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Governador

Cid Ferreira Gomes

Vice Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc


Cristiane Carvalho Holanda

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC


Andréa Araújo Rocha
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Sumário

01. Introdução 02
02. Clima e Solo 06
03. Espécies e Variedades 10
04. A Muda Cítrica 13
05. Localização do Pomar 15
06. Implantação do Pomar 16
07. Tratos Culturais 20
08. Colheita e Pós-colheita 25
09. Comercialização 30
10. Principais Doenças 32
11. Referências Bibliográficas 43

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CULTIVO DO CITROS

0 1 . I NT RO D U Ç ÃO

O gênero Citrus tem como centro de origem a Ásia,


porém se encontra em várias regiões em todo mundo, onde
representa em muitas delas a principal fonte de renda.
Cultivado em escala mundial, em mais de 100 países dos seis
continentes, os Citrus constituem o principal cultivo de frutas
no mundo, representando aproximadamente 22,5% da
produção mundial. Seu cultivo engloba uma ampla área
geográfica que se estende desde 40° de latitude em ambos os
lados da linha do Equador, englobando regiões tropica is e
subtropicais aonde ocorrem condições de solo e clima
favoráveis. Todavia, a maior parte da produção comercial
restringe-se às duas zonas mais estreitas nos sub-trópicos,
aproximadamente entre 20 ° e 40 ° ao norte e ao sul da linha
do Equador.
O Brasil é um dos três maiores produtores mundiais de
frutas, com uma produção que supera os 34 milhões de
toneladas. A base agrícola da cadeia produtiva das frutas
abrange 2,2 milhões de hectares, gera 4 milhões de empregos
diretos e um PIB agrícola de US$ 11 bil hões.

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No Brasil a região sudeste destaca -se como maior


produtora e a cultura com maior valor de produção é a Laranja
(seguida da banana e da uva) que é responsável por
aproximadamente 80% da produção brasileira, a região
Nordeste responde por 9,12% da produção nacional e 12,70%
da área colhida. Com relação à região Nordeste, destacam -se
os estados da Bahia e Sergipe como o 2° e 3° produtores
nacionais, respectivamente, onde a Bahia responde por 54%
da produção e 45% da área colhida , e Sergipe responde por
39% da produção e 43% da área colhida. Juntos, Bahia e
Sergipe, representam cerca de 8% da produção citrícola
brasileira.

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O Brasil atualmente, ainda é o maior produtor mundial de


laranja doce. A Espanha é o maior exportad or mundial desse
fruto, seguido pela África do sul e EUA. O Brasil, apesar de
ser o maior produtor mundial de laranjas, exporta pequeno
volume de “in natura”. O Japão é o maior importador mundial
de laranjas, seguida da Espanha. O volume de produção de
frutas cítricas e a aceitação dessas pela população mundial
aumentaram o seu comércio internacional, nas ultimas duas
décadas.
No Brasil os citros vêm cada vez mais se destacando na
alimentação do brasileiro. As campanhas realizadas pelos
adeptos de práticas alimentares saudáveis vêm difundindo a
importância do consumo de frutas frescas e sucos naturais.
Os citros têm papel importante nessas campanhas por seu
alto grau de aceitação, a fácil acessibilidade ao fruto e o os
seus altos valores nutricionais, princ ipalmente vitamina C,
fibras. Socialmente o cultivo dos citros tem aspectos
relevantes. Geralmente é realizado por pequenos agricultores
de agricultura familiar, gerando um grande número de postos

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de trabalho. Além do mais trata -se de uma boa fonte de


renda, quando bem conduzido.
Hoje, a maior parte da produção brasileira de laranja
destina-se à indústria do suco, que está concentrada no
Estado de São Paulo. O Brasil apresenta elevada participação
no mercado internacional na cadeia citrícola, possuindo
participação acima de 80% das Exportações mundiais.
Responde pela metade do suco de laranja produzido no
mundo. Já no mercado de fruta “in natura”, o Brasil possui
pequena participação (mercado liderado pela Espanha),
permitindo a partir da incorporação de nov as tecnologias,
ampliar sua atuação. Mudanças radicais serão necessárias,
desde a implantação de novas variedades especificas para a
produção de fruta “ in natura” e de equipamentos de pós –
colheita.
A produção integrada de citros, portanto, vem contribuir
como elemento de sustentabilidade e competitividade para o
agronegócio citros, e permitir além do aumento da qualidade
dos frutos, a possibilidade de abertura de novos nichos de
mercado e a exportação dos mesmos, devido o uso de normas
que atendem rigorosos padrões de controle baseados na
sustentabilidade, aplicação de recursos naturais e regulação
de mecanismos para a substituição de insumos poluentes,
utilizando instrumentos adequados de monitoramento dos
procedimentos e a rastreabilidade de todo o proces so,
tornando-o economicamente viável, ambientalmente correto e
socialmente justo.
Dessa forma, percebe -se que a produção integrada pode
alavancar mais o cultivo de citros, sobretudo em regiões onde
existe uma maior carência na organização da base produtiva,
na obtenção produtos de maior qualidade, no desenvolvimento
da citricultura mais competitiva, com redução nos custos de
produção, que permita ao produtor apresentar um produto

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diferenciado, que agregue mais valor e garanta a permanência


no mercado consumidor, interno ou externo.

0 2 . C LI M A E S O L O

O clima exerce grande influência sobre o vigor e


longevidade das plantas cítricas, qualidade e quantidade de
frutos. Os elementos climáticos exercem influência sobre os
citros, destacando -se dentre esses a temperatura que, além
de ter efeito acentuado sobre a qualidade do fruto, foi o fator
que determinou a distribuição geográfica das plantas cítricas
na grande faixa de 40º ao norte e sul do equador.
Por tratar-se de uma espécie de clima subtropical, os
citros se adaptam melhor em temperaturas entre 23 e 32 °C.
As baixas temperaturas noturnas aum entam sua apreciação
pelo mercado. Os frutos produzidos nos climas frios têm
melhor coloração da casca e da polpa, bem como teores mais
altos de açúcares e ácidos, que acentuam o sabor. Nos climas
quentes os frutos são menos coloridos interna e
externamente, com teores mais baixos de açúcares e
principalmente de acidez, o que resulta em frutos mais doces,
porém de paladar mais pobre. Os citros desenvolvem -se
melhor em regiões de clima mais ameno, desde que os solos
sejam adequados e o regime pluvial atinja cerca de 1.200 mm
anuais, bem distribuídos durante o ano, podendo -se
suplementar os déficits com água de irrigação. A altitude mais
adequada aos pomares varia de 20 a 500m e o regime
pluviométrico de 1.000 a 1.800mm.
As chuvas, em torno de 900 a 1500 mm po r ano, são
consideradas suficientes para cultivo dos citros. A fase em
que as plantas exigem mais umidade no solo são as de
florescimento e frutificação. Caso não haja disponibilidade de
água neste período pode -se realizar a complementação com

