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FACULDADES ASSOCIADAS DE UBERABA - FAZU


ENGENHARIA AGRONÔMICA

PEDRO AUGUSTO CARVALHO OLIVEIRA


RYAN RIBEIRO DE CASTRO
THAMY MARCELLA DA SILVA
WALTER SANTIAGO NETO

ESTUDO DA FRUTICULTURA

UBERABA MG
2021
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PEDRO AUGUSTO CARVALHO OLIVEIRA


RYAN RIBEIRO DE CASTRO
THAMY MARCELLA DA SILVA
WALTER SANTIAGO NETO

ESTUDO DA FRUTICULTURA

Monografia apresentada como requisito


parcial à obtenção de nota ao módulo de
Introdução à Agronomia, do curso de
Engenharia Agronômica, da Faculdades
Associadas de Uberaba - FAZU
Orientador: Prof. Diego Felisbino Fraga

UBERABA MG
2021
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Participantes do I Congresso de Fruticultura, Campinas, SP ...................... 6


Figura 2 - Exportações frutíferas em 2020 .................................................................... 7
Figura 3 – Banana Nanica ............................................................................................. 8
Figura 4 - Áreas de destaque da Produção Frutífera .................................................... 9
Figura 5 – Mudas de Laranja ....................................................................................... 13
Figura 6 – Esquema de Produção Integrada de Frutas .............................................. 14
Figura 7 – Colheita Pomar de Laranja ......................................................................... 16
Figura 8 – Esquema Poda de Formação em Manga .................................................. 18
Figura 9 – Mosca-das-Frutas ....................................................................................... 20
Figura 10 – Formigas se alimentando de folha ........................................................... 22
Figura 11 - Cancro Cítrico na Laranja ......................................................................... 23
Figura 12 - Produção de uva no Vale do São Francisco ............................................ 26
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................5
2 DESENVOLVIMENTO......................................................................................6
2.1 HISTÓRIA DA FRUTICULTURA NO BRASIL.............................................6
2.2 COMÉRCIO ATUAL DA FRUTICULTURA BRASILEIRA............................7
2.3 DEMANDA INTERNA..................................................................................7
2.4 ÁREAS DE DESTAQUE PARA PRODUÇÃO FRUTÍFERA........................9
2.5 CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS FRUTÍFERAS.......................................9
2.6 FISIOLOGIA E MORFOLOGIA DAS PLANTAS FRUTÍFERAS..................11
2.7 PRODUÇÃO DE MUDAS FRUTÍFERAS....................................................12
2.8 PRODUÇÃO INTEGRADA DE FRUTAS (PIF)...........................................13
2.9 PRODUÇÃO DE POMARES......................................................................15
2.10 NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DE PLANTAS FRUTÍFERAS.......................16
2.11 PODA DE PLANTAS FRUTÍFERAS........................................................17
2.12 PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS......................................................19
2.13 COLHEITA DE PLANTAS FRUTÍFERAS................................................23
3 CONCLUSÃO.................................................................................................27
4 REFERÊNCIAS..............................................................................................28
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INTRODUÇÃO

As Frutas são alimentos saudáveis que atuam como fonte de energia para o
organismo, além de auxiliarem no processo de controle de peso, fortalecimento do
sistema imunológico e o combate à radicais livres, sendo estas, alimentos na dieta da
aldeia global.
A Fruticultura, setor de produção de frutas, é um dos segmentos da economia
agrária brasileira que mais tem se destacado no decorrer dos últimos anos,
permanecendo com um caráter de crescimento no que diz respeito à produção,
consumo e exportação de frutas in natura, como a banana, uva e maçã, assim como
na industrialização de sucos e néctares, com foco na produção de Laranjas e seus
derivados.
Atualmente o Brasil conta com mais de trinta pólos fruticultores que estendem-se
pelo país, que de acordo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), cada hectare ocupado com o sistema de fruticultura emprega
diretamente de 3 a 6 pessoas e, indiretamente, outras 2 ou 3, tendo grande impacto
na relação econômica do país e formando ramificações no meio social, por intermédio
de incentivos do Estado a atividade no mercado interno, mas principalmente externo.
Objetivou-se com essa pesquisa estudar os efeitos sociais e estruturais da
Fruticultura no Brasil, como forma de potencializar o conhecimento teórico sobre as
principais grandes culturas no País introduzindo o estudo aplicado no curso de
Engenharia Agronômica
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DESENVOLVIMENTO

História da Fruticultura no Brasil

O processo de colonização do Brasil foi consequência da expansão marítima


realizado pelos portugueses, no período das Grandes Navegações entre os séculos
XV e XVI. Paralelamente, ao colocar em pauta o processo histórico da cultura frutífera,
Martim Afonso de Souza, militar e administrador colonial português, em 1532, traz
para São Paulo, em uma das caravelas, as primeiras mudas frutíferas exóticas,
representando em tese o início do sistema frutífero no País.
Outro grande salto para o sistema de desenvolvimento de plantas frutíferas foi a
criação da Estação Experimental de Limeira, em 1928, hoje Centro de Citricultura
Sylvio Moreira, em São Paulo. A partir de sua criação, pesquisadores e produtores da
Fruticultura passaram a gerar e transferir conhecimentos científicos e tecnológicos,
otimizando ainda mais os sistemas de produção, colocando em questão o
desenvolvimento socioeconômico e a sustentável, assim como a produção de mudas
e matrizes genéticas.
Em 19 de outubro de 1970, outro grande evento marcou a nova fase da produção
frutífera, com a fundação da Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF), em Campinas,
São Paulo, e apesar de não ter fins lucrativos, conta, até hoje, com profissionais de
pesquisa e extensão, alinhados aos produtores, empresários, que atuam direta ou
indiretamente na área de fruticultura.

