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Ainda não é claro quando ou onde ocorreu a origem da civilização. Indubitavelmente, a civilização está
relacionada com a domesticação dos animais e, provavelmente, o cão foi o primeiro animal a ser
domesticado. Certamente, não distante do cão, veio à domesticação dos ovinos, caprinos e bovinos.
Aparentemente, por 10.000 anos, estas espécies têm servido as pessoas.
O relacionamento entre seres humanos e ovinos foi sempre benéfico para ambos. Os carneiros são
insuperáveis na conversão de forrageiras em produtos para o consumo humano de alta qualidade, como a
carne e o leite; já a lã e a pele, protegem o homem do frio. A contribuição do ser humano consiste no
cuidado e proteção dos ovinos.
Onde a domesticação dos ovinos ocorreu, não foi estabelecido firmemente, mas evidências indicam que
provavelmente aconteceu na Ásia Central. A criação de ovinos na Planície Mesopotânica pelos pastores
hebreus, antecede a história escrita. Há 179 referências aos ovinos, 137 a carneiro ou carneiros, 167 a
cordeiro ou cordeiros, no Antigo Testamento. O primeiro animal doméstico citado na bíblia é o ovino
(Gênesis 4:2). Abel, filho de Adão e Eva, era um pastor. Jacó serviu Laban por sete anos como pastor para
ganhar a mão de Raquel. Entretanto, Laban quebrou a sua promessa e exigiu mais sete anos de serviço.
Jacó conseguiu Raquel, mas nenhum salário. O negócio prosperou sob orientação de Jacó, que concordou
continuar a trabalhar para Laban em troca dos ovinos manchados, malhados e listrados do rebanho. Pela
seleção, pelas mutações e utilizando a reprodução dos animais, Jacó produziu os primeiros ovinos de
coloração diferente. Jacó era proprietário de rebanhos numerosos quando deixou o serviço de Laban. Os
descendentes de Jacó selecionaram os ovinos que apresentavam lã mais branca, até conseguirem a
coloração totalmente branca. Davi e Salomão citaram a existência de ovinos brancos em seus escritos. Jacó
pode ser lembrado como o primeiro “melhorista” de ovinos.
OS OVINOS NO MUNDO
O mundo tem uma população ovina de aproximadamente 1,2 bilhões, ocupando grande parte dos ambientes
impróprios para a agricultura, como regiões montanhosas e semi-áridas. Os ovinos estão também
associados aos sistemas tradicionais de subsistência, especialmente nos países em desenvolvimento. Esta
forma de criação tem permanecido inalterada por séculos. Os animais fornecem carne, leite, lã e pele para
seus criadores, sendo considerados nos sistemas tradicionais de criação, conversores eficientes de forragens
em produtos para o consumo humano. Entretanto, este tipo de exploração está mudando. Quando a terra e
outros fatores ambientais são favoráveis, os ovinos podem expressar sua genética através de uma
produtividade mais elevada.
A distribuição dos ovinos no mundo é desigual. Alguns países têm poucos animais enquanto em outros há
uma população elevada. O tamanho dos rebanhos varia de algumas a centenas ou milhares de cabeças. As
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
Os fatores históricos e comerciais que influenciaram a produção e a população ovina por todo o mundo são
interessantes. Na Europa, a Grã Bretanha, a Espanha e Países Bálcãs são os três principais locais de
produção ovina. Os Países da Comunidade Econômica Européia têm aproximadamente 92 milhões de ovinos,
dos quais cerca de 11 milhões estão localizados na França e 37 milhões na Grã Bretanha. Historicamente, os
ovinos foram importantes em função da produção de lã para confecção de roupas. A exportação de lã bruta
da Inglaterra para a Europa, foi o primeiro passo neste tipo de comércio, que contribuiu para o
enriquecimento do país, seguido pelo desenvolvimento da comercialização de lã beneficiada. A revolução
industrial, o aumento das indústrias de beneficiamento e o crescimento da população urbana, foram
responsáveis pelo maior poder de compra e maior consumo de carne. Devido a esta maior demanda, os
ovinos passaram a ser uma fonte de carne de grande importância. Seguiu-se então, o desenvolvimento das
raças inglesas para corte, tão conhecidas atualmente e difundidas em todo o mundo. A maior valorização de
rebanhos formados por raças produtoras de carne, em relação a rebanhos produtores de lã, no final do
século XVIII e início do século XIX, manteve a viabilidade da indústria ovina na Grã Bretanha , apesar do
desenvolvimento da produção de lã no hemisfério do sul.
No Hemisfério Sul, há quatro grandes áreas importantes de concentração de ovinos: Argentina e Uruguai na
Ámérica do Sul, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. Estes países têm uma história econômica
relacionada com os ovinos muito semelhante, começando com a importação de Merinos nos séculos XVIII e
XIX, desenvolvimento do comércio de exportação de lã, seguido pela diversificação com a produção da
carne, que foi incentivada pela introdução da refrigeração. Estes centros novos de produção ovina foram
favorecidos pela terra barata e abundante, por condições climáticas favoráveis e, possuem atualmente,
metade da população de ovinos do mundo. O desenvolvimento da indústria ovina no hemisfério sul, resultou
em uma redução da expansão de Merinos na Europa, e um declínio constante da produção de lã beneficiada
nos países europeus. Além disso, as exportações de cordeiros congelados para a Grã Bretanha e outros
mercados europeus, causaram algumas mudanças dramáticas na economia da indústria ovina, ficando difícil
à lucratividade com este tipo de produção.
Na América do Norte, os ovinos são manejados dentro de sistemas de criação bastante diversificados, desde
o sistema extensivo até o de semi ou total confinamento, incluindo algumas formas de criação por "hobby".
O grau de dedicação do proprietário, a identificação individual dos animais e a escrituração zootécnica,
variam consideravelmente nestes sistemas, e às vezes são inadequados. Uma prática veterinária preliminar
O comércio de ovinos no mundo tem como base a lã, a carne e a produção de cordeiros. A lã produzida é
extremamente variável e diversificada. O beneficiamento da lã é complexo por causa da diferença que existe
nas fibras que se misturam durante a manufatura. Uma única peça de roupa pode conter lã de diferentes
continentes. Cerca de 90% da lã merina no mundo é produzida pela Austrália, África do Sul, Argentina e
antiga União Soviética, sendo a Austrália o maior produtor. A lã de ovinos mestiços é produzida na Nova
Zelândia, Argentina, Austrália, e na antiga União Soviética. A lã de tapeçaria, é produzida principalmente na
antiga União Soviética, China, Índia.
O comércio de carne ovina no mundo, é mais limitado do que o de lã. A Comunidade Econômica Européia
tem somente 6% dos ovinos do mundo, mas produz 11,0% do total de carne ovina, e contribui com um
terço no mercado mundial. A Austrália e a Nova Zelândia estimam contribuir com 80% das exportações
mundiais e a Grã Bretanha, França e Japão representam 40% de todas as importações de carne ovina. A
exportação de cordeiro congelado para a Grã Bretanha e a França, tem uma grande importância para a
Nova Zelândia, por ser o seu principal componente do produto nacional bruto. O consumo de cordeiro na
Grã Bretanha tem sido tradicionalmente elevado, mas diminuiu, o que tem afetado seriamente a
prosperidade agrícola na Nova Zelândia. O fornecedor predominante da carne ovina é a Austrália, sendo o
Japão o maior importador.
O leite é uma atividade significativa para a indústria ovina. O leite dos ovinos é altamente nutritivo, sendo
um componente importante no sustento da família, para muitos milhões de pessoas em diferentes regiões
mais favorecidas do mundo. A indústria leiteira se concentra nos países mais desenvolvidos do Mediterrâneo,
e está crescendo na Austrália, Israel e França. O leite ovino é raramente consumido na forma líquida, sendo
mais utilizado na produção de queijos e iogurtes. O leite ovino tem o dobro do rendimento na produção de
queijo, em comparação com o leite de vaca e o de cabra. O iogurte é mais fino, mais leve e em torno de
50% mais nutritivo. A ordenha geralmente é manual, o que exige esforço físico e, freqüentemente, é
realizada ao ar livre, expondo os ordenhadores ao tempo. Apesar da disponibilidade de ordenhadeiras
eficazes, a ordenha mecânica ainda não é largamente adotada. Os problemas sanitários, particularmente os
parasitas internos, a mastite e o foot rot limitam seriamente a produtividade leiteira na Austrália.
A pele, normalmente é um subproduto da produção de carne. Entretanto, existem raças especializadas para
produzir peles, como é o caso da raça Karakul. A produção de pele como subproduto tem grande
importância nas exportações de alguns países, como a Índia e o Paquistão. O mesmo é verdadeiro para
regiões que possuem numerosos rebanhos, como os países da Oceania e da América do Sul.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DEVENDRA,C. & COOP,I.E. Ecology and distribution, editado por COOP, I.E. New York, ed.Elsevier Scientific Publishing Company, v. 1, p. 1-14, 1982.
ROSS, C.V. History and development of the sheep industry In: Sheep Production and Management, editado por Prentice-Hall, I. New Jersey, 10 ed., p. 122-143, 1989.
Objetivo
O objetivo das instalações é viabilizar e facilitar o manejo geral de um rebanho caprino ou ovino, sem causar
estresse aos animais, otimizando o emprego da mão-de-obra, reduzindo custos e favorecendo a produção e
a produtividade do empreendimento.