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sistemas de irrigação. Os citros apresentam ampla adaptação


a diferentes tipos de solos, podendo ser cultivados em solos
de textura arenosa a argilosa, entretanto os de textura média
são os mais indicados. Devem ser evitados solos rasos ou que
se encharcam com facilidade. O pH ideal varia entre 5,5 e 6,5.
Quanto à topografia, a ideal é aquela que permite a
mecanização (declividade média entre 5 e 10%).
No Nordeste geralmente as chuvas ocorrem com maior
intensidade de março a agosto (inverno). Embora a limitação
climática para o plantio de citros, possa ser contornada pelo
uso de irrigação, principalmente em áreas do Nordeste onde o
regime pluviométrico é abaixo de 700mm, percebe -se que em
sua maioria os pomares ainda não dispõe de irrigação.
Com respeito a umidade relat iva, ela é mais alta no Nordeste,
onde no inverno atinge a quase 100%. A média pode estar
situada entre 75 a 80%. A temperatura média anual varia de
19ºC no Sul a 25ºC (NE). Sob temperaturas mais altas o
período floração -maturação é bastante encurtado e os frutos
permanecem pouco tempo na planta depois de maduros. Os
climas quentes são propícios ao cultivo dos pomelos e
toranjas, limas doces e ácidas e limões verdadeiros.
Independente da região, a floração ocorre em setembro,
podendo ocorrer mais de uma flo rada à medida que se
aproxima das condições tropicais e quanto mais distante do
equador, maior tempo permanecem os frutos na árvore. É
interessante notar que as condições climáticas do Brasil
permitem ao país desenvolver uma citricultura tropical, dos
arredores do equador até as proximidades do paralelo 20º
Latitude Sul, onde predominam temperaturas mais altas, e
uma citricultura menos tropical, na região que se estende da
referida latitude até o Rio Grande do Sul, de clima mais frio.
No que diz respeito a solo, as plantas cítricas, apesar de
terem determinadas exigências em relação a textura dos

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solos, preferindo os areno -argilosos, adaptam-se aos solos


muito arenosos como também aos argilosos, ajudando -as
nesta adaptação o uso de diferentes porta -enxertos. Áreas
com solos argilosos e declive maior que 18% ou com solos
arenosos e declive maior que 15% não são adequadas para a
instalação de pomares cítricos, pois existe grande risco de
ocorrência de erosão e degradação do solo. A profundidade
efetiva mínima do solo deve ser de 1,0 a 1,2 m. É importante
observar se há ocorrência de impedimentos à drenagem e ao
desenvolvimento do sistema radicular e a que profundidade se
encontram, como também localizar a existência de pedras, as
variações do lençol freático e a presença de camadas coesas
no perfil do solo. No caso dos solos dos Tabuleiros Costeiros
do Nordeste do Brasil, a presença de camadas coesas já é
esperada, sendo necessário determinar sua profundidade
inicial e espessura
O uso anterior do solo também dev e ser levantado, ou
seja, o conhecimento de qual cultivo existia e o sistema de
produção utilizado ajuda a prevenir e corrigir problemas no
momento de instalação do pomar.
Uma vez verificada a existência ou não de fatores limitantes à
implantação do pomar e analisadas as técnicas disponíveis
para as possíveis correções e o seu custo, deve -se iniciar a
instalação.

 Preparo do solo

O objetivo do preparo do solo é melhorar o leito para o


depósito das mudas, para tanto, deve -se eliminar as plantas
invasoras e manter a fertilidade e a produtividade ao longo do
tempo, mantendo a matéria orgânica, a infiltração e o
armazenamento de água no solo em níveis adequados para a
cultura implantada. Aumentar o nível de matéria orgânica do

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solo está associado a melhorias da s suas propriedades


físicas, químicas e biológicas. Reduzir a exposição do solo
aos agentes que aceleram a oxidação da matéria orgânica,
evitando revolvê -lo e mantendo-o coberto, é algo que tem que
ser adaptado a cada local em função do solo e do clima. A
redução da movimentação do solo é um dos princípios básicos
em manejo e conservação do solo, em função dos seguintes
benefícios que proporciona: menores possibilidades de
compactação do solo; manutenção da estrutura do solo; maior
infiltração de água no so lo; menores perdas de solo e água
por erosão; maior disponibilidade de água para as plantas e
redução de custos.
A cobertura do solo, seja ela viva ou morta, é outro
princípio básico em manejo conservação do solo,
proporcionando os seguintes benefícios: re dução dos efeitos
negativos das chuvas e enxurradas, ao evitar ou reduzir o
impacto das gotas de chuva na superfície do solo;
incorporação de matéria orgânica e de nutrientes; melhoria da
estrutura do solo; aumento da infiltração e do armazenamento
da água no solo; redução da temperatura do solo e de custos
relativos às capinas.

Cultivo de citros sobre solo protegido.

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0 3 . E S P É CI E S , V AR I E D AD E S E S U A E S CO L H A.

Citrus é um género de plantas da família Rutaceae,


ordem Sapindales, originárias do sudeste tropical e
subtropical da Ásia. O grupo contém três espécies e
numerosos híbridos naturais e cultivados, incluindo a s frutas
habitualmente designadas por citrinos, como a laranja, o
limão, a toranja, a lima, a tangerina, a clementina, a
bergamota e a cidra.
A taxonomia do gênero é complexa. Quase todas as
espécies cultivadas são híbridos. Hibridações podem t er
ocorrido na natureza entre pés selvagens, mas muitas são
provavelmente resultados diretos ou indiretos do cultivo.
Todos esses híbridos são descendentes diretos ou indiretos
de algumas antigas espécies selvagens. Recentes evidências
genéticas apontam pa ra apenas três espécies: a tangerina, a
cidra e o pomelo.

 Principais espécies antigas:


o Citrus reticulata - tangerina
o Citrus medica - cidra
o Citrus maxima - pomelo

 Alguns Híbridos:
o Citrus x sinensis - Laranja-doce
o Citrus × aurantium - Laranja-amarga
o Citrus × paradisi - Toronja
o Citrus × limon - Limão
o Citrus × latifolia - Limão taiti
o Citrus x limonia - Limão-cravo
o Citrus x limetta - Lima doce
o Citrus x limettioides - lima-da-pérsia

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Deve-se buscar uma combinação de variedades de modo


a proporcionar um maior período de oferta do produto (longo
período de colheita e pós-colheita), maior resistência do
pomar a ataque de pragas e doenças e a evitar prejuízos com
as oscilações de preço do mercado, pois, o valor d e mercado
é muito importante na hora definir as variedades do pomar.

 Cultivares Copa

Recomenda-se o plantio de cultivares de diferentes


épocas de maturação (precoces, de meia -estação e tardias),
com a finalidade de ampliar a faixa de colheita do pomar. O
pomar bem diversificado permite diversas colheitas ao longo
do ano, evitando a concentração da safra em período
determinado, que resulta em preços baixos.