FIGURA 1 – Participantes do I Congresso de Fruticultura, Campinas, SP

Nos anos de 1970, a fruticultura nacional passava por um período de grande


transformação, resultante do desenvolvimento de relevantes pesquisas que deram
suporte à expansão da área cultivada com frutíferas e aumento nos índices de
produtividade. Assim, o Brasil passou a ocupar posição de destaque no mercado
internacional da fruticultura, tornando-se o maior exportador de suco de laranja,
atendendo aos requisitos de qualidade, proporcionando uma nova perspectiva aos
produtores.

Comércio atual da Fruticultura Brasileira


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O Brasil figura entre os principais produtores mundiais de frutas, com colheitas


superiores a 40,0 milhões de toneladas. A base agrícola da cadeia produtiva das frutas
abrange 2,3 milhões de hectares e gera 5,0 milhões de empregos diretos. A presença
brasileira no mercado externo, com a oferta de frutas tropicais e de clima temperado
durante boa parte do ano, é possível pela extensão territorial do país, posição
geográfica e condições de clima e solo privilegiadas.

FIGURA 2 – Exportações frutíferas em 2020

Segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e


Derivados em 2018, o Brasil exportou 877,5 mil toneladas de frutas, in natura e
processadas. As principais foram manga, melão, abacaxi, melancia e limão, seguidas
por uva, mamão e abacate. Como representam uma fatia ínfima das exportações do
agronegócio nacional, as frutas ainda têm muito espaço a conquistar. E o setor vem
mostrando força. Há duas décadas, as exportações nem chegavam à metade do atual
volume comercializado. Para este ano, a expectativa dos exportadores é de alcançar
o recorde de US$ 1 bilhão em vendas, já conquistado em 2008.
O ano de 2019 marcou as exportações de frutícolas de uma forma bastante
considerável, levando a um crescimento de cerca de 13% nos três primeiros
trimestres do ano. Os principais países de destino no ano foram: Países Baixos
(Holanda) para onde foram em porcentagem cerca de 32% das frutas brasileiras;
Reino Unido com 15% das exportações frutícolas do ano passado; China não aparece
entre os 10 principais países, porém a projeção para os próximos anos é de que o
país se torne um dos principais importadores do produto.

Demanda interna
O Brasil é conhecido por sua fantástica variedade de frutas e o seu consumo
interno apesar de relativo, possui espécies muito presentes na dieta da maioria dos
brasileiros, sendo elas:
1. Banana: o seu consumo frequente evitas alguns problemas como a caibras e
problemas musculares, ajuda na digestão, melhoramento de pele e de ossos.
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2. Laranja: bastante conhecida por seu suco ser doce e refrescante, rica em
vitamina C, tem diversos benefícios para a saúde principalmente a imunidade.
3. Manga: espécies variam de cor, tamanho e até mesmo gosto, facilmente
encontrada no país, e a população de diversas regiões a utilizam de formas
diversas: suco, doces, sorvete, geleias e etc, rica em nutrientes, fazendo dela
um importante componente para a pele, visão e infecções.
4. Coco: chegou aqui no Brasil na época dos escravos, em meados de 1500,
bastante utilizado para dar mais sabor a alimentos e bebidas, a água de coco,
é bastante consumida para hidratação após se expor ao sol.
O destaque do paladar brasileiro é a Banana, uma das primeiras plantas frutíferas
a serem domesticadas, cerca de 7.000 anos atrás, no sudeste da Ásia. Além do
elevado valor nutricional, a banana ainda pode ser usada como base para muitas
receitas e medicamentos naturais, auxiliando no tratamento de doenças como a asma,
por exemplo fora seu alto teor de glicídios, de gorduras e protídeos, bastante rica em
sais minerais, como o potássio, carboidratos, e é uma boa fonte de vitaminas (A, B e
C).

FIGURA 3 – Banana Nanica

Segundo a FAO, a produção mundial de banana atingiu, em 2018,


aproximadamente 115,7 milhões de toneladas. Os quatro maiores produtores foram:
Índia com 30,8 milhões de toneladas, China com 11,2 milhões, Indonésia com 7,2
milhões, e Brasil com 6,7 milhões de toneladas.
Entre os Estados brasileiros que mais produzem a banana, encontram-se São
Paulo e Bahia, responsáveis, cada um, por 14% da produção nacional. Apesar de
produzir o ano todo, é no período que se estende de julho a setembro que a fruta tem
sua colheita mais favorecida.
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Áreas de destaque para a produção Frutífera

O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas no mundo, ficando atrás apenas da


China e da Índia. Nossa produção atual se encontra na casa dos 44 milhões de
toneladas de fruta, e as áreas mais produtivas no Brasil são: São Paulo, Bahia, Minas
Gerais, Rio Grande do Sul e Pará. Nessas áreas as maiores produções são laranja,
limão, banana, mamão, abacaxi, coco, uva, maçã, melancia.

FIGURA 4 – Áreas de destaque da Produção Frutífera

A fruticultura é uma das atividades que têm demonstrado bom desempenho na


Bahia. Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) aponta que a atividade econômica foi responsável por gerar R$ 3,1 bilhões à
economia, o equivalente a 8,6% do valor da produção nacional (R$ 35,7 bilhões). O
estado ficou em segundo lugar no ranking de produção, perdendo apenas para São
Paulo (11,5 bilhões).
Quando falamos em exportação nosso rumo muda de destino, pulamos para a
região Nordeste onde Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia que
investiram em tecnologias modernas de irrigação tem superado as dificuldades
climáticas. No ano de 2019, foram responsáveis por 70% de toda a fruta exportada.
O destaque dessa produção é refletido na participação das frutas brasileiras na 3ª
Fruit Attraction, tendo como principal aliado o fator de sazonalidade da oferta.

