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Quem carrega a luz da Umbanda e o símbolo de um nego e de um caboclo, deixa por onde passa plantada, a

sua semente.
PAI JOÃO DE LUANDA

TEMPLO ITAROBÁ
PRETO VELHO
Data 17/09/2015

Em cada dez brasileiros, três negros ou mulatos e sobre eles ainda pesa a herança de quatro séculos de
cativeiro. No Brasil tentaram-se escravizar primeiro os índios, mas resultou numa experiência
desastrosa. O índio não estava acostumado com o trabalho sistemático e sedentário, não conhecia
instrumentos de metal, com isso fugiram embrenhando-se pela mata sem deixar rastros.
Os escravos trazidos da África eram vendidos pelos seus próprios chefes de tribo em troca de fumo e
aguardente (pinga) onde os portugueses escolhiam os de melhor capacidade produtiva. Eram
considerados objetos, máquinas, o valor de cada escravo variava da qualidade desta máquina.
Vieram para o Brasil achando que aqui era a terra produtiva, desembarcaram de forma subumana,
eram alojados em senzalas, trabalhavam o dia inteiro e eram constantes submetidos a castigos no
tronco, no açoite, na chibata e na palmatória.
Perderam seus nomes de batismo, onde seus donos na época lhes deram nomes portugueses. A única
coisa que lhes restaram foi acrescentar aos nomes dados pelos portugueses um sobre nome
correspondente a nação do local onde cada um saiu. Exemplo:

Vô Joaquim de Angola / Pai João de Luanda

A história dos pretos – velhos se funde com a tradição no descobrimento do Brasil, onde ressurgiu na
umbanda a miscigenação de uma nação gerando as três raças.

 Negro
 Branco
 Índio

Os negros trouxeram o enriquecimento das tradições culturais populares tais como: danças, cantos,
curandeiros, xamãns, orixás e babalaôs, além da culinária e da medicina caseira.
os índios ensinaram as pajelanças e os negros as magias os mistérios, mas mesmo assim o catolicismo
predominou e com a evangelização muitos índios perderam sua características, mas os negros não. Os
negros quando faziam suas oferendas eram chicoteadas, isso se faz nascer o sincretismo religioso.

São Jorge – Ogum / São Jerônimo – Xangô

Os pretos – velhos rezam como ninguém porque foram obrigados a aprender e tiveram a sabedoria de
criar o sincretismo porque cada nego tinha uma magia diferente da do outro, tinha cada um sua crença
e sua maneira de aplicar.

Linha do jongo (deixavam feitores retardados com suas rezas).


Vovó Zambira (entortava pessoas com seus feitiços).

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Até mesmo senhores de engenhos se envolviam com os pretos – velhos buscando magias para
conquistar novas terras.
Para os espíritos encarnados (nós) precisamos de leis na terra para exercer ordens, no plano espiritual
também existe uma lei, uma ordem e uma organização.
Na umbanda se trabalha as sete linhas de umbanda:

Ogum, Xangô, Oxossi, Iori, Iorimá, Iemanjá e Oxalá


Iorimá = Potência da Sabedoria
(consciência dos pretos – velhos).

Sabedoria de vencer todas as agruras (peso) que o destino reservou.


A cruz que carregamos é uma imposição a nossa capacidade tem tantas ligações com Iorimá que
conseguimos passar por todas as agruras da vida.
Ao se sair do caminho e procurar o incerto se enfraquece, quando se sentir enfraquecido consegue
suportar qualquer tipo de agruras.
O problema pode nem ser tão grande, mas se você está fraco o problema se fortalece se você está
forte o problema se enfraquece.
Todos os pretos – velhos já passaram por angustias, espinhos, para que você não passe, ele busca o
tempo toda a transformação da humanidade.
Vemos portanto, o aparecimento de uma entidade cuja linha de trabalho é marcada pela tolerância,
simplicidade e profundo sentimento de caridade. Só quem sofreu na carne as desventuras da vida
pode entender ou se aproximar da compreensão do sofrimento alheio, porque é possível responder a
toda violência sofrida, com amor, sem nenhum sentimento de revanche ou vingança.
Estas entidades são verdadeiros psicólogos que falam a língua dos pobres e lhes tocam o coração. São
grandes curadores no plano físico e espiritual, com um amplo conhecimento em defumações e banhos
de limpeza astral, são mais eficientes em sua caridade do que os discursos filosóficos de uma
intelectualidade distante da realidade.
Um dos pratos típicos dos pretos – velha é também a FEIJOADA. O feijão preto era o mais básico e
barato, era plantado, colhido e preparado pelos próprios escravos na fazenda onde trabalhavam e às
vezes era enriquecido com as cobras do porco tal como: os pés, orelhas, rabo, focinho, partes que os
brancos não comiam, então assim se nascia a feijoada.

