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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

TRABALHO DA DISCIPLINA SUINOCULTURA

ANA CAROLINA FONTES BERNARDES PENA


KENNETH CYRILL ANGUS RENÉ BROWN
LETÍCIA PEREIRA DA SILVA
LUANA FORTUNATO MAULAZ HERINGER
LUÍZA FAAT DE SOUZA

Juiz de Fora
2017
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ANA CAROLINA FONTES BERNARDES PENA


KENNETH CYRILL ANGUS RENÉ BROWN
LETÍCIA PEREIRA DA SILVA
LUANA FORTUNATO MAULAZ HERINGER
LUÍZA FAAT DE SOUZA

SISTEMA INTENSIVO DE SUÍNOS CONFINADOS DE CICLO COMPLETO


(SISCON) – 300 SUÍNOS TERMINADOS COM UM INTERVALO DE
COMERCIALIZAÇÃO DE 7 DIAS

Trabalho da disciplina Suinocultura, do


curso de Medicina Veterinária da
Universidade Federal de Juiz de Fora,
ministrada pelo professor Flavio
Medeiros Vieites.

Juiz de Fora
2017
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 4
2. REGIÃO ........................................................................................... 6
3. RAÇA ............................................................................................... 8
4. GRANJA ........................................................................................... 8
5. BIOSSEGURIDADE ..........................................................................15
6. GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS NA PRODUÇÃO
DE SUÍNOS ............................................................................ 19
a. DEJETOS LÍQUIDOS E EXCRETAS DA PRODUÇÃO
i. Esterqueiras ......................................................... 20
ii. Biodigestores....................................................... 22
b. DEJETOS SÓLIDOS (CADÁVERES E OUTROS RESÍDUOS
BIOLÓGICOS)
i. Compostagem ...................................................... 24
ii. Método para montagem ....................................... 25
c. LIXO PERECÍVEL E LIXO RECICLÁVEL ........................ 27
7. REPRODUÇÃO .................................................................................. 28
a. MANEJO DOS MACHOS ................................................. 29
b. MANEJO DAS PORCAS .................................................. 29
c. MANEJO DAS LEITOAS .................................................. 29
8. GESTAÇÃO .............................................................................. 30
9. MATERNIDADE ......................................................................... 30
10. CRECHE .................................................................................. 31
11. CRESCIMENTO ....................................................................... 32
12. ALIMENTAÇÃO ....................................................................... 34
a. QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO ................................... 34
b. INGREDIENTES PARA ALIMENTAÇÃO DOS SUÍNOS
i. Alimentos essencialmente energéticos .................. 35
ii. Alimentos energéticos também fornecedores de
proteína. ..............................................................................
35
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iii. Alimentos energéticos com médio a alto teor de fibra .......... 35


iv. Alimentos fibrosos com baixa concentração de energia e médio teor
de proteína .......................................................................... 36
v. Alimentos fibrosos com baixa concentração em proteína ..... 36
vi. Alimentos protéicos com alto teor de energia ........................ 36
vii. Alimentos protéicos com alto teor de minerais. .................... 36
viii. Alimentos exclusivamente fornecedores de minerais. ......... 36
c. PREPARO DAS RAÇÕES ............................................... 37
13. ALIMENTAÇÃO NO MANEJO DOS ANIMAIS ........................... 38
a. PRÉ-COBRIÇÃO ............................................................. 38
b. COBRIÇÃO E GESTAÇÃO............................................... 38
c. PARTO E LACTAÇÃO......................................................38
d. CRECHE.......................................................................... 39
e. CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO.................................... 39
14. CONCLUSÃO......................................................................................40
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1. INTRODUÇÃO
No caso do Sistema Intensivo (SISCON), ele é caracterizado por ser um
sistema de produção intensivo que busca atingir o máximo de ganho de peso
em espaço de tempo mínimo. Os animais são confinados em espaço reduzido
e possuem rações específicas para cada fase, assistência técnica e mão-de-
obra especializada. O melhoramento genético está presente otimizando a
produção. Todas as ações e atividades são previamente planejadas e
definidas. O grande inconveniente deste sistema são os custos elevados e os
impactos causados ao meio ambiente e bem-estar animal. Um sistema de
produção de suínos deve ser sempre considerado como um empreendimento,
sendo necessário que o produtor saiba administrá-lo através do planejamento
das atividades que serão realizadas a médio e longo prazo.
O Brasil é o país do mundo que as melhores condições para aumentar o
plantel de suínos, dentre eles o clima tropical, mão-de-obra de baixo custo,
facilidade para manejo e tratamento de dejetos pelas grandes dimensões
territoriais e topografia plana, grande produção de grãos (milho e soja), dentre
outros. Desta forma a tendência hoje é de se instalar suinoculturas industriais
na região Centro-Oeste e Sul. O Brasil tem condições de aumentar as
exportações de carne suína que foi aproximadamente 500 mil toneladas em
2003, sendo a grande maioria para a Rússia. E aumentar também o consumo
interno que é apenas de aproximadamente 14 kg/hab/ano, muito distante de
países europeus que chegam a 60 kg/hab/ano. Vale lembrar que a carne suína
é a mais consumida no mundo e que os países europeus, bem como os
Estados Unidos, têm como tendência reduzir o plantel em virtude de problemas
ambientais e altos custos de produção.
No decorrer dos anos, os criadores vêm intensificando suas técnicas de
manejo, mudando-as gradualmente do sistema de criação extensivo para o
sistema intensivo, procurando melhorar o controle sanitário, a eficiência da
mão-de-obra e o desempenho dos animais. Com isso eliminaram-se as opções
de busca, por parte dos animais, de um ambiente mais propício ao seu bem-
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estar. Nesse sentido, as instalações apresentam um papel fundamental no


desempenho dos animais.
Dentre os fatores que contribuíram para aumento da produtividade,
destacam-se o manejo intimamente ligado às instalações bem planejadas e
executadas, que reduzem os custos de produção, devido a maior eficiência de
mão-de-obra, conforto, salubridade e produtividade dos animais, bem como
maior satisfação do pecuarista.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar um Sistema Intensivo
de criação de suínos em confinamento tendo enfoque em 300 (trezentos)
suínos terminados com um intervalo de comercialização de 7 (dias). Além
disso, a apresentação irá mostrar toda as fases de criação desses animais,
dando foco a região Sul brasileira uma das maiores regiões produtoras com
cerca de 35% de toda a produção, evidenciando o estado de Santa Catarina,
mostrando todo o manejo necessário mantendo as condições de bem-estar
adequadas objetivando ter a maior eficácia de produção.
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2. REGIÃO
Ao longo de todo o século XX e neste início XXI, o Sul se consolidou
como a principal região produtora. Foi ali que surgiram as primeiras grandes
iniciativas de melhoramento genético do rebanho nacional, o que inclusive deu
origem à Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), na cidade de
Estrela-RS, em 1955. Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 1,7
milhão de matrizes alocadas para a produção industrial/tecnificada, distribuídas
em cerca de 3 mil granjas. Santa Catarina lidera o ranking nacional, com um
número estimado de 420.488 matrizes, ou 24% do total.

