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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO


DE FRUTAS TROPICAIS NO ESPÍ RITO SANTO

Introdução
Panorama Geral
A Fruticultura tropical no Espírito Santo
A Evolução da fruticultura
Condições Naturais de produção
Proposta TECNEM
Síntese dos Principais Desafios Fitossanitá rios e Respostas Tecnoló gicas
Comercialização
Panorama da Cadeia Produtiva
Considerações Finais e Sugestõ es de Capacitação Tecnoló gica
Referê ncias Bibliográ ficas
Anexo I
Anexo II

INTRODUÇÃO

O present e t rabalho const it ui- se no relat ó rio final do proj et o: Cadast ro das Em presas Export adoras de Frut as
e Diagnóst ico das Condições de Produção e Export ação de Frut as Tropicais no Espírit o Sant o, desenvolvido
pelo SEBRAE/ES em parceria com a F.C.A.A. (Fundação Ceciliano Abel de Almeida) e UFES - Departamento de
Economia.
Objetivou- se a ident ificação e elaboração de um cadast ro dos agent es econô m icos at uant es na cadeia de
produção e export ação de frut as no Espírit o Sant o e a elaboração de um diagnóst ico das condições de
produção e export ação de frut as no Est ado com o int uit o de subsidiar a definição de est rat é gias de longo
prazo para a am pliação da part icipação das export ações de frut as frescas nos m ercados int ernacionais dest es
produtos.
Foram selecionadas, no â m bit o dest e est udo set e frut as t ropicais ( abacaxi, abacat e, banana, coco, goiaba,
mamão e m aracuj á), a part ir dos crit érios de im port ância econôm ica e experiência ident ificada em operações
de export ação. As frut as selecionadas funcionariam , port ant o, enquant o obj et o de est udo pilot o generalizá vel
em t erm os de pot encialidades de at ingim ent o de m ercado ext erno a out ras variedades da frut icult ura t ropical
no Espírito Santo.
Enquanto principais conclusões a pesquisa apresenta:

1 - Três passos são básicos para se empreender (Penrose, 1997):

a. Ser capaz de visualizar oportunidades;


b. Dispor- se a dispender esforço físico e recursos para aproveitar tais oportunidades;
c. Capacitar- se para o aproveitamento destas oportunidades, o que requer um processo contínuo de
aprendizado e atualização.

Est e t rabalho obj et iva cont ribuir para a cat alização do em preendedorism o na frut icult ura t ropical de
exportação ao explicit ar as principais oport unidades present es nos m ercados ext ernos; ao est im ular a
predisposição dos agent es econô m icos para invest ir nessas oport unidades e; finalm ent e, ao salient ar que a
atuação nos com plexos m ercados ext ernos de frut as frescas exige profissionalism o e, port ant o exige,
informação e treinamento sobre produção e operacionalização de exportações de frutas frescas;

2 - As previsões dos organismos internacionais para a Economia Internacional em 1999 são de crescimento
ainda que a taxas inferiores às verificadas em 1998, conforme ilustrado a seguir:

a. OCDE – Previsão de crescimento dos Países Industrializados de 1,7% em 1999 contra 2,2% em 1998;
b. Para a denominada EUROLÂNDIA (Alemanha, França, Itália, Espanha, Holanda, Bélgica, Áustria,
Portugal, Irlanda e Luxemburgo) as projeções são de crescimento de 2,5% contra 2,9% em 1998;
c. A Organização Mundial de Comércio (OMC) prevê um crescimento do comércio mundial de 4,3% em
1999;
d. Especificamente para o mercado de frutas tropicais, a FAO projeta um crescimento de 40% no período
1995- 2005, com uma taxa anual de 3,5% a.a., representando uma expansão desse mercado em cerca
de US$ 600 milhões, nesse período.

1. Reforçando as previsões de crescimento dos mercados internacionais de frutas frescas identificam- se


novas tendências em curso em nível global, duas das quais influenciam diretamente as estruturas de
demanda e de oferta de frutas, a saber:
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a. Acentua- se a preferência por produtos naturais e saudáveis cujo consumo prioriza a redução do
conteúdo calórico; o emagrecimento e/ou melhoria da disposição física. Nesse contexto,
progressivamente tem sido valorizado o consumo de Frutas e Verduras Frescas, estimulando a demanda
por estes produtos;
b. Promovendo alterações nas condições de produção de frutas, identifica- se uma tendência mundial de
valorização da denominada PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL, implicando em exigências de baixo uso de
pesticidas, comercialização em embalagens recicláveis e industrialização não poluente.

3 - A fruticultura no Espírito Santo apresenta potencialidades concretas de expansão visando à exportação e


mercados internos; porém, tais potencialidades não se concretizarão de forma espontânea fazendo- se
necessária uma ação integrada das iniciativas privadas e governamentais com vistas a aumentar o grau de
profissionalismo e planejamento desse agronegócio;

4 - O Espírito Santo está fora de compasso em termos de políticas públicas se comparado aos estados que o
circunvizinham: Rio de Janeiro (Pólo Agroindustrial para a Região Norte Fluminense), Minas Gerais (Programa
Mineiro de Incentivo à Fruticultura) e Bahia e demais estados do Nordeste (Programa de Apoio e
Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste) que se encontram implementando programas
arrojados de desenvolvimento da fruticultura em seus territórios; fazem- se necessárias gestões para a
extensão dos recursos e condições preferenciais de crédito alocados para o Nordeste brasileiro e norte
fluminense, também para o Espírito Santo;

5 - Para o planejamento profissional da fruticultura tropical torna- se urgente a elaboração de um Zoneamento


de Aptidão Edafo- climática para a Fruticultura Tropical no Espírito Santo; tecnicamente criterioso e atualizado;
recomenda- se que tal iniciativa seja associada a um zoneamento e diagnóstico dos recursos hídricos estaduais
especialmente urgente para o norte do Estado.

6 - A fruticultura figura enquanto uma opção singular para a geração de renda e emprego. O custo de geração
por unidade de emprego é dos mais baixos na economia e sua capacidade de resposta é rápida. Gera- se por
hectare na fruticultura uma média de 4 (quatro) empregos diretos. No limite mínimo desse espectro encontra-
se a cultura do coco anão, com estatísticas definitivas ainda não detalhadas, seguido do mamão que em
plantios com manutenção de áreas em pousio gera 1 (um) emprego por hectare. No limite máximo figura a
cultura do morango, não objeto desse projeto, o qual segundo informações de literatura e de técnicos
consultados gera até 6 (seis) empregos diretos/hectare.

As cult uras selecionadas ocupavam em 1998, de acordo com I BGE/ LSPA 1998, um t ot al de 46.044 ha
no Espírit o Sant o gerando um a est im at iva de 161.164 em pregos diret os nest as at ividades. Em t erm os
de m ercado há possibilidades de proj et ar - se para os próxim os anos, m et as para pelo m enos dobrar - se
est a produção. Salient a- se, ent ret ant o, que a cult ura que ocupa a m aior área dent re as cult ur as
selecionadas ( banana – 23.494 ha) , represent a exat am ent e a que apresent a m aiores desafios para
ocupação de posições nos mercados externos, em decorrência da necessidade de readequação dos tipos
de variedades em cult ivo; t écnicas de produção ( redundando em reduções de cust o e ganhos de
produt ividade) e inclusão nos circuit os exportadores. Em cont rapartida as demais cult uras t êm
possibilidades firm es de expansão e out ras cult ur as não englobadas nest e est udo t am bém despont am
com boas possibilidades em t erm os de export ação, t ais com o: m orango, t angerina Ponkan, m anga,
inhame e gengibre, por exemplo. Adicionalmente começarão a se int ensificar export ações de
macadâmia cujos plantios atingem no momento a fase de colheita.

Especialm ent e no cont ext o de crise e desem prego crescent e na indústria e serviços as opções presentes
na frut icult ura de export ação e m ercado int erno revest em - se de carát er est r at égico na m anut enção e
geração de emprego e renda na economia;

7 - Ações tecnológicas por cultura selecionada e para o conjunto das cadeias produtivas são necessárias para
transformar o potencial exportador da fruticultura estadual em exportações efetivas e bem sucedidas.
Exigindo medidas que englobam capacitação agronômica em termos de uso do solo, recursos hídricos, acesso
a sementes e mudas certificadas, treinamento sobre controle fitossanitário de pragas e doenças, treinamento
gerencial, acesso a informações mercadológicas, treinamento sobre procedimentos das operações de
exportações, treinamento de técnicas de pós- colheita e frigorificação, informações sobre os agentes na
cadeia, informações sobre prospecção de mercados, detalhamento de normas e procedimentos de acesso aos
principais mercados externos e adequação das fontes e acesso a financiamentos à produção e exportação de
frutas.

8 - O mercado internacional de frutas tropicais encontra- se com boas perspectivas. Apresentando demanda
firme, seu suprimento não tem sido efetuado de forma adequada pela fruticultura capixaba por insuficiência
de oferta. Não tem havido frutos com a qualidade requerida para o suprimento de demanda externa. Mostra-
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se necessária a concentração de esforços voltados para a MELHORIA DA QUALIDADE DAS FRUTAS produzidas
no Espírito Santo.

Embora centrando a análise nas exportações de frutas tropicais, recomenda- se que tal estratégia figure
enquanto elemento central de uma ESTRATÉGIA INTEGRADA PARA A FRUTICULTURA baseada no seguinte
tripé:

a. Frutas frescas de alta qualidade para a exportação;


b. AGROINDÚSTRIA – com detectado potencial imediato para a exportação de polpas de frutas;
c. Frutas frescas para o Mercado Interno.

A pot encialidade de expansão da frut icult ura t ropical de export ação no Espírit o Sant o assent a- se em alguns
requisitos básicos presentes no Estado, quais sejam:

a. A disponibilidade de condições naturais propícias;


b. A experiência de empresários pioneiros que têm explorado mamão com sucesso;
c. A existência no Estado de empresas com know how em atividades exportadoras, embora não operando
especificamente com fruticultura;
d. A existência de agricultores com cultura arraigada na produção de algumas destas culturas, cujo
exemplo mais notável é o abacaxi;
e. A localização geográfica e o potencial da infra- estrutura logística.

O que falt a para t r ansform ar o pot encial das Export ações de Frut as em realidade bem sucedida no Espírito
Santo é int egrar ações, gerar e difundir inform ações, capacit ar os agent es econôm icos e sist em as logíst icos e
desenvolver uma cultura exportadora profissional ao longo da cadeia.

O desenvolvimento de uma cultura exportadora significa entender:

a. As exportações também como forma de capacitação para atuar no mercado interno;


b. A exportação como estratégia complementar e não conflitante ao suprimento do mercado interno;
c. Que exportar é investimento de longo prazo, que exige regularidade e persistência;
d. Que exportar com eficiência exige treinamento, profissionalismo e práticas de cooperação ao longo da
cadeia.

Mostra- se importante transformar a desenvolvida infra- estrutura logística existente no Espírito Santo em
instrumento efetivo de viabilização das exportações de frutas pelo Estado. A logística portuária permanece
para a fruticultura apenas enquanto potencial. Os principais problemas a superar referem- se a fluxo de navios
e domínio de técnicas de frigorificação. As exportações de frutas do Espírito Santo processam- se quase que
exclusivamente por via aérea utilizando- se dos aeroportos do Galeão (Rio de Janeiro) e Viracopos (Campinas).
Esforços no sentido de viabilizar exportações a partir do aeroporto de Vitória revestem- se de grande
importância.
Encontra- se em fase experimental o vôo internacional da Lanchile na rota Miami x Vitória x Campinas x
Santiago x Miami, viabilizando importações diretamente para o Estado. Para a exportação de frutas,
entretanto, esta rota ainda não viabiliza as transações. Seria necessária a contratação de fretes, preços em
torno de US$ 0,50 por kilo. As negociações referentes a este vôo atingiram um valor mínimo de US$ 0,70 por
kilo, inviabilizando as exportações. Fator explicativo para a não redução das tarifas reside, provavelmente,
nas possibilidades da empresa aérea de compor a carga com tarifas elevadas em Santiago com destino a
Miami. Para viabilizar as exportações aéreas por Vitória faz- se necessário, portanto, concentração de esforços
para a criação de rotas alternativas interligando Vitória a Miami, sem escala no Chile e a criação de pelo
menos um vôo com destino à Europa.

PANORAMA GERAL

O m er cado m undial de frut as m ovim ent a cifras em t orno de US$ 20 bilhões de dólar es, 90% ( novent a por
cent o) dos quais at ravés do com ércio de frut as t em peradas e 10% ( dez porcent o) em frut as t ropicais.
Adicionando- se a cont r ibuição do valor das frut as processadas est a cifra se eleva para cerca de US$ 55
bilhões ( Pinazza, 1999) , o que revela a m agnit ude do agronegócio em frut icult ura. Adicionalm ent e ressalt a- se
que o mercado mundial de frutas tem apresentado uma trajetória de crescimento constante desde o início dos
anos 80 conforme ilustra o grá fico 1.
Estatíst icas m ais m odest as são apr esent adas por consult or es da frut icult ura. Para est es o t am anho do
m ercado int er nacional de frut as é de 12,5 bilhões, m ovim ent ando 32,7 m ilhões ( t rint a e dois m ilhões e
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set ecent os m il) de t oneladas de frut as fr escas ( Gayet ,1999) . Est es dados, ent ret ant o, par ecem apresent ar
certa dissintonia com as estatísticas da FAO.
O Brasil figura nas est at íst icas int ernacionais para 1997 com o o t erceiro m aior produt or m undial de frut as
( 37,1 m ilhões de t oneladas) . Superado pela China e pela Í ndia com 52,4 e 37,76 m ilhões de t oneladas
respect ivam ent e. Em quart a posição encont r am - se os Est ados Unidos com um a produção de 31,8 m ilhões
( FAO, 1997 apud Monerat , 1998) conform e explicit ado na Ta be la 1 . A com posição da produção m undial de
frutas por sua vez encontra- se na Tabela 2.
Apesar da expressividade brasileira em t erm os de produção, a exem plo dos países que o ant ecedem no
ranking de produt ores, a part icipação do Brasil no m ercado m undial de frut as é irrisória, not adam ent e em
decorrência de quat ro fat ores básicos: 1) Com põem t ais est at íst icas produções não com erciais espalhadas
pelo vast o t errit ório nacional; 2) A m agnit ude do m ercado int erno é elevada e t am bém ainda se encont ra
subexplor ada em t erm os de pot encial de com ércio pelos fr ut icult or es; 3) O m ercado int ernacional de frut as
estrutura- se e caract er iza- se basicam ent e volt ado para o hem isfério nort e onde hábit os cult urais e de cult ivo
privilegiam de form a expressiva a frut icult ura t em perada t ípica dos países ali sit uados; 4) finalm ent e, e m ais
im por t ant e, a frut icult ura no Brasil, com r aras exceções pont uais, não se encont ra profissionalm ent e
estruturada e tecnologicamente capacitada para explorar as potencialidades existentes no sofisticado mercado
int ernacional de frut as " in nat ura" . Sofist icação que, em t erm os de qualidade do produt o, reside na
combinação de aspect os com o fit ossanidade; apar ência; sabor e preço. Em decorrência da per ecibilidade do
produt o a export ação de frut as frescas exige eficient e logíst ica de t r ansport e e dom ínio de t écnicas de
refrigeração.
O Brasil é o m aior produt or m undial de frut as t ropicais, as quais dest inam - se em sua m aior part e ao
abastecimento do mercado interno. A expansão das exportações de frutas tropicais, exige esforço adicional de
divulgação e m arket ing int er nacionais, de form a a expandir m ercados hist oricam ent e dom inados pela
fruticult ura t emperada. Entret ant o, a despeito dessas dificuldades, est á no m ercado de frut as t ropicais as
principais projeções de crescim ent o de dem anda em decorr ência do reforçam ent o de valores cult urais de
consum o de frut as frescas e hor t aliças ( na Europa e t am bém nos EUA) , e à abert ura dos hábit os de consum o
em experim ent ar- se frut as m enos conhecidas naqueles m ercados. As proj eções de crescim ent o do m ercado
mundial de frutas t ropicais elaboradas pela FAO é de 40% para o período 1995- 2005, conform e j á
mencionado.
A produção brasileira de frut as é diversificada, ent ret ant o, m uit o aquém das possibilidades que a diversidade
de solos e clim as, est rut ura de renda e hábit os de consum o disponibilizam . A com posição da frut icult ura
brasileira encontra- se compilada na Tabela 3.

Tabela 1 – Frutas, Principais Produtores em 1997.

País Área Plantada Produção (1000 % do Total


(1000 há ) toneladas)
China 9423,5 52405,8 12,2
Brasil 2438,9 37764,7 8,8
Í ndia 3368,1 37129,8 8,6
Estados Unidos 1275,8 31887,1 7,4
Itália 1431,8 15655,6 3,6
Espanha 1923,9 14009,5 3,3
México 1004,3 12615,5 2,9
Tailândia 643,2 7139,2 1,7
Chile 256,2 3884,5 0,9
Israel 68,2 1584,0 0,4
Total 21833,9 214075,7 49,8
Total Mundial 47918,9 429447,0 100,0

Fonte: FAO, 1998. apud por Celso Monerat, 1999.

Tabela 2 – Principais Produtos da Fruticultura Mundial, 1996

Produto Produção % sobre Total


Tropicais
(1000 toneladas)
Frutas Cítricas 94513,9 22,1 *
Bananas + plantains 88202,1 20,6 *
Uvas 59643,7 13,9
Maçãs 56132,9 13,2
Cocos 48803,4 11,4 *
Mangas e Maracujá 23036,3 5,3 *
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Pêras 13513,6 3,1
Abacaxis 12384,3 2,8 *
Pêssego e Nectarina 11268,5 2,6
Ameixas 8251,9 1,9
Mamão 5011,3 1,1 *
Tâmara 4692,9 1,1
Damasco 2462,2 0,6
Abacate 2320,6 0,5
Caqui 1795,3 0,4
Cereja 1669,3 0,4
Caju 1316,0 0,3 *
Figo 1198,4 0,3
Marmelo 339,1 0,1

Fonte: FAO, 1998. apud por Celso Monerat, 1998.

Tabela 3 – Composição da Fruticultura Brasileira, 1997

Produto Área em Cultivo Produção

(ha) (toneladas)
Laranja 979095 22999100
Banana 516661 5779120
Abacaxi 55214 1986520
Mamão 29000 1762500
Caju 540000 1250000
Uva 56957 901975
Maçã 27463 773698
Tangerina 50319 749153
Coco 253848 646785
Manga 56502 455979
Limão e Lima 40147 545632
Pêssego e Nectarina 20258 149867
Abacate 13441 93767
Pomelo 3100 62000
Caqui 4600 55000
Pêra 2238 48892
Marmelo 1363 4286
Maracujá* 39568 **
Goiaba* 9088 **

Fonte: FAO, 1998.


Obs.: * cf. IBGE, sem dados de produção disponíveis
** cf. FAO Prodction Yearbook, incluídos no item Manga.

Dent r e est as dest aca- se a laranj a, em t orno da qual est rut urou- se com pet ent e pólo agroindust rial com
inserção com pet it iva nos m ercados int ernacionais de suco concent rado figurando t am bém , conform e ilust ra a
Ta be la 4 , com o principal it em da paut a brasileira de produção de fr ut as fr escas. O Brasil é o m aior
exportador mundial de suco de laranja, com um volume total de 1,15 milhões de toneladas exportadas em
1998, gerando US$ 1,2 bilhões em divisas. (Pinazza, L.A. e Alimandro, R., 1999).
Há ainda expressividade relativa nas exportações brasileiras de mangas, papaias e abacaxis. Contrastando- se,
entretanto, às inform ações const ant es na Ta be la 5 observa- se que o déficit da balança com ercial brasileira
em fr ut as foi, em 1997, de valor super ior ao t ot al das export ações, em decorrência da queda do valor
expor t ado no t riênio 1994- 97 e crescim ent o do valor im port ado em 100% em igual per íodo, com o im plicação
direta da política cambial praticada.

Tabela 4 – Valor das Exportações de Frutas Frescas em 1994/98


(em US$ 1.000)

Produto 1994 1995 1996 1997 1998


CONDIÇÕES NATURAIS DE PRODUÇÃO Página 6 de 37
Laranja 27208 29092 20410 23092 1485
Melão 31492 16475 25326 20913 9989
Banana 10702 3907 6149 8381 7429
Manga 17505 22135 28740 20182** 7065**
Abacaxi 6883 3784 4050 3938 831
Melancia 524 900 1251 739 146
Tangerina 1920 3243 2684 4693 630
Mamão 3766 4020 4723 7277 4223
Uva 8524 10123 6296 4780 2383
Maçã 15046 6190 1787 11297 4556
Limão Tahiti 1492 558 591 909 1070
Figo 921 1252 1739 1599 787
Abacate 234 148 245 160 133
Limão 178 68 164
Coco casca 116 113 79 43
Morango 144 58 338 185 56
Caqui 128 86 148
Goiaba 103 169 212
Outras Frutas 94 22 120 106
Cítricas
Out ras Frut as 2 872 165 420 280
Frescas
Total 126982 103193 105040 108764 41212

Fonte: apud Amaro, 1999.


*Janeiro a junho
**Inclui: goiaba

Tabela 5 – Importação Brasileira de Frutas Frescas, 1994/95 (US$1000)

Frutas 1994 1995 1996 1997 1998


Maçã 47784 87819 87560 57229 19899
Pêra 35207 77007 99048 91668 42208
Uva 7515 19810 31938 25901 25881
Ameixa 10604 21577 29892 23272 15586
Nectarina 3099 6466 10326 8403 4161
Pêssego 2306 7226 10104 7441 3798
Laranja 164 213 425 464 602
Limão 744 515 192 158 016
Tangerina 1392 410
Pomelo 138 065
Kiwi 13934 817
Cereja 2759 4698 6547 3689 200
Marmelo 128 233 122 030 062
Damasco 220 736 353 383 070
Morango 169 629 466 432 305
Out ras Frut as 7936 21185 197 2485 900
Frescas
Total 118635 248114 277170 237019 114980

Fonte: apud Amaro, 1999.