A Importância
A importância das instalações está fundamentada na extrema capacidade que elas têm em buscar a
otimização da relação homem/animal/ambiente, dentro de um processo de produção, isto é: elas facilitam e
reduzem o uso da mão de obra para as tarefas diárias, favorecem o manuseio do rebanho e o controle de
doenças, protegem e dão segurança aos animais, dividem pastagens, armazenam e reduzem o desperdício
de alimentos, entre outras.
As Principais Instalações
centros de manejo
saleiros
apriscos
pedilúvio
currais
esterqueiras
bretes
Cercas
comedouros
bebedouros
galpões
Confinamento de Cordeiros
Tamanho exagerado ou área em excesso têm custos mais elevados, sem trazer maiores benefícios. Ver
Quadro abaixo. Tamanho das áreas coberta e descoberta (área de exercício) de um aprisco em Cab/m 2.
ÁREA ( m2 )
CATEGORIAS
COBERTA DESCOBERTA
Matrizes 1,0 > 2,0
Animais Jovens 0,8 > 1,5
Crias 0,5 > 1,0
Reprodutores 3,0 > 6,0
Obs.: Estas mesmas medidas são recomendadas também para Centros de Manejo e Currais de engorda .
Cocho: Recomenda-se 0,2 m a 0,25 m linear para cada animal, ou seja utilizar 04 a 05 animais por
metro linear de cocho.
Brete: Comprimento = 08 m; Largura = 0,25 m na base inferior e 0,35 m na base superior; Altura =
0,85 m.
Observações Gerais
As cercas entre piquetes deverão ser construídas com mourões a cada 10 m, intercalados com 4 ou 5
balancins; formada com seis a sete fios de arame liso, e recomenda-se que o primeiro, de baixo para cima,
esteja a 10 cm do solo e a seguir o espaçamento entre eles seja, consecutivamente: 18, 22 e 28 cm para os
demais, numa altura total de 1,24 m. Quando em consórcio com bovinos, recomenda-se o espaçamento 10,
15, 20, 25, 30 e 30 cm, com altura total de 1, 30m. Se necessário, construir um aprisco (cabanha) para
proteção, próximo às pastagens, em terreno seco e ensolarado.
Devido ao sistema de criação adotado (extensivo larga escala), deve-se providenciar piquetes para as
diversas categorias: ovelhas de cria e seus cordeiros; ovelhas velhas e falhadas, capões, borregos (as),
ovelhas terço final da gestação, etc. As ovelhas de cria são separadas, segundo a qualidade de suas lãs ou
por seu grau de sangue. Quando o plantel possui “pedigree” destinar piquetes de melhor qualidade e de
fácil vigilância.
MODELOS DE CERCAS
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O manejo adequado das pastagens a serem utilizadas por ovinos deve, obrigatoriamente, levar em
conta dois aspectos: a disponibilidade aos animais de forragem em níveis elevados de qualidade e
quantidade e ainda a manutenção de um reduzido nível de contaminação por ovos e larvas de helmintos.
Estes dois pontos irão influir na carga animal a ser utilizada, ou seja, no número de matrizes que as
pastagens poderão manter, bem como no desempenho dos animais.
Tendo-se por objetivo a exploração intensiva das áreas disponíveis, determina-se o número total
de matrizes da criação, ou seja, a carga animal máxima, tomando-se por base a área total de pastagem
efetivamente disponível e o potencial de produção anual de MS da forrageira predominante. Com base
nesses valores, estima-se a disponibilidade anual total de forragem e, considerando-se um consumo médio
diário, por animal, de 3% do seu peso vivo, pode-se estimar a lotação máxima para a área de pasto
disponível.
Na exploração intensiva das pastagens, com ovinos, estas devem ser manejadas,
obrigatoriamente, em esquema de lotação rotacionada, visando possibilitar um manejo mais adequado,
garantindo, principalmente, um período mínimo de repouso para a forragem, que possibilite a sua plena
recuperação antes de um novo ciclo de pastejo. A adoção desse sistema possibilita o rebaixamento
acentuado do relvado, com remoção da quase totalidade da área foliar. Com isso obtém-se a renovação
total da massa de forragem a ser pastejada, garantindo a disponibilização, aos animais, de material novo e
de elevado valor nutritivo, bem como se estimula o surgimento de novos perfilhos nas touceiras,
aumentando a densidade do relvado. O rebaixamento acentuado da forragem, a altura aproximada de 15
cm, possibilita ainda uma insolação plena até a base das touceiras, com alta incidência da radiação solar,
notadamente a ultra-violeta, alterando drasticamente as condições do ambiente, tornando-o menos
favorável às larvas de helmintos parasitas, colaborando na redução do nível de infestação da forragem por
larvas de helmintos.
Deve-se evitar períodos de ocupação superiores a 5 - 7 dias, tendo por objetivo minimizar a
exposição dos animais às larvas infestantes (L 3) eclodidas naquele mesmo ciclo de pastejo (auto
infestação). Dessa maneira, quando a população de larvas infestantes tornar-se significativa, os ovinos já
terão saído daquela área de pastagem, cuja forragem estará bastante rebaixada, ficando as larvas sem
hospedeiros e expostas às intempéries climáticas (radiação solar e ventos). O período de repouso irá variar
em função da época do ano, das condições climáticas, da forrageira e das condições de fertilidade do solo e
visa possibilitar a recuperação da forragem após ter sofrido o desfolhamento severo. Em média considera-se
1
Pesquisadores do Instituto de Zootecnia, Nova Odessa (SP), da Agência de Pesquisa Tecnológica dos Agronegócios - APTA, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo -SAA. E-mail: lesantos@iz.sp.gov.br
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Vale observar que, para o capim Aruana, o rebaixamento do relvado tem ainda um reflexo
importante, que é estimular a emissão de uma maior número de perfilhos, característica típica desse
cultivar, aumentando a densidade do relvado, com talos mais finos e alta relação folha/haste. Como
resultado dessa prática, desde que seja mantido um bom nível de fertilidade e seja respeitado o período de
recuperação e rebrota da forragem, tem-se uma maior produção de forragem, de melhor valor nutritivo.
Observa-se, na imagem ao lado, a elevada densidade de perfilhos que, aliada a alta relação
folhas/hastes, garantem uma elevada disponibilidade de forragem, de elevado valor nutritivo.
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Nesse esquema, nova faixa é acrescentada àquelas já utilizadas, as quais, apesar de continuarem
acessíveis aos animais, não são mais pastejadas, seja por não possuírem forragem, seja pelo acúmulo de
urina e fezes. Essas áreas, por estarem com a forragem rebaixada, são preferidas pelos animais para
descanso e ruminação, diminuindo, assim, as perdas por acamamento e pisoteio na área em pastejo efetivo.
Esse esquema é visualizado na figura 1:
Figura 1. Esquema de pastejo com lotação rotacionada, em faixas, com uso de cerca eletrificada.
VANTAGENS NA UTILIZAÇÃO
O uso da cerca eletrificada no manejo de pastagens utilizadas por ovinos é bastante prático e
diminui a necessidade de construção de maiores extensões de cerca convencional, apresentando as
seguintes vantagens:
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Existem, ainda, as telas de malha de nylon eletrificadas, que apresentam alta eficiência na
contenção dos animais, todavia apresentam um custo muito elevado, sendo destinadas a usos específicos.
Área de pastagem dividida por cerca eletrificada móvel, com fita de nylon.
Pastagem, manejada com cerca eletrificada, em uso com ovinos Ile de France.
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É importante frisar que, o desempenho dos ovinos mantidos em pastagens dependerá, tanto da
quantidade de forragem disponível, quanto da qualidade da forragem disponível, valendo lembrar que
ovelhas em final de gestação e em lactação necessitam de um aporte considerável de nutrientes, que só
pode ser obtido em pastagens de forrageiras produtivas e de elevado valor nutritivo, ou seja, de alta
palatabilidade, alta digestibilidade e elevada concentração em nutrientes, por outro lado, também é preciso
ter em mente que as forrageiras que atendem a esses requisitos apresentam, obrigatoriamente, elevadas
exigências de nutrientes no solo, de clima favorável e de manejo adequado.
Dessa maneira, pode-se concluir que a exploração intensiva de ovinos, visando a produção
econômica de cordeiros para abate precoce, depende, entre outras coisas, de boas pastagens, formadas por
forrageiras de alta produtividade, adequadamente fertilizadas e corretamente manejadas.
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Tesoura/alicate para aparar os cascos,pistola de vermifugação, tesoura, martelo para tosquia(ou tosquiador
elétrico), elastrador e anéis de borracha para descola (e castração), torquês de Burdizzo para castração,
tintas pata marcação, material para identificação (alicate, brincos), balança, calha para apara de cascos,
pinças, agulhas e seringas hipodérmicas.
Ficha zootécnica
Manter livro/ficha de registros gerais do rebanho e individual dos animais do rebanho; cobertura,
nascimentos, óbitos, doenças, vacinações, vermifugação etc.; Registro contábil de despesas com veterinário,
medicamentos, vacinas, vermífugos etc.; e de receitas com a venda dos produtos.
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Ovinos são animais ruminantes e devem ser alimentados com forrageiras de boa qualidade, produzidas a
baixo custo. Um sistema intensivo de produção animal, com grande número de cordeiros produzidos
durante o ano inteiro, necessita de alimentos de boa qualidade, o que pode ser conseguido através de
uma produção vegetal eficiente. Deve-se planejar o plantio de boas pastagens para as ovelhas, com
correção de solo (acidez e fósforo) e aplicação de nitrogênio para aumentar a capacidade de suporte e o
valor nutritivo da forrageira. Também é necessário o cultivo de forrageiras de corte para animais
estabulados. Deve-se planejar o plantio de milho ou outro cereal, quando possível, para colheita e
armazenamento em grão ou espigas, ou ainda a confecção de silagem para uso durante o período de
estiagem.
