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UNIARAGUAIA

DOUGLAS VIEIRA DE SOUSA


RELATÓRIO AVALIATIVO
1). Quais os principais fatores que contribuíram para o crescimento
exponencial da produção de grãos no Brasil e de que forma foi essa
participação no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no ano de 2021.

R: Existem dois principais fatores que explicam esse crescimento: a alta nas exportações
e a safra recorde, esse crescimento da produção agropecuária nacional, foram
impulsionados pelo mercado interno, a demanda internacional (exportações) e os
ganhos de produtividade (Brasil, 2021).
O forte crescimento do PIB do segmento primário agrícola decorreu especialmente do
alto patamar real dos preços, tendo em vista as expressivas quebras de produção para
importantes culturas, devido ao clima desfavorável. Ressalta-se que o avanço da renda
nesse segmento não foi ainda maior por conta do também expressivo incremento dos
custos de produção – o que pode ser verificado no avanço do PIB dos insumos
agrícolas. Esse crescimento refletiu, em grande medida, a alta importante dos preços de
fertilizantes e de máquinas agrícolas (mas o aumento da produção nacional de
fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas também impulsionou os resultados).
Pesquisadores destacam a importante desaceleração da agroindústria ao longo do
segundo semestre de 2021, após sucessivas recuperações observadas ao longo do
primeiro semestre. Ainda assim, sobretudo devido ao avanço real dos preços, a indústria
agrícola finalizou 2021 com alta no PIB. E com os bons resultados nos segmentos a
montante, os agros serviços prestados ao ramo também avançaram no ano passado.
Diante do bom desempenho do PIB agregado do agronegócio em 2021, o setor alcançou
participação de 27,4% no PIB brasileiro, a maior desde 2004 (quando foi de 27,53%).
Segundo pesquisadores do Cepea, os segmentos primário e de insumos se destacaram
em 2021, com aumentos de 17,52% e 52,63%, respectivamente. O PIB também cresceu
para os outros dois segmentos, 1,63% para a agroindústria e 2,56% para o agro serviços.
Dentre os ramos, enquanto o PIB do agrícola avançou 15,88% de 2020 para 2021, o PIB
do pecuário recuou 8,95%.

2) Escolha quatro entre os segmentos do agronegócio destacados abaixo e


descreva os seus níveis de funcionamento destacando:

a) Produtos e produtores envolvidos


CARNE BOVINA: Na cadeia produtiva da carne bovina, se definirmos os produtores
como o elo central da figura, poderíamos dizer que é um elo com alta rivalidade entre
seus concorrentes, pela quantidade de produtores existentes. Segundo o IBGE, temos
mais de 3.000 propriedades exercendo a atividade no Brasil. Com um rebanho de mais
de 180 milhões de cabeças.
No mercado mundial, estamos entre os maiores exportadores. No ano de 2019, cerca,
70% das exportações mundiais estão nas mãos dos 5 maiores exportadores (Brasil,
EUA, Austrália, Índia, Argentina).
Alguns países possuem vantagens competitivas em preço e qualidade (Austrália, EUA,
Argentina e Uruguai), outros somente em preço (Índia).
O Poder de Barganha dos Compradores também não é elevado. As 3 maiores
indústrias do setor adquirem algo próximo a 43% das compras de animais. No entanto,
há algumas regiões onde certas indústrias são mais concentradas. Com mais de 70% do
abate entre os 3 maiores, resultando em maior poder de barganha. Em 2018, segundo o
IBGE, o Brasil apresentou 1.109 plantas registradas entre abatedouros municipais,
estaduais e federais.
Nas importações de carne também há uma tendência de concentração pelas exportações
da China.
Quanto ao Poder de Barganha dos Fornecedores podemos citar que há uma alta
competitividade instalada nesta indústria. Além da grande diversidade de insumos,
estes, na maioria, não possuem grande representatividade nos custos. Ou seja, mesmo
que houvesse uma concentração em um determinado insumo, não haveria grande
impacto no custo da produção.
Uma ameaça periférica a ser observada é a indústria de suplementação. Que representa
um dos custos relevantes da produção e tem se concentrado na última década. No
entanto, hoje esta é uma indústria muito competitiva que também traz vantagens. Pois
beneficia o país com novas tecnologias que ainda não encontramos por aqui.
Este elo também se caracteriza por não possuir uma grande Barreira de Entrada para
Novos Concorrentes. Uma vez que fazendas de pequeno e grande porte podem ser
produtoras de gado de corte. Os investimentos para a entrada no setor não são grandes,
assim como a tecnologia para se tornar um produtor não é elevada.
No ano de 2019, a Índia tem se destacado como um novo concorrente no mercado
mundial de carnes. Devido ao seu grande estoque de animais e as mudanças na cultura e
suas regulamentações, o país se tornou, em menos de uma década, um dos maiores
exportadores mundiais. A maior vantagem competitiva está na sua logística e preços.
No entanto, possui desvantagens nas questões de qualidade, genética e tecnologias em
relação ao Brasil.
A carne bovina é uma das proteínas animais mais consumidos no mundo, estando atrás
da carne suína e da carne de frango. Dentro das proteínas animais encontramos
várias Ameaças de Produtos Substitutos, porém estas são as mais diretas. Como
citado acima, a carne mais consumida no mundo é a suína e vem sendo ameaçada pelo
rápido crescimento do consumo de frango. A cultura influencia neste consumo, como na
Índia, onde há uma cultura vegana e de não consumo de carne bovina. Recentemente,
observamos um crescimento de veganos no mundo. Portanto, esta tendência passa a ser
uma ameaça ao consumo de carnes.
A competitividade destas carnes na questão de custos e eficiência produtiva também
traz uma ameaça constante para a carne bovina.

