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Casa de Oxoce

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Rua Rodolfo Siqueira Lt 24 QD 190 – Guaxindiba – São Gonçalo - RJ
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Sumário
A História 3

Definições 6

PRINCÍPIOS DA UMBANDA 6

Umbanda Sem Mistérios 8

Credo Umbandista 8

Apontamentos 9

Seqüência de Banhos 9

Quais os sintomas físicos mais comuns de mediunidade? 11

Constituições 11

ORIXÁS INTEGRANTES DO SETENÁRIO – SIMILITUDES 12

SAUDAÇÕES DOS ORIXÁS 13

OUTROS ORIXÁS INTEGRANTES DO SISTEMA EM FUNÇÃO AUXILIAR 13

A Corrente De Tibiriçá 14

Os Perigos da Mediunidade 17

O Gongá Ou Congá 20

Exu e Pomba-Gira 20

Fontes bibliográficas: 22

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A História

Você conhece a História da Umbanda?

Ela nasceu aqui mesmo em Niterói, mais precisamente em Neves, ou


seja, São Gonçalo, como forma de culto oficialmente, em 15 novembro de
1908.
Um rapaz, chamado Zélio de Moraes, estava doente, a mãe levou-o ao
médico, o rapaz não dormia e comia direito há três dias. Acordava assustado e
tinha “alucinações”. Os médicos não conseguiram diagnosticar a “doença”.
A mãe resolveu levá-lo a um Centro Espírita. Lá chegando, o jovem foi
convidado pelo dirigente dos trabalhos a ficar na mesa junto com os outros
médiuns e não na assistência. Estavam todos já na oração inicial, quando
subitamente Zélio se levanta e diz, está faltando uma flor aqui. Saiu e voltou
com a flor, colocou-a sobre a mesa e sentou-se. Criou-se com isto, certo
tumulto, pois não estavam acostumados a estas manifestações repentinas.
Passado um tempo, Zélio novamente levantou-se, agora incorporado e
diversos médiuns da corrente incorporaram vários Pretos e Pretas Velhas e
Caboclos.
O médium Zélio incorporado, disse: Que a Paz de Oxalá esteja presente.
O dirigente, percebendo (por vidência) tratar-se de um Caboclo,
convidou-o a se retirar, dizendo que ali trabalhavam somente com espíritos de
luz e solicitou que levasse com ele todos os outros espíritos que o
acompanhavam.
Ao que o Caboclo respondeu: Vimos aqui hoje, para fazer caridade em
nome do bem e de Jesus, se as nossas vestimentas e maneiras de nos
apresentarmos os incomodam, iremos, mas afirmo que amanhã mesmo voltarei
a casa deste aparelho e criarei uma nova religião que aceitará todos os
espíritos que desejarem trabalhar para o bem.
E no dia seguinte o Caboclo compareceu à casa do médium e
determinou a criação da Umbanda, as vestimentas, e rituais de trabalho. E que

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a Umbanda trabalharia com todos os espíritos que desejassem fazer o bem e


que não estivessem sendo aceitos em outras religiões e que não estivessem se
adaptando as orientações do Candomblé.
E detalhe importante, todos os médiuns que estavam presentes e
incorporaram no Centro Kardecista, foram até lá para ver o que aconteceria e
incorporaram novamente. Assim foi criada a UMBANDA.

Qual a verdadeira natureza e origem da Umbanda? Às vezes se é


mal informado a respeito, e confunde-se muito Umbanda com Espiritismo.
A ignorância a respeito é generalizada.

Desde que os negros foram tirados de sua terra, na África, vieram para o
Brasil com o rancor e o ódio em seus corações, pois muitos foram enganados
pelo homem branco e feitos prisioneiros e escravos, feridos em sua dignidade,
distantes da pátria e dos que amavam. Foram transcorrendo os anos de lutas e
dores, e o negro mantinha, em seus costumes e na religião, a invocação das
forças da natureza, as quais chamavam de Orixás, espécie de deuses a quem
cultuavam com todo o fervor de suas vidas. Aprenderam com o tempo a se
vingar dos seus senhores e déspotas, através de pactos com entidades
perversas e com a magia negra, que outra coisa não era, senão as energias
magnéticas empregadas de forma equivocada.
Dessa maneira, o culto inicial aos Orixás foi-se transformando em
métodos de vingança, em pactos com entidades trevosas, que assumiam o
papel dessas forças da natureza ou Orixás, disseminando o que se chamava
de Candomblé, que, na época, era um disfarce para uma série de atividades
menos dignas no campo da magia.
Com o tempo, foi-se formando uma atmosfera psíquica indesejável no
campo áurico do Brasil, que havia sido destinado a ser a pátria do evangelho
redivivo, onde estava sendo transplantada a árvore abençoada do Cristianismo
pelas bases eternas do espiritismo. A psicosfera criada no ambiente espiritual
da nação foi de tal maneira violenta, que entidades ligadas aos lugares de

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sofrimento nas senzalas encarnavam e desencarnavam conservando o ódio


nos corações, com exceção daquelas que entendiam o aspecto espiritual da
vida. Assim, a magia negra foi-se espalhando em forma de culto pelas terras
brasileiras. Do Norte ao Sul do país, as oferendas, os despachos ou os Ebós
eram oferecidos pelos Pais de Santo, pelos mestres do Catimbó ou de outros
cultos que proliferavam a cada dia, criando uma crosta mental sobre os céus
da nação. Nos planos etéreos da vida, reuniram-se então entidades de alta
hierarquia com o objetivo de encontrar uma solução para desfazer a egrégora
negativa que se formava na psicosfera do Brasil. A magia negra deveria ser
combatida, e seus efeitos destrutivos haveriam de ser desmanchados de
maneira a transformar os próprios centros de atividades dos cultos degradantes
em lugares que irradiassem o amor e a caridade, única forma de se modificar o
panorama sombrio. Havia necessidade de que espíritos esclarecidos se
manifestassem para realizar tal cometimento. E, assim, foram se apresentando,
uma a uma, aquelas entidades iluminadas que haveriam de modificar suas
formas perispirituais, assumindo a conformação de Pretos Velhos e Caboclos,
e levariam a mensagem de caridade através da Umbanda, cujo objetivo inicial
seria o de desfazer a carga negativa que se abatia sobre os corações dos
homens no Brasil. A Umbanda seria o elo de ligação com o alto; penetraria aos
poucos nos redutos de magia negra ou nos terreiros de Candomblé, os quais
ainda se mantinham enganados quanto às leis de amor e caridade, e iria
transformando, com as palavras de um Preto Velho ou as advertências do
Caboclo, os sentimentos das pessoas. E, para isso era necessário que
elevados companheiros da vida maior renunciassem a certos métodos de
trabalho considerados mais elevados e se dedicassem às atividades que a
Umbanda se propunha. A esses companheiros de elevada hierarquia espiritual
juntaram-se espíritos de antigos escravos e índios, que serviram por muito
tempo nas fazendas e nos arraiais da Terra do Cruzeiro e, em sua simplicidade
e boa vontade, propuseram-se a trabalhar para mostrar ao homem branco e
civilizado as lições sagradas da Umbanda. Manifestavam-se aqui e acolá
ensinando suas rezas, mandigas e beberagens, auxiliando a curar doenças e

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dando lições de amor e humildade. Na verdade, a Umbanda tem conseguido


seu intento, e, aos poucos, vão sumindo dos corações dos oprimidos o desejo
de vingança, o ódio e o rancor. Os cultos afros, em sua essência, vão se
transformando, auxiliando o progresso daqueles que sintonizam com tais
expressões de religiosidade. A Umbanda está modificando o aspecto desses
cultos de origem africana e transformando-os gradativamente, numa religião
mais espiritualizada.
Na palavra de um Caboclo ou de um Preto Velho a lei de causa e efeito
é ensinada por meio de Xangô, que simboliza a Justiça; a reencarnação
torna-se mais compreensível às pessoas mais simples quando o Preto fala de
sua outra vida como escravo e da oportunidade de voltar à Terra em novo
corpo, para ajudar seus filhos. A força das matas, das ervas, é ensinada na fala
de Oxoce; o amor é personificado em Oxum, e a força de transformação, a
energia de vitalidade, é apresentada nas palavras de Ogum.
Mas há muito ainda o que fazer, muito trabalho a realizar. Nossa
explicação não esgota o assunto, mostra apenas um aspecto da Umbanda, que
guarda suas raízes em épocas muito distantes no tempo.

