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A Linha de Baianos na Umbanda

De um modo geral, os baianos são tidos como pessoas alegres e teimosas em afirmar
sua identidade cultural. Os baianos da Umbanda, entretanto, pouco presentes na
literatura científica, são guias que mesclam características da direita e da esquerda, nas
giras ele se apresenta com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar
cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma
capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente,
são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé.

Os baianos, trabalhadores da Umbanda, pertencem à chamada Linha das Almas, a


mesma dos Pretos Velhos. É uma linha que traz uma mensagem de conforto, por estar
mais próxima do nosso tempo. São os Espíritos responsáveis pela “esperteza” do
homem em sua jornada terrena. No desenvolvimento de suas giras, os baianos trazem
como mensagem a forma e o saber lidar com as adversidades de nosso dia-a-dia, com
a alegria, a flexibilidade, a magia e a brincadeira sadia.

A Umbanda caracterizou-se por cultuar figuras nacionais associadas à natureza, à


marginalidade, à condição subalterna em relação ao padrão branco ocidental. O
nordestino é o “subalterno” da metrópole, o tipo social “inferior” e “atrasado”, e por isso
é ridicularizado, mas também de admiração, pois igualmente representa aquele que
resiste firmemente diante das adversidades.

O Baiano representa a força do fragilizado, o que sofreu e aprendeu na "escola da vida"


e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência
do nordestino migrante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado
uma entidade de grande frequência e importância nas giras paulistas e de todo o país,
nos últimos anos.
Muitos dos baianos são descendentes de escravos que trabalharam no canavial e no
engenho. Os baianos têm um conhecimento muito grande das ervas e do axé. Falam
com sotaque arrastado, igual ao povo que ainda mora na Bahia.

A Linha dos Baianos é formada por Espíritos alegres, brincalhões e descontraídos.


Gostam muito de desmanchar demandas. São conselheiros e orientadores e gostam
muito dos rituais em que trabalham, girando e dançando com passos próprios.

A gira de Baianos nada mais é do que a alegria de um povo que foi e é sofrido, mas que
não perde a esperança por possuir uma fé inabalável e uma experiência em lidar com
problemas que fazem os nossos parecerem brincadeira. Agradecem às festas que lhe
são oferecidas; bebem batidas de coco e comem comidas típicas da cozinha baiana.

O Povo Baiano vem trazer sua energia positiva, portanto sua gira é sempre muito
animada. São Entidades que têm muito a nos ensinar, sempre com uma resposta
certeira e rápida para nossas questões. Com seus cocos, azeite de dendê, comidas e
cantigas típicas da região, realizam trabalhos em prol da evolução espiritual de todos.
Por terem vivido em épocas mais recentes, são Espíritos mais próximos de nós.
Estamos sempre aprendendo com os Baianos, com a sua força de viver frente aos
problemas e situações cotidianas e o amparo ao próximo, transformando a tristeza em
alegria e esperança.

Na Linha de Baianos, enquadram-se também os Espíritos de Marinheiros, que tem sua


ligação com o mar e Iemanjá, e os Caboclos Boiadeiros, que foram trabalhadores do
Sertão Nordestino. As Linhas de Baianos, assim como as de Boiadeiros, são
consideradas Auxiliares, de Trabalho ou Do Meio, com suas Legiões e Falanges. São
oriundas de manifestações de regiões brasileiras dentro da Linha de Caboclos.

Apresentando fortes traços regionais, usando chapéus de couro ou palha, lembrando


os Cangaceiros ou gingando com suas danças e capoeiras. Com seu jeito valente, não
levam desaforo para casa. Por outro lado, possuem também características de
pacientes, e todos gostam de ouvir seus conselhos. Costumam ser também carinhosos,
e passam sempre segurança.

É comum presenciarmos estas magníficas entidades desviarem assuntos relacionados


a trabalho, dinheiro, ou qualquer outro problema para perguntar sobre as coisas do
coração. Impressiona como normalmente estes problemas existiam e era o que
realmente estava atrapalhando. Sanado estes problemas de relacionamento, os demais
acabam como que por mágica.

Dependendo da forma de trabalho do chefe da casa e de seus médiuns, diferenças de


comportamento podem ser observadas, em alguns lugares, os baianos se apresentam
com características mais duras, em que parecem ser mais briguentos e falam muito alto,
em outros, sua incorporação é mais mansa e a Entidade manipula essências
aromáticas, ervas, flores e velas coloridas. Apesar das diferenças, todos têm em comum
a popularidade. São muito queridos e fazem sucesso em realidades sociais distintas.
Desprendida, sem complicações, um alto astral e uma vontade imensa de resolver as
"coisas do coração", verdadeiro obstáculo do ser humano. Porque é nas coisas do
coração que se encontram as soluções para todos os outros problemas.
*** Características dos Baianos na Umbanda:

Comidas: Coco, cocada, farofa com carne seca etc.

Bebidas: Água de coco, cachaça, batida de coco etc.

Fumam: Cigarro de palha, Charuto, etc.

Trabalham: Desmanchando trabalhos de magia negra, dando passes, etc,. São


portadores de fortes orações e rezas. Alguns trabalham benzendo com água e dendê.

Cor: laranja ou qual for definida pela entidade

Apresentação: Usam chapéu de palha ou de couro e falam com sotaque arrastado


característico nordestino. Gosta, de gingar e se locomoverem nos espaços de trabalho.

Nomes De Alguns Baianos: Severino, Zé Do Coco, Tião Capoeira, Sete Ponteiros, Zé


Baiano, Zé Do Berimbau, Maria Do Alto Do Morro, Zé Do Trilho Verde, Maria Bonita,
Gentilero, Maria Do Balaio, Maria Baiana, Maria Dos Remédios, Zé Do Prado, Chiquinho
Cangaceiro, Zé Pelintra (que trabalham também na Linha de Jurema, Linha de
Malandros e Pretos Velhos).

É da Bahia, Meu Pai!

Fonte. umbandapaijoaodeangola.com.br

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