O documento discute a história e as características dos marinheiros e marujos no Brasil, mencionando que muitos eram escravos ou pobres recrutados à força. Também explora como a profissão permitia a alguns escravos conquistar a liberdade e apresenta detalhes sobre suas crenças religiosas e práticas médicas a bordo dos navios. Por fim, aborda a presença de marinheiros em expressões folclóricas como a "Marujada".
O documento discute a história e as características dos marinheiros e marujos no Brasil, mencionando que muitos eram escravos ou pobres recrutados à força. Também explora como a profissão permitia a alguns escravos conquistar a liberdade e apresenta detalhes sobre suas crenças religiosas e práticas médicas a bordo dos navios. Por fim, aborda a presença de marinheiros em expressões folclóricas como a "Marujada".
O documento discute a história e as características dos marinheiros e marujos no Brasil, mencionando que muitos eram escravos ou pobres recrutados à força. Também explora como a profissão permitia a alguns escravos conquistar a liberdade e apresenta detalhes sobre suas crenças religiosas e práticas médicas a bordo dos navios. Por fim, aborda a presença de marinheiros em expressões folclóricas como a "Marujada".
Entidade ambgua que se apresenta na Umbanda, os marinheiros
ncantam aqueles que os conhecem e os vem trabalhando. Entendendo que as Entidades da Umbanda, apresentam-se como um arqutipo, de um personagem comum na histria de nosso pas, este artigo procura traer pistas para compreendermos mais sobre essa entidade singular, passeando um pouco pela histria, pelo !olclore e por religi"es !ronteiri#as e !ormadoras da Umbanda. Marinheiros e Marujos na Histria do Brasil Estudos traem in!orma#"es sobre quem eram os marinheiros e maru$os pertencentes a nossa histria % . & tripula#'o relativa ao tr(!ico negreiro, no sculo )*), era !ormada por +,- de portugueses e ./- de a!ricanos de di!erentes etnias. 0estes, a maioria eram ou tinham sido escravos e quase sempre estavam na condi#'o de marinheiros. Era comum que capit'es separassem escravos mais robustos para substiturem os tripulantes que morriam nas viagens. 1ambm alguns capit'es sentiam necessidade de ter na tripula#'o a!ricanos para entender o que os escravos encarcerados estavam pensando ou tramando. & 2arinha brasileira !ormada no tempo do *mprio recrutou ( !or#a in3meras pessoas. 4o 5elatrio do 2inistro da 2arinha brasileira de %666, cita-se que, de %6/7 a %666, !oram recrutados 8 !or#a 9..:% homens para o ;orpo de *mperiais 2arinheiros, e recebidos somente /97 volunt(rios. 1odo homem suspeito de deser#'o, vadio, arruaceiro, gatuno, capoeira ou r!'o poderia ser enviado para a 2arinha ou para o E<rcito. 2endigos, moleques e vadios eram recrutados para o E<rcito e a &rmada. Esse recrutamento era entendido como uma alternativa 8 superlota#'o das cadeias e 8 1 - Um bom artigo sobre o tema Cultura martima: marinheiros e escravos no trfico negreiro para o Brasil (scs. !""" # "$ % &e 'aime (o&rigues. 1 presen#a desse contingente sem ocupa#'o nas ruas. 2esmo em momentos de =uerra, como a do >araguai isso aconteceu. & 2arinha tambm !oi um caminho encontrado por escravos brasileiros para sua liberdade. &lguns praticavam pequenos delitos, promovendo desordens e arrua#as, anando pelas ruas, pro!erindo improprios ou envolvendo-se em brigas, para serem recrutados ( !or#a. ?utros !ugiam de seus senhores e apresentavam-se na 2arinha de =uerra voluntariamente, para embarcar em navios que sabiam ser necess(rio e urgente ir 8 Europa. @ouve casos tambm, como na guerra do >araguai, que o =overno assumia que os que lutassem com a!inco poderiam ser emancipados, independentes do dese$o do seu dono. ? alistamento na 2arinha do Arasil, !oi tanto um castigo para os homens livres, como uma das rotas seguidas por escravos para encobrir sua !uga e garantir a liberdade. . Uma marca do trabalho dos marinheiros era o so!rimento !sico e emocional que tinham. Estes eram mal tratados pelos comandantes dos navios, tinham (gua e comida muitas vees estragadas, eram mal remunerados e permaneciam isolados por longo tempo o que podia di!icultar as rela#"es sociais que obtinham. 