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Ficha Catalográica

Copyright© Cláudio Roberto da Silva,


2011 Scrithos Gráica - editora
1. ed. 2011.

Capa: Scrithos Gráica Editora e Papelaria Ltda.


Revisão: Ana Júlia Dutra Curtinhas Cunha
Tiago Eurico de Lacerda
Padre Miguel Taboada
Composição: Cláudio Roberto da Silva
Diagramação: Diego Nielsen Dias
Impressão: Scrithos Gráica Editora e Papelaria Ltda.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - É proibida a reprodução total


ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos
direitos de autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184
do Código Penal.

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

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Epílogo
A construção dessa obra permeou o curso de um ano, mas seu
conteúdo se debruçou em uma vida inteira.
O autor.

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Índice
Dedicatória 09
Agradecimentos 11
Imprimatur 13
Prefácio 15
Trailer 19
Capitulo I 21
Capitulo II 29
Capitulo III 33
Capitulo IV 37
Capitulo V 43
Capitulo VI 49
Capitulo VII 53
Capitulo VIII 59
Conclusão 63
Biograia do autor 65
Faixa Bônus 69
7
Dedicatória
Dedico essa obra a dois grandes santos, Meu pai Joaquim Francisco e
minha mãe Terezinha de Jesus.
De meu pai herdei a arte da poesia, a arte da música, E a arte da
‘malandragem’, em seu mais nobre signiicado.
Em doses terapêuticas nunca deixou de me mostrar o quanto à vida
seria difícil e dura, E que precisaria ser artista para saber vivê-la.
Minha mãe com sua simplicidade, ensinou-me a arte do silêncio fruto
de uma fé carismática.
Passei a ter fé um dia em que a vi desaiando uma profecia pessimista,
que dizia ter recebido do “além” uma mensagem que naquela noite levaria
a vida de uma de suas ilhas.
Ela sem saber rezar ao menos as contas do rosário disse ao tal ‘profeta’:
“Vamos ver qual Deus é mais poderoso”.
Essa ilha, à mais de duas década celebra vigorosamente a vida,
defendida nas contas do rosário e aos pés do divino Espírito Santo.
É transitando entre essas duas faculdades que hoje me tornei educador
da Língua e educador da fé.

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Agradecimento
Primeiramente a Deus, por nunca ter desistido de mim, que me
salvou no tempo oportuno, e acreditou, que de mim poderia sair algo
bom.
A toda a minha família, meu pai Joaquim Francisco e minha mãe
Terezinha de Jesus. Aos meus irmãos, (colocarei só o primeiro nome por
serem muitos) Carlos, Carlito, Sônia, Samila, Cheila, Daniela, Shirlei e a
todos os meus amigos.
A minha querida esposa Josilene Barros, (você e nossa ilha Analice,
izeram brotar em mim, um novo entusiasmo pra viver). A Miguel de
Barros (minha promessa), meu ilho que está chegando em breve.
A minha família espiritual, Comunidade Semeai, nos seus 11 anos
de fundação e evangelização, a qual me sustenta e impulsiona a mergulhar
em águas mais profundas da missão além fronteiras. Ao Padre Miguel,
amigo confessor e diretor espiritual, a Dom Odilon nosso bispo diocesano,
um exímio pregador da palavra.

Pax Domine!
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Deus abençoe a paixão pelo anúncio que existe nestas páginas, que
cada leitor(a) se contagie e possa ser também, como o Cláudio, discí-
pulo missionário e instrumento do AMOR de Deus.
Em Cristo,
Padre Miguel Taboada, missionário xaveriano
(miguel.taboada@terra.com.br)

IMPRIMATUR
Cedido por,
Dom Odilon Guimarães Moreira.
Bispo da Diocese de Itabira Coronel Fabriciano-Mg.

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Prefácio
Cláudio nos convida a fazer uma tremenda viagem neste livro
maravilhoso: “O Amor que não se cansa”. Somos chamados a tomar do
melhor vinho que só o cristianismo pode nos dar. Somos convidados
a desconstruir as projeções que fazemos de Deus e ter uma verdadeira
imagem do seu amor por nós. Vemos que somos homens da terra e do
céu, chamados a amar e ser amado.
Amado, o ser humano busca desesperadamente ser amado, mas
ele só pode ser totalmente amado quando sua alma se lança sem medo
algum no Deus da misericórdia, no Deus que é amor, e quando isto
acontece, ele terá uma experiência que o marcará para o resto de sua
vida!
Quando comecei ler este livro, não imaginava que ele mexeria
tanto comigo, este livro nos leva a descobrir a nossa verdadeira vocação:
o Amor! Meu amado olhe para dentro de si e descubra esta riqueza!
Você é chamado para amar! Seu coração está repleto do amor do Pai e

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com este amor você pode amar mais pessoas. “Deus é amor. (Jo 4,8),
onde Deus está ali está o amor!
Jesus pediu que amássemos uns aos outros, podemos fazer
grandes coisas, porém se nos faltar o essencial que é amar, com
certeza não estaremos agradando a Deus. Como disse Santa Tereza
D’Ávila: o que importa não é o valor de nossas obras, mas o quanto de
amor com que elas são realizadas, em outras palavras você pode dar
sem amar, mas não pode amar sem dar. O amor nos leva a alimentar,
vestir, visitar e dar de beber ao nosso inimigo. Quem ama não quer
dominar a ninguém, o amor envolve mais o dar-se do que o afirmar-
se.
O amor nos coloca ao lado dos pobres e necessitados! O amor
coloca o outro em destaque! O amor é a força que nos move em
direção ao outro por completo. “Não nos amemos por palavras mais
em atos e em verdade” (1 Jo 3, 18). O amor de Deus está em seu
coração e opera no seu íntimo e o leva a amar e a dar sem jamais
exigir. O amor é mais forte que a morte, não fraqueja diante da morte,
envolve leprosos, criminosos, inimigos, arrogantes, pecadores, ricos
e pobres. O amor não tem preconceito de cor, raça e religião! Não
deixe nada apagar o fogo do amor de Deus que está em teu coração!
Obrigado Cláudio por esta obra, é um presente para todos nós!
Fico honrado em fazer apresentação deste livro, uma obra necessária
e útil para todo cristão.
Cláudio, não pare, obrigado por sua vida, que é uma síntese e
fruto deste Amor que não se cansa.

Juninho (José Moreira Guedes)


Teólogo, Filósofo, Psicanalista e Fundador da Missão Ide.

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Trailer
Um dia eu estava meio desanimado, precisando de uma palavra de
conforto diante das situações em que eu vivia. O caminho da nossa vida
é cheio de momentos assim. E muitas palavras nos vêm ao coração,
trazidas por pessoas ou sussurradas por Deus em nossos momentos de
oração, mas poucas têm em si o poder de modiicar algo em nós. Eu
encontrei uma luz ao receber por e-mail o rascunho do livro O amor
que não se cansa, e com a leitura do mesmo veio um pedido: ajudar
a escrever um trailer sobre tal enredo, para mim foi mais que uma
oportunidade de ver a luz em meus caminhos, pude banhar-me nesta
luz e trilhar em cada capítulo a história da minha própria vida.
O presente trabalho destina-se a quantos sentem a necessidade
de experimentar um caminho de proximidade com o Amor de Deus.
O primeiro passo nesta aventura do Amor é se deixar conduzir pelos
instrumentos que temos, e nada melhor do que os nossos próprios
sentidos. Deus nos permite senti-lo, parece uma loucura, mas Ele como

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um Deus real tem sua existência entre nós, e se pelos sentidos nos parecer
obscuros os caminhos é preciso então suprimir o saber para dar lugar a
fé, que é um dom de Deus. É preciso ter um norte e valores bem claros
sobre a nossa vida de fé, só assim o Amor poderá alcançar o seu auge em
nós nos levando a não nos cansarmos também de buscar a outros para
sentirem-se amados. No segundo capítulo o autor faz alusão a uma pipa
e ilustra muito bem a nossa experiência com o Amor. Nos prendemos
a Ele, não para perder nossa autonomia, mas se não estivermos atados
nesta fonte segura, não poderíamos bailar com liberdade, a pipa sem a
corda presa em algo irme não encanta, não cumpre seu papel, por isso
nos prender em Deus é buscar cumprir o nosso papel de ilhos livres e
amados e neste paradoxo encontrar o nosso caminho.
Muitos reclamam que a experiência de Deus é comprometedora
demais e só faz sofrer. Para alguns estar atados à Deus é sofrer sem
sentido. Mas quando encontramos um sentido na dor e percebemos
a possibilidade de uma vida nova, tudo muda. No terceiro capítulo
aprenderemos com o bom ladrão a estar do lado certo, a não viver na
lamúria que leva a descrença e à morte, mas a coniar em Deus, justo e
inocente para alcançarmos a vida e vida em abundância dizendo a Deus
sempre: “lembra-Te de mim Senhor!”.
E a maior prova de amor é que ele não nos decepciona. O quarto
capítulo nos ensinará que somos humanos e que a nossa natureza está
suscetível à dores, decepções, mas nada disso é vontade de Deus. E
diante de todas as diiculdades de nossa vida Ele nos dá oportunidades
de nos reorganizar e direcionar os nossos passos, só o nosso Deus é
assim, vem ao socorro dos que o clamam. Ele nos busca constantemente
e no quinto capítulo experimentaremos o seu amor quando perdidos
como a ovelha que se desgarrou, Ele deixa tudo e vai ao nosso encontro,
todos os nossos medos cessam com a presença de Deus, amar é buscar
sem medidas e sem cansaço, amar é dar possibilidades de ressurreição a
todos que perecem por tantos males. E ninguém melhor para nos ensinar
a amar como a mãe do Amor que soube superar todos os desaios para
trazê-lo ao mundo, o sexto capítulo apresenta esta mulher e nos convida
a observar os seus passos para que ao inal de nossa jornada possamos
proclamar como ela que Deus fez em nós maravilhas... ela se derramou
em amor com Cristo por todos aqueles que não acreditavam e não

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esperavam a salvação que foi gerada em seu ventre.
Assim como Maria muitos santos entregaram suas vidas por este
projeto, mas com um diferencial, permitindo que a glória de todo este
esforço fosse elevada a Deus. Veremos isto no sétimo capítulo de uma
forma clara. A glória é de Deus e nós somos apenas instrumentos em
suas mãos, instrumentos que precisam ser ainados para que um cântico
novo possa ecoar de nossos lábios. E no último capítulo é retomada a
grande temática do livro, o Amor não se cansa. Nós sim muitas vezes
desistimos e deixamos de lado a nossa missão, mas Ele percebe que
deixamos esfriar este amor que nos impulsionava e quantas vezes se
izer necessário Ele nos reanimará, pois seu amor é sem im.
E como eu dizia no início, após estes passos com o Amor, aquele
desânimo que eu experimentava foi sendo eliminado dando lugar a um
sentimento que me possibilita seguir adiante e caminhar rumo a águas
mais profundas. Estou certo de que a leitura deste livro possibilitará
o alívio não somente de pessoas desanimadas, mas de muitos que
precisam ressuscitar para uma vida nova em Cristo.

Curitiba, (PR). 10 de Junho de 2010. Dia de Santa Olívia.


Tiago Eurico de Lacerda, Seminarista Xaveriano e autor do
Livro Sob a chave do silêncio. 2006. Editora Corifeu.

