Você está na página 1de 39

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

CAMPUS DE BOTUCATU
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

SINERGISMO ENTRE EXTRATOS BOTÂNICOS DE ANNONACEAE E


INSETICIDAS SINTÉTICOS SOBRE Leucoptera coffeella (GUÉR. - MÉNEV.)
(LEPIDOPTERA: LYONETIIDAE) EM CAFÉ

ALUNO: GUILHERME FERREIRA DA SILVEIRA FILHO


ORIENTADOR: PROF. DR. EDSON LUIZ LOPES BALDIN

Relatório do Trabalho de Curso apresentado à Faculdade de Ciências


Agronômicas para a obtenção do título de Engenheiro Agrônomo

BOTUCATU – SP
2021
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE BOTUCATU
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

Relatório do Trabalho de Curso

Guilherme Ferreira da Silveira Filho

Orientador: Prof. Dr. Edson Luiz Lopes Baldin

BOTUCATU – SP
2021
Sumário

1. RESUMO ........................................................................................................................... 4
2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5
3. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 9
4. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 10
4.1. Criação-estoque de Leucoptera coffeella................................................................ 10
4.2. Obtenção e manutenção de mudas de café ............................................................ 11
4.3. Coleta e extração do material vegetal .................................................................... 12
4.4. Screening para escolha do material vegetal .......................................................... 12
4.5. Estimativas das CL50 e CL90 do extrato promissor .............................................. 14
4.6. Estimativas das CL50 e CL90 de Anosom 1 EC® .................................................... 15
4.7. Bioatividade do extrato de A. mucosa sobre L. coffeella via contato .................. 16
4.8. Efeitos subletais do extrato promissor sobre L. coffeella ..................................... 17
4.9. Avaliação de efeito sinérgico ................................................................................... 18
4.10. Análises estatísticas .............................................................................................. 20
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 21
5.1. Screening para escolha do material vegetal........................................................... 21
5.2. Estimativas das CL50 e CL90 ................................................................................... 23
5.3. Bioatividade do extrato promissor sobre L. coffeella via contato ....................... 24
5.4. Efeitos subletais do extrato promissor sobre L. coffeella ..................................... 25
5.5. Sinergismo ................................................................................................................ 26
6. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 33
SINERGISMO ENTRE EXTRATOS BOTÂNICOS DE ANNONACEAE E INSETICIDAS
SINTÉTICOS SOBRE Leucoptera coffeella (GUÉR. - MÉNEV.) (LEPIDOPTERA:
LYONETIIDAE) EM CAFÉ

1. RESUMO

A cafeicultura possui grande importância econômica no cenário mundial, sendo o


Brasil o maior exportador e produtor. Com a expansão de mercado a nível global da cultura, se
faz necessário minimizar os impasses da produção cafeeira, tais como os problemas
fitossanitários relacionados ao ataque de insetos-praga. Dentre as espécies comum na lavoura,
destaca-se o bicho-mineiro-do-cafeeiro, Leucoptera coffeella (Lepidoptera: Lyonetiidae),
considerado praga- chave para a cultura. Seu controle é realizado de forma intensa por meio de
aplicações de inseticidas sintéticos. No entanto, o uso indiscriminado dessa prática ocasiona
sérios prejuízos ao meio ambiente e à saúde humana, além de favorecer a seleção de populações
resistentes do inseto. Assim, se torna indispensável o estudo e desenvolvimento de alternativas
que possibilitem um controle eficiente e mais sustentável. Nesse sentido, o uso de derivados
botânicos pode ser considerado uma opção promissora no manejo integrado de pragas.
Entretanto, os derivados botânicos possuem características que dificultam sua utilização em
campo, como a rápida degradação. Para contornar características inconvenientes do emprego
de inseticidas sintéticos e de derivados botânicos, o uso associado das duas práticas vêm sendo
alvo de pesquisas sobre efeitos sinérgicos. Desse modo, o presente trabalho propôs avaliar a
ação de extratos etanólicos provenientes de sementes de cinco espécies de Annona spp. sobre
L. coffeella em laboratório e semi-campo, visando selecionar um extrato promissor, o qual seria
avaliado na sequência em mistura com inseticidas sintéticos para a observação do possível
efeito sinérgico.

Palavras-chave: Annona spp., bicho-mineiro-do-cafeeiro, sinergismo, inseticidas botânicos.