Classificação das plantas frutíferas


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A maioria dos frutos é resultado do processo de desenvolvimento do ovário da flor


após a fecundação, originando as sementes. Entretanto, algumas frutas resultam do
amadurecimento do ovário mesmo sem o processo de fecundação, produzindo frutos
partenocárpicos, como a banana, abacaxi e algumas cultivares de uvas e citros.
Dessa forma, o primeiro critério de classificação está relacionado a característica das
sementes:

1. Frutas com sementes - maçã e pêra;


2. Frutas com caroços - pêssego e ameixa;
3. Frutas com sementes carnosas - romã;
4. Frutas em bagas - uva, groselha e quivi;
5. Frutas em espirídio - citros;
6. Frutas agregadas - framboesa;
7. Frutas compostas - figo;
8. Frutas secas – noz pecan e pistáchio;

Podemos colocar em pauta na classificação também o caráter climático, que


influência diretamente no cultivo de casa espécie, sendo elas classificadas em:

1. Frutíferas de clima subtropical


• Nem sempre apresentam hábito caducifólio;
• Mais de um surto de crescimento;
• Baixa resistência a baixas temperaturas;
• Pouca necessidade de frio no inverno;
• Necessidade de temperatura média anual de 15 a 22°C.
Alguns exemplos de frutas de clima subtropical são: plantas cítricas, abacateiro,
caqui, jabuticaba, entre outras.

2. Frutíferas de clima tropical


• Mais do que um surto de crescimento;
• Folhas persistentes;
• Não toleram temperaturas baixas;
• Necessidade de temperatura média anual entre 22 e 30°C.
Exemplos de frutas de clima tropical são: bananeira, cajueiro, abacaxizeiro,
mamoeiro, maracujazeiro entre outras.
Quanto ao Hábito Vegetativo, as frutas são classificadas em:

1. Arbóreas: apresentam grande porte e tronco lenhoso. Exemplos: abacateiro,


jaqueira e nogueira-pecan.
2. Arbustivas: apresentam porte médio e caule menos resistentes. Exemplos:
figueira, amoreira e romãzeira.
3. Trepadeiras: apresentam caule sarmentoso e provido de gavinhas. Exemplos:
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videira e maracujazeiro
4. Herbáceas: apresentam porte baixo, rasteiras ou com pseudo-caules. Exemplos:
bananeira e abacaxizeiro.

Fisiologia e Morfologia das plantas frutíferas

Como todo processo de fisiologia vegetal, as plantas frutíferas não seriam


diferentes, todas elas possuem estrutura semelhante, composta por núcleo,
membrana e citoplasma. Todos com sua função fundamental, como a parede celular
que lhe proporciona uma maior rigidez, cloroplastos, que é diretamente ligado com a
fotossíntese e o vacúolo de tamanho maior, cuja principal função é armazenar água e
outras substancias.
As quedas fisiológicas das frutas passam por todo o processo de desenvolvimento,
ocorrendo uma série de fenômenos, que provocam a queda dos mesmos. Podemos
citar três tipos de quedas dessas frutas:
Queda das frutas no vingamento - neste momento ocorrem a queda de flores e frutas
mal fecundadas; Queda no inchamento das frutas- neste período ocorre uma
competição entre as frutas, normalmente no final do período de multiplicação celular
e início do engrossamento da fruta;
Queda pré-colheita, na qual forma-se uma camada de abscisão entre a fruta e o
pedúnculo, o que facilita a queda das frutas. Alguns fenômenos climáticos podem
agravar ainda mais a situação, tais como períodos de seca, ventos, pragas e doenças.
O uso de fitorreguladores, tais como o ácido naftaleno acético (ANA), em baixas
concentrações na forma de pulverizações, podem diminuir os efeitos da queda pré-
colheita.
A morfologia das plantas é uma área especializada em estudar a estrutura das
plantas, ela tem como ramo a finalidade de documentar toda a forma estrutural,
auxiliando também na classificação delas.
A estrutura da frutífera é composta pelo sistema radicular e pela parte aérea. Na
parte aérea nos encontramos o tronco, ramos, gemas, folhas, flores e frutas e, no
sistema radicular, as raízes e pelos absorventes que garantem a sustentação e a
nutrição mineral das plantas.
Normalmente, os tipos mais comuns de raízes, encontrados em plantas frutíferas, são
o pivotante, o fasciculado e o fibroso.
As plantas propagadas por sementes apresentam raízes pivotantes, ao passo que
as raízes das plantas propagadas por via vegetativa mostram-se fasciculadas e
superficiais. As funções do sistema radicular são:
Fixação da planta no solo; Absorção de água, nutrientes e também acumulação de
substâncias de reserva; Respiração e crescimento em comprimento, diâmetro e
ramificação.
Falando da parte área o tronco e o esqueleto formam o esqueleto que sustenta as
folhas, órgãos de frutificação, gemas e frutas. Em plantas frutíferas lenhosas, as
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gemas se constituem no órgão vegetativo por excelência, pois delas depende todo o
crescimento e o desenvolvimento das frutas. De acordo com a sua posição na planta,
as gemas podem ser classificadas em terminais, axilares, secundárias e basais. Já
pela sua estrutura, elas podem ser classificadas em vegetativas, floríferas e mistas. O
processo de formação das gemas inicia com a brotação e, de forma evolutiva durante
o período vegetativo, parte delas permanecem vegetativas, enquanto as demais se
diferenciam em gemas floríferas.
Geralmente, em plantas frutíferas de clima temperado, o processo de diferenciação
de gemas ocorre no final da primavera ou no verão, ou seja, 6 a 8 meses antes da
abertura na primavera seguinte. Este processo é realizado de forma evolutiva, começa
com a diferenciação floral e termina com a abertura da flor na primavera.

