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Qualidade da carne bovina

O Brasil é um dos mais importantes produtores de carne no mundo, resultado de décadas de investimento em tecnologia que elevou não só
a produtividade como também a qualidade do produto brasileiro, fazendo com que ele se tornasse competitivo e chegasse ao mercado de
mais de 150 países.
Para se ter ideia, em 2015 o país se posicionou com o maior rebanho (209 milhões de cabeças), o segundo maior consumidor (38,6
kg/habitante/ano) e o segundo maior exportador (1,9 milhões toneladas) de carne bovina do mundo, tendo abatido mais de 39 milhões de
cabeças. 80% da carne bovina consumida pelos brasileiros é produzida no próprio país - o parque industrial para processamento tem
capacidade de abate de quase 200 mil bovinos por dia.
Há 40 anos a imagem que se tinha do mercado brasileiro  de carne era bem diferente. O rebanho de bovinos mal chegava à metade do atual
(209 milhões de cabeças), importava-se muito para abastecer o mercado interno, questões sanitárias sérias impediam exportação,
pastagens degradadas marcavam a paisagem das propriedades, a produtividade era baixa.
Segundo a Embrapa, a pecuária brasileira passou por uma revolução tecnológica nos últimos 40 anos, o que fez com que seu rebanho se
tornasse um dos mais competitivos do mundo.

O rebanho mais que dobrou, enquanto que a área de pastagens pouco avançou ou até diminuiu em algumas regiões - indicativo claro de
aumento da produtividade. Houve também aumento do ganho de peso dos animais, diminuição na mortalidade, crescimento das taxas de
natalidade e diminuição do tempo de abate.

Na chave dessa mudança estão a instauração dos pilares de uma produção pecuária de qualidade e dentro dos padrões internacionais:

• cuidados com a saúde bovina;


• nutrição de bovinos adequada;
• reprodução de bovinos aliada a técnicas de melhoramento genético;
• boas técnicas de manejo animal, transporte e abate;
• rastreabilidade de toda a produção.
Auxiliando todos esses processos, está o profissional especializado em saúde bovina,
atualizado com as principais tecnologias da área, apto para coordenar projetos que
visam às melhores práticas e com conhecimento necessário para atuar no bem-estar,
qualidade e saúde do rebanho. A graduação em medicina veterinária ou zootecnia x
Qual é a importância da produção de carne para o PIB brasileiro?
Nesse contexto, a pecuária bovina de corte é um dos carros-chefes, figurando como
o maior Produto Interno Bruto entre as cinco cadeias produtivas do agronegócio brasileiro.

Nossa produção movimenta cerca de 1,11 bilhão de dólares, o que representa 6% do Produto Interno
Bruto (PIB) ou 30% do PIB do Agronegócio.
O Brasil é, hoje, um dos principais exportadores de carne bovina do mundo, segundo a Embrapa.
Comercializa a produção para mais de 150 países — com perspectivas sólidas de expandir a exportação
para mais compradores, como o Japão.
O impacto do consumo de carne bovina pelo mercado externo em relação à produção brasileira vem
aumentando a partir de 2016 e em 2019 alcançou o maior percentual dos últimos 22 anos (séries históricas do
IBGE e Ministério da Economia-SECEX). Quando olhamos os dados desse período, observamos que o
percentual de participação das exportações em relação ao que produzimos foi crescente durante o decênio de
1997 (1,5%) a 2007 (18,1%). Logo após começou a cair, tendo chegado em 2011 a 12%, ano em que foi
iniciado novo crescimento, que perdurou até 2014, com pequena diminuição nos dois anos seguintes.
Já a produção de carne bovina aumentou 146,4% em 22 anos, tendo saído de 3,3 milhões de toneladas em
1997 para 8,2 milhões de toneladas em 2019. No mesmo período as exportações aumentaram 2.919%, sendo
o decênio já mencionado de 1997 a 2007 o de maior crescimento (2.358%). Nos 12 anos finais do tempo
analisado, entre 2007 e 2019, o crescimento foi de 22,8%, com períodos de diminuições.
Esses dados levantam a discussão sobre o que deverá acontecer com a proporção das exportações sobre a
produção de carne bovina e a consequente concorrência do mercado externo com o mercado interno
brasileiro.
Observamos que a produção nacional teve pequeno aumento nos seis últimos anos analisados (2013 a 2019),
enquanto as exportações subiram em maior velocidade, o que pode ser observado pelo impacto das
exportações na produção de 14,5% em 2013 e de 19,1% em 2019. Com base no crescimento das
exportações, que vem ocorrendo desde 2016 e se intensificando neste ano de 2020, e com fundamento
também na manutenção do volume de produção de carne bovina, acreditamos que existe uma tendência de
aumento do percentual das exportações em relação à produção brasileira.
Em 2019, o CiCarne coordenou uma pesquisa com o objetivo de obter um prognóstico estruturado acerca
dos desafios tecnológicos para a cadeia da carne bovina no Brasil para 2040, a qual contou com a
participação de especialistas em diversas áreas da cadeia. Dentre os resultados encontrados, identificou-se
que existe alta probabilidade de que em 2040 o consumo interno de carne bovina passe a representar menos
de 50% do total do volume produzido, vez que o Brasil será o grande abastecedor de carne bovina para a
crescente demanda mundial.