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CAPÍTULO I

Deus age através dos nossos sentidos


Você está pronto? Então vamos lá.
Deus tem sempre o melhor para nós e a melhor parte dessa verdade
é que Ele reserva ainda o que preparou de mais espetacular para o inal.
É o que retrata o texto do evangelho de São João. Que grande mistério
de misericórdia há na passagem em que está narrada a festa de bodas
em Caná da Galileia. Neste trecho Jesus nos mostra a sua economia
de salvação. “Todos servem primeiro o vinho bom, quando todos os
convidados já estão bêbados servem o pior, pois já não diferem o gosto
e nem a qualidade do vinho, Você porem guardou o vinho melhor para o
inal” . Em Jesus o melhor sempre está por vir, deve-se isso o porquê do
cristianismo, não ser uma religião estagnada e sim uma religião que tem
seu percurso ao longo da historia, como um povo que caminha para a

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terra prometida. No cristianismo, o êxtase, está na vinda do Cristo, que
nos é prometida, dessa forma devemos alertar nosso coração quanto a
toda ideologia imediatista e/ou estacionada, é perigoso quando dizemos
“eu já aceitei Jesus” e acreditamos que não nos falta mais nada, da
mesma forma quando dizemos que já nos convertemos e não existe
mais nada a acrescentar em nossa vida espiritual, devemos romper com
esses conceitos que só nos fazem regredir em nosso relacionamento
com Deus.
A verdadeira prosperidade consiste em buscar sempre o melhor,
em todos os campos da vida. Numa aula de Antropologia cultural o
Professor citando o Salmo 8. Concluiu: “ A vocação do homem é ser
mais.” E continuou seu discurso citando alguns pensadores da história
que airmam que o ser humano ainda não atingiu nem o mínimo de sua
capacidade. O mesmo vale para a vida espiritual, Deus tem uma vida
próspera para nós, e nos convida a buscar o vinho bom que ele reservou
para os que perseverarem até o im.
É preciso caminhar, é preciso continuar, não é permitido estacionar.
É claro que digo no sentido da busca espiritual, não devemos paralisar
em nossa procura por Deus. O corpo precisa de descanso, como
sabemos, mas a alma, só encontrará seu descanso em Deus, como nos
sugere Santo Agostinho. É por isso que não descansaremos enquanto
não estivermos plenamente em Deus. Estacionamentos foram feito para
máquinas, você não é uma máquina, tudo que vivemos até aqui é apenas
um trailer, uma sinopse do grande enredo que temos para viver, Ele é o
Deus do ininito, e tem o ininito para nós.
Lembro que quando era jovem, havia um homem em meu bairro
muito respeitado e temido por todos devido a sua braveza, sempre o
víamos nos bares bebendo ou pelos cantos fumando maconha e por ser
antipático e agressivo. Todos mantinham a distância, porem a molecada
queria dar um jeito no tal valentão. Um dia a turma estava toda reunida
no “morrinho” quando aparece o mancebo, com a mão na cintura e
gritando: “Eu estou muito doidão, já fumei todas à custa do pessoal lá
de baixo, e quero fumar mais, se vocês não me arrumarem uma tora
para eu fumar, eu vou cortar todo mundo no tiro”. Uns o repudiavam
com os olhos e com gestos, outros se afastavam com medo, e só um
teve uma brilhante idéia. Próximo ao local tinha uns restos de fezes

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de animal, o menino com um pequeno papelote, colheu parte daquele
esterco ressecado pelo sol, enrolou uma pequena bucha e entregou ao
agressor.
O homem acendeu aquele charuto e a cada tragada que dava, fazia
exagerados elogios: “Eu nunca fumei uma maconha tão boa, essa deve
ter vindo direto da Bolívia”. Toda a turma caiu na risada. Ainda hoje
não há quem não se lembre do tal fato e façam boas piadas do valentão.
É isso que o inimigo da humanidade quer fazer, ele veio para
matar, roubar e destruir, ele quer roubar nossa alma, com isso ele
tenta destruir primeiro a percepção, para que o homem não tenha mais
sabor, não diferencie mais o que é bom. É como a experiência que
alguns pesquisadores izeram com uma rã. Eles em primeiro momento
a colocam em uma panela com água morna, e atiçam fogo, ela não
percebe que o ambiente esta mudando, que a água está icando quente,
daí quando ela ferve já é tarde demais.
O sentimento de contentamento não nos foi dado por Deus, tal palavra
sugere que tudo já está bom, e que nada mais precisa ser transformado,
e que já podemos cruzar nossos braços. Si estamos contentes com nosso
mundo, tem alguma coisa errada, pois falta muito para melhorar no
mundo, senão em nossa própria vida, na vida do próximo. Veja o que
os traicantes fazem com a juventude, eles oferecem droga de graça
nas festas e escolas, até perceber que o indivíduo alcançou o grau de
contentamento, ele acha que será sempre assim que terá droga quando
precisar, daí vem a desgraça do vício, então os traicantes já colocam o
seu preço, e muito caro, ao ponto do viciado ter que vender tudo, roubar
e mendigar para conseguir novamente a droga. Devemos ir de encontro
ao verdadeiro amor que vem do Senhor, mesmo que julguemos já tê-lo
encontrado, é preciso ir mais além.

Vejamos o que santo Agostinho tem a nos ensinar:


A despeito de tudo, o homem, pequena parcela da criação, quer
louvar-vos. Vós mesmo o incitais a isto, fazendo com que ele encontre
suas delícias no vosso louvor, porque nos izeste para vós e o nosso
coração não descansa enquanto não repousar em vós.

Catecismo da Igreja Católica, pag 22

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Deus em sua liberdade divina quis criar o homem para si ele mesmo
o modelou para que toda a vida do homem fosse para o amor e para o
seu louvor, o que santo Agostinho nos diz é que o desejo do homem
de encontrar Deus foi colocado em seu coração pelo próprio Deus, ele
inspirou no homem a necessidade de Deus, a ponto que o homem só
encontre suas delícias no Senhor.
Todo homem tem sede de Deus e procura a Deus, do mais santo
ao mais terrível dos pecadores, mesmo que não saiba. O ateu usa do
ateísmo para encontrar a Deus, na verdade ele muita das vezes esta
protestando contra a igura que se tem de Deus e não da pessoa de Deus.
O violento agride o outro como um manifesto por não ter encontrado
a Deus, o motivo que o levou a agressão é justamente devido ao fato
de não conhecer e experimentar a Deus. A prostituta e o prostituto
escondem no seu pecado sua busca por Deus, eles tentam encontrar no
dinheiro, no sexo e no prazer o preenchimento do vazio provocado pela
falta de Deus. E não diferente, a minha alma e a sua tem sede de Deus
e só encontraremos nossas delícias na presença do maravilhoso.
O Espírito santo nos quer exortar a jamais descansar nossa alma
no meio do caminho. Não descanse! Não pare! Um dia Deus me
disse umas palavras na autoridade de pai: “Quem te deu ordem para
se aposentar?” Talvez Ele esteja dizendo a você também agora, quem
te deu ordem para estacionar? Quem te disse que você já aproveitou
todo o amor que eu tenho para te dar? Você parou na introdução desse
romance maravilhoso, que relata a nossa história. Bata no peito agora
e diga comigo;

Não descanse oh minha alma, enquanto não alcançar o êxtase


em Deus, Mesmo que a minha estória com o Senhor já tenha ido longe
demais. Hoje entendo que para o eterno, tudo é apenas começo.

Deus usa dos nossos sentidos para nos alcançar, e que grande
alegria saber que Ele quer nos alcançar e ser alcançado. Dizem que o
homem tem 05 sentidos, e a mulher tem 06, os sentidos são: audição,
olfato, paladar, visão e tato. Parece-me que a mulher é dotada do sexto
sentido que é a intuição. Tenha certeza que Deus quer preservar todos
os seus sentidos saudáveis, pois é através deles que Ele quer agir. O

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que estou assegurando com essas ilustrações pode assustar meus
professores e outros pensadores, o fato é que a religião precisa sair do
campo imaginário e do campo intelectual para alcançar o concreto e
palpável. Deus é vivo, Ele não é algo inventado, ictício, Ele é real e
ao ponto de ser sentido pelo homem. Vejamos nossos sentidos e suas
funções na experiência de Deus.

A visão.
“Olhai e vede”. Em toda a bíblia encontramos versículos com essa
expressão. Ele chama a nossa atenção para abrir bem nossos olhos e
ver além do que podemos ver. Parece que trata se de um problema de
linguagem pleonasmo, mas aqui temos uma frase constituída de 02
verbos, ou seja, duas ações, e as duas parecem dizer a mesma coisa,
olhai e em seguida insiste vede. O autor sagrado com essa junção verbal
quer nos fazer entender que não é somente uma ação natural de olhar, e
sim de ver, entender, mergulhar. Somos preciosos aos seus olhos, somos
a pupila dos olhos de Deus.

A audição.
“Agora, escute, Jacó meu servo; preste atenção, Israel. Meu
escolhido. Assim diz Javé que o fez, que o formou no ventre e o auxilia:
Não tenhais medo.” Is 44-1-2. Nossos ouvidos são os sentidos mais
usados pela graça de Deus, através deles escutamos o clamor do povo
que nos leva a sermos missionários, e a viver o “Ide por todo canto e
pregai o evangelho”, através deles a fé e a salvação nos é apresentada,
através dos ouvidos somos porta voz do Cristo que nos fala, quando
estamos caídos, ele sempre nos abre os ouvidos para nos dizer; “ venha
a mim ilho amado eu te amo”.

O olfato.
“Eu sou a rosa de Saron e o Lírio dos vales” Ct 2,1. O que pode
nos trazer mais prazer que um bom perfume, e a fragrância de uma
rosa? O que pode ser mais belo que uma lor, sobretudo um lírio? No
cantares de Salomão Deus se apresenta como a Rosa de Saron, planta
raríssima, encontrada apenas em uma região do planeta, tais plantas são
conhecidas e procuradas devido ao seu perfume inigualável e sua beleza

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sem igual. Podemos dizer que Deus é sedutor, pois possui o perfume
que nos atrai. Jeremias de tão atraído e seduzido por Deus, dizia por
todo lado, “Tu me seduziste Senhor e eu me deixei ser seduzido por
ti”. Jer 20, 7-9. Maria irmã de Lazaro encontrou prestígio diante do
Senhor Jesus ao lavar seus pés com um perfume de nardo puro e muito
caro, devido a tal atitude a casa de Betânia se encheu não mais daquele
perfume e sim do perfume de Deus que é a sua graça.

O paladar.
“Então eu abri a boca e Ele me deu o rolo ( pergaminho contendo
a palavra de Deus) para eu comer. E continuou: ‘Criatura humana, que
seu estomago e sua barriga se saciem com o que estou lhe dando.” EZ
3, 2-3. Deus é alimento, ou seja, se fez alimento para poder entrar no
homem e em sua vida, e para que esse homem tivesse interesse em
se alimentar dele, Ele se dar com gosto de mel. Para Ezequiel aquele
pergaminho tinha gosto de mel. O povo caminhou durante quarenta
anos no deserto sustentados pela promessa de uma terra onde corria
leite e mel, esse alimento era a própria presença do Senhor. Como
Ezequiel precisamos nos alimentar da palavra de Deus, sobretudo como
católicos, devemos nos alimentar de Deus na eucaristia, que é o Cristo
pão vivo que se oferece a nós como verdadeiro alimento.