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 Porta-Enxertos

A escolha do porta -enxerto é tão importante quanto a


escolha da variedade copa, existindo, contudo, em todas as
regiões citrícolas do mundo tendência de emprego de um
único. No Brasil essa regra é confirmada de maneira
contundente: - apesar de existir um número expressivo de
resultados experimentais que possibilitam a diversificaçã o das
combinações copa/porta -enxerto, o citricultor insiste no uso
excessivo do limoeiro „Cravo‟, usado em todo o País, nos
diferentes tipos de clima e de solo, em combinação com todas
as variedades comerciais. Embora essa preferência seja
natural, já que o „Cravo‟ possui características que satisfazem
aos viveiristas e citricultores, existe sempre o risco de
surgimento de doenças ou de distúrbios de outra natureza,
originando desastres, como a destruição dos pomares
brasileiros causada pelo vírus da "trist eza", no final dos anos
30.
A fim de contornar os riscos quando são adotados porta -
enxertos pouco conhecidos ou de indicação recente de
trabalhos experimentais, é aconselhável diversificar as
combinações utilizando -se porta-enxertos tradicionais,
acompanhados, em menor escala, desses menos conhecidos.

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04. A MUDA CÍTRICA


A muda cítrica é o insumo mais importante na
implantação do pomar cítrico e como ela é constituída de dois
indivíduos, o porta -enxerto e a copa, os cuidados na sua
formação devem ser dobrados, devendo ser produzidas com
borbulhas e sementes provenientes de matrizes
comprovadamente sadias e produtivas, com frutos
característicos das cultivares.
Como não existem programas de certificação d e mudas
obrigatória para os Estados citrícolas brasileiros, à exceção
de São Paulo, cabe ao viveirista enorme parcela de

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responsabilidade na produção das mudas, preparando seus


lotes de matrizes – copa e porta -enxerto – provenientes de
material básico existente nas instituições governamentais,
garantindo dessa forma a multiplicação de material de boa
qualidade genética e fitossanitária.
Atualmente, nas regiões produtoras mais evoluídas do
mundo citrícola, especialmente naquelas onde ocorrem
doenças disseminadas por insetos-vetores, as mudas são
produzidas em ambientes protegidos, com borbulhas e
sementes originárias de blocos cultivados em telados, que
garantem a propagação de material sadio e produtivo. No
Brasil, a Clorose Variegada dos citros (CVC), está forçando o
emprego dessa tecnologia. Nesses ambientes, a utilização de
técnicas apropriadas, como o uso de substratos, água de
irrigação tratada contra patógenos, fertirrigação, melhor
combate a pragas e doenças, preparo da muda sem copa e
outros cuidados, o tempo de formação da muda é encurtado
para cerca de 12 meses a partir da semente.
As normas para produção de mudas cítricas estabelecem
que elas devem ser podadas, quando maduras, a 40 -50cm do
solo no caso de tangerineiras e 50 -60cm quando forem
laranjeiras, limoeiros e pomeleiros. Para formar a copa,
deixa-se desenvolver três ou quatro brotações, as mais
vigorosas e espaçadas convenientemente, distribuídas em
espiral em torno da haste. No método mais moderno e
vantajoso, de muda vareta, faz -se apenas o desponte antes
do plantio, levando -se a muda para campo, onde a copa é
feita. Além do menor tempo que leva para ficar pronta, esse
tipo de muda facilita bastante o transporte e o plantio.

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0 5 . L O C AL I Z AÇ ÃO D O P O M AR

Algumas propriedades do solo como a acidez e os teores


de nutrientes, problemas frequentes nas áreas onde estão os
pomares de citros, geralmente podem ser corrigidas para
atingir uma situação adequada consumindo pouco tempo e
recursos financeiros. No entan to, alguns atributos do solo
como a sua profundidade efetiva, ocorrência de impedimentos
a drenagem, declividade da área, posição na encosta, ou
ainda o estado atual de manejo e conservação, apresentam
maior grau de dificuldades, algumas vezes de impossibi lidade,
para que sejam efetuadas as correções necessárias para a
instalação de um pomar de citros. Em função disto, estes
aspectos merecem maior atenção no momento da escolha da
área.
Algumas recomendações básicas, referentes à área, para
a instalação de um pomar de citros são:
Áreas com solos argilosos e declividade maior que 18%
ou com solos arenosos e declividade maior que 15% não são
adequadas para a instalação de pomares cítricos. Essas áreas
exigem práticas conservacionistas que aumentam o custo de
produção a níveis que os rendimentos da cultura dificilmente
podem suportar.

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A profundidade efetiva mínima do solo deve ser de 1,00


a 1,20 m. Para verificar essa profundidade deve -se observar
se existem afloramentos de pedras, lajes contínuas ou
camadas de material endurecido a pouca profundidade. É
aconselhável retirar amostras de solo até a profundidade de
1,20m, utilizando trado ou abrindo pequenas trincheiras.
Observar se ocorrem impedimentos à drenagem na área
e se existe possibilidade de encharcamento em algum período
do ano. Verificar nas zonas mais baixas da área se há
formação de poças de água.
Áreas com declive maior que 3% exigem a localização de
curvas de nível e que as práticas mecânicas sejam realizadas
acompanhando as mesmas. Quanto maior o dec live maior a
necessidade de práticas conservacionistas como cordões
vegetais de contorno, capinas alternadas, terraços etc.
No estabelecimento do pomar, as linhas de plantio
(espaçamento menor) devem ficar paralelas as curvas de
nível, o que faz com que as entrelinhas (espaçamento maior),
onde são realizados os trabalhos mecânicos, fiquem
localizadas cortando o declive.

0 6 . I M P L AN T AÇ ÃO D O P O M AR

Trabalhar o solo sempre na umidade adequada, pois


quando muito seco quebra excessivamente os agregados,
pulverizando o solo, e quando muito úmido provoca
compactação. Uma regra básica é nunca utilizar implementos
mecânicos no solo quando estes estiverem provocando poeira
ou o solo estiver grudando nas hastes e discos.
Os solos devem ser mantidos sempre com coberturas
vegetais, material vivo ou palhada. Priorizar o uso de
roçadeira ao invés de grade.

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 Preparo do terreno

Caso seja preciso realizar o desmatamento, destoca e


limpeza do terreno, fazer também controle de formigas
cortadeiras (saúvas, quenquéns). A aração deve s er a mais
profunda possível, seguida de uma ou duas gradagens,
dependendo das características do solo. Em terrenos com
declive superior a 5%, recomenda -se a construção de terraços
e o plantio em nível, evitando linhas mortas no interior do
pomar.

Plantio de citros em nível e sob solo protegido.

A correção da acidez do solo deve ser feita de acordo


com sua análise química, utilizando -se, de preferência,
calcário dolomítico, que deve ser distribuído a lanço no
terreno, metade antes da aração e o utra metade antes da
gradagem. A quantidade de calcário a aplicar deve ser
recomendada por engenheiro agrônomo.

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 Espaçamento

O espaçamento a ser utilizado para os citros varia em


função do porte dos cultivares, variedade do porta -enxerto,
fertilidade do solo, clima, mecanização, e uso ou não de
sistemas de irrigação, entre outros fatores. Deve -se realizar
um estudo de caso em cada região para definir o mais
adequado.