Nesse cenário, as exportações serão intensificadas pelos acordos comerciais favoráveis, com mercados
exigentes que possuem alto consumo de carne per capita, bem como por mercados em ascensão que
consideram o Brasil um dos principais fornecedores, como no caso da Ásia e, em especial, a China. Além
disso, o mercado interno também busca carnes de melhor qualidade, o que pode ampliar a pressão sobre o
consumo de carne bovina. 
Com a chance considerável de tais eventos ocorrerem, entende-se que a produção de carne bovina precisa
ser ampliada em quantidade e qualidade para suprir as demandas interna e externa, cada vez mais
exigentes.
A pecuária no brasil é um dos principais pilares econômicos. Aliás, nosso país está entre os
principais produtores de carne bovina do mundo, atingindo mais de 70 milhões de toneladas
produzidas no ano de 2018. Com um rebanho maior que 209 milhões de cabeças de gado, a
atividade representa hoje parte considerável do PIB do país. Sem dúvida, a agropecuária brasileira
dona de grande parte do mercado consumidor interno, tem crescido muito nesses últimos anos.

Conheça 5 motivos que comprovam a importância do setor A pecuária no Brasil hoje representa
uma enorme relevância. Dentre as principais razões para tal, destacam-se 5 fatores:
#1 O Brasil tem o maior rebanho bovino do mundo
#2 As exportações de carne representam um ganho estimado de 6 bilhões de reais
#3 Somos o segundo maior país exportador de carne no mundo
#4 Possuímos um parque industrial com capacidade de abate de quase 200 mil bovinos por dia
#5 A atividade emprega cerca de 1,6 milhões de pessoas

Outros motivos como o menor custo de produção em relação aos outros países e a melhor
qualidade do produto oferecidos também contribuem para a ampliação do setor. Então, confira
mais sobre esse assunto no próximo tópico!
Os norte-americanos, grandes concorrentes do Brasil, ainda que sejam um dos maiores produtores
do mundo, se destacam também como os maiores importadores de carne. Os Estados Unidos
vendem muita carne bovina a preços altos e compram muita carne mais barata (dianteiro) para
parte do consumo doméstico, principalmente para a produção de hambúrgueres. Quanto à América
do Sul, apesar de a Argentina e do Uruguai produzirem gado e carne de alta qualidade e, no caso
do último país, maiores taxas de crescimento, têm limites geográficos e de rebanho, sem contar os
problemas políticos, no caso argentino. Passada, ou ao menos amenizada, a crise da pecuária
nacional, o Brasil se recoloca como principal produtor e fornecedor de carne bovina mundial.
Dados do Agribenchmark mostram que o País registra um dos menores custos de produção
quando comparado com outros 25 produtores da proteína.

