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Alta Magia

Nas Ordens Ancestrais os rituais de Alta Magia são conhecidos como Rituale Excelsis, e são rituais mais
complicados. Eles dependem exclusivamente da observação do ritual. Este tipo de ritual obedece às leis
mais rigorosas; e provocam a materialização de entidades de outros planos. Nesse caso o ritual abre um
portal para um plano superior, e uma vez aberto as entidades que se manifestarão terão poder para agir no
plano físico, o que as torna extremamente poderosas. É por esse motivo que não pode haver adaptações;
visto que cada ritual visa abrir um portal e chamar uma entidade específica:

"Um ritual de Alta Magia funcionará se for realizado conforme prescrito, de forma que a influência da
vontade do operador, em muitos casos, é irrelevante. Pode-se dizer que a atitude mental, mais do que a
vontade, é que beneficia a obtenção de resultados nos rituais de Magia Superior, mas é o correto uso e
observância das Leis Eternas é que determinará o resultado". Sp;

(Conversando com o Mago - Da Magia; Mago Daniel).

"Todos os prodígios desta ordem supõe um estado moral dos mais elevados e uma vontade pura, conforme
já dissemos. Todos necessitam de espiritualidade, e diremos mais ainda, de santidade, de uma visão mais
íntima com o Universal e com a vontade divina".

(Tratado de Ciências Ocultas, Papus).

"No nosso modo de ver, uma definição de Magia que diga que ela é o exercício da Vontade do operador é
uma tentativa infantil de pôr a Vontade Humana como imbuída de uma autoridade que em geral os seres
humanos não tem. A Vontade se exerce se for Divina, Soberana e acima de tudo Legítima, o que sabemos
ser quase inexistente entre os seres humanos da atualidade".

(Conversando com o Mago - Da Magia; Mago Daniel).

Como vimos nos textos acima, a Alta Magia exige uma responsabilidade absoluta, uma vez que vai envolver
entidades de outros planos, e é muito comum que as mesmas sejam extremamente mal-humoradas, já que
o plano físico lhes é limitante e grosseiro. Vejamos o que Papus diz a respeito da natureza das entidades
dos outros planos, e das consequências de sua invocação:

"A segunda seção é a dos espíritos iguais ou superiores à natureza humana. Aí é que classificamos os
espíritos planetários da Cabala e os espíritos dos defuntos, chamados por certos ocultistas modernos de
elementares. Teremos ainda de enquadrar nesta seção os espíritos superiores ao homem, aqueles que a
Igreja designa sob o nome de anjos e demônios...".

"Todos esses espíritos da segunda seção, tendo a sua vontade própria, só vêm quando se fazem evocações
e conjurações, se quiserem ou se forem obrigados a isso. Só se consegue forçá-los pela conjuração e, se
algum pormenor da cerimônia for omitido, eles possuem todo o poder sobre o imprudente que conseguiu
fazer-se obedecer, sem ser digno de tal. A cerimônia mágica tem, pois, uma grande importância, e vamos
resumir as suas principais fases...".

"A preparação para a cerimônia mágica, ou melhor, para a experiência de magia cerimonial, consiste em
jejuns mais ou menos prolongados, em purificações físicas e morais diversas. Além disso, o operador e os
auxiliares (precisam ser em número ímpar) devem ter vestes especiais e num lugar de operação de cor
correspondente ao dia escolhido. Neste local é traçado o círculo mágico, formado de três círculos
concêntricos contendo os nomes divinos e os nomes dos anjos do dia e da hora. O círculo é a verdadeira
fortaleza do operador, porque, logo que fique encerrado no círculo, está ao abrigo das influências
perniciosas. Além do círculo, o operador possui, como meio de defesa, uma espada e, como meio de
comando, uma varinha mágica, cuja preparação exige um ritual especial. Em certas cerimônias, que se
ligam mais à Goecia do que à magia, faz-se uso de uma vítima e de sangue. Desde que entrou no seu
círculo, o operador começa em voz alta o apelo aos espíritos; este apelo toma o nome de evocação Quando
se roga aos espíritos humildemente, e de conjuração quando se força o espírito por ameaças e por
nomes divinos a manifestar-se mesmo contra a vontade. Após obter-se a aparição, é indispensável fazer a
devolução das influências que se apresentaram, ou seja, pedir para que voltem de onde vieram. Só depois
desta devolução o operador pode sair impunemente do círculo".