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 Abertura de covas

Podem ser feitas manualmente ou mecanicamente. Em


solos pesados (muito argilosos) o uso da broca provoca um
espelhamento nas paredes da cova. Isso poderá constituir
uma barreira física para o desenvolvimento das raízes, logo
as paredes laterais da cova devem ser raspadas. As covas
devem ter as dimensões de 40 a 60 cm de largura e igual
profundidade. Separar a terra da superfície (mais rica) e
misturar com 10 a 20 kg de esterco curtido, se disponível, e
400 g de superfosfato simples, colocando -o no fundo da
cova. Para completar o enchimen to da cova, raspar terra da
superfície sem qualquer mistura. A terra que foi retirada do
fundo da cova será usada na confecção de uma “bacia” de
retenção.

 Plantio

A época mais indicada para o plantio é do inicio ao meio


da estação chuvosa.
Etapas do plantio:
o Remover cuidadosamente a embalagem que protege a
muda;
o Colocar a muda no centro da cova, de maneira que o colo
da planta fique cerca de 5 cm acima do nível natural do
solo, evitando assim o afundamento da muda com o
acamamento natural do solo;
o Completar a cova com terra e comprimi -la com as mãos;
o Fazer uma bacia de terra em torno da muda para conter a
água de irrigação;
o Colocar capim seco (sem sementes) em volta da muda,
para manter a umidade;
o Fazer o tutoramento da muda com uma estaca de bambu;

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o Regar a muda abundantemente.

 Culturas intercalares
A implantação do pomar de citros é cara e o retorno do
capital empregado é demorado. Por isso, recomenda -se o
plantio de culturas de ciclo curto (arroz, feijão, soja,
amendoim, abacaxi, melancia, mamão, etc), na s entre- linhas
do pomar. A adubação dessas culturas é feita normalmente
desconsiderando-se o que é aplicado para o citros. A
distância mínima entre os citros e estas culturas deve ser de
1 metro.

07. Tratos Culturais

Entende-se por manejo cultural o conjunto de práticas


que permitem que uma lavoura expresse ao máximo sua
potencialidade produtiva. Nesta tela serão enfocadas
considerações sobre métodos, direção e profundidade de
semeadura, espaçamento, densidade de plantio, arranjos, uso
de reguladores de crescimento e desfolhantes na cultura.
Após o plantio das mudas, os tratos culturais mais
importantes são:
o Irrigações até o pegamento das mudas, se necessário;
o Controle de formigas;
o Eliminação das brotações que surgirem abaixo das
ramificações principais;
o Replantio das mudas que não pegaram;
o Desbaste ou arranquio manual dos frutinhos nos dois
primeiros anos apos o plantio para não haver esgotamento
das plantas;
o Podas.

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 Podas e raleio

A poda de formação é muito importante para as mudas


obtidas em haste única. As brotações que porventura surgirem
entre o solo e 30 cm da haste principal devem ser arrancadas
ainda tenras, quando ainda é possível realizar com as mãos.
Nos 20 cm a seguir devem ser conduzidas de 3 a 5 pernadas
inseridas em pontos e direções diferent es. Quando estas
estiverem com 20 cm realiza -se o desponte.
As podas de limpeza e ou arejamento visam eliminar
ramos doentes, fracos, que estejam se dirigindo ao solo ou ao
centro da planta.
O raleio de fruto, principalmente em algumas variedades
de tangerinas, é muito importante para que se obtenham
frutos de bom tamanho e características organolépticas. A
intensidade do raleio é defina conforme porte, idade da
planta, fertilidade do solo e bom senso do produtor.

 Controle de plantas daninhas

Toda a vegeta ção em volta das plantas deve ser retirada


por capinas manuais (3 a 5 por ano) ou pela aplicação de
herbicidas, cuja utilização depende de orientação técnica. É
importante conhecer o herbicida a ser utilizado, sua dosagem
correta, época de aplicação, equip amentos e a calibração
destes.
Nas entrelinhas, recomenda -se a utilização de roçadeira
durante todo o ano, mantendo a vegetação baixa. A grade
pode ser usada ocasionalmente, como para a incorporação de
calcário.
Os herbicidas, às vezes menos tóxicos que os demais
defensivos, são prejudiciais à saúde. Por isso, quando for
aplicá-los, utilizar todo o equipamento de segurança.

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 Adubação

Realizar uma adubação sem se fazer uma análise de


solo ou folha é como dar um tiro no escuro. O valor gasto com
análise do solo é muito inferior aos prejuízos ou desperdícios
causados por uma adubação incorreta. De posse da análise o
produtor deve procurar a
orientação de um engenheiro agrônomo. Só ele poderá indicar
a quantidade e o tipo de adubo a ser utilizado. A s adubações
de citros costumam ser dimensionadas conforme a variedade
da copa, idade da planta, produtividade, o valor de mercado
do fruto e o resultado das análises.
o Adubação após o plantio
Após o pegamento das plantas, aplicar em volta do caule
a cada 45 dias, 80 g de sulfato de amônio, durante o período
das chuvas (3 a quatro aplicações).
o Adubação do pomar claro
Para pomares em formação, é indicado, que se adube a
planta com cloreto de potássio (XCL), superfósforo simples
(SS) e sulfato de amônio (SA) em quantidades que
considerem o nível de fertilidade do solo e a produção. O
superfosfato simples (SS) não precisa ser parcelado.

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o Adubação de pomar em produção


Como dito anteriormente as doses de adubo devem ser
dimensionadas conforme o valor do fruto no mercado.
Quando os níveis de N e K ultrapassarem os valores
tabelados, reduzir para 30% da dose recomendada. As
aplicações de SA e KCl devem ser parceladas.

 Indução de florescimento (fitorreguladores)

Os fitorreguladores devem ser de uso restrito e somente


devem ser empregados produtos registrados para citros,
mediante recomendações técnicas e legislação vigente. O
emprego de reguladores de crescimento deve ser específico
para variedades em que se torne imprescindível seu uso e
quando não for possível ser substituído por outras práticas de
manejo.

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A indução é realizada pelo conjunto de fatores:


adubação; poda; irrigação e uso de reguladores de
crescimento, os quais são planejados para que haja produção
na entressafra. O uso de reguladores desloca a produção de
sua época normal. Como exemplo, a Lima Ácida Tahiti em
plantio irrigado pode ter o seu período de produção alterado
para o período de julho a novembro, quando os preços estão
melhores. O processo de indução neste caso consiste em:
o Remoção manual ou química (250 ppm de ETHEFON) da
florada da primavera;
o Realização, em março, do estresse hídrico e suspensão da
adubação;
o Irrigação de abril a novembro até a colheita.
A produção obtida por este método pode chegar a 5
caixas por planta.

 Manejo de cobertura do solo

Tem a função de controlar processo de erosão e prover a


melhoria das condições biológicas do solo. Realizar o manejo
integrado de plantas invasoras. Manter a diversidade de
espécies vegetais, favor ecendo a estabilidade ecológica e
minimizando o uso de herbicidas e roçar as entrelinhas,
posicionando o material sobre a superfície do solo "mulching"
e/ou sob a copa dos citros. A cobertura do solo, seja ela viva
ou morta, é princípio básico em manejo e conservação do
solo, proporcionando os seguintes benefícios: redução dos
efeitos negativos das chuvas e enxurradas, ao evitar ou
reduzir o impacto das gotas de chuva na superfície do solo;
incorporação de matéria orgânica e de nutrientes; melhoria da
estrutura do solo; aumento da infiltração e do armazenamento
da água no solo; redução da temperatura do solo e de custos
relativos às capinas.

