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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

BAIANO Campus Santa Inês

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA


BAIANO – CAMPUS SANTA INÊS
CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

FILLYPE PEREIRA SILVA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


SECRETARIA DE AGRICULTURA

Santa Inês/BA
Abril, 2023
FILLYPE PEREIRA SILVA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório de estágio supervisionado


apresentado ao Núcleo de Relações
Instituições (NRI) do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia Baiano-
Campus Santa Inês.

Área de atuação: Bovinocultura e


Agricultura

Professor orientador: Aires Lima Rocha


Neto

Santa Inês/BA
Abril, 2023
FILLYPE PEREIRA SILVA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório para obtenção da aprovação do Curso Técnico em Agropecuária do


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus Santa
Inês.

Profº. Dr. Aires Lima Rocha Neto


Orientador

Nota do professor orientador do IF Baiano:

Data: / /
RESUMO

Este relatório é uma descrição das atividades desenvolvidas durante o estágio


supervisionado do curso técnico em Agropecuária do IF Baiano – Campus Santa Inês,
realizado na Secretaria de Agricultura do município de Jiquiriçá– Bahia. O estágio teve
atuação na área da Agropecuária e Extensão Rural e lidou com situações que
envolveram o manejo animal e o cultivo do solo. Dentre as atividades desenvolvidas,
foram realizadas aquelas relacionadas à manipulação animal, tais como o manejo
reprodutivo. Além disso, realizou-se controle de pragas em viveiros e demarcação de
território em zona rural do município para o respectivo Cadastro Ambiental Rural. O
estágio teve como finalidade aliar os conhecimentos teóricos obtidos na academia com a
experiência efetiva no ambiente de trabalho, contribuindo para a preparação profissional
e enriquecendo a carga de aprendizados acumulados no período de estudo.
Palavras-Chave: Agropecuária; Extensão Rural; Manejo reprodutivo
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7

2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 9

3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL .................................................................................. 10

3.1 SUPERVISÃO ................................................................................................................................ 10

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 11

4.1 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) ............................................ 11


4.2 CADASTRO AMBIENTAL RURAL (CAR) ............................................................. 12
4.3 CONTROLE DE PRAGAS EM VIVEIROS .................................................................................. 12
4.4 EXTENSÃO RURAL .................................................................................................................... 14

5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS................................................................................... 15

5.1 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) ............................................ 15


5.1.1 Dia 0 ......................................................................................................... 15
5.1.2 Dia 9 ......................................................................................................... 16
5.1.3 Dia 11 ....................................................................................................... 17
5.2 CONTROLE DE PRAGAS EM VIVEIRO ...................................................... 21
5.3 MEDIÇÃO DE TERRITÓRIO ......................................................................... 24

6 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 26

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 27

5
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Dispositivo intravaginal, hormônios Sincrodiol e Sincrocio ................ 15


Figura 2- Gonadotrofina coriônica equina ............................................................ 16
Figura 3- Cipionato de Estradiol ........................................................................... 16
Figura 4- Retirada do dispositivo intravaginal. ..................................................... 16
Figura 5- Botijão com nitrogênio líquido. ............................................................. 17
Figura 6- Luvas descartáveis. ................................................................................ 18
Figura 7- Aplicador. .............................................................................................. 18
Figura 8- Pinça e tesoura ....................................................................................... 18
Figura 9- Termomêtro e papel toalha. ................................................................... 18
Figura 10- Recipiente para descongelamento do semên. ...................................... 19
Figura 11- Raça e identificação do touro. ............................................................. 19
Figura 12- Médico veterinário introduzindo o aplicador na vulva da vaca e o guiando
com a mão no reto do animal. ............................................................................... 19
Figura 13- Momento em que o semên é aplicado com o auxílio de um técnico....20
Figura 14- Vista frontal do viveiro. ....................................................................... 21
Figura 15- Ataque de colchonilhas em uma gravioleira próximo ao viveiro. ....... 21
Figura 16- Bomba manual utilizada na atividade .................................................. 22
Figura 17- Plantas que sofreram ataque de colchonilha ........................................ 22
Figura 18- Aplicação da calda natural. .................................................................. 22
Figura 19- Aplicação da calda natural. .................................................................. 23
Figura 20- Aparelho de GPS..................................................................................24
Figura 21- Uso do tablet com o aplicativo C7GPS................................................25