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E quanto a esses Pais no Santo e Centros de Umbanda que se espalham


pelo país, será que estão conscientes disso tudo?

Não podemos esperar a mesma compreensão por parte de todos. Existe


muita ignorância no meio, e os próprios responsáveis pelos Terreiros e Tendas
Umbandistas concorrem para que o povo tenha uma idéia errada da Umbanda.
Em seus fundamentos, a Umbanda nada tem a ver com o Espiritismo, o que
não é bem esclarecido nos meios umbandistas. Começa aí a confusão.
Tomou-se emprestado o nome “espírita”, como se ele designasse todas as
expressões de mediunismo, e descaracterizou-se muito a Umbanda. Por outro
lado, espíritos tem baixado ao mundo com a missão de esclarecer e de certa
forma dar um corpo doutrinário a Umbanda, escrevendo livros sérios a respeito
do assunto, os quais são ignorados por muitos adeptos. Aos poucos, a verdade
irá se espalhando, e, quem sabe, num futuro próximo haveremos de ver
abolidos os sacrifícios de animais, as oferendas e uma série de outras coisas
que nada tem a ver com a Umbanda, mas com outras expressões de cultos de
origem afro, e que diferem dos objetivos da VERDADEIRA UMBANDA.
Pais e Mães de Santo, que vivem enganando as pessoas, Ciganas e
ledoras de sorte que cobram por seus trabalhos, não tem nenhuma relação
com os objetivos elevados que os mentores da Umbanda programaram. São
pessoas ignorantes das verdades eternas e responderão a seu tempo por suas
ações inescrupulosas.
A Caridade é lei universal e nós que trabalhamos nas Searas
Umbandistas devemos ter nela o guia infalível de nossas atividades. Assim
como nem todos os Centros Espíritas que dizem adotar a codificação de Allan
Kardec são, na realidade, espíritas, também muitas tendas e terreiros não
representam os conceitos sagrados da Umbanda. Acredito que Allan Kardec
permanece ainda grandemente desconhecido entre aqueles que se dizem
adeptos da doutrina espírita, como também, muitos umbandistas permanecem
ignorantes das verdades e fundamentos da sua religião. Temos que trabalhar

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unidos pelo bem e esperar; o tempo haverá de corrigir todos os equívocos de


nossas almas, através das experiências que vivenciarmos.

É possível o trabalho conjunto entre “espíritos espíritas” e os


“espíritos umbandistas”?

Perfeitamente. Temos muitos dos nossos (umbandistas) trabalhando nos


Centros Kardecistas, auxiliando aqui e ali nos trabalhos de cura e
desobsessão. O fato de trabalharem em conjunto, não significa que pensem de
maneira idêntica. Eles guardam a sua opção íntima e, afinal nisso está a
verdadeira fraternidade, que nos amemos uns aos outros e respeitemos as
convicções pessoais, pois, se os métodos de trabalho se multiplicam ao infinito,
o Senhor da vinha permanece sendo um só, Jesus ou Oxalá.
Partes do livro: Universidade de Umbanda de Edyr Rosa Guimarães e Almir S.
M. de Lima
Acrescento ainda que as divisões e separações de credo existem entre
nós encarnados. Os espíritos em sua magnífica evolução apresentar-se-ão
humildemente na configuração apropriada ou adequada ao seu
reconhecimento por nós. Exemplo disto: o Caboclo Cobra Coral pode
apresentar-se em um Centro Espírita sem a aparência (configuração) de índio
(caboclo) mas com a configuração de um médico por exemplo, para que seja
reconhecido, entendido e aceito no meio dos encarnados espíritas. E o
contrário é verdadeiro.

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Definições

Fala-se tanto em Umbanda. Mas você sabe a definição de


Umbanda? O que Umbanda quer dizer? Vamos lá.

UMBANDA
Palavra oriunda do Sânscrito, a mais antiga língua da Terra, raiz mestra
dos demais idiomas existentes no Mundo, cujo registro do vocábulo é
encontrado no UPANISHADS, Textos Sagrados da Índia, que se pode
traduzir por “Deus ao nosso lado” ou “O lado de Deus”, ou ainda “UM” –
Deus o Supremo Espírito; “BANDA” – Povo da Terra – grupo ou facção.
Religião constituída pelas influências das raças ameríndias, negras e
européias. É a manifestação do espírito para a caridade.

UMBANDISTA - Título designativo ao médium praticante da religião Umbanda.

PRINCÍPIOS DA UMBANDA

É a crença nos espíritos, dando condição aos mesmos de evoluir, sejam


de qualquer classe ou ordem, encarnados ou desencarnados.
Encarnados – Alma. Desencarnados – Espírito, propriamente dito.
Em essência, a Umbanda fundamenta-se nos seguintes pontos básicos:

1. Na existência de DEUS, Único, Onipotente, Irrepresentável, adorado sob


vários nomes (Zambi, Obatalá, Olorum, etc).
2. Na crença de um Orixá-Maior, denominado de Oxalá.
3. Na crença nos Orixás.
4. Na crença de Guias Espirituais, mensageiros dos Orixás.
5. Na existência do Espírito, em caminho de evolução, buscando o
aperfeiçoamento.
6. Na crença da reencarnação e na Lei Cármica de Causa e Efeito.

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7. Na prática da mediunidade, sob as mais variadas apresentações.


8. Na afirmação de que as religiões constituem os diversos caminhos de
evolução espiritual que conduzem a Deus.
9. Na prática da Caridade Material e Espiritual.
10. Na necessidade do Ritual, como elemento disciplinador dos trabalhos.

Invocação e Evocação

XXX A Umbanda não invoca espíritos sem luz. Os espíritos invocados


na Umbanda, são espíritos de luz, pertencentes à hierarquia celeste, ou seja,
os enviados de Orixás, e sob a direção do nosso Mestre Jesus, espíritos de
criaturas humanas desencarnadas, já evoluídas, de todas as raças, que após
adquirirem determinado grau de luz, são designadas pelo Astral, incorporando
para prestar caridade.

A Umbanda invoca espíritos sem luz?

A Umbanda não invoca espíritos sem luz. Os espíritos invocados na


Umbanda, são espíritos de luz, pertencentes à hierarquia celeste, ou seja, os
enviados de Orixás, e sob a direção do nosso Mestre Jesus, espíritos de
criaturas humanas desencarnadas, já evoluídas, de todas as raças, que após
adquirirem determinado grau de luz, são designadas pelo Astral, incorporando
para prestar caridade.

Comentários:
Na Umbanda se verifica a presença de muitos espíritos diferentes,
porque mobiliza muitas forças magnéticas e astrais. Essas forças são
imanentes as correntes fluídicas que percorrem o espaço. Todos os espíritos
que se encontram no campo de ação dessas forças são trazidos por ela,
inclusive, espíritos sofredores (quiumbas), para serem doutrinados e
esclarecidos da sua própria condição atual.

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Na Umbanda é realmente onde se encontra a doutrina que trata do


aperfeiçoamento dos espíritos de qualquer classe ou ordem, encarnados ou
desencarnados, de suas comunicações com o mundo corpóreo e, de um modo
mais objetivo que qualquer outra, da solução dos problemas que assoberbam a
humanidade.
Quanto ao espiritismo, especialmente no que se relaciona com a
Umbanda, transcrevemos a mensagem recebida pelo Caboclo Tupi, no Centro
Espírita Caminheiros da Verdade: “A humanidade precisa da Umbanda para
redimir suas faltas, dada a sua pobreza de espírito”.
Note bem: “Pobreza de espírito”, para o Caboclo Tupi, como bem se
compreende, é “estupidez, atraso, mesquinhez, etc., e não “humildade”.

