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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

GIANCARLO CASTANHA LOVATO

FAZENDA JF: Empreendendo no Agronegócio

SÃO PAULO - SP

2019

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

GIANCARLO CASTANHA LOVATO

FAZENDA JF: Empreendendo no Agronegócio


Trabalho apresentado para a disciplina de Projeto
Integrado Multidisciplinar XI, do Curso Superior
de Tecnologia em Gestão de Agronegócio
apresentado à Universidade Paulista – UNIP.

SÃO PAULO - SP

2019

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

GIANCARLO CASTANHA LOVATO

FAZENDA JF: Empreendendo no Agronegócio


Trabalho apresentado para a disciplina de Projeto
Integrado Multidisciplinar XI, do Curso Superior
de Tecnologia em Gestão de Agronegócio
apresentado à Universidade Paulista – UNIP.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

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RESUMO

Este estudo teve como finalidade entender a origem e evolução do empreendedorismo


no mundo e no Brasil, voltado para o cenário do agronegócio, com a implantação de
novas tecnologias e mecanização no campo. Estabeleceram-se como objetivos a análise
do contexto histórico da Fazenda JF e como relaciona-se com o meio ambiente,
equilibrando a produção agrícola e a sustentabilidade. O procedimento metodológico
contou inicialmente com uma revisão bibliográfica de autores que abordam sobre o
empreendedorismo e tecnologias empregadas ao agronegócio. A segunda etapa, no
campo empírico foi realizada entrevistas com o proprietário da fazenda e sua filha, os
quais são responsáveis por toda a gestão. A pesquisa permite afirmar a importância do
agronegócio brasileiro para o mundo, o quanto a produção agrícola contribui para a
alimentação de milhares de pessoas no globo terrestre, bem como quebrar o paradigma
de que não é possível aumentar a produtividade da lavoura por meio de mecanismos
sustentáveis.

Palavras-chave: Empreendedorismo. Agronegócio brasileiro. Fazenda JF.

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Se queres acordar toda a humanidade, então acorda-te a ti
mesmo, se queres eliminar o sofrimento do mundo, então
elimina a escuridão e o negativismo em ti próprio. Na verdade a
maior dádiva que podes dar ao mundo é aquela da tua própria
autotransformação.

Lao-Tsé (604-531 A.C.)

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Incentivos para Empreender ........................................................................ 11

Figura 02: Análise SWOT da Fazenda JF ..................................................................... 13

Figura 03: Modelo de uma Estufa Túnel Alto .............................................................. 18

Figura 04: Trator Froelich movido à gasolina ............................................................... 21

Figura 05: Primeira colheitadeira brasileira .................................................................. 21

Figura 06: Trator autônomo CASE IH .......................................................................... 22

Figura 07: Drone pulverizador DJI Agras MG-01 ........................................................ 23

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8

2. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .................................................................... 9

2.1. Dados da Empresa ............................................................................................. 9

2.2. Histórico............................................................................................................. 9

3. EMPREENDEDORISMO ...................................................................................... 10

3.1. Empreendedorismo no Agronegócio ............................................................... 11

3.2. Empreendedorismo na Fazenda JF .................................................................. 12

3.3. Análise SWOT ................................................................................................. 13

4. NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO ................................................. 16

4.1. Novas Tecnologias na Fazenda JF ................................................................... 17

5. MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA .............................................................................. 20