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Linhas dos Pretos – Velhos

Campo de
Linha Característica Cores Oferendas
atuação
Atuam nesta legião as entidades
Pano azul claro com
que trabalham na renovação das
bordas roxas, velas
forças. Auxiliando os seres
roxas, cigarro de
viventes a caminhar pela terra,
Azul Claro palha, café, flores
Povo da Costa através de suas dores e Praias
e Roxo de todas as
problemas, com coragem e amor.
espécies e um
Trabalhando no sentimento,
rosário de lagrimas
estas entidades vibram com
de nossa senhora.
Iemanjá em sua ação renovadora.
As entidades que aqui trabalham
Pano branco com
vibram com a força recém-
bordas pretas e
transformada em sua forma mais
rosa, vela branca e
pura, trazendo a todos a Praias, Campos Branco e
Povo do Congo preta, vela rosa,
sabedoria da alegria de viver, floridos e jardins. Preto
cigarro de palha,
(pela transformação tudo se
café, flores de toda
renova), que brota no interior de
a espécie.
cada um.
Legião de entidades que
trabalham fundamento e
manutenção das forças cósmicas
e suas aplicações místicas.
Trazem a luz e a força para todos
aqueles que ainda estão cativos ( Pano branco com
presos de alguma forma, seja por bordas brancas,
vícios, erros, maldades, etc.), Branco e vela branca e preta,
ajudando em sua sobrevivência e Preto, cuja cigarro de palha,
Povo de Angola luta para vencer seus próprios Matas mistura café, flores: jasmim
grilhões. Trabalham com o gera o e rosas brancas:
misticismo da força, atuando roxo. ervas: manjericão,
através de rituais, que de forma arruda, guine
descontraída fazem a sublimação alecrim e alfazema.
dos valores humanos. São
entidades que nos libertam de
nosso próprio cativeiro, não nos
deixando submisso a ninguém e a
nada.

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Linhas dos Pretos – Velhos

Campo de
Linha Característica Cores Oferendas
atuação
Pano branco, vela
Atuam através da magia e dos
branca e preta,
conhecimentos adquiridos com
cigarro de palha,
anos de estudos e vivencias das
Cruzeiro de café, flores brancas,
coisas sagradas, trabalham na Branco e
Povo de Guine cemitério ou alto rosário feito de
cura dos males que nos afligem Preto
mar contas de dendê, ou
(agindo inclusive em males
rosário de contas de
físicos) e nos impedem de
lagrimas de nossa
caminhar.
senhora.
Atuam auxiliando os seres que
estão cativos (de alguma forma)
a se libertarem através da
Pedras nas matas
paciência e observação de seu
ou lugares de Pano roxo, vela
cativeiro, aprendendo como e
Povo de orações roxa, café, cigarro
porque estão presos e através Roxo
Moçambique (oratórios) de palha, flores
deste conhecimento ganhem a
construídos nas brancas e pedras.
liberdade. Pessoas que choram
matas.
por ídolos são pessoas cativas,
que quando caem em si se
sentem ridículas.
As entidades que atuam nesta
legião, apresentando-se como
combatentes e exigentes nos
Pano branco, vela
trabalhos e rituais executados.
Branco, Branca e Preta ou
Povo de Apesar desta aparência dura são Cruzeiro do
Vermelho e Roxa, cigarro de
Luanda extremamente bondosos e Cemitério
Preto. palha e flores
trabalham na caridade pura,
brancas.
usando seus profundos
conhecimentos ritualísticos para
combater as demandas.
Através da compreensão da
incerteza e do sofrimento
Pano branco com
sentidos na vida, que levam ao
bordas pretas, Vela
erro e ao desespero, pelo
Povo de Branco e branca e preta,
excesso de amargura, estas Colinas Floridas
Bengala Preto café, cigarro de
entidades atuam, auxiliando os
palha, flores
seres, com sua luz que transmite
brancas.
paz e compreensão, levando-os a
viver melhor.