Do Livro: Universidade de Umbanda de Edyr Rosa Guimarães e Almir S. M. de


Lima

Que tipo de Umbanda é praticada nesta Casa?

Só existe uma Umbanda, tendo sido criada no Brasil. A Umbanda é


indivisível. Mas não podemos desconsiderar que “criaram” várias
denominações para a Umbanda... Esotérica, Branca, Omolocô... Etc. Não vou
entrar no mérito desta discussão. Nós praticamos a UMBANDA aqui na nossa
Casa e ponto final.

Comentários:
A nossa religião deve ser tratada com carinho, amor, seriedade e
estudo, sobretudo com renovação de caráter, para que a mesma possa
espelhar a grandeza de sua doutrina. “Umbanda é coisa séria, para gente
séria”.

O que é a Umbanda na sua prática e como se originou?

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É uma religião de doutrina espiritualista e espírita. Originou-se dos cultos


Afros e Ameríndios no Brasil, tendo a sua crença no Cristianismo, recebendo,
contudo, influências do Catolicismo, do Espiritismo (Kardecista) e do
Candomblé, confirmando assim a fusão das três raças, a branca, a negra e a
ameríndia.

Comentários:
A nossa Umbanda é Divina. Divina, porque para ela só foram
aproveitadas influências boas das outras religiões (raças), jogando fora o que
não era bom. Desse lado bom, a Umbanda reuniu, herdou e recebeu:
⮚ Os Caboclos e Pretos-Velhos, seus legítimos representantes, auxiliados
pelos queridos “Compadres” (Exus) e pelos espíritos extraordinários da
vibração infantil de Orixá, a falange das crianças.
⮚ A influência africana desempenhou papel relevante na formação da
Umbanda, da qual se constituiu um dos principais alicerces, dando-lhe,
como contribuição primordial os nossos Orixás.
⮚ Assimilou o espiritismo científico Kardecista.

Do Livro: Universidade de Umbanda de Edyr Rosa Guimarães e Almir S. M. de


Lima

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Umbanda Sem Mistérios


Por Iassan Ayporê Pery

Temos observado dentro de nossa prática de Umbanda, e nessa prática


lá se vão mais de 30 anos, que as pessoas que buscam a Umbanda o fazem,
em sua maioria para resolverem problemas de ordem material exigindo um
resultado imediato, que quando não encontram, creditam ao terreiro ou ao
dirigente, quando não a própria Umbanda, o motivo do seu fracasso.
Por que isto acontece? Acreditamos que a culpa disto seja dos próprios
umbandistas, que não esclarecem que a Umbanda não é para “resolver”
problemas, mas sim que é uma religião digna e nobre como qualquer outra.
Por outro lado, por lidar com elementos e uma variedade enorme de
espíritos, tem possibilidade de penetração nos mais variados estágios de
evolução do astral, conseqüentemente, havendo merecimento e empenho
muitos problemas acabam tendo realmente solução rápida. Mas isto não se
aplica a todos, mas somente aos que merecem e fazem por merecer. E quem
determina isto? O Pai Maior... Zambi.
Sabemos ser muito mais fácil acreditar em fórmulas mágicas quando
estamos desesperados, com alguém gravemente doente em nossa família,
desempregados, etc, entretanto, não podemos nos deixar seduzir pelas falsas
promessas de falsos umbandistas, que chegam ao cúmulo de se
auto-intitularem “Pais no Santo” ou “Mães no Santo”.
Não meu irmão! Desconfie. Não existe mistério nisto. E o raciocínio é
simples. Por que Deus daria, a uma pessoa, que geralmente cobra por seus
serviços, o poder de curar o seu parente, ou de lhe arrumar um excelente
emprego? Pare e pense. Isso tem lógica? Isso tem a ver com Deus?
Certamente não. São charlatões, pessoas desonestas, que fingem, que vivem
da desgraça alheia. E que denigrem o nome da Umbanda e dos seus
seguidores.
Qual o mistério da Umbanda? Amor e Caridade. Pura e simplesmente. A
ritualística que cada terreiro de Umbanda, serve como um leque de

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possibilidades para os diversos anseios de culto de cada um, entretanto o que


deve ser a preocupação de quem busca uma Casa de Umbanda é se ela é
séria, não cobra consultas, trabalhos, nem nada, se faz algum tipo de trabalho
social, e se tem como objetivo principal a Caridade e o Amor incondicional ao
próximo.
Isto é a Umbanda! Simplesmente Umbanda!

Credo Umbandista

Creio em Deus, Onipotente e Supremo; Creio nos Orixás e nos Espíritos


Divinos que nos trouxeram para a Vida por Vontade de Deus. Creio nas
Falanges Espirituais, orientando os homens na vida terrena; Creio na
reencarnação das almas e na Justiça divina, segundo a Lei do Retorno; Creio
na comunicação dos Guias Espirituais, encaminhando-nos para a Caridade e a
prática do Bem; Creio na invocação, na Prece e na Oferenda, como atos de fé
e Creio na Umbanda, como religião redentora, capaz de nos levar pelo
caminho da evolução até o nosso Pai Oxalá.

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Apontamentos

Seqüência de Banhos

Esta seqüência de banhos visa auxiliar o médium a equilibrar-se com as


forças da natureza, através da meditação, mentalização e harmonização
interior.
Lembrando sempre que banhos, oferendas, velas, trabalhos, ou
quaisquer outros recursos utilizados objetivando a harmonização são inúteis se
o médium não buscar isto verdadeiramente em seu coração e tiver conduta de
vida caritativa e generosa diante de si mesmo e do próximo.
Mantenha sempre a sua vela de anjo da guarda firmada e tenha uma
vida recheada de bons pensamentos e atitudes e nenhum malefício o atingirá.
Seja umbandista dentro e fora do terreiro.
Observação importantíssima: A Seqüência de Banhos é um preceito1,
portanto enquanto estiver fazendo não ingira bebida alcoólica e não faça sexo.
Que Oxalá o Abençoe!

Segunda-feira:
Orixá regente do dia: Oxum. Orixá de equilíbrio: Oxoce.
Erva da Oxum: Erva de Santa Maria ou Colônia (erva).
Erva de Oxoce: Arruda ou Guiné.
Terça-feira:
Orixá regente do dia: Ogum. Orixá de equilíbrio: Iemanjá.
Erva de Ogum: Espada de São Jorge.
Erva de Iemanjá: Colônia (erva) ou sal grosso.
Quarta-feira:
Orixás regentes do dia: Iansã e Xangô. Par de equilíbrio.
Erva de Iansã: Espada de Santa Bárbara.

1
Preceito s.m. 1. aquilo que se recomenda praticar; regra, norma (preceito moral) 2. aquilo que se
ensina; lição, doutrina 3. determinação, ordem, prescrição 4. palavra ou sentença curta que resume um
ideal, um objetivo; lema; divisa.

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Erva de Xangô: Para-raio ou Guiné.


Quinta-feira:
Orixá regente do dia: Oxoce. Orixá de equilíbrio: Oxum.
Idem segunda-feira.
Sexta-feira:
Orixá regente do dia: Iemanjá. Orixá de equilíbrio: Ogum.
Idem terça-feira.
Sábado:
Orixá regente do dia: Omulu. Sem par de equilíbrio.
Erva de Omulu: Cedro, cedrinho, barba de velho, canela de velho.
(Nunca misture o cedro ou cedrinho com qualquer outra erva e nem use
perfume, desodorante perfumado ou sabonete perfumado. Dê preferência para
desodorantes sem perfume e sabonetes neutros quando usar qualquer uma
das ervas de Omulu).
Domingo:
Oxalá. (não precisa tomar banho de erva)

Modo de preparo:
Colocar água para ferver, quando entrar em ebulição apague o fogo e
coloque as ervas. Tampe e deixe esfriar até alcançar uma temperatura
agradável para o banho, se houver necessidade pode misturar com água do
chuveiro, para esfriar mais rápido.
Acenda uma vela comum e branca para o Orixá Regente do dia e faça
os seus pedidos de harmonização e dentro da especialidade de cada Orixá.
Separe as ervas e jogue fora, embrulhadas num jornal. Não jogue as
ervas no corpo.
Tome um banho normal, com sabonete e shampoo e depois jogue do
pescoço para baixo o banho de erva.