PRODUTIVIDADE – Dados levantados pelo Cepea mostram aumento na produtividade média


da pecuária nacional, tanto no sistema de produção extensiva como no de confinamento. No
caso da atividade de cria, no início dos anos 2000, 100 vacas ocupavam, em média, 250
hectares e registravam taxa de desmame de 40%, produzindo um bezerro de cerca de 170
quilos. Já em 2017, ainda segundo dados do Cepea, 100 vacas passaram a ocupar menos
espaço, de cerca de 150 hectares, e a produzir bezerros mais pesados, com média de 200 a
210 kg. Além disso, a taxa de desmame passou a ficar em torno de 65%. Apesar desse avanço,
quando comparados esses índices do sistema de cria com os demais países produtores, nota-
se que o Brasil ainda tem um caminho de desafios pela frente, mas de muitas oportunidades.
CARNE BOVINA
       O mercado de carne bovina, em 2019, foi diferente de outros anos, pois no seu segundo semestre os preços do boi gordo estiveram
muito altos, chegando a recordes em novembro. Isso afastou o consumidor, levando-o a optar por outros tipos de proteína. Ao mesmo
empo, houve um aumento das exportações com a ampliação das vendas para a China, em função da peste suína africana, mas elas já
ofreram impacto negativo no início de 2020, devido à estabilização das compras chinesas.
S

segundo o IEA, os preços do boi gordo para o produtor em 2019 tiveram altas expressivas e, em novembro e dezembro, estiveram ainda
mais elevados, de 19,4% e 39,4%, respectivamente, alcançando no último mês do ano o valor de R$204,55 ante os R$148,99 de janeiro,
subindo 37,3%% no período1.
  
          
Os dados do IEA para o varejo mostraram que os preços tiveram altas em quase todo ano e foram maiores para a carne de segunda.

Em julho e agosto, período da entressafra, houve baixa. Nos últimos dois meses do ano, os preços dispararam para o acém (carne de
segunda), com 14,8% em novembro e 30,0% em dezembro, e para a alcatra (carne de primeira), com 12,7% e 24,4% respectivamente,
refletindo os preços da arroba do boi gordo, mas com variação menor que os preços ao produtor devido à fuga do consumidor por causa do
alto valor do produto. O preço médio anual para o acém foi de R$18,71, e de R$31,41 para a alcatra, e a alta entre o primeiro e último mês
do ano alcançou variação de 23,6%2. Esses altos valores do fim de 2019 impactaram o índice inflacionário do país.
Com os preços mais elevados praticados no varejo e o baixo poder de compra do consumidor, este deixou de adquirir carne bovina ou
diminuiu o dispêndio com ele, dando preferência a outras proteínas, como ovo, frango e suíno, fato que, agregado ao habitual maior
consumo de outras carnes no mês de dezembro, atenuou o consumo dessa proteína. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA) fala em queda de 2% no consumo interno3.
As exportações são muito importantes para o setor, pois possibilitaram o escoamento da produção e a sustentação dos preços do mercado
interno da arroba do boi e da carne bovina. Em 2019, as exportações da carne bovina do Brasil cresceram 14,7%, enquanto o faturamento
aumentou 18,9%. No Estado de São Paulo, o crescimento foi de 6,2% em volume e 16,67% em valor4.
A peste suína na China afetou fortemente o mercado mundial de carnes, o que contribuiu com o aumento da produção e da exportação de
proteínas do Brasil. No caso da carne de boi, o principal destino foi a China que junto com Hong Kong foram os países que mais adquiriram
a carne brasileira. A maior receita também teve relação com a alta cotação do dólar.
A expectativa para 2020 é que a demanda chinesa continue aquecida e as vendas cresçam. Entretanto, o acordo entre a China e os Estados
Unidos poderá interferir nas perspectivas da exportação brasileira, já que há o comprometimento do país asiático de compras maciças de
produtos agrícolas norte-americanos, embora o presidente Donald Trump tenha tido dúvidas em relação ao atendimento da demanda
chinesa5. Os incêndios na Austrália também devem afetar o mercado internacional, pois a queda de oferta de carne desse país abrirá espaço
para mais vendas brasileiras.
Segundo o Rabobank6 e USDA7, estima-se para 2020 que a produção de carne bovina do Brasil cresça para cerca de 10,5 milhões de
toneladas, frente aos 10,1 milhões de toneladas de 2019; a exportação, tanto de carne bovina como suína, deve apresentar as maiores altas
em 2020 com crescimento em torno de 10,6% nos embarques da carne bovina.
A perspectiva é que o mercado continue bom para o setor devido à pouca oferta de bois para abate, à demanda internacional aquecida, e ao
ótimo preço da arroba do boi, lembrando que por conta dos bons preços, houve abate de fêmeas, inclusive do setor leiteiro. Além disso, os
preços considerados baixos por operadores de mercado entre 2017 e o início de 2019 desestimularam parte dos pecuaristas, o que freou o
ritmo de investimentos nos últimos anos.
O produtor de boi, assim como a indústria, deverá ter em mente cada vez mais que preços altos no mercado interno afastam o consumidor e
que suas maiores possibilidades ainda continuam nas vendas externas, nas quais já se consagrou como player fundamental. No entanto, ele
deve estar atento ao comércio interno, pois ele tem boa demanda se os preços forem acessíveis, o que o torna importante caso haja algum
problema no mercado mundial.
 
