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BIOCOMBUSTÍVEL

As certificações socioambientais, ou selos verdes estão deixando de ser um diferencial voltado a nichos de
mercado para se tornar exigência para se fazer negócio. A pressão dos consumidores, de ONGs e das próprias
empresas está mudando o modo como os grandes grupos estão conduzindo seus negócios. É a opinião do
americano Michael Conroy, autor do livro Branded: How the Certification Revolution is Transforming Global
Corporations, ainda sem edição no Brasil. Professor da Universidade do Texas, Conroy afirmou, em entrevista ao
Estado, que as certificações abrirão mercados para os produtos brasileiros. "Isso vale especialmente para
commodities e biocombustíveis, cujo consumo tende a crescer nos próximos anos."

A venda de artigos com selos socioambientais - que atestam que foram produzidos respeitando direitos
trabalhistas e com cuidados ambientais - está em expansão no mundo todo. O movimento começou no início da
década de 1990, com os produtos orgânicos, e ganhou impulso com o selo FSC, voltado a produtos florestais,
como madeira e papel. Hoje, a certificação florestal cresce a taxas de 40% ao ano, em todo o mundo - já são 103
milhões de hectares de florestas certificadas. O Brasil acompanha a tendência, com uma área de 5 milhões de
hectares, sendo metade de floresta nativa.

No caso dos orgânicos, as vendas crescem a taxas de 25% ao ano, de acordo com José Pedro Santiago, diretor do
Instituto Biodinâmico (IBD), uma das entidades responsáveis pela certificação de produtos orgânicos no Brasil.

"Hoje certificamos cerca de 4 mil produtores, a maioria agricultores familiares. São mais de cem tipos de
produtos, de grandes plantações de grãos a industrializados como café, açúcar, laticínios, cosméticos e vinhos."

Além de orgânicos e produtos florestais, está ganhando espaço também o selo Rainforest Alliance, para
produtos agrícolas produzidos com menor impacto ambiental, e o selo de Comércio Justo (Fairtrade), que
garante remuneração adequada aos produtores.

"As ONGs demoraram a perceber que a agricultura também traz impacto ao meio ambiente, mas isso já está
ocorrendo. A certificação agrícola é a tendência mais forte no momento", afirma Luiz Fernando Guedes Pinto,
secretário executivo do Imaflora, ONG responsável pelas certificações FSC e Rainforest Alliance no Brasil.

A área agrícola com certificação da Rainforest Alliance cresceu 60% em 2007, em relação ao ano anterior. Hoje
são 40 empreendimentos certificados no País, a maior parte produtores de café, cacau e frutas. E aumenta o
interesse por parte de quem produz cana-de-açúcar. "Isso parte tanto do produtor de açúcar, que quer exportar
produto com selo verde, e também dos grupos estrangeiros que vêm investir em produção de etanol no País e
querem evitar riscos associados a questões socioambientais."

Grandes multinacionais estão acelerando esse movimento. É o caso da Unilever, que fixou uma meta global de
ter todo o seu chá pronto da marca Lipton certificado até 2014. Na Inglaterra, todo o café e suco de laranja
vendidos na rede de fast food McDonald’s agora vêm com o selo Rainforest Alliance.

Segundo Conroy, nos países ricos a venda de produtos certificados está em expansão. "Só em produtos com o
selo Comércio Justo, já foram comercializados 4,5 bilhões em 2007. " As próximas fronteiras da certificação são
nas áreas de mineração, biocombustíveis e pesca. "As empresas e marcas brasileiras estão começando a
aparecer para o mundo, e a certificação é garantia de entrada em mercados mais exigentes."

Fonte: Estado de S. Paulo Seção: Negócios

ECOLOGICAMENTE CORRETOS

FSC - Conselho de Manejo Florestal


O que é? Selo usado em produtos florestais (papel, madeira, castanhas) atesta que os produtos vêm de áreas de
florestas plantadas ou de mata nativa com manejo controlado.

Quem se certifica? Empresas do ramo florestal e outros elos da cadeia de negócios, como papeleiras, gráficas e
fabricantes de cosméticos.

COMÉRCIO JUSTO (Fairtrade)


O que é? Selo que atesta que o produto em questão, geralmente de origem agropecuária, garantiu uma
remuneração adequada aos seus produtores.

Quem se certifica? Empresas de produtos de consumo, como café, açúcar, suco de laranja, e também de
vestuário.

RAINFOREST ALLIANCE CERTIFIED


O que é? Selo que atesta a produção ecologicamente correta, com menor impacto à biodiversidade, e com
respeito às leis trabalhistas

Quem se certifica? Propriedades agrícolas.

IBD (Produtos orgânicos)


O que é? Certificação orgânica, para produtos agropecuários. Garante o cultivo sem uso de agroquímicos.

Quem se certifica? Produtos alimentícios, cosméticos.

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Lula: verdadeiro crime será descartar biocombustíveis


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente o posicionamento do relator especial da Organização
das Nações Unidas (ONU), Jean Ziegler, que declarou nessa semana que "a produção em massa de
biocombustíveis é um crime contra a humanidade".
» Lula rebate críticas da ONU aos biocombustíveis

» Relator da ONU condena expansão dos biocombustíveis

Em discurso durante a 30ª Conferência Regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura (FAO), no Palácio do Itamaraty, o presidente disse que "o verdadeiro crime contra a humanidade
será descartar a priori os biocombustíveis e relegar os países estrangulados pela falta de suprimento de energia
à dependência e à insegurança alimentar", rebateu.

Durante seu discurso, o presidente criticou inúmeras vezes a posição dos países ricos em relação aos
biocombustíveis e às negociações na Rodada de Doha.

"Mais de 100 países têm vocação natural para produzir biocombustíveis de forma sustentável e em muitos deles
menos de 20% da população tem acesso a fontes de energia para suas necessidades básicas. São esses 100
países, caso a caso, que precisam tomar decisões a respeito da conveniência ou não de adotar biocombustíveis.
Essa decisão não deve ser imposta por outros através de pressões ou medidas protecionistas", disse em
referência aos países mais ricos.

Para Lula, o debate em torno da segurança alimentar e dos biocombustíveis não pode ser abandonado. "Esse é
um debate que precisa ser feito de forma racional, sem o emocional, sem o viés ideológico, seja pela direita, seja
pela esquerda. É preciso fundamentos científicos para que a gente possa discutir que saída nós vamos oferecer
ao mundo nos próximos anos", salientou.

Em outro trecho do discurso, o presidente voltou suas baterias contra os mais ricos em relação às questões
ambientais. "Os países pobres não podem mais assumir a culpabilidade pelas coisas que os países ricos fazem. A
prova está em Kyoto, onde foi assinado um compromisso de que todos irão contribuir para diminuir o
aquecimento global. Entretanto, a responsabilidade está jogada nas costas dos países pobres. Dizem aos países
pobres que não podem desmatar as suas florestas porque eles criaram uma coisa chamada crédito de carbono,
que vai financiar os países pobres. Eu gostaria de saber quantos países pobres já receberam créditos de carbono
para poder financiar o desenvolvimento sem afetar a floresta", questionou o presidente para uma plateia de
diplomatas ligados à questão da segurança alimentar.

Segundo ele, os países pobres não são responsáveis pela produção de petróleo e o consequente aumento da
emissão de gases na atmosfera. "Entretanto, os países pobres são vítimas dessas políticas. Quanto à política de
proteção dos seus mercados, nós estamos agora para fechar o acordo da Rodada de Doha da OMC (Organização
Mundial do Comércio) e uma das coisas que o G20 defende é que, se não houver abertura do mercado agrícola
europeu para os produtos agrícolas dos países pobres, é muito difícil ter acordo. Se não houver uma diminuição
dos subsídios agrícolas dos países ricos, dificilmente os países pobres poderão ser competitivos no mercado
agrícola", criticou.

Lula voltou a dizer ainda que o Fundo Monetário Internacional (FMI) não teve atuação nos Estados Unidos
semelhante a que tem com países pobres que passam por crises financeiras.

"Na década de 80 e na década 90 cada delegado de seu país deve ter visto no seu país uma delegação do FMI
para dizer que tinha que fazer ajuste fiscal, que tinha que cuidar dos juros, que tinha que cuidar de diminuir o
Estado porque senão estaria quebrado. É engraçado que eu não vi o FMI dar uma única opinião sobre crise
americana. Até quando vamos aceitar o papel de sermos coadjuvantes do cenário internacional?", questionou
Lula.
Autoria: Jeferson Ribeiro (Direto de Brasília)

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Biocombustíveis feitos a partir de alimentos são um problema moral para o


FMI
PARIS (AFP) — O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou
nesta sexta-feira que produzir biocombustíveis a partir de alimentos apresenta um "verdadeiro problema
moral", no momento em que os países pobres enfrentam uma grave crise alimentar.

Indagado se estava de acordo com a suspensão da produção, ou pelo menos uma análise maior desse tipo de
combustível, o diretor-gerente respondeu positivamente, mas enfatizou que isso deve acontecer "quando são
utilizados produtos alimentícios".

"O problema energético do planeta é muito importante, mas não vai ser resolvido com os biocombustíveis, pois
os motores de hidrogênio serão muito mais eficazes daqui há alguns anos, e se deve comparar com o fato das
pessoas morreram de fome", alegou.

Essa tomada de posição de Strauss-Kahn contribui para a polêmica em torno da produção de combustíveis a
partir de matérias-primas alimentares.

"Os biocombustíveis são um tema mundial de debate porque possuem implicações na área da energia, meio-
ambiente e agricultura", assinalou esta semana à AFP Guilherme Schuetz, oficial da agroindustrial da FAO e
coordenador do grupo de bioenergia.

"A produção agrícola com fins alimentícios deve ser claramente prioritária", assegurou na segunda-feira o
ministro francês de Agricultura, Michel Barnier, ao propor uma iniciativa europeia diante do aumento de preços
das matérias-primas e a crise alimentar.

Nesse mesmo dia, o relator especial da ONU para o Direito da Alimentação, o suíço Jean Ziegler, classificou a
produção maciça de biocombustíveis de "crime contra a Humanidade" por seu impacto nos preços mundiais dos
alimentos, em declarações a uma rádio alemã.

Ziegler se uniu aos críticos desse recurso, que afirmam que o uso de terras férteis para produzir esse tipo de
combustível reduziu as superfícies destinadas aos alimentos, desencadeando assim a inflação dos produtos
alimentares.

"O verdadeiro crime contra a Humanidade será descartar os biocombustíveis, e relegar aos países estrangulados
pela falta de alimentos e energia a dependência e a insegurança", afirmou também na segunda o presidente
Lula.

Brasil é segundo maior exportador mundial de biocombustível à base de etanol, atrás apenas dos Estados
Unidos, com 22 bilhões e 28 bilhões de litros em 2007, respectivamente.

Enquanto os Estados Unidos elaboram o combustível a partir do milho, o Brasil utiliza a cana de açúcar, e os
governantes argumentam que nem por isso o gigante sul-americano deixou de ser um grande produtor de
alimentos.
Na quarta-feira, o Brasil rebateu as críticas que equiparam a produção dos biocombustíveis a um crime contra a
humanidade, ao afirmar que o estímulo a estas fontes de energia e a luta contra a fome são compatíveis.

"Podemos conciliar políticas de produção e distribuição de alimentos, como estamos fazendo, com políticas que
permitem respeitar o meio ambiente e contribuir para que a humanidade tenha acesso a energias renováveis e
mais limpas", disse o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias.

Ananias, que assinou um memorando com o comissário europeu de Assuntos Sociais, Vladimir Spidla, para
estimular o diálogo bilateral nesta área, explicou que o Brasil tem "características muito especiais" que
permitem conciliar a produção de alimentos e de biocombustíveis.