Produção de mudas frutíferas

Na fruticultura, a utilização de sementes basicamente está restrita à obtenção de


porta-enxertos e ao melhoramento genético, pois, comercialmente, poucas espécies
frutíferas têm suas mudas obtidas por este método. O uso de sementes e a época de
semeadura decorrem da época da maturação das frutas e do poder germinativo das
mesmas. Normalmente, as sementes devem ser semeadas logo após a colheita das
frutas, principalmente no caso dos citros e da nogueira-pecan. Entretanto, existem
espécies que necessitam um período de repouso para germinarem (estratificação),
superando-se a dormência e favorecendo a maturação fisiológica, como acontece em
sementes de pessegueiro. As sementes devem ser provenientes de plantas sadias,
adultas, possuírem um bom vigor e características varietais definidas.
A semente deve ser separada da polpa logo após a coleta das frutas para evitar a
sua fermentação. Na polpa das frutas existem inibidores que impedem a germinação
das sementes. Por esta razão, nunca se deve fazer a semeadura de frutas inteiras.
Nas plantas cítricas, colhem-se as frutas maduras (inverno), corta-se a fruta ao
meio com faca de madeira, para evitar lesões nas sementes, para tanto, eles devem
ser mantidos em locais sombreados e úmidos, com baixa temperatura <10°C, o que
faz com que a maturação fisiológica seja completa.
O êxito da germinação nas sementeiras depende da qualidade da semente e do meio
que a mesma é conservada desde a coleta até a semeadura.
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FIGURA 5 – Mudas de Laranja

As sementes que tem embrião grande perdem a vitalidade e dessecam durante o


armazenamento. Este tipo de semente deve ser conservada com suficiente umidade
e temperatura em torno de 2 a 7°C, pode-se misturar uma substância inerte,
ligeiramente úmida, como, por exemplo, a areia.
A estratificação é o tratamento que se submetem as sementes, durante o
armazenamento, sem que se perca o poder germinativo. Ela pode ser feita com o
intuito de aceleração da maturação das mesmas, favorecendo a germinação daqueles
que tem o tegumento espesso e relativamente impermeável.
Quando falamos em sementeira temos que lembrar que devemos começar pelo
preparo do solo, retirando algumas pedras, restos vegetais e o preparo do solo deve
ser feito através de enxadas rotativas, normalmente acopladas em tratores. A largura
do canteiro normalmente é, em torno, de 1,20m e 10m de comprimento e ficam
distanciados de aproximadamente 25cm uns dos outros. A semeadura pode ser feita
a lanço ou em linha, observando-se que a semente deve ficar a uma profundidade de,
aproximadamente, 3 vezes o seu diâmetro.

Produção integrada de frutas (PIF)

O mercado mundial, tem buscado algumas exigências dos produtores, além da


qualidade da fruta, o registro e o controle sobre todo o processo de produção, incluindo
a análise de alguns resíduos de agrotóxicos e sobre o impacto no meio ambiente.
Essa forma de produção busca tanto a forma econômica quanto a saúde do
consumidor. Visando isso na década de 80 a Europa criou esse protocolo, do Sistema
de Produção Integrada de Frutas, que evoluiu rapidamente, tornando-se uma
referência como sistema de produção nas principais áreas frutícolas da Europa.
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No Brasil a pratica foi adotada somente em 1997, utilizada na cultura da maçã,


depois testada no pessegueiro em 1999, em diante nas frutas mais importantes do
país. O sistema ‘Modelo de Avaliação da Conformidade da PIF’, oficializado em
setembro de 2002, estabelece a regulamentação da PIF, para serem realizadas
auditorias nas áreas produtivas que, estando conforme com as normas pré-
estabelecidas, receberão um selo de conformidade atestando a qualidade, com a
garantia de que todos os procedimentos foram realizados sob o controle de um
organismo certificador credenciado pelo INMETRO.

FIGURA 6 - Esquema da Produção Integrada (EMBRAPA CLIMA TEMPERADO, 2004)

A adesão ao sistema PIF é voluntária e estabelecida em contrato. No momento em


que o produtor declara conhecer e respeitar as normas, são realizadas, em sua
propriedade, as auditorias, controles e análises previstas pelo organismo de
avaliação.

Essa nova prática foi uma excelente alternativa para quem buscava a produção de
frutos de qualidade, pois preconiza o uso de práticas de cultivo de forma integrada,
procurando equacionar os problemas pela visão multidisciplinar e não na aplicação de
práticas isoladas como ocorre na fruticultura convencional. As frutas, que atenderem
todas as exigências das Normas Técnicas específicas e forem auditadas por uma
empresa certificadora, poderão receber o selo de conformidade.
O selo de Conformidade PIF, contendo código numérico, será fixado à embalagem
das frutas, possibilitando, a qualquer pessoa, obter informações sobre: procedência
dos produtos, procedimentos técnicos operacionais adotados, produtos utilizados no
processo produtivo, dando transparência ao sistema e confiabilidade ao consumidor.
Todo esse sistema executado garante a rastreabilidade do produto por meio do
número identificador estampado no selo, tendo em vista que o mesmo reflete os
registros obrigatórios das atividades de todas as fases envolvendo a produção e as
condições em que foram produzidas, transportadas, processadas e embaladas.
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Com isso podemos ver que a PIF traz uma produção boa e de qualidade, de alta
rentabilidade para o produtor que além de tudo garante uma saúde para o mesmo.
Produção de Pomares
O pomar é a peça chave no sistema de fruticultura, pois envolve todo o processo
do valor da terra e seu preparo, mudas, insumos, equipamentos, infraestrutura e mão-
de-obra. A instalação do pomar requer a busca de alguns conhecimentos como um
cuidadoso exame de infraestrutura existente e das condições ambientais. O clima, o
solo e sua topografia são fatores determinantes. A cultivar é um importante
componente do sistema de produção e um dos poucos que podem ser modificados,
sem que se altere o custo de implantação do pomar.
Quando estiver na implantação do pomar para ter um bom desempenho o produtor
tem que se atentar a algumas regras básicas como: Espaçamento, Marcação do
pomar e conservação do solo, Formação de quebra-vento, Prevenção ao ataque de
lebre, Distribuição de polinizadoras.
A formação destes quebra ventos deve ser de preferência melíferas, que
apresentem crescimento rápido, boa ramificação, folhas perenes e sistema radicular
pouco agressivo, devendo serem dispostas em filas duplas ou triplas para fornecer
melhor proteção. Normalmente o quebra-vento protege uma área anterior quatro
vezes maior do que sua altura e uma área posterior de até 20 vezes, ou seja, se as
plantas do quebra-vento tiverem 5 metros de altura, a proteção do pomar será de
aproximadamente 100 metros. Quando forem utilizadas espécies de crescimento
lento, recomenda-se que o quebra-vento seja implantado de 1 a 3 anos antes do
plantio da cultura.
O manejo do pomar é essencial, fazer o controle da vegetação evita que algumas
pragas atrapalhem o crescimento das mudas, os métodos de controle da erva
daninham são preventivos, e o meio mais usado é através de herbicidas. A preparação
do solo antes do plantio deve ser bem drenado, e conter nutrientes adequados para
que a planta alcance o bom desenvolvimento. Devemos fazer o plantio da muda de
40 a 50 cm, para que ela possa incorporar os fertilizantes e os corretivos usados para
ela. Geralmente usamos o subsolador seguido de lavração profunda, se as condições
do terreno permitir é claro. O preparo do solo de maneira superficial dificulta a
penetração do sistema radicular da planta e limita a disponibilidade de nutrientes e
água, provocando menor crescimento das mesmas, podendo, em algumas situações,
aumentar o risco de erosão pela menor retenção de água das chuvas. Deve-se levar
em conta o tipo de solo e a declividade do terreno, condições climáticas, recursos do
fruticultor, espécie cultivada, condução da planta e área do pomar.
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FIGURA 7 – Colheita Pomar de Laranja