5.1. Evolução das máquinas agrícolas .................................................................... 20

5.2. Mecanização Agrícola na Fazenda JF ............................................................. 22

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 24

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 25

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1. INTRODUÇÃO

Este estudo teve como finalidade entender a origem e evolução do


empreendedorismo no mundo e no Brasil, voltado para o cenário do agronegócio, com a
implantação de novas tecnologias e mecanização no campo, buscando estabelecer
relação com a Fazenda JF, a qual foi base para este estudo.
O tema escolhido tem grande peso aos assuntos abordados na atualidade, uma
vez que, vem sendo pensado maneiras para o aumento da produtividade agrícola e a
diminuição dos impactos no meio ambiente, buscando formas de equilibrar o aumento
da produção com a sustentabilidade.
Estabeleceram-se como objetivos a análise do contexto histórico da Fazenda JF e
como relaciona-se com o meio ambiente, equilibrando a produção agrícola e a
sustentabilidade.
O procedimento metodológico contou inicialmente com uma revisão
bibliográfica de autores que abordam sobre o empreendedorismo e tecnologias
empregadas ao agronegócio. A segunda etapa, no campo empírico foi realizada
entrevistas com o proprietário da fazenda e sua filha, os quais são responsáveis por toda
a gestão.
A pesquisa permite afirmar a importância do agronegócio brasileiro para o
mundo, o quanto a produção agrícola contribui para a alimentação de milhares de
pessoas no globo terrestre, bem como quebrar o paradigma de que não é possível
aumentar a produtividade da lavoura por meio de mecanismos sustentáveis.

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2. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

2.1. Dados da Empresa

a) Razão Social: Jaime Domingos Farinon


b) Denominação Comercial: Fazenda JF
c) Setor da Economia e Ramo da Atividade: A empresa está ligada ao setor agrícola,
pertencendo ao setor primário da economia.
d) Endereço: Estrada Clotilde, lote 83, 84 e 85. Bairro Lídia. Sinop/MT.
e) Enquadramento Quanto ao Faturamento: Produtor rural, pessoa física,
classificado como médio produtor, onde o faturamento é superior a R$ 360 mil e
inferior a R$ 1,6 milhões de reais.
f) Número de Colaboradores: Possui 7 colaboradores em seu quadro.
g) Produção agrícola: O principal produto de cultivo da fazenda é a soja, mas nos
períodos de entressafra é plantado milho e feijão.

2.2. Histórico

Quando a família Farinon chegou ao munícipio de Sinop, no ano de 1994, o Sr.


Jaime já possuía a Fazenda Ranchão na região juntamente com seu irmão, onde mexiam
com pecuária. Posteriormente, desfizeram a sociedade e o Sr. Jaime comprou a parte do
irmão, sendo o único proprietário da terra. A terra foi arrendada por terceiros por alguns
anos, porém a separação com sua esposa fez com que as coisas tomassem outros rumos.
A Fazenda Ranchão ficou para sua ex-esposa e as terras do sul ficaram pra ele,
diante disso, vendeu as terras e comprou a Fazenda JF, e passou a mexer com a
agricultura. Primeiramente cultivou o feijão e com isso a vendê-lo na região por meio da
empresa Grãos do Norte, a qual fundou no mesmo ano em que chegou no munícipio.
Atualmente, seus três filhos gerenciam a empresa Grãos do Norte, e a filha
caçula o auxilia na administração da fazenda, hoje com o aumento da área para cultivo
tem planos de embalar painço (alimentos para aves) e vender aos supermercados da
região.

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3. EMPREENDEDORISMO

A palavra empreendedorismo tem sua origem francesa, derivada do verbo


entreprende, utilizada pela primeira vez na esfera econômica, por Richard Cantillon, seu
significado é assumir empreitada, a qual requer muito esforço e dedicação,
mencionando as pessoas que organizavam, encarregavam e lideravam excursões
militares (SIQUEIRA & GUIMARÃES, 2002).

Empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor, dedicando o


tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e
sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da
satisfação e independência econômica e pessoal. (SEBRAE, 2007, p. 15).

O cenário atual de mercado vem tornando-se extremamente rigoroso e


competitivo, obrigando as empresas inovarem em suas atuações de negócio para
manterem as portas abertas. Diante desta situação presenciada pelas organizações, o
empreendedorismo está sendo utilizado como estratégica de gestão, uma vez que, visa
beneficiar-se de oportunidades e satisfazer as necessidades dos clientes, assumindo os
riscos previamente calculados e enfrentando os desafios com o intuito de explorar novos
caminhos.
A alma do empreendedorismo está ligada a detectar e explorar oportunidades
em situações adversas às quais a maioria das pessoas não visualiza, portanto um
indivíduo com características empreendedoras trabalhará com ideias inovadoras para
substituir produtos ou métodos de produção já existentes (HITT; IRELAND;
HOSKISSON, 2008).
Assim, o empreendedor é aquele que tem satisfação em correr riscos para
investir nas oportunidades. De acordo com Menezes (2003) é o indivíduo que possui
inciativa para promover um empreendimento por intermédio de uma ação criativa e
inovadora, ou seja, ele sabe transformar circunstâncias desfavoráveis, incentivar a
colaboração, e criar relacionamentos interpessoais gerando resultados positivos e
fazendo o que gosta.
O empreendedorismo não é um tema novo, ele existe desde as primeiras
inovações humanas, as quais buscaram melhorar as relações do homem com outros
indivíduos e com a natureza (DOLABELLA, 2008).