Figura 1 – Distribuição do rebanho suíno brasileiro por grande região (Efetivo em cabeças) – 2015
Fonte: IBGE/ Pesquisa Pecuária Municipal (2016)

Em termos nacionais, o estado de Santa Catarina responde por cerca de


24% das matrizes alojadas, 33% das granjas existentes e 26% da produção de
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carne suína do Brasil. A representatividade de Santa Catarina quanto aos


sistemas de produção especializados, como crechários e terminações, reafirma
o predomínio dos sistemas de produção integrado e cooperado, que juntos
respondem por cerca de 84% das matrizes do estado.
A Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), por meio
do apoio técnico aos produtores associados, pode ser considerada uma das
organizações responsáveis, juntamente com órgãos de fiscalização,
organizações de extensão rural e agroindústrias do estado, pelo atingimento do
status de área livre de febre aftosa sem vacinação. Este reconhecimento por
parte da Organização Mundial de Saúde Animal confere à suinocultura
catarinense um acesso privilegiado a mercados internacionais que outros
estados brasileiros não possuem. Com o suporte técnico e apoio à gestão
oferecido pelas indústrias, cooperativas e associações, os produtores
catarinenses estão entre os mais tecnificados e produtivos do Brasil.

Figura 2 – Distribuição do rebanho suinícola de Santa Catarina por Mesorregião (efetivo em cabeças) –
2015
Fonte: IBGE/ Pesquisa Pecuária Municipal (2016)
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3. RAÇA
O suíno da raça Landrace é um dos mais produzidos no Brasil.
Caracterizados pela pele e pelagem finas, os animais adultos podem chegar a
pesar entre 200 e 300 quilos. Eles atingem idade ideal para o abate por volta
dos 6 a 7 meses de vida, com aproximadamente 80 quilos. As fêmeas da raça
têm grande capacidade reprodutiva e são amplamente utilizadas como
matrizes.

Figura 3 – Suíno da raça Landrace


Fonte: A origem da raça Landrace. Disponível em:
<https://www.suinoculturaindustrial.com.br/imprensa/a-origem-da-raca-landrace-por-luiz-carlos-
pinheiro/20160926-173831-n811>
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4. GRANJA
A disposição das instalações deve ser racional, com o que se conseguirá
maior rendimento da mão-de-obra, boa movimentação dos insumos ou
produtos finais, bom destino final dos subprodutos a consequentemente
maiores lucros.
Quando da seleção de áreas para implantação de uma exploração
pecuária devem ser observados os seguintes aspectos:
- Proximidade dos centros de consumo;
- Infraestrutura relacionada à meios de comunicação, disponibilidade de
insumos (ração, matrizes), de energia elétrica, abastecimento d'água, facilidade
de crédito, de assistência técnica médico-veterinária), etc.;
- Clima, no que se refere às condições adequadas de temperatura e umidade
relativa do ar, ventilação, radiação, etc. Normalmente, são estabelecidas
condições próprias para cada raça idade e na maioria das vezes, é preferível
instalar a granja em locais de temperaturas médias e com boa ventilação
natural;
- O local deve apresentar boas condições de salubridade no que se refere à
drenagem do solo, insolação, espaço físico, topografia (terreno com inclinação
mais suave), vias de acesso apropriadas para períodos chuvosos a secos,
controle de trânsito;
- Enfim, o próprio espaçamento entre galpões é fator de suma importância, o
que justifica a preocupação com o espaço físico disponível. Normalmente, para
evitar a transmissão de doenças, galpões que abrigam animais de mesma
idade são espaçados entre si 10, 20 ou 30 metros e os que abrigam animais de
idades diferentes, 100 a 200 metros.
Em relação a localização da construção das granjas deve se levar em
conta a topografia, procurando por terrenos planos, solos de boa drenagem e
presença de espaço físico para todos os barracões. Além disso, uma ventilação
natural tendo aproveitamento dos ventos predominantes da região pela
vantagem de amenizar o calor e renovar o ar e a posição solar de forma que o
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eixo longitudinal deve estar orientado no sentido Leste-Oeste das instalações.


Como também a biosseguridade tendo em vista a distância de outras criações,
de estradas e de abatedouros, e a construção de cercas e barreiras verdes
para diminuir as chances de contaminação da granja.
Devem ser levados em conta os seguintes fatores:
- Análise de mercado: volume da empresa, mercado consumidor, capital
disponível, pessoal (mão-de-obra).
- Infraestrutura física: terreno (alto, bem drenado a de baixo custo), higiene,
temperatura, umidade, energia (fontes alternativas), comunicação, vias de
acesso. Ainda é necessário considerar a infraestrutura de apoio (controle de
entrada, fábrica de rações, armazéns, etc.), facilidade de escoamento da
produção a entrada de matéria prima, facilidade de disposição de dejetos
(canalizações por gravidade para lagoas de decantação, evitando poluição
ambiental), distanciamento adequado com relação a ferrovias, rodovias e
zonas residenciais.
- Sistema de criação (manejo): escolher o sistema de criação e detalhar o
manejo. As instalações devem se adequar ao manejo e não o contrário.
As construções compreendem o conjunto de prédios que o criador deve
possuir para racionalizar sua criação. Devem atender a determinadas
condições básicas quanto à higiene, orientação, funcionalidade e custo.
Construções suntuosas, onerosas, exageradas e complicadas, além de serem
antieconômicas, revelam mau preparo de quem as projetou. Devem, portanto,
merecer cuidado especial do criador, porque de sua eficiência irá depender, em
grande parte, o sucesso da empresa. No sentido de aumentar a eficiência dos
sistemas de criação de animais e prevenir ou controlar doenças, a tendência
atual é de se adotar o confinamento total, o que tem determinado uma
modificação dos prédios a dos equipamentos, especialmente nas grandes
empresas.
As construções deverão obedecer às seguintes condições básicas:
serem higiênicas: terem água disponível e destino adequado dos resíduos;
serem bem orientadas no terreno; serem simples e funcionais; serem duráveis
e seguras: utilização de materiais e técnicas construtivas adequadas; serem
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racionais: rapidez a eficiência no uso de materiais e mão-de-obra; permitirem


controle das variáveis climáticas; permitirem expansão; e serem de baixo custo.
As instalações devem atuar no sentido de:
- Amenizar as adversidades climáticas inerentes ao meio ambiente, oferecendo
maior conforto aos animais e ao operador, em todas as fases da exploração;
- Otimizar a mão-de-obra, tornando os trabalhos agrícolas menos árduos, com
economia de tempo a espaço;
- Aumentar a renda da propriedade agrícola por meio da maior produção de
homens e animais, bem como permitir a estocagem de alimentos abundantes
na estação das águas.
Os componentes necessários para implantação de uma atividade
criatória são apresentados a seguir:
a) setor de produção: galpões para os animais e silos para ração.
b) setor de preparo de alimentos: armazéns ou silos, fábricas de ração, paiol,
etc.
c) setor administrativo: escritório, almoxarifado, controle (portão de entrada).
d) setor sanitário: fossa, crematório (animais mortos), pedilúvio para
desinfecção dos pés na entrada, rodolúvio para desinfecção dos pneus dos
veículos, lança-chamas.
e) setor residencial: casa sede, casas de empregados.
t) setor de apoio: galpão-oficina.
g) setor externo: posto de vendas, abatedouros, cooperativas.
O conhecimento das necessidades ambientais dos animais e o estudo
das condições climáticas da região em que será implantado o sistema são
fundamentais na definição das técnicas e dispositivos de construções que
maximizem o conforto dos animais.
As construções destinadas aos animais deverão estar afastadas do
trânsito de veículos, em terreno alto, seco, com declividade adequada de forma
a permitir suprimento adequado de água, bom escoamento a acesso fácil. Isto
se faz necessário para que sejam evitados problemas de umidade.
Um ponto importante referente às instalações é a proteção do sistema
(conjunto de construções) contra a propagação de doenças, bem como o
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isolamento do mesmo com relação a outras explorações localizadas nas