LEITE E DERIVADOS: A cadeia produtiva do leite é uma das principais atividades


econômicas do Brasil, com forte efeito na geração de emprego e renda. Presente em
quase todos os municípios brasileiros, a produção de leite envolve mais de um milhão
de produtores no campo, além de gerar outros milhões de empregos nos demais
segmentos da cadeia. Em 2019, o valor bruto da produção primária de leite atingiu
quase R$ 35 bilhões, o sétimo maior dentre os produtos agropecuários nacionais
(BRASIL, 2020). Já na indústria de alimentos, esse valor mais do que duplica, com o
faturamento líquido dos laticínios atingindo R$ 70,9 bilhões, atrás apenas dos setores de
derivados de carne e beneficiados de café, chá e cereais (ABIA, 2020). Os números
expressivos demonstram a importância de um setor que vem passando por grande
transformação ao longo das últimas duas décadas. Nesse período, a produção de leite
aumentou quase 80% utilizando praticamente o mesmo número de vacas ordenhadas,
graças à elevação da produtividade do rebanho. Muitas outras mudanças ocorreram na
estrutura de produção, entre elas uma redução expressiva do número de produtores e a
intensificação dos sistemas de produção. Graças a adoção de novas tecnologias foi
possível um aumento significativo da produtividade dos animais, da terra e da mão de
obra e consequentemente da escala de produção das fazendas. Dessa forma, o Brasil se
tornou o terceiro maior produtor de leite do mundo, mas ainda com um grande potencial
a ser explorado, principalmente em termos de ganhos de produtividade, de modo a se
tornar também um dos principais players do mercado global de leite e derivados. Nesse
contexto, este estudo pretende analisar o panorama da produção primária de leite no
Brasil e sua posição perante o mundo, apresentando a evo1 Denis Teixeira da Rocha,
mestre, analista, Embrapa Gado de Leite. Glauco Rodrigues Carvalho, doutor,
pesquisador, Embrapa Gado de Leite. João Cesar de Resende, doutor, pesquisador,
Embrapa Gado de Leite. Cadeia produtiva do leite no Brasil: produção primária 3 lução
da atividade ao longo das duas últimas décadas. Dados de produção total e
inspecionada, rebanho de vacas ordenhadas, produtividade animal, além da estrutura
produtiva como número de produtores e escala de produção serão abordados a seguir,
detalhados nos níveis nacional, regional e estadual.

CAFÉ: A cadeia produtiva do café envolve três ramos principais de atividade: a


produção do grão de café (arábica ou robusta), o café torrado e moído e os cafés
solúveis. Os cafés podem ser divididos em dois segmentos principais, os cafés
commodity e os cafés especiais (Gourmet, Estate Coffee, Orgânico e Fair Trade).
Caracterização Técnica da Cadeia Entende-se por cadeia produtiva a relação entre
diversas etapas de processamento ou montagem, na qual, os insumos são transformados
em produtos finais com estreitas relações entre os diversos agentes, contemplando as
fases de produção, transformação e distribuição dos produtos alimentares. De maneira
mais precisa, a cadeia produtiva do café pode ser dividida em: 1) Fornecedores de
insumos para a produção agrícola; 2) Produtores rurais; 3) Cooperativas; 4) Corretores;
5) Indústria de Torragem e Moagem; 6) Indústria de solúvel; 7) Exportadores de café
verde; 8) Atacado interno e Atacado externo; 9) Consumidor interno; 10) Indústria
externa; e 11) Consumidor externo. A cadeia produtiva do café é pouco ramificada e
compreendê-la é uma tarefa relativamente simples. Ela é dividida em três ramos
principais: produção de grãos, indústrias de torrefação e moagem e, por fim, o elo das
indústrias produtoras de café solúvel. O café verde, uma vez produzido, poderá seguir
diversas trajetórias, podendo ser exportado em grão diretamente pelo produtor ou por
intermédio de cooperativas e corretores. Se não for exportado, o grão poderá passar por
beneficiamento, sendo utilizado por indústrias de torrefação e moagem ou pelas
indústrias de café solúvel. Em sendo utilizado pelas torrefadoras, o processo é simples.
O café é torrado, moído e posteriormente vendido ao consumidor final no mercado
interno ou externo. Por outro lado, a indústria de solúveis produz cafés em pó e grânulos
e tem sua produção voltada ao mercado externo. Este setor, diferentemente do elo da
torrefação e moagem, é caracterizado por um pequeno número de empresas, mas de
grande porte, em uma estrutura oligopolizada.