Produção de leguminosas, para corte ou pastejo direto, na propriedade pode resultar em custos mais
baixos que a produção de gramíneas, pois as leguminosas dispensam a adução nitrogenada. A produção
desse tipo de forragem, na propriedade, resulta na diminuição da necessidade de aquisição de farelos
protéicos, que tem preço elevado. Isto tudo diminui o custo da alimentação, item de grande expressão
no preço final, na produção do cordeiro para abate precoce.
Machos adultos, fora da estação de monta e ovelhas sem crias ao pé, até a parição, em sistema de uma
parição por ano têm as suas exigências nutricionais plenamente atendidas se alimentadas exclusivamente
com volumosos de bom valor nutritivo. Todavia, animais em crescimento acentuado ou em atividade
reprodutiva intensificada (intervalo entre partos de 8 meses ou menos), na fase final de gestação e na
amamentação necessitam de suplementação alimentar com ração concentrada, devido à sua elevada
exigência nutricional.
ALIMENTOS VOLUMOSOS
Assim são denominadas as forragens verdes (pasto, capim elefante, leguminosas, etc.) ou conservadas,
como silagens e fenos.
Pastagem
As espécies recomendadas são aquelas de bom valor nutritivo e alta produção por área como os capins
dos gêneros Cynodon (coast cross, tiftons e estrelas) e Panicum (aruana, tanzânia, massai, áries, green
panic, etc). Pode-se também utilizar ainda o pangola, rhodes, pensacola, etc.
As braquiárias apresentam baixo valor nutritivo e menor produção por área, sendo que a Brachiaria
decumbens pode, ainda, causar intoxicação e, em algumas situações, fotossensibilização. Pequenas áreas
com braquiária podem ser utilizadas, mas a predominância das pastagens com tal capim não é
recomendado.
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Devem ser plantados próximos às instalações dos animais a serem alimentados, devendo ser
adequadamente adubados, para se conseguir elevada produção por área.
Excelente valor nutritivo quando colhido entre 35-45 dias (1,5-1,7 m de altura). Possui entre 8-12% de
proteína bruta (PB) e 55-60 % de nutrientes digestíveis (NDT) e bom teor de cálcio e fósforo. Produz
entre 120-300 ton. de matéria verde/ha/ano.
Feijão guandu
Excelente volumoso para corte; rico em proteína e cálcio e de boa aceitação pelos animais. Diminui a
necessidade de suplementação protéica com concentrados. No período seco perde as folhas e não pode
ser utilizado. Susceptível à geada e deve ser replantado a cada 2 anos, pois seu rebrote fica prejudicado,
apos vários cortes. Plantar em solo com pH corrigido, adensado: 5-8 sementes por metro linear e
espaçamento entre linhas de 0,6 a 1 m. Não necessita de adubação nitrogenada.
Amoreira
Alimento de alta palatabilidade, de excelente nível de proteína (22% PB), produzindo cerca de 50 ton. de
matéria verde/ha/ano. Deve-se plantar no espaçamento de 0,50 x 0,50 m, fornecendo as ramas picadas
ou inteiras ,em manjedouras. Ressalte-se que devido às características da própria planta, no período do
inverno a seu crescimento é lento e quando as plantas estão altas as suas folhas caem. No verão, podem
ser efetuados de corte entre 45-60 dias, podendo ser armazenada na forma de feno.
SILAGENS E FENOS
Durante a “época das secas” as pastagens e as forrageiras de corte diminuem seu crescimento e seu
valor nutritivo. Para uma exploração racional da ovinocultura é essencial a conservação de alimentos
produzidos na “época das águas”, para uso no período de escassez.
Silagem de milho
É alimento de valor energético muito bom, mas apresenta baixo teor protéico, necessitando ser
suplementado com fontes de proteínas (farelo de soja ou de algodão, uréia, etc) para ser eficientemente
aproveitado pelos animais. Deve-se colher no ponto certo, quando apresentar grãos farináceos, ser
picado, compactado eficientemente e coberto com lona plástica até o momento de seu uso. Não
necessita de aditivos, pois sua fermentação é muito boa, produzindo
alimento de ótima aceitação pelos animais. O milho a ser plantado deve ser o de maior produção de
grãos para a região. Quando bem plantado e fertilizado adequadamente, produz 30-50 ton/ha de massa
verde a ser ensilada.
Silagem de sorgo
Excelente alimento volumoso conservado. Pode ser utilizado em substituição à silagem de milho, pois
apresenta valor energético similar. Deve-se optar por variedades graníferas e mistas, pois estas
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A silagem de sorgo tem um custo de produção menor que a de milho, visto ser uma cultura menos
exigente em termos de tratos culturais e pode produzir até dois cortes.
O capim elefante apresenta bom valor nutritivo quando colhido precocemente, entre 35 a 45 dias.
Contudo neste estádio apresenta teor elevado de umidade o que dificulta sua ensilagem, produzindo
alimento com frementação inadequada, resultando em baixa aceitação pelos animais. Para se obter
silagem de boa qualidade deve-se diminuir o teor de umidade, fazendo o emurchecimento no campo,
todavia esse sistema é trabalhoso e pouco eficiente. Pode-se adicionar, no momento da ensilagem,
algum material seco, objetivando o aumento do teor matéria seca da massa ensilada para 25-28%. Pode-
se utilizar para esse fim milho moído ou rolão de milho ou polpa cítrica desidratada na quantidade de 5-
10%.
Silagem de girassol
Apresenta-se como opção para plantio na “safrinha”, principalmente após a colheita do milho, e em
regiões ou épocas com maior probabilidade de deficiência hídrica, pois seu sistema radicular pivotante
garante maior profundidade de exploração do solo. Sua silagem é de boa aceitabilidade pelos animais,
com teor protéico (11%) e em óleo (10%) mais elevado que silagens de cereais (milho ou sorgo),
todavia seu teor energético é inferior. Deve ser colhido quando os seus receptáculos (flores) estão
voltados para baixo, com a parte dorsal na coloração amarelo escuro e grande quantidade de folhas
secas.
FENOS
Fenos de gramíneas são alimentos volumosos de boa aceitação pelos animais. Um bom feno tem cor
esverdeada, grande quantidade de folhas, macio ao tato e com mais de 10% de proteína bruta. Fenos
pálidos, duros e com grande quantidade de talos são inferiores. Coast-cross, Tifton,
Rhodes, Áries e Aruana produzem feno de boa qualidade e devem ser colhidos com 28-40 dias de
vegetação.
A chuva é o grande problema na produção de feno, pois fenos “chuvados” são de qualidade muito
inferior.
Feno de alfafa é de excelente qualidade, mas é caro para ser adquirido. Sua produção necessita de
excelente fertilidade do solo.
Para pequenas criações, o capim elefante e outras forrageiras (guandu, leucena, colonião, etc...) também
podem ser desidratados e produzir fenos de boa qualidade. Devendo ser picados e secos em terreiro em
camada fina, revirando varias vezes ao dia e cobrindo a noite. Após secos podem ser ensacados ou
armazenados a granel. Confecção contínua de pequenas quantidades durante o verão é o mais
adequado.
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Forrageira que se conserva “in natura”, pois seu maior valor energético é no período “da seca”, quando
deve ser utilizada. Produz até 120 toneladas de massa verde/ha/ano. Apresenta o inconveniente de
possuir grande quantidade de açúcar altamente solúvel no rúmen, que prejudica a digestão da fibra do
bagaço. Possui, ainda, baixo teor protéico, devendo ser suplementada com farelos de oleaginosas ou
uréia (0,5-1,0 % na matéria original, após período de adaptação). Pode ser utilizada para animais menos
exigentes como ovelhas “secas” e animais adultos em geral.
Alguns resíduos produzidos durante ou após a colheita de cereais, oleaginosas, tuberculos ou raízes e
mesmo do processamento de frutíferas, podem ser utilizados para alimentação de ovinos. As palhadas
são, geralmente, pobres em proteína, com baixo valor energético e palatabilidade. Podem ser utilizadas
para manutenção de ovelhas secas, devidamente suplementadas com alimentos protéicos. A utilização de
palhas e cascas de arroz não é recomendada devido a sua baixa digestibilidade. Palhadas de milho,
sorgo, aveia e trigo podem ser utilizadas para manutenção de ovelhas secas, suplementando-se com
uréia (0,5-1,0 %, com período de adaptação) e farelos de oleaginosas ou ração concentrada com elevado
teor protéico (18-20%). Devem ser picadas ou moídas e misturadas a alimentos mais palatáveis.
Palhadas de soja e feijão apresentam teor mais elevado de proteína bruta que as palhadas de cereais,
mas também apresentam baixo teor energético, podendo ser utilizadas se complementadas neste
aspecto. As vagens apresentam valor nutritivo mais elevado e as cascas dos grãos tem bom valor
nutritivo.