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 Mecanização do solo

O tráfego de máquinas no pomar deve ser minimizado


por provocar compactação e deformação na estrut ura do solo,
bem como, equipamentos desestruturadores como as grades.
A subsolagem é recomendada quando forem detectados
camadas de impedimento no perfil do solo através de
trincheiras, teste de compactação, penetrômetro ou coleta de
amostras indeformadas. Detectada a região compactada, o
produtor deve procurar orientação técnica sobre equipamentos
e época adequada para efetuar a operação, prosseguindo com
práticas de adubação verde e manejo de plantas infestantes e
redução de trânsito no pomar. O uso de gr ade nos pomares
deve ser limitado, devido aos efeitos prejudiciais que pode
proporcionar como corte de raízes, erosão, compactação,
destruição de plantas benéficas, oscilação da temperatura do
solo, favorecer a perda de umidade e formar poeira.

08. COLHEITA E PÓS-COLHEITA

 Colheita

É preciso colher os frutos no estádio de maturação ideal


para consumo. É considerado maduro o fruto que apresentar
características definidas para cada variedade. Em geral, o
ponto de colheita se define da seguinte maneira:

Laranjas e tangerinas Lima ácida (Limão) „Tahiti‟


mínimo de suco: 35 -45% mínimo de suco: 40%
sólidos solúveis (SST): 9 -10 perda da rugosidade da
ºBrix casca
relação SST/ATT – ratio: 8,5- cor verde-escuro -> verde-
10. claro

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O intervalo de segurança dos agrotóxicos deve ser


obrigatoriamente respeitado para a colheita dos frutos. É
obrigatória a limpeza e higienização de equipamentos e
utensílios de colheita, tais como luvas, tesouras e caixas. É
recomendado o uso de Equipamentos de Proteção Individual
para proporcionar segurança aos colhedores.
Os frutos podem ser colhidos por torção do pedúnculo e
arranquio ou por meio de tesouras ou alicates de colheita
(recomendado). O arranquio é um método mais rápido, mas
que promove maior grau de danos aos frutos, principalmente
na região peduncular, favorecendo a entrada de patógenos e
a perda de água. A colheita com tesouras é mais delicada e
recomendada na PIC. É realizada em duas etapas: na
primeira, faz-se um corte para retirar o fruto do galho e, na
segunda, corta-se o pedúnculo rente ao cálice. A colheita por
derriça não deve ser realizada.
Deve-se evitar colher frutos nas primeiras horas da
manhã, quando ainda estão túrgidos ou com orvalho ou ainda
molhados de chuva. Frutos com cortes ou qualquer outro tipo
de injúria devem ser descartados ainda no campo. É proibida
a mistura de frutos coletados no chão com os colhidos na
planta. Obrigatoriamente, os frutos colhidos não devem ter
contato direto com o solo, nem exposição direta às
intempéries (sol e chuva, principalmente), e é recomendado
que sejam levados para a empacotadora no mesmo dia da
colheita.

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 Transporte

O transporte até a empacotadora deve ser feito em


veículos e equipamentos adequados, limpos e higienizados.
Frutos da PIC devem ser transportados separadamente,
podendo, em casos restritos, ser transportados juntamente
com frutas de outros sistemas de produção, desde que
devidamente identificados e em embalagens separadas. Dar
preferência a caixas plásticas limpas para evitar
contaminação e danos aos frutos por amassamento. Deve -se
evitar também o pisoteio da carga e a s obrecarga para evitar
contaminação.

 Recepção

Na recepção, os frutos da PIC devem ser


obrigatoriamente identificados e registrados quanto à
procedência para manter a rastreabilidade. Amostras dos
frutos devem ser retiradas para avaliação da qualidade. É
proibido o beneficiamento de frutas da PIC junto com frutas
de outros sistemas de produção. É obrigatória a limpeza e a
higienização dos ambientes e do maquinário antes do
beneficiamento de frutas da PIC.

 Lavagem

Para a lavagem das frutas é obrigatório o us o de


produtos neutros ou específicos para a cultura, ou
sanitizantes recomendados e registrados segundo a legislação
vigente. A qualidade da água deve ser analisada
periodicamente e a água residual deverá ser encaminhada ao
tratamento antes do retorno ao s olo ou ao leito dos rios.

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 Seleção

Descartam-se os frutos danificados mecanicamente, os


frutos verdes, que têm ratio baixo, fraca coloração de suco e
podem gerar sabor estranho e os frutos muito maduros, que
são facilmente afetados por doenças e mais sensí veis aos
danos mecânicos, o que pode gerar sabor estranho e
contaminação do restante da carga.

 Classificação

Muito importante para unificação da linguagem de


mercado. Com ela reduz-se as perdas e consegue -se
melhores preços. A classificação de laranjas, lima ácida
„Tahiti‟ e tangerinas está baseada na cor da casca (escala
visual), diâmetro do fruto (mm) e presença de defeitos e
manchas (%), que vão determinar, respectivamente, a
coloração, a classe e a catego ria do lote. Essas informações
são veiculadas nos rótulos das embalagens.

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 Embalagens

As embalagens e a rotulagem destas devem seguir as


recomendações da instrução normativa conjunta
SARC/ANVISA/INMETRO/009, que estabelece que as
embalagens não devem causar danos aos frutos e devem ter
dimensões que permitam a paletização conforme o PBR –
Palete Padrão Brasileiro, de 1,00 x 1,20 m. Podem ser
recicláveis ou retornáveis. Neste último caso devem ser
limpas e desinfectadas a cada utilização. No caso de
comercialização em sacos, estes devem ser acondicionados
em embalagens que atendam os requisitos de paletização. As
embalagens devem ser armazenadas, obrigatoriamente, em
locais protegidos da entrada de pragas e outros animais,
guardando-se as novas em local separado das usadas.
Todas as embalagens devem ser rotuladas de acordo
com a legislação vigente para identificação do produto e fins
de rastreabilidade. O rótulo deve estar visível ao comprador,
mesmo quando as embalagens estiverem paletizadas,
empilhadas ou em exposição.

 Armazenamento

As condições dependem da variedade, do local de cultivo


e do estádio de maturação do fruto. De modo geral, laranjas
podem ser armazenadas a 5ºC / 90 -95% de umidade relativa
por cerca de dois meses. As tangerinas são conserva das nas
mesmas condições por quatro semanas. A lima ácida „Tahiti‟
conserva-se a 10ºC / 90-95% U.R. por quatro semanas.
Tratamentos fungicidas, filmes plásticos e cera auxiliam no
prolongamento da vida útil pós -colheita dessas frutas.