proximidades. Assim, normalmente adota-se um cordão sanitário com o
objetivo de proteger toda a zona de produção, separando-a da zona externa. O
cordão sanitário pode ser obtido por meio de uma cerca metálica de
aproximadamente 2m de altura, sobre mureta de alvenaria de 30 cm de altura.
Isto evita a entrada de pequenos animais como cães, gatos, galinhas, etc., que
podem atuar como vetores de diversas doenças.
Uma concepção construtiva que tem sido largamente empregada e que
permite que se tenha um melhor controle das condições ambientais e um
melhor manejo para cada fase da criação, é a divisão das edificações para
abrigar suínos pela fase de vida e pela atividade. Dessa forma, têm-se galpões
distintos para creche, crescimento e terminação, reprodução, gestação e
maternidade.
- Creche ou unidade de crescimento inicial: projetada para abrigar os leitões
após o desmame até atingirem 25 kg de peso corporal (o que ocorre por volta
de 65 dias de idade). A instalação pode possuir gaiolas para 10 leitões ou baias
para grupos de 20 leitões.
- Unidade de crescimento e terminação: utilizadas para animais com 25 a 60 kg
de peso corporal (65 a 110 dias de idade, aproximadamente), criados em baias
coletivas do setor de crescimento; e de 60 a aproximadamente 100 kg (peso de
abate), também em baias coletivas. Em cada uma destas fases, são utilizados
prédios separados, a não ser em caso de plantel pequeno (menor ou igual a 36
fêmeas criadeiras).
- Setor de reprodução (pré-cobrição e cobrição): as fêmeas já podem ser
selecionadas para reprodução logo ao nascimento, caso apresentem peso
corporal maior ou igual a 1,4 kg. Depois, podem ser separadas pelas suas tetas
em quantidade (número > 14 tetas) a em qualidade (ausência de tetas
invertidas). Além destas, outras características podem ser usadas para o
agrupamento do plantel de fêmeas reprodutoras, as quais já apresentam o
primeiro cio no 5° mês de vida a estão aptas para reprodução com
aproximadamente 7 meses de idade, quando apresentam peso corporal de 100
a 110 kg. Então, são encaminhadas ao setor de reprodução, onde são cobertas
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a permanecem até a confirmação da prenhes. Podem serem também


adquiridas de empresas especializadas.
- Unidade de gestação confirmada a prenhes, são encaminhadas para a
unidade de gestação (baias coletivas ou gaiolas individuais) onde permanecem
até uma semana antes do parto, sendo que a gestação dura aproximadamente
114 dias (3 meses, 3 semanas e 3 dias).
- Maternidade: uma semana antes do parto são levadas para a maternidade
(gaiolas individuais com abrigo para proteção dos leitões) onde permanecem
até terminar a fase de aleitamento. A desmama ocorre, normalmente, quando
os leitões atingem entre 21 e 28 dias de idade, sendo os leitões encaminhados
para a creche e as porcas retornam para o setor de reprodução.
No caso da maternidade, o controle das condições ambientais é mais
complexo que nas demais instalações, já que o projeto deve atender a
microambientes específicos para as matrizes e para os leitões, além de
protegê-los contra possível esmagamento. Para evitar o esmagamento,
normalmente são projetadas gaiolas, com proteções e delimitações de áreas
destinadas aos leitões, chamadas escamoteadores, que possibilitam poucos
movimentos à fêmea. Para o conforto térmico dos leitões, mantém-se um
abrigo, vedado e aquecido por meio de lâmpadas ou resistências elétricas,
procurando manter no seu interior a temperatura em torno de 30 ºC, enquanto
que na maternidade não deveria ultrapassar a 25 ºC.
Além destes, ainda há a fábrica de ração, silos/armazéns, controle da
entrada, plataformas de desinfecção, unidades de disposição de dejetos, etc.
15

5. BIOSSEGURIDADE
A palavra “biossegurança” é utilizada com frequência, de forma
equivocada, em detrimento à palavra “biosseguridade”, que é por definição
“um conjunto de procedimentos técnicos no qual o objetivo é, de forma
direta e indireta, prevenir, diminuir ou mesmo controlar os desafios gerados
na produção de animais, frente aos agentes patogênicos”, enquanto a
definição de biossegurança é “condição de segurança alcançada por um
conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar
riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana,
animal e o meio ambiente”.

Na produção suína em sistema SISCON, considerar uma biosseguridade


de qualidade é fundamental para prevenir doenças e garantir uma produção
de qualidade, minimizando os prejuízos econômicos. Os agentes
patogênicos podem ser disseminados e veiculados dentro de um plantel de
suínos de várias formas, como, por exemplo, através do alimento, de outros
animais infectados, equipamentos e instalações que podem ser utilizadas
como fômites e por último, mas não menos importante, através de pessoas
e veículos que carream esses agentes do meio externo à produção para o
meio interno à produção.

Há várias medidas, então, que devem ser aplicadas para controlar a


entrada e disseminação de patógenos na produção, como a presença de
um médico veterinário para inspecionar o sistema de produção pelo menos
uma vez por anos e, em casos de ocorrência de surtos de doenças de
notificação obrigatória, a comunicação imediata à Agência Oficial de Defesa
Sanitária.

Além disso, deve-se atentar a outros fatores, tais como:

 Localização e isolamento das instalações:


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O ideal é que a granja esteja situada a não menos que um quilômetro de


outras propriedades, granjas e frigoríficos, adotando-se a maior distância
possível desses estabelecimentos. Além disso, contribui para o bem-estar
animal que não haja proximidade das instalações com rodovias ou outros locais
que produzem ruídos intensos, a fim de estressar os animais o mínimo
possível.

É importante que a propriedade seja cercada de forma a impedir a


entrada de pessoas estranhas e animais silvestres que possam disseminar
doenças, prejudicar o bem-estar dos animais e, como consequência, interferir
na produção. A portaria de entrada da granja deve haver um
carregador/descarregador externo às instalações, mantendo os veículos e
pessoas externas o mais longe possível dos animais.

 Limpeza e desinfecção das instalações:


Manter as instalações limpas é indispensável para garantir a sanidade
animal, uma vez que a limpeza e a desinfecção são ferramentas de suma
importância para evitar a manutenção e proliferação de patógenos no
ambiente, o que poderia culminar em quadros infecciosos nos animais.
Além de manter as instalações limpas durante a estadia dos animais
nos galpões, a realização de vazio sanitário e de limpeza minuciosa das
instalações entre a saída de um lote e a entrada de outro é crucial para evitar a
transmissão de possíveis patógenos entre um lote e outro.

O processo de lavagem e desinfecção deve incluir telhados, pisos,


canaletas, ferragens e ripados. As fossas devem ser esvaziadas e lavadas,
juntamente após o processo das instalações.