Não é recomendada a utilização do bagaço de cana cru na alimentação de ovinos devido seu baixo valor
nutritivo e palatabilidade, porém, quando hidrolizado, o bagaço de cana apresenta
As ramas de mandioca, após a colheita das raízes e aproveitamento das manivas para novo plantio,
podem ser utilizadas. Deve-se aproveitar o terço superior, que apresenta maior quantidade de folhas e
menor de talos. Apresentam bom valor nutritivo e alta palatabilidade; possui entre 9-15% de proteína
bruta e bom valor energético. Podem ser picadas e secas ou conservadas como silagem, sem
necessidade de aditivos ou emurchecimento. As variedades de mesa (mansas) apresentam baixo teor de
ácido cianídrico, mas as variedades para farinha, denominadas bravas, apresentam teor elevado desta
toxina; picagem, secagem e ensilagem diminuem o teor desta substância e assim não causam problemas
aos animais. Para fornecimento “in natura” deve-se picá-la com antecedência (12 horas) para que o
processo de autólise enzimática diminua a toxidez. Também é aconselhável a introdução gradativa das
ramas na dieta, visando adaptar os animais ao seu consumo.
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O resíduo de cervejaria úmido tem ao redor de 25% de proteína bruta e 60-65 % de NDT na matéria
seca, podendo ser fornecida até 3 kg por ovelha/dia. Tem elevado teor de fibra e é bem aceito pelos
animais, sendo considerado um alimento muito bom para ruminantes. A forma úmida, geralmente a mais
disponível no mercado, apresenta o inconveniente de ter que ser utilizada rapidamente, pois sofre
degradação rápida e acentuada, com o desenvolvimento de fungos, com o passar do tempo, podendo ser
armazenada na forma de ensilagem. Utilização por mais de 5 dias deve ser evitada por perigo de
intoxicação. A forma desidratada apresenta a vantagem de poder ser armazenada mais eficientemente,
pode ser fornecido até 1,0 kg/ovelha/dia, todavia o custo é superior.
CONCENTRADOS
São denominados os ingredientes de elevado teor energético ou protéico utilizados como complemento
das dietas volumosas. São concentrados energéticos o milho e outros cereais (aveia, trigo, arroz), os
altamente protéicos os farelos de soja, de algodão e de girassol, e os de valor protéico inferior os farelos
de trigo e arroz.
CONCENTRADOS ENERGÉTICOS
Milho grão: Excelente fonte energética por ser rico em amido. Possui baixo teor de proteína e cálcio,
moderado de fósforo, devendo ser combinado com farelos de oleaginosas para compor rações com
adequado teor protéico.
Rolão de milho (milho desintegrado com palha e sabugo): Apresenta valor energético e protéico
inferior ao milho-grão devido a presença do sabugo e palha.
Polpa cítrica: possui valor energético similar ao do milho e pode substituí-lo integralmente em rações
para ovinos. Deve ser utilizada quando apresentar preço de até 85% do milho. Possui elevado teor de
cálcio e baixo de fósforo e proteína. Deve ser armazenado adequadamente, pois absorve umidade com
facilidade, o que leva a proliferação de fungos e bolores prejudiciais aos animais.
Mandioca raiz: Bom valor energético, mas pobre em proteína e minerais. Pode ser utilizada para
compor a dieta em até 30%, ou até 1,5-2kg de raiz úmida/animal/dia para ovelhas de 60kg. Deve ser
fornecida picada, devendo os animais serem previamente adaptados ao seu consumo, iniciando com um
terço da quantidade que se desejar fornecer e aumentar progressivamente até atingir o máximo em sete
a dez dias. Pode ser armazenada na forma seca: picar em pedaços pequenos ou em raspas e secar em
terreiro; ou na forma de ensilagem, não necessitando de aditivos.
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Farelo de soja: é uma das melhores fontes protéicas utilizadas na alimentação de animais domésticos.
Possui 45 a 47% de proteína bruta. Deve compor preferivelmente rações para cordeiros ( creep-feeding e
confinamento), devido seu preço elevado.
Farelo de algodão: Fonte protéica de boa qualidade para ruminantes, utilizado para todas categoria,
inclusive machos reprodutores , pois apresenta-se detoxificada. No comércio pode ser encontrada com 28
ou 38% de proteína bruta.
Farelo de trigo: Possui teor protéico médio (16%) e maior teor de fibra que as demais fontes protéicas.
É excelente fonte de micro-elementos minerais, como selênio, zinco e outros. Possui elevadíssimo teor de
fósforo e desta maneira não deve ser utilizado em grande quantidade, máximo de 20-25% da ração
concentrada, pois a ingestão elevada de fósforo pode causar a urolitíase obstrutiva (cálculos na uretra),
principalmente em machos.
Uréia: É uma fonte de nitrogênio-não-protéico que pode ser convertido, pelos microrganismos ruminais,
em proteína microbiana e ser, assim, aproveitada pelos animais. Deve ser direcionada, preferivelmente
para animais adultos, com grande capacidade de fermentação ruminal, como
ovelhas e animais em fase final de crescimento. Pode compor rações a base de cereais, como milho, trigo
ou cevada, ou ainda polpa cítrica, na proporção de 1% e no máximo 2%. Pode, ainda, ser utilizada para
aumentar o teor protéico de volumosos úmidos, como silagem de milho ou sorgo, cana-de-açúcar, na
quantidade de 1%.
Fenos de qualidade inferior, palhas em geral e pastagens pobres a fim de melhorar seu aproveitamento
pelos animais. Pode-se, neste caso, preparar mistura de 2 partes de sal mineral e uma de uréia e deixar
disponível em saleiros. Animais adultos, quando já adaptados podem consumir até 0,5 g/kg de peso
vivo/dia. Consumo excessivo (10g de uma só vez), por animais não adaptados, pode levar a intoxicação
por amônia. Os sintomas de intoxicação por consumo excessivo de uréia são salivação excessiva,
incoordenação motora e levando a óbito. O fornecimento de uréia deve ser acompanhado da utilização
de fonte de enxofre (S), na quantidade de 10 partes de N para uma de S (flor de enxofre, sulfato de
amônio ou de cálcio), dessa maneira podemos utilizar 8 partes de uréia para duas de sulfato de cálcio ou
uma parte de sulfato de amônio. Não deve ser utilizado para cordeiros desmamados precocemente até
90 dias.
Soja em grão: Apresenta elevado teor protéico e energético; contudo devido ao seu elevado teor de
óleo e presença de princípios não nutritivos tem seu consumo restrito. Animais adultos podem receber
até 20 % da dieta total (MS),ou até 400-500g dia/ovelha
Caroço de algodão: Como a soja grão, tem bom valor energético e protéico, rico em óleo e com
presença de substancias tóxicas. Jamais fornecer para machos reprodutores, pois possui elevado teor de
gossipol, que pode causa r infertilidade. Pode ser utilizado em quantidades moderadas para ovelhas e
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MISTURA MINERAL
Utilizada para suprir as carências minerais encontradas nas pastagens, pois as gramíneas geralmente
apresentam baixos teores de fósforo e os animais, quando em pastejo, estão sujeitos a deficiências desse
elemento, que deve ser suplementado na forma de mistura mineral. A suplementação de micro-
elementos minerais é também necessária, principalmente cobalto, selênio, zinco, cobre e outros, pois
muitas vezes estão deficientes na forrageira, dependo da região e solo onde são cultivadas.
As misturas minerais, prontas para uso, encontradas no comércio são, em sua maioria, compostas de sal
iodado (NaCl) e fontes de minerais (cálcio, fósforo e micro-elementos). Devem estar sempre à
disposição dos animais em saleiros adequados. Atenção especial deve ser dada ao teor de cobre da
mistura, pois ovinos são susceptíveis à intoxicação por excesso deste elemento. Uma boa mistura mineral
pronta deve conter ao redor de 8% de fósforo e no máximo entre 300 ppm de cobre.
Ovelhas adultas consomem entre 20-40g/dia desta mistura mineral, dependendo do seu peso, categoria,
etc.
Animais em confinamentos e suplementados com ração concentrada a base de grão de cereal não
necessitam esta suplementação, pois, como já mencionado, grãos de cereais são ricos em fósforo e os
outros minerais normalmente são encontrados em quantidades adequadas na maioria dos componentes
de rações.
Machos reprodutores que consomem ração concentrada e ainda tem mistura mineral à disposição,
podem apresentar consumo diário excessivamente elevado de fósforo, o que pode levar ao
aparecimento de urolitíase (cálculo uretral)
VITAMINAS
A vitamina D é sintetizada pela pele, a partir da luz solar, não sendo necessário suplementá-la, todavia,
se os animais permanecerem confinados por muito tempo em ambiente fechado e sem acesso à luz
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A suplementação com a vitamina A pode ser necessária, quando os animais, principalmente fêmeas em
lactação e animais em crescimento, forem, por longos períodos (mais de 3 meses), sujeitos à
alimentação pobre nesta vitamina. Forragens verdes, assim como o milho amarelo, são fontes excelentes
de vitamina A. Já os volumosos com pouca coloração são pobres: palhas, pastagens velhas, fenos
amarelados, com pouca pigmentação, silagens de baixa qualidade e outros alimentos sem pigmentação.
Ovelhas
Ovelhas solteiras e até o terço final da gestação podem ser alimentadas exclusivamente com volumosos
de media qualidade (ao redor de 9% de proteína bruta, 55% de NDT e 0,2% de cálcio e 0,2% de
fósforo) e sal mineral. Neste período apresentam consumo voluntário ao redor de 2 a 2,5% de matéria
seca. No período das águas podem ser alimentadas com pastagens, capins cortados, leguminosas, etc.