ALGODÃO: Com mais de 100 anos de produção do algodão no Brasil e hoje com
quase 2 milhões de toneladas produzidas a cada safra, a cotonicultura (cultura do
algodão) é uma das mais relevantes para a exportação brasileira e uma das mais
rentáveis para o produtor.
O maior Estado produtor de algodão do país é o Mato Grosso, seguido da Bahia.
Juntos, são mais de mil hectares plantados em meados de maio, com safra estendida até
começo de setembro. Outro Estado que vem despontando na produção e com excelente
qualidade e sustentabilidade é Goiás. Hoje, Centro-Oeste e Nordeste detêm 97% da
produção de pluma do país.
A Austrália é referência neste cultivo porque consegue administrar a irrigação da
plantação em sua totalidade. Ou seja, cem por cento do plantio recebe a medida certa de
água sem depender, ou exceder a quantidade, em função das chuvas. Mas o Brasil não
fica muito atrás e junto com os Estados Unidos tem em suas plumas reconhecimento
mundial de sua qualidade.
A cotonicultura, uma coisa é certa, você é um dos milhões de consumidores finais
espalhados pelo mundo, nas roupas e nos artigos de cama, mesa e banho.
A versátil fibra natural tem sido produzida cada vez mais de forma sustentável, da
lavoura até as “araras” das lojas. Antialérgica e confortável, tem seu uso estimulado por
dermatologistas, por permitir que um melhor repiro da pele.
Antes do seu plantio, o mercado já movimentou vários segmentos, dentre eles,
sementes, fertilizantes, defensivos, corretivos, colhedoras, tratores, peças para
reposição, implementos, equipamentos de irrigação, caminhões, carrocerias e
combustíveis.
E após a colheita envolverá a fiação, tecelagem, confecção e varejo. Além dos
subprodutos usados nos setores de Papel e celulose (línter*), indústria química (línter e
óleo), indústria de algodão hidrófilo (línter), indústria de biodiesel (óleo), alimentos
(óleo), indústria de adubos (torta e farelo) e indústria de ração animal (torta e farelo).
Ainda na indústria têxtil podemos destacar especialidades como: tapetes, pavios,
pelúcia, bordados, feltro, panos de chão, gaze entre muitas outras.
*Línter são camadas de fibras curtas da semente de algodão. Como já citado são
utilizadas em algumas indústrias e também na produção de tecidos cirúrgicos e
fabricação de papel moeda.