O tato.
“Alguém me tocou, eu senti uma força saindo de mim”. Lc 8,46. O
corpo de Jesus era todo revestido de uma força, capaz de curar, capaz de
converter. Quando somos tocados por Ele ou o tocamos somos atingidos
por essa graça. Tomé é tido popularmente como o incrédulo, porem foi
o único homem na face da terra que tocou na intimidade do Senhor
de forma concreta, seu desejo da verdade o levou a tocar no coração
do Senhor e o sentir pulsando. Jesus nos permite que o toquemos para
que através desse toque Ele arranque de nosso coração toda a raiz de
incredulidade. No livro do apocalipse também cita o termo núpcias do
cordeiro, Deus se manifesta a nós intimamente como um esposo a sua
esposa, Ele nos toca, nos abraça, nos “beija com os beijos de sua boca”
Ct 1,2. E assim possamos encontrar nele as nossas delícias.
O demônio por saber de toda a essa realidade, procura a todo

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instante roubar os nossos sentidos, porque ele sabe que é através deles
que Deus se manifesta em nossa vida e nos atrai. Se não contemplamos
mais a nossa vitória, é porque nossos sentidos estão tapados, daí não
enxergamos o poderoso exercito que peleja por nós. II Reis 6:17. Muitas
vezes não temos mais ânimo para caminhar rumo à terra prometida
porque não sentimos mais o cheiro do mel, não sentimos mais o gosto
antecipado das delicias de Deus. Talvez nossas narinas estão entupidas
com o odor do pecado ou da acusação e não sentimos mais o cheiro da
rosa de Saron e o perfume da salvação.
Eu não receio em airmar com todas as forças que o Senhor quer
restaurar nossos sentidos. A todo momento poderíamos ver a mão do
Senhor a nos guardar, se não tivéssemos com os olhos cobertos de
escamas, essas que nos impedem de ver o extraordinário. Na verdade
não fomos treinados desde cedo a ver além do que os olhos podem ver,
nos contentamos com o ordinário, e dessa forma não nos esforçamos a
ver o extra.
Na cruz havia dois ladrões que estavam para ser condenados a
morte, um deles olhava para Jesus ali na mesma situação que eles,
prestes a morrer e não conseguia ver outra coisa senão alguém cheio de
poderes que num piscar de olhos os tiraria dali, ou seja, seria obrigado
a tirá-los dali, já que portava de poderes especiais. O outro convicto de
sua responsabilidade diante do seu pecado, ou crime, vê muito mais
que um mágico poderoso, percebe que está diante do próprio Deus, que
é cheio de misericórdia. Jesus aparentemente era o mais derrotado dos
seres que habitavam o calvário, pois além de está próximo a morrer
vergonhosamente na cruz, ele não era culpado de crime nenhum, mas
Dimas (como a Igreja nomeia o bom ladrão) enxerga a salvação diante
dele, e não se achando digno dela, pede ao Senhor que ao menos se
lembre dele, quando estiver na glória, e isso já seria o bastante, porem o
Senhor determina: “ Hoje mesmo estará comigo no paraíso”. Lc 23.43.
Como pode ser possível à nossa mente imaginar tal enredo, um
homem que sofre a vergonha da dor, desfalece ao lado de “um Deus
morto” e amanhece na aurora com o Pai da eternidade? Eu mesmo
respondo; Não é possível, somente com o poder do Espírito Santo é que
podemos perscrutar os mistérios do altíssimo. Deus é extraordinário
em suas ações, cabe a nós buscarmos sempre no Espírito a graça de

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compreender, para assim não perdermos a graça.
Eu o convido a rezar comigo neste instante. Não perca tempo,
rezemos com fervor pelos nossos cinco sentidos, precisamos pedir ao
Senhor que cure os nossos sentidos, para que possamos voltar a senti-
Lo e a experimentá-Lo.

Senhor Jesus toque em meu ser,


Cura Senhor meus ouvidos, para que eu possa voltar a ouvir
A melodia de sua voz. Toque em meus olhos e cura me, eu preciso
voltar a essência,
Como nos primeiros dias em que pelos olhos da fé
Eu podia vê-lo e contemplá-lo
Faça me sentir teu perfume oh Amado de minha alma
Eu preciso voltar a sentir a sua mão a me tocar...
(você pode continuar com suas palavras essa oração)

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CAPÍTULO II

O caçador de pipas
Outro dia subi ao monte com meu ailhado de nove anos, não para
rezar como eu tenho costume, mas para soltar pipas. Havia muitos anos
que não me divertia com essa brincadeira. Fiz uma bela pipa de plástico
preto e rabióla longa e fomos animados, naquele dia o sol estava brando
e ventando muito, dia propício para o tal esporte. Quando levantei a
pipa, ela subiu bailando e traçando o céu, eu olhava para aquele céu
maravilhosamente azul, e via aquele espectro bailando, então o Espírito
Santo invadiu meu coração e me pôs a reletir: Eis que o Senhor procura
homens que sejam como pipas no céu para nele bailar com liberdade,
e haverá dias em que os homens e mulheres voltarão a sonhar com o
céu. Aquelas palavras cobriam meu íntimo de uma luz esplendorosa,
e a pipa se punha a me desaiar, pois ela, um pequeno objeto feito de

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plástico e bambu, era capaz de invadir o céu, e eu que sou um “ilho
do Céu” estava preso as minhas limitações satisfeito com a superfície.
O voo da pipa só é belo por ela está presa a uma corda e essa corda nas
mãos de alguém na superfície, caso contrário ela se perderia nas alturas,
daí não teria mais brilho de se ver. Da mesma forma o Senhor espera
que sejamos do céu, porém com as raízes fecundadas no chão da terra.
É quase inevitável não citar o poeta padre Fabio de Melo, em sua poesia
profética: “posso tocar o céu, mesmo preso ao chão”. O apóstolo Paulo
nos recomenda a sermos concidadãos do céu, (FL 3,20) em seguida
Pedro reforça nos chamando de estrangeiros nessa terra, e herdeiros do
céu. (I Pe 1,1-2).
Como um caçador de pipas, o Senhor Jesus percorre os caminhos
de Jerusalém e aos arredores chamando e caçando aqueles que têm os
olhos no céu, somos seus convidados a vivenciar essa experiência, Ele
anda por nossas ruas, batendo em nossas portas, reforçando o convite.
Ele tem pressa em ajuntar os seus. No evangelho vemos a conversão
de Levi, um cobrador de impostos que tem sua vida transformada, pelo
encontro com Jesus. Foi a conversão mais rápida da bíblia, em apenas
um versículo, Jesus passando frente ao seu balcão de trabalho, olha para
ele e disse apenas: “Vem segue me“ (Mc 2, 14). e no mesmo instante,
ele largou tudo e pôs-se a segui-lo. Eis a verdadeira lei da atração, o
homem sem fazer perguntas se ajuntou ao mestre.
Como Levi, nossa resposta a esse convite deve ser imediatamente,
não deixe para amanhã não podemos perder tempo, achando que
estamos ganhando. Muitos dizem, vou terminar a faculdade e depois eu
me entrego de corpo e alma. Tem mais de dez anos que eu escuto isso,
e se fosse verdade, era para a Igreja está superlotada hoje, no entanto,
todos formaram e já estão trabalhando e nada disso aconteceu. O Senhor
chamava Agostinho todos os dias e ele dizia que ainda estava cedo
para se entregar à Deus, no dia que ele resolveu ouvir a voz insistente
do Senhor, ele experimentou um amor tão forte, que em lágrimas de
arrependimento ele dizia: “Tarde te amei, beleza antiga e tão nova, eis
que procurava fora o que estava dentro de mim” (As conições de Santo
Agostinho Livro X)
“Se vocês foram ressuscitados com Cristo, procurem as coisas do
alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensem nas coisas do
alto, e não nas coisas da terra”. (Col. 3,1-2)

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Somos hospedes na terra, não devemos nos ater ao que é da terra, Mary
Ward dizia em seus escritos “não se contentes com aquilo que é menos que
Deus”. Em meu Livro (O céu é logo. 2006) trato desse assunto com mais
profundidade. Estamos de passagem e passageiros não devem ter posses, a
Igreja em sua santidade e grandeza de sabedoria, sempre teve uma opção
preferencial pela pobreza, com isso ao longo dos anos ela aborda o discurso
do desapego aos bens que passam, claro que isso não quer dizer que tenhamos
que aceitar uma vida sub-humana e não lutar pelos nossos direitos, mas é
justamente o que o Apóstolo está nos dizendo, se somos nascidos do alto,
devemos ter nosso apego ao que é do alto, ele no mínimo quer nos livrar de
uma decepção futura, pois não haveremos de levar nada conosco quando
formos chamados desse mundo. A Igreja usa de seu profetísmo enraizado
no chão da vida, para nos fazer reletir nos passeios dourados e celestiais do
paraíso. No ano 2010 na campanha da fraternidade ecumênica foi abordada
essa temática (“Não seja o dinheiro, o Deus de vocês” Mt 6,24.)
Davi era um homem extraordinário, gosto de dizer que ele foi a
controvérsia do antigo testamento, ao mesmo tempo em que era o mais santo
dos homens, era também o mais pecador. Num momento ele vencia o gigante
Golias, (Cf. ISm 17, 41-58.) e todos os exércitos dos ilisteus, outrora, estava
escondido numa fossa de fezes por causa da perseguição de Saul (Cf. I Sm
22,1-3). Elogiava e venerava seus guerreiros (quase deuses) e invencíveis,
aqueles que jamais conheceram o io da espada, em outro momento mata
seu melhor soldado para icar com sua esposa. (IISm 11,12.) E mesmo com
toda essa controvérsia, a bíblia o chama de “aquele segundo o coração de
Deus”.(ISm 13,14. At 13,22.) Como pode tal situação? Um homem com
qualidades, mas também com tantos defeitos ser tão extraordinário? Parte
da resposta está no salmo 51, escrito por ele mesmo. Davi tinha os olhos
voltados para o céu, era um homem que seu apreço era pelas coisas que
não passavam, Imediatamente quando caía em pecado, ele não procurava
desculpas, ele nunca dizia: “Ah Senhor por que colocastes uma Mulher tão
bonita e com essa roupa tão curta na minha frente? Tu sabes que sou humano!
‘Ah Senhor eu não resisti, a carne é fraca’. Ao contrário ele batia no peito e
dizia; “Tende piedade de mim Senhor, pois pequei (Sl 51.1)” ele sabia que seu
pecado poderia lhe arrancar o galardão da salvação, por isso ele implorava;
“Devolva-me a alegria de ser salvo”.(Sl 51,12.)
Amados, só alguém que tenha visão da misericórdia de Deus e os olhos
voltados para o alto é que pode ser segundo o coração de Deus, Deus não

31
exige que sejamos santos e imaculados, porque Ele sabe que não vamos
conseguir, Ele quer homens e mulheres que saibam se reconhecer pecadores,
e tenham coragem de imediatamente se voltarem para Deus. As pessoas se
preocupam muito com o pecado e se esquecem do pecador, o foco deve ser o
contrário, precisamos dar atenção é para quem cometeu o pecado, e não para
o pecador, pois aqueles que se encontram nessa situação se sentem cada vez
mais perdidos e passam a achar que a vida não tem mais solução. Existe vida
após o pecado, existe uma possibilidade de voltar, então bola pra frente.

Pipas do céu
Coloridas e sem cores
Com suas pequenas asas
Busquem o alto.

O dia está claro,


O sol está brando
O vento sopra...
E Parece brincar.

Quer nos levar


Ao verdadeiro Ruarh
Onde Deus está

Nossas cordas
Que nos prendem ao chão
Novas cordas
De uma canção

Alimentam a visão
E não nos deixa pensar
Que Tudo o que é mais real,

Não pareça pura ilusão.

Nossa corda é a Igreja presos a ela avancemos sem limite ao céu.

32
CAPÍTULO III

De que lado você está?


