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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - UNIFAL-MG

RONALDO LANDIM DE SOUZA, FELIPE CAMPOS

CADEIA AGROINDUSTRIAL DA SOJA

VARGINHA-MG
2022
CADEIA AGROINDUSTRIAL DA SOJA

Orientador: João Marcos caixeta

VARGINHA-MG
2022
Resumo

O objetivo deste artigo, é apresentar uma abordagem cadeia agroindustrial


da soja em relação ao insumo e a produção da soja, seguido pela análise de sua
cadeia agroindustrial na qual serão tratados de forma detalhada as seguintes
subdivisões: fornecedor de insumos na produção, produtores de soja, cooperativas e
corretoras, indústria de derivados de óleo, indústria de ração e carnes, consumo
interno e externo. Ademais também serão tratados de assuntos como a relação da
produção e comercialização da cultura no Brasil.
Palavras-chave: Soja, cadeia produtiva, produção, comercialização e consumidor.

SUMÁRIO

Sumário
1- INTRODUÇÃO.................................................................................................................4
2- A IMPORTÂNCIA DA CADEIA AGROINDUSTRIAL DA SOJA...............................5
3- CADEIA AGROINDUSTRIAL DA SOJA......................................................................7
4- EXPORTAÇÃO, IMPORTAÇÃO E CONSUMO DA SOJA.....................................11
5-REFERÊNCIAS...............................................................................................................12
1- INTRODUÇÃO
O artigo tem como objetivo fazer uma introdução a importância da cadeia
agroindustrial da soja, e sua abordagem produtiva da cultura no brasil evidenciando
seu marco adaptativo. Por, assim você faz uma análise da cadeia produtiva e seus
principais tópicos. Desse modo foi realizada uma pesquisa bibliográfica que ressalta
a importância econômica da soja para a economia brasileira, ademais o artigo
aborda a cadeia produtiva da soja desde aquisição de insumos até o mercado
exportador. Outro ponto abordado pelo artigo se refere exportação, importação e
consumo da soja.
O texto está organizado em quatro seções. Após esta introdução, a segunda
seção detalha a importância da cadeia agroindustrial da soja. Em seguida, a terceira
seção apresenta a cadeia produtiva da soja. Por fim, exportação, importação e
consumo da soja.

2-A IMPORTÂNCIA DA CADEIA AGROINDUSTRIAL DA SOJA

Quando se refere a cadeia produtiva da soja observa-se que a mesma é de


suma importância para a economia brasileira. Como foi contestado em 2005 as
exportações de soja totalizaram 9,45 bilhões de dólares, o que que vale a 20,9% do
saldo da balança comercial brasileira. Em adição a soja é uma das principais
culturas explorada no mercado interno que é responsável por 45% da produção
brasileira de grãos. E no parâmetro mundial o Brasil é o segundo maior produtor
seguindo apenas do Estados Unidos. Por outro lado, nos últimos 30 anos a soja
passou a ser um grão muito importante no cenário Mundial, um dos grãos mais
produzidos e consumidos no mundo, ficando atrás apenas do trigo, milho e arroz.
Quando se observa entre os anos de 2003 a 2013 o crescimento da soja teve um
aumento de 57% no mundo atingindo 269 milhões de toneladas e a produção
cresceu 62% no mesmo período o que ocasionou um Marco de 284 milhões de
toneladas.
No cenário exportador chegou a 99 milhões de toneladas com destino a
China e neste quesito é para onde vão 59 milhões de toneladas, por sua vez cerca
de 90% do consumo é destinado ao esmagamento onde oitenta por cento são para
O farelo e 20% para óleo de soja. Desse modo O farelo é a matéria-prima principal
para a indústria de ração, para a produção de carnes.
Em análise nos últimos 10 anos a cultura da soja cresceu em média anual
8,1%. Chegando ao Marco de 23,3% em milhões de hectares. O seu crescimento foi
devido a uma demanda do mercado interno doméstico e mais expressivo pelas
exportações. No período analisado o consumo da soja cresceu 4,5% ao ano, sendo
assim houve um salto de 131 milhões de toneladas consumidas no ano de 96 para
205 milhões de toneladas até o ano de 2005. Ao analisar para o Brasil é observado
que o mesmo é líder em exportação de soja em grãos, mas quando se refere a óleo
de soja e farelo ele não se destaca. Devido a sua política tributária o país vem
perdendo vendas no setor externo, sendo assim a política tributária ocasiona uma
fuga e desistimos ao investidor.
Em relação ao consumo, a China se consagra em primeiro lugar, com mais
de 79 milhões de toneladas de grãos, representando 29% do consumo do mundo.
Em 2014, os Estados Unidos consumiram 48 milhões de toneladas, o que coloca o
país em segundo lugar, com 18% no consumo mundial de grãos de soja. O Brasil
apresenta-se em terceiro lugar (14,9% do total) no que diz respeito ao consumo de
grãos, com 40,1 milhões de toneladas. A Argentina vem com resultados satisfatórios.
Em quatorze anos, dobrou o consumo de grãos de soja, passando de 18,3 milhões
de toneladas em 2000, para 38,6 milhões, posicionando-se em quarto lugar, com
14,3% no consumo geral. Esses quatro grandes consumidores de grãos de soja no
mundo equivalem a 76% do total geral
Outro ponto, produção e consumo de grãos de soja na China revela sua
dependência em relação ao mercado internacional, pois o país importa 87% dos
grãos que consome. Nas importações, a China e a União Europeia,
respectivamente, encontram-se em primeiro (69 milhões de toneladas) e segundo
(12,3 milhões de toneladas) lugares, representando 76,7% das compras externas de
grãos de soja no mundo.
Produção, exportação de grãos e farelos (em mil de toneladas)