* Janeiro a junho

Dent r e as fr ut as selecionadas nest e proj et o, verifica- se além do reduzido volum e export ado, um a
concentração geogr áfica em t er m os de dest ino da produção. Assim , m am ão e goiaba eram dest inados, at é
1997, quase exclusivam ent e, para a Europa, com alt erações im port ant es em curso no que se refere ao
mamão, a part ir de a pr ova ção fitossanitária pelas aut oridades dos Est ados Unidos par a im por t ações
provenient es de plant ações sit uadas no Espírit o Sant o, expande- se sobrem aneira as perspect ivas de
ampliação de m er cado para est e produt o, que j á se dest aca com o experiência de sucesso de expor t ação
nacional. Mais especificam ent e sucesso da produção e at uação export adora no Espírit o Sant o. Em bora ainda
exija- se esfor ço cont ínuo de m arket ing e divulgação do produt o no ext erior e capacit ações diversas nest a
CONDIÇÕES NATURAIS DE PRODUÇÃO Página 7 de 37
" cadeia" , haj a vist a a est rut ura diferenciada das em presas expor t adoras de m am ão em t erm os econômicos,
de acesso a infor m ações de capacit ação e t reinam ent o, dent re out ros aspect os im port ant es a um a at uação
bem sucedida.
Abacaxi, banana e coco são pr odut os que ao cont rário, t êm sua dest inação concent r ada nos países do
Mercosul ( vide Ta be la 6 ) . Dados que um a vez m ais corroboram a exígua part icipação brasileira nos
important es mercados do hemisfério nort e. O abacaxi é um produt o conhecido e de grande aceit ação nest es
mercados. A produção marginal do Brasil denota, portanto, que tem havido dissintonia da cadeia produtiva no
país com os requisitos e volumes demandados naqueles mercados, análise que pode ser estendida ao coco.
Out ras frut as t ropicais exigem esforço adicional de divulgação. Para o abacat e recaem as principais pr evisões
de crescim ent o de dem anda ext erna. No caso do produt o brasileir o seu acesso aos m ercados am er icanos é
hoj e im pedido por m ot ivos fit ossanit ários ( m osca da frut a) , vide Ta be la 7 , o que exige esfor ço sim ilar ao
efet uado para o m am ão para a abert ur a à comercialização nos m esm os. Ent ret ant o t al ação pr essupõe
volum e de produção adequado e capacidade em presar ial preexist ent es. At ravés de ações int egradas,
produt ores mexicanos e empresas americanas t êm invest ido de forma ousada em market ing int ernacional
visando à ampliação do m ercado asiát ico de abacat e, o que pode abr ir um a nova " j anela de oport unidade" .
Comentários adicionais sobre o comércio internacional de frutas constará no item "Comercialização".

Tabela 7 – EUA: Barreiras Fitossanitá rias Contra Produtos Brasileiros

Produto Justificativa
Frutas Cítricas Canero cítrico
Figos Mosca da fruta (fruit fly)
Abacate Avocado seed moths
Mosca da fruta (fruit fly)
Caqui Analrespha Fraterculus
Mamão Mosca da Fruta
Mediterrânea
Loqual (ameixa do Japão) Mosca da Fruta
Mediterrânea
Analrespha Fraterculus
Maracujá Mosca da Fruta
Mediterrânea
Analrespha Fraterculus
Carambola Mosca da Fruta
Mediterrânea
Analrespha Fraterculus
Melões Analrespha grendes

Fonte: Pinazza, 1999.

No que se refere à banana prevê- se expansão de m ercado um a vez que a cot a brasileira no m ercado europeu
passou de 6 para 9,44% , represent ando um a dem anda t ot al para a pr odução brasileira de cerca de 40
milhões de toneladas, cuja capacidade de oferta imediata não se encontra disponível por falta de produção em
volum e e qualidade requeridos por est es m ercados. Por t ant o, percebe- se que há perspect ivas de absor ção de
frutas tropicais no mercado externo e que exige capacitação produt iva e com ercial para o aproveit am ent o das
oportunidades de mercado que se apresentam.
O cont ext o de crise em que a econom ia brasileir a se insere, nesse m om ent o, salient a ainda m ais a
propr iedade de análise cuidadosa com vist as à promoção de ações de capacit ação das cadeias produt ivas na
fruticult ura t ropical, para o aproveitament o e criação de pot encialidades de crescim ent o econôm ico. Segundo
o Minist ério da I ndúst ria e Com ércio do Brasil o cust o de ger ação de em prego na agricult ura é o m ais baixo
comparado com as demais atividades econômicas (vide Tabela 8), além de apresentar uma rápida
capacidade de respost a. Com os índices de desem prego elevando- se na I ndúst ria e no Set or de Serviços
at ividades do Set or Agr ícola com pot encial inexplorado de m ercado const it uem - se em inst rum ent os
estratégicos de manutenção e crescimento do emprego e da renda na economia.

Tabela 8 – Custo de Emprego em Diversos Setores

Em Reais
Agricultura irrigada 26500
Agricultura de sequeiro 37000
Bens de consumo 44000
Turismo 66000
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Telecomunicações 78000
Indústria em geral 83000
Indústria automobilística 91000
Bens de capital 98000
Pecuária 100000
Metalurgia 145000
Química 220000

Fonte: MIC. apud Pinazza, 1999.

Com base no panoram a ant eriorm ent e t raçado program as ousados e ações para a frut icult ura t êm sido
elaborados em nível de governo federal ( PROGRAMA DE APOI O E DESENVOLVI MENTO DA FRUTI CULTURA
I RRI GADA DO NORDESTE) e pelos gover nos est aduais do Rio de Janeir o ( ESTUDO DE VI ABI LI DADE DE UM
PÓLO AGROI NDUSTRI AL PARA A REGI ÃO NORTE FLUMI NENSE) ; Minas Gerais ( PROGRAMA MI NEI RO DE
INCENTIVO À FRUTICULTURA) e ações do governo de Tocantins de apoio à cultura de abacaxi.
As m et as m ais ousadas dest es Program as encont ram - se delineadas no Progr am a de Apoio e Desenvolvim ent o
da Frut icult ura I rr igada do Nor dest e que serve, em últ im a inst ância de inspiração e referência às out ras
ações, e apresenta as metas e mecanismos que seguem:

a. Implantar de 600 a 900 mil hectares de área irrigada em seis anos;


b. Gerar de 200 a 300 mil empregos diretos e indiretos;
c. Gerar renda de US$ 10 mil por hectare;
d. Exportar US$1 bilhão por ano;
e. Construir 100 embaladoras de frutas, 100 frigoríficos, 30 fábricas de conservas e 20 fábricas de suco
em escala industrial e artesanal;
f. Produção anual de 2 milhões de toneladas de frutas tropicais: 70% dirigidos para exportação;
g. Estabelecer canais de cooperação nos campos tecnológico, comercial e financeiro para melhorar a
competitividade e qualidade da cadeia com: o Chile (tecnologias agroindustriais e canais de
comercialização com o terceiro mundo); Alemanha (segundo maior importador de produtos brasileiros);
Japão e China.

A ousadia das m et as acim a m encionadas t em gerado cet icism o e apreensão em t erm os de sua fact ibilidade e
capacidade de absor ção pelo m ercado dest a produção adicional. Das visões consult adas a m ais r et icent e
nest e sent ido est á expressa em Monerat ( 1998) . Para quem o m ercado de frut as apresent a um gr au de
elasticidade muito baixo; e a maior parte das frutas exóticas preconizadas (fruta-do- conde, lichia, ram but an,
car am bola, dent re out ros) não t em sido de fat o produzidas. O Brasil em suas export ações de laranj a,
abacaxis, uvas, limas, bananas, tangerinas, maçãs, abacat es, m angas, m am ões e lim ões, na visão desse
consult or, t em sido m al sucedido. Adicionalm ent e com base em análise de séries hist óricas de im port ações de
frutas pela Europa e Est ados Unidos, o mesmo não ident ificou crescimentos expressivos nos últ imos anos.
Assim ressalt a a necessidade de maior atenção para o frut icult or de m ercado int erno com o passo necessário
par a a export ação. Por ém , t am bém no que se refere ao m ercado int erno não vê boas perspect ivas ao
crescimento do setor. Conclui entretanto, que não deseja passar uma idéia pessimista sobre as perspectivas à
frut icult ur a, m as alert a par a a necessidade de um planej am ent o global para a frut icult ura brasileira em seu
conjunto e não apenas à exportação.
Esta últ im a visão em bora exageradam ent e pessim ist a cont ribui ao alert ar para a necessidade de elaborar- se
est udos cr it eriosos de m ercado ant eriorm ent e a qualquer definição de m et as arroj adas de expansão da
produção.
As iniciat ivas do Program a governam ent al, por seu t urno, em bor a possa est abelecer algum as m et as de
concretização difícil, cont ribui de form a relevant e ao colocar na agenda de discussão sobre desenvolvim ent o
econôm ico, a frut icult ura, adicionalm ent e r evest e- se t am bém de im por t ância por disponibilizar recursos
financeiros par a a fr ut icult ura, recursos os quais deve- se buscar a ext ensão de sua aplicação t am bém para o
Espírito Santo.
Acrescenta- se que a fr ut icult ura t ropical represent a ‘franjas’ do gr ande m ercado int ernacional dom inado pelas
frut as t em peradas. Grandes deslocam ent os de ofert ant es est abelecidos em m ercados consolidados é tarefa
difícil para países novos ent rant es com o o Brasil. Ent ret ant o, m esm o nesse cont ext o o Chile soube ident ificar
sua ‘j anela de oport unidade’ e explor á- la. No que se refere à frut icult ur a t ropical o Brasil é o m aior produt or.
O desafio portanto é gerencial e t ecnológico e exige, dent re várias coisas o desenvolvim ent o de um a cult ura
exportadora ao longo da cadeia produtiva com ênfase em pontos como os relacionados a seguir:

1 - EXPORTAÇÃO COM O FORM A D E CAPACI TAÇÃO PARA ATUAR N O M ERCAD O I N TERN O - exportar
não é o que sobra do at endim ent o ao m ercado int erno. Export ação exige aprendizado prévio. Capacit ar para
at ender m ercados sofist icados e exigent es habilit a à sobrevivência e at uação com desenvolt ura em m ercados
internos menos sofisticados.
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2 - EXPORTAÇÃO COM O ESTRATÉGI A COM PLEM EN TAR E N ÃO CON FLI TAN TE AO SUPRI M EN TO D O
M ERCAD O I N TERN O - exem plo nest e sent ido são os EUA que det êm fort e at uação nas duas esferas, além
de buscar em aproveit ar t odas as oport unidades de negócios ao longo de diversas cadeias produt ivas
independentemente do nível de agregação de valor.

3 - EXPORTAR É INVESTIMENTO DE LONGO PRAZO QUE EXIGE REGULARIADADE E PERSISTÊNCIA -


" Nenhum produt or deve com eçar a export ar se não est iver dispost o a reservar um a parcela da produção ao
mercado externo. A exportação exige continuidade, não pode ser utilizada como válvula de escape par a crises
no mercado interno. Não gera resultados imediatos e grandiosos" (FRUPEX).

4 - EX PORTAR COM EFI CI ÊN CI A EXI GE PROFI SSI ON ALI SM O E PRÁTI CAS D E COOPERAÇÃO AO
LON GO DA CADEI A PRODUTI VA - qualidade e pont ualidade em t odos os elos da cadeia são at ribut os
imprescindíveis que requerem t em po para desenvolvim ent o e at enção cont ínua para at ualização das pr áticas
e relações econômicas inerentes.

5 - EX PORTAR EN VOLVE - um a sincronia de de ações envolvendo um a cadeia de agent es e o uso dos m ais
diversos aparatos logísticos que precisam estar capacitados para funcionar com presteza e sintonia.

6 - EX PORTAR EX I GE - pesquisa e acom panham ent o sist em át ico de m ercado; além de post ur a volt ada a
oferecer produtos com qualidade, preço e comodidade.
No caso das frut as, os t rês elem ent os básicos de qualidade de produt o são fit ossanidade ( incluindo- se níveis
de cont eúdo de resíduos quím icos, it em de observação rigorosa pelos m ercados europeus e am ericanos) ;
aparência e sabor. Faz- se necessário saber produzir e comercializar com eficiência(custos) e qualidade.
Um a vez ident ificados os elem ent os essenciais à exportação cabe ident ificar ao longo das cadeias pr odut ivas
da frut icult ura no Espírit o Santo sua estrut ura e capacidade imediata e pot encial em explorar as
oportunidades oferecidas pelo mercado externo.
Percepções acer ca da pot encialidade export adora da frut icult ura t ropical no Espírit o Sant o não são novas.
Experiências espor ádicas e de fracasso, bem com o experiências exit osas em expor t ação pont uam o hist órico
da produção de frut as no Est ado. Ent ret ant o, at é a at ualidade, a frut icult ura nunca deslanchou com o um a
estratégia abrangent e de crescim ent o econôm ico, por quest ões diversas. Ent ret ant o, ressalt a- se que a
produção de fr ut as é considerada a segunda cat egoria de cult ura m ais sofist icada da agricult ura, superada
apenas pela floricultura em termos de conhecimento e "adestramento" do trabalho utilizado na produção.
Exige habilidade e cuidado, que podem ser const ruídos, porém j á exist indo fam iliaridade e prát ica, facilit a- se
invest im ent os concent rados em capacit ação. Observa- se no Espírit o Sant o, dent re as cult ur as selecionadas,
arraigamento cultural no que se refere ao abacaxi e banana, bem como familiaridade de produtores dedicados
à at ividade de produção de frut as com out ras cult uras delicadas com o hort aliças, o que, em bora incipient e,
cont ribui enquant o base de capacit ação t ecnológica para est as produções. Delinea- se, no pr óxim o it em , um
panorama e mapeamento da fruticultura no Espírito Santo, através das culturas selecionadas neste projeto.

A FRUTICULTURA TROPICAL NO ESPÍ RITO SANTO: Considerações e Mapeamento

1 - EVOLUÇÃO D A FRUTI CULTURA - A frut icult ura é um a das pr incipais at ividades econôm icas do Est ado,
sendo responsável pela diversificação agrícola de vários m unicípios, principalm ent e os da região nor t e. A área
plant ada em frut icult ura era de 52.790 ha ( FI BGE – LSPA/ 1998) , dest acando- se em or dem de im port ância as
culturas de:
1) Banana ( 23.494 ha) ; 2) Coco ( 10.622 ha) ; 3) Mam ão ( 6.316 ha) ; 4) Abacaxi ( 3.050 ha) ; 5) Laranj a
( 2.950 ha) ; 6) Abacat e ( 1.357 ha) ; 7) Macadâm ia ( 1.234 ha) ; 8) Maracuj á ( 943 ha) ; 9) Tangerina ( 776 ha) ;
10) Manga ( 577 ha) ; 11) Lim ão ( 561 ha) ; 12) Melancia ( 420 ha) ; 13) Goiaba ( 262 ha) ; 14) Morango ( 154
ha) . Dem ais frut as não ocupam área t ot al no Est ado superior a 40 ha, apr esent ando, por t ant o, dim ensões
econômicas muito modestas.
O Espírit o Sant o possui condições edafo- climát icas favor áveis para o desenvolvim ent o da frut icult ura de clim a
t ropical que, aliado a esforços de pesquisa, capacit ação em presarial e prospecção de m ercados, podem
imprimir à região um alto grau de qualificação nesse setor.
A conj unt ura em que se encont ra a frut icult ur a capixaba é " sugeneris" . Apesar da exist ência de condições de
demanda favoráveis nos mercados ext ernos e internos de frut as, as vendas t êm se reduzido nas últimas
sem anas em decorrência de insuficiência de ofert a de produt os que at endam aos requisit os de qualidade
requeridos por est es m ercados, m esm o consider ando- se produções m ais desenvolvidas com o é o caso do
mamão.
O m am ão const it ui- se, inequivocam ent e, no m elhor exem plo de significat iva expansão e desenvolvim ent o da
frut icult ur a no Espírit o Sant o. Com as per spect ivas de m ercado am pliadas pelo recent e acesso aos m er cados
am ericanos evidenciou- se ainda m ais a necessidade de expansão e qualificação da produção para o
atendimento dos mesmos. Em segundo lugar, em t ermos de colocação nos m er cados ext er nos, encont ra- se o
abacat e. Volum es com pat íveis com perspect ivas de expansão das expor t ações requer um t rabalho volt ado
para a qualidade do produto.
Duas cult uras t radicionais na frut icult ura est adual e de ext rem a im port ância social at ravés da ger ação de
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em prego e renda de pequenas e m édias propriedades são as de banana e abacaxi. Em am bos os casos,
apesar da am plam ent e aceit a qualidade superior em t erm os de sabor, as cult uras encont ram - se com
problem as est rut urais gr aves. Perdendo m ercado para produt ores de out ros Est ados nos m ercados int ernos,
as produções de banana e abacaxi apresent am problem as de exaust ão de solo; fit ossanidade; m anej o da
cult ura e de com ercialização que result am em baixos níveis de pr odut ividade e de qualidade do produt o. A
reincorporação dest as cult uras em circuit os de export ação exige, de im ediat o, ação int egrada volt ada para a
melhoria da qualidade do processo de produção e dist ribuição det alhados ao longo do t ext o, ações t am bém
necessárias para reverter o quadro de crise da atividade.
Novas cult uras despont am prom issoras em t er m os de desenvolvim ent o, a principal delas é a de coco. Um a
especialização em produção de coco anão ( para água) , possível a part ir do im pressionant e cr escim ent o do
cult ivo na últ im a década, in nat ura e/ ou indust rializada, t em excelent es perspect ivas de consolidação de
posições no m ercado int erno e par a a export ação. Novos t am bém são os plant ios com er ciais de goiaba, os
quais apresent am boas possibilidades, num a ót ica de at endim ent o de 'nichos de m ercado', válido t am bém
para as culturas de morango e tangerina.
Nos par ágrafos que seguem explicit am - se det alham ent os sobr e aspect os t écnicos e econôm icos das frut as
selecionadas para a análise neste projeto.

a) MAMÃO

O m am ão papaia const it ui- se no exem plo m ais not ório de sucesso em export ação de frut as do Espírit o Sant o.
Com produção concent rada no lit oral nort e do Est ado ( no ent orno do m unicípio de Sooret am a) , o m am ão
capixaba é expor t ado por seis em presas localizadas próximas às áreas de cult ivo, quais sej am : Calim an
Agrícola S. A.; Gaia Com ércio e Expor t ação Lt da.; Agra Produção e Export ação Lt da.; Honey Fruit Produção e
Exportação de Frut as Lt da.; Mandarins I m port ação e Export ação de Frut as Lt da. e Frut as Solo S. A. A
produção capixaba é distribuída nos m ercados europeus e am ericanos sob a ident ificação de 16 ( dezesseis)
marcas de comercialização conforme explicitado no Quadro 1.
A cultura do mamão passou a ter importância econômica para o estado a partir da segunda metade da década
de oitenta, quando foram introduzidas cultivares do grupo "solo havaiano" na região norte, principalmente nos
municípios de Pinheiros, Linhares, São Mateus e Pedro Canário. Em 1985, a área plantada era de 1.233 ha e a
produção chegava a apr oxim adam ent e 23,7 m il t oneladas. Dez anos depois, a cult ura se est endera por cerca
de 3,5 mil ha. De acordo com o Mapa 1, a cult ura ocupa uma larga faixa compreendendo as regiões Nordest e
e Centro- Lest e do Espírit o Sant o, desde Mucurici at é Ar acruz, em bora concent r ada nos m unicípios de Linhares
e de Pinheiros, responsáveis por aproximadamente 60% dos frutos colhidos neste estado.
A dist r ibuição da cult ur a ent re esses m unicípios obedece t am bém um a cert a especialização da produção; com
Pinheiros predominando o mamão formosa e, em Linhares/Sooretama, predominando o mamão papaia.
Não obstante ter alcançado quase 8 mil há de área cultivada, em 1995, em 1998 o mamão ocupava uma área
superior a 6 m il ha, com um a produção em t orno de 300 m il t oneladas anuais; m ais da m et ade da produção
total brasileira e quase a totalidade do mamão papaia do Brasil. Tal desempenho está associado, por um lado,
às condições de clim a e solo bast ant e favor áveis à cultura – perm it indo que se obt enha produção regular
durante o ano todo - e, por outro, à proximidade dos principais mercados de destino da fruta.
Norm alm ent e as em presas export ador as m ant êm , elas próprias, um a part e expressiva da produção sob o seu
cont role, ou produzindo diret ament e, ou monitorando o "pont o de colheit a" da fruta de acordo com os
requisitos dos mercados a que se dest ina. Como pode-se ver no Quadro Nº 1, o fat urament o das principais
empresas export adoras, em 1998, chegou a aproximadament e R$15 milhões, o que corresponde a quase
10% das exportações totais de frutas do Brasil no mesmo ano. Fato notável que garante uma nítida vantagem
ao papaia capixaba, foi a suspensão das proibições de im port ação da fr ut a brasileira por part e dos Est ados
Unidos, em 1998, exclusividade concedida somente ao mamão produzido no estado do Espírito Santo.