Na seca devem alimentadas com pastagens diferidas e suplementadas com volumosos conservados
(silagens ou feno) ou cana-de-açúcar, com adequação do teor protéico da dieta, o que permite mantê-las
em bom estado corporal. Pode-se utilizar volumosos mais pobres, com palhadas ou bagaço de cana
hidrolisado, com pequena quantidade de ração concentrada.
Após a parição as exigências energética e protéica são aumentadas devido a produção de leite. Logo
após o parto, o consumo de alimento é menor e aumenta progressivamente. Ovelhas de grande
produção de leite perdem peso durante as primeiras 4 semanas de lactação, assim sendo, devem ingerir
quantidade mais elevada de energia e proteína. Necessitam dietas com aproximadamente 64-68% de
NDT, 12-14% de proteína bruta, 0,33% de Ca e 0,27% de P e consomem entre 3,5 e 4% do seu peso
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A ovelha atinge seu pico máximo de produção de leite entre a terceira e quarta semana após o parto,
diminuindo progressivamente nas semanas seguintes, sendo que já na oitava semana a produção de leite
é muito pequena. O período inicial da lactação concentra-se nas 8 primeiras
semanas pós-parto, representando 75% da produção. Deve-se ter especial atenção na alimentação dos
animais até 30-45 dias pós-parto, diminuindo, gradativamente, o fornecimento de ração concentrada até
o desmame, para facilitar o processo de secagem da glândula mamaria, evitando mastite, bem como
estimular o cordeiro a procurar alimento sólido no “creep-feeding”.
A raça Santa Inês, em seu processo de formação, teve a participação de animais de elevada aptidão
leiteira, como da raça Bergamacia, em razão do que apresenta curva de lactação mais longa que as raças
de corte, tornando o desmame precoce mais difícil. Aconselha-se nesse caso, diminuição acentuada da
alimentação 20-30 dias antes do desmame e, após o desmame, jejum de alimento sólido por 48 horas e
hídrico por 24 horas.
As ovelhas, na cobertura, devem ser alimentadas com pastagens ou volumoso de boa qualidade ou ração
concentrada. O aumento da ingestão de energia imediatamente antes (10 dias) e durante a cobertura
(flushing), garantindo ganho de peso nesse período, pode estimular ovulações múltiplas e ocasionar
nascimento de maior número de gêmeos. Quando o sistema de manejo reprodutivo adotado procura a
obtenção de intervalos entre partos de 8 meses, ou menos, a alimentação deve ser acompanhada com
maior cuidado, devendo se trabalhar com alimentos de melhor qualidade e valor nutritivo.
O nível nutricional dos animais também influi na sua capacidade imunológica. Ovelhas melhor nutridas,
recebendo dietas com teores mais elevados de proteína, tendem a apresentar maior capacidade de
resistir à ação da verminose, seja por dificultar a fixação das larvas de helmintos no trato intestinal, seja
por apresentar uma reação fisiológica mais forte, dificultando ou mesmo impedindo o seu
desenvolvimento, ou seja ainda por uma maior capacidade orgânica frente à ação espoliativa dos
parasitas.
Cordeiros desmamados precocemente (50-60 dias) são muito exigentes em nutrientes, principalmente
em energia e proteína. O acabamento é feito por um período ao redor de 60 dias, com peso inicial de 14-
16 kg, até um peso final de 30 a 35 kg. Ganhos diários de peso acima de 250 g são adequados, todavia,
esse ganho pode alcançar mais de 400g/dia, em animais especializados e de elevado potencial para
ganho de peso, provenientes de reprodutores de elevado peso adulto. A conversão alimentar gira ao
redor de 3-3,5:1, sendo, portanto, excelentes transformadores de alimento de origem vegetal, em carne
nobre. A exigência nutricional nessa fase situa-se ao redor 14-16% de PB; 70-78% de NDT; 0,45% de Ca
e 0,25% de P na matéria seca total, consumindo ao redor de 4,5-5 % do peso vivo em matéria seca,
sendo aconselhável o fornecimento, no mínimo, de 60% de ração concentrada, a base de milho e farelos
de oleaginosas, na dieta total.
Cordeiros recém desmamados possuem menor capacidade fermentativa ruminal que cordeiros
desmamados tardiamente, portanto com menor capacidade de digestão de fibras. Dietas com elevadas
concentrações em energia e proteína são necessárias para se conseguir elevados ganhos de peso.
Cordeiros devem ganhar 200-300g/dia para atingirem o peso de abate (28-30kg) antecipadamente.
Devem ser alimentados com volumosos de alta qualidade (silagem de milho ou sorgo, capim elefante
picado e fenos de boa qualidade), a vontade e ração concentrada, com 16-18% de proteína, na
quantidade de 2-4 % do peso vivo. Essa alimentação perdura até os 30 kg de peso vivo ou até 4 meses
de idade (peso ou idade de abate).
A ração concentrada deve ser composta de cereais (milho, aveia, arroz, trigo) e farelos de oleaginosas
(soja, algodão, girassol, etc...) e subprodutos de bom valor nutritivo (polpa cítrica, levedura de cana,
resíduo de cervejaria, subprodutos da industria de sucos e de milho etc).
Nesta fase as fêmeas são preparadas para serem futuras reprodutoras e fazer parte do plantel de fêmeas
adultas. Quanto mais cedo forem cobertas maiores serão os índices produtivos da propriedade.
Nesta fase as fêmeas apresentam exigência nutricional de 11% de proteína bruta, 65% de NDT e
0,4%de cálcio e 0,2% de fósforo na matéria seca total ingerida e consomem entre 3,5 e 4% do peso vivo
em matéria seca. Devem ser alimentadas com volumosos de boa qualidade, à vontade, e quantidade
moderada de ração (aproximadamente 1,5-2% do peso vivo) com 14-16% de proteína. A partir dos cinco
meses podem ser adaptadas às pastagens e devem atingir o peso de cobertura (70% do peso adulto)
entre 8-14 meses.
Atenção especial deve ser dada no terço final da gestação, pois a cobertura antecipada (8-12 meses),
leva à somatória das necessidades nutricionais de crescimento, com as da gestação. Deve-se mantê-las
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Reprodutores
Carneiros adultos devem ser alimentados preferencialmente à base de volumosos de boa qualidade e
pequena quantidade de ração concentrada, com 14-16% de proteína bruta, na quantidade máxima de
0,5 a 0,7 kg/dia dependendo da idade e do peso dos animais. Dietas com excesso de ração concentrada
e pouco alimento volumoso levam ao aparecimento de urolitíase obstrutiva (cálculos na uretra) em razão
da formação de cristais de fosfato no sistema urinário, levando a sua obstrução. Caracteriza-se por
dificuldade para urinar ou obstrução total da urina, inviabilizando o reprodutor.
Excesso de peso é também um problema com reprodutores adultos, normalmente nas raças de maior
peso adulto, devendo ser evitado através do fornecimento de quantidade restrita de ração concentrada
além de exercícios.
É uma doença relativamente comum em reprodutores de maior valor econômico e potencial zootécnico,
já que acomete, com maior freqüência, animais que ficam confinados em baias, recebendo grande
quantidade de concentrado. A doença é causada pela ingestão excessiva de fósforo; ingestão de dietas
com baixa relação cálcio:fósforo e/ou baixa ingestão de alimentos volumosos e água. O excesso de
fósforo é eliminado pela urina, que por ser alcalina, favorece a formação de cálculos ricos em fósforo,
que se acumulam e bloqueiam o fluxo de urina pela uretra, ocasionando dificuldade de urinar e cólicas,
sendo que, muitas vezes a obstrução é total. Freqüentemente o problema leva o animal à morte.
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A ingestão de concentrado, por carneiros adultos, não deve ultrapassar 500-700g/dia (dependo do peso
e idade do animal) por longos períodos e sempre com fornecimento de volumosos. Muitas vezes, o
cálculo fica retido no apêndice vermiforme (prolongamento da uretra após a glande), e sua retirada não
atrapalha a ejaculação do animal, podendo-se salvar o carneiro, sem prejuízo acentuado de sua
capacidade reprodutiva.
ADITIVOS ALIMENTARES
Cordeiros confinados estão sujeitos à cooccidiose (eimeriose), caracterizada por diarréia escura e fétida,
devido à presença de sangue decorrente das lesões provocadas pelos parasitas na mucosa intestinal.
Causa grande prejuízos para os cordeiros em crescimento pois, diminui acentuadamente o ganho de peso
e pode levar a desidratação e óbito. O uso de ionóforos na ração previne a cooccidiose. Tais substâncias
modificam também a flora ruminal, melhorando o ganho de peso e a conversão alimentar; não sendo
absorvidas pelo trato digestivo e assim não deixam resíduos na carcaça. Os ionóforos mais utilizados são
a monensina sódica (Rumensin) e lasalocida (taurotec). O Rumensin pode ser incorporado à ração
concentrada na proporção de 600 g/tonelada.
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Os melhores resultados para terminação de cordeiros para abate ou recria de machos são obtidos com
cordeiros confinados. As principais vantagens são:
Máximo aproveitamento da área disponível, pois não haverá necessidade de reservar uma
área para desmame dos cordeiros. Esta área (25% da área ocupada pelas matrizes) pode
ser utilizada para elevar o número de fêmeas produzindo cordeiro.