b) Principais insumos da cadeia, como máquinas, equipamentos, sementes e


defensivos.
CARNE BOVINA: Insumos: é a primeira etapa da cadeia. Consiste no fornecimento
de insumos para as fazendas. Os itens são sementes, adubo, calcário, ração para os animais,
máquinas, tecnologia e outros. Lembrando que, os insumos precisam ter qualidade e chegar
até o produtor adequadamente.
LEITE E DERIVADOS: A cadeia produtiva do leite inicia pelos insumos, sejam eles
agropecuários ou industriais, como os produtos veterinários, melhoramento genético,
rações e compostos de nutrição, animais, equipamentos de ordenha e refrigeração,
sementes de pastagem, adubos e defensivos agrícolas, entre outros. Na sequência o
autor inclui a Agropecuária como segundo elo, que representa o setor da economia onde
está alocada a produção leiteira. O terceiro elo da cadeia para o autor está identificado
como o processamento do leite, o qual se refere à industrialização do produto e portanto,
de seus derivados. Já o quarto elo é o da distribuição, que envolve a logística, o
transporte do produto até os pontos de venda e finaliza a organização da cadeia com o
consumidor final. A cadeia produtiva do leite, ainda segundo a organização apresentada
por Zylbersztajn (2000), inicia pelos insumos sejam eles agropecuários ou industriais
(produtos veterinários, melhoramento genético, ração e concentração, vacas e novilhas,
equipamentos de ordenha e refrigeração, sementes de pastagem, adubos e defensivos
agrícolas, outros equipamentos). Na sequência o autor coloca como segundo elo, a
Agropecuária, setor da economia onde está alocada a produção leiteira. Já os autores
Viana e Ferraz (2011), com base em Canziani (2003) enquadram os principais
representantes da cadeia produtiva do leite em quatro categorias: fornecedores,
produtores rurais, indústria e o sistema agroindustrial. Quadro 1. Representação do
Sistema Agroindustrial do Leite no Brasil *Elaborado pelos pesquisadores. Nesta
organização é possível compreender que a cadeia inicia com os fornecedores de
insumos, máquinas e equipamentos aos produtores. O segundo elo é representado pelos
produtores rurais, que podem ser divididos em especializados. No terceiro elo está a
indústria, a qual tem o papel de coletar o produto junto aos produtores, processar e
distribuir ao comércio varejista. A cadeia se completa com o sistema agroindustrial.
CAFÉ: A cadeia do café pode ser dividida em: i) fornecedores de insumos para a
produção agrícola; ii) produtores rurais; iii) cooperativas; iv) corretores; v) indústria de
torrefação e moagem; vi) indústria de solúvel; vii) indústria de cápsulas; viii)
exportadores de café verde; ix) atacado interno e atacado externo; x) consumidor
interno; xi) indústria externa; e xii) consumidor externo.4 O café verde, uma vez
produzido, poderá ser exportado em grão diretamente pelo produtor ou por intermédio
de cooperativas e corretores. Se não for exportado, o grão poderá passar por
beneficiamento, sendo utilizado por indústrias de torrefação e moagem ou pelas
indústrias de café solúvel e de cápsulas, que são objeto de estudo deste trabalho.
ALGODÃO: Antes do seu plantio, o mercado já movimentou vários segmentos, dentre
eles, sementes, fertilizantes, defensivos, corretivos, colhedoras, tratores, peças para
reposição, implementos, equipamentos de irrigação, caminhões, carrocerias e
combustíveis.
Além dos subprodutos usados nos setores de Papel e celulose (línter*), indústria
química (línter e óleo), indústria de algodão hidrófilo (línter), indústria de biodiesel
(óleo), alimentos (óleo), indústria de adubos (torta e farelo) e indústria de ração animal
(torta e farelo).