6
1 INTRODUÇÃO

O Brasil ocupa posição de destaque no cenário mundial da indústria de carne


bovina. Atualmente, a pecuária brasileira possui uma dos maiores rebanhos comerciais
do mundo, Os dados de efetivos de bovinos em 2022, indicam que o país possui neste
ano, 214,5 milhões de cabeças (CONAB, 2022). A produção de carne bovina do Brasil
terminou 2022 com a produção de 8,115 milhões de toneladas (CONAB, 2022).
Além de ser um dos líderes no mercado de exportação de carne bovina, o Brasil
é destaque no meio científico, desenvolvimento e aplicação comercial de biotecnologias
reprodutivas. O uso correto de biotecnologias em fazendas desempenham um papel
crítico na produtividade. Entre os reprodutores, foram utilizados biotecnologias,
inseminação artificial programada ou inseminação artificial em tempo fixo (IATF) que
elimina a necessidade de detecção de estro, merecendo destaque por facilitar o manejo e
melhorando a eficiência reprodutiva e o ganho genético dos rebanhos. (BARUSELLI,
2016).
A vida moderna afasta o ser humano cada vez mais da natureza, criando a
necessidade de se levar plantas para mais próximo do seu convívio, nos lares,
escritórios, jardins, praças públicas, áreas de lazer etc, promovendo-se, dessa forma, um
sentimento de unidade entre o ser humano e a natureza, mantendo uma relação íntima
entre si. Esses fatores, aliados à produção de alimentos (frutos, raízes, folhas), sombra,
flores e utensílios (madeira, papel, energia, etc.) promovem uma demanda cada vez
maior de mudas de plantas arbóreas. O êxito de um empreendimento com plantas
arbóreas depende da escolha da espécie ideal para cada local de plantio, do objetivo e,
principalmente, da qualidade das mudas a serem plantadas. Essas, além de resistirem às
condições adversas encontradas, como secas, elevada insolação, baixa fertilidade do
solo, pragas, doenças etc, devem ser capazes de se desenvolver e poder mostrar todo seu
potencial em relação aos objetivos para os quais foram produzidas.(HOEFLICH, 2002).
No ano de 2012, após vários debates e discussões entrou em vigor a Lei
12.651/2012, que institui o Novo Código Florestal. Este foi o marco de reconhecimento
da história e a importância do setor rural na sociedade, para o equilíbrio ecológico.
Além do compromisso da nação para a preservação e conservação dos seus biomas
(BRASIL, 2012A). Foi esta lei que criou o CAR (Cadastro Ambiental Rural), além do
7
PRA (Programa de Regularização Ambiental) e outras medidas ambientais. O CAR é
um registro eletrônico, de ato declaratório, obrigatório para todos os imóveis rurais,
devendo ser realizado até o prazo previsto em lei, que é 6 de maio de 2016, (BRASIL,
2012A). O objetivo do CAR é identificar e integrar as informações ambientais dos
imóveis rurais, visando controlar os desmatamentos, monitorar, planejar e regularizar
ambiental os imóveis. (BRASIL, 2012A).

8
2 OBJETIVOS

1. OBJETIVO GERAL

Fomentar as informações e levar à prática os conhecimentos teóricos obtidos durante o


curso, além de efetivar a formação como técnico em agropecuária e perpetuar os
conhecimentos a fim de conquistar um futuro mercado de trabalho.