Sua desvantagem está no elevado custo, principalmente com alimentação e mão-de-obra que deve ser mais
bem preparada. Optando-se pelo confinamento dos cordeiros, estes devem ser recém-desmamados (45 a 90
dias) e estar em bom estado físico e sanitário. Os melhores animais para confinamento são os provenientes
de cruzamento industrial, pois devido à heterose, apresentam excelente ganho de peso. Com relação às
instalações, pode-se utilizar mangueiras, barracões, cercados ou mesmo a própria cabanha. O piso pode ser
ripado, cimentado ou de terra, evitando-se, no entanto, a existência de locais onde a água fique empossada
e onde nasçam gramíneas. As coberturas totais são desnecessárias. Estas podem cobrir somente a linha de
cochos e fornecer alguma sombra aos animais. A área a ser considerada para cordeiros até 30 kg é de 0,60
m2/an., em instalações totalmente cobertas e 5,0 m2/an. quando somente a linha de cocho é coberta.
Deve-se formar lotes com idade e tamanho homogêneos, para diminuir o efeito da
dominância;
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Concentrados
1 – Rolão de milho .............................................................. 60 %
Farelo de algodão .......................................................... 40 %
Calcário calcifico .......................................................... 2%
Valores nutriconais: 16 % PB; 60 %NDT; 0,9 % Ca e 0,5 % P
OBS>: Este concentrado, pela quantidade de fibra existente, cerca de 12% de FB, pode ser usado sem
volumoso.
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Trata-se de um sistema em que os cordeiros em amamentação têm acesso á uma suplementação alimentar.
O sistema pode ser aplicado a partir dos 10 dias de idade dos cordeiros. A instalação deve ser disposta
em local sombreado e coberto (quando em pastagem) ou em baias.
A ração do cocho privativo deve ser fornecida á vontade formulada por concentrados com valores altos de
proteína e energia:
1 – Milho em grão moído ou fubá ......................................... 76 %
Farelo de soja ................................................................. 20 %
Açúcar ............................................................................. 2 %
Sal mineral para ovinos .................................................. 1,5 %
Valores nutricionais: 17 PB; 78 % NDT; 0,6 % Ca e 0,3 % P
2 – Milho em grão moído ou fubá ......................................... 70 %
Farelo de algodão ........................................................... 26 %
Açúcar ............................................................................ 2%
Calcário calcítico ............................................................ 1,5 %
Sal mineral para ovinos .................................................. 0,5 %
Valores nutricionais: 15 % PB; 75 % NDT; 0,8 % Ca e 0,4 % P
Observações:
manejo é aquele que é adequado aos períodos de maior necessidade alimentar dos
animais (prenhez, lactação, crescimento) com os períodos de maior disponibilidade de
pastos, todavia, isto depende das condições climáticas que varia muito a cada ano.
Entretanto, o emprego de normas adequadas permite melhorar os principais parâmetros
que caracterizam uma produção deficiente:
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Ao programar suas atividades, o produtor deve ter claros os seguintes aspectos que
incidem diretamente na sua produção:
Água: auxilia na dissolução ou suspensão de outros nutrientes; responsável pela conservação da forma do
corpo e é vital no controle da temperatura corporal. Ela representa ao redor de 70% da composição do
corpo do cordeiro, O ovino consome 1 -6 l/d.
Hidratos de carbono ou glicídios: os açúcares, o amido e a celulose são hidratos de carbono que
apresentam quase a mesma composição química, mas difere no processo de digestão pelo organismo
animal. O hidrato de carbono não contém N, que é o elemento característico das proteínas, por isso, são
encontrados como E.N.N. (açúcares, amido, hemicelulose) a outra parte dos hidratos de carbono são
chamados de fibra bruta (celulose e outros glicídios). O valor destas duas
frações para os ovinos se apresenta sob dois aspectos: 1º- a parte fibrosa dá volume à ração, fator
importante na alimentação dos herbívoros; 2º- a fração dos hidratos de carbono solúveis funciona como
fonte de energia de utilização imediata.
Proteínas: são formadas nas plantas pelo nitrogênio, fosfatos e outros sais obtidos do solo e combinadas
com o carbono, oxigênio e hidrogênio. As proteínas que o ovino consome são quase exclusivamente de
origem vegetal. As folhas e as sementes das plantas são fontes ricas em proteínas. A qualidade da proteína,
nos ruminantes é sintetizada desde que receba materiais necessários, os diferentes aminoácidos, que são
por sua vez formadores de proteínas. A principal função das proteínas é construir ou reparar os tecidos, que
constituem os músculos, pele, órgãos internos, parte do tecido ósseo e nervoso. A lã é constituída por um
composto protéico, a queratina.
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Minerais: são indispensáveis para o animal e aumentam grandemente o valor da forragem. Os elementos
minerais mais importantes geralmente contidos nos alimentos são; cálcio, fósforo, potássio, magnésio,
sódio, ferro, cobre, enxofre, iodo, zinco, cloro e cobalto. Destinam-se, no organismo animal a atender às
seguintes finalidades:
A quantidade de minerais contidos nas plantas forrageiras será diretamente proporcional ao teor desses
alimentos contidos no solo.
Vitamina “A” - sintetizada pelo animal à partir do caroteno das plantas: deficiência;
cegueira noturna, perda de apetite, aborto, natimorto, infecções respiratórias é
importante na reprodução; fonte;- forragens verdes, principalmente fenos;
Vitamina “C” - é sintetizada pela maioria dos animais, sua inclusão é necessária para os
cordeiros recém-nascidos.
Exigências Nutricionais
As exigências nutricionais dos ovinos, em proteína, energia, minerais e vitaminas, variam em função de:
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Idade: os animais mais jovens apresentam maiores exigências nutricionais , em razão do maior ritmo de
crescimento;
Em criações extensivas onde os animais têm que percorrer grandes distâncias entre áreas de pastejo, cocho
de sal ou bebedouros, as necessidades nutricionais, principalmente energéticas, tendem a ser maiores que
as de animais em pastagens menores e mais produtivas.
Em geral, os ovinos podem ser mantidos exclusivamente em regime de pasto, tendo sempre à disposição
água e sal mineral à vontade. Em determinadas épocas do ano pode ser necessário o fornecimento de
forragem conservada como complemento alimentar. Também são recomendáveis suplementares algumas
categorias, como ovelhas no 1/3 final de gestação, e lactação, cordeiros desmamados e reprodutores em
serviço.
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Hábito de pastejo: pasteja de preferência gramíneas, realizando corte uniforme e baixo nos vegetais, a
medida que andam pela pastagem, já as raças deslanadas tendem a apresentar um comportamento
semelhante ao dos caprinos, ingerindo uma quantia considerável de ramos e folhas fazendo um pastejo mais
seletivo e menos uniforme. Outro aspecto importante do comportamento dos ovinos em pastagem é o fato
de evitarem pasto alto (acima de sua altura). Nessa situação, o plantel tende a permanecer na periferia do
pasto, penetrando na pastagem somente após o rebaixamento do mesmo, através do pastejo ou pisoteio
por bovinos ou roçadeiras.
Forrageiras adequadas: Se for considerado o hábito de pastejo do ovino, de pastejo baixo, ou seja, colhe
as forragens bem próximas ao solo, as forrageiras mais indicadas são; Pangola (Digitaria decumbens c. v.
Pangola) , Estrela Africana (Cynodon plectastachyns), Pensacola (Paspalum notatum), Coast-Cross (Cynodon
dactdon), e Quiquio (Penninsetun Clandestinum). Outras forrageiras podem ser utilizadas, desde que
manejadas baixas, como; Capim de Rhodes (Chlorys Gayanus), Andropogon (Andropogon Gayanus) e
algumas variedades de Panicum (Centauro, Tanzânia). Estas forrageiras são muito bem aceitas pelos ovinos
e apresentam bom valor nutricional. Em regiões de clima ameno, pode-se fazer uso de forrageiras de
inverno como a Aveia Preta (Avena Strígosa) ou o Azevém (Lolium Multzflorum), quando são anuais.
A escolha das forrageiras utilizadas nos pastos se baseará nas características de clima e solo da região onde
se localiza a propriedade, sendo interessante utilizar mais de uma espécie, este método garantirá maior
variedade de nutrientes oferecidos, além de representar uma garantia adicional quanto á diminuição da
ocorrência de pragas, doenças, intempéries climáticas, já que diversas forrageiras se comportam de maneira
diferente diante das condições ambientais. O consórcio gramínea/leguminosa em pastagem para ovinos é
um procedimento aconselhável, não só no âmbito da nutrição (eleva o nível de proteína da dieta) como
também melhora a produtividade da pastagem, devido à capacidade das leguminosas, em fixar N
atmosférico pelas bactérias (Rhizobium) que vivem em simbiose com suas raízes.
De acordo com o tamanho do rebanho será necessário formar bons pastos, que devem ser suficientes para
poder dispensar suplementação; recomenda-se fazer uma análise do solo para correção de deficiências
(calagem). O pasto deverá ser preferencialmente em terras altas, divididos
Sem uma boa alimentação, é inútil pensar-se em raças especializadas. Esta é necessária para a economia e
o aperfeiçoamento de um rebanho, pois é sabido que as raças especializadas são conseguidas em boa parte,
com os cuidados com a alimentação.
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Preferem lugares altos, descampados, secos e permeáveis. Fogem às umidades das baixadas, os campos de
carrapichos. Escolhem campos abrigados dos fortes ventos por eucaliptos e outros arvoredos que lhes
servem de proteção.