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Linhas dos Pretos – Velhos

Campo de
Linha Característica Cores Oferendas
atuação
Trabalham no D’jacuta, são os
pretos velhos de xangô,
Pano branco com
entidades que atuam
bordas marrom,
equilibrando todas as causas
No pé das Branco e vela branca, flores
Povo de Nagô injustas, ou qualquer tipo de
montanhas marrom do campo, cigarro
injustiça seja criminal ou judicial,
de palha, vinho
são considerados pretos velhos
tinto seco.
de lei, que clamam pela justiça
pacifica de xangô.

Antes de entendermos os Pretos velhos e suas atuações temos que entender o que é IORIMAR,
mesmo que no terreiro não exista mais alguns destes povos atuando o seu Preto Velho juntamente
com a consciência de Iorimar busca esta força para ajudá-lo nos trabalhos.
O horário para se fazer estas oferendas é ao meio – dia.

A GRANDE LIÇÃO QUE NOS ENSINA ESTAS ENTIDADES É QUE SO COLHEMOS O QUE PLANTAMOS, E
ESTE SÃO UMA GRANDE OPORTUNIDADE PARA REVER OS ERROS COMETIDOS, TOMAR
CONSCIENCIA DE NOSSAS RESPONSABILIDADES E POR NOS MESMOS IR EM BUSCA DA FELICIDADE.

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O SEMBLANTE DO PRETO VELHO

Palestra 111º

A figura do preto velho é um símbolo magnífico. Ela representa o símbolo da humildade, de


serenidade e de paciência que devemos ter sempre em mente para que possamos evoluir
espiritualmente. Os pretos velhos levam a força de Deus ao espírito encarnado e quando este
espírito recebe o efeito da luz, novamente reencontra ZAMBI, mas os pretos velhos também
trabalham em beneficio de todos que queiram aprender á encontrarem uma fé. Sem ver a
quem, sem julgar, ou colocando pecados. Mostrando que o amor de Deus, o respeito ao
próximo e a si mesmo, o amor próprio, a força de vontade e encarar o ciclo da reencarnação,
podem aliviar os sofrimentos do karma adquirido e elevar o espírito para a luz divina. Eles
fazem com que as pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem soluções da
melhor maneira possível dentro da lei do DHARMA (lei da vida) e da causa e efeito, para viver
e aproveitar a passagem, e não deixar de viver e lamentar a existência. Certa vez, em terreiro
do interior de minas, uma senhora consultando-se com um preto velho comentou que ficaria
muito triste ao ver no terreiro, pessoas unicamente interessadas em resolver seus problemas
particulares de cunho material, usando os trabalhos de Umbanda sem pensar no próximo e só
retornavam ao terreiro quando estavam com outros problemas. O preto velho deu uma
baforada com seu cachimbo e respondeu tranquilamente: “sabe filha, essas pessoas
preocupadas consigo próprias, são escravas do egoísmo. Procuramos ajudá-las, resolvendo
seus problemas; mas aquelas que podem ser aproveitadas, depois de algum tempo, sem que
percebam, estarão vestidas de roupas brancas, descalças, fazendo parte do terreiro. Muitas
pessoas vêm aqui buscar lã e saem tosquiadas; acabam nos ajudando nos trabalhos de
caridade”.

Essa é a sabedoria dos pretos velhos, o semblante dessas entidades, pode ser visualizado
naquele que pratica a caridade.