c) Cadeia de distribuição, incluindo empresas distribuidoras, atacadistas e


supermercados.
R: CADEIA DA CARNE: A cadeia produtiva de carne bovina é um conjunto de
componentes interativos, com diferentes sistemas produtivos, fornecedores de serviços e
insumos, indústrias de processamento e transformação, distribuição e comercialização
de produtos e subprodutos e seus respectivos consumidores finais.
O processo de produção de carne tem início no setor de insumos, que representa as
empresas de bens e serviços na área de nutrição, manejo, genética e sanidade. Em
seguida, tem-se os setores produtivos, que reúnem as unidades de produção
fornecedoras das matérias-primas iniciais.
Os frigoríficos, responsáveis pelo avanço do produto final em direção ao consumidor,
por meio da distribuição para o segmento de varejo, transformam a matéria–prima em
produto acabado. A missão desse segmento é disponibilizar a carne bovina, de forma
apresentável, higiênica e em formato útil ao consumidor. Para que este sistema funcione
perfeitamente existem alguns elementos de apoio que são essenciais, pois são
responsáveis pelo fluxo financeiro e de informações.
O conjunto de agentes que compõe a cadeia produtiva da pecuária de corte brasileira
apresenta grande heterogeneidade: de pecuaristas altamente capitalizados a pequenos
produtores empobrecidos; de frigoríficos com alto padrão tecnológico, capazes de
atender a uma exigente demanda externa, a abatedouros que dificilmente preenchem
requisitos mínimos da legislação sanitária.
Parte disso é fruto do ambiente institucional no qual essa cadeia se insere. Aspectos
ligados ao comércio exterior, à evolução macroeconômica, à inspeção, à legislação e à
fiscalização sanitárias, disponibilidade e confiabilidade de informações estatísticas,
legislação ambiental, mecanismos de rastreabilidade e certificação, sistemas de
inovação, entre outros, condicionam fortemente a competitividade dessa cadeia
agroindustrial.
LEITE E DERIVADOS: A cadeia de produção do leite é composta por diversos
agentes que integram a cadeia de suprimentos desde a aquisição da matéria-prima até a
distribuição do produto para o cliente final. Esta cadeia tem importância em termos de
contribuição econômica e social para o país ou região.
A etapa de transporte e distribuição dos derivados lácteos inicia com o rápido
carregamento, de forma que a temperatura seja mantida de acordo com a necessidade de
cada produto. Os veículos empregados no transporte apresentam sistemas de
refrigeração necessários para a manutenção adequada da temperatura.
A cadeia produtiva do leite é a principal possibilidade de inserção comercial para
grande parte dos produtores rurais brasileiros. Entretanto, novas exigências de escala e
de qualidade podem excluir produtores que a elas não se adequem.
CAFÉ: O café chegou a ser tão importante para a economia brasileira que deu origem aos
chamados “barões do café”, homens riquíssimos que dominavam regiões inteiras devido às
suas plantações — sustentadas, na maioria das vezes, pelo trabalho escravo. Atualmente, não
existem mais “barões do café” nem escravos, mas o café ainda é um importante produto de
nossa economia. Historicamente, o Brasil é o maior produtor, consumidor e exportador
de café de todo o mundo. Na Cooperativa de Tucanos, uma das grandes preocupações com
a armazenagem e a distribuição do produto é em relação à sacaria. Os membros adotam o uso
de big bags, embalagens que substituem os sacos de juta tradicionais (que suportam 60 kg).
As vantagens do big bag
Na Cooperativa de Tucanos, uma das grandes preocupações com a armazenagem e a
distribuição do produto é em relação à sacaria. Os membros adotam o uso de big bags,
embalagens que substituem os sacos de juta tradicionais (que suportam 60 kg).
O big bag é confeccionado, geralmente, a partir do polipropileno (um tipo de plástico) e
já vem com duas alças de içamento, tornando bem mais fácil o manuseio e dispensando
o uso de pallets.
O big bag suporta até 1,5 tonelada de café verde, o que corresponde a 25 sacas. Ele pode
ser empilhado em até 4 unidades — ou mais, desde que exista uma estrutura adequada.
Os big bags, além de práticos, são baratos, podem ser reutilizados e permitem a
impressão de informações, como o nome do produto e do produtor.
Assim, o café do Jeca e dos outros produtores da região é armazenado com segurança e
economia de espaço. Outras vantagens do uso de big bags são:
redução de gastos com mão de obra (um único operador pode manejar a empilhadeira
para transportar os bags);
Sistema mais dinâmico, que permite empilhamento e transporte de forma rápida e
eficiente;
redução no tempo de carga e descarga (menos gastos com fretes);
Facilidade de rastreamento, pois podem ser equipados com um código/chip (sistema
computadorizado que gerencia a armazenagem);
A adoção de novas técnicas favorece o desempenho, a eficiência e a competitividade em
um mercado que já é bastante concorrido, contribuindo para a sustentabilidade do
negócio.
O café nas rodovias
Dos armazéns da Vila de Tucanos, o café do Jeca é transportado pelas rodovias até o
seu destino. Essa etapa logística é uma das mais preocupantes, pois envolve custos altos
e problemas ambientais.
É necessário contratar uma transportadora responsável que seja comprometida com o
desenvolvimento sustentável, reduzindo, assim, a emissão de gases poluentes.
Veículos velhos poluem 10 vezes mais. Por isso, convém substituir os veículos mais
velhos da frota por caminhões mais novos, com certificação do Inmetro que assegure
menos consumo de combustível e menos emissão de poluentes.
Durante um tempo, para reduzir emissão de gases, a rota do café do Jeca era,
basicamente, essa:
Plantação;
Fábrica caseira (moagem);
Supermercados das capitais.
Ou seja, não havia intermediários. Um caminhão próprio levava o produto diretamente
da fazenda para os supermercados. Essa estratégia contribuiu para reduzir entre 20% a