CARNE SUÍNA
         O mercado de suínos foi extremamente movimentado em 2019 devido à constatação de peste suína
africana (PSA) na China, no Sudoeste da Ásia e em países europeus. Isso levou a uma movimentação do
mercado mundial para atender a demanda da China por carne suína e de outros tipos, o que a princípio foi
extremamente benéfico para o Brasil.
As características da suinocultura nacional têm nuances diferentes conforme a região produtiva. Vão desde a
criação em pequena escala para o autoconsumo até a produção em larga escala para a comercialização em
nível nacional e para o mercado externo.
A carne suína e a de frango têm a posição de fontes proteicas mais importantes para a alimentação humana
no mundo. A produção brasileira ocupa o quarto lugar no fornecimento ao mercado externo, posição que leva
os estados do Sul a obterem os melhores frutos dessa posição no mercado mundial.
O segmento paulista da cadeia de produção de suínos usa sua diversidade de produção e as características
do consumo da sua população ser voltado mais para a carne suína in natura como estratégias de mercado,
operando de forma a manter sua fatia no total de produção de carne suína nacional.
O ano de 2019, conforme o IEA, iniciou com queda nos preços médios mensais recebidos pelos agricultores
para o suíno para abate.
Em fevereiro, já subiram 9,3%. A média anual de preços foi de R$90,10 contra os R$67,24 de 2018, o que
representou +34,0%. Em julho, houve a maior alta do ano (61,3%) e em dezembro a cotação chegou a
R$117,05/@, alta mensal de 54,8%10.
Os preços médios mensais do varejo da carne suína caíram nos três primeiros meses de 2019, segundo
dados do IEA. Em abril, passaram a se recuperar com aumento variando de 2,9% a 5,8%. Os dois últimos
meses do ano tiveram as maiores altas, de 10,0 % e 22,9%11.
expectativas para 2020 eram positivas. Acreditando-se que as exportações do Brasil poderiam aumentar
% no mercado mundial, que deve crescer 7,7% em relação a 2018 (MARTINS ET AL, 2019)18.
ernamente, espera-se que o consumo melhore em função dos altos preços da carne bovina e da melhor
eitação desta carne pelo consumidor nos últimos anos.
quantidade de carne suína brasileira exportada em 2019 teve crescimento de 18,0% em relação a 2018,
gundo dados da Secretaria de Comércio Exterior12. Um crescimento ainda maior foi obtido no valor das
ndas, 37,5% acima de 2018. Os animais vivos tiveram queda no volume de 6,0% e aumento dos preços com
ma alta de 27,8%. O alto valor do dólar ajudou no crescimento do faturamento com obtenção de receita
corde para o país.
     A abertura de novos mercados é fundamental para as vendas do país que se concentraram por muitos
os na Rússia, comprometendo as exportações por várias vezes, quando os russos impuseram bloqueio das
mpras devido a questões sanitárias, inclusive da carne bovina.
importações de carne suína feitas pelo Brasil que eram baixas zeraram em 2019,
Em relação ao suíno vivo, o país aumentou as compras em 53,6% no país
valor (US$ FOB) mais alto foi de 104,3% no país . Esse crescimento das vendas teve relação com o
endimento da expansão da demanda chinesa.
As principais vendas do Brasil foram para China, seguida de Hong Kong. Assim como nos Estados
Unidos, no Brasil há expectativa de que o crescimento das exportações continue frente à demanda
chinesa, que é altíssima. Em janeiro, no entanto, alguns problemas ocorreram e deixaram produtores e
frigoríficos apreensivos, pois a China tomou algumas medidas para a renegociação de contratos,
impondo descontos de 30%. Com isso, a rentabilidade dos frigoríficos, principalmente a dos pequenos,
caiu, levando a prejuízos. Além disso, a China tem liberado a compra de carnes de países pouco
tradicionais no comércio de carne suína, como é o caso da Bolívia. Ao mesmo tempo, derrubou o
embargo às carnes inglesa (de 20 anos) e canadense, assim como ampliou o número de frigoríficos
argentinos habilitados15.
Tal movimento faz crer que as maiores oportunidades para o Brasil serão para os grandes frigoríficos
brasileiros que têm estrutura para atender grandes demandas e maior conhecimento e condições de
negociação.
Outra oportunidade são os mercados chileno e uruguaio que, em 2018, aumentaram as importações da
carne suína brasileira. Esse fato possibilitou a compensação das perdas tidas pelo Brasil com a queda de
suas exportações de carne suína para a Argentina16.
Internamente, segundo pesquisa feita pela Rojo Marketing de Alimentos em 2019, há melhor aceitação
da carne suína pelo consumidor e ampliação de profissionais da saúde que a indicam nas dietas
saudáveis. Isso derivou de esforço de anos para mudar o preconceito em relação a essa carne. O
resultado foi o aumento de 15,9% no consumo, em 2018, que alcançou 14,2 kg per capita/ano17.
Como um dos principais centros de consumo no país, o mercado p
Desde o início da produção de frangos de corte no Brasil, a cadeia produtiva deste produto
modernizou-se e continua buscando formas de melhorar ainda mais o desempenho do setor,
devido à necessidade de redução de custos e aumento de produtividade, tentando com isso não
perder competitividade em nível mundial.