 Controle de entrada de pessoas e veículos:

Como já citado, veículos e pessoas são importantes carreadores de


agentes patogênicos provenientes do meio externo à granja. Por isso, é de
suma importância que só haja entrada desses carreadores na granja em
17

situações realmente necessárias, devendo haver sempre um controle de


entradas e saídas.

Uma forma de manter o registro de pessoas e veículos que circulam na


granja é o livro de visitas, contendo itens como nome do visitante, finalidade da
visita, data do último contato com suínos (que deve ser no mínimo de 48h) e
outras espécies animais e status sanitário da última granja visitada. O ideal é
que não haja entrada de pessoas e veículos cuja última granja visitada possua
status sanitário inferior ao da granja a qual se pretende visitar. Além disso,
pode ser adotado um livro de controle de entrada de veículos.

Ao entrar nas instalações, o funcionário ou visitante deve submeter-se a


um processo de higienização que envolve um banho, lavagem de mucosas,
mãos e unhas e a troca da roupa que utiliza pelo uniforme adotado na unidade
produtiva a ser visitada. É recomendado que cabelos compridos sejam presos
e que homens estejam com a barba feita.

 Introdução de animais na granja:

O mais seguro é que novos animais sejam adquiridos de Granjas de


Reprodutores Suídeos Certificadas (GRSC) para doenças com alto potencial
disseminativo. Suínos recém adquiridos não devem entrar em contato
diretamente com os outros animais do plantel, sendo primeiramente alocados
em instalações especificadas denominadas quarentenário, onde serão
observados por período suficiente para constatar que não há presença de
doença clínica no animal recém adquirido.
Além disso, os novos animais devem ser introduzidos aos poucos no
plantel e gradativamente adaptados à microbiota normal do local.
 Qualidade do alimento ofertado aos animais:

Além de possuir características nutricionais que atendam à exigência


natural do animal e disponibilize energia para a produção do produto final, os
alimentos devem ser livres de perigo biológico como microorganismos e toxinas
que os mesmos possam produzir. Para isso, é importante que haja
armazenamento correto desses alimentos, que devem ser estocados longe do
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chão e em local seco e arejado. Deve-se evitar que animais silvestres e pragas
tenham acesso a esse alimento estocado, uma vez que podem ser fonte de
contaminação.

 Controle de pragas:

O principal animal que causa problemas na produção de suínos são os


ratos. São basicamente três tipos: o rato preto, habitante dos telhados (Ratus
ratus), a ratazana comum que se abriga em tocas no chão (Ratus novergicus) e
o camundongo que se abriga em qualquer lugar (Mus musculus). A principal
problemática desses animais é o hábito de alimentar-se no local de estocagem
da comida, podendo urinar na ração e transmitir leptospiras.
Para controle desses animais, devem ser utilizadas iscas com ação
anticoagulante, observando-se o hábito de cada animal para alocar essas iscas
no local correto. Do contrário, não haverá sucesso em atingir o animal que é
alvo do controle.

 Controle de animais silvestres:

A presença de animais silvestres próximos à granja não é algo positivo,


uma vez que podem, além de disseminar doenças, causar estresse aos
animais em confinamento. A melhor forma de controlá-los é cercar a granja
e/ou unidades de produção, restringindo o acesso desses animais às
instalações.
19

6. GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS


Uma parte crucial no sistema de produção de suínos consiste na
formulação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA).Esse sistema é
baseado no modelo exigido para ocorrer o Licenciamento Ambiental da
propriedade, esse licenciamento passa por três fases: Licença prévia (LP),
Licença de instalação (LI) e Licença de operação (LO).
Para se criar qualquer tipo de animal de produção em grandes escalas
os criadores devem possuir um plano de gerenciamento de resíduos aprovados
pelos órgãos competentes de modo que possam produzir causando o menor
impacto possível. No entanto, no Brasil, muitas vezes não ocorre a formulação
de um bom gerenciamento de resíduos e isso gera prejuízos tanto para o meio
ambiente como para o produtor, que muita das vezes deixa de aproveitar de
diversos produtos e facilidades advindas de um bom controle dos resíduos
gerados pela propriedade.
Entre as principais formas de poluição causadas pela suinocultura estão:
• Eutrofização de corpos d’água superficiais, morte de peixes e de outros
organismos aquáticos.
• Contaminação das águas subterrâneas por nitratos e patógenos e
consequente ameaça as fontes de abastecimento humano.
• Excesso de nutrientes e metais pesados nos solos, depreciando sua
qualidade.
• Contaminação das águas e dos solos com patógenos.
• Liberação de amônia, metano e outros gases na atmosfera.
(FAO, 2005):

Para a formulação de um bom plano de manejo de dejetos devemos


observar diversos pontos característicos da produção de escolha. O tipo de
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material que será manuseado, a sua quantidade e qual o processo escolhido


para o tratamento desse rejeito, serão características que ajudarão a definir os
primeiros passos. Para se fazer a decomposição de materiais orgânicos da
propriedade devemos atentar para o espaço que deverá ser disponibilizado
para essa atividade, onde uma distância mínima de leito de rios, nascentes,
áreas urbanas e campos de avião devem ser respeitadas. Alem disso também
deve ser atentado que o solo onde ocorrerá a maior parte da decomposição
deve ser impermeabilizado para impedir a contaminação de lençóis freáticos.
Para se realizar a disposição dos dejetos de produção animal possuímos
diversas opções, a seguir veremos um breve esclarecimento sobre alguns dos
métodos mais utilizados dependendo do tipo de resíduo a ser tratado.

6.1. DEJETOS LÍQUIDOS E EXCRETAS DA PRODUÇÃO


Nos dejetos líquidos estão inclusas as excretas liquidas dos animais e a
água utilizada na limpeza das instalações lembrando que as excretas solidas
Para tratamento desses rejeitos temos algumas opções como: Esterqueira e
Biodigestor.

6.1.1. Esterqueiras
As esterqueiras consistem em um simples sistema de armazenamento
de resíduos líquidos em um compartimento isolado do solo. O isolamento
ocorre através de uma lona impermeabilizante ou através de uma construção
de alvenaria. Fazer a decomposição e estabilização dos resíduos orgânicos
para posterior aproveitamento como adubo constitui o objetivo principal desse
sistema. Devemos lembrar que para cada propriedade haverá um tamanho
especifico de esterqueira dependendo da quantidade de resíduos gerados pela
produção e que ela deve suportar esses dejetos por no mínimo 120 dias para
que ocorram os devidos processos biológicos de fermentação anaeróbia.
Uma maneira fácil e muito utilizada para direcionar os resíduos líquidos
para a esterqueira é o sistema de calhas, no qual as excretas dos suínos
juntamente com a água utilizada na limpeza das instalações vão diretamente
para a esterqueira.
21

Figura 4- Sistema de esterqueira acoplada aos galpões através das calhas.


Fonte: Embrapa Suínos e Aves 2003.