30% as emissões de carbono. Outros produtores resolveram seguir seu exemplo.
A queima de combustível por meio de transporte é a terceira maior causa de poluição
ambiental no mundo, contribuindo para o aquecimento global. Antes dela, estão a
geração de energia elétrica e a produção industrial.
No Brasil, os carros, aviões e navios correspondem a um percentual de 9% da emissão
de gases que contribuem para o efeito estufa. O desmatamento das florestas e o uso
indevido da terra são os campeões nesse quesito.
Os compradores de café mais esclarecidos tendem a observar a cadeia de suprimentos e
dar preferência às empresas que transportam seus produtos emitindo menos poluentes.
Uma boa estratégia usada pelos membros da Cooperativa de Tucanos é mapear o
volume de café e definir um cronograma que prevê o tempo de carga e descarga e o
tempo consumido nas viagens, aproveitando da melhor forma o potencial dos veículos e
reduzindo a quantidade de viagens.
Eles fazem isso em parceira com as empresas de transporte de carga contratadas e com
alguns veículos que a própria cooperativa adquiriu. Para realizar suas entregas pessoais
(o café torrado e moído em sua pequena fábrica), Jeca Tatu adotou o uso de um carro
elétrico, que se desloca até a vila e aos povoados vizinhos, sem emitir nenhum tipo de
gás poluente.
Como nas grandes cidades a circulação de veículos movidos a combustível é muito
grande, essa iniciativa é um exemplo de como adotar um novo modelo de infraestrutura
de transporte.
Os perigos nas estradas
Um dos pontos mais preocupantes para os produtores de café da Vila de Tucanos está
relacionado aos perigos que a carga, o veículo e o motorista enfrentam nas rodovias.
A falta de infraestrutura nas estradas é um deles, pois o Brasil ainda possui muitas
rodovias em péssimo estado de conservação, mal iluminadas e pouco sinalizadas.
Algumas chegam a ser intransitáveis em tempos de chuva.
Os assaltos também são comuns, o que torna os caminhos do café extremamente
sinistros. É fundamental, portanto, usar sistemas eficientes de rastreamento e
monitoramento para reduzir os riscos. Na hora de contratar uma empresa de transporte,
é importante que seja feito, ainda, o seguro de carga.
O café nas indústrias
Seguindo a rota do café do Jeca (e de seus colegas da cooperativa), chegamos a algumas
indústrias cariocas, que se responsabilizam pelos processos de torrefação, moagem e
embalagem dos grãos de café.
A variedade mais vendida pelo Jeca Tatu é a arábica Bourbon Amarelo. Na indústria, os
grãos de Bourbon são aquecidos a uma temperatura que varia entre 180 a 240 graus por
um período de 7 a 15 minutos. Quanto maior o tempo de torrefação, mais escuro ficará
o grão.
Quando os grãos demoram 15 ou mais minutos sob a ação do torrador, a torrefação
recebe a denominação de “expressa”, cujo café é muito forte. As torrefações de 11
minutos recebem o nome de “urbana”.
Já os grãos de 7 minutos são os preferidos dos americanos e apresentam cor mais
amena. Cafés torrados entre 12 e 13 minutos são muito consumidos pelos vienenses e
franceses.
Outro processo desenvolvido nas indústrias é a moagem dos grãos de café, a fim de
oferecer o melhor café gourmet. A moagem média é usada para o café expresso (essa
moagem garante que o café fique com a concentração mais adequada).
Muitas pequenas empresas estão investindo na torrefação e na moagem do café, visando
principalmente à distribuição local. Indústrias maiores produzem o café moído e o
comercializam para diferentes estados, cidades, regiões e países.
Quanto maior a indústria, melhor a tecnologia disponível. Com isso, recursos mais
avançados têm acelerado os processos de torrefação, moagem e embalagem do café.
Das indústrias para o varejo e o atacado
Das indústrias, os caminhos do café chegam ao varejo, especialmente aos
supermercados e hipermercados. Mais uma vez, o transporte se faz necessário,
alcançando diferentes pontos de venda e distribuição.
Na indústria, pode-se falar de dois tipos de transporte: internos e externos. Os internos
realizam o deslocamento do produto dentro da própria unidade de produção. Os
externos referem-se aos que levam a matéria-prima (os grãos de café) até a indústria e
os que saem da indústria até os pontos de distribuição.
A Indústria de Café Moreira e Silva, por exemplo, vende sua produção para três
supermercados, uma loja de atacado e diferentes empresas de pequeno e médio porte
dentro da cidade. O transporte é feito por meio de caminhões.
Para não gastar muito com armazenamento, uma das empresas que compram da Moreira
e Silva aplica a técnica cross-docking, que dispensa o armazenamento em longo prazo.
O café chega em um caminhão até o depósito da empresa, onde é separado de outros
produtos e enviado diretamente para os clientes.
O transporte está localizado na parte dos fundos do depósito, pronto para receber e
conduzir a mercadoria. O cross-docking permite maior velocidade nas operações de
venda e menores custos com armazenagem.
Dos supermercados para os consumidores
Finalmente, depois que o café do Jeca é transformado na indústria — ou seja, torrado,
moído e embalado — e transportado para o varejo e o atacado, o consumidor final já
pode comprar o café e desfrutá-lo.
O consumidor que compra no supermercado, nas vendas ou mesmo no atacado é
considerado o consumidor final — ou seja, nele se encerra o ciclo da cadeia produtiva
do café.
A rota do café se inicia no caminho de terra entre a fazenda Coffee Break e os armazéns
da Vila de Tucanos e termina na casa do Sr. João de Deus, que sai de sua casa em seu
Uno, entra no supermercado Compre Aqui e compra dois pacotes do Café Moreira e
Silva sem saber que ele foi plantado nas distantes terras do Jeca Tatu, um dos maiores
produtores de café do país.
Os elos da cadeia na rota do café
Como foi explicado, a rota do café é longa na cadeia produtiva e envolve diversos
custos relacionados ao transporte, à armazenagem, à mão de obra, aos impostos e a