(Papus, O Ocultismo).

Nesse texto, Papus descreve perfeitamente como ocorre um ritual de Alta Magia. Por exigir Leis muito
específicas, essa classe de rituais não é arbitrária, cada elemento possui sua causa, de forma que sua
negligência pode ser fatal ao magista, uma vez que a entidade materializada adquire meio físico para atacar
o magista, além de ter permissão para puni-lo no caso de ritual mal feito.

A Alta Magia por Spectrum


A Alta Magia repousa sobre o princípio de que, na natureza, há forças ocultas que são denominadas fluidos.
Esses fluidos são de três naturezas:

 Magnética e puramente terrestre;


 Vital e principalmente humana;
 Essencial e geralmente cósmica.

As energias consideradas pela Alta Magia podem ser utilizadas sob quatro formas:

A - Microcosmo:

1º- O homem atuando sobre si mesmo.

2º- O homem atuando sobre o seu mundo exterior. (Se referem aos fluídos de que o homem pode dispor).
B - Macrocosmo:

3º- Os fluidos atuando no astro (a Terra).

4º- Os fluidos atuando fora do astro (no sistema solar). (Se referem aos fluidos espalhados na natureza).

Cada uma das quatro formas pode funcionar de duas maneiras:

Magia Pessoal: Quando o fenômeno se opera sem o auxílio de qualquer rito exterior.

Magia Cerimonial: É o contrário da Magia Pessoal. A religião, em suas manifestações exteriores, não seria
outra coisa além da Alta Magia Cerimonial. Por isso muitas pessoas comparam a religião e a Alta Magia.

Existem três tipos de Magia:

 A Teurgia, ou Magia Iniciática (é muito secreta e desconhecida por exigir do operador aptidões
excepcionais);
 A Alta Magia, ou Magia Usual (exige um desenvolvimento intelectual juntamente com o
desenvolvimento psíquico cuja utilidade se impõe);
 A Feitiçaria, que a maioria dos buscadores toma pela Magia única ou original (emprega meios
tradicionalmente transmitidos).

A Alta Magia é muito confundida com a Teurgia, mas a Alta Magia trata da Magia Utilizável e a Teurgia trata
da Magia Existente. Ao contrário do que se poderia imaginar, as operações que não exigem dons
excepcionais são aquelas classificadas entre as mais elevadas em Alta Magia.

As operações que exigem do operador aqueles dons excepcionais encaixam-se mais particularmente no
quadro da Magia Comum, do qual faz parte a Magia Pessoal.

A operação mágica consiste no emprego de uma forma de energia cósmica, com a finalidade de obter-se
um resultado, sobre um ponto preciso. Assim, ela implica um operador. Tal operador pode não ser uma
pessoa física, mas uma pessoa moral e pode ser também uma personificação.

Daí originou-se a Primeira Regra:

"Nenhuma operação mágica pode ser efetuada sem a intervenção de uma *Inteligência".

Inteligência aplica-se tanto a um ser humano ou uma coletividade humana, como a uma personificação de
energias ou a uma coletividade fluídica.

Atualmente o termo mago é usado para aqueles que passaram pelas operações mágico-ritualísticas, de
forma prática, então cognominados magistas. O mago já não precisa de ponto de referência, ele usa sua
vontade para agir e dirigir no mundo da Lua Astral. O magista, ainda em processo iniciático de
desenvolvimento, requer a ajuda e o treinamento de rituais mágicos com pontos de referências.

"Magia é a ciência e a Arte. Ao contrário do que as pessoas pensam, Magia não é fazer Rituais que
interfiram na vida das pessoas, mas sim trabalhar com as energias da Natureza, do Universo e do próprio
homem".

Com o equilíbrio dessas energias vivemos em harmonia com a vida.

Na Magia existem vários tipos de Sistemas e Níveis diferentes. Sendo assim, o estudo da magia exige uma
grande dedicação para ter-se um bom conhecimento.
A Bruxaria (que foi oficialmente chamada de "Religião Antiga" após o advento do Cristianismo) percorreu
um longo caminho desde os primeiros tempos; contudo, a longa e dura luta pela liberdade religiosa e pela
aceitação social está longe de ter acabado.

A prática da Magia é de origem antiga e é encontrada em todo o mundo.

A Magia é mais antiga que o Cristianismo, sendo a principal filosofia de diversas civilizações antigas.

