sempre, 17 o Espírito da verdade, que o mundo não pode
receber, porque não O vê, nem O conhece; mas vós O conhecereis, porque habita
convosco e estará em vós. 18 Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós".

Jesus deixou bem claro que o líder visível da igreja (Jesus) estaria no céu enquanto a
Cabeça invisível da igreja (o Espírito Santo) tomaria seu lugar na terra. A teologia Católica
Romana mudou isso. Eles afirmam que a cabeça visível da igreja (o Papa) está na terra
enquanto a cabeça invisível (Jesus) está no céu. Assim, os papas não apenas usurpam o
lugar de Jesus, mas também usurpam o lugar do Espírito Santo! Este é o epítome da
blasfêmia!

Vicarius Filii Dei e o Anticristo


Surpreendentemente, a palavra grega antichristos tem o mesmo significado básico que
Vicarius Filii Dei em latim. A maioria das pessoas assume que a palavra anticristo significa
'aquele que é contra Cristo'. É verdade que em grego a preposição “anti” pode significar
'contra'. Mas é igualmente verdade que esta preposição, quando é usada como um
prefixo de um substantivo significa 'em vez de' ou 'no lugar de'. No grego clássico, por
exemplo, a palavra antibasileus significa 'aquele que ocupa o lugar do rei'. No Novo
Testamento, o nome Herodes Antipas significa que Herodes governou 'em lugar de seu
pai'. (Apocalipse 2:13) A palavra antítipo significa 'aquele que toma o lugar do tipo'. Cristo
é mencionado como tendo dado Sua vida como resgate no lugar de (antilutron) todos (I
Timóteo 2:6). Assim, a palavra antichristos em grego e Vicarius Filii Dei em latim têm um
significado muito semelhante!

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 191 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Embora eu discorde da interpretação futurista de Dave Hunt do anticristo, acredito que
ele deu uma descrição precisa de como será o anticristo bíblico:

“Embora o prefixo grego ‘anti’ geralmente signifique ‘contra’ ou ‘oposto a’,


também pode significar ‘no lugar de’ ou ‘um substituto para’. O anticristo
incorporará ambos os significados. Ele se oporá a Cristo enquanto finge ser Cristo...
Quando chegar a hora de sua ascensão ao poder - será no meio de uma crise
global sem precedentes - ele será saudado como o salvador do mundo, e assim
parecerá ser... Em vez de um ataque frontal contra o Cristianismo, o maligno
perverterá a igreja por dentro, colocando-se como seu fundador. Ele
astuciosamente representará falsamente a Cristo enquanto finge ser o Cristo. E por
esse processo de substituição ele vai minar e perverter tudo o que Cristo realmente
é... Se o Anticristo realmente fingirá ser o Cristo, então seus seguidores devem ser
‘Cristãos’! A igreja daquele dia, sem voz dissidente, o saudará como seu líder.”
(HUNT, Dave. “Global Peace”, pp. 7-8, 45, 200). [O Negrito é meu e o itálico é dele].

Ellen White e o Número 666

Para encerrar, gostaria de fazer algumas observações sobre o nome de Ellen G. White. O
apologista Católico Romano Patrick Madrid (e outros antes dele) afirmou que o nome
Ellen Gould White também totaliza 666 (L + L + L + D + D + I). Superficialmente, isso parece
persuasivo; no entanto, existem vários problemas intransponíveis com essa visão.

Em primeiro lugar, uma pequena trapaça deve ocorrer para que essa identificação
funcione. O "W" da palavra “White” deve ser convertido em dois V's. Desnecessário dizer
que isso nunca foi feito da maneira latina de calcular os números. Na verdade, o “W” nem
existe na língua latina!

Em segundo lugar, e mais devastador, o nome Ellen Gould White não é um nome
blasfemo.

Em terceiro lugar, não há justificativa para usar o sistema numérico latino para um nome
que está em inglês. Se o nome de Ellen White estivesse em latim, teríamos justificativa
para usar o sistema de numeração latino.

Por último e mais importante, devemos lembrar que o número 666 é o número da besta.
Ellen White não se encaixa em nenhuma das outras especificações da besta. Ela surgiu
nos Estados Unidos, não em Roma, ela não arrancou três reinos, ela não pensou em
mudar os tempos e as leis (ao contrário, ela manteve a lei incluindo o Sábado!), Ela não
perseguiu os santos, ela não falou blasfêmias contra Deus, ela não governou por 1260
anos (ela viveu uma vida longa, mas não tanto!), ela não exerceu domínio sobre todas as
nações, tribos e línguas, ela não recebeu uma ferida mortal que foi curada e o mundo
inteiro não ficou maravilhado com ela. Mesmo que o nome Ellen Gould White totalizasse
666, o que não é verdade, o número é apenas uma das especificações da besta e
nenhuma das outras características da besta se ajustam a Ellen White.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Certa vez, ouvi alguém dizer: Mas Ellen White recebeu um ferimento mortal quando um
colega de classe a atingiu com uma pedra na ponte do nariz quando ela tinha 09 anos e,
embora seus médicos dissessem que ela iria morrer, ela se recuperou do ferimento!
Nunca cessam de surpreender-me até que ponto as pessoas vão para sustentar suas
noções preconcebidas! Existem dois problemas flagrantes com este cenário. Em primeiro
lugar, Ellen White foi ferida quando era criança, mas a besta foi ferida no final de sua
carreira. Em segundo lugar, Ellen White foi ferida com uma pedra enquanto a besta foi
ferida com uma espada! (veja Apocalipse 13:10, 14).

À luz das evidências bíblicas e históricas de que temos à nossa disposição, creio que não é
irracional acreditar que o título Vicarius Filii Dei é uma explicação adequada do número
666. Este é um título oficial dos papas, embora no momento não temos como provar, sem
sombra de dúvida, que o título estava na tiara ou na mitra em tempos passados. Portanto,
concordo com o Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia:

“Se a inscrição Vicarius Filii Dei aparece na tiara ou na mitra não vem ao caso. O
título é admitidamente aplicado ao papa, e isso é suficiente para os fins desta
profecia”. (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 7, página 823-824).

Em 2007, o padre Católico Romano, Edward L. Beck foi convidado por Shawn Hannity para
discutir o significado do número 666. A entrevista é fascinante no fato de que Beck deu a
explicação idêntica do número 666 como fazem alguns dos mais hábeis estudiosos da
Igreja Adventista do Sétimo Dia! Aqui está a transcrição da entrevista onde destaquei as
partes significativas.

Entrevista da Fox News Network

• SHOW: HANNITY'S AMERICA


• HORÁRIO: 21:30 EST
• DATA: Domingo, 04 de novembro de 2007
• 110401cb.268
• NOTÍCIAS: Internacional

(Nota: EDWARD L. BECK, CP, é um padre Católico Romano da Comunidade Passionista.


Além de conduzir workshops nacional e internacionalmente, o Padre Beck é um autor e
desenvolve projetos de televisão e cinema convencionais. Ele também é um comentarista
sobre religiões e questões religiosas para vários meios de comunicação. O destaque
amarelo de uma de suas respostas é adicionado).

Além da crença: A natureza misteriosa de três números que ninguém quer repetir. Fique
ligado enquanto retornamos a "Hannity's America" aqui mesmo no canal FOX News.

SEAN HANNITY, APRESENTADOR DA FOX: Bem-vindo de volta à "Hannity's America". O


666, você viu esses dígitos terríveis, mas sabe o que eles representam? Esta noite,
veremos os números demoníacos no segmento "Além da Crença".

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 193 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(INICIAR VIDEOTAPE)

SEAN HANNITY (voice-over): O 666, você viu esses números em todos os lugares, placas
de trânsito, códigos de barras, tatuagens, datas no calendário, filmes de Hollywood. Para
muitos, o número é assustador. Eles acreditam que é o número do diabo. Três dígitos que
personificam o mal indizível, prenunciando o fim dos tempos. O 666 é realmente tudo que
passamos a acreditar que é?

FR. EDWARD L. BECK, C.P., AUTOR, "SOUL PROVIDER": O 666, porque eles dizem que a
besta e a força do mal, muitas pessoas têm igualado isso ao diabo, porque
tradicionalmente Satanás tem sido a força do mal.

SEAN HANNITY: No último livro do Novo Testamento, o Livro do Apocalipse, ele fala do
juízo iminente, o fim dos tempos quando uma grande guerra entre as forças do bem e do
mal será travada. Em última análise, Deus triunfará, mas a personificação do mal virá
neste momento e na forma do Anticristo ou da Besta, levando o número 666. O capítulo
13 de Apocalipse menciona que o povo receberá a marca da besta em sua mão direita ou
testa. A Bíblia não deixa claro qual será a marca. Muitos evitam especulações, já que a
Bíblia especificamente não dá informações detalhadas sobre a natureza dessa marca.

EDWARD L. BECK: Sempre há cautela quando você especula sobre o que a Bíblia significa,
porque todo mundo vai interpretá-la de uma maneira diferente. É quase uma imagem
religiosa da poesia que tenta explicar uma verdade mais profunda sobre o bem e o mal.

SEAN HANNITY: Para os seguidores da igreja, 6 é visto como uma representação do que
carece de perfeição e uma representação do pecado. Repetido três vezes, esse número
torna-se completo. Também é argumentado que o “666” pode representar uma trindade
profana. A Bíblia está cheia de “7” para simbolizar perfeição. O número “6” pode
simbolizar o poder incompleto do mal.

Por que o “666” é o número atribuído, entre aspas, "a besta"?

EDWARD L. BECK: Na escritura, Deus está relacionado ao número perfeito “7”. No livro
do Apocalipse, diz que a besta é o homem, a besta é a espécie humana. Somos “666”. E
existe potencial para o mal em todos nós. Sempre seremos menos do que “7”.

SEAN HANNITY: Muitos usam a numerologia para tentar explicar esse número diabólico.
Por quase 2.000 anos, as pessoas têm estado a adicionar, subtrair, permear e fatiar
números para descobrir porque dos “666” e quem pode ser a besta que carrega estes
dígitos.

EDWARD L. BECK: Este mal pode ser o imperador romano, Nero. Alguns dizem que se
refere a ele. Se você colocar César, Nero e pegar a numerologia desse nome, os algarismos
romanos, é “666”. Essa é uma maneira velada de falar sobre Nero.

SEAN HANNITY: Alguns até ligaram o número a mais sagrada das instituições católicas.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
EDWARD L. BECK: Na verdade, foi o Papa João Paulo II. Se você olhar seu nome em latim,
Ioannes Paulus Secundo, e tirar os algarismos romanos desse nome, adivinhe o que eles
significam? 666. Se você pegar o nome latino que se refere a todos os papas, Vicarius Filii
Dei, que significa vigário do Filho de Deus, se você tirar os algarismos romanos deles,
adivinhe o que eles significam? 666.

SEAN HANNITY: Outra hipótese numérica argumenta que se você numerar o alfabeto
inglês, A é igual a 100, B é igual a 101, C é igual a 102 e assim por diante. Usando essa
teoria, Adolph Hitler equivale a 666. Mesmo a WEB (www - rede mundial) foi conhecida
por alguns como a besta.

EDWARD L. BECK: Em hebraico, não existem caracteres para números, são letras. A letra
W é VA, cujo número equivalente é “6”. Então, se você tem a rede mundial WEB (www), é
666. Alguns atribuem parte de nossa queda, nossa queda moderna ou decadência, se
quiserem, à Internet.

SEAN HANNITY: Não faltam teorias quando se trata do número “666” ou o que ou quem
ele possa representar. Na verdade, não existe consenso no mundo eclesiástico. O que
sabemos é que: esses três números foram alimentados por séculos de medo humano e
fascinação pelo mal. Entre os filmes de Hollywood, que capitalizam nossas exceções
demoníacas e teorias da conspiração, que manipulam a matemática e a linguagem, para
levar as pessoas a acreditarem que o apocalipse finalmente está sobre nós.

Mas, colocando as teorias malucas de lado e abandonando as interpretações literais do


Livro do Apocalipse, talvez este número nefasto que escapou do nosso vernáculo diário
tenha o objetivo de servir a um propósito maior.

EDWARD L. BECK: A lição importante mais profunda do livro do Apocalipse e de toda a


noção de “666” é que o mal é uma força. Penso o que esta lição, do livro do Apocalipse, é
que a boa vontade supera, mas temos que estar vigilantes sobre isso.

SEAN HANNITY: Então o número “666” não é nada mais do que um aviso simbólico do mal
em todos nós? Ou os números são realmente a personificação do próprio diabo ou talvez
a marca da besta seja apenas "Além da Crença".

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 195 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

A Besta, Sua Imagem e Seu Número: O Pano de


Fundo do Antigo Testamento
Conexão entre Daniel #2 e #3
• Deus havia delineado, em Daniel #2, a seqüência de reinos que surgiriam entre os
dias de Nabucodonosor e a segunda vinda de Jesus.
• Nabucodonosor não gostou do cenário que Deus havia apresentado e tentou
mudar o cenário profético de Deus.
• Essa ideia veio dos líderes religiosos (WHITE, Ellen G. (1981), Profetas e Reis,
capítulo: A Fornalha Ardente, p. 483-485).
• A palavra “ouro” em Daniel #2 e #3 liga os capítulos.
• A palavra “imagem” é idêntica em ambos os capítulos.
• A expressão “estabelecer” é usada repetidamente no capítulo.
• Lembre-se de que, em Daniel #2, Deus havia declarado que Ele iria “estabelecer”
seu reino indestrutível (Daniel 3:1, 2, 3, 7, 12, 14, 15, 18).

Babilônia era o poder governante no mundo daquela época (Daniel 3:1).

(Daniel 3:1) “O Rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era de
sessenta côvados, e a sua largura, de seis côvados; levantou-a no campo de Dura,
na província de Babilônia”.

O povo de Deus estava cativo em Babilônia (Jeremias 51:45).

(Jeremias 51:45) “Saí do meio dela, ó povo meu, e livre cada um a sua alma, por
causa do ardor da ira do SENHOR”.

Nabucodonosor, por um tempo, viveu como uma besta [animal] (Daniel 4:16).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Daniel 4:16) “Seja mudado o seu coração, para que não seja mais coração de
homem, e seja-lhe dado coração de animal; e passem sobre ele sete tempos”.

Nabucodonosor estabeleceu uma imagem em sua honra. Repetidamente, Daniel #3 cita


Nabucodonosor usando a expressão “que eu estabeleci”.

Dimensões da Imagem
As dimensões da imagem eram 60 x 6 (Daniel 3:1).

(Daniel 3:1) “O Rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era de
sessenta côvados, e a sua largura, de seis côvados; levantou-a no campo de Dura,
na província de Babilônia”.

“A matemática babilônica era baseada no sistema sexagesimal, em que as


unidades básicas de contagem eram os números 6 e 60. O sistema sexagesimal foi
aceito universalmente para a medição de arcos e ângulos e para as divisões de
tempo.” (STEFANOVIC, Ranko (2002). "Revelation of Jesus Christ: Commentary on
the Book of Revelation", p. 417).

• Se o que Heródoto disse estiver correto, a imagem pesava 800 talentos de ouro, o
que equivaleria a mais de 30 toneladas (Daniel 3:1).
• Sistema sexagesimal originado na Babilônia (60 segundos, 60 minutos, 24 horas,
360 dias, 360 graus).
• Se multiplicarmos 60 x 6, o total é 360, que era um número muito sagrado na
Babilônia.
• 360 graus e 360 dias representam o ciclo completo do espaço e o círculo
completo do tempo.
• Cada um dos 36 deuses do panteão governou cada um sobre 10 graus de espaço e
10 graus de tempo.
• A soma dos números 1-36 é 666 e o número 666 era conhecido como "o grande
número do sol". Todos os deuses foram incluídos nesse único número de resumo.
Na Babilônia, o deus do sol era chamado de Marduque [Marduk ou Merodaque].
Ele era considerado o governante absoluto de todo o tempo e espaço.
• O sistema sacerdotal da Babilônia expressou esse conceito usando amuletos ou
medalhões em volta do pescoço.
• Os medalhões eram feitos de ouro puro porque o ouro é a cor do sol. Na verdade,
os antigos chamavam o ouro de "orvalho do sol". Não é por acaso que em Isaías
14:4 Babilônia é chamada de reino de ouro e que em Daniel 2 Babilônia é
representada pela cabeça de ouro. Os medalhões ou amuletos eram circulares
(como o sol) e tinham um hexágono dentro do amuleto.
• No anverso (frente) do amuleto havia um grande quadrado com 36 quadrados
menores dentro. Em cada quadrado havia um número de 1 a 36 e abaixo do
grande quadrado estava o número 666.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 197 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
• No verso (costas) do selo ou amuleto havia um leão furioso com asas (de cor
amarela como o sol), cuja juba é retratada como os raios do sol. Babilônia é
retratada como um leão em Daniel 7 e também em esfinges que estavam nas
entradas principais da cidade.
• Na astrologia “Leo”, o leão, governa o período mais quente do ano (23 de julho a
22 de agosto).
• Os Romanos adquiriram muito de seu sistema religioso da Babilônia, mas
estabeleceram um sistema numérico diferente. Eles escolheram seis letras de seu
alfabeto latino e deram a cada letra um valor numérico. A soma total de todos os
seis números é 666.
• Assim, o número 666 deve ser identificado com Babilônia e com Roma (também
chamada de Babilônia em I Pedro 5:13).
• Assim, aqueles que adoraram a imagem estariam honrando a Babilônia e
adorando o deus do sol, cujo número é 666.

O Problema Principal: Adoração

• A questão era: Quem você adoraria: a imagem ou o Deus verdadeiro (Daniel 3:28).
(Daniel 3:28) “Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos que
confiaram nEle, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar os
seus corpos, para que não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o
seu Deus”.
• Esta palavra é usada 10 vezes no capítulo (Daniel 3:5-7, 10-12, 14, 15, 18, 28).
• A lei de Deus também está envolvida, principalmente as leis da primeira tábua que
tem a ver com a adoração ao Deus verdadeiro.
• Adoramos a Deus porque Ele é o Criador (Salmos 95:6) e o sinal de adoração ao
Criador é o Sábado (Apocalipse 14:7).

Havia uma União de Igreja e Estado (Daniel 3:2)

• Observe todos os governantes políticos que estavam presentes em ordem de


classificação. Todos os poderes civis do mundo babilônico estavam presentes lá.
• O governo estava cumprindo um decreto religioso. Não adorar é traição contra o
governo.
• Se eu tiver tempo, falo sobre a cláusula de estabelecimento e as cláusulas de livre
exercício da Constituição reveladas em Daniel #3 e Daniel #6.

Decreto Universal, Música e Decreto de Morte


O decreto para adorar foi universal (Daniel 3:4).

A música desempenhou um papel significativo em conexão com a adoração falsa (Daniel


3:5, 7, 10, 15).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Um decreto de morte contra aqueles que não adoram a imagem da besta (Daniel 3:6, 11,
15, 19).

Remanescente e Tremor
Um remanescente fiel e insignificante ficou ao lado do Senhor. Se o rei pudesse erradicá-
los, seu triunfo seria completo (Daniel 3:12).

Os líderes religiosos acusaram os três jovens ao poder civil (Daniel 2:2, 4, 5, 10, 12; Daniel
3:9-12).

Houve um tremor no Vale de Dura (Daniel 1:3).

• Quando Nabucodonosor levou Daniel e seus três amigos cativos, ele deixou
Zedequias (II Reis 24:14-17) para governar em Jerusalém.
• No ano 594 AC (Jeremias 51:59), o Rei Zedequias fez uma viagem à Babilônia. É
inconcebível que Zedequias não estivesse lá.

Intimidação
Nabucodonosor tentou intimidar o remanescente, que guardava os mandamentos de
Deus, a adorar apenas a Ele (Daniel 3:15).

• Três etapas: Fascinação, Intimidação, Aniquilação.


• Ellen White faz uma observação muito perspicaz. Ela diz que o rei falou as palavras
da primeira parte de Daniel 3:15 e então “com a mão estendida para cima em
desafio” (Signs of the Times, 06 de maio de 1897) ele pronunciou as últimas
palavras do versículo.

A resposta do remanescente fiel (Daniel 3:16-18).

A Fúria do Rei e o Tempo de Angústia (Daniel 3:19)

• Tempo de angústia para os três jovens (Daniel 3:20-23).


• Ellen White descreve vividamente a face de Nabucodonosor depois que os jovens
falaram:
“Atributos satânicos fizeram seu semblante parecer o de um demônio.” (WHITE,
Ellen G. (1897), “Signs of the Times Articles” – Book III, capítulo: “God’s Care for His
Children”).
• Deus responderia em curto espaço de tempo a esta acusação: “Eu os livrarei”.
(marido / esposa; soberano / sujeito; corpo / cabeça; pastor / ovelha).
• O mesmo erro que o Faraó cometeu no Mar Vermelho - pare e veja a salvação do
Senhor. O Senhor luta por Israel.
• Os três jovens hebreus enfrentaram a besta, sua imagem e os governantes civis
sem vacilar. Não havia maneira humana de sobreviver.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
A Fornalha Ardente e a Libertação
A fornalha foi aquecida sete vezes mais (Daniel 3:19).

• O máximo calor. Sete representa a totalidade.


• A fornalha representa a aflição pela qual Deus purifica seu povo (Isaías 48:10;
13:12; Jó 23:10; Malaquias 3:2-3).
• Os rapazes reivindicaram a promessa de Isaías 43:2.

Em vez disso, seus algozes morreram (Daniel 3:22).

O próprio Cristo levantou-se para libertar Seu fiel remanescente em meio ao tempo de
angústia.

• Observe que o Filho de Deus é o Anjo (Daniel 3:25, 28).


• Eles passaram pela tribulação, mas foram protegidos pelo poder divino (Daniel
3:24-27).
• Cristo é o herói, não os três jovens!

A palavra-chave nesta passagem é “livrar” que é usada quatro vezes (Daniel 3:15, 17, 28,
29).

• Se você estiver com Ele, Ele estará com você.


• Ele requer fidelidade total e completa, não serviço indiferente!

Princípios para a Aplicação no Tempo do Fim de Daniel 3


O Israel literal estava literalmente cativo na Babilônia literal, o rei literal comporta-se
como uma besta literal, estabelece uma imagem literal, em um vale literal ordenando a
todos que literalmente se curvem e adorem, os judeus literais recusam-se a se curvar
literalmente e, portanto, foram lançados em uma fornalha ardente literal e foram libertos
das chamas literais.

O poder que governará o mundo no tempo do fim será a Babilônia (Apocalipse 17:1, 2, 5).

Babilônia apresentará um cenário falso profético desejando estabelecer uma nova ordem
mundial diferente da nova ordem mundial que Jesus trará.

O povo de Deus estará novamente cativo na Babilônia (Apocalipse 18: 4).

Haverá um poder descrito como a besta (Apocalipse 13:1-2).

A besta levantará uma imagem (Apocalipse 13:11-18).

A marca da besta será imposta pela força.

• É o oposto do selo de Deus. O selo de Deus é o Sábado, então a marca da besta


deve ser um dia contrário.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
• Apocalipse 14:7 nos chama a adorar o Criador em contraste com adorar a besta e
sua imagem (Apocalipse 14:9-11).

Ellen White declara:

“Um sábado idólatra foi estabelecido, como a imagem de ouro foi erguida nas
planícies de Dura. E como Nabucodonosor, o rei da Babilônia, emitiu um decreto
para que todos os que não se curvassem e adorassem a essa imagem fossem
mortos, assim uma proclamação será feita para todos que não reverenciarem a
instituição do Domingo e serão punidos com prisão e morte.” (Manuscript
Releases, volume 14, p. 91).

O número da besta é 666:

• A besta tem um nome de blasfêmia (Apocalipse 13:1).


• O que é blasfêmia? (Marcos #2; João #10).
• O nome tem um número (Apocalipse 13:17).
• Como você obtém um número de um nome?
• Nos tempos antigos, os números eram escritos com letras.
• Que língua deve-se usar?
• Deve estar em Latim porque é um poder Romano (Apocalipse 13:2).

A imagem e a marca devem ter algo a ver com o sol.

• É a mesma coisa adorar o sol como é adorar no Domingo?


• Vicarius Filii Dei e Anticristo, ambos têm o mesmo significado básico: Aquele que
toma o lugar de Cristo.

Ellen White faz o paralelo:

“A história se repetirá. Será exaltada a falsa religião. O primeiro dia da semana, dia
comum de trabalho, não possuindo nenhuma santidade, será levantado como o foi
a imagem em Babilônia. A todas as nações, e línguas e povos se ordenará
venerarem este sábado espúrio. É este o plano de Satanás para invalidar o dia
instituído por Deus e dado ao mundo como memorial da criação. O decreto
impondo a veneração deste dia abrangerá o mundo todo. The S.D.A. Bible
Commentary 7:976.” (WHITE, Ellen G. (1976). Meditações Matinais – Maranata – O
Senhor Vem (1977), Capítulo: O exemplo da América do Norte - 25 de Julho, p. 435).

Mais uma vez, a adoração será a questão central e será mundial (Apocalipse 13:4, 8, 12,
15; Apocalipse 14:7, 9).

“O decreto impondo a veneração deste dia abrangerá o mundo todo.” (WHITE,


Ellen G. (1976). Meditações Matinais – Maranata – O Senhor Vem (1977), Capítulo:
O exemplo da América do Norte - 25 de Julho, p. 435).Mas os mandamentos

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 201 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
também serão um problema, especialmente a primeira tábua da lei (Apocalipse
12:17).

Mas os mandamentos também serão um problema, especialmente os da primeira tábua


da lei (Apocalipse 12:17).

Haverá uma união da igreja e estado (Apocalipse 17:2; 18: 3).

Um decreto de morte será proclamado contra o remanescente fiel de Deus (Apocalipse


13:15).

“Este argumento [aquele baseado em João 11:51 última parte] parecerá


conclusivo; e expedir-se-á, por fim, um decreto contra os que santificam o sábado
do quarto mandamento, denunciando-os como merecedores do mais severo
castigo, e dando ao povo liberdade para, depois de certo tempo, matá-los. O
romanismo no Velho Mundo, e o protestantismo apóstata no Novo, adotarão uma
conduta idêntica para com aqueles que honram todos os preceitos divinos.”
(WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Aproxima-se o tempo de
angústia, p. 537).

“Terrível é a crise para a qual caminha o mundo. Os poderes da Terra, unindo-se


para combater os mandamentos de Deus, decretarão que todos, 'pequenos e
grandes, ricos e pobres, livres e servos' (Apocalipse 13:16), se conformem aos
costumes da igreja, pela observância do falso sábado. Todos os que se recusarem a
conformar-se serão castigados pelas leis civis, e declarar-se-á finalmente serem
merecedores de morte.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O
último convite divino, p. 528).

O decreto de morte será universal (Apocalipse 3:15-16).

“Como o sábado se tornou o ponto especial de controvérsia por toda a cristandade,


e as autoridades religiosas e seculares se combinaram para impor a observância do
domingo, a recusa persistente de uma pequena minoria em ceder à exigência
popular, fará com que esta minoria seja objeto de ódio universal.” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: Aproxima-se o tempo de angústia, p. 536-537).

A música e a exibição externa desempenharão um papel significativo no tempo do fim


(Apocalipse 18:22).

Satanás sabe que tipo de música usar para entorpecer nossos sentidos espirituais e
tornar-nos mais suscetíveis às suas tentações.

“Muitos protestantes supõem que a religião católica não é atrativa, e que seu culto
é um conjunto de cerimônias, fastidioso e sem sentido. Enganam-se, porém.
Embora o romanismo se baseie no engano, não é impostura grosseira e desprovida
de arte. O culto da Igreja Romana é um cerimonial assaz impressionante. O brilho
de sua ostentação e a solenidade dos ritos fascinam os sentidos do povo, fazendo

Página 202 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
silenciar a voz da razão e da consciência. Os olhos ficam encantados. Igrejas
magnificentes, imponentes procissões, altares de ouro, relicários com pedras
preciosas, quadros finos e artísticas esculturas apelam para o amor do belo. O
ouvido também é cativado. A música é excelente. As belas e graves notas do órgão,
misturando-se à melodia de muitas vozes a ressoarem pelas elevadas abóbadas e
naves ornamentadas de colunas, das grandiosas catedrais, não podem deixar de
impressionar a mente com profundo respeito e reverência. Este esplendor, pompa e
cerimônias exteriores, que apenas zombam dos anelos da alma ferida pelo pecado,
são evidência da corrupção interna. A religião de Cristo não necessita de
semelhantes atrativos para se fazer recomendável. À luz que promana da cruz, o
verdadeiro cristianismo apresenta-se tão puro e adorável que decorações externas
nenhumas poderão encarecer-lhe o verdadeiro valor. É a beleza da santidade, o
espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 493-494).

Deus terá um remanescente fiel que se recusará a adorar a imagem da besta (Apocalipse
12:17; 14:12; 15:2-4).

Haverá um abalo entre o povo de Deus (Mateus 24:10-12).

“Permanecer em defesa da verdade e justiça quando a maioria nos abandona,


participar das batalhas do Senhor quando são poucos os campeões — essa será
nossa prova. Naquele tempo, devemos tirar calor da frieza dos outros, coragem de
sua covardia, e lealdade de sua traição. A nação ficará do lado do grande líder
rebelde.” (WHITE, Ellen G. (2004). Testemunhos para a Igreja – volume #5,
Capítulo: Cooperadores de Deus, p. 128-129).

“Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na


mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à
verdade, abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário. Unindo-
se ao mundo e participando de seu espírito, chegaram a ver as coisas quase sob a
mesma luz; e, em vindo a prova, estes estão prontos a escolher o lado fácil,
popular. Homens de talento e maneiras agradáveis, que se haviam já regozijado na
verdade, empregam sua capacidade em enganar e transviar as almas. Tornam-se
os piores inimigos de seus antigos irmãos. Quando os observadores do sábado
forem levados perante os tribunais para responder por sua fé, estes apóstatas
serão os mais ativos agentes de Satanás para representá-los falsamente e os
acusar e, por meio de falsos boatos e insinuações, incitar os governantes contra
eles.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O último convite Divino,
p. 531).

Os líderes religiosos serão os primeiros a acusar o remanescente de Deus, assim como nos
dias de Elias, João Batista, Jesus e a igreja na Idade Média:

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 203 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Os que honram o sábado bíblico serão denunciados como inimigos da lei e da
ordem, como que a derribar as restrições morais da sociedade, causando anarquia
e corrupção, e atraindo os juízos de Deus sobre a Terra. Declarar-se-á que seus
conscienciosos escrúpulos são teimosia, obstinação e desdém à autoridade. Serão
acusados de deslealdade para com o governo. Ministros, que negam a obrigação
da lei divina, apresentarão do púlpito o dever de prestar obediência às autoridades
civis, como ordenadas de Deus. Nas assembléias legislativas e tribunais de justiça,
os observadores dos mandamentos serão caluniados e condenados. Dar-se-á um
falso colorido às suas palavras; a pior interpretação será dada aos seus intuitos.”
(WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O maior perigo para o Lar e a
Vida, p. 516).

“Estendendo-se a controvérsia a novos campos, e sendo a atenção do povo


chamada para a lei de Deus calcada a pés, Satanás entrará em ação. O poder que
acompanha a mensagem apenas enfurecerá os que a ela se opõem. O clero
empregará esforços quase sobre-humanos para excluir a luz, receoso de que
ilumine seus rebanhos. Por todos os meios ao seu alcance esforçar-se-á por evitar
todo estudo destes assuntos vitais.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito,
Capítulo: O último convite Divino, p. 530).

Satanás manifestará sua ira (Apocalipse 12:17).

Haverá uma pergunta semelhante como foi feita por Nabucodonosor (Apocalipse 13:3-4).

Haverá um severo tempo de angústia e o povo de Deus parecerá condenado:

• Daniel 11 tem a sequência: O Rei do Norte sai para aniquilar muitos, então, Miguel
levanta-se para defender seu povo, então eles são libertados.

“Conta com as multidões do mundo como seus súditos; mas o pequeno grupo que
guarda os mandamentos de Deus, está resistindo a sua supremacia. Se ele os pudesse
eliminar da Terra, seu triunfo seria completo.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande
Conflito, Capítulo: Aproxima-se o tempo de angústia, p. 539).

A fornalha ardente são as sete últimas pragas onde à totalidade da ira de Deus deve ser
derramada. Os ímpios serão destruídos, mas não os justos:

“Sua aflição é grande, as chamas da fornalha parecem prestes a consumi-los; mas


Aquele que os refina e purifica, os apresentará como ouro provado no fogo. O amor
de Deus para com os Seus filhos durante o período de sua mais intensa prova, é tão
forte e terno como nos dias de sua mais radiante prosperidade; mas é necessário
passarem pela fornalha de fogo; sua natureza terrena deve ser consumida para que
a imagem de Cristo possa refletir-se perfeitamente.” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Aproxima-se o tempo de angústia, p. 541).

Jesus intervirá pessoalmente para libertar Seu povo.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Quando a proteção das leis humanas for retirada dos que honram a lei de Deus,
haverá, nos diferentes países, um movimento simultâneo com o fim de destruí-los.
Aproximando-se o tempo indicado no decreto, o povo conspirará para desarraigar
a odiada seita. Resolver-se-á dar em uma noite um golpe decisivo, que faça
silenciar por completo a voz de dissentimento e reprovação. O povo de Deus —
alguns nas celas das prisões, outros escondidos nos retiros solitários das florestas e
montanhas pleiteia ainda a proteção divina, enquanto por toda parte grupos de
homens armados, instigados pelas hostes de anjos maus, se estão preparando para
a obra de morte. É então, na hora de maior aperto, que o Deus de Israel intervirá
para o livramento de Seus escolhidos.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito,
Capítulo: O Livramento dos Justos, p. 554).

Deus exigirá lealdade inabalável:

“Os tempos de provação que estão diante do povo de Deus reclamam uma fé que
não vacile. Seus filhos devem tornar manifesto que Ele é o único objeto do seu
culto, e que nenhuma consideração, nem mesmo o risco da própria vida, pode
induzi-los a fazer a mínima concessão a um culto falso. Para o coração leal, as leis
de homens pecaminosos e finitos se tornam insignificantes ao lado da Palavra do
eterno Deus. A verdade será obedecida, embora o resultado seja prisão, exílio ou
morte.” (WHITE, Ellen G. (1981). Profetas e Reis, Capítulo: A fornalha ardente, p.
493).

Um caráter à Prova de Fogo

• Em Isaías 33:14-16: Devemos ter um caráter excelente. Seja fiel nas coisas
pequenas (Lucas 16:10; Jeremias 12:5).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

A Marca da Besta
Introdução
Para começar, vamos imaginar jogar uma pedra em um lago causando três ondulações -
maiores, menores e mínimas. As mínimas ondulações ampliam-se para as menores
ondulações e as menores ondulações ampliam-se para as maiores. Agora eu quero que
você imagine três círculos concêntricos:

• Os Dez Mandamentos seriam o círculo maior de todos.


• A primeira tábua da lei seria o círculo médio.
• Um mandamento específico na primeira tábua seria o menor círculo.

O Círculo Maior de Todos

Ondulação #1: O círculo maior de todos representa o conflito final sobre a Lei de Deus.

Ponto #1: Bem no final, Satanás odeia os mandamentos de Deus.

(Apocalipse 12:17) “E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto
da sua semente [descendência], os que guardam os mandamentos de Deus e têm o
testemunho de Jesus Cristo.”

Ponto #2: O povo de Deus, no final, terá um selo em sua testa [ou fronte] e é a lei que
está escrita na mente e no coração.

(Apocalipse 7:3) “Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que
hajamos assinalado na testa os servos do nosso Deus”.

(Hebreus 8:10) “Porque este é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a
casa de Israel, diz o Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu
coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ponto #3: É a lei que está selada entre os discípulos de Deus.

(Isaías 8:16) “Liga o testemunho e sela a lei entre os meus discípulos”.

Ponto #4: Aqueles que têm o selo de Deus afastam-se da iniquidade. É a Lei que define o
bem e o mal (Eclesiastes 12:13 onde a lei está ligada ao bem e ao mal).

Mateus 7:23 e Lucas 13:27 são versículos paralelos. Mas, enquanto Mateus 7:23 usa a
palavra anomias (iniquidade), Lucas 13:27 usa a palavra adikia. Mesmo em inglês, às
vezes, quando você adiciona um 'a' no início de um substantivo, isso significa o oposto do
que a palavra significa sem o 'a'. Por exemplo, a palavra “amorfo”.

(II Timóteo 2:19) “Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O
Senhor conhece os que são Seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se
da iniquidade [adikia]."

(Mateus 7:23) “E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de
mim, vós que praticais a iniquidade [anomias].”

Nota: A palavra anomias é traduzida como "transgressão da lei" em I João 3:4.

(Lucas 13:27) “E ele vos responderá: Digo-vos, que não sei de onde vós sois;
apartai-vos de mim, vós todos os que praticais a iniquidade [adikia].”

Ponto #5: Uma comparação entre Apocalipse 14:9-11 e 14:12 revela que há um contraste
entre aqueles que adoram a besta e aqueles que guardam os mandamentos de Deus.

(Apocalipse 14:11-12) “E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e


não têm repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e sua imagem,
e aquele que receber o sinal do seu nome. 12 Aqui está a paciência dos santos; aqui
estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.”

O Círculo Menor: Conflito Sobre a Primeira Tábua da Lei


Ponto #1: Em Deuteronômio 6:4 resume a primeira tábua da lei (os primeiros quatro
mandamentos) e, então, os versículos 5-8 ordenam que Israel os escreva na testa e na
mão.

(Deuteronômio 6:4-8) "Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. 5


Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todas as tuas forças [resumo da primeira tábua da lei]. 6 E estas palavras que hoje
te ordeno estarão no teu coração; 7 e as intimarás a teus filhos e delas falarás
assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. 8
Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus
olhos”.

Ponto #2: A questão no tempo do fim tem a ver com a adoração (Daniel #3 [11 vezes]). Os
últimos seis mandamentos têm a ver com as relações horizontais entre os seres

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 207 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
humanos, enquanto os primeiros quatro mandamentos descrevem a sua relação vertical
com Deus.

(Apocalipse 13:4) “E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram
a besta, dizendo: quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela”?

(Apocalipse 13:8, 12, 15) “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra,
esses cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto
desde a fundação do mundo. 12 E exerce todo o poder da primeira besta na sua
presença e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja
ferida mortal fora curada. 15 E foi-lhe concedido que desse espírito [fôlego] à
imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que
fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta”.

(Apocalipse 14:9, 11) “E os seguiu o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se
alguém adorar a besta e a sua imagem, e receber o sinal na testa ou na mão... 11 E
a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso, nem de
dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e aquele que ereceber o
sinal do seu nome”.

Ponto #3: O capítulo 13 fala da falsa adoração à besta e a sua imagem e o recebimento
da marca. Em contraste, o capítulo 14:6-7 ordena ao povo de Deus para adorar a Deus
como Criador. Se uma pessoa não adorar ao Criador, esta pessoa estará finalmente
adorando à besta.

(Apocalipse 14:6-7) “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho
eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e
língua, e povo, 7 dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque
vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as
fontes das águas”.

• A besta é adorada [primeiro mandamento] (Apocalipse 13:4).


• A imagem é adorada [segundo mandamento] (Apocalipse 13:14).
• Nome é blasfemado [terceiro mandamento] (Apocalipse 13:6).
• Ataque ao Criador [quarto mandamento] (Apocalipse 14:7 com 14:9).

O Menor Círculo de todos: Um Ataque ao Quarto Mandamento


Ponto #1: Testemunho das Escrituras: Nós adoramos a Deus porque Ele é nosso Criador e
o sinal memorial do Criador é o Sábado.

(Salmos 95:6) “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do Senhor


que nos criou”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Neemias 9:6) “Tu só és Senhor, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu
exército, q terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há; e tu os
guardas em vida a todos, e o exército dos céus te adora”.

Apocalipse 14:6-7 convida-nos a adorar o Criador e alude fortemente ao mandamento do


Sábado em Êxodo 20:8-11 e a história da criação em Gênesis 2:2-3.

(Apocalipse 14:6-7) “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho
eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e
língua, e povo, 7 dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque
vina é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as
fontes das águas”.

(Êxodo 20:11) “Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que
neles há e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia do Sábado
e o santificou”.

Toda carne virá adorar no Sábado porque Deus criou novos céus e uma nova terra.

(Isaías 66:22-23) “Porque, como os céus novos e a terra nova que hei de fazer
estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e
o vosso nome. 23 E será que, desde uma Festa da Lua Nova até à outra e desde um
sábado até ao outro, virá toda carne a adorar perante mim, diz o Senhor”.

Deus colocou Sua assinatura na criação da semana ao descançar no Sábado. A cláusula de


motivação no quarto mandamento explica que o Sábado identifica aquele que fez o
mundo e todas as coisas nele.

Descreve o artista e como ele assina a tela no final de sua obra. Identifica quem é o
artista.

(Gênesis 2:2-3) “E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha
feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. 3 E abençoou
Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que
Deus criara e fizera”.

Abençoou e santificou Deus o sábado para si mesmo? Deus é a fonte de todas as bênçãos
e ele é a personificação de toda santidade. Na Bíblia, as palavras “sinal” e “selo” são
ambas usadas alternadamente.

(Romanos 4:11) “E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando


estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem...”.

Também em Êxodo 31, o Sábado é descrito como um sinal entre Deus e Israel.

(Êxodo 31:16-17) “Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando o


sábado nas suas gerações por concerto perpétuo. 17 Entre mim e os filhos de Israel

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 209 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e, ao
sétimo dia, descansou, e restaurou-se”.

(Ezequiel 20:12) “E também lhes dei is meus sábados, para que servissem de sinal
entre mim e eles, para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica”.

Em Ezequiel 8:16-17 está em contraste com Ezequiel 9:4.

• A maior abominação era que os líderes religiosos estavam adorando o sol voltado
para o leste.
• Em contraste foram aqueles que suspiraram e choraram por causa dessas
abominações receberam o selo em sua testa [ou fronte].
• Jerusalém foi destruída porque o sábado foi profanado (tornado profano ou
comum).

(Ezequiel 8:16-17) “E levou-me para o átrio interior da Casa do Senhor [entre o


próprio povo de Deus], e eis que estavam à entrada do templo do Senhor, entre o
pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens [os líderes do povo], de costas para o
templo do Senhor e com o rosto para o oriente; e eles adoravam o sol, virados para o
oriente. 17 Então, me disse: Viste, filho do homem? Há coisa mais leviana para a casa
de Judá do que essas abominações [palavra-chave em Apocalipse 17], que fazem
aqui? Havendo enchido a terra de violência, tornam a irritar-me [a ira de Deus em
Apocalipse]; e ei-los a chegar o ramo ao seu nariz”.

(Ezequiel 9:4) “E disse-lhe o Senhor: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de
Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem por
causa de todas as abominações que se cometem no meio dela”.

(Jeremias 17:27) “Mas, se não me derdes ouvidos, para santificardes o dia de sábado
e para não trazerdes carga alguma, quando entrardes pelas portas de Jerusalém no dia
de sábado, então, acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá os palácios de
Jerusalém e não se apagará”.

• O Apocalipse aborda isso no capítulo 7 e capítulo 13:16-17 com 14:1, onde o


contraste é mais uma vez visto entre aqueles que têm o selo de Deus e aqueles
que têm a marca da besta.
• Como o domingo entrou na igreja Cristã desde o Paganismo até Constantino?
• É o mesmo dia do sol que em Ezequiel? É a mesma coisa adorar o sol ou adorar o
dia do sol?

“O selo da lei de Deus se encontra no quarto mandamento. Unicamente este, entre


todos os dez, apresenta ambos o nome e o título do Legislador. Declara ser Ele o
Criador dos céus e da Terra, e mostra, assim, o Seu direito à reverência e culto, acima
de todos. Afora este preceito, nada há no decálogo para mostrar por que autoridade a
lei é dada. Quando o Sábado foi mudado pelo poder papal, o selo foi tirado da lei. Os
discípulos de Jesus são chamados para que o restabeleçam, exaltando o Sábado do

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
quarto mandamento à sua devida posição como monumento do Criador e sinal de Sua
autoridade.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Restauração da
verdade, p. 393).

Ponto #2: O Testemunho por Analogia

O selo presidencial dos Estados Unidos contém três elementos: Nome, Ofício e Território.

“O quarto mandamento é o único de todos os dez em que se encontra tanto o


nome como o título do Legislador. É o único que mostra pela autoridade [o
Criador] de quem é dada a lei. Assim contém o selo de Deus, afixado à Sua lei,
como prova da autenticidade e vigência da mesma.” (WHITE, Ellen G. (2007).
Patriarcas e Profetas, Capítulo: Israel recebe a Lei, p. 267).

Ponto #3: O Testemunho da Arqueologia

Características dos selos do Oriente Médio em Ugarit:

• Eles eram alianças entre um soberano e um vassalo.


• Eles foram escritos em tábuas de argila.
• Os tabletes de argila foram escritos em ambos os lados.
• O selo estava no meio do tablete.
• O selo continha o nome, título e território do rei soberano.

Os Dez Mandamentos foram dados do mesmo modo que as antigas alianças eram dadas:

Os Dez Mandamentos eram a aliança [ou concerto] e foram escritos em tábuas de pedra.

(Deuteronômio 4:13) “Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu,
os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra”.

Os Dez Mandamentos foram escritos de ambos os lados.

(Êxodo 32:15-16) “E voltou Moisés, e desceu do monte com as duas tábuas do


Testemunho na sua mão, tábuas escritas de ambas as bandas; de uma e de outra
banda escritas estavam. 16 E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a
escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas”.

O Quarto Mandamento contém o selo.

(Êxodo 20:8-11) “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. 9 Seis dias


trabalharás e farás toda a tua obra, 10 mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu
Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu
servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro
das tuas portas. 11 Porque em seis dias fez [ofício] o Senhor [nome] os céus e a
terra, o mar [território] e tudo que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto,
abençoou o Senhor o dia do sábado e o santificou”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 211 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ponto #4: O Testemunho da Profecia e História

O chifre pequeno pensou que poderia mudar a Lei. Já identificamos o chifre pequeno ou a
besta como o papado Católico Romano. A questão é: Afirma o papado ter mudado a
santa lei de Deus?

(Daniel 7:25) “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do


Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas
mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”.

John Gilmary Shea (1824-1892), que foi um importante historiador Católico Romano de
sua época escreveu:

“Durante séculos, todas as nações Cristãs olharam para a Igreja Católica e, como
vimos, para os vários estados que impunham por lei suas ordenanças quanto ao
culto e à cessação do trabalho no domingo. O Protestantismo, ao descartar a
autoridade da Igreja, não tem nenhuma boa razão para sua teoria do domingo e,
logicamente, deveria guardar o sábado como o Sábado Bíblico. O Estado, ao
aprovar leis para a devida Santificação do Domingo, está inconscientemente
reconhecendo a autoridade da Igreja Católica e cumprindo mais ou menos
fielmente sua prescrição. O Domingo como um dia da semana separado para o
culto público obrigatório ao Deus Todo-Poderoso é puramente uma criação da
Igreja Católica". (SHEA, John Gilmary (1883), [que foi um importante historiador
católico romano de sua época], em The American Catholic Quarterly Review,
Janeiro de 1883, p. 139).

O Our Sunday Visitor, talvez o mais importante e influente jornal Católico Romano dos
Estados Unidos, escreveu:

“Protestantes... aceitar o domingo em vez do sábado como o dia para o culto


público depois que a Igreja Católica fez a mudança... Mas a mente Protestante não
parece perceber que ao aceitar a Bíblia, ao observar o Domingo, eles estão
aceitando a autoridade do porta-voz da igreja, o Papa.” (Our Sunday Visitor, 05
de fevereiro de 1950).

Louis G. Segur (1820-1881), que foi um prelado Católico Romano francês e apologista, e
posteriormente um oficial diplomático e judicial em Roma:

"Pergunta: Que autoridade bíblica existe para mudar o sábado do sétimo para o
primeiro dia da semana? Quem deu ao Papa a autoridade para mudar uma ordem
de Deus? Resposta: Foi a Igreja Católica que, pela autoridade de Jesus Cristo,
transferiu esse descanso para o domingo. Assim, a observância do Domingo pelos
Protestantes é uma homenagem que eles prestam, apesar de si mesmos, à
autoridade da Igreja [Católica]”. (SEGUR, Monsenhor Louis (1868), Plain Talk
About the Protestantism of Today, 1868, p. 213).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
A Enciclopédia Católica:

"Pergunta: Qual é o terceiro mandamento [o quarto mandamento nas Bíblias


Protestantes, porque a Igreja Católica Romana removeu o segundo mandamento -
Êxodo 20:4-6]? Resposta: O terceiro mandamento é: Lembra-te do dia do sábado
para o santificar. Pergunta: Qual é o dia de sábado? Resposta: O sábado é o dia do
Sábado Bíblico. Pergunta: Por que observamos o domingo ao invés do sábado?
Resposta: A Igreja Católica, depois de mudar o dia de descanso do sábado, o
sétimo dia da semana, para o domingo, o primeiro dia, fez com que o terceiro
mandamento se referisse ao domingo como o dia a ser guardado como o Dia do
Senhor". (Enciclopédia Católica, vol. 4, pág. 153).

Padre Thomas Enright, CSSR, que foi por muitos anos o presidente do Redemptorist
College em Kansas City, Missouri, em uma palestra em Hartford, Kansas em 18 de
fevereiro de 1884:

"Prove-me apenas pela Bíblia que devo santificar o domingo. Não existe tal lei na
Bíblia. É uma lei apenas da santa Igreja Católica. A Bíblia diz: 'Lembra-te do dia de
sábado para santificá-lo'. A Igreja Católica diz: Não. Pelo meu poder divino eu
aboli o dia de sábado e ordeno que você santifique o primeiro dia da semana. E eis
que o mundo civilizado inteiro se curva em reverente obediência ao comando da
Santa Igreja Católica". (Impresso em “The Hartford Kansas Weekly Call”, 22 de
fevereiro de 1884, e no “American Sentinel”, um jornal Católico Romano de Nova
York em junho de 1893, página 173).

Do escritório do Cardeal James Cardinal Gibbons de Baltimore:

"É claro que a Igreja Católica afirma que a mudança foi um ato dela... E O ATO É
UMA MARCA de seu poder eclesiástico". (Do escritório do Cardeal Gibbons, através
do Chanceler H.F. Thomas, 11 de novembro de 1895).

Teólogo Católico Romano Henry T. Cafferata:

“Uma palavra sobre o domingo. Deus disse: ‘Lembra-te de santificar o dia de


sábado’! O Sábado Bíblico era sábado, não domingo; por que, então, santificamos
o domingo em vez do sábado? A Igreja alterou a observância do Sábado para a
observância do domingo... Os Protestantes que dizem que seguem a Bíblia e a
Bíblia somente, e que não acreditam em nada que não esteja na Bíblia, devem ficar
bastante confusos com a guarda do domingo, quando Deus disse distintamente:
'Santifica o sábado'. A palavra domingo não aparece em nenhum lugar da Bíblia,
então, sem saber, eles estão obedecendo à autoridade da Igreja Católica”. (Henry
T. Cafferata, The Catechism Simply Explained (Londres: Burns Oates & Washbourne
Ltd., 1938), p. 89).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 213 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Mas alguém pode objetar: Não nos diz o apóstolo Paulo que o selo de Deus é o Espírito
Santo? Como você reconcilia isso com a ideia de que o Sábado é o selo de Deus? Este será
o assunto de nosso próximo estudo.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

O Selo do Deus Vivo


Ellen White e o Selo de Deus
Desde o início de nossa história, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem ensinado
consistentemente que o Selo de Deus é o Sábado. Pelo que sabemos a primeira pessoa a
descobrir isso nas escrituras foi o capitão Joseph Bates, que em 1846 publicou um livreto
intitulado “O Sábado do Sétimo Dia um Sinal Perpétuo”.

Com o passar do tempo, Ellen White concordou com Bates e ela identificou, de forma
inequívoca e repetida, o Sábado como o Selo de Deus. Observe os seguintes exemplos:

“O Sábado foi colocado no Decálogo como o selo do Deus vivo, apontando o


Legislador e tornando conhecido seu direito de governar. Era um sinal entre Deus e
seu povo, um teste de lealdade a ele.” (Signs of the Times, 13 de Maio de 1886).

“O quarto mandamento é o único de todos os dez em que se encontra tanto o


nome como o título do Legislador. É o único que mostra pela autoridade de quem é
dada a lei. Assim contém o selo de Deus, afixado à Sua lei, como prova da
autenticidade e vigência da mesma.” (WHITE, Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas,
Capítulo: Israel recebe a Lei, p. 267).

“O Sábado do quarto mandamento é o selo do Deus vivo. Ele aponta para Deus
como o Criador e é o sinal de Sua autoridade legítima sobre os seres que Ele criou.”
(Signs of the Times, 01 de Novembro de 1899).

“O sinal, ou selo, de Deus é revelado na observância do sábado do sétimo dia — o


memorial divino da criação.” (WHITE, Ellen G. (1949). Testemunhos Seletos –
volume #3, Capítulo: O Selo de Deus e o sinal da besta, p. 211).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 215 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“A verdade com respeito ao Sábado do Senhor deve ser proclamada. O sétimo dia
deve ser mostrado como o selo do Deus vivo.” (WHITE, Ellen G., Manuscript
Releases – volume #4, p. 425).

No entanto, parece haver uma discrepância entre a Bíblia e Ellen White neste tópico. A
Bíblia afirma que o selo de Deus é o Espírito Santo. Por que, então, Ellen White afirma que
o sábado é o selo?

A Bíblia: O Selo é a Obra Interior do Espírito Santo


(Efésios 1:13-14) “Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da
verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes
selados com o Espírito Santo da promessa; 14 o qual é o penhor da nossa herança,
para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória.”

(Efésios 4:30) “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados
para o Dia da redenção.”

(II Coríntios 1:21-22) “Mas o que nos confirma convosco em Cristo e o que nos
ungiu é Deus, 22 o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos
corações.”

Resolvendo a Aparente Discrepância


Existe realmente uma contradição entre a Bíblia e Ellen G. White sobre o que constitui o
Selo de Deus? Neste estudo, descobriremos que Ellen White e a Bíblia estão descrevendo
dois lados diferentes de uma realidade. A Bíblia está descrevendo a obra interior e
invisível do Espírito Santo, enquanto Ellen White está descrevendo a manifestação
exterior e visível dessa mesma obra.

O Exemplo da Circuncisão
A fim de entender melhor a relação entre a obra interior do Espírito Santo e o sábado,
vamos considerar o caso análogo da circuncisão.

O ato exterior:

Deus ordenou explicitamente o ato exterior da circuncisão.

(Levítico 12:3) “E, no oitavo dia, se circuncidará ao menino a carne do seu


prepúcio”.

O sinal exterior era de grande importância.

(Gênesis 17:14) “E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver
circuncidada, aquela alma será extirpada dos seus povos; quebrantou o meu
concerto."

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Em Êxodo 4:24-26, descobrimos que esse rito era de tamanha importância que Deus
ameaçou matar Moisés por não ter circuncidado seu filho.

O significado espiritual mais profundo:

No entanto, a circuncisão tinha um significado muito mais profundo do que a remoção


literal da carne do prepúcio. Encontramos esse significado mais profundo exemplificado
na experiência de Abraão.