outros aspectos.
Jeca Tatu planta o café e torna-se o primeiro elo nessa cadeia de suprimentos. Depois,
ele colhe os grãos e os conduz à Vila de Tucanos em seu caminhão particular.
A Cooperativa dos Produtores de Café encarrega-se de armazenar o produto,
acondicionando-o em big bags. A Cooperativa é um elo intermediário nessa cadeia,
representando todos os produtores da região.
O destino principal do café armazenado na vila é a cidade do Rio de Janeiro, para a qual
ele é transportado em caminhões da própria entidade ou por meio de empresas
transportadoras de carga. Vendido em algumas indústrias, tem início uma nova etapa: a
produção do café industrializado.
A indústria, que pode ser considerada o segundo elo da cadeia na rota do café,
responsabiliza-se pela torrefação, moagem e embalagem do café, na qual vai impressa
sua marca. O elo seguinte é formado pelas empresas que distribuem e vendem o café
industrializado ao quarto e último elo, o consumidor final.
No caso de exportação, o caminho é diferente. Jeca exporta diretamente parte de seus
grãos, conduzindo-os em transporte próprio até o Porto do Rio de Janeiro. Os grãos são
depositados em grandes contêineres de navios de carga com destino à Alemanha, aos
Estados Unidos e à Bélgica.
Nesse caso, os caminhos do café são bem mais longos e demorados. Ele cruza o imenso
Atlântico rumo a diversas nações, onde será transportado a indústrias que repetirão o
mesmo processo feito no Brasil e, por fim, distribuído em empresas que venderão à
população local.
No entanto, muitas indústrias brasileiras também exportam o café já embalado. Nesse
caso, ele chegará aos outros países prontos para ser vendido e consumido.
As operações logísticas que envolvem a produção/comercialização de café devem ser
bem planejadas para evitar prejuízos para quaisquer elos da cadeia produtiva — o
cliente final deve ficar satisfeito com o produto que consome, pois sem esse consumidor
a produção e a industrialização do café não faz sentido.
E então, o que você achou da história da rota do café no Brasil? Compartilhe este post
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café desde sua origem até a mesa do brasileiro!
ALGODÃO: A indústria têxtil, composta das indústrias de fiação, de tecelagem e de
malharia, movimentou US$ 17,06 bilhões em 2016. Esse valor total refere-se ao
faturamento de US$ 5,95 bilhões das indústrias de fiação, US$ 8,02 bilhões de
tecelagem e US$ 3,08 bilhões de malharia.
O farelo de algodão é comumente utilizado na alimentação de gado de corte e de leite.
Assim, as indústrias de ração para gado de corte e leite faturaram US$ 229,47 milhões
em 2016 provenientes da venda de farelo de algodão na forma de ração animal.
As confecções representam o elo de produtos acabados, destinados ao consumidor final.
Neste estudo, foram agrupadas em quatro tipo: vestuários, meias e acessórios, linha lar e
outras. Sabe-se que os produtos são compostos de diferentes tipos de tecido, portanto
estimou-se o percentual de algodão de cada tipo de confecção, para posteriormente
calcular somente o valor relativo à cadeia do algodão.
Este elo também foi quantificado pela primeira vez neste estudo, agregando, assim,
mais um setor à jusante na cadeia. Movimentou, na safra 2016/17, US$ 72,96 bilhões
com vendas de seus produtos. Assim como nas confecções, o elo do varejo foi agrupado
de acordo com seus diferentes produtos e os faturamentos gerados. É importante
destacar, neste elo, os esforços que vêm sendo realizados para aumentar o consumo de
algodão, principalmente pelas confecções. Pode-se citar a campanha “Sou de algodão”,
idealizada pela Abrapa, que busca aumentar a conscientização sobre o uso da fibra, a
escolha pelo simples, natural e saudável.
O elo dos agentes facilitadores, neste estudo, foi composto da movimentação financeira
gerada pela manutenção das algodoeiras, das corretoras e pelos laboratórios de análise
de pluma de algodão. Assim, o faturamento dos agentes facilitadores, na safra 2016/17,
foi de US$ 48,04 milhões, dos quais US$ 25,29 milhões com manutenção das
algodoeiras, US$ 17,94 com corretagem e US$ 4,81 milhões com análises de pluma de
algodão.
A cadeia produtiva do algodão é uma grande geradora de empregos, nas atividades antes
da fazenda, na fazenda e principalmente depois da fazenda. Para estimar o número de
trabalhadores em elos em que o algodão não é a única matéria-prima, como nas
confecções e varejo, foi feita a estimativa do número de trabalhadores relativos no
segmento, com base no percentual representativo do algodão nos produtos finais. Nesse
sentido, foram estimados 1.218.852 postos de trabalho, que geraram uma massa salarial
de US$ 11,81 bilhões em 2016.
O valor estimado dos impostos foi calculado pelo faturamento de cada um dos agentes
da cadeia e se consideraram neste estudo o IPI, ISS, ICMS, PIS, COFINS e CESSR ou
FUNRURAL. Calcularam-se os impostos agregados, que são os impostos totais
arrecadados ao longo da cadeia, menos os resultantes das movimentações financeiras
dos insumos, para evitar a duplicidade. Nesse sentido, a movimentação financeira
gerada pela cadeia produtiva do algodão levou a uma arrecadação de US$ 28,31 bilhões
em impostos agregados.
A contínua atualização da quantificação permite observar não somente o
desenvolvimento de toda a cadeia, mas também algumas das principais tendências de
evolução dos diferentes negócios que a compõem. Esta seção traz um comparativo entre
as estimativas geradas nas três edições do estudo. Para realizar as análises comparativas,
houve necessidade de transformar os valores das quantificações anteriores em valor
presente, adotando o Índice Nacional de Preço ao Consumidor (IPCA) e a consequente
conversão por igual cotação em dólar como método de cálculo. Como um trabalho de
aperfeiçoamento contínuo, algumas premissas das quantificações passadas também
foram refinadas.