Use a Magia de maneira sábia, cautelosa e somente de maneira positiva. A Magia é algo muito sério e
nunca deverá ser abusada ou tratada como um jogo de salão ou brincadeira.

Nunca utilize qualquer forma de Magia para manipular a vontade e/ou as emoções de outra pessoa.

A Magia é a ciência dos segredos da Natureza, e para que ela funcione apropriadamente, um Bruxo deve
trabalhar sempre em perfeita harmonia com as Leis da Natureza e da psique.

Como o carma retorna para todas as pessoas pelos seus atos nesta vida, seria atitude de autodestruição
para qualquer Bruxo ou Mago utilizar a Magia Negra para causar danos a alguém.

Quando estiver lançando um encantamento, concentre-se sempre profundamente e coloque claramente


em sua mente aquilo que você precisa ou deseja.

"Magia é a Ciência Natural desconhecida". (Karl du Prel).

"Magia é o meio pelo qual, dentro das medidas permitidas pelas possibilidades, a engenhosidade humana
serve-se das energias existentes no Universo, sob qualquer forma que estas sejam. É um meio de dispor-se
das energias existentes de provocar mudanças de acordo com a vontade" (V. Piobb).

Tenha sempre em mente o mais conhecido e importante provérbio:

"SABER, QUERER, OUSAR E CALAR".

ALTA MAGIA DE AUSET-KA


A ritualística do Templo de Auset-Ka combina elementos do Hermetismo Egípcio com Hinduísmo Shavita
(Shiva) revivendo o culto pagão de Shiva-Amon. Além disso incorporamos fórmulas de Magia Cerimonial
inspirada nos Grimórios Medievais.

Shiva-Amon era o deus do Oásis de Siwa no antigo Egito.

O deus Amon é o Sol Oculto, a divindade monoteísta egípcia, nosso deus mais antigo e Verdadeira Fonte
Criativa da experiência de iluminação espiritual e expansão da consciência. O Templo de Karnak era o
templo principal destinado ao Deus Amon-Rá. O culto atingiu o seu apogeu durante a XVI dinastia, após a
eleição de Tebas como capital do Egito. No culto todos os deuses e deusas (neters) do panteão egípcio
eram emanações de Amon-Rá, aquele que levou o Universo a existir. O templo esteve submerso nas areias
egípcias durante mais de mil anos, antes dos trabalhos de escavação começarem em meados do século
XVIII, a enorme tarefa de restauro e conservação continua até aos nossos dias.

Amon foi sincretizado com Shiva no Oásis de Siwa, sendo Siwa o nome que Shiva era conhecido por lá. É
curioso notar que Shiva e Amon, os dois deuses planetários, foram descritos como tendo pele azulada e
como deuses auto nascidos e criadores do Universo.
Amon foi considerado tanto transcendente (antes ou além da criação e acima de todas as divindades), mas
também imanente (no interior da criação) e presente no "santo dos santos" de todos os templos do Egito
Faraônico. Essa posição teológica é idêntica ao deus hindu Shiva como um deus criador e governante do
mundo e ao mesmo tempo transcendente à toda criação manifesta.

Quando o feiticeiro se coloca em acoplamento áurico com as energias do Sol Oculto abre-se um portal
dimensional através do quais Inteligências Superiores e outras influências transmundanas possam entrar na
onda de vida terrestre. Aqui o feiticeiro ocultista se torna um canal de duplo-caminho que pode trazer os
contatos superiores para a célula-grupo ou Assembleia Feiticeira, e enviar as impressões do grupo as
hierarquias ocultas.

Os ensinamentos esotéricos do Templo de Auset-Ka assumem uma atitude mais filosófica do que
propriamente religiosa. Denominamos tal sistema de Ocultismo Experimental onde os veteranos de nossa
tradição jamais insistem que os membros recém-iniciados “acreditem” em qualquer interpretação
dogmática de suas experiências ocultas. Isso significa que o praticante fica livre para construir sua própria
verdade baseado em seu livre arbítrio e na tradição ancestral da Alta Magia.

De fato, não podemos jamais confundir uma religião ocultista, ou de Mistérios Ocultistas, como praticada
no Templo de Auset-Ka com uma religião secular, com a sua igreja, a sua teologia dogmática e seu
intérprete – geralmente o papa ou representante eclesiástico.