Nos primeiros anos de vida do pomar, é recomendado manter uma faixa de solo
limpa, esta faixa deve ser um pouco maior que a projeção da copa das plantas. A área
entre as filas de plantas é mantida com cobertura vegetal nativa ceifada ou,
principalmente, com culturas intercalares de porte baixo como aveia, trigo entre
outros, pois mantém uma cobertura no solo, evitando erosões e proporcionando
condições de melhoria física.
A irrigação hoje é considerada uma grande aliada ao produtor rural, trazendo como
benefício a maior produtividade e qualidade de volumes. No Nordeste do Brasil onde
se produz um grande volume de frutas tropicais, a irrigação é indispensável para eles,
tanto como gotejamento ou aspersão. Pelo sistema de irrigação por gotejamento, a
água é levada sob pressão por tubos até os pomares. Depois, é aplicada no solo por
meio de emissores na raiz da planta, frequentemente, e em baixa intensidade. Os
emissores de sistemas de irrigação localizada, gotejadores e micro aspersores são os
componentes responsáveis por aplicar água no solo para ser utilizada pelas plantas.
Antes do pré plantio é recomendado uma irrigação, iniciada logo após o preparo
definitivo das covas. Após o plantio, na fase de desenvolvimento inicial das plantas.
Este é o ponto mais crítico e decisivos, a irrigação deve-se ser diariamente.
Nutrição e Adubação de plantas frutíferas
Embora os princípios gerais de disponibilidade de nutrientes no solo sejam
bastante conhecidos, a sua aplicação em fruticultura enfrenta algumas dificuldades,
principalmente devido ao pouco conhecimento do sistema radicular no que diz
respeito à morfologia, distribuição e absorção dos nutrientes do solo.
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As plantas frutíferas exploram grandes volumes de solo e se diferenciam das


plantas anuais pois apresentam estruturas que podem armazenar nutrientes de um
ano para outro, como raízes, caule, ramos e folhas. Na prática de adubação, procura-
se suprir a diferença entre a necessidade da planta e a quantidade dos nutrientes que
o solo é capaz de fornecer.
Através da prática da adubação, os nutrientes são restituídos ao solo dos pomares,
nas quantidades e proporções em que eles estiverem contidos nas frutas colhidas,
assim sendo, a fertilidade do solo é mantida. Em plantas frutíferas, a exportação de
nutrientes é motivada pela produção de frutas, crescimento das raízes, parte aérea,
ramos removidos pela poda e folhas. O manejo adequado do pomar, como a correção
do solo antes do plantio, a manutenção periódica do teor de matéria orgânica e de
nutrientes, garantem um bom equilíbrio nutricional do pomar. Para os pomares em
produção e considerando-se as possibilidades de respostas imediatas, pode-se dizer
que a chave da nutrição em fruticultura de clima temperado em todo o mundo é, sem
dúvida, o nitrogênio.
O estado nutricional das plantas pode ser avaliado através da sintomatologia
visual, análise do solo, análise foliar e exportação de nutrientes, que são métodos
úteis para determinar a necessidade de nutrientes das plantas. Apesar das vantagens
deste método, necessita-se de trabalhos de pesquisa visando o estabelecimento de
níveis críticos para cada cultura e estabelecimento de correlações com as quantidades
de nutrientes aplicados no solo.
A maior parte dos nutrientes da mistura está em forma solúvel em água; tendem
por isso a entrar logo na solução do solo, pondo-se em movimento para baixo depois
das chuvas, e, para cima, quando a umidade se evapora na superfície; o movimento
lateral é relativamente pequeno. A distribuição dos fertilizantes é feita com o objetivo
de colocar o nutriente à disposição do sistema radicular da planta.