4
2. INTRODUÇÃO

O café começou a ser cultivado no século XV na Etiópia, difundindo-se para África,


Europa, América Central e Guiana Francesa (MATIELLO & CARVALHO, 1983). No Brasil,
o cultivo de café foi iniciado em 1727, sendo atualmente o país considerado maior produtor e
exportador da cultura (ICO, 2021). Além de possuir elevada participação no mercado nacional,
o café está diretamente envolvido com a história do Brasil, apresentando, portanto, grande
importância sociocultural (CALIMAN, 2012).
A cafeicultura também exerce grande influência no mercado internacional. No ano-safra
2019/20, o volume produzido dos principais países produtores localizados na América do Sul,
Ásia, Oceania, México, América Central e África somam mais de 165 milhões de sacas. Esses
dados do setor cafeeiro indicam expansão desse mercado em nível global tanto na oferta quanto
na sua demanda (ICO, 2021).
Diante da relevância desse cenário, existe a necessidade de minimizar os fatores
responsáveis de perda na produção cafeeira, com destaque para os problemas relacionados ao
ataque de insetos praga. No Brasil, o bicho-mineiro-do-cafeeiro, Leucoptera coffeella (Guérin-
Mèneville, 1842) (Lepidoptera: Lyonetiidae) e a broca-do-café, Hypothenemus hampei (Ferrari,
1867) (Coleoptera: Curculionidae), são consideradas as principais pragas-chave da cultura
(JARAMILLO et al., 2009; INFANTE et al., 2012). Entretanto, o bicho-mineiro-do-cafeeiro é
considerado em muitos países produtores como a praga principal, cujos danos podem reduzir

5
até 50% da produção (RIGHI et al., 2013).
Leucoptera coffeella é um microlepidóptero monófago com alto grau de especialização
em se alimentar das folhas do cafeeiro. As fêmeas ovipositam na superfície adaxial das folhas
e, após a eclosão, as larvas se alimentam do parênquima paliçádico. Ao se alimentar, as lagartas
confeccionam minas evidentes, justificando o nome comum da praga. Posteriormente, as
lagartas deixam o interior das folhas para iniciar seu estágio pupal. Nessa fase, as lagartas
aderem-se à face abaxial das folhas onde tornam-se crisálidas (PARRA, 1985; RIGHI et al.,
2013).
Quando as lagartas abandonam a folha de origem para formar as crisálidas, as minas se
transformam em áreas necróticas, reduzindo a capacidade fotossintética da folha (NANTES e
PARRA; 1977). Segundo Souza et al (1998), os danos relacionados ao bicho-mineiro-do-
cafeeiro prejudicam a produção, o rendimento do café e, provavelmente, a longevidade do
cafeeiro, não apenas pela redução da área fotossintética, mas também pela queda das folhas,
fato provocado pelo aumento do nível de etileno.
Embora o conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP) sugira o uso associado e
harmônico de métodos capazes de reduzir as populações da praga, na prática, o controle do
bicho-mineiro-do-cafeeiro é realizado de forma intensa com pulverizações frequentes de
inseticidas sintéticos (MENDONÇA et al, 2006; JESCHKE, 2016). Como principal
consequência do uso indiscriminado do controle químico, há vários relatos de resistência aos
inseticidas, como aqueles de ação neurotóxica (FRAGOSO et al., 2002; FRAGOSO et al.,
2003). Adicionalmente, essa elevada quantidade de inseticida empregada pode provocar
severos danos à saúde humana, além da contaminação de águas superficiais e subterrâneas,
poluição do ar e impactos sobre organismos não-alvo (PIGNATI et al., 2014; BATISTA FILHO
et al., 2003).
Dessa maneira, torna-se fundamental a disponibilização de alternativas de manejo que
possibilitem um controle eficiente mais sustentável em lavouras de café, dada a relevância da
cultura e a vasta área que ocupa mundialmente. Nesse sentido, o interesse por produtos de
origem botânica para o controle de pragas vem crescendo constantemente. Dessa forma,
substâncias de menor risco ao ambiente e à saúde humana vêm sendo pesquisadas, visando a
produção de alimentos mais saudáveis e livres de resíduos de pesticidas (CORRÊA &
SALGADO, 2011).
Os efeitos inseticidas e/ou insetistáticos são proporcionados pela ação de derivados
metabólitos secundários, tais como alcaloides, flavonoides, saponinas e terpenoides, os quais
são produzidos pelas plantas como estratégia de defesa contra herbívoros (ISMAN, 2006).