É normal encontrar no evangelho textos que mostram a alegria
dos discípulos de Jesus quando caminhavam com Ele. Um dia eles
estavam andando pela cidade de Naim, quando de repente avistou
um cortejo fúnebre, a frente uma mulher chorando pelo ilho morto e
toda a multidão a acompanhava, a mulher era viúva e sua única razão
de viver era o ilho, que nesse instante estava para ser enterrado. De
um lado a alegria dos discípulos de caminhar com Jesus, Aquele que
veio para dar vida em abundância, e do outro lado a angústia de uma
mulher que enterrava a esperança, sendo ela viúva o ilho era além de
ser sua única companhia, era também sua esperança de ser alguém, de
ser amparada. (Lc 7,12-16). Muitos de nós estamos na situação daquela
mulher, enterrando nossa esperança em um solo infértil que não vai

33
fazer germiná-la, muitos jovens estão desistindo de lutar ainda na
mocidade, daí enterram suas esperanças na droga, no álcool. Quantos já
não procuram mais emprego, por pensar que esse mundo não tem mais
jeito, e a única solução palpável é roubar?
Outro dia assisti a uma reportagem sobre o craque, e uma jovem,
dizia que queria parar de usar drogas, mas já havia desistido, pois não
conseguia sair daquela vida, ela com apenas 17 anos parou de lutar, com
toda sua jovialidade ela enterrou suas esperanças na sepultura maldita
da marginalidade.
Esse texto bíblico nos faz também o seguinte questionamento; de
que lado você está? Você faz parte do grupo dos que caminham com
Jesus e com isso conservam a vida e a esperança? Ou faz parte daqueles
que enterram suas esperanças em solos inférteis. Se não tivéssemos com
os olhos cobertos (II Reis 6,16.) de escamas, que são nossos pecados,
veríamos que o Senhor está lutando a nosso favor. Na verdade não
fomos treinados desde cedo a ver além do que os olhos podem ver, nos
contentamos com o ordinário, e dessa forma não nos esforçamos a ver
o extraordinário de Deus.
O véu do luto que ela usava tapou seus olhos e não permitiu que
ela enxergasse a presença daquele que poderia resolver seu problema, e
dar vida a seu ilho. É quase normal o ser humano se deparar com essa
situação, as vezes estamos tão cegos de desejo em resolver um problema
que não nos damos conta que a solução do mesmo está a um palmo
de nossos olhos. Nos evangelhos muitos personagens que tiveram um
encontro com o Cristo se aproximaram pessoalmente de Jesus, até o
morto Lázaro teve que se desenrolar dos panos que o recobriam e dar
passos sozinhos, sem que ninguém o ajudasse, no entanto essa viúva,
“incomodou” Jesus, pois Ele teve que sair do seu lugar e se aproximar
dela. Tal era a cegueira da mulher.
No calvário havia três cruzes, no meio estava a cruz de Jesus, nessa
ninguém depois subiu, ela permaneceu inabitável. A esquerda estava o
que reclamava e queria uma solução imediata para sua situação, e sem
responsabilidade por seus atos, à direita aquele que “bateu no peito” e
assumiu as consequências do seu pecado, ele pensou; “Esse homem
pode ser verdadeiramente a salvação que tanto ouvi falar e eu posso
perder o paraíso por causa dos meus crimes, mas eu icarei feliz se

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Ele ao menos se lembrar de mim quando estiver lá.” Uma dessas duas
realidades talvez seja a nossa cruz, Que lado icarei? Viverei uma vida
inteira reclamando, ou farei como Dimas, baterei no peito reconhecendo-
me pecador? Minha decisão precisa ser coerente e pensada, pois o fato
é que como eles, todos nós haveremos de passar pelo calvário, porém
apenas um deles amanheceu no paraíso.
Minha família enfrenta há trinta anos o problema do alcoolismo do
meu pai. Há um pouco mais de dez anos passamos pela transformação
da qual o Papa João Paulo II sempre rezava, o encontro das famílias
com Deus, nossa casa se transformou com a presença de Deus, porém
meu pai não foi curado por completo da doença do vicio. Muitas vezes
eu ia para os encontros de oração e rezava todo o momento pelo meu
pai, para que fosse liberto da bebida, e nessas muitas vezes eu chegava
em casa e o encontrava bêbado, daí blasfemava e cobrava de Deus: “Por
que o Senhor deixa isso acontecer, justamente com a minha família
que reza tanto?”. “Somos tão ieis ao Senhor não merecemos esse
sofrimento.” Que pretensão! Eu achava que todo mundo merecia aquilo,
de menos eu, porém não imaginava que com toda a minha prepotência,
eu estava fazendo parte do grupo dos que só reclamam e não enxergam
um palmo a sua frente. Eu só conseguia ver o defeito da bebida em meu
pai, não via que ele era na verdade um verdadeiro herói por ter chegado
até aquela idade, e formar uma família inteira com oito ilhos, mesmo
sendo analfabeto e sem ter um bom emprego.
Outro exemplo está no evangelho de João. Jesus nos relata duas
realidades da qual estamos sujeito: “O ladrão veio para roubar matar e
destruir, Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundancia”.
(Jo 10,10.) No contexto deste versículo, Jesus se coloca como o Bom
Pastor e nos explica a função do mercenário, que é a destruição do
homem, existe uma dimensão espiritual no qual habita o ladrão, e com
ele a morte, o roubo e a destruição. Fujamos da morte, fujamos do pecado
e de suas propostas de morte, como se foge de uma serpente. Fujamos
da destruição, passemos para o lado que tem vida plena, não é tempo
de icar de cima do muro, Jesus nos alerta não somente a nos afastar do
mal, mas que nos aproximemos dEle que nos dá a vida. Se escolhermos
o lado em que está o Bom Pastor, teremos uma vida abundante, e não

35
mais a vida qual estamos acostumados a ter.
O Senhor colocou na boca de Moisés palavras deinitivas para
a caminhada do povo rumo a terra prometida, tais palavras não só
conduziram o povo, como também nos conduz rumo a nossa promessa.
“Vede: hoje estou colocando a benção e a maldição diante de vós:
A benção, se observardes aos mandamentos de Iahwer vosso Deus que
hoje vos ordeno; a maldição se não obedecerdes aos mandamentos de
Iahwer vosso Deus desviando-vos do caminho que hoje vos ordeno…”
(Dt 11,26-28).

O Senhor nos diz que existem dois caminhos, a benção e a maldição,


optar por qualquer um dos dois caminhos é total responsabilidade de
cada um, no entanto a benção está para nós, à medida que observamos
os preceitos do Senhor. Aprendi com um amigo, Um tremendo
pregador evangélico, Pr Isaías Venceslau, ele escrevendo em um artigo
de formação aos obreiros de sua igreja disse: “na ordem alfabética
convencional temos a sequência A,B,C,D. Na ordem da graça a
seqüência para se obter a benção do Senhor está em OBDC.
Que o Senhor no cumule de sabedoria para escolhermos o melhor
caminho, que é Jesus, “Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida” (Jo14,6.)
Seja feliz! Be Happy.

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CAPÍTULO IV

O Amor que não decepciona


O amor é paciente,
O amor é prestativo,
Não é invejoso,
Não se ostenta,
Não se incha de orgulho
Não faz de inconveniente
Não procura seu próprio interesse,
Não se irrita,
Não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça,
Mas se regozija com a verdade,
Tudo desculpa,

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Tudo crê,
Tudo espera,
Tudo suporta
O amor jamais passará.

(Paulo aos corintos. Cap. XIII)

Chiara Lubich é sem dúvida uma das maiores e mais inluente


personalidades da Igreja em nossos tempos, fundadora do movimento
dos folcolares que tem levado a experiência do amor de Deus em todo
o mundo. Com vinte anos trabalhava como professora e cursava a
faculdade de ilosoia, no clima pesado e violento da segunda guerra
mundial ela e suas companheiras compartilham o angustioso dilema
da juventude de sua época, que era sobreviver ao grande caos deixado
pela guerra.
Conta-se que numa manhã em que caminhava pelas ruas da cidade
de Trento se deparou com a triste realidade da guerra, viu o cinema
aonde iam se divertir com as amigas em ruína, a biblioteca, os clubes e
as lanchonetes que eram antes ponto de encontro, agora não passavam
de destroços pelo chão. Em geral ela vê tudo que mais apreciava se
dissolver em lixo, tal calamidade a levou a uma relexão. Se a guerra
destruiu tudo que mais amava, signiica que tudo na vida é passageiro e
perecível. A partir de então toma a mais importante decisão de sua vida.
Partir em busca de algo que não passa, de algo que seja eterno. Chiara
Lubich descobre que somente Deus é o amor que não passa, tudo na
vida é perecível, somente Deus permanece.
Caro leitor, se isso te causar conforto em se entregar sem reservas
a esse Deus, quero que saiba que no instante em que traço essas linhas
em meu caderno, o Senhor enche meu coração de uma alegria sem
tamanho, e parte dessa alegria é saber que o mesmo Ele fará em sua vida
a partir desse momento. Eis o amor que não decepciona, o Apóstolo ao
dizer que o Amor jamais acabará, reairma ao seu e ao meu coração que
o Amor (Deus é amor. Jo. 4,8.) não decepciona, ou seja, nem a morte,
nem a dor, nem as lutas, podem vencer o amor de Deus. A decepção da
mentira jamais vencerá o amor.
Na vida é inevitável que não nos venham as decepções, prova disso

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é a fragilidade humana. Somos surpreendidos pela dor porque somos
mortais. Sentimo-nos tristes por não sermos compreendidos por aqueles
que amamos, é nesse momento que precisamos buscar a graça do
Espírito Santo, para perdoarmos a nós mesmos, por sermos tão frágeis
e pecadores, perdoarmos os outros e as diversas situações da vida, que
fogem ao nosso controle. Precisamos sempre nos convencer dessa
necessidade, pois os sentimentos de culpa ou de ódio que acumulamos
em nós podem nos trazer doenças, dores e outras conseqüências
maléicas ao nosso corpo.
Uma vez fui convidado por uma senhora evangélica a orar por seu
esposo que era católico e havia pedido a presença de uma pessoa que
também fosse católico, o pobre homem estava em fase terminal com
câncer na garganta, a família e os médicos estavam muito preocupados
porque ele estava sofrendo muito e por mais que os laudos diziam
que ele não passaria nem mais uma noite, já tinha um mês que estava
naquele sofrimento. Enquanto eu orava, o Senhor falou ao meu coração
que aquele homem precisava perdoar e ser perdoado por aqueles de sua
casa, o ressentimento fazia prolongar a sua dor. Rezamos com ele neste
sentido, alertei sua esposa dessa necessidade e fomos embora. Na outra
segunda - feira minha tia me ligou dizendo que aquele homem teve
uma melhora inacreditável naquela noite e os médicos o deixaram ir
para casa, e quando chegou lá a família se reuniu em sua volta e izeram
conissões de arrependimento. O velho, com um semblante de muita
alegria faleceu calmamente nos braços de um de seus ilhos.
Deus amou tanto aquele homem e sua família que o concedeu a
oportunidade de alcançar o maior de todos os milagres que é o perdão
da família. Esse perdão foi a chave para abrir os céus e acabar com a sua
dor e a dor de sua família.
Livres dos ressentimentos que nos aprisionam, somos convencidos
de que Deus não decepciona, podemos nos decepcionar com qualquer
coisa e qualquer um, todavia Deus tem uma eternidade para nos provar
que Ele jamais nos decepcionará, devemos nos apegar a essa verdade
que não passa, pois o que não é eterno, nunca será o bastante.
Diante dos desaios do nosso percurso vital, a máquina da vida
precisa de uma manutenção, de uma preventiva, parar tudo para se cuidar,
por mais que nesse intervalo vá perder algo, deixar de produzir, mas é