Consumo, importação de grãos e farelos (em mil de toneladas)


De acordo com as tabelas acima quando se refere ao farelo e o óleo A China é
o principal produtor com 54 milhões de toneladas de farelo e 12 milhões de
toneladas de óleo. Sendo que a mesma possui a maior capacidade produtiva, que
por sua vez fomenta mais de 10 kg por ano de farelo destinado à produção de carne
suína.
No que tange à exportação argentina tem o maior valor suas vendas externas
alcançaram 27 milhões toneladas o que vale a 44,6 % de toda exportação mundial.
Mesmo com o aumento da produção de carnes na Argentina, seu consumo de farelo
é insignificante perto de sua produção e exportação. A produção de óleo de soja no
país sul-americano, que aumentou 5,91% ao ano, chegando perto de sete milhões
de toneladas, está diretamente relacionada ao aumento da produção de
bicombustíveis. Essa indústria consome 85% do óleo de soja argentino. Ademais,
cerca 82,1% da produção de óleo de soja do mundo têm como destino a
alimentação humana, 21% da produção são exportados, e os Estados Unidos, a
Argentina e o Brasil comandam 71,8% do mercado internacional.
Portanto há diversos fatores que proporcionam a soja como uma das uma das
principais Culturas mundial. Dentre eles estão o elevado teor de proteína presente
no grão cerca de 40%, destinado à alimentação humana e animal, o seu
considerável teor de óleo aproximadamente 20% e podem ser utilizados como
biocombustível ou alimentação etc, a sua padronização e uniformidade por se tratar
de uma commodity agrícola e sua disponibilidade de absorção em uso de tecnologia
de produção. Na qual são alguns fatores que proporção não a soja ser tão
importante.

3- CADEIA AGROINDUSTRIAL DA SOJA


INDUSTRIA DE INSUMOS:
A indústria de insumos tem um papel muito importante na cadeia produtiva da
soja. É composta por muitos segmentos e os mais importantes são: sementes,
fertilizantes, máquinas, defensivos e implementos. Sendo assim a indústria de
sementes por sua vez sempre busca evoluir na sua produção de materiais
genéticos, que possibilita uma semente de melhor qualidade na seleção natural
genética, como por exemplo a sementes transgênicas. E por sua vez esse tipo de
insumo transgênico permite que haja uma melhor produtividade resistência a pragas
e doenças na lavoura e diminuição nos custos produtivos da safra, além disso faz
com que o grão tenha uma melhor qualidade em seus aspectos produtivos e no teor
proteico.