6
Esses compostos são capazes de afetar negativamente o desenvolvimento dos insetos
(CHARIANDY et al., 1999), agir como barreiras fagodeterrentes na alimentação (BRUCE &
PICKETT, 2011) e atuar como repelentes para insetos-praga (AKHTAR et al., 2012;
ANSANTE et al., 2015).
O uso de extratos botânicos, em geral, é considerado uma opção mais ecológica que os
inseticidas sintéticos por serem mais facilmente degradáveis (TUREK & STINTZING, 2013;
FERNANDEZ-PEREZ et al., 2015); conterem vários metabólitos secundários (reduzindo a
pressão de seleção e, consequentemente, as populações de pragas resistentes); possuírem baixa
a moderada toxidade a mamíferos (ISMAN, 2006; ISMAN et al., 2011), sendo potencialmente
compatíveis com o MIP (PRAKASH & RAO, 1996; KIM et al., 2003).
Dentre as estratégias para contornar características inconvenientes do emprego de
inseticidas sintéticos e de derivados botânicos, merece destaque o uso associado das duas
práticas (GUEDES & OLIVEIRA, 2002; ZAHID et al., 2016). O manejo de pragas por meio
da combinação entre moléculas sintéticas com ação inseticida já é comprovado em diversos
sistemas agrícolas. Nesse sentido, a associação com inseticidas/acaricidas botânicos poderia
potencializar o efeito dos produtos sintéticos utilizados, em virtude de possíveis interações
aditivas ou sinérgicas. Essa combinação pode também permitir a redução do uso de ingredientes
ativos sintéticos, uma vez que vários compostos ativos estariam envolvidos, resultando em
menor pressão de seleção sobre as espécies-alvo, além da redução dos impactos ambientais
provenientes da aplicação de compostos xenobióticos e dos custos de controle (CURTIS, 1985;
SAHAYARAJ & AMALRAJ, 2005; MORALES-RODRIGUEZ & PECK., 2009).
Entre o vasto número de plantas estudadas com potencial para o controle de insetos-
praga, a família Annonaceae destaca-se pela ação inseticida de algumas espécies, o que é
geralmente associado à presença de metabólitos secundários conhecidos como acetogeninas.
Essas substâncias podem interferir na atividade hormonal de lepidópteros (BLESSING et al.,
2010), inibindo a produção de ATP do complexo mitocondrial I (NADH ubiquinona
oxidoredutase) e causando apoptose (ALALI et al., 1999).
Annonaceae é a maior família de plantas da ordem Magnoliales (WESTRA & MAAS
2012) e compreende 135 gêneros e 2.500 espécies (CHATROU et al., 2004; MAAS et al., 2011;
2015), dispersas principalmente em regiões tropicais (THOMAS & DOYLE, 1996).
McLaughlin (2008) realizou um dos maiores estudos sobre a caracterização de compostos
secundários promissores. Dentre 3.500 espécies de plantas analisadas, o autor destacou 14
espécies de anonáceas que produziam acetogeninas. Muitas destas espécies comprovaram a
atividade biológica das acetogeninas tanto sobre insetos de importância médica quanto sobre

7
pragas agrícolas, indicando o grande potencial a ser explorado no controle de insetos com esse
grupo de plantas (CASTILLO-SÁNCHEZ et al., 2010; ISMAN & SEFFRIN, 2014).
Diante da atividade biológica promissora dos extratos de anonáceas e da atual Comentado [U1]: Jé, daqui, não coloquei muita coisa do
tópico Justificativa (do meu projeto inicial), só coloquei essa
necessidade por desenvolvimento de métodos de controle mais sustentáveis e de menor impacto parte da introdução mesmo.
Na justificativa, fala mais sobre as Annonaceas
ao meio ambiente e à saúde humana, o presente estudo teve como objetivo realizar um
Screening dos extratos etanólicos provenientes de sementes de Annona muricata L., Annona
mucosa Jacq., Annona reticulata L., Annona sylvatica A. St.-H. e Annona montana Macf. sobre
L. coffeella, visando selecionar o derivado botânico mais promissor. Na sequência, foi
investigada a bioatividade dos extratos por meio da avaliação de parâmetros biológicos da praga
em laboratório e semi-campo, no qual foram estimados os valores de CL50 e CL90, os efeitos de
contato sobre as minas confeccionadas pela praga e observações de efeitos subletais do extrato
promissor. Em acréscimo aos ensaios sob condições controladas, foi avaliado o efeito sinérgico
entre três inseticidas sintéticos comerciais com o extrato promissor, visando disponibilizar uma
ferramenta alternativa para o controle do bicho-mineiro-do-cafeeiro em lavouras de café.