A produção de biocombustíveis deve levar em conta o direito à alimentação e a segurança alimentar,


recomendaram, por sua vez, os 33 países latino-americanos e caribenhos que compareceram à Conferência
Regional da FAO no Brasil.

Insistindo no problema da crise alimentar, o diretor-gerente do FMI se mostrou bastante pessimista.

"No que se refere aos protestos por fome, o pior ainda está por vir, tudo isso é extremamente grave", destacou
Strauss-kahn, para quem a crise alimentar provocar "riscos de guerra".

A Parte:

Taí uma coisa que discordo do Lula. Cada país deve ter meios de produzir sua própria comida, para alimentar a
sua própria população. Exportar alimentos e biocombustíveis é o passo seguinte e não o primeiro, NMO.

As indústrias básicas do séc. XXI (alimentos, cimento, ferro / aço, energia, água potável, telefonia,
informática ...) são primordiais, fundamentais, necessárias! Como dizem os gringos, um "must”!

Biocombustíveis sempre serão combatidos pelos que dominam o mundo através do "porcotróleo". Aí vem a
ONU, FAO, FMI e sei lá mais quem dizer uma falácia daquelas: fazer biocombustível é crime contra a
Humanidade! Só que eles não contam que o tal biocombustível a que eles se referem e que estão contra (será
mesmo?) é o tal feito de produtos alimentícios, como o milho.

Cana de açúcar é alimento? Claro, se considerarmos o produto açúcar. Agora, açúcar é alimento? Em parte,
talvez, consideradas as funções energéticas... Mas...

Se não me engano a cana-de-açúcar foi sequenciada geneticamente aqui no Brasil e seu mapa de DNA vendido
pros gringos. Hummm...

Então os países ricos estão preocupados com a fome nos países pobres, não é? Se fizermos uma análise do
sistema de distribuição de alimentos, modos de produção atuais, tecnologias existentes etc., veremos que temos
pelo menos duas causas básicas (para a fome):

1) Falta de terra em condições de serem produtivas (irrigadas, clima adequado etc.)

2) Má distribuição dos alimentos.

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27 de Julho de 2006.
Concentração de CO2 na atmosfera bate recorde
Medidas de redução de emissão de dióxido de carbono terão de ser ainda mais rigorosas para reverter
situação

A concentração de gás carbônico na atmosfera só faz aumentar nos últimos anos - e em ritmo que pode ser
parte de um processo sem precedentes.

A organização de pesquisa Worldwatch Institute, em seu relatório anual Sinais Vitais 2006-2007, indica que a
taxa média mundial de acumulação do gás, também chamado de dióxido de carbono (CO2), atingiu 379,6 partes
por milhão (ppm) no ano passado.

Isso representa 4,5 bilhões de toneladas de carbono a mais no ar, que se somam a 780 bilhões já existentes, e
um crescimento de 2,2 ppm comparado a 2004. É esta medida, mais do que a quantidade propriamente dita,
que assusta.

Desde 2001 o índice de crescimento da concentração fica acima de 2 ppm. A exceção foi o biênio 2003/2004,
que marcou um pouco menos: 1,8 ppm.

Essa taxa é esperada quando o fenômeno climático El Niño está ativo. Mas a justificativa não se encaixa desta
vez.

Hipótese

Uma explicação levantada pelo climatologista americano Charles Keeling, pouco antes de morrer no ano
passado, é que menos CO2 seria absorvido por florestas e oceanos. Keeling foi a primeira pessoa a estudar o
quanto de gás carbônico permanecia na atmosfera.

É justamente a capacidade de absorção de oceanos e florestas que manteve o CO2 em níveis mais ou menos
constantes na atmosfera. Sem ela, a Terra pode sofrer o que os cientistas chamam de "feedback" positivo, o
início de um efeito estufa sem controle e sem retorno.

O efeito estufa, causado pelo acúmulo de dióxido de carbono, metano e outros gases na atmosfera, retém o
calor que deveria se dissipar no espaço e faz as temperaturas globais médias subirem - em 2005, ela ficou em
14,6°C, a maior dos últimos 55 anos pelo menos.

Isso provoca uma reação em cadeia de consequências funestas para o planeta, como elevação do nível dos
oceanos e alteração em padrões globais de chuva (veja o quadro ao lado).

Fontes possíveis

Outras possibilidades para justificar tal concentração de carbono precisa ser descartadas antes.

A taxa de emissão pela queima de combustíveis fósseis, como gasolina e carvão, não aumentou em 2005 na
mesma proporção - então não é esta a fonte da curva ascendente.

Incêndios em florestas tropicais e boreais podem se encaixar no padrão, mas ainda não há estudos fechados que
o indiquem como origem de todo esse CO2 na atmosfera.

"Ainda não chegou o momento de jogarmos a toalha, assumirmos que o processo é irreversível e só
trabalharmos com a adaptação à nova realidade provocada pelo efeito estufa", diz o climatologista brasileiro
Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Esse aumento recorde da concentração coincide com o primeiro ano do Protocolo de Kyoto, acordo global que
busca justamente reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

Há dúvidas sobre sua validade, uma vez que parece inócuo e lento frente às mudanças atmosféricas. Ele
também não conta com a participação do maior poluidor do mundo, os Estados Unidos.

Nobre acredita que os dados pessimistas só mostram que o protocolo, assim como todas as outras iniciativas
para limpar o ar, são necessárias. "O 'próximo Kyoto' terá de ser mais rígido", diz. "E a era da energia barata,
baseada em combustíveis fósseis, está chegando ao fim."

Autoria: Cristina Amorim “O Estado de SP” 27/7/2006

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Rio de Janeiro, 06/07/2006

Bolsa do Rio negociará crédito de carbono


Bolsa carioca deve lançar até o fim do ano sistema eletrônico que permitirá transações de ações geradas pela
redução de poluentes

Créditos de carbono
Criados pelo Protocolo de Quioto, os créditos de carbono são títulos gerados por projetos que reduzem a
emissão de gases poluentes.

Cada tonelada de gás carbônico que deixa de ser lançada na atmosfera rende um crédito de carbono para a
empresa. Se o poluente que deixou de ser emitido foi o metano, o lucro é maior: 21 créditos por tonelada. Essas
ações podem ser negociadas no mercado internacional. Os principais compradores são governos e empresas que
precisam cumprir metas de redução de poluição — se eles não conseguirem atingir os objetivos, podem adquirir
os créditos de carbono.

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo


O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Quioto, estipula limites de
lançamento de poluentes na atmosfera. Os países industrializados que não cumprirem suas metas podem
compensar o problema financiando projetos de redução da poluição em países em desenvolvimento, por meio
da compra de créditos de carbono.

A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro planeja inaugurar até o fim do ano um sistema eletrônico de leilão de
créditos de carbono pela Internet. A estimativa é de Guilherme Fagundes, chefe do Departamento de Projetos
Especiais da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros), que controla a Bolsa carioca. Segundo ele, o pregão deve
atrair boa parte dos créditos gerados pelos projetos de redução da emissão de poluentes (veja quadro ao lado).
No ano passado, esse mercado movimentou cerca de US$ 2 bilhões, sendo 20% desse volume proveniente do
Brasil.

“Com a implantação do sistema, os créditos devem migrar gradativamente para o ambiente de Bolsa”, prevê
Fagundes. Segundo ele, além de permitir a negociação dos créditos já gerados e dos que serão gerados no futuro
(mercado a termo), o pregão eletrônico tem a vantagem de ser mais seguro, ter um custo de operação baixo e
maior liquidez. “Como é um ambiente regulado, ele tem maior credibilidade e oferece maior segurança ao
investidor estrangeiro, que tem papel fundamental nesse mercado”, observa. “Isso pode ser uma vantagem na
hora de disputar com projetos da Índia, por exemplo”, completa.

Poderão participar dos leilões eletrônicos empresas e corretoras cadastradas na BM&F. Elas terão de
acompanhar o calendário com as datas dos pregões, que serão agendados conforme a oferta de ações. “Ao
contrário do que acontece nas Bolsas comuns, um mercado nascente como esse não tem volume suficiente para
ter negócio diariamente, por isso os leilões serão marcados”, explica Fagundes.

A implantação do pregão eletrônico é a segunda etapa de um plano que a BM&F iniciou em 2004 para incentivar
o mercado de carbono. A primeira foi a criação de um Banco de Projetos, onde geradores e compradores de
créditos podem mantêm contato. A ideia é simples: projetos aprovados pelo MDL (Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo) e investidores se cadastram no site; quando os interesses coincidem, cada um recebe
um e-mail com os contatos do outro.

“O sistema faz o casamento entre os perfis demandado e oferecido. Se há um projeto de energia renovável
registrado e entra uma empresa interessada em investir em um projeto de energia renovável, o sistema
automaticamente liga os dois”, conta Fagundes. “Isso já reduz os custos de transação, porque o mercado de
créditos de carbono é muito fragmentado. Os compradores estão principalmente na Europa e no Japão e têm
dificuldade de conhecer os projetos daqui”, destaca.

Além das iniciativas validadas pelo MDL, podem se cadastrar no site projetos que estão em fase de análise. Para
isso, no entanto, eles precisam ser aprovados pelo Centro Clima, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de
Janeiro). “Uma equipe de especialistas na área avalia se o projeto tem condições de ser aprovado”, diz. “É uma
espécie de filtro, para que não entre qualquer projeto, mas sim aqueles viáveis”, ressalta.

Autoria: ALAN INFANTE (da PrimaPagina)

O Ciclo do Carbono e o Efeito Estufa

O incremento do efeito estufa é uma consequência direta do desequilíbrio bioquímico na atmosfera do planeta,
principalmente os fluxos, processos e reservatórios do ciclo do carbono. Ele é a principal forma pela qual o meio
ambiente faz transferências e armazenamentos energéticos desta substância na natureza.

Para equilibrar o processo de respiração, o carbono é transformado em dióxido de carbono (CO2). Outras
formas de produção de CO2 são as queimadas e a decomposição de material orgânico no solo. Os processos
envolvendo fotossíntese nas plantas e árvores funcionam de forma contrária. Na presença da luz, elas retiram o
CO2, usam o carbono para crescer e retornam o oxigênio para atmosfera. Durante a noite, na transpiração, este
processo se inverte e a planta libera CO2 excedente do processo de fotossíntese.

Os reservatórios de CO2 na terra e nos oceanos são maiores que o total de CO2 na atmosfera. Pequenas
mudanças nestes reservatórios podem causar grandes efeitos na concentração atmosférica. O carbono emitido
para atmosfera não é destruído, mas sim redistribuído entre diversos reservatórios de carbono. Os outros gases
causadores do efeito estufa (GEE), ao contrário, normalmente são destruídos por ações químicas na atmosfera.
A escala de tempo de troca de reservas de carbono pode variar de menos de um ano a décadas ou até mesmo
milênios. Este fato indica que o tempo necessário para que a perturbação atmosférica causada pela
concentração do CO2 volte ao equilíbrio não pode ser definido ou descrito através de uma simples escala de
tempo constante. Para se obter alguns parâmetros científicos, a estimativa de vida para o CO2 atmosférico é
definida em aproximadamente cem anos. A utilização de uma escala simples pode criar interpretações errôneas.

Desde aproximadamente 1850, a comunidade científica constata um aumento gradual da temperatura do


planeta. Esta variação vem ocorrendo de forma natural durante milênios ou, por vezes mais bruscamente,
durante décadas.