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“Os indivíduos são atraídos para o empreendimento por inúmeros incentivos
prazerosos ou recompensas” (LONGENECKER; MOORE; PETTY, 2004, p. 6).

Figura 01: Incentivos para Empreender

Fonte: Longenecker; Moore; Petty, 2004, p. 7.

3.1. Empreendedorismo no Agronegócio

O agronegócio é a maior fonte de riqueza no Brasil, onde o montante


produzido fomenta a economia do país, gerando emprego e renda para milhares de
brasileiros envolvidos em sua cadeia de suprimentos. De acordo com Bonganha e
Minatel (2015), o País lidera a produtividade agrícola na América Latina e Caribe, com
crescimento médio de 3,6% ao ano.
A priori, os negócios rurais eram gerenciados pelos próprios fazendeiros, donos
da terra. A partir da década de 60 passaram a ser realizados por profissionais
especializados com o intuito de aumentar os lucros, uma vez que, objetivou-se também
o aumento da produtividade (LUIZ, 2013).
Segundo os registros do MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (2004) indicam que no intervalo dos anos de 1993 e 2003 as vendas de
produtos agrícolas e o faturamento teve crescimento superior a 100%. Os autores
Carvalho e Silva (2008) relatam que essa expansão se deu devido a competência em
tecnologia e a patentiação de várias culturas.

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A EMPRAPA (2005) elaborou três conceitos para representar o agronegócio na
atualidade, sendo eles:
O primeiro conceito define o Agronegócio como uma rede que envolve desde a
produção e comercialização dos insumos, passado para a produção agropecuária,
transformação, distribuição e comercialização destes produtos. A produção e
comercialização de insumos envolvem desde a extração da matéria-prima,
beneficiamento, distribuição e comercialização dos mesmos. A produção agropecuária
envolve o pequeno e grande produtor rural, assistência técnica, manejo do ambiente e
todos direta ou indiretamente ligados à geração de bens e serviços prestados ao
ambiente rural. E para finalizar, a transformação, distribuição e comercialização dos
bens produzidos, evolvendo a indústria, os distribuidores e consumidores.
O segundo conceito define o Agronegócio como uma cadeia produtiva
composta pelos fornecedores de insumos e serviços, produção agropecuária, indústria de
processamento e transformação, agentes de distribuição e comercialização.
E por último, o terceiro conceito descreve como um conjunto de operações de
produção, armazenamento, distribuição e comercialização de insumos e produtos
agropecuários e agroflorestais, com o objetivo de suprir o consumidor final.
Assim, todos os conceitos descritos acima evidenciam que o Agronegócio é
uma cadeia suprimentos, onde há a interdependência de inúmeros agentes econômicos
para o intuito de atender as necessidades do consumidor final. Em outrora era
considerada uma atividade de subsistência e atualmente passou a ser considerada uma
das principais economias do mundo, com grande fluxo de produtos, serviços e capitais.

3.2. Empreendedorismo na Fazenda JF

A Fazenda JF atua com a gestão familiar, uma vez que, as atividades de


gerenciamento são realizadas entre o proprietário, Jaime Farinon, e sua filha mais nova,
Marina Farinon.
De acordo com Lodi (1998), empresa familiar é a organização que em sua
história o processo de sucessão é passado pelo menos por duas gerações. Somado a isso,
as empresas são familiares quando mantêm membros da família na administração dos
negócios.
A empresa não possui nenhum software de controle, assim são feitos por meio
de planilhas de Excel, onde calculam os gastos médios por hectare, desde insumos

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agrícolas à mão de obra. As demais informações que precisam ser lembradas e
controladas são anotadas em uma agenda do proprietário, facilitando o mesmo na
organização de suas atividades.
O proprietário busca sempre implementar novos maquinários com tecnologias
mais avançadas, visando auxiliar no aumento da produtividade da plantação e colheita.
Assim, para se manter no mercado com as exigências da agricultura sustentável, procura
utilizar de insumos menos prejudiciais a saúde humana e ao meio ambiente, sendo um
de seus principais objetivos.