8
3. OBJETIVOS

Objetivos gerais
- Avaliar o sinergismo entre inseticidas sintéticos e o extrato promissor de Annona spp. sobre
L. coffeella.

Objetivos específicos
- Realizar um Screening com extratos das cinco espécies de anonáceas em concentração única
em laboratório;
- Estimar concentrações letais (CL50, CL90) do extrato considerado promissor no ensaio
preliminar em laboratório;
- Avaliar a bioatividade do extrato promissor (CL50) sobre minas do bicho-mineiro-do-cafeeiro
por via de contato em mudas de café em laboratório;
- Avaliar efeitos subletais do extrato promissor (50% da CL50) via tópica em semi-campo;
- Avaliar o efeito de sinergismo entre concentrações do extrato promissor e frações de
inseticidas comerciais sintéticos (diamidas e tiocarbamato) a campo.

9
4. MATERIAL E MÉTODOS

Os ensaios foram realizados nos Laboratórios de Resistência de Plantas a Insetos e


Plantas Inseticidas - LARESPI, pertencentes ao Departamento de Proteção Vegetal, da
Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, Campus de Botucatu - SP. Os ensaios
laboratoriais foram conduzidos sob condições controladas (T= 26 ± 2°C, UR= 65 ± 10% e
fotoperíodo= 14h), enquanto que os testes realizados em casa de vegetação foram conduzidos
sob condições de temperatura e umidade parcialmente controladas (temperatura média de
31,5°C, com máxima de 39,5°C e mínima de 19,3°C; UR média de 68%, com máxima de 81%
e mínima de 20%; luz natural). O ensaio a campo foi instalado na Fazenda Experimental da
FCA/UNESP (22°50'04"S e 48°25'33"O), Campus de Botucatu – SP.

4.1. Criação-estoque de Leucoptera coffeella

Uma criação-estoque de bicho-mineiro-do-cafeeiro foi mantida com a finalidade de


disponibilizar uma quantidade suficiente de insetos para os ensaios que foram realizados. Folhas
de café com crisálidas de L. coffeella foram coletadas em área experimental da FCA, a fim da
obtenção dos insetos. As folhas foram alocadas no interior de gaiolas metálicas revestidas por
telado antiafídeo (0,5 x 0,45 x 0,45 m) para acondicionar as crisálidas. Após a emergência dos
adultos, foram oferecidas porções de algodão embebidas em solução com mel a 10% para seu

10
consumo, além mudas novas de café (sem tratamento químico) para oviposição (Figura 1).
As folhas contendo ovos eram retiradas e realocadas em outras gaiolas (mesmas
especificações), destinadas às lagartas. Após o completo desenvolvimento das mesmas, as
folhascontendo crisálidas eram transferidas de volta à gaiola de adultos. Essa criação estoque
(adaptadade PARRA, 1985) permitiu a utilização de insetos durante todo o estudo.

Figura 1. (A) Gaiolas com adultos de L. coffeella, mudas de café e soluções com mel. (B) Fêmea
do bicho-mineiro em oviposição sobre folha de muda de café.

4.2. Obtenção e manutenção de mudas de café

Mudas de café, variedade Catuaí Vermelho IAC 144, foram mantidas em vasos de 1,7 L
contendo solo esterilizado (latossolo vermelho escuro), areia e matéria orgânica em uma
proporção de 1:1:1 (v:v:v), e substrato (Plantmax ®) na proporção de 3:1 (v:v) para realização
dos ensaios. As mudas foram acondicionadas em casa de vegetação e utilizadas nos ensaios
quando apresentavam aproximadamente 10 pares de folhas. Nenhum controle fitossanitário foi
realizado antes dos ensaios, a fim de evitar interferências nas avaliações.

11
4.3. Coleta e extração do material vegetal

As espécies de Annonaceae estudadas no presente trabalho foram A. muricata L., A.


mucosa Jacq., A. reticulata L., A. sylvatica A. St.-H. e A. montana Macf. Vouchers specimens
foram previamente identificadas pelo Dr. Renato Mello-Silva [Departamento de Botânica,
Instituto de Biociências/Universidade de São Paulo (IB/USP)] e informações sobre as espécies
estão detalhadas conforme Tabela 1.