Ao longo do último século, principalmente após a Revolução Industrial, os países começaram uma vertiginosa
escalada de crescimento econômico o que gerou o aumento da demanda energética, não só em função das
necessidades das indústrias em expansão, mas também por causa do crescimento da população mundial.

A consequência mais direta é o aumento da temperatura média do planeta em função da concentração de CO2,
numa média de 0,4% anuais. Este aumento se deve principalmente à utilização crescente de combustíveis
fósseis (petróleo, gás e carvão) e à destruição das florestas tropicais.

O aumento da concentração de outros gases também contribui para o efeito estufa. O gás metano (CH4) e os
clorofluorcarbonetos (CFC) também vêm aumentando rapidamente. O efeito conjunto de tais substâncias pode
vir a causar um aumento da temperatura global estimado entre 2 e 6 ºC nos próximos 100 anos. Um
aquecimento deste porte alterará os climas em todo o planeta e também aumentará o nível médio dos oceanos
em pelo menos 30 cm, o que poderá interferir na vida de milhões de pessoas que vivem em países e áreas
costeiras mais baixas.

Precedentes ou Premonição?
A cada ano que passa todos sentimos as profundas mudanças que vem ocorrendo no clima global. Diante de
nossos olhos incrédulos, assistimos à formação de furacões cada vez mais constantes e devastadores; chuvas
torrenciais gerando grandes inundações e secas que já estão durando anos, agravando cada vez mais a fome nos
países mais pobres, entre outros. Os cientistas afirmam que é consequência do efeito estufa, fenômeno gerado
pelos gases lançados na atmosfera e sobre o qual iremos discorrer mais adiante.

Com estas dramáticas mudanças, vários países, inclusive o Brasil, começaram a discutir e a desenvolver
mecanismos que poderiam possibilitar novas opções para um crescimento econômico sem necessariamente a
destruição da natureza. Então, no ano de 1972, realizou-se em Estocolmo, na Suécia, a 1ª Conferência Mundial
sobre o Meio Ambiente, fato marcante que iniciou a mobilização mundial em defesa dos ecossistemas naturais.

Após Estocolmo, deu-se início a um vagaroso incremento da consciência mundial, tanto por iniciativa de
cidadãos, quanto de governos. Todos cada vez mais voltados para as questões ambientais locais e globais.

Em 1989, a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) decidiu realizar a 2ª Conferência, que acabou se
realizando somente em 1992. Dentre os muitos países que se candidataram para sediá-la, acabou vencendo o
Brasil, que já procurava se firmar como um dos primeiros países em desenvolvimento a se preocupar com a
causa ecológica. Foi realizada, então, a 2ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ou ECO 92.
Rio de Janeiro: ECO – 92
A ECO-92 foi realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992, onde, ao longo de alguns dias, várias nações
debateram as questões ambientais locais e globais, definiram uma sucessão de regras e metas em comum,
estabeleceram novas diretrizes políticas de interesses transversais e também fecharam acordos conjuntos.
Todos os participantes se comprometeram mais efetivamente em mitigar os emergentes problemas climáticos,
tendo como consequência mais concreta a emissão de um documento sobre a Convenção Quadro sobre
Mudanças do Clima (em inglês, United Nations Framework Climate Change Convention, UNFCCC).

Através deste documento, os 190 países signatários reconheciam que as mudanças climáticas e o efeito estufa
eram os fenômenos que comprometeriam mais gravemente o futuro do planeta. Dessa forma, as novas políticas
de preservação passariam a ser uma responsabilidade comum a todos. Os signatários teriam como principal
objetivo estabilizar a concentração dos gases geradores do efeito estufa na atmosfera, de forma que estes não
gerassem mais riscos para o ecossistema planetário.

“Agenda 21”
Discutida e aprovada durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
(CNUMAD, Rio de Janeiro, junho de 1992), os critérios da “Agenda 21” constituem um programa a ser
implementado ao longo do século XXI pelos governos, pelas ONG's e demais instituições da sociedade civil e
pelas demais instituições multilaterais de fomento ao desenvolvimento socioeconômico. A “Agenda 21” culmina
um processo que durou 20 anos de iniciativas e ações de âmbito local, regional e internacional, visando deter e
reverter a constante degradação dos ecossistemas, tão vitais para a manutenção da vida.

Outra prioridade é alterar gradativamente as políticas que resultaram nas brutais desigualdades sociais e
econômicas entre os países por meio de um programa de erradicação e atenuação da pobreza, conservação,
tratamento e exploração sustentável dos recursos naturais e provisão de melhores serviços de educação e saúde
e combate da desigualdade entre as classes sociais.

Desenvolvimento Sustentável
Para abrangermos as várias concepções sobre o que vem a ser o conceito de desenvolvimento sustentável,
remontaremos a 1983, quando a ONU criou a 1ª Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
presidida por Gro Harlem Brundtland, então primeira-ministra da Noruega. A Comissão ficou conhecida como
Comissão Brundtland. Os principais objetivos da Comissão eram:

 - Rever as questões críticas relativas ao meio ambiente


 - Promover uma forma de desenvolvimento que não esgote os recursos naturais, comprometendo-se
com a sobrevivência das futuras gerações
 - Reformular propostas viáveis para abordá-las depois
 - Propor novas formas de cooperação internacional nesse campo, de modo a orientar as políticas e
ações no sentido das mudanças necessárias
 - Dar a indivíduos, organizações voluntárias, empresas, institutos e governos uma compreensão maior
desses problemas, incentivando-os a uma atuação mais firme

Para alcançar um desenvolvimento sustentável, precisamos mudar os paradigmas das políticas governamentais,
que deverão passar a implementar um planejamento de longo prazo a partir do reconhecimento de que os
recursos naturais não são infinitos. Foi em razão destas novas concepções conceituais que surgiram as novas
modalidades de desenvolvimento econômico, as quais passaram a levar em conta o meio ambiente. Também se
destacam as profundas mudanças nos objetivos da sociedade humana em termos de comportamento social. Foi
profundamente importante a percepção da humanidade de que não ela própria poderá sobreviver se houver o
esgotamento total dos recursos naturais do planeta.

E, em decorrência dos compromissos assumidos durante a CNUMAD ou Rio 92, o governo brasileiro desenvolveu
através dos Ministérios do Planejamento e Orçamento, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e Indústria e do
Comércio estudos para incorporar os princípios do desenvolvimento sustentável, tal como propostos na
“Agenda 21”. Eles contribuíram para estabelecer as bases estratégias nacionais para o desenvolvimento local e
global e, também, as políticas públicas que foram solidificadas em caráter nacional e internacional com o
Protocolo de Quioto.

O Protocolo de Quioto
Em 1997, na cidade de Quioto, no Japão, estando presentes os representantes de 159 nações, foi realizada a
terceira Conferência das Partes (COP 3). As duas anteriores foram promovidas respectivamente na Alemanha
(COP 1), em 1995, e na Suíça (COP 2), em 1996.

A Conferência em Quioto foi a mais abrangente e culminou com a adoção do famoso protocolo, um dos marcos
mais importantes desde a criação da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima
(CQNUMC). Ele foi fundamentalmente utilizado como instrumento de combate às mudanças climáticas.

O Protocolo de Quioto definiu: para sua entrada em vigor, seria necessária a ratificação por pelo menos 55
países industrializados (ou Anexo I) e que, juntos, comprometer-se-iam a reduzir pelo menos 5,2% de suas
respectivas emissões combinadas de GEEs. Isso corresponde a pelo menos 55% das emissões globais totais dos
GEEs em relação aos níveis 1990 até o período entre 2008 e 2012.

Ao ser ratificado, o Protocolo passaria a vigorar num prazo máximo de 90 dias, o que significaria passar a ser um
compromisso de caráter legal, vinculando todas as Partes (respectivos países) envolvidas. Assim, se alguma de
suas Partes não cumprissem o acordo firmado, ficaria sujeita a penalidades dentro do Protocolo.

É importante ressaltar que, graças a essa vinculação legal, esse histórico compromisso passou a produzir uma
reversão da tendência histórica de crescimento das emissões iniciadas nesses países cerca de aproximadamente
150 anos atrás.

A União Européia (EU) assumiu o compromisso de reduzir em 8%; os Estados Unidos, responsáveis sozinhos pela
emissão de 36% do total de gases, comprometeu-se (sem assinar) a uma redução de 7%; o Japão concordou em
reduzir 6%. Alguns países como a Rússia e Ucrânia não assumiriam o compromisso de redução e outros como
Islândia, Austrália e Noruega ainda teriam permissão para aumentar suas emissões.

O Protocolo foi aberto para assinatura de todas as Partes em 16 de março de 1998 e acabou entrando em vigor
somente em 16 de fevereiro de 2005, após a entrada da Rússia, que o ratificou em novembro de 2004. O Brasil
assinou o Protocolo em 29 de abril de 1998, ratificando-o em 23 de agosto de 2002. Estados Unidos e Austrália
até hoje não ratificaram o Protocolo, mas estão cumprindo internamente metas de redução dos GEEs com
políticas próprias.
Talvez uma das mais importantes contribuições em Quioto tenha sido dada pelo Brasil, que propôs a criação do
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Ele é um fundo global constituído por aportes financeiros dos
países desenvolvidos pertencentes ao ANEXO 1, que não estivessem conseguindo cumprir suas metas de
redução da emissão de GEE´s. Em Quioto, os estudos e critérios do MDL foram aprofundados com a
possibilidade concreta dos países desenvolvidos financiarem projetos de redução de emissões de GEEs nos
países em desenvolvimento. Gestando, assim, o futuro mercado de créditos de carbono.

Convenção Quadro sobre mudanças do Clima (UNFCCC)


A Organização das Nações Unidas (ONU), através do Painel Intergovernamental em Mudança do Clima (em
inglês Intergovernmental Panel on Climate Change, IPCC), passou a desenvolver e a implementar os critérios
técnicos e científicos que viabilizaram o início dos debates sobre as mudanças climáticas. Em 1990, as Nações
Unidas, sob as recomendações do IPCC, iniciaram as negociações para a adoção do que viria a ser a primeira
UNFCCC, ocorrida em 2 de maio de 1992, na cidade de Nova York. A convenção entrou em vigor em 1994,
contando hoje com 186 Partes. Ficou estabelecido que os países signatários se encontrariam regulamente para
continuar as discussões na Conferência das Partes (COP). Estas Partes foram divididas em dois grupos, de acordo
com os princípios de equidade e “responsabilidade comum, mas diferenciada”:

- Países pertencentes ao Anexo 1: Países industrializados membros da Organização para a Cooperação e o


Desenvolvimento Econômico (em inglês, Organisation for Economic Co-operation and Development, OCDE),
exceto México e Coréia do Sul, com grandes níveis de emissões de GEE, possuem condições financeiras e
tecnológicas para atingir as reduções. O mesmo vale para os países industrializados em processo de transição
para uma economia de mercado como a Rússia e os países da Europa Central e Oriental.

Esses países se comprometem a adotar políticas e medidas nacionais com metas a serem atingidas, ou seja, as
emissões de GEE devem ser compatíveis aos níveis de 1990 até o ano de 2000. Estes países têm também o
compromisso de relatar periodicamente o andamento das suas políticas e planos e fazer inventários anuais de
suas emissões. Aos países industrializados em processo de transição para uma economia de mercado foi
concedida flexibilidade nesses compromissos.

- Países não Anexo 1: Países em desenvolvimento que devem relatar as suas ações em relação às mudanças
climáticas.

A reprodução total e/ou parcial deste artigo está autorizada desde que se mencione a fonte e a autora.