A Tropical Melhoramento e Genética (TMG) é a brasileira com maior fatia no


mercado de sementes, liderando as vendas no estado do Mato Grosso. Criada em
2001, em 2008 lançou a tecnologia Inox® com gene de resistência à ferrugem
asiática. Em 2014 lançou cultivares TMG Intacta RR2 PRO™ + Inox® unindo
tecnologia própria com tecnologia licenciada. Outros exemplos incluem empresas
brasileiras que trabalham em parceria com a Embrapa tanto na produção de
variedades convencionais quanto de variedades licenciadas para a tecnologia
Intacta RR2 PRO™. Em 2015, a Cooperativa Central Gaúcha (CCGL) e seu
reconhecido banco de plasma foram comprados pela Bayer e saiu da lista de grupos
com capital brasileiro.
FERTILIZANTE
Por outro lado, a indústria de fertilizante contribui para melhorias na
produtividade através do solo, que por sua vez apresenta o maior custo produtivo na
lavoura. O papel da indústria de fertilizante na cadeia produtiva não é apenas o
desenvolvimento de combate a pragas, mas também tem um papel muito importante
na parte financeira da cadeia produtiva pelo fato de financiar o produto no sistema
pós Safra.

Dessa forma, para 2015 estimou-se em 21,8% a participação do capital


nacional na produção de matérias-primas para os fertilizantes consumidos na cultura
da soja no Brasil (35,6% do fósforo e 8% do potássio). Para 2020, com a venda da
Vale Fertilizantes, esta participação caiu para 8,7% (17,5% do fósforo e 0% do
potássio)
Em relação às fabricantes dos fertilizantes, o mercado no Brasil tem forte
participação da multinacional Yara, com os grupos nacionais detendo 44,3% do
mercado em 2015, participação que caiu para 29,8% em 2020 (Tabela 2). Em 2018,
a partir da fusão entre a Agrium e a Potash foi criada a empresa Nutrien de origem
canadense e que já aparece como detentora de 10% do mercado brasileiro.
Seguindo o exemplo das multinacionais do comércio agrícola, como Archer Daniels
Midland, Bunge, e Cargill, a Louis Dreyfus reduziu seus investimentos em
fertilizantes devido às baixas perspectivas de crescimento. Ao mesmo tempo, os
principais atores do setor de fertilizantes
INDÚSTRIA DE MÁQUINAS
O objetivo desse elo é aperfeiçoar os processos de produção, tais como
plantio, pulverização e colheita. O que antes era feito de forma manual, com a
modernização da agricultura, nos anos de 1950/60, passou a ser realizado com
muita tecnologia, o que permite aumento na área plantada e redução nos custos de
produção. Pode-se dizer que atualmente a tecnologia utilizada na cadeia produtiva
da soja brasileira em geral, e na do Rio Grande do Sul em particular, é on-line e
conta com o que há de mais moderno no mundo.

O setor de máquinas agrícolas é mundialmente oligopolizado em virtude de


um expressivo processo de fusões e aquisições capitaneado pelos grandes grupos
internacionais. Três empresas podem ser destacadas como as mais importantes no
mundo e no Brasil: John Deere, AGCO e CNH. No Brasil, as três juntas controlam
99,6% das vendas de tratores e 100% da venda de colhedoras (Tabela 4). A
participação de capital nacional foi estimada em 1,9% em 2015 e 0,2% em 2020,
considerando a participação da brasileira Agrale na produção de tratores, embora
seu uso para soja seja limitado por serem tratores relativamente menores.
PRODUTORES DE SOJA
No que diz respeito aos produtores de soja sua grande maioria se concentra
na região sul do Brasil. Que por sua vez a cultura teve uma maior disponibilidade
climática similar sua região de origem dos Estados Unidos. Foi no Rio grande do Sul
em 1910 que eu uso o primeiro cultivo de soja no estado. O que proporcionou uma
grande produtividade na cadeia produtiva da soja, segundo dados do IBGE em 2017
o valor das vendas da cultura no setor já corresponde a 40% do total na região do
Rio grande do Sul. Por outro lado, em 2016 as exportações gaúchas tiveram seu
destino a 173 países sendo a China o principal comprador.

