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Os Caboclos na Umbanda

Saudação: Okê Caboclo

Caboclo significa: aquele que grita mais alto

A data de comemoração é de acordo com a


vontade do Caboclo-Chefe da Tenda, sendo
comum, no entanto, comemorá-los junto com
a festa de Oxossi que ocorre na segunda
quinzena de janeiro. No Estado da Bahia, é
festejado no dia 2 de julho, no Dia do
Caboclo. São entidades, espíritos que
trabalham na caridade como verdadeiros
conselheiros, nos ensinando a amar ao
próximo e a natureza, são entidades que tem
como missão principal o ensinamento da
espiritualidade e o encorajamento da fé, pois
é através da fé que tudo se consegue.
Os Caboclos, de acordo, com planos pré-estabelecidos na Espiritualidade
Maior, chegam até nós com alta e sublime missão de desempenhar tarefa da
mais alta importância, serem os Guias-Chefes dos médiuns tornando-se assim,
Grandes Chefes de Terreiros. Representam o Orixá de cabeça do médium
Umbandista, mas não tem propriamente uma ligação com o Orixá de cabeça,
o Guia pode ser, por exemplo, de Ogum, e atuar em um filho de Oxossi onde
assimilará a vibração de Oxossi, portanto não são donos de Coroa, pois a
Coroa pertence ao Orixá e não ao Guia. São espíritos muito adiantados,
esclarecidos e caridosos, espíritos que foram médicos na Terra, cientistas,
sábios, professores, enfim, pertenceram a diversas classes sociais, os Caboclos
vêm auxiliar na caridade do dia a dia aos nossos irmãos. Constituem o braço
forte dentro da Umbanda, trabalham muito nas sessões de desenvolvimento
mediúnico, nas desobsessões, na solução de problemas psíquicos e materiais,
nas demandas materiais e espirituais e uma série de outros serviços e
atividades executados nos Terreiros.
São exímios caçadores e profundos conhecedores das ervas e seus princípios
ativos, muitas vezes, suas receitas produzem curas inesperadas, pois limpam a
nossa aura e proporcionam uma energia de força que irá nos auxiliar para que
consigamos o objetivo que desejamos. Costumam usar, também, pembas, (giz
de várias cores imantadas na energia de cada Orixá), velas, geralmente de
cera, essências, flores, ervas, frutas, charutos e incenso. Todo esse material
será disposto em cima de um ponto riscado – a Grafia Sagrada, para que esse
direcione o trabalho. Seus “brados”, que fazem parte de uma linguagem
comum entre os caboclos, representam quase uma “senha”. Cumprimentos e
despedidas são feitas usando esses sons – sempre sem exageros. Eles prestam
serviços também ao Kardecismo, nas chamadas sessões de “mesa branca”,
sem preconceito e com muita sabedoria.

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Para os médiuns, é importantíssimo saber a forma de trabalho de um caboclo
ou de qualquer Guia Espiritual, isso traz segurança e confiabilidade tanto para
o médium, como para o Guia refletindo automaticamente nas consultas.
Conseguimos saber a sua “personalidade” de um Guia através do
conhecimento de sua “origem”, “especialidade” e a “força da natureza” que
o rege.

Na origem encontramos:
Caboclos da mata – Viveram mais próximos da civilização ou tiveram contato
com elas, são o que podemos denominar como os caboclos de espírito de
médicos, cientistas, padres, etc.
Caboclos da mata virgem - Viveram mais interiorizados nas matas, sem
nenhum contato com outros povos, são o que podemos denominar co mo os
caboclos de espírito de índios.