Como conseqüência, tem sido uma das mais organizadas do país, destacando-se das demais
pelos resultados alcançados não só em produtividade, volume de abate, como também no
desempenho econômico, onde têm contribuído de forma significativa para a economia do país.
Dentro do complexo brasileiro de carnes a avicultura constitui-se na atividade mais dinâmica. O
desenvolvimento dessa atividade ocorreu a partir do final da década de 50, nos Estados do
Sudeste, principalmente, em São Paulo. Posteriormente, na década de 70, período em que houve
profunda reorganização do complexo de carnes no Brasil, a atividade se deslocou para a região
Sul
O Brasil tem sido competente tanto na produção como na conquista do mercado exterior.
Exportar tem sido uma prioridade para o país, que em 2001 ultrapassou a barreira do bilhão
de dólares com as exportações. No que se refere ao mercado consumidor interno, o brasileiro
tem mudado seu hábito de consumo de carnes, passando de um país preponderantemente
consumidor de carne bovina para consumidor da carne de frango. A qualidade, imagem de
produto saudável e preços acessíveis auxiliaram a conquista dessa posição. A evolução do
consumo per capita demonstra esse excelente desempenho. O sistema manual não
apresenta custo de produção com grandes diferenças dos demais. De forma que, em
melhorando os coeficientes técnicos, este sistema, também chamado de tradicional, pode sim
apresentar competitividade perante os outros dois, que demandam mais capital em
instalações e equipamentos. No entanto, o perfil dos integrados do futuro tende para
produtores maiores, mais capitalizados e, enfim, mais preparados para continuar no mercado.
Essas tecnologias exigem para seu desempenho máximo melhor qualificação dos
produtores e também maior volume de capital dado ao elevado custo de implantação. Tais
investimentos têm possibilitado vantagens em termos de resultados econômicos para os
primeiros adotantes, porém, poucos produtores terão acesso a estas novas tecnologias,
devido aos altos custos financeiros atualmente cobrados pelos empréstimos.
Carne de Frango
nvestimentos na produção de frangos de corte normalmente são de baixo risco e remuneração e,
por isso, caracterizam-se como investimentos de longo-prazo. Produtores que obtiverem bons
coeficientes técnicos, mesmo com sistemas manuais, serão bem remunerados, porém aqueles que
apresentam escassez de mão-de-obra, ou regiões onde sua remuneração é alta, ganharão com a
adoção de sistemas automáticos ou climatizados.
2021
De acordo com o estudos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),