Um detalhe desse sistema é que devemos estabelecer a quantidade e o


local correto para a utilização do adubo gerado, os solos devem ter capacidade
de receber tal quantidade de matéria orgânica sem serem prejudicados e sem
poluírem o subsolo ou eutrofizarem lagos e leitos de rio.
A esterqueira também pode sofrer algumas melhoras como foi feito pelo
Serviço de Extensão Rural de Santa Catarina – ACARESC, atual EPAGRI, no
ano de 1989 onde eles desenvolveram a Bioesterqueira. Nessa adaptação as
esterqueiras tradicionais passaram a ser divididas em dois diferentes
compartimentos, a câmara de fermentação e o depósito de biofertilizante. A
câmara de digestão possui um tempo de detenção de 45 dias e o depósito de
fertilizante, entre 90 e 120 dias, totalizando de 135 a 165 dias de tempo de
detenção.
Assim, o tempo de retenção do dejeto é maior do que na esterqueira,
melhorando assim a eficiência do curtimento do dejeto. Vale lembrar que esse
22

projeto foi inspirado no biodigestor de modelo indiano e que a grande diferença


entre eles é a ausência de dutos para o coleta de gases na bioesterqueira.

Figura 5- Sistema de Bioesterqueira com dois compartimentos.


Fonte: CHRISTMANN (1994).

6.1.2. Biodigestores
Os biodigestores constituíram um grande avanço nos modelos de gestão
ambiental de matéria orgânica nas últimas décadas, apesar de não possuírem
uma diferença estrutural muito de grande em relação às esterqueiras (pelo
menos os modelos mais simples de biodigestores) eles possuem um processo
de decomposição anaeróbia de melhor qualidade. Mas essa qualidade não é
seu ponto mais forte, a grande diferença de uma simples esterqueira para o
sistema de biodigestores é que eles possuem canulações que permitem a
captação dos gases produzidos pela decomposição anaeróbia.
Esses gases são excelentes fontes de energia complementar para a
granja após sua queima, o que reduz consideravelmente os gastos na
manutenção da produção além de reduzir impactos ambientais, tendo em vista
que o dióxido de carbono produzido na queima é menos agressivo ao ambiente
do que o metano (24 vezes mais prejudicial) produzido na decomposição
anaeróbia.
Assim como a esterqueira, o biodigestor também gera produtos que
serão utilizados para a fertilização de pastagens e culturas, mas ele também
possui a capacidade de promover um efluente mais limpo para ser depositado
23

nos leitos de rios e lagos. Parte desse efluente está sendo utilizado para a
manutenção do conforto térmico das matrizes e leitões através do sistema de
cogeração utilizado em alguns lugares.

Figura 6- sistema de biodigestor acoplado com o sistema de cogeração.


Fonte: Departamento de Energia e Engenharia Mecânica do Campus de Guaratinguetá.

Apesar de existirem diversos modelos de biodigestores, o mais utilizado


no Brasil é o modelo Canadense. Esse biodigestor consiste em um
compartimento feito no solo, o qual será impermeabilizado e vedado com uma
lona de PVC.Dentro desse compartimento ocorrerá a decomposição anaeróbia
da matéria orgânica e a produção de gases.
24

Figura 7 – Biodigestor Modelo Canadense.


Fonte: Stachissini (2014).

6.2. DEJETOS SÓLIDOS (CADÁVERES E OUTROS RESÍDUOS


BIOLÓGICOS)
Com a intensa produção animal nas granjas de suínos nos dias de hoje
uma grande preocupação dos produtores consiste na deposição correta das
carcaças e restos biológicos sem que ocorra prejuízos à sanidade dos animais
vivos e sem que o processo de decomposição desses dejetos ocupe tanto
espaço dentro da propriedade. Apesar de não constar em lei, a disposição de
carcaças de suínos está prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS).
Principalmente após a proibição do uso de produtos de origem animal
(como restos de carcaças) nas rações, ocorreu um grande aumento na procura
por métodos mais eficazes e economicamente viáveis para a disposição destes
dejetos, entre eles podemos citar a compostagem, o qual é o processo mais
utilizado atualmente.

6.2.1. Compostagem
A compostagem é um processo barato se comparado com outras opções, pode
ser modulado para o tamanho necessário de decomposição, é de fácil manejo
tendo como única restrição a aquisição de maravalha para fazer as leiras.
25

A compostagem consiste na disposição das carcaças, placentas e outros


materiais biológicos sobre uma camada de maravalha (ou outro material
vegetal de escolha) onde eles serão cobertos e permanecerão nessa unidade
por um período de 2 a 3 meses. Umas das mais importantes regras para fazer
a decomposição correta em composteiras é a proporção correta entre carbono
e nitrogênio (a mais indicada é 30:1), a questão de temperatura e umidade para
ocorrer a decomposição sem a formação de produtos mais tóxicos e o tamanho
das partículas do material disposto sobre ela. Lembrando que a quantidade e o
tamanho das leiras varia de acordo com a demanda de cada granja
(mortalidade de cada fase somada para avaliar quantos quilos por dia serão
depositados em cada composteira).
Para avaliar qual a área necessária para o processo existem cálculos
que nos permitem não saber somente a área necessária, como também
quantas unidades e qual o período de rotação entre elas durante as
compostagens. Vale também lembrar que as composteiras podem ser
realizadas em áreas mais abertas (sem paredes ao redor--» mais utilizadas
para carcaças bovinas) ou em áreas cobertas (construções de alvenaria--»
mais comuns na suinocultura).

6.2.1.1. Método para montagem:


• Colocar uma camada de 15 a 20 cm de material aerador e fonte de carbono
(maravalha ou qualquer palhada existente na propriedade).

• Preparar os resíduos, para colocar na composteira:


 Leitões: abrir a barrigada e perfurar as vísceras
 Animais com mais de 30 quilos: esquartejar e cortar as massas
musculares maiores em fatias grossas
 Placentas e natimortos: coloca-los lado a lado, sem amontoar

• Rodear as peças com material aerador.


26

• Acrescentar água sobre as carcaças em quantidade correspondente à


metade do peso dos resíduos, lembrar de não colocar agua nas placentas e
natimortos e após isso cobrir com mais uma camada de 15 cm de material
aerador. Essa sequência segue até atingir a pilha chegar a 1,5 metros de
altura.

• Cobrir com uma camada final de 10 cm de material aerador e deixar fermentar


por 120 dias (para carcaças) ou por 20 dias (para placentas e natimortos).
Depois deste tempo, ensacar o material para reutilizar na montagem da nova
câmara ou utilizar como adubo.

Figura 8- composteira de alvenaria para suínos.


Fonte: Embrapa Suínos e Aves (2001)
27

Figura 9- Planta de composteira para suínos.


Fonte: Embrapa Suínos e Aves (2001).