Deus prometeu a Abraão um filho de seus próprios lombos quando ele tinha, por volta de,
84 anos. Abraão confiou em Deus e isso lhe foi imputado como justiça:

(Gênesis 15:6) “E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça”.

De acordo com Gênesis 17:24, cerca de quinze anos depois que Abraão foi justificado pela
fé, ele foi circuncidado. Ele tinha 99 anos nessa época.

A questão crucial é esta: Salvou ou justificou Abraão o ato exterior da circuncisão? Nos
dias do apóstolo Paulo, os judeus fizeram da circuncisão exterior o teste decisivo da
salvação e de pertencer ao povo de Deus. O sinal exterior era considerado muito
importante. Observe como Paulo sublinha a importância do ato exterior e, ao mesmo
tempo, destaca seu profundo significado espiritual:

Em Romanos 4:9-10, de acordo com Paulo, Abraão foi justificado pela fé quando tinha 84
anos!

Quando Abraão tinha 99 anos, a circuncisão era o sinal exterior e visível de justificação.

(Romanos 4:11-12) “E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando


estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que crêem (estando eles
também na incircuncisão, a fim de que também a justiça lhes seja imputada), 12 e
fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que
também andam nas pisadas daquela fé de Abraão, nosso pai, que tivera na
incircuncisão”.

Significativamente, esta dimensão mais profunda da circuncisão já era encontrada no


Antigo Testamento:

Sinal exterior de uma experiência interior.

(Deuteronômio 30:6) “E o Senhor, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração


de tua semente [teus descendentes], para amares ao Senhor, teu Deus, com todo o
coração e com toda a tua alma, para que vivas”.

Sinal exterior de uma experiência interior.

(Deuteronômio 10:16) “Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e não mais


endureçais a vossa cerviz”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 217 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O apóstolo Paulo estava apenas confirmando o que já era ensinado no Antigo
Testamento:

(Filipenses 3:3) “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito,
e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne”.

(Romanos 2:28-29) “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é


circuncisão a que o é exteriormente na carne. 29 Mas é judeu o que o é interior, e
circuncisão, a que é do coração, no Espírito, não na letra, cujo louvor não provém
dos homens, mas de Deus”.

Neste momento, um ponto de esclarecimento é necessário:

• A circuncisão foi claramente estabelecida como uma instituição judaica.


• Foi estabelecido após o pecado.
• No Novo Testamento, foi claramente substituído pelo batismo.
• De acordo com o ensino explícito do Concílio de Jerusalém, sua observância não é
mais necessária.

(Colossenses 2:11-12) “No qual também estais circuncidados com a circuncisão não
feita por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo. 12 Sepultados
com Ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que O
ressuscitou dos mortos”.

O Sábado está em contraste com este:

• Foi estabelecido antes do pecado e faz parte do plano original de Deus.


• Foi estabelecido para todas as pessoas.
• Não há indicação no Novo Testamento de que foi substituído.

O exemplo de batismo
Como vimos no Novo Testamento, o batismo toma o lugar da circuncisão (Colossenses
2:11-13). É o ato exterior do batismo necessário e importante ou é simplesmente o
suficiente para aceitar Jesus em seu coração?

O Novo Testamento torna o rito exterior do batismo uma condição para a salvação. Mas
quando lemos cuidadosamente os textos bíblicos sobre o batismo, vemos que a cerimônia
exterior, embora muito importante, não é suficiente sem a obra interior do Espírito Santo:

Primeiramente, uma pessoa deve crer para que o batismo seja válido:

(Marcos 16:15-17) “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda
criatura. 16 Quem [1] crer e for [2] batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado”.

Página 218 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(I Pedro 3:21-22) “... que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva,
batismo, não do despojamento da imundícia da carne [exterior], mas da indagação
de um boa consciência para com Deus [interior], pela ressurreição de Jesus Cristo;
22
o qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sijeitado os
anjos, e as autoridades, e as potestades”.

Ellen White concorda com o testemunho da Bíblia. Ela ensina claramente que o rito
exterior do batismo é indispensável, mas não vale nada sem a obra interior do Espírito
Santo:

“Cristo fez do batismo a entrada para Seu reino espiritual. Ele fez disso uma
condição positiva com a qual todos devem cumprir os que desejam ser
reconhecidos como estando sob a autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Aqueles que recebem a ordenança do batismo, assim, fazem uma declaração
pública de que renunciaram [antes do batismo] ao mundo e se tornaram [antes
do batismo] membros da família real, filhos do Rei celestial”. (Comentário Bíblico
Adventista do Sétimo Dia, volume #6, p. 1075).

A respeito das palavras que o Pai falou a Jesus em Seu batismo, é-nos dito:

“Os que receberam a marca de Deus pelo batismo, acatem estas palavras,
lembrando-se de que sobre eles o Senhor colocou a Sua assinatura, declarando-os
filhos e filhas. O Pai, o Filho e o Espírito Santo, poderes infinitos e oniscientes,
recebem os que verdadeiramente entram em relação de concerto com Deus. Estão
presentes em cada batismo, para receber os candidatos que renunciaram ao
mundo e receberam a Cristo no templo da alma. Esses candidatos entraram para a
família de Deus, e os seus nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro.”
(WHITE, Ellen G. (1973). Meditações Matinais – A Maravilhosa Graça de Deus
(1974), Capítulo: A função do batismo – 15 de Maio, p. 291).

“O novo nascimento é uma experiência rara nesta era do mundo. Esta é a razão
pela qual existem tantas perplexidades nas igrejas. Muitos, tantos, que assumem o
nome de Cristo não são santificados e não são santos. Eles foram batizados, mas
foram enterrados vivos. O eu não morreu e, portanto, eles não ressuscitaram para
uma nova vida em Cristo (MS 148, 1897).” (WHITE, Ellen G., Comentário Bíblico
Adventista do Sétimo Dia – volume #6, p. 1075).

“É a graça de Cristo que dá vida ao ser humano. Separado de Cristo, o batismo,


como qualquer outro serviço, é uma forma sem valor.” (WHITE, Ellen G. (2007). O
Desejado de Todas as Nações, Capítulo: É necessário que Ele cresça, p. 141).

“O batismo não torna cristãs as crianças, tampouco as converte; é apenas um sinal


exterior que demonstra sentirem dever ser filhos de Deus, reconhecendo que crêem
em Jesus Cristo como seu Salvador e que daí por diante viverão para Ele.” (WHITE,

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 219 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ellen G. (1954). Orientação da Criança, Capítulo: O preparo para ser membro da
igreja, p. 466-467).

O Exemplo de Comunhão
Tomemos outro exemplo, a Comunhão. O partir do pão e o suco de uva na Comunhão
somente é válido quando eles partilham da mesma fé:

“O dom de Cristo à festa nupcial, era um símbolo. A água representa o batismo em


Sua morte; o vinho, o derramamento de Seu sangue pelos pecados do mundo. A
água para encher as talhas foi levada por mãos humanas, mas unicamente a
palavra de Cristo podia comunicar-lhe a virtude doadora de vida. O mesmo quanto
aos ritos que indicam a morte do Salvador. Unicamente pelo poder de Cristo,
operando pela fé, é que têm eficácia para nutrir a espiritualidade.” (WHITE, Ellen
G. (2007). O Desejado de Todas as Nações, Capítulo: Nas bodas, p. 114).

Deus Ordena a Observância do Sábado


Deus ordena-nos a guardar o Sábado exteriormente, abstendo-nos de trabalho neste dia.
Deus ordenou a observância de um dia exterior específico e prescreveu exatamente
como guardá-lo:

(Êxodo 20:8-11) “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. 9 Seis dias


trabalharás e farás toda a tua obra, 10 mas o sétimo dia é o Sábado do Senhor, teu
Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu
servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro
das tuas portas. 11 Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo
que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia do
sábado e o santificou”.

A Dimensão mais Profunda do Sábado


A observância exterior do sábado é exigida por Deus, mas só é aceitável como um sinal
exterior de um relacionamento interior.

Embora Deuteronômio 6:6-9 não trate especificamente do Sábado, isso nos ajudará a
entender a importância da harmonia entre o interior e o exterior:

(Deuteronômio 6:6-9) “E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração
[no coração, antes que sejam colocadas na mão, na testa e nas ombreiras]; 7 e as
intimarás [ensinarás depois que estiverem no coração] a teus filhos e delas
falarás [depois que estiverem no coração] assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te, e levantando-te. 8 Também as atarás por sinal
[comportamento exterior é revelar que eles estão primeiro no coração] na tua
mão [elas devem guiar o que você faz], e te serão por testeiras [frontais] entre os

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
teus olhos [elas devem guiar o que você pensa]. 9 E as escreverás nos umbrais de
tua casa e nas tuas portas”.

Os Judeus dos dias de Cristo eram muito rígidos em cumprir literal e exteriormente os
mandamentos nestes versos, mas eles perderam totalmente o profundo significado
espiritual:

“Essas palavras têm profunda significação. À medida que a Palavra de Deus é


meditada e posta em prática, o homem todo é enobrecido. Num trato justo e
misericordioso, as mãos revelarão, como um selo, os princípios da lei divina.
Conservar-se-ão limpas de suborno, e de tudo quanto é corrompido e enganoso.
Serão ativas em obras de amor e compaixão. Os olhos, dirigidos para um nobre fito,
serão limpos e leais. O semblante expressivo e o eloquente olhar testificarão do
irrepreensível caráter daquele que ama e honra a Palavra divina. Pelos judeus dos
dias de Cristo, porém, todas estas coisas não eram discernidas. O mandamento
dado a Moisés fora interpretado no sentido de que os preceitos da Escritura deviam
ser usados sobre o corpo. Eram, portanto, escritos em tiras de pergaminho e
presos, muito ostensivamente, em torno da cabeça e dos pulsos. Isso, porém, não
fazia com que a lei de Deus se firmasse mais na mente e no coração. Esses
pergaminhos eram usados meramente como insígnias, para chamar a atenção.
Supunham-se, aqueles que os usavam, que davam um ar de devoção que imporia
reverência ao povo.” (WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado de Todas as Nações,
Capítulo: Ais sobre os fariseus, p. 533-534).

Os judeus fizeram o mesmo na observância do Sábado. Eles foram meticulosamente


cuidadosos em obedecer à própria letra do mandamento do sábado, e mais alguns, mas
perderam totalmente seu profundo significado espiritual. O Sábado não era um fim em si
mesmo, mas sim um sinal exterior de santificação interior:

(Êxodo 31:12-13) “Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: 13 Tu, pois, fala aos filhos
de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um sinal
entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que
vos santifica”.

(Ezequiel 20:12, 20) “E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de
sinal entre mim e eles, para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica.
20
E santificai os meus sábados, e servirão de sinal entre mim e vós, para que
saibais que eu sou o Senhor, vosso Deus”.

O sábado não conferia santidade a Israel, mas antes era um sinal exterior de que eles
haviam sido santificados ou separados entre todos os povos para o Senhor. Expresso de
outra forma, a observância exterior do sábado não tornava Israel santo, mas antes
anunciava que Deus já os havia santificado, separando-os para Si mesmo. A observância
exterior do Sábado foi um anúncio ao mundo de que eles tinham um relacionamento
santo interior com seu Criador.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 221 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O Criador do Relacionamento Interior
E quem é que cria em nós essa relação interior com o Senhor? Quem escreve a lei no
coração para que seja exibida na vida? Quem é que santifica nossos corações? Sim, é o
Espírito Santo. Foi o Espírito que escreveu os Dez Mandamentos em tábuas de pedra e os
escreve no coração humano. Os Dez Mandamentos foram escritos pelo dedo de Deus e o
dedo de Deus é o Espírito Santo:

• Mateus 12:28: Jesus expulsou demônios pelo Espírito de Deus.


• Lucas 11:20: Jesus expulsou demônios pelo dedo de Deus e os Dez Mandamentos
foram escritos pelo dedo de Deus.

(II Tessalonicenses 2:13) “Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos
amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em
santificação do Espírito e fé da verdade”.

A espada do Espírito Santo é a Palavra de Deus. A observância exterior do Sábado é um


sinal exterior de que nossos corações foram santificados pela obra interior do Espírito
Santo. Nós somos santificados pela verdade.

(João 17:17) “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”.

(João 16:13) “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda
a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos
anunciará o que há de vir”.

(Ezequiel 36:26-27) “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito
novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne.
27
E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e
guardeis os meus juízos, e os observeis”.

O vento é invisível aos olhos humanos, mas seus efeitos podem ser vistos. Portanto, a
obra do Espírito Santo no coração humano é invisível, mas o efeito visível pode ser visto
na observância do santo Sábado.

Ellen White diz que o Espírito Santo é o agente selador:

“Se quereis imprimir o sinete de modo a obter uma impressão nítida sobre o lacre,
não o bateis violentamente, mas o colocais com cuidado e firmeza, apertando-o até
que o lacre receba o molde. Exatamente assim trata o Senhor o nosso coração...
Não de quando em quando, mas constantemente a nova vida é implantada pelo
Espírito Santo, segundo a semelhança de Cristo.” (WHITE, Ellen G. (1967).
Meditações Matinais – Nos Lugares Celestiais (1968), Capítulo: Perfeitos nele – 20
de Fevereiro, p. 136).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Como a cera toma a impressão do sinete, assim deve a alma tomar a impressão
do Espírito de Deus e reter a imagem de Cristo.” (WHITE, Ellen G. (2013).
Mensagens Escolhidas – volume #1, Capítulo: Unidos à videira viva, p. 315).

Ellen White sobre o Significado Interior e Exterior do Sábado


Ao contrário do que muitos caluniadores acreditam Ellen White não ensinou que a
observância do Sábado Bíblico é um fim em si mesmo. Sua observância não confere
santidade nem nos garante a salvação.

Ela tem várias declarações em que explica que o sábado é um sinal exterior de uma
experiência interior produzida pelo Espírito Santo:

“Apontando para Deus como Aquele que fez os céus e a Terra, [o Sábado] distingue
o verdadeiro Deus de todos os falsos deuses. Todos os que guardam o sétimo dia,
dão a entender por este ato que são adoradores de Jeová. Assim, é o sábado o
sinal [visível] de submissão a Deus por parte do homem, enquanto houver alguém
na Terra para servi-lo”. (WHITE, Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas, Capítulo:
Israel recebe a Lei, p. 267).

“O sábado será a pedra de toque da lealdade; pois é o ponto da verdade


especialmente controvertido. Quando sobrevier aos homens a prova final, traçar-
se-á a linha divisória entre os que servem a Deus e os que não O servem. Ao passo
que a observância do sábado espúrio, em conformidade com a lei do Estado,
contrária ao quarto mandamento, será uma declaração de fidelidade [assim como
seu voto de fidelidade aos Estados Unidos é exibido por sua promessa de
fidelidade à bandeira] ao poder que se acha em oposição a Deus, é a guarda do
verdadeiro sábado, em obediência à lei divina, uma prova de lealdade para com o
Criador. Ao passo que uma classe, aceitando o sinal de submissão aos poderes
terrestres, recebe o sinal da besta, a outra, preferindo o sinal da obediência à
autoridade divina, recebe o selo de Deus.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande
Conflito, Capítulo: O último convite Divino, p. 528-529).

Vejamos o exemplo do patriotismo. Patriotismo é um conceito abstrato; é algo que você


sente no fundo do seu coração. Jurar fidelidade à bandeira enquanto a música “Star
Spangled Banner” [hino nacional dos Estados Unidos] está sendo tocada permite que você
externalize seu patriotismo. Jurar lealdade à bandeira é a externalização de seu
patriotismo ou o sinal visível de seu patriotismo. É apropriado jurar lealdade aos Estados
Unidos usando uma bandeira russa? Isso realmente faz alguma diferença? O que você
acha de alguém que diz: “Eu sou um americano de sangue vermelho, amo este país” e
depois jura fidelidade à bandeira russa? Faz a bandeira exterior diferença?

“Aqueles que desejam ter o selo de Deus na testa devem guardar o Sábado do
quarto mandamento. Isso é o que os distingue dos desleais, que aceitaram uma
instituição feita pelo homem no lugar do verdadeiro sábado. A observância do dia

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 223 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
de descanso de Deus é a marca de distinção entre aquele que serve a Deus e
aquele que O não serve.” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, volume #7,
p. 970).

“A guarda do sábado é um sinal de lealdade para com o verdadeiro Deus.” (WHITE,


Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deus, p. 382).

“O Sábado é um penhor dado por Deus ao homem — um sinal da relação que


existe entre o Criador e os seres criados por Ele. Observando o monumento
comemorativo da criação do mundo em seis dias e do descanso do Criador no
sétimo dia, santificando o sábado, de acordo com as Suas instruções, os israelitas
deviam declarar ao mundo [particularmente importante num mundo politeísta]
sua lealdade ao único e verdadeiro Deus vivente, o Soberano do Universo.” (WHITE,
Ellen G. (2007). Mensagens Escolhidas – volume #3, Capítulo: O Sábado: princípios
orientadores na observância do sábado, p. 241).

“Vamos reverenciar a instituição de Deus, o dia de Sábado; pois é o sinal de nosso


relacionamento com Deus, o sinal pelo qual somos demonstrados como Seu povo.”
(WHITE, Ellen G. (1911), Manuscript Releases – volume #5, p. 86).

“Para o obediente, é um sinal de sua lealdade a Deus.” (WHITE, Ellen G. (1911),


Manuscript Releases – volume #11, p. 18).

“A verdadeira observância do Sábado é o sinal de lealdade a Deus.” (WHITE, Ellen


G., Manuscript Releases – volume #15, p. 32).

“Nada distinguia tanto os judeus das nações vizinhas, e os designava como


verdadeiros adoradores do Criador, como a instituição do sábado. Sua observância
era um sinal visível e contínuo de sua conexão com Deus, e separação de outros
povos.” (WHITE, Ellen G., Spirit of Prophecy – volume #2, p. 193).

O Sábado como uma Experiência Espiritual Mais Profunda


“A vida quieta, coerente e piedosa é uma epístola viva, conhecida e lida por todos
os homens. A santidade não é moldada exteriormente, ou vestida como uma peça
de roupa; ela irradia do interior. Se moram no coração a bondade, a pureza,
mansidão, humildade e integridade, elas resplandecerão no caráter; e semelhante
caráter será pleno de poder. Não ao instrumento, mas ao grande Obreiro em cuja
mão e usado o instrumento, cabe à glória. O coração repleto do amor do Salvador,
diariamente recebe graça para comunicá-la aos outros. A vida revelará o remidor
poder da verdade.” (WHITE, Ellen G. (1967). Meditações Matinais – Nos Lugares
Celestiais (1968), Capítulo: Medida do valor de um homem – 18 de Agosto, p. 490).

“Assim que o povo de Deus é selado em suas testas - não é nenhum selo ou marca
que pode ser visto, mas um estabelecimento na verdade, tanto intelectual quanto
espiritualmente, de modo que não possam ser movidos - tão logo quando o povo

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
de Deus for selado e preparado para a sacudidura, ela virá.” (Manuscript Releases
no. 173, 1902, p. 1-6. ["Trabalho Médico Missionário no Sul da Califórnia",
Entrevista realizada em Los Angeles, Califórnia, 15 de setembro de 1902
encontrada em Manuscript Releases no. 10 p. 252]).

“O sábado é um teste para esta geração. Ao obedecer ao quarto mandamento em


espírito e verdade, os homens obedecerão a todos os preceitos do Decálogo. Para
cumprir este mandamento, deve-se amar a Deus supremamente e exercer amor
por todas as criaturas que ele fez.” (Signs of the Times, 13 de fevereiro de 1896).

“O selo do Deus vivo será colocado somente sobre aqueles que se assemelham a
Cristo no caráter.” (Review and Herald, 21 de maio de 1895).

Sinal Interior Revelado


“O sinal, ou selo, de Deus é revelado na observância do sábado do sétimo dia, o
memorial divino da criação.” (WHITE, Ellen G. (2006). Testemunhos para a Igreja –
volume #8, Capítulo: Esquecimento, p. 121).

De volta aos Tempos de Jesus


A melhor maneira de entender a relação entre a obra interior do Espírito Santo e a
observância exterior do sábado é comparando como Jesus e os fariseus guardavam o
sábado.

O problema dos Fariseus: O comportamento exterior sem a obra interior do Espírito


Santo no coração = Legalismo.

(Mateus 23:25-28) "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o
exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade. 26
Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o
exterior fique limpo. 27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois
semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos,
mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. 28 Assim,
também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais
cheios de hipocrisia e de iniquidade.”

Todas as curas de Jesus no sábado foram casos crônicos. Jesus escolheu especialmente o
sábado para revelar que tinha o Espírito de Deus em Seu coração.

(Marcos 3:1-6) “E outra vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha
a mão mirrada [atrofiada]. 2 E estavam observando-o se curaria no sábado, para o
acusarem. 3 E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o
meio. 4 E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a
vida ou matar? E eles calaram-se. 5 E, olhando para eles em redor com indignação,
condoendo-se da dureza do seu coração [‘guardava’ o sábado, mas tinha um

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 225 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
problema interior no coração], disse ao homem: Estende a mão. E ele a estendeu,
e foi-lhe restituída a mão, sã como a outra. 6 E, tendo saído os fariseus, tomaram
logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam.”

“Sua observância [observância do sábado] meramente exterior era um escárnio.”


(WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado de Todas as Nações, Capítulo: O Sábado, p.
236).

Os Fariseus guardavam o Sábado exteriormente, mas não tinham a obra do Espírito Santo
no coração. Aquele que tem o Espírito Santo no coração verdadeiramente guardará o
Sábado como Jesus fez porque Jesus foi selado com o Espírito Santo e Sua observância do
sábado o revelou.

“Nenhuma outra das instituições dadas aos judeus tendia a distingui-los tão
completamente das nações circunvizinhas, como o sábado. Era intenção do Senhor
que sua observância os designasse como adoradores Seus. Seria um sinal de sua
separação da idolatria, e ligação com o verdadeiro Deus. Mas a fim de santificar o
sábado, os homens precisam ser eles próprios santos. Devem, pela fé, tornarem-se
participantes da justiça de Cristo. Quando o mandamento foi dado a Israel:
‘Lembra-te do dia do sábado, para o santificar’ (Êxodo 20:8), o Senhor lhes disse
também: ‘E ser-Me-eis homens santos’ (Êxodo 22:31). Só assim poderia o sábado
distinguir Israel como os adoradores de Deus.”

“Ao se apartarem os judeus do Senhor, e deixarem de tornar a justiça de Cristo sua


pela fé, o sábado perdeu para eles sua significação. Satanás estava procurando
exaltar-se e afastar os homens de Cristo, e trabalhou para perverter o sábado, pois
é o sinal do poder de Cristo. Os guias judaicos cumpriram a vontade de Satanás,
rodeando o divino dia de repouso de enfadonhas exigências. Nos dias de Cristo, tão
pervertido se tornara o sábado, que sua observância refletia o caráter de homens
egoístas e arbitrários, em lugar de fazê-lo ao caráter do amorável Pai celeste.
Virtualmente os rabis representavam a Deus como dando leis que os homens não
podiam obedecer. Levavam o povo a olhar a Deus como tirano, e a pensar que a
observância do sábado, segundo Ele a exigia, tornava os homens duros de coração
e cruéis. Competia a Cristo a obra de esclarecer essas mal-entendidas concepções.
Embora os rabis O seguissem com impiedosa hostilidade, Ele nem sequer parecia
conformar-Se com o que requeriam, mas ia avante, guardando o sábado segundo
a lei divina.” (WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado de Todas as Nações, Capítulo: O
Sábado, p. 234).

De um sinal da justiça de Cristo na vida para glorificá-Lo, tornou-se um sinal de sua


própria justiça e glória para eles. Isso os tornava intolerantes, mesquinhos, críticos e
arrogantes. O Sábado não santifica ninguém; é o sinal de santidade ou santificação
operada pelo Espírito Santo no coração.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Alguns inimigos do Sábado, como Dale Ratzlaff, dizem que Jesus é nosso descanso
sabático e que precisamos apenas descansar Nele. Afinal, Jesus não disse?

(Mateus 11:28) “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos
aliviarei”.

Mas o descanso em Jesus nos exime da necessidade de observar o sábado como uma
expressão exterior de uma experiência interior de descanso com Jesus?

Afirmariam esses mesmos inimigos do Sábado que não precisamos ser batizados porque
basta aceitar Jesus como nosso Salvador em nossos corações? Diriam eles que não é
necessário participar literalmente do pão e do vinho na Ceia do Senhor porque já
acreditamos interiormente no que esses símbolos representam? Diria alguém que é
desnecessário casar-se em uma cerimônia oficial legal simplesmente porque o amor já
está no coração?

As obras são a manifestação exterior de fé e a fé é a motivação interior para as obras.

Observadores Exteriores do Sábado


Ellen White sempre manteve o equilíbrio adequado em sua visão do Sábado. Ela ensinou
que um relacionamento interior com Jesus levará a uma observância exterior do Sábado.
Ela também ensinou que a observância exterior do Sábado sem a obra interior do Espírito
Santo no coração não tem valor diante de Deus:

“Foi-me mostrado que meramente observar o sábado e orar pela manhã e à noite
não são evidências positivas de que somos cristãos. Essas formas exteriores podem
ser todas estritamente observadas, e ainda assim faltar à verdadeira piedade
[interna].” (WHITE, Ellen G., Spiritual Gifts – volume #4, p. 95).

“A observância exterior do Sábado não salvará a alma. Os princípios entrelaçados


com cada um dos Dez Mandamentos devem ser honrados e obedecidos na vida
prática individual. A lei, Deus requer, deve ser escrita nas tábuas de cada alma.”
(Carta 191, 1899, pp. 3, 4 [encontrado em Manuscript Release 6, p. 396, 397]).

“Todos os que guardam verdadeiramente o sábado levam a marca da lealdade a


Deus. Eles são representantes de Seu reino. Sua luz deve brilhar para outros em
boas obras. Não devemos apenas observar o sábado como uma questão legal;
devemos ser inteligentes quanto à sua influência espiritual em todas as transações
da vida. Deus diz: ‘Em verdade, guardareis os meus sábados; porque é um sinal
entre Mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor que vos
santifica’ (Êxodo 31:13). Isso é santificação pela verdade ”. (WHITE, Ellen G.,
Manuscript Releases 3, pág. 424).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 227 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Alguns “Guardadores do Sábado” Serão Perdidos
“Nem todos que professam guardar o sábado serão selados. Muitos há, mesmo
entre os que ensinam a verdade a outros, que não receberão na testa o selo de
Deus. Tinham a luz da verdade, souberam a vontade de seu Mestre,
compreenderam todos os pontos de nossa fé, mas não tiveram as obras
correspondentes. Aqueles, que estiveram tão familiarizados com as profecias e
com os tesouros da sabedoria divina, deveriam ter agido de conformidade com sua
fé. Deveriam ter dirigido sua casa segundo os mesmos princípios, para que por
meio de uma família bem ordenada pudessem apresentar ao mundo a influência da
verdade no coração humano.” (WHITE, Ellen G. (2007). Vida e Ensinos, Capítulo:
Preparação para a hora do Juízo, p. 146).

“A lei de Deus, que é perfeita santidade, é a única norma verdadeira de caráter. O


amor exprime-se na obediência, e o amor perfeito lança fora o temor. Os que
amam a Deus têm o Seu selo na testa e praticam as obras de Deus. Quem dera
que todos quantos professam o cristianismo soubessem o que significa amar
realmente a Deus... Eles teriam certa compreensão de Sua infinita santidade,
sabendo que Ele é nobre e sublime, e o cortejo de Sua glória enche o templo. Esses
teriam poderosa influência sobre a vida e o caráter dos que os rodeiam, os quais
atuariam qual fermento entre a massa da humanidade, transformando outros pelo
poder de Jesus Cristo. Ligados à Fonte de poder, nunca perderiam sua influência
vital, mas sempre cresceriam na eficiência, crescendo sempre na obra do Senhor.”
(WHITE, Ellen G. (2004). Meditações Matinais – Filhos e Filhas de Deus, Capítulo:
Amar o Senhor de Todo o Coração – 14 de Fevereiro, p. 100).

“A vida quieta, coerente e piedosa é uma epístola viva, conhecida e lida por todos
os homens. A santidade não é moldada exteriormente, ou vestida como uma peça
de roupa; ela irradia do interior. Se moram no coração a bondade, a pureza,
mansidão, humildade e integridade, elas resplandecerão no caráter; e semelhante
caráter será pleno de poder. Não ao instrumento, mas ao grande Obreiro em cuja
mão e usado o instrumento, cabe à glória. O coração repleto do amor do Salvador,
diariamente recebe graça para comunicá-la aos outros. A vida revelará o remidor
poder da verdade.” (WHITE, Ellen G. (1967). Meditações Matinais – Nos Lugares
Celestiais (1968), Capítulo: Medida do valor de um homem – 18 de Agosto, p. 490).

Temos nos concentrado tanto no que não devemos fazer no Dia do Senhor que
esquecemos o que devemos fazer. Se amarmos a Jesus, faremos o que Jesus fez no
Sábado. E o que Jesus fez no Sábado? Isaías 58 tem a resposta.

O Problema: o Selo de Deus e a Marca da Besta


Estou dizendo que devemos ser negligentes na observância do sábado? Absolutamente
não! O que estou dizendo é que nossa estrita observância do sábado deve vir da

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
motivação correta. No final, dois dias distintos serão sinais exteriores de fidelidade. A
questão será: Minha lealdade é para com Deus ou para com a besta?

Eu não estou disposto a morrer pelo Sábado, mas estou disposto a morrer pelo Senhor do
Sábado. Não há melhor sinal de obediência no tempo do fim do que este. Os dois dias
opostos serão o símbolo, sinal, confissão ou fidelidade a um poder do outro. Mas só
estaremos dispostos a morrer porque temos um relacionamento interior com Jesus. O
Sábado é um sinal exterior de obediência interior, assim como a árvore no jardim.

“A imagem da besta formar-se-á antes que termine a graça; pois isso será a grande
prova para o povo de Deus, pela qual será decidido seu destino eterno... Esta é a
prova pela qual o povo de Deus tem de passar antes de serem selados. Todos os
que demonstrarem sua lealdade a Deus observando Sua lei e recusando aceitar um
sábado falso, colocar-se-ão sob o estandarte do Senhor Deus Jeová e receberão o
selo do Deus vivo. Os que renunciam a verdade de origem celestial e aceitam o
domingo como sábado, receberão o sinal da besta.” (WHITE, Ellen G. (1976).
Meditações Matinais – Maranata – O Senhor Vem (1977), Capítulo: É estabelecida
a imagem da Besta - 05 de Junho, p. 334-335).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

Mudando a Ordenança
Introdução
Alguns estudiosos do Antigo Testamento referem-se a Isaías 24-27 como o pequeno
Apocalipse do Antigo Testamento porque tem muitos elementos em comum com o livro
do Apocalipse. Queremos dar uma olhada em alguns elementos de Isaías 24.

Um Resumo de Isaías 24
(Isaías 24:17-23) “O temor, e a cova, e o laço vêm sobre ti, ó morador da terra. 18 E
será que aquele que fugir da voz do temor cairá na cova, e o que subir da cova, o
laço o prenderá; porque as janelas do alto se abriram, e os fundamentos da terra
tremem. 19 De todo será quebrantada a terra, de todo se romperá e de todo se
moverá a terra. 20 De todo vacilará a terra como o ébrio e será movida e removida
como a choça de noite; e a sua transgressão se agravará sobre ela, e cairá e nunca
mais se levantará. 21 E será que, naquele dia, o Senhor visitará os exércitos do alto
na altura e os reis da terra, sobre a terra. 22 E serão amontoados como presos em
uma masmorra, e serão encerrados em um cárcere, e serão visitados depois de
muitos dias. 23 E a lua se envergonhará, e o sol se confundirá quando o Senhor dos
Exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém; e, então, perante os seus anciãos
haverá glória”.

• Uma catástrofe global ou cataclismo – a Segunda Vinda de Cristo.


• Satanás e os seus anjos e os reis ímpios da terra punidos sendo jogados na prisão.
• Os muitos dias são iguais a 1000 anos.
• Após os 1000 anos, eles são punidos.
• A Nova Jerusalém e o Monte Sião são vistos.
• O sol e a lua envergonhados.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
• Deus reina em Sião e em Jerusalém diante de Seus ancestrais (anciãos)
gloriosamente.

Esta cena inteira está descrevendo eventos que terão lugar na Segunda Vinda de Cristo,
durante e após os 1000 anos. Isto não se aplica aos Judeus, mas ao final do tempo.

Três Razões para a Terra Contaminada


A pergunta crítica é: Por que foram os ímpios punidos e por que os justos foram salvos?

Vamos dar uma olhada em Isaías 24, versículos 5 e 6:

(Isaías 24:4-5) “A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha;


enfraquecem os mais altos do povo da terra. 5 Na verdade, a terra está
contaminada por causa dos seus moradores, porquanto [1] transgridem as leis,
[2] mudam os estatutos [ou ordenanças] e [3] quebram a aliança eterna”.

Por que a terra está contaminada por seus habitantes?

Três razões paralelas são dadas:

• Os habitantes transgrediram as leis


• Mudaram a ordenança
• Quebraram a aliança eterna

Consequências das Três Razões


Quais são as consequências disso? A resposta é dada pela palavra "portanto" no versículo
6:

(Isaías 24:4-5) “Por isso, a maldição consome a terra, e os que nela habitam serão
desolados; portanto, serão queimados os moradores da terra, e poucos homens
restarão”.

Vamos dar uma olhada nas três razões para a contaminação da terra por seus habitantes.
A palavra hebraica "contaminada" significa "sujar, corromper, contaminar, poluir
moralmente" (Jeremias 3:9; Jeremias 23:11).

Transgrediram as Leis
Não há dúvida sobre quais leis estão sendo faladas. A mesma palavra é usada em
Neemias 9:13-14 onde Monte Sinai, a lei e o Sábado estão ligados. Veja também Êxodo
24:12 onde as tábuas de pedra contêm uma lei e mandamentos que Deus escreveu! Qual
lei Deus escreveu? Êxodo 31:18 tem a resposta.

(Neemias 9:13-15) “E sobre o monte de Sinai desceste, e falaste com eles desde os
céus, e deste-lhes juízos retos e leis verdadeiras [torah], estatutos e mandamentos
bons. 14 E o teu santo Sábado lhes fizeste conhecer; e preceitos, e estatutos, e lei

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 231 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
[torah] lhes mandaste pelo ministério de Moisés, teu servo. 15 E pão dos céus lhe
deste na sua fome e água da rocha lhes produziste na sua sede; e lhes disseste que
entrassem para possuírem a terra pela qual alçaste a tua mão, que lha havias de
dar”.

A palavra hebraica Torah também é usada para descrever prescrições da lei cerimonial.
Mas Isaías 24:5 não pode estar se referindo a essa lei porque ela foi abolida quando Jesus
morreu na cruz. Deus não puniria o mundo por quebrantar [violar] leis que não eram mais
obrigatórias! Portanto, essas devem ser leis perpétuas. É possível que a palavra Torah
esteja no singular porque o Siríaco, a LXX (nomon) e o Caldeu todos têm a palavra Torah
no singular.

O Novo Testamento apóia o significado do Antigo Testamento de Isaías 24:5. Na verdade,


a LXX de Isaías 24:5 emprega a palavra anomias.

O pecado é a transgressão da lei (anomias).

(I João 3:4) “Qualquer que pratica o pecado também pratica iniquidade, porque o
pecado é iniquidade (em algumas versões é transgressão da lei)”.

A geração final será uma geração sem lei. A palavra Grega anomias é aquela cujo agente
é um transgressor da lei. Por que Deus condenaria o mundo por ilegalidade se a lei fosse
pregada na cruz?

(Mateus 24:12) “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.”

Aqueles que reivindicam o nome de Jesus estarão sem lei, não apenas os humanistas
seculares. Eles até realizaram sinais e maravilhas, mas eram transgressores da Lei.

(Mateus 7:23) “E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de
mim, vós que praticais a iniquidade”.

A geração do tempo do fim contrastará com Jesus, que odiava a iniquidade porque a lei
estava em Seu coração (Salmos 40:7-8).

(Hebreus 1:8) “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos
séculos, cetro de equidade é o cetro do teu trono. 9 Amaste a justiça e aborreceste
a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que
a teus companheiros".

Em II Tessalonicenses 2 é a mesma palavra usada: O mistério da iniquidade.

Mudou a Ordenança (no singular: Há uma particularidade)

• A palavra ‘mudou’ é empregada por Labão ao mudar o salário de Jacó por dez
vezes (Gênesis 31:7).
• José trocando de roupa quando foi retirado da prisão (Gênesis 41:14).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
• A palavra hebraica também é traduzida como ‘abolir (ou desaparecer)’ (Isaías
2:18) e ‘trocar’ (Levítico 27:10).

E sobre a palavra ‘ordenança’?

Os lexicógrafos hebreus explicam que a palavra raiz original choq significa "arranhar ou
gravar corte ou gravura em pedra".

De acordo com os melhores estudiosos hebraicos, o significado original da raiz é "gravar


leis em placas de pedra ou metal para colocá-las em um lugar público". (LEWIS, Jack P.,
Theological Wordbook of the Old Testament, volume #1, p. 317).

De acordo com Brown-Driver-Briggs Hebrew Lexicon, significa:

“... gravar, cortar sobre, entalhar, inscrever, traçar e marcar”.

A palavra aparece frequentemente na companhia de outras palavras para lei no Antigo


Testamento, como “palavra”, “testemunho”, “lei”, “julgamento ou juízo” e
“mandamento”.

“Os sinônimos da palavra são: mitswah -> mandamento; mishpat -> julgamento;
berit -> aliança; torah -> lei; e edut -> testemunho. Não é fácil distinguir entre esses
sinônimos, já que muitas vezes eles são encontrados em conjunto uns com os
outros”. (Vine's Expository Dictionary of Biblical Words, Copyright (c) 1985 Thomas
Nelson Publishers).

É usado para descrever decretos imutáveis estabelecidos por Deus na criação:

• O decreto da criação que mantém o mar dentro de seus limites.

Os limites dos oceanos:

(Provérbios 8:29) “... quando punha ao mar o seu termo [choq: decreto, KJV] para
que as águas não trespassassem o seu mando; quando compunha os fundamentos
da terra”.

Limites para os oceanos

(Jó 38: 8-11) “Ou quem encerrou o mar com portas, quando transbordou e saiu da
madre [na criação, o mundo encheu-se de água], 9 quando eu pus as nuvens por
sua vestidura e, a escuridão, por envolvedouro? 10 Quando passei sobre ele o meu
decreto [choq], e lhe pus portas e ferrolhos, 11 e disse: Até aqui virás, e não mais
adiante, e aqui se quebrarão as tuas ondas empoladas”?

• O decreto que mantém os corpos celestes em suas órbitas.

(Salmos 148:3-6) “Louvai-o, sol e lua: louvai-o, todas as estrelas luzentes. 4 Louvai-
o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus. 5 Que louvem o nome do

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
6
Senhor pois mandou, e logo foram criados. E os confirmou para sempre e lhes
deu uma lei [choq] que não ultrapassarão”.

• O decreto que faz com que as chuvas caiam na sua devida estação.

(Jó 28:25-26) “Quando deu peso ao vento e tomou a medida das águas; 26 quando
prescreveu uma lei [choq] para a chuva e caminho para o relâmpago dos trovões”.

• O decreto de Deus que garante a regularidade das épocas da colheita.

(Jeremias 5:24) “E não dizem no seu coração: Temamos, agora, ao Senhor, nosso
Deus, que dá chuva, a temporã e a tardia, a seu tempo; e as semanas determinadas
[choq] da sega nos conserva”.

• Em I Crônicas 16 descreve como Deus fez uma aliança eterna com Abraão, Isaque
e Jacó, um juramento que não poderia ser mudado.

(I Crônicas 16:16-17) “... do concerto que fez com Abraão e do seu juramento a
Isaque; 17 o qual também a Jacó ratificou por estatuto [choq], e a Israel, por
concerto eterno”.

Mais tarde, Deus prometeu a Davi:

(Salmos 89:34) “Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus
lábios”.

Os Dez Mandamentos foram gravados em tábuas de pedra para indicar sua permanência
e o fato de que não podem ser alterados. Eles foram dados como decretos de Deus ao
homem.

No entanto, Daniel 7:25 descreve um chifre pequeno que pensaria que poderia mudar os
tempos e a lei de Deus. Isso é o que Isaías 24:5 está descrevendo. Que mudança foi feita
no que Deus originalmente marcou para o homem?

(~Exodo 32:16-17) “E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a
mesma escritura de Deus, esculpidas nas tábuas. 17 E, ouvindo Josué a voz do povo
que jubilava, disse a Moisés: Alarido de guerra há no arraial”.

O primeiro é o matrimônio:

“Deus apresentou apenas uma causa justa para que a mulher deixe seu marido, ou
o marido sua esposa, que é o adultério. Que este assunto seja considerado com
muita oração. Desde a criação foi o casamento constituído por Deus como uma
ordenança divina. Foi no Éden que isso aconteceu. O Sábado do quarto
mandamento também foi instituído no Éden, ao serem lançados os 'fundamentos
da Terra', 'quando as estrelas da alva, juntas', cantavam e os filhos de Deus
'rejubilavam' (Jó 38:4 e 7). Portanto, que a divina instituição do casamento esteja
diante de você em posição tão duradoura quanto o Sábado do quarto

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
mandamento.” (WHITE, Ellen G. (2008). Testemunhos sobre Conduta Sexual,
Adultério e Divórcio, Capítulo: Um médico, p. 149).

“O sábado foi santificado na criação. Instituído [ou ‘ordenado’ palavra chave]


para o homem, teve sua origem quando 'as estrelas da alva juntas alegremente
cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam' (Jó 38:7).” (WHITE, Ellen G.
(2007). O Desejado de Todas as Nações, Capítulo: O Sábado, p. 232).

“Mostrou-se-me que a lei de Deus permaneceria firme para sempre, e existiria na


nova Terra por toda a eternidade. Na criação, quando foram postos os
fundamentos da Terra, os filhos de Deus olhavam com admiração para a obra do
Criador, e todo o exército celestial aclamava de alegria [Jó 38:4-7]. Então foi que se
lançara o fundamento do sábado. No fim dos seis dias da criação, Deus repousou
no sétimo dia de toda a obra que fizera; e abençoou o sétimo dia e o santificou,
porque nele repousara de toda a Sua obra. O sábado foi instituído no Éden, antes
da queda, e foi observado por Adão e Eva e toda a hoste celestial. Deus repousou
no sétimo dia, e o abençoou e santificou. Eu vi que o sábado nunca será anulado;
antes, por toda a eternidade, os santos remidos e todo o exército celestial o
observarão em honra ao grande Criador.” (WHITE, Ellen G. (2007). Primeiros
Escritos, Capítulo: O Mistério da Iniquidade, p. 221-222).

“Semelhante ao sábado, a semana originou-se na criação, e foi preservada e


trazida até nós através da história bíblica. O próprio Deus mediu [Deus não
somente mediu a geografia da terra, mas também a cronologia] a primeira
semana como um modelo para as semanas sucessivas até o final do tempo. Como
todas as outras, consistiu de sete dias literais. Seis dias foram empregados na obra
da criação; no sétimo dia Deus repousou, e então o abençoou e o separou como dia
de descanso para o homem.” (WHITE, Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas,
Capítulo: A Semana Literal, p. 84).

“Todos os que conservarem firme até o fim a confiança que tiveram desde o
princípio guardarão o sábado do sétimo dia, o qual chega até nós da maneira
assinalada pelo Sol.” (WHITE, Ellen G. (2007). Mensagens Escolhidas – volume #3,
Capítulo: A Questão da Linha Internacional de Datas, p. 299).

“O Criador dos céus e da terra ordenou: 'O sétimo dia é o sábado do Senhor teu
Deus; nele não farás nenhuma obra'. Esta ordem foi executada pelo exemplo de
seu Autor, proclamada com sua própria voz e colocada no próprio seio do
Decálogo. Mas o poder papal removeu [ou mudou] esta ordenança divina
[palavra-chave] e substituiu um dia que Deus não santificou, e no qual ele não
descansou, a festa há tanto adorada pelos pagãos como o 'venerável dia do sol'.”
(Signs of the Times, 14 de Setembro de 1882).

“Desta maneira indica o profeta a ordenança [palavra-chave] que tem estado


esquecida: 'Levantarás os fundamentos de geração em geração; e chamar-te-ão

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 235 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar. Se desviares o teu pé
do sábado, e de fazer a tua vontade no Meu santo dia, e se chamares ao sábado
deleitoso, e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares, não seguindo os
teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falar as tuas
próprias palavras, então te deleitarás no Senhor' (Isaías 58:12-14). Esta profecia
também se aplica a nosso tempo. A rotura foi feita na lei de Deus, quando o
Sábado foi mudado [observe a terminologia] pelo poder romano. Chegou, porém,
o tempo para que esta instituição divina seja restabelecida. A rotura deve ser
reparada, e levantado o fundamento de geração em geração.” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: Restauração da Verdade, p. 394).

Os Evangélicos e Católicos de hoje estão lutando com unhas e dentes para manter o
casamento como Deus ordenou na criação e isso é bom. Há um clamor contra a tentativa
dos liberais de mudar a instituição do casamento de heterossexual para homossexual.

Mas Evangélicos e Católicos precisam estar consistentes. Eles não podem restaurar uma
ordenança da criação e pisar na outra. Eles não podem dizer que o homem não pode
mudar a instituição do casamento, mas que ele pode mudar o Sábado! Esse tipo de
conversa dupla deve parar. Eu desafio os Evangélicos e Católicos a restaurar ambas as
instituições da criação como Deus as fez originalmente. Afinal, essas duas instituições são
símbolos do relacionamento entre Deus e Seu povo! Se o casamento ainda é um símbolo
desse relacionamento, por que não o sábado?

Quebrantada a Aliança Eterna


Existe apenas uma aliança eterna entre o Pai e o Filho. O acordo era que se o homem
pecasse, Deus forneceria um substituto para restaurar o homem à sua condição original.

A aliança tinha dois aspectos: [1] a lei da Aliança e [2] a lei do Sacrifício da Aliança. A
violação da lei da aliança tornou o sacrifício da aliança necessário.

Observe Deuteronômio 4:12-13 para a lei da Aliança.

(Deuteronômio 4:12-13) “Então, o Senhor vos falou do meio do fogo; a voz das
palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes semelhança nenhuma. 13 Então,
vos anunciou ele o seu concerto [aliança], que vos prescreveu, os Dez
Mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra”.

Observe como Hebreus 8:10-12 coloca as duas idéias juntas: Perdão e obediência. Paulo
explica como a tristeza pelo que o pecado fez com Jesus purifica nossas vestes em Seu
sangue.

(Hebreus 8:10-12) “Porque este é o concerto [aliança] que, depois daqueles dias,
farei com a casa de Israel, diz o Senhor: Porei as Minhas leis no seu entendimento
[em sua mente] e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me
serão por povo. 11 E não ensinará cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
irmão, dizendo: Conhece o Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor
deles até o maior. 12 Porque serei misericordioso para com as suas iniquidades e de
seus pecados e suas prevaricações não me lembrarei mais".

Deus opera em nós.

(Isaías 26:12) “Senhor, tu nos darás a paz, porque tu és o que fizeste em nós todas
as nossas obras”.

(Filipenses 2:12-13) “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes,
não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim
também operai a vossa salvação com temor e tremor; 13 porque Deus é o que
opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”.

(Efésios 2:8-10) “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de
vós; é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10 Porque
somos feitura sua, criados em Cristo Jesus [redenção] para as boas obras, as quais
Deus preparou para que andássemos nelas”.

(Hebreus 13:20-21) “Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno
tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas,
21
vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em
vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o
sempre. Amém”!

Como isso pode ser feito?


Em Isaías 26:1-3, enfatiza a palavra “está firme” ou “está preso a”:

(Isaías 26:1-3) “Naquele dia, se entoará este cântico na terra de Judá: Uma forte
cidade nós temos, a quem Deus pôs a salvação por muros e antemuros. 2 Abri as
portas, para que entre nela a nação justa, que observa a verdade. 3 Tu conservarás
em paz aquela cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti”.

Nossa mente deve permanecer nEle. Não nos tornamos como Jesus meramente por ter
um vislumbre ou olhar para Ele de vez em quando, mas por nos demorar e permanecer
nEle.

(II Coríntios 3:18) “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um
espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma
imagem, como pelo Espírito do Senhor.”

“Contemplando a Cristo, falando a Seu respeito, fixando a beleza de Seu caráter,


somos transformados. Transformados de glória em glória. E que glória? O caráter
— e ele será transformado de caráter em caráter. Vemos assim que há uma obra
de purificação que prossegue pela contemplação de Jesus”. (WHITE, Ellen G. (2004).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 237 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Meditações Matinais – Filhos e Filhas de Deus, Capítulo: A experiência daqui
atingirá a eternidade - 26 de Novembro, p. 670-671).

(Apocalipse 22:14-15) “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no


sangue do Cordeiro [aqueles que guardam os seus mandamentos - Apocalipse
12:17; 14:12], para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade
pelas portas. 15 Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os
homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

Um Dia para Lembrar: O Sábado do Éden para o


Éden
Introdução
Durante os primeiros seis dias da semana da criação Deus fez tudo perfeito, belo e
harmonioso. No final do sexto dia, Deus viu tudo o que Ele tinha feito e era muito bom.

(Gênesis 1:31-2:1) “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e
foi a tarde e manhã: o sexto dia. 2:1 Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército
foram acabados”.

Dias Literais
De acordo com a história bíblica, a criação ocorreu em seis dias literais e não teve
defeitos, sem mancha de pecado ou morte. A Bíblia indica claramente que a criação não
ocorreu ao longo de milhões de anos, mas sim em seis dias literais de 24 horas, como os
conhecemos hoje. Existem vários motivos pelos quais acreditamos nisso:

Jesus e os escritores do Novo Testamento testificam, unanimemente, que a criação


ocorreu no espaço e no tempo, assim como é descrito em Gênesis (por exemplo, Mateus
19:1-6). Questionar um relato literal da criação é contestar a integridade dos escritores
do Novo Testamento, incluindo o próprio Jesus!

O Salmo 33 descreve a urgência e rapidez dos eventos da semana da criação:

(Salmos 33:6 e 9) “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo o exército
deles, pelo espírito [sopro] da Sua boca. 9 Porque falou, e tudo se fez; mandou, e
logo tudo apareceu”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 239 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Em Gênesis 1:4-5 descreve o ciclo diário do dia e da noite, ou tarde e manhã. Não faria
sentido dizer que cada dia tinha uma ‘tarde e manhã’ se os dias da criação fossem milhões
de anos de duração.

A expressão “e assim foi” que é usada várias vezes no Gênesis #1 indica urgência e
rapidez (Gênesis 1:7, 9, 11, 15 e 24).

É um fato que no Antigo Testamento, cada vez que a palavra “dia” aparece no singular
com um número ordinal (dia um, dia dois, etc.) significa um dia de 24 horas. Não há
exceções a esta regra.

Em Êxodo 20:11, no mandamento do Sábado apresenta uma prova definitiva de que os


dias da semana da criação eram literais, consecutivos e contínuos. Pense nisso. Deus
instruiu o homem que trabalhasse seis dias e descansasse no sétimo, assim como Ele fez
durante a semana da criação. Como Deus poderia dizer ao homem para trabalhar seis dias
como Ele havia trabalhado e descansar no sétimo como Ele fez se os dias tivessem
milhões de anos de duração?

Claramente, a Bíblia retrata um cenário de criação e não de evolução. Nas Escrituras, Deus
é retratado como uma pessoa que está fora e distinta da criação. A natureza não é Deus
(panteísmo), Deus não está na natureza (panenteísmo); a natureza pertence a Deus. Em
outras palavras, devemos cuidar da natureza, não porque a natureza é Deus, mas porque
é de Deus.

Dias Numerados / Tarde e Manhã


O homem mudou três coisas que Deus estabeleceu durante a semana da criação.
Primeiro, ele deu nomes planetários para os dias da semana em vez de números. Em
segundo lugar, ele mudou a hora para começar o dia do pôr do sol à meia-noite. Terceiro,
ele mudou o dia comemorativo da criação de Sábado para Domingo.

O registro de Gênesis indica que cada dia da semana da criação foi numerado em vez de
nomeado e que os dias foram marcados pela expressão tarde (pôr do sol) e manhã
(nascer do sol):

(Gênesis 1:31) “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a
tarde e a manhã: o dia sexto”.

Nota: Na criação, os dias eram numerados sequencialmente, não nomeados. A prática de


contar os dias não é totalmente desconhecida hoje porque no Brasil, por exemplo, apenas
dois dias são nomeados - sábado e domingo, enquanto o resto dos outros dias é contado
com referência ao Sábado.

O dia começa à tarde.

(Gênesis 1:5) “E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a
manhã: o dia primeiro”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O sábado começa e termina quando o sol se põe.

(Marcos 1:32) "E, tendo chegado a tarde, quando já estava se pondo o sol,
trouxeram-lhe todos os que se achavam enfermos e os endemoninhados”.

Deus é o Sujeito da Criação


Deus foi o ator ou sujeito central dos primeiros seis dias da semana da criação. No início
da história da criação, é-nos dito em termos inequívocos: “no princípio criou Deus os céus
e a terra” (Gênesis 1:1) e na conclusão é-nos dito que “E viu Deus tudo quanto tinha feito,
e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31).

Cerca de 30 vezes nos capítulos 1 e 2, Deus é descrito como o único agente ativo com
expressões como: 'Deus criou', 'Deus disse', 'Deus viu', 'Deus chamou', 'Deus fez', 'Deus os
estabeleceu’, e 'Deus abençoou'.

Deus - o Sujeito do Sétimo Dia


Deus também está no centro do sétimo dia da semana da criação. Foi Deus quem
descansou, abençoou e santificou o sétimo dia:

(Gênesis 2:2-3) “E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que [Ele]
tinha feito, [Ele] descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que [Ele] tinha feito.
3 E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele [Ele] descansou de
toda a sua obra, que Deus criara e fizera”.

• Repetidamente, é-nos dito nesses versículos que foi Deus quem trabalhou seis
dias e Deus quem descansou no sétimo. Não há registro do homem criando
durante os primeiros seis dias ou cessando no sétimo dia. É claro que seria
impossível para o homem cessar uma atividade que não realizou!
• A palavra 'descansou' (shabbat) deve ser traduzida como 'cessou'.
• Deus criou a primeira semana de sete dias e depois a deu ao homem, portanto, a
primeira semana da história é o que chamo de ‘Semana de Deus’. Ele trabalhou
seis e [Ele] cessou no sétimo!
• O sétimo dia da semana foi abençoado e separado por Deus como santo. Todos os
dias não são sagrados ou abençoados. Três vezes no texto, é-nos dito que Deus
cessou, abençoou e santificou O SÉTIMO DIA. É óbvio que Deus não abençoou o
dia e o tornou santo para Si mesmo porque Deus é a fonte de todas as bênçãos e
santidade!
• Foi o cessar de Deus que tornou o Sábado sagrado - porque Deus cessou no
sétimo dia, o dia é santo.
• Por que Deus trabalhou nos seis dias, cessou no sétimo dia e o tornou santo
quando Ele poderia ter criado tudo instantaneamente? O Quarto Mandamento da
santa lei de Deus tem a resposta:

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 241 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Êxodo 20:8-11) “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. 9 Seis dias
trabalharás e farás toda a tua obra. 10 mas o sétimo dia é o Sábado do Senhor, teu
Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu
servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro
das tuas portas. 11 Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo
que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia do
sábado e o santificou”.
Deus trabalhou seis dias e cessou no sétimo dia para dar ao homem um exemplo
de trabalhar seis dias e cessar no sétimo dia como um memorial perpétuo do
Criador.
• Deus não ordenou que o homem cessasse no primeiro Sábado porque ainda não o
tinha feito santo até que Deus cessou o dia inteiro. As vinte e quatro horas do
sábado tornaram-se sagradas quando Deus cessou 24 horas. O Quarto
Mandamento da santa lei de Deus aplica-se ao homem a partir da segunda
semana. Na primeira semana, Deus trabalhou seis e cessou na sétima e então disse
ao homem para seguir Seu exemplo em trabalhar seis e cessar no sétimo.

