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HISTÓRIA

1ª SÉRIE

DUALIDADE DO PODER ESPIRITUAL E O TEMPORAL

AULA 14
OBJETIVOS

❏ Compreender a dualidade entre o poder espiritual e o


poder temporal.

❏ Identificar as implicações da disputa entre os poderes na


Idade Média.
DUALIDADE
A medievalidade é marcada por vários
conflitos pelo poder entre a nobreza e o
clero (Igreja). A primeira menção a um
poder espiritual (Igreja) é realizada pelo
Papa Gelásio I, em uma epístola papal do
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século V. As relações entre o poder


eclesiástico e o poder laico se
desenvolveram, nos auxilia a entender a
influência da religião na política que ainda
existe.
Membro da nobreza orando em Igreja Medieval
OS DOIS PODERES NA IDADE MÉDIA
No período medieval que se divide em
Alta Idade Média (entre os séculos V e X)
e Baixa Idade Média (entre os séculos XI e

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XV) percebemos uma disputa entre poder
espiritual e poder temporal. Como
ocorreu essa dualidade entre o poder
espiritual e o poder temporal?
Plenitudo potestatis é um termo jurídico medieval
empregado para descrever o poder espiritual e a jurisdição
papal. Egídio Romano em iluminura medieval.
03 min. FALA DO ESPECIALISTA
Segundo Balandier, a religião é um instrumento de poder para
legitimar tanto Estado como a Igreja, nesta citação verificamos essa
dualidade: “Dessa forma, “a religião pode ser instrumento de poder”
(Balandier, 1969, p. 109) e garantir, com isso, a legitimidade do poder
político, ao passo que a ação política também pode servir de retaguarda
para garantir a legitimidade religiosa. Dessa maneira, a religião é um dos
meios utilizados no quadro político e estratégias políticas são também
empregadas pela religião para exercer seu domínio.” PEREIRA, José Carlos. Religião e
Poder: Os símbolos do poder sagrado. In: Revista Eletrônica de Ciências Sociais, ano 2, volume 3, 2008. p. 83.

Atenção, estudante! Leia o texto e responda:


Como a Igreja pode se tornar um instrumento de poder?
DELIMITAÇÃO DOS PODERES
Sobre a medievalidade temos uma vasta documentação para
análise e estudo da relação entre poder espiritual e poder
temporal, como o trecho abaixo:
Fonte 1
“Bem sabe, clementíssimo filho, que embora por vossa dignidade seja o
primeiro de todos os homens e o imperador do mundo, abaixa
piedosamente a cabeça diante dos representantes da religião e lhes
suplica aquilo que é indispensável para vossa salvação; [...] E assim cabe
aos pontífices uma responsabilidade não pequena quanto ao que convém
ao culto divino, assim também tem responsabilidade, não menor, se
desprezarem que devem obedecer.” (De Gelásio a Anastásio). Epístola VIII. In: Migne, P. L., LIX.
Apud Artola, op. cit., p. 37-8. (Extraído: PEDRERO-SANCHÉZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e
testemunhas. São Paulo: Editora UNESP, 2000. p. 121-122.).
DELIMITAÇÃO DOS PODERES
Fonte 2
“Na verdade, são diferentes o poder dos reis e a autoridade dos
pontífices. Um pertence ao ofício sacerdotal, o outro, ao ministério
real. Como se lê nas Sagradas Escrituras: a autoridade do pontífice e
o poder real. Somente Nosso Senhor Jesus Cristo pode ser ao
mesmo tempo rei e sacerdote. [...] A dignidade dos pontífices é
superior à dos reis porque os reis são consagrados em seu poder
real pelos pontífices e os pontífices não podem ser consagrados
pelos reis. [...]” Hincmar de Reims. Capitula Synodo. In: Migne, P. L., CXXV. Apud Artola, op. cit., p.
38-9. (Extraído: PEDRERO-SANCHÉZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhas. São
Paulo: Editora UNESP, 2000. p. 121-122.).
DELIMITAÇÃO DOS PODERES
A fonte 1 refere-se a justificar o poder
espiritual como sendo superior ao poder
temporal, e este estaria submetido a Igreja.
A fonte 2 refere-se a um trecho do bispo de
Reims legitimando o poder eclesiástico e
submetendo o poder real.
A rivalidade pelo poder ao longo do período Para saber mais assista o
medieval levou ao desgaste da Igreja e ao vídeo
fortalecimento do poder real.
AS IGREJAS NO PERÍODO MEDIEVAL
03 min.

Interior da Igreja de Santa Maria da


Cracóvia na Polônia, consagrada em 1320.
Impressionar o observador era uma das
tarefas das igrejas na Idade Média. As
pinturas se tornaram uma forma de
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catequização dos fiéis e de demonstração


de poder da Igreja.
Em duplas, com seu colega ao lado,
conversem sobre a intenção da Igreja
Medieval ao realizar catedrais e basílicas
tão ricamente ornamentadas.
O ACÚMULO DE PODER DA IGREJA
Os chamados “santos
padres” elaboraram as bases

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dogmáticas da Igreja
Medieval. Os reis ao se
converterem ao cristianismo
se inseriram na
normatização eclesiástica.
São Jerônimo de Estridão, Santo Agostinho, São Gregório Magno, Santo Ambrósio de Milão

Os Papas e bispos ungem príncipes e reis, o contrário dessa relação


não ocorre praticada por alguns reis gera um conflito entre as
partes, a Querela das investiduras.
PODER ESPIRITUAL
Com a desagregação do Império Romano
do Ocidente em 476, a Igreja se expandiu
na Europa Central. A Igreja Católica
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possuía o domínio sobre as questões


religiosas (poder espiritual) mas com o
passar do tempo, os Papas e bispos
começaram a interferir também nas
questões políticas (poder temporal).
Pais da Igreja ou Santos Padres: foram teólogos, professores e mestres cristãos, na
Iconografia de Atanásio de Alexandria grande maioria importantes bispos de igrejas cristãs primitivas.
03 min.
PODER TEMPORAL
A conversão de Clóvis no ano de 496

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marcou o início da ascensão da Igreja
na formação da nova sociedade
ocidental. Clóvis foi rei dos Francos e
realizou a unificação das tribos
germânicas sob a tutela de um único Coro Alto na Catedral de York – 15 imagens dos Reis da Inglaterra

rei. Os reis a partir de Clóvis eram


Agora, no seu caderno, escreva
ungidos por papas e bispos para qual o significado da unção dos
legitimar seu poder temporal (poder reis pelo Papa?
político, econômico e social).
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O QUE VIMOS HOJE?

❏ Nesta aula:

➔ Compreendemos a dualidade entre os dois poderes instituídos


na Idade Média, poder temporal e poder espiritual.
➔ Estabelecemos a identificação da relação de poder entre eles e
como isso irá determinar os caminhos da sociedade medieval.

Professor, caso tenha alguma sugestão ou elogio para esta aula, acesse:

https://forms.gle/ZuC8G4UPYMEdztJy5
REFERÊNCIAS
BLOCH, M. A sociedade feudal. Lisboa: Setenta, 1989.
CARVALHO, Cibele. História Medieval. Curitiba:
Intersaberes, 2016.
PEDRERO-SANCHÉZ, Maria Guadalupe. História da Idade
Média: textos e testemunhas. São Paulo: Editora UNESP,
2000.

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