6.3. LIXO PERECÍVEL E LIXO RECICLÁVEL


O lixo perecível (orgânico) deve ser destinado à uma compostagem junto ao
local de uso (ex. horta), separada daquela usada para carcaças, já o lixo não
perecível (plástico, vidro, metal, papelão, papel) deve ser acumulado em local
seco para ser destinado à reciclagem.
28

7. REPRODUÇÃO

O material genético é a base para uma boa exploração agropecuária,


dessa forma deve se ter total cuidado à sua aquisição e escolha. Os
reprodutores são de suma importância para uma boa produtividade, devendo
responder positivamente às condições impostas para que sejam gerados
animais de abate que atendam as demandas do mercado.
Deve-se adquirir os machos, reprodutores e leitoas de uma mesma
origem, preferencialmente de granjas certificadas, machos de raça pura ou
sintética, devendo ser de linhagem de linha macho e não as que deram origem
as leitoas, adquirir os primeiros machos com idade entre 7 e 8 meses. Os
machos devem ser de cerca de 2 meses mais velhos que as leitoas que irão
cobrir, importante dispor de, no mínimo, dois machos na granja e dar
preferência à inseminação artificial. Quando não utilizar a inseminação artificial
manter a proporção de 1 macho para cada 20 fêmeas (leitoas e porcas) do
plantel. Repor os machos na taxa de 80% ao ano (idade aproximada de
descarte 24 meses).
Utilizar leitoas de linha fêmea cruzadas, preferencialmente de raças
brancas, com capacidade de produzir 12 ou mais leitões por leitegada. As
leitoas devem ter idade entre 5 e 6 meses e apresentar um ganho de peso
médio diário mínimo de 650 g (100 kg aos 154 dias de idade) e espessura de
toucinho, entre os 90 e 100 kg, próximo de 15 mm. Devem ser adquiridas em
lotes equivalentes aos grupos de gestação, acrescidos de 15%, para
compensar retornos e outros problemas reprodutivos. Em complementação aos
dados de produtividade, atenção especial deve ser dada à qualidade dos
aprumos, a integridade dos órgãos reprodutivos, ao número e distribuição das
tetas (mínimo 12) e as condições sanitárias apresentadas no momento da
aquisição.
É importante que as práticas de pré- cobrição sejam adotadas, visto que
se não forem aumentam os riscos de diminuição do desempenho reprodutivo
dos animais e da vida útil dos reprodutores, podendo levar ao
comprometimento da produtividade do rebanho de suínos e à perda de
benefícios econômicos para o produtor.
29

7.1. MANEJO DOS MACHOS


Os machos devem ser alimentados com 2 a 2,5 kg de ração de
crescimento ou ração específica de reposição por dia dependendo do seu
estado corporal, até iniciarem a vida reprodutiva. Após o início de vida
reprodutiva fornecer dieta específica, ou, na sua falta, dieta de gestação, ao
redor de 2 kg/dia. Importante passar por um período de adaptação de, no
mínimo, 4 semanas antes de realizar a primeira monta e serem treinados entre
7 e 8 meses de idade, usando uma fêmea que já teve mais de um parto, dócil,
com reflexo de tolerância e de tamanho semelhante ao do macho.
Realizar a primeira monta com o peso mínimo de 140 kg. Deve-se ter no
máximo duas montas por semana entre 7 e 11 meses de idade e até quatro
montas por semana com idade acima 11 meses de idade.

7.2. MANEJO DAS PORCAS


Deve ser mantido um espaço de 3 m² por porca, as desmamadas serem
agrupadas em lotes de cinco a dez porcas em baías próximas ao macho e
individuais. Utilizar de métodos para diminuir as agressões, como agrupá-las
por tamanho e lavá-las com água e creolina, introduzir macho junto com as
porcas por um ou dois dias e reduzir o estresse. O cio deve ser estimulado no
mínimo duas vezes ao dia, com um intervalo mínimo de 8 horas, colocando-as
em contato direto com o macho. Fornecer ração de lactação à vontade, do
desmame até a cobrição.

7.3. MANEJO DAS LEITOAS


Visando a redução da variabilidade de peso do lote, deve-se fornecer
diariamente de 2,5 a 3,0 kg de ração de crescimento ou especifica de
reprodução, em duas refeições, até duas semanas antes da cobrição. Pode ser
substituída por ração de lactação. Não permitir o contato direto ou indireto das
leitoas com o macho antes de completar 5 meses de idade e iniciar o estímulo
do cio após 5 meses de idade, utilizando um macho com bom apetite sexual,
acima de 10 meses de idade, dócil e não muito pesado e registrar a data do cio
30

em ficha específica. Importante ter o rodízio de machos para o estímulo e a


detecção do cio.

8. GESTAÇÃO
Importante que o ambiente onde as gestantes iram ficar esteja limpo e
bem arejado, que seja fornecida uma alimentação de qualidade e em
quantidade. Deve ser adotado sistema de uso contínuo e serem feitas limpezas
diárias e desinfecção toda semana das baias e uma completa por ano, não se
esquecendo da temperatura adequada na faixa de 16° a 22°. As fêmeas devem
ser mantidas em ambiente calmo durante os 30 primeiros dias da gestação e a
alimentação em duas refeições diárias, de acordo com a fase da gestação.
Importante que se faça três diagnósticos de gestação, nos intervalos de
18 a 23 dias, na presença do macho; entre 30 e 40 dias, usando um ultrassom
e visualmente, aos 90 dias de gestação. Água deve ser fornecida à vontade, de
boa qualidade e com temperatura máxima de 20°C. Descartar as fêmeas que
apresentarem algumas alterações, como:
- Ausência de cio (anestro) em leitoas que não entraram na puberdade nos
prazos previstos para o lote durante o período de indução com o macho;
- Danos severos nos aprumos;
- Duas repetições seguidas de cio;
- Dificuldades no parto;
- Vulva infantil (leitoas);
- Qualquer ocorrência de doença;
- Baixa produtividade em pelo menos duas parições;
Fêmeas devem ir para a maternidade 7 dias antes da data do parto
previsto, após lavá-las antes de serem alojadas na sala de maternidade,
evitando situações de estresse, sempre utilizando tábua de manejo e
realizando esta tarefa em horários de temperatura mais amena.

9. MATERNIDADE
É a fase mais importante do manejo, devendo ter alguns cuidados
essenciais. Todas as salas da maternidade devem ser manejadas de acordo
31

com o sistema "todos dentro e todos fora" respeitando o vazio sanitário. As


salas de maternidade devem fornecer dois ambientes distintos, um para as
porcas com temperatura próximo a 18°C e para os leitões, escamoteadores
com 34° na primeira semana.
Fornecer ração de parto com sulfato de magnésio e antibióticos, logo
que iniciar o parto limpar o úbere da mãe com solução de iodo, evitando
diarreia nos filhotes. No dia do parto fornecer apenas água para as porcas e
não as alimentar. Em maternidade com piso compacto, usar uma camada de
maravalha na baia ou na cela de parição, propiciando conforto aos leitões,
evitar lesões nos joelhos e facilitar a higienização da baia. Importante cuidar
para que as baias e principalmente os escamoteadores permaneçam sempre
limpos e secos. Se os escamoteadores não possuírem piso aquecido, manter
permanentemente espessa camada de cama ou estrado de madeira e limpar
as salas de maternidade com pá e vassoura, no mínimo duas vezes ao dia.
Para limpeza usar vassoura, pá e botas específicas para cada sala de
maternidade, com o objetivo de prevenir diarreias nos leitões e a transmissão
de outras doenças, os animais devem ser castrados antes de completarem os
7 dias de idade, seguindo as instruções específicas e desmamados entre 21 e
28 dias de idade, de uma única vez, e sempre no mesmo dia da semana,
seguindo as datas do fluxo de produção implantado na granja.