Poda de plantas frutíferas


A poda é utilizada com o objetivo de regularizar a produção e melhorar a qualidade
das frutas, e juntamente com outras atividades, como fertilização, irrigação e
drenagem, controle fitossanitário, afinidade entre enxerto e porta-enxerto e condições
edafoclimáticas, torna o pomar produtivo.
Para que a poda produza resultados satisfatórios é importante que seja executada
levando-se em consideração a fisiologia e a biologia da planta e seja aplicada com
moderação e oportunidade. Pelo lado fisiológico da planta a poda ajuda no vigor e a
produtividade. O excesso de vegetação reduz a quantidade de frutos, e o excesso de
frutos é prejudicial à qualidade da colheita. Assim, conseguimos entender que a poda,
visa justamente estabelecer um equilíbrio entre esses extremos.
Baseando se em alguns procedimentos na poda da planta, o vigor de uma árvore,
como um todo, depende da circulação da seiva em todas as suas partes. A circulação
da seiva é tanto mais intensa quanto mais retilíneo for o ramo e quanto mais vertical
for a sua posição na copa. Quanto mais intensa essa circulação, mais gemas se
desenvolverão em produções vigorosas de lenho e, ao contrário, quanto mais
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embaraçada e mais lenta essa circulação da seiva, maior será o acúmulo de reservas
e, consequentemente, maior o número de gemas que se transformarão em botões
floríferos. Cortada uma parte da planta, a seiva refluirá para as remanescentes,
aumentando-lhes o vigor vegetativo. Assim, poda curta resulta sempre em ramos
vigorosos, nos quais a seiva circulará com grande intensidade.
As podas severas, portanto, têm geralmente a tendência de provocar
desenvolvimentos vegetativos, retardando a entrada da planta em frutificação.
Diminuindo a intensidade de circulação da seiva, o que ocorre após a maturação dos
frutos, verifica-se uma correspondente maturação dos ramos e das folhas. Nesse
período acumulam-se grandes reservas nutritivas, que são utilizadas para transformar
as gemas foliares em frutíferas.
Cada poda tem um grande fundamento para as plantas, mas cada uma tem a sua
diferença, algumas de suas especificações são:
1. Poda de formação: realizada nos primeiros anos de vida da planta, o que, para a
maioria das plantas frutíferas. Durante esta etapa não se busca a produção e sim uma
estrutura de ramos suficientemente fortes para poder resistir o peso das colheitas sem
romperem-se.

FIGURA 8 – Esquema Poda de formação em Manga

2. Poda de frutificação: iniciada após a copa da planta encontrar-se formada. Tem por
fim regularizar e melhorar a frutificação, quer refreando o excesso de vegetação da
planta, quer pelo contrário, reduzindo os ramos frutíferos, para que haja maior
intensidade de vegetação, evitando-se, dessa maneira, a superprodução da planta,
que abaixa a qualidade da fruta e acarreta a decadência rápida das árvores.

3. Poda de rejuvenescimento: Tem por fim livrar as plantas frutíferas dos seus ramos
doentes, praguejados, improdutivos e decrépitos ou, se mais energicamente
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executada, reformar inteiramente a copa, renovando-a a partir das ramificações


principais, eliminando focos de doenças e de pragas, reconstituindo a ramagem já
estéril, reativando assim a produtividade perdida. Esse tipo de poda radical é
frequentemente usado no transplante de grandes árvores frutíferas adultas e no
rejuvenescimento de pomares abandonados, mas de vigor ainda razoável,
apresentando troncos íntegros.

4. Poda de limpeza: É uma poda leve, quase simples visita geral a que anualmente se
procede nos pomares, com a tesoura de poda em punho, consistindo na retirada dum
eventual ramo doente, quebrado, seco, praguejado, mal localizado ou inconveniente.
É executada normalmente em períodos de baixa atividade fisiológica da planta, ou
seja, durante o inverno ou, como nas cítricas, logo após sua colheita.
Para realizar o processo de poda necessita de alguns instrumentos, básicos que
contem em qualquer propriedade, como por exemplo tesoura de poda, serrote
apropriado, escada, canivete, entre outros. Em alguns países, principalmente
naqueles que apresentam alto grau de desenvolvimento tecnológico e com escassez
de mão-de-obra, a poda pode ser realizada com máquinas apropriadas, o que
apresenta um grande rendimento.

Principais pragas e doenças


Doenças de plantas são anormalidades provocadas geralmente por
microrganismos, como bactérias, fungos, nematoides e vírus, mas podem ainda ser
causadas por falta ou excesso de fatores essenciais para o crescimento das plantas,
tais como nutrientes, água e luz. Neste caso, são também conhecidas como distúrbios
fisiológicos. Muitas vezes, a intensidade e a frequência com que as pragas ocorrem
depende essencialmente do modo que o pomar está sendo conduzido.
Para que as doenças sejam bem controladas é necessário que a cultura seja bem
conduzida, ou seja, que a planta não esteja sujeita a estresses provocados por fatores
diversos, tais como época de plantio desfavorável, adubação desbalanceada,
ferimentos nas plantas, competição com plantas daninhas e o uso de cultivares não
adaptadas ao clima.

A mosca-das-frutas é uma das principais pragas, não só do pessegueiro, mas da


maioria das plantas frutíferas. As moscas adultas não causam danos às frutas, porém
realizam a postura dos ovos, dos quais, depois de alguns dias, eclodem as larvas que
se alimentam da polpa das frutas, tornando-os impróprios para o consumo. Além do
dano causado pela larva, o orifício deixado na fruta, por ocasião do ovo posição, é
uma porta para a entrada de fungos que causam apodrecimento dos mesmos.
20

As moscas-das-frutas atacam a maioria das frutas comestíveis e, por isso, o seu


controle é difícil de ser executado, pois muitas vezes a sua proliferação ocorre em
frutas silvestres ou em plantas fora do pomar. Além desse fato, a proliferação das
moscas é facilitada pela utilização de diversas cultivares com épocas de maturação
diferentes, sendo que os riscos de danos são maiores quanto mais tardia for a
maturação.

FIGURA 9 – Mosca-das-Frutas

O controle preventivo pode ser realizado de diversas formas, porém as mais


utilizadas e fáceis de serem executadas são: o escoamento das frutas,
individualmente, quando os mesmos se encontram ainda em estágio inicial de
desenvolvimento ou em estágios em que as moscas ainda não possam fazer a
postura, o que geralmente ocorre devido à consistência das paredes externas das
frutas. É um método muito trabalhoso e, por isso, restrito a pequenos pomares ou
plantas de fundo de quintal. Recomenda-se utilizar saquinhos de papel encerado e de
tamanho variável com o tamanho das frutas por ocasião da colheita.