QUADRO Nº 2
Ranking dos Exportadores de Mamão
(Classificação pelo Valor das Exportações – Base 1996) – Em Us$mil
Empresa Classificação 1996 1997* Participação
Caliman Agrícola S.A. 1º 988,2 1.386,5 20,9%
Gaia Importação e Esportação S.A . 2º 762,1 384,6 16,1%
Honey Fruit – Prod. Imp. E Exportação 3º 638,6 129,9 13,5
Ltda.
Euroconte Exportação e I m port ação 4º 598,5 506,5 12,7
Ltda.
Riofruit Importadora e Exportadora 5º 448,5 264,4 9,5%
Ltda.
Vaversa Vale Verde Agro Industrial S. 6º 392,4 0,0 8,3%
A.
Frutland Produção e Comério Ltda. 7º 311,0 236,8 6,6%
Joalca Agroindustrial Ltda. 8º 133,2 80,7 2,8%
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Exofruit – Exportação de Frutas Ltda. 9º 130,1 51,0 2,8%
Indaiá Exot ic I m por t ação e Export ação 10º 69,4 37,8 1,5%
Ltda.
Aguisa Agropecuária Guimarães S.A 11º 46,8 0,0 1,0%
Fazenda Sorriso Agricultura e Comércio 12º 45,1 0,0 1,0%
Ltda.
Paradise Importadora e Exportadora 13º 29,7 0,0 0,6%
Ltda.
Brasfruit Exportação e I m port ação 14º 22,8 32,2 0,5%
Ltda.
Agra Produção e Exportação Ltda. 15º 91,4 27,6 1,9%
Outros 91,4 27,6 1,9%
Total 4.724 3.138 100,00%

*Até junho
Fonte: Agrianual 1998, FNP Consultoria & Comércio

No ranking dos m aiores export adores brasileiros da frut a ( Quadro Nº 2) , as t rês prim eir as em presas –
Calim an, Gaia e Honey - são capixabas, enquant o out ras t rês - Frut land, I ndaiá e Br asfruit - possuem
ent repost os ou filiais no Espírit o Sant o, export ando o pr odut o a part ir de São Paulo, principalm ent e.
Caracteriza- se t am bém por ser um a cult ura com elevado grau de especialização do pr odut or, e sobret udo no
que tange ao mamão papaia, voltada preponderantemente para o mercado externo.
Ent ret ant o, ao lado do dest acado lugar at ingido pelo Espírit o Sant o nessa cult ura, há que se consider ar vários
fat ores que t ornam relat iva t al performance. Nos últ im os quat ro anos, por exem plo, a cult ura do m am oeiro
apr esent ou um a pequena t endência de redução da área plant ada, com pensada em part e pela ent rada em
produção das novas lavour as, com o pode ser vist o no Gráfico Nº 1. Por out ro lado, há graves problem as
fitossanitários por r esolver. Em lavouras bem conduzidas as per das se apr esent am relat ivam ent e pequenas,
m as ainda per sist em velhos hábit os, em que os cuidados cult urais t endem a acom panhar o m ovim ent o cíclico
dos preços da frut a, facilit ando a incidência de pragas e doenças quando cai o r endim ent o. Há casos,
relatados por produtores, em que as perdas ocasionadas por pragas chegam a 60%.
Na região de Linhares, o problem a principal é o da " m eleira" , enquant o em Pinheiros, é o do " m osaico" , com
ocorrência de focos, inclusive no perím et ro urbano. A prim eira é um a doença brasileira, rest rit a ao Espírito
Sant o e sul da Bahia. O segundo é incident e na Flórida e t am bém no Havaí, sobre o qual há pesquisas desde
1930. Os desenvolvimentos mais recentes sugerem a utilização de plant as t r ansgênicas com o única for m a de
resistência, o que j á vem sendo feit o na Aust r ália e na China, m as que, evident em ent e, não se apresent am
localmente como alternativa viável, pelo menos no curto prazo.
Além disso, a organização desse m ercado vê- se afet ada pelas falhas no m onit oram ent o fit ossanit ário por
par t e do governo, envolvendo desde o desapar elham ent o das ent idades de pesquisa, ext ensão e fiscalização,
até carência de pessoal t écnico. Um a est rat égia de longo prazo cert am ent e t eria que levar em cont a t ais
pont os, o que im plica em considerar um a região geogr áfica m ais am pla do que o Espírit o Sant o, incorporando
também o sul da Bahia.
No que respeit a às em presas do set or, exist em grandes diferenças ent re elas – tecnológicas, financeiras e
organizacionais - , fat os que se est endem à qualificação de m ão- de- obra, t rat os cult urais da lavoura e
capacidade em presarial para expor t ar . As relações ent re export ador / fornecedores t ornam - se m ais
com plicadas em virt ude de diferenciais de preços prat icados no m er cado int erno – m ais oscilant e - , e no
exterior. Quatro destas exportam o mamão diretamente para o exterior, com destaque para as duas maiores.
Uma parcela significativa do produto é, ent ret ant o, t ransacionado por em presas de São Paulo, com
entrepostos no Espírito Santo.
Há fort es dem andas t am bém no que se refere a câm aras frigorificadas, est udos de apt idão edafo- climática,
cursos de capacit ação em pr esarial, t r einam ent o em em balagens, baixo ou nenhum dom ínio sobre t écnicas de
transporte marítimo, inexistência de fluxos aéreos/marítimos no Espírito Santo que atendam as demandas das
em presas e inexist ência de produt os quím icos regist rados que facilit ariam a cont est ação de rej eições
fitossanitárias do papaia capixaba no exterior.
Fica evident e que m esm o com o aparecim ent o de novos concorrent es no cenário int ernacional – Gana, Cost a
do Marfim , África do Sul, Nam íbia e out r os - , o m ercado é pot encialm ent e elevado, principalm ent e se se leva
em conta os Estados Unidos, onde o Espírito Santo possui a única área perm it ida do Brasil para at ender
àquele país. Mesm o no m am ão, onde est e est ado j á possui grande diferencial em relação a out ras r egiões
concorrent es, alavancar as expor t ações passa necessariam ent e pela conj ugação de esforços visando a
superação dos fatos acima mencionados.
Faz- se necessário para est a cult ura um a generalização dos padr ões de produção encont r ados nas em presas
líderes. Capacit ação em presarial, criação de m ecanism os adequados de capit alização financeira e ações
integradas para a promoção da qualidade do mamão produzido no Estado.

b) ABACAXI
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O abacaxi é um a frut a com boas perspect ivas de m ercado int erno e expor t ação. No âm bit o ext erno, const it ui-
se numa das frutas de maior consumo mundial, amplamente conhecida nos mais diversos mercados. A cultura
do abacaxi no Espírit o Sant o, ent ret ant o, com o ressalt ado, encont ra- se com graves problem as est rut urais os
quais requerem superação no curt o prazo, de for m a a revert er o quadr o de perdas cont ínuas de posições no
mercado nacional e permit ir sua inserção em fluxos de export ação. Ações int egradas para a capacit ação
tecnológica para a produção e comercialização nas áreas de concentração da cultura é tarefa urgente, viável e
passível de gerar resultados positivos em curto espaço de tempo.
Em bora t enham sido feit as experiências em out ras regiões do est ado, é a área com preendida pelo novo
município de Marat aízes – ant es pert encent e a I t apem ir im , a que concent ra a quase t ot alidade da produção
est adual. Em 1998 ( Gráfico N º 2) , a área plant ada era de 3,0 m il ha no Espírit o Sant o, t endo sido de 5,7 m il
ha em 1995/ 96. I sso se deve a v árias causas: descapit alização do produt or, desorganização do m er cado e
exaustão do solo, dent re out ros, o que faz com que o abacaxi do Espírit o Sant o perca espaços que
tradicionalmente detinha nos mercados de Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Os problem as que afet am a cult ura são de longa dat a, com o a " fusariose" , que pode causar perdas de 40 a
50% das lavouras quando o aceit ável seria algo em t orno de 10% . Nesse caso, o ano de 1990 m arca o início
de grandes problem as para a cult ura da frut a na região de Mar at aízes. Em virt ude da grave seca que afet ou
os canaviais, nessa época, houve um a grande reconversão do espaço agr ícola da região – da cana- de- açúcar
par a o abacaxi - , gerando sim ult aneam ent e um a fort e dem anda por m udas, com pouca ou nenhum a garant ia
de origem, propiciando o aparecimento de doenças que antes não existiam. A cultura ganhou grande
expansão, inclusive com grandes lavouras, hoje desaparecidas.
Apesar da cr ise, há no m unicípio de Marat aízes um a longa t radição no cult ivo da frut a em t orno da variedade
pérola, cuj a produção est á baseada em pequenas propriedades que ut ilizam m ão- de- obra fam iliar, gerando
em m édia, 3 em pregos dir et os por hect are, em cerca de 800 propriedades. Só nest e m unicípio essa at ividade
emprega diretamente 6 mil pessoas.
No quadr iênio 95/ 98 houve um a expansão de 15,3% na produção t ot al de abacaxi para o Brasil, passando de
1,96 milhão de t oneladas, em 1995, para 2,26 milhões em 1998. Sendo que, em 1997, at ingiu 2,50 milhões
[ I EA, 1998: 200] . A dist ribuição regional da produção t em acom panhado proporcionalm ent e a área cult ivada,
sem grandes avanços de produt ividade, em bora com clara t endência de expansão no est ado do Pará, e de
retração nos dem ais est ados. A produção paraense que correspondia a 7,2% da pr odução brasileira em 1995,
salt a para 18,2% , em 1998. Nest e mesmo período, a Paraíba, t radicional produt or de abacaxi, t em sua
participação na produção nacional reduzida de 21,3% para 10,6% . A principal vant agem dos novos
produt ores, como o est ado do Pará, está no t am anho e na sanidade do frut o, com nível de infest ação da
lavoura próximo de zero por cento.
Os principais ent raves à expansão dessa frut a no Espírit o Sant o esbar ram na baixa capit alização dos
produt ores, result ando em uma cultura pouco t ecnificada e elevado grau de desperdício, com queda do
rendiment o a longo prazo. O solo tem apresent ado rápido esgotamento, cuj o result ado são plant ações m ais
suscetíveis a pragas e doenças e com rendim ent o ( Kg/ frut o) cada vez m enor. Não obst ant e, o est ado t em - se
m ant ido ent re os cinco principais pr odut ores, com um a part icipação na produção nacional em t orno de 5 a
6%, e tendo apresentado, em 1998, o terceiro melhor rendimento da cultura no Brasil, 49,6t/ha.
Embora com todos os problemas mencionados, a fruta de Marataízes possui grande aceitação comercial, como
m ost ram iniciat ivas bem sucedidas de com ercialização com gr andes redes de super m ercados de São Paulo:
Carrefour e Pão- de- Açúcar.
As vantagens comparativas da fruta capixaba residem principalmente na longa tradição em torno do abacaxi e
no brix da frut a. Há que se at ent ar, no ent ant o, que não se t em ainda qualquer garant ia t écnica a respeit o
que possa em basar um a est rat égia de com ercialização de longo prazo diferenciada. Recom enda- se, port ant o,
a realização de um t est e oficial de br ix do abacaxi pérola, com o obj et ivo de m ont agem de um a est rat égia de
comercialização. Com vist as à exportação esse aspect o cum pr ir á um papel chave, quando os problem as de
fitossanidade da lavoura estiverem sob controle. Sobre isso não se tem qualquer dúvida de que as técnicas
hoj e conhecidas são suficient es par a se colocar no m ercado um produt o de qualidade/ sanidade superiores.
Dentre as frutas tropicais, o abacaxi é uma das mais conhecidas no exterior e testes de degustação na Europa
apr ovaram o abacaxi pérola, devendo a par t ir de agor a adequá- lo aos padr ões de com ercialização:
amarelecimento da casca do abacaxi pérola, tamanho e formato do fruto e redução da coroa.
Na sit uação em que encont ra- se a cult ura, a m esm a t ende a perder os m ercados m ais qualificados. Um
pacot e t ecnológico/ gerencial am plo faz- se necessário para explorar o grande pot encial da at ividade, incluindo
um a reavaliação do sist em a de pr odução vigent e, visando m udas sadias e selecionadas genet icam ent e, m aior
densidade, reposição orgânica do solo, escolha/ t rat am ent o de águas para irrigação, viveirist as credenciados,
etc., além de disseminar técnicas conhecidas de tratamento pós- colheita e informações de mercado.

c) ABACATE

O abacat e, dent re as cult uras selecionadas, é a segunda m elhor posicionada em t er m os de perspect ivas de
ampliação das export ações. Seu cult ivo increm ent ou- se ao longo dos anos 1980, na busca de alt ernat ivas à
cafeicult ur a e influenciado pela perspect iva de inst alação de unidade indust rial de processam ent o dest a frut a.
Embora ainda rest rit o em termos de produção e área plant ada no Est ado, o abacat e vem sendo export ado
par a a França, Port ugal, Espanha, Canadá e Ar gent ina, at ravés das em presas export adoras de m am ão ( Agra,
Gaia e Honey Fruit ) . As perspect ivas do m ercado m undial de abacat e são as de m aior expansão dent re as
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frut as t ropicais. Nas últ im as sem anas as export ações at ingiram 9 t oneladas sem anais, apr oveit ando- se da
possibilidade de ofert a em cont ra- estação das produções dos m aior es supridores de abacat e no m ercado
mundial ( México, EUA e República Dominicana) . Existe uma 'j anela de oport unidade' para a export ação do
abacate capixaba nos mercados do hemisfério nort e no período de Abril a Julho. Entret ant o, a maior
dificuldade para o aproveit ament o dest as oport unidades de mercado reside na insuficiência de ofert a de
produtos que atendam os requisitos para a exportação.
Dos plant ios exist ent es, apenas cerca de 30% da produção enquadram - se nas export ações. Readequação e
expansão dos cult ivos de form a a aum ent ar o percent ual export ável são fundam ent ais para a consolidação do
abacate enquanto produto de exportação da fruticultura do Espírito Santo.
O cult ivo com ercial do abacat e est á concent rado em alguns poucos m unicípios da região cent ro sul do est ado,
principalm ent e em Venda Nova do I m igrant e, Conceição do Cast elo, Dom ingos Mart ins e Vargem Alt a, que
respondem por aproximadament e 2/ 3 da produção est adual ( Mapa N º 3) . A área plant ada que j á alcançou
2,1 m il ha em 1995, é relat ivam ent e pequena ( 1,3 m il ha, em 1998) e m uit o dispersa, em bora de 1985 a
1996, o número efetivo de plantas tenha aumentado quase seis vezes, e a produção crescido quase t r ês
vezes. O bast ant e par a que o Espírit o Sant o figure nas est at íst icas com o o quart o produt or nacional, at r ás de
São Paulo ( 1º ), Minas Gerais ( 2º ) e Paraná ( 3º ). Prevê- se que, em 1999, possa chegar a 16 m il t oneladas a
produção total do estado.
Alguns aspect os favor áveis à produção capixaba est ão relacionados ao clim a e à possibilidade de colheit a na
contra- estação dos est ados do Nordest e, para onde vai um a im port ant e part e da pr odução local. O produt o
também t em se dest inado ao est ados do Par á, Am azonas e Dist rit o Feder al. No que se refere à exportação,
também pode ser aproveitada a entre- safra do Hemisfério Norte, que se concentra entre Outubro e Fevereiro.
Com o exist em diversos m icro- clim as na região, o abacat e é cult ivado em alt it udes que var iam de 700 a 1200
metros, possibilitando estender a safra de Junho até Novem bro. Os pioneiros da cult ura na região de Venda
Nova do I m igrant e apresent am - se com o refer ência no que diz respeit o às possibilidades da frut a no Espírito
Sant o , passando a export ar – em consórcio com em pr esas export adoras de m am ão - , um a pequena parcela
da produção desde os últ im os quat r o anos, t ant o para os países do Mercosul quant o para a Europa. I sso se
int ensificou em 1999, quando prevê- se que a export ação ( para Canadá, Port ugal, Espanha e Fr ança) possa
chegar a 120 toneladas da fruta.
Cont rar iam ent e do que se supõe, a variedade que t em se apr esent ado m ais adequada à exportação, é a
primavera, de t am anho superior às que são com ercializadas t radicionalm ent e no m ercado int ernacional:
hass e wagner, dent re out ras. Cerca de 15% de um a safra se enquadram dent ro dos requisit os dos
mercados externos, onde já é conhecida como abacate tropical A proximidade com empresas exportadoras
tem- se constituído numa importante via de escoamento da produção local.

d) COCO

A cult ura do coco expande- se em rit m o acelerado no Espírit o Sant o, ocupando um a área de 10.622 ha
( Gráfico N º 4). Delineando- se um claro processo de especialização em cultivo da variedade anão, objetivando
o m ercado de água de coco. Em bora expansão desordenada t raga apreensão sobre dificuldades de
comercialização do produt o, a pesquisa revelou que a cult ura do coco com eça a ganhar cont ornos
em presariais. Ressalt a- se o proj et o indust r ial da Agrococo S. A., localizada no m unicípio de São Mat eus com
capacidade inst alada para o pr ocessam ent o de 100.000 fr ut as/ dia para a produção de 3.000.000
unidades/mês de em balagens de 250 m l de água de coco em baladas a vácuo. Com st art up planej ado para
dezem bro de 1999 o sucesso desse em preendim ent o ser á de grande im port ância par a a consolidação da
cultura do coco, como base alternat iva à econom ia do nort e do Est ado. Possibilit ará, também , ousar- se
disput ar com vant agens com pet it ivas os espaços exist ent es no m ercado int ernacional de água de coco, ainda
inexplorados pela produção brasileira.
Quase exclusivamente voltado para o mercado interno, grandes produtores de coco começam a buscar meios,
em conj unt o com profissionais/ em presas at uant es nas export ações de m am ão papaia, para a colocação do
coco aqui produzido em mercados da Europa.
A exem plo de out ras cult uras, o coco enquant o cult ura com ercial é relat ivam ent e recent e no Est ado,
apresentando- se com pot encial para expandir - se num a larga faixa que com preende a m aioria dos m unicípios
da região nort e do Est ado, além de Sant a Leopoldina, Guar apari e Anchiet a, ao sul. Aí estão concent rados ¾
da produção est adual – 22,4 m ilhões de frut os em 1996 ( Mapa N º 4) . O dest aque, ent ret ant o, fica para os
municípios de São Gabriel da Palha e São Mat eus. Nest e últ im o est ão localizadas as iniciat ivas em presariais
m ais significat ivas da cult ura. A variedade m ais dissem inada é o t ipo " anão" , próprio para a produção de
água. Como os sinais de mercado est ão favoráveis, as plantações t êm - se expandido, m as sem m uit a at enção
no que respeita à qualidade de mudas e à sanidade da lavoura.
A produção capixaba é ainda m uit o pequena se com parada com a dos est ados do Nordest e: Bahia
(60,4milhões de frut os) , Sergipe ( 50,3) , Rio Grande do Nort e ( 42,7) e Ceará ( 42,4) . Não obst ant e, o Espírito
Santo é o Est ado onde a expansão da cult ura se fez m ais r ápida nos últ im os anos, passando de um a área
cult ivada de 1,3 m il ha em 1990, para 3,4 m il ha em 1997. Além do que na produção do Nordest e est ão
incluídos t ant o coco verde quant o o coco seco dest inado à indúst ria, enquant o no Espírit o Sant o, há uma
especialização no primeiro tipo.
O que m ais cham a a at enção nessa cult ura é a sua expansão recent e, onde quase 50% da área cult ivada são
de lavouras em form ação. Cuidados fit ossanit ários são necessários com urgência, pois m esm o as lavouras
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em presariais correm o risco de serem afet adas por doenças derivadas principalm ent e de plant ações
abandonadas e do livre t r ânsit o de m at er ial genét ico nas front eiras do est ado. A exem plo do que ocorre em
out ras cult uras, a produção de coco t am bém t em sido afet ada pela inexist ência de agroquím icos regist r ados
par a o cont role de pragas e doenças, enfrent ando t am bém problem as de abast ecim ent o de água para
irrigação. Em algum as localidades da região já não chove regularm ent e há vários anos, e as águas do subsolo
são buscadas cada vez mais profundamente. A deficiência hídrica e a salinidade das águas do Norte do Estado
podem rest ringir a com pet it ividade da cult ura no Espírit o Sant o. Colocam - se com o requisit os fundam ent ais
m aior organização da cult ur a, que j á possui um a associação de produt ores, visando a adoção de crit érios
t écnicos m ais rigorosos quant o à produção e padr ão de pureza variet al de m udas, cuidados com a lavoura,
utilização correta de agroquímicos e trânsito de material nas fronteiras do Estado.
Cont role fit ossanit ário e capacit ação em presarial são as m edidas urgent es que r ecom enda- se adot ar,
nucleando- se em apoios necessários ao sucesso do em preendim ent o agroindust rial da Agr ococo, est e último,
o principal elem ent o de salt o qualit at ivo da produção de coco no Espírit o Sant o e posicionam ent o com pet it ivo
no mercado nacional e de exportação.

e) BANANA

A cult ura da banana const it ui- se na principal at ividade frut ícola desenvolvida no Espírit o Sant o, em t erm os de
área ocupada. Espraiada por prat icam ent e t odo o t errit ório est adual, a produção de banana desem penha
papel social importante na geração de renda de milhares de médias e pequenas propriedades.
O quadro at ual da bananicult ura no Est ado é, ent ret ant o, de ret ração econôm ica e perda de posições nos
mercados int ernos. A banana ainda encont ra-se ausent e na pauta das export ações capixabas. A produção
estadual é relat ivam ent e bem especializada em banana prat a. Algum a concent r ação da variedade ‘banana da
terra’ localiza- se no m unicípio de Dom ingos Mart ins. Especialização recent e vem se delineando no ent orno do
município de Laranj a da Terra, com produção de ‘banana m açã’, em bora em volum es ainda bast ant e
reduzidos. Produção da variedade ‘banana d’água’ ( nanica) encont ra- se pulverizada no Est ado em pequena
quantidade, a exemplo do encontrado na localidade de Pedra Lisa Alta, no município de Iconha.
Num a conj unt ur a de preços baixos ( em t orno de R$ 0,20/ Kg pago ao produt or ) , r eduzida produt ividade e
qualidade, a cult ura da banana vem sendo subst it uída pela cafeicult ur a em v ários m unicípios. Rever são desse
quadro de cr ise requer ações int egr adas volt adas à m elhoria da qualidade do produt o, perm it indo o
reposicionamento competitivo da banana prata capixaba nos mercados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Em nível nacional, a bananicult ura para fins com erciais apresent a fort e concent ração no lit oral sul de São
Paulo. Enquant o a área colhida nesse est ado se sit ua ao redor de 8,5% da área t ot al do país, a sua
participação nunca ficou abaixo de 13,5% no quadriênio 95/98, chegando a 15% em 1996 [IEA, 1998:205].
O Espírito Santo figurava em 12º lugar entre os estados produtores no Brasil em 1992 [ CARRARO e CUNHA,
1994: 11] , evoluindo para o 9º lugar nos dois últimos anos, quando a produção se sit uou ao redor de 400 m il
toneladas ou aproximadament e 6% da produção brasileira [ I EA, 1998: 205] . Esses dados est ão
superest im ados quando confront ados com os do I BGE; a área t ot al ocupada pela cult ura não passaria de 23,5
m il ha em 1998, com um rendim ent o m édio de 6,8t / ha. Haveria, segundo t écnicos da EMATER- ES, um a
queda gradativa da área ocupada por essa cultura, com tendência de se estabilizar entre 15mil e 20 mil ha.
No ent ant o, há que se ressalt ar que as diferenças nessas part icipações est ão fort em ent e afet adas pelas
diferenças de var iedades, associadas às caract eríst icas das v árias regiões. Em bora a produt ividade m édia
nacional se sit ue ao redor de 14t / h, verifica- se níveis bem super iores com o no Par á ( 29,6t/há), Santa
Cat arina ( 24,4t / há) e São Paulo ( 23,4t / há). Neste últ im o pr edom ina a espécie " nanicão" , cuj o peso por cacho
é superior aos observados na produção das regiões Norte e Nordeste do Brasil e no Espírito Santo.
Além da variedade, out ro fat or a explicar as difer enças de produt ividade são as nít idas difer enças r egionais
sob a ót ica do padr ão t ecnológico. As novas r egiões com pet idoras, com o as de Jaíba e Janaúba, em Minas
Gerais alcançam níveis de produt ividade próxim os aos do Equador ( 70t / ha) . I sso t em deslocado o produt o do
Espírito Santo nos seus mercados mais tradicionais, os das cidades de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro.
No Mapa 5 e no Gráfico Nº 5 est ão indicadas as principais localidades produt oras e o com port am ent o da área
ocupada com a cult ura no Espírit o Sant o, com dest aque par a os m unicípios no ent orno de Alfredo Chaves. É
um a região de relevo acident ado, dificult ando a adoção de t écnicas m ais eficient es na condução das
plantações. Em bora o produt o sej a de boa qualidade, as caract er íst icas ant eriores fazem a produt ividade cair
significativamente: 13,6 t/ha, em 1998 [IEA, 1998:206].
Em decorr ência do arraigam ent o cult ural do cult ivo da banana no Espírit o Sant o; de sua im port ância sócio-
econôm ica; da dest acada qualidade em t erm os de sabor; dos espaços exist ent es nos m ercados int ernos e
possibilidades no m ercado ext erno, recom enda- se ações de recuperação t ecnológica da cult ura da banana
volt adas para m elhor ia da qualidade do produt o, aum ent o de produt ividade e, por est a via, r edução de
custos.