3.3. Análise SWOT

A Análise SWOT é uma ferramenta da administração que permite entender os


fatores positivos e negativos da empresa, utilizada para cruzar as oportunidades e
ameaças do ambiente externo com os pontos fortes e fracos do ambiente interno, com
este cruzamento será possível criar uma indicação do rumo que a organização deve
tomar, descrevendo seus pontos que devem ser melhorados e os quais estão sendo
benéficos a organização (CHIAVENATO & SAPIRO, 2003).

Figura 02: Análise SWOT da Fazenda JF

ANÁLISE SWOT
FORÇAS OPORTUNIDADES

 Capacidade de produzir outras  Linha de crédito com os bancos;


culturas;  Aumento no consumo dos bens
 Maquinário moderno. produzidos;

FRAQUEZAS AMEAÇAS

 Falta de separação de gastos  Intempéries climáticas;


particulares com os da empresa;  Pragas no cultivo;
 Falta de controle de custos,  Burocratização na legislação.
produção e lucros informatizados.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Abaixo segue explicação dos pontos descritos na Figura 02:

FORÇAS:

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 Como a fazenda possui área para cultivo e maquinário moderno e automatizado,
isso possibilita o cultivo de outras culturas;
 Seu patrimônio de ativos bens móveis é de alto valor no mercado, pois são
máquinas modernizadas, possibilitando o aumento da produtividade de grãos.

FRAQUEZAS:

 Não há separação entre os gastos pessoais dos gestores com os da empresa, o


maior exemplo observado ao decorrer do trabalho foi com o gasto em combustível,
tanto veículos da empresa quanto dos gestores são pagos juntamente.
 Não há um sistema informatizado para controlar os custos, lucros e a produção,
ocorrendo por diversas vezes a falta de gestão nos processos.

OPORTUNIDADES:

 Por ser um produtor rural conhecido na região sinopense e por pagar suas contas
sempre em dia, assim, há bastante oferta na concessão de crédito com os bancos.
 Com o aumento do consumo de bens produzidos a partir do cultivo da soja,
feijão e milho, consequentemente acarretará em um maior montante de dinheiro oriundo
das vendas.

AMEAÇAS:
 As intempéries climáticas são impossíveis de serem controladas, ameaçando a
produtividade agrícola;
 Novas pragas podem surgir ao decorrer do tempo, dificultando o cultivo da
plantação e necessitando de novos defensivos agrícolas;
 Caso as leis para compra de defensivos e exportação mudem, isso impactará
diretamente na produção e nas vendas, sendo um risco incontrolado pelo produtor.

Verifica-se mesmo com vários anos atuando com a produção de grãos, o


proprietário carece tecnologias e ferramentas de gestão, assim como foram elencados
através da análise SWOT.

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A produção e comercialização de grãos é um dos setores que mais geram
rendimento econômico, pois há grande demanda e a tendência mundial é que o consumo
por alimentos aumente todos os anos, obrigando os produtores buscarem mecanismos
para expandirem a produção.

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4. NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO

O uso de tecnologias no agronegócio vem tornando-se um fator primordial para


a produção agrícola, haja vista que, agrega alto valor ao produto final, bem como o
aumento da produtividade por hectare. A grande demanda do mundo por alimentos
impulsiona produtores e empresas do ramo a investirem em novas tecnologias nas
lavouras com o intuito de garantir a frequente elevação da produtividade.
No Brasil, estudos voltados para a inovação tecnológica na agricultura
iniciaram-se na década de 60 devido aos elevados ganhos no setor primário (VIERA
FILHO; VIEIRA, 2013). Diante desta situação, foi criado a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) no ano de 1973 com a missão de promover a
inovação aplicada na adversidade da agricultura brasileira, com foco na “fronteira do
conhecimento e a preservação de práticas ancestrais de comunidades tradicionais
brasileiras estão entre as nossas atividades” (EMBRAPA, 2016).
Com o investimento em avanços tecnológicos no agronegócio brasileiro
alavancou a produtividade de grãos:

O Brasil é um dos líderes mundiais na produção e exportação de vários


produtos agropecuários e a agropecuária brasileira possui um excelente
desempenho. A safra de grãos, por exemplo, saltou de 57,8 milhões de
toneladas para 144 milhões de toneladas entre as safras 1990/1991 e
2007/2008, o que representa aumento de 150% no período e uma média anual
de crescimento de 8,7%. Além disso, os investimentos em tecnologia fizeram
com que a produtividade tivesse um incremento de 3,83% ao ano desde o
início da década passada. Nesse período, a evolução da pecuária também foi
importante, com destaque para a avicultura, cuja produção passou de 2,4
milhões de toneladas para 9,7 milhões de toneladas em 2007. O Brasil
também possui um alto índice de produtividade, porém, precisa melhorar
seus mecanismos de proteção sanitária que está aquém da demanda mundial.
Acrescido de sua alta tecnologia, têm atraído cada vez mais investimentos
internacionais nos últimos anos. (MAPA, 2009; SRIA/MAPA, 2008,
ACS/MAPA, 2009 apud NOVAES et al., 2009, p. 5).

Como observado na citação anterior, o Brasil vem avançando em termos de


produtividade e exportação de produtos agropecuários, resultado de inúmeras pesquisas
em regiões que desenvolvem esse tipo de atividade. Além de que, a tecnologia
empregada no setor vem fazendo que a mão-de-obra seja mais qualificada, resultando
em um grande salto na safra de grãos sem aumentar a área plantada (GASQUES et al.,
2004; NEVES; NEVES, 2007).

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4.1. Novas Tecnologias na Fazenda JF

Na Fazenda JF, tema de nosso estudo, também são implantadas algumas


tecnologias voltadas à agricultura, sendo elas:
Melhoramento genético: as sementes são compradas com modificações
genéticas, assim tornam-se mais resistentes às intempéries do clima e pragas de
lavouras, bem como aumentam a produtividade por hectare.
Essas sementes possuem certificação de melhoramento genético, ou seja,
estipulam uma quantidade em que será colhido por hectare, e caso colha menos do que a
quantidade firmada em contrato, a empresa responsável pela venda do produto fará uma
análise do solo e da planta para descobrir o porquê da baixa de produtividade e se
comprovado que o problema foi na semente fará o reembolso ao cliente.
A Fazenda JF compra essas sementes das empresas Sementes Guerra e
Sementes Bom Futuro, duas empresas conceituadas no mercado brasileiro que se
aprimoram para atender as necessidades dos agricultores.
De acordo com Borém e Miranda (2005) o melhoramento genético é a
estratégia mais valiosa para o aumento de produtividade de modo sustentável e
ecológico, juntamente com melhores práticas de manejo, adubação e irrigação.
Essa tecnologia resume-se a desenvolver genótipos que usem eficientemente os
nutrientes do solo, a energia solar, e outros fatores do ambiente para aumentarem a
produção econômica por área cultivada e adaptada às necessidades dos agricultores e
consumidores (SILVA, 2011).
Estufa da semente: as sementes são armazenadas em uma estufa específica
para garantir a qualidade do grão para a próxima safra. Este local possui um
climatizador que mantém a temperatura entre 15º à 16º C, tem como objetivo conservar
a estrutura do grão para que não venha afetar no período de plantação.
O modelo de estufa utilizado na fazenda é o túnel alto, ele possui paredes
laterais e teto com formato em conjunto único de meio círculo (parábola).

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Figura 03: Modelo de uma Estufa Túnel Alto

Fonte: Dos Reis, 2005, p. 15.