Observação 1:

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A segunda-feira é também o dia das Almas que vibram em segundo


plano com Oxum, portanto antes de acender a vela para Oxum e tomar o seu
banho de ervas, acenda uma vela para as Almas do lado de fora de casa. Caso
more em apartamento, acenda numa Igreja. Isto objetiva lhe proporcionar maior
tranqüilidade enquanto não estiver com sua banda toda firmada, pois a
vibração das Almas pode gerar um estado de angústia ou melancolia em você.
Pode, por exemplo, acender a vela para as Almas indo para o trabalho e
quando chegar a noite tomar o seu banho e acender a sua vela para Oxum.

Observação 2: Você pode começar por qualquer dia da semana.

Observação 3: Faça esta seqüência sempre que sentir necessidade.


Preferencialmente uma vez por mês. Pode também tomar banho de erva
independentemente da seqüência. Exemplo: Hoje é dia quarta-feira, e gostaria
de tomar um banho de erva, posso? É claro. Tome o banho de Xangô e Iansã.

Quanto aos banhos e ervas de defumações utilizadas pelos


umbandistas, haverá algum fundamento científico nisso tudo?

Fundamento há, embora nem sempre as pessoas que se beneficiam


desses recursos o saibam. Tomemos como exemplo os chamados banhos de
descarrego, tão receitados por pretos velhos e caboclos. Sabe-se muito bem
do poder das ervas, de seu magnetismo próprio. Quando são utilizadas
adequadamente, podem operar verdadeiros prodígios, gerando equilíbrio e
harmonia. As plantas guardam nesse estado de evolução, muita energia, muita
vitalidade, e os raios absorvidos do sol no processo de fotossíntese formam
uma aura particular em cada família do reino vegetal, o que se associam ao
próprio quimismo da planta. Quando colocadas em infusão, transmitem à água
todo o seu potencial energizante, curador, reconstituinte. É o que se passa com
os florais usados atualmente. Quando o adepto toma o banho com a mistura de
ervas, todo o magnetismo que está ali associado provoca, em alguns casos,

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um choque energético ou uma reconstituição das camadas mais externas de


sua aura. Na verdade, isso não tem nenhuma relação com o misticismo; é
científico. Sob a influência abençoada das ervas, muitos benefícios têm sido
alcançados por inúmeras pessoas.
Irmãos nossos de outras confissões religiosas, mesmo os espíritas,
julgam que tais providências são um absurdo e recusam qualquer receituário
que venha com tais indicações. Estão até indo contra os métodos empregados
pelo mestre Allan Kardec, pois se recusam a pesquisar, questionar, certificar-se
cientificamente dos efeitos benéficos desses recursos da natureza. A própria
essência do Espiritismo é a pesquisa, a comprovação dos fatos. Mas
recusam-se a pesquisar, a comprovar, e muitos reputam como misticismo
algumas práticas. Felizmente, na atualidade, muitos cientistas têm levado a sua
contribuição com a descoberta dos florais, que obedecem ao mesmo princípio
terapêutico dos nossos chás e banhos de ervas.
No caso das defumações empregadas na Umbanda, o princípio é o
mesmo, mas em lugar de empregar as ervas em infusão, elas são queimadas.
Na queima, suas propriedades terapêuticas são transferidas ou utilizadas de
forma energeticamente pura, ou seja, o fogo, a combustão, transforma a
matéria em energia; isso é uma lei da física, e quando determinada erva é
queimada, sua parte astral ou etérea passa a concentrar, além de seu potencial
próprio, o potencial da parte física, que é transformado no momento da
combustão. Os produtos obtidos, aliados aos fluidos dos espíritos que sabem
manipular tais recursos, são de eficácia comprovada em casos de
parasitismos, simbioses e larvas astrais, que são literalmente “arrancadas” de
seus hospedeiros encarnados. Isso ocorre pela ação conjunta dos fluidos
liberados na ocasião da queima das ervas, nas defumações. Mesmo que
alguns ou muitos não aceitem tais recursos, não significa que não sejam
eficazes. Basta que sejam feitas observações, com métodos científicos, e tudo
será comprovado. Neste caso, também não se trata de misticismo, mas de
puro conhecimento de certas propriedades dos elementos vegetal, mineral ou
animal, a serviço do bem aos semelhantes.

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Quais os sintomas físicos mais comuns de mediunidade?

Algumas pessoas apresentam com mais ou menos intensidade alguns


ou quase todos esses sintomas. Sudorese excessiva nas mãos, mãos
extremamente frias, zumbido no ouvido, uma sensação de angústia ou tristeza
inexplicada, dor de cabeça, irritabilidade inexplicada, cansaço injustificado,
dormências em determinadas partes do corpo.
Tudo isso se deve ao acúmulo de energia, que por a pessoa não
desenvolver sua mediunidade, fica acumulada no físico. Passes e banhos,
costumam dar certo alívio, mas ele é temporário.
Devemos ter muito cuidado ao dizer a alguém que ele é médium e que
tem que trabalhar. Normalmente quando me chega este tipo de sintomatologia,
não faço “drama” nem estardalhaço. Digo apenas que são sintomas de
mediunidade. Caso a pessoa pergunte como resolver, aí dou toda a explicação.
Devemos levar em consideração alguns fatores, e o primeiro deles é a idade da
pessoa.
Lembre-se tudo explicado e esclarecido facilita a compreensão da
pessoa que normalmente acha que “aquilo” que sente é exclusivo dela.
Quando percebe que ela não é nenhum ser do outro mundo, ou que não se
trata de “doença grave”, alguns se frustram pois queriam destaque (muitos dos
sintomas levam pessoas desequilibradas a um estado quase histérico), outras
pessoas se assustam e temem a responsabilidade. Então... muita calma nessa
hora.

Constituições

A UMBANDA é constituída basicamente de uma Trindade e de um


Quaternário, que gerou e gera continuamente o fluxo SETENÁRIO (ou seja, os
7 Orixás básicos de Umbanda).

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TRINDADE: em todas as religiões ou em grande número delas, se cultua a


Trindade.
Exemplos: Religião católica romana: Pai, Filho e Espírito Santo.
Na Índia, em determinados setores, diz-se: Brahma, Vichnú e Siva.

Na UMBANDA diz-se: OBATALÁ, OXALÁ e IFÁ

OBATALÁ – ZAMBI - OLORUM – TUPÃ: Denominações dadas a Deus.


Não confundir OBATALÁ com OUBATALÁ, que é ídolo hermafrodita,
adorado pelos sudaneses. Obatalá também quer dizer CÉU (para os
Yorubás).

OXALÁ: Segunda vibração da vida, oriunda do Grande Princípio. Símile


de Jesus.

IFÁ: Terceira pessoa da Trindade ou terceira vibração oriunda do Grande


Princípio. Também chamado o Deus da Adivinhação. Como há também
quem evoque IFÁ como Deusa Protetora do Parto. Na região Norte da
África, há mais de uma congregação de Sacerdotes de IFÁ (os
adivinhos). Como se vê, a denominação IFÁ é muito variada.

Na UMBANDA, de um modo geral, os Caboclos, chamam Deus de


TUPÃ. Os negros de Zambi e os mais africanistas é que usam denominá-lo
OBATALÁ.

Curiosidade: Quando na Índia diz-se Brahma – referem-se a Deus


Criador, Vichnú – referem-se a Deus Conservador e Siva – referem-se a Deus
Transformador.

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QUATERNÁRIO: são os elementos. Quatro valores básicos do princípio da


vida.

Elementais: são os fluidos ou valores psíquicos integrantes dos


elementos.

ELEMENTOS ELEMENTAIS
Terra Gnomos
Fogo Salamandras
Ar Silfos ou Sílfides
Água Ondinas

Texto retirado das Apostilas do C. E. Irmã Pêpa.