g) MARACUJÁ

As perspect ivas de m ercado para o m aracuj á são de crescim ent o, em bora car act erize- se basicam ent e com o
um a exploração de ‘nicho de m ercado’, no que se r efere às export ações, as quais são efet uadas,
principalm ent e, t ransacionando- se com sucos processados ao invés do frut o ‘in nat ura’, m ais present es no
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atendimento do mercado interno nacional.
A cult ura do m ar acuj á está em franca expansão no Brasil, sendo os m aiores produt ores os est ados do Pará
( 1º ), Bahia ( 2º ) e São Paulo ( 3º ). No Espírit o Sant o ela est á present e pr incipalm ent e na região nort e do
est ado. Os dados, em bora suj eit os a confirm ação, apont am para um expressivo aum ent o da área cult ivada,
que passa de 604 ha em 1996, para 943 ha em 1998, figurando como 8ª cultura de frutas em termos de área
( Gráfico Nº 6) . Caract eriza- se t am bém por ser um a cult ura com ercial recent e nest e Est ado, capt urada pelas
estatíst icas do I BGE som ent e no últ im o Censo Agr opecuário, o de 1995/ 96. Nessa época, quase 87% das
plantações capixabas est avam concent radas nos m unicípios de Linhares ( incluindo Sooret am a) e Jaguaré,
com participação pequena do município de Presidente Kennedy, no extremo sul do estado.
Pelos dados de 1998 ( FI BGE- LSPA) , aparece o m unicípio de Pinheiros em 3º lugar em área cult ivada. Nest e
município encont ra- se o m aior cult ivo individual de m aracuj á do país, com 120 ha plant ados, ao m esm o
t em po que se m ant ém est áveis as plant ações ao sul do Est ado. I st o sugere que essa cult ura t ende a se
consolidar nos municípios do norte do Espírit o Santo. A conj ugação de t écnicas conhecidas, de irrigação e de
polinização art ificial, pode elevar rapidam ent e a produt ividade do set or. Quant o às possibilidades de
exportação, em bora rest rit as no curt o prazo, pode ser t rabalhada at ravés de ações int egradas com vist as à
expansão profissionalizada da cultura de maracujá e iniciativas de processamento industrial para exportação e
mercado nacional.

h) GOIABA

A cult ura da goiaba, em bora ocupando área ainda bast ant e reduzida, expande- se consideravelm ent e nos
últ im os cinco anos no Espírit o Sant o. Em nível de Brasil, o Est ado m aior pr odut or é o de Pernam buco, com
50% da produção nacional e 84% da produção do Nordeste [CARRARO & CUNHA, 1994:12- 3], seguido de São
Paulo (2º ) e Rio Grande do Sul ( 3º ). A produção capixaba passa a fazer part e das est at íst icas nacionais m uit o
recent em ent e. O Censo Agropecuário de 1995/ 96 apont ava 67ha de área em produção no Est ado, com 40 m il
pés da frut eira. Essa produção est á concent rada no m unicípio de Sant a Ter esa e adj acências, onde se acham
os pioneiros dessa cultura no Estado.
Pelos dados de 1998 ( Gráfico Nº 7) , a área cult ivada sobe para 262 ha, com 172 deles em pr odução,
represent ando um aum ent o espet acular do plant io, com rendim ent o m édio acim a do verificado para o Brasil
(31t/ha, em 1991), Santa Teresa (50t/ha) e São Roque do Canaã ( 35t/ha).
Num processo de busca de alt ernat iva econôm ica, nit idam ent e capit aneado pelo órgão de ext ensão rural
(então EMATER) , o cult ivo com ercial da goiaba iniciou- se pelo m unicípio de Sant a Tereza e com eça a se
espraiar por diver sos m unicípios do Est ado, dest acando- se Vila Valério e Vila Pavão. Ressalt a- se nest es
plantios a qualidade do manejo da cultura e técnicas de pós- colheita em seleção e embalagem.
Ent ret ant o, diversas são as ações necessárias à capacitação dos produt ores de goiaba para consolidar suas
posições no m ercado local ( E.S.) , iniciar vendas para out ros est ados e at ingir m ercados ext ernos, quais
sejam: pesquisa agronômica e treinamento de técnicas de refrigeração, de forma a generalizar o alongamento
do período de oferta para todo o ano, fato já presente em alguns cultivos; pesquisa em material genético para
o fornecim ent o de m udas m ais adapt adas às condições nat urais das diver sas áreas de cult ivo;
credenciamento de viveiristas pelos órgãos do Estado; capacitação empresarial e informações de mercado. No
que se refere às export ações, recom enda- se iniciar - se t ent at ivas de envios de pequenos lot es com pondo
‘cest as de export ação de frut as’, através da cadeia de export ação do m am ão papaia. I niciat ivas de
agroindustrialização para a produção de polpa e derivados da goiaba são t am bém im port ant es para o
desenvolvimento desta cultura no Estado.

2 - CONDIÇÕES N ATURAI S D E PROD UÇÃO - a análise das condições nat urais de produção const it ui- se em
pont o de part ida fundam ent al par a o desenvolvim ent o das at ividades do set or agr ícola. Ent ret ant o, em bora
relevando- se condição ‘sine qua non’, as condições nat urais não são por si só suficient es para o sucesso do
‘agronegócio’.
Além de requisit os de aperfeiçoam ent os cont ínuos das at ividades e relações econôm icas ao longo da cadeia
de produção/comercialização do produt o ( do suprim ent o dos insum os at é o sat isfação do consum idor final) , o
desenvolviment o de vant agens de cust o e de comercialização ( vant agens dinâm icas) const ruídas a part ir do
conhecim ent o e exploração das pot encialidades das condições nat urais est át icas, são hoj e elem ent os- chave
ao planejamento e sucesso do ‘agribusiness’.
Desta forma desenvolvimentos tecnológicos nas áreas de fitobiologia, equipamentos de irrigação e técnicas de
cult ivo e m anej o podem propiciar a superação de obst áculos edafo- climát icos nat urais e/ ou a ot im ização das
condições pr eexist ent es possibilit ando, em m uit os casos, a exploração de nichos específicos de m ercado. O
desenvolvim ent o de variedades resist ent es e/ ou adapt adas a m icroclim as específicos; a adm inist ração de
hormônios para a indução de floração/frutificação precoce; a adoção de t écnicas de m anej o ( podas)
propiciando o alongam ent o do t em po de colheit a e m odificações de t em perat ura at rav és do uso de irrigação
são exem plos de art ifícios t écnicos, dent re inúm eros out ros, de uso generalizado na agricult ura em presarial e
pont ualizado na agricult ura do Espírit o Sant o que; resguardadas as necessárias condições de fit ossanidade e
qualidade orgânicas das plantas e frut as; interferem no ambient e natural elevando as possibilidades de
sucesso mercadológico em nível nacional e para exportações de culturas específicas.
Port ant o, inform ações básicas e precisas sobre condições nat urais e exigências específicas de cult uras
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selecionadas são est r at égias t ant o para os invest idores quant o para os profissionais que os assessoram em
t erm os agronôm icos e/ ou m ercadológicos, ou sej a, são út eis para os m ais diversos agent es econôm icos ao
longo da cadeia produtiva.
É nest a perspect iva t ransform adora de algum as das condicionant es nat urais, que desenvolvim ent os
tecnológicos da EMBRAPA viabilizaram parte significativa da fruticultura do Vale do São Francisco, no nordeste
brasileiro; que I srael t ransform ou áreas de desert o em áreas de produção agr ícola e que a Espanha vem
t ransform ando as I lhas Canárias ( Tenerife) em im port ant es supridoras de bananas para os m ercados
europeus em condições nat ur ais bast ant e adversas; em que o pr óprio solo é substituído em suas cam adas
superficiais, através do transplante de solos de outras partes da referida ilha.
As condições nat urais no Espírit o Sant o são, no geral, m ais favor áveis à agr icult ura, e à frut icult ur a em
particular, do que as áreas anteriormente mencionadas. Entretanto, ainda carece-se de conhecimentos
aprofundados e intervenções eficazes sobre as condições nat urais do Est ado, de m odo a possibilit ar m aior
sucesso e expressão à fruticultura capixaba no cenário nacional e à sua performance exportadora.
O levant am ent o de dados e inform ações, obj et o do present e relat ório revelou a disponibilidade de
informações t écnicas precárias sobre as condições edafo- climát icas propícias à frut icult ur a de clim a t ropical
para o conjunto do Espírito Santo. Tais informações encont ram - se dispersas em m anuais específicos por
cultura e/ou carecem de aprofundamento.
I nexist e at é o m om ent o um m apa de zoneam ent o edafo- climát ico para a frut icult ura de clim a t ropical. Est e
instrumento reveste- se de importância estratégica para o desenvolvimento eficiente e profissionalizado destas
at ividades. Sua elaboração pode ser possível e de r ápida concret ização, um a vez que dispõe- se no Est ado de
conhecim ent os t écnicos sofist icados para a elaboração de m apas edafo- climát icos ( MAPA DE UNI DADES
NATURAI S DO ESPÍ RI TO SANTO – Feit osa, L. 1997) . Tecnologia est a que, ao ser ut ilizada com o base para o
referido zoneam ent o, adicionando- se apart es de conhecim ent os de pesquisadores especializados por cult ura
da frut icult ur a t r opical viabiliza a elaboração de um m apa de zoneam ent o Edafo--climát ico para a Frut icult ura
de Clim a Tropical no Espírit o Sant o, t ecnicam ent e rigoroso e at ualizado. Enquant o inst rum ent o est rat égico
par a o Planej am ent o Em presarial dest a at ividade econôm ica no est ado, sua viabilização financeira dever á ser
de int eresse dos órgãos de capacit ação de recursos hum anos ( SEBRAE) ; de desenvolvim ent o econômico
( ADERES, GERES/ BANDES) ; dos órgãos de Agricult ura e em presas. Solicit ações nesse sent ido foram
explicitadas pelas duas maiores empresas exportadoras de frutas no Estado.
Hoj e o que se dispõe em t erm os de dados edafo- climát icos sist em at izados para a frut icult ura t ropical, no
Espírit o Sant o, rest ringe- se a um a propost a elabor ada pela em pr esa TECNEM – Consult or ia em Agribusines
( 1993) , reproduzida nos m apas 08 a 13 at ravés de descrição present e no diagnóst ico efet uado no referido
docum ent o, um a vez que seu Vol. V, cont endo m apas não se encont ra disponível no Espírit o Sant o por
extravio.
Em bora lim it ada em sua form ulação, est a propost a doravant e referida com o TECNEM ( 1993) const it ui- se em
base inicial para at ravés de cr ít icas e aperfeiçoam ent os elaborar- se o zoneam ent o edafo- climát ico aqui
sugerido; razão pela qual tal proposta encontra- se reproduzida a seguir:

3 - Pr opost a TECN EM ( 1 9 9 3 ) – Condições de Solo e Clim a para o Desenvolvim ent o de Cult uras
Selecionadas no Espírit o Sant o. Nest a propost a sugere- se a ident ificação de áreas com apt idão edáfica para a
frut icult ur a t ropical a part ir do que com base em dados t écnicos sobre requisit os clim áticos à culturas
selecionadas propõe- se um zoneamento edafo- climático para as mesmas.
As frut as selecionadas naquele t rabalho eram o abacaxi, o abacat e, a acerola, a banana, o m am ão, a m anga,
o caj u, o m aracuj á e a noz m acadâm ia. Não cont em pla port ant o cult uras com o goiaba e coco, de int eresse
para o presente projeto e incipientes comercialmente no início dos anos 1990.
A pr opost a da TECNEM ( 1993) baseou- se no t rabalho Apt idão Florest al do Est ado do Espírit o Sant o ( Dadalt o
et alli, 1992) que adot ou com o parâm et ros: deficiência hídrica, deficiência de oxigênio, fert ilidade do solo e
suscet ibilidade do solo à erosão e definiu t rês classes de apt idão florest al. Com base em t al classificação, por
extensão for am definidas t r ês classes de áreas de apt idão edáfica, prim eir am ent e, a clim át ica para a
frut icult ur a t ropical no Espírit o Sant o. Quais sej am : áreas de apt idão edáfica preferencial, áreas de apt idão
edáfica restrita e áreas edaficamente inaptas à fruticultura.

3.1 - Ár e a s de a pt idã o e dá fica pr e fe r e ncia l à fr ut icu lt u r a t r opica l - I dent ificadas com o áreas
apr esent ando relevo pouco acent uado, declividade < 20% ; baixo risco de er osão ou relevo fort e ondulado de
20 – 45 % de declividade, porém com características físicas favoráveis de solo e desfavoráveis à erosão.
Essas áreas pr eferenciais predom inam nas r egiões nort e ( Mucurici, Mont anha, Pedr o Canário, Pinheiros, Boa
Esperança, Nova Venécia, Jaguaré, São Gabriel da Palha e São Dom ingos do Nort e) , lit or ânea ( Aracruz e
Fundão) , cent ral no vale do Rio Doce, no sudest e do est ado ( Viana, Guarapari, I conha, I t apem irim e
Marataíses) , part e do cent ro- sul ( Bom Jesus do Nor t e, Mim oso do Sul, President e Kennedy, Cachoeiro do
I t apem irim e Cast elo) e em algum as áreas m ais baixas na região oest e ( Mant enópolis, Alt o Rio Novo,
Marilândia, Baixo Guandu, I t aguaçu, I t arana, Laranj a da Terr a e Afonso Cláudio) , e algum as áreas de baixada
( m argens de rios com o o São Mat eus, o Doce, o Jucu e o I t apem irim ) e part e lest e do est ado próxim a ao
litoral.
Em sínt ese as áreas preferenciais predom inam nas regiões nort e/ nordest e e t oda faixa lest e at é o sul onde
avança pelo Vale do Rio Itapemirim, abrangendo cerca de 50% do Estado. Conforme ilustrado no Mapa 8.
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3.2 - Ár e a s de a pt idã o e dá fica r e st r it a à fr ut icu lt u r a de clim a t r opica l - Predominância de relevo
m ont anhoso de 40 a 75 % de declividade, de relevo m enos acident ado ( 20 – 45 % ) porém possuindo
características de solo favoráveis à erosão e baixa fertilidade natural.
As áreas dest a classe predom inam na região noroest es ( Água Doce do Nort e, Ecoporanga e Bar ra de São
Francisco) , no cent ro- oest e ( Sant a Tereza, Sant a Leopoldina, dom ingos Mart ins, Marechal Floriano, Vargem
Alta. Conceição do Castelo e Muniz Freire) e no sudeste (Iúna, Irupi, Ibatiba, Ibitirama, Divino São Lourenço e
Gaçuí).
Em síntese as áreas com aptidão edáfica restrita predominam em toda região oeste do estado avançando para
o litoral pela região central.

3.3 - Ár e a s e da fica m e nt e in a pt a s à fr ut icu lt u r a t r opica l - Áreas com alt a suscet ibilidade à erosão,
devido ao relevo m uit o acident ado ( 45 a 75% de declividade) e com caract eríst icas físicas do solo
desfavoráveis. Pr incipalm ent e pouca profundidade, alt a desagregação e baixa fert ilidade. Predom inam na
região central do estado (Santa Maria de Jetibá).
Em sínt ese as áreas edaficam ent e inapt as à frut icult ur a t ropical predom inam nas regiões alt as do cent ro- sul e
áreas de proteção ambiental situadas no litoral.
Ressalta- se um a vez m ais que est as inform ações da propost a TECNEM ( 1993) encont ram - se num nível de
elevada generalidade. Na frut icult ura t ropical encont r am - se grande variedade de plant as com exigências
edáficas diferenciais. Adicionalm ent e salient a- se, um a vez m ais, que t rat am - se de considerações est áticas
mutáveis e/ ou influenciáveis dependendo do sent ido e do rit m o do progresso t écnico em fit obiologia, t écnicas
m últiplas de manejo do solo e de recursos hídricos.
A part ir do m apa geral de apt idão edáfica ( m apa 1) o docum ent o TECNEN ( 1993) define exigências e
zoneamento da Aptidão Edafo- Climática para as culturas ali selecionadas, combinando considerações de solo e
de m acroclim a; est abelecem t r ês classes de apt idão para cada cult ura selecionada conform e explicit ado a
seguir:

I - Preferencial: apresenta condições edáficas e climáticas (térmicas e hídricas) satisfatórias para o cultivo
comercial da cultura;
II - Restrita: apresenta restrição edáfica e/ou climática moderada;
III - Inapta: apresenta restrição edáfica e/ou climática acentuada.

Obs.: A áreas preferenciais não r epresent am condições ideais de cult ivo m as áreas preferenciais no Espírito
Santo em comparação às demais.

a) MAMÃO

O m am oeiro produz bem em áreas com t em perat ura m édia anual em t orno de 24- 25º C e com cerca de 1.500
m m anuais de precipit ação pluvial. Est a cult ura encont ra t am bém plena apt idão em regiões de clim a
subt r opical, desde que em áreas prot egidas de geadas e vent os fr ios freqüent es. A queda de t em perat ura de
out ono e inver no em regiões m ais frias, prat icam ent e paralisa o desenvolvim ent o veget at ivo, reduzindo a
produt ividade e prej udicando a qualidade dos frut os. A cult ura é exigent e em um idade e t olera período seco
não superior a 4 ( quat ro) m eses. O zoneam ent o de apt idão edafo- climát ico do m am ão encont r a- se ilust rado
no Mapa 9.

Na definição dos parâm et ros que definem as exigências da apt idão clim át ica da cult ura com er cial do m am ão,
foram levados em cont a pelo docum ent o TECNEM( 1993) os dados e inform ações de lit er at ura. Os par âmetros
adotados estão explicitados como segue:

a. Temperatura Média Anual de 23º C. - Este valor indica o limite inferior da faixa térmica mais favorável
considerada ótima à cultura. Temperaturas inferiores a esta comprometem a qualidade dos frutos.
b. Temperatura Média Anual de 19º C. - Este valor indica o limite inferior da faixa restrita, abaixo da qual a
cultura sofre insuficiência térmica.
c. Deficiência hídrica anual de 100mm. - Valor correspondente ao limite máximo da área preferencial:
valores superiores indicam restrição por seca moderada.

* Ár e a s Pr e fe r e ncia is pa r a a cu lt u r a do m a m oe ir o - condições hídricas e t érm icas sat isfat órias


apresentando pequena estação seca favorável à cultura (Aracruz, Linhares, Vitória e São Mateus).
* Ár e a Re st r it a à cult u r a do m a m oe ir o - restrições por car ência t érm ica. Abrange a região sul ( Muqui,
Alegr e, Alfredo Chaves e Muniz Freire) planalt o cent r al ( Marilândia e Mant enópolis) . O valor do I t apem irim ,
m édia vale do Rio Doce e nort e do Est ado ( Nova Venécia) apresent am rest rição hídrica ( est ação seca
pronunciada).
* Área Inapta - inaptidão edáfica e/ou climática por insuficiência térmica ou deficiência hídrica excessiva

Deficiência hídrica ( Ecoporanga, Mucurici, At o Vale do Rio Doce) Dom ingos Mart ins e Venda Nova ou
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apresenta carência térmica (sudoeste do estado).

b) ABACAXI

Regiões com boa distribuição de chuvas são consideradas ótimas. Uma deficiência hídrica tardia, sobretudo no
início da diferenciação da cult ura da florescência e da form ação do fr ut o pode prej udicar m uit o o rendim ent o
da cultura. Em regiões quentes e úmidas o abacaxi tem grande desenvolviment o foliar e produz frutos
volumosos com elevado t eor de açúcar e baixa acidez. Nas regiões de t em per at ura m ais baixa, os frut os são
m enores, de coloração am arelo- pálida e de acidez m ais elevada, com pequeno t eor de açúcar . Os pr incipais
fatores climáticos que podem causar prej uízos à cult ura são excesso de insolação que causam escaldaduras
nos frutos, ventos fortes, granizo e geadas.

Parâmetros adotados:

a. Temperatura Média Anual de 19 º C - Esse valor indica o limite inferior da faixa térmica favorável,
considerada ótima a cultura. Temperaturas inferiores levam ao problema de friagem dos frutos.
b. Temperatura média anual de 17 º C - Valor indicativo do valor inferior, abaixo do qual a cultura sofre
deficiência térmica e problemas de concorrência freqüente de geadas severas.
c. Deficiência hídrica anual de 40mm - Valor correspondente ao limite inferior da faixa preferencial.
Valores inferiores indicam ausência de estação seca desejável.(?)
d. Deficiência hídrica anual de 300mm - Esse valor indica o limite abaixo do qual a área apresenta estação
seca moderada e acima do qual a seca é muito pronunciada tornando a região inapta à abacaxi cultura.

A proposta de zoneamento edafo-climát ico para a cult ura do abacaxi no Espírit o Sant o encont ra- se ilust rada
no Mapa 10.

* Ár e a pr e fe r e n cia l pa r a o Aba ca x i. - Regiões que apresent am peque est ação seca favor ável à cultura.
Abrange a m aior part e do Est ado, com os Vales do I t apem irim , do Rio Doce, e região de São Mat eus e região
norte do Estado (Nova Venécia, Marilândia e Mantenópolis) nessa faixa normalmente não ocorre problemas de
friagem.
* Ár e a r e st r it a . - Restrição edáfica e/ ou clim át ica m oderada com preendendo as regiões de Muniz Freire,
Domingos Martins, Vitória, Santa Tereza, Aracruz, São Mateus e Noroeste do Estado.
* Ár e a in a pt a . - Apresent a acent uada rest rição clim át ica com um a acent uada deficiência hídrica no ext rem o
noroest e do Est ado e com insuficiência t érm ica acent uada nas r egiões m ont anhosas de alt it ude localizadas no
sudoest e do Est ado, inviabilizando o cult ivo com ercial. ( I t apem irim , Marat aízes, Serr a Guarapari, Linhares,
Aracruz, Viana e Presidente Kennedy). Variedade pérola, plantio de pequena propriedade.

Problema – fusoriose.

c) ABACATE

Parâmetros adotados na definição das diferentes faixas de aptidão climática:

Temperatura média anual 19 º C. - Indica o limite inferior da faixa térmica mais favorável, considerada
ótima à cultura. Temperaturas inferiores a esse limite indicam restrições à produção e à qualidade do
fruto
Temperatura anual média de 17 º C. - Abaixo da qual a cultura sofre insuficiência térmica.
Deficiência hídrica anual de 20mm. - Limite inferior da faixa preferencial – Valores inferiores a este
indicam ausência de estação seca desejável.
Deficiência hídrica anual de 200mm. - Esse valor indica o limite, acima do qual a área apresenta estação
seca muito pronunciada, tornando a região restrita para a cultura comercial do abacate.
Fa ix a Pr e fe r e n cia l. - As áreas consideradas preferenciais no Espírit o Sant o para o cult ivo das
três variedades de abacat e m ais conhecidas dos m ercados dest e produt os: ant ilhana ( com um ou
manteiga); guatemalense e mexicana, encontram- se ilustradas no Mapa 11.
Área Preferencial para o abacat e: Vit ória, Guarapari, Aracruz, Linhares, Barra Seca, São Mat eus,
Muqui, Alegre, Alfredo Chaves e Muniz Freire, Marilândia e Mantenópolis.