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necessário para o bem do corpo. Quando não o fazemos, a vida vai se
acumulando, como alguém que deixa tudo para depois, e quando chega
o depois, se ajunta tantos afazeres que não dá conta de fazer nada mais,
a não ser o que icou para traz, ica cada vez mais difícil de se caminhar
e penoso de se viver. Não podemos fazer como a letra da canção: “deixa
a vida me levar.” A vida não é um caos de desorganização como uma
onda em alto mar, ela é precisa e sistemática, cada ser humano tem
seu papel no mundo e se eu deixo que a vida me leve ao léu como um
barco em alto mar sem vela e sem remos, ela vai se acumulando por
eu não ter contribuído com o seu decorrer. Quando detectamos essas
arestas aí é preciso parar. Eu trabalhei como mecânico de manutenção
quatro anos, e com o pouco de experiência que tenho nessa área, posso
airmar que numa indústria, quando essas máquinas param a indústria
está perdendo para ganhar.
Num período da minha vida eu tive que parar. Estava deixando
acumular as coisas, fazia tudo e ao mesmo tempo nada. Eu trabalhava
com muito custo na distribuição do meu segundo livro e ao mesmo
tempo vivia a tristeza de um luto quase irracional, por uma pessoa que
quando estava em vida só queria me ver bem e feliz e que com toda
certeza, do céu ela torcia para que eu tocasse a minha vida com alegria,
mas eu não entendia isso e insistia na tristeza do luto. Eu pregava mais
do que nunca, acredito que convertia a muitos, quando na verdade
era eu quem precisava de me converter. Estava cursando a faculdade,
andava como um sonâmbulo pela universidade a fora, e percebi que em
minha vida não havia nada de profundo, meus livros e minhas apostilas
se acumulavam em minha estante, estava distante dos amigos e achava
ser eles que haviam me abandonado. Até que numa manhã de agosto,
enquanto eu orava disse à minha alma: Basta, é tempo de recomeçar!
Com a ajuda dos exercícios espirituais de santo Inácio de Loyola iz
uma revisão em minha vida, encerrei meu luto, abri meu coração para
uma nova experiência conjugal, tranquei a matricula na faculdade por
um período até que estivesse bem espiritual e psicologicamente, mudei
de emprego, renovei meus contatos com os amigos. Por sua parte o
Senhor agregou à minha busca, a graça necessária para alcançar.
Hoje com todos os desaios posso testemunhar que tenho uma família
maravilhosa e uma ilha que a cada manhã me olha na expectativa de

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receber um sorriso de volta e eu não posso nunca negá-lo a ela.
Esse é o Deus que anuncio à vocês, um Deus que não se cansa de
nós, um Deus que nos dá uma nova oportunidade quando precisamos
nos reorganizar. Amado, Deus não desistiu de você e nem de mim,
se tentaram te convencer do contrário, e apontaram seus pecados, eu
airmo em nome de Jesus e da Igreja, Deus jamais desistirá de você,
Deus é espírito e espírito não se cansa. Não pense que o Senhor se
decepcionou com você, Ele é o Amor que não se decepciona. Aprendi
com a poeta Ziza Fernandes; “Deus sabe muito bem como eu sou, e não
se impressiona com o que eu faço”. Em toda e qualquer ação do homem,
ele nunca surpreenderá a Deus, não existe no mundo algum pecador
que seja tão indigno pecador, a ponto de deixar Deus assustado com o
seu pecado, como um pai Ele conhece pessoalmente a cada um de seus
ilhos e sabe até onde vai todo pecador. Deus gosta “especialmente de
você” ( Ref. Do Livro A cabana de Willhan P. Yong). Entregue a Ele
seus problemas e seus sonhos e descanse no Senhor.

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CAPÍTULO V

Amar é buscar
“Sem o Amor, nada são todas as obras reunidas”
São João da Cruz

Amados, nunca houve um clamor tão forte pela evangelização


como nos tempos de hoje, a Igreja insistentemente nos chama a
evangelizar, e esse apelo não é senão buscar os que estão perdidos,
os que por algum motivo não conheceram a salvação, mas sobretudo
aqueles que conhecem, mas se afastaram de Deus. A Igreja conta com
todos os movimentos e pastorais, o Senhor nos convida a usar de todos
os artifícios e de todos os mecanismos para cumprir essa ordem.
A imagem do Bom Pastor, com aquele olhar sereno e ao mesmo
tempo esperançoso, me encanta. Penso como deve ser conjugado o

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verbo buscar, na gramática de Deus. Ele tendo noventa e nove ovelhas
no aprisco em segurança, parte em busca daquela que se perdeu. Essa
busca não deve ser fácil, Ele passa por regiões montanhosas sem
perder o fôlego, avança sobre arbustos cheios de espinhos, desliza em
ribanceiras, é atacado por animais peçonhentos e enquanto isso o sol
queima sua pele, que o faz se cansar ainda mais. Ele tem em seu coração
a imagem de sua pequena que pode está correndo sério risco de vida.
O que o faz ter pressa? O que o impulsiona? Seu fôlego é o berro de
sua pequena, esse que ele é capaz de ouvir a quilometros de distância.
Nada mais o importa, Ele é uma locomotiva que passa por cima de tudo
para chegar ao cume do monte. Tudo que Ele deseja é encontrá-la sã e
salva, cuidar de suas feridas, colocá-la em seu ombro e levá-la de volta.
O amor pela ovelha perdida o sustenta em sua investida, até que Ele a
encontra, e mesmo desfalecendo pelo cansaço festeja saltitante, como
se tivesse encontrado um tesouro.
Quantos hoje já não se encontram no aprisco? Quantas ovelhas
se perderam pelo caminho? Muitos que foram de alguma forma
responsáveis pela nossa conversão, hoje não estão mais na Igreja.
Pregadores que pregavam com a alma, músicos que emocionavam ao
conduzir suas canções, jovens que pareciam que iam ser arrebatados de
tanta intimidade com Deus hoje já não se encontram no lugar seguro que
é a presença de Deus. Eles precisam ser buscados, na maioria das vezes
se decepcionaram com algo dentro da Igreja e “já são experientes” e
nesse caso o sermão não adianta nada, o testemunho ajuda muito pouco
e a oração é o que está ao nosso alcance, mas o que realmente vai salvá-
lo é o amor, e isso requer um esforço muito maior do que qualquer outra
investida. Quem ama busca e não importa a distância, quem ama sai do
seu conforto para buscar o outro, não importa os obstáculos. Buscar é
entregar um pouco de si mesmo.
Tenho um testemunho que guardo com carinho por si tratar de um
profundo amigo e companheiro de comunidade. O Rodrigo teve sua
vida mudada pelo poder de Deus através de uma experiência de oração
que participamos juntos em meados do ano de 1997, daí iniciamos uma
caminhada fértil nas comunidades de base e nos movimentos de Igreja,
porém dois anos depois ele teve uma recaída, ele que havia largado
tudo, as drogas e o pecado e já testemunhava para outros jovens,

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agora volta para o mundo, se desligou completamente da Igreja e se
afastou dos amigos, era angustioso vê-lo naquela situação, depois de ter
mergulhado no amor de Deus, foi se enxugar numa posseira de lama.
A palavra de Deus nos exorta: “Aquele que está de pé cuide para
que não cáia”. (1Co 10:12). e a sabedoria popular completa dizendo:
“... Senão o tombo pode ser mil vezes pior”. As notícias que chegavam
até nós eram cada vez mais preocupantes, e não podíamos fazer nada,
pois ele não gostava que lhe falasse de Igreja e “lhe izesse sermões”,
sempre fomos muito amigos, então saíamos juntos e conversávamos
sobre todos os assuntos, mas se falasse de Igreja ele icava bravo e
pedia que o deixasse na dele. Um dia o encontrei numa praça depois de
uma festa de rua e começamos a conversar sobre as coisas da vida e ele
me falou que sua mãe estava preocupado com ele, porque estava muito
gordo. Na mesma hora me acendeu uma pequena luz. “Vamos fazer
exercícios! Topa a gente correr até a 1biquinha todas as manhãs”
Ele topou e todos os dias íamos fazer caminhadas.Tive que me
desfazer de alguns compromissos para acompanhá-lo juntamente com
alguns amigos, meu corpo icava todo dolorido por falta de costume,
mas valeu apena, o Rodrigo continuou gordo, eu continuei magrelo.
Aquele lugar de natureza exuberante convidava o Espírito Santo a nos
acompanhar, mais pudemos crer fortes momentos de relexão juntos.
Ele se fazia presente sem muita pretensão, nos envolvia de uma
luz divina que dispensava palavras e argumentos. Poucos dias depois
já não foram necessárias as caminhadas ele voltou pra Igreja e agora
caminhava com muito mais entusiasmo que antes.
Santo Ignácio de Loyola tinha um método infalível para anunciar
aos dispersos, ele dizia aos da companhia: “Precisamos entrar com a
deles e sair com a nossa”. O jesuíta para levar o evangelho ao povo se
fazia povo. Para pregar ao monarca, ele devia entrar no seu castelo, e
conhecê-lo por dentro. Se anunciava ao mendigo, ele se fazia mendigo
e morava entre eles. Se pregasse ao universitário ele deveria se fazer um
deles e assim por diante. (Ref. Didática de Babin. Livro Como ser um
bom pregador de João Mhana. Pag. 26).
Não é possível permanecermos em nossos prédios aprisionados

Popular Reserva lorestal na região de Coronel Fabriciano


1

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por nossas cercas elétricas e querermos evangelizar os das periferias da
vida, se não pisarmos o chão da realidade do outro, conhecermos seus
sonhos, suas necessidades e seus ídolos. Se não pudermos entender a
sua realidade, ele não se sentirá amado o suiciente para se tocado por
suas palavras.
O Apóstolo Paulo fugindo da perseguição dos judeus de Tessalônica
passou pela cidade de Atenas onde icaria por pouco tempo, porém ao
ver que a cidade estava tomada pela idolatria, seu espírito foi tomado
pelo desejo de pregar àquele povo. Havia em Atenas um lugar chamado
Areópago. Era o ambiente dos ilósofos e dos pensadores, ali eles se
colocavam a ouvir uns aos outros. Paulo se colocou no meio deles,
falando na cultura deles, e esses atenienses não faziam outra coisa senão
em ouvir, ou falar das ultimas novidades. (At 17,21.) Eram curiosos. O
Apostolo falava-lhes de uma novidade que eles nunca tinham ouvido
falar, de um Deus que morreu numa cruz para salvar toda a humanidade.

“Tomando-o pela mão, o conduziram-no ao areópago, dizendo:


Poderíamos saber qual é essa nova doutrina apresentada por ti?” (At
17,19).

Meu amado, você tem noção do que estava acontecendo ali? Um


cristão que sabia tanto da cultura de um povo, e sabia tanto a respeito de
seus costumes, que foi convidado pelos próprios pensadores a pregar no
púlpito deles. Ele estava tão inserido em sua linguagem que literalmente
foi puxado pelo braço para ir a frente pregar. Alguém já te colocou para
pregar, naquele lugar que você sempre sonhou estar, depois de tê-lo
ouvido? O pregador aguçou a curiosidade do público de tal forma que
insistiram que ele pregasse e ele pregou majestosamente, ao ponto de
converter o próprio Areopagita, o homem que era o responsável pelo
local.
É preciso investir na missão de anunciar, Deus quer dar amplitude
ao nosso ministério. Se for preciso aprender libras para falar ao surdo,
Inglês ou Espanhol para anunciar ao estrangeiro e estiver ao seu alcance
não hesite em fazê-lo, sobretudo se for necessário sair da Igreja, ir às
favelas, ou a uma universidade testemunhar a graça de Deus façamos.
Isso é buscar o perdido. Precisamos ser novos ilacteras para o mundo,

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precisamos ter impresso em nosso peito a palavra de Deus ao ponto
de não ser necessário abrir a boca. Foi maravilhosa a inspiração que
Deus colocou para o grupo de oração Servos do Senhor, devido a Igreja
ser numa praça, icava por ali muitas pessoas, e enquanto o pregador
pregava no púlpito, os outros pregadores saíam em comitiva a pregar
aos que estavam na praça.
Para compreendermos melhor essa mensagem vamos nos ater à
etimologia da palavra central deste capitulo; Entender a realidade do
outro. Entender tem um signiicado muito maior do se espera, vem do
grego: é a conjunção preixo (in) que quer dizer interior, e a palavra
(tenda) que representava o lugar de habitação das tribos antigas
(in+tenda). Quando os primeiros povos viviam em acampamentos, nas
tendas moravam famílias inteiras. Entender nesse contexto ganhava
um signiicado muito grande, entrar na tenta do outro, na sua vida e
na sua estória. Quando isso acontecia nada mais era obscuro ao outro.
Quando pisamos o chão do outro, somos solidários à suas dores, pois
reconhecemos ser também a nossa dor, daí acontece o entendimento, ele
se sente mais seguro, a palavra não é mais algo que vem de fora, mais
sim uma palavra amigavelmente sussurrada ao pé do ouvido, como que
no aconchego de uma fogueira acesa.
Quem ama busca. Buscar é perder um pouco de si. A recompensa
está guardada para a eternidade. Como no ilme O resgate do soldado
Brian, os soldados com toda braveza e coragem, deixavam um pouco de
si mesmo naqueles campos de batalha para buscar aquele que já estava
perdido. Àquelas alturas os soldados já não se importavam com o salário
que iam receber, não faziam questão das medalhas que certamente
receberiam pela atitude heroica, tudo que importava era a honra de
salvar a vida do amigo, mesmo que isso lhes valesse a própria vida.
Há muitos soldados feridos nos campos de batalha, uns que desistiram
de lutar e outros que foram fatalmente feridos. Há também vítimas que
não são desse exército, mas que igualmente merecem ser buscados. A
Igreja, aurora de um novo tempo, convoca os bravos guerreiros para o
resgate.