Na especialidade
Percebemos que existem Caboclos de espírito de caçador, guerreiros,
feiticeiros, justiceiros, curandeiros, rezador, os que cultivavam a terra
(agricultores), parteiras, entre outros, caracterizando suas formas de trabalho
como doutrinador, demandador, curador, etc.
Reconhecer a Força de Natureza que o rege é saber para qual Orixá ele
trabalha. Antigamente existia a concepção de que todo Caboclo seria um
Oxóssi, ou seja, viria sob a vibração deste Orixá. Porem em nossa percepção
compreendemos que existem Caboclos diferentes e que possuem Vibrações
Originais Diferentes, podendo se apresentar sob a Vibração de Ogum, Xangô,
Oxóssi, Omulu, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã. Entendemos que, na Umbanda,
os Caboclos, penetram em todas as linhas, atuando em diversas vibrações, não
deixando de lado o Grande Orixá Oxóssi como o Grande Guardião do Mistério
dos Caboclos.
Sua Oferenda - A morada de caboclo é na mata onde recebem suas oferendas,
gostam de todas as frutas, principalmente o milho, o vinho tinto que para eles
representa o sangue de Cristo, gostam de tomar sumo de ervas e apreciam o
coco com vinho e mel.
Sua Vela é verde, mas não esqueçam que Eles têm seus Orixás Regentes, por
isso se for um Caboclo de Ogum suas velas serão verde e vermelha, se for uma
Cabocla de Oxum sua velas serão verde e rosa e assim por diante.

Formas de incorporação e a especialidade dos caboclos


CABOCLOS DE OXUM: Geralmente são suaves e costumam rodar, a
incorporação acontece primeiro ou quase simultâneo ao coração. Trabalham
na ajuda de doenças psíquicas como: depressão, desânimo entre outras.

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Especialistas em passes de dispersão e energização. Aconselham muito.
Tendem a dar consultas que façam pensar.
CABOCLOS DE OGUM: Sua incorporação é mais rápida e mais compactada ao
chão, não rodam. Dão consultas diretas, trabalham muito com abertura de
caminhos. Seus passes são na maioria das vezes para doar força física e
ânimo.
CABOCLOS DE YEMANJÁ: Incorporam de forma suave, porém mais rápidos do
que os de Oxum, rodam muito, chegando a deixar o médium tonto. Trabalham
geralmente para anular demandas realizadas no mar. Seus passes aplicam-se à
limpeza espiritual.
CABOCLOS DE XANGÔ: São guias de incorporação rápidas e contidas,
geralmente arriando o médium no chão. Trabalham de forma justa, com
poucas palavras e muita sabedoria. Aplicam também muito passe de
dispersão.
CABOCLOS DE NANÃ: Assim co mo os Pretos Velhos de Nanã são raros.
Geralmente trabalham aconselhando, mostrando o carma e como ter
resignação. Durante os passes encaminham os eguns que estão próximos. Sua
incorporação é contida, pouco dançam.
CABOCLOS DE YANSÃ: São rápidos e deslocam muito o médium. São diretos
para falar e rápidos também, muitas vezes pegam o médium e o consulente
de surpresa. Dão excelentes passes de dispersão (descarrego) encaminhando
eguns.
CABOCLOS DE OXALÁ: Quase não trabalham dando consultas, geralmente dão
passes de energização. São “compactados” ao incorporar e se mantém fixos
num ponto do terreiro sem deslocar-se muito.
CABOCLOS DE OXÓSSI: São os que mais se locomovem, são rápidos e dançam
muito. Tem grande conhecimento sobre a utilização e aplicação de ervas para
banhos e defumadores. Esses caboclos geralmente são chefes de linha.
CABOCLOS DE OBALUAYÊ: São raros, pois são espíritos dos antigos “bruxos”
das tribos indígenas. Sua incorporação se assemelha a dos Pretos Velhos.
Locomovem-se apoiados em cajados. Movimentam-se pouco.

A falange dos Caboclos detalhada

Habitat: matas e ambientes da vibração originária


Libação: água de coco, mate, mel com água, caldo de cana, vinho tipo
moscatel
Ervas: cipó cabeludo, cipó caboclo, eucalipto, guiné caboclo, guiné pipi,
samambaia
Flores: girassol, flor de ipê, palmas de diversas cores, conforme a vibração
originária
Essências:
Para os caboclos: eucalipto, girassol.

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Para as caboclas: eucalipto, pinho, tintura de tolu.
Fitas: verde, vermelha e branca
Pedras: quartzo verde
Metal: da vibração originária
Dia da semana: Quinta-feira ou o dia da vibração originária
Dia da Lua: não tem dia específico
Saúde: não tem área de saúde específica
Ímãs para trabalho: de acordo com a orientação da entidade
Objetivo: vigor, pujança, energia
Cozinha ritualística: milho e amendoim cozidos e passados no mel, servido
com folhas pequenas de saião, que servem como "colher" e que também
devem ser ingeridas.

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