Os preços da carne suína no mercado interno estão em queda nos últimos meses, típico do período atual em que a demanda interna
diminui. As exportações continuam bem aquecidas, com a forte demanda chinesa, que aumentou em 40% o volume neste primeiro
quadrimestre de 2021, comparado ao mesmo período de 2020. Chile, Argentina e Filipinas também aumentaram expressivamente suas
importações, indicando que as vendas para o mercado externo cheguem a 100 mil toneladas no mês.
Bovina – Segundo o AgroConab, o valor da arroba teve uma valorização de mais de 50% desde abril de 2020, reflexo das incertezas
da pandemia, aumento dos custos de produção e menor oferta de animais para o abate. As exportações também já estão 2% acima do
volume observado no mesmo período de 2020, sendo a China o maior importador, que aumentou em 22% o quantitativo adquirido.
Destaque para EUA e Filipinas, que também aumentaram expressivamente as importações. A suspensão das exportações argentinas
pode direcionar parte da demanda chinesa para os frigoríficos brasileiros. 
Frango – Mesmo com preços mais atrativos do que a carne bovina, a Conab observa que houve elevação no preço da carne de frango
no mercado nacional, principalmente pelo alto nível da demanda e das exportações. A alta nos custos de produção refletiu nas cotações
do frango vivo e congelado neste ano. “Quando comparamos o cenário atual com o mesmo período do ano passado, o aumento ao
produtor em SP é de 90,83%, mas no atacado paulista, é de 29,73%, o que indica dificuldade de repasse dos aumentos de custo ao
longo da cadeia”, explica Allan Silveira, Superintendente de Inteligência e Gestão da Oferta da Conab. “Com o aumento do consumo
interno e das exportações, a expectativa é que os alojamentos mensais de pintainhas de corte cresçam em 2021, batendo recordes". 
O operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal

Oimportância da carne para a economia brasileira.


Não se trata apenas de comércio exterior. Carne significa proteína, principal nutriente para a vida humana.
Qualquer desorganização do setor poder trazer insegurança alimentar não apenas para os nossos 210
milhões de habitantes, mas para o planeta inteiro, visto que bilhões de seres humanos, em todo mundo,
dependem da carne brasileira.
Além disso, a concorrência internacional é feroz. E o nosso concorrente mais direto é os Estados Unidos, país
cujos órgãos de segurança trabalham afinados para defender os interesses econômicos de suas empresas.
Se você ler os boletins do Departamento de Agricultura dos EUA, verá que ele está repleto de análises e
sugestões sobre como as empresas americanas de carne podem superar os seus concorrentes.

A crise ocorrida no mercado de carnes brasileiro que teve como princípio a Operação “Carne
Fraca” seguida pela delação dos irmãos Batista, controladores da empresa JBS, gerou uma
grande preocupação no cenário pecuário mundial. Isso porque, se o Brasil deixar de produzir e/ou
comercializar carne bovina, o mundo sofrerá um colapso de consumo e de inflação. A crise na
pecuária nacional tornou ainda mais evidente que a carne bovina brasileira, além de ser
estratégica para a cadeia e para a economia doméstica, é de extrema importância para a
segurança alimentar mundial.
Um levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) mostrou que o volume de exportações de
carne bovina brasileira caiu 43% no mês de outubro quando comparado ao mesmo período de 2020. O
embargo chinês à mercadoria, que já dura dois meses, tem impacto direto nos números.
A Abrafrigo consolidou dados da Secretaria de Comércio Exterior, subordinada ao Ministério da Economia, e,
acordo com a associação, 108 mil toneladas de carne foram vendidas pelo Brasil em outubro deste ano,
considerando o produto in natura e processado. Já em outubro do ano passado, foram comercializadas 190 mil
toneladas.
A redução no volume representou uma queda de 31% na receita do mês, que passou de US$ 790 milhões
para US$ 541 milhões.
Além do impacto do embargo chinês, uma segunda variável aponta para a crise mundial de contêineres, que
prejudica a movimentação nos portos e é causada pela pandemia de Covid-19.
A China é o principal comprador de carne bovina nacional e corresponde a 60% dos embarques feitos nos
portos brasileiros. A suspensão aconteceu após a detecção de
dois casos da “doença da vaca louca” em rebanhos nacionais.
A eliminação do risco de contágio, anunciada pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), não foi
suficiente para o comprador chinês sinalizar a retomada. A única exportação realizada para o país asiático
ocorreu em outubro e foi de 27 mil toneladas. A decisão, no entanto,
foi específica para um lote que aguardava em um porto antes da suspensão e não altera o embargo ao
produto brasileiro.
No acumulado do ano de 2021, as exportações já têm queda de 2,4%, mas em receitas houve um
crescimento de 16% devido ao valor do produto que segue em alta no mercado internacional.
ós mais de dois meses de embargo, os envios de carne brasileira para a China devem ser retomados em
dezembro, antes do fim do ano, na opinião de Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro, consultoria
especializada do setor.
“Eles (os chineses) não têm fôlego para aguentar isso por muto tempo. Por isso, esperamos a retomada mais
cedo possível. Acredito que durante ao mês de dezembro, antes do final do ano, já estejamos retomando
grande parte dos volumes que iam para lá”, disse em entrevista à CNN nesta terça-feira (23).