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CAPÍTULO VI

Aquela que muito amou


Proponho-me neste breve capítulo produzir uma leitura confortável
ao coração de todos, indiferente de sua posição religiosa, visto que o
assunto em questão será a fé e o amor de alguém. É confortante apreciar
a fé daquele que foi vitorioso em seus empreendimentos e tentar aplicar
em nossa vida. Ouço muitas belas canções que exaltavam a fé de
Moisés, Elias, Sara, Ana, Zaquel e tantos outros. Mensagens que não
deixaram de ser evangélicas por falar da fé de João Batista, ou de outros
discípulos, e não de Jesus diretamente. Então por que não falar daquela
que muito amou? Aquela que ouviu a voz do Senhor e não levou em
consideração a sua própria vida e seus próprios sonhos, para viver a
vida e os sonhos de Deus.
Na antiga aliança, no antigo testamento, a arca da aliança foi

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durante muito tempo o principal sinal da presença de Deus no meio do seu
povo. (Ex 25,10-22). Era o lugar do encontro entre Deus e o povo. Quando
a arca da aliança passava, o povo gritava dizendo que Deus passou no meio
deles e ai daqueles que a tocasse indignamente. Teve até um fato curioso.
Quando ela foi transportada para outra cidade, enquanto os homens a
carregavam, eles se descuidaram e estando para cair ao chão Uzá a segurou
com as mãos e foi torrado por um raio na mesma hora. (1 Crônicas 13:9).
Nos tempos do rei Davi, era a arca que ia a frente com os músicos em
ordem de batalha. Quando os inimigos a avistavam, batiam em retirada
dizendo: “O Deus de Israel combate a favor do seu povo, e luta contra nós.”
Que mistério havia nessa arca e porque de todo aquele respeito?
Dediquei-me a um estudo um pouco mais aprofundado do assunto para
buscar uma resposta. No capítulo 25 versículo 16 e 18, vemos que Deus
ordenou que fosse fabricada uma imagem de dois querubins e dentro da
Arca seria depositado os dez mandamentos. Ao longo dos tempos a arca
serviu como depósito para guardar não só o decálogo da lei, mas também o
maná que alimentou os hebreus no deserto e a vara de Aarão que loresceu
milagrosamente.
Ora todo esse respeito era somente por ela ter sido o transporte daquilo
que apenas representava Deus, no sentindo material e sentimental. Maria
não só transportou Deus como o gerou milagrosamente em seu ventre.
Como a vara de Aarão loresceu milagrosamente, ela deu a luz ao Salvador
do mundo, sem a participação de homem algum. Também ela não merecia
tal respeito?
Paulo escreve aos Efésios “Nele, fomos escolhidos antes da fundação
do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele no amor.” (Ef
1,4). No contexto dessa palavra que é eterna, podemos dizer que, se cada
um de nós é escolhido e chamado por Deus antes da criação do mundo, não
podemos relutar em dizer que Maria, estava destinada desde sempre a ser a
mãe do Salvador. Tanto é verdade que já no livro do Gênese, é proferida a
vitória da humanidade sobre o mal. A mulher e a sua descendência, Maria,
Jesus e seus seguidores, derrotariam juntos a serpente esmagando a sua
cabeça. (Gn 3,15).
A arca foi sinal da presença de Deus durante muitos anos, estudiosos
dizem que ela permaneceu com o povo até as ruínas de Jerusalém, quando

50
segundo as escrituras, desapareceu completamente e nunca mais foi
reconstruída. (cf. Jr 3,16). Outro dia passei frente a uma igreja evangélica
e vi no meio do altar, uma réplica da arca da aliança. Achei interessante,
porque de alguma forma quebra aquele mito de que imagem é coisa de
católico, ainal de contas a arca possui a imagem de dois anjos. Por outro
lado iquei pensando, Deus deu uma ordem a Jeremias de que a arca nunca
mais poderia ser reconstruída.
“Ela não voltará a memória, não se lembrarão mais dela, não a
procurarão e nem será reconstruída. Naquele tempo, chamarão a Jerusalém,
Trono de Iaweh.(Jr 3,16).
O Senhor está dizendo através do profeta que nós (que somos a
Jerusalém), é que somos o seu trono, onde Ele habita e se manifesta. Meu
corpo é templo do Espírito onde habita Deus. Se nós podemos dizer que
somos a casa de Deus, de forma concreta e palpável o ventre de Maria é
o lugar fértil onde nasce Deus e ressurgi a esperança. A igreja na recitação
do oicio a chama de arca do concerto porque nela Deus se manifestou de
forma concreta assumindo um corpo humano, não é mais uma teofania
visual, como na sarça ardente em Moisés. É o verbo que se fez carne e
habitou entre nós. (Jo 1,4.).
Uma multidão de cristãos de várias igrejas vai até a Terra Santa todo
ano, para ver de perto os lugares santos, os mais visitados sem dúvida
alguma o monte onde a sarça ardente se manifestou a Moisés e a gruta onde
nasceu Jesus, e é lamentável que parte dessa mesma multidão insistem em
rejeitar essa que o carregou no ventre por nove meses e o gerou no próprio
sangue e na própria carne o próprio Deus. (carne de minha carne, ossos dos
meus ossos).
A Igreja portadora do céu, não consegue enxergar a vida, senão
através dos olhos de Deus, dessa forma não é apegada ao presente. A
palavra de Deus não está presa a uma dimensão temporal cronológica. Em
Maria, Deus não somente gerou seu Filho Jesus, mas o faz renascer ao
longo da história através desse canal. Maria é aquela que apresenta o Filho
e no ilho a salvação (Lc 22.). A arca por determinação divina cairia no
esquecimento e nunca mais seria reconstruída, (Jr 3,16). Maria por essa
mesma determinação seria para todo sempre lembrada; “Todas as gerações
te proclamarão bem aventurada”.

51
CAPÍTULO VII

Devolver a Deus o que é de Deus


“Àquele que está sentado no trono e ao cordeiro pertencem o louvor, a
honra, a glória e o domínio pelos séculos dos séculos!” (Ap. 5,13).
Um grupo de universitários do curso de psicologia entrevistou um
pastor evangélico e alguns membros de sua Igreja, pra um trabalho escolar.
Foi perguntado a ele se além de suas pregações, músicas de louvor e
programas de rádio e televisão, eles tinham algum outro trabalho social. Ele
com meio sorriso no rosto respondeu ao jovem. Nós curamos os enfermos,
libertamos os cativos, expulsamos os demônios e levantamos os coxos e
isso não basta? O aluno fechou o caderno, eles se cumprimentaram e se
despediram.
Devemos ter cuidado com certas airmações que as vezes fazemos até
sem perceber, aquele aluno deve ter tirados as suas conclusões de que os

53
membros daquela Igreja não têm nenhum trabalho social, e com razão, as
curas e os milagres não são obra deles e sim são operados por Deus e os
méritos devem ser atribuído a Ele que opera tudo em todos. A palavra de
Deus nos adverte que somos vasos de barro onde é depositado a unção e o
poder de Deus, e ainda acrescenta:
“Trazemos, porém este tesouro em vasos de barro, para que esse
incomparável poder seja de Deus e não de nós” (Cor 4, 7).
O poder é de Deus, somos apenas os colaboradores, os seus
instrumentos. Como cristãos, somos participantes da glória do Cristo e é em
seu nome que devemos cumprir a missão de salvação do mundo. Salvação
essa que consiste em: Libertar os cativos, curar os enfermos, anunciar a boa
nova aos pobres. (Cf Is 61,1). Se por consequência desse ministério vierem
os elogios e os benefícios, saibamos que é a Deus que se deve dar toda a
honra e toda a glória.
Conta uma estória, que certa vez um bondoso santo andava pelas ruas
pedindo esmolas para os irmãos de rua que ele cuidava, quando chegou a
um bar, estendeu as mãos aos que lá estavam. Vendo a humildade do santo,
um homem se enfureceu e cuspiu em sua cara. Ele continuou com a mão
estendida, arrancou um lenço do bolso, se limpou e disse ao agressor. “Isto
é o que eu mereço, agora me dê o que é para Deus”
Muitos mártires enquanto recebiam a palma do martírio, enfureciam
os carrascos com suas palavras que geralmente demonstravam profundo
sentimento de servidão a Deus, e aquele martírio era para eles ainda mais
honroso, pois estavam dessa forma aniquilando a si mesmo e devolvendo
a Deus o seu Louvor.
No magniicat a virgem santa, diante da honra de ser a mãe do salvador
do mundo, não hesitou em dizer: “A minha alma engrandece o Senhor e
meu espírito exulta em Deus meu salvador”. Qual tem sido a motivação
do meu servir a Deus? Quem ou o que tem sido o sentido de nossa alegria?
Será que minha alma e minhas atitudes estão engrandecendo a Deus ou
a mim mesmo? Muitas vezes questionamos a Deus porque que rezamos
tanto e os milagres não acontecem, e não percebemos que nossa oração
e nosso ministério estão cheios de arrogância e prepotência. As vezes
inconscientemente a nossa intenção não é gloriicar a Deus e sim alcançar
um reconhecimento.
João Batista era conhecido como aquele que arrebatava o povo para

54
o deserto, para ouvir suas pregações, quando começaram a confundi ele
com o messias ele apontou para o Cristo e disse: “Esse é o cordeiro de
Deus, e não eu. Eu não chego nem aos pés dele, é ele quem tira o pecado
do mundo, é ele o messias, é ele a quem devemos dar o louvor, a honra, a
gloria e o domínio pelos séculos dos séculos”(Lc 7,20). Caro leitor, mesmo
que eu venha gerar Jesus em meu ministério, como Maria e os grandes
prodígios acontecessem, mesmo que os testemunhos cheguem aos meus
ouvidos, mesmo que eu perca a cabeça pelo evangelho como João Batista
é Ele quem deve ser louvado.
Quando Pedro chegou a casa de Cornélio, ele já o esperava na porta,
pois Deus o havia revelado em sonho que aquela noite seria decisiva para
toda a sua família. Então Cornélio se lançou ao seus pés para adorá-lo.
Imaginem um homem que atormentado por causa de seus pecados, ele e
sua família vê a salvação entrar em sua casa? Aquela atitude seria o mínimo
de gratidão ao apóstolo, pensou ele. Então Pedro o reergueu e lhe exortou
amigavelmente; “Levanta-te, pois eu também sou apenas homem.” (At 10,
26).
Irmão parece óbvio o que estou dizendo, mas não há quem não corra
esse risco. Os trabalhos pastorais e ministeriais na maioria das vezes são
pesados e custoso, deixamos nossa casa, nossa família para servir a Deus
e naturalmente esperamos um reconhecimento e elogios das pessoas.
Andamos no limiar, entre o que é nosso e o que é de Deus.
O que é de nossa parte?
A satisfação de ter feito um bom trabalho. A alegria, o reconhecimento
e os elogios por termos sido servo bom e obediente a Deus, sobretudo o
ápice dessa maturidade será quando assumirmos a atitude apostólica; “Não
iz mais que minha obrigação”.
O que é da parte de Deus?
É dele a glória. É Ele que realiza tudo em todos. É dEle todo o poder,
sem Ele não podemos fazer nada (Jo 15,5.). É Ele quem age em nós,
manifestando a sua onipotência, onipresença e onisciência. NEle somos
mais que vencedores, pois Ele é o Deus poderoso nas batalhas. Aquele
que está sentado acima dos céus no trono, o Cordeiro de Deus que venceu
o mundo, a Ele pertencem o louvor, a honra, a glória e o domínio pelos
séculos dos séculos. (Ap. 5,13).
Por causa da simplicidade do povo, muitas vezes nos deparamos