O Segundo Sábado

• Foi Deus quem cessou naquele primeiro Sábado.


• Adão e Eva não puderam guardar ou santificar o primeiro Sábado porque este dia
ainda não havia sido santificado por Deus até que o mesmo terminou. O Sábado,
como o resto dos dias da semana, foi feito para o homem. Certamente um Deus
eterno não precisava de uma semana de sete dias para Si mesmo!
• Adão e Eva não puderam seguir o exemplo de Deus até que Ele primeiro o tivesse
dado.
“Deus fez o homem à Sua própria imagem, e deu-lhe a seguir um exemplo da
observância do sétimo dia, que Ele santificou e tornou santo.” (WHITE, Ellen G.
(1988). Meditações Matinais – Exaltai-o (1992), Capítulo: O Centro da Lei – 04 de
Maio, p. 272).
“Depois de repousar no sétimo dia, Deus o santificou, ou pô-lo à parte, como dia
de repouso para o homem. Seguindo o exemplo do Criador, deveria o homem
repousar neste santo dia, a fim de que, ao olhar para o céu e para a Terra, pudesse
refletir na grande obra da criação de Deus; e para que, contemplando as provas da
sabedoria e bondade de Deus, pudesse seu coração encher-se de amor e reverência
para com o Criador. No Éden, Deus estabeleceu o memorial de Sua obra da criação,
depondo a Sua bênção sobre o sétimo dia”. (WHITE, Ellen G. (2007). Patriarcas e
Profetas, Capítulo: A criação, p. 21-22).
Como um pai mostrando ao filho como construir algo com Lego. Deus não disse a
eles para mantê-lo até que ele mostrou a eles como mantê-lo.
• O quarto mandamento aplica-se a Adão e Eva, começando com a segunda semana
da história humana. Eles tiveram que trabalhar os seis primeiros dias e depois
descansar no sétimo dia para guardar o quarto mandamento.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Detalhes sobre o Sábado

• Não havia nenhum judeu quando Deus estabeleceu o Sábado. Adão e Eva foram o
pai e a mãe de toda a raça humana, não apenas dos judeus.
• Não havia pecado quando Deus estabeleceu o Sábado, por isso é parte do plano
original de Deus para toda a raça humana. Em sua função inicial, não era uma
sombra de redenção porque não havia necessidade de redenção quando foi
estabelecido.
• De acordo com o relato de Gênesis, Deus terminou sua obra duas vezes (Gênesis
2:1-2). Você pode perguntar: Como algo pode ser concluído duas vezes? Vamos
imaginar um artista que termina uma obra de arte e, em seguida, coloca sua
assinatura nela. Durante os primeiros seis dias, Deus pintou uma obra de arte viva
e o Sábado foi à assinatura de Deus em Sua obra de criação. O sábado identificou
assim quem pintou a obra de arte e a quem ela pertencia.
• Deus deu domínio ao homem no final do sexto dia, mas o sétimo dia indica que o
homem deve prestar contas a Deus. Depois do sexto dia, Deus estava dizendo ao
homem: “Tu és o Senhor daquilo que eu criei” (Gênesis 1:26-27), mas no sétimo dia
Deus estava dizendo ao homem: “Eu sou o teu Senhor porque te criei”.
• Deus criou as coisas comuns do dia a dia nos primeiros seis dias, mas no sétimo dia
Ele fez o tempo santo. Deus não fez um santuário sagrado no espaço, mas sim no
tempo. O homem não precisou ir ao santuário para adorar, o santuário veio até
ele!
• Uma semana de sete dias parece totalmente arbitrária. Outras medidas de tempo
têm uma explicação astronômica. O dia é a quantidade de tempo que leva para a
Terra dar uma volta completa em torno de seu eixo. O mês é o período entre uma
lua nova e outra. O ano é a quantidade de tempo que leva para nossa Terra fazer
uma revolução completa ao redor do sol. Mas a semana de sete dias é arbitrária. A
semana poderia conter seis dias ou cinco ou oito ou nove. A razão para uma
semana de sete dias é que Deus criou a semana de sete dias!

Deus Deleitou-se
Deus não descansou porque Ele estava cansado. Falar de coisas certamente não causa
exaustão:

(Isaías 40:28) “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos
confins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não há esquadrinhação do seu
entendimento”.

A Bíblia fala-nos que Deus viu tudo o que Ele havia feito e era muito bom! Em Êxodo
31:17, é-nos dito que Ele foi revigorado, uma palavra que significa que Ele respirou fundo!
Ele deleitava-se nas obras de Suas mãos. O sétimo dia foi um dia em que Deus e todo o
universo celestial se deleitaram na obra de Suas mãos (Jó 38:4-7). Esta é a razão pela qual
Isaías 58 refere-se ao Sábado como um deleite.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 243 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Depois de repousar no sétimo dia, Deus o santificou, ou pô-lo à parte, como dia
de repouso para o homem. Seguindo o exemplo do Criador, deveria o homem
repousar neste santo dia, a fim de que, ao olhar para o céu e para a Terra, pudesse
refletir na grande obra da criação de Deus; e para que, contemplando as provas da
sabedoria e bondade de Deus, pudesse seu coração encher-se de amor e reverência
para com o Criador.” (WHITE, Ellen G. (2007). Patriarcas e Profetas, Capítulo: A
criação, p. 21-22).

Deus é o dono da Criação e do Sábado


A criação é propriedade de Deus, porque Ele a fez em seis dias. Portanto, o meio ambiente
pertence a Ele e deve ser cuidado porque não é nosso!

(Salmos 24:1-2) “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que
nele habitam. 2 Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios”.

Mas Deus criou o Sábado também, portanto o Sábado também deve ser dEle porque Ele o
fez. Se o mundo e tudo nele são Seus porque Ele o fez, então o Sábado também é Seu
porque Ele o fez. Esta é a razão pela qual a Bíblia sempre se refere ao sábado como o Dia
do Senhor. Pertence a Ele porque Ele o fez. Na verdade, encontraremos em Isaías 58 que
Ele o chama explicitamente de "MEU SANTO DIA".

O Sábado e a Redenção: o Maná


(Êxodo 16:4) “Então, disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos
céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se
anda em minha lei ou não”.

• Israel estava no deserto em movimento, então Deus deu a eles o Maná do céu
para alimentá-los.
• Por 40 anos Deus realizou este milagre ensinando-lhes que o sétimo dia é o
Sábado.
• Deus deu o Sábado para testar Israel para ver se eles obedeceriam à Sua lei.
• Mas Deus também deu o Maná para ensinar a Israel que eles deveriam viver
espiritualmente por todas as palavras que saiam da boca de Deus (Deuteronômio
8:3).

Se o Maná fosse guardado de um dia para o outro (exceto no sábado), o Maná criava
bichos e cheirava mal. É semelhante a um corpo em decomposição que cria bichos e
cheira mal. Este não era um pão normal. Deus queria ensinar uma lição muito importante.

(Êxodo 16:19-20) "E disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para amanhã. 20 Eles,
porém, não deram ouvidos a Moisés; antes, alguns deles deixaram dele para o dia
seguinte; e aquele criou bichos e cheirava mal; por isso, indignou-se Moisés contra
eles".

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Quando Israel colhia uma porção dobrada de Maná na Sexta-feira para o Sábado, o Maná
não criava bichos ou cheirava mal – o Maná estava tão fresco quanto tivesse sido colhido
na Sexta!

(Êxodo 16:23-24) “E ele disse-lhes: Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é
repouso, o santo sábado do Senhor; o que quiserdes cozer no forno, cozei-o; e o
que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tido o que sobejar ponde em
guarda para vós até amanhã. 24 E guardaram-no até pela manhã, como Moisés
tinha ordenado; e não cheirou mal, nem nele houve algum bicho”.

O maná simbolizava a carne de Jesus.

(João 6:51) “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão,
viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do
mundo”.

O corpo de Jesus não viu corrupção na tumba no Sábado.

(Atos 2:25-27, 31) “Porque dele disse Davi: Sempre via diante de mim o Senhor,
porque está a minha direita, para que eu não seja comovido; 26 por isso, se alegrou
o meu coração, e a minha língua exultou; e ainda a minha carne há de repousar
em esperança. 27 Pois não deixarás a minha alma no Hades, nem permitirás que o
teu Santo veja a corrupção. 31 ... nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo,
que a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção”.

Os Dez Mandamentos
(Êxodo 20:8-11) “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. 9 Seis dias
trabalharás e farás toda a tua obra. 10 mas o sétimo dia é o Sábado do Senhor, teu
Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu
servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro
das tuas portas. 11 Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo
que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia do
sábado e o santificou”.

• Os “Dez Mandamentos” é a única coisa na Bíblia que Deus escreveu com Seu
próprio dedo. O resto da Bíblia foi dado a um profeta e então o profeta o
escreveu.
• Deus trabalhou seis dias, descansou no sétimo dia e então abençoou o dia e o
santificou.
• Depois que Deus criou a semana, ele ordenou a Adão e Eva que seguissem Seu
exemplo em trabalhar seis e descansar no sétimo para lembrar que Ele era o
Criador.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 245 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O Propósito do Memorial

• A palavra "lembrar" no Quarto Mandamento indica que o Sábado era para ser um
memorial. Os memoriais são construídos para que as pessoas não se esqueçam de
algo muito importante que aconteceu no passado. Exemplos de memoriais são o
Memorial de Oklahoma City, que comemora o bombardeio do Edifício Federal em
19 de abril de 1995, e o Memorial do World Trade Center, que comemora um
evento ocorrido em 11 de setembro de 2001. O Memorial de Jefferson foi
construído para lembrar-nos dos princípios sobre os quais nossa nação foi
estabelecida - liberdade civil e religiosa.
• O Sábado é um memorial no tempo, assim chega até nós. Se o memorial da
criação tivesse sido estabelecido em um determinado lugar, então aqueles que
morassem perto teriam uma vantagem. Mas com um memorial no tempo,
ninguém tem um monopólio. E o memorial vai durar tanto quanto o tempo durar!
• O sábado não pode ser alterado do sétimo para outro dia, assim como você não
pode alterar a data de seu aniversário porque está ancorado no tempo.
• Faria sentido mudar a celebração do Dia da Independência de 04 de julho para 05
de julho? Não podemos mudar o dia da semana que comemora a criação porque
está enraizado na história.
• Existem três elementos que um selo deve ter para ser autêntico. Esses três
elementos estão contidos nos antigos selos descobertos na cidade canaanita de
Ugarit:
Nome da autoridade
Ofício ou função da autoridade
Território sobre o qual ele tem autoridade

Êxodo 31: 12-18: O sábado, um sinal


(Êxodo 31:14-18) "Portanto, guardareis o Sábado, porque santo é para vós; aquele
que o profanar certamente morrerá; porque qualquer que nele fizer alguma obra,
aquela alma será extirpada do meio do seu povo. 15 Seis dias se fará obra, porém o
sétimo dia é o sábado do descanso, santo ao Senhor; qualquer que no dia do
Sábado fizer obra, certamente morrerá. 16 Guardarão, pois, o Sábado os filhos de
Israel, celebrando o Sábado nas suas gerações por concerto perpétuo. 17 Entre mim
e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor os
céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e restaurou-se. 18 E deu a Moisés
(quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas do Testemunho,
tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus".

• Alguém pode objetar: “O texto afirma claramente que o Sábado é um sinal entre
Deus e os filhos de Israel e, portanto, não é um sinal para nós”. Vamos refletir
sobre essa objeção. Deus deu todos os Dez Mandamentos a Israel no Monte Sinai.
Significa isso que os Dez Mandamentos foram dados apenas para Israel?
Responder a esta pergunta com um sim seria um absurdo!

Página 246 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
• A idolatria, o desrespeito aos pais, o adultério, o assassinato, o roubo, a mentira e
a cobiça são errados em todas as culturas, e se aplicam a toda a raça humana em
todos os tempos. Não podemos escolher quais mandamentos se aplicam a nós e
quais não.
• Podemos abordar isso de outro ângulo. O Sábado é um sinal do relacionamento
entre Deus e Israel. E quem é Israel hoje? Aqueles que se uniram a Cristo no
batismo são o verdadeiro Israel de Deus, portanto, se somos o Israel espiritual de
hoje, devemos guardar o Sábado!
(Gálatas 3:28-29) “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há
macho nem fêmea; porque todos vós sois um um em Cristo Jesus. 29 E, se sois de
Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa”.

Isaías, o Profeta do Evangelho.


Deus chama o sábado de SEU santo dia e nos ordena que o guardemos. Ao contrário do
que muitos cristãos acreditam, o sábado é uma delícia e honra:

(Isaías 58:13-14) "Se desviares o teu pé do Sábado, de fazer a tua vontade no Meu
santo dia, e se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor digno de
honra, e se o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a
tua própria vontade, nem falar as tuas próprias palavras, 14 então, te deleitarás
no SENHOR, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra e te sustentarei com a
herança de Jacó, teu pai; porque a boca do SENHOR o disse".

O sábado foi destinado a todas as pessoas de todas as nações:

(Isaías 56:6-7) "E aos filhos dos estrangeiros que se chegarem ao Senhor, para o
servirem e para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos seus, todos
os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem o meu
concerto, 7 também os levarei ao meu santo monte e os festejarei na minha Casa
de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar,
porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos”.

Imediatamente antes da passagem que acabamos de ler, é-nos dito que o sábado está
relacionado com a ideia de ajudar aqueles que são menos afortunados do que nós.

(Isaías 58:6-7) “Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras
da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e qe deixes livres os
quebrantados, e que despedaces todo o jugo? 7 Porventura, não é também que
repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E,
vendo o nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne”?

O Sábado foi dado como um dia para dar descanso até mesmo para os animais
domésticos e os menos afortunados da sociedade. Para Israel, a vida não deveria ser um
ciclo interminável de trabalho. Eles precisavam de um dia para se conectar com suas

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 247 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
raízes espirituais, ajudar os fracos e desfrutar da família. O dia não era domingo, mas sim
o Sábado do sétimo dia!

(Êxodo 23:12) “Seis dias farás os teus negócios; mas, ao sétimo dia, descansarás;
para que descanse o teu boi e o teu jumento; e para que tome alento o filho da tua
escrava e o estrangeiro”.

Destruição de Jerusalém
Deus prometeu que Jerusalém permaneceria para sempre se Israel guardasse o Sábado.
Mas Ele também lhes disse que a cidade seria destruída se profanassem o Sábado:

(Jeremias 17:24-27) “Será, pois, que, se diligentemente me ouvirdes, diz o Senhor,


não introduzindo cargas pelas portas desta cidade no dia de Sábado, e
santificardes o dia de Sábado, não fazendo nele obra alguma; 25 então, entrarão
pelas portas desta cidade reis e príncipes, assentados sobre o trono de Davi,
andando em carros e montados em cavalos, eles e seus príncipes, os homens de
Judá e os moradores de Jerusalém; e esta cidade será para sempre habitada. 26 E
virão das cidades de Judá, e dos contornos de Jerusalém, e da terra de Benjamim, e
das planícies, e das montanhas, e do Sul, trazendo holocaustos, e sacrifícios, e
ofertas de manjares, e incenso, trazendo igualmente sacrifícios de louvores à Casa
do Senhor. 27 Mas, se não me derdes ouvidos, para santificardes o dia de Sábado e
para não trazerdes carga alguma, quando entrardes pelas portas de Jerusalém no
dia de Sábado, então, acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá os
palácios de Jerusalém e não se apagará".

Um Sinal ou Selo
Ezequiel indica que Israel caiu na idolatria porque deixou de guardar o Sábado. O Sábado
é um sinal de que o Senhor é nosso Deus criador e de que somos Seu povo.

(Ezequiel 20:12, 20) “E também lhes dei os meus Sábados, para que servissem de
sinais entre mim e eles, para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica.
20
E santificai os meus Sábados, e servirão de sinal entre mim e vós, para que
saibais que eu sou o Senhor, vosso Deus”.

Após o Cativeiro Babilônico


Os portões de Jerusalém deveriam ser fechados antes do pôr do sol na sexta-feira:

(Neemias 13:15-22) "Naqueles dias, vi em Judá os que pisavam lagares ao Sábado


e traziam feixes que carregavam sobre os jumentos; como também vinho, uvas e
figos e toda casta de cargas, que traziam a Jerusalém no dia de Sábado; e
protestei contra eles no dia em que vendiam mantimentos. 16 Também tírios
[homens da cidade de Tiro] habitavam dentro e traziam peixe e toda mercadoria,
que no Sábado vendiam aos filhos de Judá e em Jerusalém. 17 E contendi com os

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
nobres de Judá e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de
Sábado? 18 Porventura, não fizeram vossos pais assim, e nosso Deus não trouxe
todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? E vós ainda mais acrescentais o ardor
de sua ira sobre Israel, profanando o Sábado. 19 Sucedeu, pois, que, dando as
portas de Jerusalém já sombra antes do sábado, ordenando-o eu, as portas se
fecharam; e mandei que não as abrissem até passado o Sábado; e pus às portas
alguns de meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de Sábado. 20
Então, os negociantes e os vendedores de toda mercadoria passaram a noite fora
de Jerusalém, uma ou duas vezes. 21 Protestei, pois, contra eles e lhes disse: Por que
passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão sobre
vós. Daquele tempo em diante, não vieram no Sábado. 22 Também disse aos levitas
que se purificassem e viessem guardar as portas, para santificar o sábado. (Nisso
também, Deus meu, lembra-te de mim; e perdoa-me segundo a abundância da tua
benignidade)".

O Chifre Pequeno
Este versículo descreve a tentativa do chifre pequeno de mudar a Lei de Deus:

(Daniel 7:25) “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do


Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas
mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”.

Jesus e o Sábado
Jesus ensinou que o Sábado foi feito para o homem, assim como tudo o mais que Deus
fez. Se Jesus é o Senhor do Sábado, então o Sábado deve ser o Dia do Senhor. Alguns
cristãos acreditam que a expressão ‘Dia do Senhor’, em Apocalipse 1:10, refere-se ao
domingo. É verdade que o domingo era chamado de Dia do Senhor na igreja pós-
apostólica, mas a Bíblia, 23 vezes, refere-se ao sábado como o Dia do Senhor. É
importante lembrar que o sábado foi 'feito' - é parte da criação de Deus (a palavra 'feito' é
a mesma usada em João 1:3). É bastante óbvio que Jesus não poderia dar o Sábado ao
homem até que o fizesse!

(Marcos 2:27-28) “E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o
homem por causa do sábado. 28 Assim, o Filho do Homem até do sábado é
senhor”.

Era costume de Jesus ir à igreja no Sábado:

(Lucas 4:16) “E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de Sábado,
segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler”.

(Mateus 12:11-12) “E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma
ovelha, se num Sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela e a levantará? 12

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 249 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Pois quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequência, lícito
fazer bem nos sábados”.

Jesus não violou o Sábado que Ele criou. Se Ele tivesse violado o Sábado, ele teria sido um
pecador porque a Bíblia diz que 'pecado é a transgressão da lei'. Era lícito a Jesus fazer o
bem no sábado. Jesus realizou sete milagres no sábado e, em cada caso, foi para aliviar o
sofrimento dos menos afortunados. O Sábado é o dia para ajudar os pobres, os enfermos
e os famintos:

• Um homem cego de nascença.


• Um paralítico por 38 anos.
• Uma mulher que teve hemorragia de sangue por 18 anos.
• Um homem possuído por demônios.
• A sogra de Pedro que estava com febre.
• Um homem com uma mão atrofiada.
• Um homem com hidropisia.

Os Fariseus haviam acrescentado todos os tipos de regulamentos e tradições humanas ao


Sábado que o tornavam um jugo de escravidão. Jesus veio para restaurar o Sábado ao seu
significado original. Alguns estudiosos cristãos afirmam que Jesus violou o sábado. Nisso
eles se tornam acusadores junto com os Fariseus. Jesus veio para corrigir a distorção do
Sábado, assim como corrigiu a distorção do casamento (Mateus 19:4-6).

O Descanso da Redenção
Na Sua oração intercessória a caminho do Getsemani, Jesus disse a Seu Pai que Ele tinha
terminado Sua obra:

(João 17:4) “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a
fazer”.

Às três horas da sexta-feira, o sexto dia da semana, Jesus terminou sua obra de redenção
e disse: “Está consumado”. Não é por acaso que Jesus também terminou Sua obra de
criação no sexto dia da semana.

(João 19:30) “E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E,
inclinando a cabeça, entregou o espírito”.

A sequência de dias: Jesus morreu na sexta-feira, descansou no túmulo no Sábado e


ressuscitou no primeiro dia da semana. No Sábado, as mulheres descansaram fora do
sepulcro:

(João 23:54-56) “E era o Dia da Preparação, e amanhecia o Sábado. 55 E as


mulheres que tinham vindo com ele da Galiléia seguiram também e viram o
sepulcro e como foi posto o seu corpo. 56 E, voltando elas, prepararam especiarias e
unguentos e, no Sábado, repousaram, conforme o mandamento”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Não há um jota ou til de evidência de que o sábado foi mudado. Jesus não deu a menor
idéia de uma mudança durante Seu ministério. Muitas nações europeias tentaram mudar
a enumeração dos dias no calendário. Eles começam a semana na segunda-feira como o
primeiro dia e o domingo como o sétimo. Isso faz com que pareça que o domingo é o
sétimo dia de descanso. Isso está claramente em desacordo com a Bíblia. A Bíblia afirma
claramente que Jesus ressuscitou no primeiro dia e não era segunda-feira, mas sim
domingo.

Não só as mulheres descansaram o Sábado fora do sepulcro, mas o corpo de Jesus


descansou no sepulcro. Enquanto as mulheres descansavam fora do sepulcro, Jesus
descansou dentro:

(Atos 2:25-26) "Porque dele disse Davi: Sempre via diante de mim o Senhor, porque
está à minha direita, para que eu não seja comovido; 26 por isso, se alegrou o meu
coração, e a minha língua exultou; e ainda a minha carne há de repousar em
esperança".

Espiritualmente falando, a redenção é uma nova criação. Quando uma pessoa se


arrepende e recebe a Cristo como Salvador, Sua vida e Sua morte ocupam o lugar do
pecador.

Não é possível separar a redenção da criação. Jesus criou-nos e descansou no Sábado.


Jesus redimiu-nos e descansou no sepulcro no Sábado! Assim, o Sábado é um sinal de
criação e recriação:

(II Coríntios 5:17) "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas
velhas já passaram; eis que tudo se fez novo".

O Ano 70 DC
Há evidências claras de que quarenta anos após a ressurreição, o Sábado ainda era o dia
de descanso. Quando os Romanos cercaram a cidade de Jerusalém pela primeira vez e
então se retiraram sem motivo aparente, os seguidores de Jesus deveriam ver isso como
um sinal de que era hora de fugir da cidade. Jesus disse aos seus discípulos:

(Mateus 24:20) “E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no
Sábado”.

O Concílio de Jerusalém
No Concílio de Jerusalém em 49 DC houve um grande debate sobre se a circuncisão foi
abolida ou não, mas nenhum debate sobre a questão do Sábado. Os cristãos judeus
teriam clamado por crime de morte se houvesse qualquer discursão sobre a abolição do
Sábado como judeu.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Prática do Apóstolo Paulo
Paulo e seus companheiros entraram na sinagoga em Antioquia da Pisídia:

(Atos 13:14-15) "E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia da Pisídia e,


entrando na sinagoga, num dia de Sábado, assentaram-se. 15 E, depois da lição da
Lei e dos Profetas, lhes mandaram dizer os principais da sinagoga: Varões irmãos,
se tendes alguma palavra de consolação para o povo, falai".

Paulo e Barnabé pregaram o evangelho de Jesus na sinagoga em Antioquia da Pisídia no


Sábado seguinte e quase toda a cidade saiu para ouvi-los:

(Atos 13:42 e 44) “E, saídos os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que no
Sábado seguinte lhes fossem ditas as mesmas coisas. 44 E, no Sábado seguinte,
ajuntou-se quase toda a cidade a ouvir a palavra de Deus”.

Mulheres se reuniam para adorar perto de um rio no Sábado e Paulo pregou uma
mensagem para elas:

(Atos 16:13) “No dia de sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde
julgávamos haver um lugar para oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres
que alí se ajuntaram”.

Paulo pregou a Cristo na sinagoga em Tessalônica por três Sábados é discutiu com eles
sobre as Escrituras:

(Atos 17:2-3) “E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles e, por três
Sábados, disputou com eles sobre as Escrituras, 3 expondo e demonstrando que
convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos. E este Jesus, que vos
anuncio, dizia ele, é o Cristo".

Paulo ficou em Corinto por três anos e todos os Sábados ele persuadiu tanto Judeus
como Gregos:

(Atos 18:1-4) “Depois disto, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto. 2 E,


achando um certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que havia pouco tinha
vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os
judeus saíssem de Roma), se ajuntou com eles, 3 e, como era do mesmo ofício, ficou
com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas. 4 E todos os Sábados
disputava na sinagoga e convencia a Judeus e Gregos”.

O Tempo do Fim
A última mensagem de Deus para o mundo tem três partes. O primeiro anjo convida-nos a
adorar o Criador e o sinal é o Sábado de acordo com o Quarto Mandamento.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Apocalipse 14:6-7) “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho
eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e
língua e povo, 7 dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-Lhe glória, porque
vinda é a hora do Seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as
fontes das águas".

Por que é Deus digno de nossa adoração? Simplesmente porque Ele é nosso Criador e o
sinal de lembrança, dEle como Criador, é o Sábado do sétimo dia:

(Salmos 95:1-6) “Vinde, cantemos ao SENHOR! Cantemos com júbilo à rocha da


nossa salvação! 2 Apresentemo-nos ante a sua face com louvores e celebremo-lo
com salmos. 3 Porque o Senhor é Deus grande e Rei grande acima de todos os
deuses. 4 Nas Suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são
suas. 5 Seu é o mar, pois ele o fez, e as suas mãos formaram a terra seca. 6 Ó,
vinde, adoremos e prostemo-nos! Ajoelhemos diante do Senhor que nos criou”.

O Sinal ou Selo
As palavras 'assinalar' e 'selar' são usadas intercambiavelmente:

(Romanos 4:11) “E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando


estava na incircuncisão. . .”.

O sinal ou selo que mostra que adoramos o Criador é o Sábado. Um selo, para ser
autêntico, deve conter três elementos:

• O nome
• O ofício
• O território

Apocalipse 14 adverte-nos para não adorar a besta e os seus seguidores terão uma marca
de fidelidade a ele.

Se o Sábado é o sinal de que adoramos o Deus Criador, outro dia deve ser o sinal de que
adoramos a besta.

O genuíno vem antes do falsificado. Se descobrirmos qual é o verdadeiro dia de adoração,


seremos capazes de detectar o falso dia.

A marca do nome de Deus é o Sábado, então a marca do nome da besta deve ser um dia
rival:

(Apocalipse 14:9-11) “E os seguiu o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se


alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, 10
também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no
cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e
diante do Cordeiro. 11 E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 253 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
têm repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e
aquele que receber o sinal do seu nome".

O povo de Deus terá um selo.

(Apocalipse 7:1-3) "E, depois destas coisas, vi quatro anjos que estavam sobre os
quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento
soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. 2 E vi outro
anjo subir da banda do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com
grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o
mar, 3 dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que
hajamos assinalados na testa os servos do nosso Deus".

As pragas devastam a terra. Seremos testemunhas oculares.

(Isaías 66:22-23) "Porque, como os céus novos e a terra nova que hei de fazer
estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e
o vosso nome. 23 E será que, desde uma Festa da Lua Nova até à outra, e desde um
Sábado até o outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor”.

Ilustração brilhante.

(Apocalipse 21:23) “E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela
resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua
lâmpada”.

(Apocalipse 22:2) “No meio da sua praça e de uma e da outra banda do rio, estava
a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as
folhas da árvore são para a saúde das nações”.

Perguntas Que Surgem


É o Sábado de hoje o mesmo Sábado da criação?

• Não há evidências de que tenha ocorrido interrupção na sequência de dias da


semana.
• O sábado é de importância vital para os Judeus e eles nunca teriam permitido que
a sequência de dias se perdesse.
• Se o domingo de hoje é o mesmo domingo, então o Sábado deve ser o mesmo
Sábado!
• Como sabemos que o Sábado do dia de Cristo é o mesmo Sábado da criação?
Simplesmente porque Jesus era o Criador e Ele não guardaria o dia errado! Se o
Sábado dos dias de Cristo não fosse o mesmo dia da criação, então Jesus, o criador
do Sábado, teria guardado o dia errado!

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Faz o dia específico alguma diferença? Não é suficiente dedicar apenas um dia em sete
ao Senhor?

• O Quarto Mandamento não diz um dia em sete ou cada sétimo dia, mas sim O
sétimo dia.
• Nenhum outro dia pode ser um memorial da criação porque Deus não estabeleceu
nenhum outro dia como o memorial. Não podemos comemorar o quatro de julho
no quinto dia. Se o seu aniversário é no dia 26 de junho, você deve celebrá-lo no
dia 26. As datas têm raízes na história.
• Deus é um Deus particular e Ele espera que obedeçamos da maneira específica
que Ele ordenou.
• No Jardim, Deus não disse: Uma das árvores. Ele apontou a árvore específica.
• Nadabe e Abiú ofereceram fogo alternativo e foram consumidos.
• Havia uma fórmula específica para o incenso do santuário. Deus esperava que os
sacerdotes seguissem a fórmula conforme Ele havia especificado.

Não chama a Bíblia o domingo de Dia do Senhor?

• É verdade que os pais da igreja primitiva referiam-se ao domingo como o Dia do


Senhor, mas nunca na Bíblia encontramos qualquer evidência a esse respeito.
• O Sábado é chamado de Sábado do SENHOR por 23 vezes na Bíblia e Deus até o
chama de ‘MEU SANTO DIA’!
• Jesus afirmou claramente que Ele é o Senhor do Sábado.
• A palavra 'domingo' não aparece nem uma vez na Bíblia.

Não é legalista guardar o sábado e não é um jugo de escravidão?

• Não se você ama Jesus. Se amarmos o Senhor será um prazer suspender todas as
nossas atividades para dedicar o dia a fortalecer nosso relacionamento com Ele.
• Imagine um marido dizendo à esposa que ela não deveria ser tão legalista quando
se trata de ser fiel a ela!
• Não é bastante legalista dizer que eu não devo roubar ou dar falso testemunho,
adorar ídolos, matar ou cobiçar?

Não diz a Bíblia que ninguém pode me julgar se eu não guardar o sábado?

Aqui está o texto que é usado para tentar provar este ponto:

(Colossenses 2:16-17) “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou
por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, 17 que são sombras
das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”.

• Hebreus 9:9-10: A comida e as bebidas não têm nada a ver com a comida que
colocamos na mesa. Esses versículos identificam claramente os alimentos e
bebidas como a oferta de manjares e a oferta de libação que faziam parte da lei
cerimonial no santuário.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 255 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
• Havia também sete festivais anuais que apontavam para eventos na vida de Jesus:
Páscoa, Pães Asmos, Primícias, Pentecostes, Trombetas, Dia da Expiação e a Festa
dos Tabernáculos.
• E ligados às sete festas havia sete Sábados cerimoniais anuais.
• Essas coisas eram sombras das coisas por vir, mas a realidade é Cristo. O Sábado
semanal não é uma sombra das coisas por vir - é um memorial de um evento
passado - a criação!

Não é verdade que todos os dias pertencem a Deus?

• Todo o dinheiro que temos pertence a Deus, mas 10% é dele em um sentido
especial, é sagrado - é chamado de dízimo.
• É verdade que todos os dias pertencem a Deus porque Ele os fez, mas o sétimo dia
pertence a Ele de uma forma especial porque é santo.
• Deus não disse que todos os dias são iguais. Ele afirmou claramente que o Sábado
é sagrado!

Não mudou Jesus o dia de adoração de sábado para domingo?

• Por que iria Ele querer mudar um dia que abençoou e santificou?
• O sábado aponta para a criação e a criação está enraizada no sétimo dia.
• Não há a menor sombra de pista alguma no Novo Testamento de que Ele mudou o
dia. Foi guardado por Jesus, pelas mulheres que o seguiram, por Pedro e por Paulo.
• Sim, Jesus ressuscitou no domingo, mas não há ordem alguma para mantê-lo indo
à igreja neste dia e não há nenhuma declaração de que é santo.
• Em nenhum lugar é dito que devemos celebrar a ressurreição semanalmente.
• A Bíblia descreve os Dez Mandamentos como aliança de Deus e o Salmos 89:34
explica: "Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios”.

É o Sábado dos Judeus?

• É uma ofensa ao Senhor referir-se ao Sábado como o Sábado Judaico quando Ele o
chama de "Meu santo dia".
• O Sábado não pertence aos Judeus porque eles não o criaram. O Sábado pertence
ao Senhor porque Ele o fez.
• Nem mesmo uma única vez em toda a Bíblia o Sábado é chamado de Sábado
Judaico.

Não deveríamos guardar o Domingo em honra da ressurreição de Jesus?

• Seis textos simplesmente afirmam que Jesus ressuscitou no primeiro dia da


semana e um dos seis textos afirma que eles estavam reunidos, não para celebrar
a ressurreição, mas sim por medo dos judeus:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Marcos 16:9) “E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana,
apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete
demônios”.

(Mateus 28:1) “E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da


semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro”.

(João 20:1) “E, no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de
madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro”.

(Marcos 16:1-2) “E, tendo passado o sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria,
mãe de Tiago, compraram aromas para irem ungi-lo. 2 E, no primeiro dia da
semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol”.

(Lucas 24:1-2) “E, no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao
sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. 2 E acharam a pedra do
sepulcro removida”.

(João 20:19) “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas
as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou
Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco"!

Este texto nos diz claramente o motivo pelo qual eles estavam reunidos ali. Não era para
celebrar a ressurreição ou a Eucaristia, mas sim "por medo dos judeus".

Nesse momento, eles nem mesmo acreditavam que Jesus havia ressuscitado, então como
eles poderiam se reunir para celebrar a ressurreição (Lucas 24:9-11; Marcos 16:10-13)?

A Bíblia diz-nos o que Jesus comeu e não era nem pão e nem vinho da Comunhão. Ele
comeu um pouco de mel e uma porção de um peixe grelhado (Lucas 24:36-43).

A comunhão anuncia a morte de Jesus, não Sua ressurreição (Mateus 26:28; I Coríntios
11:26).

• Não existe um mandamento divino para guardar o domingo em honra da


ressurreição. Em nenhum lugar é-nos dito que é sagrado ou que devemos ir à
igreja neste dia.
• O sinal da morte e ressurreição de Cristo não é o domingo, mas o batismo.
• Jesus não poderia ter celebrado a comunhão com os discípulos, no domingo da
ressurreição, porque Ele havia dito que não beberia o cálice com Seus discípulos
até àquele dia em que o beba de novo com eles no Reino de Seu Pai (Mateus
26:29).

Como podem tantas pessoas, que guardam o domingo, estarem erradas?

A verdade é que a maioria das pessoas, ao longo da história, esteve errada. Pense em
Noé, Elias, até mesmo Jesus. Até mesmo seus próprios discípulos O abandonaram.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 257 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ele afirmou que pisava o lagar sozinho e que não havia ninguém com ele.

Não é suficiente ser sincero em guardar o domingo só porque uma pessoa não conhece
nada melhor?

Existem muitos cristãos sinceros e amorosos que, no decorrer da história Cristã,


consideraram o domingo como dia de descanso. Eles amavam o Senhor e O serviam da
melhor maneira que sabiam, de acordo com o conhecimento que tinham.

(Tiago 4:17) “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz comete pecado”.

Não é suficiente apenas amar a Jesus?

• É definitivamente suficiente amar a Jesus se você definir o amor da maneira que a


Bíblia o faz.
• (João 14:15) “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”.
• (I João 5:3) “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos;
e os seus mandamentos não são pesados”.
• (I João 2:3-4) “E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus
mandamentos. 4 Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda os Seus mandamentos
é mentiroso, e nele não está a verdade”.

Não é suficiente ter o Espírito Santo na vida?

(Atos 5:32) “E nós somos testemunhas destas palavras, nós e também o Espírito
Santo, que Deus deu àqueles que Lhe obedecem”.

(João 14:15-16) “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. 16 E eu


rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para
sempre”.

Não é verdade que o homem veio à existência pela evolução e, portanto, não podemos
confiar na história da Bíblia?

• Todos os escritores do Novo Testamento interpretaram literalmente a história da


criação. Portanto, em questão está a integridade e credibilidade de Jesus e de
todos os escritores do Novo Testamento.
• O apóstolo Paulo referiu-se ao primeiro Adão (Mateus 19:4-6 – Adão e Eva) que
introduziu o problema do pecado e o último que resolveu o problema (I Coríntios
15:45).
• I João 3:12 (também Jesus em Mateus 23:35): Caim e Abel
• Hebreus 11:5: Enoque
• Mateus 24:37-39: O dilúvio
• Lucas 17:28-32: Sodoma e Gomorra
• Pedro até escreveu que alguns nos últimos dias zombariam da idéia da segunda
vinda, declarando que negariam a criação e o dilúvio.

Página 258 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Não nos instruiu o apóstolo Paulo a trazer nossa oferta à igreja no domingo?

Aqui está o texto:

(I Coríntios 16:1-3) “Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós
também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. 2 No primeiro dia da semana
[regular ou sistematicamente], cada um [individualmente, pessoalmente] de vós
ponha de parte o que puder ajuntar [privadamente em casa], conforme a sua
prosperidade [de acordo com as bênçãos de Deus], para que se não façam as
coletas quando eu chegar. 3 E, quando tiver chegado, mandarei os que, por cartas,
aprovardes, para levar a vossa dádiva a Jerusalém [não uma oferta da igreja
local]”.

Não se reuniu o apóstolo Paulo, com a igreja, no primeiro dia da semana?

Quando essa reunião aconteceu? Qual foi o objetivo da reunião?

• Na verdade, foi na parte escura do primeiro dia - uma reunião no Sábado à noite.
• Não foi uma reunião regular, mas sim uma despedida do apóstolo Paulo. Porque
ele iria partir na manhã seguinte. A reunião em Quios (Atos 20:13, 14, 37, 38).
• Se domingo era o dia de adoração, por que Paulo não ficou e foi à igreja no
domingo de manhã? Por que ele viajou 35 milhas até a cidade portuária de Assôs
para embarcar em um navio?
• Ele partiu o pão (usado em uma refeição comum) e ele comeu não os membros.

O domingo é exatamente o oposto do Sábado. O domingo está no outro extremo do


calendário. O genuíno sempre vem antes da falsificação.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 259 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

Reflexões sobre Daniel 11


Introdução
Há uma passagem no livro de Daniel que sempre foi um assunto de intensa discussão
entre os teólogos adventistas, Daniel 11:40-45. Até recentemente, a maioria concordava
que o rei do norte representa o papado e o rei do sul representa o ateísmo ou
secularismo. Mas agora uma nova visão apareceu no horizonte, que vê o Islã radical
desempenhando um papel significativo no cumprimento dessa profecia. Aqueles que
abraçaram essa visão concluíram que os eventos de 11 de setembro e a guerra contra o
Al-Qaeda são tão significativos que devem ser contemplados em algum lugar da profecia
Bíblica. Isso despertou um novo interesse no estudo da quinta e da sexta trombetas em
conjunto com Daniel 11:40-45.

Usualmente Ellen White fornece orientação valiosa na interpretação de passagens


proféticas difíceis. Mas, ao contrário de outras passagens do livro de Daniel, Ellen White
parece silenciar sobre o significado da maior parte do capítulo onze, particularmente dos
versículos 40-45. Em nenhum lugar, que eu saiba, ela cita esses versos ou mesmo ecoa a
terminologia contida neles. Este aparente silêncio nos versículos 40-45 levou alguns a
concluir que Ellen White nada tinha a dizer sobre eles. Portanto, perguntamos: Tinha Ellen
White algo a dizer sobre o significado desses versículos ou, seu aparente silêncio, indica
que seu significado permaneceria um mistério até muito depois de sua morte? Neste
artigo, buscaremos responder a essa pergunta.

O Uso de Daniel 11 por Ellen White


Pelo que sei, existem apenas três referências primárias de Ellen G. White a Daniel 11
(exceto aquela em “Uma Palavra para o Pequeno Rebanho Espalhado no Exterior”, à qual
faremos referência mais tarde).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Uma dessas referências é indireta, uma é de natureza geral e outra é bastante específica.
Apenas na referência específica Ellen White realmente cita alguns versículos do capítulo
(versículos 30-36). Infelizmente, como declarado antes, ela nunca cita nem mesmo faz
alusão à linguagem dos versículos 40-45, portanto, parece quase impossível saber se ou
como Ellen White os entendia.

As Três Citações de Ellen White


A primeira citação é indireta porque ela não menciona especificamente Daniel 11, mas
apenas faz uma alusão a ele (todas as letras em negrito são minhas, a menos que
especificado). Em 1896 ela escreveu:

“A luz que Daniel recebeu de Deus foi dada especialmente para estes últimos dias.
As visões que ele viu às margens do Ulai [Daniel 8:2] e do Hidequel [Daniel 10:4 e
capítulo 11], os grandes rios de Sinear, estão agora em processo de cumprimento,
e logo ocorrerão todos os acontecimentos preditos." (WHITE, Ellen G. (2008).
Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, Capítulo: As santas Escrituras,
p. 105).

A segunda citação é geral e foi escrita em 1909:

“O mundo está agitado pelo espírito de guerra. A profecia do capítulo onze de


Daniel atingiu quase o seu cumprimento completo. Logo se darão as cenas de
perturbação das quais falam as profecias.” (WHITE, Ellen G. (2006). Testemunhos
para a Igreja – volume #9, Capítulo: A última crise, p. 18).

A terceira citação foi escrita em 1904 e é a única em que Ellen White realmente cita
versículos de Daniel 11:

“Não temos tempo a perder. Tempos difíceis estão diante de nós. O mundo está
agitado pelo espírito de guerra. Logo se darão as cenas de perturbação das quais
falam as profecias. A profecia do capítulo onze de Daniel atingiu quase o seu
cumprimento completo. Muito da história que ocorreu em cumprimento desta
profecia será repetida. No versículo trinta, fala-se de um poder do qual ‘será
entristecido, voltará, e se indignará contra o santo concerto, e fará como lhe apraz;
e ainda voltará e atenderá aos que tiverem desamparado o santo concerto’.
[Versículos 31-36, citados] Cenas semelhantes às descritas nestas palavras
acontecerão.” (WHITE, Ellen G. (1904), Manuscript Releases, volume 13, p. 394 -
Carta 103, 1904).

Análise das Referências de Ellen White a Daniel 11


Devemos agora examinar mais de perto as três citações acima:

A citação do livro Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 105 (1896)


fornece dois itens principais de informação:

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 261 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
• Em primeiro lugar, as profecias de Daniel do capítulo oito e onze ocorrem
simultaneamente e são paralelas. A profecia do Ulai foi dada no capítulo 8 (Daniel
8:2) e a do Hidequel foi dada nos capítulos 10 e 11 (Daniel 10:4).
• Em segundo lugar, ambas as profecias estavam em processo de cumprimento
quando Ellen White escreveu em 1896. Infelizmente, Ellen White não especifica
quanto do capítulo já havia sido cumprido quando ela escreveu a declaração. Ela
apenas declarou que essas profecias estavam em processo de cumprimento.

A citação em Testemunhos para a Igreja, volume #9, p. 18, acrescenta algumas


informações muito valiosas: Quando Ellen White escreveu este testemunho em 1909, ela
afirmou que a profecia de Daniel 11 havia quase alcançado seu cumprimento completo.
Assim, podemos ter certeza que em 1909 o processo de cumprimento de Daniel 11 estava
nos últimos versículos do capítulo.

A citação de Manuscript Releases, volume 13, p. 394 (1904) contém algumas informações
significativas que não são encontradas nas outras duas.

Nessa declaração, Ellen White explica que muito da história que ocorreu no cumprimento
deste capítulo será repetida. A questão crítica então é esta: A qual história ela se referia?
Felizmente, não precisamos adivinhar, porque ela cita imediatamente os versículos 30-36.
Então, logo depois de citar esses versículos, ela novamente repete o pensamento de que
muito da história que ocorreu no cumprimento deste cumprimento será repetida quando
ela escreveu:

“Cenas semelhantes às descritas nestas palavras acontecerão”.

Claramente Ellen White entendeu que os versículos 30-36 (bem como os versículos 37-39
que ela não cita) já haviam se cumprido no passado quando ela escreveu. Se os versículos
30-39 já haviam sido cumpridos no passado, então as cenas futuras semelhantes devem
ser descritas nos versículos 40-45. Assim, os versículos 30-39 descrevem eventos no
passado, enquanto os versículos 40-45 descrevem eventos no futuro.

É importante perceber que Ellen White não está dizendo que esses versículos têm um
duplo cumprimento, um no passado e outro no futuro. O que ela está dizendo é que
muito da história que se cumpriu nesses versículos será repetida. Dito de outra forma,
não é a profecia dos versículos 30-39 que será cumprida mais uma vez, mas muito da
história que cumpriu a profecia no passado será repetida de maneira semelhante no
futuro.

Uma Repetição da História


Nesta conjuntura de nosso estudo, devemos perguntar: Por que as cenas históricas do
passado se repetirão mais uma vez de maneira semelhante? A resposta não é difícil de
encontrar. O poder blasfemo e perseguidor que é descrito nos versículos 30-39 é o
papado Católico Romano, como se comportou durante sua carreira de 1260 anos.

Página 262 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Durante este período, o papado uniu a igreja e o estado, governou livre e usou a espada
do estado para perseguir os dissidentes.

Como é bem sabido, no final dos 1260 anos, o papado recebeu uma ferida mortal quando
o estado se voltou contra ele no final da Revolução Francesa. Mas este não foi o fim da
carreira do papado. A profecia prevê que, após um período de convalescença, a ferida
mortal será curada (Apocalipse 13:3), quando os Estados Unidos devolver a espada do
poder civil às mãos do papado. Então, o papado comportar-se-á, mais uma vez, como o
fez no passado. Assim, a história da opressão papal no passado será repetida no futuro
porque o papado subirá mais uma vez ao poder.

Em resumo: Ellen White cria que Daniel 11:30-36 teve seu cumprimento no passado (e
como veremos, também os versos 37-39 embora ela não os cite especificamente). Ela
também acreditava que grande parte da história descrita nesses versículos seria repetida
de maneira semelhante. Se os versículos 30-39 já haviam sido cumpridos no passado nos
dias de Ellen White, então a futura repetição da história desses versículos deve ser
encontrada nos versículos 40-45.

Observe as três citações a seguir sobre o papel do papado no passado e no futuro:

“A influência de Roma nos países que uma vez já lhe reconheceram o domínio, está
ainda longe de ser destruída. E a profecia prevê uma restauração de seu poder. 'Vi
uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda
a Terra se maravilhou após a besta' (Apocalipse 13:3).” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 504-505).

“Quando nossa nação [os Estados Unidos] renunciar aos princípios de seu governo
de tal forma que vote uma lei dominical, nesse próprio ato o protestantismo dará a
mão ao papado; isso não será outra coisa senão dar vida [cujo significado é de que
estava morto] à tirania que há muito aguarda ansiosa sua oportunidade de saltar
de novo [o que significa que o despotismo ativo que existia antes, morreu apenas
para viver novamente] para o despotismo ativo [o que significa que, por um
período, a tirania estava inativa].” (WHITE, Ellen G. (2004). Testemunhos para a
Igreja – volume #5, Capítulo: O conflito futuro, p. 677).

“Quando a terra que o Senhor providenciou como refúgio para seu povo, para que
o adorasse de acordo com os ditames de suas próprias consciências, a terra sobre a
qual por longos anos o escudo da Onipotência foi espalhado, a terra que Deus
favoreceu tornando-o o depositário da religião pura de Cristo - quando essa terra,
por meio de seus legisladores, abjurar os princípios do protestantismo e dar apoio à
apostasia romanista em adulterar a lei de Deus - é então que a obra final do
homem do pecado será revelada. Os Protestantes colocarão toda a sua influência e
força ao lado do Papado; por um ato nacional impondo o falso sábado, eles darão
vida e vigor [o que significa que a fé corrupta de Roma deve ter morrido por um
período] à fé corrupta de Roma, revivendo [o que significa que sua tirania e

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 263 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
opressão de consciência estavam mortas por um tempo] sua tirania e opressão de
consciência. Então, será a hora de Deus operar com grande poder para a
vindicação de sua verdade.” (Signs of the Times - 12 de Junho de 1893).

À luz da análise anterior, podemos concluir com segurança que a repetição das cenas da
carreira passada do papado que são descritas nos versos 30-39 serão repetidas mais uma
vez de maneira semelhante nos versos 40-45.

A Visão de Ellen White sobre Daniel 12:1-2


Mas, tem Ellen White algo a dizer sobre os eventos descritos nos versos 40-45? Para onde
começaríamos a olhar se ela nunca citasse esses versículos ou mesmo aludisse à esta
terminologia? Eu acredito que a chave que irá revelar sua compreensão desses versículos
é encontrada em sua compreensão de Daniel 12:1. Embora Ellen White nunca tenha
citado ou mesmo aludido à linguagem de Daniel 11:40-45 no livro O Grande Conflito, ela
citou o versículo seguinte, Daniel 12:1. Eu acredito que o lugar onde ela cita Daniel 12:1
contém a chave que abre sua compreensão dos versículos imediatamente anteriores.

Trabalhando Dedutivamente
Porque Ellen White não citou ou mesmo fez alusão à terminologia dos versículos 40-45 no
livro “O Grande Conflito”, não podemos trabalhar a partir do versículo 40 porque não
sabemos onde seus comentários sobre o versículo 40 são encontrados. O que devemos
fazer, então, é trabalhar dedutivamente de Daniel 12:1-2 para trás. Vejamos:

(Daniel 12:1-2) "E, naquele tempo, se [1] levantará Miguel, o grande príncipe, que
se levanta pelos filhos de teu povo; e haverá um [2] tempo de angústia, qual nunca
houve desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, [3] livrar-se-
á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro. 2 E muitos dos que dormem
no pó da terra [4] ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e
desprezo eterno”.

O tipo em negrito indica que existem quatro eventos sequenciais em Daniel 12:1-2:

• O levantar-se de Miguel.
• O tempo de angústia.
• A libertação do povo de Deus.
• A ressurreição especial.

Agora, vamos observar como Ellen G. White desenvolveu esses quatro eventos em O
Grande Conflito, mas em ordem inversa, começando com o quarto item da lista, a
ressurreição especial e retrocedendo:

• Ellen White cita Daniel 12:2 para descrever o quarto item da lista, a ressurreição
especial.

Página 264 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Abrem-se sepulturas, e 'muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns
para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno' (Daniel 12:2)”.
(WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O livramento dos justos, p.
556).
• Ellen White descreve o terceiro item da lista. O título do capítulo é ‘O livramento
dos justos’. No início do capítulo, ela afirma:
“O povo de Deus - alguns nas celas das prisões, outros escondidos nos retiros
solitários das florestas e montanhas pleiteia ainda a proteção divina, enquanto por
toda parte grupos de homens armados, instigados pelas hostes de anjos maus, se
estão preparando para a obra de morte. É então, na hora de maior aperto, que o
Deus de Israel intervirá para o livramento de Seus escolhidos.” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: O livramento dos justos, p. 554).
Observe também que Ellen White concluiu o capítulo anterior ("Aproxima-se o
tempo de angústia") com uma alusão clara a Daniel 12:1, onde é-nos dito que
aqueles que estão escritos no livro serão libertos:
“Glorioso será o livramento dos que pacientemente esperaram pela Sua vinda, e
cujos nomes estão escritos no livro da vida.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande
Conflito, Capítulo: Aproxima-se o tempo de angústia, p. 553).
• Ellen White descreve o segundo item da lista explicando o tempo de angústia pelo
qual o povo de Deus passará:
“O povo de Deus será então imerso naquelas cenas de aflição e angústia descritas
pelo profeta como o tempo de angústia de Jacó.” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Aproxima-se o tempo de angústia, p. 537).
• Ellen White começa o capítulo: 'Aproxima-se o tempo de angústia' citando Daniel
12:1 e, então, amplia o significado do levantar-se de Miguel, o primeiro item da
lista.
“Deixando Ele o santuário [Jesus cessa Sua intercessão], as trevas cobrem os
habitantes da Terra. Naquele tempo terrível os justos devem viver à vista de um
Deus santo, sem intercessor.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo:
Aproxima-se o tempo de angústia, p. 535).

Resumo dos Comentários de Ellen White sobre Daniel 12:1-2

• O Grande Conflito, p. 535: O levantar-se de Miguel.


• O Grande Conflito, p. 537: O tempo e angústia.
• O Grande Conflito, p. 553-554: A libertação do povo de Deus.
• O Grande Conflito, p. 556: A ressurreição especial.

Observe que Ellen White em O Grande Conflito desenvolve os eventos de Daniel 12:1-2 na
ordem precisa em que aparecem em Daniel 12:1-2.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 265 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Importância da Expressão 'naquele tempo'
É extremamente importante perceber que Daniel 12:1-2 não pode ser entendido
independentemente de seu contexto. Daniel 12:1-2 é na verdade uma continuação do
fluxo de eventos que aconteceu nos versículos anteriores. Isso é claramente indicado pelo
fato de que Daniel 12:1 começa com uma referência de tempo, “naquele tempo”, que liga
Daniel 12:1 com o que ocorreu anteriormente nos versos 40-45.

Agora, a pergunta-chave é: Onde esperaríamos encontrar os comentários de Ellen White


sobre o que aconteceu antes de Daniel 12:1? A resposta é inequívoca: Deve ser
encontrada nas páginas que precedem imediatamente o capítulo sobre o levantar-se de
Miguel e o tempo de angústia.

A Estrutura Literária de Daniel 11: 44 (segunda parte) até 11: 45 e 12: 1


Agora vamos considerar cuidadosamente a estrutura literária de Daniel 11:44 (segunda
parte) até 11:45 no que se refere a Daniel 12:1, a fim de verificar a qual evento a
expressão "naquele tempo" se refere. Uma comparação dessas duas passagens revela que
elas estão descrevendo os mesmos eventos na mesma ordem, mas com uma
terminologia e ênfase diferentes:

Daniel 11: 44 (segunda parte) até 11:45:

A. O Rei do Norte sai para destruir e aniquilar muitos (11:44 segunda parte).
B. O Rei do Norte arma as tendas de seu palácio em um lugar estratégico entre o mar
e o glorioso monte santo para dar um golpe mortal final (11:45 primeira parte).
C. O Rei do Norte chega ao seu fim sem ninguém para ajudá-lo (11:45 segunda
parte).