Tabela 1. Relação de espécies de Annonaceae estudadas e respectivos dados de coleta.


Parte Data de Número
Espécies Origem
utilizada coleta voucher
Campus ESALQ/USP, Piracicaba,SP,
A. muricata L. Semente Brasil (22°42’25,4”S; 47°37’43,9”W; 16/03/2017 121892
altitude 576m)
Campus ESALQ/USP, Piracicaba,SP,
A. mucosa Jacf. Semente Brasil (22°42’28,5”S; 47°37’59,6”W; 16/03/2017 120985
altitude 534m)
Pomar doméstico, Erval Seco, RS,Brasil
A. sylvatica A.St.- Semente (27°25’41,8”S; 53°34’11,2”W; altitude 16/03/2017 121205
H. 466m)
ESALQ/USP Campus, Piracicaba, SP,
Ribeiro 11
A. reticulata L. Semente Brasil (22o42’51,4” S; 47o37’38,8” W; 01/03/2011
(ESA)
altitude: 548 m)

ESALQ/USP Campus, Piracicaba, SP,


Ribeiro 13
A. montana Macf. Semente Brasil (22o42’28,2” S; 47o37’59.4” W; 21/03/2011
(ESA)
altitude: 537 m)

As sementes dos frutos maduros dos materiais foram desidratadas e, para isso, foram
mantidas em estufas com circulação de ar forçada a 40°C por 48-72h. Em sequência, foram
moídas em moinho de facas para a obtenção do pó fino e então foram armazenadas em frascos
de vidro hermeticamente fechados, mantidos sob refrigeração (-10°C) até a sua utilização. Os
pós foram macerados em etanol (na proporção 1:5 m.v-1) e mantidos em frascos hermeticamente
fechados por três dias; então foram filtrados por meio de papel filtro, se repetindo este processo
por três vezes. O solvente remanescente na solução filtrada foi eliminado em rotaevaporador à
temperatura de 50°C e à pressão de - 600mmHg.

4.4. Screening para escolha do material vegetal

Para a seleção do extrato promissor, foi realizado um Screening entre as espécies vegetais
em laboratório. Foram utilizadas mudas mantidas em vasos de 1,7 L com solo e substrato

12
Plantmax® na proporção 3:1 e sob iluminação com lâmpadas dos tipos fluorescente “super luz
do dia” (20 W) e fluorescente “plant-light” (Grolux F 20 W T12). Os extratos etanólicos das
cinco espécies de Annonaceae foram solubilizados em uma solução solvente [acetona: metanol
(1:1, v.v-1)] com uma concentração de 1,2% m.v-1. A solução obtida foi aplicada, de maneira
tópica com microatomizador acoplado a uma bomba pneumática, sob pressão de 0,5 Kgf.cm-2
sobre folhas recém minadas (≈ 0,5 cm de diâmetro) com lagartas entre o 2º e 3º instar, em um
volume pré-estabelecido para cobrir a área foliar total.
O ensaio foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com nove
tratamentos, sendo cinco extratos etanólicos de Annona spp. (A. muricata, A. mucosa, A.
reticulata, A. sylvatica e A. montana.); duas testemunhas positivas representadas pelos
inseticidas comerciais Benevia 100 OD® (ciantraniliprole) e Anosom 1 EC® (inseticida
comercial à base de extrato de sementes de Annona squamosa L., sendo seu componente
majoritário a acetogenina anonina) e duas testemunhas negativas constituídas pelo solvente
[acetona: metanol (1:1)] e água. Cada tratamento foi repetido 15 vezes e cada repetição foi
representada por uma muda de café com 10 minas iniciais de bicho-mineiro-do-cafeeiro,
conforme a Figura 2. A avaliação quanto ao efeito larvicida dos tratamentos foi feita aos sete
dias após a aplicação (DAA) por meio da abertura das minas e observação das lagartas vivas
ou mortas.

Figura 2. Detalhe pós-aplicação com volume pré estabelecido em muda de café contendo 10
minas de Leucoptera coffeella.