Em apostila futura estaremos apresentando a relação existente entre os


elementos e elementais e os Orixás da Umbanda.

******

ORIXÁS INTEGRANTES DO SETENÁRIO – SIMILITUDES

OMULU: Similitude de São Lázaro. Dia de Força: Sábado, em segundo fluxo


com as Almas, na segunda-feira. Hora forte de Descarga: Crepúsculo. Hora
Forte na Conquista: Alvorada. Cores: Preto e Branco em porções iguais.
Comemorado dia 17 de dezembro.

XANGÔ: Similitude de São Jerônimo. Dia de Força: Quarta-feira. Hora Forte:


Treze horas. Cores: Cinza, marrom ou roxo, qualquer uma acompanhada de
branco. Comemorado dia 30 de setembro.

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OGUM: Similitude de São Jorge. Dia de Força: terça-feira. Hora forte: Meio-dia.
Cores: Vermelho e Branco. Comemorado dia 23 de abril.

OXOCE: Similitude de São Sebastião. Dia de Força: quinta-feira. Hora forte:


Sete horas. Cores: verde em todos os tons e branco. Comemorado dia 20 de
janeiro.

IEMANJÁ: similitude de N. Senhora da Glória. Dia de força: sexta-feira. Hora


forte: seis horas. Cor: azul celeste, branco transparente, aceita-se ainda,
pérola. Comemorado dia 15 de agosto.

OXUM: Similitude de N. Senhora da Conceição. Dia de força: segunda-feira.


Hora forte: Dezoito horas. Cor: azul claro e branco. Comemorado dia 8 de
dezembro.

IANSÃ: Similitude de Santa Bárbara. Dia de força: quarta-feira. Hora forte:


dezesseis horas. Cores: amarelo ouro e branco. Comemorado dia 4 de
dezembro.

Obs. Os dias da semana tem origem no calendário de algumas línguas latinas,


através da similitude feita entre os Orixás e os deuses da mitologia romana.

Já é tempo de nós umbandistas nos libertamos dessas denominações


de santos romanos. Fiz apenas a apresentação para que se torne mais fácil
aos novos umbandistas as associações. Mas vamos sempre falar em Omulu e
não em São Lázaro, por exemplo.

SAUDAÇÕES DOS ORIXÁS

Cada orixá de Umbanda tem sua saudação.

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Omulu – Atotô!

Xangô – Kaô Kabecile!

Oxoce – Okê Bamba O’clima! ou Okê Caboclo!

Ogum – Patacori Ogum nhê! ou Ogum nhê!

Iemanjá – Opeiaba! Odoiá! ou Odociaba!

Iansã - Eparrei! Ou Eparrei Oiá!

Oxum – Aiêiêu! ou Oraieieu! Sendo para Oxum Diapandá, as mesmas


saudações usadas para Iemanjá.

Apesar de não ser Orixá, EXU, tem sua própria saudação, Laroyê Exu ê.

Curiosidades:
Nas nações africanas são usadas saudações para Oxalá (Epa Babá ou Xeuetá
Babá).
Outras saudações: Nanã - Saluba Nanã, Oxum Marê - Arropopô.

OUTROS ORIXÁS INTEGRANTES DO SISTEMA EM FUNÇÃO AUXILIAR

Oxum Marê: similitude de N. S. Aparecida. Cores: Azul marinho e branco. Vibra


às dezessete horas. Trabalho em conjunção da água do rio com a água do mar.
Pode, portanto usar as horas fortes de Oxum e Iemanjá. Comemorado no dia
12 de outubro.

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Oxum Diapandá: Similitude de N. S. da Penha. Cor: verde água. Orixá da


superfície do alto-mar. Vibra em harmonia absoluta com Iemanjá. Pode-se usar
as horas fortes de Oxum e Iemanjá e também o dia.

Ogum Rompe-Mato: Similitude de Santo Expedito. Cores: Vermelha, verde e


Branca. Trabalha em harmonia com Oxoce. Comemorado no dia 19 de abril.
Pode-se usar as horas fortes de Oxoce ou Ogum.

Ogum de Lei: Similitude de São Miguel. Muito afeito às almas. Harmônico com
Omulu, Oxum e Ogum Iara. Cruzamento vibratório com Xangô. Horas tardias.
Cor de vinho.

Ogum Beira-mar: Orixá do litoral. Harmônico com Iansã e Iemanjá. Cor: coral.
Horas fortes de Ogum.

Ogum Iara: Cruzamento vibratório com Oxum. Cores: vermelha, azul e branco.
Horas fortes de Ogum.

Ogum Matinada ou Matinata: Grande parlamentar de Exu. Opera nas


madrugadas. Aliado de Ogum Iara. Presença cada vez mais rara nos terreiros,
parece estar sendo “absorvido” pela vibração de Ogum Iara.

Ibeje: Similitude de Cosme e Damião. Cor: rosa. Hora forte: quatorze horas.
Comemorado em 27 de setembro.

Obaluaê: similitude de São Roque. Segunda vibração de Omulu, com parte de


seus valores. Desdobramento de Omulu, conhecido como Omulu novo, ou
vibração jovem de Omulu. As mesmas cores de Omulu e comemorado no dia
16 de agosto.

Iemanjá da Guia: Similitude de N. Senhora Auxiliadora. Cor azul.

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Iemanjá da Coroa: Similitude de Santa Rita de Cássia. Cores azul e branco


transparente.

Ogin: Similitude de Santo Antônio vibra com Ogum ou Xangô, recebendo o


nome neste caso de Xangô Abomi.

Nanã: Similitude com N. S. Sant’Anna. Orixá soberano das águas. Fora do


sistema quanto a comando (regência de coroa) e presente quanto à grandeza
específica.

A Corrente De Tibiriçá
Por Iassan Ayporê Pery

A Corrente de Tibiriçá é uma corrente de desobsessão e cura que atua


no Centro Espiritualista Caboclo Pery.
Comandada pelo Caboclo Tibiriçá agregou e agrega uma infinidade de
entidades, ligadas a todos os Orixás de Umbanda, que trabalham
especificamente com doutrina, desobsessão e cura em nível de terreiro e
médio astral.
Este tipo de Corrente existe em todos os terreiros de Umbanda e no
nosso recebeu este nome.
Vinte e quatro horas antes do início da sessão, ela já se encontra
preparada para a absorção de novos trabalhos e devidamente firmada no
nosso terreiro.
A orientação básica estabelecida pelo mentor de nossa Casa (Caboclo
Pery) com relação à condução deste trabalho, é a de que a doutrina seja feita
sem estardalhaço, sem humilhação dos irmãos obsessores e obsessos e que
se evite, ao limite máximo, o uso de recursos violentos (“bater”, por exemplo).

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Todo trabalho de doutrina deve ser baseado em exemplos em níveis que o


obsessor possa compreender.
Fundamental é que lembremos que “ser obsessor” não significa em
absoluto ser desprovido de inteligência ou ignorante, muito pelo contrário.
Encontramos, invariavelmente, espíritos da mais alta inteligência a serviço das
forças trevosas, portanto todo cuidado é pouco ao lidarmos com eles.
Geralmente para muitos é difícil (quase impossível) pronunciar o nome
de Deus. Repetir o nome de Deus (não da boca pra fora), mas realmente
invocando, costuma “incomodá-los” bastante.

Funcionamento da Corrente de Tibiriçá (aos olhos da terra)

● O diretor dos trabalhos convida determinados médiuns para fazerem


o trabalho de atração, que deverão se sentar nas posições por ele
determinadas.
● Determina dois médiuns que farão o trabalho de sustentação
(cabeceiras da mesa)
● Depois convida os médiuns de irão participar dos trabalhos de
desagregação de miasmas e vestimentas astrais.
● Estabelece os médiuns que junto com ele farão o trabalho de
doutrinação dos obsessores.
● Abertura dos trabalhos.
● Chamada dos Anjos da Guarda
● Início da leitura dos nomes e endereços das pessoas a serem
socorridas pela corrente.
O trabalho de desagregação2 é de suma importância, pois visa
“desarmar e desnudar” o obsessor de suas armas e vestes astrais, que lhes
dão segurança.