Os oito graus iniciáticos de Auset-Ka:

0-Aspirante

1-Neófito

2-Iniciado

3- Zelador (do Fogo Sagrado)

4- Mestre do Templo

5- Mago Ipssimus ou Maga Ipissíma

6- Hierofante

7-Sumo Sacerdote ou Sacerdotisa

8- Ptáh ou Epoptae dos Iluminati

Ao completar os sete graus iniciáticos ele recebe o título de Epoptae dos Iluminati (oitavo grau) ou Ptáh.
Aqui começa o verdadeiro trabalho em Alta Magia. Como um Ptáh ele também domina a Teurgia do Fogo
Criador sendo um demiurgo ou criador de planos dimensionais ou universos mágicos, que interagem com o
mundo tridimensional que habitamos. No Laboratório do Espírito Santo ou Terceiro Logos (Kundalini
Cósmica) ele realiza a divina alquimia do Demiurgo, do Ptáh dos egípcios, do Vulcano da mitologia greco-
romana, que é a base de nosso universo material.

Em termos ocultos nesse grau o feiticeiro alcança uma simbiose com a Consciência Iniciática dos
Nirmanakayas - as personalidades astrais ou egos dos grandes Adeptos que desencarnaram e que
renunciaram ao estado de Nirvana, eles encontram-se fora de toda ilusão.

Os arcanos sabáticos do Templo de Auset-Ka velam as técnicas ocultas para o pleno estabelecimento dos
contatos com inteligências não-humanas tais como Elohim (espíritos planetários), Tulkus (projeção de
entidades superiores), Shedins ou (gênios da Natureza), Maggidins (guias espirituais), Nirmanakayas (egos
astrais dos grandes Adeptos), Elementais Atávicos, Espíritos Familiares etc., todos capazes de dotar o
feiticeiro com conhecimentos e poderes sobre-humanos.

Alta Magia de Auset-Ka é em um sistema tanto de Teurgia (Invocação dos Deuses Excelsos ou Espíritos
Superiores, Aeons, Elohim etc.) como de Goetia (Evocação dos Espíritos Inferiores ou Elementais da
Natureza) mas aqui incorremos em muitos erros repetidos dos ocultistas teóricos pois entre os Espíritos
Superiores e Inferiores existe uma multidão de espíritos intermediários da Natureza desde Regentes do
Astral (Kama Rajas) a Shedins ou Elementais, Fadas ou Dakinis, etc. Ou seja, inúmeros seres espirituais que
ocupam uma posição intermediárias entre espíritos de primeiro e último nível hierárquico. As operações de
Alta Magia sempre buscam canalizar as energias das Hierarquias Superiores e depois dirigi-las segundo
nossa vontade – que nessa altura não é mais desejo-ego, mas Vontade Imperial - pois vai estar alinhada
com uma Consciência Superior advinda dos Planos Internos de Vida e Consciência. É assim que o mago-
ocultista ordena e domina as hierarquias inferiores em proveito de seu objetivo.

As operações de Alta Magia desempenhadas pelos feiticeiros-ocultistas do Templo de Auset-Ka são


diversificadas, mas podemos classificá-las em três tipos básicos:

1- Evocar e Conjurar Espíritos


Aqui falamos de convocar ou chamar espíritos que trabalham na corrente involutiva, no plano astral, tais
como seres goéticos ou Kamarajas que são SPIRITUS DIRECTORES ou seja, espíritos dirigentes do astral e
elementais, que não são entidades astrais e atuam no éter terrestre. Em geral são utilizados para
executarem uma missão ou trazer uma informação importante para o mago. O trabalho com elementais é
vital na Alta Magia de Auset-Ka pois quando evocamos um Elohim geralmente não fazemos contato com o
verdadeiro Ser Angélico – que é muito vasto – mas com seres espirituais de determinado nível hierárquico
que atuam em seu raio de irradiação, em especial as inteligências superioras conhecidas como Kamarajas, –
que lhe servem de mensageiros. Além disso, precisamos criar canais sutis que sirvam de veículos para a
manifestação dos Espíritos Superiores – na qual desempenham papel importante os Elementais, em
especial os Regentes dos Silfos que os magos medievais chamavam de “Anjos do Ar”.