Foi a partir de 2020 que o Brasil se oficializou como o maior produtor e


exportador de soja do mundo. Foram 126 milhões de toneladas produzidas, e 84
milhões exportadas. Com isso, nosso país representa, atualmente, 50% do comércio
mundial da soja, com 126 milhões de toneladas produzidas e 84 milhões exportadas.
Vale dizer que a soja é plantada em apenas 4% do território nacional. De acordo
com dados da Embrapa, o solo do Brasil é dividido em 66% de vegetação nativa,
que representa 554 milhões de hectares; 235 de pastagens, representando 198
milhões de hectares; 4% para urbanização, que representa 38 milhões de hectares;
e 8% para produção de grãos, em 60 milhões de hectares. Desses 8%, a soja ocupa
3,5%, que equivale a 33 milhões de hectares.

ORGANIZADORES
Na cadeia produtiva da soja, o elo dos originadores representa o setor que
intermedia as relações entre o setor produtivo e a indústria de esmagamento e
exportação do grão. O papel dos originadores é executado por quatro agentes
diferentes que realizam os processos de aquisição, beneficiamento, armazenagem e
distribuição da matéria prima, sendo eles: cerealistas, armazéns gerais, cooperativas
e tradings.
Por outro lado, as cooperativas e as cerealistas desempenham funções no
nível mais técnico, sendo que as primeiras têm como objetivo reunir cooperados,
satisfazer suas necessidades comuns, através da constituição de uma propriedade
conjunta de gestão democrática, enquanto que a segunda tem como principal
objetivo a obtenção de lucro e a consequente divisão entre seus acionistas. Ambas
trabalham com formas contratuais de prestação de serviço denominadas “entrega a
balcão”, em que a negociação deve ser feita com a empresa onde está armazenada
a soja. Também há a chamada “entrega à disponível”, na qual o produtor escolhe a
empresa com a qual quer negociar seu produto.
Também vale salienta-se, entretanto, que o produtor é apenas um tomador e
não formador de preço, visto que ele sempre tem que se submeter aos preços
praticados pelo mercado. No caso da soja, pelo mercado internacional a partir das
cotações definidas pelos pregões da Bolsa de Cereais de Chicago (EUA). No
máximo, o produtor pode escolher com qual empresa negociar, mas sempre
aceitando o preço oferecido, não tendo autonomia de colocar o preço que desejaria
em seu produto.
Os exportadores são agentes cujo papel é executado pelas tradings, as quais
realizam transações em grande escala e também fazem aporte de capital para
financiamento da safra. Esse processo ocorre com a intermediação de cerealistas e
cooperativas que fornecem escala nas transações com a consequente diluição dos
riscos, permitindo o acesso dos pequenos produtores ao mercado externo. Nesse
sentido, os originadores possuem unidades de negócios com especialização em
assistência técnica e venda de insumos através de planos pós-safra.
ESMAGADORES E REFINADORES
No setor de esmagamento de grãos precede, na estrutura produtiva, a
indústria dos produtos finais do complexo de soja, transformando o grão em duas
commodities intermediárias, quais sejam o farelo e o óleo de soja. Este elo abastece
a indústria de rações, posteriormente a indústria de carne, indústria de derivados do
óleo, além das indústrias farmacêutica, química, de alimentos dentre outras.
Saliente-se que a separação entre esmagadores e exportadores é feita apenas para
fins de apresentação na cadeia produtiva local, mas no aspecto global não há
diferenças significativas entre as indústrias de esmagamento nos diferentes países.
A exportação de farelo e óleo de soja também perdeu competitividade no
mercado externo com a instituição da Lei Kandir em 1996, a qual desonera o
Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) nas exportações de
matéria prima, fato esse que acabou elevando a competitividade de exportação dos
grãos in natura em detrimento de seus derivados. Como consequência, de acordo
com Júnior (2011), houve uma sensível redução na viabilidade da produção
agroindustrial para o mercado externo. Ao mesmo tempo, a China entrou no
mercado mundial de importações da soja, dando preferência ao grão, especialmente
a partir do início dos anos 2000.