Ár e a Re st r it a - Por insuficiência t érm ica ou hídrica acent uada, rest ringindo o cult ivo com ercial
( Conceição do Castelo, Venda Nova, Domingos Martins e Santa Tereza).

Ár e a I n a pt a . - Apresent a inapt idão edáfica e/ ou clim át ica pela car ência t érm ica nas r egiões
montanhosas e incidência de geadas (Sudoeste do Estado).
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d) BANANA

Planta típica de clima tropical úmido. A cultivar mais plantada no Espírito Santo é a prat a ( 85% do t ot al) ,
mais resistente à seca. A bananeira adapt a- se bem em regiões t ropicais de alt it ude pouco elevada e em
t errenos bem drenados e livres de geadas severas. As m aiores produções são obt idas em regiões com
t em perat uras alt as o ano t odo e com o m áxim o de ilum inação solar. Tem perat uras baixas podem prej udicar o
fruto.
* Para a indicação de áreas clim at icam ent e preferenciais par a a bananicult ura no Espírit o Sant o foram
consideradas as exigências dos diversos cult ivadores de int eresse econôm ico. A bananeira é exigent e em
clima temperatura e umidade . São os fatores climáticos que mais afetam a produção.
Os parâmetros adotados na definição das diferentes faixas de aptidão climáticas foram:

Temperatura média anual de 20º C (que para o estado do Espírito Santo corresponde a 18º C de
temperatura média do mês mais frio). - Este valor indica o valor inferior da faixa térmica favorável,
considerada ótima à cultura. Temperaturas inferiores a esses limites indicam o aparecimento de
problema de ‘friagem’ nos frutos.
Temperatura média anual 18º C (para o Espírito Santo corresponde a 15º C de temperatura média do
m ês mais frio). - Este valor indica o limite inferior, abaixo do qual a cultura sofre de deficiência térmica
e problemas de ocorrência freqüente de geadas.
Deficiência hídrica de 0 mm. - Este valor corresponde à ausência de estação seca.
Deficiência hídrica de 80 mm. - Valor correspondente ao limite abaixo do qual a área apresenta estação
seca moderada e com plena aptidão dos cultivares.
Deficiência hídrica anual de 300 mm. - Representa o limite superior, acima do qual a faixa apresenta
estação seca demasiada pronunciada tornando a região inapta para a bananicultura sem irrigação.

A propost a TECNEM ( 1993) de zoneam ent o edafo- climát ico para o cult ivo da bananeira encont ra- se ilust rado
no Mapa 12.

* Ár e a s pr e fe r e n cia is a o cu lt ivo da ba n a n a - estas áreas apresent am condições edafo- climáticas


satisfatórias, sendo consideradas preferencias para a m aioria dos cult ivar es de banana. Apresent a, ent ret ant o
pequena rest rição hídrica para a banana ouro por ser m uit o resist ent e à seca. Abrange o ext rem o sul do
Estado e bem como a região costeira (Guarapari, Vitória, Linhares e São Mateus) e também a região central
do Estado no baixo Rio Doce.
* Ár e a pr e fe r e n cia l I I - apr esent a condições edafo- climát icas sat isfat órias par a m uit os cult ivares. Por ém
por apresent ar pronunciada est ação seca, a t or na rest rit a para as variedades ‘ouro’, ‘nanica’ e ‘nanicão’.
Abrange as part es nor t e e oest e ( Nova Venécia e Mar ilândia) , o Vale do I t apem irim ( Bananal, I t apem irim e a
região de Alfredo Chaves).
* Ár e a de a pt idã o r e st r it a - por apresent ar seca acent uada ( ‘ouro’, ‘nanica’ e ‘nanicão’). Abrange áreas
quent es do nort e ( Mucurici) e oest e ( Colat ina e Baixo Guandu) . Planalt o cent r al/ cent r o- sul ( Sant a Tereza e
Santa Maria de Jetibá) condições hídricas favoráveis e térmicas restritas por problemas de friagem.
* Ár e a in a pt a - acent uada deficiência hídrica no noroest e do est ado ( Barra de São Francisco) e deficiências
t érmicas nas áreas montanhosas do sul do estado.

e) MARACUJÁ

O m aracuj á am arelo t em com o região de origem a Am érica. A plant a requer calor, um idade, dias longos para
ocorrer florescim ent o, pegam ent o da florada e fr ut ificação ( pode produzir o ano int eiro) . Com o inverno
moderado ocorre o pousio da planta. Requer regiões com temperat ura média anual ent re 21º a 27º C e com
tot ais anuais ent re 800 e 1700 mm. É necessária boa dist r ibuição das chuvas ao longo do ano. Baixas
temperat uras são prej udiciais à plant a. Exige pelo m enos onze horas de lum inosidade por dia, vent os
persistentes também são prejudiciais. Terrenos - textura média, profundos e bem drenados, ligeiramente
inclinados com bom nível de fertilidade. Estes são requisitos essenciais para a rentabilidade da cultura.
Parâmetros adotados para definição das áreas de aptidão edafo- climática.

Temperatura média de 21 º C. - Indica o limite inferior da faixa térmica mais favorável, considerada
ótima à cultura. Temperaturas inferiores a esse limite indicam restrições térmicas à produção e à
qualidade do fruto de maracujá.
Temperatura média anula de 18 º C. - Este valor indica o limite inferior a baixo do qual a cultura sofre
insuficiência térmica acentuada.
Deficiência hídrica anual de 100 mm. - Corresponde ao limite superior da faixa preferencial. Valores
superiores a 100 mm indicam ocorrência de estação seca pronunciada.

* Ár e a pr e fe r e n cia l à cult u r a do m a r a cu j á - regiões com est ação seca e boas condições para o
desenvolviment o e frutificação do m aracuj azeiro. Abrange a região lit orânea do Est ado ( Vit ória, Guar apari,
CONDIÇÕES NATURAIS DE PRODUÇÃO Página 20 de 37
Ar acruz, Linhares, Barra Seca, São Mat eus) , região sul e planalt o cent ral ( Marilândia e Mant enópolis),
normalmente não ocorrem nestes áreas problemas de friagem.
* Ár e a r e st r it a à cult u r a do m a r a cu j á - restrições edáficas e/ ou clim át icas. Vale do I t apem irim , m édio
Vale do Rio Doce e nort e do Est ado ( Nova Venécia) , o planalt o cent ral ( Sant a Ter eza e Sant a Mar ia do Jet ibá)
e o sudoeste do Estado (São José do Calçado).
* Ár e a I n a pt a - inaptidão edáfica e/ ou insuficiência t érm ica ou deficiência hídrica rest ringindo o cult ivo
com ercial do m aracuj á am arelo. Localiza- se na par t e noroest e ( Ecoporanga, Mucurici e alt o Vale do Rio Doce)
e parte central do estado (Mendes Fonseca e Venda Nova) e região montanhosa Sudeste.

As áreas de apt idão edafo- climát icas para a produção de m aracuj á no Espírit o Sant o encont ram - se ilust radas
no Mapa 13.

Tornando- se por base o m apa de apt idão edafo- climát ica apresent ado est ariam sit uados nas áreas
preferenciais para as cult uras as concent rações de plant ios de m am ão, abacaxi, m aracuj á e banana. A
produção de abacat e com concent ração em Venda Nova do I m igrant e não se adequa ao zoneam ent o
propost o. Finalm ent e para as cult uras da goiaba e coco não exist e pr oposição de zoneam ent o. Reit era- se,
ent ret ant o, que ur ge a elaboração de um zoneam ent o edafo- climát ico par a a fr ut icult ura t ropical no Espírito
Sant o t ecnicam ent e rigoroso e at ualizado, base para o planej am ent o profissional dest as at ividades. A
proposição exist ent e apresent a- se genérica, im precisa e desat ualizada, a exem plo dos vários m unicípios que
não são mencionados no zoneamento proposto.

4 - SÍ N TESE D OS PRI N CI PAI S D ESAFI OS FI TOSSAN I TÁRI OS E RESPOSTAS TECN OLÓGICAS


DISPONÍ VEI S N O ESPÍ RI TO SAN TO PARA CULTURAS SELECI ON AD AS - enquant o base inicial da cadeia
produt iva, a produção agr ícola requer pr át icas respaldadas por acesso e dom ínio de t ecnologias que
ganharam a fitossanidade das plantas e produção.
O cont role de pr agas e doenças t raz reflexos im ediat os nos result ados econôm icos das cult uras; at ravés da
imposição de perdas de plant as e quebras na produt ividade, im plicando em elevação dos cust os de produção.
Adicionalm ent e, a incidência de pragas e doenças com prom et e a aparência do frut o bem com o sua aceit ação
em m ercados específicos. As principais barreir as com erciais no m ercado de frut as const it uiu- se das
legislações específicas a cada mercado regulando aspectos fitossanitários dos produtos e níveis de resíduos de
produtos químicos presentes nos mesmos.
A profissionalização da produção de frut as num a per spect iva de cadeia produt iva volt ada à inserção
competitiva nos mercados internacionais pressupõe sintonia a proximidade entre geração e uso de tecnologias
voltadas à assegurar a fitossanidade de plantas mais exigentes quanto a estes requisitos.
O Quadro I sint et iza as principais pragas e doenças present es nas cult uras selecionadas, causas, principais
conseqüências respostas tecnológicas disponíveis e desej os t ecnológicos que persist em de m odo a r espaldar a
qualidade fitossanitária da fruticultura tropical no Espírito Santo.

5 - COMERCIALIZAÇÃO - conform e ressalt ado ao longo dest e relat ório, o m ercado int ernacional de frut as
apr esent a perspect ivas de expansão, abrindo im port ant es possibilidades econôm icas para a produção e
exportação de frut as t ropicais. Eficiência e profissionalism o no processo de com ercialização das frut as
constituem- se em fat ores básicos para o sucesso desse agronegócio. O m ercado int ernacional de frut as
caracteriza- se por alt a concent ração econôm ica, em decorr ência da operação nest es m ercados de em presas
globais, a exemplo das americanas Dole Thomsen S. A. e Chiquita , e de ‘boards’ de export ação
governamentais, a exemplo da empresa neozelandesa ‘Enza’.
Em decor rência da alt a qualidade do produt o ( em t erm os de apar ência, sabor e fit ossanidade) exigida e do
alt o grau de perecibilidade, fat ores t ais com o Sist em a de I nform ações Mercadológicas e Logíst icas de
Transport es e de Refr igeração const it uem - se, progressivam ent e, em requisit os fundam ent ais par a a
participação de forma competitiva nos mercados de frutas frescas do Hemisfério Norte.
Nesses m ercados, dent re vários out ros fat ores, ressalt a- se t am bém a exist ência de barreiras ( t arifárias e não
tarifárias) , as quais, em grande m edida, vêm dificult ando o aum ent o do volum e das export ações de frut as de
países não tradicionais nestes mercados, a exemplo do Brasil.
A cobrança de t arifa de im port ação não se r est r inge a um único grupo de produt os, m as no que se refere à
imposição de barreiras tarifárias por parte da União Européia (UE), observa- se que os produtos hortícolas e as
frut as est ão suj eit os às m aiores t arifas; com m édias de 52,4% e 23,3% e m áxim as de 117% e 50% ,
respect ivam ent e. A adoção dessas barreir as leva a um aum ent o do preço do produt o export ado, podendo
reduzir sua com pet it ividade. Com relação à adoção de t arifas por part e dos EUA, const at a- se que houve um
aum ent o significat ivo sobre as sem ent es e frut os oleaginosos, de form a que est es produt os est avam suj eit os
a um a t arifa de im port ação m áxim a de apenas 8% , em 1992, e passar am a enfr ent ar t arifas de at é 188% a
partir de 1995, o que dificulta e restringe as exportações desses produtos para o mercado norte- americano.
Associado à existência de barreir as com erciais, deve- se ainda m encionar a prevalecência de out ro t ipo de
im pedit ivo com ercial que vem lim it ando as export ações de frut as brasileiras em direção à União Européia e
aos Est ados Unidos: os cham ados ‘acordos preferenciais de com ércio’, que garant em aos sócios com erciais
um t rat am ent o prefer encial de com ércio, consubst anciado na r edução e/ ou na elim inação de barreiras
comerciais, principalment e as t arifárias; em apoio financeiro; econômico e ainda em cooperação t écnica, com
CONDIÇÕES NATURAIS DE PRODUÇÃO Página 21 de 37
o objetivo de proporcionar o desenvolvimento desses países.
A União Européia est abelece um a série de acordos preferenciais com diversos países que com põem o sist em a
int ernacional, m erecendo dest aque os países da Europa Cent ral e Orient al - Polônia, Hungr ia, República
Tcheca, Eslováquia, Rom ênia e Bulgária - os países do Medit err âneo - Argélia, Marrocos, Tunísia, Egit o,
Jordânia, Líbano, Síria, Turquia, I srael, Malt a, Chipr e e a ex- Iuguslávia - e os países africanos, caribenhos e
do Pacífico - ACP - através do Acor do de Lom é, o qual garant e prefer ência t arifária para a m aioria das
exportações desses países, que ent ram livres de t arifas e cot as na União Européia, t rat am ent o especial para
os produt os agr ícolas, at r avés da redução dos direit os aduaneiros e arranj os especiais par a alguns pr odut os,
como açúcar, rum, carne, arroz e banana, dentre outros.
Em consonância com a polít ica de com ércio ext erno da UE, os Est ados Unidos t am bém m ant ém acordo
preferencial de com ércio com v árias part es do planet a, cabendo dest acar o NAFTA ( Nort h Am er ican Fr ee
Trade Agreem ent ) , que consist e na criação de um a zona de livre com ércio com o Canadá e México, onde se
prevê a elim inação t ot al de barr eiras com erciais ent re esses países, e acordo da m esm a nat ureza com I srael,
firm ado desde 1985. Cont em pla produt os agrícolas e m anufat urados, principalm ent e, azeit onas, cebolas,
alho, sucos cítricos, rosas, jóias de ouro, além de serviços, propriedade intelectual e investimentos.
Além desses acordos, os EUA adot aram um progr am a de apoio à Bacia do Car ibe at rav és do Caribbean Basin
Recovery Act de 1983, que abrange 24 países, e vem facilitando a exportação de vários produtos, como cana-
de- açúcar , suco de laranj a, produt os quím icos, fr ut as, café, peixes e frut os do m ar, carne, cour o, t abaco,
eletroelêt ronicos e art igos de esport e, de form a que os países m ais beneficiados foram República Dom inicana
e Cost a Rica. Out ro acordo preferencial de com ércio foi firm ado com os países que form am o Pact o Andino,
Bolívia, Colôm bia, Equador e Peru, at ravés da assinat ura do Andean Track Preference Act , que consist e em
um programa de preferência tarifária para os países andinos, cujo objetivo é estimular o desenvolvimento dos
m esm os e apoiar o com bat e ao t ráfico de drogas. Os produt os m ais sensíveis foram : flores secas, cobre e
zinco. O est abelecim ent o dest es acordos de com ércio dificult a os fluxos export ador es dos países não
participantes dos mesmos, como é o caso do Brasil.

A seguir t ecer - se- á comentários específicos sobre as condições de com ércio int ernacional das frut as
selecionadas por este projeto.

a) MAMÃO

Os principais m ercados im port adores do m am ão brasileiro são os países m em bros da Com unidade Européia
( CE) e os Est ados Unidos. A variedade export ada é o m am ão papaia, cuj a dem anda t em aum ent ado
significat ivam ent e nos países da CE – França, Alem anha e Reino Unido – principais m ercados consum idores
de m am ão na Europa. O Brasil é o principal expor t ador de m am ão para a CE, det endo cerca de 75% do
mercado.
Apesar da m agnit ude do fornecim ent o de m am ão para a Europa, as export ações brasileiras t êm encont rado
problem as de origem fit ossanit árias para o acesso àqueles m ercados. I lust rat ivo, nesse sent ido, foi a recent e
suspensão, por part e da Alem anha, das im port ações de m am ão papaia, o que afet ou a em presa Calim an
Agrícola, de Linhares, j á que 50% de t odas as export ações da em presa est avam sendo dest inadas ao
mercado alemão. A suspensão se deu em decorrência da alegação de que o nível de dit iocarbam at o,
composto utilizado nas lavouras para ajudar a conservar o fruto, estava acima do aceitável pela Alemanha.
De acordo com a classificação alem ã, cada frut o t em um índice m áxim o de dit iocarbam at o, m as com o o
mamão ent ra na cat egoria de " out ros" , o nível m áxim o perm it ido é de apenas 0,05 m iligram as por quilo.
Desta forma, os exportadores brasileiros, através do Ministério da Agricultura e do Abastecimento estão
buscando j unt o às aut or idades sanit árias da Alem anha que o m am ão passe a t er um a classificação própria
dent ro do Códex Alim ent arius e que possa apresent ar 5,00 m iligram as por quilo de dit iocarbam at o. Associado
a isso, pr et ende- se sugerir que a análise do m am ão sej a feit a a part ir da polpa da frut a, desconsiderando a
casca do mamão, já que esta não é destinada ao consumo humano.
Com relação às export ações brasileiras de m am ão para o m ercado nort e- am ericano, t em - se que som ent e o
mamão originário de áreas cert ificadas do Espírit o Sant o pode ser export ado para os EUA. Est a rest rição
também é explicada por problem as de razões fit ossanit árias sob a alegação de que o frut o é propenso à
m osca da frut a m edit err ânea, o que explica, em grande m edida, a proibição das im port ações do m am ão
brasileiro pelos EUA.
De acordo com o Código de Regulamentações Federais dos EUA, o ingresso do mamão papaia, proveniente do
Brasil, só poderá ocorrer sob as seguintes condições:

1. Os frutos têm que ser colhidos e embalados dentro do estado do Espírito Santo;
2. No período que vai desde 30(trinta) dias antes de começar a colheita até a sua conclusão, todas as
árvores(mamoeiros) presentes na área de cultivo deverão, necessariamente, ser mantidas livres de
mamões cujo grau de amadurecimento atinja 50% ou mais, isto é, quando mais de 25% da casca já se
encontra amarelada. Estes mamões em estágio avançado de amadurecimento e os que venham a cair
da árvore deverão ser enterrados, destruídos ou removidos da área de cultivo, pelo menos duas vezes
por semana. Para tanto, exige- se que os mamoeiros sejam checados constantemente;
3. Os mamões deverão ser tratados com água quente durante 20 minutos, numa temperatura de 49º c;
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4. Quando empacotados/embalados, os frutos deverão apresentar um grau de amadurecimento menor do
que 50%, isto é, não mais de 25% da casca deverá estar amarelada e a aparência deve demonstrar que
os mamões estão livres de todas as moscas, pragas e pesticidas;
5. Os frutos deverão ser empacotados a fim de evitar o acesso das moscas da fruta ou qualquer outro tipo
de pestes; os pacotes(as caixas) não poderão conter nenhum outro tipo de fruta, nem mesmo mamões
papaias não qualificados para serem importados pelos EUA;
6. Todas as caixas nas quais os mamões são embalados têm que ter o seguinte carimbo: "Não para
importação ou distribuição dentro do Hawaí". (Isto se faz necessário em virtude da proibição do
ingresso do mamão brasileiro no Hawaí);
7. Todos os procedimentos descritos acima deverão ser submetidos à supervisão de membros nacionais do
Ministério da Agricultura;
8. As "armadilhas" para capturar as moscas da fruta deverão ser colocadas e mantidas nas áreas onde os
mamões estão sendo cultivados. A colocação dessas armadilhas deverá ser iniciada pelo menos um ano
antes da colheita começar até a conclusão da mesma. A cada hectare deverá ser colocada uma
armadilha, as quais deverão ser checadas pelo menos uma vez por semana pelos funcionários do
Ministério da Agricultura. A distribuição das armadilhas na área de cultivo deverá ser de 50% do tipo Mc
Phall e 50% do tipo Jackson. Se a média capturada de moscas da fruta mediterrânea "Medflies" por
armadilha do tipo Jackson por semana for maior do que sete, outras medidas deverão ser tomadas com
vistas a controlar a quantidade de Medflies nesta área de cultivo. O Ministério da Agricultura deverá
guardar os números de mosca da fruta encontrada em cada armadilha e disponibilizá- los para o Animal
and Plant Health Inspector Service(APMIS), quando solicitados. Esses números deverão ser mantidos e
guardados por pelo menos um ano;
9. Se a média capturada pela armadilha do tipo Jackson exceder 14(quatorze) "Medflies" por armadilha
por semana, as importações de papaias provenientes desta área de cultivo terão que ser suspensas até
que a quantidade capturada se reduza atingindo uma média igual ou inferior à sete "Medflies" por
armadilha por semana;
10. No estado do ES, no Brasil, se a média capturada pela armadilha do tipo Mc Phall for maior que 7
moscas da fruta sul- americana(Anastupha fraterculus) por armadilha por semana, outras medidas
deverão ser tomadas a fim de controlar a quantidade destas moscas na área de cultivo. Se a média
capturada pela Mc Phall exceder a 14 moscas da fruta sul- americana por armadilha por semana, as
importações de papaias provenientes desta área de cultivo terão que ser suspensas até que a
quantidade capturada se reduza alcançando uma média igual ou menor do que 7 moscas da fruta sul-
americana por armadilha por semana.
11. Toda carga despachada terá que ser acompanhada do Certificado Fitossanitário emitido pelo Ministério
da Agricultura, provando e atestando que os mamões foram cultivados, empacotados e transportados
em consonância com as condições exigidas(supra- mencionadas).

Além do cum pr im ent o de t odos esses procedim ent os im post os pelo Código de Regulam ent ações Federais dos
EUA, os mamões cultivados nas áreas cert ificadas do Espírit o Santo deverão ser submet idos t ambém à
Agência de Prot eção Am bient al( EPA) para análise acer ca do nível de t oler ância de resíduos quím icos. Dest a
forma, podemos concluir que as barreiras fitossanitárias, presentes nos mercados dos EUA e CE, impactam de
form a significat iva a dinâm ica dest es m ercados de frut as, apresent ando desafios à pesquisa e às em presas,
quant o ao m anej o dest as cult uras, e aos órgãos gover nam ent ais na norm at ização fit ossanit ária e gest ões
int ernacionais para a elim inação das exigências inconsist ent es present es na regulam ent ação dos países
importadores.