Os ovinos produziram mais, recebendo boa alimentação. Daí ser necessário cultivar forrageiras de alto valor
nutritivo. As pastagens devem ser racionalmente divididas, e o emprego de arame liso.Algumas forrageiras
recomendadas:
Lotação e Manejo dos pastos: um dos aspectos mais importantes no manejo das pastagens é a
determinação da carga animal que permanecerá no pasto. Considera-se a produtividade da forrageira
utilizada em MS e o consumo médio diário de um animal adulto 3% PV em MS. A lotação pode ser estimada
de 8 a 10 an./ha., sendo que este número poderá ser maior ou menor, conforme as condições ambientais.
Tranqüilidade: é necessário recolhe-las à noite em abrigos. Deve ter abrigos para os ovinos se protegerem
das grandes chuvas e ventos fortes (pode-se empregar bosques de eucaliptos). Evitar presença de cães, que
são inimigos naturais.
Sistema de pastejo
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Aleitamento artificial para cordeiros fracos: (nascidos de partos múltiplos) com o fornecimento de colostro
nos primeiros dias, leite de ovelha até o 300 dia e após leite de vaca (fazer adaptação prévia) e óleo de soja
(01 colher sopa/500 ml de leite) até o desmame (média de 02 meses);
desmame tardio de 03 a 04 meses. Fornecer a partir do 7º dia feno e ração à vontade de boa qualidade. Os
cordeiros poderão ser confinados a partir do 2º mês de idade (evitando-se a exposição à verminose). Para a
engorda mais rápida, pode-se oferecer ração 150 g/an./dia, sal mineral e água devem ser fornecidos à
vontade.
Obs.: Aborto é muito freqüente nas ovelhas, sendo as causas mais comuns as pancadas, os apertões nas
porteiras.
Para um bom aleitamento é preciso que as ovelhas sejam bem alimentadas, tenha bom pasto e
suplementação com ração, aveia, alfafa, silagem.
Nem sempre a ovelha aceita com facilidade o seu cordeiro, sendo forçoso habituá-la com a sua presença, o
que se consegue colocando a cria em pequeno curral, obrigando a mãe a deixá-lo mamar, até que fique
acostumada a isso. Esse fato é freqüente na raça Merina, que requer maior vigilância que as outras.
2 meses (vantagens): menor infestação verminótica nos cordeiros separados das mães;
uma vez separados os cordeiros comem mais pasto, apresentam um maior crescimento,
pois não dependem do leite materno;
Descola: método dos anéis nas primeiras 30 horas de vida, ou cirúrgica até o 100 dia para
evitar hemorragia grave.
Marcação: para classificar o rebanho segundo a idade, grau de sangue, parentesco, etc.
Realizadas na região do lombo e paleta. Geralmente com ferro de marcação de bovinos,
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Derrabagem: seu objetivo é favorecer a estética e higiene dos animais (evitar acúmulo
de fezes e terra). Feita na primavera (setembro), na mesma ocasião em que são
assinalados e castrados.
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Método: é feita nos currais, onde o carneiro realiza a monta nas ovelhas que apresentam cio. Quando se
possui um grande número de ovelhas, usa-se identificar previamente o “rufião” (macho vasectomizado) com
buçal marcador.
Época de reprodução: período de janeiro á abril com nascimentos concentrados entre agosto e setembro.
Idade dos reprodutores: deve ser observadas, a fim de evitar o emprego de animais pouco vigorosos,
especialmente as ovelhas que devem ser eliminadas da reprodução depois de seis anos.
Percentagem de carneiros: varia de acordo com o tamanho do rebanho e extensão da área, idade dos
animais e sistema de criação adotado. Na prática aconselha-se de 3 a 4% de machos.
Fecundação: é o ato fisiológico, em virtude da reprodução, do qual entram em contato e se fundem numa
única célula o espermatozóide e o óvulo, através da cobertura ou padreação.
Desenvolvimento embrionário: a implantação do ovo na parede do útero ocorre nos ovinos durante o 15º ao
20º dia da fecundação. A placenta apresenta “cotilédones” nos pontos de contato efetivo com a mucosa do
útero. Período embrionário: 15º dia ou 20º dia até 34º dia. Período fetal: 34º dia até 142º dia ou 148º dia.
Inicio da idade reprodutiva: as fêmeas apresentam cio á partir do 6º mês, mas deverão ser iniciadas à
reprodução com 18 meses ou 40 - 50 kg nas raças pesadas e 38 kg nas raças leves, raças deslanadas entre
9 e 10 meses e machos de 12 meses (até 15 fêmeas) e 18 meses (até 50 fêmeas). O cio na ovelha dura de
24 a 48 horas, intervalo de 15 a 20 dias. A ovulação se verifica no terço final do cio.
a saúde dos cordeiros dependem dessas qualidades. Da escolha do reprodutor depende o melhoramento do
rebanho, a conservação da raça em sua pureza, a finura de suas lãs, o ganho de peso (corte), como
também a preservação ou aumento de todas as qualidades desejáveis.
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Estação de Monta
Inicio na reprodução aos 18 meses de idade (não ultrapassar mais de 20 ovelhas); quando o seu
crescimento estiver terminado, próximo ao 28º e 30º mês; poder-se-á aumentar o número de ovelhas que
não deverá ultrapassar de 60. O mais recomendável é 1 x 30. A época escolhida é ditada pelo momento
mais favorável que se apresenta para o nascimento dos cordeiros; entre final de janeiro e meados de abril
(nascimentos concentrados entre agosto e setembro (primavera), isto propiciará melhor cobertura do velo,
ao entrar no inverno, evitando grande morte de cordeiros, evita-se presença de moscas que provocam
bicheiras nos cordeiros, melhor qualidade das pastagens, facilita o manejo (vermifugação, descola,
marcação). Para se obter “sincronização de cio”, recomenda-se colocar os carneiros no piquete ao lado das
ovelhas 15 dias antes da Estação de Monta. Utiliza-se o sistema de Monta Natural ou Monta Controlada. Em
monta controlada utiliza-se o “rufião” equipado com buçal marcador(pó xadrez). Separar as fêmeas para
cobertura em piquete especial com um macho para 30 fêmeas. As ovelhas falhadas na estação de monta
poderão ser submetidas artificialmente a um regime de luz e sombra 8/16 (com um macho, em galpão
arejado mas totalmente vedado para luz, no (mês de julho), esperando-se que entrem no cio cerca de 20
dias depois; as ovelhas falhadas deverão ser descartadas. Para rebanhos acima de 500 cabeças pode ser
empregada a Inseminação Artificial.
Pode-se fazer uso da técnica da sincronização de cios, aplicando-se hormônios para induzir cios, iluminação
artificial, meios que facilitariam em muito a inseminação artificial, economizando mão-de-obra.
Cio silencioso: a fêmea não manifesta que está no cio externamente (comportamento), mas o rufião detecta
pelo olfato.
Dados reprodutivos:
- Lactação: 03 meses
- Descanso: 03 meses
- Cobertura: 01 mês
Flushing Reprodutivo
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Cascarreio: as ovelhas deverão estar em pastos de alta qualidade, tranqüilo, não submete-las a partir do 4º
mês de gestação a banhos sarnicidas ou vermifugação, aparar a lã dos quartos traseiros em redor das tetas
e da vulva (reservando a lã para venda). Após o Cascarreio, separar as fêmeas em piquete maternidade.
Sinais da proximidade do parto: flancos deprimidos, ventre caído, mamas com presença de colostro, vulva
intumescida, muco, depressão entre as pontas das nádegas e base da cauda devido ao relaxamento dos
ligamentos da região. A placenta, após o parto, deverá ser liberada até 2 horas.
As ovelhas parem freqüentemente dois cordeiros, sendo necessário observá-las, pois é comum haver perdas
por hipotermia dos cordeiros ou rejeição das crias.
Cuidados:
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Os principais mecanismos no controle sanitário são as vacinas, dosificações, banhos e normas de manejo.
Todavia, o método mais efetivo para um bom controle sanitário é iniciar-se com ovinos sadios, assegurar-se
que todo o animal que entra na propriedade esteja livre de doenças, (os animais adquiridos devem ser
vacinados, banhados e dosificados antes de serem incorporados ao rebanho), e, finalmente, manter um
programa sanitário.
VERMINOSE
Os helmintos ou parasitos internos constituem-se, provavelmente, no maior problema com que se defrontam
os criadores de ovinos. Os principais fatores correlacionados com a verminose ovina são:
Os trabalhos citados por PINHEIRO (1983), têm evidenciado que os cordeiros até as 8-10 semanas de idade
apresentam baixas cargas de parasitos internos. Entretanto, estes animais, após o desmame, tornam-se
altamente sensíveis às helmintoses, e os efeitos dos parasito, nesta categoria animal, poderão ser
permanentes ou irreversíveis.
Taxa de Lotação
A taxa de lotação influencia no nível de contaminação das pastagens. Isto é importante para nematódios e
cestódios sendo de menor importância para trematódios, onde a multiplicação do parasita ocorre no
hospedeiro intermediário.
Espécies como Haemonchus contortus, que os estágios de vida livre são vulneráveis à dessecação - uma alta
densidade de ovinos por unidade de área poderia influir na descontaminação do piquete.
Alimentação
Manejo da Exploração
Visam a reduzir ou eliminar os efeitos dos parasitos através de métodos práticos e econômicos. Os principais
tipos ou programas de controle são:
Controle Curativo
Os animais são tratados somente quando ocorrem sintomas clínicos evidentes ou mortes pelo parasitismo.
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Utilizado em regiões onde as estações do ano são distintas, de forma a se evitar helmintos em épocas
predeterminadas.