Sendo assim, realidade comercial igualmente alavancou os incentivos para a
exportação dos grãos in natura, uma vez que o país oferece desoneração fiscal para
importações da matéria prima e não para o produto processado. No Rio Grande do
Sul, a maior parte das indústrias de processamento de soja encontra-se na
mesorregião Noroeste, em decorrência da maior concentração da produção da
oleaginosa nessa região.
Além do papel comercial, essas empresas desempenham função importante
no setor financeiro da cadeia, visto que, de acordo com Pinazza (2006), a
participação das empresas multinacionais é fundamental na coordenação das
atividades e deve ser mencionada como um dos fatores que evidenciam a
competitividade brasileira. Pois, segundo ele, um complexo e integrado mecanismo
de financiamento, processamento e escoamento da produção, coordenado a partir
das grandes multinacionais, garante um bom nível de funcionamento dessa cadeia.
INDÚSTRIA DE ÓLEO RAÇÃO E CARNE
A cadeia produtiva da soja envolve atividades agrícolas de produção, tais como
lavoura, pecuária, extração de óleo vegetal, entre outros, bem como as atividades
relacionadas ao fornecimento de insumos nas ligações a montante. Ao sair das
propriedades rurais a soja em grão segue por rodovias, ferrovias ou hidrovias com
destino à armazenagem, ou para passar por algum processo industrial ou para ser
direcionada à exportação. O produto acabado segue para ser distribuído por
diferentes modos de transporte para o cliente final (NETO, 2016).
O estudo das cadeias produtivas possibilita principalmente acompanhar cada
elo da cadeia desde os insumos e máquinas até o consumidor final, passando pelo
produtor, a industrialização e a distribuição (PINAZZA, 2007). Dentre as principais
contribuições da cadeia produtiva da soja para o desenvolvimento regional destaca-
se a industrialização agrícola, em especial no setor de maquinários, insumos e
rações, com ampla utilização no processo produtivo, ampliação e modernização do
sistema de transporte e armazenagem, expansão da fronteira agrícola rumo ao
Centro-Oeste do país, tecnificação de outros cultivos, em especial do milho que
fomentou o aumento da produção de carnes com a criação de aves e suínos, além
de modificar e enriquecer a dieta alimentar com menos gordura animal e mais
gordura vegetal (DALL’AGNOL, 2016).
No entanto as regiões produtoras viram-se com mais renda em circulação,
fato que dinamizou o comércio e a indústrias locais. Saiu-se de um modelo produtivo
tradicional, relativamente pobre em tecnologia e recursos, para um modelo
avançado em tecnologia, com circulação de recursos e inserido no sistema
econômico global. Obviamente, esta mudança igualmente gerou problemas, desde o
êxodo rural até o forte endividamento dos produtores rurais, passando pela
dependência econômica de basicamente uma cultura agrícola.
Sendo assim estes problemas são desafios que constantemente estão sendo
enfrentados, muitos ainda sem uma solução adequada, porém, a nova estrutura
produtiva, nascida com a modernização agrícola, tendo a soja como elemento
fundamental, se tornou regionalmente irreversível. Além disso, a partir da lógica de
Porter (1980), existem dois aspectos para o desenvolvimento de vantagens
competitivas: o custo baixo e a diferenciação. Se por um lado, pela escala obtida e
pelo apoio estatal junto à produção e comercialização, a soja no Rio Grande do Sul
(e também no Brasil) ainda tem custos de produção acessíveis, favorecendo a sua
manutenção, por outro lado, a “comoditização” dos produtos intermediários da soja e
o ganho por economias de escala no decorrer da cadeia produtiva inviabilizam o
produtor a buscar iniciativas para a diferenciação do seu produto.
Outro ponto pode-se citar, como exemplo, o caso dos produtos orgânicos, da
soja não-transgênica, ou de grãos com maior teor de proteína, os quais, apesar de
haver procura e mercado, esbarram no problema de que as estruturas de
armazenagem, esmagamento e comercialização não estarem adaptadas para a
realização da distinção de grãos, além do alto custo da operação, fato que inviabiliza
a sua realização a contento. Na preparação do grão para posterior extração do óleo
tem-se as seguintes etapas