4ormalmente era uma pro!iss'o de pessoas pobres e sempre de homens. @( indica#'o de que na segunda metade do sculo %6 a maior parte dos mendigos brancos que e<istiam em Balvador era de e< maru$os convalescentes de alguma doen#aC assim como era comum que marinheiros morressem pelas tavernas, pelo e<cesso de (lcool. Dlcool que era uma das ra#"es di(rias dadas aos marinheiros em navios de guerra, previstas na legisla#'o brasileira da poca. & insubordina#'o que !oi uma caracterstica dos marinheiros na histria de nosso pas , esteve ligada a luta contra a e<plora#'o dos o!iciais e como estes tratavam os marinheiros. Aravura e trabalho em equipe tambm !oram caractersticas descritas dos marinheiros. 4avegar era viver em con!ronto com a naturea. Estar embarcado, nesse tempo, dependia do trabalho con$unto contra toda sorte de problemas que se deparava. ) - #ssas informa*+es constam no artigo: ,o cativeiro ao mar: #scravos na -arinha &e .uerra%/ &e 0lvaro 1ereira &o 2ascimento. 3 - 24o h como n4o lembrar a (evolta &a Chibata% aconteci&a em 1516/ reali7a&a com a li&eran*a &e marinheiros negros/ como 'o4o C8n&i&o. 9 foto &ele. ) & mobilidade que tinham tambm permitia o contato com di!erentes culturas, nacionalidades e etnias. Euanto 8 religiosidade, o que e<iste registrado que as cren#as religiosas dos marinheiros eram bem amplasF catlicos, protestantes, cren#as a!ricanas, asi(ticas e outras coe<istiam a bordo dos navios. Em situa#"es de perigo, como tempestades prometiam velas a 0eus ou !aiam uma promessa de peregrina#'o. >ara progredir se utiliavam da astrologia ou magias locais. 1ambm se observou que 4etuno !igurava entre os marinheiros, como uma combina#'o crist' e pr-crist', reinventada pelos marinheiros. B'o descritas que nas embarca#"es haviam !estas nos momentos de calmaria do mar, $( que o trabalho diminua. 4estas !estas era abolida a hierarquia entre o capit'o e o restante da tripula#'o. Um tripulante representava 4etuno, vestido de branco, com uma coroa e um tridente na m'o, secundado por outros que representavam o demGnio. 4essa ocasi'o Netuno era saudado pelo comandante, indagava sobre a rota e o ob$etivo da viagem, !alava aos novatos como seus s3ditos e procedia a um batismo. Um personagem importante na histria brasileira, o alu!( 5u!ino, !oi coinheiro de navio negreiro. 5u!ino, cu$o nome mul#umano era &bucare, nasceu no 5eino de ?Ho, atual 4igria. Ioi capturado e traido como escravo para o *mprio do Arasil, entre %6.. e %6.,. 2orou em v(rios estados, comprou sua al!orria e tornou-se marinheiro. 5etornou ao Arasil onde escolheu 5eci!e em %6+7, se populariando como adivinho, curandeiro e mestre mul#umano. ;omo este, certamente outros haviam. / 2arinheiros tambm e<erciam pr(ticas mdicas, como a sangria. 0urante as trs primeiras dcadas do sculo )*), as pr(ticas mdicas eram bem diversas e poderiam ser e<ercidas por quem tivesse autoria#'o do governo para tal. @aviam mdicos, cirurgi"es, botic(rios, sangradores, parteiras e curandeiros. Escravos e !orros constituam 6+- dos pedidos de o!icialia#'o para o o!cio de sangradores, sendo que 9/ - dos o!icialiados era de a!ricanos. & sangria era tambm uma pr(tica entre comunidades indgenas e em setores populares europeus. ?s sangradores se quisessem trabalhar em navios, deveriam apresentar licen#a. Esses homens eram !undamentais nas embarca#"es, que n'o contavam com pro!issionais mdicos. : - (efer;ncia no livro trfico/ escravi&4o e liber&a&e no 9tl8ntico negro/ &e -arcus Carvalho/ <lavio .omes e 'o4o 'os (eis 3 Bangradores a!ricanos eram importantes nos navios negreiros, pois possibilitava que marinheiros e escravos se comunicassem mais !acilmente, gra#as 8s semelhan#as lingJsticas entre os bantu, que predominavam entre os escravos na regi'o centro-sul do Arasil. Estes sangradores tambm compartilhavam com os escravos capturados de uma mesma concep#'o de sa3de-doen#a, que entendia que o desequilbrio, o in!ort3nio e a doen#a seriam causados pela a#'o malvola de espritos ou de pessoas. + Essas in!orma#"es indicam que a pro!iss'o de marinheiro podia signi!icar para muitos homens pobres uma !orma de ascens'o socialC como tambm representar valores de ousadia e !or#a, pois as condi#"es para as viagens n'o eram nada !