Controle Tático
Utilizado sempre que as condições ambientais favorecem o aparecimento de surtos de verminose, como
chuvas, concentração de ovinos ( na inseminação artificial) ou na compra de animais.
Controle Supressivo
Os animais são dosificados cada duas ou quatro semanas, havendo referências até mesmo de tratamento
semanal
Vermifugação
A verminose pode ser considerada um dos principais problemas que afetam ovinos, sendo mais critica nos
animais em crescimento. Dependendo do grau de infestação, os parasitas provocam perda corporal, e no
crescimento e qualidade da lã, chegando a causar mortalidade; nos animais em crescimento, pode também
comprometer a produção futura.
Devemos considerar 2 tipos de populações de parasitas ovos e larvas nas pastagens, e larvas infectantes e
parasitas adultos no animal.
As dosificações devem ser acompanhadas com normas de manejo tanto do animal como das pastagens. De
uma maneira geral, o objetivo principal de um controle parasitológico deve ser o de reduzir ou eliminar os
efeitos adversos dos parasitas através de métodos práticos e econômicos.
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Banho
Uma vez ao ano os ovinos devem ser banhados para mantê-los livres de piolhos e sarna. Os rebanhos
previamente afetados devem receber dois banhos seguidos, com intervalos de 10 a 12 dias. É fundamental
banhar todos os animais ao mesmo tempo.
Teoricamente a melhor época para banhar os animais e entre 4 a 6 semanas após a tosquia. Considera-se
que nesse tempo as feridas decorrentes dos cortes durante a tosquia estejam cicatrizadas, evitando-se
assim a possibilidade de contaminação durante o banho e também, porque o conteúdo graxo que recobre a
fibra de lã tende a secar, permitindo uma melhor penetração do inseticida.
Deixar presos os animais na noite anterior, com suficiente água, para reduzir a contaminação do banheiro
pelas fezes e evitar a ingestão do produto pelo consumo de água;
Banhar com tempo bom, iniciando e terminando cedo para assegurar que todos os animais banhados
estejam secos ao anoitecer;
Banhar todos os animais, pois bastam poucos parasitas num animal não banhado para provocar uma
infestação em todo rebanho;
Banhar primeiro os carneiros. Cordeiros não desmamados devem ser banhados separados das ovelhas;
Cada animal deve permanecer entre 20 a 40 segundos, dependendo da quantidade da lã, devendo a cabeça
ser submersa 2 vezes;
Manter os animais após o banho nos boxes de drenagem até o termino do escorrimento da água, deixando-
os secar completamente antes de levá-los aos poineiros;
Na “descarga” do banheiro, evitar a contaminação de cursos de água ou alimentos passíveis a serem usados
pelo homem ou animais.
Para que a criação de ovinos tenha sucesso, alguns cuidados essenciais não podem ser esquecidos. O
criador deve correr diariamente a criação para verificar nascimentos, óbitos e doenças; deve também
observar os cascos periodicamente, corta-los e trata-los se necessário.
Ferimentos devem ser desinfetados e tratados com medicamento repelente de insetos para evitar o
aparecimento de miiases, problema comum em ovinos.
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Higienizar instalações, pastos e piquetes. Vacinar as ovelhas prenhes contra enterotoxemia e tétano no
terceiro mês de gestação e os filhotes contra aftosa no terceiro mês de vida (revacinações a cada 4 meses).
Fazer exame de fezes e vermifugar o rebanho periodicamente. Não descuidar da alimentação, procurando
oferecer pasto de boa qualidade, suplementando, se necessário, com feno; fornecer ração e sais minerais.
Examinar a fonte de água (natural ou artificial) e manter bebedouros limpos. Descartar animais fracos ou
doentes, pois comem mais do que produzem; e evitar a presença de gatos pois podem transmitir doenças
aos ovinos.
Infecciosas
Aftosa - causada por vírus (A, O e C), afeta ovinos de todas as idades, provocando aftas na mucosa bucal,
úbere, coroa e unha; as lesões transformam-se em porta de entrada para infecções bacterianas secundárias,
resultando em manqueira. A prevenção é feita por meio de vacinação do rebanho a cada 4 meses (primeira
aos 3 meses) e isolamento dos animais doentes.
Carbúnculo hemático: (antrax) - causado pelo Bactilus anthracis, esporulado, resistente, presente em
tecidos, sangue, secreções de animais; solo, forragens e água; contaminação por ingestão ou inalação,
causando febre hemorrágica, fatal na forma aguda.
Carbúnculo sintomático: causado pelo Clostridium chauvei, esporulado, resistente, que penetra no
organismo através de feridas em mucosas; afeta ovinos jovens, provocando o aparecimento de tumores no
pescoço e quartos posteriores e a manifestação de febre, inapetência, apatia e freqüentemente a morte
entre 12 e 16 horas; para prevenção, vacinação dos cordeiros com 4 meses, repetindo-se após um ano.
Diarréia dos cordeiros: causa por coliformes, produz debilidade, depressão, cólicas e fezes líquidas; a
mortalidade é alta quando não é feito tratamento; profilaxia por meio de alimentação controlada, higiene,
proteção dos filhotes e separação dos doentes.
Ectima contagioso (dermatite pústular): causada por vírus dermotrópico, afeta ovinos de todas as idades
e também o homem (zoonose), provocando pequenas bolhas nos lábios dos cordeiros ou na coroa do casco,
vulva ou prepúcio dos adultos, evoluindo para pústulas e depois crostas como verrugas. A profilaxia é feita
pela vacinação dos cordeiros aos dois meses e do rebanho uma vez, pois a imunidade é duradoura.
Brucelose ovina: causada pela bactéria Brucela ovis, afeta ovinos de todas as idades provocando aborto e
epididimite; pode ser transmitida ao homem através do leite. Não existe tratamento e a prevenção é impedir
a entrada de animais positivos em um rebanho sadio; animais positivos devem ser eliminados.
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Pneumonia: geralmente secundária, pode ser causada por vírus, bactérias, fungos, vermes e corpos
estranhos; provoca febre, inapetência prostração, respiração difícil (membros anteriores abertos). A doença
pode ser evitada se os animais forem mantidos em locais secos, sem correntes de ar, especialmente após a
tosquia ou banhos terapêuticos.
Enterotoxemia: causada pelo bacilo anaeróbico Clostridium perfringens, que é encontrado normalmente
no solo e no trato intestinal dos ovinos; em animais superalimentados pode haver uma multiplicação
exagerada, com produção de exotoxina, que atua nos intestinos provocando cólicas, diarréia fétida,
sintomatologia nervosa, com excitabilidade até convulsão, ranger de dentes, movimentos de pedalar,
podendo provocar morte súbita. A profilaxia é feita por meio da vacinação das ovelhas 3 semanas antes do
parto e dos jovens 15 dias antes da desmama.
Oftalmia contagiosa (peste de chorar): causada por microorganismos, do gênero Moraxella caracteriza-se
por fotofobia, conjuntivite e alteração da córnea, a propagação da doença é favorecida pela presença de
moscas e quando os animais são submetidos a stress alimentar ou ambiental e a profilaxia depende do
isolamento e tratamento dos doentes.
Doenças parasitárias
Sarna (psoríase): causada principalmente por ácaros do gênero Psoroptes equi v. ovis, forma lesões
externas, formando placas e crostas, com prurido e queda da lã com menos freqüência, pode ser causada
pelo Chortoptes bovis.
Piolho: infestação por insetos da ordem Anoplura, principalmente pelos grupos chamados sifunculados e
malófagos; com perda de peso, coceira, lã empastada e com falhas.
Bicheiras ou miiases: infestações por larvas de moscas, principalmente da espécie Callitroga americana,
que depositam ovos em feridas e crostas de sangue; as larvas penetram na carne, causando inquietação, e
coceiras; as pontas de lã puxadas podem ser um sinal da ocorrência da doença.
Oestrose (rinite parasitária): bicheira casa por larvas da mosca Oestrus ovis, que se localizam nas fossas
nasais e seios frontais dos ovinos; os sintomas mais comuns são espirro e agitação.
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Verminose: é a mais freqüente causa de mortalidade entre os ovinos, especialmente dos cordeiros. O
principal parasita é o nematóide Haemonchus contortus, que se aloja no estômago, causando anemia,
prostração, inapetência, diarréia, lã áspera pela falta de lanolina.
Eimeriose: causada principalmente pelo protozoário Elmeria arloingi, provoca depressão, emagrecimento e
diarréia sanguinolenta em cordeiros.
Fasciolose (baratinha-do-fígado): causada pela Fasciola hepática, que em uma fase de vida se multiplica em
caramujos e na fase adulta parasita o fígado dos ovinos.
Distúrbios Metabólicos
Hipotermia: afecção que ataca cordeiros recém nascidos expostos a baixas temperaturas ao nascer ou que
são abandonados pelas mães; também pode afetar os cordeiros que tiveram dificuldade para mamar o
colostro; pode ser evitada com vigilância dos piquetes maternidade para assistência aos cordeiros.
Toxemia da prenhez: afeta ovelhas prenhes com fetos duplos ou triplos, que foram sub ou super
alimentadas, provocando depressão nervosa com apatia, incoordenação e cegueira na fase final. A
alimentação adequada evita o aparecimento da doença.
Cálculos: podem ocorrer na uretra em ovinos alimentados com pouco verde e ração muito rica em fosfato,
causando retenção de urina e morte por uremia.
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