Bibliografia:

 COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. Rio de
Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991.
 Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ) (www.esalq.usp.br)

Autoria: Denise de Mattos Gaudard (*)

(*) Denise de Mattos Gaudard é consultora de Gestão Empresarial e Ambiental. Formada em Administração de
Gestão Empresarial pela Universidade Santa Úrsula (USU-RJ); Pós Graduada em Economia pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV-RJ) e Comércio Exterior pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Tem Especialização em
Educação voltada para Meio Ambiente, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Gestão de Projetos
no Project Manegement Institute (PMI-RJ). Participa do desenvolvimento de projetos de Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL) e gestão de resíduos junto a prefeituras e empresas financiadoras parceiras.
Escreve artigos sobre meio ambiente e MDL.

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Revista Veja, mais uma vítima do efeito estufa


Resumo: A publicidade em torno do filme ‘Uma verdade inconveniente’ levou uma série de revistas brasileiras
inclusive Veja a publicar matérias pseudocientíficas sobre o "trágico futuro da vida no planeta Terra" devido a
problemas de derretimento das camadas de gelo pelo suposto aquecimento global.

A revista Veja edição de 21 de junho de 2006 publicou uma matéria ricamente ilustrada, com ursos canibais e
afins, com a chamada escatológica. Os sinais do Apocalipse, tendo como capa um belo animal desses que
segundo a revista, será o primeiro a sentir os prejuízos do aquecimento global. Estranho, todas as estatísticas
trágicas partem da autoridade da ONU para assuntos científicos. Afirmam que os fenômenos são muito
complexos para serem entendidos, mas mesmo assim, todas as previsões que fazem são do nível de “se
mantiver o ritmo atual...”. Ora, se não se sabe como se comportam os fenômenos, qual a validade desse tipo de
previsão? Só tem validade psicológica de incutir terror pânico.

Outra pérola: “O equilíbrio natural foi rompido pela revolução industrial. Desde o século XIX, as concentrações
de dióxido de carbono no ar aumentaram 30%, as de metano dobraram e as de dióxido nitroso subiram 15%. A
última vez em que os níveis de gases do efeito estufa estiveram tão altos quanto agora foi há 3,5 milhões de
anos.”

Em bom português: havia equilíbrio natural antes da revolução industrial, mas há 3,5 milhões de anos os níveis
de gases de efeito estufa estavam tão altos quanto agora, época de desequilíbrio. Ou seja, com ou sem
revolução industrial ‘dá na mesma’. Será que o efeito estufa já está causando problemas de lógica aos
colaboradores de Veja?

No artigo científico do Journal of Glaciology, Mass changes of the Greenland and Antarctic ice sheets and shelves
and contributions to sea-level rise: 1992–2002, os pesquisadores concluíram que não há evidências de que o
aquecimento global irá causar derretimento das camadas de gelo polares, causando tragédias devido à elevação
no nível do mar. Abaixo, um resumo dos resultados obtidos, traduzido do website CO2Science.

A contribuição da Antártida e da Groenlândia no aumento do nível do mar


O que foi feito?

Os autores determinaram alterações na massa de gelo a partir de mudanças na altitude extraídas de 10,5 anos
(Groenlândia) e 9 anos (Antártida) via dados de altimetria por radar de satélite do sistema European Remote-
sensing ERS-1 e ERS-2.

O que foi aprendido?

Zwally et al. relatam que: “a camada de gelo da Groenlândia está afinando nas margens (-42 ± 2 Gt/a abaixo da
linha de equilíbrio de altitude (ELA))[1] e crescendo no interior (+53 ± 2 Gt/a acima da ELA) com um pequeno
ganho total de massa (+11 ± 3 Gt/a); -0,03 mm/a SLE (equivalente ao nível do mar)”.

Igualmente, afirmam: “a camada de gelo da Antártida Ocidental está perdendo massa (-47 ± 4 Gt/a) e a camada
da Antártida Oriental mostra um pequeno ganho de massa (+16 ± 11 Gt/a) com uma alteração conjunta de -31 ±
12 Gt/a (+0,08mm/a SLE)”.
Portanto, “a contribuição das três camadas de gelo para o nível do mar é +0,05 ± 0,03 mm/a”.

Além disso, embora não impactando no nível do mar, eles notam que “os blocos de gelo (ice shelves) da
Antártida mostram alterações de massa de -95 ± 11 Gt/a no ocidente e +142 ± 10 Gt/a no oriente.”

O que isso significa?

Frequentemente ouvimos histórias de terror sobre a possibilidade da Groenlândia e da Antártida em causar


aumento de muitos metros nos níveis dos mares como resposta ao aquecimento global. Entretanto, Zwally et al.
Colocam as coisas numa perspectiva adequada notando que os dados do mundo real que eles processaram
indicam que a contribuição em curso das camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida ao nível do mar “é
pequena”. Pequena quanto? Com a equivalência observada entre perda de gelo e nível do mar a uma taxa de
+0,05 milímetros por ano, levaria um milênio inteiro para elevar o nível global dos mares em apenas 5cm e
20.000 anos para elevar em um único metro. E ainda, relatam que “a contribuição das camadas de gelo é
também pequena comparada com a mais recente estimativa de aumento do nível do mar de 2,8 ± 0,4 mm/a a
partir de altimetria por satélite (Leuliette et al.,2004),” que em suas palavras, “confundem mais ainda as
possíveis explicações das causas do aumento do nível do mar contemporâneo.”

Concluindo, as descobertas do mundo real de Zwally et al. sugerem que a epidemia alarmista do clima sobre
aquecimento global causando os níveis do mar a aumentar a níveis desastrosos devido a perdas de massa das
grandes camadas de gelo da Terra é simplesmente falsa. Este clamor abusivo nada mais é que uma tática do
medo planejada para persuadir o público a aceitar a pílula amarga que eles prescrevem para a solução de um
não-problema patentemente óbvio.

Referências

 Zwally, H.J., Giovinetto, M.B., Li, J., Cornejo, H.G., Beckley, M.A., Brenner, A.C., Saba, J.L. and Yi, D. 2005.
Mass changes of the Greenland and Antarctic ice sheets and shelves and contributions to sea-level rise:
1992-2002. Journal of Glaciology 51: 509-527.
 Leuliette, E.W., Nerem, R.S. and Mitchum, G.T. 2004. Calibration of TOPEX/Poseidon and Jason altimeter
data to construct a continuous record of mean sea level change. Marine Geodesy 27: 79-94

Leia também “A fria perspectiva dos cientistas sobre o aquecimento global”

Autoria: Gerson Faria em 26 de junho de 2006

Fonte: © 2006 MidiaSemMascara.org

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Soja na refinaria
Centro de pesquisa da Petrobras desenvolve técnica para uso de óleo vegetal na produção de diesel

Diesel e óleo de soja: união vai produzir o H-Bio, combustível menos poluente

Misturar óleo de soja no processo de refino do diesel é a nova tecnologia desenvolvida ao longo de 18 meses
por pesquisadores do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras. Inédito em todo o mundo,
o novo sistema de produção já tem patentes depositadas no Brasil e no exterior. O diesel, usado por caminhões,
ônibus, tratores, barcos, locomotivas, geradores e máquinas industriais, não sofrerá modificações essenciais na
sua estrutura química, que continuará a mesma. Por ser o mesmo combustível, serão evitados os testes
complementares em veículos. Os testes realizados nos laboratórios e plantas piloto da empresa aprovaram o
produto para uso imediato.

O novo diesel também não poderá ser classificado como biodiesel. O biodiesel é o acréscimo de óleo vegetal ao
diesel, já nas distribuidoras de combustíveis. Esses óleos passam antes por um processo químico de
transesterificação, quando ele é purificado para não causar problemas aos motores. O novo combustível nasce
durante o processo de refino. “É feita a inserção de óleo de soja durante a produção do diesel”, diz Alípio
Ferreira Pinto Júnior, gerente-geral de abastecimento do Cenpes. O combustível estará disponível nos postos de
abastecimento a partir de 2007 e vai contribuir para reduzir a importação desse produto ou do petróleo mais
denso usado para produzi-lo, existente em pouca quantidade nos poços petrolíferos brasileiros.

Dos 40 bilhões de litros de diesel utilizados no país por ano, 2,3 bilhões foram importados em 2005. Inicialmente
o Cenpes calcula que serão produzidos 256 milhões de litros anuais do novo diesel, quase 10% do total
importado atualmente. As primeiras levas do combustível serão produzidas em Minas Gerais, no município de
Betim, na Refinaria Gabriel Passos (Regap), e no Paraná, na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no
município de Araucária. Posteriormente, outras refinarias também poderão produzir o novo combustível, como
em Canoas, no Rio Grande do Sul, e Paulínia, em São Paulo.

As duas refinarias passam agora por uma adaptação logística para recebimento e armazenamento do óleo de
soja, que chegará até elas por caminhão. Essas unidades, além de estarem próximas a centros produtores de
soja, possuem estações de hidrotratamento que são fundamentais para produzir o novo diesel, que levará o
nome de H-Bio. “Essas estações utilizam o hidrogênio para remover moléculas de enxofre do diesel”, diz Pinto
Júnior. Dentro desse processo, sob severas condições de pressão e de temperatura, além da adição de outros
produtos químicos que promovem a catálise (aceleram a reação química), o hidrogênio também quebra as
moléculas do óleo vegetal que se transformam em óleo mineral (diesel). O processo comporta a mistura de 90%
de diesel e 10% de óleo vegetal. “De cada 100 litros de óleo de soja inseridos no processo, 96 litros são
transformados em óleo mineral.” Sobra ainda propano (o gás liquefeito de petróleo), que poderá também ser
aproveitado, e água.

Novo mercado - A soja foi escolhida pela Petrobras porque sua produção está baseada em uma cultura bem
disseminada e uma agroindústria bem desenvolvida no Brasil. Esse setor também é um grande exportador,
embora nos últimos anos os preços tenham caído para os produtores brasileiros, devido à queda do dólar em
relação ao real e ao excesso de grãos no mercado mundial. “A previsão é de que a Petrobras consuma 10% do
óleo de soja exportado atualmente, que é de 2,7 bilhões de litros”, diz Pinto Júnior. A produção brasileira é de 5,6
bilhões de litros. A soja, no entanto, é apenas uma opção, a mais fácil de ser obtida no momento. Tecnicamente
outros vegetais já demonstraram boa qualidade para o refino de diesel. “Nós já fizemos testes positivos com
mamona, babaçu e dendê, entre outras plantas.”

Menos enxofre - Uma das vantagens inovadoras do H-Bio diesel é que, com a adoção do óleo de soja, é possível
eliminar de vez o enxofre existente normalmente neste combustível. Quando jogado na atmosfera, esse
elemento pode se transformar em dióxido de enxofre e até em ácido sulfúrico, contribuindo para a chuva ácida.
O diesel vendido no Brasil possui entre 0,20% e 0,05% de enxofre. O valor menor é distribuído nas regiões
metropolitanas de maior população. Além de benefícios ambientais, o H-Bio também vai permitir uma melhor
ignição. “Ele possui um índice de cetano (que é um componente do diesel) alto e isso indica uma boa qualidade
de ignição”, afirma Pinto Júnior. Também chamada de partida a frio, essa função, com bom desempenho,
permite uma combustão de melhor qualidade e economia de combustível.
Entre os benefícios econômicos está o fato de o agronegócio se tornar um fornecedor direto para a indústria
petroleira, para a fase de refino. A Petrobras vai a partir de agora ficar de olho não só na cotação mundial do
petróleo, mas também nos preços internacionais da soja para firmar contratos de suprimento com os
produtores dessa oleaginosa. No caso do álcool da cana-de-açúcar e do biodiesel, o fornecimento acontece
diretamente para a distribuidora, sem passar por refinarias. A adoção do H-Bio também aumenta a participação
de biomassa na matriz energética brasileira, consolidando a posição de vanguarda da pesquisa com combustíveis
renováveis no Brasil.