2- Invocações de Formas Deuses


Este tipo de operação tem objetivos múltiplos desde a criação de um Corpo de Luz Solar até Magia Sexual e
obtenção do contato com seu Anjo da Guarda ou Deus Tutelar do Mago. Este tipo de operação visa antes
de tudo a comunhão alquímica com uma consciência superior para com ela aprender e evoluir. Através da
repetida mistura da consciência individual com a essência cósmica de um deus ou anjo a personalidade do
mago é purificada e sua alma exaltada.

3 - Divinação e Visão Oracular


A magia divinatória ocupa um lugar importante nas operações do Templo de Auset-Ka pois nos fornece a
direção dos trabalhos mágicos. O objetivo é, antes de tudo, a exploração dos Registros Akáshicos ou Alma
da Natureza (Anima Mundi) mediante técnicas combinadas de meditação ritual e transe (muitas vezes com
auxílio de música, dança e gestos rituais- mudras). Utilizamos principalmente o Espelho Negro – portal de
ingresso e egresso das energias – e outras técnicas oraculares tais como o Tarô, Runas e a Geomancia
Astrológica.
A Interpretação Iniciática da Alta Magia Cerimonial
– conhecer para operar (Kerikheyon)
Como a Bruxaria Cerimonial é baseada nas fórmulas de “Magia Cerimonial” ou Alta Magia torna-se
oportuno falar um pouco deste sistema de ascensão tão incompreendido e pouco conhecido pela maioria
dos pagãos.

Na Alta Magia Cerimonial, o ritual é o meio de contato com entidades supra-humanas com o objetivo
principal de dirigir ou controlar forças ocultas, e conseguir produzir efeitos ou influenciar situações. Muitos
magos cerimoniais trabalham com energia interna (shakti) combinada com a energia de diversas entidades
suprafísicas (deuses, anjos, gênios etc.) para realizar suas operações mágicas. Em geral, o mago cerimonial
domina e ordena as entidades de diversas hierarquias e para tal tem que ter controle tanto interno como
externo. Algumas vezes uma forma de energia espiritual mais geral (planetária, elemental ou zodiacal)
pode ser usada para criar “elementais” artificiais, consagrar talismãs e amuletos, lançar feitiços etc. Outras
vezes ele precisa pedir ajuda a um arcanjo ou mesmo evocar um espírito goético (vulgarmente chamado de
demônio) para fazer sua magia.

O objetivo final da Alta Magia tem sido descrito como a comunicação com o Sagrado Anjo Guardião (SAG) –
o que traz iluminação e informação para o magista, que vive neste plano de existência. Entretanto, o
contato com o SAG não é uma experiência subjetiva com aquilo que a Yoga e a Teosofia chamam de “Eu
Superior”. O Sagrado Anjo Guardião é uma entidade real embora não–física, possivelmente um espírito
desencarnado evoluído que ultrapassou os estágios da humanidade e atua como uma espécie de guia ou
mentor espiritual do magista.

Embora o SAG seja uma entidade distinta e exterior da individualidade do mago ele se comunica com o
mesmo através de seu Eu Interior (ou Self Superior) muitas vezes através da inserção de mensagens nos
sonhos do mesmo. As técnicas da Alta Magia podem aumentar a qualidade dessa comunicação e torná-la
cada vez mais eficiente pois o Self Superior fala ao indivíduo através do inconsciente, na forma de intuição
e esta pode ser desenvolvida com exercícios ocultistas.

As operações de Alta Magia consistem em executar uma operação mágica, de forma completa e detalhada,
com começo, meio e fim. De um modo geral, para os encantamentos e técnicas de preparação do mago e
do material, são utilizados nomes de Deus (ou deuses) em latim e hebraico e “Nomes Bárbaros de
Invocação e Evocação” que formam as palavras de conjuração, em geral uma mistura do hebraico, grego e
mesmo línguas mortas como o egípcio copta antigo, e com variantes utilizando esses alfabetos mágicos.

Os cerimoniais de Alta Magia pertencem mais a segunda parte do desenvolvimento ocultista, pois não é
possível praticá-la sem conhecer a fundo as técnicas da visualização; ademais, é imprescindível ter
capacidade para uma concentração demorada, uma mediunidade controlada e, ainda, uma profunda
compreensão intuitiva, que só pode ser conseguida mediante exercícios de meditação. Ser ocultista não é
comprar qualquer livro de Alta Magia e sair colocando em prática. Alta Magia requer um tempo de estudos
e conhecimento acerca das forças sobrenaturais, não se deve abrir portas nos mundos invisíveis e não
saber como fechá-las, muitas vezes uma imaginação descontrolada acarreta danos psíquicos e até mesmo
físicos ao mago iniciante.