Daniel 12:1

A. Miguel levanta-se para defender Seu povo (paralelo a 11:44 segunda parte).
B. Um tempo de angústia como nunca houve (paralelo a 11:45 primeira parte).
C. O povo de Deus é libertado (paralelo a 11:45 segunda parte).

Daniel 11:44 (segunda parte) até 11:45 e 12:1 são precisamente paralelos, mas retratam
uma ênfase diferente. Enquanto Daniel 11:44 (segunda parte) até 11:45 destacam as
atividades do Rei do Norte e seu destino em oprimir o povo de Deus, Daniel 12:1 enfoca o
perigo do povo de Deus nas mãos do Rei do Norte e sua final libertação por Deus.

É assim que funciona: Quando o Rei do Norte “sai com grande fúria para destruir e
aniquilar muitos” (11:44 segunda parte), Miguel levanta-se para protegê-los e defendê-los
(12:1 primeira parte). Quando o Rei do Norte armar as tendas de seu palácio em um local
estratégico para desferir o golpe mortal final contra o povo de Deus (11:45 primeira parte;
vividamente descrito em “O Grande Conflito” p. 552-553), eles passarão por um período
terrível de angústia qual nunca houve (12:1 segunda parte), mas o Rei do Norte “chegará

Página 266 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
ao seu fim sem ninguém para ajudá-lo” (11:45 segunda parte) quando Deus intervir para
libertar Seu povo, aqueles que estão escritos no livro (12:1 terceira parte). A expressão
“naquele tempo” une Daniel 11:44 (segunda parte) até 11:45 com Daniel 12:1. As ações do
Rei do Norte contra o remanescente são respondidas por contra-ataques de Deus em
defesa de Seu fiel remanescente.

E quanto a Daniel 11:44 primeira parte?


Mas quanto a Daniel 11:44 primeira parte? É-nos dito que "os rumores do Oriente e do
Norte irão perturbar o Rei do Norte". Esta frase explica a razão pela qual o Rei do Norte
sairá e tentará destruir e aniquilar a muitos:

(Daniel 11:44) “Mas os rumores do Oriente e do Norte o espantarão [o Rei do


Norte ficará alarmado ou perturbado]; e ele [o Rei do Norte] sairá com grande
furor, para destruir e extirpar [aniquilar] a muitos”.

Quais são esses rumores do Oriente [leste] e do Norte que enfurecem tanto o Rei do
Norte, que ele busca destruir a "muitos"? Devemos ir ao livro de Apocalipse para obter a
resposta, porque é-nos dito que o livro de Daniel não foi selado pelo livro de Apocalipse:

“Os livros de Daniel e Apocalipse são um. Um é a profecia; o outro, a revelação; um


é o livro selado, o outro, o livro aberto.” (WHITE, Ellen G. (2001). Meditações
Matinais – Cristo Triunfante (2002), Capítulo: Não haverá demora – 03 de
Dezembro, p. 712).

Apocalipse 7:2 descreve um anjo que sobe do oriente [da banda do sol nascente] com o
selo do Deus vivo. Este anjo vem para selar os fiéis de Deus em suas testas. Em contraste,
a besta da terra imporá a marca da besta sob pena de morte para aqueles que a
recusarem (Apocalipse 13:15-16).

Apocalipse 18:1-5 retrata um anjo poderoso que desce do céu (o norte, de acordo com
Isaías 14:13) e dá um toque de clarim para o povo de Deus rejeitar a marca da besta e sair
da Babilônia antes que ela seja destruída.

Assim, os rumores do norte e do leste são identificadas pelo livro do Apocalipse como a
mensagem do selamento e o chamado para sair da Babilônia.

Ellen White concorda com essa visão Bíblica. O capítulo imediatamente anterior àquele
sobre o levantar de Miguel e o tempo de angústia é intitulado "O Último Convite Divino".
Ellen White começa este capítulo no Grande Conflito na p. 527 citando Apocalipse 18:1-2,
4-5. Em perfeita conformidade com Apocalipse 7:2, ela, então, descreveu na página 528 a
questão que dividirá o mundo:

“Ao passo que a observância do sábado espúrio, em conformidade com a lei do


Estado, contrária ao quarto mandamento, será uma declaração de fidelidade ao
poder que se acha em oposição a Deus, é a guarda do verdadeiro sábado, em

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 267 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
obediência à lei divina, uma prova de lealdade para com o Criador. Ao passo que
uma classe, aceitando o sinal de submissão aos poderes terrestres, recebe o sinal
da besta, a outra, preferindo o sinal da obediência à autoridade divina, recebe o
selo de Deus”. (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O último
convite divino, p. 528-529).

No mesmo capítulo, Ellen White prossegue descrevendo a ira que esta mensagem causará
no mundo religioso:

“O poder que acompanha a mensagem apenas enfurecerá os que a ela se opõem.”


(WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O último convite divino, p.
530).

E no próximo capítulo, Ellen White volta aos eventos que ocorreram antes do tempo de
angústia:

“O poder que acompanha a última advertência enraiveceu os ímpios; sua cólera


acende-se contra todos os que receberam a mensagem, e Satanás incitará a maior
intensidade ainda o espírito de ódio e perseguição”. (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Aproxima-se o tempo de angústia, p. 530).

Assim, os rumores do norte são identificadas em Apocalipse 18 como o Alto Clamor do


anjo que desce do céu (o norte) e os rumores do leste são a mensagem sobre o selo de
Deus em Apocalipse 7. Esta mensagem do norte e do leste que é descrito em Daniel 11:44
(primeira parte) enche o Rei do Norte de fúria a ponto de querer destruir o remanescente
de Deus conforme descrito em Daniel 11:44 (segunda parte).

O Ponto Inicial de Daniel 11:40-45


Focamos neste artigo principalmente nos eventos de Daniel 11:44 a Daniel 12:2. Mas se
continuássemos retrocedendo em O Grande Conflito (antes da página 526),
descobriríamos, na ordem inversa, que Ellen White explica cada frase de Daniel 11:40-45
terminando com o capítulo "A Escritura Sagrada e a Revolução Francesa" onde a ferida
mortal de Daniel 11:40 (primeira parte) é descrita (GC 231-251). Embora ela não use a
terminologia dos versículos 40-45, a sequência de eventos revela claramente que ela está
discutindo esses versículos.

Em Daniel 11:40 (primeira parte), é-nos dito que o Rei do Sul lutaria com o Rei do Norte
no tempo do fim. Ellen White identifica claramente o início do tempo do fim como o ano
de 1798, quando a França aplicou ao papado a sua ferida mortal (GC, p. 310). A palavra
‘aplicar’ não retrata adequadamente a ideia do texto. O evento histórico descrito por esta
palavra não foi um empurrão ou empurrão amigável. A NIV traduz: ‘irá envolvê-lo na
batalha' enquanto a ESV traduz ‘o atacará'. Ou seja, no ano de 1798 um poder descrito
como o Rei do Sul atacaria o Rei do Norte.

Página 268 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Há um amplo consenso entre os estudantes de profecia na Igreja Adventista do Sétimo
Dia de que o Rei do Norte representa o papado e, até recentemente, havia um amplo
consenso de que o Rei do Sul representa o secularismo como foi manifestado na
Revolução Francesa. Mas os tempos mudaram e alguns pregadores adventistas, ao
olharem para os eventos atuais, estão reinterpretando o Rei do Sul como um símbolo do
Islã militante.

Literalmente e geograficamente falando, o Rei do Sul era o Egito, porque o Egito era o
reino que ficava ao sul de Israel (ver Daniel 11:5, 8). Mas no tempo do fim não estamos
lidando com localizações geográficas literais, mas sim com sistemas globais.

Quem é o Rei do Sul, simbolicamente falando? Eu acredito que Apocalipse 11 (que está
relacionado com a quinta e a sexta trombetas) identifica claramente a França como "Egito
espiritual" (versículo 8). Enquanto Babilônia representa um sistema religioso apóstata
global, o Egito simboliza os poderes seculares do mundo que se livraram do jugo de Roma
papal, começando pela França. Apocalipse 17 explica que, por um breve período no final
dos tempos, os poderes seculares do mundo unir-se-ão novamente em um casamento
profano com a prostituta, mas no final os reis da terra odiarão a prostituta Babilônica e a
destruirão.

Babilônia era o Rei literal e geográfico do Norte nos tempos bíblicos porque foi o inimigo
que invadiu o Israel literal do norte literal. Mas hoje o rei do norte é um sistema espiritual
global de religião falsa - o papado Católico Romano. O papado certamente não fica
literalmente ao norte do Israel literal (na verdade, fica a oeste). Devemos, portanto,
interpretar o rei do norte e o rei do sul simbolicamente.

E qual foi a principal característica da França em 1798? O espírito da Revolução Francesa


era o ateísmo, mas na verdade Daniel 11:40 (primeira parte) envolve muito mais do que o
ateísmo. O gênio da Revolução que culminou com o cativeiro do Papa Pio VI foi secularizar
o governo e separá-lo de sua relação adúltera com a Igreja. No curso de várias décadas
após a Revolução Francesa, país após país na Europa estabeleceram governos seculares
separados do domínio do papado.

Em 1862, o cardeal Henry Edward Manning queixou-se de como os governos seculares da


Europa abandonaram o papado:

“Veja esta Igreja Católica, esta Igreja de Deus, débil e fraca, rejeitada até mesmo
pelas próprias nações chamadas Católicas. Há a França católica, a Alemanha
católica e a Itália católica abrindo mão dessa invenção explodida do poder
temporal do Vigário de Jesus Cristo. E assim, porque a Igreja parece fraca, e o
Vigário do Filho de Deus está renovando a Paixão de seu Mestre na terra, portanto,
estamos escandalizados, portanto, voltamos nossas faces dele”. (MANNING,
Cardinal Henry Edward (1862). The Temporal Power of the Vicar of Jesus Christ, p.
140, 141).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 269 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ellen White declarou por que o papado não foi capaz de ascender ao poder mais uma vez:

“Removam-se as restrições ora impostas pelos governos seculares, reintegre-se


Roma ao poderio anterior, e de pronto ressurgirá a tirania e perseguição.” (WHITE,
Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 491-492).

Ponto Inicial e Final


Portanto, temos os seguintes pontos iniciais e finais para Daniel 11:40-45 em O Grande
Conflito:

Daniel 11:40 (primeira parte); O Grande Conflito, p. 231-251:

A França "ataca" o papado e inflige uma ferida mortal. O relacionamento de amor ilícito
entre a igreja e o estado é rompido e, portanto, o papado é restringido.

Daniel 11:40 (segunda parte) até 11:43; O Grande Conflito, p. 252-526:

Esses versos descrevem eventos que acontecem entre a aplicação da ferida mortal em
1798 e o Alto Clamor.

Daniel 11:44 (primeira parte); O Grande Conflito, p. 527:

O Alto Clamor e a mensagem de selamento perturbam e enfurecem o papado.

Daniel 11: 44 (segunda parte); 12:1 (primeira parte); GC, p. 530 (vislumbre do passado
em O Grande Conflito, p. 535-537):

A cólera dos ímpios aumenta à medida que o Alto Clamor e a mensagem de selamento são
proclamados. Miguel levanta-se, fechando a porta da graça e defendendo Seu povo da
fúria dos ímpios.

Daniel 11:45 (primeira parte); 12:1 (segunda parte); O Grande Conflito, p. 535:

Um decreto universal de morte contra o povo de Deus é assinado quando o Rei do Norte
arma suas tendas em uma posição estratégica para desferir o golpe mortal final contra o
povo de Deus. Isso causa um tempo de angústia para o povo de Deus qual nunca houve.

Daniel 11:45 (segunda parte); 12:1 (terceira parte); O Grande Conflito, p. 554:

O Rei do Norte chega ao seu fim sem ninguém para ajudá-lo, porque seus apoiadores o
abandonam e, como resultado, o povo de Deus é libertado.

Daniel 12:2; O Grande Conflito, p. 555:

A ressurreição especial daqueles que morreram na fé na mensagem do terceiro anjo.

Assim, os dois pontos de referência para o início e o fim de Daniel 11:40-45 são a
Revolução Francesa no início, conforme descrito em O Grande Conflito, p. 231-251 e a
libertação do povo de Deus e a ressurreição especial em O Grande Conflito, p. 554-555.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Entre esses dois pontos de referência, temos os eventos que Ellen White descreve em O
Grande Conflito, p. 252-527. Um estudo cuidadoso dessas páginas revelará que Ellen
White comenta todos os detalhes contidos nos versículos 11:40 (segunda parte) até 11:43
sem realmente usar a linguagem.

Ellen G. White e o Islã


É simplesmente incrível como Ellen White descreve vividamente os eventos de Daniel
11:40-45 sem nunca citar os versículos ou aludir à linguagem. Por que ela simplesmente
não saiu e citou os versículos e depois comentou sobre eles? Existe uma razão histórica
clara.

A visão original dos pioneiros era que o Rei do Norte representa o papado Católico
Romano. Esta é a visão clara expressa no panfleto Uma Palavra para o Pequeno Rebanho
Espalhado no Exterior, co-autoria de James e Ellen White em 1847. Mas no início de 1870
Uriah Smith (que era o editor altamente respeitado da Advent Review e Sabbath Herald)
mudou a visão dos pioneiros ao reinterpretar o Rei do Norte como a Turquia. Veja, na
época de Smith, a Turquia era destaque nas notícias, então ele mudou a visão tradicional
para se adequar aos eventos atuais.

Tiago White ficou pasmo com a nova visão de Smith e o acusou de remover um dos
marcos do Movimento Adventista. As coisas começaram a ficar feias e os membros
começaram a tomar partido. Nesse contexto, Ellen White instruiu seu marido a desistir de
suas críticas. Ela sabia que a compreensão de Daniel 11:40-45 não era uma questão de
vida ou morte naquela época. Sua principal preocupação no momento era preservar a
unidade da igreja. Se Ellen White tivesse citado os versículos de Daniel 11:40-45 e
oferecido uma visão contraditória à de Uriah Smith, ela teria sido acusada de nepotismo,
então ela comentou esses versículos sem citá-los ou aludir à linguagem sabendo muito
bem que algum dia alguém descobriria sua opinião sobre o assunto.

Significativamente, na parte escatológica de O Grande Conflito, Ellen White não menciona


o Islã, nem mesmo uma vez, como desempenhando qualquer papel no cumprimento da
profecia bíblica no tempo do fim. Parece que Ellen White não viu nenhum significado
profético para o surgimento do Islã radical. O mesmo é verdade para as grandes profecias
em cadeia da Escritura. Não há referência ao Islã nas profecias de Daniel 2, Daniel 7,
Daniel 8 e 9, Apocalipse 12, Apocalipse 13, Mateus 24 e Apocalipse 17, nem há qualquer
referência ao Islã na série das igrejas e dos selos.

O silêncio de Ellen White sobre o papel do Islã na profecia bíblica intrigou alguns
estudiosos adventistas do sétimo dia que concluíram que Ellen White simplesmente não
tinha toda a luz sobre os eventos do tempo do fim. Pelo menos um desses estudiosos
chegou à conclusão de que Ellen White estava errada em sua interpretação do chifre
pequeno como um símbolo do papado e o reinterpretou como Islã.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 271 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Não me entenda mal. Eu não estou dizendo que o Islã não desempenhe um papel na
precipitação dos eventos do tempo do fim, conforme descritos em O Grande Conflito. É
verdade que o Islã pode servir como catalisador para o cumprimento das profecias bíblicas
relativas aos Estados Unidos e ao papado, mas não acredito que o poder crescente do Islã
militante seja contemplado diretamente pela própria profecia.

Quer dizer, à luz das evidências bíblicas, não acredito que o Islã radical cumpra qualquer
profecia específica do tempo do fim, mas poderia muito bem servir como catalisador para
o cumprimento da profecia. Afinal, o Islã radical trouxe proeminência aos Estados Unidos
e os levou a flexionar seus músculos militares, tornou mais fácil a restrição de nossas
liberdades civis e religiosas e também desviou os olhos dos Cristãos (e mesmo de alguns
adventistas do Sétimo Dia) para o Oriente Médio no cumprimento da profecia, ocultando,
assim de vista, os poderes que desempenharão um papel nos eventos do tempo do fim, o
papado e o Protestantismo apóstata.

O tempo provou que a reinterpretação de Uriah Smith sobre o Rei do Norte estava errada.
Vamos aprender com seu erro? Será que em algum dia aprenderemos que a melhor
maneira de entender a profecia não é ler jornais ou assistir à CNN, mas sim estudar nossa
Bíblia?

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

Desvendando os Mistérios de Apocalipse 17


Assuntos Introdutórios
O livro do Apocalipse está saturado de imagens exóticas. Essa imagem, conhecida como
apocalíptica, fazia parte da língua franca daquela época. Para compreender essas imagens
bizarras, devemos andar nos modos do povo daquela época. Ou seja, devemos entender
os símbolos como eles o fizeram e não como faríamos no século XXI.

Apocalipse 17 é um dos capítulos mais complexo e intelectualmente desafiador do livro


do Apocalipse. Ele contém símbolos vívidos, números misteriosos e expressões
estranhas. É como um quebra-cabeça gigante, com cada símbolo sendo uma peça do
quebra-cabeça. Antes de montarmos o quebra-cabeça, devemos primeiro analisar
cuidadosamente a forma de cada peça para ver onde ela se encaixa no quebra-cabeça
como um todo. Felizmente para nós, a primeira parte da visão (versos 1-8) é explicada em
grande detalhe pelo anjo interpretador na segunda parte (versos 9-18).

Sinais e Sabedoria
É-nos dito em Apocalipse 1:1 que o livro de Apocalipse foi significado [ou mostrado,
simbolizado] para João. A raiz do verbo ‘significar’ é ‘sinalizar’. Isso indica que o livro do
Apocalipse foi dado a João em linguagem de sinais e a linguagem de sinais é uma
linguagem simbólica. Isso significa que os símbolos devem ser decodificados ou
decifrados a fim de descobrirmos a mensagem do livro.

Para entender a linguagem simbólica de Apocalipse 17, devemos ter sabedoria


(Apocalipse 17:9) e a sabedoria vem somente de Deus (Tiago 1:5). Não é suficiente
estudar Apocalipse 17. Devemos orar para que Deus nos dê sabedoria sobrenatural do
alto para entendê-la.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 273 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O Anjo de Apocalipse 17
Apocalipse 16 descreve sete anjos que derramaram as sete últimas pragas sobre a terra. A
visão em Apocalipse 17 foi dada a João por um dos sete anjos que tinham as sete pragas
(Apocalipse 17:1; 16:12). A pergunta que pede para ser feita é: Qual dos sete anjos com as
taças em Apocalipse 16 volta para falar com João em Apocalipse 17?

A resposta a esta pergunta não é difícil de encontrar. A prostituta de Apocalipse 17 é


descrita como uma mulher sentada sobre muitas águas (17:1) e em sua fronte se encontra
a inscrição: “MISTÉRIO: A GRANDE BABILÔNIA” (17:5). Ela também é conhecida como a
"grande cidade que reina sobre os reis da terra" (Apocalipse 17:18). Ou seja, a 'prostituta'
e a 'cidade' são termos intercambiáveis.

Qual era o nome do rio que corria pela antiga cidade de Babilônia? A resposta a esta
pergunta é fornecida por um estudo geográfico da região, bem como pelas Escrituras. A
antiga cidade da Babilônia ficava sobre as muitas águas do rio Eufrates (Jeremias 51:12-
13). Isso significa que devemos procurar o anjo, que tinha a taça, que se refere ao rio
Eufrates e é o sexto anjo (Apocalipse 16:12). Em outras palavras, o anjo que derramou a
sexta praga sobre o rio Eufrates em Apocalipse 16:12-16 voltou a João no capítulo 17 e
explicou e expandiu o significado da mesma praga em Apocalipse 17. Em resumo,
Apocalipse 17 é uma explicação e ampliação de Apocalipse 16:12-16.

A Mulher Prostituta (Apocalipse 17:1)


A mulher prostituta é a principal protagonista da história de Apocalipse 17. Ela assenta-se
sobre as águas, sobre a besta-dragão e sobre as cabeças. Ela fornica com os reis da terra.
Ela dá vinho às nações. Ela derrama o sangue dos santos. Ela tem domínio sobre as
nações e eventualmente é odiada pelos dez reis que são descritos como estando na
sétima cabeça da besta-dragão. Então, o que essa mulher prostituta representa?

No Antigo Testamento, uma mulher prostituta era um símbolo do apóstata Israel


(Ezequiel 16:15-16). Ellen White explica que a prostituta de Apocalipse 17 simboliza uma
igreja apóstata - o papado Católico Romano.

“Em Apocalipse, Capítulo 17, a Babilônia é representada por uma mulher — figura
que a Bíblia usa como símbolo de igreja, sendo uma mulher virtuosa a igreja pura, e
uma mulher desprezível, a igreja apóstata.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande
Conflito, Capítulo: A causa da degradação atual, p. 333).

A mulher prostituta de Apocalipse 17 representa a religião apóstata que subiu nas costas
dos poderes civis do mundo com o propósito de usá-los para perseguir o povo fiel de
Deus.

A mulher prostituta no estágio em que aparece em Apocalipse 17 representa o sistema


Católico Romano apóstata. Mas o significado do símbolo é mais amplo. Veremos que a
religião apóstata realmente aliou-se a sete poderes civis mundiais consecutivos,

Página 274 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
começando com a Babilônia de Nabucodonosor e terminando com um papado
ressuscitado depois que a ferida mortal foi curada.

Sua fornicação (17:2; 18:3)


Se a prostituta representa a religião apóstata, então sua fornicação com os reis da terra
deve significar que ela se une à igreja e ao estado. Isto é confirmado por Ellen White:

“Foi pelo afastamento do Senhor e aliança com os gentios que a igreja judaica se
tornou prostituta; e Roma, corrompendo-se de modo semelhante ao procurar o
apoio dos poderes do mundo, recebe condenação idêntica.” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: A causa da degradação atual, p. 334).

“Quando quer que a Igreja tenha obtido o poder secular, empregou-o ela para
punir a discordância às suas doutrinas. As igrejas protestantes que seguiram os
passos de Roma, formando aliança com os poderes do mundo, têm manifestado
desejo semelhante de restringir a liberdade de consciência.” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei de Deusl, p. 386).

O Ato de Assentar (Apocalipse 17:1)


Diz-se que a meretriz Babilônica se assenta sobre muitas águas (Apocalipse 17:1, 15),
sobre uma besta escarlate (Apocalipse 17:3) e sobre as sete montanhas (Apocalipse 17:9).
Como é possível para a prostituta assentar-se sobre todos os três ao mesmo tempo?
Responderemos a essa pergunta muito importante um pouco mais adiante em nosso
estudo.

Este ato de assentar significa que a prostituta não governa apenas sobre os reis da terra
(Apocalipse 17:18), mas também sobre todas as tribos, línguas e nações (Apocalipse 13:7).

As Águas (Apocalipse 17:1)


As águas sobre as quais a prostituta se assenta são claramente identificadas como
"multidões, nações, línguas e povos" (Apocalipse 17:15). Mais adiante neste estudo,
descobriremos que o corpo da besta-dragão no qual a prostituta se assenta é na verdade
composto de águas sobre as quais ela governa.

De acordo com o profeta Isaías, as nações fazem barulho como o barulho dos mares e
rugem como o rugir de muitas águas (Isaías 17:12-13).

As Águas Secaram
Uma comparação cuidadosa de Apocalipse 12, 13 e 17 revela que as águas perseguidoras
nas quais a mulher se assenta secaram uma vez no passado (quando a quinta cabeça foi
ferida em 1798) e secarão novamente no futuro (quando a sétima cabeça for ferida no
momento da sexta praga). Vamos dar uma olhada nessas duas ocasiões.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 275 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
A perspectiva de Apocalipse 12: As águas secaram no final dos 1260 anos de perseguição
contra a mulher.

• Em Apocalipse 12:15 é-nos dito que o dragão cuspiu água de sua boca (singular)
por 1260 dias / anos com a intenção de afogar a mulher. Mas Apocalipse 12:16
afirma que as águas perseguidoras secaram pela terra.
• Depois de um período de trégua durante o qual as águas estão secas, a
perseguição cessa. No entanto, é-nos dito que o dragão ficará furioso com a
mulher mais uma vez e cuspirá águas de sua boca contra o remanescente da
Semente da mulher, isto é, contra o remanescente de Jesus (Apocalipse 12:17).
Nota: Em Josué 24:2-3 e 14-15, o Rio Eufrates é descrito sob o eufemismo de
“inundação”. Em Gênesis 15:18 descreve o Eufrates como “o grande Rio” (ver
também Isaías 8:7-8; 17:12-13; 59:19). Assim, em Apocalipse 12, devemos
entender o Rio (com o artigo definido em grego) ou inundação que o dragão
cuspiu em sua boca como o Rio Eufrates.

A Perspectiva de Apocalipse 13:1-10: A Besta é ferida no final dos 42 meses de


perseguição contra a mulher.

• Apocalipse 13 descreve um cenário semelhante ao que encontramos em


Apocalipse 12. Apocalipse 13:7 descreve uma besta que sobe do mar que persegue
os santos por 42 meses (o mesmo período de 1260 dias / anos). No final deste
período, a besta recebeu uma ferida mortal de espada (Apocalipse 13:10) e a
perseguição contra a mulher cessou por um tempo.
• De acordo com Romanos 13:4, a espada pertence aos governantes civis. Após um
período de convalescença, a ferida mortal da besta do mar é curada (as águas
voltam a correr) e o mundo inteiro se maravilha após a besta (Apocalipse 13:3, 11-
18).
Nota: Alguns se perguntam se a besta foi realmente morta ou apenas mortalmente
ferida. A expressão “como que ferido de morte” (Apocalipse 13:3) é idêntica à
descrição de Jesus como um Cordeiro “que havendo sido morto” (Apocalipse 5:5-
6). Ninguém sustentaria que Jesus não foi morto! Apocalipse 13:10 não deixa
dúvidas de que a besta foi morta com a espada (Apocalipse 13:10). É muito
importante lembrar que quando a cabeça está morta, a besta está morta, mas
quando a cabeça está viva, a besta está viva (conforme Apocalipse 13:12-14).

Apocalipse 16: O secamento final no fim do Tempo de Angústia:

• Como afirmado acima, quando a ferida mortal for curada e o papado for libertado
de sua prisão, as águas perseguidoras do simbólico Eufrates inundarão mais uma
vez (Apocalipse 13:3) com a intenção de afogar o povo remanescente de Deus.
• Encontramos um cenário semelhante em Apocalipse 12. Depois que a terra ajuda a
mulher secando as águas perseguidoras, o dragão fica furioso com o

Página 276 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
remanescente de sua semente e lança uma perseguição mortal contra eles
(Apocalipse 12:17).
• É-nos dito em Apocalipse 16:12 que as águas turbulentas do Eufrates secarão, isto
é, a besta receberá novamente uma ferida mortal final quando a sétima cabeça
for ferida.
• E Apocalipse 17 explica que os reis sobre os quais a prostituta governava a odiarão
e a deixarão nua, comerão sua carne e a queimarão com fogo (Apocalipse 17:16).
Mais uma vez, a espada do poder civil que a prostituta usou para matar o povo de
Deus se voltará contra ela, repetindo eventos globalmente que serão semelhantes
em caráter à Revolução Francesa.

A Perspectiva de Daniel 11:40-45


Embora esta passagem esteja fora do escopo imediato de nosso presente estudo, algumas
observações podem ser úteis.

• Daniel 11:31-39 descreve o rei do Norte perseguindo os santos e fazendo sua


vontade por [1260] "dias" (Daniel 11:33).
• Mas quando os "dias" terminaram (no tempo do fim em 1798), o rei do Sul se
levantou contra ele [o rei do Norte] e o feriu (Daniel 11:40).
• Então, o rei do Norte recupera-se de sua ferida e levanta-se como uma poderosa
tempestade para inundar e transbordar sobre o mundo (Daniel 11:40-44).
• Mas no ápice de seu poder ele chega ao seu fim e não tem ninguém para ajudá-lo
(Daniel 11:45). Esta é outra maneira de dizer que as águas que ajudaram o rei do
Norte vão secar sobre ele!

Não é preciso ter muita imaginação para ver a ligação entre Daniel 11 e Apocalipse 12, 13
e 17. Observe a seguinte comparação:

As águas fluíram durante os 1260 dias / 42 meses / 3 ½ tempos:

• Apocalipse 13:5 e 7 descreve a besta [o Rei do Norte] perseguindo os santos e


governando por 42 meses.
• Apocalipse 12:13-15 descreve este mesmo período de perseguição, mas com um
simbolismo diferente. O dragão cuspiu água da boca para inundar sobre a mulher
(a igreja fiel) 3 ½ tempos.

As águas secaram durante os 1260 dias / 42 meses / 3 ½ tempos:

• No tempo do fim, a besta [o Rei do Norte] recebeu uma ferida mortal (Apocalipse
13:3).
• Perto do final dos 1260 dias / anos, as águas do dilúvio perseguidor do dragão
secaram (Apocalipse 12:16). O secamento das águas representa o mesmo evento
que a ferida mortal.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 277 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
As águas voltarão a fluir e secarão pela última vez:

• Depois de um período de trégua, a ferida mortal da besta é curada e as águas


fluem mais uma vez, ameaçando, assim, a própria existência do povo
remanescente de Deus (Apocalipse 12:17; 13:11-18).
• Finalmente, quando o Eufrates espiritual estiver na fase de inundação, Deus o
secará e libertará seu povo (Apocalipse 16:12-16; ver também Daniel 12:1).

Em resumo, a sequência em Daniel 11 e Apocalipse 12, 13 e 17 é a seguinte:

• Inundação (1260 ou 42 meses de domínio papal: 538-1798).


• As águas secaram (o papado perde o apoio do estado em 1798 e a ferida é
mantida no lugar pelos Estados Unidos).
• Inundação (ferida mortal curada: o papado ganha o apoio do estado por meio da
agência dos Estados Unidos).
• As águas secaram (papado perde apoio mundial durante a sexta praga).

O Nome da Meretriz
O nome da prostituta é Babilônia e ela é a mãe das prostitutas (Apocalipse 17:5).

Se a prostituta é mãe de outras prostitutas, ela deve ter filhas que nasceram dela em
algum momento do passado. Suas filhas também são descritas como o falso profeta ou a
besta com chifres de cordeiro (Apocalipse 13:11; 16:13). Compare com a história de Elias
no Antigo Testamento e a história do martírio de João Batista.

As igrejas Protestantes que nasceram do Catolicismo Romano no século dezesseis


falharam em romper totalmente seu relacionamento com sua mãe prostituta. Em vez de
completar a Reforma, eles caíram em uma apostasia cada vez mais profunda, ensinando
muitas das falsas doutrinas de sua mãe. O livro de Apocalipse ensina claramente que as
filhas estarão tão ansiosas para se filiar à igreja e ao Estado quanto sua mãe.

“Declara-se que Babilônia é 'mãe das prostitutas'. Como suas filhas devem ser
simbolizadas as igrejas que se apegam às suas doutrinas e tradições, seguindo-lhe
o exemplo em sacrificar a verdade e a aprovação de Deus, a fim de estabelecer
uma aliança ilícita com o mundo.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito,
Capítulo: A causa da degradação atual, p. 334).

No Concílio Vaticano II, o Papa João XXIII e Paulo VI referiram-se à Igreja Católica como a
Mãe e as Igrejas Protestantes como suas filhas alienadas:

Palavras de João XXIII na abertura do Concílio Vaticano II (1962-1965):

“... Ela [a Igreja Católica Romana] é uma mãe afetuosa, gentil e paciente, ela é
movida pela compaixão e bondade para com suas filhas alienadas.” (Ernesto
Balducci, John: The Transitional Pope, trad., Dorothy White [Nova York: Hill Book
Company, 1964], p. 269).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Palavras do Papa Paulo VI durante o concílio:

“Por causa de sua posição, os irmãos separados são objeto de profunda e terna
afeição por parte da Igreja Mãe. É um amor que sente dor e tristeza, o amor de um
coração ferido pelo estranhamento, porque o afastamento impede nossos irmãos
de gozar de tantos privilégios e direitos, e os faz perder tanta graça. Mas talvez por
isso mesmo seu amor seja ainda mais profundo e ardente...”. (Cardeal Augustin
Bea, The Unity of Christians, ed., Bernard Leeming [Nova York: Herder and Herder,
1963], p. 140).

Assim, Apocalipse 17 descreve uma aliança tripla perversa entre a prostituta, suas filhas e
os reis da terra. Esta trilogia é descrita em Apocalipse 16:13 como o dragão, a besta e o
falso profeta.

Em outra declaração extremamente significativa, Ellen White explica:

“Eu vi que a besta de dois chifres tinha a boca de um dragão e que seu poder
estava em sua cabeça, e que o decreto sairia de sua boca [muito interessante na
luz de Apocalipse 12:15]. Então eu vi a Mãe das Prostitutas; que a mãe não era as
filhas, mas separada e distinta delas [isto parece indicar que o Catolicismo e o
Protestantismo cobrem o período de duas cabeças separadas da besta de
Apocalipse 17]. Ela teve seu dia, e já passou [durante os 1260 anos], e suas filhas,
as seitas Protestantes, foram as próximas a subir ao palco e representar a mesma
mente [observe a alusão ao Apocalipse 17] que a mãe tinha quando perseguiu os
santos [durante os 1260 anos]. Vi que, à medida que a mãe declinava em poder, as
filhas cresciam e em breve exercerão o poder uma vez exercido pela mãe [isto pode
ser visto claramente hoje em dia]”.

“Vi que a igreja nominal e os adventistas nominais, como Judas, nos trairiam aos
Católicos para obter sua influência para vir contra a verdade. Os santos então
serão um povo obscuro, pouco conhecido pelos Católicos; mas as igrejas e
adventistas nominais que conhecem nossa fé e costumes (pois nos odiavam por
causa do Sábado, pois não podiam refutá-lo) trairão os santos e os denunciarão aos
Católicos como aqueles que desprezam as instituições do povo; isto é, aqueles que
guardam o sábado e desprezam o domingo”.

“Então os Católicos pedem aos Protestantes que prossigam e editem um decreto


que todos os que não observarem o primeiro dia da semana, em vez do sétimo dia,
devem ser mortos. E os Católicos, cujo número é grande, apoiarão os Protestantes.
Os Católicos darão seu poder à imagem da besta. E os Protestantes trabalharão
como sua mãe trabalhou diante deles para destruir os santos.” (WHITE, Ellen G.
(1985). Spalding and Magan Collection, Capítulo: Copy of Threee Early Visions, p. 9-
10).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 279 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Nesta declaração notável, Ellen White afirma claramente que os Protestantes farão
aberturas e buscarão ganhar a influência dos Católicos e então os Católicos dirão aos
Protestantes para prosseguir e proclamar uma lei dominical. Os esforços atuais do direito
religioso de alistar os Católicos na luta contra o aborto, o casamento gay, a pornografia, a
pobreza e outros males sociais voltarão para assombrá-los. E a franja liberal também cairá
na armadilha ao ver na observância do domingo uma forma de salvar o meio ambiente, a
família e ajudar os pobres.

Em uma declaração relacionada, Ellen White dá seu entendimento (na verdade, o


entendimento de Deus) de Apocalipse 17:1-4:

“No décimo sétimo capítulo de Apocalipse é predita a destruição de todas as igrejas


[são as igrejas protestantes apóstatas] que se corromperam pela devoção idólatra
ao serviço do papado, aquelas que beberam do vinho da ira de sua fornicação.
[Apocalipse 17:1-4 citado]”.

“Assim é representado o poder papal [a prostituta], que com todo o engano da


injustiça, por atração externa e exibição deslumbrante, engana todas as nações;
prometendo-lhes, como fez Satanás aos nossos primeiros pais, todo bem para
aqueles que receberem sua marca, e todo mal para aqueles que se opõem às suas
falácias. O poder que possui a mais profunda corrupção interior fará a maior
exibição e se revestirá dos mais elaborados sinais de poder. A Bíblia declara
claramente que isso cobre uma maldade corrupta e enganadora. ‘Em sua testa
estava escrito um nome, Mistério, Babilônia, a Grande, a Mãe das Prostitutas e
Abominações da Terra’".

“O que é que dá seu reino a este poder? [Observe que os Estados Unidos sob o
domínio do Protestantismo apóstata e do Catolicismo Romano são dois poderes
separados e os Estados Unidos darão seu reino ao papado] Protestantismo, um
poder que embora professa ter o temperamento e o espírito de um cordeiro e ser
aliado ao céu, fala com a voz de um dragão. É movido por um poder de baixo.”
(Carta 232, 1899) Ellen G. White, The Seventh-day Adventist Bible Commentary,
volume 7, p. 983).

Nomes de Blasfêmia
A prostituta tem nomes de blasfêmia em sua testa (Apocalipse 17:5). A blasfêmia é
definida como quando um mero homem afirma exercer os poderes e prerrogativas de
Deus na terra (João 10:30-33), como alegar ter o poder de perdoar pecados (Marcos 2:7).

A Vestimenta da Meretriz
O roxo e a escarlate são as cores da realeza (João 19:5; Mateus 27:28) e a prostituta
assenta-se ou reina como rainha sobre multidões, nações, línguas e povos.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
A prostituta é adornada com ouro, prata, pedras preciosas e pérolas. Isso indica que este é
um poder muito rico e ostentoso. Notavelmente, no Antigo Testamento, Israel vestiu-se
com toda essa parafernália para atrair os reis das nações vizinhas a fornicar com ela.

“A cor púrpura e escarlata, o ouro, as pérolas e pedras preciosas, pintam ao vivo a


magnificência e extraordinária pompa ostentadas pela altiva Sé de Roma.”
(WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A causa da degradação atual,
p. 334).

É significativo que as cores do clero Católico Romano sejam púrpuras e escarlatas.


Também é digno de nota que as vestes que são usadas pelo clero papal não incluem o
azul! Nas Escrituras, o azul é um símbolo da santa lei de Deus (Números 15:37-41).

A Taça de Ouro com Vinho


A taça de ouro na mão da prostituta contém o vinho de Babilônia. O vinho é identificado
como suas abominações e a imundície de sua fornicação (Apocalipse 17:4).

Este vinho é dado a todas as nações, ou seja, a todos os habitantes da terra (Apocalipse
17:2 e Apocalipse 18:3). Não é a escolha das nações beber este vinho. Beber o vinho não é
opcional porque é-nos dito que Babilônia fez todas as nações beberem do vinho e que
todas as nações se embebedaram com ele (Apocalipse 14:8; Apocalipse 17:2).

O vinho é chamado de "o vinho da ira de sua fornicação". Ou seja, beber o vinho causa ira
contra aqueles que não querem beber (Apocalipse 14:8; Apocalipse 18:3).

A taça está cheia de vinho, mas o vinho é composto das abominações da prostituta. Assim,
as palavras 'vinho' e 'abominações' são intercambiáveis. As abominações da prostituta
incluem várias coisas:

• Adoração de ídolos (Deuteronômio 7:25, 26).


• Espiritismo ou tentativa de falar com os mortos (Deuteronômio 18:9-13).
• Recusando-se a ouvir a lei de Deus (Provérbios 28:9).
• Adultério espiritual (Ezequiel 23:35-45).
• Comer carnes impuras (Deuteronômio 14:3).
• Derramar sangue inocente (Ezequiel 22:2).
• Adoração do sol (Ezequiel 8:16).

Ellen White identificou claramente o significado do vinho:

“As igrejas denominacionais caídas é que são Babilônia. Babilônia tem estado a
promover doutrinas venenosas, o vinho do erro. Esse vinho do erro é composto de
doutrinas falsas, tais como a imortalidade natural da alma, o tormento eterno dos
ímpios, a negação da existência de Cristo antes de Seu nascimento em Belém, a
defesa e exaltação do primeiro dia da semana acima do santo e santificado dia de
Deus. Estes erros e outros semelhantes são apresentados ao mundo pelas várias

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
igrejas, e assim se cumprem as Escrituras que dizem: ‘Porque todas as nações
beberam do vinho da ira da sua prostituição’. É uma ira criada por doutrinas falsas,
e quando reis e presidentes sorvem esse vinho da ira da sua prostituição, enchem-
se de ódio contra os que não concordam com as heresias falsas e satânicas que
exaltam o sábado falso, e levam os homens a pisarem a pés o monumento de
Deus.” (WHITE, Ellen G. (2008). Testemunhos para Ministros e Obreiros
Evangélicos, Capítulo: A igreja de Cristo, p. 65-66).

Mais tarde neste estudo, veremos que essas multidões e governantes que beberam
destas doutrinas venenosas desses ministros apóstatas vão despertar de sua embriaguez
e destruí-los.

Na declaração acima, Ellen White acusa as igrejas por darem aos governantes do mundo o
vinho da Babilônia. Mas em uma declaração do livro “O Grande Conflito”, ela é mais
específica: São os ministros, os homens de erudição das igrejas apóstatas, os culpados da
embriaguez espiritual do mundo:

“Quando ensinadores fiéis expõem a Palavra de Deus, levantam-se homens de


saber, pastores que professam compreender as Escrituras, e denunciam a doutrina
sã como heresia, desviando assim os inquiridores da verdade. Não fosse o caso de
se achar o mundo fatalmente embriagado com o vinho de Babilônia, e multidões
seriam convencidas e convertidas pelas verdades claras e penetrantes da Palavra
de Deus. Mas, a fé religiosa parece tão confusa e discordante que o povo não sabe
o que crer como verdade. O pecado da impenitência do mundo jaz à porta da
igreja.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A causa da
degradação atual, p. 340).

Depois de citar Apocalipse 17:1-4, Ellen White identifica claramente essa prostituta como
o papado Católico Romano:

“No décimo sétimo capítulo de Apocalipse é predita a destruição de todas as igrejas


que se corromperam pela devoção idólatra ao serviço do papado, aquelas que
beberam do vinho da ira de sua fornicação [Apocalipse 17:1-4 citado]. Assim é
representado o poder papal, que com todo o engano da injustiça, por atração
externa e exibição deslumbrante, engana todas as nações; prometendo-lhes, como
fez Satanás nossos primeiros pais, tudo de bom para aqueles que receberem sua
marca, e todos os danos para aqueles que se opõem às suas falácias.” (WHITE,
Ellen G. (2013). Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia – volume #7, p. 983).

Povo Fiel de Deus


Em todos os três capítulos (Apocalipse 12, 13 e 17) onde os animais de sete cabeças são
encontrados, eles estão em guerra com o povo de Deus.

• O povo de Deus em Apocalipse 12:13 e 15 é referido como uma mulher que o


dragão tenta afogar com as águas que vomita de sua boca.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
• Em Apocalipse 12:17, o povo de Deus é chamado de "remanescente de sua
Semente". O dragão sai para fazer guerra com eles.
• Em Apocalipse 13:7, o povo de Deus é chamado de santos. A besta os persegue.
• Em Apocalipse 17:6, o povo de Deus é chamado de santos e mártires de Jesus. A
prostituta, usando as águas sobre as quais se assenta, tenta afogar o povo de
Deus.

Observe que Ellen White aplica Apocalipse 17:6 à carreira do papado Católico Romano:

“O poder que por tantos séculos manteve despótico domínio sobre os monarcas da
cristandade, é Roma. A cor púrpura e escarlata, o ouro, as pérolas e pedras
preciosas, pintam ao vivo a magnificência e extraordinária pompa ostentadas pela
altiva Sé de Roma. E de nenhuma outra potência se poderia, com tanto acerto,
declarar que está 'embriagada do sangue dos santos', como daquela igreja que tão
cruelmente tem perseguido os seguidores de Cristo. Babilônia é também acusada
do pecado de relação ilícita com 'os reis da Terra'." (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: A causa da degradação atual, p. 505-506).

O Dragão Escarlate de Sete Cabeças


John N. Andrews, talvez o estudioso mais hábil na história da Igreja Adventista do Sétimo
Dia, disse o seguinte sobre o dragão escarlate de sete cabeças de Apocalipse 17:

“As sete cabeças são sete formas de poder civil que controlam sucessivamente.
Essas sete cabeças pertencem igualmente ao dragão de Apocalipse 12, à besta do
capítulo 13 e ao de Apocalipse 17. Isso mostra conclusivamente que o dragão e
essas duas bestas são símbolos do mesmo poder sob diferentes cabeças; pois não
há três conjuntos de sete cabeças, mas é evidente que as cabeças são formas
sucessivas de seu poder, uma delas governando por vez, e então dando lugar a
outra (Apocalipse 17:9-10). O período adequado de cada uma parece ser este: o
dragão antes dos 1260 anos, a besta do capítulo 13 durante esse período e a besta
do capítulo 17 desde a ferida mortal e o cativeiro no final desse período.”
(ANDREWS, J. N., As Três Mensagens do Apocalipse XIV, 6-12, p. 77, 78).

Nota-se que as sete cabeças da besta-dragão também são descritas como sete
montanhas. Na profecia Bíblica, montanhas representam reinos, não reis individuais
(Daniel 2:34-35 e 44; Jeremias 51:25; Miquéias 4:1; Apocalipse 17:9 à luz de Daniel 2:38-
39; 7:17 e 23). Isso significa que as sete cabeças devem representar sete reinos que
governaram a terra e foram controlados pela prostituta ou religião apóstata.

O Dragão do Rio
A fim de compreender o significado do dragão de sete cabeças sobre o qual a prostituta se
assenta, devemos primeiro entender como os antigos viam os dragões do rio.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 283 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Os antigos acreditavam que as montanhas eram cabeças de uma grande serpente /
dragão cósmica do rio. De acordo com sua visão de mundo, as montanhas / cabeceiras
cuspiriam águas (cabeceiras) que fluiriam para o vale. Quando o rio entortava e girava
tortuosamente no vale, parecia o corpo de um grande dragão / serpente de rio. De
acordo com a opinião deles, quando o rio estava na fase de inundação, ele transbordava
de suas margens e abria as asas (Isaías 8:7 e 8).

É de extrema importância ter em mente que Apocalipse 12:15-16 e 17:15 e 9 baseia-se


nesse conceito antigo. Mas no Apocalipse, o dragão do rio assume um significado
simbólico. As montanhas simbolizam reinos e as águas representam multidões, nações,
línguas e povos. É importante entender que as nações, multidões, línguas e povos
realmente formam o corpo da besta-dragão. Esta é a razão pela qual a prostituta é
descrita como sentada sobre uma besta escarlate, bem como sobre as águas. Em outras
palavras, as águas e a besta escarlate são intercambiáveis. E as águas / dragão são
escarlates porque estão cheias do sangue do povo de Deus (Apocalipse 17:6).

A confiabilidade dessa visão antiga, conforme se aplica a Apocalipse 17, é vista no fato de
que as sete cabeças são identificadas também como sete montanhas. Como já vimos, na
antiguidade as montanhas eram concebidas como cabeças de uma besta-dragão.

É extremamente importante perceber que, enquanto as cabeças / montanhas expelem


águas, a besta-dragão está viva. Quando as cabeças / montanhas, entretanto, param de
expelir águas, a besta-dragão está morta. Assim, a besta está viva ou morta, dependendo
se a meretriz é capaz de usar a cabeça para perseguir o povo de Deus. Ou seja, quando a
prostituta ordena aos reis que ordenem a suas multidões que persigam o povo de Deus, a
besta-dragão está viva. Quando os poderes civis defendem os princípios democráticos e se
mantêm distantes da igreja, a besta-dragão está morta!

Três Bestas de Sete Cabeças


As três bestas de sete cabeças [todas representando fases sucessivas de Roma] originam-
se em lugares diferentes:

• Quando o dragão de sete cabeças tentou matar o filho homem, um sinal foi visto
no céu (Apocalipse 12:1).
• A besta de sete cabeças de Apocalipse 13:1 surgiu do mar.
• A besta escarlate de sete cabeças de Apocalipse 17:8 surgirá do abismo.

Paralelos entre Apocalipse 12, 13 e 17


Sete cabeças e dez chifres (12:3; 13:1) Sete cabeças e dez chifres (17:3)
Nomes de blasfêmia (13:1) Nomes de blasfêmia (17:3)
Mulher (12:1) Mulher (17:1)
Aqui há sabedoria (13:18) Aqui há sabedoria (17:9)
Nações, línguas e povos (13:7) Nações, línguas e povos (17:15)
Perseguição (12:6, 13-15) Perseguição (17:6)
Águas (12:15) Águas (17:1)

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
As águas secaram (12:16) As águas secaram (16:2)
“Foi” (1260 anos – 12:6; 13:5) “Foi” (1260 anos – 17:8)
“Não é” (ferida mortal – 12:6; 13:3) “Não é” (ferida mortal – 17:8)
“A ferida foi curada” (12:17; 13:3) “Será” (ferida curada – 17:8)
A Besta e o Falso Profeta (13:1-18) A Prostituta e suas filhas (17:5)

Do Abismo
Esta besta-dragão sobe do abismo (Apocalipse 17: 8). O abismo é a morada dos mortos:

(Romanos 10:7) “Ou: Quem descerá ao abismo [abismo em Grego]? (isto é, a


tornar a trazer dentre os mortos a Cristo)”.

Em Apocalipse 20:1, Satanás é lançado no abismo quando seus seguidores ímpios estão
mortos e ele é libertado mais uma vez quando são ressuscitados dos mortos (Apocalipse
20:5, 7-9).

Sete cabeças
As sete cabeças representam sete reis (17:10), mas a palavra 'reis' na profecia Bíblica é
intercambiável com 'reinos' (17:10; Daniel 7:17 e 23; 2:37-39). As sete cabeças são na
verdade sete reinos sucessivos.

Alguns pensam que o Egito e a Assíria são as duas primeiras cabeças da besta escarlate.
Nesse cenário, as sete cabeças seriam Egito, Assíria, Babilônia, Medos e Persas, Grécia,
Roma, Roma Papal e Roma Papal ressuscitada (o oitavo reino). O problema com este
conceito é que o Egito e a Assíria não são encontrados em nenhuma das linhas da profecia
de Daniel ou Apocalipse. Daniel 2, Daniel 7 e Apocalipse 13 começam com Babilônia como
o primeiro reino e Daniel 8 e 11 começam com o reino da Pérsia.

As Sete Cabeças são Sete Papas?


Outros pensaram que as sete cabeças representam os sucessivos papas que governaram
desde 1929.

Nesse cenário, a partir de 2005, as cinco cabeças que caíram desde 1929 foram:

• Pio XI (1922-1939)
• Pio XII (1939-1958)
• João XXIII (1958-1963)
• Paulo VI (1963-1978)
• João Paulo I (1978)

A cabeça que é (ou a sexta cabeça) seria João Paulo II (1978-2005) e aquele que virá e
governará por pouco tempo é Bento XVI (a sétima cabeça) que serviu como Papa de 2005-
2013.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 285 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Mas Bento XVI renunciou ao cargo em 28 de fevereiro de 2013, então o atual papa,
Francisco I, é o 8º na série de papas desde 1929. Então, conforme a especulação,
Francisco I será o último papa porque Apocalipse 17:11 se refere a um oitavo e o Papa
Francisco I é o oitavo Papa desde 1929! Mas esta visão pode ser descartada porque o Papa
Francisco I, não é um dos sete anteriores, como é exigido pela profecia de Apocalipse
17:11.

Em resumo, é assim que a lista de papas seria:

1. Pio XI (1922-1939)
2. Pio XII (1939-1958)
3. João XXIII (1958-1963)
4. Paulo VI (1963-1978)
5. João Paulo I (1978)
6. João Paulo II (1978-2005)
7. Bento XVI (2005-2013)
8. Francisco I (2013-?)

Uma nova interpretação foi apresentada antes da eleição de Bento XVI. Foi sugerido que o
oitavo da série seria um demônio disfarçado de João Paulo II porque a profecia afirma
que o oitavo é um dos sete. Essa visão pode ser descartada por duas razões: Primeiro,
neste ponto, um demônio disfarçado de Papa João Paulo II seria o 9º na série. Em segundo
lugar, isso não aconteceu! Francisco I já é o oitavo Papa desde 1929, não um demônio
disfarçado de João Paulo II.

Antes da eleição de Francisco I, evangélicos e até mesmo alguns adventistas haviam se


referido a uma profecia de São Malaquias de que o próximo Papa seria o último, que seria
negro (um eufemismo para o chefe da Ordem dos Jesuítas que é chamado de 'Papa
negro') e seu nome seria Petrus Romanus. Nenhuma dessas coisas é verdade para
Francisco I. Todas essas especulações diminuem o poder desta profecia.

O fato é que essa profecia não tem nada a ver com papas individuais. As sete cabeças não
são sete indivíduos, mas sim sete reinos. Todas essas especulações sobre as sete cabeças
devem ser descartadas pelos seguintes motivos:

Em primeiro lugar, chega muito perto de definir datas específicas para os movimentos
proféticos finais. Nesse cenário, o sucessor do Papa Bento XVI seria o último Papa. Isso
não está definindo um prazo definido para os eventos do tempo do fim?

Em segundo lugar, essas visões especulativas separam Apocalipse 17 das linhas proféticas
anteriores de Daniel 7 e Apocalipse 12 e 13. Como vimos acima, Apocalipse 12, 13 e 17
estão indissoluvelmente ligados! Ellen White entendeu a linha comum entre Apocalipse
12, 13 e 17:

“Deus advertiu Seu povo dos perigos que correm. João contempla as coisas que
acontecerão nos últimos dias e um povo trabalhando contra Deus. Então ela disse:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Leia Apocalipse 12:17; 14: 10-13 e capítulos 17 e 13.” (Manuscript Releases, volume
17, p. 18).

Em terceiro lugar, embora as sete cabeças desta besta-dragão sejam consideradas sete
reis, as palavras 'reis' e 'reinos' são usadas indistintamente na profecia (ver Daniel 2:39;
7:17, 23). Na profecia, "montanhas" representam reinos, não governantes individuais. Os
papas na lista acima não são governantes de sete reinos distintos, mas sim líderes do
mesmo reino.

Finalmente, há muito pouca ou nenhuma evidência de que em 1929 deva ser escolhido
como a data de início para a sequência das sete cabeças. Como mostrei claramente em
outro lugar, a ferida mortal não foi curada em 1929 porque em Apocalipse 13:11-18 nos é
dito explicitamente que os Estados Unidos serão instrumentais na cura da ferida mortal,
não a Itália.

As Três Fases Finais da Besta


A besta (observe que não é a prostituta que tem três estágios, mas sim a besta) tem três
estágios consecutivos de existência:

• “Foi [passado] e já não é [presente] e será [futuro]” (Apocalipse 17:8).


• “Foi e já não é e ainda será [a melhor tradução é: ‘estará presente’”] (Apocalipse
17: 8).
• Esses mesmos períodos de tempo são descritos como: “cinco caíram [no passado],
um existe [presente] e o outro ainda não é vindo [no futuro]” (Apocalipse 17:10).
• Os períodos de tempo também são explicados como a besta que “era [passado] e
já não é [presente], é ela também o oitavo [futuro]” (Apocalipse 17:11).
Nota: A besta “era” durante os 1260 anos de domínio papal. “Já não é” porque a
besta atualmente tem uma ferida mortal. “Será” porque a ferida mortal será
curada e o mundo inteiro ficará maravilhado com a besta.

As cabeças da besta dragão não governam simultaneamente, mas sim consecutivamente.


As cabeças são feridas uma a uma. Sabemos disso por pelo menos dois motivos:

• Em primeiro lugar: Escavações arqueológicas na antiga Tell Amar.