Autoria: Marcos de Oliveira. Crédito: Miguel Boyayan

Trabalhadores do Projeto Biodiesel são tratados como animais na Fazenda


Santa Clara
Promotor comparece para apaziguar, mas o impasse continua diante da omissão do Governo do Estado

Notícias de 2006:

 Policiais encapuzados intimidam trabalhadores


 Promotor de Canto do Buriti evita violência
 Mulher desmaia no momento da operação policial
 Trabalhadora sem saber o que fazer diante do impasse
 Trabalhadores se organizam no fechamento da BR- 324
 Policiais armados prontos para agir a mando do governo
 Polícia protege entrada da Fazenda Santa Clara
 Judson Barros tenta acalmar trabalhadores

Trabalhadores da Fazenda Santa Clara, em número de 800, aproximadamente, interditaram a BR –324, que liga
Canto do Buriti a Elizeu Martins, na entrada do Projeto do Biodiesel, no último dia 20, em protesto contra as
más condições de trabalho no projeto do Biodiesel. A informação foi prestada pelo presidente da FUNÁGUAS,
Judson Barros, que acompanha de perto a questão, desde a vinda da Brasil Eco diesel para o Piauí.

O problema começou a se agravar em Canto do Buriti, no último dia 10, quando os trabalhadores fizeram uma
manifestação na frente do Projeto. Nesse dia, a empresa se negou a conversar com os trabalhadores. Já no dia
22, em audiência com a Promotoria da Comarca de Canto do Buriti, ficou decidido que haverá uma inspeção na
Fazenda Santa Clara, para avaliar as reais condições dos trabalhadores, sobretudo no tocante a ameaças que
eles dizem estar sofrendo.

Em todos esses episódios, o Governo do Estado foi omisso, embora o projeto do Biodiesel seja integralmente
apoiado pelos governos estadual e federal, com a doação de terras e a concessão de empréstimos subsidiados –
afirmou Judson Barros, acrescentando que o governador Wellington Dias chegou a usar uma pista de pouso da
Fazenda Santa Clara, no dia da primeira manifestação, mas não conversou com os trabalhadores.

Na interdição da estrada, o governo mandou a polícia, que fez ameaças, exibindo armas e prometendo prisões,
mesmo sabendo que o promotor de Canto do Buriti já tinha contornado a situação, ouvindo pessoalmente o
gerente da Fazenda Santa Clara e os trabalhadores.

Enquanto não é feita a inspeção, pela Promotoria de Canto do Buriti, os trabalhadores da Fazenda Santa Clara
ainda aguardam uma posição do Governo do Estado, uma vez que o projeto do Biodiesel tem sido bastante
divulgado na mídia oficial como sendo uma das grandes conquistas do governo – enfatizou Judson.
A situação na Fazenda Santa Clara só não degenerou para violência física porque o promotor já se encontrava na
Fazenda. Enquanto Judson Barros procurava tranquilizar os trabalhadores, seus filhos menores caíam na mata,
assustados com sirenes e armas apontadas para os pais. O pânico durou cerca de 40 minutos, mas a aflição dos
pais entrou pela noite.

Enquanto não eram encontrados os meninos que se embrenharam na mata, o temor dos pais era de que,
pernoitando naquele mundo selvagem, eles fossem molestados por insetos e feras (ainda existem onças em
Canto do Buriti).

Autoria: Raimundo Cazé

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15/02/2006

Enzima mutante faz plantas converterem dióxido de carbono mais rapidamente

RIO - O aquecimento global pode estar com os dias contados. Pesquisadores da Escola de Medicina da
Universidade de Emory descobriram uma enzima mutante que garante às plantas a capacidade de usar e
converter o dióxido de carbono mais rapidamente, reduzindo a quantidade do gás tóxico na atmosfera. A
descoberta está na edição de fevereiro da revista "Protein Engineering Design and Selection".

Durante a fotossíntese, as plantas e algumas bactérias, convertem a luz solar e o dióxido de carbono em energia
química aproveitável. A enzima responsável por esta atividade é a rubulose 1,5-bisphosphate
carboxilase/oxigenase, também chamada de RuBisCO. A RuBisCO é uma enzima abundante, mas pouco eficaz.

- Todas as formas de vida da Terra dependem pelo menos um pouco do funcionamento desta enzima. Acontece
que em bilhões de anos a RubisCO evoluiu muito pouco e continua milhares de vezes mais lenta que a maioria
das enzimas existentes. As plantas precisam produzir toneladas dessa enzima apenas para se manterem vivas -
afirmou o professor de bioquímica da Escola de Medicina da Universidade de Emory, Ichiro Matsumura, um dos
autores do estudo.

A baixa eficácia da RuBisCO limita o crescimento das plantas e as impede de usar e assimilar todo o dióxido de
carbono presente na atmosfera, mesmo que a quantidade de gás continue a crescer e crescer. O resultado do
aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera é o aquecimento global.

Durante décadas, cientistas tentaram desenvolver uma variante da enzima, capaz de converter o gás tóxico de
forma mais rápida, mas a estrutura complexa da RubisCO sempre foi um obstáculo às mutações. Matsamura e
seus colegas tiveram sucesso através de um processo chamado de 'evolução dirigida', no qual foram usadas
bactérias de Escherichia coli (E.coli).

- As mutações levaram a um aumento de 500% na eficácia da RubisCO - afirmou Matsamura. - Estes resultados
poderiam levar as plantas a crescerem mais rápido.

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[06/12/2005] Ano: 100 Número: 279


IPT desenvolve combustível ecológico
Pesquisadores do IPT, com a empresa Raudi, desenvolvem gaseificador capaz de transformar bagaço de cana em
combustível limpo. Produção de álcool pode dobrar. “Podemos aumentar a produção de álcool, quase dobrar,
sem aumentar em um milímetro a área de cana plantada”, diz Ademar Hakuo Ushima, pesquisador do IPT, numa
fala que parece beirar a ficção, mas tem se materializado desde 2002, quando o IPT firmou parceria com a Raudi
Energia Tecnologia em Combustíveis Limpos Ltda.

O objetivo do acordo é desenvolver um Gaseificador de excedentes de bagaço e palha de cana para a geração de
gás combustível e de síntese.

O projeto, que estará completo no fim deste ano, deve ser instalado em uma usina em aproximadamente dois
anos, com uma unidade de demonstração.

Depois de finalizado, o gás sintetizado no gaseificador será capaz de gerar gasolina, óleo diesel, metanol, ácido
acético, etanol, DME (que substitui tanto o diesel quanto o GLP de cozinha), hidrogênio e fertilizantes. Muitos
dos derivados de petróleo poderão substituí-lo por uma fonte renovável.

Segundo Ushima, para cada tonelada de cana utilizada na produção de álcool, são gerados 140 quilogramas de
bagaço e 140 de palha, que possuem alta energia armazenada e tem porcentagens consideráveis desperdiçadas.

“A palha de cana é queimada no campo e gera poluição. Podemos observar os casos de Ribeirão Preto e
Piracicaba, que têm maior ocorrência de doenças pulmonares do que São Paulo”.

Ushima também explica que o gás carbônico produzido na queima de combustível não aumenta sua
concentração na atmosfera, já que mantêm uma quantidade fixa do gás em todo o ciclo. O CO2 consumido pela
cana é o mesmo que sairá nos motores dos carros e será novamente absorvido pelas plantas. “Prevê-se que,
daqui a dez anos, teremos uma crise energética e o efeito estufa estará agravado. Então, esta tecnologia
desenvolvida aqui será de grande utilidade”. (AG. IPT)

Fonte: http://www.jornalacidade.com.br/geral/ver_news.php?pid=33&nid=31125

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Senador de MT propõe uso de óleo de origem vegetal como combustível


Várzea Grande, 06/12/2005

Durante seu discurso realizado hoje, 06, no Plenário do Senado, o senador Gilberto Goellner (PFL/MT) solicitou
o apoio dos demais parlamentares ao seu projeto de lei que autoriza, em condições especiais, a comercialização
e o uso de óleo de origem vegetal como combustível automotor. Goellner ressaltou que o combustível poderá
ser utilizado nas operações vinculadas ao processo de extração, produção, transporte, beneficiamento e
transformação de produtos agropecuários, proporcionando redução nos custos da produção e a criação de um
novo mercado para esses produtos, bem como uma melhor lucratividade para os produtores rurais brasileiros,
tornando-os assim mais competitivos.

Segundo o senador Goellner, para que haja o barateamento do preço e a consequente redução nos custos de
produção e no transporte dos produtos agropecuários, a comercialização do óleo de origem vegetal deve ser
feita diretamente entre a indústria que o produz e o seu consumidor final, a fim de evitar o “passeio” desse
combustível, e o seu consequente aumento de preço, devido aos custos desse deslocamento e mais outras
despesas operacionais. “Assim, é, não somente fundamental, mas, sobretudo, mais lógico, que ele esteja
disponível na mesma região ou na mesma área onde será consumido”, destacou.

Para Goellner, essa possibilidade se reforça à medida que a cotação do petróleo atingir níveis elevados no
mercado internacional e a cotação das commodities agrícolas, incluídas as oleaginosas, apresentarem queda,
não somente no mercado internacional como também no nacional. “Com isso, o preço do óleo de origem
vegetal se tornará inferior ao do diesel, o que o tornará mais competitivo para os consumidores”, frisou.

O parlamentar disse também que como consequência, o cultivo de plantas oleaginosas no país incentivará as
atividades no campo e contribuirá para que se ampliem os postos de trabalho, não somente nas atividades de
produção, mas também nas de beneficiamento, de transformação e de distribuição. Além do mais, dinamizará
outros setores econômicos ligados à produção de insumos, de máquinas e equipamentos agrícolas, e de
transporte em geral.

“Essa iniciativa ajudará, por outro lado, que a recente crise que afeta a agropecuária brasileira possa ser
revertida, minimizando seus efeitos negativos sobre os produtores rurais, em setores localizados tanto a
montante quanto a jusante do processo produtivo, como também sobre os consumidores e, mais ainda, sobre a
economia brasileira. Assim, a substituição do uso do óleo diesel pelo de origem vegetal, além de dar uma nova
opção, poderá contribuir para que o Brasil faça uma economia de divisas ao diminuir o nível de dependência de
derivados de petróleo importado, uma vez que o Brasil gasta cerca de 1,2 bilhão de dólares por ano somente
com a compra de óleo diesel no mercado internacional”, ponderou.

De acordo com o senador Goellner, o uso de óleo vegetal como combustível automotivo concorrerá para que o
Brasil diminua seus níveis de emissão de gases poluentes, sobretudo o dióxido de carbono, que é o responsável
pelo efeito estufa, e reduza, assim, a poluição ambiental, providência esta tão necessária no momento atual por
que passa o planeta.

“O aumento do uso do óleo de origem vegetal como combustível automotor promoverá a intensificação das
pesquisas ligadas a técnicas de refino de cada espécie vegetal e levará as indústrias fabricantes a procederem a
adaptações necessárias nos motores, sobretudo os que utilizam diesel, a exemplo do que ocorreu com a
intensificação do uso de outros combustíveis, como, por exemplo, o álcool e o gás natural veicular – GNV”,
salientou.