10. CRECHE
Essa fase é muito importante para o leitão, visto que ele deixa a
companhia da mãe para se alimentar somente de ração, sendo transferidos
para um outro ambiente e são agrupados, formando uma espécie de
sociedade. Cruciais cuidados devem ser tomados para evitar diarreia, queda no
desempenho e morte.
As salas da creche devem seguir o sistema “todos dentro, todos fora",
estando limpa e desinfetada, com temperatura controlada e livre de correntes
de ar. Alojar os leitões na creche no dia do desmame, formando grupos de
acordo com a idade, sexo e peso e caso as baias de creche permitam, manter
32

a mesma família de leitões da maternidade em cada baia. Deve se ter espaço


suficiente para os leitões e cama de maravalha caso o piso seja de alvenaria.
Manter a temperatura interna na sala próxima de 26°C durante os
primeiros 14 dias e próxima de 24°C até a saída dos leitões da creche e
fornecer ração à vontade aos leitões:
- Ração pré-inicial 1: do desmame até os 35 dias de idade;
- Ração pré-inicial 2: dos 36 até os 45 dias de idade;
- Ração inicial: dos 45 dias de idade até a saída da creche;
Ter bebedouros de fácil alcance para os leitões, com altura, vazão e
pressão corretamente reguladas e água potável, importante inspecionar cada
sala da creche pelo menos três vezes pela manhã e três vezes à tarde, para
observar as condições dos leitões, dos bebedouros, dos comedouros, da ração
e da temperatura ambiente, tomando cuidado para não assustar os leitões.
Lavar as salas da creche com baias suspensas, esguichando água, com
lava-jato de alta pressão e de baixa vazão, no mínimo a cada três dias no
inverno e a cada dois dias nas demais estações do ano, programar ações
corretivas imediatamente, quando for constatada qualquer irregularidade,
especialmente problemas sanitários, e caso necessário, transferir os leitões
doentes para a sala hospital. Os medicamentos usados devem ser registrados
em cada sala, sendo eles usados individualmente ou em grupos de animais.
Pesar e transferir para as baias de crescimento os leitões com idade entre 56 e
63 dias.

11. CRESCIMENTO
As salas de crescimento devem ser manejadas segundo o sistema
“todos dentro, todos fora, serem alojados nas baias de crescimento no dia da
saída da creche, mantendo os mesmos grupos formados na creche, ou
refazendo os lotes por tamanho e sexo, utilizando a lotação mínima de 1
animal/m². Manter a temperatura das salas entre 16°C e 18°C, de acordo com
a fase de desenvolvimento dos animais, monitorando-a com o uso de um
termômetro. Deve ser fornecido ração de crescimento à vontade aos animais
até os 105 dias de idade, ração de terminação 1 dos 105 até os 126 dias de
33

idade e ração de terminação 2 dos 126 dias de idade até o abate, ou alimentar
os animais no sistema de restrição alimentar seguindo o protocolo de cada
programa alimentar.
Dispor de bebedouros de fácil acesso para os animais, com altura,
vazão e pressão corretamente reguladas, inspecionar cada sala de
crescimento pelo menos duas vezes pela manhã e duas vezes à tarde, para
observar as condições dos animais, dos bebedouros, dos comedouros, da
ração e da temperatura ambiente. Limpar diariamente, as baias de crescimento
com pá e vassoura e esvaziar e lavar, semanalmente, as calhas coletoras de
dejetos. Depois de lavá-las, manter, no fundo, uma lâmina de 5 cm de água, de
preferência reciclada e implementar ações corretivas imediatamente, quando
for constatada qualquer irregularidade, especialmente problemas sanitários.
Por último registrar as medicações usadas individualmente ou em grupos de
animais.
34

12. ALIMENTAÇÃO
Em um sistema de criação como SISCON, cada fase ou estágio de
criação exigem um balanceamento e uma ração característicos para cada
fisiologia e comportamento digestivo dos animais. O consumo de matéria seca
apresenta variações em relação às diferentes fases de desenvolvimento do
suíno, e está relacionado a fatores ambientais, genéticos, de manejo, às
instalações e à fisiologia digestiva, sendo assim cada fase tem um
determinado gasto de ração.)
Os animais do SISCON se alimentam de ração balanceada
(concentrado) durante todo o ciclo produtivo, sendo abatidos com peso vivo em
torno de 100 Kg, aos 165 dias de idade. Estes animais são abatidos a partir de
100 Kg porque a partir deste peso, se inicia um processo metabólico ondehá
uma maior síntese de gordura (ácidos graxos) na carcaça e uma menor
conversão alimentar.
A aplicação dos conhecimentos de nutrição deve contribuir para a
preservação do ambiente e isto significa que o balanceamento das rações deve
atender estritamente às exigências nutricionais nas diferentes fases de
produção.
O excesso de nutrientes na ração é um dos maiores causadores de
poluição do ambiente, portanto, atenção especial deve ser dada aos
ingredientes, buscando-se aqueles que apresentam alta digestibilidade e
disponibilidade dos nutrientes. Em complementação, a mistura dos
componentes da ração deve ser uniforme e o arraçoamento dos suínos deve
seguir boas práticas que evitem ao máximo o desperdício.

12.1. QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO


Entre os fatores que mais impactam na criação, em relação a nutrição,
estão a formulação e o fornecimento da dieta, aquisição de ingredientes e o
acompanhamento regular da qualidade dos itens anteriores, uma vez que
diversos agentes com potencial patogênico podem ser introduzidos nas granjas
através dos alimentos.
Neste sentido, o produtor deve observar em especial os seguintes pontos:
35

 Adquirir insumos somente com origem conhecida;


 Observar a presença de grãos quebrados, fungados, brotados e
carunchados, além da quantidade de impurezas, onde possa haver
potencial de presença de micotoxinas;
 Armazenar em local onde não haja a possibilidade de acesso de
insetos e roedores;
 A água deve ser oriunda de fontes protegidas, armazenada em
caixas apropriadas e tratadas com cloro na dose de 8 ppm;
 O fornecimento de água deverá ser em bebedouros com vazão
adequados à idade animal.

12.2. INGREDIENTES PARA ALIMENTAÇÃO DOS SUÍNOS:


Para compor uma ração balanceada, é necessário que se disponibilize e
combine adequadamente todos os ingredientes, incluindo um núcleo ou premix
mineral-vitamínico específico para a fase produtiva do suíno. 
Existem várias classes de alimentos quanto à concentração de nutrientes.
De uma forma geral, é possível classificar os ingredientes pelo teor de energia,
proteína, fibra ou minerais presentes. São esses os principais fatores
nutricionais que determinam o seu uso para as várias fases de vida do suíno.

12.2.1. Alimentos essencialmente energéticos


São os que apresentam em sua composição, baseada na matéria seca,
mais de 90% de elementos básicos fornecedores de energia.
Exemplos: Açúcar, melaço em pó.

12.2.2. Alimentos energéticos também fornecedores de proteína


São aqueles que possuem, geralmente, valor de energia metabolizável
acima de 3.000 kcal/kg do alimento e, pela quantidade com que podem ser
incluídos nas dietas, são também importantes fornecedores de proteína.
Exemplo: Cevada em grãos.

12.2.3. Alimentos energéticos com médio a alto teor de fibra


36

Esses alimentos têm energia metabolizável acima de 2.600 kcal/kg e teor


de fibra bruta acima de 6%.
Exemplo: Farelo de arroz integral.

12.2.4. Alimentos fibrosos com baixa concentração de energia e


médio teor de proteína
Possuem teor de proteína bruta maior que 17%, de fibra acima de 10% e
concentração de energia metabolizável menor que 2.400 kcal/kg. 
Exemplos: Feno moído com alfafa e farelo de algodão.

12.2.5. Alimentos fibrosos com baixa concentração em proteína


São os ingredientes que possuem teor de proteína abaixo de 17%, mais
de 6% de fibra bruta e valor máximo de energia de 2400 kcal/kg de alimento. 
Exemplo: Farelo de trigo.