BABALORIXÁ

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UMBANDA DE PRETO VELHO

Palestra 178º

Dia 15 de novembro a umbanda completa 106 anos, desde quê preto velho em estado de
espírito revelou a umbanda para a nação brasileira. Assim como o índio brasileiro e aborígine
de todo o planeta que cultua a natureza como ''religião'', preto velho com sua sabedoria
ancestral comparou o culto a orixá sendo de semelhança idêntica a pajelança indígena e
ainda assimilou á fé cristã pela divindade, como base filosófica para cultuar a natureza como
religião e praticar o Deus vivo em todo desenvolvimento espiritual da raça humana. Na
cartilha de preto velho está escrito assim: “Quem respeitar e cultuar a dimensão espiritual da
natureza vai praticar Deus. Quem respeitar a fé e a crença do seu semelhante vai praticar
espiritualidade”. Segundo preto velho a umbanda foi fundada no Brasil porque aqui a natureza
era um livro vivo de sabedoria inesgotável em todas as suas páginas, e ainda poderia ajudar
os cristãos á entender as escrituras sagradas, que no tempo de Jesus o povo do deserto só
tinha o deserto como natureza, por isso a necessidade das escrituras para registrar os
mandamentos e Deus que se refere única e exclusivamente a natureza humana do povo
daquela época. Freud explica que religião é uma ilusão que tem as suas raízes profunda no
psiquismo humano, uma das experiências fundamentais do ser humano é a sensação de
insegurança e a necessidade de proteção e amparo, típico comportamento do povo que vive
no deserto onde a natureza é escassa. Preto velho confiou sua cartilha aos caboclos,
espíritos que compreendem a natureza de Deus na sua totalidade para reger a inteligência
espiritual de médium e babalaô dentro da umbanda, já prevendo também que a umbanda
poderia ser destorcida de sua essência, preto velho fundou a ''quimbanda'' de guardiões de lei
para curar e purificar umbanda e umbandistas e proteger e limitar a umbanda para que a
mesma não fosse cultuada por espíritos zombeteiros. Mesmo assim a umbanda se dividiu em
três seguimentos: Umbanda de mesa, Umbanda de nação e Umbanda esotérica. A umbanda
de mesa acontece quando, os dirigentes sem raízes culturais africanas e comprometidas com
a mesa branca, dizem praticar a ''umbanda branca'' que na realidade, é a umbanda de Allan
Kardec sem nenhuma noção de ritual.A umbanda de nação no conceito de seus praticantes é
um estagio evoluído do candomblé no Brasil,o único problema dessa umbanda é que seus
praticantes não aceitam cumprir com rigor todos os preceitos da cartilha de preto velho. A
chamada umbanda esotérica resulta em grupos de estudiosos, que querem provar sua
intelectualidade acima da espiritualidade, o que predomina é a formação intelectual e os
efeitos alcançados preenchem apenas o ego e ainda estabelece limites entre a fé e a
sensibilidade mediúnica. Enfim não existindo um consenso ritualístico, o individualismo
assumiu o seu papel e a partir dai,cada templo passou através de seu dirigente,a ditar suas
próprias normas.O templo Itarobá se orgulha em praticar a umbanda de preto velho em todos
os seus mandamentos.A maldade é grande, Deus é maior,abre caminho pra eu passar na
força de yorimá com sabedoria vamos caminhar.

BABALORIXÁ

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PONTOS DOS PRETOS-VELHOS

Negro trabalha, trabalha cantando Eu vi no céu uma estrela correr


Filhos de fé acompanha rezando E na pedreira eu vi pedra rolar
É a corrente firmada em Oxalá Vi os caboclos dançando na areia
Ele vai nos ouvir e vai abençoar (bis) Quando a sereia começou cantarolar
Se negro canta trazendo essa alegria E no seu canto ela sempre dizia
Se vem de longe é prá salvar a quem tem fé Que só queria ter asas prá voar
É mensageiro da paz e do amor Subir ao céu buscar estrela que brilha
E se está aqui na Terra é em nome do Senhor (bis) Pros pretos velhos enfeitar nosso Gongá

Se vejo um velho no caminho eu tomo benção Rei Congo e Cambinda quando vem prá trabalhar (bis)
Benção de Deus, benção de Deus Olha o Congo vem por terra, Cambinda vem pelo mar
Aruanda, benção de Deus (bis)

Na linha dos africanos ninguém pode atravessar (bis)


Vovó tem sete saias e na última saia ela tem mironga
Vovó veio de Angola prá salvar filhos de Umbanda (bis)
Oi segura a pemba ê ê
Oi segura a pemba ê a
No seu patuá, figa de guiné
Oi segura a pemba ê ê
Vovó veio de Angola é prá salvar filhos de fé (bis)
Oi segura a pemba no Gongá (bis)

