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Importância do

agronegócio no
Brasil

Segundo dados da pesquisa


do Ministério da Agricultura,
disponíveis no site na seção
“Estatística”, o agronegócio
brasileiro é responsável por
33% do Produto Interno
Bruto, 42% das exportações
totais e 37% dos empregos
brasileiros.
No cenário mundial, o Brasil ocupa posições de destaque com diversos itens, sendo o
primeiro produtor e exportador de café, açúcar, álcool e sucos de fruta. Além disso, lidera o
ranking das vendas externas de soja, carne bovina, carne de frango, tabaco, couro e calçados
de couro.

Os principais destinos dos produtos brasileiros do agronegócio são União Europeia, EUA,
China, Rússia, Japão, Irã, Argentina, Hong Kong, Arábia, Egito, Emirados Árabes, Venezuela,
Coréia do Sul, Canadá, Tailândia, Malásia, África do Sul, Nigéria, Chile, Suíça, Indonésia,
Angola, Iêmen, Marrocos, México, Romênia, Bangladesh, Taiwan e Uruguai.
A Figura 1 mostra a situação do PIB do agronegócio brasileiro de acordo com suas fases:

Fonte: ABAG (2003)


Figura 1: PIB do agronegócio brasileiro (participação por segmentos).

Como mostrado na figura 1, praticamente 64% do PIB do agronegócio brasileiro são gerados a
partir da Fase 3 (“depois da porteira”), envolvendo a distribuição e o processo da produção.
Exemplo: transformação da soja em óleo de soja.
O produtor rural brasileiro

A imagem que temos do produtor rural brasileiro é, provavelmente, a de uma participação fraca
perante o mercado. Isso ocorre devido a situações comuns no mercado agropecuário brasileiro,
em que poucas empresas detêm o controle da maior parcela do mercado. Sendo assim o
produtor não têm como negociar preços com grandes empresas. Ficando muitas vezes nas
mãos de atravessadores (intermediários que compram os produtos a um preço bem abaixo do
que o de mercado e revendem com uma boa margem de lucro).
O que fazer então para mudar essa situação? Seguindo o velho ditado de que a “união faz a
força”, a melhor saída para o produtor rural é associar-se. Nesse caso, as cooperativas
agropecuárias e as associações de produtores têm o papel de fortalecer os seus associados,
ao comprar insumos mais baratos (reduzindo os custos de produção), processar os produtos
(criando marcas e agregando valor) e vender coletivamente a produção (obtendo um valor
maior para os produtores e consequentemente majoração da renda dos associados). Assim,
conseguem eliminar parte dos atravessadores e têm maior poder de barganha com os
fornecedores e a indústria.
Formas de cooperação
A todo momento, nossos comportamentos e nossas
atitudes são estimuladas para uma constante
competição. A concorrência em diversos campos da
sociedade e do trabalho, principalmente, tornando-se
cada vez mais comum no cotidiano, o que nos causa a
sensação de que o sucesso do seu negócio depende do
fracassos dos outros.

O associativismo é uma forma de cooperação muito


antiga, utilizada desde o inicio da vida na Terra, tanto
pela humanidade como por outros seres vivos (formigas,
abelhas, golfinhos, etc.), nos quais a forma
individualizada se tornava difícil para a solução de
problemas.
Lições do formigueiro
Tanto entre os animais quanto entre os homens, a cooperação
parece ser o fator chave do sucesso. Golfinhos formam grupos
para encurralar cardumes de peixes com resultados muito
melhores que durante a caça individual. Chimpanzés formam
bandos de mais de cem indivíduos que os protegem contra
predadores e bandos rivais. A humanidade forma grupos de
trabalho há milhares de anos.

Henry Ford revolucionou a indústria com o conceito de linha de


montagem, que nada mais é do que uma forma de organizar a
cooperação humana. Mas como convencer cada indivíduo a
atuar cooperativamente como parte de um grupo? Por mais que
o desempenho cooperativo de um grupo seja a opção mais
interessante para a coletividade, os mecanismos do
individualismo, da deserção e da trapaça tendem a trazer
benefícios ainda maiores para cada indivíduo em particular.
A cooperação no trabalho entre produtores rurais significa a ampliação da sobrevivência
econômica. Aumentam-se a renda, a capacidade de aprendizado de formas solidárias e
agroecológicas de trabalhar a terra, a possibilidade de dinamizar formas e redes de
convivência social, para obter melhorias de infraestrutura na comunidade e,
consequentemente, tem-se melhores condições de vida.
Quem produz os alimentos que chegam à mesa do brasileiro?

Após safra recorde em 2017, o agronegócio é consagrado campeão do PIB e da inflação baixa, e celebrado por muitos
como garantia de comida na mesa. Maioria dos alimentos, porém, vem de outra fonte. A recuperação da economia
brasileira em 2018 deve encabeçar o bom desempenho de toda a América Latina, estima o Banco Mundial. Depois de
dois anos de recessão, a recuperação começou em 2017, e o principal campeão do PIB foi o agronegócio, que
comemorou safra recorde, de 241,9 milhões de toneladas.

No governo federal, a produção agrícola comercial de larga escala é apontada como o caminho para fora da crise. "A
retomada da economia está se dando pelo agronegócio. Ele está movimentando também a indústria de transporte,
de caminhões, de pneus, de maquinário", explica Neri Geller, secretário de Política Agrícola do Ministério de
Agricultura, em entrevista para a DW Brasil.

https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=73096
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2018/01/11/quem-produz-os-alimentos-que-chegam-a-mesa-do-brasileiro.htm
Quem produz os alimentos que chegam à mesa do brasileiro?