13
4.5. Estimativas das CL50 e CL90 do extrato promissor

A análise dos resultados do Screening permitiu selecionar o extrato etanólico de A.


mucosa (ESAM) entre as espécies de Annona spp. O extrato promissor foi submetido a novos
bioensaios com a finalidade de estimar as concentrações letais para 50% e 90% das lagartas de
L. coffeella, representado a CL50 e a CL90, respectivamente.
O ensaio para obtenção das CL’s foi conduzido em delineamento inteiramente
casualizado, em que o extrato promissor de Annona spp. foi aplicado em cinco concentrações
diferentes entre 1 e 2% m.v-1 (0,50; 1,00; 5,71; 11,42 e 20,00 g.L-1), definidas por meio da
fórmula de Finney (1971). O ensaio foi realizado com seis repetições, sendo que cada repetição
foi representada por dez folhas contendo uma mina (60 minas por tratamento). O extrato foi
aplicado de maneira tópica por meio de um microatomizador acoplado a uma bomba
pneumática, sob pressão de 0,5 Kgf.cm-2 sobre folhas recém minadas (≈ 0,5 cm de diâmetro)
em um volume pré-estabelecido para cobrir toda a folha de café (Figura 3). A avaliação quanto
ao efeito larvicida foi realizada aos 7DAA dos tratamentos a partir da abertura das minas e
observação das lagartas vivas e mortas.

Figura 3. (A) Folhas minadas por Leucoptera coffeella e pulverizadas aguardando secagem;
(B) Detalhe do experimento instalado.

14
4.6. Estimativas das CL50 e CL90 de Anosom 1 EC® Comentado [U2]: Aqui Jé, você acha que a gente deve
juntar as CL’s em um tópico só? Coloquei separado por causa
da metodologia que diferiu no número de minas por
tratamento.
Visando comparar com a bioatividade do extrato etanólico de A. mucosa (ESAM) sobre
L. coffeella via contato, foram também estimadas as concentrações letais para 50% e 90% das
lagartas de bicho-mineiro-do-cafeeiro do inseticida comercial à base de acetogeninas (Anosom
1 EC®), representado a CL50 e a CL90, respectivamente.
O ensaio foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, em que o Anosom 1
EC foi aplicado em cinco concentrações diferentes entre 1 e 2% m.v-1 (0,50; 1,00; 5,71; 11,42
®

e 20,00 g.L-1), definidas por meio da fórmula de Finney (1971). Foram realizadas seis
repetições, sendo cada uma representada por sete folhas contendo uma mina (42 minas por
tratamento). O inseticida foi aplicado de maneira tópica por meio de um microatomizador
acoplado a uma bomba pneumática, sob pressão de 0,5 Kgf.cm-2 sobre folhas recém minadas
(≈ 0,5 cm de diâmetro) em um volume pré-estabelecido para cobrir toda a folha de café (Figura
4). A avaliação quanto ao efeito larvicida foi realizada aos sete dias após a aplicação (7 DAA)
dos tratamentos a partir da abertura das minas e observação das lagartas vivas e mortas.

Figura 4. Folha contendo uma mina de L. coffeella após pulverização com tratamento.

15
4.7. Bioatividade do extrato de A. mucosa sobre L. coffeella via contato

Para avaliar a bioatividade por contato de ESAM sobre L. coffeella, foram realizadas
pulverizações (CL50) sobre mudas de café em um volume previamente estabelecido até o ponto
de escorrimento. O experimento foi conduzido em laboratório sob delineamento inteiramente
casualizado com cinco tratamentos: CL50 do extrato de A. mucosa, duas testemunhas positivas
representadas pela CL50 do inseticida comercial à base de acetogeninas (Anosom 1 EC®) e 50
% da dose bula (DB) do inseticida Benevia 100 OD® (ciantraniliprole), além de duas
testemunhas negativas compostas pelo solvente [acetona:metanol (1:1)] e pela água.
Após a secagem das folhas, as plantas que receberam seus respectivos tratamentos foram
acondicionadas em gaiolas metálicas revestidas com telado antiafídeo (0,5 x 0,45 x 0,45 m).
Cada tratamento foi repetido quatro vezes e as parcelas foram constituídas por uma muda de
café, a qual foi infestada com cinco casais de L. coffeella (Figura 5). Após a constatação do
início da oviposição, os adultos foram mantidos por mais cinco dias e, ao final deste período,
retirados para a quantificação do número de ovos. A possível formação de minas foi avaliada
diariamente nos tratamentos até 20 dias após a retirada dos adultos.

Figura 5. Parcelas de um tratamento, representados pelas gaiolas com mudas e cinco casais
de L. coffeella.