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Temperaturas mais ba ixas que as recomendadas podem


ocasionar injúrias pelo frio, que geram manchas de coloração
vermelha ou marrom e depressões na casca. A umidade
relativa também deve ser controlada para que não favoreça a
incidência de doenças quando muito alta ou a excessi va perda
de peso quando estiver baixa. Obrigatoriamente deve -se
proceder à limpeza e higienização das câmaras, registrando
as operações no caderno pós -colheita.

 Boas Práticas

Para cuidar da qualidade da fruta é preciso cuidar das


estruturas e das pessoas que as manipulam. As Boas Práticas
são um conjunto de procedimentos que contribuem para o
conforto do trabalhador, sua saúde e a higiene dentro do
sistema de produção. Na Produção Integrada de Citros é
recomendável a implementação de Boas Práticas na fazend a,
bem como do sistema de monitoramento da qualidade
chamada de APPCC – Análise de Perigos e Pontos Críticos de
Controle – também conhecido como PAS – Programa
Alimentos Seguros.

0 9 . C O M E R C I AL I Z AÇ Ã O

A comercialização pode ser realizada em caixas com


capacidade para 27,5 kg, classificadas de acordo com o
número de frutos por caixa, em:
A – menos de 144 frutos por caixa;
B – de 145 a 192 frutos por caixa;
C – de 193 a 200 frutos por caixa.
Caixas com mais de 200 frutos não atingem o padrão
para o comércio in natura.

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O valor das caixas tipo A é 50 a 150% maior que o valor


das tipo C, portanto é mais vantajoso para o produtor
e n c a i x o t a r s e u s f r u t o s e m c a i x a s t i p o A, e m m a i o r p r o p o r ç ã o .
Para isso, o pomar deve estar em bom estado nutricional e
fitossanitário.
Nos grandes centros é comum os frutos serem
embalados em caixas de papelão pequenas ou sacolas
plásticas contendo um pequeno número de frutos (4, 6, 12 ou
24 frutos).
A região Nordeste é a segunda maior produtora de citros
no Brasil, ficando atrás apenas da região Sudeste, onde está
localizado o Estado de São Paulo, que é historicamente o
maior produtor nacional. Os estados da Bahia e Sergipe são
os principais produtores da região Nordeste, mas ainda têm
um longo caminho a percorrer em termo s de adoção de
tecnologia e organização do produtores.
A maior parte da produção é destinada à indústria de
suco, especialmente aquelas localizadas no Estado de São
Paulo, sendo também parte processada na própria região, o
que explica a concentração da pro dução na variedade Pêra -
típica de uso industrial.
A produção que não segue para a indústria, é
direcionada principalmente para as CEASAS e Feiras Livres.
Os frutos de melhor qualidade seguem para as grandes redes
de supermercados e sacolões.
No processo de comercialização da região Nordeste
ainda é comum a presença de um grande número de
intermediários, já existindo também casos isolados de venda
direta às grandes redes de supermercados. Nesse último
caso, qualidade e regularidade do produtos são os princ ipais
requisitos.
Com relação à comercialização da lima ácida tahiti, ou
limão tahiti, há uma diferenciação no destino destes frutos

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comparado com a laranja, isto porque estes frutos tem tido


grande demanda por parte de mercados internacionais. A
exportação tem crescido muito, e várias empresas
exportadoras tem sido instaladas no Nordeste. Por esta razão,
só no ano de 2003 foram montadas na Bahia seis
empacotadoras (packing-house), para beneficiar estes frutos.
É importante salientar que os frutos não expor tados seguem o
mesmo caminho da laranja.

1 0. P RI N CI P AI S DO E NÇ AS

 Estiolamento (damping-off)

Esta é considerada a principal doença de sementeiras.


Ela pode ser causada pelos fungos R h i zo c t o n i a solani,
Pythium aphanidermatum, Phytophthora citrophthora, P.
nicotianae var. parasitica ou Fusarium spp. A maioria das
sementes apodrecem e não germinam. As que conseguem
germinar formam plantinhas com folhas amareladas, murchas,
seguindo-se um apodrecimento na região do colo, próximo à
linha do solo, provocando seu tom bamento e morte. Como
medidas preventivas, tratamento do solo com com Dazomet na
dosagem de 2,5 kg por 100 k de solo. Neste caso deve -se
esperar por um período de 3 a 6 meses antes de se fazer a
semeadura. As sementes devem ser tratadas pelo calor
o o
submentendo-as a 51 C-52 C durante 10 minutos ou pelo
tratamento químico com Apron 3 gramas por quilo de
sementes ou captan, 4 g/k se sementes. Como tratamento
preventivo do solo para preparo de mudas em vasos,
recomenda-se o uso de Quintozene na base de 400g/m 3 de
solo. Nas sementeiras conduzidas em tubetes, e sob rigoroso
controle em telados com proteção antiafídica, a utilização de
substratos artificiais sem patógenos isenta da necessidade de
controle.

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Em caso do ataque ser pós -emergente e ocasionado pelo


f u n g o R h i zo c t o n i a u s a m - s e p r o d u t o s à b a s e d e P C N B n a
dosagem de 300g para 100 l de água, aplicando -se 2 litros por
metro quadrado de canteiro. Caso o ataque seja ocasionado
por Pythium ou Phytophthora usar fosetyl -Al na dosagem de
250g/100 l de água pulverizan do as plantinhas até o ponto de
escorrimento. Em ambos os casos as plantinhas doentes
devem ser retiradas da sementeira.

 Gomose

A gomose de Phytophthora é causada pelos fungos P.


parasitica e P. citrophthora.
Os sintomas podem variar dependendo da espécie ou
cultivar de citros, da idade da planta, dos órgãos onde ocorre
o ataque ou das condições ambientais prevalecentes. Em
viveiros, o fungo pode atacar os tecidos da região do colo das
plantinhas, com lesões deprimidas de cor escura que
aumentam de tamanho e acabam provocando a morte das
mudas. O fungo pode ainda infectar sementes e causar
podridões antes mesmo da germinação.
Em plantas adultas os sintomas incluem: exsudação de
goma, escurecimento dos tecidos localizados abaixo da casca,
sintomas reflexos da parte aérea, como clorose intensa das
folhas correspondendo ao lado do tronco ou das raízes
principais onde ocorrem as lesões. Os frutos mais próximos
ao solo podem ser contaminados apresentando podridão seca
de cloração marrom -parda que apresentam forte cheiro acre.
Para controlar a gomose , recomenda -se utilizar porta -
enxertos que apresentem alguma resistência aos fungos (
Tangerina Sunki, Citranges, Citrumelos e Poncyrus trifoliata ) ;
evitar solos pesados e mal drenados; enxertar as plantas a
uma altura de 30 a 40 cm do solo; evitar o acúmulo de

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umidade e detritos junto ao colo das plantas; evitar


adubações nitrogenadas pesadas e presença de esterco e
terra, amontoados junto ao colo; podar os galhos inferiores a
80 cm evitando, principalmente a podridão de frutos; pincelar
o tronco e a base do ramo com um fungicida preventivo ou
pasta bordaleza antes do início da estação chuvosa; evitar
ferimentos durante os tratos culturais; inspecionar
regularmente os pomares, examinando a região da base do
tronco (em todo o pomar) e raízes laterais principais (nas
plantas da área foco).
Como tratamento curativo recomenda -se o pincelamento
dos troncos com pasta bordaleza (1:1:10) ou fosetyl -Al (4,8g
i.a./L) após a cirurgia localizada para retirar os tecidos
lesionados, pulverizar a copa com o mesmo produto na
dosagem de 2g i.a./L, combinando -se esse tratamento com a
aplicação no solo de Metalaxil (60g./planta adulta). As
aplicações em número de 3 devem ser feitas no início e
durante o período chuvoso do ano, quando as co ndições
ambientais são mais favoráveis ao fungo.