Nota: Um selo cilíndrico de Tell Amar na Mesopotâmia (antigo Iraque) retrata um
dragão de sete cabeças em conflito com duas divindades, uma antes dele e a
outra atrás. Quatro das cabeças, perfuradas por uma lança, são mostradas caídas e
não estão mais em conflito. Mas as outras três cabeças ainda estão eretas,
mantendo a luta.
• Em segundo lugar: O testemunho de Apocalipse 12:15 e 13:3 e 5-6, é-nos dito que
apenas uma boca está expelindo águas em determinado momento.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O Significado das Sete Cabeças
Até onde sabemos as sete cabeças representam os seguintes reinos:

1. Babilônia.
2. Medos e Persas.
3. Grécia.
4. Império Romano.
5. Poderes civis da Europa sob o controle do papado.
6. O poder civil dos Estados Unidos sob o protestantismo apóstata.
7. A Roma papal ressuscitada se aliou aos reis de todo o mundo.

Observemos que neste cenário três das últimas quatro cabeças desta besta escarlate são
Romanas (e até mesmo os Estados Unidos se tornarão aliados do dragão ou Roma porque
ele falará como um dragão; veja o material em Mateus 24 para a conexão entre os Estados
Unidos e seu fascínio por Roma). A pergunta que desejamos ser feita é: Por que três das
sete cabeças se aplicam a Roma? Uma cabeça não é suficiente para representar as várias
etapas de Roma?

A resposta a essas perguntas é bastante simples. Os próprios livros de Daniel e Apocalipse


ocupam os três estágios de Roma separadamente. Em Daniel 2, as pernas de ferro [Roma
imperial] são distinguidas dos pés de ferro e barro [Roma dividida e Roma papal]. Em
Daniel 7:23-24, encontramos uma distinção clara entre o dragão governando sozinho, e o
dragão governando com dez chifres e o dragão com chifre pequeno.

Além disso, Apocalipse 12 retrata um dragão no céu como um símbolo da Roma Pagã.
Apocalipse 13 usa uma besta que emerge do mar para representar a Roma Papal durante
os 1260 anos e Apocalipse 17 emprega ainda uma terceira besta que sobe do abismo para
representar o papado quando sua ferida mortal estiver curada. Se três bestas que surgem
em três lugares diferentes são usadas para representar os diferentes estágios de Roma,
então não deveria nos surpreender que cabeças separadas sejam usadas para representar
esses mesmos estágios. É importante sublinhar que a sexta cabeça (os Estados Unidos sob
o Protestantismo apóstata) é simbolizada por uma besta separada e está relacionada a
Roma porque fala como um dragão e o dragão representa Satanás operando através de
Roma.

Ellen White identifica claramente os três últimos poderes perseguidores em sua sequência
histórica adequada:

“Sob os símbolos do grande dragão vermelho, uma besta semelhante ao leopardo


e uma besta com chifres semelhantes aos de cordeiro, foram apresentados a João
os governos terrenos que estariam especialmente empenhados em espezinhar a lei
de Deus e perseguir Seu povo. A guerra deles deve continuar até o fim do tempo. O
povo de Deus, simbolizado por uma mulher santa e seu filho [Apocalipse 12:6 e
17), é representado em grande parte pela minoria. Nos últimos dias, apenas um

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
remanescente ainda existe. João fala deles como aqueles que "guardam os
mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo." (WHITE, Ellen G.
(1910), Signs of the Times, 08 de fevereiro de 1910).

Com relação à última cabeça na sequência de sete, Ellen White declarou:

“Ao nos aproximar da última crise, é de vital importância que haja harmonia e
união entre os agentes do Senhor. O mundo está cheio de tempestade, guerra e
violência. Contudo, ao mando de um chefe [o poder papal] o povo se unirá para
opor-se a Deus na pessoa de Suas testemunhas.” (WHITE, Ellen G. (2005).
Testemunhos para a Igreja – volume #7, Capítulo: A Igreja e a Casa Publicadora, p.
174).

“Quando a terra que o Senhor providenciou como refúgio para seu povo, para que
o adore de acordo com os ditames de suas próprias consciências, a terra sobre a
qual por longos anos o escudo da Onipotência foi espalhado, a terra que Deus
favoreceu tornando-o o depositário da pura religião de Cristo, - quando aquela
terra, por meio de seus legisladores, abjurar os princípios do protestantismo e dar
apoio à apostasia romana em adulterar a lei de Deus - é então que a obra final do
homem do pecado será revelada. Os protestantes colocarão toda a sua influência e
força ao lado do papado; por um ato nacional impondo o falso sábado, eles darão
vida e vigor à fé corrupta de Roma, revivendo sua tirania e opressão de
consciência. Então, será a hora de Deus operar com grande poder para a
vindicação de sua verdade.” (WHITE, Ellen G. (1893), Signs of the Times, 12 de
junho de 1893).

Alguns têm se perguntado sobre a oitava cabeça da besta-dragão. O simples fato é que
esta besta não tem oito cabeças - ela tem apenas sete, mas a sétima cabeça conta como
uma oitava; isso quer dizer que a cabeça número 7 carrega o número 8.

Vez após vez, Apocalipse 17 nos diz que existem apenas sete cabeças na besta-dragão
(Apocalipse 17:3, 7, 9-10). Louis Were mostrou em seu livro, The Woman and the
Resurrected Beast, oito é o número da ressurreição.

As Asas do Dragão
Embora Apocalipse 17 não use o simbolismo de asas, seria bom notar que em Isaías 8:7-8
a invasão do rei Senaqueribe na terra de Judá é comparada à inundação do poderoso rio
Eufrates. O rio na fase de inundação é comparado a um dragão com asas:

(Isaías 8:7-8) “Eis que o Senhor fará vir sobre eles as águas do Rio, fortes e
impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre todos os
seus leitos e transbordará por todas as suas ribanceiras; 8 e passará a Judá,
inundando-o, e irá passando por ele, e chegará até ao pescoço; e a extensão de
suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel. ”

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Os Dez Chifres
Os dez chifres são encontrados na cabeça da besta-dragão de Apocalipse 12, na cabeça da
besta do mar de Apocalipse 13 e na cabeça da besta escarlate de Apocalipse 17. Enquanto
as sete cabeças são consecutivas, os dez chifres são contemporâneos. Isso fica claro pelo
fato de que todos os dez chifres governarão (quando receberem o reino)
simultaneamente na sétima cabeça quando a besta ressuscitar de sua ferida mortal
(Apocalipse 17:12).

Os dez chifres simbolizam dez reis (Apocalipse 17:12). Os dez reis representam "os reis da
terra e de todo o mundo" (Apocalipse 16:14; ver também Apocalipse 17:18). Durante os
1260 dias / anos, os dez dedos dos pés e os dez chifres de Daniel 2 e 7 representaram as
nações da Europa Ocidental, mas no final os dez dedos e os dez chifres representam os
reis da terra e de todo o mundo.

Esses reis terão um mesmo intento até que as palavras de Deus sejam cumpridas
(Apocalipse 16:17; Apocalipse 17:17). Os reis representam os governantes do mundo
Cristão que influenciarão o estado a promulgar e fazer cumprir a lei dominical, sob a
liderança do Protestantismo apóstata e do Catolicismo Romano. Quando isso acontecer,
todos estarão no mesmo acontecimento.

Devemos entender que haverá apenas dez nações nesta união universal? Não. O número
10 é um símbolo de 'todos'. Isso pode ser visto em vários textos bíblicos:

• Gênesis 24:10: Dez camelos são símbolos de todos os bens de Abraão.


• Lucas 19:13: Dez servos simbolizam todos os seguidores professos de Cristo.
• I Samuel 1:8: Dez filhos.
• Eclesiastes 7:19: Mais de dez governantes da cidade.
• Daniel 1:14-15: Os jovens foram testados por dez dias.
• Daniel 1:20: Os jovens eram dez vezes melhores.
• Mateus 25:1: Dez virgens representam todo o povo professo por Deus.
• Quando devolvemos 10% de nossa receita, estamos confessando que tudo
pertence a Deus.
• Os Dez Mandamentos expressam todo o dever do homem. Toda a lei e os profetas
estão resumidos nos dez. Deus não acrescentou mais nada a eles (Deuteronômio
5:22; Eclesiastes 12:13; Mateus 22:40).

Eles darão seu poder, autoridade e reino à besta (Apocalipse 17:12-13).

“O chamado mundo cristão será o palco de grandes ações decisivas. Homens em


autoridade promulgarão leis para controlar a consciência, segundo o exemplo do
papado. Babilônia fará que todas as nações bebam do vinho da ira de sua
prostituição. Toda nação será envolvida. João, o Revelador, declara o seguinte
sobre esse tempo: 'Têm estes um só pensamento'. Haverá um laço de união
universal, uma grande harmonia, uma confederação de forças satânicas. 'E

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem'. Assim é manifestado o
mesmo poder arbitrário e opressor contra a liberdade religiosa, contra a liberdade
de adorar a Deus de acordo com os ditames da consciência, que foi manifestado
pelo papado, quando no passado ele perseguiu os que ousaram recusar conformar-
se aos ritos e cerimônias religiosas dos romanistas.” (WHITE, Ellen G. (2007).
Mensagens Escolhidas – volume #3, Capítulo: Lições da maneira como foi
enfrentada a crise, p. 369).

Eles serão reis com a besta por uma hora (Apocalipse 17:12).

Eles farão guerra contra o cordeiro (Apocalipse 19:19; Apocalipse 16:14) na pessoa de
Suas testemunhas:

“Ao nos aproximar da última crise, é de vital importância que haja harmonia e
união entre os agentes do Senhor. O mundo está cheio de tempestade, guerra e
violência. Contudo, ao mando de um chefe [o poder papal] o povo se unirá para
opor-se a Deus na pessoa de Suas testemunhas.” (WHITE, Ellen G. (2005).
Testemunhos para a Igreja – volume #7, Capítulo: A Igreja e a Casa Publicadora, p.
174).

Em Mateus 25, Jesus disse a Seus seguidores fiéis: “Quando o fizestes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. E quando Jesus falou a Saulo de Tarso, Ele disse:
“Saulo, Saulo, por que me persegues”?

Jesus vencerá os reis da terra e de todo o mundo porque Ele é o Rei dos reis e Senhor dos
senhores (Apocalipse 17:14; Apocalipse 19:19-20).

Aqueles que são aliados de Jesus são chamados, escolhidos e fiéis (Apocalipse 17:14).

Os dez reis nem sempre terão um caso de amor com a prostituta que os controla. Os reis
odiarão a prostituta e se voltarão contra ela (Apocalipse 17:15-16). Não apenas os reis se
voltarão contra os líderes religiosos, mas as multidões que compunham esses reinos se
voltarão contra a prostituta. Os reis irão odiá-la e as águas irão secar sobre ela. Uma cena
semelhante à da Revolução Francesa será testemunhada, mas em escala global.

Ellen White descreve o tempo em que as águas do grande rio Eufrates secarão (Apocalipse
16:12).

“Com brados de triunfo, zombaria e imprecação, multidões de homens maus estão


prestes a cair sobre a presa, quando, eis, um denso negror, mais intenso do que as
trevas da noite, cai sobre a Terra. Então o arco-íris, resplandecendo com a glória do
trono de Deus, atravessa os céus, e parece cercar cada um dos grupos em oração.
As multidões iradas subitamente se detêm. Silenciam seus gritos de zombaria. É
esquecido o objeto de sua ira sanguinária. Com terríveis pressentimentos
contemplam o símbolo da aliança de Deus, anelando pôr-se ao amparo de seu

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 291 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
fulgor insuperável.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O
Livramento dos Justos, p. 554).

“O povo vê que foi iludido. Um acusa ao outro de tê-lo levado à destruição; todos,
porém, se unem em acumular suas mais amargas condenações contra os ministros.
Pastores infiéis profetizaram coisas agradáveis, levaram os ouvintes a anular a lei
de Deus e a perseguir os que a queriam santificar. Agora, em seu desespero, esses
ensinadores confessam perante o mundo sua obra de engano. As multidões estão
cheias de furor. 'Estamos perdidos! ' exclamam; 'e vós sois a causa de nossa ruína';
e as multidões se voltam contra os falsos pastores. Aqueles mesmos que mais os
admiravam, pronunciarão as mais terríveis maldições sobre eles. As mesmas mãos
que os coroavam de lauréis, levantar-se-ão para destruí-los. As espadas que
deveriam matar o povo de Deus são agora empregadas para exterminar os seus
inimigos. Por toda parte há contenda e morticínio.” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Será desolada a terra, p. 571).

• É-nos dito em Apocalipse 17:11 que a besta irá para a perdição.


• Em II Tessalonicenses 2:3, diz que o homem do pecado irá para a perdição.
• Em João 17:12, Judas Iscariotes é chamado de filho da perdição.

A Secagem Final das Águas


O dragão de sete cabeças de Apocalipse 17 é uma reminiscência do Leviatã. Existem três
passagens-chave no Velho Testamento que descrevem esse monstro de sete cabeças:
Salmos 74:10-14; Jó 41 e Isaías 27:1. Descobrimos vários detalhes interessantes sobre o
leviatã nessas passagens:

• O Leviatã é uma criatura marinha com várias cabeças. Ele governa sobre as águas.
• O Leviatã também é chamado de serpente veloz, serpente tortuosa e grande
dragão. Na verdade, a palavra hebraica "Leviatã" significa "torcida, enrolada".
• O Leviatã está em inimizade com Deus e Seu povo.
• O Leviatã é o rei dos filhos do orgulho.
• No final das contas, Deus retirará o Leviatã de seu habitat natural, lançá-lo-á em
terra seca e esmagará suas cabeças.

Embora o livro de Apocalipse não use o nome “Leviatã”, está claro que a besta-dragão de
Apocalipse 12 e a besta escarlate de Apocalipse 17 é o Leviatã. Todos os detalhes sobre o
Leviatã no Antigo Testamento se fundem no retrato do Apocalipse.

Após o milênio, as águas reviverão mais uma vez - porque os ímpios de todas as eras
ressuscitarão dos mortos (Apocalipse 20:5, 7-9). Satanás reinará por um tempo sobre as
multidões. Satanás os atrairá para cercar a Nova Jerusalém e eles serão como o rio
Eufrates em fase de inundação (esta é a imagem por trás do Salmo 46). Como estão
prestes a inundar a cidade, ocorrerá o secamento final das águas. Observe como Ellen
White descreve esta seca final das águas após o milênio:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“[Satanás] Arremessa-se para o meio de seus súditos e esforça-se por inspirá-los
com sua fúria, incitando-os a uma batalha imediata. Mas dentre todos os
incontáveis milhões que seduziu à rebelião, ninguém há agora que lhe reconheça a
supremacia. Seu poder chegou ao fim. Os ímpios estão cheios do mesmo ódio a
Deus, o qual inspira Satanás; mas vêem que seu caso é sem esperança, que não
podem prevalecer contra Jeová. Sua ira se acende contra Satanás e os que foram
seus agentes no engano, e com furor de demônios voltam-se contra eles.” (WHITE,
Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O final e glorioso triunfo, p. 585).

Esse retrato de Ellen White é corroborado pela gravura em Ezequiel 28:2-10, onde as
nações desembainharão suas espadas contra o querubim cobridor, Lúcifer.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

O Último Elo na Cadeia Profética


Introdução
No curso da história Cristã, muitos candidatos propuseram o cumprimento das profecias
do chifre pequeno e da besta de Daniel e Apocalipse: Pessoas como: Kaiser, Benito
Mussolini, Adolph Hitler, Aiatolá Khomeini, Yasser Arafat, Henry Kissinger, Saddam
Hussein e, mais recentemente, alguns até sugeriram o nome do presidente Barack
Obama.

Obviamente, tudo isso eram apenas suposições. Mas não precisamos adivinhar. A Bíblia
diz-nos exatamente quando o sistema do anticristo surgiria, onde surgiria e como seria!

Nesta apresentação, usaremos uma abordagem disciplinada, cuidadosa e contextual. Não


haverá suposições. Vou usar o método do fluxo histórico que nos dá o ponto de partida,
o ponto final e tudo o que está entre eles.

Vou falar sobre um sistema, não sobre os indivíduos que estão no sistema. Imploro que
avalie cuidadosamente as evidências e depois decida se o que viu é verdade!

É importante perceber que na profecia estamos lidando com símbolos que não podem ser
interpretados literalmente. Cada símbolo representa algo maior do que o mero símbolo.
Hoje vamos estudar as profecias de Daniel 7 e Apocalipse 13.

Ventos e Mar
Explicação dos ventos e do mar.

(Daniel 7:1-2) “No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua
cama, um sonho e visões da sua cabeça; escreveu logo o sonho e relatou a suma
das coisas. 2 Falou Daniel e disse: Eu estava olhando, na minha visão da noite, e eis
que os quatro ventos do céu combatiam no mar grande”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Nota: Ventos representam guerras, conflitos entre nações que estão lutando para
ascender ao poder.

As águas representam multidões de nações e povos.

(Isaías 17:12) “Ai da multidão dos grandes povos que bramam como bramam os
mares e do rugido das nações que rugem como rugem as impetuosas águas”!

As Quatro Grandes Bestas


(Daniel 7:3) “E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do
mar”.

(Daniel 7:17) “Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se
levantarão da terra”.

Nota: Estas bestas ou animais grandes representam reis que reinam sobre uma sucessão
de quatro reinos. No livro de Daniel, as palavras ‘reis’ e ‘reinos’ são usadas
indistintamente. Isso pode ser visto claramente em Daniel 2, onde Nabucodonosor é dito
que ele era a cabeça de ouro e depois dele surgiria outro reino. Também é visto em Daniel
7:23, onde a quarta besta é chamada de ‘quarto reino’ que se levantará na terra. Ainda
hoje, cada nação tem uma mascote.

• Os Estados Unidos: Águia


• A Rússia: Urso
• A Inglaterra: Leão
• A China: Dragão

O Leão
(Daniel 7:4) “O primeiro era como leão e tinha asas de águia; eu olhei até que lhe
foram arrancadas as asas, e foi levantado da terra e posto em pé como um
homem; e foi-lhe dado um coração de homem”.

NOTA: A cadeia profética começa com Babilônia, o reino no qual Daniel viveu. Quando o
rei Nabucodonosor construiu a antiga cidade da Babilônia, ele colocou esfinges de leões
em todas as entradas principais da cidade. Na verdade, Jeremias 51:38 e 50:44 refere-se a
Babilônia como um leão. Quando a Babilônia deixou de ser um poder conquistador, suas
asas foram arrancadas e o coração do leão removido.

O Urso
(Daniel 7:5) “Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um
urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus
dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 295 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
NOTA: O urso era mais alto de um lado do que do outro porque um dos dois reinos era
mais proeminente do que o outro.

Em Daniel 8, é-nos dito que um carneiro tinha dois chifres, um chifre mais alto que o
outro e o mais alto saiu por último. Os dois chifres são identificados como os reinos dos
Medos e Persas (Daniel 8:20). A história prova que os primeiros dois reis da dinastia
medo-persa eram Medos, mas todos os outros eram Persas. As três costelas representam
as três províncias que os Medos e Persas tiveram que arrancar para chegar ao poder:
Lídia, Egito e Babilônia. É importante notar que o próprio livro de Daniel identifica o
segundo reino como a Média Pérsia (Daniel 5).

O Leopardo
(Daniel 7:6) “Depois disso, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um
leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também esse animal
quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio”.

NOTA: O terceiro império é a Grécia. As asas representam a velocidade de conquista. Um


leopardo é veloz, mas um leopardo com quatro asas é ainda mais veloz! Alexandre, o
Grande, conquistou o mundo em apenas 9 anos e morreu embriagado quando tinha
apenas 31 anos. Quando Alexandre, o Grande, morreu, não deixou sucessor, por isso seu
reino foi dividido em quatro reinos: Os Antigonídeos, os Ptolomaicos, os Selêucidas e os
Atálidas.

A profecia paralela de Daniel 8 descreve um bode que estava voando pelo ar (como o
leopardo tinha asas) e derrotou o carneiro. O bode tinha um chifre notável que é
identificado como o primeiro rei (Alexandre, o Grande). Quando o chifre notável é
quebrado, quatro chifres surgem em seu lugar. O próprio livro de Daniel identifica o bode
como o reino da Grécia (Daniel 8:20).

A Besta-Dragão
(Daniel 7:7) “Depois disso, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o
quarto animal, terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de
ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era
diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez pontas
[chifres]”.

Nota: Os dez chifres não estão na cabeça da besta-dragão quando ela chega ao poder.
Veremos em um momento que os chifres se erguem depois que a besta do dragão
governou por um período de tempo.

Os Dez Chifres e o Chifre Pequeno


O chifre pequeno sobe após os dez chifres e entre eles.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Daniel 7:8) “Estando eu considerando as pontas [os chifres], eis que entre elas
subiu outra ponta pequena [chifre pequeno], diante da qual três das pontas
primeiras [três chifres primeiros foram arrancadas desde a raiz] foram
arrancadas; e eis que nessa ponta [neste chifre] havia olhos, como olhos de
homem, e uma boca que falava grandiosamente [com insolência]”.

As Três Etapas
As três etapas da besta-dragão são as seguintes:

1. O Dragão
2. Os Dez Chifres
3. O Chifre Pequeno

As três etapas da quarta besta são todas Romanas.

(Daniel 7:23-24) “Disse assim: O quarto animal será o [1] quarto reino na terra, o
qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e
a fará em pedaços. 24 E, quanto às dez pontas [chifres], [2] daquele mesmo reino
se levantarão dez reis; e [3] depois deles se levantará outro, o qual será diferente
dos primeiros e abaterá a três reis”.

Características do Chifre Pequeno


Eu quero compartilhar-lhes sete características que nos ajudarão a identificar o chifre
pequeno:

• Sobe após os dez chifres surgirem, portanto, deve surgir depois que o Império
Romano foi dividido no ano 476 DC.
• Sendo que sobe entre os dez chifres, deve ter se erguido na Europa Ocidental.
Mais especificamente, ele surge da cabeça da quarta besta, então deve ser
Romano.
• Ele arranca três dos dez reinos em que a Europa foi dividida.

Daniel 7:25 nos dá quatro características adicionais:

(Daniel 7:25) “E proferirá palavras [blasfêmias] contra o Altíssimo, e destruirá os


santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles [os santos] serão
entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”.

• Fala blasfêmias contra o Altíssimo.


• Persegue os santos do Altíssimo.
• Tem a audácia de mudar a lei santa de Deus.
• Reina ou governa por 3 ½ tempos.

Existe somente um único poder no mundo que cumpre a cada uma dessas especificações:
O Papado Católico Romano.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 297 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Por favor, tenha paciência comigo sobre isso. Não pare de ler este manual neste
momento, não importa o quão doloroso isso possa ser. Minha intenção não é ofendê-lo.
Estou falando de um sistema, não dos indivíduos que se encontram no sistema. Existem
milhões de Cristãos amorosos no sistema que não sabem o que vou apresentar.

# 1. O papado chegou ao poder em 538 DC depois que o Império Romano foi dividido
em dez reinos.
# 2. O papado surgiu na Europa Ocidental e mais especificamente a partir da cabeça da
quarta besta - Roma.
• Seu nome oficial é Igreja Católica Romana.
• Sua localização geográfica é na antiga cidade de Roma.
• Sua língua oficial é o Latim e usa algarismos Romanos.
• Herdou seu sistema organizacional do Império Romano.
• Sua arquitetura é Romana.
• Herdou muitas de suas crenças e práticas religiosas do império Romano
pagão, incluindo a observância do dia do sol.
• O nome de seu líder, "pontífice supremo", foi emprestado diretamente do
imperador Romano pagão.
• Muitos historiadores confirmam que o Império Romano foi dividido em
dez reinos e que o papado continuou o legado do Império Romano.
# 3. O papado foi fundamental para o desenraizamento de três reinos heréticos: Os
Hérulos (493 DC), os Vândalos (534 DC) e os Ostrogodos (538 DC).
# 4. Ele falou blasfêmias contra o Altíssimo. O QUE É BLASFÊMIA? Permitamos que a
Bíblia explique o que isso significa. Não é um ateu infiel que levanta a mão ao céu
e desafia a Deus abertamente. A Bíblia define a blasfêmia de duas maneiras:
(Marcos 2:7) “Por que diz este assim blasfêmia? Quem pode perdoar pecados,
senão Deus”?
Em cada igreja católica romana há um confessionário onde os pecadores
confessam seus pecados ao padre e recebem a absolvição. É bem sabido que o
Papa Francisco I declarou que no ano da misericórdia, as mulheres que abortaram
crianças podem ser perdoadas pelo sacerdote, desde que seu arrependimento
seja sincero.
Aquele que afirma ser o representante de Deus.
(João 10:30-33) “Eu e o Pai somos um. 31 Os judeus pegaram, então, outra vez, em
pedras para o apedrejarem. 32 Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas
obras boas procedentes de meu Pai; por qual dessas obras me apedrejais? 33 Os
judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas
pela blasfêmia, porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo”.
# 5. O papado perseguiu os santos do Altíssimo.
E a perseguição aos fiéis? Durante seu pontificado, o Papa João Paulo II escreveu
uma carta em que se desculpava com todos aqueles que haviam sido mortos por
indivíduos mal orientados na igreja. O Papa Francisco I viajou recentemente para
Torre Pelici e pediu desculpas aos Valdenses pelas perseguições que o papado

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
lançou contra eles. A história da Inquisição é bem conhecida. Juan Antonio
Llorente, ele próprio membro da inquisição, documentou minuciosamente as
atrocidades cometidas pelo papado na inquisição espanhola.
Inquisição em Lima, Peru
Há alguns anos tive o privilégio de visitar a cidade de Lima, no Peru. Havia um lugar
que eu sempre quis visitar em Lima - o Palácio da Inquisição. Veja, a América
Latina teve três lugares onde a Inquisição funcionou: Colômbia, Peru e México.
Logo na entrada do Palácio havia um grande mural que retratava um auto de Fé na
Plaza de Armas. Depois que nosso guia turístico explicou os vários elementos do
mural, entramos na câmara de tortura. Fiquei surpreso ao ver como nosso jovem
guia turístico descreveu os métodos usados para torturar e matar hereges que
discordavam dos ensinamentos e práticas da Igreja Católica Romana.
Quando entramos na câmara de tortura à direita estava o Strappado:
• Os pulsos da vítima foram amarrados atrás das costas com uma corda e,
em seguida, a outra ponta solta da corda era amarrada sobre uma viga.
• A vítima seria então levantada lentamente com a corda com os braços
atrás das costas. Quando a vítima estava bem acima do solo, a corda era
abruptamente liberada e então parada antes que a vítima atingisse o solo,
deslocando seus braços e ombros.
• Às vezes, pesos de até 25 libras [aprox. 11 kg] eram amarrados aos pés da
vítima para tornar a queda mais abrupta e o deslocamento mais doloroso.
Em seguida, havia o poste de chicotada:
• Com as mãos e os pés no tronco, o preso era espancado no mínimo 50
vezes e no máximo 200 vezes nas costas com um chicote.
Uma curva à esquerda e do lado esquerdo estava o Rack:
• A vítima era deitada sobre uma mesa com o rosto para cima e os braços e
as pernas estendidos. Os tornozelos e pulsos da vítima eram bem
amarrados com cordas presas a roldanas nas quatro extremidades da
mesa.
• As rodas em cada extremidade da placa eram giradas puxando as pernas
para baixo e os braços para cima. Conforme as cordas ficavam mais e mais
apertadas, o corpo era esticado em direções opostas.
• Quando a vítima era ordenada a se retratar, os ombros, cotovelos, coxas e
tornozelos eram lentamente deslocados enquanto o prisioneiro se
contorcia de dor.
No lado direito estava o Garrote:
• Era um instrumento que estrangulava lentamente a vítima.
• As mãos e os pés eram amarrados com corda aos braços e pernas da
cadeira e um laço era colocado em volta do pescoço.
• Nas costas da cadeira havia uma roda que funcionava como um torniquete.
• A roda era girada lentamente e isso puxava a corda cada vez mais forte em
torno das mãos, pés e pescoço até que a vítima era estrangulada.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O próximo item era o WaterBoarding:
• Outro à esquerda e estamos em um banco onde a vítima era deitada, suas
narinas eram fechadas e a água era derramada por um funil na garganta
da vítima.
• Às vezes, um pano era forçado para baixo na garganta ao despejar a água
causando a sensação de asfixia por afogamento.
Em seguida, descemos em túneis subterrâneos onde as masmorras eram
escavadas na rocha.
Os cubículos eram pouco maiores do que a pessoa que era colocada neles.
Por dias, eles eram trancados no frio e na escuridão absoluta, mal com espaço
suficiente para se mexer sem que suas famílias soubessem onde estavam.
Como mencionado antes, algumas vítimas mais afortunadas eram levadas para a
Plaza de Armas, onde madeira era colocada ao redor de seus corpos, eles eram
acorrentados a uma estaca e então eram queimados vivos.
# 6. O papado afirma ter mudado a Lei de Deus.
“... o papa pode modificar a lei divina, visto que seu poder, se não do homem, mas
de Deus, e ele atua no lugar de Deus na terra, com o mais completo poder de ligar
e desligar suas ovelhas.” (Lucius Ferraris, Prompta Bibliotheca, 8 volumes, vol. 2,
artigo ‘Papa’).
O Catecismo elimina o Segundo Mandamento e divide o décimo em duas partes.
O Catecismo apresenta o domingo como o dia em que devemos ir à igreja em
homenagem à ressurreição de Jesus.
Tenho páginas e páginas de citações de bispos, cardeais e papas Católicos
Romanos de que Cristo deu à Igreja Católica Romana o direito de mudar o dia de
adoração de Sábado para o Domingo. Disponível em SecretsUnsealed.org.
# 7. Lembre-se de que estamos lidando com símbolos. Os três tempos e meio são três
anos e meio. A palavra ‘tempos’ em Daniel 4 significa anos.

Apocalipse 13: Quatro Bestas


A besta representa o mesmo poder do chifre pequeno por três motivos.

1. Ela está no mesma posição de sequência que o chifre pequeno em Daniel 7.


2. Ela executa as mesmas atividades que o chifre pequeno.
3. Ela governa pelo mesmo período de tempo.

A mesma sequência de poderes. As bestas que aparecem estão em ordem inversa.

(Apocalipse 13:1-2) “E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta
que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre as
cabeças, um nome de blasfêmia. 2 E a besta que vi era semelhante ao [1] leopardo,
e os seus pés, como os de [2] urso, e a sua boca, como a de [3] leão; e o [4] dragão
deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”.

As mesmas ações: Faz guerra aos santos.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Apocalipse 13:7) “E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos e vencê-los; e deu-
se-lhe poder sobre cada tribo, e língua, e nação”.

As mesmas ações e período de tempo.

(Apocalipse 13:5) “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e
blasfêmias; e deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses”.

Fim do Terceiro Estágio: Cativeiro e Espada


O terceiro estágio termina quando a besta é ferida pela espada e levada ao cativeiro.

(Apocalipse 13:10) “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar
à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a paciência e a fé dos
santos”.

O que significa o cativeiro da besta?

Geralmente é explicado como o Papa Pio VI sendo levado cativo para a França em 1798,
onde morreu no exílio. Mas o significado é muito mais amplo. Lembre-se de que a besta
não representa nenhum Papa em particular, mas sim o sistema que governou por 1260
anos, de 538-1798 DC. Todo o sistema foi levado cativo e lançado na prisão em 1798. Em
breve teremos mais a dizer sobre isso.

O que é representado pela espada que deu a ferida mortal à besta e qual é o significado
da ferida mortal? Vamos falar primeiro de tudo sobre a espada. A Bíblia descreve duas
espadas. O primeiro é a palavra de Deus.

Deus deu à igreja uma espada, a palavra de Deus. Esta não é a espada que deu à besta
sua ferida mortal.

(Efésios 6:17) “Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é


a palavra de Deus”.

Nota: Esta não pode ser a espada que feriu a besta porque o papado não usou a Bíblia
para matar os santos. A própria espada que o papado usou para perseguir os santos foi
usada para dar a ferida mortal. Devemos lembrar que os símbolos nem sempre significam
a mesma coisa - o contexto deve ser levado em consideração.

A espada representa a autoridade do poder civil para punir violações da lei civil:

(Romanos 13:1-4) “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não
há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas
por Deus. 2 Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os
que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. 3 Porque os magistrados não
são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a
autoridade? Faze o bem e terás louvor dela. 4 Porque ela é ministro de Deus para

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 301 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é
ministro de Deus e vingador para castigar o que faz mal”.

Nota: A ferida mortal não significa que a igreja Católica Romana fechou suas portas em
1798 e deixou de funcionar como igreja. O fato é que, depois que o Papa Pio VI foi
deposto, a Igreja Católica Romana, como igreja, continuou a funcionar. Os fiéis
continuaram batizando seus filhos, assistindo à missa e confessando seus pecados ao
sacerdote. O que foi tirado do papado foi o poder de usar a espada civil para perseguir,
como fazia no passado.

Embora o papado tenha permissão para usar a espada do poder civil para impor suas
doutrinas e práticas, ele está livre e vivo. Mas quando perde a capacidade de usar a
espada civil, está ferido e amarrado.

O melhor paralelo para isso é encontrado no próprio livro do Apocalipse. Antes da


segunda vinda de Jesus, Satanás está vivo e livre para usar os poderes civis do mundo
para perseguir os fiéis. Mas quando Jesus voltar, todos os reis da terra não estarão mais
vivos para apoiar Satanás, então Satanás estará ferido e amarrado. Após o milênio, os reis
ressuscitam e Satanás é libertado de sua prisão e ficará vivo e livre para tentar tomar a
cidade santa.

O cardeal Henry Edward Manning descreveu muito bem o que aconteceu quando os
bárbaros destruíram o Império Romano:

“Agora, o abandono de Roma foi à libertação dos pontífices. Quaisquer que sejam
as reivindicações de obediência que os imperadores possam ter feito, e quaisquer
que sejam as concordâncias que o pontífice tenha concedido, toda a relação
anterior, anômala e anulada repetidas vezes pelos vícios e ultrajes dos
imperadores, foi finalmente dissolvida por um poder superior. A providência de
Deus permitiu uma sucessão de irrupções, góticas, lombardas e húngaras, para
desolar a Itália e apagar dela todos os remanescentes do império. Os pontífices se
viram sozinhos, as únicas fontes de ordem, paz, lei e segurança. E desde a hora
desta libertação providencial, quando, por uma intervenção divina, as correntes
caíram das mãos do sucessor de São Pedro, como uma vez antes das suas, nenhum
soberano jamais reinou em Roma, exceto o Vigário de Jesus Cristo." (MANNING,
Henry Edward. O Poder Temporal do Vigário de Jesus Cristo, Prefácio, p. Xxviii, xxix.
Londres: Burns e Lambert, 1862).

“Ele [o papado] esperou até o momento em que Deus quebrasse suas amarras e o
libertasse da sujeição aos poderes civis e o entronizasse na posse de uma
soberania temporal própria.” (MANNING, Henry Edward. O Poder Temporal do
Vigário de Jesus Cristo, Prefácio, p. 11-13. Londres: Burns e Lambert, 1862).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O Quarto Estágio: A Ferida é Curada
Após governar por 1260 anos, o papado recebeu uma ferida mortal e foi levado ao
cativeiro, quando o governo Francês tirou a espada do poder civil das mãos do papado.
Mas a profecia afirma que a ferida seria curada e o papado será liberto de seu cativeiro
para exercer seu poder global novamente. O mundo inteiro seguirá após a besta.

(Apocalipse 13:3) “E vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga
mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta”.

A Besta que emerge da Terra Cura a Ferida


Versículo Introdutório: Levanta quando a primeira besta é ferida e levanta mais a oeste
em um lugar diferente.

(Apocalipse 13:11) “E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres


semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão”.

• Surge quando a primeira besta recebe sua ferida mortal.


• Surge em um lugar diferente das primeiras quatro bestas.
• Tem que ser uma superpotência política porque levará o mundo inteiro a adorar a
primeira besta.
• Tem que ser uma superpotência econômica porque será capaz de proibir comprar
e vender.
• Será uma potência militar global porque fará cumprir um decreto global de morte
contra aqueles que não adorarem a primeira besta.
• É contemporâneo da primeira besta, mas é mais jovem. Ele não luta contra a besta
anterior para ganhar poder, mas vai acabar ajudando a primeira besta a recuperar
seu poder.

Exerce toda a autoridade da primeira besta em seu nome e faz com que todos adorem a
primeira besta.

(Apocalipse 13:12) “E [1] exerce todo o poder [autoridade] da primeira besta [2]
na sua presença e faz que a terra e os que nela habitam [3] adorem a primeira
besta, cuja ferida mortal foi curada”.

Faz uma imagem à primeira besta. Será um reflexo da primeira besta, uma união de igreja
e estado.

(Apocalipse 13:14) "E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi
permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que
[4] fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida de espada e vivia".

Irá obrigar a marca da besta.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 303 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Apocalipse 13:16) "E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e
servos, [5] lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa”.

Os Dois Chifres como de um Cordeiro


O paralelo mais próximo com a besta que tem dois chifres como um cordeiro é
encontrado em Daniel 8: 3, um carneiro com dois chifres.

(Daniel 8:3) “E levantei os meus olhos e vi, e eis que um carneiro estava diante do
rio, o qual tinha duas pontas [dois chifres]; e as duas pontas [dois chifres] eram
altas; mas um era mais alta do que a outra; e a mais alta subiu por último”.

Os dois reinos em uma nação são os Medos e os Persas.

(Daniel 8:20) “Aquele carneiro que viste com duas pontas [dois chifres] são os reis
da Média e da Pérsia.”

Quais são os dois reinos que Jesus, o Cordeiro, reconheceu?

(Mateus 22:19-21) “Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um


dinheiro [denário]. 20 E Ele disse-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição? 21
Disseram-lhe eles: De César. Então, Ele lhes disse: Dai, pois, a César o que é de
César e a Deus , o que é de Deus”.

Jesus rejeitou os reinos deste mundo.

(Mateus 4:8-10) “Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e


mostrou-Lhe todos os reinos do mundo [mesma expressão de João 18:36] e a
glória deles. 9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10 Então,
disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás
e só a ele servirás".

Jesus reconheceu dois reinos separados em uma nação. Pilatos reconheceu o mesmo
quando disse aos judeus que julgassem Jesus de acordo com sua lei.

(João 18:36) “Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino
fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos
judeus; mas agora, o meu Reino não é daqui”.

Jesus chamou Seu reino de "o reino dos céus" ou "reino da igreja". Ele nunca apelou ao
estado Romano para ajudá-lo na pregação de Sua mensagem.

Ele repreendeu Tiago e João quando desejaram destruir as aldeias Samaritanas que se
recusaram a permitir que Jesus passasse por elas.

Ele se recusou a ser feito rei depois de alimentar 5.000 pessoas.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ele repreendeu severamente Pedro por usar sua espada para defender Jesus quando o
guarda do templo veio prendê-lo. Jesus não veio para assumir as rédeas do estado, Ele
veio para implantar os princípios do Seu reino no coração humano:

Jesus não veio para assumir as rédeas do poder civil.

(Lucas 17:20-21) “E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o Reino
de Deus, respondeu-lhe e disse: O Reino de Deus não vem com aparência exterior
[com uma exibição externa de poder]. 21 Nem dirão: Ei-lo ali! Porque eis que o
Reino de Deus está dentro de vós".

Então, claramente, Jesus, o Cordeiro, reconheceu a existência de dois reinos, separados


um do outro. Assim, os dois chifres semelhantes a cordeiros na cabeça da besta terrestre
representam dois reinos em uma nação. Você poderia dizer: os Estados Unidos são
certamente uma nação, mas eles têm dois reinos?

Pais Constitucionais e a Bíblia


Embora os Pais Fundadores não frequentassem a igreja, eles conheciam bem a Bíblia e a
história.

1. Eles tinham grande admiração por Cristo e sabiam tudo sobre Seu julgamento,
sentença e execução por uma união da Igreja Judaica apóstata com o Estado
Romano.
2. Eles também estavam bem cientes da perseguição que caiu sobre a igreja
apostólica nas mãos do Estado Romano, por instigação da Igreja Judaica apóstata.
3. Eles sabiam como o papado perseguia aqueles que discordavam de suas doutrinas
e práticas.
4. Eles sabiam tudo sobre o período Colonial, onde pessoas que não eram membros
da religião estabelecida foram privadas de sua liberdade civil e religiosa.

Os Documentos de Fundação
Os documentos que fundaram os Estados Unidos são realmente notáveis. Pouco antes de
1798, em 1776, a Declaração de Independência afirmava que todos os homens são
criados iguais e que têm certos direitos inalienáveis, entre os quais a vida, a liberdade e a
busca da felicidade.

Em 1787 foi ratificada a Constituição dos Estados Unidos que estabelecia um governo do
povo, pelo povo e para o povo.

E em 1791 a Declaração de Direitos (as primeiras Dez Emendas à Constituição) foi


ratificada, que garante as liberdades religiosas e civis.

Todos esses documentos foram ratificados imediatamente antes de o papado receber sua
ferida mortal em 1798. Assim como a profecia predisse, Deus, em Sua providência, estava

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 305 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
preparando a próxima superpotência mundial para aparecer no palco, mesmo quando o
poder anterior estava prestes a ser mortalmente ferido.

Um exame dos escritos dos pais constitucionais revela que eles acreditavam firmemente
na existência de dois reinos nos Estados Unidos que permaneceriam separados para
sempre. De acordo com a visão deles, a igreja deveria usar a espada espiritual do Espírito
para persuadir por meio da pregação da Palavra, enquanto o estado deveria usar a espada
material para preservar a ordem civil.

A nova nação foi estabelecida com base em dois grandes princípios:

• Republicanismo (governo civil representativo com a espada civil).


• Protestantismo (governo religioso representativo com a espada religiosa).

Durante a Idade Média, todas as questões civis eram decididas e impostas pelo rei e todas
as questões religiosas eram decididas e executadas pelo Papa. O poder fluiu de cima para
baixo. Quando o rei falava em questões civis e o Papa falava em questões religiosas,
esperava-se simplesmente que o povo obedecesse sem questionar.

Os pais constitucionais estabeleceram um sistema revolucionário de governo que fluía de


baixo para cima - um governo do povo, pelo povo e para o povo, no qual os cidadãos
gozariam de plena liberdade civil e religiosa.

A ideia fundamental por trás desse conceito era a de dois reinos em uma nação, cada um
com sua própria espada e separados um do outro. Esta foi uma das experiências mais
revolucionárias da história do mundo. Ellen White, que nasceu apenas 29 anos após a
ferida mortal, escreveu:

“Os fundadores da nação procuraram sabiamente prevenir o emprego do poder


secular por parte da igreja, com seu inevitável resultado — intolerância e
perseguição.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A imutável Lei
de Deus, p. 385).

Desta forma, os pais fundadores rejeitaram a visão Católica Romana de que é legítimo
para a igreja usar o poder do estado para fazer cumprir suas crenças e práticas. Em vez
disso, os Pais Fundadores estabeleceram um governo que retornou à visão de igreja e
estado que caracterizou Jesus e a igreja primitiva, que separou igreja e estado e garantiu a
liberdade de adorar a Deus de acordo com os ditames da consciência.

Vamos dar uma olhada em várias declarações dos escritos dos Fundadores da Nação:

George Washington
George Washington, que presidiu a Convenção Constitucional que ratificou a Constituição
afirmou:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Se eu pudesse ter alimentado a menor apreensão de que a Constituição moldada
pela convenção onde tive a honra de presidir pudesse colocar em risco os direitos
religiosos de qualquer sociedade eclesiástica, certamente nunca teria colocado
minha assinatura nela; e se agora eu pudesse conceber que o governo geral
poderia ser administrado de forma a tornar a liberdade de consciência insegura,
imploro que sejais persuadidos de que ninguém seria mais zeloso do que eu para
estabelecer barreiras eficazes contra os horrores da tirania espiritual e todas as
espécies de perseguição religiosa. Pois, sem dúvida você se lembra, muitas vezes
expressei meus sentimentos de que qualquer homem, conduzindo-se como um bom
cidadão e sendo apenas responsável perante Deus por suas opiniões religiosas,
deve ser protegido ao adorar a Deidade de acordo com os ditames de sua própria
consciência.” (WASHINGTON, George - para a Delegação Batista, 08 de agosto de
1789).

Benjamin Franklin

“Quando a religião é boa, imagino que ela se sustentará; e quando não se


sustenta, e Deus não cuida de sustentá-la, de modo que seus professores são
obrigados a pedir a ajuda dos poderes civis, é um sinal, creio eu, de que é má.”
(GOLDSTEIN, Clifford (1998). O Dia do Dragão, p. 77).

Thomas Jefferson
Tive o privilégio de visitar o Monumento a Jefferson em Washington D. C. várias vezes.
Gravadas no monumento estão as seguintes palavras:

“O Deus Todo-Poderoso criou a mente livre. Todas as tentativas de influenciá-lo


por meio de punições temporais ou encargos... são um desvio do plano do Santo
Autor de nossa religião. . . Nenhum homem será compelido a frequentar ou apoiar
qualquer culto religioso ou ministério ou sofrer por causa de suas opiniões ou
crenças religiosas, mas todos os homens deverão ser livres para professar e
defender suas opiniões em questões de religião. Eu conheço apenas um código de
moralidade para os homens, agindo individualmente ou coletivamente. ”

Jefferson escreveu uma vez:

“Os poderes legítimos do governo se estendem a atos que sejam prejudiciais a


terceiros. Não me prejudica o meu vizinho dizer que existem vinte deuses, ou
nenhum deus. Não bate no meu bolso nem quebra a minha perna.” (Thomas
Jefferson, Writings, p. 285).

Jefferson escreveu em 1782:

“Só o erro precisa do apoio do governo. A verdade pode se manter por ela
mesma." (JEFFERSON, Thomas (1782). Notes on Virginia, 1782; de George Seldes,
ed., The Great Quotations, Secaucus, New Jersey: Citadel Press, 1983, p. 363).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 307 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Observe como Jefferson alertou contra o clero usando o poder do estado para fazer
cumprir a religião:

“O clero, ao se estabelecer por lei e ser enxertado na máquina do governo, tem


sido um motor formidável contra os direitos civis e religiosos do homem.” (Carta a
J. Moor, 1800).

“A história, acredito, não fornece nenhum exemplo de um povo dominado por


padres mantendo um governo civil livre.” (Carta para von Humboldt, 1813).

“Em todos os países e em todas as épocas, o sacerdote foi hostil à liberdade. Ele
está sempre em aliança com o déspota, encorajando seus abusos em troca de
proteção para os seus.” (Carta para H. Spafford, 1814).

Associação Batista de Danbury


Em uma carta endereçada à Associação Batista de Danbury em 1802, Thomas Jefferson
expressou seu entendimento das duas primeiras cláusulas da primeira emenda usando a
metáfora da parede que ele provavelmente emprestou de Roger Williams:

“Acreditar como vocês [os batistas de Danbury] que a religião é uma questão que
cabe exclusivamente ao homem e seu Deus, que ele não deve contas a ninguém por
sua fé ou adoração, que os poderes legítimos do governo alcançam apenas ações,
e não opiniões, Eu contemplo com reverência soberana aquele ato de todo o povo
americano que declarou que sua legislatura ‘não deveria fazer nenhuma lei a
respeito do estabelecimento da religião, ou proibindo o seu livre exercício’,
construindo assim um muro de separação entre a Igreja e o Estado.”

Notemos que a terceira cláusula da primeira emenda garante plenos direitos civis -
liberdade de expressão, liberdade de imprensa, liberdade de reunião e liberdade de
petição ao governo para reparação de queixas.

Declarações de James Madison


James Madison, que é chamado de ‘Pai da Constituição’, expressou sua opinião sobre a
relação entre religião e governo:

“Não há sombra de direito no governo geral de interferir na religião. Sua menor


interferência com ela [religião] seria uma usurpação flagrante. Posso apelar para a
minha conduta uniforme neste assunto, pois tenho apoiado calorosamente a
liberdade religiosa.”

Madison afirmou em 1822 que os Estados Unidos estavam ensinando ao mundo duas
verdades mais importantes:

“Estamos ensinando ao mundo a grande verdade de que os Governos se dão


melhor sem Reis e Nobres do que com eles [republicanismo]. O mérito será

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
dobrado pela outra lição de que a religião floresce em maior pureza, sem do que
com a ajuda do governo [Protestantismo]”. [James Madison, Carta para Edward
Livingston, 10 de julho de 1822 The Writings of James Madison, Gaillard Hunt].

Às vezes, quando estou dando uma palestra sobre esse assunto, faço a seguinte pergunta:
A quantos reinos os Cristãos pertencem? Eles realmente pertencem a dois.

O fato é que os cristãos são cidadãos de dois reinos no mesmo país. Somos cidadãos dos
Estados Unidos por nascimento e somos cidadãos do reino celestial pelo novo
nascimento. Temos um passaporte terrestre que identifica nosso país terreno de origem
e temos um passaporte celestial, o sangue do Cordeiro, que nos identifica como cidadãos
do reino celestial de Cristo, a igreja.

John Adams e o Tratado de Tripoli


Em 10 de junho de 1797, um ano antes de a ferida mortal ser dada ao papado Católico
Romano, o presidente John Adams sancionou o Tratado de Trípoli que afirmava
inequivocamente:

“O governo dos Estados Unidos não se baseia em nenhum sentido na religião


cristã”.

Alguns ficaram incomodados com a redação desse tratado, argumentando fortemente


que os Estados Unidos foram fundados na religião cristã. No entanto, se os pais
constitucionais tivessem fundado os Estados Unidos sobre a religião cristã, isso teria sido
um estabelecimento de religião que é inconstitucional! Os Estados Unidos não são uma
Nação Cristã; é uma nação de Cristãos.

Notavelmente, o presidente Adams enviou este tratado ao Senado em maio de 1797,


onde foi lido em voz alta para todos os senadores presentes e cópias impressas também
foram entregues a cada senador. A votação para ratificar o tratado foi unânime!
Notavelmente, o tratado foi impresso na íntegra em vários jornais da Filadélfia e da
cidade de Nova York e não houve nem mesmo um gemido de protesto do público em
geral. Nenhum dos senadores pagou um preço alto pela assinatura do tratado.

A Primeira Emenda
Frequentemente, ativistas cristãos também dirão que a separação entre Igreja e Estado
não aparece em parte alguma da Constituição. Isso é verdade se quisermos dizer que a
expressão atual: “separação entre igreja e estado” não está na Constituição. Embora a
expressão específica não seja encontrada na Constituição, o conceito está claro e
explicitamente contido na Primeira Emenda à Constituição:

“O Congresso não fará nenhuma lei com relação ao estabelecimento da religião


[cláusula # 1], ou proibindo o seu livre exercício [cláusula # 2]; ou restringir a
liberdade de expressão ou de imprensa; ou o direito do povo de se reunir

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 309 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
pacificamente e de fazer uma petição ao Governo para a reparação de queixas
[cláusula # 3]”.

Observe que a intenção da Primeira Emenda não é proibir o estabelecimento de uma


igreja ou uma religião além de outra igreja ou religião. A palavra "religião" na Primeira
Emenda não é precedida por um artigo definido ou indefinido.

Claramente, a Primeira Emenda proíbe o Congresso de elaborar leis que tenham qualquer
relação com religião, ponto final. Nesse sentido, a Constituição contém claramente o
conceito de separação entre igreja e estado porque o estado está proibido de fazer leis
que estabeleçam a religião ou proíbam seu livre exercício. Assim, o estado não pode ter
nada a ver com a religião, exceto para proteger o direito de todos de praticá-la livremente
de acordo com os ditames de sua própria consciência.

Notavelmente, a terceira cláusula da Primeira Emenda garante plenos direitos civis.


Assim, a Primeira Emenda contém a ideia de plena liberdade civil e religiosa!

A Suprema Corte
Parece absurdo que os Estados Unidos possam escrever em lei uma lei dominical e uma
lei anti-sábado, especialmente à luz do fato de que a Primeira Emenda proíbe
estritamente o congresso de fazer qualquer lei que estabeleça a religião e proíba o seu
livre exercício. Como isso pôde acontecer? A resposta é encontrada em nosso sistema de
governo. Nosso governo é composto por três ramos:

• Legislativo: Escreve as leis


• Executivo: Faz cumprir as leis
• Judiciário: Interpreta as leis

O mais poderoso ramo do governo é o judiciário, principalmente a Suprema Corte. Este


tribunal tem nove juízes e é sua função determinar se uma lei é constitucional. Como uma
besta, com chifres de cordeiro, falará como um dragão?

• A composição da Suprema Corte: Seis Católicos Romanos.


• A eleição de 2000.
• A Suprema Corte em 26 de junho de 2015 legalizou o casamento gay em nível
federal e não há tribunal de apelação.
• O fato de haver 06 Católicos Romanos na Corte.
• Como as leis inconstitucionais serão declaradas constitucionais e vice-versa.
• Daniel 3 e 6 como ilustração.

Adoração, Sinal e Autoridade


O [1] primeiro anjo ordena a verdadeira [2] adoração ao criador cujo [3] sinal é o Sábado:

Ordena a adoração ao Criador, cujo sinal de lealdade é o Sábado.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Apocalipse 14:6-7) “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho
eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e
língua, e povo, 7 dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque
vinda é a hora do Seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as
fontes das águas.” [uma referência à criação e ao quarto mandamento].

Por outro lado, a [1] besta ordena [2] a falsa adoração cujo sinal é a [3] mudança na lei.
Portanto, no cerne do conflito final está a questão da autoridade.

Advertência contra adorar a besta que identificamos como o papado e receber sua marca,
um sinal de fidelidade a ele.

(Apocalipse 14:9-11) “E os seguiu o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se


alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, 10
também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no
cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e
diante do Cordeiro. 11 E a fumaça de seu tormento sobe para todo o sempre; e não
têm repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e
aquele que receber o sinal do seu nome".

Reivindicações ao Poder Divino


Os Católicos Romanos podem dizer que o papado não reivindica ser Deus ou exige
adoração e, portanto, a mensagem do terceiro anjo não se aplica a ele. No entanto,
existem várias indicações claras de que o papado reivindica as prerrogativas de Deus. Se
o papado afirma exercer as prerrogativas de Deus, está afirmando ser Deus!

• II Tessalonicenses 2:3-4: O papado assenta-se no templo de Deus afirmando ser


Deus.
• O Papa Leão XIII afirmou em uma Carta Encíclica de 20 de junho de 1894: “Temos
sobre esta terra o lugar de Deus Todo-Poderoso”. (As Grandes Cartas Encíclicas de
Leão XIII, p. 304).
• Seu líder é chamado de 'santo pai' quando Jesus nos proibiu de chamar qualquer
homem na terra de nosso Pai (Mateus 23:9).
• Desde tempos imemoriais, os papas permitem que indivíduos se curvem diante
deles, a ponto de beijar seu anel e seus pés! Em contraste, Pedro recusou-se a
permitir que Cornélio se curvasse diante dele (Atos 10:25-26).
• O papado afirma ter o poder de perdoar pecados.
• O papado afirma que tinha autoridade para mudar o dia de adoração do Sábado
para o Domingo.
• No Concílio Vaticano I em 1870, o dogma da infalibilidade papal foi proclamado.
• O papado alegou ter poder para estabelecer reis e removê-los.
• Os papas afirmam que podem julgar todos, mas não podem ser julgados por
ninguém.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 311 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
• O papado afirma ter o poder de criar o Criador no sacrifício da Missa:
“Assim, o sacerdote pode, de certa forma, ser chamado o criador de seu Criador,
pois ao dizer as palavras da consagração, ele cria, por assim dizer, Jesus no
sacramento, dando-lhe uma existência sacramental, e o produz como uma vítima
para ser oferecida ao Pai eterno. Como na criação do mundo, foi suficiente para
Deus ter dito, Seja feito, e foi criado - Ele falou, e eles foram feitos - então é
suficiente para o sacerdote dizer, 'Hoc est corpus meum', e eis que o pão não é
mais pão, mas o corpo de Jesus Cristo. ‘O poder do padre’, diz São Bernardino de
Sienna, ‘é o poder da pessoa divina; pois a transubstanciação do pão requer tanto
poder quanto a criação do mundo”. (Santo Afonso de Ligório, Dignidade e Deveres
do Sacerdote ou Selva, pp. 33-34).