2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Adquirir novos conhecimentos na área da agricultura, pecuária e Extensão


Rural, a partir da interação com pessoas mais experientes no ramo;
• Conhecer técnicas de manejo de bovinos, cultivos e demarcação de terras a fim
de realizar o Cadastro Ambiental Rural (CAR);
• Tornar-se apto ao mercado de trabalho;
• Validar o certificado de conclusão de curso

9
3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL

O estágio teve como sede a Secretaria de Agricultura de Jiquiriçá-Ba, que fica


localizado na zona urbana da cidade de Jiquiriçá e ocorreu durante o período de 26 de
dezembro de 2022 a 26 de janeiro de 2023, com carga horária semanal de 30 horas,
sendo que ao final, totalizaram 150 horas previstas. As assistências técnicas prestadas
pela Secretaria de Agricultura ocorreram em fazendas circunvizinhas.
Os locais visitados foram: Fazenda Baixão do Ouro, localizada na zona rural do
município de Jiquiriçá que realiza o cultivo de mudas destinadas a recuperação de áreas
degradadas e pertence ao senhor José Nilton, que acompanhou a realização das
atividades práticas realizadas no local. Além disso, visitou-se também a Fazenda Lagoa
Verde, também localizada na zona rural do município de Jiquiriçá, que solicitou um
trabalho de assistência técnica para a realização de demarcação de território. E o último
local visitado foi a Rua 13 de maio, na zona urbana de Jiquiriçá, numa fazenda
pertecente ao senhor Francisco dos Reis, que acompanhou a assistência técnica
prestada.

3.1 Supervisão

O estágio teve como supervisores técnicos:


Dr. Ricardo Catapano Maia- Médico Veterinário
Emanuel Lucas- Técnico em Agropecuária
Luciano Nascimento- Técnico em Agropecuária
Juvenal Maia- Engenheiro Agrônomo

10
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Inseminação artificial em tempo fixo (IATF)

A técnica da IATF permite que o produtor escolha o momento de inseminar as


vacas sem a necessidade de esperar que a natureza determine. Esta ferramenta tem
movimentado o dia a dia das fazendas e dos grupos de pesquisa em reprodução animal.
Pela técnica as vacas tem ovulação induzida, e a inseminação artificial (I.A) pode ser
feita com data marcada. A IATF é uma realidade na pecuária brasileira. Sua utilização
proporciona maior produção e qualidade agregada ao rebanho. Com este método, toda
reprodução fica sob controle do produtor sendo possível inseminar de 100 a 250
vacas/dia. Podendo inseminar maior numero de vacas em menos tempo, programar a
inseminação e o nascimento dos bezerros, aumentar o número de bezerros de IA ao
início da estação de nascimento, obter um melhor aproveitamento da mão-de-obra
(BARUCELLI, 2004).
Em fazendas leiteiras, a eficiência reprodutiva é um dos fatores que mais
influenciam o sucesso econômico do empreendimento. Para se ter um bom desempenho
produtivo e reprodutivo, há a necessidade da redução do intervalo entre partos (IEP)
através da inseminação ou monta natural (MN) de vacas e conseqüente gestação o mais
cedo possível após o período voluntário de espera (PVE) no pós-parto. Devido a
problemas cada vez mais freqüentes de detecção de cio e queda nas taxas de concepção
(TC) em vacas leiteiras, o IEP tem sido cada vez mais prolongado. Tem-se notado ao
longo dos anos que vacas, especialmente as de elevada produção leiteira, têm
apresentado um aumento gradativo em problemas reprodutivos, aparentemente devido a
causas multifatoriais (LUCY, 2001).
Na procura por mais eficiência na taxa de prenhez em programas de IA, vários
protocolos foram desenvolvidos para sincronizar o crescimento folicular e a ovulação
em bovinos de corte (BARUSELLI; MARQUES; NASSER; REIS; BÓ, 2003). Para que
a IATF ocorra com sucesso, deve-se obter uma coordenação técnica eficiente desde a
11
seleção das vacas, aplicação de hormônios, escolha do protocolo a ser utilizado, sêmen,
descongelamento do sêmen, manejo nos mangueiros e capacitação do inseminador
(SALISTRE, 2008). Há inúmeros protocolos para sincronizar a ovulação com o objetivo
de realizar a IATF. A escolha do protocolo mais apropriado depende da avaliação
técnica das condições dos animais a serem inseminados (BARUSELLI & MARQUES,
2008).
4.2 Cadastro Ambiental Rural (CAR)