 Cancro do tronco do limão Tahiti

A doença afeta principalmente o limão Taiti, é de


ocorrência recente, porem tem caráter destrutivo, chegando a
matar a planta em poucos meses.
Os sintomas se caracterizam po r um amarelecimento
localizado ou generalizado da copa, reflexo da destruição dos
vasos de condução de seiva causado por uma lesão que se
inicia próximo ao local da copa/porta -enxerto e que evolue
apenas para os tecidos do limão taiti, não afetando os teci dos
do porta-enxerto. A lesão inicialmente apresenta -se com
áreas escurecidas na casca. Fazendo -se uma raspagem
observa-se que os tecidos mais internos estão apresentando

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uma podridão úmida de cor marrom e de contornos


irregulares. Com o progresso da área afetada, aparece
excessiva exsudação de goma, o que tem confundido a
doença com a gomose causada por Phytophthora. Os ramos
mais finos, ocasionalmente também podem apresentar
infecções, com abundante exsudação de goma. Quando a
lesão circunda totalmente o tronco, a planta torna -se
completamente amarelada, as folhas caem e a planta morre.
Como medidas de controle recomenda -se a poda de
todos os ramos afetados e aqueles mais baixos e pendentes
em direção ao solo. Nas lesões de tronco, delimitar a área
afetada, cortar toda a casca apodrecida e cinco centímetros
de tecidos sadios em volta dela. Em seguida raspar o lenho
exposto até eliminar toda a secreção existente e aplicar pasta
bordaleza (1:1.10). Nestas árvores e em todas as demais,
mesmo sadias, num raio de 30 metros, aplicar em
pulverização, com um fungicida sistêmico do grupo dos
triazois, repetindo três vezes a cada 20 dias. Todo o material
podado deve ser retirado do pomar e queimado.

 Verrugose

Dentre as doenças das plantas cítricas, a verrugose é a


mais frequente tanto em sementeiras e viveiros como em
pomares, afetando somente frutos de laranjas doces.
A doença pode ser causada por três espécies de fungos:
na laranja Azeda, pomelos, limões verdadeiros, limão Cravo,
Volkameriano, Rugoso é causada pelo fungo Sphaceloma
fawceti; em tangerinas é causada por S. fawceti var. scabiosa,
nestes casos afetando folhas ramos e frutos e nas laranjas
doces afetando somente os frutos e causada por S. australis.
Quando a verrugose aparece nas sementeiras e viveiros,
afetando os principais porta -enxertos utilizados na

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citricultura, os tecidos jovens são preferencialmente


atacados, causando deformações em folhas e ramos novos
com lesões salientes e ásperas. Os sintomas iniciais nas
folhas ainda transparentes são pequenas manchas pontuais
brilhantes e aquosas. O controle neste caso pode ser feito de
preferência preventivo, iniciando -se com o aparecimento das
primeiras brotações com benomil (50 g/100 L de água). 30
dias após, aplicar oxido cuproso (100 g/100 L de água) ou
oxicloreto de cobre em dosagens que variam de 150 -300g/
100L de água, conforme a marca comercial utilizada. Uma
terceira aplicação com benomil pode ser repetida, de quatro a
oito semanas após ou no caso novas brotações apresentarem
os sintomas iniciais.
Em pomares, no caso da verrugose das laranjas doces, o
fungo afeta somente os frutos durante os 3 primeiros meses
de vida, sendo que as lesões no fruto maduro serão maiores
quanto mais cedo o fruto for atacado. As lesões são
corticosas, salientes e irregulares, medindo em torno de 1,0 a
3,0 mm de diâmetro podendo agruparem -se prejudicando
grandes áreas do fruto. Neste caso, o período mais importante
para o controle é na floração, na fase de frutos chumbinho,
(em início de formação). Por essa razão recomenda -se a
primeira aplicação preventiva quando 2/3 das pétalas tiverem
caído com um fungicida sistêmico do grupo dos triazois, e
uma segunda aplicação 20 a 30 dias após a primeira, ou mais
cedo se o período for chuvoso com um produto à base de
cobre (oxido cuproso 100 g/ 100 L de água ou oxicloreto de
cobre 150-300 g/ 100 L de água) ou mancozeb (250g/ 100 L
de água ).
Como o uso de fungicidas pode favorecer o aparecimento
de cochonilhas, recomenda -se a adição de óleo emulsioná vel
à calda fungicida nas dosagens recomendadas. As aplicações
em mistura com óleo mineral emulsionável não devem ser

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feitas sobre os frutos já desenvolvidos para evitar sintomas


fitotóxico de mancha estrelada.

 Cancro cítrico

Cancro cítrico é uma doença causada pela bactéria


Xhantomonas axonopodis pv. citri que provoca lesões nas
folhas, frutos e ramos e, consequentemente queda de folhas
frutos e de produção.
Os sintomas nas folhas iniciam pelo surgimento de
manchas amarelas, pequenas que aos poucos cresce m
transformam-se em lesões corticosas, salientes, localizadas,
na mesma região da folha, nos dois lados. Com o
envelhecimento da lesão aparece um bem delineado halo
amarelo em sua volta. Nos ramos as lesões são crostas
salientes de cor parda, semelhantes à das folhas, porem
agrupadas, recobrindo extensas áreas. Nos frutos os sintomas
são inicialmente superficiais, com lesões necróticas salientes
que provocam o rompimento da casca, possibilitando a
entrada de outros microorganismos que irão acelerar a
podridão.
A prevenção é a melhor arma contra o cancro cítrico e
deve ser feita já na implantação ou renovação do pomar, com
mudas sadias, e plantio de quebra ventos. Os cuidados devem
ser redobrados durante a colheita. Essa época é a mais
favorável para a disseminação da doença por causa do
intenso trânsito de pessoas e materiais dentro da
propriedade. A bactéria pode sobreviver na madeira, plástico,
metal e tecido. As medidas preventivas devem começar com
uma rigorosa inspeção dos pomares. A muda deve ser
adquirida de viveiros conduzidos em telados com proteção
contra insetos; o controle da larva minadora deve ser feito de
modo eficiente sempre que no talhão, 50% das plantas

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apresentem brotações novas; as escadas e sacolas e caixas


devem ser devem ser desinfestad as.