(ceis. Be o contato com di!erentes culturas permitia uma amplia#'o de valores, a !un#'o em si os unia, pois eram todos pobres e estavam na mesma condi#'o. &prenderam que $untos combatiam os desmandos da hierarquia e<istente e a en!rentarem o mar, o desconhecido e<istente. 1ambm percebe-se que marinheiros e<erciam atividades de cura em navios, curas que e<pressavam uma concep#'o popular, aonde os !atores espirituais participavam das doen#as. 0e outro lado, mostra tambm que h( sempre uma !orma de descontrair para poder levar a vida que se tem e que brincar com o sagrado uma !orma que os humanos encontram em muitos momentos para aliviarem o cotidiano. Marinheiros e Marujos no Folclore Nacional Uma de nossas e<press"es !olclricas a 2aru$ada tambm chamadaF Nau clarineta na >arabaC Barca em 2inas =erais e Barquinho Fragata no interior Aaiano, que tem origem em >ortugal. K a e<press'o de uma dan#a ou um bailado com cantos e di(logos que contam uma histriaC que pode ser de uma barca perdida no oceano e os !eitos hericos da viagemC !a#anhas martimas dos portugueses durante o *mprio de >ortugal, poca de navega#'o e desbravamento de terras ou da luta entre crist'os e mouros. 4o Arasil, a 2aru$ada mais popular a de Aragan#a, cidade do >ar(, realiada com dan#a e m3sica, caracteriada como um auto encenado com re!erncia a episdios da vida martima portuguesa, relacionada ao perodo das grandes navega#"es. Ela ligada a *rmandade de B'o Aenedito, o Banto >retoC sendo composta por mani!esta#"es de origem portuguesa e de origem a!ricana. & maru$ada nesta local tem uma particularidade de ter uma predominLncia !eminina, onde a maru$a Mou capit'sN s'o enaltecidas. >ara alguns historiadores isso = - informa*+es &o artigo: #ntre sangra&ores e &outores: prtica e forma*4o m&ica na primeira meta&e &o sculo "%/ &e >8nia ?alga&o 1imenta. : acontece por conta da importLncia da mulher negra como ama domstica, m'es pretas e servas dos senhores e de seus !ilhos. Em 2inas =erais, as dan#as dos marujeiros tornaram- se populares no sculo %6, devido 8 instala#'o de portugueses nessa regi'o atrados pelo descobrimento do ouro. Ela ocorre na Iesta do 5einado em ;oncei#'o do 2ato 0entro. 1oca-se violas, pandeiros e tambores e os participantes se desa!iam em cantorias e em combate de bast"es, simulando golpes em dan#a em roda. @( cLnticos em lngua bantu e em portugusF Cuenda cuenda cambai dia muxima, vamu v a me de eus. Euerem dierF !em, mano do cora"o, vamos ver a me de eus 9 # & lenda ligada a essa mani!esta#'o de que 4ossa Benhora do 5os(rio surgiu no mar e os ndios !oram cham(-la, mas ela os ignorou n'o os reconhecendo como humanos. 0epois os marinheiros brancos vestiram roupas novas, levaram padres e uma banda de m3sica. Eram ricos e poderosos mas tinham pouca ! e com isso a Banta tambm n'o os reconheceu. & partir disso, se permitiu ent'o que os escravos negros !ossem ter com ela. Estes de ps descal#os bateram seus tambores e assim comoveram a Banta que veio para a terra. 