O CAR é um registro público eletrônico nacional, no âmbito do Sistema


Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, obrigatório para todos os
imóveis rurais (posses e propriedades rurais), com a finalidade de integrar as
informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para
controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao
desmatamento (CADASTRO AMBIENTAL RURAL, 2016).
Atualmente o Brasil é um dos países que mais abriga florestas e vegetações ainda
intocadas, mas que em razão da globalização, elas se encontram ameaçadas. Biomas
deste tipo e também outras florestas nativas necessitam de uma legislação que faça com
que, a preservação ambiental se torne uma aliada as diversas atividades econômicas,
que hoje são desenvolvidas em todo o Brasil. O advento do Novo Código Florestal - a
Lei 12681/2012- apesar de ser alvo de inúmeras críticas, é um grande aliado na luta pela
preservação ambiental, pois foi através dele que as áreas de preservação florestal
ganharam maior destaque e importância. Fez-se necessário então, ter um sistema de
âmbito nacional (Cadastro Ambiental Rural - CAR), que tornasse possível a
demarcação das áreas destinadas a esse fim, e consequentemente, estar exercendo assim
a função socioambiental de sua propriedade. Desta forma, o presente trabalho aborda a
temática do Direito Ambiental, onde a importância do Novo Código Florestal, mais
especificamente do Cadastro Ambiental Rural é levantada como ponto principal da
pesquisa. (RODRIGUES et al., 2016).

4.3 Controle de pragas em viveiros

A qualidade das mudas é um dos fatores decisivos para o sucesso de plantios


com espécies florestais, tanto para obtenção de ganhos econômicos, quanto ecológicos.
De tal modo que, para se alcançar um produto de boa qualidade e ganho satisfatório é
12
necessário que as sementes e as mudas estejam livres de insetos-praga, desde o período
de germinação, bem como no desenvolvimento posterior (COSTA et al., 2018;
QUEIROZ et al., 2021).
Um aspecto importante a ser considerado quando se trata do tema manejo de
viveiros florestais, está relacionado com as medidas de controle de pragas com a
aplicação de agrotóxicos, que se torna algo muito complexo devido a contaminação do
meio ambiente e intoxicação do responsável. As medidas de controle com utilização de
produtos químicos são determinadas pela Lei n. 7.802 de 1989 que por sua vez está
regulamentada pelo Decreto n. 4.074 de 2002 alterado pelo Decreto n. 10.833 de 2021,
que estabelece em seus artigos. 64, 65 e 66, incisos e alíneas, que determinado produto
só poderá ser utilizado se houver registro do produto, dose, espécie-praga alvo e planta
hospedeira. Tal aspecto torna-se um entrave no controle de insetos em viveiros, uma
vez que há carência de produtos registrados para a utilização nesses locais (COSTA
et al., 2018).
O produtor não pode deixar de efetuar os tratos fitossanitários visando atender os
aspectos qualitativos das mudas. Mudas com sintomas de ataques de insetos e
apresentando lesões provocadas, principalmente, por fungos, apresentam-se sem valor
comercial, pouco vigorosas e com baixas condições de sobrevivência, além de poderem
provocar a infestação ou a disseminação de pragas ou de doenças no interior do viveiro
e a campo. As pragas e doenças podem estar associadas às mudas desde a semeadura, na
fase inicial da germinação e durante a formação da plântula. Por melhor que seja
manejado o viveiro, é comum aparecerem problemas relacionados às perdas de mudas
em função da incidência desses organismos. Freqüentemente, as infestações pelas
pragas e doenças, nos viveiros, são favorecidos através: da profundidade e densidade de
semeadura inadequada; da época inadequada para o plantio de determinadas espécies;
da falta de cuidados na ocasião do desbaste, transplante ou repicagem; do preparo
inadequado do substrato; do acúmulo desnecessário de mudas no interior do viveiro; da
entrada de material vegetal contaminado, como sementes, estacas e mudas; do livre
acesso de pessoas oriundas de áreas infestadas de pragas e doenças; das fontes de
contaminação via materiais e equipamentos; do manejo inadequado da água de irrigação
e das deficiências nutricionais. (MOREIRA et al., 1998)
Dentre as pragas, pode-se destacar as mais comuns que ocorrem em viveiros,
como as sugadoras e as desfolhadoras. Na primeira categoria, destacam-se os ácaros, as
cochonilhas, os percevejos, as cigarrinhas, os pulgões e os tripes. Na segunda categoria,
13
destacam-se as formigas, as lagartas, as lagartas minadoras/larvas minadoras e as
vaquinhas. Outras pragas também estão associadas, sendo de menor importância, como:
os cupins, as paquinhas, além dos nematóides, lesmas e caracóis. (MOREIRA et al.,
1998)