2
Desagregar - 1. Separar(-se) em partes; decompor(-se) em suas partes constitutivas;
fragmentar(-se), dividir-(se); 2. arrancar das raízes; desarraigar (alguém de seu meio); 3. causar ou
sofrer dissolução, desorganização, deterioração; 4. PSICOP desestruturar(-se) [o psiquismo];
fragmentar(-se), desorganizar(-se), desestabilizar(-se).

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Quando se vêem despidos delas, muitos se atordoam, pois forjaram ali


todas as suas forças, armas e certezas de sucesso na empreitada maléfica.
Muitos se revoltam, outros se aliviam, outros se perdem, outros se
desesperam.
Importante notar é que a primeira desagregação sempre é feita com o
Orixá Omulu, que na atuação de seus enviados, tira e joga imediatamente para
a terra todos os miasmas. Em alguns casos é necessária uma segunda
vibração de Omulu, devendo-se usar outro médium nesta hora. Isto objetiva
não cansar o médium e confundir o obsessor que estará esperando o mesmo
tipo de vibração e se confundirá com outro enviado, facilitando assim o
trabalho.
Nesta hora começa a doutrinação. É fundamental que o médium
doutrinador procure perceber as diferenças do que está acontecendo com o
irmão obsessor, pois muitos fingem também, como dissemos, eles não são
desprovidos de inteligência e alguns são bastante ardilosos.
Ousando categorizar os obsessores que afluem nesses trabalhos,
temos:

● Sofredores. Geralmente vem chorando, se dizem perdidos, no


escuro, sentem dores diversas (tal qual tivessem ainda corpos),
se dizem presos ou invocados por alguém encarnado.
Normalmente aceitam bem a doutrinação, e quando é feita a
desagregação, as dores são amenizadas. Normalmente a
segunda vibração deve ser de Oxum, visando dar ao irmão
sofredor equilíbrio emocional, e inspirar sentimentos de amor e
alívio.
Após a certificação de que o irmão esteja bem, devemos
orientá-lo a acompanhar um membro da corrente, para o
tratamento e orientação necessários ao seu caso. E nunca
esquecer de dize ao final... Graças a Deus.

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● Recém-desencarnados. São uma subespécie do tipo anterior, só


que estão a menos tempo desencarnados e muitas vezes têm
dificuldade de se expressarem verbalmente. Em termos de
chamada para desagregação a ordem deve ser a mesma do
anterior, mas a carga de oração deve ser mais forte.
● Inteligências. Estes exigirão de nós mais energia, mas sem
esquecer a compreensão. Alguns se dizem mandados, que
ganharam muito, que o que temos pra eles é muito pouco, que
estão satisfeitos onde estão, ou ainda que foram chamados ou
invocados pela própria pessoa que estão obsedando.
Geralmente, a primeira desagregação deve ser seguida por outra,
desta vez com Iemanjá.
A argumentação deve ser firme e mostrar a ele, ele mesmo, ou
seja, como ele ficou sem nada quando as suas armas e
vestimentas foram tiradas, mas sem humilhação também.
Exemplo: “Veja, meu irmão, como tudo que lhe foi dado está feio,
apodrecido, sem função alguma. Tudo não passou de uma ilusão.
Iludiram você. Mas o que esta corrente tem para lhe oferecer vem
do Criador de Todas as Coisas, vem de Deus. Por isso em nome
dos mensageiros e falangeiros da Corrente desta Casa, eu sugiro
que abra os seus olhos e veja tudo que você pode ser e ganhar e
para isso basta que se afaste das companhias que estava, diga
eu aceito e siga os irmãos desta corrente”.
Caso ele insista, invoca-se o guia ou protetor do médium que está
fazendo a atração para que converse com ele, incorporado no
médium. Dê um tempo. E se mesmo após as argumentações
daquele que é o protetor do aparelho que o obsessor está
usando, não ceder é que entregamos novamente a Corrente para
que ela dê o tratamento em nível de médio astral e
conseqüentemente o encaminhamento.

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Caso ele desacate e diga que permanecerá no lugar onde está,


ou se perceba que vai ficar sem controle, passa-se para o
dirigente dos trabalhos para que, sob as ordens do diretor astral
tome as medidas cabíveis.
● Inteligência Chefe. São os do exemplo anterior, mas que têm
outros obsessores inteligentes sob seu comando ou submissão.
São mais difíceis de se apresentarem e quando o fazem devem
ser cuidados pelo próprio diretor dos trabalhos.

Após a doutrinação e do obsessor haver destacado deve haver a


incorporação da entidade guia ou protetor do médium, para reequilibrá-lo e
energizá-lo.
Importante também é lembrar que a espiritualidade superior sempre nos
ampara quando nossas intenções de fazer o bem ao próximo são nossa meta e
objetivo, portanto não há o que se temer, mas o que se cuidar. Os seus
sentimentos ao se dirigir para um trabalho destes são mais fundamentais do
que qualquer banho de descarrego que tome. “Orai e Vigiai”. Atitudes e
pensamentos elevados, uma vida regrada e sóbria, são fatores primordiais para
nos tornarmos bons auxiliares do Alto na empreitada da luta contra o mal.
Como combater o mal se o temos dentro de nós? Urge, portanto uma reforma
íntima de valores e de vida, com a compreensão exata do seu papel na
Umbanda.
Não pense também em querer resolver tudo sozinho, busque o amparo e
a inspiração do Alto. Não tente “enfrentar” a inteligência trevosa apenas com
argumentos, mesmo que sólidos, mas invoque a proteção de seu Anjo
Guardião e de seus guia e protetor. Sintonize-se com a corrente. Não discuta,
argumente. Não desafie, oriente.

Funcionamento da Corrente de Tibiriçá em nível Astral

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Como dito anteriormente, a preparação destes trabalhos se dá vinte e


quatro horas antes do início dos trabalhos na terra. É como se toda corrente já
estivesse de prontidão para o atendimento dos pedidos que serão realizados
no dia seguinte. Importante observar que após o término dos trabalhos os
pedidos permanecem “em aberto” e a corrente continuará trabalhando
astralmente, ou seja, sem o concurso direto de médium.
Quando os trabalhos se iniciam, os médiuns sentam a mesa e tudo
começa a ser preparado em nível de terra, e começa a leitura dos pedidos, os
caboclos e falangeiros da corrente, partem para os lugares mentalizados,
buscam e trazem os irmãos que deverão ser orientados pela corrente, isso
acontece com a velocidade do pensamento.
Grande parte deste trabalho é feita em nível de médio astral, ou seja,
sem incorporação, pelos doutrinadores astrais do terreiro. Somente
incorporarão os que mais necessitarem ou que tiverem condições para tal.
Enquanto invocamos e doutrinamos são criados campos de energias
protetores e isoladores, portanto sem chance de que algum “fuja” e exatamente
por isso é que afirmamos que qualquer manifestação na assistência ou corpo
mediúnico durante e após a realização deste trabalho será tratada como
animismo ou mistificação.
Também sabemos que se realmente ocorrer por parte da assistência
alguma manifestação verdadeira, a culpa disto é da própria pessoa que
invocou e atraiu, abriu campo para esta manifestação, ou reteve. Mas mesmo
nessa hora não devemos julgar, mas auxiliar e resolver.
A grande vantagem de informamos isto, está em mexermos com a
auto-estima da pessoa que ficará envergonhada de estar dando guarida para
obsessor após um trabalho de desobsessão bem feito.
Enfim, enquanto doutrinamos na “terra”, outros fazem o mesmo trabalho
no astral e este trabalho representa 80% da sessão.
Existem variações de métodos e nomes de terreiro para terreiro, mas a
dinâmica é sempre a mesma.
*******

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Os Perigos da Mediunidade
Por João Coutinho