.
Preços no mercado interno
Esse cenário, segundo Nogueira, não favorece o consumidor final no Brasil, como muitos chegaram a
questionar, pensando no aumento do produto nas gôndolas.
Isso se dá, primeiro, porque os frigoríficos brasileiros têm um impasse, já que não conseguem vender a
mesma proporção dos cortes aqui e lá fora.
“Quando se abate um animal, a maior parte dos cortes fica no mercado interno. O que vai para fora,
geralmente, são os miúdos e partes dianteiras. Então os frigoríficos têm que equalizar esses preços entre
mercado interno e externo, não pode ceder muito”, diz.
Além disso, segundo ele, o preço de venda da carne dos frigoríficos estava abaixo do de compra do boi no
campo e a diferença acaba sendo vista na receita das empresas.
“Os frigoríficos tiram o pé do acelerador, o boi fica estocado, os preços ao produtor caíram entre 14% e 16%,
dependendo da região, o que reflete na melhora da margem desses frigoríficos na venda para o mercado
interno”, diz.
Nogueira ressalta que, para chegar na gôndola, o processo ainda conta com a comercialização entre o
frigorífico e o varejo. “Tem muita gordura para ser queimada nesse processo. A hora que a carne dai
desossada e embalada de um frigorífico até chegar na gôndola – operação simplesmente de logística –
temos um aumento de 70% no preço”, diz.
As autoridades alfandegárias da China disseram nesta terça-feira que aceitarão pedidos de importação de
carne bovina brasileira que tenha recebido certificado sanitário antes de 4 de setembro, potencialmente
permitindo que os carregamentos retidos nos portos chineses finalmente sejam liberados na alfândega. O
Brasil suspendeu as exportações de carne bovina para a China em 4 de setembro após detectar dois casos
atípicos de doença da vaca louca, mas a carne que já estava nos portos continuou sendo exportada, com a
maior parte não conseguindo passar pela alfândega na chegada à China.... - Veja mais em
https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2021/11/23/china-aceitara-carne-bovina-do-brasil-certificada-antes-
da-data-de-embargo.htm?cmpid=copiaecola

Os casos foram considerados "atípicos" por serem de um tipo espontâneo, e não por transmissão no rebanho.
De acordo com a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), casos "atípicos" não
oferecem riscos à saúde humana e animal, e são em geral detectados em bovinos mais velhos. A alfândega
chinesa atualizou seu site nesta terça-feira para informar que agora está aceitando pedidos de importação de
carne bovina certificada antes da suspensão. Não ficou claro quanto tempo esses procedimentos levariam, ou
a quantidade de produto presa no limbo desde a suspensão. O Brasil é o principal fornecedor de carne bovina
da China, atendendo a cerca de 40% de suas impo... - Veja mais em
https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2021/11/23/china-aceitara-carne-bovina-do-brasil-certificada-antes-
da-data-de-embargo.htm?cmpid=copiaecola
 

6PROJEÇÃO de exportação brasileira de carne em 2020 é de 2,39 mi/t, diz Rabobank. GloboRural, São Paulo, 29 nov. 2019. Disponível em:

https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Economia/noticia/2019/11/globo-rural-projecao-de-exportacao-brasileira-de-carne-em-2020-e-de-239-mit-diz-rabobank.html. Acesso em:


7 jan. 2020.