16
4.8. Efeitos subletais do extrato promissor sobre L. coffeella

Visando caracterizar os efeitos subletais dos extratos sobre Leucoptera coffeella, foram
realizados ensaios com cinco tratamentos constituídos por: ESAM (CL50), ESAM (50% da
CL50), testemunha positiva (Anosom 1 EC®) e duas testemunhas negativas (acetona: metanol
[(1:1]) e água). Este ensaio foi realizado em delineamento inteiramente casualizado com seis
repetições, sendo cada repetição constituída por dez minas, sendo as plantas com folhas
minadas mantidas em casa de vegetação, sob condições parcialmente controladas. Os
tratamentos foram aplicados de maneira tópica sobre folhas recém minadas (≈ 0,5 cm de
diâmetro) em um volume pré-estabelecido e capaz de cobrir toda a folha de café.
Para avaliar o efeito sobre as lagartas, após um período suficiente para completarem a
fase imatura, as minas tiveram sua área quantificada (porcentagem em função da área total da
folha). Posteriormente, as folhas contendo as crisálidas foram removidas das plantas e
acondicionadas em gaiolas para dar sequência ao estudo com adultos (Figura 6). Cada gaiola
recebeu um determinado número de mudas de café, conforme o número de insetos de cada
tratamento, estabelecendo um padrão de uma planta para cada quatro crisálidas formadas. Os
parâmetros avaliados foram: área consumida, número de adultos emergidos, número de ovos
depositados e eclodidos.

Figura 6. Gaiolas contendo adultos de Leucoptera coffeella para avaliação de oviposição sobre
mudas de café.

17
4.9. Avaliação de efeito sinérgico

A ação sinérgica de inseticidas é caracterizada quando dois ou mais compostos químicos


utilizados simultaneamente (em mistura) conseguem aumentar o efeito inseticida final, quando
comparado com o uso separado e individual dos mesmos. Quando há a combinação de um
extrato botânico, que possui um potencial inseticida, com um inseticida comercial, pode haver
um aumento na eficiência de controle dos insetos, pelo fato de um componente melhorar a
eficácia do outro composto inseticida envolvido (BATISTA, 1974; RAFFA & PRIESTER,
1985; BERNARD & PHILOGENE, 1993; WAGNER & ULRICH-MERZENICH, 2009).
Para avaliar o efeito de sinergismo do extrato de A. mucosa sobre L. coffeella, foram
realizadas pulverizações dos tratamentos sobre plantas de café da variedade Tupi
(aproximadamente 15 anos) na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão - FEPE, pertencente à
FCA/UNESP de Botucatu (22°50'04"S e 48°25'33"O). O experimento foi conduzido em
delineamento de blocos casualizados com treze tratamentos: ESAM (CL50); três inseticidas
sintéticos comerciais na dose recomendada, sendo duas diamidas (clorantraniliprole - Altacor®
e ciantraniliprole - Benevia 100 OD®) e um tiocarbamato (cloridrato de cartape - Cartarys®);
ESAM (CL50) + Altacor® em sua dose recomendada; ESAM (CL50) + Benevia 100 OD® em
sua dose recomendada; ESAM (CL50) + Cartarys® em sua dose recomendada; ESAM (CL50) +
50% da dose recomendada do inseticida Altacor®; ESAM (CL50) + 50% da dose recomendada
do inseticida Benevia 100 OD®; ESAM (CL50) + 50% da dose recomendada do inseticida
Cartarys®; Anosom 1 EC®; além de duas testemunhas negativas compostas pelo solvente
[acetona:metanol (1:1)] e a água.
Foram avaliados três tipos de efeitos das combinações: curativo, preventivo e residual.
O ensaio de efeito curativo foi distribuído em cinco blocos e cada parcela foi constituída por
seis plantas espaçadas em 0,7 m entre si, dispostas em fileira única. Dentro das parcelas, foram
marcados e pulverizados dois ramos de cada terço da planta contendo duas minas com lagartas
de 1º a 2º ínstares, com os respectivos tratamentos por meio de pulverizador manual (Herbicat)
até o ponto de escorrimento (Figura 7). Como as parcelas foram constituídas por seis plantas,
avaliando-se seis ramos por planta, foram totalizados 36 ramos/tratamento. Foi mantida uma
linha de plantas sem tratamento entre os blocos, a fim de evitar eventuais efeitos de deriva. Da
mesma forma, nas linhas do bloco, foi respeitada uma bordadura de 2 m entre cada tratamento.
O ensaio de residual também foi distribuído em cinco blocos e cada parcela foi
constituída por dois ramos de cada terço de uma planta. As plantas foram marcadas, examinadas

18
e os eventuais ovos de L. coffeella retirados das folhas. Em sequência, foi realizada a
pulverização dos tratamentos nos ramos, os quais foram isolados com gaiolas de voil.