Na Grécia Antiga, filósofos de diversas escolas se reuniam para debater


sobre vários temas de grande interesse a pluralidade dos mundos. Um dos
mais famosos debates é o Debate de Delfos, onde Aristóteles com seus
discípulos Popicas, Joboxus e outros membros do Liceu do templo de Apolo e
filósofos de toda a Grécia, Éfeso, no oeste, a Siracusa do atual sul da Itália se
encontravam diante do oráculo.
Filósofos da escola pitágorica iam debater com aqueles da escola
atomista e com Platão e seus discípulos, para deleite de seus presentes. Todas
essas vozes fluiriam da mesma fonte, o incrível oráculo, o único capaz de
entrar e sair livremente do mundo dos espíritos através dos poderes de Tália
que recriariam duzentos anos de sabedoria.
No altar qual o oráculo oficiaria a cerimônia, estátuas de deuses
adornavam o centro, coberto de frutas e flores e a belíssima Tália com seus
cabelos pretos como ébano, e a pele, de um branco quase transparente,
parecia ser feita de matéria diferente dos restos dos mortais. De seu pescoço
pendia um enorme rubi que brilhava sobre túnica branca, supostamente a
chave para outro mundo.
Sentada sobre a pedra de Aegospotami (A pedra de Aegospotami, que
caiu dos céus há cerca de 113 anos (467 a.c)), Tália diante da platéia, trazia a
face transformada, e em seus olhos brilhava uma luz que não tinha nada de
humano. Ela não era a mais bela Tália, mas o sucessor de Tales, Anaximandro,
que viveu cerca há de duzentos anos (550 a.c)
Depois de debaterem sobre o que Anaximandro dizia Tália voltava a
pedra, e novamente recebia um outro filosofo da antiguidade, entre eles
Anaxoras de Clazômenas, Demócrito o grande filosofo atomista, Platão,
Sócrates etc.

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Hoje, através do espiritismo também temos o deleite de estarmos


presentes com entidades que com suas sabedorias, vem até nós pelos
chamados médiuns para ensinar e mostrar-nos que existe vida após a morte.
Seja no chamado Kardecismo, crença baseada na milenar doutrina hinduísta
da transmigração das almas, e que se apóia em dois pilares básicos: a
concepção hinduísta do Karma e a possibilidade concreta de comunicação com
os mortos. O Kardecismo também é conhecido como "espiritismo de mesa
branca", ou mesmo “alto espiritismo”.
Também temos o Candomblé que é uma religião mágica e ritual, o que
se busca a interferência concreta do sobrenatural “neste mundo” presente,
mediante a manipulação de forças sagradas, a invocação das potências divinas
e os sacrifícios oferecidos às diferentes divindades, os chamados orixás.
E a Umbanda, “Aquele que caminha no meio”, tem suas origens negras,
porém a Umbanda pode ser chamada de religião brasileira por excelência e
pelo fato de ser uma resultante de um encontro histórico único, que só se deu
no Brasil: o encontro cultural de diversas crenças e tradições religiosas
africanas com formas populares de catolicismo, mais o sincretismo
hindu-cristão trazido pelo espiritismo kardecista de origem européia. Entre ser
uma religião ética, preocupada com a regulamentação moral da conduta
(Kardec), e ser uma religião estritamente ritual, voltada para a manipulação
mágica do mundo (Candomblé), a Umbanda escolheu o caminho do meio.
Diante destas ramificações do espiritismo (aqui eu diria espiritualismo –
Iassan), dificilmente no meio mágico, não se conhece alguém que não tenha
conhecido ou vivenciado e até continua seguindo uma destas religiões. O
magnífico mundo da mediunidade reflete o fato de que não estamos sozinhos e
de que alguma forma alguém se preocupa conosco, guiando-nos com seus
mestres espirituais e ajudando no caminho da evolução espiritual, mesmo na
vida carnal como depois da morte.
Mas nem tudo é um mar de rosas, o médium deve estar bem preparado
quanto aos perigos que o espreitam ao se embrenhar no mundo dos espíritos.
Infelizmente pessoas atraídas pelo fascínio da espiritualidade acabam se

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tornando alvos de seres maléficos que se aproveitam da ignorância para


vampirizar ou usá-los como objeto de seus desejos profanos.
Além disso, há o animismo mediúnico que aflora como uma doença no
meio mediúnico. Com a incorporação de si mesmo, sem ao menos se dar conta
disso ou estar em apenas na chamada barra–vento, pode-se transmitir as
pessoas desconfianças que geram intrigas e discórdias. Quando se conhece
o seu estado de letargia mediúnica e insiste nisso acaba gerando o
charlatanismo intencional ou não.
Para se ter uma idéia dos perigos é necessário ter a consciência que há
coisas que são apenas compreendidas na luz e é apenas na luz que elas
devem ser compreendidas, assim elas são totalmente incompreensíveis nas
trevas, assim como há coisas nas trevas que somente podem ser
compreendidas nas trevas e são incompreensíveis na luz.
Por esse motivo na tentativa de se praticar a caridade, ao achar que esta
fazendo o bem para alguém se pode estar na verdade fazendo o mal para si
próprio ou para este alguém. É como benzer uma criança com desequilíbrio
energético e por ignorância e despreparo transmitir a ela um pouco de sua
energia interior sendo alvo da prática do vampirismo incondicional.
A diferença de um médium que conhece a magia e é preparado é
que ao enveredar no mundo dos espíritos procura-se conhecer,
experimentar e descobrir usando conhecimentos literalmente aprendidos
dentro de seu ritual por um mestre ou zelador de santo confiável. As
armadilhas são intensas, ao tentar fazer o bem para uma pessoa pode-se
ganhar muitos inimigos, adquirir Karma, etc.
Mas não é por isso que o médium deve desistir de sua sina, deve-se
aprender, estudar, saber o porque das coisas, jamais deve se garantir
apenas na intuição, pois a partir do momento que está sendo guiado e
ensinado não há apenas intuição, mas também percepção. É de grande
relevância saber se os espíritos que traz consigo não são espíritos
enganadores que com seu fascínio e postura de espíritos de luz trazem a sua

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destruição. Desconfie sempre quando mesmo seguindo corretamente a


doutrina, sua vida não vai bem, acontece de tudo como polêmicas e intrigas.
Lembre-se ninguém aprende apenas pela dor ou pelo amor, existe uma
interação entre ambas nas suas diferentes variáveis. Por isso quem sofre ama
e quem ama sofre. Dentro deste pressuposto o médium deve desconfiar se
está freqüentado o lugar e fazendo as coisas certas, é necessário conhecer os
princípios, os rituais e o porque das coisas, se viver no mundo do eu acho, vive
então na ignorância dos seus erros e certamente será alvo de alguém ou algo
que o espreita para derrubá-lo.
Os perigos não estão apenas nos espíritos enganadores, larvas e
senhores do baixo astral. Os perigos podem estar com o próprio médium. Sua
ignorância é uma delas. O fato de não poder enxergar com os olhos comuns
leva-o a imaginação e a fantasias. Desta maneira inventam e misturam
conceitos, sem ao menos perceberem, acabam achando que podem tudo,
inclusive incorporar com Jesus Cristo.
A mediunidade é algo incrível, deve-se ter a consciência de sua
importância, inclusive no meio científico. Hoje colegas biólogos físicos e
químicos, espíritas e não espíritas estudam o fenômeno mediúnico com grande
interesse e alertam a comunidade espírita dos perigos que envolvem ao usar a
mediunidade como ferramenta de seu próprio interesse e argumentam que os
maiores perigos que o médium pode enfrentar é ele mesmo e sua própria
ignorância e de seu despreparo.
Ao agir de forma ínfima pode atrair consigo infinidades de coisas que o
levam a destruição do espírito e das pessoas ao seu redor. Por essa razão o
médium deve ter consigo que é preciso preocupar-se em como e o que se
precisa fazer para não enveredar no caminho de sua própria destruição.
A mediunidade é a oportunidade que temos de poder entrar em contato
com seres evoluídos em sabedoria, por isso é preciso não deturpar essa
dádiva que é dada as pessoas que servem de veículo para a comunicação com
essas entidades. As transmissões desses conhecimentos não podem ser

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modificadas por falsos médiuns e nem alterados por médiuns que sem saber
ou não, por despreparo ou não, alteram a mensagem enviada por esses seres.
Vincular o uso da mediunidade as coisas de seu próprio, mistifica um
dos mais preciosos dons que a magia nos tornou possível de aprender. Ao
enveredar o caminho da mediunidade conheça seus perigos e principalmente
as armadilhas preparadas para aqueles que desprezam o verdadeiro
conhecimento da magia e fazem aquilo que mais os aprouver.