55
com essa situação de Pedro na casa de Cornélio. Eles vêm até nós como se
fossemos nós quem tivéssemos realizado aquela obra, como se fôssemos
pessoas especiais e dotadas de poderes especiais, nessa hora devemos ser
maduros espirituais e devolver a quem realmente merece ser louvado e
dizer como o salmista Davi; “Se não fosse Deus que tivesse estado ao meu
lado” (Sl 123) Nada disso teria acontecido.
O burrinho que carregou Jesus na entrada triunfal em Jerusalém,
chegou naquela noite para sua mãe e contou tudo que tinha acontecido e
disse:
“Mãe você tinha que vê, quando eu passava as pessoas jogavam
ramos, estendiam roupas para que eu passasse e gritavam Hosana, foi uma
verdadeira loucura, eu estou muito famoso por lá”.
“É mesmo meu ilho?” (mãe é mãe!)
“Sim mamãe eu vou voltar lá amanhã e você vai comigo para ver com
seus próprios olhos”.
No outro dia o burrinho voltou no mesmo lugar e encontrou o silêncio
e o descaso, as pessoas nem perceberam sua presença.
“Mãe eu não entendo, ontem essas mesmas pessoas gritavam e
esperneavam fazendo festa com a minha presença e hoje elas nem me
notaram”.
“Meu ilho, é porque ontem você estava com Jesus, é ele o motivo de
toda aquela festa, sem Jesus você é apenas um burrinho qualquer”.
Sem Jesus somos um burrinho vagando pelo mundo sem rumo. Deus
nos pede essa maturidade por saber que da mesma intensidade que vem
os aplausos, também aparecem as críticas, as mesmas bocas que gritam
Hosana, gritam “cruciica”, se tivermos apegados ao ministério como se
fosse propriedade nossa, fatalmente vamos cair na depressão e no desespero
quando vierem os dias de ingratidão. Evitemos sofrimento.
O que a ação de Deus por meu intermédio, pode mudar em meu
caráter?
Faça um teste com você mesmo, eu já me iz e iquei surpreendido
com o resultado. Responda com sinceridade.
Quando você reza para um enfermo, qual o desejo que habita seu
coração? Que aconteça algo extraordinário, ou que ele seja tocado por Deus
e seja feita a vontade dEle? Se um paralítico se levantasse com a imposição
de sua mão, qual seria a sua reação na hora?

56
Você pede que os milagres aconteçam, porque ama realmente aquela
pessoa e quer o seu bem, ou para ter testemunhos para contar? E por im, o
que esse milagre pode causar em sua vida, em seu orgulho? Será que icará
envaidecido ou continuará sendo o mesmo de sempre? Hoje com um pouco
mais de maturidade, eu sinto vergonha das respostas do meu primeiro teste.
Fico impressionado com a serenidade dos apóstolo diante dos fatos
extraordinários que aconteciam. Paulo estava em Trôade em uma casa
reunido com o povo para a fração do pão. Ele pregava a palavra aos
que ali estavam e um jovem que estava sentado na janela adormeceu
profundamente, pois já passava da meia noite. Vencido pelo sono,
despencou do terceiro andar abaixo e morreu. Paulo desceu até onde estava
o corpo do menino, debruçou sobre ele tomou-o nos braços e disse: “Não
vos perturbeis, a sua alma está nele!” Em seguida subiu novamente, partiu
o pão, comeu e continuou a pregar normalmente, como se nada tivesse
acontecido. O detalhe é que o jovem não ressuscitou na hora, ele continuou
dormindo e só acordou no outro dia. (At 20,7).
Que o Senhor possa nos presentear com essa serenidade apostólica,
que possamos abrir nosso coração e nossa mente para a vontade de Deus e
termos a consciência que é somente nEle, por Ele e para Ele.
Eu aconselho os irmãos a buscarem servir ao Senhor de todo coração e
almejarem serem honrados em seu servir, que tenham ministérios frutuosos
e enriquecedores para a Igreja. Mais do que nunca estamos vivendo um
tempo profundamente laical, a Igreja tem coniado aos leigos cada vez mais
o “Ide” evangélico, que na conferência de Aparecida ganha dimensão mais
ampla como Discípulos e Missionários.
Existem muitos homens e mulheres de Deus no Brasil que têm
meu respeito e admiração pelo trabalho que têm desenvolvido na Igreja,
entre eles José Moreira Guedes, o Juninho, escritor, pregador, professor e
fundador da Missão Ide, muitas vezes o vi interromper uma pregação por
não se conter em lágrimas, ao relatar um sofrimento alheio. Ironi Spuldaro,
pregador da RCC e apresentador de programas católicos. Padre Roberto
Lettieri , um profeta para os nossos dias, um homem que tem pago um alto
preço pelo seu ministério profético e sacerdotal. Em todos eles o grande
diferencial em comum é o amor seráico que têm pelas pessoas e pela
história de cada um.

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CAPÍTULO VIII

O Amor que não se cansa


Um dia assistindo um programa jornalístico vi uma cena dramática,
os repórteres como abutres num pedaço de carne e um adolescente sendo
entrevistado, o mesmo havia sido preso por assassinato, os repórteres
tentaram a todo custo arrancar palavras da boca do acusado, quando ele
disse numa voz chorosa. “Matei mesmo, mas não estou arrependido, eu
não tenho nada a perder mesmo”. Minha alma foi invadida por um grito
estridente, e logo abafada pela lucidez da tão hipócrita razão. Estava
sozinho em casa assistindo, e minha vontade era de alguma forma poder
dizer aquele jovem o quanto ele tinha a perder entregando sua vida
dessa forma.
Este episódio foi um dos motivadores que fez nascer essa obra que
agora tens em suas mãos, poder dizer não somente para aquele jovem,

59
mas para qualquer um que tenha deixado se entregar as algemas dessa
vida, por acreditar que não tem mais nada a perder, Deus não desistiu
de você, o amor não se cansa e nunca se cansará. Pode esquecer “meu
velho” Ele nunca desistirá. Minha querida, não insista em se machucar
com tantas lágrimas em vão, Ele não a deixará quieta enquanto não
realizar uma obra perfeita em você e toda a sua casa. Ele nunca desistira
de nós.
Não ique falando para Deus das quantas vezes você caiu, fale para
o Senhor o quanto está disposto a se levantar. A verdade é que se mil
vezes cairmos, mil vezes Ele está disposto a nos levantar. Ele nunca
se cansará, talvez a própria religião pode se cansar, o homem pode se
cansar, o sistema político pode se cansar de você, mas o Senhor jamais
se cansará de um ilho seu, pode uma mãe se cansar do ilho, mas o
Senhor jamais se cansará.
Fico pensando na minha ilha, eu chego em casa cansado do
trabalho, mas com muita saudade dela, ela me olha a uma certa distancia
e já corre para vir brincar, ela pula, corre, grita, a energia dela parece
não acabar, com um certo tempo eu já não agüento mais e já vou dando
um jeito de me esquivar e ir para o banheiro tomar um banho. O fôlego
de Deus é ininito, Ele não se cansa de está conosco, Ele não se cansa
de nos esperar.
Jesus em uma de suas parábolas conta a história do Bom Pastor que
recolhendo suas ovelhas num inal de pastagem, levando ao aprisco,
percebe que das suas 100 ovelhas, uma icou para trás.
O que faríamos nós no seu lugar?
Ele já estava cansado, era só uma, as outras 99 estavam bem
guardadas!
Ele toma seu cajado fecha bem a porteira do aprisco e sai em busca
da ovelha desgarrada, ele teve que voltar por todo o caminho que já
havia percorrido, descer as montanhas, passar pelos espinhos, buracos
até achá-la. Fico imaginando o quanto aquele homem já exausto deve
ter se machucado para ter aquela única ovelha em seus braços, quanto
esforço. Mas ele não desiste, e quando encontra volta rejubilando por
tê-la encontrado.

60
“Eu sou o bom pastor.
O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas.
O mercenário, porem que não é pastor,
a quem não pertence as ovelhas,
quando vê que o lobo vem vindo,
abandona e foge.
O lobo rouba e dispersa as ovelhas. ” (Jo 10-11,12).

61
Conclusão
Mas eu vim para que elas tenham vida em abundância.
Recomendo a todo bom católico assistir ao ilme, sobre a vida de
um dos médicos mais conceituados dos Estados Unidos; Petch Adams
“O amor é contagioso”. Filme estrelado pelo ator Robin Williams em
uma de suas melhores atuações.
Um revolucionário estudante de medicina conscientiza os colegas
e professores que o paciente, acima de tudo, é uma pessoa, tem um
nome e tem uma história. Não pode nunca ser tratado como uma matéria
cientíica, ou muito menos uma máquina mórbida em manutenção, ou
ainda friamente como um cliente.
Trabalhando com doentes em fase terminal e com sua característica
irreverente e seu humanismo impressionante, mudou não somente a
vida desses, mas também toda a estrutura humanística de um grande
hospital. Com um simples gesto, antes de querer saber onde estava
doendo, antes de esterilizar o bisturi, ele apenas olhava nos olhos do

63
paciente e perguntava-lhe: “Como você se chama?” e em seguida;
“Qual é o seu maior sonho?
Ele percebeu que a alimentação dos sonhos das pessoas já era um
processo terapêutico de cura. O indivíduo se sentia valorizado e se abria
à esperança e à motivação para viver.
Que o nosso servir a Deus, não seja uma ação supericial, para
cumprir uma ordem, ou um preceito, que seja acima de tudo, por amor
àqueles que o Senhor nos coniou.
Não há outra forma mais eloqüente e apropriada de devolver a
Deus a sua glória e o louvor.
Amém! Sejam felizes.
The End!

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BIOGRAFIA DO AUTOR

Relato testemunho
Cláudio Roberto da Silva, brasileiro, natural de Coronel Fabriciano,
estado de Minas Gerais, nascido em 29 de Março de 1979. Filho de
Terezinha de Jesus e Joaquim Francisco, irmão de Carlos, Carlito,
Sônia, Samila, Cheila, Daniela e Shirley, é casado com Josilene Barros
e pai de Analice e Miguel (Em gestação).
Na literatura, desde muito cedo, gostava de fazer rimas e letras
de musicas, aos onze anos de idade escreveu seu primeiro poema
homenageando sua mãe num domingo dia das mães.