O controle curativo consiste em pulverizações em cobertura de todo o pomar,


utilizando-se um inseticida que apresente ação de profundidade e fumigação. O início
da aplicação deve ser em torno de 30 dias antes do início da maturação das frutas,
sendo que o espaçamento entre as aplicações é variável com o intervalo de segurança
de cada inseticida utilizado.
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Outra praga que atinge o setor frutífero é a Mariposa Oriental. A lagarta deste
lepidóptero ataca as extremidades dos ramos, junto às axilas das primeiras folhas,
principalmente em frutíferas como pessegueiro, ameixeira, macieira, pereira, entre
outras. O ataque na extremidade dos ramos novos causa murchamento e morte da
ponta do ramo, podendo haver exsudação de goma. Com a morte, o crescimento do
ramo é prejudicado, o que é um problema muito sério em viveiros para produção de
mudas.

O controle da mariposa oriental deve começar na primavera, logo com o


aparecimento do ataque nas pontas dos ramos ou quando as populações atingirem o
dano econômico com isso evita-se que as mesmas ataquem as frutas, onde os
prejuízos são bem maiores.

A cochonilha branca é uma praga que ataca as frutíferas da família das rosáceas,
principalmente o pessegueiro e ameixeira. Os danos causados por esta praga
ocorrem devido à sucção de seiva nos troncos e ramos e, quando o ataque for muito
intenso, podem causar até mesmo a morte total da planta, principalmente em plantas
jovens.

O controle das cochonilhas é feito através da pulverização total da planta atacada


e plantas vizinhas com óleo mineral durante o repouso vegetativo. Na época de
brotação, aplicações com inseticidas específicos, sem óleo mineral, também
controlam essa praga.

As formigas são os agentes que causam sérios danos na maioria das plantas
frutíferas, pois atacam folhas, brotações, botões florais, flores e frutas. Os prejuízos
causados pelo ataque nas folhas e brotações são maiores nos pomares jovens e nos
viveiros, pois diminuem drasticamente a área foliar; em pomares adultos, os prejuízos
são notados, principalmente, pela redução do tamanho das frutas nos ramos ou
plantas atacadas, pois as frutas necessitam de um certo número de folhas para
alcançarem o máximo de desenvolvimento.
22

FIGURA 10 – Formigas se alimentando de folha

O combate as formigas existem apenas a forma química, tanto sendo o pó que se


joga dentro dos ninhos delas, que é utilizado uma bomba manual acoplada de uma
mangueira fina, que é introduzida dentro do olheiro. Também podemos ressaltar a
utilização de iscas, mas esta é uma forma mais pratica, A utilização de iscas tóxicas,
no entanto, é um método mais prático, pois basta localizar os olheiros ou os carreiros
e distribuir as iscas próximas a estes.

A plantas cítricas tem como a principal doença o greening, que tem desafiado o
setor na área de produção e de pesquisa e extensão, devido a rápida disseminação e
severidade. O greening é causado por uma bactéria – a Candidatus Liberibacter spp.
-, e é transmitido por um inseto, o psilídeo Diaphorina citri. Os sintomas da doença
são visíveis nas folhas e frutos, e com o passar do tempo e com o aumento da
severidade, toda a planta pode morrer. Os principais sintomas desta doença são a
Cloroses assimétricas nas folhas, os frutos ficam pequenos, deformados e com
sementes abortadas; os frutos ficam pequenos, deformados e com sementes
abortadas, mas até o momento não existe nenhum controle eficiente para essa
doença, os produtores seguem com um manejo de três práticas rotineiras que é o
plantio de mudas sadias e com o certificado, controle do inseto vetor.

O cancro cítrico, é uma doença que afeta o setor frutífero por sua facilidade de
transmissão sendo transmitido por água da chuva ou até mesmo por irrigação, pelo
vento, por maquinários, veículos e por pessoas. Os sintomas aparecem em folhas
mais jovens e em frutos. Os principais sintomas são: pontos pequenos, salientes, de
coloração amarronzada; Aumento das manchas marrons e aparecimento de regiões
cloróticas ao redor das lesões; Queda acentuada de folhas e frutos.
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FIGURA 11 – Cancro Cítrico na Laranja

A forma de controle para o cancro cítrico mais comum nos pomares é a utilização
do cobre pulverizado nas plantas, também temos o controle na forma de quebra
ventos. Utilização de indutores de resistência – produtos que podem ajudar as plantas
as ficarem “mais fortes” e “mais preparadas” antes do contato com a bactéria.

Outra grande problemática do setor é a podridão nas raízes que é causada por
vários fungos: Armillaria mellea, Roselinia spp, Xylaria spp, Rizoctonia spp e
Sclerotium spp, gerando sérios prejuízos ao desenvolvimento e produção das plantas.
Para evitar os problemas de podridões, recomenda-se evitar o plantio em solos mal
drenados e recém desmatados.

Colheita de plantas frutíferas

O processo de colheita dos frutos é a fase final do ciclo produtivo da cultura, com
a possibilidade de ser realizada em diversos lugares na qual o plantio é feito por
intermédio de máquinas afim de otimizar o tempo ou de forma rudimentar por meio da
mão de obra humana.

A maturação é a fase do desenvolvimento da fruta em que ocorrem diversas


mudanças físicas e químicas, como alterações na coloração, no sabor, na textura,
mudanças na permeabilidade dos tecidos, produção de substâncias voláteis,
formação de ceras na epiderme, mudanças nos teores de carboidratos, de ácidos
orgânicos, nas proteínas, nos compostos fenólicos, nas pectinas, entre outros. A
determinação do grau de maturação adequado, por ocasião da colheita da fruta, é de
24

grande importância para que o produto atinja o mercado ou a indústria em perfeitas


condições.

A respiração consiste na decomposição oxidativa de substâncias de estrutura


química mais complexa, como amido, açúcares e ácidos orgânicos, havendo
produção de energia. Dessa forma, apesar da colheita o processo respiratório
continua a ocorrer e está intimamente ligado com a temperatura. Em geral,
temperaturas mais elevadas, tanto antes como após a colheita, aumentam a taxa
respiratória, reduzindo, com isso, a longevidade da fruta.