7Op. cit. nota 3

8INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA. Banco de dados. São Paulo: IEA, 2020. Disponível em: http://www.

iea.sp.gov.br/out/bancodedados.html. Acesso em: fev. 2020.

9TRIMESTRAIS da pecuária – primeiros resultados: abate de bovinos cai e de suínos e frangos sobe no 4º trimestre de 2019. Agência IBGE Notícias, Rio de Janeiro, 13 fev. 2020.
Disponível em: https://agenciadenoticias.

ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/26887-trimestrais-da-pecuaria-primeiros-resultados-abate-de-bovinos-cai-e-de-suinos-e-frangos-sobe-no-
4-trimestre-de-2019.html. Acesso em: 14 jan. 2020.

 https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/62619259/brasil-e-o-quarto-maior-produtor-de-
https://www.beefpoint.com.br/usda-espera-reducao-de-6-na-producao-brasileira-de-carne-bovina-
https://www.cnabrasil.org.br/cna/panorama-do-agro
graos-e-o-maior-exportador-de-carne-bovina-do-mundo-diz-estudo
em-2021/
10Op. cit. nota 1.

11Op. cit. nota 2.

12Op. cit. nota 4.

13Op. cit. nota 4.

14Op. cit. nota 4.

15MENDES, L. H. Na China, vender carne é um negócio para gigantes?. Valor Econômico, São Paulo, 23 jan. 2020. Disponível em:
https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2020/01/23/na-china-vender-carne-e-um-negocio-para-os-gigantes.ghtml. Acesso em: fev. 2020.

 
O operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal

Qualquer desorganização do setor poder trazer insegurança alimentar


não apenas para os nossos 210 milhões de habitantes, mas para o
planeta inteiro, visto que bilhões de seres humanos, em todo mundo,
dependem da carne brasileira.
A crise ocorrida no mercado de carnes brasileiro que teve como
princípio a Operação “Carne Fraca” seguida pela delação dos irmãos
Batista, controladores da empresa JBS, gerou uma grande
preocupação no cenário pecuário mundial.

Isso porque, se o Brasil deixar de produzir e/ou comercializar carne


bovina, o mundo sofrerá um colapso de consumo e de inflação.

A crise na pecuária nacional tornou ainda mais evidente que a carne


bovina brasileira, além de ser estratégica para a cadeia e para a
economia doméstica, é de extrema importância para a segurança
alimentar mundial.
Um levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo)
mostrou que o volume de exportações de carne bovina brasileira caiu
43% no mês de outubro quando comparado ao mesmo período de
2020. O embargo chinês à mercadoria, teve impacto direto nos
números.
A China é o principal comprador de carne bovina nacional e
corresponde a 60% dos embarques feitos nos portos brasileiros. A
suspensão aconteceu após a detecção de
dois casos
A redução da “doença
no volume da vaca louca”
representou em rebanhos
uma queda nacionais.
de 31% na receita do
mês, que passou de US$ 790 milhões para US$ 541 milhões.

Além do impacto do embargo chinês, uma segunda variável aponta


para a crise mundial de contêineres, que prejudica a movimentação
nos portos e é causada pela pandemia de Covid-19.

No acumulado do ano de 2021, as exportações já têm queda de 2,4%,


mas em receitas houve um crescimento de 16% devido ao valor do
produto que segue em alta no mercado internacional.
https://www.cepea.esalq.usp.br/br/opiniao-cepea/a-importancia-do-brasil-na-producao-mund
carne-bovina.aspx
https://www.cptcursospresenciais.com.br/blog/a-importancia-da-pecuaria-no-brasil/

http://www.cnpsa.embrapa.br/SP/aves/Importancia-economica.html

https://www.cnnbrasil.com.br/business/suspensao-do-veto-chines-a-carne-pode-vir-antes-do-fim-
https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2021/11/23/china-aceitara-carne-bovina-do-brasil-
https://www.embrapa.br/qualidade-da-carne/carne-bovina
do-ano-preve-consultoria/
certificada-antes-da-data-de-embargo.htm
https://vermelho.org.br/2017/03/19/a-importancia-da-carne-para-a-economia-brasileira/

https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteZonadaMataAtlantica/
importancia.html

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