Além do óleo, considerado o principal produto da soja, vários produtos e


subprodutos são de grande importância, tais como: lecitina, biodiesel, melaço de
soja, farelo de soja, farinha de soja e leite de soja. Outro ponto e O farelo de soja é
um alimento muito precioso, tanto como alimento principal como componente de
outros alimentos. É um alimento proteico, encontra-se em seu conteúdo todos os
aminoácidos essenciais. Produção do farelo de soja

O farelo de soja é considerado a mais importante matéria-prima para


alimentação animal, sendo responsável por 65% do suprimento mundial de proteína.
Ele está sendo usado também para o desenvolvimento de produtos não alimentares
como cola de madeira, devido à sua quantidade abundante e baixo custo, conforme
citado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
4- EXPORTAÇÃO, IMPORTAÇÃO E CONSUMO DA SOJA
No Brasil a produção de soja difundiu-se nos anos 70, conforme dados da
EMPRAPA (2005). Nesse período, além dos fatores internos (demanda de farelo de
soja na produção de suínos e aves e cultivo do grão entres safras de trigo na região
sul) houve um aumento expressivo do preço do grão no mercado externo, o que fez
com que os agricultores e o próprio governo vissem a soja como um produto de
grande retorno financeiro. Desde então passaram a investir muito em tecnologias
para cultivo de soja, conseguindo adaptar o grão a áreas que antes não eram
favoráveis a seu cultivo. Hoje, quase 100% da soja cultivada no Brasil é
geneticamente modificada.
Desse modo, a industrialização da soja consiste em duas etapas: produção do
óleo bruto, obtendo farelo como resíduo, e o refino desse óleo bruto. A produção de
óleo bruto se divide em 3 etapas: armazenamento dos grãos, preparação dos grãos
e extração do óleo bruto.
O refino tem como objetivo melhorar a aparência, sabor e odor do óleo. São
produzidos a partir da soja diversos alimentos como óleo, leite, margarina, queijo,
molhos, proteína texturizada, farinha, entre outros. A lecitina, obtida na extração do
óleo bruto, é utilizada como estabilizante, espessante, emulsificador lipofílico em
produtos como margarina, cosméticos, tintas e rações. O farelo da soja é usado para
a alimentação animal. O biodiesel, combustível derivado de óleos vegetais ou
gorduras animais, é obtido através do processo de transesterificação, que é a
transformação de triglicerídeos em moléculas menores de ésteres de ácidos graxos.
Uma grande vantagem desse combustível em relação ao combustível derivado do
petróleo, é que ele é livre de enxofre e compostos aromáticos. Além de ter um maior
ponto de fulgor, caráter não tóxico e ser biodegradável. O Brasil é o segundo maior
produtor do grão soja no mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos.

A principal e a mais forte aliança de exportação do Brasil com a China. Nos dias
de hoje, ela tem aplicado taxas de importação mais altas a produtos norte-
americanos (maior concorrente do Brasil no mercado de soja). Tendendo assim à
reforçar e aumentar ainda mais as importações de soja brasileira.
A estimativa para 2018 é que os EUA consumam cerca de 318,7 milhões de
toneladas de soja, o que representa uma participação de quase 30,0% na demanda
total mundial do grão. Já a China, segundo maior consumidor mundial do grão, deve
demandar 240,0 milhões de toneladas de soja em 2018 ou 22,5% do total
consumido no planeta. O Brasil é o quarto maior mercado dentre os principais
consumidores mundiais de soja, atrás dos EUA, China e a União Europeia.

Dessa forma, a expectativa é que o consumo de soja no País alcance 61,5


milhões de toneladas em 2018. O México completa a lista dos 5 maiores
consumidores mundiais de soja, com uma demanda de 42,3 milhões de toneladas
em 2018. A Figura a seguir melhor ilustra a participação entre os maiores
consumidores mundiais de soja no ano de 2018 .

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo apresentou a importância da soja e industrialização brasileira e foi


discutido o surgimento da soja, até sua consolidação como cultura econômica
importante do país. Também foram citados sua cadeia produtiva e processamento
da soja. E dentre outras características agentes responsáveis pela produção e
comercialização da soja onde dentro e eles estão a economia de fatores de
produção. A revisão da literatura mostrou que apesar da cultura da soja ser bem
aceita climaticamente economicamente pelo país, se faz necessário de políticas
públicas para que possam favorecer a produção e exportação do produto.
Os modelos apresentados evidenciam que a soja desde seu surgimento com
o decorrer do tempo se tornou influente cultura econômica do país, por assim se
expõe sua cadeia produtiva que por sua vez necessita de grandes investimentos
privados adjunto com políticas públicas na qual auxiliem e facilitem a produção.
Trabalhos futuros, podem expandir O que foi apresentado aqui para investigar essas
situações mais específicas como diversificação de derivados da soja.

REFERÊNCIAS

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