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Feitiçaria Sexual

Anarco-Thelemita

As pessoas adoram formulas prontas, receitas de bolo e guias definitivos que


digam o que devem fazer. Isso é verdade até mesmo para o Sexo como para
a Feitiçaria. Sexo e Magia, justamente dois campos onde a liberdade e
experimentação são tão importantes.

Se reconhecemos que buscar nosso próprio caminho é tão relevante nestas duas
práticas, porque em geral os praticantes de magia sexual se prendem sempre as
mesmas técnicas e abordagens? Quando comecei a estudar magia sexual, esta foi
minha principal dificuldade: pessoas me dizendo que seria difícil focar no
orgasmo, galera alertando sobre riscos, íncubos e súcubos e diversas coisas, que,
em primeira mão, até fazem uma pessoa perder o tesão pela coisa. Eu decidi dar
o foda-se as tradições e começar a praticar. Ninguém vira um bom amante apenas
lendo sobre sexo.

Das técnicas consagradas de magia, uma delas é o uso exaustivo de sigilos, mas
eu só comecei a dar valor à minha magicka sexual quando aprendi uma técnica
ensinada por Anton LaVey, no The Satanic Witch, onde ele descreve que a bruxa
deve se masturbar cantando ritmicamente algo, para aumentar seu poder sobre
os homens. Eu decidi fazer isso, focando em atrair garotos para mim – o resultado
foi fantástico. A partir daí, comecei a usar a magia sexual de uma forma simples
– eu me enchia de energia com vampirismo, e começava o coito sexual
mentalizando o que queria, gozando com isso firme na minha mente.

A primeira coisa que percebi é que se mentalizar “eu quero que isso aconteça”
você vai conseguir exatamente isso, ou seja vai apenas continuar querendo e até
aumentando seu desejo, e não aquilo que desejaria que acontecesse. Percebi que
para algo se concretizar eu devia mentalizar o que queria de forma presente, clara,
algo como “Bruna É obcecada por mim.” ou “Estou sempre atraindo dinheiro.”
para que isso se manifesta-se.
A expressão eu quero, perdia a força, e um novo método de magicka começou a
fluir, era quase igual aos populares livros de mentalização ‘O Segredo’ ou a ‘Lei
da atração’. Acho até que toda magia é isso em essência, usar o poder da mente e
a feitiçaria sexual seria uma forma de amplificar o poder mental da coisa.

Fui pesquisar sobre, e acabei encontrando coisas interessantes. Todas focavam


nesse ponto da magia – a forma que você formula teu intento. E todas davam a
mesma receita para o sucesso – mentalize-o no presente, como se tivesse
acontecendo OU como se tivesse já acontecido. Mas esse texto não é sobre
mentalização, então deixemos isso de lado.

Com o acúmulo da minha experiência, comecei a relembrar alguns fatos


passados, e adotei essa fórmula – e a base da magia sexual então seria mentalizar
no presente aquilo que deseja durante um ato sexual, seja ele de qualquer forma.
As formulas tradicionais de magia sexual dão ‘polos’ para magia homossexual,
heterossexual ou solitária, como se cada um tivesse um tipo de energia usada para
apenas uma intenção.

Descarto totalmente essa ideia, energia é energia, sexual ou não. O que vai torna-
la negativa, é o intento que você dá, não a energia por si só. Sexo entre dois
homens, é igual entre uma mulher e um homem e igual entre duas mulheres.
Descartando essas putarias do ocultismo moderno, eu continuei pesquisando, e
encontrei uma técnica que, era interessante demais para ficar guardada: Karezza.

Karezza ou Coitus reservatus envolve o estímulo sexual mas sempre evitando o


orgasmo e ejaculação o máximo possível. Samael Aun Weor e toda sua chatice já
falava para você nunca gozar, toda vez que estiver quase lá, você para e mentaliza
o teu desejo. Este é um dos caminhos ensinados na Magia Sexual, o outro é o do
Crowley.

A Grande besta ensinava um outro método, quase oposto ao primeiro. Ou seja,


você deve sim gozar, e ao fazer isso passar teus fluidos sexuais sobre um objeto
que representaria teu desejo, enquanto mentaliza. Os praticantes de feitiçaria
sexual escolhem um método ou outro. Mas e se eu unisse os dois?
Fiz isso trabalhando vários desejos ao mesmo tempo. Fazer isso não apenas
diminui a ansiedade por resultados mas têm outros benefícios também. Eu
comecei a transar, ou me masturbar, mentalizando o que desejava, UM desejo e
quando estava perto do ápice, eu parava. Quando decidia que, eu iria gozar, eu
começava mentalizando OUTRO desejo, diferente do primeiro, e gozava
pensando nele. Depois recolhia os fluidos, e passava em algo simbólico ao que
queria, ou oferecia para algum demônio, pedindo OUTRA coisa.

Ou seja, em uma transa, eu carregava três formas de pensamento diferentes.


Quando fui atrás da minha antiga instrutora da OTO Mundo, perguntei sobre a
energia sexual, ela me falou para procurar por ‘Ojás’. Essa energia Ojás, era a
energia que fluía pelo corpo, enquanto se fazia sexo. Ou seja, com essa formula, o
próprio ato, sem consumação, poderia ser feito para um propósito. Depois refazer
o ato com a consumação para outro, e os fluidos da consumação para um terceiro.
Taí, a aprovação que ‘precisava’.

Magia se tornou para mim direcionar minha energia. Magia sexual, seria
direcionar a energia sexual. Com práticas de vampirismo, eu carregava meu
corpo, inicialmente, sugando a energia de alguém ou do meu parceiro. Mais
adiante, quando li o livro do Paschal Beverly Randolph, eu vi que o ‘orgasmo de
um’ puxaria a energia de outro.

Ou seja, não seria necessário que os dois participantes mentalizassem o mesmo


objetivo, já que quando o outro gozar, e mesmo em atividade, ele estaria
contribuindo para o parceiro mais forte, que o arrasta, consigo, conforme diz a lei
da selva. Lógico que isso seria valido, se eu transasse com pessoas mais fracas
psiquicamente que eu, e elas foram meus primeiros alvos. Algumas de minhas
mulheres escarlates eram belos rapazes.

Finalizando, eu comecei a usar a magia de forma repetitiva, a cada 2, 3 dias por


exemplo, eu repetia a magia da mesma forma, com a mesma intenção, até que ela
se manifesta-se. Eu obtive outra visão sobre magia sexual, tudo graças à eu não
me conformar com o que me disseram sobre e tentar com minhas próprias mãos.
Talvez daqui a alguns anos eu saiba de outras coisas, e tenha feitos outros testes
e descoberto outros métodos completamente diferentes. Na verdade eu espero
que seja assim. Posso me parabenizar e agradecer a natureza por ser assim e pedir
para que eu continue inconformado e buscando inovar.

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