O cativeiro, meu cativeiro Preto Velho senta no tronco, faz o sinal da cruz
Cativeiro, meu cativeiro Pede proteção a Zambi, para os filhos de Jesus (bis)
Meu cativerá
Auê meu cativeiro Cada conta do seu rosário, é um filho que ai está
Olha o meu cativerá Se não fosse os pretos(as) velhos(as) eu não sabia
Auê meu cativeiro caminhar (bis)

Se não fosse o preto velho, meu cruzeiro se queimava


É Nagô é, é Nagô é, é Nagô é (bis)
Se ele é filho de Nagô, seu padrinho é São José
Ai, ai, meu cruzeiro se queimava (bis)

Preto Velho é de Angola Carreia, negro carreia, este negro já carreou (bis)
É de Nagô, é de Guiné
Quando vem lá de Aruanda Mas hoje este negro trabalha
É pra salvar filhos de fé Com São Benedito e Nosso Senhor (bis)

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PONTOS DOS PRETOS-VELHOS

Oh meu São Benedito


Quem é aquele velhinho
Que gira o mundo e que gira o Conga
Que vem no caminho andando devagar
Oh meu São Benedito
Com seu cachimbo na boca
Trazei o infinito pra junto do mar (bis)
Puxando a fumaça e soltando pro ar (bis)
Sarava pra quem é da macumba
Ele é do cativeiro
Sarava pra quem é da calunga
Ele é Pai Jacinto
Sarava Nosso pai Oxalá
Ele é mirongueiro (bis)
O saravá ô, sarava meus Orixás

Olha a fogueira, olha o fogo, olha o chão (bis)


Ouve o tambor repicando nas matas (bis)
Era um velho muito velho
Que morava em uma casa de palha
Olha o Xirê, pé de dança no chão
Alala ô olha o negro de cor
Na beira da casa ele tinha
Lá na senzala negro chora de dor
Velani e Micsangue
E cada lágrima conta uma história
Micsangue e Velani
Uma história que negro passou
E o seu Alanguê
E cada lágrima conta uma história
Que sofrimento é sinal de amor

Eu andava perambulando sem ter naca pra comer


A Velha Conga, preta mina da Guiné, quem é (bis)
Fui pedir as almas santas para vir me socorrer (bis)
Quando vem de Aruanda
Foram as almas quem me ajudou
Sarava Umbanda, sarava Conga
Foram as almas quem me ajudou
Ela gira na terra, ela gira no mar
Meu Divino Espírito Santo, Glória a Deus Nosso Senhor
Pra seus filhos abençoar (bis)
(bis)

O Pai Zeca está cansado de tanto trabalhar


Na Aroeira de São Benedito
O Pai Zeca está cansado de tanto curimbar (bis)
Santo Antônio mandou me chamar (bis)
Pega a pemba risca o ponto, que é longa a caminhada
Voa, voa, voa andorinha
Quem tem fé tem tudo, quem não tem fé não tem
Na coroa de Nossa Senhora andorinha (bis)
nada (bis)

Foi numa noite de lua, que eu vi o Pai Jacinto chegar


Pai Joaquim cadê Pai José
(bis)
Foi lá fora colher guiné (bis)
Ele estava tão sereno, sentado em seu Conga
E diga a ele que quando vier
Ê, ê, ê, ê, ê pra seus filhos ajudar
Que suba as escadas na ponta do pé (bis)
Ê, ê, ê, ê, ê pra seus filhos abençoar

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PONTOS DOS PRETOS-VELHOS

Vovó não quer casca de coco no terreiro (bis) Preto Velho ê, ê. Preto Velho ê, a
Preto Velho vem de Angola
Por que faz lembrar os tempos de cativeiro (bis) Preto Velho é de Angola, angola

Meu cachimbo ta no toco O no fundo do mar eu vou bater o tambor


Manda moleque buscar O no fundo do mar eu vou bater o tambor (bis)
No sertão da mata virgem Tem mironga, tem mironga
Meu cachimbo ficou lá Tem mironga no fundo do mar (bis)