Diant e do expost o, pode- se concluir que apesar do Brasil ser o segundo m aior produt or m undial de frut as
t ropicais, o volum e export ado ainda é m uit o insignificant e, não obst ant e as vant agens com parat ivas
apr esent adas pelo País, consubst anciadas nas favor áveis condições clim át icas, na fert ilidade do solo e na
abundância de m ão- de- obra. Dent re os principais fat ores que explicam o baixo nível de export ação das frut as
tropicais brasileiras encontram- se as barreiras comerciais, tarifárias e não tarifárias, que dificultam o aumento
do fluxo de com ércio ent re o Brasil e os países im port adores bem com o os acordos preferenciais de com ércio
firm ados ent re a Com unidade Econôm ica Européia e/ ou os Est ados Unidos com as suas áreas com er cias
privilegiadas. Dest a form a, cabe ao Brasil o desenvolvim ent o e a incorporação de novas t écnicas de cult ivo,
capazes de at ender às exigências int ernacionais im post as pelos países im port adores e a busca do
est reit am ent o dos vínculos com erciais com seus pr incipais parceiros, com vist as a gar ant ir a m elhoria da
qualidade das frut as t ropicais brasileir as, a ent r ada facilit ada desses produt os no ext erior e um a m elhor
adequação do desenho regulat ório dos países im port adores no que t ange às frut as t ropicais export adas pelo
Brasil.
Das frut as desenvolvidas no Espírit o Sant o, selecionadas para est e proj et o, o m am ão dest aca- se em t erm os
de desenvolvim ent o e aproveit am ent o de oport unidades, nos m ercados de export ação, a exem plo da
conjugação de esfor ços de duas em presas líderes ( Calim an e Gaia) , que result ou na abert ura do m er cado
americano às export ações capixabas. Nos últ im os cinco anos, as export ações brasileiras apresent aram um a
média de apenas US$4,8 milhões. Ent retant o, é grande o pot encial de alargam ent o dos m er cados dest a frut a
no exterior, o que também requer a reversão de alguns fatores que obstaculizam uma melhor performance
CONDIÇÕES NATURAIS DE PRODUÇÃO Página 23 de 37
neste sentido; quais sejam:

1º ) o m arket ing int er nacional t em sido deficient e: os consum idores não conhecem ou não sabem com o
consumir o produto;

2º ) ainda persist em barreiras fit ossanit árias que no caso da Europa, referem - se sobret udo a resíduos
agroquím icos e, no dos EUA, à mosca- da- frut a, problem a recent em ent e solucionado, m as que dem anda um a
ação contínua e de longo prazo para permanecer- se naqueles mercados e;

3º ) por t rat ar - se de um produt o bast ant e perecível, exige t ransport e aéreo, o que encarece o pr odut o para o
consumidor final, uma vez que tais embarques se dão em outras unidades da federação, requerendo busca de
soluções que viabilizem seu embarque a partir do Espírito Santo.

O m am ão export ado pelo Espírit o Sant o, via de regr a, é t ransport ado por cam inhões refrigerados, de
propr iedade das em presas export adoras localizadas no Est ado, at é o aeroport o do Galeão ( Rio de Janeiro) ou
de Viracopos ( Cam pinas- São Paulo) , de onde segue via aérea par a a Europa e para os EUA. No cont inent e
europeu at inge t odos os principais m ercados nacionais. Os m aiores produt ores dom inam t odos as et apas da
cadeia de produção e export ação, cont rat ando event ualm ent e cam inhões de t erceiros, m as est á- se
ver ificando um crescent e núm ero de em presas que at uam no est ado em associação com out r as de São Paulo.
Estas últ im as, norm alm ent e são em presas com t radição no com ércio de fr ut as, que direcionam par t e do
mamão para o mercado interno e outra parte para exportação a partir de São Paulo (Frutas Solo, Mandarins e
Agra).
As firm as expor t adoras norm alm ent e fazem sua pr ópria pr ospecção de m ercado, sendo que algum as delas
t êm agent es comerciais nos mercados onde chega o seu produt o. Ut ilizam de forma generalizada caixas de
papelão para em balagem , cont endo 3,5Kg de pr odut os que podem acondicionar de 6 a 12 fr ut as, dependendo
do seu t am anho. São caixas elaboradas at ravés da cont rat ação de serviços de em presas de m arket ing,
especialm ent e desenvolvidas par a a com ercialização desses produt os. Os frut os são ainda ident ificados com o
selo das firm as export adoras e com ercializados sob a designação de 16 ( dezesseis) m arcas com erciais
( Quadro 01, página 25).
Com o est rat égia de m arket ing, um a m esm a em presa t em se ut ilizado de m ais de um a m arca das 16
( dezesseis) sob as quais é com ercializado o m am ão papaia capixaba no ext erior, quais sej am : Batia,
Brasfr uit , Calim an, Colibri, Fr ut land, Gaia, Golden Fruit , I ndaia Exot ic, Mandarins, Max Fruit , Sun’up, Honey
Fruit, Maxfruit, I sla Bonita, Delight, Delight Gold, Harrys. (Os ‘pontos de Exportação’ de m am ão no Brasil
encontram- se sistematizados em tabelas no Anexo II).
A perform ance com ercial posit iva do m am ão produzido no Espírit o Sant o pode ser t am bém visualizada pela
evolução da part icipação dessa produção no t ot al brasileiro, passando de 18,46% do t ot al para 32,9% num
período que, t ant o em nível nacional quant o est adual, a produção de m am ão cresceu de form a expressiva
(92% e 242% respectivamente), conforme ilustrado na Tabela 09.
Em bora o Espírit o Sant o figure nas est at íst icas enquant o o segundo Est ado produt or, at rás da Bahia,
sobressai- se enquant o principal unidade da federação em export ação de m am ão at ravés de especialização no
‘nicho de mercado’ do mamão papaia ‘tree riped’ ( amadurecido no pé).
No que se refere à comercialização no m ercado int erno, em bora t enha- se ident ificado a at uação de grande
número de empresas de forma profissionalizada, dent re as quais empresas export adoras sit uadas no Espírito
Sant o e em São Paulo, os níveis de capacit ação t ecnológica, t ant o para a produção quant o para a dist ribuição
das m esm as, revelou- se m uit o m ais incipient e, com problem as de qualidade do fr ut o e uso de t écnicas
rudimentares de embalagem e classificação.
Em bora a ofert a de m am ão se verifique ao longo de t odo o ano, seus preços oscilam bast ant e com pont os de
m áxim a verificados nos m eses de Junho e Julho e de m ínim a nos m eses de Out ubro e Novem bro,
perform ance sim ilar t ant o para a variedade Havaí quant o para a Form osa, as duas variedades de m aior
expressão comercial no país. (Ver Gráficos 08 e 09).
Os preços de expor t ação, em bora bast ant e abaixo dos preços de ‘pico’ no m er cado ext erno, apr esent am
regularidade ao longo de todo o ano, situando para o produtor em torno de U$ 0,25- 0,30.
Capacitação dos agent es de com ercialização at uant es nos dois m ercados e m elhoria da qualidade, am pliando
as possibilidades de export ação são requisit os chaves à expansão e consolidação da part icipação do m am ão
papaia capixaba nos m ercados int ernacionais. A experiência e ‘know how ’ desenvolvidos nest a at ividade
podem funcionar enquant o elem ent os est rat égicos par a a alavancagem da export ação de out ras frut as do
Estado.

b) ABACAXI

Apesar da expressividade da produção brasileira de abacaxi, cerca de 2,50 m ilhões de t oneladas em 1997/ 98,
som ent e foram export ados cer ca de 0,05% dest es t ot ais, o que ger ou apenas 19,4 m ilhões de dólar es de
janeiro de 1994 a junho de 1998 [Gonçalves, 1998:196].
Nos principais Blocos Econôm icos, a saber: NAFTA, Com unidade Européia, Mercosul e Sudest e Asiát ico, o
com port am ent o em t erm os de com ercialização do abacaxi apr esent a- se bast ant e dist int o, um a vez que o
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Brasil t em na Com unidade Européia e no Mercosul seus principais parceiros com er ciais em t erm os de
exportação de abacaxi.
Na CE, a França é o m aior im port ador de abacaxi da Europa, seguida da Alem anha, de for m a que o som at ório
da im port ação de am bos os países é de cerca de 120.000 t oneladas. Ent ret ant o, o principal for necedor de
abacaxi para esses países é a Cost a do Marfim , que dom ina o m ercado com aproxim adam ent e 90% de
participação – além de Cam arões, Mart inica e Colôm bia ( Frupex, p.66) – enquant o o Mercosul, que absorve
cerca de 25% do t ot al das export ações br asileiras de frut as fr escas, dem anda grande quant idade não só de
abacaxi, mas também de banana, uva e melão.
As export ações brasileiras de abacaxi dest inam - se, priorit ar iam ent e, para a Argent ina ( 71,5% ) ; Uruguai
(4,7%); Holanda (3,2%); França (1,9%) e Alemanha( 0,6%). (Vide tabela 06 página 16).
A cult ura do abacaxi vem se expandindo no país no últ im o quinquênio. Tal expansão de área t am bém é
observada no Espírit o Sant o, a qual t riplicou no período 1985/ 1995. Ent ret ant o, t al expansão de área não
apr esent ou correspondência em t erm os de aum ent o do volum e produzido, revelando significat iva r edução da
produtividade por ha, conforme ilustra Tabela 10.
A produção capixaba – t endo Marat aízes com o refer ência – t em com o dest ino quat ro m ercados de igual
importância: ( 1º ) CEASA- ES ( Vit ória) , ( 2º ) Rio de Janeir o - RJ , ( 3º ) Belo Horizont e - MG ( onde é entregue
nas Cent r ais de Abast ecim ent o e com ercializado em part e no varej o ( feiras- livres) e, ( 4º ) São Paulo - SP,
onde os supermercados assumem uma importância crescente, distribuindo aos consumidores cerca da metade
da quant idade que se dest ina àquele m ercado. No Espírit o Sant o, as export ações t êm t ido valor desprezível,
com t ent at ivas bast ant e incipient es para a Argent ina e Uruguai. Tal dest inação dá- se, em sua m aior part e,
através de cam inhoneiros do Est ado; do nordest e e em presas de com er cialização de frut as, no geral sem a
adoção de seleção dos frutos e embalagem.
Exclusivam ent e volt ados para o at endim ent o do m ercado int erno, a rent abilidade para o conj unt o dos
produt ores cont inua baixa e é prej udicada pela nít ida sazonalidade dos preços. A sazonalidade de preços e
quant idades, ilust radas nos Gr áficos 10 e 11, referem - se à m édia dos preços x quant idades prat icados na
CEASA no período 1992- 1998.
A produção capixaba sofre fort e concor rência de Par á, Tocant ins, Nordest e e Sul de Minas Gerais, apesar de
verificar- se algum a sincronia em t erm os de ‘pico de ofert a’ dest as diferent es regiões: Pará e Tocant ins t êm
ofert a fort e de Abr il a Junho; de Set em br o a Novem bro é fort e a produção capixaba; em Dezem bro aum ent a
o suprimento provenient e do Nordest e e Sul de Minas Gerais. Ao longo dest e primeiro semest re, os preços
pagos ao pr odut or girou em t orno de R$ 0,30, ident ificando- se expect at ivas de elevação a cerca de R$ 0,65
até Out ubro, a part ir de quando t ende novam ent e a oscilar em t orno de R$ 0,35 a R$ 0,40. Apesar da m elhor
qualidade do produto no final do ano, os preços normalmente caem devido ao rápido amadurecimento dos
frutos nesta época do ano, exigindo sua rápida colocação no mercado.
No que se refere às export ações, os principais fat ores lim it ant es const it uem - se em problem as fit ossanit ários
dos frutos, decorrentes da elevada incidência de fusariose. Adicionalmente, recuperação dos solos degradados
onde se efet uam t ais cult ivos e m odernização de t écnicas de m anej o são urgent es para a racionalização
econôm ica das m esm as e aum ent o de produt ividade. Com plem ent arm ent e, capacit ação para a
comercialização nucleada em t reinam ent o em t écnicas de pós- colheit a ( seleção e em balagem ) , é
imprescind ível par a a viabilização de export ações do abacaxi capixaba e recuperação das part icipações no
mercado nacional perdidos por produções oriundas do Pará, Tocantins e estados do nordeste.
Segundo o que se pôde apurar na pesquisa de campo, mercados mais exigentes como o das grandes redes de
superm ercados de São Paulo t êm dem onst rado boa r ecept ividade ao abacaxi do Espírit o Sant o em função do
sabor da fruta. Não obst ant e a baixa qualificação dos produt ores locais e os problem as fit ossanit ários que
ainda lhes causam gr andes perdas, vê- se que o Est ado possui condições nat urais bast ant e favor áveis para se
desenvolver aqui um trabalho mais eficaz em torno do abacaxi.
As t écnicas hoj e conhecidas são suficient es par a o cont role de pragas e doenças, além do que, t écnicas de
m anej o t êm conseguido encurt ar o período de ent re- safra com possibilidade de se est ender a produção ao
longo do ano. Necessário e urgent e é também a capacit ação para a com ercialização, um a vez que a m aior
parte da produção dest ina- se aos m ercados consum idores, ‘empilhada’ em cam inhões sem a ut ilização de
t écnicas de seleção e em balagem . Ações pont uais, nesse sent ido, foram det ect adas a part ir da at uação de
empresas voltadas para o mercado interno (Estrela D’Alva, por exemplo).

c) ABACATE

O abacat e const it ui- se na segunda frut a capixaba em experiência bem sucedida de export ações, apesar dos
volumes serem significativamente menores aos já atingidos pelas exportações de mamão.
Em nível int ernacional, a produção e consum o de abacat e caract erizam - se com o um a exploração de ‘nicho’.
Consum ido no ext erior priorit ariam ent e sob a form a de saladas, cuj o hábito é m ais generalizado em países de
origem hispânica e nos países do Hem isfério Nort e, not adam ent e por influência dest as colônias ali sit uadas.
Dent r e as denom inadas frut as ex ót icas recaem para o abacat e as principais proj eções de crescim ent o de
mercado. Para o período 1996/ 2000, a FAO proj et a um cresciment o de 37% , passando de 174.000 t oneladas
para 238.000 t oneladas. Embora reconheça- se a presença de fortes concorrent es no suprimento destes
mercados – México, Israel e EUA – vislumbram- se inequívocas possibilidades para as exportações de abacate.
Na Europa, a França é o m aior im port ador dest a frut a, absor vendo cerca de 70 m il t oneladas ao ano. O Reino
Unido, em Segunda colocação, im port a cerca de 17 m il t oneladas ao ano. O principal supridor desses
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m ercados, ent ret ant o, é I srael, em decorr ência da exist ência de acordo preferencial de com ércio firm ado pela
Com unidade Européia com aquele país, o que, sem dúvida, pode figurar enquant o fat or lim it ador às
exportações brasileiras.
Na Am érica do Nort e, México e EUA são os grandes consum idores de abacat e; ent ret ant o, o México é forte
produt or e export ador do pr odut o e no m ercado am ericano a pr odução brasileira não t em acesso em
decorrência de barreiras fit ossanit árias ( m osca da frut a) . Dest a form a, dest acam - se os m er cados do Canadá
com o dest inação à produção brasileira, de onde im port ou- se 5 m il t oneladas da frut a, não só do Brasil, m as
também da Argentina, Chile e Caribe.
A União Européia t ender á a responder no ano 2000 por cerca de 59% das im port ações de abacat e: os EUA
por 10% e o Canadá por 4% [INFORME BB].
No Brasil, a produção de abacat e é, em sua quase t ot alidade, direcionada para o m ercado int erno. Em t er m os
de Espírito Santo, destacam-se iniciativas de exportação de produções nucleadas no ent orno do m unicípio de
Venda Nova do I m igrant e. At ravés da at uação das em presas export adoras de m am ão ( Agra, Gaia e Honey
Fruit ) , durant e o ano de 1999 as export ações de abacat e t êm se int ensificado, direcionando- se aos m ercados
do Canadá, França, Portugal, Espanha e Argentina, nos meses de Abril a Julho, ocupando espaços de mercado
da contra- estação das produções mexicanas e israelenses.
A aglut inação da produção é efet uada por um produt or , a quem cabe as t ar efas de seleção, em balagem e
paletização, a part ir de caixaria e selos fornecidos pelas em presas export adoras; est as últ im as execut am , a
par t ir daí, os procedim ent os necessários à exportação do produt o, que se dão de form a conj ugada às
exportações de mamão por via aérea, tendo como ponto de saída o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
O preço pago ao produt or é de US$ 0,25, est áveis, considerados com pensadores, pelos produt ores,
comparados às pr át icas com erciais vigent es no m er cado int erno, onde é freqüent e o não cum prim ent o dos
contratos de pagamento por muitos agentes de comercialização (caminhoneiros do nordeste).
A m aior dificuldade à expansão das export ações det ect ada r eferiu- se à adequação dos produt os. Apenas 30%
da at ual produção enquadra- se nos requisit os de expor t ação. No que se refere ao m ercado am ericano, a
superação da barr eira fit ossanit ária exist ent e exige ação sim ilar à efet uada pelos pr odut ores de m am ão.
Ent ret ant o, isso envolve cust os ainda incom pat íveis com as m agnit udes export adas. A part ir de expansão e
readequação da cultura recomenda- se tentar- se extensão do tratamento dado ao mamão, ao abacate, através
das empresas já licenciadas para atuarem nos Estados Unidos.
Em termos de mercado interno, os principais são: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Rio Grande
do Sul e Minas Gerais. A dest inação da produção capixaba t em se concent r ado m ais especialm ent e ao
atendimento aos mercados do nordeste.
Na últ im a década, a produção quase t riplicou, aum ent ando a part icipação do Est ado de 1,68% , em 1985,
para 5,2% da produção nacional de abacate, em 1995, conforme ilustrado na Tabela 11.
A com ercialização dest e produt o par a o m ercado int erno dá- se de form a pouco profissionalizada, verificando-
se significativas oscilações de preços com pontos de máximo em Novembro e Dezembro, e mínimo de Março a
Abril, período exat o, est e últ im o, em que se iniciam as export ações do abacat e pr oduzido nas áreas fr ias,
como Venda Nova (Vide gráficos 12 e 13).
A com ercialização do abacat e no m ercado nacional exige m aior qualificação m ercadológica e associação para
a efetivação de vendas diret as. Aproxim ação com em presas at uant es na com ercialização de out ras frut as
também é desejável para t al capacit ação, reduzindo- se a at uação dos ‘caminhoneiros’ de out ros est ados, que
t êm trazido prejuízos aos produtores locais.
As export ações com am plas e nít idas possibilidades de expansão requerem esfor ço de pesquisa para m elhor
adequação dos plantios aos requisitos de exportação.

d) GOIABA

A produção de goiaba no Brasil t em se dest inado, quase exclusivam ent e, ao m ercado int erno, o qual
constitui- se num m ercado com plexo, em decorr ência do alt o grau de perecibilidade do produt o e a rest rit a
incidência do hábit o de consum o de goiaba in nat ur a nos países do Hem isfério Nort e ( Vide t abelas abaixo) .
Nest es t er m os, export ações de goiaba são possíveis de serem pensadas apenas com o ‘exploração de nichos’,
a partir da composição de ‘cestas de frutas’ conjugadas às exportações de outras frutas.

Tabela 12 - Volume das Exportações de Goiaba - 1989 à 1996 (toneladas)

Ano 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996


Volume 375 259 187 177 189 104 122 149

Fonte: SECEX/ IBRAF – apud iea@eu.ansp.br

Tabela 13 - Valor das Exportações da Goiaba brasileira - 1989 à 1996 (US$ mil).

Ano 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996


Valor 300 211 188 157 177 103 169 112
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Fonte: SECEX/ IBRAF – apud iea@eu.ansp.br

No Espírito Santo, a produção com ercial de goiaba é fenôm eno dos últ im os cinco anos. Conform e revela a
t abela 14, em 1985, essa pr odução sequer figurava nas est at íst icas do I BGE e em 1995 passa a represent ar
0,15% da pr odução nacional. Ressalt e- se nest a produção a ident ificação de pr át icas produt ivas
profissionalizadas e cuidados adequados de pós- colheit a, com seleção, et iquet agem e em balagem em caixas
de papelão personalizadas para a com ercialização da produção. Tais práticas constituem- se em fatores iniciais
relevantes para uma expansão profissional da cultura de goiaba no Espírito Santo.
A com ercialização, at ualm ent e, est á lim it ada ao âm bit o est adual, dest inada à redes de superm ercados e
hortomercados. São precários, entretanto, o acesso á informações e a capacit ação para a com ercialização
nest a at ividade. Organização dos produt ores, t reinam ent o em com ercialização e ações em pesquisa
agronôm ica e nor m at ização para garant ir m udas cert ificadas; adapt ação de cult ivares e t écnicas de m anej o,
alongando per íodos de colheit a e cont roles fit ossanit ários de doenças são fundam ent ais para a expansão e
consolidação da cult ura com ercial de goiaba no Est ado. I nvest im ent o na agroindust r ialização desse produt o
também cont ribui para as perspect ivas export adoras, um a vez que det ect a- se dem anda para sucos, polpas,
purê, conchas e cubinhos de goiaba no m ercado ext erno. Lot es experim ent ais associados às export ações de
mamão são recomendados.
Em nível nacional, os m aiores m ercados são os do Rio de Janeiro, Cam pinas, Minas Gerais e São Paulo. Os
preços oscilam bast ant e ao longo do ano, com picos em Novem bro e Dezem br o e pont os de m ínim o em
Fevereiro e Mar ço, conform e ilust rado nos gráficos 14 e 15. Para a persecução de obj et ivos de expansão,
t ant o nos m ercados int er nos quant o par a a expor t ação, requer - se ações concent radas, volt adas à qualidade
do produto e às técnicas gerenciais e de comercialização.

e) MARACUJÁ

O Brasil não t em t radição em expor t ar a frut a in nat ura, havendo, ent ret ant o, boas per spect ivas para as
vendas ext ernas do produt o processado ( polpas, sucos) , inclusive para os países do Mer cosul, onde os
produtos transformados são os que possuem maiores possibilidades de comércio.
O consum o dessa fr ut a é um dos m ais elevados no m undo e faz- se, principalm ent e, na form a de sucos
( concent rado e int egral) e de polpas, que ent ram na fabricação de produt os láct eos, iogurt es, doces e
sorvetes.
Aproxim adam ent e 90% do suco de m aracuj á expor t ado pelo Brasil se dest ina à Europa, com pot encial no
Canadá e no Japão, mercados aonde o requisito fundamental é a qualidade do produto.
No m ercado int erno, a frut a t em apr esent ado um nít ido com port am ent o sazonal, com preços m édios que
chegam a 2,3 vezes de diferença ent re Set em bro/ Out ubr o ( m ais elevados) e Junho/ Julho ( m ais baixos) ,
conforme gráficos 16 e 17.
No Espírito Santo, a produção de maracujá está concentrada no norte do Estado e representava, em 1995/96,
4,5% da produção nacional. Os municípios de Linhares e Jaguaré respondiam, sozinhos, por 83% da produção
est adual naquele ano ( Tabela 15) . Ent ret ant o, é no m unicípio de Pinheiros que se encont ra o m aior produt or
individual dessa fr ut a no Brasil – com 120 ha de área cult ivada – fornecendo para a indúst ria de sucos
Maguary, e atingindo diretamente os mercados do Rio de Janeiro, através de Box próprio na CEASA- RJ.
Cont a, para t ant o, não só com produção pr ópria, m as t am bém com a de out ros fornecedores da região de
Pinheiros. O atingimento dos mercados de outras regiões do Brasil tem ainda outros importantes canais, como
as em presas com ercializadoras de frut as; um a de export ação, que t am bém at ua no m ercado int erno – a
Mandarins - e out ras, com o Est rela D’Alva ( diversas fr ut as) e as que com ercializam o m am ão form osa nesses
m ercados. Par a a prom oção desse segm ent o da frut icult ura est adual recom endam - se iniciat ivas de
agroindustrialização, onde as perspectivas são favoráveis, tanto no mercado interno quanto no externo.