De acordo com Jesus Filho (2009) as vantagens deste modelo são:


a) Construção rápida da estrutura;
b) Maior resistência às intempéries climáticas;
c) Fácil montagem;
d) Fácil manutenção;
e) Diversas dimensões.
As desvantagens são:
a) Custo elevado ao de outras estufas;
b) Não é recomendável para locais de clima quente/úmido e quente/seco, devido ao
acúmulo de calor.
Drones: é um veículo aéreo remotamente pilotado, utilizado para o controle da
plantação, tendo maior visibilidade dos campos que são aplicados defensivos, secantes,
entre outros itens, ou seja, facilita a identificação de qual área precisa de interferência.
Segundo Bastos (2015) os drones são utilizados na agropecuária para:
a) Análise da plantação;
b) Demarcação do plantio;
c) Acompanhar o desenvolvimento da safra;
d) Pulverização de fertilizantes ou defensivos;
e) Acompanhamento de pastagem;
f) Monitorar desmatamento;
g) Achar nascentes de água;
h) Descobrir onde abrir estradas;

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i) Vigilância;
j) Achar focos de incêndios;
k) Telemetria;
l) Tocar e contar a boiada;
m) Busca de animais perdidos.
Assim, a gestão da propriedade rural fica mais fácil através desta tecnologia,
permitindo ao produtor fazer análises a partir de seu escritório, por intermédio de
câmeras e sensores.

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5. MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

Com o decorrer dos anos a agricultura aprimorou-se para o aumento da


produtividade, e esse fato deu-se através da mecanização agrícola. O agricultor deixou
de cultivar somente para sua subsistência e passou a ser seu meio de trabalho e
remuneração. Até 6000 anos A.C. utilizava-se de arado de madeiras e era puxado pelo
homem, posteriormente foi substituído pela tração animal e a ser fabricado de aço. Na
Revolução Industrial, com o aparecimento de motores a vapor e gasolina, a agricultura
avançou no aspecto de mecanização e consequentemente produção, ou seja, a
agricultura passou a ser auxiliada pela automatização de seus processos e robotização
(SARUGA, 2002).

A mecanização tomou grande impulso a partir das semeadoras, já que este


tipo de plantio, para grãos economizava 54,5 litros de sementes e elevava a
produtividade da colheita em 10,5 hectolitros por hectare. Outra máquina que
foi considera uma autentica inovação daquela época, foi a máquina de
descaroçar o algodão, projetada por Eli Whitney, foi um dos principais
avanços no período, pois, para descaroçar o algodão, era um processo que
demandava grande contingente de mão-de-obra, e esta máquina foi de grande
ajuda para o seu cultivo e gerou grande aumento na produtividade naquela
cultura. Em 1830 e 1860, as ceifadeiras e segadeiras, para feno, foram as
grandes inovações da época. Com isso, foi possível gerar espaço para que
novos equipamentos de colheita fossem desenvolvidos (CARPANEZZI et al.,
2016)

Assim, os avanços para desenvolver maquinários utilizados na produção


agrícola foram aumentando, expandindo o mercado das atividades rurais, onde a cadeia
de produção se inicia muito antes do produtor.

5.1. Evolução das máquinas agrícolas

Os tratores ainda são extremamente utilizados na agricultura, feitos para


substituir os animais. Em outrora era semelhante às máquinas a vapor, os quais foram
muito usados pelos agricultores americanos e canadenses. O primeiro trator a gasolina
foi fabricado em 1982 na indústria de Froelich, nos Estados Unidos, conforme
observado na figura 03. Atingiu o ápice de sua fabricação no ano de 1913, quando em
média dez mil tratores foram fabricados (CARPANEZZI et al., 2016).

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Figura 04: Trator Froelich movido à gasolina

Fonte: CARPANEZZI et al., 2016

As colheitadeiras surgiram para substituir os cortadores de cana, sendo que


uma de porte pequeno substituiria 50 pessoas, a de grande porte faria o trabalho de 100
a 150 trabalhadores. Com o aumento da produção agrícola, esse tipo de maquinário
ganhou espaço, uma vez que, seria mais rentável a colheita por máquinas do que feita
manualmente (CARPANEZZI et al., 2016).
Em 1965 foi produzido no Brasil a primeira colheitadeira automotriz, pela
empresa gaúcha Schneider Logemann & Cia, em Horizontina.