“Mãe eu não tenho nada


Para te oferecer
Mas tenho meu coração
Nem precisa agradecer “

65
Enveredou-se pelos caminhos da literatura ainda na infância
através da poesia, por ser ela mais fácil de se ler e não ser um texto de
muitas palavras e nem muito extenso. Mais tarde usaria da literatura
não somente como fonte de fascínio e inspiração, mas como pesquisa
e opção proissional. Seus primeiros anos escolares foram no Colégio
Municipal Arcebispo Dom Helvécio em Coronel Fabriciano, em seguida
passou pelas escolas estaduais Deolino Coelho, Coronel Silvino Perera
e Professor Zacarias Roque.
Na adolescência enfrentou desaios de gigante, desde a pobreza, falta
de saneamento básico e saúde enfrentada pela família, até o problema
das drogas.
Aos 14 anos largou os estudos e o gosto pela arte e literatura para
se envolver nas drogas (cigarro, bebidas, entorpecentes, e maconha), na
mesma época conheceu um grupo de roqueiros de sua idade que além de
fazerem uso de drogas mais pesadas, participavam de rituais satânicos e se
interessavam pelo assunto. Numa festa promovida por eles, literalmente
izeram uma consagração profana, a im de que a bebida não acabasse
antes do amanhecer. Por muitas vezes foi jurado de morte e se envolvia em
brigas violentas por causa de rixas em festas e baladas que freqüentavam.

Em 1997, recém crismado, foi convidado a participar de um


encontro de experiência de oração da Renovação Carismática Católica,
onde recebeu o Batismo no Espírito Santo e teve sua vida transformada
pela misericórdia. A partir daí se engajou nas diversas pastorais e
movimentos de sua paróquia. Atuou como catequista por sete anos e
ministro da palavra até os dias atuais. Em 2002 assumiu a coordenação
da antiga Secretaria Pedro, coordenando e auxiliando na formação dos
pregadores das cidades de Timoteo e Coronel Fabriciano.

Em 1999, o ano em que todos se preocupavam com os mitos da


virada do milênio, a igreja divulgava seu projeto de evangelização
Rumo ao Novo Milênio. Correspondendo a esse apelo de mergulhar em
águas mais profundas da evangelização, junto com o irmão Carlito e
um amigo Rodrigo, e outro grupo de pessoas, dão inicio à fundação da
Comunidade Semeai, como co-fundador. Nesta comunidade e em nome
dela teve várias experiências, pregou em diversas cidades do Leste

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Mineiro, trabalhou como editor de vários projetos gráicos e editoriais
(informativos, banners, forlders, revista, jornalzinhos e etc.), compôs
varias canções que embalaram muitos dos shows do ministério de
música da comunidade, uma delas, “Majestosa Primavera”, concorreu
ao prêmio Jovens bandas do festival de musicas promovido pela
Unileste-MG. E também a canção “O sangue do Cordeiro” que até hoje
é cantada e ministrada em eventos.

Na mesma época, conheceu Angele F. Nascimento com que


namoraria e se casaria em quatro anos e seis meses. Na quaresma do
ano seguinte ao seu casamento com Angele, em 2005, Cláudio lança
seu primeiro livro “Desbravai Novos Campos” realizando seu grande
sonho de publicar um de seus livros. Esse livro é considerado por ele
mesmo como um grande divisor de águas, sua dimensão missionária
a partir dele ganharia vôos jamais imaginados. Apesar de ter sido
distribuído apenas em sua região e cidades vizinhas, alcançou terras
distantes, como Estados Unidos, Portugal e Canadá. É dessa forma que
se cumpriu uma profecia de sua vida, que sua voz seria ouvida em terras
distantes. Pessoalmente, Cláudio nunca viajou para fora do país, mas
seu livro chegou em pelo menos três países, mandado por amigos e
parentes que moram no Brasil.

Em 2006, planejava concluir um projeto de lançamento de um


novo livro, e entrar para a faculdade de Letras, mas foi interrompido
por um trágico acidente que levaria à morte sua esposa.
A morte de Angele foi um dos momentos mais difíceis de sua
vida, para sua família e seus amigos, porém seu testemunho de fé e
perseverança levou muitas pessoas a conhecerem Jesus. O chamado ao
ministério de anunciar Jesus, o amor pela Igreja e sobretudo o amor a
Jesus Eucarístico eram tão fortes que nada o fez desistir.

Naquele mesmo ano, seis meses depois, lançou seu segundo livro,
“O céu é logo” e em fevereiro de 2007 ingressou na faculdade de Letras
no Centro Universitário do Leste Mineiro. Em 2008 participou de
um processo seletivo da Editora CBJE BrLetras – Câmara Brasileira
de Jovens Escritores, para o lançamento das antologias de contos

67
fantásticos, concorrendo com escritores do Brasil inteiro, teve dois
de seus contos selecionados e publicados, “Só mais uma tragédia
romântica”_volume 12. p.76, e “ O mistério da deusa dos sonhos”_
volume 15. p.52. Depois disso escreveu ainda uma antologia própria de
poesias intitulada “Alquimia poética”, que não foi publicada em livro,
mas estão disponíveis no site virtual próprio para escritores ‘recanto das
letras’.
Em Maio de 2008, Cláudio se casa novamente, depois de uma
extensa caminhada de escuta a Deus e quase dois anos de revisão de
sua vocação e direcionamento por padres da congregação Xaveriana, se
abre ao namoro e em seguida ao casamento. Sua esposa Josilene foi a
grande resposta de que o Amor não se cansa, seu casamento trouxe-lhe
a paz interior, Deus restituiu os seus sonhos de ter uma família em Deus,
feliz e dedicada a evangelização, sua ilha Analice e Miguel são seus
maiores presentes de Deus.

Essa biograia não tem por objetivo, propor um modelo de


santidade, mas apresentar aos ieis um testemunho irme de que Deus
jamais desiste de você. Ele pode levanta-lo do chão, como fez a José do
Egito, tirar da escuridão de um calabouço, para coloca-lo na sala de um
banquete real.

Atualmente Cláudio Roberto da Silva é professor de português e


literaturas na rede estadual, e intensiica com incansável perseverança
os trabalhos missionários e os projetos sociais.

Eu te exalto oh Senhor, porque tu me libertaste


Não deixou que os inimigos rissem de mim.
Javé meu Deus, eu ti gritei e tu me livraste
O Senhor tirou do túmulo a minha vida,
Tu me reavivaste dentre os que descem à cova.

Salmo 30

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FAIXA BÔNUS

O Homenzarão
O Homenzarão

- Mamãe, o que é um “homem zarrão”? Perguntou o menino atônito,


parecia ter descoberto uma mata virgem e estar alito por desbravá-la.
- Um homenzarrão é um homem muito grande meu ilho.
Respondeu a mulher de olhar perdido no horizonte, e meio sorriso
em lábios.
- Iguais aqueles das revistas em quadrinhos e os desenhos animados
da televisão?
- Sim meu ilho, ou até maiores que estes!
O pentelho franziu a testa, como se tentasse buscar na mente

69
informações que lhe atestasse a cerca do que poderia ser tal coisa,
ao mesmo tempo em que ajuntava em seu vocabulário, palavras para
construir sua próxima pergunta.
- O meu pai é um “homem zarrão” mamãe?
A palavra pai a izera se desprender do presente, e mergulhar como
que num túnel do tempo em seus pensamentos, em busca das melhores
lembranças daquele que seu coração ama. Ela, uma bela jovem de seus
30 anos que acabara de completar sem muita festa, sempre tentava
responder a todas as perguntas e curiosidades do ilho. Mãe igual a essa
é difícil até de se imaginar, aos 15 anos se casou com seu primeiro e único
homem. Ele, homem do campo, centrado no trabalho e perfeitamente
dedicado à família. Sua baixa estatura nunca o incomodou, e jamais o
impedira de trabalhar e nem tão pouco se divertir com a família.
Aquele era seu único ilho, ela o olhava deitado na cama e seu
olhar parecia se perder na atismosfera do cronus. Pensava no quanto
os anos se passaram rápido desde o seu casamento e tentava medir o
quanto aquele menino era especial para ela.
- Mãe, você não me respondeu...
A voz ina de menino falante, suave e rasinha como alguém
cansado, arrancou-a pelos braços daquela espécie de viagem astral por
seus pensamentos, e a fez recobrar a linearidade dos fatos.
- O papai é um “homem zarrão”?
- Não ilho, um homenzarrão é muito maior que seu pai, agora vá
dormir que amanhã bem cedo o médico vai vir para olhar você.
O menino torce por quatro vezes e se contorceu na cama, quando
a dor aliviou um pouco tentou dormir, em seus últimos pensamentos
antes dormir tentava desvendar o enigma: “Quem poderia ser tal igura
maior que seus bravos heróis imaginários? E o que poderia ser maior
que um pai?” À medida que se tornava mais difícil a resposta, seus
olhinhos lentamente se entregavam ao sono que inevitavelmente vinha.
A mãe, atenta o olhava com um profundo olhar de perda.
- Mãe, quando a gente sair daqui, você me leva para conhecer um
desses...? Resmungou o menino, já absorto em sono. Nem escutou a
mãe dizer:

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- Sim ilho, claro que eu o levaria...
A noite corria ironicamente calma, apesar da triste sentença dada
pela medicina, ela enxuga suas lágrimas para tentar dormir, o dia
próximo lhe reservava emoções muito fortes e ela precisava estar bem
para suportar tudo.
Às três da manhã, hora em que devotos e rezadeiras despertam para
a primeira oração do dia, o menino em sonho teofânico abre os olhos e
vê adentrar o quarto um ser estranho, alto e de beleza encantadora, podia
se ver que sorria, e em sua volta uma luz ofuscante sem ser agressiva.
- Minha mãe devia estar aprontando de novo – Pensou o menino -
ela trouxe o tal homem aqui para eu poder conhecê-lo e não me avisou!
Ele vislumbrava com aquela visita, olhava para os lados e percebia
que a mãe já acordada chorava, não conseguia entender o porquê das
lagrimas maternas, mas o sorriso daquele que o olhava o cativava a se
sentir perenemente feliz. Que mistério envolvia o olhar daquele homem,
que atração magnética os tomava tanto um quanto a outro. O mais
incrível é que Pedrinho, apesar da tenra idade não se assustava e nem
se intimidava com a visão, e ver a mãe chorando, misteriosamente não
o incomodava. Ele parecia tomado de uma plenitude de contentamento.
- Então você é o “homem zarrão” que minha mãe falou.
- Sim ilho “Eu Sou”.
De repente a voz do conto se calou em minha mente e as palavras
foram desaparecendo de minha caneta esferográica. Quando Yeshua
fez calmamente ressoar sua voz.
- Venha ilho. Já é hora. Voltemos para o outro lado.

Março de 2010. Homenagem a Pedro Lucas e a todas as mães


que perderam seus ilhos para Deus.

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Se este livro abençoou sua vida ou ajudou de alguma forma, entre em
contato conosco e dê seu testemunho. Se for o caso deixe sua sugestão
ou critica.
Na compra do livro você ajuda uma instituição de caridade, e
evangelização.

Ajude-nos a divulgar.

Claudio Roberto da Silva


Rua. Sempre viva, 730 – B. São Domingos.
Cep 35171001 – Coronel Fabriciano . MG

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www.claudiopoeta.blogspot.com
Tel: (31) 83598880
.

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Cláudio Roberto da Silva é o 2º
entre os 8 filhos de Terezinha
de Jesus e Juaquim Francisco,
casado com Angele Flaviane Do
Nascimento Silva, teve sua primeira
experiência pessoal com Jesus em
1997, deste momento em diante engajou-se nas
diversas pastoriais de sua paróquia. Atuou por 7
anos como catequista e desde 2002 atua como
ministro da palavra. Na renovação carismática foi
coordenador da secretaria Pedro por 2 anos, atuou
como pregador e formador em diversos grupos de
oração do sub-regional e participa como membro
da comunidade Semeai desde sua fundação. É
uma pessoa totalmente aberta aos sonhos de Deus,
sabe entender os chamados do Pai e está sempre
disposto a servir a cada instante. E este livro no qual
ele lança, é mais um SIM do importante chamado de
Deus em sua vida! Felizes somos nós que sonhamos
alto, Deus trabalha acima dos nossos sonhos.

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