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O Gongá Ou Congá

O altar, os objetos de culto e todo o simbolismo que utilizamos, como os


pontos riscados e cantados, as chamadas curimbas, visam compor o que
chamamos de bateria magnética. É uma espécie de bateria psíquica que
concentra as energias de que precisamos para as tarefas que realizamos.
Na Umbanda lidamos com fluidos às vezes muito pesados, com
magnetismo elementar, e uma grande quantidade de pessoas que aqui vêm em
busca de recursos não conseguem ainda compreender o verdadeiro objetivo da
Umbanda. Às vezes, muitos umbandistas também não lhe compreendem os
mistérios sagrados. Esse altar, o Gongá, usando terminologia própria da
Umbanda, é uma verdadeira concentração energética. Todos concentram aí
seus pensamentos, suas orações, suas criações mentais mais sutis. Então,
quando precisamos de uma cota energética maior para desenvolver certas
atividades, é só recorrermos a esse “depósito” de energias, pois o altar é
também um imenso reservatório de ectoplasma, força nervosa grandemente
utilizada por nossos trabalhadores, em vista da natureza nas nossas
atividades.
Os cânticos, além de identificarem cada espírito que se manifesta,
servem igualmente como condensadores de energia, uma espécie de mantra,
que são palavras consagradas por seu alto potencial de captação energética. É
a força mágica da Umbanda.

Exu e Pomba-Gira

Quero deixar clara esta questão de uma vez por todas. Exu não faz o
mal! Exu não se “vinga”!
Exu é ENTIDADE DE LUZ (em evolução) COM PROFUNDO
CONHECIMENTO DAS LEIS MAGÍSTICAS E DE TODOS OS CAMINHOS E
TRILHAS DO ASTRAL INFERIOR.

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Não tem nada a ver com as imagens vendidas nas casas de artigos
religiosos, com chifrinhos e rabos... Exu não é o Diabo.
São os guardiões, são os espíritos responsáveis pela disciplina e pela
ordem no ambiente.
São trabalhadores que se fazem respeitar pelo caráter forte e pelas
vibrações que emitem naturalmente. Eles se encontram em tarefa de auxílio.
Conhecem profundamente certas regiões do submundo astral e são temidos
pela sua rigidez e disciplina.
Formam, por assim dizer, a nossa força de defesa, pois vocês não
ignoram que lidamos, em um número imenso de vezes, com entidades
perversas, espíritos de baixa vibração e verdadeiros marginais do mundo
astral, que só reconhecem a força das vibrações elementares, de um
magnetismo vigoroso, e personalidade forte que se impõem. Essa, a atividade
dos guardiões. Sem eles, talvez, as cidades estivessem à mercê de tropas de
espíritos vândalos ou nossas atividades estivessem seriamente
comprometidas. São respeitados e trabalham à sua maneira para auxiliar
quanto possam. São temidos no submundo astral, porque se especializaram na
manutenção da disciplina por várias e várias encarnações.
Muitos do próprio culto confundem os Exus com outra classe de
espíritos, que se manifestam à revelia em terreiros descompromissados com o
bem.
Na Umbanda a caridade é lei maior, e esses espíritos, com aspectos
mais bizarros, que se manifestam em médiuns são, na verdade, outra classe
de entidades, espíritos marginalizados por seu comportamento ante a vida,
verdadeiros bandos de obsessores, de vadios, que vagam sem rumo nos
sub-planos astrais e que são, muitas vezes, utilizados por outras inteligências,
servindo a propósitos menos dignos. Além disso, encontram médiuns
irresponsáveis que se sintonizam com seus propósitos inconfessáveis e
passam a sugar as energias desses médiuns e de seus consulentes, exigindo
“trabalhos”, matanças de animais e outras formas de satisfazerem sua sede de
energia vital. São conhecidos como os quiumbas, nos pântanos do astral. São

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maltas de espíritos delinqüentes, à semelhança daqueles homens que


atualmente são considerados na Terra como irrecuperáveis socialmente,
merecendo que as hierarquias superiores tomem a decisão de expurgá-los do
ambiente terrestre, quando da transformação que aguardamos neste milênio.
Os médiuns que se sintonizam com essa classe de espíritos desconhecem a
sua verdadeira situação.
Depois, existe igualmente um misticismo exagerado em muitos terreiros
que se dizem umbandistas e se especializam em maldades de todas as
espécies, vinganças e pequenos “trabalhos”, que realizam em conluio com os
quiumbas e que lhes comprometem as atividades e a tarefa mediúnica. São, na
verdade, terreiros de Quimbanda, e não de Umbanda. Usam o nome da
Umbanda como outros médiuns utilizam-se do nome de espíritas, sem o
serem.
Os espíritos que chamamos de Exus são, na verdade, os guardiões, os
atalaias do Plano Astral, que são confundidos com aqueles dos quais falei. São
bondosos, disciplinados e confiáveis. Utilizam o rigor a que estão acostumados
para impor respeito, mas são trabalhadores do BEM.
São eles os verdadeiros Exus da Umbanda, conhecidos como
guardiões, nos subplanos astrais ou umbral. Verdadeiros defensores da ordem,
da disciplina, formam a polícia do mundo astral, os responsáveis pela
manutenção da segurança, evitando que outros espíritos descompromissados
com o bem instalem a desordem, o caos, o mal. Tem experiência nessa área e
se colocam a serviço do bem, mas são incompreendidos em sua missão e
confundidos com demônios e com os quiumbas, os marginais do mundo astral.
NÃO EXIGEM NEM ACEITAM “TRABALHOS”, DESPACHOS OU
OUTRAS COISAS RIDÍCULAS das quais médiuns irresponsáveis, dirigentes e
pais de santo ignorantes se utilizam para obter o dinheiro de muitos incautos
que lhes cruzam os caminhos. Isso é trabalho de Quimbanda, de magia negra.

NADA TEM A VER COM A UMBANDA!

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Partes do Livro Tambores de Angola de Robson Pinheiro dos Santos

Comentários de Mãe Iassan

Portanto não há que se temer e nem há que se idolatrar Exu, há que se


amar e respeitar.
Buscamos, em nossa Casa, que Exu e Pomba Gira evoluam e possam
assim alcançar a possibilidade de um dia virem a trabalhar como enviados de
Orixá (caboclos ou pretos velhos).
Precisa-se acabar de uma vez por todas com as historinhas a respeito
deles, do tipo que todo “Zé Pelintra” que incorpora em nossos terreiros tenha
morrido esfaqueado na porta de um cabaré. Francamente!!! Haja cabaré prá
tanto Zé Pelintra! Precisamos acabar com essa história de que toda Pomba
Gira foi prostituta!! Elas podem ter tido qualquer tipo de profissão, prostituta é
apenas uma delas. Podem ter sido médicas, donas de casa, professoras, etc.
Lembrem-se: Exu e Pomba Gira são posições vibracionais mais
próximas a terra e são também espíritos contemporâneos, não
necessariamente foram Reis ou Rainhas / malandros ou prostitutas.
Cada um que incorpora tem sua própria história. Podemos ter por
exemplo dois Tranca Ruas incorporados dentro de nosso terreiro e um ter sido
um nobre e ou outro um médico, ou ainda, um ter sido um homem comum (com
qualquer profissão) diferente do outro. Mas é tudo Tranca Ruas!

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Fontes bibliográficas:
Tambores de Angola de Robson Pinheiro Santos ditado pelo espírito de Ângelo
Inácio.
Universidade de Umbanda de Edyr Rosa Guimarães e Almir S. M. de Lima
Apostilas do Centro Espírita Irmã Pêpa – Autor Nilo M. Pery.
Apostila 2 – CECP – Centro Espiritualista Caboclo Pery

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