4.4 Extensão Rural

A extensão rural no Brasil nasceu sob o comando do capital, com forte


influência norte-americana e visava superar o atraso na agricultura. Para tanto, havia a
necessidade de “educar” o povo rural, para que ele passasse a adquirir equipamentos e
insumos industrializados necessários à modernização de sua atividade agropecuária,
com isso ele passaria do atraso para a “modernidade”. O modelo serviria para que o
homem rural entrasse na dinâmica da sociedade de mercado, produzindo mais, com
melhor qualidade e maior rendimento. Um modelo “tecnicista”, isto é, com estratégias
de desenvolvimento e intervenção que levam em conta apenas os aspectos técnicos da
produção, sem observar as questões culturais, sociais ou ambientais. Com raízes
“difusionistas”, pois visa apenas divulgar, impor ou estender um conceito, sem levar em
conta as experiências e os objetivos das pessoas atendidas.(OLIVIERI,2005).
Do início dos anos 1980 até os dias atuais, devido principalmente ao término do
crédito agrícola subsidiado, iniciou-se no país uma nova proposta de extensão rural, que
preconizava a construção de uma “consciência crítica” nos extensionistas. O
“planejamento participativo” era um instrumento de ligação entre os assessores e os
produtores, com bases na pedagogia da libertação desenvolvida por Paulo Freire. Essa
fase foi chamada de “humanismo crítico”. Seus defensores afirmam que as
metodologias de intervenção rural devem pautar-se por princípios participativos, que
levem em conta os aspectos culturais do público alvo. A grande diferença de orientação
entre as metodologias de extensão na era do “difusionismo produtivista” e da era do
“humanismo crítico” é a questão da participação ativa dos
agricultores.(OLIVIERI,2005).

14
5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Na Secretaria de Agricultura do município de Jiquiriçá-Ba foram realizadas


diversas atividades que envolveram IATF, medição de território e controle de pragas em
mudas.

5.1 Inseminação artificial em tempo fixo (IATF)

Este tipo de atividade é caracterizada pelo crescimento das ondas foliculares e da


ovolução, onde se faz a aplicação dos hormônios Sincrocio (Benzoato de Estradiol),
Sincrodiol (Cloprostenol sódico), Sincro eCG (Gonadotrofina coriônica equina) e
SincroCP (Cipionato de Estradiol) que controlam os eventos reprodutivos
5.1.1 Dia 0
No primeiro dia do processo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo foram
aplicados o Sincrocio (Benzoato de Estradiol), que tem como finalidade a sincronização
das ondas foliculares, ovulação do folículo dominante e indução de cio; e o Sincrodiol
(Cloprostenol sódico), que tem como objetivo a regressão funcional e morfológica do
corpo lúteo (luteólise) seguida por retorno ao cio e ovulação normal, aplicados via
intramuscular, e um dispositivo intravaginal de liberação lenta de Progesterona foi
introduzido na vulva da matriz que virá a ser inseminada posteriormente.

Figura 1: Dispositivo Intravaginal, hormônios Sincrodiol e Sincrocio


Arquivo do autor

15
5.1.2 Dia 9
No dia 9 foram aplicados dois hormônios sintéticos, o Cipionato de Estradiol,
que induz e sincroniza a ovulação das fêmeas bovinas em protocolos reprodutivos, pois
promove a liberação e pico do hormônio luteinizante, também foi aplicado a
Gonadotrofina coriônica equina, que tem como função estimular o crescimento
folicular, levando as fêmeas bovinas uma maior capacidade ovulatória, e por fim houve
a retirada do Dispositivo Intravaginal.