Goellner disse ainda que a utilização do óleo vegetal como combustível para tratores, colheitadeiras, veículos,
geradores de energia, motores, máquinas e equipamentos automotores utilizados na extração, produção,
beneficiamento e transformação de produtos agropecuários, bem como no transporte terrestre, ferroviário ou
hidroviário desses mesmos produtos e de seus insumos em geral, certamente contribuirá para baratear os
custos de produção. “Por isso, estou tomando a iniciativa de oferecer ao Congresso Nacional proposta de projeto
de lei com o objetivo de que seja acatado e aprovado. Espero que essa minha iniciativa possa contribuir para
reduzir os custos de produção agropecuária, dinamizar as atividades no campo brasileiro, diminuir a
dependência de combustíveis fósseis e preservar o meio ambiente”, finalizou.

Fonte: http://www.odocumento.com.br

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Unimar faz teste e lançamento de Biodiesel


04-12-2005
A Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Tecnologia da Unimar (Universidade de Marília) promoveu no
laboratório de Sistemas Térmicos, o lançamento oficial do combustível Biodiesel.

A universidade veio desenvolvendo a tecnologia em um período de dois anos e meio de pesquisas em


laboratório para chegar ao resultado final do combustível, e agora, aguarda apenas acordo com fornecedora de
maquinário para produzir o combustível em longa escala.

Seis alunos dos cursos de Engenharia de Produção Mecânica e Engenharia de Alimentos participaram das
pesquisas para a produção do combustível com acompanhamento de um professor.

A matéria prima para a produção do Biodiesel é o óleo vegetal e a Unimar utiliza o óleo de soja e o de girassol
para produzir o combustível.

Segundo o professor doutor em sistemas térmicos e física experimental da Unimar, José Arnaldo Duarte,
responsável pelo projeto do Biodiesel, existem mais de 20 espécies de plantas que podem ser processadas para
a produção, entre elas, o amendoim, mamona, soja, girassol, gergelim e o dendê.

O professor explicou que produzir o Biodiesel sempre foi um sonho de sua carreira profissional e também por
gostar e se dedicar a área de energia de combustíveis renováveis que está em alta no mercado nacional.

“Compramos a planta do equipamento e produzimos os primeiros testes químicos em uma produção de pequena
escala que deu certo e, com isso, atingimos resultados satisfatórios”, disse.

Segundo ele, foram feitos vários testes até chegar ao resultado final do combustível. O teste foi realizado em um
motor Mercedes Benz utilizado para bomba de irrigação com 20% de Biodiesel e o restante de diesel comum.
“No começo dos testes utilizamos cinco, 20 e 50% de mistura de Biodiesel com o diesel comum até chegarmos a
100% de Biodiesel”.

Para Duarte, o Biodiesel hoje é a energia mais pesquisada do momento e a Unimar também está correndo
contra o tempo para apresentar projetos de ponta no assunto como este que foi um sucesso.

No Brasil, a autorização para a comercialização do Biodiesel foi regulamentada em 2004 com uma mistura de 2%
ao diesel normal. “A esperança agora é de que o Governo Federal dê maiores incentivos de impostos para a
produção adequada do Biodiesel no país”, esclarece Duarte.

A principal vantagem do combustível é que é renovável, ou seja, planta-se o grão, extrai o óleo e produz o
Biodiesel, além disso, ele é menos poluente que o diesel. “Outra vantagem, além de nacional, é o campo de
trabalho que abriria para a produção do Biodiesel”, garantiu o professor.

Fonte: http://www.diariodemarilia.com.br

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Produtores Portugueses querem “gás verde” para funcionamento das estufas


Mais de uma centena de produtores de flores e plantas naturais sugeriram ao ministro da Agricultura a criação
de um “gás verde” para apoiar a produção em estufa, sob pena de serem ultrapassados pelos concorrentes
internacionais.

“Precisamos de gás mais barato para produzir flores o ano todo, caso contrário seremos ultrapassados pelos
nossos concorrentes internacionais”, afirmou à agência Lusa o dirigente da Ucanorte (União Agrícola do Norte),
Constantino Silva, à margem da II Mostra Profissional de Produção de Flores e Plantas Naturais, Mercoflores,
que decorreu na semana passada na Maia.

À semelhança do “gasóleo verde” ou agrícola, que já existe para apoiar algumas culturas, o sector das flores e
plantas naturais precisa também de um “gás verde” para suportar a produção em estufa, alertou o responsável.

A propósito, Constantino Silva lamentou a falta de apoios para o sector, que considerou ter um “grande
potencial” em termos de capacidade de exportação.

A nível do mercado interno, continuou, os produtores vão tentar sensibilizar a tutela para um maior apoio a
novos projetos para o sector, que “ainda importa mais de 50 por cento do que consome”.

Fonte: http://semanal.omirante.pt

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Termômetro vegetal
Basta observar com certo cuidado as características de uma árvore para conhecer um pouco da sua história. É
isso mesmo. Por mais estranho que possa parecer, as plantas têm uma espécie de arquivo pessoal. Difícil de
compreender? O médico patologista Paulo Saldiva, mais conhecido como professor Pepino entre seus colegas e
alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), explica. “Por meio do tronco, é
possível medir a poluição que a árvore recebeu ao longo dos anos. Dá para saber se os resíduos são de carros, da
indústria ou de outras fontes de dispersão”, afirma. Durante um passeio pelo Parque Ibirapuera no início deste
mês, o professor ensinou à equipe de reportagem do O Eco como identificar o grau de poluição ao redor, apenas
observando a reação da vegetação.

Saldiva explica que não é um “abraçador de árvores”, mas que o interesse por elas veio do seu trabalho com os
efeitos da poluição sobre a saúde dos seres humanos. Os estudos epidemiológicos, que usam técnicas
estatísticas para determinar causas da morte em grandes números de pessoas, são bons para identificar os casos
agudos, mas não os crônicos.

Os troncos das árvores têm memória, e mostram esses efeitos. Além disso, as doenças das árvores não são tão
diferentes das nossas. Não é tão fácil ver os nossos pulmões por dentro, mas ao examinar as folhas dá para ter
uma ideia do que está acontecendo. E sem os equipamentos caros de medição que no Brasil só São Paulo tem.

Quanto mais próximas as árvores estão das vias de tráfego, mais fácil é enxergar os efeitos da poluição sobre
suas folhas e tronco. Durante a “aula ao ar livre”, Saldiva tomou como exemplo uma Sibipiruna localizada a cerca
de 10 metros de uma avenida próxima ao Ibirapuera. A parte da árvore que está voltada para o parque
apresenta grande quantidade de liquens, uma associação entre algas e fungos (foto acima). Do outro lado da
mesma planta, na área virada para a avenida, a ausência desses seres vivos é nítida. “Os liquens só sobrevivem
em locais menos poluídos, porque são muito sensíveis. É como se eles se escondessem” , diz o professor. Espécies
como briófitas também preferem lugares mais limpinhos para morar.

Ao adentrar o parque, em local um pouco afastado da avenida, Saldiva escolheu um pé de Hibisco para mais
uma lição. “Goiabeiras e hibiscos são mártires da ação oxidante”, brinca, ao contar que as duas espécies são
muito suscetíveis aos efeitos da poluição. O professor utilizou uma folha da árvore para mostrar as
conseqüências da exposição ao ozônio. “Podemos estabelecer uma nota para cada folha, de acordo com suas
lesões. As descoloradas receberiam sete. As que apresentam necrose (morte de parte das células) ganhariam
oito. Se a folha estiver morta, tem nota máxima”, classifica. A ocorrência de lesões foliares aumenta à medida
que se vai para o interior do Ibirapuera, onde a concentração de ozônio é maior. Ao mesmo tempo, quanto mais
longe das vias de tráfegos, mais liquens são avistados nos troncos das árvores.

E como saber se os prejuízos das folhas são mesmo causados pela concentração de gases poluidores e não por
pragas, por exemplo? Saldiva tem a resposta na ponta da língua. “Pegue uma folha e a coloque contra a luz,
para observar melhor onde estão as lesões. Se estiverem entre um canal vascular e outro, significa que foram
provocadas pela poluição. Caso fossem causados por bichos, os machucados estariam nos próprios canais, que é
onde eles se instalam para retirar alimentos”, explica. Assim como os troncos, o arquivo da folha permite que se
saiba por quais elementos químicos esta vem sendo contaminada. “Apesar de ter memória mais curta, dá para
saber. É só levá-la para um laboratório, passar um algodão em sua superfície e submeter o material à análise.”

Outros indícios
Assim como os troncos apresentam ou não liquens de acordo com o posicionamento diante das vias de tráfego,
a quantidade de folhas dos galhos varia conforme o seu grau de exposição aos gases poluentes. Quanto mais
perto das avenidas, menos folhas os galhos terão. “Grandes quantidades de poluição podem ocasionar até
mesmo a morte das árvores”, lamenta Saldiva. A direção dos ventos é outro fator determinante para a
disposição dos seres vivos na planta. “Onde o vento bate dificilmente tem briófitas, liquens e grande quantidade
de folhas”, afirma.

As soluções simples e eficazes que o professor Pepino encontrou para medir os níveis de poluição do ar vêm
sendo disseminadas em outras salas de aula. Em Cubatão, estudantes da rede pública estão aprendendo a
técnica de biomonitoramento com a ajuda dos alunos de Saldiva. As ideias também foram aproveitadas em
Santo André e São José dos Campos, cujas prefeituras instalaram floreiras em diversos pontos da cidade.

O professor lembra que o exercício de analisar a quantidade de material particulado por meio das plantas pode
ser feito em qualquer grande centro. “Muitos acham que somente São Paulo tem altas taxas de poluição. Isso
não é verdade. Outras cidades possuem índices elevados, mas não dispõem de aparelhos que quantifique isso.
Quando não é possível descobrir por meio de medidores especializados, a vegetação é um ótimo instrumento”,
ressalta. Ele lembra que algumas espécies, como eucaliptos e palmeiras, não servem como base para a
realização de pesquisas, pois possuem cascas ácidas que impedem a sobrevivência dos liquens.

Os ensinamentos de Saldiva sobre como medir a poluição por meio da natureza refletem apenas parte de sua
personalidade. Apaixonado pelas plantas e muito preocupado em preservar o meio ambiente, Pepino dá
exemplos não somente enquanto trabalha, mas durante atos triviais. Andar de carro, por exemplo, só se houver
muita necessidade. Sua bicicleta Caloi vermelha é mais que suficiente para os quilômetros que percorre
diariamente entre sua casa, no bairro Itaim Bibi, até o trabalho, na avenida Doutor Arnaldo. “Sempre carrego
uma troca de roupas na mochila para o caso de me molhar com a chuva.”

Especializado em Patologia, Saldiva pode ter herdado do pai pediatra a vocação para a medicina. Entrou no
curso com apenas 16 anos e teve seu primeiro contato com a pesquisa sobre qualidade do ar nas aulas do
húngaro Gyorgy Miklos Bohm, há cerca de 30 anos. Depois disso, nunca mais parou. Hoje luta para que São
Paulo (cidade pela qual é apaixonado e que, inclusive, deu origem a seu nome) seja um lugar melhor para se
viver. Se você quiser colaborar para isto, a dica está dada. É só olhar para o lado e ver o que a vegetação está
dizendo.
Autoria: Aline Ribeiro - 26.11.2005

O bê-a-bá do EIA-Rima
Data: 29/11/2005

A catarinense Miriam Prochnow ganhou o Prêmio Ford Motor Company de Conservação Ambiental. Fez do limão
limonada. Ou, nas palavras que o júri usou ao escolhê-la, transformou num ano de “conquista individual” este
2005 que tinha tudo para acabar em frustração. Há meses, ela perdeu a campanha contra a usina de Barra
Grande. Mas, ganhando o prêmio, deu aos brasileiros mais uma chance de enxergar o que está acontecendo
com seu patrimônio inalienável em nome da pressa de fazer hidrelétricas.