Assim, qual é a Sequência de Poderes?


Onde estamos agora no curso da história profética? Estamos em um período de trégua da
perseguição pouco antes do penúltimo estágio:

• Babylon (605-539 AC)


• Medos e Persas (539-331 AC)
• Grécia (331-168 AC)
• Império Romano (168 AC – 476 DC)
• Império Romano dividido (476-538 DC)
• Roma Papal governa por 1260 anos (538-1798 DC)
• Ferida mortal pela França (1798 DC)
• A ascensão da besta com chifres como de um cordeiro (1798 DC)
• ESTAMOS AQUI: Um período de trégua de perseguição (nos últimos 200 anos)
• O último evento do drama: A BESTA DA TERRA RETORNA O PODER À BESTA DO
MAR.

Estamos no Período da Ferida Mortal


O erudito jesuíta Malachi Martin declarou em 1986:

“[Por] mil e quinhentos anos e mais, Roma manteve uma mão tão forte quanto
possível em cada comunidade local em todo o mundo. Em geral, e admitindo
algumas exceções, essa tinha sido a visão romana até que duzentos anos de
inatividade foram impostos ao papado pelos principais poderes seculares do
mundo.” (Citado em Christianity Today (21 de novembro de 1986), p. 26).

Esta é uma declaração extraordinária. Se retrocedermos 200 anos no tempo a partir de


1986, chegaremos à época da Revolução Francesa e à ferida mortal quando a França tirou
o poder da espada do papado. Assim, Martin está admitindo que o papado esteve inativo
nos últimos 200 anos porque os governos seculares não deram a ela o poder da espada.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
A Cura da Ferida
Mas Ellen G. White, que escreveu cem anos antes de Martin, previu que as restrições
agora impostas pelos governos seculares do mundo serão removidas e o papado
recuperará a espada civil:

“Removam-se as restrições ora impostas pelos governos seculares, reintegre-se


Roma ao poderio anterior, e de pronto ressurgirá a tirania e perseguição.” (WHITE,
Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 491-492).

A ferida será curada quando a besta com chifres de cordeiro (os Estados Unidos) ajudar a
primeira besta a recuperar seu poder. Dizem que, naquela época, todos os países do
globo seguirão o exemplo dos Estados Unidos:

“Quando os Estados Unidos, o país da liberdade religiosa, se aliar com o papado, a


fim de dominar as consciências e obrigar os homens a reverenciar o falso sábado,
os povos de todos os demais países do mundo hão de ser induzidos a imitar-lhe o
exemplo.” (WHITE, Ellen G. (2004). Testemunhos para a Igreja – volume #6,
Capítulo: A obra para o tempo atual, p. 23-24).

Agora mesmo, estamos no final da cadeia profética - o momento em que a ferida mortal
será curada! E há sinais claros de que os Estados Unidos estão se aproximando do
papado.

Um Cenário Preocupante
Eu estava na Filadélfia para a recente visita do papa aos Estados Unidos. Um milhão de
almas de todas as religiões e de todos os países do globo fizeram grandes sacrifícios
financeiros para vir vê-lo e ouvi-lo.

A relação entre o papado e o governo dos Estados Unidos está cada vez mais próxima. Da
[1] Santa Aliança entre os Estados Unidos e o Vaticano para derrubar a União Soviética, ao
Papa [2] ajudando o presidente Obama a estabelecer relações diplomáticas com Cuba, ao
discursar em uma [3] sessão conjunta do Congresso, ao Papa visitando a [4] Casa Branca
para discutir questões políticas. Isso deveria nos preocupar? Onde estão as vozes para dar
o alarme?

Os Protestantes Acabaram
Infelizmente, hoje a maioria dos cristãos está olhando para o Oriente Médio para o
cumprimento da profecia Bíblica e, portanto, os poderes que desempenharão um papel
no cumprimento da profecia estão escondidos da vista e praticamente todas as nações se
maravilham após o papado.

Grandes líderes protestantes fizeram fila para ir ao Vaticano: Tony Palmer, Joel Osteen,
James Robison, Rick Warren e Kenneth Copland.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 313 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Fulton Sheen
Pense sobre o que aconteceu na Filadélfia e, em seguida, leia os seguintes dois versos e
uma observação do Arcebispo Fulton Sheen:

O mundo mais odeia do que ama aqueles que são fiéis.

(João 17:14) “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do
mundo, assim como eu não sou do mundo”.

(Apocalipse 13:3) “E vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga
mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta”.

Na década de 1950, os protestantes nos Estados Unidos suspeitavam muito do papado


Católico Romano e não gostavam dele.

Em 1955 (60 anos atrás) Fulton Sheen, apologista e pioneiro da rádio e televisão do
Catolicismo Romano, veio ao ar com a seguinte mensagem:

“Se eu não fosse católico e procurasse a verdadeira Igreja no mundo de hoje, eu


procuraria a única Igreja que não se dava bem com o mundo; em outras palavras,
procuraria a Igreja que o mundo odiava. Minha razão para fazer isso seria: se
Cristo está em qualquer uma das igrejas do mundo hoje, Ele deve ser odiado como
era quando estava na terra na carne. Se você quer encontrar Cristo hoje, então
encontre a Igreja que não se dá bem com o mundo. Procure a Igreja que é odiada
pelo mundo como Cristo foi odiado pelo mundo.” (Retirado de Radio Replies, Vol. 1,
p IX, Rumble & Carty, Tan Publishing).

O papado não é mais odiado, então devemos perguntar: É o sistema papal agora uma
igreja falsificada porque é amado? Diria ele o mesmo hoje ou diria que a igreja mais
popular e amada no mundo é a igreja verdadeira?

Por que existimos?


“Em sentido especial foram os adventistas do sétimo dia postos no mundo como
vigias e portadores de luz. A eles foi confiada a última mensagem de advertência a
um mundo a perecer. Sobre eles incidiu a maravilhosa luz da Palavra de Deus.
Foram incumbidos de uma obra da mais solene importância: a proclamação da
primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Nenhuma obra há de tão
grande importância. Não devem eles permitir que nenhuma outra coisa lhes
absorva a atenção.” (WHITE, Ellen G. (2006). Testemunhos para a Igreja – volume
#9, Capítulo: Chamados para ser testemunhas, p. 22).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

Cristo e o Anticristo
Uma Falsa Impressão
A segunda vinda de Jesus:

(I Tessalonicenses 4:15-17) “Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que


nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que
dormem. 16 Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de
arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão
primeiro; 17 depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente
com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre
com o Senhor”.

A segunda vinda não é iminente.

(II Tessalonicenses 2:1-2) “Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda [parousia] de


nosso Senhor Jesus Cristo e pela nossa reunião com ele, 2 que não vos movais
facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito [visão],
quer por palavra [um relatório oral], quer por epístola, como de nós, como se o
Dia de Cristo estivesse já perto”.

A Apostasia
A ênfase na palavra ‘apostasia’.

(II Tessalonicenses 2:3) “Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque


[aquele dia – a parousia] não será assim sem que antes venha a apostasia
[observe que a palavra apostasia está precedido do artigo definido ‘a’,
significando uma apostasia específica] e se manifeste o homem do pecado, o filho
da perdição”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 315 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Nota: A apostasia deve ocorrer antes da 'Parousia' de Jesus. A palavra ‘apostasia’ é usada
no grego clássico para descrever um barco que não está bem ancorado no porto e está
lentamente se afastando. Um barco não pode se afastar do porto, a menos que esteja no
porto. Este versículo está se referindo a um afastamento do evangelho apostólico.

O Homem do Pecado
A ênfase está na expressão ‘homem do pecado’.

(II Tessalonicenses 2:3) “Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não
será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o
filho da perdição”.

O pecado é a transgressão da lei, assim o anticristo deve de alguma forma encorajar o


povo a pecar. Isso é ainda confirmado pelo fato de que a apostasia é chamada de “o
mistério da iniquidade”.

(I João 3:4) “Qualquer que pratica o pecado também pratica iniquidade, porque o
pecado é iniquidade”.

Lembra-se do chifre pequeno que surgiria com a fragmentação do Império Romano e


pensaria em mudar a Lei de Deus:

(Daniel 7:25) “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do


Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas
mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”.

O Homem do Pecado é Revelado.


A ênfase está na expressão ‘é revelado’ [ou manifestado]. O antônimo da palavra
“revelado” é “oculto”. O homem do pecado escondeu seu rosto até chegar a hora de ele
se revelar abertamente.

(II Tessalonicenses 2:3) “Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não
será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste [seja revelado] o
homem do pecado, o filho da perdição”.

O Filho da Perdição
A ênfase está na expressão ‘filho da perdição’.

(II Tessalonicenses 2:3) “Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não
será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o
filho da perdição”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Judas Iscariotes
Jesus referiu-se a Judas Iscariotes com o mesmo nome, então o caráter do anticristo deve
ter uma semelhança marcante com o caráter de Judas.

(João 17:12) “Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho
guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da
perdição, para que a Escritura se cumprisse”.

A Natureza do Anticristo
Existe uma confusão fundamental no mundo cristão sobre a natureza do anticristo. A
maioria dos Protestantes conservadores ensina que o anticristo será um indivíduo mau
que se assentará em um templo Judeu reconstruído por três anos e meio literais e
desafiará abertamente a Deus e blasfemará Seu nome.

• Praticamente todos os estudiosos da Bíblia concordam que o homem do pecado, o


chifre pequeno e a besta, todos representam o mesmo poder. Digno é de nota que
em Profecia uma besta representa um reino, não uma pessoa individual.
• A profecia nos diz que o chifre pequeno governaria por um período de 1260 anos.
É bastante óbvio que nenhum indivíduo viveu tanto tempo!
• O homem do pecado já existia nos dias do apóstolo Paulo, mas estava sendo
contido. Este mesmo homem do pecado será destruído pelo brilho da vinda de
Cristo. Não havia uma pessoa no planeta Terra que estava viva nos dias de Paulo e
ainda estará viva quando Jesus vier.
• A expressão "o homem do pecado" (masculino / singular) parece referir-se a um
indivíduo. No entanto, o singular masculino é usado em outros contextos para
uma sucessão de pessoas e não para indivíduos solitários. Por exemplo, em
Hebreus 9:7, a expressão "o sacerdote" (masculino / singular) descreve uma
sucessão de sacerdotes. Da mesma forma, em I Samuel 8:11, a expressão "o rei"
(masculino / singular) é usada para uma sucessão de reis. Finalmente, II Timóteo
3:17 usa a expressão "o homem de Deus" para descrever todos os cristãos de
todos os tempos.

As Escrituras ensinam que o anticristo será um sistema político / religioso possuindo as


mesmas qualidades de caráter de Judas. Ele será ambicioso, cobiçoso e desejoso de um
reino terreno. Enquanto professa abertamente lealdade a Cristo, o anticristo trabalhará
secretamente para traí-Lo.

Dave Hunt capturou bem o caráter do anticristo:

“Embora o prefixo grego ‘anti’ geralmente signifique ‘contra’ ou ‘oposto a’,


também pode significar ‘no lugar de’ ou ‘um substituto para’. O Anticristo
incorporará ambos os significados. Ele se oporá a Cristo enquanto finge ser Cristo.
Em vez de um ataque frontal contra o Cristianismo, o maligno perverterá a igreja

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 317 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
por dentro, colocando-se como seu fundador. Ele astuciosamente representará
falsamente a Cristo enquanto finge ser o Cristo. E é aqui que a trama se complica.
Se o Anticristo realmente fingirá ser o Cristo, então seus seguidores devem ser
‘Cristãos’!” (HUNT, Dave (2010). Global Peace and the Rise of Antichrist, p. 7-8).

A palavra grega antichristos tem o mesmo significado básico, assim como Vicarius Filii Dei
em latim. A maioria das pessoas assume que a palavra anticristo significa "aquele que é
contra Cristo". É verdade que em grego a preposição “anti” pode significar "contra"
quando é usada com um verbo. Mas é igualmente verdade que esta preposição, quando
usada como um prefixo para um substantivo, significa “em vez de” ou “no lugar de”. No
grego clássico, por exemplo, a palavra antibasileus significa “aquele que ocupa o lugar de o
rei”. No Novo Testamento, o nome Herodes Antipas significa que Herodes governou "no
lugar de seu pai". (Apocalipse 2:13) A palavra antítipo significa "aquilo que toma o lugar
do tipo". Cristo é falado de ter dado Sua vida como resgate no lugar de (antilutron) todos
(I Timóteo 2:6). Assim, a palavra antichristos em Grego e Vicarius Filii Dei em Latim têm
um significado muito semelhante!

Portanto, o anticristo não será um indivíduo ateu e blasfemo atacando abertamente o


Cristianismo, mas sim um sistema que reivindicará agir no lugar e no nome de Cristo.
Lembremos-nos da estratégia que caracterizou o Papa Jesuíta Francisco I durante seu
pontificado:

“Quando apareciam como membros de sua ordem, ostentavam santidade,


visitando prisões e hospitais, cuidando dos doentes e pobres, professando haver
renunciado ao mundo, e levando o nome sagrado de Jesus, que andou fazendo o
bem. Mas sob esse irrepreensível exterior, ocultavam-se frequentemente os mais
criminosos e mortais propósitos.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito,
Capítulo: Os nobres da França, p. 203).

A melhor descrição do caráter do papado que já li está no livro O Grande Conflito:

“Faz parte de sua política assumir o caráter que melhor cumpra o seu propósito;
mas sob a aparência variável do camaleão, oculta o invariável veneno da
serpente.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça a
consciência, p. 498).

Vamos examinar as qualidades de caráter de Judas Iscariotes:

Um Administrador Astuto
Os evangelhos retratam Judas como um político astuto e um empresário perspicaz que
ansiava pelo elogio do mundo. Ele carregou a bolsa de dinheiro. Ellen White descreve essa
qualidade:

“Ele tinha estado mais em contato com o mundo do que eles; era um homem de
boas maneiras, de discernimento e habilidade para dirigir e, fazendo uma alta

Página 318 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
apreciação de suas próprias qualidades, levara os discípulos a terem-no na mesma
conta. Mas os métodos que ele desejava introduzir na obra de Cristo baseavam-se
em princípios mundanos e eram dirigidos por mundanos expedientes.” (WHITE,
Ellen G. (2008). Educação, Capítulo: Uma ilustração de seus métodos, p. 74).

“Mas Judas era um especulador. Ele pensava que poderia administrar as finanças
da igreja e, com sua agilidade nos negócios, obter lucros. Ele estava dividido de
coração. Ele amava o louvor do mundo. Ele se recusou a desistir do mundo por
Cristo. Ele nunca confiou seus interesses eternos a Cristo. Ele tinha uma religião
superficial e, portanto, especulou sobre seu Mestre e o traiu aos sacerdotes,
estando totalmente persuadido de que Cristo não se permitiria ser preso. Judas foi
uma fraude religiosa. Ele manteve um alto padrão para os outros, mas ele mesmo
falhou totalmente em alcançar o padrão da Bíblia. Ele não trouxe a religião de
Cristo para sua vida.” (WHITE, Ellen G. (2013). Comentário Bíblico Adventista do
Sétimo Dia – volume #5, p. 1101, 1102).

“Assim passava Judas em revista todos os discípulos, e lisonjeava-se de que a igreja


se veria muitas vezes em perplexidades e apuros, não fora sua habilidade como
administrador. Considerava-se o capaz, o inexcedível. Em sua própria estima era
uma honra para a causa, e como tal se apresentava sempre.” (WHITE, Ellen G.
(2007). O Desejado de Todas as Nações, Capítulo: Judas, p. 628).

Judas Cobiçou um Reino Terreno


O forte desejo de Judas era que Jesus estabelecesse um reino terreno. Ao contrário do
que muitos pensam Judas não libertou Jesus para que morresse. Ele traiu Jesus na
esperança de que se entregaria e estabeleceria um reino terreno.

“Judas foi o primeiro a aproveitar-se do entusiasmo despertado pelo milagre dos


pães. Foi ele que arquitetou o plano de apoderar-se de Cristo à força e fazê-Lo rei.
Altas eram suas esperanças. Amarga sua decepção.” (WHITE, Ellen G. (2007). O
Desejado de Todas as Nações, Capítulo: Judas, p. 629).

Quando Jesus alimentou os cinco mil, foi Judas quem encorajou a multidão a levar Jesus à
força para torná-lo rei. Mas Jesus não queria nada disso:

(João 6:15) “Sabendo, pois, Jesus que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem
rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte.”

(João 6:64, 70-71) “Mas há alguns de vós que não crêem. Porque bem sabia Jesus,
desde o princípio, quem eram os que não criam e quem era o que o havia de
entregar. 70 Respondeu-lhes Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um
diabo. 71 E isso dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão, porque este o havia de
entregar, sendo um dos doze.”

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 319 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
"Não obstante os próprios ensinos do Salvador, Judas estava continuamente
fomentando a idéia de que Ele havia de governar como Rei em Jerusalém. Na
alimentação dos cinco mil, procurou promover isso. Nessa ocasião Judas ajudou na
distribuição do alimento à multidão faminta... Foi ele que arquitetou o plano de
apoderar-se de Cristo à força e fazê-Lo rei. Altas eram suas esperanças. Amarga
sua decepção." (WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado de Todas as Nações, Capítulo:
Judas, p. 629).

Quando Jesus lavou os pés dos discípulos, foi à gota d´água para Judas:

“Judas escandalizou-se então com o ato de Cristo, de lavar os pés dos discípulos. Se
Jesus assim Se humilhava, pensou, não podia ser o Rei de Israel. Estava destruída
toda esperança de honra mundana num reino temporal. Judas ficou convencido de
que nada tinha a ganhar por seguir a Cristo. Depois de O ver rebaixar a Si mesmo,
segundo pensava, confirmou-se em seu propósito de negar a Cristo e confessar-se
enganado. Foi possuído por um demônio, e resolveu completar a obra que
concordara em fazer, entregando seu Senhor.” (WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado
de Todas as Nações, Capítulo: Servo dos servos, p. 569).

Judas Cobiçava Dinheiro e Fingia Amor pelos Pobres


De acordo com Mateus 8:19-20, Judas ofereceu-se para se tornar um dos discípulos de
Jesus e Jesus o informou que não haveria nenhum benefício financeiro se ele o fizesse:

(Mateus 8:19-20) “E, aproximando-se dele um escriba, disse: Mestre, aonde quer
que fores, eu te seguirei. 20 E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm
ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”.

Judas não somente cobiçava o poder político terreno, mas também o dinheiro. Quando
Jesus recusou ambos, Judas escolheu traí-lo:

(João 12:4-6) “Então, um de Seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, que o
havia de traí-lo, disse: 5 Por que não se vendeu este unguento por trezentos
dinheiros [denários], e não se deu aos pobres? 6 Ora, ele disse isso não pelo
cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o
que ali se lançava.”

Ele traiu Jesus por dinheiro:

(Lucas 22:3-6) “Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome
Iscariotes, o qual era do número dos doze. 4 E foi e falou com os principais dos
sacerdotes e com os capitães de como lho entregaria, 5 os quais se alegraram e
convieram em lhe dar dinheiro. 6 E ele concordou e buscava oportunidade para lho
entregar sem alvoroço.”

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Judas tinha naturalmente grande amor ao dinheiro; mas não fora sempre
bastante corrupto para praticar um ato como esse. Alimentara o mau espírito de
avareza até que se lhe tornara o motivo dominante na vida. O amor de Mamom
sobrepujara o amor de Cristo. Tornando-se escravo de um vício, entregou-se a
Satanás, para ser ele impelido a toda extensão do pecado.” (WHITE, Ellen G. (2007).
O Desejado de Todas as Nações, Capítulo: Judas, p. 627).

Tornou-se Vigário de Satanás


Após alimentar os 5.000, Jesus referiu-se a Judas como "um diabo". Jesus sabia que Judas
era o líder do movimento para forçá-lo a assumir as rédeas do governo civil para se tornar
rei.

Jesus se referiu a Judas como um diabo:

(João 6:70-71) “Respondeu-lhes Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é
um diabo. 71 E isso ele dizia de Judas Iscariotes, filho de Simão, porque este o havia
de entregar, sendo um dos doze”.

Como Satanás havia feito no céu, Judas fingiu apoiar Jesus enquanto o minava
secretamente. Nesse ponto, Judas ainda não havia passado do ponto sem volta:

(João 13:2) “E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas
Iscariotes, filho de Simão, que o traísse...”.

(João 13:27) “E, após o bocado, entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes,
faze-o depressa."

“Judas tornou-se um representante do inimigo de Cristo.” (WHITE, Ellen G. (2007).


O Desejado de Todas as Nações, Capítulo: Nomeou doze, p. 245).

Sua Hipocrisia Enganou até os Discípulos


Ele estava à esquerda de Jesus na última ceia. A parábola das ovelhas e dos bodes revela o
significado dos lados direito e esquerdo:

“Judas apressou-se a tomar lugar junto de Cristo, à esquerda; João estava à direita.
Se houvesse lugar mais elevado, Judas estava decidido a ocupá-lo, e esse lugar,
julgava-se, era junto de Cristo. E Judas era um traidor.” (WHITE, Ellen G. (2007). O
Desejado de Todas as Nações, Capítulo: Servos dos servos, p. 567-568).

Judas era um camaleão. Ele não guerreou abertamente contra Jesus. Ellen White explica
que ele manifestou um "antagonismo contínuo, secreto e sutil" (WHITE, Ellen G. (2008).
Educação, Capítulo: Uma ilustração de seus métodos, p. 72).

“Uma lição instrutiva pode ser tirada do frisante contraste entre o caráter de João e
o de Judas. João era uma ilustração viva da santificação. De outro lado, Judas

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 321 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
possuía uma forma de piedade, ao passo que seu caráter era mais satânico do que
divino. Professava ser discípulo de Cristo, mas negava-O em palavras e obras.”
(WHITE, Ellen G. (2006). Santificação, Capítulo: O caráter de João – sub-título: João
e Judas, p. 44).

Judas enganou os outros discípulos até o fim:

A palavra "traidor" refere-se a uma pessoa que professa lealdade a alguém e ainda
trabalha por meio de subterfúgios para miná-lo:

(Mateus 26:25) “E, respondendo Judas, o que o traía, disse: Porventura, sou eu,
Rabi? Ele disse: Tu o disseste”.

Judas tinha aparência de piedade e enganava seus próprios colegas. Ele foi o instrumento
nas mãos de Satanás para trair Jesus:

(João 13:26-29) “Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o bocado [pedaço de


pão] molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão. 27 E,
após o bocado, entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes, faze-o
depressa. 28 E nenhum dos que estavam assentados à mesa compreendeu a que
propósito lhe dissera isso, 29 porque, como Judas tinha a bolda, pensavam alguns
que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa ou que desse
alguma coisa aos pobres”.

Jesus Traído com um Beijo


Judas entregou Jesus com um beijo:

(Lucas 22:47-48) “E, estando ele ainda a falar, surgiu uma multidão; e um dos doze,
que se chamava Judas, ia adiante dela e chegou-se a Jesus para o beijar. 48 E Jesus
lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do Homem”?

Judas foi à Perdição (destruição)


Judas foi à perdição.

(Mateus 27:3-5) “Então, Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe,
arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos,
4
dizendo: Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos
importa? Isso é contigo. 5 E ele, atirando para o templo as moedas de prata,
retirou-se e foi-se enforcar”.

Resumo das Características de Judas:

• Um político astuto e um administrador astuto.


• Desejava poder político e desejava que Cristo estabelecesse um reino terreno.
• Era cobiçoso de dinheiro e ostentação terrena.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
• Ele fingiu interesse pelos pobres.
• Ele tornou-se o vigário ou representante de Satanás.
• Sua hipocrisia enganou até mesmo aqueles que estavam no círculo íntimo.
• Ele traiu Jesus com um beijo.
• Ele era um inimigo dentre eles (os discípulos) que fingia amar Jesus.

Opõe-se a Deus
Ênfase em "opõe-se a Deus".

(II Tessalonicenses 2:4) “... o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama
Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus,
querendo parecer Deus”.

O que significa "opor-se a Deus"? A maioria dos estudiosos vê o anticristo como alguém
que desafia abertamente a Deus. Mas o caráter de Judas mostra claramente que a
oposição não é aberta, mas encoberta. Judas professou amar e apoiar Jesus, mas
furtivamente se opôs a ele.

Os maiores inimigos de Jesus eram aqueles que professavam servir a Deus. Saulo de Tarso
alegou defender a causa de Deus, mas na verdade a estava traindo. O sistema de que
estamos falando afirma servir ao Deus verdadeiro, mas em sua história perseguiu e matou
milhões em nome de Deus. A Igreja Católica Romana nunca admitiria que matando os
santos estivesse opondo-se a Deus.

(João 16:2) “Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer
que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus [quando eles estão em oposição a
Deus]”.

Enquanto professam servir a Deus, alguns na verdade opõe-se a Ele.

(Atos dos Apóstolos 5:38-39) “E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e
deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, 39 mas, se
é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados
combatendo contra Deus”.

Conforme o livro “Educação” (p. 72), Judas manifestou um ‘antagonismo contínuo, secreto
e sutíl’ contra Cristo. Ele não guerreou abertamente, mas sim guerreou contra Jesus de
maneira dissimulada.

O Ato de Assentar
(II Tessalonicenses 2:4) “... o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama
Deus ou se adora; de sorte que se assentará [kathizo], como Deus, no templo de
Deus, querendo parecer Deus”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 323 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(Mateus 23:2) “... dizendo: Na cadeira [kathedra] de Moisés, estão assentados
[kathizo] os escribas e fariseus”.

Eles alegaram que quando falavam ex-cátedra (do trono), seus ensinamentos eram
infalíveis, porque os haviam recebido de Moisés em uma linha contínua.

“A frase [assentar na cadeira de Moisés] é muito provavelmente uma metáfora


para a autoridade dos escribas para ensinar. Na tradição rabínica, a interpretação
da Lei era realizada em uma tradição de escribas que teoricamente remontava a
Moisés por meio de uma cadeia ininterrupta de escribas. Essa visão é, obviamente,
totalmente não histórica.” (The Jerome Bible Commentary, volume #2 (New York:
Prentice Hall, Inc., 1968), p. 102).

No Templo de Deus
A ênfase está na expressão ‘templo de Deus’.

(II Tessalonicenses 2:4) “... o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama
Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus,
querendo parecer Deus”.

Quando Jesus entrou no templo Judaico na entrada triunfal, Ele descreveu o templo como
“o templo de Deus” e “Minha casa”.

(Mateus 21:12-13) “E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que


vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras
dos que vendiam pombas. 13 E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada
casa de oração. Mas vós a tendes convertido em covil de ladrões”.

Mas quando Jesus abandonou o templo, Ele disse à liderança Judaica:

(Mateus 23:38) “Eis que a vossa casa vos ficará deserta”.

Claramente, o templo judeu não era mais o templo de Deus.

O apóstolo Paulo ajuda-nos a entender em qual templo o anticristo se assentaria. Na


mente do grande apóstolo, o templo era um símbolo da igreja cristã. Paulo nunca se
referiu ao templo judaico como "o templo de Deus". Pelo contrário, ele sempre se referiu
à igreja como o templo espiritual.

O templo espiritual de Deus é a igreja, conforme Efésios 2:19-22 (ver também I Coríntios
3:16-17; 6:19-20; II Coríntios 6:16; cf. I Pedro 2:4-10):

(Efésios 2:19-22) "Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas
concidadãos dos Santos e da família de Deus; 20 edificados sobre o fundamento dos
apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; 21 no
qual todo edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, 22 no qual

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito [Deus
está no templo, assim o anticristo tenta tomar o Seu lugar]".

Nota: Existem duas palavras Gregas que são traduzidas como ‘templo’ no Novo
Testamento. Uma é a palavra hieron e a outra é naos. O apóstolo Paulo nunca usa a
palavra naos para se referir ao templo judaico. Sem exceção, ele usa a palavra naos como
referência ao templo espiritual, a igreja cristã. No livro de Atos, o "templo" judaico é
mencionado 25 vezes e nunca é chamado de naos. Além disso, nem uma única vez em
qualquer uma das epístolas a palavra naos é aplicada ao templo judaico literal.

O Papa Bento XVI, no final da semana pela unidade dos Cristãos na Basílica de São Paulo
Extramuros, assentou-se em um grande trono branco e de cada lado estava um
querubim. Isso lembra ‘YHWH’ que se assenta entre os querubins (Salmo 80:1).

Paulo os tinha avisado


Paulo ensinou aos tessalonicenses estas coisas:

(II Tessalonicenses 2:5) “Não vos lembrais de que estas coisas eu vos dizia quando
ainda estava convosco”?

O Misterioso “Aquele que o Detém”


Nos tempos do apóstolo Paulo, algo / alguém estava impedindo o anticristo de subir
abertamente ao poder. Ele estava mastigando um pouco, mas foi contido:

(II Tessalonicenses 2:6-7) “E, agora, vós sabeis o que [neutro] o detém, para que a
seu próprio tempo seja manifestado. 7 Porque já o mistério da injustiça [ou
iniquidade] opera; somente há um [masculino] que, agora, resiste até que [ele –
masculino sub-entendido] do meio seja tirado”.

Nos tempos do apóstolo Paulo, o Império Romano / imperador governava o mundo e


tinha o poder da espada. O homem do pecado não poderia ascender ao poder até que o
Império Romano fosse tirado do caminho.

Alguns concluíram que o uso contínuo do pronome masculino ‘ele’ em II Tessalonicenses


2:6 indica uma única pessoa em vez de uma sucessão de indivíduos. O problema com este
argumento é que Paulo usa repetidamente o pronome femenino 'ela' em Romanos 13:4
para se referir a todos as autoridades do Império Romano (conforme indicado pelas
palavras 'autoridades superiores' e 'magistrados' nos versículos 1 e 3):

(Romanos 13:4) “Porque ela / ele [a autoridade ou o magistrado] é ministro de


Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde [ela] a
espada; porque [ela] é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal”.

O Império Romano teve que ser dividido em dez reinos antes que o anticristo pudesse
chegar ao poder. A invasão das tribos bárbaras dividiu o Império Romano em dez reinos e

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 325 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
então o chifre pequeno subiu ao poder. Esta é A APOSTASIA sobre a qual o apóstolo Paulo
escreveu.

(Daniel 7:23-24) “Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual
será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e fará
em pedaços. 24 E, quanto às dez pontas [chifres], daquele mesmo reino se
levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos
primeiros e abaterá a três reis”.

O dragão de dez chifres deu seu trono e autoridade à besta:

(Apocalipse 13:2) “E a besta [que governou por 42 meses] que vi era semelhante ao
leopardo, e os seus pés, como os de urso, e a sua boca, como a de leão; e o dragão
[o poder que tentou matar o filho varão da mulher] deu-lhe o seu poder, e o seu
trono, e grande poderio”.

“No século VI [538 DC] tornou-se o papado firmemente estabelecido. Fixou-se a


sede de seu poderio na cidade imperial e declarou-se ser o bispo de Roma a
cabeça de toda a igreja. O paganismo cedera lugar ao papado. O dragão dera à
besta 'o seu poder, e o seu trono, e grande poderio' (Apocalipse 13:2). E
começaram então os 1.260 anos da opressão papal preditos nas profecias de
Daniel e Apocalipse (Daniel 7:25; Apocalipse 13:5-7).” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Como começaram as trevas morais, p. 45).

Entre o ano 300 DC e o ano 476 DC, hordas de tribos bárbaras do norte invadiram e
dividiram o Império Romano. No ano 330 DC, o imperador Constantino removeu a sede do
Império Romano para Constantinopla, enfraquecendo assim o poder político de Roma no
oeste. Rómulo Augusto, o último imperador do império ocidental foi deposto no ano 476
DC. Sem um imperador, o Império foi lançado em turbulência. As incursões bárbaras no
Império Romano o viraram de cabeça para baixo e o deixaram sem um governante civil
que pudesse preservar a lei e a ordem. Em meio a essa situação caótica, o bispo de Roma
foi seduzido a assumir as rédeas do poder civil e pôr ordem no império. Como resultado, o
bispo de Roma não era apenas o líder espiritual da igreja, mas também se tornou o
governante temporal do estado. Assim, o Império Romano foi retirado do caminho para
dar lugar ao papado.

O cardeal Edward Manning descreveu a maneira pela qual o Pontífice Romano


originalmente ganhou seu poder civil no Império Romano. Manning explicou o que
aconteceu quando o Império Romano foi invadido e dilacerado pelas invasões bárbaras:

“Agora, o abandono de Roma foi à libertação dos pontífices. Quaisquer que sejam
as reivindicações de obediência que os imperadores possam ter feito, e quaisquer
que sejam as concordâncias que o pontífice possa ter ele concedido, toda a relação
anterior, anômala e anulada repetidas vezes pelos vícios e ultrajes dos
imperadores, foi finalmente dissolvida por um poder superior. A providência de

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Deus permitiu uma sucessão de irrupções, Góticas, Lombardas e Húngaras, para
desolar a Itália e apagar dela todos os remanescentes do império. Os pontífices
viram-se sozinhos, as únicas fontes de ordem, paz, lei e segurança. E desde a hora
desta libertação providencial, quando, por uma intervenção divina, as correntes
caíram das mãos do sucessor de São Pedro, como uma vez antes das suas, nenhum
soberano jamais reinou em Roma, exceto o Vigário de Jesus Cristo." (MANNING,
Henry Edward (1862). O Poder Temporal do Vigário de Jesus Cristo, Prefácio, p.
Xxviii-xxix. Londres: Burns e Lambert, 1862).

Manning explica ainda mais:

“Ele [o papado] esperou até o momento em que Deus quebrasse suas amarras e o
libertasse da sujeição aos poderes civis e o entronizasse na posse de uma
soberania temporal própria.” (MANNING, Henry Edward (1862). O Poder Temporal
do Vigário de Jesus Cristo (Londres: Burns & Lambert, segunda edição, 1862), p. 11-
13).

Manning está dizendo que quando o poder civil de Roma foi removido pelos bárbaros e o
imperador Constantino mudou a sede do Império para Constantinopla, o bispo de Roma
preencheu o vácuo e se tornou o árbitro nos assuntos civis e religiosos. Notavelmente,
Manning refere-se a esta tomada do poder civil pelo bispo de Roma com expressões como
"quebrar amarras" e "correntes caindo", terminologia que lembra II Tessalonicenses 2. O
dragão deu à besta 'seu poder, seu trono e grande autoridade' (Apocalipse 13:2).

O famoso comentarista bíblico, Albert Barnes, escreveu sobre o significado de II


Tessalonicenses 2:7:

“A suposição que melhor se adequará a esta linguagem é que havia então alguma
restrição civil, impedindo o desenvolvimento de corrupções existentes, mas que
haveria uma remoção, ou retirada dessa restrição; e que então a tendência das
corrupções existentes seria vista. Como Oldshausen observa, é evidente que esse
poder de resistência ou restrição deve ser algo fora da igreja e distinto da própria
tendência anticristã... É necessário, portanto, entender isso das restrições do poder
civil. Houve, então, algum fato na história que estaria de acordo com essa
interpretação? A crença entre os cristãos primitivos era que o que impedia o
surgimento do homem do pecado era o Império Romano, e, portanto, eles oravam
por sua paz e bem-estar, sabendo que quando o Império Romano fosse dissolvido
e quebrado em pedaços, o império do homem do pecado seria erguido sobre suas
ruínas." (De Barnes 'Notes, Electronic Database Copyright © 1997, 2003, 2005,
2006 por Biblesoft, Inc. Todos os direitos reservados).

Como vimos, em linguagem enigmática, o apóstolo Paulo já havia referido-se a este


momento em que o poder civil do Império Romano seria entregue a Roma papal. Em II
Tessalonicenses 2:6-7, o apóstolo referiu-se à remoção do misterioso limitador [aquele
que o detém]:

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 327 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
(II Tessalonicenses 2:6-7) “E, agora, vós sabeis o que o detém [o poder civil do
Império Romano – o limitador], para que a seu próprio tempo [uma vez que o
limitador foi tirado do caminho] seja manifestado. 7 Porque já o mistério da
injustiça [iniquidade] opera; somente há um [o imperador] que, agora, resiste até
que do meio seja tirado”.

Os primeiros Pais da Igreja eram praticamente unânimes na opinião de que o "limitador"


era uma referência ao Império Romano em geral e aos imperadores em particular. No
versículo 5, o apóstolo refere-se ao que estava restringindo (usando o artigo neutro para
katechon), mas no versículo 7 ele refere-se a quem estava restringindo (usando o artigo
masculino ho katechon). Por meio do uso da linguagem, Paulo indica que a Igreja em
Tessalônica sabia quem era o limitador e o que o restringia. E ainda assim Paulo escreveu
em linguagem velada e enigmática. Por que Paulo simplesmente não saiu e escreveu
abertamente que o Império Romano era o limitador que seria tirado do caminho?

A resposta é óbvia. Se Paulo tivesse dito abertamente que o Império Romano seria tirado
do caminho, o governo Romano teria motivos para acusar Paulo de sedição. Portanto,
Paulo teve que ser cauteloso na linguagem que usou.

Os dispensacionalistas (Evangélicos que acreditam no arrebatamento da igreja antes da


tribulação) geralmente concordam que o limitador é o Espírito Santo que será removido
antes da tribulação. Mas se isso fosse verdade, então por que haveria necessidade de
Paulo ser tão cauteloso? É claro que Paulo não poderia definir o "limitador" abertamente.
Não foi necessário fazer isso porque os Tessalonicenses sabiam sobre qual o poder ele
estava escrevendo.

Você notará no comentário do Cardeal Manning que a queda do Império Romano levou à
"libertação" do Pontífice Romano. Em outras palavras, antes disso ele foi contido. Você
também notará que a queda do Império Romano é descrita como correntes caindo das
mãos do sucessor de São Pedro. A conclusão inevitável a que chegamos das palavras de
Manning é que a queda do império removeu ou tirou a restrição colocada sobre o bispo
de Roma.

Os Pais Ante-Nicenos

Agora, vamos nos voltar para os escritos dos Pais da igreja primitiva para ver como eles
entendiam o "limitador". Deve-se notar que os pais da igreja viviam no mesmo período
em que essas coisas aconteceram.

Vamos começar com Tertuliano (160-240 DC):

“'Pois o mistério da iniquidade já opera; somente aquele que agora atrapalha deve
atrapalhar, até que ele seja tirado do caminho'. Que obstáculo existe senão o
estado Romano, cuja queda, por ser espalhada em dez reinos, introduzirá o
Anticristo sobre (suas próprias ruínas)? ‘E então será revelado o iníquo’”. (Sobre a

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ressurreição da Carne, capítulo 24; Ante-Nicene Fathers, vol. III p. 563 [Nova York:
Charles Scribner’s Sons, 1908]).

Tertuliano também escreveu:

“O fim de todas as coisas que ameaçam terríveis desgraças só é retardado pela


existência continuada do Império Romano.” ("Apologia", capítulo 32; Pais Ante-
Nicene, Vol. III p. 43).

Lactâncio, que viveu no início do século IV, escreveu:

“O próprio assunto declara que a queda e a ruína do mundo ocorrerão em breve;


exceto que, enquanto a cidade de Roma permanece, parece que nada desse tipo
deve ser temido. Mas quando aquela capital do mundo tiver caído e começar a ser
uma rua, que as Sibilas dizem que acontecerá, quem pode duvidar que o fim
chegou agora para os assuntos dos homens e do mundo inteiro? É aquela cidade,
aquela única, que ainda sustenta todas as coisas.” ("The Divine Institutes", livro 7,
capítulo 25; Ante-Nicene Fathers, vol. VII, p. 220).

Cirilo de Jerusalém (318-386 DC) escreveu o seguinte sobre o misterioso limitador:

“Mas o supracitado Anticristo virá quando os tempos do Império Romano tiverem


se cumprido e o fim do mundo se aproximar. Devem se levantar juntos dez reis dos
Romanos, reinando em partes diferentes, talvez, mas quase ao mesmo tempo; e
depois do décimo primeiro, o Anticristo, que por sua arte mágica se apoderará do
poder Romano; e dos reis que reinaram antes dele, 'três ele humilhará', e os sete
restantes ele manterá em sujeição a si mesmo." ("Aulas Catequéticas" Seção 15,
sobre II Tessalonicenses 2:4; Pais Nicenos e Pós-Nicenos, vol. VII p. 108 [Nova York:
The Christian Literature Company, 1895]).

A seguir apresentamos o testemunho de Ambrósio (falecido em 398 DC):

“Após a queda ou decadência do Império Romano, o Anticristo aparecerá.”


(Citado em Bispo Thomas Newton, Dissertations on the Prophecies, p. 463 [London:
B. Blake, 1840]).

O próximo na fila é Crisóstomo (falecido em 407 DC):

“Quando o Império Romano for tirado do caminho, ele [o Anticristo] virá. E


naturalmente. Enquanto durar o medo deste império, ninguém se exaltará
voluntariamente, mas quando isso for dissolvido, ele atacará a anarquia e se
empenhará em apoderar-se do governo tanto do homem quanto de Deus.”
(‘Homilia IV em II Tessalonicenses 2:6-9‘, Pais Nicenos e Pós-Nicenos’, vol. XIII p.
389 [Nova York: Charles Scribner's and Sons, 1905]).

Finalmente, citaremos Jerônimo (falecido em 420 DC):

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 329 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Aquele que deixa, é tirado do caminho, mas não percebemos que o Anticristo está
próximo.” (Carta para Ageruchia, escrita por volta de 409 AD. Carta 123, seção 16;
Pais Nicenos e Pós-Nicenos, vol. VI p. 236 [Nova York: Charles Scribner’s Sons,
1912]).

Historiadores da igreja
Muitos historiadores da igreja disseram o mesmo:

“Há muito tempo, quando Roma, por negligência dos imperadores ocidentais, foi
deixada à mercê das hordas bárbaras, os romanos voltaram-se para uma figura
em busca de ajuda e proteção, e pediram-lhe que os governasse; e assim, desta
maneira simples, o melhor título de todos os direitos reais, deu início à soberania
temporal dos papas. E subindo mansamente ao trono de César, o Vigário de Cristo
pegou o cetro aos quais os imperadores e reis da Europa deviam curvar-se em
reverência por tantos séculos.” (CONROY, James P. (1911), American Catholic
Quarterly Review, abril de 1911).

“Sob o Império Romano [estágio # 1] os papas não tinham poderes temporais.


Mas quando o Império Romano se desintegrou [estágio # 2] e seu lugar foi tomado
por uma série de reinos rudes e bárbaros, a Igreja Católica Romana [estágio # 3]
não só se tornou independente dos estados em assuntos religiosos, mas dominou
os assuntos seculares também." (ECKHARDT, Carl Conrad. The Papacy and World
Affairs (Chicago: The University of Chicago Press, 1937), p. 1).

O historiador da Igreja, R. W. Southern explica ainda mais a relação entre o papado e o


estado durante a Idade Média:

“Durante todo o período medieval, havia em Roma uma única autoridade


espiritual e temporal [o papado] exercendo poderes que, no final, excederam
aqueles que já estiveram nas mãos do imperador romano.” (R. W. Southern,
Sociedade Ocidental e a Igreja na Idade Média, volume #2, p. 24-25).

O historiador da Igreja John N. Figgis acrescenta seu testemunho:

“Na Idade Média, a igreja não era um Estado, ela era o Estado; ou melhor, a
autoridade civil (pois uma sociedade separada não foi reconhecida), era apenas o
departamento de polícia da Igreja.” (FIGGIS, John N., From Gerson to Grotius, p. 4).

Esta ideia da igreja governar nos assuntos temporais e espirituais foi concretizada em
1302, quando o Papa Bonifácio VIII escreveu uma bula significativa (carta pessoal)
intitulada Unam Sanctam.

“É-nos dito pelos textos dos evangelhos que nesta Igreja [Católica Romana] e em
seu poder há duas espadas; a saber, a espiritual e a temporal. Ambas, portanto,
estão em poder da Igreja, isto é, a espada espiritual e a material, mas a primeira

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
[a espiritual] deve ser administrada para a Igreja, mas a última [a temporal] pela
Igreja; a primeira nas mãos do sacerdote; a última pelas mãos de reis e soldados,
mas pela vontade e tolerância do sacerdote.”

Notavelmente, Malachi Martin, o exorcista jesuíta que escreveu o livro inovador The Keys
of This Blood, inadvertidamente concordou com Ellen White:

“[Por] mil e quinhentos anos ou mais, Roma [papal] manteve uma mão tão forte
quanto possível em cada comunidade local em todo o mundo... Em geral, e
admitindo algumas exceções, essa tinha sido a visão romana até que duzentos
anos de inatividade foram impostos ao papado pelos principais poderes seculares
do mundo.” (Citado em Christianity Today (21 de novembro de 1986), p. 26).

Apocalipse 20 ajuda-nos a entender o que significa estar amarrado ou restringido e estar


livre ou solto. Quando Satanás consegue usar os governantes civis do mundo para cumprir
seus propósitos, ele está solto. Mas quando os reis estão mortos, ele está amarrado.

Em Seu Tempo
Qual é o significado da expressão 'em seu tempo'? O pronome reflexivo (‘seu’) indica que o
homem do pecado surgiria em um momento específico. A profecia do chifre pequeno
indica que havia um tempo determinado para o chifre pequeno subir ao poder: ‘tempo,
tempos e metade de um tempo’.

(II Tessalonicenses 2:6) "E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio
tempo seja manifestado".

O Mistério da Iniquidade
O mistério da iniquidade já operava nos dias de Paulo. Deve-se lembrar que pecado é a
transgressão da lei (I João 3:4).

(II Tessalonicenses 2:7) "Porque já o mistério da injustiça [iniquidade] opera;


somente há um [o imperador] que, agora, resiste até que [o imperador] do meio
seja tirado [pelas invasões das tribos bárbaras]”.

1798 não é o Fim da História


Ellen G. White tem algumas declarações interessantes sobre como o poder secular foi
removido e o papado foi capaz de ascender ao poder:

“O espírito de transigência e conformidade [da igreja Cristã primitiva] fora


restringido durante algum tempo pelas terríveis perseguições que a igreja suportou
sob o paganismo [o Império Romano]. Mas, em cessando a perseguição e
entrando o Cristianismo nas cortes e palácios dos reis, pôs ela de lado a humilde
simplicidade de Cristo e Seus apóstolos, em troca da pompa e orgulho dos
sacerdotes e governadores pagãos; e em lugar das ordenanças de Deus colocou

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 331 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
teorias e tradições humanas.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo:
Como começaram as trevas morais, p. 41).

“O vasto império de Roma desintegrou-se e de suas ruínas surgiu àquele grande


poder, a Igreja Católica Romana. Esta igreja gaba-se de sua infalibilidade e religião
hereditária.” (WHITE, Ellen G. (1981). Manuscript Releases Volume One [Nos. 19-
96], Capítulo: MR No. 24—E. G. White Comments on Daniel 2, p. 47).

O falecido Malachi Martin, o exorcista jesuíta da Igreja Católica Romana e autor do livro
best-seller, As Chaves deste Sangue, disse em 1986:

“[Por] mil e quinhentos anos ou mais, Roma [papal] manteve uma mão tão forte
quanto possível em cada comunidade local em todo o mundo... Em geral, e
admitindo algumas exceções, essa tinha sido a visão romana até que duzentos
anos de inatividade foram impostos ao papado pelos principais poderes seculares
do mundo.” (Citado em Christianity Today (21 de novembro de 1986), p. 26).

Se recuarmos 200 anos a partir de 1986, chegaremos à época da Revolução Francesa de


1789-1799, no final da qual o papado recebeu a ferida mortal nas mãos do governo
Francês. Desse modo, Malachi Martin está inadvertidamente admitindo que a Revolução
Francesa trouxe à existência os poderes seculares que mantiveram a ferida mortal no
lugar e tornaram o Papado inativo.

E assim, em 1798, as algemas que haviam caído das mãos do papado em 538 DC foram
mais uma vez colocadas sobre o papado pelas principais potências seculares do mundo.
Como resultado, o papado tem estado inativo nos últimos duzentos anos. Mas quando o
poder secular for retirado do caminho, o papado mais uma vez exercerá seu poder. Ellen
White predisse isto:

“Removam-se as restrições [terminologia similar a II Tessalonicenses 2] ora


impostas pelos governos seculares [tiradas do caminho], reintegre-se Roma ao
poderio anterior, e de pronto ressurgirá a tirania e perseguição.” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 491-492).

O Problema no Conflito do Tempo do Fim


(Apocalipse 12:17) “E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto
da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de
Jesus Cristo”.

• O chifre pequeno pensou que poderia mudar a lei de Deus.


• O anticristo é chamado de homem do pecado.
• O homem do pecado é chamado de mistério da ilegalidade.
• A guerra final contra o povo de Deus envolve os mandamentos de Deus.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Um Poderoso Milagreiro
Jesus destruirá o homem da iniquidade na segunda vinda.

(II Tessalonicenses 2:8) "E, então, será revelado o iníquo [o homem da iniquidade –
transgressor da lei], a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará
pelo esplendor da sua vinda [parousia]".

Mas antes da segunda vinda, o homem do pecado falsificará a segunda vinda de Jesus:

(II Tessalonicenses 2:9) "A esse cuja vinda [parousia] é segundo a eficácia de
Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira...”.

As palavras Gregas idênticas, "poder, sinais e maravilhas", são usadas em outro versículo
apenas do Novo Testamento para descrever os milagres que Jesus realizou. Isso significa
que o anticristo falsificará os milagres que Jesus realizou enquanto estava na terra.

(Atos dos Apóstolos 2:22) "Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus
Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais,
que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis”.

“Como ato culminante no grande drama do engano, o próprio Satanás


personificará Cristo. A igreja tem a muito tempo professado considerar o advento
do Salvador como a realização de suas esperanças. Assim, o grande enganador fará
parecer que Cristo veio. Em várias partes da Terra, Satanás se manifestará entre os
homens como um ser majestoso, com brilho deslumbrante, assemelhando-se à
descrição do Filho de Deus dada por João no Apocalipse (cap. 1:13-15). A glória que
o cerca não é excedida por coisa alguma que os olhos mortais já tenham
contemplado. Ressoa nos ares a aclamação de triunfo: Cristo veio! Cristo veio! O
povo se prostra em adoração diante dele, enquanto este ergue as mãos e sobre
eles pronuncia uma bênção, assim como Cristo abençoava Seus discípulos quando
aqui na Terra esteve. Sua voz é meiga e branda, cheia de melodia. Em tom manso e
compassivo apresenta algumas das mesmas verdades celestiais e cheias de graça
que o Salvador proferia; cura as moléstias do povo, e então, em seu pretenso
caráter de Cristo, alega ter mudado o sábado para o domingo, ordenando a todos
que santifiquem o dia que ele abençoou. Declara que aqueles que persistem em
santificar o sétimo dia estão blasfemando de Seu nome, pela recusa de ouvirem
Seus anjos à eles enviados com a luz e a verdade. É este o poderoso engano, quase
invencível.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Aproxima-se o
tempo de angústia, p. 544).

Nossa única proteção nesse momento será saber como Jesus virá e o que Sua palavra
ensina sobre a maneira de sua vinda e a questão do Sábado / Domingo:

“Mas o povo de Deus não será desencaminhado. Os ensinos deste falso cristo não
estão de acordo com as Escrituras. Sua bênção é pronunciada sobre os adoradores

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 333 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
da besta e de sua imagem, a mesma classe sobre a qual a Bíblia declara que a ira
de Deus, sem mistura, será derramada. E, demais, não será permitido a Satanás
imitar a maneira do advento de Cristo. O Salvador advertiu Seu povo contra o
engano neste ponto, e predisse claramente o modo de Sua segunda vinda. 'Surgirão
falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se
possível fora, enganariam até os escolhidos... Portanto se vos disserem: Eis que Ele
está no deserto, não saiais; eis que Ele está no interior da casa, não acrediteis.
Porque, assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra até ao Ocidente, assim
será também a vinda do Filho do homem' (Mateus 24:24-27). Não há possibilidade
de ser imitada esta vinda. Será conhecida universalmente, testemunhada pelo
mundo inteiro. Apenas os que forem diligentes estudantes das Escrituras, e
receberem o amor da verdade, estarão ao abrigo dos poderosos enganos que
dominam o mundo. Pelo testemunho da Bíblia estes surpreenderão o enganador
em seu disfarce.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Aproxima-se
o tempo de angústia, p. 545).

Por que o Povo Aceitará a Contrafação?


O povo estará perdido porque eles recusaram receber o amor da verdade:

(II Tessalonicenses 2:10) "E com todo engano da injustiça para os que perecem,
porque não receberam o amor da verdade para se salvarem”.

A palavra de Deus é a verdade.

(João 17:17) "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”.

A lei de Deus é a verdade.

(Salmo 119:142) "A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade”.

Os falsos Cristãos recusar-se-ão acreditar na verdade.

(II Tessalonicenses 2:11-13) “E, por isso, Deus lhes enviará a operação do erro,
para que creiam a mentira [pseudos: a contrafação da segunda vinda], 12 para
que sejam julgados todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na
iniquidade. 13 Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do
Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação
do Espírito e fé da verdade”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

Católicos, Protestantes e Mundanos


Declaração Introdutória
“As forças do mal estão se arregimentando e se consolidando. Elas estão se
robustecendo para a última grande crise. Grandes mudanças estão prestes a
ocorrer no mundo, e os acontecimentos finais serão rápidos.” (WHITE, Ellen G.
(2006). Testemunhos para a Igreja – volume #9, Capítulo: A última crise, p. 16).

Uma União Global


Uma união tripla que formará uma confederação mundial.

Identifique a besta, o falso profeta e o dragão.

(Apocalipse 16:13-14) “E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do


falso profeta vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs, 14 porque são
espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de
todo o mundo para os congregar para a batalha, naquele grande Dia do Deus
Todo-Poderoso.”

Ellen White descreve a união:

"Têm estes um só pensamento. Haverá um laço de união universal, uma grande


harmonia, uma confederação das forças de Satanás. E oferecem à besta o poder e
a autoridade que possuem. Assim é manifestado o mesmo poder arbitrário e
opressivo, contra a liberdade religiosa, liberdade de adorar a Deus segundo os
ditames da consciência, que foi manifestado pelo papado, quando no passado ele
perseguiu os que ousaram recusar conformar-se com os ritos e cerimônias
religiosas do catolicismo.” (WHITE, Ellen G. (1976). Meditações Matinais –

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 335 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Maranata – O Senhor Vem (1977), Capítulo: O Protestantismo une-se ao Papado -
28 de Junho, p. 380).