Figura 2: Gonadotrofina coriônica equina Figura 3: Cipionato de Estradiol


Arquivo do autor Arquivo do autor

Figura 4: Retirada do Dispositivo Intravaginal


Arquivo do autor

16
5.1.3 Dia 11
No dia 11 ocorreu o processo de Inseminação Artificial, os materiais utilizados
para a sua realização foram:

1. Botijão com nitrogênio líquido (Figura 5)


2. Luvas descartáveis (Figura 6)
3. Aplicador (Figura 7)
4. Tesoura (Figura 8)
5. Papel Toalha (Figura 9)
6. Recipiente para descongelamento do sêmen (Figura 10)
7. Termômetro (Figura 9)
8. Bainhas descartáveis (Figura 7)
9. Pinça (Figura 8)

O sêmen utilizado nessa inseminação foi de um touro da raça Nelore (Figura 11),
a vaca inseminada era SRD (Sem Raça Definida). Primeiramente, foi retirado o sêmen
do Botijão com nitrogênio líquido, onde estava armazenado, e colocado em um
recipiente com água a 37°C por 30 segundos, com objetivo de descongelar o sêmen.

Figura 5: Botijão com nitrogênio líquido


Arquivo do autor

17
Após esse processo, o sêmen foi inserido na bainha com o auxílio de uma pinça e a mesma foi
colocada no aplicador, com o uso de luva descartável em um dos braços, o médico veterinário
introduziu o aplicador na vulva da vaca com uma mão e a outra mão no reto do animal
(Figura 12), que o auxiliou em encontrar o colo uterino do animal e encaminhou o aplicador
até a entrada, após indentificar o último anel da cérvix da vaca, o aplicador passou por ele e o
sêmen foi aplicado. Por último, o médico veterinário tirou a mão delicadamente e massageou
o clítoris do animal.

Figura 6: Luvas Descartáveis Figura 7: Aplicador


Arquivo do autor Arquivo do autor

Figura 8: Pinça e Tesoura Figura 9: Termômetro e Papel Toalha


Arquivo do autor Arquivo do autor

18
Figura 10: Recipiente para descongelamento do sêmen
Arquivo do autor

Figura 11: Raça e Identificação do Touro


Arquivo do autor

Figura 12: Médico veterinário introduzindo o aplicador na vulva da vaca e o guiando


com a mão no reto do animal
Arquivo do autor
19
Figura 13: Momento em que o sêmen é aplicado, com o auxílio de um técnico

20
5.2 CONTROLE DE PRAGAS EM VIVEIRO

O controle de pragas em viveiro é importante para uma boa obtenção de vigor e


sanidade nas mudas, além de um alto padrão de qualidade, é preciso controlar as pragas para
que as mudas possam ter um bom desenvolvimento e não apresentar problemas no momento
do plantio, nesse viveiro que foram desenvolvidas as atividades houve um ataque de
colchonilas, que acabou atingindo grande parte das mudas, que foram doadas pelo Ministério
Público, com a finalidade de recuperar áreas degradadas e nascentes. O viveiro sofreu um
ataque de colchonilha (Figura 15), um pequeno inseto que ataca as folhas, frutos, ramos e
raízes das plantas, para o combate a essa praga foi utilizado uma calda natural, feita com urina
de vaca, extrato de nim e fumo de corda, em uma bomba manual de 10 litros, a aplicação foi
feita em todo o viveiro.

Figura 14: Vista frontal do viveiro Figura 15: Ataque de colchonilhas em uma gravioleira
Arquivo do autor próxima ao viveiro
Arquivo do autor

21
Figura 16: Bomba manual utilizada na atividade
Arquivo do autor

Grande parte das mudas estavam apresentando sintomas do ataque, como folhas
cortadas, que acabam prejudicando as mudas e o seu desenvolvimento

Figura 17: Plantas que sofreram ataque de Figura 18: Aplicação da calda natural
Colchonilha Arquivo do autor
Arquivo do autor