4essa marujada os heris s'o os cato$s, os escravos negros. ?s marujos s'o brancos e andam em !ilas, numa ordem militar, demonstrando respeito a hierarquia e os caboclosOndios s'o vistos como aqueles que !oram convertidos ao cristinianismo. ? papel dos marujos nestas e<press"es !olclricas diversoF ### %uando vinculados aos &estejos dos reis congos e 's irmandades negras, o tema dos marinheiros remete ' mem(ria da dolorosa travessia do )tl*ntico a bordo dos navios negreiros, $elos ante$assados a&ricanos, chamados marinheiros de eus nas cantigas dos congadeiros de +inas ,erais -###. /or sua ve0, antigas e$o$1ias $ortuguesas de marinheiros, re$resentadas em di&erentes dan"as dramticas, so lidas $elos negros das irmandades como a triste saga transatl*ntica dos ante$assados a&ricanos a bordo dos navios negreiros# 2 caso de dan"as dramticas como a marujada da cidade de 3erro, em +inas ,erais, onde os com$onentes, trajados como marujos, a$(s $ercorrerem as ruas da cidade cantando e dan"ando em louvor ' +e do 4osrio e aos reis congos, encenam encarni"adas lutas de es$adas no e$is(dio denominado re0inga grande# /ortanto, nesse &olguedo, 6 - #stas informa*+es constam no artigo: @uan&o ramos (eis% &e ,enis (usso Burgierman/ &o ?erro. = &a0em5se $resentes, entrela"ados, os quatro temas antes relacionados 6 reis congos, cristos e mouros, culto aos santos e marinheiros# 7 4estas mani!esta#"es !olclricas podemos perceber v(rias !ormas do imagin(rio social brasileiro e como cada uma real#a o papel dos povos que !oram con!ormando nosso pas P os brancos coloniadores, os negros escravos e os ndios que $( habitavam nosso pas. Elas v'o resigni!icando o papel de cada um desses povos na travessia do mar, ao desconhecido. 2esmo que todas demonstrem a hierarquia presente na marinha em seus personagens, o simples marinheiro destacado como o heri e at mesmo mulheres que n'o !aiam parte dessa histria na marinha aparecem... resigni!ica#"es do imagin(rio social. Marinheiros e marujos em cultos religiosos do Brasil ? Catimb(, culto de caboclos encantados, predominante no nordeste, tem entidades, denominadas de +estres. Estes s'o descritos como espritos de curadores de descendncia escrava, mesti#a ou branca que em vida possuam conhecimento de ervas e plantas curativas. &lguns deles se iniciaram nos mistrios e cincia da Qurema antes de morrer, outros adquiriram esse conhecimento no momento da morte, pelo !ato desta ter acontecido pr<imo a um espcime da (rvore sagrada. ?s +estres s'o respons(veis por 5einos Encantados. ;ada 2estre tem seu reino encantado, que s'o num total de sete. Um desses reinos o Iundo do +ar onde trabalham espritos de +arinheiros, marujos e em algumas regi"es chamados marujeiros. ;omo sauda#'o aos 2estres do !undo do 2ar se diF 8run&1, trun&a, trun&a, trun& trun&e, a costa marujada9 K tambm no ;atimb que se !ala do +estre +artin /escador# ;onta a lenda que este nasceu em &raca$3, sendo cai#ara e pescador, vivendo numa colGnia de pescadores. 0esde $ovem tinha premoni#"es e intui#"es e com isso ganhou !ama. ;asou- se, teve quatro !ilhos e morreu aos 96 anos vtima de uma pneumonia. 4os candombls de ;aboclos, 2artim >escador, o p(ssaro, uma divindade das (guas, correio entre os mortais e os encantados, com a !un#'o de um timoneiro, um guia para um porto seguro. Um protetor especial, como um an$o da guarda. 1ambm conhecido como 2artim- Aangol(, 2artin-Rimbanda e 2aru$o, se mani!esta pedindo aguardente e parece bbado. A - #Btra&o &o artigo: Cs fios &a trama: gran&es temas &a mDsica popular tra&icional brasileira/ &e -arianna <. -. -onteiro e 1aulo ,ias E & Encantaria, culto praticado principalmente no 2aranh'o e >ar(, cultuam tambm Encantados. Estes tem v(rias origensF podem ser ndios, portugueses, turcos, ciganos, a!ricanos, etc. 0i-se que s'o Encantados por que desapareceram misteriosamente ou se trans!ormaram em um animal, pedra ou planta. B'o personagens lend(rias, agrupados por !amlias, possuem nome, sobrenome e geralmente sabem contar sua histria de quando viveram na terra antes de se tornarem encantados. @( cita#"es que h( na Encantaria uma &am:lia de marinheiros que tem como smbolo uma Lncora e um tubar'o. 4a Encantaria 2aranhense h( a !amlia da 1urquia, che!iada pelo >ai 1urquia, rei mouro que teria lutado contra os crist'os. Sindos de terras distantes alguns dos encantados turcos tm nomes que lembram postos de guerra ou de marinheiro. 