SEGMENTOS

● Açúcar e álcool
● Adubos e defensivos
● Algodão e grãos
● Café
● Carne bovina
● Leite e derivados
● Madeira e celulose
● Máquinas e equipamentos
● Óleos, farinhas e conservas
● Revenda de máquinas
● Têxtil.

3) Uma das principais características do agronegócio brasileiro é a


diversificação, há um número bastante expressivo de produtos. Além disso é um
Mercado voltado à exportação.
Cite os dez principais produtos do agronegócio brasileiro que compõem a
nossa balança de exportações citando as suas contribuições monetárias e os
principais mercados importadores.
Complexo Soja (22,9%)
Representando quase ¼ de toda a exportação brasileira em 2021, o complexo soja teve
uma alta de mais de 341% se comparado com o último ano. Nesse grupo, estão: soja em
grão, farelo de soja e óleo de soja, por exemplo.
A razão, com base no que diz o próprio Ministério, vem da safra recorde no país: 137,3
milhões de toneladas de soja em grãos. Fora isso, o preço também foi recorde, já que
havia baixa produção e estoque no mundo.
Carnes (16,9%)
O segundo grupo dos produtos mais exportados no Brasil é: carne bovina in natura. O
principal comprador do Brasil são os Estados Unidos. Depois, União Europeia e China.
Além disso, outros destaques são as exportações de: carne de frango e carne suína.
Produtos Florestais (14,1%)
A celulose impulsiona a categoria de produtos florestais exportados do Brasil. No
último ano, houve um recorde no volume. Além disso, os preços que aumentaram mais
de 30%. A China é o principal parceiro comercial do país neste grupo.
Além da celulose, a madeira e o papel nacional foram comercializados com outros
países. Tanto é que o Brasil tem hoje uma das maiores fábricas de papel do mundo, a
Suzano Papel e Celulose.
Cereais, Farinhas e Preparações (10,6%)
O quarto grupo dos mais exportados é o de Cereais, Farinhas e Preparações. Dessa
forma, o milho é o produto exportado do Brasil com maior destaque, mas que teve o
resultado minimizado pelas fortes secas e geadas.
Complexo Sucroalcooleiro (8,7%)
Para fechar a lista dos produtos mais exportados, o Complexo Sucroalcooleiro.
Inclusive, a safra da cana-de-açúcar no Brasil teve menor produtividade pelo clima seco.
Assim, teve uma queda na sua representatividade do ranking.
Quais os produtos mais exportados pelo Brasil em 2021
A partir dessa apresentação, o Ministério diz que há uma lista de 10 produtos mais
exportados no Brasil em 2021. Sendo assim, vamos aos percentuais:
1- Soja em grãos (13,8%)
2- Milho (8%)
3- Café verde (7,3%)
4- Farelo de soja (7,1%)
5- Carne de frango in natura (6,9%)
6- Celulose (6,8%)
7- Carne bovina in natura (6,2%)
8- Açúcar de cana em bruto (6,1%)
9- Algodão não cardado nem penteado (4,9%)
10- Papel (2,2%)
Esses 10 produtos foram responsáveis por 69,3% de todo valor exportado no país,
conforme dados de dezembro de 2021. E outros produtos que não entraram na lista, mas
tiveram destaque foram: óleo de soja, trigo, madeira perfilada, suco de laranja e arroz.
4). Construa uma tabela, conforme modelo abaixo, contendo o valor da produção média, a
participação no agronegócio (%) em ordem de importância dos dez principais produtos da
agropecuária goiana na safra 2021//2022. (Citar fontes)

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