 Amarelinho ou clorose variegada dos citros – CVC

Desde a sua constatação em 1987, a clorose variegada


dos citros - CVC ou amarelinho, passou a ser a doença mais
importante da cultura dos citros, causando um prejuízo anual
de 100 milhões de dólares.
A doença é mais severa em plantas jovens, que passam
a produzir frutos pequenos, duros, com acidez excessiva e
pouco suco, imprestáveis para a comercialização.
O agente causal é a bactéria, Xilella fastidiosa, que vive no
lenho da planta. A planta afetada apr esenta nas regiões
mediana e superior da copa uma clorose foliar semelhante a
deficiência de zinco, porém quando as folhas amadurecem,
surgem pequenas pontuações de cor marrom claro na sua face
inferior em correspondência as áreas amareladas da face
superior. Com a continuação estas lesões tornam -se
necróticas, de coloração marrom escuro e ligeiramente
salientes.
A doença causa redução no tamanho dos frutos que se
tornam endurecidos e amadurecidos precocemente. O
desenvolvimento anormal dos frutos favorece a incidência de
rachaduras na casca, queimaduras de sol tornando -os
imprestáveis para a comercialização.
Esta doença afeta todas as variedades de laranja doce, Pera,
Natal, Hamlin, Bahia, Baianinha, Valencia, Folha Murcha,
Barão, independente do porta -enxerto utilizado. Não tem sido
visualizados sintomas em tangerineira Poncam Mexerica, em
limões verdadeiros, tangor Murcotte e lima ácida Galego que
apesar de assintomáticas podem ter a bactéria em seus
tecidos.

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A disseminação da doença se dá por meio de inse tos


como as cigarrinhas específicas da planta cítrica. A dispersão
da bactéria para médias e longas distâncias de um foco inicial
é feita através da comercialização de mudas contaminadas.
Como medidas de controle recomenda -se: plantio de
mudas sadias adquiridas em viveiros registrados, evitando a
comercialização de mudas provenientes de regiões
contaminadas; manter o pomar com as ruas limpas e o mato
baixo nas entrelinhas; realizar inspeções periódicas nos
pomares para determinar a presença de cigarrinhas e focos
iniciais da doença. Plantas com menos de quatro anos com
frutos pequenos, tornam -se irrecuperáveis; efetuar poda de
ramos, cerca de 50 e 70 centímetros à partir da última folha
inferior com sintomas; nos viveiros, utilizar inseticidas, com
aplicação quinzenal, no período em que as plantas estiverem
emitindo novas brotações; os viveiros devem ser instalados
cerca de 200 metros dos pomares cítricos;

 Tristeza

Doença causada por um vírus que circula na seiva da


planta tem como maior agravante a sua dist ribuição pelas
mudas e por um inseto vetor o pulgão Toxoptera citricidus . Os
sintomas de nanismo, hipertrofia foliar e caneluras nos
tecidos do lenho da planta são mais fortes ou mais fracos em
função dos diferentes tipos do vírus que podem estar
atacando as plantas.
O controle é feito pela retirada do vírus da planta mãe e
multiplicação das mudas a partir deste material sadio. Como a
doença é transmitida por um inseto é recomendável sempre
plantar mudas sadias e premunizadas com tipos fracos destes
virus. Viveiristas credenciados dispõem deste material obtido
pelos orgãos de pesquisas.

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 Rachadura dos frutos

Em determinados períodos do ano observa -se com


freqüência, rachaduras em frutos verdes ou em fase de
maturação, que são associadas a problemas de desequilíbrio
hídrico e presença de fungos oportunistas. A lesão surge
quando ocorrem chuvas após um período de es tiagem
prolongada. Nesta ocasião a polpa se expande em função do
fluxo repentino de seiva e a casca, incapaz de acompanhar a
dilatação, sofre uma forte pressão que resulta na ruptura do
fruto em pontos menos resistentes. Próximo às rachaduras
encontra-se associado um fungo do gênero Alternaria.
O controle das irregularidades do clima utilizando a
irrigação já é um passo para diminuir as rachaduras. Nas
áreas irrigadas a manutenção da umidade do solo em níveis
adequados e a umidade do ar entre 70 -75% podem reduzir
consideravelmente o distúrbio. Outras medidas de controle
podem ser recomendadas, tais como: manter o solo livre da
concorrência do mato e, se possível utilizar uma cobertura
morta, a fim de conservar a umidade e evitar grandes
variações no teor de água.

 Bolores

A nomeação desta doença se deve ao fato de que os


fungos causadores, do gênero Penicilium, recobrem os tecidos
dos frutos com espessas massas de esporos, causando uma
podridão mole. Os sintomas aparecem na fase final de
maturação e durante as fases de armazenamento e transporte.
Há dois tipos de bolores, o azul e o verde.

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 Controle de pragas e doenças

As principais medidas preventivas para o controle de


pragas e doenças são: manter o pomar saudável para
obterem-se plantas mais resistentes, impedir ao máximo a
entrada de pragas e vetores de doenças no pomar. A
aquisição de mudas contaminadas, empréstimo de
implementos e visitas ao pomar, sem que haja a desinfecção,
são umas das principais portas de entradas para doenças.
O uso de defensivos deve ser indicado por um técnico
responsável e deve -se seguir à risca as recome ndações de
dosagem e forma de aplicação. O uso de EPI – Equipamentos
de Proteção Individual é obrigatório, pois o aplicador que não
o usa põe sua saúde em risco e o responsável pela
propriedade pode ser criminalmente responsabilizado em caso
de acidentes.
Para que o produtor tenha uma noção das pragas e
doenças que afetam os citros e a principais medidas de
controle, devem -se observar os quadros 1 e 2 a seguir.

Curso Técnico em Fruticultura – Cultura dos Citros Página 41


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à
Educação Profissional

Curso Técnico em Fruticultura – Cultura dos Citros Página 42


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à
Educação Profissional

1 1. LI TE R ATU R A C O NS U L T AD A

C u l t i v o d o C i t r o s . J o s é A l t i n o M a c h a d o F i l h o / O s v a l d o K i yo s h i
Yamanishi / Marcelo Mencarini Lima.

Citricultura Sem Sementes no Nordeste para Exportação.


Antônio Sanchotene Gonçalves - 10ª Semana Internacional da
Fruticultura, Floricultura e Agroindústria.

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br
http://www.todafruta.com.br/portal
http://www.portaldoagronegocio.com.br
http://falandodelaranja.blogspot.com
FONFRIA, Manoel Augusti et ali, Laranja, Limão e Tangerina:
Técnicas comprovadas para produção de frutos de primeira
qualidade. Cinco Continentes, 1996, 102 p.

CUNHA SOBRINHO, P., et ali, Instruções Praticas Para o


Cultivo de Citros. Cruz das Almas : EMBRAPA-CNPMF
(Circular interna).

RAMOS, Jose Darlan : Fruteiras de Clima Subtropical.Lavras :


UFLA, 1997. 147 p.

DONADIO, Luiz Carlos, et ali, Seminário Internacional de


Adubação. Campinas: Fundação Cargill, 1996. 236 p. il.

SIQUE IRA, D. L., MACHADO FILHO, J. A. Cultura dos Citros:


Texto pratico sobre citricu ltura para semana do fazendeiro.
Viçosa : UFV, 1998, 2a ed. (Mimeografia).

Curso Técnico em Fruticultura – Cultura dos Citros Página 43


Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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