22
Figura 19: Aplicação da calda natural
Arquivo do autor

23
5.3 MEDIÇÃO DE TERRITÓRIO

A medição de território tem como objetivo principal encontrar a dimensão de uma


determinada área, porém, nesse atividade tinhamos outro objetivo além desse, que era realizar
o Cadastro Ambiental Rural (CAR) de dois produtores, em propriedades, na região da Lagoa
Verde no município de Jiquiriçá-Ba, um trabalho de assistência técnica prestado pela
Secretaria de Agricultura de Jiquiriçá.
Com o auxilío de um aparelho de GPS (Figura 20), que é mais eficiente, e o uso do
aplicativo C7GPS (Figura 21), que tem uma margem de erro maior, instalado em um tablet,
foi realizado a marcação dos pontos em lugares que a divisa do território desviava da linha
reta, e assim acompanhamos toda a divisa das áreas e marcando os pontos, ao final o
aplicativo C7GPS apresentou a dimensão das propriedades, o aparelho de GPS necessitava do
uso de um computador para realizar o cálculo da dimensão das propriedades, esse trabalho e a
finalização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi feito posteriormente pelos técnicos da
Secretaria de Agricultura de Jiquiriçá-Ba.

Figura 20: Aparelho de GPS


Arquivo do autor

24
Figura 21: Uso do tablet com o aplicativo C7GPS
Arquivo do autor

25
6 CONCLUSÃO

O cumprimento do período de estágio foi uma experiência única e enriquecedora, que


se provou muito importante na troca de conhecimentos obtidos no curso com o supervisor
técnico. Além disso, poder ver aquilo que as vezes aprendemos na parte teórica sendo
aplicado na parte prática e todas as difilculdades que são encontradas na aplicação dessas
técnicas da Agropecuária e todas as vivências do dia a dia no campo.
Dessa maneira, todos os aprendizados obtidos no período do estágio foram muito
proveitosos para a formação técnica e para a vida acadêmica, trazendo diversas situações e
vivências que foram e continuarão sendo muito importantes

26
REFERÊNCIAS

BARROSO, Lucas Abreu; DE ALENCAR, Guilherme Viana. O Cadastro Ambiental Rural


(CAR) como instrumento de regularização ambiental em assentamentos de reforma
agrária. Revista Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, [S. l.], p. 5-13, 20 nov.
2014. Disponível em: http://revista.ecogestaobrasil.net/v1n1/3543-4377-01-02.html. Acesso
em: 13 fev. 2023.

BARUSELLI, Pietro Sampaio et al. Evolução e perspectivas da inseminação artificial em


bovinos. Revista Brasileira de Reprodução Animal. Belo Horizonte: Colégio Brasileiro de
Reprodução Animal. Disponível em:
http://cbra.org.br/portal/downloads/publicacoes/rbra/v43/n2/p308-314%20(RB812).pdf.
Acesso em: 23 mar. 2023.

BETTIO , Wagner et al. Métodos alternativos para o controle de doenças de plantas


disponíveis no Brasil. Embrapa, [S. l.], p. 10-22, 6 fev. 2004. Disponível em:
https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1026316/1/2006AA038.pdf. Acesso
em: 16 fev. 2023.

FERNANDES, LUCIANO DE senes. Levantamento de fungos em mudas produzidas em


viveiro florestal. RIMA, [s. l.], p. 1-22, 1 jul. 2011. Disponível em:
http://rima.im.ufrrj.br:8080/jspui/handle/1235813/5400. Acesso em: 1 mar. 2023.

LAUDARES, Sarita Soraia de Alcântara; SILVA, Kmila Gomes; BORGES, Luís Antônio
Coimbra. Cadastro Ambiental Rural: uma análise da nova ferramenta para
regularização ambiental no Brasil. Desenvolvimento e Meio Ambiente, [S. l.], p. 1, 12 mar.
2014. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/made/article/view/33743/23043. Acesso em: 13
fev. 2023.

27
LISITA, Frederico Olivieri. CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXTENSÃO RURAL NO
BRASIL. Embrapa, [S. l.], p. 1, 28 jun. 2005. Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/809997/1/ADM077.pdf. Acesso em: 2
abr. 2023.

LOPES, E. R. do N.; SALES, J. C. A.; CARVALHO, G. E. L. de; FILHO, J. L. A.;


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