Quando praticada de forma séria, a Magia lida com Seres Inumanos, Forças Naturais e Cósmicas e de um
complexo sistema de energias sutilíssimas. Tal coisa é impossível de aprender por conta própria. Há riscos,
e as vezes os fenômenos prejudiciais propagados por pessoas incautas não se manifestam imediatamente,
senão a posteriori. Quando você dá os primeiros passos na Alta Magia, ativa sua participação consciente
nos níveis astrais. A presença de sua atenção consciente ali atrai a atenção dos habitantes desse reino:
fantasmas, sonhos, pesadelos, emoções negativas não resolvidas, vampiros psíquicos de todo o tipo (físicos
e não fiscos), deuses do abismo, monstros alienígenas, atavismos e instintos animais de sobrevivência etc.
etc.

A verdade é que a Alta Magia Cerimonial é fundamentalmente uma Via de Iniciação que demanda
aprendizados específicos (algo que você aprende) e cujo aprendizado então se concretiza na prática do dia-
a-dia (algo que v. faz) e que então se torna parte de você. Por esse, e outros motivos, a presença do mestre
na aprendizagem da Magia Cerimonial é obrigatória.

Iniciação no ocultismo quer dizer uma série de estágios de realização que expandem sua visão da realidade
além dos planos físico, mental e emocional, incluindo o espiritual, o divino e sua transcendência.

Em nossa Tradição de Alta Magia a grande deusa egípcia Ísis - a deusa dos dez mil nomes – ocupa lugar de
destaque. Para nós magos da Auset-Ka a deusa Ísis é a corporificação da Anima Mundi (Alma do Mundo ou
Alma do Universo) que, conforme Platão a definiu, é o veículo de manifestação da Ideação Divina, pois cabe
a Ela manifestar as ideias do Logos na matéria desordenada, caótica, dando ordenação a um grau mínimo
de luz inteligível. Ou seja: na Alta Magia a Anima Mundi é vista como veículo de influências estelares e base
das operações mágicas. A antiga ideia de Alma do Universo foi substituída na Física Moderna pelo conceito
de Campo Unificado Primordial.

Ísis-Shekinah, Alma Universal, manifesta-se na forma de Quatro Luzes Divinas (as quatro Shekinah) ou
quatro aspectos ligados às quatro fases da Lua.

Lua Nova – Ísis Ashera que é a deusa como Rainha do Céu em sua forma de Ísis-Ártemis ela é virgem e
casta em seus mistérios.

Lua Crescente – Ísis Isthar que é a deusa da Lua Astral como Prostituta Sagrada. Ela é idêntica à grega
Afrodite que rege os ritos de Hieros-Gamos ou Magia Sexual.

Lua Cheia – Ísis Gaia que é a deusa como Mãe da Terra que equivale a Deméter – Ísis como manifestação
da Consciência Planetária.

Lua Minguante – Ísis Amenti (a Oculta), Deusa do Submundo Ctónico, que equivale a Hecate, a Rainha dos
Infernos subterrâneos e rege o Telurismo.

E acima de todas temos Nut – a Deusa do Vazio Negro Estelar, o Útero Primal ou Campo Unificado
Primordial de onde surgem os mundos e planos. Nut é o mesmo que a Matéria Escura do Universo, o Caos
da Noite dos Tempos que tem como veículo astrológico o Planeta Saturno - que rege a morte e a
transformação. No ocultismo hindu é a Deusa Kali – a Negra, a que destrói formas antigas e ultrapassadas
para dar nascimento a coisas novas.