f) Banana

O Brasil é o segundo m aior produt or de banana do m undo, superado apenas pela I ndia. Apesar da m agnit ude
de sua produção, 5.125.670 t oneladas [ I NFORME Banco do Brasil, 1999: p.16] , as export ações de bananas do
Brasil são pouco expressivas, US$ 7.429 milhões em 1998 (Vide tabela 04, página 14).
Ent raves t ant o de nat ur eza int erna quant o ext er na vêm dificult ando o incr em ent o do volum e de export ação
desse produt o. Dent re os obst áculos, m erecem dest aque a ausência de um a est rut ur a com ercial sólida; a
falt a de conhecim ent o na com ercialização do produt o para at ender as necessidades e as exigências do
m ercado consum idor; a deficiência no m anej o da frut a na colheit a, pós- colheit a e logíst ica, bem com o
questões fit ossanit árias que incidem não só sobre a banana, m as t am bém sobre as frut as t ropicais de um a
maneira geral, as quais exigem bom estado de conservação, higiene e embalagens específicas.
As export ações brasileiras de banana concent ram - se no Mercosul: Ar gent ina e Uruguai, com cerca de 99,9% .
O Brasil vem buscando am pliar suas export ações de banana para a CE, m as além das barreiras fit ossanit árias
que vêm dificult ando o aum ent o do volum e de export ação, um dos principais obst áculos t em sido os acordos
preferenciais de com ércio consubst anciados na Convenção de Lom é, a qual gar ant e às m ercadorias
provenient es das ex - colônias européias da África, Caribe e Pacífico( ACP) , livre acesso aos países int egrant es
da CE, ist o é, sem a incidência de barreiras com erciais. O Acordo de Lom é foi firm ado ent re os países
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europeus e suas ex- colônias da África, Car ibe e Pacífico, em decorr ência dos laços hist óricos form ados pelo
processo de colonização capt aneado pela Europa, nessa região. O propósit o principal do Acordo consist e, por
um lado, em facilit ar a ent rada de produt os agrícolas produzidos pelos países africanos, caribenhos e do
Pacífico nos países europeus, m erecendo dest aque dent re as frut as t ropicais a banana; por out ro lado, o
est abelecim ent o do Acor do perm it e o ingr esso facilit ado dos produt os indust rializados europeus dent ro da
ACP, o que resulta no estreitamento dos vínculos comerciais entre essas áreas comercias, dificultando assim o
incremento das exportações da banana brasileira em direção à Europa.
Além disso, o m ercado de bananas europeu é regulam ent ado por cot as, onde o Equador det ém 26,17% ; a
Cost a Rica; 25,61% , a Colôm bia, 23,03% ; e o Panam á 15,76% , enquant o o Brasil det ém cerca de 9,44% ,
result ado de um a solicit ação feit a em 24 de j ulho do ano passado, j á que ant eriorm ent e era de apenas 6% , a
cota brasileira.
A União Européia im port a apr oxim adam ent e 4 m ilhões de t oneladas de banana, sendo 2,7 m ilhões de
t oneladas provenient es da zona da " banana- dólar " form ada pelo Equador , Cost a Rica, Colôm bia e Panam á e o
restante vem dos países ACP, em decorrência de concessões tarifárias feitas pelos países europeus, como
Camarões, Ilhas Canárias, Belize, entre outros.
Apesar desses países serem os principais fornecedores de banana para os países europeus, a am pliação da
cota brasileira que at ualment e é de 9,44% represent ará um a produção de 270 m il t oneladas anuais e um
valor de US$ 90 milhões ( preço FOB) . Para t ant o, faz- se necessária a ampliação da quant idade produzida,
exigindo mais 4 mil hect ares de área plantada, pois o Brasil não t em produção para at ender a am pliada
demanda ext erna, em decorrência da magnit ude do mercado int erno e da inadequação de nossa produção à
demanda internacional.
Dent r e as principais em presas brasileiras, export adoras de banana, m erecer am dest aque em 1997 a Sout h
Market Com . Agr ícola I m port . e Exp. Lt da. e a Direct ivos Agrícolas S.A., responsáveis por US$ 1,1 m il preço
FOB e por US$ 1,08 m il preço FOB, respect ivam ent e. Mas a previsão é de aum ent o subst ancial na
comercialização da banana por par t e da Direct ivos Agrícola, que se t ornou no ano passado a m aior
expor t ador a da frut a. A Direct ivos Agrícola pret ende expor t ar em 1999 para os europeus 4 m il t oneladas de
banana das 20 mil que colherá no Vale do Açu, no Rio Grande do Norte.
O aum ent o da dem anda ext erna de bananas provenient es da Am érica Lat ina se dá, ent re out ros fat ores, pela
atitude dos EUA de exigirem que a UE abra seus mercados às bananas desta região, comercializadas
principalmente por empresas americanas, como a Chiquita Brands. Diante disso, pode-se concluir que não
obst ant e as barreiras com erciais que incidem sobre as bananas brasileiras, que vão desde as cot as
quant it at ivas at é as exigências fit ossanit árias, além do Acordo de Lom é, a t endência é que ocorra um
aumento das exportações de bananas brasileiras, principalmente em direção à UE.
No que se refere à produção de banana localizada no Espírit o Sant o, não se ident ificou nenhum a exper iência
de export ação. Com nít ida especialização em produção de banana prat a, a dest inação com ercial da m esm a é,
em sua quase t ot alidade, para o suprim ent o do consum o est adual e de m ercados do Rio de Janeiro e Minas
Gerais.
Em comparação à produção nacional, tanto em termos de área quanto em termos de produção, a participação
da produção capixaba reduziu- se em cerca de 2 pont os percent uais, r epresent ando 6% e 6,6% de área
colhida e produção nacional, em 1985, passando a represent ar 4,2% e 4,6% em 1995, confor m e ilust ra a
tabela 16.
Com ofert a cont ínua ao longo de t odo o ano, sazonalidades no quant um e qualidade ofert ados prom ovem
oscilações de preços, observando- se picos de preços nos m eses de Junho e Fevereiro e períodos de m ínimos
nos últimos meses do ano, conforme ilustram os gráficos 18 e 19.
Possibilidades de exploração de oport unidades m ercadológicas de export ação pr essupõem , em prim eiro lugar,
a reversão do ‘quadro de abandono’ em que se encontra a bananicultura enredada em um ´ círculo vicioso’, no
qual os produt ores alegam não cuidar da plant ação por não haver pr eço com pensat ório ao produt o; e
im possibilidades de auferição de preços m elhores devido à baixa qualidade do produt o e baixa produt ividade.
Posteriormente, readequação de cult ivares e t écnicas de cult ivo conj ugadas à aproximação de em presários
que já participam dos circuitos internacionais do comércio de banana.
Com o volum e de negócios se reduzindo, em presas de com ercialização, out rora especializadas em banana
passam a diversificar suas at ividades, a exemplo da empresa Est rela D’Alva, localizada em I conha, maior no
Estado, que vem aument ando sua atuação t am bém no com ércio de abacaxi, coco e m aracuj á. A
comercialização de banana é efet uada por out ras 5( cinco) em pr esas: Com ércio de Frut as Br asil; MI BA- Micro
Produt or es de Banana; Transport e e Com ércio Biela; A. J. Vieira Transport e e Com ércio Lt da. E Com ercial
Cruzeiro do Sul, a quem cabe a colheit a na pr opriedade; lavagem ; seleção; em balagem ; t ransport e e
comercialização do produto.
A pesquisa de cam po j unt o a em presas revelou que, na base da at ual crise da bananicult ura do Est ado, est ão
a falt a de inform ação; o com odism o dos produt ores e a falt a de incent ivo, principalm ent e falt a de cr édit o, o
que est á levando a perdas cont ínuas de m er cado por falt a de qualidade do produt o, apesar do ót im o sabor .
No m er cado, a banana prat a capixaba é considerada a t er ceir a colocada em t erm os de qualidade ( at r ás do
Nort e de Minas Gerais – 1º lugar; Sul de Minas Gerais – 2º lugar e seguido de pert o por Sant a Cat arina, em
4º lugar) . A perm anecer o quadro at ual, ent ret ant o, est e últ im o super ará o Espírit o Sant o nest es m ercados,
um a vez que est ão ocorrendo naquele est ado invest im ent os acent uados na renovação e m elhoria da
qualidade dos bananais.
No que concerne à banana, em que pese a crise desse segm ent o da frut icult ura capixaba, pode- se afirm ar
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que dificilm ent e o produt o capixaba ser á t ot alm ent e deslocado do m ercado regional, ent r et ant o, sua perda de
mercado tem sido acentuada. Embora com maiores níveis de produtividade, os custos de frete e outros,
encarecem o produto do principal concorrente, o de Janaúba (MG), fazendo com que o preço no atacado
equipare ambos os produtos – custando cerca de R$8,00/ R$10,00/ Caixa em Vitória. O que revela que esforço
de recuperação de produtividade reposicionam tal produção nestes mercados
Ent ret ant o, não é o que se per cebe em out ros m ercados com o o do Rio de Janeir o ( RJ) , onde o volum e de
banana prata capixaba transacionado na CEASA, que hoje é de 21,4% , j á at ingiu at é 75% do t ot al ali
comercializado. Esse é um produt o, onde as possibilidades de m aior sucesso em m ercados int ernacionais
estão na especialização para se at ingir nichos de m ercado, com o o de produt os orgânicos ou de variedades.
At ualm ent e, 75% da banana m açã com prada pelo Rio de Janeiro é produzida no m unicípio capixaba de
Lar anj a da Terr a. Pequena especialização é também ident ificada no m unicípio de Dom ingos Mart ins. Seu
consum o, ent r et ant o, rest ringe- se ao Espírit o Sant o. Condições m ais favor áveis de com ercialização da
produção de bananas do Espírit o Sant o pressupõem capacit ação urgent e dos produt or es e com ercializadores
do produto capixaba.

g) Coco

O m ercado int ernacional de coco é predom inant em ent e const it uído de derivados de coco seco. Conform e
ilust rado na t abela 17, os principais supridores desse m ercado são países asiát icos ( Papua Nova Guiné;
Indonésia; I lhas Salom ão; Vanuat o; Cingapura) e Moçam bique, na África. Em sua m aior part e, a produção de
coco e derivados efetua- se no interior dos próprios países produtores.
Os principais m ercados im port adores de coco são a Alem anha, a Cor éia do Sul, Singapura, Japão, Port ugal e
Suécia. At é o m om ent o t al com ércio car act eriza- se enquant o um m ercado de ‘nicho’, do qual o Brasil
encontra- se prat icam ent e ausent e. Os órgãos oficiais brasileiros vislum bram possibilidades de export ação de
leite de coco, óleo de coco e coco ralado.
A produção brasileira, nitidamente, está voltada para o mercado interno. Dados para 1994 revelaram um total
de 207 t oneladas export adas, com dest ino para a Argent ina ( 92% ) , Uruguai ( 4% ) e Port ugal ( 2,4% ) ,
demonstrando a irrisória participação do Brasil no mercado internacional de coco.
Ressalte- se, ent ret ant o, que possibilidades prom issoras podem derivar da exploração da especialização em
produção de coco anão para água, exportada após pré processamento e embalagem em planta industrial.
No Espírit o Sant o, o cult ivo de coco expande- se de form a expressiva, revelando t am bém elevação acent uada
da produt ividade. A produção de coco capixaba que represent ava 1,05% em 1985 passa a represent ar 4,8%
em 1995/96 (Vide tabela 18), num processo que se acentuou ainda mais nos anos subsequentes.
A produção capixaba, especializada na cult ivar anão para a água, t em a grande m aior part e de sua
comercialização feit a de form a pouco profissional, redundando em fort e sazonalidade dos preços pagos aos
produtores e elevado índice de descumprimento dos contratos de venda (caminhoneiros). Destina- se ao litoral
e a grandes m ercados consum idores no país, not adam ent e São Paulo e Rio de Janeiro. Os preços pagos aos
produt ores oscilam de R$ 0,10 a R$ 0,80 a depender do período do ano. Cer ca de 90% da produção capixaba
se dest ina aos est ados do Rio de Janeiro, São Paulo e do Paraná. Apenas 10% são com ercializados no
mercado local.
Os gr áficos 20 e 21 revelam o com port am ent o m édio dos preços e quant idades do coco nas CEASAS, nos
anos de 1992 a 1998. Ressalt e- se, ent r et ant o, que as CEASAS não se const it uem nos principais canais de
distribuição desse produt o. Salient a- se, t am bém , um com port am ent o ascendent e do pr eço do produt o
proporcional ao t am bém aum ent o da dem anda, denot ando o fat o de que a dem anda t em crescido em rit m o
mais acelerado ao do aumento da oferta.
As perspect ivas de m ercado para água de coco são boas e recom enda- se ‘apostar’ nas export ações de água
de coco envasada de alt a qualidade, criando um novo ‘nicho’ de m ercado nos países do Hem isfério Nort e. A
água de coco, envasada ou in nat ur a, concorre com perspect ivas favor áveis no m ercado de refrigerant es e de
isotônicos, que se aproxim a de 10 bilhões de lit ros anuais no Brasil [ AGRI ANUAL, 1998: 237] . De acordo com
a Associação Br asileira dos Produt or es de Coco, é possível ocupar 5% desse m ercado nos pr óxim os cinco
anos.
I m port ant e iniciat iva nesse sent ido consit ui- se no em preendim ent o AGROCOCO Com ércio e I ndúst ria de Coco
e Derivados, sit uado no m unicípio de São Mat eus e com ‘st art up’ previst o para Dezem bro de 1999.
Especializado no envasamento de água de coco em embalagens ‘tetra pack’ de alta qualidade, a partir de uma
base própria de produção de coco da ordem de 1400 ha plant ados. O sucesso desse em preendim ent o t enderá
a elevar, de form a subst ancial, o car át er em presarial da cult ura do coco no Espírit o Sant o e a influenciar na
formação do preço pago ao produt or, reduzindo sua sazonalidade. Const it ui- se em elem ent o chave para a
implementação de polít ica de export ação de derivados de coco. Recom enda- se, pois, apoio em capacit ação
em presarial e em com ercialização a est e em preendim ent o e sim ilares; financiam ent o; e esfor ços de pesquisa
agronôm ica com ênfase à certificação de m udas e cont role fit ossanit ário fundam ent ais à expansão da
produção de coco de forma profissional e competitiva no mercado interno e de exportação.

6 - PANORAMA DA CADEIA PRODUTIVA - m odernamente, também na agricultura o sucesso na


comercialização crescentemente assenta- se em domínio de distribuição, logística do produto e qualidade. A
agricultura comercial, assentada na tecnificação da produção e na organização da comercialização, envolve
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cada vez mais grupos econômicos organizados, perdendo importância os métodos tradicionais de produção e
distribuição desses produtos. O próprio governo tem suas funções renovadas, elevando- se a importância de
suas funções de regulação/fiscalização, reduzindo- se enquanto administrador de políticas setoriais específicas
Utilizado pela primeira vez nos EUA no final dos anos 50, e difundido no Brasil em épocas recentes, o conceito
de agribusiness reflete uma crescente integração da agricultura com o mundo dos negócios. Nesta concepção,
o foco da análise é o sistema que vai desde a produção de insumos até a distribuição, passando pela produção
agrícola e agroindustrial, não se restringindo ao corte tradicional agricultura/agroindústria. [ZYLBERSZTAJN,
1994:354].
A concepção de que o negócio agrícola envolve etapas e agentes que estão fora da produção stricto sensu,
requer também mudanças de postura organizacionais pró- ativas para se detectar um conjunto de
conhecimentos, produtos e serviços como referencial do que pesquisar e, consequentemente, como e em que
ordem essas demandas poderão ser atendidas. Essa é, por exemplo, a orientação do novo modelo de P&D da
Embrapa [CASTRO, 1998: 1313], exigindo da pesquisa agropecuária um direcionamento para o
desenvolvimento do negócio agrícola em seu conjunto, não restrita ao que ocorre dentro dos limites das
propriedades rurais, "mas a todos os processos interligados que propiciam a oferta dos produtos da
agricultura aos seus consumidores" [p.1316].
Nesse contexto para se detectar demandas tecnológicas exige- se conhecimentos que transcendem um campo
disciplinar específico. Há que se considerar, portanto, as interações de múltiplos interesses, a atuação
diferenciada dos diversos atores do processo produtivo e os conflitos que isso envolve, cujas causas podem
ser vistas sob diversas óticas: biológicas, sociais e econômicas. Os conceitos de cadeia produtiva e sistemas
produtivos permitem considerar simultânea e interativamente os elementos de união entre as diversas áreas
de conhecimento.
Nesta concepção, o negócio agrícola é composto de muitas cadeias produtivas, entendidas enquanto uma
seqüência de estágios sucessivos assumidos pelas diversas matérias no processo de transformação. As
cadeias comportam, por sua vez, os sistemas produtivos nos quais ocorre a produção dos produtos
agropecuários. O mercado aparece como o elo de articulação entre os segmentos dessa cadeia. Torna- se
necessário, portanto, que os produtos de P&D, assim como quaisquer outros esforços visando melhorar o
desempenho agrícola estejam fortemente influenciados pela sua adequação às necessidades específicas da
clientela que se quer atingir, "havendo perdas quando isso não ocorre" [CASTRO, 1998: 1318].
Qualquer política de ação, empresarial ou das instituições relacionadas à cadeia, deverá orientar- se para
atender as demandas por produtos em qualidade e na quantidade com as demandas finais e a preços
compatíveis. Como conseqüência, é muito forte a influência do consumidor final sobre os demais
componentes da cadeia. O conhecimento dessas demandas, bem como a adoção de meios adequados e ágeis
para atendê- las, constituem a chave para o sucesso econômico de uma cadeia. Ausência de esforços, em
alguns momentos, e a sua dispersão, em outros, certamente estão na raiz da perda de competitividade de
algumas frutas brasileiras, como o melão e a uva. Por outro lado, o sucesso da agroindústria de sucos cítricos,
baseada em São Paulo, demonstra a importância fundamental da pesquisa associada ao esforço empresarial.
Como resultado, o Brasil produz laranja a um custo mais baixo que o seu concorrente direto, os EUA;e além
disso, as vantagens comparativas do Brasil passam pelos custos industriais e pela logística de transporte a
granel e atinge crescentemente os terminais das empresas nos portos, tanto na origem como no destino.
Um dos maiores sucessos mundiais em termos de agroindústria propiciou que empresas brasileiras de sucos
cítricos adquirissem fábricas na Flórida, estimando- se que 40% da laranja norte- americana seja processada
em unidades dessas empresas [IEA, 1998: 195], cuja atuação lhes permite manter- se na liderança adquirida
no contexto internacional. A agroindústria do suco, embora um negócio à parte em termos de fruticultura no
Brasil, exportou, em média, um bilhão de dólares ao ano na década de noventa. Somente as exportações de
polpa cítrica (um sub- produto para ração animal), atingiram em 1997, US$ 100 milhões, o que equivale ao
total das exportações nacionais de frutas frescas.
A análise da cadeia produtiva refere- se à identificação de agentes e fluxos de insumo/produto estabelecidos
pelos agentes econômicos. Em termos genéricos, na agricultura tal cadeia constitui- se de fornecedores de
insumos; unidades de produção (propriedades agrícolas ou empresas); agroindústrias; agentes de
comercialização e consumidor final. No enfoque sistêmico a cadeia é relacionada a um ambiente institucional
que influi, limita ou potencializa suas atividades (leis, políticas governamentais; estrutura de valores sociais;
instituições normativas) e agentes não econômicos que também influenciam as atividades da cadeia, tais
como: instituições de crédito, organismos de treinamento de mão- de- obra, fornecedores de assistência
t écnica, infra- estrutura logística e prestadores de serviços.
O enfoque sistêmico privilegia, portanto, a identificação dos principais elos da cadeia produtiva, suas
interrelações econômicas, capacitações tecnológicas e organizacionais e interrelações chaves com o ambiente
institucional para o funcionamento e potencialização da cadeia de produção/exportação de frutas tropicais no
Espírito Santo.
Muito freqüentemente a literatura preconiza como fonte essencial de lucros a agregação de valor a bens e
serviços. Na agricultura de modo geral, e sobretudo na fruticultura, mais do que agregar valor, o lucro pode
depender de atributos de qualidade, presentes desde o cultivo até a distribuição. "A conquista e a
manutenção de mercados agrícolas, sobretudo o de frutas e de hortaliças frescas, tornam- se decisivos
atributos como tamanho, sabor, consistência, coloração, suculência, odor, aparência geral, vida de prateleira
e homogeneidade" [AGRIANUAL, 1998: 25]. De forma complementar, outras características, como marca,
estrutura de distribuição, regularidade no fornecimento, passam a compor a qualidade do produto em seu
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sentido mais amplo. Ou seja, o elo de maior valor de mercado pode estar, ao contrário, na fruta in natura de
boa qualidade.
A qualidade, assim definida, passa a ser uma característica distintiva fundamental para o atingimento de
mercados específicos, mais lucrativos, uma vez que necessidades básicas saturadas abrem "janelas" de
consumo para produtos de qualidade superior. No ramos de frutas, hortaliças e seus derivados, esse parece
ser o principal determinante do sucesso econômico do produtor, enquanto elemento diferenciador do produto,
aliado a uma logística própria às características desse tipo de produto.
Para os agentes do agribusiness, abre- se duas perspectivas: (1ª ) como atender a essas exigências de
qualidade diferenciada e; (2ª ) como conquistar um grupo de consumidores que querem e podem consumir
tais produtos.
Mais uma vez, a ênfase recai sobre os aspectos de coordenação e competitividade da cadeia. A diferenciação
– pela qualidade – implica quase sempre aumento de custos, em função da adoção de tecnologias
recomendadas para tal finalidade, que vão desde a produção e cuidados pós- colheita, até a criação de uma
logística de distribuição que atenda a realização do valor criado ao longo de toda a cadeia. Não obstante, a
concentração de renda a nível mundial e a sofisticação do consumo, abrem a perspectiva de conquista de
mercados lucrativos, cujo preço- prêmio compensa os custos da diferenciação. A qualificação necessária à
nova realidade lança desafios mas também abre novos caminhos para o desenvolvimento de regiões com
vantagens comparativas para atender tais mercados.
Dois fenômenos parecem ilustrativos dessa situação, um ligado à comercialização e o outro às relações dentro
da própria cadeia. Primeiro, a própria estrutura de comercialização vem se modificando por causa da
valorização da qualidade dos produtos consumidos in natura. Pesquisa junto ao entreposto terminal da
CEAGESP, em São Paulo, indica um grande diferencial de preços em função da qualidade, onde produtos de
qualidade superior atingem em média 70% de diferença de preços em relação a produtos substitutos
[AGRIANUAL, 1998: 26]. Na ponta do varejo, tais atributos são ainda melhor avaliados, e o diferencial de
preços pode atingir cifras superiores às aqui indicadas.
Um dos destaques nacionais no que se refere a volumes transacionados de produtos hortifruti do país é o
Entreposto Terminal de São Paulo, da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (ETSP-
CEAGESP). No período recente, os volumes de banana que transitaram por este entreposto recuaram de
123,2 mil toneladas em 1994, para 74,1 mil toneladas em 1997 – uma queda de 39,8% [GONÇALVES et al.,
1998:203- 4]. Por outro lado, essa queda não se verificou para o conjunto do atacado paulistano, o que
demonstra uma expressiva mudança na estrutura de comercialização, com crescente participação dos
supermercados. O mesmo fenômeno se aplica à maçã e outras frutas, com o crescimento das vendas diretas
dos produtores e climatizadores para esses últimos.
Os supermercados têm identificado na oferta constante e confiável de uma variada gama de hortifrutícolas de
alta qualidade um fator estratégico de diferenciação junto à concorrência [AGRIANUAL, 1998: 26], sendo um
caminho lógico para os agentes do setor os contratos diretos com essas redes.
O segundo aspecto da modernização, no sentido da coordenação e competitividade da cadeia, está ligado às
relações da produção agrícola com a agroindústria. É certo que a agroindústria exerce enorme efeito dinâmico
sobre a produção agrícola. O maior exemplo novamente é da indústria de sucos cítricos, que absorve
aproximadamente 85% da produção de laranjas em São Paulo. O desempenho de São Paulo está diretamente
relacionado (1º ) à maior adoção de tecnologia por parte dos produtores; (2º ) a uma sólida retaguarda de
pesquisa e extensão e; (3º ) à estreita relação com a agroindústria de sucos cítricos, forjando um complexo
produtivo moderno e competitivo no cenário internacional.
Os aspectos antes mencionados apenas corroboram a noção de que os ditames do mercado são mais
facilmente assimilados quando os elos da cadeia se acham coordenados. Ainda que com a mesma tendência
de queda, os preços recebidos pelos produtores pela laranja in natura, destinada ao mercado interno, sempre
se apresentaram superiores aos pagos para a fruta destinada à indústria.A diferença fundamental de
comportamento desses preços refere- se à maior estabilidade do produto destinado à industrialização, com
níveis similares para os vários meses do ano, enquanto a laranja in natura apresentou clara variação sazonal.
Embora o rendimento possa ser substancialmente mais elevado nesse último caso, os riscos são reduzidos
significativamente no primeiro.
Fato semelhante se verifica com relação à destinação de frutas para exportação, frente às vendas para o
mercado interno, com maior estabilidade da renda para o produtor quando há algum tipo de vinculação às
exportações.
Os avanços alcançados pela fruticultura no Espírito Santo são pontuais e muito devem à capacidade
empreendedora dos pioneiros que souberam identificar oportunidades e buscar, em meio às limitações,
atender tais demandas. Tanto para a prospecção de mercados como na oferta de crédito específico voltado à
atividade, ou ainda para treinamento de mão- de- obra, aspectos em que a interação/colaboração geram fortes
sinergias, raros foram os apoios institucionais ao longo desses anos. O processo de abertura do mercado
norte- americano para o papaia capixaba, por exemplo, deu- se por iniciativa e apoio das principais empresas
exportadoras. No caso do abacaxi, que já contou com crédito no passado, tais fontes são hoje inexistentes. E
somente em 1998, ocorrem operações mais expressivas de financiamento à fruticultura no Espírito Santo.
Das sete frutas aqui estudadas, o mamão papaia – carro- chefe da fruticultura para exportação no Espírito
Santo – é a que apresenta características mais desenvolvidas enquanto cadeia. Ali observam- se esforços bem
sucedidos desde a produção até o atingimento do consumidor final: fruta com elevados atributos de qualidade
que foram sendo incorporados ao longo do tempo, utilização de embalagens e marcas comerciais distintivas
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do produto, contrato com clientes, dentre outros aspectos que asseguram ao produto deste Estado um lugar
de destaque no comércio exterior brasileiro de frutas.
Não obstante, tais vantagens poderiam ser mais favoráveis caso houvesse maior interação entre pesquisa e
esforço empresarial, entre produção e agroindústria; fluidez logística; e caso houvesse maior cultura
exportadora por parte dos que não estão na atividade direta de exportação. Neste último aspecto, as relações
entre exportadores e fornecedores de frutas são fortemente afetadas pelo comportamento sazonal dos preços
no mercado interno; por apresentar- se em ciclos, podem estar superiores aos praticados na exportação em
alguns momentos do ano, gerando escassez da fruta para este fim. Ressalte- se, entretanto, que embora
tenham sido identificados elementos fundamentais de empreendedorismo e capacitação tecnológica nas
empresas líderes de exportação de mamão, tais características não se encontram em patamares similares em
todas as empresas exportadoras e nas produções interligadas ao processo exportador, existindo, portanto,
muita assimetria de capacitação tecnológica para a produção e exportação.
O maior nível de capacitação presente nas líderes de exportação deve ser generalizado para demais
produtores e empresas. Encontra- se, também, um baixo grau de integração na cadeia, redundando em
desperdícios e encarecimento do produto, a exemplo da incapacidade, até a presente data, de
operacionalizar- se exportações a partir de portos e aeroportos no Estado e da quase inexistência de uso de
fontes de financiamento para o suporte às exportações.