Identificando os Três Poderes


Precisamos identificar quais são estes poderes. Eles são identificados primeiramente no
livro:

Apocalipse 12: O dragão (é este o espiritismo?).

Apocalipse 13: 1-10: A Besta.

Apocalipse 13:11-18: O Falso Profeta.

• A besta representa o Papado.


• O falso profeta representa o Protestantismo apostatado.
• O dragão.

Mas o que o dragão representa?

Em Apocalipse 12, o dragão representa o poder civil secular de Roma. Ellen White o
chama de elemento Romano.

• Satanás operando através de Roma Pagã para matar o filho varão.


• Satanás operando através dos Reis da Europa para destruir a mulher.
• Satanás operando através dos Estados Unidos e dos reis do mundo para destruir o
remanescente.

A besta, o falso profeta e os reis. Observe a seguinte declaração de Ellen White na


identificação do dragão:

“Reis, legisladores e governadores [chamamos estes de ‘poder secular’] têm


colocado sobre si o estigma do anticristo, e são representados pelo dragão que sai
a guerrear contra os santos — contra os que guardam os mandamentos de Deus e
têm a fé de Jesus. Em sua inimizade contra o povo de Deus, também se revelam
culpados da escolha de Barrabás em vez de Cristo.” (WHITE, Ellen G. (2008).
Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, Capítulo: A igreja de Cristo, p.
48-49).

A união tripla e porque eles se unem. Milagres, nenhum padrão Bíblico para avaliá-los e o
resultado é o engano.

“A linha de separação entre cristãos professos [Católicos e Protestantes] e ímpios


[o mesmo que o mundo] é agora [o que ela diria hoje?] dificilmente discernida. Os
membros da igreja amam o que o mundo ama [roupas, dinheiro, casa, terras,
entretenimentos, poder, fama e posição], e estão prontos para se unirem a ele
[com os mundanos]; e Satanás está resolvido a uni-los em um só corpo, e assim

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
fortalecer sua causa arrastando-os todos para as fileiras do espiritismo. Os
romanistas, que se [1] gloriam dos milagres como sinal certo da verdadeira igreja,
serão facilmente enganados por este poder operador de prodígios; e os
protestantes, tendo [2] rejeitado o escudo da verdade, serão também iludidos.
Romanistas, protestantes e mundanos juntamente aceitarão a forma de piedade,
destituídas de sua eficácia [I Timóteo 3; persegue], e verão nesta aliança um
grandioso movimento para a conversão do mundo [evangelização], e o começo do
milênio há tanto esperado.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O
maior perigo para o lar e a vida, p. 513-514).

A Bíblia e os Mundanos
(I João 2:15-16) “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o
mundo, o amor do Pai não está nele. 16 Porque tudo o que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do
Pai, mas do mundo”.

(Tiago 4:4) “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é
inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo
constitui-se inimigo de Deus”.

Ellen White e os Mundanos


Um mundano está focado no aqui e agora e não no novo mundo por vir. Sua vida está
centrada neste mundo - suas roupas, seu entretenimento, seus edifícios, seu dinheiro,
seus prazeres e sua cultura.

“Deus deseja que Seu povo mantenha os olhos fixos no Céu, aguardando o
aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo (Tito 2:13).
Enquanto a atenção dos mundanos se volta para seus vários empreendimentos, a
nossa deve ser posta no Céu; nossa fé deve atingir mais e mais distante, os
gloriosos mistérios do tesouro celestial, extraindo os preciosos e divinos raios de luz
do santuário celeste para brilharem em nosso coração, como brilham da face de
Jesus.” (WHITE, Ellen G. (2005). Testemunhos para a Igreja – volume #2, Capítulo:
Mundanismo na Igreja, p. 176).

Os mundanos são os seculares, os sem igreja e os irreligiosos. Os poderes civis e os


governantes seculares estão incluídos.

“Professar uma religião tornou-se moda no mundo. Governantes, políticos,


advogados, médicos, negociantes, aderem à igreja como o meio de alcançar o
respeito e confiança da sociedade, e promover os seus próprios interesses
mundanos. Procuram, assim, encobrir, sob o manto do cristianismo, todas as suas
transações injustas. As várias corporações religiosas, robustecidas com a riqueza e
influência dos mundanos batizados, mais ainda se empenham em obter maior

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 337 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
popularidade e proteção.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: A
causa da degradação atual, p. 337).

Ellen White define os mundanos:


“O princípio ilustrado na vida dos mundanos é receber, receber.” (WHITE, Ellen G.
(2007). Atos dos Apóstolos, Capítulo: Uma igreja liberal, p. 237).

“O desejo de agitação e aprazível entretenimento é uma tentação e uma cilada ao


povo de Deus, e especialmente aos jovens. Satanás está continuamente arranjando
engodos com que desviar a mente da solene obra de preparação para as cenas que
se acham num próximo futuro. Por intermédio dos mundanos, entretém uma
constante estimulação a fim de induzir os imprudentes a se unirem aos prazeres do
mundo. Existem shows, preleções e uma ilimitada variedade de distrações
destinadas a levar ao amor do mundo; e mediante esta união com ele [o mundo] a
fé é enfraquecida.” (WHITE, Ellen G. (2004). O Lar Adventista, Capítulo: A sedução
dos prazeres, p. 465).

“Os mundanos gastam muito com o vestuário. Mas o Senhor exortou Seu povo a
sair do mundo e ser separado [I Coríntios 6:14-18]. Roupas extravagantes ou
dispendiosas não são apropriadas aos que professam crer que estamos vivendo nos
últimos dias.” (WHITE, Ellen G. (1954). Orientação da Criança, Capítulo: Ensinar os
princípios fundamentais no vestuário, p. 398).

“As pessoas mundanas lutam constantemente por exaltar-se acima dos outros;
mas Jesus, o Filho de Deus, a Si mesmo Se humilhou para enaltecer o homem. O
verdadeiro discípulo de Cristo seguirá o Seu exemplo.” (WHITE, Ellen G. (2007).
Fundamentos da Educação Cristã, Capítulo: Responsabilidade dos pais, p. 123).

“Os cristãos procuram edificar como os mundanos edificam, vestir como vestem os
mundanos — na imitação dos costumes daqueles que adoram apenas o deus
deste século.” (WHITE, Ellen G. (1970). Meditações Matinais – Vidas que Falam
(1971), Capítulo: Nenhuma desculpa necessária – 21 de Maio, p. 303).

“Os que procuram a educação que o mundo tem em tão alta estima, são
gradualmente levados para mais longe dos princípios da verdade, até que se
tornam mundanos educados. Por qual preço adquiriram sua educação!
Separaram-se do Espírito Santo de Deus. Preferiram aceitar o que o mundo chama
saber, em lugar das verdades que Deus confiou aos homens mediante Seus
ministros, apóstolos e profetas [a Bíblia].” (WHITE, Ellen G. (2007). Conselhos aos
Professores, Pais e Estudantes, Capítulo: O conhecimento essencial, p. 19).

“A aquisição de membros que não foram renovados no coração e reformados na


vida é uma fonte de fraqueza para a igreja. Este fato é muitas vezes passado por
alto. Alguns ministros e igrejas acham-se tão desejosos de assegurar um aumento
de membros, que não dão testemunho fiel contra hábitos e costumes não cristãos.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Aos que aceitam a verdade não é ensinado que eles não podem, sem perigo, ser
mundanos em sua conduta, ao passo que de nome são cristãos. Até então, eram
súditos de Satanás; daí em diante, eles devem ser súditos de Cristo. A vida deve
testificar da mudança de dirigente.” (WHITE, Ellen G. (2007). Evangelismo,
Capítulo: Firmar o interesse, p. 254).

“A prática do mundo é adquirir dinheiro e alcançar vantagens de qualquer modo


que seja possível. A acumulação de tesouros terrestres é a ambição dos
mundanos.” (WHITE, Ellen G. (1967). Meditações Matinais – Nos Lugares Celestiais
(1968), Capítulo: Semelhantes à Cristo – 20 de Outubro, p. 620).

“Diz o grande enganador: ... O Sábado é a grande questão que deve decidir o
destino de almas. Devemos exaltar o sábado criado por nós. Temos feito com que
ele seja aceito tanto pelos mundanos como pelos membros da igreja. Deve agora
a igreja ser levada a unir-se com o mundo em sua defesa. Devemos trabalhar por
meio de sinais e maravilhas para lhes cegar os olhos quanto à verdade, e levá-los a
pôr de lado a razão e o temor de Deus e a seguir os costumes e tradições.” (WHITE,
Ellen G. (1976). Meditações Matinais – Maranata, O Senhor Vem (1977), Capítulo:
A estratégia de Satanás no conflito final – 04 de Junho, p. 332).

“Deus nos chamou para glória e virtude. Não temos qualquer direito de assimilar as
coisas do mundo - vestuário, conversação e maneira de vida mundana.” (WHITE,
Ellen G. (1982). Meditações Matinais – Olhando para o Alto (1983), Capítulo:
Chamados para a glória e virtude – 07 de Junho, p. 340).

“Como o sábado se tornou o ponto especial de controvérsia por toda a cristandade,


e as autoridades religiosas e seculares [observe que os dois estavam separados]
se combinaram para impor a observância do domingo, a recusa persistente de uma
pequena minoria em ceder à exigência popular, fará com que esta minoria seja
objeto de ódio universal. Insistir-se-á em que os poucos que permanecem em
oposição a uma instituição da igreja e lei do Estado, não devem ser tolerados... O
romanismo no Velho Mundo, e o protestantismo apóstata no Novo, ambos
adotarão uma conduta idêntica para com aqueles que honram todos os preceitos
divinos.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Aproxima-se o
tempo de angústia, p. 536-537).

“O princípio dos mundanos é tirar o máximo que lhes for possível das perecíveis
coisas desta vida. O amor do lucro egoísta, eis o princípio dominante de sua vida. A
mais pura alegria, porém, não se encontra em riquezas, nem na cobiça que sempre
deseja ansiosamente mais, mas onde reina contentamento e onde o abnegado
amor é o princípio dominante.” (WHITE, Ellen G. (2006). Testemunhos para a Igreja
– volume #3, Capítulo: Dízimos e ofertas, p. 365).

“Como povo, nós somos considerados peculiares. Nossa posição e fé nos


distinguem de todas as outras denominações. Caso não sejamos em nada

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 339 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
melhores do que o mundo na vida e no caráter, eles nos apontarão o dedo
escarnecedor, e dirão: 'Estes são adventistas do sétimo dia'.” (WHITE, Ellen G.
(2004). Testemunhos para a Igreja – volume #5, Capítulo: Agentes de Satanás, p.
131).

“Estamos vivendo em meio aos perigos dos últimos dias. Algo decisivo deve ser dito
para advertir nosso povo contra o perigo de permitirem que filhos necessitados de
cuidados e instruções paternos, deixem seus lares e se dirijam a locais onde serão
postos em contato com pessoas mundanas, pouco religiosas, amantes de
prazeres.” (WHITE, Ellen G. (2006). Testemunhos para a Igreja – volume #8,
Capítulo: Como preparar nossos jovens, p. 224).

“O verdadeiro seguidor de Cristo não agirá como os perversos mundanos, porque


está na moda ser pecador.” (Review and Herald – 25 de Outubro de 1881).

Um Exemplo que pode Unir Cristãos e Mundanos: A Mudança Climática


como um elemento de União.

• Mudanças climáticas e o bem comum. Um documento preparado pela Pontifícia


Academia das Ciências e pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais (abril de
2015).
• O Papa nos Estados Unidos durante a sessão conjunta do Congresso em setembro
de 2015.
• Discurso às Nações Unidas.
• Reunião em Paris em Dezembro de líderes mundiais para discutir mudanças
climáticas. Com uma economia global, as sanções podem ser aplicadas em todo o
mundo.
• O Domingo é uma parte integrante para salvar o planeta e dar tempo para a
família, renovação espiritual pessoal e frequência à igreja. A pressão já é enorme
na União Europeia.
• O pretexto será salvar o planeta e todos irão junto quando os desastres se
agravarem o suficiente.
• Ban Ki-Moon: O secretário-geral [Ban KI-Moon] dá as boas-vindas à encíclica papal
divulgada hoje por Sua Santidade o Papa Francisco, que destaca que a mudança
climática é um dos principais desafios que a humanidade enfrenta e que é uma
questão moral que requer um diálogo respeitoso com todas as partes da
sociedade. O secretário-geral observa as conclusões da encíclica de que há "um
consenso científico muito sólido" que mostra um aquecimento significativo do
sistema climático e que a maior parte do aquecimento global nas últimas décadas
é "principalmente resultado da atividade humana".
Ban pediu aos governos que “coloquem o bem comum global acima dos interesses
nacionais e adotem um acordo climático universal ambicioso” na cúpula do clima
da ONU em Paris em dezembro.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Existem nuances da própria linguagem do Papa lá. Na encíclica, ele afirma: “As
negociações internacionais [climáticas] não podem ter avanços significativos
devido a posições de países que colocam seus interesses nacionais acima do bem
comum global”.
Obama sobre a encíclica do Papa:
Saúdo a encíclica de Sua Santidade o Papa Francisco e admiro profundamente a decisão
do Papa de defender - de forma clara, poderosa e com a plena autoridade moral de sua
posição - uma ação sobre a mudança climática global.
Como o Papa Francisco tão eloquentemente afirmou esta manhã, temos uma profunda
responsabilidade de proteger nossos filhos, e os filhos de nossos filhos, dos impactos
negativos das mudanças climáticas. Acredito que os Estados Unidos devem ser líderes
nesse esforço, e é por isso que estou comprometido em tomar ações ousadas em casa e
no exterior para reduzir a poluição de carbono, aumentar a energia limpa e a eficiência
energética, construir resiliência em comunidades vulneráveis e incentivar administração
responsável de nossos recursos naturais. Devemos também proteger os pobres do mundo,
que têm feito o mínimo para contribuir para esta crise iminente e têm a perder muito se
não conseguirmos evitá-la.
Estou ansioso para discutir essas questões com o Papa Francisco quando ele visitar a Casa
Branca em setembro. E enquanto nos preparamos para as negociações climáticas globais
em Paris em dezembro, é minha esperança que todos os líderes mundiais - e todos os
filhos de Deus - reflitam sobre o chamado do Papa Francisco para se unirem para cuidar
de nosso lar comum.

Nenhuma menção da segunda vinda como a esperança da humanidade. O que é que


causa as mudanças climáticas?

Conduzida pelo Espírito, Ellen White escreveu:

“O refreador Espírito de Deus [os quatro anjos que seguram os quatro ventos]
está sendo agora mesmo retirado da Terra. Furacões, tormentas, tempestades,
incêndios, inundações, desastres em terra e mar, seguem-se um ao outro em rápida
sequência. A ciência busca uma explicação para tudo isso. Os sinais que se
avolumam em torno de nós, prenunciando a manifestação do Filho de Deus, são
atribuídos a qualquer outra causa que não a verdadeira. Os homens não
discernem as sentinelas angélicas que retêm os quatro ventos, para que não
soprem até que os filhos de Deus estejam selados. Mas quando Deus mandar que
Seus anjos soltem os ventos haverá uma cena de luta que nenhuma pena pode
descrever.” (WHITE, Ellen G. (2004). Testemunhos para a Igreja – volume #6,
Capítulo: Preparação para a crise final, p. 373).

Satanás tem uma agenda por trás de todos estes desatres:

“Satanás também opera por meio dos elementos a fim de recolher sua colheita de
almas desprevenidas. Estudou os segredos dos laboratórios da Natureza, e

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 341 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
emprega todo o seu poder para dirigir os elementos tanto quanto o permite Deus.
Nos acidentes e calamidades no mar e em terra, nos grandes incêndios, nos
violentos furacões e terríveis saraivadas, nas tempestades, inundações, ciclones,
ressacas e terremotos, em toda parte e sob milhares de formas, Satanás está
exercendo o seu poder. Destrói a seara que está a amadurar, e segue-se fome,
angústia. Comunica ao ar infecção mortal, e milhares perecem pela pestilência.
Estas visitações devem tornar-se mais e mais frequentes e desastrosas. A
destruição será tanto sobre o homem como sobre os animais. 'A Terra pranteia e se
murcha', 'enfraquecem os mais altos dos povos... Na verdade a Terra está
contaminada por causa dos seus moradores; porquanto transgridem as leis,
mudam os estatutos, e quebram a aliança eterna' (Isaías 24:4-5). E então o grande
enganador persuadirá os homens de que os que servem a Deus estão motivando
esses males.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O maior perigo
para o lar e a vida, p. 514-515).

Solidariedade e o Bem Comum


Para começar, devemos dizer que a teoria social do papado falhou miseravelmente por
mais de mil anos. O papado tem um histórico muito ruim de pregar às nações capitalistas
do hemisfério ocidental. A Europa vivia na ignorância, na doença e na pobreza durante
este período. Foi somente quando o protestantismo entrou em cena que esses males
foram em grande parte superados. O capitalismo promove o individualismo, a
criatividade, a competição pela excelência, a produtividade, uma forte ética de trabalho e
o progresso. O ideal católico romano promove exatamente o oposto.

São Tomás de Aquino:

“Em casos de necessidade, todas as coisas são propriedade comum, de modo que
parece não haver pecado em tomar a propriedade de outra pessoa, pois a
necessidade a tornou comum.” (Summa Theologiae, ii-ii, artigo 7º).

Santo Agostinho:
Tudo começou com a Cidade de Deus de Santo Agostinho. Sua ideia era que a igreja
deveria controlar os governos civis do mundo e, desta forma, estabelecer o reino universal
de paz de Deus na terra.

Santo Agostinho interpretou a pedra de Daniel 2 como a igreja conquistando os reinos do


mundo e trazendo o reino de Deus na terra. Qualquer um que se opusesse a este cenário
seria exterminado. Agostinho forneceu a base teológica para a Inquisição.

Palavras de Tomás de Aquino:

“Para que as questões espirituais fossem mantidas separadas das temporais, o


ministério deste reino [espiritual] foi confiado não aos reis terrenos, mas aos
sacerdotes e especialmente ao mais alto deles, o sucessor de São Pedro, Vigário de

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Cristo, o Romano Pontífice, a quem todos os reis devem estar sujeitos, assim como
estão sujeitos o nosso Senhor Jesus. Para aqueles a quem pertence o cuidado de um
fim intermediário, devem estar sujeitos àquele a quem pertence o cuidado do fim
último e ser dirigido por seu governo.” (As Idéias Políticas de São Tomás de Aquino,
p. 100).

Bernardo de Clairvaux (1090-1153)


“Podemos, portanto, concluir que ambas as espadas, a saber, a espiritual e a
material, pertencem à Igreja e que, embora apenas a primeira seja empunhada por
sua própria mão, as duas devem ser empregadas em seu serviço. Cabe ao
sacerdote usar a espada da palavra, mas golpear com a espada de aço pertence ao
soldado, mas isso deve ser pela autoridade e vontade do sacerdote e pelo comando
direto do imperador, como eu fiz disse em outro lugar. Pois as duas espadas são de
Pedro, para serem desembainhadas sempre que for necessário - uma pela sua
própria mão, a outra por sua autoridade." (Tierney, The Crisis of Church and State,
1050-1300, pp. 93, 94).

John of Salisbury (1120-1180)


“Essa espada (a material) então o príncipe recebe da mão da igreja, pois a igreja
não mancha a espada com sangue. Mesmo assim, esta é sua espada, mas ela a usa
pela mão do príncipe."

Palavras do Concílio de Trento, com relação ao poder do Papa:

“Todo poder temporal é dele; o domínio, jurisdição e governo de toda a Terra são
seus por direito divino. Todos os governantes da Terra são seus súditos e devem se
submeter a ele.” (John W. Robbins, Ecclesiastical Megalomania, p. 131).

Pio XI
“A doutrina da Rerum Novarum [que nada mais é do que o marxismo em trajes
religiosos] começou pouco a pouco a penetrar entre aqueles que, estando fora da
unidade católica, não reconhecem a autoridade da Igreja; e esses princípios
católicos da sociologia gradualmente se tornaram parte da herança intelectual de
toda a raça humana. Assim, também, nos regozijamos que as verdades católicas
proclamadas tão vigorosamente por nosso ilustre Predecessor [Leão XIII], sejam
apresentadas e defendidas não apenas em livros e periódicos não católicos, mas
frequentemente também em assembléias legislativas e nos tribunais de justiça.”
(Pio XI, Quadragesimo Anno (1931), 11).

Pio IX
“Aquele princípio que Leão XIII estabeleceu tão claramente deve ser estabelecido
desde o início aqui, a saber, que reside em Nós [o papado] o direito e o dever de se

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 343 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
pronunciar com suprema autoridade sobre questões sociais e econômicas.” (Papa
Pio XI, Encíclica Quadragesimo Anno, 15 de maio de 1931, parágrafo 41).

João XXIII
“Porque todos os homens estão unidos em razão de sua origem comum, sua
redenção por Cristo e seu destino sobrenatural, e são chamados a formar uma
família Cristã, apelamos na Encíclica ‘Mater et Magistra’ às nações
economicamente desenvolvidas que ajam em auxílio daqueles que estavam em
processo de desenvolvimento.” (João XXIII, Pacem in Terris, (1963), 121).

Vaticano II (1963-1965)
“É nosso dever claro, portanto, esforçar-nos todos os músculos para trabalhar no
momento em que todas as guerras podem ser completamente proibidas por
consentimento internacional. Esse objetivo, sem dúvida, requer o estabelecimento
de uma autoridade pública universal reconhecida como tal por todos e dotada do
poder de salvaguardar em nome de todos, segurança, respeito pela justiça e o
respeito pelos direitos.” (Vaticano II, Gaudium et Spes, (1965) 82).

“Além disso, visto que em virtude de sua missão e natureza ela não está ligada a
nenhuma forma particular de cultura humana, nem a qualquer sistema político,
econômico ou social, a Igreja [Católica Romana] por sua própria universalidade
pode ser um vínculo muito estreito entre diversas comunidades e nações humanas,
desde que estas confiem nela e reconheçam verdadeiramente seu direito à
verdadeira liberdade no cumprimento de sua missão.” (Concílio Vaticano II,
Gaudium et Spes (1965), 42).

Paulo VI
“Esta colaboração internacional em escala mundial requer instituições que a
preparem, coordenem e dirigam até que finalmente seja estabelecida uma ordem
de justiça universalmente reconhecida... Quem não vê a necessidade de
estabelecer assim progressivamente uma autoridade mundial, capaz de atuar
efetivamente nos setores jurídico e político?” (Paulo VI, Populorum Progressio
(1967), 78).

Definição de Capitalismo
“O capitalismo, que às vezes é chamado de sistema de livre iniciativa, ordem de
propriedade privada ou laissez-faire, é o sistema econômico no qual os indivíduos e
grupos são livres para possuir todos os tipos de propriedade e dispor dela como
bem entenderem. É a contrapartida econômica do sistema político de governo
limitado em que as únicas funções do governo são a punição dos malfeitores, ou
seja, os criminosos, e o elogio dos bons.” (John W. Robbins, Ecclesiastical
Megalomania, p. 49).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
João Paulo II
“A propriedade privada, na verdade, está sob uma‘ hipoteca social ’, o que significa
que tem uma função intrinsecamente social, baseada e justificada precisamente
pelo princípio da destinação universal dos bens.” (João Paulo II, Sollicitudo Rei
Socialis (1987), 42).

“A tradição cristã nunca sustentou este direito [à propriedade privada] como


absoluto e intocável. Ao contrário, sempre entendeu esse direito dentro do
contexto mais amplo do direito comum a todos de usar os bens de toda a criação; o
direito à propriedade privada está subordinado ao direito de uso comum, ao fato
de os bens serem destinados a todos.” (João Paulo II, Laborem Exercens (1981), 34,
35).

Malachi Martin
“Ele [João Paulo] foi por si mesmo o chefe da mais extensa e profundamente
experiente das três potências globais que iriam, em pouco tempo, pôr fim ao
sistema nacional da política mundial que definiu a sociedade humana por mais de
mil anos. Não é demais dizer, na verdade, que o propósito escolhido do pontificado
de João Paulo II - o motor que impulsiona sua grande política papal e que
determina suas estratégias dia a dia, ano a ano - é ser vitorioso naquela
competição, agora bem encaminhada.” (Malachi Martin, As Chaves deste Sangue,
p. 17).

“Neste novo livro oportuno e provocativo, o autor de best-sellers Malachi Martin


revela a história não contada por trás do papel do Vaticano no colapso da Cortina
de Ferro, bem como a avaliação de longo alcance do Papa João Paulo II do
concurso de três vias agora se desenrolando entre as potências globais - a União
Soviética sob Mikhail Gorbachev, as nações capitalistas do Ocidente e a própria
Igreja Romana universal do papa - uma corrida onde o vencedor leva tudo contra o
tempo e entre si para estabelecer, manter e controlar o primeiro - governo mundial
que já existiu na face da terra.” (Capa de proteção em ‘As Chaves deste Sangue’ de
Malachi Martin).

“Claramente, a nova agenda - a agenda do Céu; o Grande Projeto de Deus para a


nova ordem mundial - havia começado. E o Papa João Paulo avançaria agora na
arena do jogo final do milênio como algo mais do que um gigante geopolítico de
sua época. Ele foi, e continua sendo, o Sereno e confiante Servo do Grande
Projeto.” (Malachi Martin, As Chaves deste Sangue, p. 50).

“Há uma grande semelhança compartilhada por todos os três desses concorrentes
globalistas. Cada um tem em mente um grande projeto particular para uma
governança mundial... Sua competição geopolítica é sobre qual dos três formará,

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 345 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
dominará e administrará o sistema mundial que substituirá o decadente sistema
nacional.” (Malachi Martin, As Chaves deste Sangue, p. 18).

“Não há restrições porque, uma vez que a competição foi decidida, o mundo e tudo
o que há nele - nosso modo de vida como indivíduos e como cidadãos das nações;
nossas famílias e nossos empregos; nosso negócio e comércio e dinheiro; nossos
sistemas educacionais e nossas religiões e nossas culturas; até mesmo os
emblemas de nossa identidade nacional, que a maioria de nós sempre considerou
óbvios - todos terão sido poderosa e radicalmente alterados para sempre.
Ninguém pode estar isento de seus efeitos. Nenhum setor de nossas vidas
permanecerá intocado... Ninguém que conhece os planos destes três rivais tem
dúvidas de que apenas um deles pode vencer.” (Malachi Martin, As Chaves deste
Sangue, p. 16).

“Quanto ao fator tempo envolvido, nós que temos menos de setenta anos veremos
instaladas pelo menos as estruturas básicas do novo governo mundial. Aqueles de
nós com menos de quarenta anos certamente viverão sob sua autoridade e
controle legislativo, executivo e judiciário.” (Malachi Martin, As Chaves deste
Sangue, pp. 15-16).

Bento XVI
“A atividade terrena do homem, quando inspirada e sustentada pela caridade,
contribui para a construção da cidade universal de Deus, que é a meta da história
da família humana. Numa sociedade cada vez mais globalizada, o bem comum e o
esforço para obtê-lo não podem deixar de assumir as dimensões de toda a família
humana, ou seja, a comunidade dos povos e das nações, de forma a conformar a
cidade terrena, em unidade e paz, tornando-se certo grau uma antecipação e uma
prefiguração da cidade não dividida de Deus.” (Caritas in Veritate, seção 7).

"... Há a necessidade urgente de uma verdadeira autoridade política mundial,


como meu predecessor, o bem-aventurado João XXIII indicou há alguns anos. Tal
autoridade precisaria ser regulamentada por lei, para observar consistentemente
os princípios de subsidiariedade e solidariedade, para procurar estabelecer o bem
comum e assumir o compromisso de assegurar um autêntico desenvolvimento
humano integral inspirado nos valores da caridade na verdade. Além disso, tal
autoridade deveria ser universalmente reconhecida e ser investida do poder
efetivo para garantir a segurança de todos, respeito pela justiça e respeito pelos
direitos." (Bento XVI em sua encíclica Caritas in Veritate).

Compêndio de Doutrina Social Católica


“Portanto, o bem comum envolve todos os membros da sociedade, ninguém está
isento de cooperar, segundo as possibilidades de cada um, para alcançá-lo e
desenvolvê-lo.” (Compêndio da Doutrina Social Católica, seção 167).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Sobre a destinação universal dos bens, o Compêndio da Doutrina Social Católica afirma:

“Se é verdade que todos nascem com o direito de usar os bens da terra, também é
verdade que, para garantir que esse direito seja exercido de forma equitativa e
ordenado, são necessárias intervenções regulamentadas, intervenções que são o
resultado de acordos nacionais e internacionais, e uma ordem jurídica que
adjudica e especifica o exercício deste direito.” (Compêndio de Doutrina Social
Católica, seção 173).

“A tradição cristã nunca reconheceu o direito à propriedade privada como


absoluta e intocável: 'Pelo contrário, sempre entendeu este direito no contexto
mais amplo do direito comum a todos de usar os bens de toda a criação. O direito
à propriedade privada está subordinado ao direito de uso comum, ao fato de os
bens serem destinados a todos.” (Compêndio de Doutrina Social Católica, seção
177).

“A doutrina social da Igreja, além disso, exige o reconhecimento da função social de


qualquer forma de propriedade privada que se refira claramente à sua relação
necessária com o bem comum... A destinação universal de bens acarreta
obrigações sobre como os bens devem ser usados por seus legítimos proprietários...
Daí decorre o dever dos proprietários de não deixar ficarem os bens em sua posse e
de canalizá-los para a atividade produtiva, mesmo confiando-os a outros que os
desejem e sejam capazes de coloca-los em uso na produção.” (Compêndio de
Doutrina Social Católica, seção 178).

“Os novos conhecimentos tecnológicos e científicos devem ser colocados a serviço


das necessidades primárias da humanidade, aumentando gradativamente o
patrimônio comum da humanidade. Colocar o princípio da destinação universal
das mercadorias, efetivamente requer, portanto, ações em nível internacional e
programas planejados por parte de todos os países.” (Compêndio de Doutrina
Social Católica, seção 179).

“Na medida em que faz parte do ensino moral da Igreja, a doutrina social da Igreja
tem a mesma dignidade e autoridade de seu ensino moral. É um autêntico
Magistério que obriga os fiéis a aderirem a ele.” (Compêndio da Doutrina Social
Católica, seção 80).

Aviso de Ayn Rand


“A Igreja Católica nunca perdeu a esperança de restabelecer [ela deve ter tido e
perdido] a união medieval da Igreja e do Estado, com um Estado global e uma
teocracia global como seu objetivo final. A Igreja-Estado Romana é um híbrido -
um monstro de poder político e eclesiástico. Seu pensamento político é totalitário
e, sempre que teve oportunidade de aplicar seus princípios, o resultado foi uma
repressão sangrenta. Se, durante os últimos 30 anos, suavizou suas afirmações de

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 347 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
poder total, supremo e irresponsável e assassinou menos pessoas do que antes, tais
mudanças no comportamento não se devem a uma mudança em suas idéias, mas a
uma mudança em suas circunstâncias [os governos seculares a mantêm à
distância]... A Igreja-Estado romana do século XX, porém, é uma instituição que se
recupera de uma ferida mortal. Se e quando recuperar [deve ter perdido] todo o
seu poder e autoridade, vai impor um regime mais sinistro do que qualquer outro
que o planeta já viu [a ferida mortal será curada].” (John W. Robbins, Ecclesiastical
Megalomania, p. 195).

“Estou convencido de que a Babilônia Romana recuperará novamente todo o seu


poder anterior antes que o juízo final a tome. Temo que a maioria das nações,
intimidadas por seu poder e aterrorizadas por sua brutalidade, permitirá que o
jugo sacudido por cerca de duzentos anos seja colocado sobre elas [nações]
novamente.” (Palavras de Ph. J. Spener em Symposium on Revelation, volume 2, p.
388).

“O que a Igreja-Estado Católica Romana conquistou em pequena escala durante a


Idade Média é o que ela deseja alcançar em escala global no próximo milênio.”
(John W. Robbins, Ecclesiastical Megalomania, p. 187 (1999)).

Passos Incremental: Escravidão, Casamento Gay e o Sábado.


“A maior e mais favorecida nação da Terra são os Estados Unidos. Uma
providência graciosa protegeu este país e derramou sobre ela as melhores bênçãos
do céu. Aqui os perseguidos e oprimidos encontraram refúgio. Aqui a fé cristã em
sua pureza foi ensinada. Este povo tem recebido grande luz e misericórdias
incomparáveis. Mas esses dons foram retribuídos pela ingratidão e esquecimento
de Deus. O Infinito mantém um ajuste de contas com as nações, e sua culpa é
proporcional à luz rejeitada. Um terrível registro está agora no registro do céu
contra nossa terra; mas o crime que completará a medida de sua iniquidade será
anular a lei de Deus.” (Signs of the Times, 04 de julho de 1899).

Os Adventistas do Sétimo Dia serão odiados


“Muitos há na igreja que no fundo pertencem ao mundo, mas Deus chama aqueles
que afirmam crer na verdade avançada, a se elevar acima da atitude presente das
igrejas populares de hoje. Onde está a abnegação, onde está o carregar a cruz que
Cristo disse que deveria caracterizar seus seguidores? A razão de termos exercido
tão pouca influência sobre parentes e companheiros descrentes é que
manifestamos pouca diferença decidida em nossas práticas em relação às do
mundo. Os pais precisam despertar e purificar a alma praticando a verdade em sua
vida doméstica. Quando alcançarmos o padrão que o Senhor deseja que
alcancemos, os mundanos considerarão os adventistas do sétimo dia como
estranhos, singulares, extremistas obstinados. ‘Somos feitos espetáculo ao
mundo, aos anjos e aos homens’." (Review and Herald, 09 de janeiro de 1894).

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Até aqui, os que apresentavam as verdades da mensagem do terceiro anjo foram
muitas vezes considerados como simples alarmistas. Suas predições de que a
intolerância religiosa alcançaria predomínio nos Estados Unidos, de que a Igreja e o
Estado se uniriam para perseguir os que guardam os mandamentos de Deus, foram
declaradas sem fundamento e absurdas. Afirmou-se confiantemente que esse país
jamais se poderia tornar outro que não o que tem sido: defensor da liberdade
religiosa. Mas, ao ser a questão da obrigatoriedade da observância do domingo
amplamente agitada, vê-se aproximar o fato há tanto tempo duvidado e descrido,
e a terceira mensagem produzirá um efeito que antes não seria possível produzir.”
(WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O último convite divino, p.
529).

“O mundo todo há de ser instigado à inimizade contra os adventistas do sétimo


dia, porque eles não rendem homenagem ao papado, honrando o domingo, a
instituição de esse poder anticristão. É desígnio de Satanás fazer com que eles
sejam exterminados da Terra, a fim de que não seja contestada sua supremacia no
mundo.” (WHITE, Ellen G. (1976). Meditações Matinais – Maranata O Senhor Vem
(1977), Capítulo: O Mundo contra o povo de Deus – 28 de Julho, p. 441).

(Apocalipse 13:3) “E vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga
mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta”.

(João 17:14) “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do
mundo, assim como eu não sou do mundo”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 349 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Escola de Teologia ANCHOR
“As Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse”
Pelo Pastor Stephen “Esteban” Bohr

Reflexões sobre a Agenda do Papa


O Triunvirato Final
Em 1990, o padre jesuíta católico romano Malachi Martin publicou o livro best-seller As
Chaves deste Sangue: Papa João Paulo II Versus Rússia e o Ocidente para o Controle da
Nova Ordem Mundial. O livro de Martin descreve a luta com renhida pelo domínio
mundial entre o papado, o comunismo (Secularismo) e o capitalismo ocidental. Na página
18, Martin descreveu as aspirações de todos os três concorrentes global:

“Há uma grande semelhança compartilhada por todos os três desses concorrentes
globalistas. Cada um tem em mente um grande projeto particular para uma
governança mundial... Sua competição geopolítica é sobre qual dos três formará,
dominará e administrará o sistema mundial que substituirá o decadente sistema
nacional.” (Malachi Martin, As Chaves deste Sangue, p. 18).

E então Martin previu ameaçadoramente:

“Não há restrições porque, uma vez que a competição foi decidida, o mundo e tudo
o que há nele - nosso modo de vida como indivíduos e como cidadãos das nações;
nossas famílias e nossos empregos; nosso negócio e comércio e dinheiro; nossos
sistemas educacionais e nossas religiões e nossas culturas; até mesmo os
emblemas de nossa identidade nacional, que a maioria de nós sempre considerou
óbvios - todos terão sido poderosa e radicalmente alterados para sempre.
Ninguém pode estar isento de seus efeitos. Nenhum setor de nossas vidas
permanecerá intocado... Ninguém que conhece os planos destes três rivais tem
dúvidas de que apenas um deles pode vencer.” (Malachi Martin, As Chaves deste
Sangue, p. 16).

Mais de cem anos antes, Ellen White havia feito uma previsão semelhante, comentando
Apocalipse 16:13-14:

Página 350 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“Romanistas [a besta que emerge do mar: o Papado], Protestantes [a besta com
dois chifres: Os Estados Unidos] e mundanos [o mundo secular não religioso]
juntamente aceitarão a forma de piedade, destituída de sua eficácia, e verão nesta
aliança [ecumenismo] um grandioso movimento para a conversão do mundo
[evangelização], e o começo do milênio há tanto esperado [O Ponto Omega do
Grande Design de acordo com a Escatologia Católica Romana].” (WHITE, Ellen G.
(2013). O Grande Conflito, Capítulo: O maior perigo para o lar e a vida, p. 513-514).

Conservadorismo Social
Por mais de quarenta anos, Católicos Romanos e Protestantes conservadores trabalharam
juntos em causas sociais comuns. Essa aliança, que incluiu organizações como a Moral
Majority e a Christian Coalition, condenou o aborto, a eutanásia, o casamento entre
pessoas do mesmo sexo, as proibições do governo de exibições religiosas em propriedade
pública e a Suprema Corte de proibir a oração nas escolas públicas. Esta luta comum pela
"moralidade tradicional" aproximou ambos Católicos e Protestantes conservadores em
uma causa comum. O caso de amor foi exibido recentemente quando vários líderes
Protestantes influentes foram convidados pelo Papa Francisco para visitar o Vaticano,
entre os quais estavam Kenneth Copland, Tony Palmer, James Robison, Rick Warren e Joel
Osteen. O Papa, que é considerado por muitos como a voz moral mais importante do
mundo, impressionou esses líderes protestantes a tal ponto que Rick Warren exclamou
mais tarde, ‘estamos no mesmo time’.

Com o Protestantismo conservador continuamente gravitando em torno do papado, o


Vaticano precisava concentrar-se no terceiro grupo do triunvirato - os mundanos
seculares.

Durante as décadas em que Católicos e Protestantes conservadores lutaram pela


"moralidade tradicional", sua causa repercutiu fortemente nos conservadores sociais, mas
não nas principais igrejas protestantes liberais, na comunidade científica, nos políticos
liberais, na mídia liberal e na população de mentalidade secular.

Mas apenas nos últimos dez anos, a sociedade americana mudou drasticamente. As
questões sociais que antes galvanizavam Protestantes e Católicos conservadores não
estão mais em primeiro plano. Basta considerar como o casamento gay triunfou nos
Estados Unidos com apenas um suspiro dos conservadores sociais. Até o Papa Francisco I
tem pouco a dizer sobre o casamento gay, o aborto e outras questões sociais, optando por
dizer, “Quem sou eu para julgar”? Em sua recente visita à Casa Branca, ao Congresso dos
Estados Unidos e às Nações Unidas o Papa ficou praticamente silencioso sobre as
questões sociais tradicionais. Por quê? Há uma estratégia de estilo jesuíta
cuidadosamente delineada por trás da mudança dos pontos de discussão papais.

Tendo Protestantes conservadores cada vez mais em seu campo e com as questões morais
tradicionais em segundo plano, Francisco teve que encontrar temas que pudessem
conquistar os mundanos (a mente secular), sem afastar os Protestantes que simpatizavam

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 351 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
com ele. Ele precisava liderar causas que ressoassem com aqueles de mentalidade secular
- com cientistas naturalistas, políticos mundiais e especialmente com as Nações Unidas.
Afinal, Ellen White predisse que os mundanos seriam o terceiro elo na união final contra o
governo do céu. O papa jesuíta Francisco I encontrou três temas centrais que poderiam
cativar aqueles de mentalidade secular sem alienar os Protestantes conservadores:
Mudanças climáticas, valores familiares e pobreza mundial que levaram, entre outras
coisas, à emigração e imigração massivas. Ninguém pode culpar o Papa por enfatizar a
importância desses três pontos de discussão. No entanto, o que é profundamente
preocupante é a motivação do Papa para trazê-los à tona neste momento.

Mudanças Climáticas
Vamos abordar primeiro a campanha do Papa sobre as mudanças climáticas. Em sua
recente encíclica Laudato Si o Papa Francisco afirmou que a mudança climática global -
anteriormente chamada de ‘aquecimento global’ - é devido ao abuso humano do meio
ambiente, particularmente os países capitalistas orientados para o mercado e
consumidores. Ele afirmou que, se esse problema não for tratado com urgência, poderá
levar à extinção da raça humana. Portanto, ele pediu aos líderes mundiais que façam da
mudança climática uma prioridade máxima, assinando e aplicando tratados internacionais
de proteção ambiental com penalidades para aqueles que não cumpram.

Esta mensagem ambiental atingiu o público de políticos poderosos. O governador Jerry


Brown, da Califórnia, que foi treinado em escolas jesuítas e preside a sexta maior
economia do planeta, foi recentemente convidado ao Vaticano para participar de uma
cúpula sobre mudança climática e não pôde deixar de oferecer elogios a Francisco por sua
moral liderança nesta questão. E então há o prefeito Bill De Blasio da cidade de Nova
York, a capital financeira do mundo. Na mesma reunião, ele não pôde deixar de falar
sobre Francisco como a "voz moral mais forte do mundo [que] está chamando os líderes
políticos à ação". Até mesmo muitos líderes protestantes influentes descreveram o Papa
Francisco com os mesmos termos brilhantes. Os tempos eram em que os Protestantes nos
Estados Unidos acreditavam que a Bíblia era a maior autoridade moral do mundo, mas os
tempos mudaram!

É interessante notar as palavras que o Papa Francisco I usou em sua recente encíclica
sobre as mudanças climáticas, terminologia que foi usada por todos os papas nas últimas
seis décadas e remonta aos escritos de São Tomás de Aquino. Francisco afirmou que:

“As negociações internacionais [climáticas] não podem fazer progressos


significativos devido às posições tomadas por países que colocam seus interesses
nacionais acima do bem comum global.” (Carta Encíclica Laudato Si 'do Santo
Padre Francisco sobre o cuidado de nossa casa comum, parágrafo 169).

Você notou as expressões ‘interesses nacionais’ e ‘bem comum global’?

Página 352 de 377 As Grandes Profecias de Daniel e Escola de Teologia ANCHOR


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Ban Ki-Moon, o Secretário-Geral das Nações Unidas, ecoou as próprias palavras do Papa
em uma recente reportagem. O relatório explicou que Ban Ki-Moon exortou os governos a
"colocar o bem comum global acima dos interesses nacionais e a adotar um acordo
climático universal ambicioso" na cúpula do clima das Nações Unidas em Paris em
dezembro.

E não menos peso pesado do que Barack Obama, presidente da principal superpotência
do mundo, também ecoou as palavras do Papa:

“Saúdo a encíclica de Sua Santidade o Papa Francisco e admiro profundamente a


decisão do Papa de apresentar o caso - de forma clara, poderosa e com toda a
autoridade moral de sua posição - para uma ação sobre a mudança climática
global... Devemos também proteger os pobres do mundo, que têm feito o mínimo
para contribuir para esta crise iminente e têm a perder muito se não conseguirmos
evitá-la”.

“Estou ansioso para discutir essas questões com o Papa Francisco quando ele
visitar a Casa Branca em setembro. E enquanto nos preparamos para as
negociações climáticas globais em Paris, em dezembro, é minha esperança que
todos os líderes mundiais - e todos os filhos de Deus - reflitam sobre o chamado do
Papa Francisco para se unirem para cuidar de nosso lar comum”.

É significativo que o presidente Obama tenha relacionado à questão da mudança climática


global com a situação dos pobres. Como veremos em breve, nisso ele reflete a própria
estratégia do Papa Jesuíta.

Claro, uma das disposições do Papa na cruzada "salve o planeta" é fazer do Domingo um
dia para o meio ambiente descansar, para as famílias fortalecerem seus laços
comparecendo à missa e para dar aos pobres uma pausa do que ele considera o ciclo
interminável e desumanizador da vida capitalista. A inserção não muito sutil do Domingo
no final da encíclica parece inócua à primeira vista, mas como adventistas sabemos qual é
o propósito final do papado em trazer a mudança climática global para o primeiro plano.
Com relação ao Domingo, a encíclica afirma:

“No Domingo, nossa participação na Eucaristia tem especial importância. O


Domingo, como o sábado judaico, deve ser um dia que cura nosso relacionamento
com Deus, conosco, com os outros e com o mundo... O descanso abre nossos olhos
para o quadro mais amplo e nos dá uma sensibilidade renovada aos direitos dos
outros. E assim o dia de descanso, centrado na Eucaristia, ilumina toda a semana e
nos motiva a uma maior preocupação com a natureza e com os pobres.” (Laudato
Si, p. 237).

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 353 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Academia Pontifícia de Ciências
Em 15 de abril de 2015, cerca de dois meses antes de o Papa divulgar sua encíclica, a
Academia Pontifícia de Ciências e a Academia Pontifícia de Ciências Sociais divulgaram um
comunicado intitulado:

“Mudança Climática e o Bem Comum: uma Declaração do Problema e a Demanda


por Soluções de Transformação”.

Este documento revelador apresenta um cenário do juízo final que tem como objetivo
assustar o planeta a fazer algo sobre as mudanças climáticas ou correr o risco de deixar de
existir! Entre outras coisas, a Declaração declarou:

“A mudança climática é um problema global cuja solução dependerá de irmos além


das afiliações nacionais e nos unirmos para o bem comum”.

Afirmou ainda:

“Já em 2100, haverá uma probabilidade não desprezível de impactos climáticos


irreversíveis e catastróficos que podem durar milhares de anos, levantando a
questão existencial de se a civilização, como a conhecemos, pode ser estendida
além deste século”.

O documento afirma que o aumento da temperatura não foi visto em ‘dezenas de milhões
de anos’, uma indicação clara, entre muitas, de que o papado abraçou totalmente a teoria
da evolução das origens.

A encíclica do Papa (lançada em 18 de junho de 2015), publicada cerca de dois meses após
a Declaração, sugeria que a eliminação dos gases de carbono, a carona solidária, o plantio
de árvores, o apagamento de luzes desnecessárias, a restrição do uso de ar condicionado,
a reciclagem e o boicote a certos produtos assim como dar ao planeta um descanso
dominical ajudará a resolver o problema. O papa também pediu tratados internacionais
que pressionariam os países ricos a ajudar os mais pobres a se adaptarem, incluindo uma
mudança para ajudá-los a trocar os combustíveis fósseis por energias limpas, como a
energia solar. Assim, ele afirmou em Laudato Si (p. 53) que o ‘estabelecimento de uma
estrutura legal que pode estabelecer limites claros e garantir a proteção dos ecossistemas
tornou-se indispensável’.

Como o presidente Obama, o papa vincula a questão da mudança climática global à


necessidade de as nações ricas ajudarem as pobres. Nas palavras do Papa:

“As pessoas que menos fizeram para causar esta [mudança climática] são as que
mais sofrem. Isso deveria, pelo menos, dar peso ao argumento de que o
[Hemisfério Norte] deve transferir recursos importantes para o mundo pobre”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
O Papa visita a Casa Branca
No dia 23 de setembro de 2015, em meio a uma pompa, circunstância e alarde como
nunca se viu nas boas-vindas de qualquer chefe de Estado, com as bandeiras dos Estados
Unidos e da Santa Sé balançando lado a lado ao vento, O presidente Obama referiu-se ao
Papa como "o santo padre" e o recebeu calorosamente na Casa Branca.

Após a cerimônia de boas-vindas, o Papa teve uma audiência privada com o presidente
Obama na Casa Branca. Os pontos de discussão não eram segredo. O presidente Obama já
havia comunicado à imprensa que dois dos principais temas a serem discutidos seriam as
mudanças climáticas globais e a pobreza mundial, temas que compartilha
apaixonadamente com o Papa. Não há indicação de que o Papa tenha abordado as
questões do aborto ou casamento gay com o presidente Obama por razões que são
bastante óbvias. O Papa não quis esgotar as boas-vindas desde o início, abordando temas
sobre os quais ambos, ele e o Presidente Obama, podem discordar!

Embora o Papa tenha sido virtualmente calado sobre as questões sociais que galvanizaram
o papado com os Protestantes conservadores, há evidências convincentes de que ele
ainda acredita nessas questões, mas não queria alienar a mentalidade secular. No bom
estilo dos jesuítas, ele equilibrou-se sobre as questões controversas.

Por um lado, o Papa encontrou e recebeu calorosamente um amigo gay de longa data e
seu companheiro. Por outro lado, depois que o Papa deixou os Estados Unidos, foi
descoberto que ele também se encontrou secretamente na Embaixada do Vaticano em
Washington DC, com Kim Davis, a secretária pentecostal do condado de Kentucky que se
recusou a realizar um casamento gay e foi presa por cinco dias. Miss Davis descreveu o
encontro:

“Eu estendi minha mão e ele estendeu a mão e agarrou, e eu o abracei e ele me abraçou...
Eu tinha lágrimas saindo dos meus olhos. Eu sou apenas um ninguém, então foi realmente
humilhante pensar que ele iria querer encontrar-me ou conhecer-me".

De acordo com o advogado da Srta. Davis, o Papa Francisco deu seus rosários e disse a ela
para ‘permanecer forte’. Também, o Papa encontrou-se com ‘The Little Sisters of the Poor’,
que processaram o presidente Obama por causa do mandato de contracepção do governo
federal no Affordable Care Act.

O colunista sindicalizado conservador George Will estava correto quando explicou o


motivo da mudança nos pontos de discussão público do papado:

“Enquanto o mundo rejeita os ensinamentos de sua igreja sobre aborto,


contracepção, divórcio, casamento do mesmo sexo e outros assuntos, Francisco
alegremente faz sua igreja congruente com a religião secular de
'sustentabilidade'”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 355 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Sessão Conjunta do Congresso
Em 24 de setembro, pela primeira vez na história dos Estados Unidos, um Papa Católico
Romano discursou em uma sessão conjunta do Congresso, cujos membros juraram
defender a Constituição e a Declaração de Direitos. O que o Papa disse ao Congresso? A
resposta estava lá para todos verem. Como esperado, ele deu palestras aos políticos sobre
seu dever de servir para "o bem comum", os perigos e as desgraças do capitalismo
desenfreado, a necessidade de abordar as mudanças climáticas e redistribuir os bens do
mundo entre todas as criaturas de Deus para o "bem comum".

A propósito, como foi este discurso ao Congresso não uma violação da separação entre
Igreja e Estado? Em que base constitucional os senadores e congressistas podem ser
encorajados pelo Papa a incluir o ensino moral do Papado Católico Romano? E se os
Estados Unidos segue o conselho do Papa e assina um acordo climático internacional em
Paris, como não seria isso um estabelecimento do ensino religioso e moral do Papado
Católico Romano, particularmente considerando que a encíclica Papal está carregada de
linguagem religiosa?

Discurso nas Nações Unidas


No dia 24 de setembro de 2015, o Papa apresentou um discurso na Assembleia Geral das
Nações Unidas, onde esteve presente o maior número de líderes políticos da história do
mundo. Entre outras coisas, o discurso encorajou os líderes mundiais a estabelecer uma
legislação para tratar do problema da mudança climática global e da pobreza mundial. De
fato, em sua encíclica, o Papa já havia sugerido que, para que esses problemas fossem
resolvidos, os 'modelos de produção e consumo' e as 'estruturas de poder estabelecida’
que governa as sociedades hoje em dia, precisam mudar profundamente! (Laudato Si, p.
5). Mais uma vez, os assuntos principais dos Católicos Romanos conservadores, como
casamento gay e aborto, foram sumariamente ignorados por razões óbvias - não há
necessidade de alienar aqueles de mentalidade secular antes de estarem totalmente a
bordo!

O Papa na Filadélfia
De 25 a 27 de setembro, o papa esteve na Filadélfia, o berço dos documentos fundadores
dos Estados Unidos - a Declaração da Independência, a Constituição e a Declaração de
Direitos. A escolha do local não foi por acaso. No mesmo lugar onde esses documentos
fundadores foram ratificados, estava um homem cujo reino permanece em conflito direto
e radical com ‘todos os princípios de nossa Constituição’!

A sórdida história do papado revela claramente que sua base e fonte de poder reside na
união da igreja e do estado. Não importa que o papado esteja perdendo multidões de
membros para as igrejas Protestantes na América Latina ou que apenas uma parcela da
população da Europa Ocidental frequente a igreja regularmente. O poder do papado
reside não tanto no número de seus membros, mas sim na manobra de sua hierarquia em

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
cada país do globo. O que muitos não conseguem entender é que a palavra "papado" não
se refere à Igreja Católica Romana como entidade religiosa. É antes uma palavra de
código para um sistema que une Igreja e Estado e cujo líder, em união com o Conselho
dos Bispos, afirma ter o direito divino à jurisdição global, tanto em questões religiosas
como seculares. Mal sabe o mundo quais são realmente as aspirações finais do papado -
domínio global com punho de ferro!

Ellen White alertou há muito tempo:

“Por um decreto que terá por objetivo impor uma instituição papal em
contraposição à lei de Deus, a nação americana se divorciará por completo dos
princípios da justiça. Quando o protestantismo estender os braços através do
abismo, a fim de dar uma das mãos ao poder romano e a outra ao espiritismo,
quando por influência dessa tríplice aliança os Estados Unidos forem induzidos a
repudiar todos os princípios de sua Constituição, que fizeram deles um governo
protestante e republicano, e adotar medidas para a propagação dos erros e
falsidades do papado, podemos saber que é chegado o tempo das operações
maravilhosas de Satanás e que o fim está próximo." (WHITE, Ellen G. (2004).
Testemunhos para a Igreja – volume #5, Capítulo: A crise vindoura, p. 431).

Estima-se que cerca de um milhão de pessoas participaram de uma missa ao ar livre na


Filadélfia no domingo, 27 de setembro. Enquanto eu assistia à cena, lembrei-me de Daniel
#3 onde todos os grandes líderes mundiais, em meio a muita fanfarra e música, curvaram-
se diante a imagem que o rei Nabucodonosor ergueu. Apocalipse 13:3 descreve a cena
paralela no final dos tempos, quando ‘todo o mundo se maravilhou e seguiu a besta’ e
adoraram a sua imagem (Apocalipse 13:3).

Clima de Paris sobre as Mudanças Climáticas


O próximo passo (na estratégia do papado sobre a mudança climática e a pobreza) será
quando o Papa participar de uma reunião de líderes mundiais em Paris, em dezembro,
para discutir a mudança climática global e fazer recomendações específicas para resolver
o problema. A cruzada "salve o planeta" proporcionará um fórum perfeito naquele
momento para encorajar o mundo a reservar o domingo como um meio de dar um
descanso ao meio ambiente e aos pobres oprimidos e permitir que as famílias tenham
tempo para se reunir para a adoração! Irá acontecer isso em Paris? Ninguém sabe, mas
mais cedo ou mais tarde isso irá acontecer!