A matéria escura do Universo compõe-se de 90 a 99% da totalidade do Universo, porém sua constituição é
completamente desconhecida, sendo diferente de qualquer tipo de matéria conhecida pelos físicos.
Acredita-se que esta presença escura esteja presente sob a pálida película do universo visível. Os
astrônomos suspeitam que através do campo gravitacional universal, a matéria escura modelou o
desenvolvimento do Universo, do mesmo modo como a Kundalini-Shakti origina os mundos. Ela é o nome
que os hindus usam para invocar o grande ventre causal do ser: Maha-Kali, a Mãe do Espaço e do tempo. A
matéria negra do Universo tem o poder arquetípico da Mãe destruidora escura. Essa matéia é como Kali,
cujo nome significa “preto”. Ela é o oceano de poder criador infinito que os sábios indianos chamam de
mula-prakritti (raiz da matéria) e adi-shakti ou shakti básica, da qual depende a existência do corpo e do
Universo, o microcosmo e o macrocosmo.
ALTA MAGIA - O ÚLTIMO PORTAL
(Texto de Kerikheyon)
As operações teúrgicas de Magia Cerimonial são orientadas para abrir um portal dimensional para uma
área ou zona específica da quarta dimensão horizontal ou vertical. Trata-se apenas da utilização da lei de
limitação. Não podemos atingir todo o Universo Oculto, mas podemos controlar um pequeno setor deste e,
quando a parte se baseia e relaciona com o Todo, podem se verificar resultados deveras surpreendentes.
Entre esses resultados o mago ocultista pode efetuar contatos com espíritos e forças, capazes de o
auxiliarem em sua ascensão às dimensões superiores da Consciência Cósmica. Através do intercurso com
seres alquímicos de outras dimensões o mago acessa conhecimentos e desenvolve seus poderes ocultos
(siddhins).

O método teúrgico inclui o uso do ritual, sob forma específica de cerimônia, para captar e concentrar
dentro do círculo mágico um influxo de energia de uma divindade específica, poder ou arquétipo. O
objetivo é direcionar este poder para que mudanças ocorram. Pode ser utilizado para prestar um serviço
como: ajudar na cura de uma pessoa, alterar, antecipar ou retardar um evento e até o contato com um Ser
de níveis superiores. De fato, o verdadeiro ocultista aceita revelações espirituais procedentes de Seres
Divinos, ainda que finitos; das Vidas manifestadas, mas não da Vida Una não-manifestada; daquelas
Entidades chamadas Dhyâni-Buddhas, os Rishi-Prajâpati dos hindus, os Elohim ou Filhos de Deus dos
Judeus, os Espíritos Planetários de todas as nações, que foram considerados Deuses pelos homens. De fato,
os magos ocultistas de Auset-Ka buscam relações diretas com os Espíritos Planetários (divindades regentes,
específicas de um planeta, que alcançaram certo grau evolutivo) e uma infinidade de entidades e energias
que revelaram aos iniciados os processos de evocá-las, atraí-las e receberem delas auxílio.

O Mago renascentista Agrippa Von Nettesheim, divide o Universo nas regiões terrestre, astrológica e
espiritual. Segundo Agrippa cada uma dessas regiões tem seu próprio tipo de magia. A Magia Natural
trabalha com os quatro elementos ou virtudes naturais do mundo sublunar. A Magia Astral ou Celeste
opera com o mundo celestial do universo astrológico e a Magia Divina com o mundo espiritual dos sefirots
e dos anjos. No que diz respeito à Magia Divina ou Teurgia esta visa alcançar as imagens arquetípicas dos
céus que são as sombras próximas às ideias da divina Mens, da qual todas as coisas dependem. Segundo o
ocultista russo G.O. Mebes:

“Chamamos atuação teúrgica uma tentativa bastante séria, planejada e racional de agir no Plano do
Arquétipo sobre os fluxos mentais do Universo, com a finalidade de produzir ou acelerar determinadas
formações astrais ou manifestações físicas. Em outras palavras, a “mens” do teurgo entra em contato com
o Arquétipo, para realizar através Dele, algo astral ou concreto”

A Teurgia trabalha com parte mais alta da Árvore da Vida Cabalística, onde o iniciado já opera livre dos
rituais e se encontra conectado com os Deuses ou Elohins. Quando o mago une sua consciência com a
Divindade ele perde sua identidade humana, transforma-se em um Demiurgo (um Aeon) criador de
mundos e planos. Sem dúvida, o milagre que o mago realiza não é uma violação das leis da natureza, mas
sim a familiaridade com suas leis ocultas, a sua realização.

O mago ocultista visa uma elevação através dos três mundos: sobre o mundo elementar, constituído pelos
quatro elementos que compreendem todos os objetos e corpos terrestres: sobre o mundo celeste ou
sideral; e sobre o mundo divino ou intelectual, que por sua vez dirige o terrestre e o sideral. Portanto, estes
são as três fontes de poder da Alta Magia:

Reino Natural ou físico

Reino Celestial ou Astral

Reino Divino ou Arquetípico, onde a Cabala prática assume valor principal.

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