Em out ras frut as, no quadro em se encont ram , há fragilidades evident es no que respeit a às possibilidades
para exportação da fruta in natura:

Banana: baixa qualidade do produto, inadequação de variedades, dissociação produção/comercialização,


insuficientes cuidados agronômicos e de cuidados pós- colheita (seleção e embalagem), comprometendo
de forma drástica a rentabilidade do produtor e o desempenho da cultura que vem se retraindo no
estado;
Abacaxi: elevado índice de perdas por pragas, doenças e exaustão do solo, baixa capitalização do
produtor e desorganização comercial;
Maracujá e goiaba: produtos típicos para o aproveitamento de nichos de mercado, com possibilidade de
compor cestas de frutas onde já existem mercados abertos a produtos da região, como é o caso do
papaia;

Há que se ressalt ar que cult uras novas com o a do abacat e e a da goiaba t êm a seu favor elevado grau de
qualidade na produção, necessit ando, ent ret ant o, de program as consist ent es de capacit ação em pr esarial para
comercialização, t ant o int erna quant o ext erna. Num a visão de cadeia, um dos elos frágeis da frut icult ura no
Espírit o Sant o ainda é a baixa capacidade de processam ent o – agroindúst rias. As iniciat ivas m ais relevant es
são as da Golden Fruit – diversas frut as – e da Agrococo, est a com início de oper ação previst o para final de
1999. Em ambos empreendiment os, há um a fort e ligação com a base produt iva pr ópria, m orango e m am ão
no primeiro caso, e com o coco- anão, no último.

CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES DE CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA

Neste trabalho efetuou- se a identificação e mapeamento da fruticultura no Espírito Santo, base do diagnóstico
par a a ident ificação das cadeias produt ivas por cult uras selecionadas, elaborou- se um cadast ro dos agent es
econôm icos na cadeia de produção e expor t ação de frut as t ropicais no Est ado e delineou- se sugest ões para o
apoio ao desenvolvimento da fruticultura de exportação.
Efetuou- se, em linhas ger ais, um a cont ext ualização da frut icult ura capixaba em t er m os de m ercado ext erno e
principais ações desenvolvidas em outras unidades federadas de apoio à fruticultura.
Observou- se que nos m er cados int ernacionais de frut as apresent am - se oport unidades com er ciais para
aqueles países e agent es que conseguir em capacit ar - se de form a int egrada ( em cadeia) par a explor á- lo.
Capacitação que se inicia com a ident ificação de potencialidades relativas às condições naturais; tecnologia de
cultivo e manejo; tecnologia e logística pós- colheita; tecnologia e logística de transporte e de comercialização.
A ident ificação dest as oport unidades t em sido vislum brada por v ários agent es. No caso de cert as unidades
federadas ( Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Tocant ins) observaram - se m obilizações e ações concret as
para aproveitá- las.
Porém o desenvolvim ent o desse conj unt o de capacit ações não se dá de im ediat o e requer base de
conhecimento. É m ais fácil aperfeiçoar t écnicas de quem j á produz do que iniciar o t r einam ent o de agent es
estranhos à at ividade. O m esm o se dá em t erm os de experiência em export ação de em presas ainda que
muitas delas não tenham conhecimentos em exportação de frutas.
Capacitações dispersas est ão present es no Espírit o Sant o para a produção e export ação de frut as por ém
requer- se investimento de longo prazo para gerar- se capacitação integrada de cadeia produtiva. A logística de
t ransport e per m anece enquant o pot encial à exportação de frut as. Ações de longo prazo ser ão necessárias à
sua adequação a esse fim . Hoj e, o Espírit o Sant o expor t a 9t sem anais de abacat e. Em m am ão a carga
expor t ada sem analm ent e por apenas um a das seis export adoras é de 150t em um t ot al de 420t sem anais.
Este último, sem dúvida, a única fruta capixaba efetivamente inserida no mercado externo.
Para as out ras frut as selecionadas, apenas abacaxi e coco foram obj et o de algum as iniciat ivas esporádicas de
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exportação. Ent ret ant o, am bas apresent am enorm es oport unidades de se t ornarem frut as capixabas de
exportação. No caso do coco, as pr incipais possibilidades são vislum bradas at rav és da venda de coco verde
anão em balado at ravés do m ét odo Tet rapark. Para t al encont ra- se em fase bast ant e adiant ada de
implantação a em pr esa AGROCOCO, sit uada em São Mat eus, que dispõe de 1.420 ha pr óprios em plant ações
de coco anão, e est á em fase de aquisição de equipam ent os para o processam ent o de 100.000 frut as/ dia,
result ando em uma met a de envazament o de 3.000.000 unidades de 250 ml/ mês, gerando um volume t ot al
de 15,6 t semanais de produto.
Para o m aracuj á, as principais sinalizações de m ercado perm anecem para a com ercialização do suco,
figurando as grandes processadoras de sucos nacionais e o mercado in nat ura dos grandes centros urbanos
(Rio de Janeiro e São Paulo) como os principais absorvedores do produt o capixaba. A cult ura est á se
expandindo no norte e no sudeste do Estado, orientando- se para o mercado interno.
A banana aqui produzida não apresent ou experiência export adora. Est a cult ura encont r a- se num quadro de
progressiva perda de competitividade frente a outras áreas de produção nacional, a exemplo das efetuadas no
Est ado de Minas Gerais ( região de Janaúba) . I nser ção na export ação requer m udança do perfil dos plant ios
( variedades) e t reinam ent o agronôm ico de produção e pós- colheit a e t reinam ent o gerencial. Faz- se
necessário aum ent ar os conhecim ent os sobre a região produt ora de Minas Gerais e das produções do
nordeste, hoje já inseridas no circuito exportador.
As t endências para o abacat e são de crescim ent o das expor t ações, explorando nichos de m ercado
diferenciados no comércio int ernacional dessa frut a, dominado pela variedade Haas. O Espírit o Sant o exporta
abacate da variedade Primavera para Port ugal e Canadá. Est a variedade t em sido obj et o de desenvolvim ent o
e pesquisas constantes por técnicos da EMCAPER, pesquisadores da UFES e produtores; apresenta boa
qualidade de produto e comercializado no exterior a preços superiores ao Haas para compensar os custos
mais elevados de transporte aéreo.
As export ações capixabas de frut as são feit as em sua quase t ot alidade at ravés do t ransport e aéreo,
explorando o nicho de m ercado denom inado ‘t ree riped’ ( am adurecido no pé), que apresent a um preço
diferenciado par a cim a devido à m elhor qualidade do pr odut o com parado às frut as subm et idas a longos
períodos de refrigeração.
Os pontos de saída do país utilizados nestas exportações são os aeroportos do Galeão e Viracopos. No Espírito
Sant o a logíst ica de t ransport e m ar ít im o ainda não at ende às necessidades de escoam ent o da produção de
frutas, que é int ensa em freqüência ( diária par a o m am ão) e reduzida em escala, apresent ando exat am ent e
um a lógica inversa à que viabilizaria o t ransport e m arít im o, que apresent a hoj e um fluxo reduzido e exige
grandes volumes de produto.
Possibilidades m elhores residem na viabilização de t ransport e aéreo de frut as a part ir do aeroport o de
Goiabeiras, com o início da linha int ernacional VI TÓRI A x CAMPI NAS x SANTI AGO x MI AMI um a vez por
semana, com capacidade de transporte de 40t.
Essa opção ainda não vem sendo ut ilizada pelos export adores de frut as. No caso do abacat e, est a frut a não
tem autorização das autoridades americanas para penetrar naqueles mercados. Necessitaria de uma rota para
a Europa. No caso do m am ão, rest rições residem em equipam ent os para o em barque de carga refriger ada,
custos e também limitação da rota.
Entretanto, recomenda- se esforço dos exportadores na viabilização dessa linha, mesmo porque pode viabilizar
também pequenas export ações para o Chile, represent ando- se com o um pr é- requisit o par a a solicit ação de
abert ura de uma nova linha para a Europa, fundament al para consolidar as exportações aéreas de frut as a
par t ir do nosso Est ado. Em t er m os t écnicos, a I NFRAERO at est ou não haver im pedit ivos t écnicos para a
multiplicação das atividades de exportações aéreas a partir do aeroporto de Goiabeiras.
Em sínt ese, as capacit ações disper sas present es no Espírit o Sant o precisam ser int egradas para consolidar
uma Fruticultura de Exportação no Espírito Santo.
As ent revist as revelaram com o car ência básica a falt a de inform ações sobre a cadeia produt iva e sobre o
mercado int ernacional de frutas. I lust rat ivo, nesse sent ido, que duas empresas export adoras de mamão
m encionaram o não at endim ent o a algum as dem andas pont uais de abacat e, por desconhecim ent o da
localização dessas produções. No out ro ext rem o, a grande part e dos produt ores de out ras fr ut as não conhece
as 6 (seis) empresas exportadoras de mamão localizadas no Espírito Santo.
Para auxiliar na super ação desse pr oblem a elaborou- se o CADASTRO DE AGENTES ECONÔMI COS DA CADEI A
DE PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO DE FRUTAS. Recom enda- se que ao m esm o sej a dada am pla divulgação e que
seja atualizado anualmente.
Com o base para o planej am ent o profissional do agronegócio em fr ut icult ura t ropical r ecom enda- se a
elaboração de um Zoneam ent o de Apt idão Edafo- Climát ica para a Frut icult ura Tropical no Espírit o Sant o,
conj ugado a um levant am ent o dos recur sos hídricos no Est ado. Est e últ im o t rabalho revest e- se de especial
urgência para o norte do Espírito Santo, submetido há quase uma década a secas prolongadas.
Recomendam- se, ainda, ações dos agent es econôm icos, privados e públicos, no sent ido de est enderam ao
Espírit o Sant o condições de financiam ent o e apoios diversos, present es nos Program as de Desenvolvim ent o
da Fruticultura Tropical dos governos Federal e de Estados vizinhos.

Sistematiza- se, em caráter conclusivo, sugestões adicionais de capacitação tecnológica por cadeia produtiva:

Geração de difusão de informações sobre Mercados Frutícolas e Logística.


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Para o Mamão:

Informações de Mercado;
Pesquisa e treinamento para Controle Fitossanitário da Meleira e do Mosaico;
Geração e difusão de informações sobre requisitos comerciais de países importadores de frutas;
Adaptação e desenvolvimento de Equipamentos Pós- Colheita;
Treinamento e Capacitação em técnicas Pós- Colheita;
Pesquisa e treinamento em técnicas de frigorificação da fruta;
Esforços no sentido de desburocratização do processo de exportação; emissão na origem do
controle fitossanitário;
Recomenda- se para as empresas que não efetuam vendas diretas, busca de parcerias com
empresas de Importação e Exportação, a princípio, já atuantes no Espírito Santo, para
alavancagem da atividade da empresa;
Recomenda- se o esforço destes empresários para a viabilização e multiplicação dos vôos
internacionais a partir do aeroporto de Vitória; a atual linha aérea Vitória x Campinas x Santiago x
Miami não viabiliza as exportações a partir de Vitória. Faz- se necessário viabilizar preços de frete
a pelo menos US$ 0,50 por kilo e buscar- se a criação de pelo menos um vôo para a Europa;
Recomenda- se o desenvolvimento de um selo adicional ao da marca, identificando o mamão como
Papaya- Espírito Santo- Brasil.

Para o Abacaxi:

Recomenda- se uma ação concentrada de capacitação tecnológica voltada para a melhoria da


qualidade da produção de abacaxi, iniciando- se de imediato nas áreas de maior concentração
dessa cultura (Município de Marataízes e entorno);
Englobando técnicas de conservação e recuperação de solos;
Produção e certificação de mudas de qualidade (credenciamento de viveiristas);
Treinamento em Controle Fitossanitário da Fusariose;
Capacitação agronômica de manejo da cultura (adensamento e técnicas adequadas ao aumento
da produtividade e redução de perdas);
Realização de um teste oficial de brix do Abacaxi pérola produzido na região de Marataízes;
Capacitação gerencial e de comercialização;
Catalização e aproximação das empresas exportadoras e de atuação no mercado interno;
Esforços de divulgação do abacaxi do Espírito Santo no mercado nacional; desenvolvimento de
exportações conjuntas, a princípio, com as exportações de mamão;

Para as demais culturas, as sugestões de capacitação tecnológica são similares:

Capacitação e Treinamento para plantio e manejo da cultura;


Credenciamento de fornecedores/viveiristas de mudas certificadas;
Pesquisa e treinamento em controle fitossanitário;
Capacitação gerencial da atividade;
Capacitação em comercialização no mercado interno e externo;
Treinamento em técnicas de pós- colheita;
Treinamento em frigorificação;
Catalização de parcerias empresariais para o início e gradativa alavancagem das exportações de
Frutas Tropicais do Espírito Santo.

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ANEXO I

Produção de frutas no Espírito Santo - LSPA 1998

QUADRO 1 - PRODUÇÃO DE FRUTAS NO ESPÍ RITO SANTO

FRUTAS PRODUÇÃO ÁREA EM ÁREA PLANTADA


PRODUÇÃO (ha) (ha)
Abacaxi 33.200 (mil frutos) 1.644 3.050
Abacate 9.879 (t) 1.084 1.357
Banana 155.535 (t) 22.700 23.494
Mamão 298.577 (t) 5.453 6.316
Melancia 8.300 (t) 420 420
Morango 6.480 (t) 154 154
Maracujá 22.764 (t) 668 943
Acerola 413 (t) 37 40
Cajú 3 (t) 1 3
Goiaba 5.601 (t) 172 262
Graviola 60 (t) 4 24
Limão 10.671 (t) 516 561
Manga 5.532 (t) 357 577
Tangerina 14.815 (t) 695 776
Uva 35 (t) 7 7
Laranja 170.295 (mil frutos) 2.679 2.950
Coco 64.044 (mil frutos) 4.739 10.622
Macadâmia 340 (t) 719 1.234
TOTAL 41.330 52.790

Fonte: FIBGE - Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, 1998.

ANEXO II

Pontos de exportação - Datafruta


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Pontos de exportação - ABACATE (toneladas)

Rio de Janeiro Foz do Jaguarão


Santos Campinas São Paulo
(Aero) Iguaçu RS
1990 154,3
1991
1992
1993
1994
1995 89,6 18,9 4,0
1996 226,2 17,4 0,9 22,3 10,9
1997 226,2 17,4 0,9 93,6 22,3 10,9
1998 97,1 3,3 154,0 2,0 3,4
Fonte: Datafruta Obs: células em branco=informação não disponível

Pontos de exportação - GOIABA (tonelada)

Rio de Janeiro Cumbica


Campinas São Paulo
(Aero) SP
1990 2,3 108,9 148,1
1991 4,3 79,2 103,6
1992
1993
1994
1995 10,4 21,7 86,4
1996 3,1 7,6 135,4
1997
1998
Fonte: Datafruta Obs: células em branco=informação não disponível

Pontos de exportação - COCO (toneladas)


Dionísio
Belém Cabedel Foz do Jaguarão Uruguaiana Ponta
Campinas Chuí RS Cerqueira
PA PB Iguaçu RS RS Porã MS
SC
1990
1991 3.2 437,2
1992
1993
1994
1995 18,9
1996 17,4 11,6
1997 17,4 0,9 25,7 1,1 7,2 19,8 5,7
1998 0,8 59,3 5,6 87,1 0,7
Fonte: Datafruta Obs: células em branco=informação não disponível

Pontos de exportação - BANANA (toneladas)

Fortaleza Rio de São Foz do Jaguarão Porto


Santos Natal Chuí RS
(Aero) Janeiro Paulo Iguaçú RS Xavier RS
1990 9,0 0,2 16041,0 12021,6
1991 9,2 77,2 15289,0 17360,8 36,0
1992
1993
CONDIÇÕES NATURAIS DE PRODUÇÃO Página 37 de 37
1994
1995 47,4 8012,4 3708,0
1996 2882,4 5732,4 2700,4 252,4
1997 4,9 2882,4 5732,4 2700,4 252,4
1998 2,9 465,3 2686,0 6,3 3,4 5048,0 7466,0 2839,2 803,5
Fonte: Datafruta Obs: células em branco=informação não disponível

Pontos de exportação - ABACAXI (toneladas)

Porto Dionísio São


Cabedel Rio de São Foz do Chuí Jaguarão Uruguaiana Itaqui
Santos Natal Xavier Cerqueira Borja
PB Janeiro Paulo Iguaçu RS RS RS RS
RS SC RS

1990 29,8 154,3 673,5 215,1 306,0 1547,5 4853,5


1991 203,4 2,1 663,8 45,5 144,0 1004,6 12793,4
1992
1993
1994
1995 4,6 2724,0 0,7 2286,1 281,4 287,6 229,9 3887,4 327,0 210,6
1996 17,0 371,2 4947,4 257,5 285,2 44,4 4399,1 1027,7 50,7 96,0
1997 17,0 371,2 4947,4 257,5 285,2 44,4 4399,1 1027,7 50,7 96,0
1998 1,9 5253,2 325,2 374,2 49,5 4962,8 1935,0 54,0
Fonte: Datafruta Obs: células em branco=informação não disponível

Pontos de exportação - MAMÃO (toneladas)

Rio de Janeiro São Jaguarão


Santos Natal Recife Salvador Vitória Campinas Cumbica
(Aero) Paulo RS
1990 322,9 34,1 276,9 33,6 394,1 795,4 722,6 1279,6
1991 566,4 437,5 227,6 998,1 705,2 287,0 3297,3
1992
1993
1994
1995
1996
1997 86,2 423,6 56,7 874,9 666,2 2085,2 388,6 1051,9 26,4
1998 35,9 189,6 65,8 595,7 380,0 4708,6 309,3 1713,7 27,5
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