Redistribuindo a riqueza
Isso nos leva a olhar mais de perto o segundo ponto de discussão do Papa, que ressoou
fortemente entre os líderes mundiais. O Papa tem continuamente ensinado as nações
capitalistas do hemisfério norte a redistribuir a riqueza do mundo de maneira uniforme, a
fim de abolir a pobreza para "o bem comum". Este ideal é o socialismo puro e simples,
mas não um socialismo do tipo ateísta, mas sim um socialismo político-religioso sob a

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 357 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
liderança "moral" do papado. Na verdade, é uma guerra não muito sutil contra o
capitalismo e a classe média, um chamado para que as nações opulentas espalhem sua
riqueza. O resultado final, como mostrou a experiência de Cuba e da Venezuela, não será
que todas as nações terão riquezas iguais, mas sim que todas compartilharão a mesma
pobreza com uma pequena elite rica no topo! Esta estratégia papal de "espalhar a
riqueza", que começou lentamente nos tempos modernos com a encíclica do Papa Leão
XIII, Rerum Novarum (uma versão cristianizada do marxismo), acelerou a uma velocidade
cegante em nosso tempo, especialmente entre os políticos liberais.

O ideal de uma sociedade sem classes onde todos compartilham igualmente dos bens do
mundo é uma ótima ideia, mas em um mundo egoísta é um objetivo inalcançável. Na
verdade, Jesus que disse: ‘Os pobres, sempre os tendes convosco’, contradisse
abertamente este ideal socialista. E Ellen White afirma categoricamente que a pobreza
testa a fé dos pobres e a mordomia dos ricos:

“Não é plano de Deus que a pobreza desapareça do mundo. As classes sociais


jamais deveriam ser igualadas; pois a diversidade de condições que caracteriza
nossa raça é um dos meios pelos quais Deus tem pretendido provar e desenvolver
o caráter. Muitos têm insistido com grande entusiasmo em que todos os homens
devem ter parte igual nas bênçãos temporais de Deus; não era este, porém, o
propósito do Criador. Cristo afirmou que sempre teremos conosco os pobres. Os
pobres, bem como os ricos, são comprados por seu sangue; e, entre os Seus
professos seguidores, na maioria dos casos, os primeiros O servem com singeleza
de propósito, enquanto os últimos estão constantemente colocando as suas
afeições nos tesouros terrenos, enquanto Cristo é esquecido. Os cuidados desta
vida e a ambição das riquezas eclipsam a glória do mundo eterno. Seria a maior
desgraça que já sobreveio à humanidade se todos devessem ser colocados em
posição de igualdade em possessões terrenas.” (WHITE, Ellen G. (2007). Conselho
sobre Saúde, Capítulo: Dever para com os pobres, p. 256).

A Razão para o Cuidado Ecológico

A visão do Papa sobre esses assuntos leva-nos a perguntar: O Papa acerta quando
encoraja os humanos a cuidar do meio ambiente, a ajudar os pobres e a se concentrar na
unidade familiar? A própria Bíblia não nos ordena que façamos tais coisas? Claro que sim!
Certamente podemos concordar com o Papa quanto à importância de priorizar essas
questões.

Mas a questão que deve nos envolver é esta: Por que essas questões devem ser uma
preocupação primária para todos nós? O Salmo 24:1-2 fornece a resposta:

(Salmos 24:1-2) “Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que
nele habitam. 2 Porque Ele a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios”.

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
A Bíblia explica que devemos cuidar da Terra e daqueles que nele habitam, porque eles
não são nossos. O apóstolo Paulo expressou bem o princípio quando nos lembrou de que
‘não sois de vós mesmos’ (I Coríntios 6:19). O abuso humano do meio ambiente e dos
pobres que nele habitam deve-se ao fato da humanidade ter esquecido que a terra e seus
habitantes pertencem a Deus, não a nós. E o que causou essa amnésia trágica? A resposta
é que a humanidade deixou de lado o lembrete semanal de Deus sobre a criação - o
Sábado do sétimo dia. O quarto mandamento, falado por Deus em meio a trovões e
relâmpagos no Monte Sinai e escrito com o próprio dedo de Deus afirma:

(Êxodo 20:8-11) “Lembra-te do dia do Sábado, para o santificar. 9 Seis dias


trabalharás e farás toda a tua obra, 10 mas o sétimo dia é o Sábado do SENHOR,
teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o
teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está
dentro das tuas portas. 11 Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o
mar e tudo que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o SENHOR
o dia do sábado e o santificou”.

Resumindo, Deus criou nosso ambiente terrestre, seus habitantes (humanos e animais) e
a unidade familiar em seis dias literais e então nos deixou um sinal perpétuo de Seu poder
criativo ao descansar no sétimo dia. Em Êxodo 20:11, que ecoa Gênesis 2:2-3, não nos
instrui a descansar um dia em sete ou a cada sete dias. A palavra 'sétimo' em hebraico é
precedida pelo artigo definido. É ‘o’ sétimo dia que comemora a criação, não o primeiro
dia ou qualquer dia!

Por que devemos cuidar de nosso lar terreno? Porque Deus o fez em seis dias e é dele! Por
que a santidade do casamento e da família deve ser protegida? Porque Deus os criou no
sexto dia! Por que deveríamos cuidar dos menos afortunados, acolhendo-os e
compartilhando "nossos" bens com eles? Porque todos nós descendemos do par original e
nós temos o mesmo sangue (Atos 17:26). Somos todos membros da mesma família por
criação e, portanto, devemos cuidar uns dos outros.

Os Dias da Criação
E aqui está outra pergunta importante: Qual foi a duração de cada dia da criação? O livro
de Gênesis afirma indiscutivelmente que cada dia consistia de 24 horas, assim como os
vivenciamos hoje, e não há nenhuma evidência de que o ciclo semanal tenha sido
quebrado. O testemunho Bíblico revela claramente que nossa casa terrena e seus
habitantes não surgiram por milhões / bilhões de anos, pois nos é dito que Deus 'falou, e
tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu' (Salmo 33:9) e que cada dia tinha 'uma tarde
e uma manhã' o que seria absurdo se os dias durassem longos períodos de tempo.

Depois de trabalhar seis dias literais, Deus olhou para o que Ele havia feito e estava muito
bom (Gênesis 1:31). Deus então descansou no sétimo dia literal e o tornou santo,
separando-o como um memorial perpétuo da criação. Desta forma, o Sábado do sétimo

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
dia permanece ou cai na literalidade dos dias da criação. Se os dias da criação fossem
longos períodos de tempo, a instituição do Sábado evaporar-se-ia em uma névoa.

O quarto mandamento não faria absolutamente nenhum sentido se os dias da criação


durassem milhões ou bilhões de anos. Como Deus poderia pedir ao homem para trabalhar
seis dias e descansar no sétimo como fez na criação, se os dias não fossem literais como os
conhecemos hoje? Claramente, o Sábado do sétimo dia está enraizado em uma criação
literal e é parte do plano original de Deus para a raça humana antes do pecado e da
morte. Não era judeu nem temporário!

Conclusão:

1. Deus criou o meio ambiente e devemos cuidar dele.


2. Deus criou a unidade familiar de marido, esposa e filhos e devemos cuidar dela.
3. Deus criou todos os seres humanos - somos todos do mesmo sangue - e devemos
cuidar uns dos outros.
4. O sinal que nos lembra de tudo isso é o Sábado do sétimo dia.

Pecado e Redenção
Mas o sábado do sétimo dia tem outra dimensão. O livro de Gênesis descreve uma queda
literal de Adão literal e Eva literal em um Jardim do Éden literal e perfeito. A queda
infectou toda a raça humana e tornou necessário que Jesus, o Criador, se tornasse carne
para restaurar a criação perfeita que havia sido perdida. Assim, uma criação literal, uma
queda literal e uma redenção literal estão indissoluvelmente ligadas.

Foi na noite de sexta-feira (nossa quinta-feira à noite), o sexto dia, que Jesus, quando
estava prestes a terminar Sua obra de redenção, orou a Seu pai: “Terminei a obra que me
deste para fazer” (João 17:4). Mais tarde, na tarde do mesmo dia, Jesus clamou na cruz
"Está consumado". Assim, a provisão para redenção foi concluída no sexto dia, assim
como Ele terminou sua obra criativa no sexto dia.

Depois de clamar, 'Está consumado', Jesus foi retirado da cruz, colocado no túmulo de
José e então Seu corpo descansou no sábado como um sinal da conclusão de Sua obra de
redenção (Atos 2:25-27). E, enquanto Jesus descansava na tumba no Sábado (Atos 2:25-
27), Seus seguidores, fora da tumba, 'descansavam no dia de Sábado de acordo com o
mandamento' (Lucas 24:56). Assim, o Sábado do sétimo dia, que era originalmente um
sinal da criação, agora ganhou uma dimensão adicional e tornou-se um sinal de redenção.
De acordo com o apóstolo Paulo, a redenção é uma nova criação (II Coríntios 5:17).

Cuidando dos Necessitados


O Papa Francisco sublinhou que o domingo, o primeiro dia da semana, deve ser o dia para
aliviar o sofrimento dos menos afortunados. Em contraste, Jesus escolheu o sábado do
sétimo dia para aliviar especialmente o sofrimento dos menos afortunados - os fracos, os
pobres, os mutilados, os possuídos por demônios e os famintos. Por que Jesus escolheu o

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
sábado do sétimo dia como o dia especial para ajudar os necessitados? Ele estava violando
o sábado? Não. O fato é que Jesus reconheceu que todas as criaturas foram feitas à Sua
imagem e, portanto, os fortes devem ajudar os fracos. Assim, o Sábado foi um sinal de
solidariedade entre os 'ricos' e os 'pobres'.

Ajudar os menos afortunados no Sábado do sétimo dia não foi uma inovação de Jesus. Já
no Antigo Testamento Deus havia indicado que o sábado era um dia para dar descanso
aos servos, estrangeiros e até mesmo aos animais de carga! (Êxodo 20:9-10; Êxodo 23:12)
O profeta Isaías descreveu o Sábado como um dia para 'desfazer os grilhões da iniquidade,
desfazer os pesados fardos, libertar os oprimidos e quebrar todo jugo'. Era um dia para
compartilhar o 'pão com os famintos', trazer para nossa casa 'os pobres e rejeitados', para
cobrir os nus e não nos esconder de nossa própria carne (Isaías 58:6-7). Assim, o que Jesus
fez no Sábado do sétimo dia estava perfeitamente de acordo com o Antigo Testamento!

A Visão Bíblica do Fim


A Bíblia não apresenta um cenário evolutivo do início ou do fim. Não ensina que através
de um processo de macroevolução o mundo ficará cada vez melhor e, finalmente,
alcançará o ‘Ponto Omega’ do ‘Grande Design’. Nem ensina que o mundo chegará ao fim
por causa da mudança climática que é causada por um abuso sistêmico do ecossistema.

O cenário Bíblico dos eventos do tempo do fim neste planeta é mais pessimista do que
otimista. Bem no final da história humana, pouco antes da vinda de Jesus, o planeta
envelhecerá e se desfará pelas costuras (Isaías 24:1-6). O mundo será como era nos dias
de Noé, onde "todas as intenções do coração do homem eram só má continuamente"
(Gênesis 6:5). Será como Sodoma, onde os homens da cidade desejavam ter relações
homossexuais com os anjos (Gênesis 19:5; Lucas 17:28-30). Os corações dos homens
desmaiarão de terror ao verem as calamidades que estão caindo sobre a terra (Lucas
21:26). Haverá guerras e rumores de guerras conforme a nação levanta-se contra outra
nação e reino contra reino. Haverá fomes, pestes, terremotos e tumultos (Mateus 24:6-8;
Lucas 21:9). Os seres humanos com aparência de piedade serão amantes de si mesmos, o
que levará a uma grande lista de pecados (II Timóteo 3:1-5). O mundo alcançará a
condição degenerada que é descrita em Romanos 1:18-32. Todas essas coisas ocorrerão,
não por causa da mudança climática, mas por causa da iniquidade da humanidade
(Mateus 24:6-8; Isaías 24:5).

Ellen White alertou-nos sobre isso, vejamos:

“Satanás também opera por meio dos elementos a fim de recolher sua colheita de
almas desprevenidas. Estudou os segredos dos laboratórios da Natureza, e
emprega todo o seu poder para dirigir os elementos tanto quanto o permite Deus...
Mesmo agora está ele em atividade. Nos acidentes e calamidades no mar e em
terra, nos grandes incêndios, nos violentos furacões e terríveis saraivadas, nas
tempestades, inundações, ciclones, ressacas e terremotos, em toda parte e sob
milhares de formas, Satanás está exercendo o seu poder. Destrói a seara que está a

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
amadurar, e segue-se fome, angústia. Comunica ao ar infecção mortal, e milhares
perecem pela pestilência. Estas visitações devem tornar-se mais e mais frequentes
e desastrosas.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: O maior
perigo para o lar e a vida, p. 514-515).

A unidade familiar se desintegrará e os pais odiarão os filhos e os pais dos filhos (Lucas
21:16). Os pobres serão oprimidos pelos senhores capitalistas e clamarão a Deus por
justiça (Tiago 5:1-8; Apocalipse 18:6-24). A agenda de Satanás nessas calamidades cada
vez maiores será finalmente culpar o povo fiel de Deus pelo colapso global (Mateus 24:9).
Na verdade, Ellen White explica que a etapa final no processo do jogo final do diabo será:

“E então o grande enganador persuadirá os homens de que os que servem a Deus


estão motivando esses males.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito,
Capítulo: O maior perigo para o lar e a vida, p. 515).

À medida que as coisas pioram progressivamente e surge um tempo de angústia como


nunca antes visto (Mateus 24:21-22), o mundo rebelde e desobediente será levado por
seus líderes religiosos e políticos a acreditar nisso, reforçando a observância do domingo e
erradicando aqueles que guardam o Dia do Senhor, a prosperidade retornará à Terra e
haverá uma era de paz e harmonia. Mas, em vez disso, a lei Dominical trará uma apostasia
global que finalmente trará ruína sobre a criação em vez de cura (Isaías 24:6). A culpa que
Acabe lançou sobre Elias pela convulsão ecológica em Israel é um microcosmo do que
ocorrerá em escala global no final. Com relação aos Estados Unidos, Ellen White alertou:

“O povo dos Estados Unidos tem sido um povo favorecido; mas quando eles
restringem a liberdade religiosa, renunciam ao Protestantismo e dão apoio ao
papado, à medida de sua culpa será completa, e a apostasia nacional será
registrada nos livros do céu. O resultado desta apostasia será a ruína nacional.”
(Review and Herald, 02 de maio de 1893).

O apelo do papado para que as nações abordem as mudanças climáticas, a desintegração


da família e a pobreza mundial (incluindo a imigração) é apenas lidar com um sintoma.
Ellen White explicou que a causa primária da mudança climática global e dos desastres
naturais não são coisas como combustível fóssil e derrubada de florestas, mas sim a
maldade do homem em pisar na Lei de Deus:

“O refreador Espírito de Deus está sendo agora mesmo retirado da Terra.


Furacões, tormentas, tempestades, incêndios, inundações, desastres em terra e
mar, seguem-se um ao outro em rápida sequência. A ciência busca uma explicação
para tudo isso. Os sinais que se avolumam em torno de nós, prenunciando a
manifestação do Filho de Deus, são atribuídos a qualquer outra causa que não a
verdadeira. Os homens não discernem as sentinelas angélicas que retêm os quatro
ventos, para que não soprem até que os filhos de Deus estejam selados. Mas
quando Deus mandar que Seus anjos soltem os ventos, então haverá tal cena de

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luta que nenhuma pena pode descrever.” (WHITE, Ellen G. (2004). Testemunhos
para a Igreja – volume #6, Capítulo: Preparação para a crise final, p. 373).

Mas a história Bíblica do fim não termina com uma nota pessimista. Ela ensina que a
história, como a conhecemos atualmente, terminará com a segunda vinda literal, gloriosa,
pessoal e rápida de Jesus (Tito 2:11-14; Mateus 24:29-30) para levar Seus filhos fiéis ao
céu por mil anos (João 14:1-3) durante os quais a terra retornará à condição em que
estava antes da semana da criação - sem forma e vazia e em trevas (Jeremias 4:23-27).

Depois do milênio, Deus irá recriar a terra em seis dias literais e descansar no sétimo dia
literal como Ele fez no início e então o povo de Deus viverá de forma segura e pacífica em
um mundo sem pecado perfeito para sempre, onde Jesus reinará para todo o sempre.
Como uma comemoração semanal do poder criativo de Deus, Seu povo virá ao trono de
Deus no Sábado do sétimo dia semanal para adorá-Lo:

(Isaías 66:22-23) "Porque, como os céus novos e a terra nova que hei de fazer
estarão diante da minha face, dis o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade
e o vosso nome. 23 E será que, desde uma Festa da Lua Nova até à outra, e desde
um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR”.

A Visão do Papado sobre como Tudo Começou


A visão do papado sobre como tudo começou é radicalmente diferente. De acordo com
papas recentes (principalmente após o Papa Pio XII, 1939-1958), a vida na Terra veio à
existência por um ‘Big Bang’ e, então, evoluiu ao longo de milhões de anos. De acordo
com essa visão, em algum ponto do processo evolutivo, Deus deu a um símio bem
desenvolvido uma alma humana e isso marcou o início do desenvolvimento evolutivo do
Homo Sapiens. Papas e teólogos Católicos Romanos, principalmente depois da época do
paleontólogo jesuíta Pierre Teilhard de Chardin, ensinam que a história da criação não
pode ser tomada literalmente; é um mito simbólico. Assim, o Papa em sua encíclica
refere-se à linguagem na história da criação como ‘narrativa simbólica’. Na visão do
papado, Deus usou a evolução como o mecanismo para trazer à existência o que vemos
no mundo hoje. O Papa João Paulo II, em um discurso na Pontifícia Academia de Ciências
em 1996, já havia se referido à evolução como "mais do que uma teoria":

“Hoje, quase meio século após a publicação da encíclica (Papa Pio XII, Humane
Generis, 1950), novos conhecimentos levaram ao reconhecimento da teoria da
evolução como mais do que uma hipótese. De fato, é notável que essa teoria tenha
sido progressivamente aceita pelos pesquisadores, a partir de uma série de
descobertas em diversos campos do conhecimento. A convergência, nem buscada
nem fabricada, dos resultados do trabalho que foi conduzido de forma
independente é em si um argumento significativo a favor da teoria.”

De maneira típica dos jesuítas, o Papa Francisco I também tentou reconciliar a história da
criação com a teoria da evolução, sintetizando-as. Desta forma, ele tentou agradar, tanto

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teólogos quanto cientistas naturalistas, os seculares e os religiosos. Em suas próprias
palavras:

“O Big Bang, que hoje consideramos ser a origem do mundo, não contradiz a
intervenção do divino criador, mas sim a exige... A evolução na natureza não é
inconsistente com a noção de criação, porque a evolução requer a criação de seres
que evoluem. Quando lemos sobre a Criação no Gênesis, corremos o risco de
imaginar que Deus era um mágico, com uma varinha mágica capaz de fazer tudo.
Mas isso não é assim... Ele criou o ser humano e permitiu que se desenvolvesse de
acordo com as leis internas que deu a cada um para que alcançassem sua
realização“.

A observação do Papa de que não devemos conceber Deus como 'um mágico, com uma
varinha mágica capaz de fazer tudo' é interessante, especialmente à luz do fato de que o
papado ensina que o sacerdote em cada missa é capaz de transubstanciar o pão e vinho
no corpo real e sangue de Jesus instantaneamente! Na teologia Católica Romana, não leva
milhões ou bilhões de anos para que isso aconteça, ocorre no instante em que o padre
fala as palavras ‘hoc est corpus meum’. De fato, São Bernardino de Siena afirmou que na
transubstanciação do pão o sacerdote pode ser considerado ‘o criador de seu Criador’,
porque o ato ‘requer tanto poder quanto a criação do mundo’. (Santo Afonso de Ligório,
Dignidade e Deveres do Sacerdote ou Selva, pp. 33-34).

O que o Papa falha em descrever em suas declarações é o mecanismo cruel e asqueroso


da evolução. O cientista Frank L. Marsh explicou da seguinte maneira:

“A evolução apresenta uma luta sangrenta e implacável pela existência desde o


início, onde há muito desperdício de substância viva e muitos começos falsos e
becos sem saída.” (MARSH, Frank Lewis (1963), Evolution or Special Creation,
Capítulo: An Origin with Promise, p. 25).

O processo de evolução funciona com base na seleção natural, a sobrevivência do mais


apto. Os fortes sobrevivem e os fracos morrem até que todos os erros do processo
evolutivo sejam corrigidos. Isso soa como um Criador sábio? É este o Deus que cuida do
pardal (Lucas 12:6), veste os lírios do campo em sua beleza e tem os cabelos de nossas
cabeças contados (Mateus 10:30)?

Este método de tentativa e erro com sofrimento e morte é um ataque direto contra a
onipotência de Deus e Sua sabedoria. O poder de Deus e Sua sabedoria são tão limitados
que Ele não conseguiu acertar na primeira vez, mas teve que usar um método de falsos
começos para eliminar as imperfeições no curso de centenas de milhões ou mesmo
bilhões de anos? A evolução também ataca diretamente contra o amor e a bondade de
Deus. Como poderia um Deus de amor testemunhar o sofrimento cruel de Sua criação ao
longo de milhões de anos, mesmo antes de o pecado entrar no universo? Que autoridade
Deus teria para nos dizer para sermos gentis com as formas de vida inferiores e menos

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afortunadas se Ele próprio mostrou tal desprezo grosseiro por elas no suposto processo
de evolução?

A Bíblia descreve uma cadeia literal e ininterrupta de eventos. Se um elo for quebrado,
toda a cadeia se desfaz:

1. Adão e Eva eram pessoas literais que Deus criou perfeitas e colocou no Jardim do
Éden literal, assim como diz o Gênesis.
2. Adão e Eva foram literalmente tentados por uma serpente literal e caíram
literalmente no pecado.
3. Assim que o vírus do pecado apareceu, ele infectou todos os descendentes literais
de Adão e Eva.
4. A morte veio sobre todos os homens como consequência do pecado.
5. Por causa do pecado e da morte, a humanidade precisa de um Redentor que
tornará possível trazer o mundo de volta à sua condição original perfeita, onde não
há pecado e morte.

Pense nisso: Se havia morte no mundo muito antes do pecado, então o elo entre o pecado
e a morte e a redenção foi quebrado - a morte não viria como resultado do pecado. Assim,
o elo entre a criação e a redenção está quebrado porque o propósito da redenção na
Bíblia é a libertação da morte.

O teólogo Católico Romano, Karl Schmits-Moorman, foi brutalmente honesto quando


escreveu sobre a ligação entre uma queda literal no pecado seguida pela morte e a
redenção necessária do pecado e da morte:

"A noção da visão tradicional de redenção como reconciliação e resgate das


consequências da queda de Adão é um absurdo para quem conhece o histórico
evolutivo da existência humana no mundo moderno." (Criação, Catástrofe e
Redenção, p. 112).

Além disso, ele afirma que, porque em sua opinião a história de Gênesis não é literal, a
salvação "não pode significar o retorno a um estado original, mas deve ser concebida
como um aperfeiçoamento através do processo de evolução”.

A pergunta que clama para ser feita é a seguinte: Neste cenário, quanto tempo deve a
criação esperar antes que o processo de evolução alcance seu "Ponto Ômega", para usar
as palavras de Chardin? Isso levará milhões de anos? Bilhões? Quantos milhões / bilhões
de anos devemos esperar para que cordeiros e animais selvagens vivam juntos em
harmonia e que as guerras cessem? (Isaías 11:6; 65:25). Por quanto tempo mais a criação
deve clamar de dor por sua libertação? (Romanos 8:22-23) O cenário evolutivo
certamente não nos oferece muita esperança de uma vinda iminente de Jesus para fazer
rapidamente todas as coisas novas! A mudança ocorrerá em longos períodos de tempo ou
será 'em um momento, num piscar de olhos’ (I Coríntios 15:52)? Claramente, nossa visão

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de como as coisas começou certamente impactará nossa visão de como as coisas irão
terminar.

Evolução e o Sábado
Tornou-se comum para teólogos Católicos Romanos (e alguns evangélicos e adventistas
também!) referir-se às histórias de Gênesis 1-11 como lendas não históricas. O que
aconteceria com o Sábado se a história da criação não acontecesse literalmente como
Gênesis a descreve? A resposta é inescapável. Se os dias da criação não foram dias literais
de vinte e quatro horas, então o sétimo também não o foi, e o sábado como um memorial
semanal perpétuo de um criador amoroso, sábio e onipotente, evaporou-se!

Na verdade, o conceito do começo de tudo de Francisco é incongruente com seu desejo


expresso de abordar a mudança climática, os valores familiares e a situação dos pobres.
Por que devemos respeitar a criação se ela evoluiu ao longo de milhões de anos e ainda
está em processo de evolução? Se, por um processo de seleção natural ou a sobrevivência
do mais apto, o forte sobrevive e o fraco desaparece, por que deveríamos ajudar o
oprimido? Por que os "ricos" deveriam preocupar-se com aqueles que "nada têm"? Não é
o mecanismo da evolução que os fortes prosperam e os fracos desaparecem? Somente
quando percebermos que todas as pessoas são criaturas de Deus, criadas original e
literalmente à imagem de Deus, sentiremos o desejo de cuidar delas e prover suas
necessidades. Além disso, se a história da criação não aconteceu literalmente, como
podemos argumentar que as famílias deveriam ter um pai e uma mãe em vez de dois pais
ou duas mães?

O papado afirma que a mudança climática é causada pela atividade humana e deve ser
resolvida por meros métodos humanos, como conservação, reciclagem, eliminação de
combustíveis fósseis e leis e tratados internacionais adotados em resposta à voz moral do
papado Católico Romano. Sabemos que uma dessas leis internacionais acabará sendo o
descanso dominical obrigatório. Esta lei presumivelmente dará um descanso ao meio
ambiente, fornecerá tempo para a família para o culto, ajudará as pessoas a se conectar
com suas raízes espirituais e dará aos pobres um descanso do ciclo capitalista de trabalho
sem fim. Isso, por sua vez, supostamente trará o tão esperado milênio de paz e
prosperidade sob a liderança moral do papado que guia os poderes civis do mundo. Assim,
neste cenário equivocado, o planeta terá alcançado o ponto final do ‘Grande Design’.

A Visão Católica Romana do Fim


Podemos esperar um fim rápido e sobrenatural da história humana com um modelo
evolucionário? Impossível! Se a criação original não fosse sobrenatural, rápida, literal e
perfeita, poderíamos nós esperar que ao Deus criar um novo céu e uma nova terra, será
assim? A visão do papado sobre o fim é comprometida por sua visão sobre o começo de
tudo. Quantos mais milhões de anos nós devemos esperar para que o processo de
evolução resolva suas peculiaridades, rugas e falhas?

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Para teólogos e Papas Católicos Romanos, a bendita esperança da Igreja não se encontra
na segunda vinda de Jesus. O objetivo é que o papado assuma os reinos deste mundo
unindo-se à igreja e ao estado a fim de estabelecer um reino teocrático onde a igreja
controlará e fornecerá orientação moral ao estado. Eu pergunto: Quantas vezes você
ouviu João Paulo II referir-se à segunda vinda como a Grande Esperança da Igreja? E
Francisco I? O estudioso reformado Harold Robbins explica os objetivos do papado:

“O que a Igreja-Estado Católica Romana conquistou em pequena escala durante a


Idade Média é o que ela deseja alcançar em escala global no próximo milênio.”
(ROBBINS, John W. (1999), Ecclesiastical Megalomania, p. 187).

Não há nada de novo sob o sol! Esta experiência teocrática foi tentada uma vez durante os
1260 anos de domínio papal na Europa e falhou miseravelmente, causando miséria,
doença, sofrimento, pobreza, guerra civil, miséria, contendas e martírio que culminou na
Revolução Francesa. O que nos faz pensar que o papado terá um desempenho melhor em
escala global?

Desde os tempos de Santo Agostinho, a Igreja Católica Romana ensina que a pedra que
atinge os pés da imagem em Daniel #2 não representa a segunda vinda de Jesus; em vez
disso, representa o papado assumindo as rédeas dos poderes seculares do mundo para
estabelecer o reino universal de paz de Cristo Jesus na terra. Isto é um fato preocupante
que no Monte da Tentação, Satanás ofereceu a Jesus todos os reinos do mundo e ele os
rejeitou, mas Satanás ofereceu ao papado esses mesmos reinos e o papado aceitou a
oferta.

Qual é o objetivo final do papado em toda essa discussão sobre mudança climática,
valores familiares e ajuda aos pobres? Podemos dizer pelas palavras e expressões que o
papado usou para tratar dessas questões. As palavras-chave e expressões que aparecem
repetidamente são, 'o bem comum' (o individualismo é um inimigo a ser temido),
'solidariedade' (estamos todos juntos nisso, por isso devemos todos nos unir em um
corpo ecumênico: “Precisamos de uma solidariedade nova e universal” Laudato Si, p. 14),
‘subsidiariedade' (nossos interesses pessoais são subsidiários ao bem comum) e 'a
destinação comum dos bens' (a propriedade não é pessoal, mas pertence a toda a
humanidade conforme a necessidade). Repetidamente, Papas, documentos conciliares e
teólogos usaram essas palavras e expressões. Vamos dar uma olhada em alguns deles. O
Papa Bento XVI em sua encíclica de 2009, Caritas in Veritate, fez uma sugestão arrepiante:

“Há uma urgente necessidade de uma verdadeira autoridade política mundial,


como indicou há alguns anos o meu predecessor, o beato João XXIII. Tal autoridade
deveria ser regulada por lei, para observar com coerência os princípios da
subsidiariedade e da solidariedade, para procurar estabelecer o bem comum e
para comprometer-se a assegurar um autêntico desenvolvimento humano integral
inspirado nos valores da caridade na verdade. Além disso, tal autoridade precisaria
ser universalmente reconhecida e investida com o poder efetivo de garantir a

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 367 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
segurança para todos, incluindo a consideração pela justiça e o respeito pelos
direitos".

Algo semelhante é afirmado no Compêndio de Doutrina Social Católica, seção 173:

“Se é verdade que todos nascem com o direito de usar os bens da terra, também é
verdade que, para garantir que esse direito seja exercido de forma equitativo e
ordenado, são necessárias intervenções regulamentadas, intervenções que são o
resultado de acordos nacionais e internacionais, e uma ordem jurídica que
adjudica e especifica o exercício deste direito”.

A questão é: A qual ‘autoridade política mundial’ o Papa Bento XVI se referia? O Papa Pio
XI em sua encíclica Quadragesimo Anno já havia dado a resposta:

“Aquele princípio que Leão XIII estabeleceu tão claramente deve ser estabelecido
desde o início aqui, a saber, que reside em Nós [no Papado] o direito e o dever de
se pronunciar com autoridade suprema sobre questões sociais e econômicas.”
(Papa Pio XI, Encíclica Quadragesimo Anno, 15 de maio de 1931, parágrafo 41).

O cenário do tempo do fim do papado é radicalmente diferente do que o da Bíblia. Como


vimos anteriormente, a Bíblia retrata um cenário pessimista do tempo do fim. A terra
envelhecerá (Isaías 24:4-5), e haverá terremotos, fomes, pestes, agitação social e guerras
que levarão a uma tribulação como nunca houve (Mateus 24:6-8). A abominação da
desolação - uma lei universal dominical - será estabelecida e o povo de Deus será odiado e
perseguido por todas as nações. Perto do final da Grande Tribulação, as sete últimas
pragas dizimarão a terra e a segunda vinda de Jesus reduzirá o planeta ao que era antes da
semana da criação - escuro, vazio, desordenado e inabitável (Mateus 24:29-30; João 14:1-
3; Tito 2:13; II Pedro 3). Os anjos, então, reunirão os eleitos de Deus e os levarão para o
céu (Mateus 24:29-30; João 14:1-3) por mil anos, após os quais Ele criará um Novo Céu e
uma Nova Terra.

Em contraste, o papado vê um futuro potencialmente brilhante para o planeta sob sua


liderança ‘moral’. Em sua opinião, a engenhosidade humana e as leis internacionais serão
capazes de resolver os problemas do planeta e o reino de Deus será estabelecido na terra
com o papado servindo como a ‘voz moral’ para as nações do mundo. Assim, o Papa
Francisco, em seu discurso às Nações Unidas, afirmou:

“Entre outras coisas, o gênio humano, bem aplicado, certamente ajudará a


enfrentar os graves desafios da deterioração ecológica e da exclusão [dos pobres]”.

O papado acredita que esta teocracia trará o tão esperado milênio de paz e prosperidade
para todos. Veja, para o papado, este mundo é nosso lar permanente, uma ideia que
contradiz a Bíblia. De acordo com as Escrituras, somos estrangeiros e peregrinos nesta
terra. A cidade celestial é nossa casa (Hebreus 11:13-16). Nossa cidadania está no céu, de
onde esperamos Jesus em Sua segunda vinda (Filipenses 3:20). É alguma coincidência que

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
os ímpios no Apocalipse sejam retratados como os ‘habitantes da terra’, que estão presos
neste planeta?

O Papa vinculou essas três causas para cativar o mundo: Mudanças Climáticas, Pobreza e
Família. E ele relacionou todos os três com a santidade do Domingo. Segundo o Papa, o
Capitalismo escravizou os pobres e os privou do descanso necessário e, portanto, os
governos internacionais deveriam elaborar leis que pressionariam a iniciativa privada a
dar-lhes o descanso dominical. Isso já foi feito na Argentina, terra natal do Papa, e há uma
grande pressão para que o mesmo seja feito na União Europeia.

O Papa argumentou ainda que os países Capitalistas estragaram o meio ambiente e os


países pobres sofreram como resultado e, portanto, as nações ricas deveriam compensar
financeiramente as pobres. E o Papa indicou que o Domingo é uma forma magnífica de
deixar o meio ambiente descansar, parando a exploração da natureza por um dia dos
sete. Ele afirmou ainda que o capitalismo trata os seres humanos como máquinas e os
priva da oportunidade de se reunir com suas famílias para a Missa Dominical e
enriquecimento espiritual.

Como fundamento bíblico para sua ‘cruzada para salvar o planeta’, o Papa apela em sua
encíclica ao padrão do ciclo semanal de sete dias, o ano sabático de sete anos e os
quarenta e nove anos do Jubileu. Tudo isso é bom e elegante, exceto pelo fato de que em
todos esses ciclos foi O SÉTIMO na sequência, não o primeiro quando o povo deveria
descansar, as dívidas dos pobres deveriam ser perdoadas, os cativos deveriam ser
libertados e os campos deixados em repouso para descansar. A Bíblia indica claramente
que o Sábado do sétimo dia é o dia para deixar o meio ambiente descansar, o dia para o
trabalho cessar para que o homem possa passar tempo com Deus e a família e um dia
para dar aos pobres uma folga da corrida desenfreada do trabalho. A ideia do Papa é
ótima, mas ele está no dia errado!

Em 19 de agosto de 2015, em sua audiência geral semanal, o Papa Francisco falou sobre a
necessidade de dias de descanso, especialmente as celebrações dominicais da Missa e do
tempo com a família, porque são importantes lembretes de que todo ser humano é feito à
imagem e semelhança de Deus e não é um 'escravo do trabalho'. Mesmo um leitor
superficial da história do Gênesis perceberá uma séria desconexão entre o conselho do
Papa e a história da criação. Como pode o Papa apelar para o descanso dominical baseado
na história da criação, quando a história afirma claramente que o sábado do sétimo dia é
o dia comemorativo do descanso? Com que autoridade poderia o Papa João Paulo II
corajosamente afirmar no parágrafo 14 de sua Carta Pastoral Dies Domini que o Domingo
deveria ser guardado porque Deus o abençoou e o tornou santo? Em suas próprias
palavras:

"Domingo é o dia de descanso porque é o dia ‘bendito’ por Deus e ‘santificado’ por
ele, separado dos outros dias para ser, entre todos eles, ‘o Dia do Senhor’”.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 369 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Onde na terra encontramos que Deus abençoou o primeiro dia, o tornou santo e o
separou como o Dia do Senhor? A resposta não está em lugar nenhum! É simplesmente
uma fabricação baseada na tradição humana. Bem disse Jesus:

(Marcos 7:7) "Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são
mandamentos de homens”.

De acordo com Francis, em um discurso de rádio em 12 de agosto de 2015:

“A obsessão pelo lucro econômico e pela eficiência técnica põe em risco os ritmos
humanos da vida. Os momentos de descanso, principalmente no domingo, são
sagrados porque neles encontramos Deus. A Eucaristia dominical traz às nossas
celebrações todas as graças de Jesus Cristo: a sua presença, o seu amor e o seu
sacrifício; sua formação em comunidade e sua maneira de estar conosco”.

Não há nenhuma evidência nas Escrituras de que Jesus estabeleceu a Eucaristia dominical.
Jesus estabeleceu a Ceia do Senhor, mas foi em uma quinta-feira à noite! Se Jesus
pretendia que seus seguidores celebrassem a Eucaristia no domingo, por que Ele instituiu
a Ceia do Senhor na quinta-feira à noite? Jesus certamente não o celebrou com Seus
discípulos no domingo da ressurreição, porque Ele já havia dito a eles na noite de quinta-
feira que não beberia o cálice novamente com eles até que entrasse em Seu reino. Se
Jesus quisesse que seus discípulos celebrassem a Eucaristia no domingo, Ele poderia ter
celebrado com Seus discípulos na noite de domingo. Afinal, Seu sangue havia sido
derramado e seu corpo quebrado. Mas o que Jesus comeu era parte de um favo de mel e
uma porção de um peixe grelhado (Lucas 24:36-43).

Em uma conclusão um tanto panteísta, Francisco termina sua encíclica apelando à Missa,
ao Domingo, à Trindade e à intercessão de Maria. Há muita verdade na encíclica, mas ela
está cheia de erros. Se você beber 100.000 partes de água misturada com uma parte de
cianureto, isso o matará. Um grande grau de verdade ligado a uma pequena parte do erro
pode ser espiritualmente mortal.

Um Sistema de Engano
Por que tantos clérigos e políticos no mundo cristão estão se perguntando sobre o sistema
papal? A razão é que eles optaram por deixar de lado a história sombria do papado, seja
por ignorância ou porque pensam que o sistema mudou. Muitos afirmam que o papado de
hoje não é o mesmo papado do passado. Mas nisso eles ignoram o fato de que o próprio
papado afirma que não muda. O seu lema é ‘Semper Idem’ (sempre o mesmo). Mas o
simples fato é que o papado não pode mudar mais sua natureza fundamental do que uma
pessoa pode mudar seu DNA. As pessoas podem mudar sua aparência externa, mas seu
DNA permanece o mesmo. Da mesma forma, o papado pode-se dar uma nova cara, mas
por trás da mudança de aparência está o mesmo DNA.

Ellen White descreveu bem a natureza enganosa do papado:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“O papado é exatamente o que a profecia declarou que havia de ser: a apostasia
dos últimos tempos (II Tessalonicenses 2:3-4). Faz parte de sua política assumir o
caráter que melhor cumpra o seu propósito; mas sob a aparência variável do
camaleão, oculta o invariável veneno da serpente.” (WHITE, Ellen G. (2013). O
Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 498).

O camaleão é um lagarto que pode mudar de cor dependendo do ambiente onde se


encontra. Desta forma, ele é capaz de se camuflar de seus inimigos potenciais. Mas apesar
da mudança na cor externa, um camaleão ainda é um camaleão! É assim que o papado
opera. Aparentemente, parece inócuo e caridoso, mas por sua própria natureza, quando
ascende ao poder, é despótico, totalitário e governa com punho de ferro.

Muitos apontaram que o papa jesuíta Francisco I demonstrou grande amor pelos
destituídos e marginalizados da sociedade. Lava pés de presos, mora em bairros humildes,
dirige carro velho e surrado, põe as mãos em crianças, abraça leprosos, recusa-se a julgar
gays, fala de amor e paz e luta pela preservação do meio ambiente. Acima de tudo, ele
defende os direitos dos pobres. Isso levou a maior parte do mundo a ter uma imagem
positiva do sistema Católico Romano.

É impressionante como o que Francisco faz é muito semelhante ao que Jesus fez enquanto
estava na terra! Isso levou muitos a concluir que ele é o representante de Cristo na terra.
Mas é realmente uma falsificação magistral. Aquele que afirma ser Vicarius Filii Dei, ou
Vicarius Christi, aquele que afirma ocupar o lugar de Jesus na terra, é na verdade o
Homem do Pecado que 'se assenta no templo de Deus [a igreja] alegando que é Deus' (II
Tessalonicenses 2:3-4).

É preocupante perceber que Judas Iscariotes também manifestou um aparente interesse


pelos pobres! E Judas, que é chamado de ‘o Filho da Perdição’, queria um reino terrestre
temporal e enganou seus próprios colegas até o fim. É alguma surpresa que o papado
atualmente seja capaz de enganar quase o mundo inteiro? É alguma coincidência que em
II Tessalonicenses 2 refere-se ao papado com o mesmo nome de Judas, ‘o filho da
perdição’?

E lembre-se de que Francisco I é membro da Ordem dos Jesuítas. Quanto ao modo de


operação, Ellen White explica:

“Quando apareciam como membros de sua ordem, ostentavam santidade,


visitando prisões e hospitais, cuidando dos doentes e pobres, professando haver
renunciado ao mundo, e levando o nome sagrado de Jesus, que andou fazendo o
bem. Mas sob esse irrepreensível exterior, ocultavam-se frequentemente os mais
criminosos e mortais propósitos.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande Conflito,
Capítulo: Os Nobres da França, p. 203).

O papado ainda não trouxe abertamente a sua agenda dominical para o primeiro plano,
pois nos disseram que:

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
“O movimento dominical está agora preparando o caminho na sombra. Seus
dirigentes ocultam seu legítimo intento e muitos dos que a ele aderem ignoram
para onde os leva a corrente. Os intuitos professados são de índole branda e
aparência cristã, mas sua fala há de revelar o espírito do dragão.” (WHITE, Ellen G.
(2004). Testemunhos para a Igreja – volume #5, Capítulo: A crise vindoura, p. 432).

Um Nome Providencial
No contexto do que escrevi, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem relevância especial
para este tempo. Nosso próprio nome foi providencialmente escolhido para um momento
como este! Pense nisso. Nosso próprio nome nos aponta para um começo sobrenatural e
um fim sobrenatural - a criação em sete dias literais e a segunda vinda de Jesus!

A mensagem dos três anjos tem o mesmo ponto inicial e final. A mensagem do primeiro
anjo ordena que o mundo inteiro adore o criador (Apocalipse 14:7) e isso direciona nossa
atenção para o início literal de sete dias. E imediatamente após a terceira mensagem,
Jesus é visto sentado em uma nuvem e vindo a terra nos apontando para a segunda vinda
(Apocalipse 14:14). Enquanto a mensagem do primeiro anjo nos ordena a adorar o
Criador, a terceira nos alerta para não adorar a besta. Portanto, adorar o Criador e adorar
a besta está em oposição. Se o sábado é o sinal do verdadeiro Criador, então a besta deve
ter um dia que seja um sinal falso. Ellen White estava certa quando escreveu:

“Não podemos adotar outro nome melhor do que esse, que concorda com a nossa
doutrina, exprime a nossa fé e nos caracteriza como povo peculiar. O nome
Adventista do Sétimo Dia é uma contínua acusação ao mundo Protestante. É aqui
que está a linha divisória entre os que adoram a Deus e os que adoram a besta e
recebem seu sinal.” (WHITE, Ellen G. (1999). Testemunhos para a Igreja – volume
#1, Capítulo: Nosso nome denominacional, p. 232).

E assim ela avisou:

“O povo necessita ser despertado a fim de resistir aos avanços deste perigosíssimo
inimigo [o papado] da liberdade civil e religiosa.” (WHITE, Ellen G. (2013). O Grande
Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 493).

Não há outra igreja no mundo que afirma que sua missão é alcançar o mundo com a
mensagem dos três anjos. Deus sabia que a igreja remanescente precisava ter um nome
que a diferenciasse do triunvirato apóstata. Nosso próprio nome é uma testemunha e
uma repreensão ao Catolicismo, Protestantismo e mundanos e está em contraste com sua
visão do começo e do fim.

Obra da ‘Secrets Unsealed’


Desde o seu início, a ‘Secrets Unsealed’ comprometeu-se a pregar a mensagem dos três
anjos. Acreditamos que nosso dever dado por Deus é chamar o mundo para adorar o
Criador e evitar a besta (o papado), sua imagem (a união da igreja e do estado nos Estados

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Unidos) e sua marca (observância obrigatória do domingo sob a pretensão de salvar o
planeta). Pura e simples, esta é a razão do porque existimos! Ellen White escreveu sobre a
razão de nossa existência como igreja:

“Nenhuma obra há de tão grande importância. Não devem eles permitir que
nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção.” (WHITE, Ellen G. (2006).
Testemunhos para a Igreja – volume #9, Capítulo: Chamados para ser testemunhas,
p. 22).

Como viajamos para diferentes lugares, muitos expressaram gratidão por termos mantido
o logotipo dos três anjos em nosso estande de exposição, nosso papel timbrado, nosso
boletim informativo e nossas cartas de arrecadação de fundos.

Recentemente, alguém me perguntou um tanto sarcasticamente: Se a ‘Secrets Unsealed’


tem tudo a ver com a mensagem dos três anjos, por que você perdeu três anos com a
questão da ordenação de mulheres? Minha resposta foi rápida: a mensagem do primeiro
anjo nos chama a adorar o criador e retornar ao plano original de Gênesis. O plano de
Gênesis inclui o sábado, o casamento, a dieta e os papéis que Deus designou aos homens
e mulheres no lar e na igreja. Na verdade, Paulo nos direciona de volta à criação quando
se refere aos papéis de homens e mulheres no lar e na igreja (I Timóteo 2:12-13; I
Coríntios 11:1-11).

Além disso, o relacionamento entre o Pai e o Filho na Trindade reflete-se no


relacionamento entre Adão e Eva na criação (Gênesis 1:26-27). Assim, os papéis que Deus
estabeleceu no início estão no âmago do evangelho. Um filho igual ao Pai e ainda sujeito à
sua autoridade reflete-se na mulher igual ao homem, mas sujeito à sua autoridade!

Ellen White alertou sobre os perigos que enfrentam os Estados Unidos quando se
envolvem com o papado:

“A Palavra de Deus deu aviso do perigo iminente; se este for desatendido, o mundo
protestante saberá quais são realmente os propósitos de Roma, apenas quando for
demasiado tarde para escapar da cilada [os EUA estão mordiscando a entrada da
armadilha, cheirando a comida deliciosa que ela contém. Uma armadilha visa
enganar a vítima fazendo-a pensar que é seguro comer a comida].” (WHITE, Ellen
G. (2013). O Grande Conflito, Capítulo: Ameaça à consciência, p. 506).

Falhas dos argumentos do Papa Francisco


Embora os discursos, tweets e encíclicas do Papa tenham muitos com os quais podemos
concordar, existem várias áreas em que discordaríamos, aqui estão algumas delas:

Primeiro: Como o Papa Francisco pode nos encorajar a cuidar da ordem criada por Deus
quando ele nem mesmo acredita que a história da criação é literal?

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
Segundo: Mesmo que o Papa acreditasse em uma semana literal da criação de sete dias (o
que ele não acredita!), Ele escolheu o dia errado para comemorá-la. A Bíblia é,
inequivocamente, clara que o dia para permitir que a ordem da criação descanse é no
sábado do sétimo dia, não no domingo!

Terceiro: A motivação por trás do apelo de Francisco para suas reformas está aberta a
questionamentos. Parece que o objetivo final de sua cruzada sobre mudança climática /
família / pobreza é o controle global.

Quarto: Embora as mudanças climáticas, a família e a pobreza estejam diretamente


relacionadas ao crescimento explosivo da população, o papa simplesmente põe esse fator
de lado porque sua igreja se opõe ao controle da natalidade. No parágrafo 50 de sua
encíclica, ele repreende aqueles que afirmam que o crescimento populacional é um fator
significativo na crise que o mundo enfrenta atualmente:

“Em vez de resolver os problemas dos pobres e pensar em como o mundo pode ser
diferente, alguns podem apenas propor uma redução na taxa de natalidade... O
crescimento demográfico é totalmente compatível com o desenvolvimento integral
e compartilhado. Culpar o crescimento populacional, em vez do consumismo
extremo e seletivo da parte de alguns, é uma forma de se recusar a enfrentar os
problemas”.

Quinto: O Papa Francisco falha em abordar o impacto da criação de animais no meio


ambiente. Alguns cientistas estimam que mais de 50% do gás metano na atmosfera vem
de esterco animal, e não de combustíveis fósseis. Além disso, a pecuária não só contamina
o ar que respiramos, mas também os rios e os oceanos. Se Francisco está tão preocupado
com o plano de criação de Deus, por que não encorajar todos a se tornarem veganos? De
que adianta dizer a todo mundo no Vaticano para desligar as luzes e desligar o ar-
condicionado e então ser um comedor voraz de carne que mantém os produtores de
carne em produção de animais que contaminarão o meio ambiente?

Por último: Francisco carece de um conceito claro de como as coisas começaram e como
irão terminar. A Bíblia afirma que as coisas vão piorar cada vez mais e que a segunda vinda
de Cristo será a única solução para o problema. O Papa, no entanto, vê um grande futuro
para o planeta sob a liderança ‘moral’ do papado.

Motivações Verdadeiras
O que então pode ser feito a respeito dos graves problemas que o mundo enfrenta hoje?
Tudo se resume ao egoísmo. Pessoas egoístas não desejam cuidar do meio ambiente ou
compartilhar com os menos afortunados. Até que a raiz do problema do egoísmo seja
resolvida, os problemas não desaparecerão. O ideal socialista do Papa Francisco só
funcionaria em um mundo de pessoas centradas no outro.

Após o derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes, 3.000 almas foram


convertidas e batizadas. Em consequência, é-nos dito que "todos os que criam estavam

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Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
juntos e tinham tudo em comum, vendiam suas propriedades e bens e os repartiam entre
todos, como cada um tinha necessidade" (Atos 2:44-45).

Encorajou a igreja ao governo romano a confiscar os bens dos ricos para ajudar os pobres?
A igreja encorajou o estado romano a expropriar as terras dos ricos para dar aos pobres?
Não! A destinação comum dos bens para o bem comum brotou espontaneamente do
coração dos convertidos. Não é por meio de decretos legislativos das Nações Unidas que a
mudança ocorrerá no mundo, mas sim por uma mudança nos corações humanos. Ellen
White explica:

“O governo sob que Jesus viveu era corrupto e opressivo; clamavam de todo lado os
abusos—extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador não
tentou nenhuma reforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem condenou
os inimigos da nação. Não interferiu com a autoridade nem com a administração
dos que se achavam no poder. Aquele que foi o nosso exemplo, conservou-Se
afastado dos governos terrestres. Não porque fosse indiferente às misérias do
homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramente humanas e
externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem, individualmente,
e regenerar o coração.” (WHITE, Ellen G. (2007). O Desejado de Todas as Nações,
Capítulo: Não com aparência exterior, p. 443).

Qual é a causa da mudança climática e da pobreza? Francisco afirma que isso se deve, em
grande parte, ao abuso humano do meio ambiente. Mas é esta a verdadeira causa ou ele
está apenas procurando curar um sintoma em vez de uma doença? Vamos fazer uma
analogia. Se alguém tiver um derrame, alguém pode perguntar: O que causou esse
derrame? A resposta mais provável é que foi causado por pressão alta. Mas essa é
realmente a causa do derrame? Uma pergunta melhor seria: o que causou a pressão alta?
Não seria estresse ou dieta errada?

Os verdadeiros problemas que afligem o mundo não são a pobreza, nem as mudanças
climáticas, nem a desintegração da família. Estes são apenas sintomas do problema e o
problema é o egoísmo humano!

Tratados e leis internacionais não resolverão a raiz do problema. Pronunciar bons slogans
e fazer discursos também não adianta; tampouco adianta assustar as pessoas com
cenários apocalípticos. Para realmente resolver o problema, o coração deve ser mudado. E
o que muda o coração? Uma visão de um Criador maravilhoso, amoroso, bom e generoso!
Uma visão de um Criador que estava disposto a descer e tomar nossa humanidade para
redimir nosso fracasso! E que Deus nos deu um lembrete de seu amor criativo e redentor -
o Sábado. O Deus que descansou de Suas obras criativas no sábado também descansou de
Suas obras redentoras no mesmo dia. E a observância do mesmo sábado é uma prolepse
do dia em que Deus fará um novo céu e uma nova terra e iremos nos prostrar diante dEle,
semanalmente, como nosso maravilhoso Criador, Redentor e Restaurador.

Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 375 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr
OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA REAFIRMAM O COMPROMISSO DE
PRESERVAR O MEIO AMBIENTE.
INCENTIVA TODOS OS MEMBROS A SER BONS MORDOMOS.

Em 03 de dezembro de 2015 | Silver Spring, Maryland, EUA | Equipe da ANN

Enquanto os líderes mundiais se reúnem em Paris para a 21ª Conferência das Nações
Unidas sobre Mudança Climática, a Igreja Adventista do Sétimo Dia apóia e aplaude os
esforços desses líderes para chegar a um acordo para conter a deterioração de nossa
Terra devido às mudanças climáticas.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem por muito apoiado a mordomia responsável de
tudo o que Deus criou e reforça sua crença de que todos precisamos ser responsáveis
pelos recursos que Ele nos deu. Já em 1995, a Igreja emitiu uma declaração oficial sobre o
meio ambiente. A declaração diz o seguinte:

“Os adventistas do sétimo dia acreditam que a humanidade foi criada à imagem de
Deus, representando assim Deus como Seu mordomo, para governar o ambiente
natural de maneira fiel e frutífera. Infelizmente, a corrupção e a exploração foram
trazidas para a gestão do domínio humano de responsabilidade. Cada vez mais
homens e mulheres têm se envolvido na destruição megalomaníaca dos recursos da
terra, resultando em sofrimento generalizado, desordem ambiental e a ameaça da
mudança climática. Enquanto a pesquisa científica continua, está claro, a partir das
evidências acumuladas, que a emissão crescente de gases destrutivos, o
esgotamento do manto protetor de ozônio, a destruição maciça das florestas
americanas e o chamado efeito estufa são todos ameaçadores ecossistema da
terra. Esses problemas são em grande parte devido ao egoísmo humano e à busca
egocêntrica de obter mais e mais por meio da produção cada vez maior, consumo
ilimitado e esgotamento de recursos não renováveis. A crise ecológica está
enraizada na ganância e na recusa da humanidade em praticar a boa e fiel
mordomia dentro dos limites divinos da criação. Os adventistas do sétimo dia
defendem um estilo de vida simples e saudável, onde as pessoas não pisem na
esteira do consumismo desenfreado, da obtenção de bens e da produção de
resíduos. Pedimos respeito à criação, contenção no uso dos recursos do mundo,
reavaliação das necessidades de cada um e reafirmação da dignidade da vida
criada”.

Apoiamos os esforços dos líderes mundiais e de toda a humanidade para proteger e


respeitar aquilo que foi criado por Deus e a nós confiado.

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Escola de Teologia ANCHOR As Grandes Profecias de Daniel e Página 377 de 377


Apocalipse – Pr. Esteban Bohr

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