Figura 05: Primeira colheitadeira brasileira

Fonte: GUIMARÃES, 2005.

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5.2. Mecanização Agrícola na Fazenda JF

Na Fazenda JF são utilizados de tratores, colheitadeiras e pulverizadores no


plantio, todos estes equipamentos possuem piloto automático e GPS, porém necessitam
de um operador para controlar as funções dos painéis.
Essas máquinas são mais precisas quanto à produtividade em relação a outros
que são pilotados por uma pessoa, além de que, os custos com pessoal são
extremamente baixos, não tem a necessidade de pagar por hora ao piloto.
Maquinário utilizado na fazenda:

Figura 06: Trator autônomo CASE IH

Fonte: AUTO ESPORTE, 2017.

Trator autônomo, fabricado pela Case, possui design futurista e pode ser
“pilotado” através de um tablet. Traz em sua tecnologia a telemetria, com sensores,
radar e câmeras, aplicativo de controle remoto e sistemas de comunicação com outras
máquinas e implementos.

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Figura 07: Drone pulverizador DJI Agras MG-01

Fonte: DRONE VISUAL, 2017.

Possui um tanque pulverizador localizado abaixo de seu corpo, com capacidade


de até 10 quilos de insumos líquidos, como pesticidas, fertilizantes ou herbicidas. Possui
eficiência de aplicação entre 4.000 e 6.000 m² a cada 10 minutos de operação. Sua
automação é realizada por meio do seu rádio controle, contendo informações de voo e a
aplicação dos insumos.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pretendeu-se com o estudo compreender a origem e evolução do


empreendedorismo no mundo e no Brasil, voltado para o cenário do agronegócio, com a
implantação de novas tecnologias e mecanização no campo, buscando estabelecer
relação com a Fazenda JF, a qual foi base para este estudo.
O agronegócio vem crescendo exponencialmente no mundo, pois é o setor que
alimenta milhares de pessoas, fazendo-se necessários buscar meio de aumentar a
produtividade, conforme o aumento populacional, porém a questão de minimizar os
impactos ambientes com estes avanços.
Para o fortalecimento do agronegócio é importante que haja intercâmbio de
informações, produtos, serviços e a sustentabilidade ambiental, viabilizando o setor
como atividade socioeconômica. Por outro lado, buscar meios que impulsionem as
atividades agrícolas, mas que também não devastem o meio ambiente, ou seja, não
visando somente o lucro e sim o equilíbrio entre o agronegócio e o meio ambiente.
Dessa forma, com a pesquisa verificou a importância da Fazenda JF com sua
produção agrícola para a sociedade local e mundial, uma vez que, sua produtividade
impacta na alimentação de inúmeras pessoas.. Para a ciência, pode contribuir para a
ampliação do entendimento em pequenos e médios agricultores, o quanto é investido em
tecnologias e a preocupação com o meio ambiente.
O estudo constatou que a organização Fazenda JF é uma constituição de pessoa
física que se fortalece em resposta às dificuldades socioeconômicas, repassando as suas
conquistas através das gerações familiares, contribuindo com a produção agrícola
brasileira.
Portanto, pode-se afirmar que a Fazenda JF é uma organização moderna,
informatizada, compromissada com sua responsabilidade ambiental, e social. Destaque
pelo seu comprometimento na qualidade de sua produção.

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REFERÊNCIAS

AUTO ESPORTE, 2017. Case IH Apresenta Trator Autônomo no Brasil. 2017.


Disponível em: <https://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2017/05/case-ih-
apresenta-trator-autonomo-no-brasil.html>. Acesso em: 12 de abril de 2019.

BASTOS, T. R. 15 Usos de Drones na Agricultura e na Pecuária. PESQUISA E


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<http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Pesquisa-e-
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Acesso em 08 de abril de 2019.

BEUREN, I. M. et al. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade:


teoria e prática. 3ª Edição. São Paulo: Atlas, 2008.

BONGANHA, C. A.; MINATEL, J. F. Agronegócios: A Importância do


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2005.

CARPANEZZI, L.; LEARDINI, O.; SILVA, C. G. C.; ZANARDI, R. História e


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