12.2.6. Alimentos protéicos com alto teor de energia


Os representantes dessa classe possuem mais de 36% de proteína
bruta e valor de energia metabolizável acima de 3.200 kcal por kg de alimento. 
Exemplos: o farelo de soja 42% PB, o farelo de soja 45% PB e o farelo
de soja 48% PB.

12.2.7. Alimentos protéicos com alto teor de minerais


A inclusão desses ingredientes em rações para suínos é limitada pela alta
concentração de minerais que apresentam. 
São exemplos: as farinhas de carne e ossos com diferentes níveis de PB.

12.2.8. Alimentos exclusivamente fornecedores de minerais.


São fontes de cálcio, de fósforo, de cálcio e fósforo ao mesmo tempo e de
sódio.
Exemplos: calcário calcítico e o fosfato bicálcico.
37

12.3. PREPARO DAS RAÇÕES


Para a maioria das fases, uma formulação adequada é obtida com a
combinação dos alimentos energéticos também fornecedores de proteína com
alimentos protéicos com alto teor de energia. A complementação dos demais
nutrientes deve ser feita com os alimentos exclusivamente energéticos,
alimentos protéicos com alto teor de minerais e alimentos exclusivamente
fornecedores de minerais.
Sempre deverá ser feita a inclusão de premix vitamínico e de micro-
minerais. Esses produtos devem ser utilizados dentro de 30 dias após a data
de sua fabricação e ser mantidos em lugares secos e frescos, de preferência
em barricas que minimizem a ação da luz.
Os leitões novos não admitem ingredientes de baixa digestibilidade ou
alimentos fibrosos na dieta, enquanto um alto teor de fibra na dieta é adequado
para as matrizes até os 80 dias de gestação. 
O uso de promotores de crescimento nas rações deve atender à
legislação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), bem
como atender aos seguintes critérios, simultaneamente:
 Eficiência do ponto-de-vista econômico;
 Rastreabilidade na ração;
 Segurança para a saúde humana e animal;
 Ausência de efeitos negativos sobre a qualidade da carne
 Compatibilidade com a preservação ambiental;
38

13. ALIMENTAÇÃO NO MANEJO DOS ANIMAIS

13.1. PRÉ-COBRIÇÃO
 Machos
Fornecer aos machos de 2 a 2,5 kg de ração de crescimento ou ração
específica de reposição por dia dependendo do seu estado corporal, até
iniciarem a vida reprodutiva. Após o início de vida reprodutiva fornecer dieta
específica para cachaços, ou, na sua falta, dieta de gestação, ao redor de 2
kg/dia;
 Leitoas
Fornecer diariamente às leitoas de 2,5 a 3,0 kg de ração de crescimento ou
ação específica de reprodução, visando a redução da variabilidade de peso do
lote, em duas refeições, até duas semanas antes da cobrição. Os produtores
que não formulam essas dietas podem substituí-las por ração de lactação;
 Porcas
Fornecer ração de lactação à vontade, do desmame até a cobrição;

13.2. COBRIÇÃO E GESTAÇÃO


 Fêmeas
Alimentar as fêmeas em gestação em duas refeições diárias, de acordo com a
fase de gestação. Em geral, fornecer as fêmeas 2,0 kg/dia de ração de
estação até os 85 dias após a cobrição e 3,0 kg/dia dos 86 dias de gestação
até transferência para a maternidade;
Para o controle das infecções urinárias, fornecer mensalmente a fêmea
ração de gestação contendo 3,0 kg de acidificante por tonelada, durante
10 dias consecutivos;

13.3. PARTO E LACTAÇÃO


 Pré parto
Fornecer ração de parto, contendo 3,0 a 5,0 kg/ tonelada de sulfato de agnésio
(sal amargo) e um antibiótico de largo espectro, a partir do alojamento das
porcas na maternidade até cinco dias após o parto
39

 Parto
Não fornecer ração para as porcas, deixando apenas água disponível.
 Pós parto
Fornecer cerca de 2,0 kg de ração e aumentar gradativamente até o terceiro.
A partir daí fornecer ração à vontade fornecer ração pré-inicial aos leitões, em
comedouro próprio, a partir do sétimo dia de vida, cuidando para que não fique
ração úmida ou suja no comedouro.

13.4. CRECHE
Fornecer ração à vontade aos leitões, de acordo com os seguintes critérios:
 Ração pré-inicial 1: do desmame até os 35 dias de idade;
 Ração pré-inicial 2: dos 36 até os 45 dias de idade
 Ração inicial: dos 45 dias de idade até a saída da creche;

Fornecer ração diariamente, não deixando ração úmida, velha ou estragada


nos comedouros;
No caso de eventuais surtos de diarréia ou de doença do edema, retirar
imediatamente a ração do comedouro e iniciar um programa de
fornecimento gradual de ração até controlar o problema, além de medidas
específicas que devem ser tomadas sob orientação veterinária;

13.5. CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO


Fornecer ração de crescimento à vontade aos animais até os 105 dias de
idade, ração de terminação 1 dos 105 até os 126 dias de idade e ração de
terminação 2 dos 126 dias de idade até o abate, ou alimentar os animais no
sistema de restrição alimentar seguindo o protocolo de cada programa
alimentar;
40

14. CONCLUSÃO
A produção em sistema SISCON para suínos da raça Landrace, como
qualquer outro sistema de produção, possui vantagens e desvantagens. As
vantagens passam principalmente pela possibilidade de gerar-se uma
produção em escala maior com otimização de espaço, melhor controle da
alimentação e das condições ambientais às quais o animal é submetido,
podendo-se corrigir eventuais falhas no manejo. A principal desvantagem é o
desafio que um sistema SISCON traz com relação ao atendimento das
exigências de bem-estar animal da espécie, que é muito bem adaptada ao ar
livre e pouco adaptada ao confinamento.
Para melhores resultados, é de suma importância que o produtor atente-se
aos tópicos abordados acima, além de sempre contar com a assistência de um
médico veterinário competente para o trabalho.
41

REFERENCIAS

 BRASIL. Ministério da Agricultura. Circular técnica; Boas práticas de


Produção de Suínos. Embrapa Suínos e Aves. Concordia, SC,
DEZEMBRO DE 2006.

 BRASIL. Ministério da Agricultura. Compostagem de Suínos Mortos e


Restos de Parição. Embrapa Suínos e Aves. Concordia, SC,JUNNHO
DE 2001.

 JUNIOR et al. Biodigestores associado a sistemas de cogeração


para aproveitamento do biogás produzido a partir de resíduos de
suinocultura. UNESP e UNITAL.

 RANZI et al. Estudo de viabilidade de transformação se esterqueiras


e bioesterqueiras para dejetos de suínos em biodigestores rurais
visando o aproveitamento do biofertilizante e do biogás.
Cooperativa para Conservação da Natureza e Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis – SC.

 Kunz et al. Manejo de Dejetos na Produção de Suínos. Embrapa


Suínos e Aves. Versão eletrónica. Julho de 2003.

 STACHISSINI. Estudo sobre s implantação de um sistema


biodigestor em uma propriedade rural em Mambore-PR.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná; 2014.

 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUINOS (ABCS).


Produção de Suínos: Teoria e Pratica. Brasília; 2014.

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