As plantas apresentam características quando estão no ponto de colheita, algumas


delas são: a mudança da coloração da casca ou da polpa devido a degradação a
clorofila e síntese dos novos pigmentos como, por exemplo, carotenóides (amarelo) e
antocianinas (vermelho e roxo); e a firmeza da polpa que é dada pelas substancias
que compõem as parades celulares. A medida da firmeza da polpa é feita com um
aparelho denominado penetrômetro.

O crescimento das frutas, tanto com como sem caroço, é caracterizado por um
crescimento final rápido, ocorrendo declínio com início da fase de maturação. Assim,
o acompanhamento do crescimento pode ser um parâmetro para determinar o início
da maturação, já que as frutas atingem o peso e o tamanho máximos antes do
amadurecimento.

O número de dias desde a plena floração até a colheita é relativamente constante


para uma mesma cultivar, dentro de uma dada região. Assim, é possível saber-se,
com antecedência, a época em que as frutas de uma determinada cultivar iniciarão o
estágio de maturação. Tal fato é importante, nem tanto para determinar o início da
colheita propriamente dito, mas sim para fazer um planejamento de atividades. Uma
vez determinado o ponto de maturação mais adequado, inicia-se o processo de
colheita, que, normalmente, é feita manualmente, colhendo-se as frutas
individualmente. Embora a colheita seja uma operação realizada por mão-de-obra
menos qualificada, é necessário que sejam tomados alguns cuidados básicos para
que as frutas cheguem ao destino final com boas qualidades.

Dentre os principais cuidados que devem ser tomados estão, não provocar
qualquer tipo de dano mecânico à fruta, quer seja devido à utilização de ferramentas,
como tesouras de colheita, ou a unhas demasiadamente compridas; cuidado com o
choque da fruta com a embalagem; queda da fruta no chão, devido a sacudidas nos
galhos; entre outras. Tais danos favorecem a entrada de patógenos, principalmente
de fungos que causam o apodrecimento das frutas.
25

Após a colheita as frutas vão para caixas que são separadas por coloração,
defeitos, entre outras. Já outra técnica usada para separação é a de tamanho, peso e
diâmetro. A seleção e a classificação das frutas são processos que podem iniciar na
colheita, onde já são eliminadas aquelas demasiadamente verdes, podres,
manchadas, muito pequenas, entre outros. Depois da colheita, já no galpão as frutas
são selecionadas manualmente ou maquinalmente, indo após ao processo de
padronização e rotulagem, de acordo com a finalidade desejada, através de portarias
específicas para cada cultura, expedidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.

O armazenamento das frutas é um espaço relativamente curto, isso faz com que
haja necessidade de conservá-los além da época de produção, o que proporciona
benefícios tanto para o produtor, que obtém melhores preços, quanto para o
consumidor que pode dispor das frutas em épocas em que não é possível produzi-las.
Dentre os diversos métodos de conservação de frutas, somente será abordado o
método de conservação pela utilização do frio ou frigoconservação ou
armazenamento refrigerado, embora existam outros também importantes.

A manutenção da qualidade das frutas durante um período mais prolongado


depende de uma interação entre as condições envolvidas no armazenamento. É
importante conhecer o princípio de cada método de resfriamento, a fim de se poder
identificar os riscos potenciais associados a eles. Sempre que necessário, consultar
um técnico especializado para a recomendação do método de resfriamento mais
apropriado a cada produto.

O produto deve ser embalado apropriadamente, devendo-se evitar misturas de


produtos doentes com sadios. Alguns produtos como as uvas e os morangos não são
lavados, devendo ser embalados no campo imediatamente após a colheita. Um dos
cuidados deve ser tomado ao processo de embalagem, é sempre evitar que os
produtos tenham contato direto com o solo, os recipientes usados para embalagem
devem ser armazenados em um local limpo e seco, afastado do campo, as
embalagens devem também ser armazenados, transportados e manuseados usando-
se as mesmas considerações sanitárias que a dos produtos.
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FIGURA 12 - Produção de uva no Vale do São Francisco

E no final do processo, o transporte rodoviário, hidroviário e aviário, tornam-se as


principais formas de escoamento do produto, utilizando termos de cuidado para não
prejudicar a colheita, mantendo o baú ou a carreta sempre limpa livre de todos os
restos de resíduos de alimentos, odores fétidos, que podem vir a contaminar de forma
microbiológica, além do processo de refrigeração durante o transporte, que devem ser
monitorados por dispositivos criando assim um sistema preciso de escoamento.
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CONCLUSÃO

A fruticultura contribui, de forma generalizada, de quatro maneiras importantes


para o crescimento da economia brasileira. A primeira, está relacionado a subsistência
do país, visto que essa se forma uma questão de segurança nacional. A segunda, é
sua capacidade de geração de emprego à população, Uma vez que cada hectare
plantado com fruticultura gera em média dois a três empregos diretos. A terceira, é
geradora de divisas, ou seja, por conta do caráter exportador, a produção de culturas,
em específico o setor frutífero, vêm ganhando espaço no mercado internacional. Por
fim, a quarta, esta ligada ao rendimento no qual essa cultura proporciona ao grande,
médio e pequeno produtor tendo reflexos diretos no PIB nacional.
Diante do exposto, a reconhecida qualidade de nossas frutas garante perspectivas
positivas para o mercado externo, mas com a grande competitividade com outros
países é necessário ter produtividade, preço e qualidade, pois os produtores mundiais
estão em constante transformação, alinhados a produção de precisão, e os produtos
brasileiros não podem ficar de fora dos padrões exigidos pela nova realidade.
Em resumo, para a atividade "decolar", é preciso criar mecanismos para a
produção de frutas de qualidade para o mercado interno e externo, tanto para
processamento quanto para o consumo. Organizar a cadeia produtiva das frutas, de
modo que, todos os envolvidos estejam capacitados, treinados, e conscientes de seu
papel no desenvolvimento da atividade.
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REFERÊNCIAS

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EXPORTAÇÃO DE FRUTAS BRASILEIRAS. Disponível
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em: https://sites.google.com/site/gelberfruticultura/ Acesso em 28 Março. 2021.

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