Por descuido continuado da opinião pública, no caso de Barra Grande, o consórcio Baesa acabou levando a
melhor na grilagem das matas de araucária que afogou no rio Pelotas, entre Santa Catarina e o Rio Grande do
Sul. Ali, como todo mundo ficou sabendo quando era tarde demais, ergueu-se uma parede com 180 metros de
altura sobre o atestado falso de que a barragem só inundaria “pequenas culturas, capoeiras ciliares e campos
com arvoredos esparsos”.

Era trapaça. Mas a mentira só apareceu depois que a barragem estava pronta. E, à falta de autoridades aptas a
enfrentar um fato consumado em concreto, Barra Grande foi liberada. Miriam Prochnow perdeu ali sua
campanha. Mas o país perdeu muito mais. Foi-se uma floresta rara, coroada por uma espécie de árvore nativa
que brotou nos campos sulinos há mais ou menos 350 milhões de anos, num mundo ainda povoado por
dinossauros. E, no século XX, não resistiu aos dentes das serrarias.

Contra tamanho prejuízo, as compensações de praxe só serviram para provar que, no Brasil, o crime ambiental
compensa. Os “termos de ajustamento de conduta” que “legalizaram” Barra Grande incluem a promessa de
plantar uma floresta igualzinha à que a represa vai tragar agora. Olhando com boa vontade, dá quase no mesmo,
para os brasileiros que olham hoje para o futuro com a certeza de que viverão 200 anos. Os outros, menos
longevos ou otimistas, perderam mais uma floresta para sempre.

Mas, além do Prêmio Ford, houve em Barra Grande uma chance desperdiçada de compensar a trabalheira que
Miriam Prochnow teve com a campanha. No episódio, aflorou a ponta de uma indústria cada vez mais próspera,
que fabrica relatórios técnicos de impacto ambiental feitos sob medida para atestar que qualquer bom negócio
é bom negócio para todo mundo, e não só para quem vai lucrar com ele.

Basta, para tanto, minimizar as perdas e superfaturar os ganhos. Produz-se assim, em verdadeiras linhas de
montagem, muitas vezes usando aquele recurso dos processadores de texto que copia pedaços de um
documento e cola em outro, um tipo de relatório que serve para tudo, menos para evitar, como deveria, a
privatização irregular de um patrimônio público chamado natureza. Essa grilagem está cada vez mais em voga,
bafejada de cima pelo anarcodesenvolvimentismo do governo Lula.

Se, ao tomar as margens do rio Pelotas, Barra Grande jogasse pelo menos um pouco de luz sobre essa indústria
de grilagem ambiental, talvez pudesse valer a pena afundar num lago artificial 4.335 hectares de matas
primárias ou em estágio avançado de regeneração. Mas nem isso a hidrelétrica fez. À sombra do caso Barra
Grande, as fabriquetas de EIA-Rima falso continuam operando no escuro. Mais dia menos dia, acabarão
vendendo relatório em camelô.
Por enquanto, produziram uma obra-prima literária. Ela brilha como mil sóis no boletim da Rede de ONGs da
Mata Atlântica, que não por acaso tem Miriam Prochnow no comando. Inspirou-se na Usina Tijuco Alto, que
ainda nem passou pelo Ibama, mas já “está dando o que falar”, por se tratar de ficção.

“O Rima usa as informações de forma inovadora e procura seduzir o leitor para os benefícios da obra da
Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) no Vale do Ribeira, localizado nos Estados de Paraná e São Paulo”, diz o
boletim. Ali, “de um total de 5.180 hectares do futuro lago”, em terreno que pertence à empresa, “3.721
hectares serão desmatados”. Mas com que lábia!

Contada pelos autores da hidrelétrica, a história do Tijuco Alto, projeto que tem por trás uma briga de quase 20
anos, parece um conto de fadas, vivido por “Adriana” e “Ribeirinho”, duas crianças que encarnam Adrianópolis e
Ribeira, municípios na mira da represa. Um belo dia a dupla é perturbada no banho de rio por um estrondo.
Literalmente, “Bbrrrrroooooooommmmmm”. E daí para a frente convém passar à narrativa original:

- Quem será que está chegando? Indaga a menina.

- Olha, Adriana! Quem são aquelas pessoas? O que será que elas vieram fazer aqui?

De repente, surge num passe de mágica:

- Tio Juco, ao seu dispor.

O Tio Juco então conta para a meninada e mais um amigo da espécie canina o que veio fazer ali:

- Olá amiguinhos! Vejo que vocês têm muitas perguntas e vim aqui para ajudá-los a entender o que está
acontecendo! Esse pessoal está aqui para estudar a região, para saber se é possível a construção de uma Usina
Hidrelétrica. Cada um estuda um tema diferente, como os bichos, a mata, o solo, a água, as pessoas, e muito
mais.

- Nossa!!

Dizem os meninos. Até que o “super” Tio Juco pega pela mão as crianças e sai voando para uma
“superaventura”.

Bom, deu para pegar o espírito da coisa. Segundo a Rede de ONGs da Mata Atlântica, o Rima foi entregue no dia
10 de outubro e o Ibama tem 120 dias para fazer sua leitura crítica. Mas já foi classificado pelos ambientalistas
como pioneiro da propaganda num documento que deveria ser técnico e isento. Como está, “passa uma ideia de
que os bichos, as plantas e a comunidade estão felizes nos momentos onde são apontados os possíveis
impactos”, diz o advogado Raul Silva Telles do Valle, do Instituto Socioambiental.

Mas também se pode encarar a mudança de estilo com olhos mais benevolentes. Afinal, o brasileiro sempre
teve fama de conciliador. Peças de ficção esses relatórios já eram, há muito tempo. No Tijuco Alto, ajustando a
forma ao conteúdo, armaram o grande passo para a plena maturidade. Estão prontos para virar de vez o que já
eram: literatura infantil.

Fonte: https://blog.risu.com.br/
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sexta-feira, 20 de janeiro de 2006 - 08:45


Carnaval de Salvador terá trios elétricos movidos a biodiesel
O ar no circuito do carnaval de Salvador ficará menos poluído neste ano, com a utilização do biodiesel nos
motores de dez trios elétricos. Em relação ao diesel extraído do petróleo, os gases de combustão do biodiesel
puro (100%) apresentam redução de 35% dos poluentes na atmosfera e de 78% dos gases do efeito estufa, além
da diminuição de 55% dos sistemas particulados, causadores de problemas respiratórios. No Carnaval, o
biodiesel será misturado ao diesel na proporção de 5%.

Um acordo de cooperação para viabilizar a iniciativa foi assinado entre o Governo do Estado, a Prefeitura de
Salvador, a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), a Universidade Salvador (Unifacs), a Associação de
Produtores de Música do Estado da Bahia (Apa) e a Transpol, empresa que comercializa derivados de pretróleo.
Somente para atender à demanda do Carnaval serão produzidos cerca de 7,2 mil litros de biodiesel na Uesc.

No ano passado, um trio elétrico utilizou o biocombustível e, esse ano, a ação acontece no momento em que o
estado se prepara para abrigar indústrias de biodiesel, em diversos município, que pretendem suprir a demanda
nacional e ainda exportar o combustível, principalmente para países europeus. Apenas uma das empresas que
se instalará em território baiano pretende produzir 13 milhões de litros por ano.

O biodiesel tem como matéria-prima fontes renováveis, como óleos residuais e plantas oleaginosas, entre elas
algodão, girassol, soja e mamona. A cultura de mamona será uma alternativa para a geração de renda e
ocupação para a população de todo o semiárido e a Bahia responde por 90% da produção nacional dessa
matéria-prima.

Fonte: https://brasilnordeste.com/

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Biocombustíveis - ainda há obstáculos a superar


A produção de combustíveis a partir de plantas tem sido incentivada por representar uma oportunidade para se
reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa na atmosfera, uma vez que substitui o uso de petróleo
- um dos combustíveis que ao ser queimado emite CO2 e contribui enormemente para o aquecimento global.

O que se questiona agora é se todo o processo de elaboração dos biocombustíveis também é ecologicamente
adequado. Em alguns casos, o processamento dos vegetais utiliza mais combustíveis fósseis do que as fontes de
deveria substituir.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o etanol é produzido a partir do milho - cultivo que mais causa erosão no solo,
além de exigir uso intenso de herbicidas e fertilizantes à base de nitrogênio. Além disso, grande parte das usinas
dependem da queima de gás natural ou carvão na geração de vapor para a destilação.

A utilização de soja ao invés de milho é menos prejudicial, no entanto, ambientalistas temem o aumento de
preço desses alimentos, o que pode incentivar a produção e o avanço sobre áreas de conservação.

Enquanto essas questões são levantadas, a produção agrícola para o processamento dos biocombustíveis bate
recordes. Os americanos estão prestes a colher a maior safra de milho desde a Segunda Guerra Mundial - e cerca
de um quinto da colheita será destinado à produção de etanol, mais do que o dobro do usado há cinco anos.
Cientistas acreditam que a solução para a produção de biocombustíveis não ameaçarem o fornecimento de
alimentos é desenvolver combustíveis a partir de matéria vegetal que não sirva de alimento, como caules,
gramíneas, árvores de crescimento rápido e até mesmo algas.

Quadro mais animador - O Brasil se destaca na produção de etanol desde a década de 1920, com uma forte
intensificação nos anos 70 - quando o governo criou um programa para se desvincular da importação de
petróleo. Os incentivos para a geração de álcool combustível a partir da cana-de-açúcar foram retomados
recentemente e o país vem sendo apontado como exemplo na produção de biocombustíveis pela comunidade
internacional.

Ao contrário do que ocorre com o milho, no qual o amido contido no grão tem de ser transformado em açúcar
com a ajuda de dispendiosas enzimas antes de ser fermentado, o próprio caule da cana-de-açúcar já é
constituído por 20% de açúcar - e ela começa a fermentar logo depois de ser cortada. Um canavial produz de 5,7
mil a 7,6 mil litros de etanol por hectare, mais que o dobro do verificado com um milharal.

A maioria das usinas brasileiras não usa combustíveis fósseis nem eletricidade da rede convencional – as
necessidades energéticas são supridas com a queima do bagaço da própria cana.

A opção brasileira, entretanto, não está isenta de problemas. Começando pela colheita manual, um trabalho
pesado e opressivo que leva cortadores à morte por exaustão. A queima dos canaviais pré-colheita lança fuligem
na atmosfera e libera metano e óxido nitroso – gases que contribuem para o efeito estufa. A expansão do
plantio também é uma ameaça, pois pode acirrar o desmatamento principalmente de áreas de cerrado e da
Amazônia.

Etanol de celulose - Para evitar o confronto entre produção de etanol e suprimento de alimento, pesquisadores
procuram alternativas para os biocombustíveis. Usinas experimentais dos Estados Unidos já estão aproveitando
as gramíneas perenes das pradarias americanas. Mas, apesar de o princípio por trás do etanol de celulose ser
simples, produzi-lo com custo similar ao da gasolina ainda é um desafio.

Atualmente o processo utilizado recupera 45% do teor energético da biomassa sob forma de álcool – enquanto
o aproveitamento energético do carbono bruto ao ser refinado é de 85%. Pesquisadores ainda buscam
alternativas para tornar o etanol de celulose mais competitivo - para isso precisam desenvolver meios melhores
de romper a celulose. Uma possibilidade são micróbios e enzimas geneticamente modificados e extraídos do
intestino dos cupins - os processadores naturais da energia contida na celulose.

Algas salvadoras - Muitos dos cientistas que se debruçam sobre a questão acreditam que as algas são o agente
que mais se aproxima da solução ideal. Elas se desenvolvem em água suja e até na água do mar, exigindo pouco
além de luz do sol e CO2 para prosperar.