De toda essa produção agrícola, porém, pouco vai para a mesa dos brasileiros. Em 2017, o Brasil aumentou o volume
do produto mais vendido pelo país: soja. Das 115 milhões de toneladas colhidas, 78% foram para a China. A
exportação de milho também cresceu. "O milho brasileiro está se consolidando como grande commodity
internacional", afirma Geller. Quando se consideram alimentos consumidos no país, 70% vêm da agricultura familiar,
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São pequenos agricultores que plantam para
abastecer a família e vendem o que sobra da colheita – como mandioca, feijão, arroz, milho, leite, batata.

Até fevereiro, agentes coletam em campo informações para um novo censo agropecuário, que deve dizer se esse
percentual aumentou ou diminuiu nos últimos anos, explica Alfredo Guedes, gerente de Agricultura do IBGE.

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Quem produz os alimentos que chegam à mesa do brasileiro?

Do campo à mesa
O governo prefere não fazer separação entre agricultura familiar e comercial. "Está tudo muito integrado. Agricultura
no Brasil é uma só", afirma Geller. "Quem produz comida é o produtor brasileiro: o pequeno, médio e grande".

Em documentos oficiais, no entanto, a divisão ainda é feita. Dados da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e
Desenvolvimento Agrário apontam a existência de 4,4 milhões de agricultores familiares. Eles seriam responsáveis
por 38% da produção agropecuária brasileira e empregariam 74% da força de trabalho.

A diferenciação também é clara para pesquisadores. "No modelo de agronegócio, predomina a monocultura, ou um
pequeno número de culturas, as chamadas commodities, enquanto que na agricultura familiar predomina a
policultura e a produção de alimentos", aponta Danilo Aguiar, pesquisador da Universidade Federal de São Carlos.
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https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2018/01/11/quem-produz-os-alimentos-que-chegam-a-mesa-do-brasileiro.htm
Quem produz os alimentos que chegam à mesa do brasileiro?

Do campo à mesa
"A agricultura empresarial é mais capital intensiva, faz uso de mais máquinas e insumos químicos e menos mão-de-
obra, normalmente desenvolvida em propriedades maiores, voltada totalmente para o mercado", adiciona Aguiar.

Dinheiro para quem produz


As distinções também orientam os incentivos federais. Em 2017, o governo anunciou R$ 30 bilhões de crédito até
2020 para o Plano Safra da Agricultura Familiar – o que daria cerca de R$ 7,5 bilhões por ano. Para médios e grandes
produtores, foram liberados R$ 190 bilhões no ano.

Segundo Geller, os recursos contemplam todos os perfis. "O pequeno também é beneficiado por esse recurso. Não
quer dizer que os 190 bilhões vão só para o médio e grande, a soma contempla também o pequeno", argumenta.

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Quem produz os alimentos que chegam à mesa do brasileiro?

Essa informação parece não ter chegado ao estado da Bahia, onde se encontra o maior número de agricultores
familiares do país. É onde vive a agricultora Joélia dos Santos Andrade, que ajudou a criar uma cooperativa de
trabalhadores na agricultura familiar na região de Mutuípe.

"Entendi há pouco tempo que o que fazemos como modo de vida é fundamental para alimentar muita gente",
explica. "Mas o crédito rural para agricultura familiar caiu muito no último ano.“

Há pelo menos duas gerações, a família de Joélia cultiva milho, feijão, mandioca, batata doce, inhame, hortaliças e
frutas em sua pequena propriedade. O que sobra, vira renda – sai de Mutuípe, interior da Bahia, para ser vendido
em feiras livres, centros de distribuição, abastece escolas e chega até a capital.

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Recorte da Agricultura Familiar no Censo Agropecuário 2017

A estrutura produtiva dos estabelecimentos que foram classificados como de agricultura familiar

No Censo Agropecuário 2017, 3 897 408 estabelecimentos atenderam aos critérios da Lei e foram
classificados como agricultura familiar, o que representa 77% dos estabelecimentos agropecuários
levantados pelo Censo Agropecuário 2017. Ocupavam uma área de 81 milhões de hectares, ou seja, 23% da
área total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros.

https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/3096/agro_2017_resultados_definitivos.pdf
Uso da terra
Dos 80,89 milhões de hectares da
agricultura familiar, 48% eram destinados
a pastagens, enquanto que a área com
matas, florestas ou sistemas agroflorestais
ocupavam 31% das áreas, e por fim, as
lavouras, que ocupavam 15,5%.
Mão de obra
Nos estabelecimentos classificados
como de agricultura familiar o total de
pessoas ocupadas em 30/09/2017 foi
de 10,1 milhões de pessoas; 67% do
total, nestes estabelecimentos a média
de pessoas ocupadas era de 2,6. Se
avaliarmos pelas classes de idade do
produtor veremos que 26% dos
produtores dos estabelecimentos de
agricultura familiar tinham 65 anos ou
mais.
Cartograma - Percentual de estabelecimentos caracterizados como de agricultura familiar em relação ao total de
estabelecimentos, por municípios - 2017
Atividade 1
Procure na Secretaria Municipal de Agricultura da sua cidade ou no sindicato dos produtores
rurais qual é a atividade agrícola mais importante de sua região. Depois identifique três empresas
(ou mais) que façam parte da cadeia produtiva dessa atividade.

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