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Ponto riscado
Ponto riscado é a escrita mágica da Umbanda. São símbolos e
elementos gráficos que ativam o poder dos Orixás, assim como a força
das linhas de trabalho e das entidades.

Pode ser feito pelos filhos de fé, mas neste caso será utilizado apenas
para riscar símbolos dos Orixás ou de seus guias, caso conheça o ponto
riscado. O umbandista pode riscar pontos em casos de angústia ou de
necessidade, ou ainda, simplesmente, para atrair com mais
intensidade o poder de um determinado Orixá, para que possa ativar
em si mesmo uma virtude que ainda não possui.

Porém é com as entidades que o ponto riscado assume sua força


plena. Para as entidades o símbolo riscado é como se fosse sua própria
assinatura mágica. Esta assinatura é composta por símbolos como
estrelas, rios, cruzes, ondas, tridente, flecha, raio, coração, peixe,
entre tantos outros.

O ponto riscado já é um fundamento poderoso e ainda possui o axé da


pemba. Através de um ponto riscado as entidades podem irradiar ou
concentrar energias, abrir ou fechar caminhos, abrir ou fechar portais,
fixar ou dissipar forças como bem seja necessário para o auxílio aos
irmãos necessitados.

Através do ponto riscado as entidades podem mostrar seu grau


hierárquico espiritual e, assim, comandar espíritos e mesmo falanges
que possam estar sob suas forças.

De uma forma geral, toda entidade tem um ponto de identificação que


é a assinatura da entidade. Este ponto poderá sofrer variações ou
mesmo ser totalmente substituído de acordo com o trabalho que a
entidade irá desempenhar. Mas jamais uma entidade mudará seu
ponto de identificação.

Outra dúvida frequente é se o ponto deve estar ou não dentro de um


círculo (mandala). O ponto riscado dentro de um círculo é para
concentrar a energia dentro do espaço do círculo. Um ponto sem
círculo irradia a energia em todas as direções.

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Ponto de ordem geral de Exu (tridente de Exu e Pomba-Gira). Ponto
aberto pára irradiação de energia.

Os Orixás possuem símbolos característicos, vamos conhecê-los:

Oxalá - triângulo, sol ou qualquer representação de luz

Iemanjá - ondas do mar, âncora e peixe

Oxum - coração, cachoeira, lua, espelho

Ogum - espada, lança, bandeira, escudo

Oxóssi - arco e flecha

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Xangô - machado de duas lâminas, balança, coroa, raio grande

Obaluaê - cruzeiro das almas, cruz

Iansã - taça e raio pequeno

Nanã - ibiri ou chave

Ibeji - duas colunas ou riscos, doces ou brinquedos

Exu - tridente de cantos retos para Exu


- tridente com cantos arredondados Pomba-Gira

As entidades podem ainda utilizar símbolos diversos para identificar


sua linha de trabalho e para a própria identificação tais como cruzes,
sol, lua, chuva, árvore, raiz, setas indicativas, correntes, estrela,
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círculo, olho, números, flores, letras, alfa, ômega, lemniscata, riscos
em ziguezague, espirais, entre tantos outros.

Os pontos riscados podem ser riscados no chão ou em tábuas de


madeira, conforme a orientação do terreiro. Toda entidade tem a
obrigação de explicar seu ponto riscado quando solicitado pelo
sacerdote.

De uma forma geral, os pontos riscados são simples como tudo na


Umbanda. Não é a quantidade de símbolos em um ponto que faz a
entidade mais forte ou fraca.

Uma entidade trabalha nas forças de um Orixá principal, mas pode


trabalhar para dois ou mais. Mas, todas elas poderão trabalhar
eventualmente para qualquer Orixá, bastando para isso grafar o
símbolo do Orixá em seu ponto.

O mais famoso ponto riscado pertence ao Caboclo das Sete


Encruzilhadas

O Chefe explicava que o coração significava sentimento e a flecha


apontando para o alto significava o caminho para Deus. “Sentimentos
direcionados para Deus”, era assim que ele explicava seu ponto.

Por essa explicação podemos entender que nem sempre precisamos


complicar o óbvio. Sejamos simples de coração e nossas entidades
poderão manifestar-se em plena força. Pontos muito rebuscados
normalmente são mais atribuídos ao médium que para sua entidade.

Pessoas mal intencionadas e mesmo pseudo-sacerdotes podem


utilizar o poder dos pontos riscados da Umbanda, para projetar
energias contra seus inimigos ou mesmo para saciar a sede de
vingança de pessoas inescrupulosas, que pagam altas somas para que
se ativem forças contra determinadas pessoas.

Esses que praticam esse tipo de iniqüidade acreditam-se impunes e,


por isso, poderosos. Não se enganem, nada fica oculto ao poder de

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Deus, dos Orixás e da Lei Maior. Essas pessoas sempre são e sempre
serão cobradas com muita força pelo plano espiritual.

A responsabilidade do filho de Umbanda é grande pelos


conhecimentos que agrega. Todo conhecimento adquirido dentro da
Umbanda deverá ser utilizado exclusivamente para a caridade e jamais
deverá interferir no livre arbítrio de nenhum irmão.

Em algumas doutrinas, o filho de fé recebe a pemba com a qual foi


consagrado em seu batismo. Em casos de necessidade, o filho poderá
riscar o ponto de um Orixá para se beneficiar de seu poder.

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