4a !amlia do Ten#ol algumas entidades est'o ligadas 8s narrativas mticas das ;ruadas e das guerras de ;arlos 2agno, muito presentes na cultura popular maranhense. &lguns membros da Encantaria citam que !oi na Sila de Qoanes, no arquiplago do 2ara$, que a esquadra da ;abocla 2ariana a!undou. 2ariana seria !ilha do 5ei Bebasti'o e queria a coroa real da 1urquia de seu pai. >ediu isto a este que n'o aceitou. >or isto !ugiu em seu navio. Euando este a!undou, !oi encantada pelo marinheiro ;os1 Fernandes que deu sua esquadra para ela. ? que podemos e<trair sobre os encantados marinheiros nesses cultos religiosos que estes !oram espritos que alm da lida com o mar, enquanto pro!iss'o, desempenhavam !un#"es de cura e encantamentos em sua vida na terra. 4o ;andombl de ;aboclo, estes tem a !un#'o e caractersticas de E<u e uma singularidade prpria de cultos indgenas, ser um animal encantado. Marinheiros na Umanda 4a Umbanda os espritos est'o agrupados em !alanges e podem apresentar nomes que n'o necessariamente !oram os que tiveram em alguma encarna#'o. ;omo nomes dados por marinheiros na Umbanda temosF Chico do +ar, <1 /escador, +arinheiro ;a$ons, ,erer, +artim /escador,7 +arolas, Ca$ito dos +ares, +arinheiro 7 =s$adas, +arujo Cris$im, 7 +ares, 7 2ndas, 7 +ar1s, ;oo 8imoneiro, Beira +ar, <acarias, +aria do Cais, dentre outros. A & origem dessas entidades tem v(rios signi!icados para os umbandistas. & maioria entende que tiveram suas vidas ligadas ao mar, !oram marinheiros, $escadores, jangadeiros, timoneiros. ?utros ainda consideram que tambm entre essa !alange se encontrem corsrios e $iratas. E h( ainda quem entenda que em suas encarna#"es tiveram vnculo com as &or"as armadas brasileiras. & presen#a de entidades !emininas nesta !alange n'o uma unanimidade entre umbandistas. &lguns a!irmam e<istir e outros n'o. Bobre a Tinha de 1rabalho que atuam h( tambm controvrsias. & maioria entende que os marinheiros trabalham na linha de *eman$(. ?utros consideram que podem atuar na Tinha de ?<um, por serem do povo de (gua e ainda h( quem os considerem mensageiros de ?gum ou serem che!iados por uma entidade de nome >ai 1arim'. Bobre seus trabalhos, em sua maioria os umbandistas entendem que os marinheiros realiam descarregos, trabalhos para cortar demandas, !eiti#os, des!aer o mal, sendo as energias dissipadas e enviadas ao !undo do mar. 1ambm citado que os marinheiros gostam de a$udar pessoas com problemas amorosos ou em procura de algum, de um >$orto seguro># &o descrev-los !ala-se de gargalhadas, abra#os e apertos de m'o, cantorias, alegria. 4'o por acaso, que alguns os consideram os =xus do mar, por conta dos trabalhos que e!etuam e sua !orma de mani!esta#'o. @( ainda marinheiros na Umbanda que atuam na cura, a partir de pr(ticas de di!erentes culturas. +arinheiros na ?mbanda, o que e<pressamU Cada ti$o um estilo de vida, cada $ersonagem um modelo de conduta# 3o exem$los de um vasto re$ert(rio de ti$os $o$ulares brasileiros, emblemas de nossa origem $lural, mscaras de nossa identidade mesti"a# )s entidades sobrenaturais da umbanda no so deuses distantes e inacess:veis, mas sim ti$os $o$ulares como a gente, es$:ritos F do homem comum numa diversidade que ex$ressa a diversidade cultural do $r($rio $a:s# @ ? que podemos notar que enquanto arqutipo coletivo, os marinheiros na ?mbanda traem como mensagem a importLncia da luta e do desbravamento do desconhecido, que se !a de !orma con$unta, unidos para combater qualquer coisa que se possa temer ou se precise vencer, coisa que aqueles que tiveram sua vida ligada ao mar aprenderam e passam a todos os que os procuram. Tania Jandira R. Ferreira ?mbandista da )ldeia do Caboclo )rari no 4io de ;aneiro# Larcio Adriano Benazzi Bacerdote da ;asa de Umbanda da 1erra e da Sida Bagrada, em Tondrina, >aran( F - 1alavras &e (eginal&o 1ran&i/ estu&ioso &as religi+es brasileiras. 5