Uma empresa americana aperfeiçoou um processo no qual algas colocadas em sacos plásticos sugam o CO2
presente nas emissões das chaminés das usinas elétricas. Além de reduzirem os gases do efeito estufa, as algas
absorvem outros poluentes emitidos pelas usinas.

Algumas espécies produzem amido, que por sua vez pode ser transformado em etanol; outras geram minúsculas
gotas de um óleo que, refinado, se torna biodiesel ou mesmo combustível para aviões a jato.

O diferencial das algas é que elas podem dobrar de massa em poucas horas. Enquanto cada hectare de milho
produz cerca de 2 500 litros de etanol por ano e 1 hectare de soja, cerca de 560 litros de biodiesel, teoricamente
cada hectare de algas pode gerar mais de 45 mil litros de biocombustível no mesmo período. Outra vantagem
em relação às plantações tradicionais é não depender de safra para serem colhidas – as algas estão disponíveis
todos os dias.

Assim como no etanol de celulose, o maior desafio é reduzir o custo da alga-combustível, pois o negócio só se
tornará viável quando ficar mais barato que o óleo diesel.

Fonte: (CarbonoBrasil) http://www.carbonobrasil.com.br/

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Mamona não resiste à invasão da soja e põe em risco núcleo de agricultura


familiar no semiárido baseado no "biodiesel social'
No auge do mensalão, Lula visitou fazenda e prometeu uma "nova Petrobras'; hoje, colonos do Piauí colhem
70% menos que em 2005

Os discursos do presidente Lula nos últimos quatro anos apresentaram a mamona como a maravilha do
"biodiesel social". Na vida real, o projeto-modelo da Brasil Eco diesel para o combustível produzido com a
semente da planta dá sinais de crise, pouco mais de um ano após a inauguração da usina da empresa em
Floriano, no semiárido do Piauí, a 240 km de Teresina. O óleo de soja é a principal matéria-prima da unidade.

O que seria o diferencial social do projeto, a Fazenda Santa Clara, núcleo de agricultura familiar mantido pela
Brasil Eco diesel em Canto do Buriti (a 260 km de Floriano e a 500 km de Teresina) para abastecer de mamona a
fábrica, enfrenta queda na produção, protesto de colonos e denúncias de abusos por parte da empresa,
incluindo trabalho escravo e infantil.

A Procuradoria do Trabalho no Piauí abriu dois inquéritos para investigar as denúncias, constatou irregularidades
e vai propor uma ação civil pública contra a Brasil Eco diesel. A empresa diz que sempre agiu corretamente.

FICOU SÓ NA PROMESSA
Lula esteve em Floriano em agosto de 2005 para inaugurar a usina, a primeira das seis que a empresa quer
instalar. Visitou a Santa Clara. Era o auge da crise do mensalão. Comparou-se a Getúlio Vargas - a revolução do
biodiesel, disse, seria como a criação da Petrobras.

"Se a gente não escolhesse a mamona, a gente iria ver o biodiesel sendo produzido da soja. Se fosse produzido
da soja, ia beneficiar mais uma vez as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. E o Nordeste ia ficar abandonado",
disse na ocasião.

Os fatos de hoje mostram que a "escolha" não foi suficiente para que o biodiesel da Brasil Eco diesel no Piauí
prescinda da soja, muito pelo contrário.

Sob a alegação de que cumpre "período de silêncio" imposto pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), em
razão da abertura de capital, a empresa negou-se a fornecer dados e vetou o acesso à usina de Floriano. Mas
relatório à própria CVM aponta que sua matéria-prima principal é o óleo de soja (97,2%, contra 2,1% da
mamona e 0,7% do algodão).

Políticos e técnicos de Floriano calculam que o óleo de soja represente cerca de 70% do que chega para ser
processado na usina e que o de mamona dificilmente passa de 10%.
Funcionários da Brasil Eco diesel ouvidos sob condição de anonimato confirmam o cálculo. Um deles diz que o
interesse real na mamona é o "selo combustível social", sem o qual, por lei, as empresas não participam de
leilões de biodiesel da Agência Nacional de Petróleo.

"No início a gente se empolgou e, de repente, cadê a mamona? Quando saí [da Brasil Eco diesel], a produção
com mamona estava baixa, e sei que caiu mais ainda", afirma o biólogo Enoque Ramos, funcionário da Brasil Eco
diesel por quase dois anos e que, quando secretário de Agricultura de Floriano, negociou a instalação da
empresa.

Fazenda
Um dos motivos para o fracasso está na Fazenda Santa Clara. Numa área de 18 mil hectares, cedida pelo
governo do petista Wellington Dias, a empresa instalou 630 famílias, em 19 células de produção. A cada uma foi
cedido um lote, do qual 7,5 hectares são para o plantio de mamona, e uma casa. Há promessa de, após dez anos,
terem a posse definitiva.

Hoje, o projeto vive sua pior fase. Não há dado oficial, mas levantamento com colonos de três diferentes células
mostra que, neste ano, houve queda de cerca de 70% na safra. Os motivos da queda, dizem, são equívocos da
empresa no manejo do solo e na época do plantio.

Os colonos não têm relação de trabalho com a empresa. Há os chamados "contratos de parceria", um relativo à
posse da terra, outro, anual, referente à safra. As famílias vendem antecipadamente a mamona que produzem e
recebem por isso R$ 160 por mês -o preço do quilo é fixado pela empresa, que desconta da remuneração 30%
do plantio, feito por seus técnicos. A lavoura e a colheita ficam a cargo dos colonos.

Esse vínculo gerou denúncias de uso de trabalho escravo e infantil e a investigação do Ministério Público. O
primeiro inquérito foi arquivado sob condição de a empresa se ajustar, mas auditoria subsequente levou a
autuação da empresa.

CIDADE NÃO VIU BENEFÍCIO


Quarta cidade do Estado, com 55 mil habitantes, e banhada pelo rio Parnaíba, Floriano é conhecida como
"Princesa do Sul do Piauí". Porta de entrada para o cerrado piauiense e cidade-polo da região, tem a economia
baseada em comércio e serviços.

A chegada da Brasil Eco diesel, em agosto de 2005, parecia marcar um novo tempo. Por enquanto, não passou
de uma miragem no semiárido.

Por causa de um generoso programa de incentivos fiscais para instalação de empresas no Piauí, o Estado não
recolhe ICMS da Eco diesel -por consequência, o município, que receberia 20% do imposto, fica sem nada.

Pela lei, empresas como a usina de biodiesel, por fabricarem "produto sem similar" no Estado, são dispensadas
de 100% do ICMS durante 12 anos, caso se fixem no interior. O ICMS seria o único imposto direto a que Floriano
teria direito com a chegada do empreendimento.

Mas as benesses partiram também da cidade, que ofereceu cinco áreas municipais para a instalação da usina,
hoje com 84 funcionários, a maioria do próprio Estado.

A Eco diesel rejeitou as cinco, e a prefeitura foi obrigada a comprar um sexto terreno para os investidores.
Floriano foi prejudicada ainda pela recomendação de técnicos agrícolas de que o município não é adequado para
o plantio de mamona, e o núcleo de agricultura familiar do projeto na região foi para Canto do Buriti, a 260 km
dali (há outros espalhados pelo Nordeste).

Mesmo assim, a prefeitura, que não tem ainda um estudo do impacto econômico da instalação da empresa,
elogia o empreendimento.

"Até aqui, a chegada da Brasil Ecodiesel é positiva, mas pode ser bem mais, trazendo outras indústrias que
podem aproveitar subprodutos do biodiesel, como a glicerina, e se forem superadas as restrições técnicas para
plantio de mamona", diz o secretário de Governo, Edilberto Batista de Araújo.

EMPRESA NEGA IRREGULARIDADE


A Brasil Ecodiesel nega irregularidades. O diretor de Desenvolvimento Humano e Social da empresa, Paulo
Coutinho, classificou como "incidentes pontuais" os casos de trabalho infantil na fazenda Santa Clara e disse que
os colonos colocaram os filhos na lavoura.

Segundo ele, há no contrato de parceria com os agricultores uma cláusula de que não pode haver trabalho
infantil. "O que podemos é aumentar a orientação educacional, o que está sendo feito. Esse tipo de denúncia não
revela o esforço gigantesco que é feito pela educação e pela saúde no núcleo. A escola é o nosso xodó. Funciona
em três turnos, e há cinco ônibus para os alunos."

Coutinho negou que o vínculo que a empresa mantém com os colonos configure trabalho escravo. "Temos um
relacionamento profissional com eles, e nossa visão nada tem a ver com trabalho escravo. Pelo contrário, é de
fortalecimento do trabalho, de parceria", declarou.

Segundo ele, foi criada dentro do núcleo uma delegacia do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canto do Buriti
"para fiscalizar qualquer coisa que possa estar fora da lei".

Em nota enviada à Folha, a Brasil Ecodiesel ratifica as declarações de Coutinho, afirma que "repudia
veementemente as acusações" e diz que "cumpre rigorosamente as obrigações dos contratos firmados com os
produtores rurais".

Fonte: A Folha. Autoria: FÁBIO VICTOR

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Truques para abastecer de combustível o seu automóvel

Leve a sério os truques que a seguir lhe expomos, para aproveitar ao máximo seu combustível e, portanto, seu
dinheiro. Esperamos que lhe sejam proveitosos.

*1º. Truque: Encher o tanque pela manhã cedo. *

A temperatura ambiente e do solo é mais baixa. Todas as estações de serviço têm seus depósitos debaixo terra.
Ao estar mais fria a terra, a densidade da gasolina e do diesel é menor. O contrário se passa durante o dia, que a
temperatura do solo sobe, e os combustíveis tendem a expandir-se. Por isto, se você enche o tanque ao médio
dia, pela tarde ou ao anoitecer, o litro de combustível não será um litro exatamente. Na indústria petrolífera a
gravidade específica e a temperatura de um solo têm um papel muito importante. Onde eu trabalho, cada
carregamento de combustível nos caminhões é cuidadosamente controlado no que diz respeito à temperatura.
Para que a cada galão vertido na cisterna do caminhão seja exato.

*2º Truque: Quando encher o tanque, não aperte a pistola ao máximo. *

Segundo a pressão que se exerça sobre a pistola, a velocidade pode ser lenta, média ou alta. Prefira sempre o
modo mais lento e poupará mais dinheiro. Ao surtir mais lentamente, cria-se menos vapor, e a maior parte do
vertido converte-se num cheio eficaz. Todas as mangueiras surtidoras devolvem o vapor ao tanque. Se
encherem o tanque apertando a pistola ao máximo uma verdadeira percentagem do precioso líquido que entra
no depósito se transforma em vapor e volta pela mangueira do surtidor ao depósito da estação. Com o qual,
conseguem menos combustível pelo mesmo dinheiro.

*3º Truque: Encher o tanque antes que este baixe da metade. *

Quanto mais combustível tenha no depósito, menos ar há no mesmo. O combustível se evapora mais
rapidamente do que você pensa. Os grandes depósitos cisterna das refinarias têm tetos flutuantes no interior,
mantendo o ar separado do combustível, com o objetivo de manter a evaporação ao mínimo.

*4º Truque: Não encher o tanque quando o posto estiver sendo reabastecido e nem imediatamente depois. *

Se chega você ao posto de serviço e vê um caminhão cisterna que está repondo os tanques subterrâneos da
mesma, ou os acaba de reabastecer, evite, se puder, abastecer em dita estação nesse momento. Ao reabastecer
os tanques, remove-se o combustível restante nos mesmos e os sedimentos do fundo. Assim sendo você corre o
risco de abastecer combustível sujo.

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