Sentada no meio das flores, olhando pro céu, a beira


mar (bis) Orai pelas almas, no rosário de Maria
Orai pelas almas, ao meio dia
Mas ela é Tia Joana de Angola Orai pelas almas, no rosário de Maria
Que vem de Aruanda para trabalhar (bis)

Esta vendo esta terra. Moço


Negra, Cambinda, Nagô
Eu rachei a minha mão
Negra da Costa Rica filha de babalaô (bis)
E nas covas do meu rosto
Eu plantei a solidão, eu plantei a solidão
É na macumba e e ê
É na macumba e e a
Levarei no meu malote
Negra canta, negra dança
Um rosário de apelos
Negra toca seu tambor
Cicatrizes de chicote
Negra toma sua marafa
A velhice nos cabelos
Sarava seu protetor
A esperança adormecida
De um nascer para uma vida
É na macumba ê
Onde não tem solidão
É na macumba a (bis)
Onde não tem solidão

Quem vem de longe é o Pai Jacinto de Angola (bis)


O preto velho que nasceu no cativeiro
Hoje baixa no terreiro de cachimbo e pé no chão (bis)
Os seus cabelos, brancos encaracolados
Tem a brancura da pureza e da alegria
Pega na pemba, risca o ponto, faz mironga
Sarava Maria Conga, sarava meu Pai João (bis)
São abençoados pelos filhos de Maria (bis)

Bate tambor lá na Angola Quem vem, quem vem lá de tão longe


Bate tambor (bis) São os pretos velhos pra nos ajudar (bis)

Bate tambor, preto(a) velho(a) Oi daí-me forças, pelo amor de Deus, meu Pai
Bate tambor Oi daí-me forças, para os filhos seus (bis)

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PONTOS DOS PRETOS-VELHOS

Vovó Mariana onde anda, eu quero tanto te ver


Meu Deus do céu, isso aqui é o que eu queria
Se ainda está na Aruanda, venha de pressa me
Os pretos velhos não carregam soberbia
socorrer
Trouxe um belo cachimbo, e uma bengala de Ipê
Meu Deus do céu, isso aqui é o que eu queria
Vovó eu me sinto só, me diga o que fazer
A Estrela Dalva no ponto do meio dia
E, e, Vovó Mariana que tem arruda e manarruê
No meu quintal vou plantar pé de pinheiro
E, E Vovó Mariana, cruza os caminhos do seu Alabê
Para mostrar como se quebra macumbeiro.
(bis)

Princesa africana, catadora de algodão (bis)


Quantas estrelas têm no céu, Preta velha já contou
Colhe o branco de Oxalá
No rosário de Maria, Meu Senhor
Colhe o brilho das estrelas o Babá
Preta Velha já rezou (Bis)
Colhe o amor no coração (bis)

Minha Santa Catarina A fumaça do cachimbo da Vovó


Que andai sempre comigo Sobe pro alto
Me vencei qualquer demanda (bis) Vai ver o que é (bis)

Me livrai dos inimigos Galo já canto ooô


Salve Nanã Galo já canto ooô
Salve Santa Luzia Galo já cantou
Salve Santa Bárbara Menino chorou
Salve a Estrela da Guia (bis) Vai ver o que é

Quando a tristeza
Invade o coração
É o vento
Eu peço aos pretos velhos
Que balança a folha Guiné
A sua proteção (bis)
É o vento que balança a folha (bis)
Com muito amor
Êee Preto Velho
E muita devoção
É o vento que balança a folha
Afasta a tristeza
E me da sua bênção

Nagô não tem pressa Cambinda mamãe ê


Ele anda devagarzinho (Bis) Cambinda mamãe a (bis)

Mas se um filho chama Oi segura a Cambinda que eu quero ver


Vem voando como um passarinho (Bis) Filhos de Umbanda não tem querer (bis)

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PONTOS DOS PRETOS-VELHOS

Vô Inácio pai velho Vou clarear


Mensageiro da alegria O Rosário de Maria (bis)
Vasculhou toda Urucaia Vou saudar a casa santa
Em busca de energia (bis) Vou saudar a luz dos guias (bis)

Na Aruanda de Vô Inácio Já clareei


A escuridão vira dia O Rosário de Maria (bis)
Salve a santa do rosário Já saudei a casa santa
Divindade de Maria (bis) Já saudei a luz dos guias (bis)

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