Figura 7. Pulverização de tratamento na parcela utilizando pulverizador manual (Herbicat).

Após 14 DAA, as gaiolas foram retiradas, a fim de avaliar o efeito residual dos
tratamentos por mais sete dias. Assim, aos 21 DAA, foi determinado o número de ovos nas
parcelas e os ramos foram protegidos novamente, para posterior contagem de adultos emergidos
e determinação da eficiência dos tratamentos.
No ensaio preventivo, a mesma metodologia do ensaio residual foi seguida; porém, os
ramos não foram protegidos após a aplicação, deixando-os expostos para o recebimento da praga.
Assim, após sete dias da aplicação, quantificou-se a oviposição e os ramos foram protegidos com
voil para posterior determinação do número de adultos emergidos e a eficiência dos tratamentos.
As eficiências dos ensaios foram obtidas por meio da fórmula de Abbott (NAKANO et al., 1981).

19
4.10. Análises estatísticas

Os pressupostos estatísticos foram verificados por meio dos testes de Shapiro-Wilk e


Bartlett para aferir normalidade e homogeneidade, respectivamente. Para os testes de média,
foram utilizados os testes de Tukey e Scott-Knott, (p ≤ 0,05), por meio do programa
computacional Speed Stat 2.4 (CARVALHO et al., 2020). Os dados que não apresentaram
distribuição normal foram submetidos a transformações por postos (rank), logarítmica, raiz
quadrada, raiz cúbica, por meio da função arcsen da raiz (x/100) ou Box-Cox (x+1), λ= 0,2.
Para as estimativas das concentrações letais (CL50 e CL90), foi utilizado um modelo binomial
com função de ligação complemento log-log (modelo gompit), utilizando-se o Probit no
software estatístico “R”, versão 3.6.3 (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2020). Para
calcular o fator de sinergismo, foi utilizada a fórmula FS= Toxicidade do inseticida
sintético/(Toxicidade do inseticida sintético + derivado botânico) (WAGNER & ULRICH-
MERZENICH, 2009).

20
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Screening para escolha do material vegetal

O extrato etanólico das sementes de Annona mucosa (ESAM) provocou maior


mortalidade de lagartas de 2º e 3º instar de L. coffeella (80% ± 0,37%) em relação aos demais
extratos e de inseticidas comerciais, sendo considerado o mais promissor (Tabela 2). Os extratos
à base de A. muricata, A. reticulata, A. sylvatica, A. montana e controles positivos (Anosom 1
EC® e Benevia 100 OD®) não diferiram estatisticamente entre si, mas provocaram mortalidade
superior àquelas verificadas nos controles negativos acetona: metanol (1:1) e água, que
apresentaram 3,40 e 0,0% de mortalidade de lagartas, respectivamente.

21
Tabela 2. Mortalidade média (± EP) de lagartas de 2º e 3º instar de Leucoptera coffeella em
folhas minadas após sete dias da aplicação.
Tratamentos Mortalidade (%)1 EC (%)2
Annona muricata 46,60 ± 0,42 b 44,72
Annona mucosa 80,00 ± 0,37 a 79,30
Annona reticulata 46,00 ± 0,49 b 44,10
Annona sylvatica 56,60 ± 0,60 b 55,07
Annona montana 50,00 ± 0,34 b 48,24
Anosom® 1 EC 40,00 ± 0,37 b 37,89
Benevia 100 OD® 60,00 ± 0,45 b 58,59
Acetona: Metanol (1:1) 3,40 ± 0,17 c 0,00
Água 0,00 ± 0,00 c 0,00
F 10,79 -
p < 0,001 -
CV (%) 45,27 -
1
Médias seguidas de letras distintas, nas colunas, indicam diferenças significativas entre os tratamentos (teste de
Scott-Knott, p < 0,05). 2EC = Eficiência de controle dos tratamentos calculada no último período de avaliação, por
meio da fórmula proposta por Schneider-Orelli (1947): MC (%) = [(Mort. (%) em T – Mort. (%) em C) / (100 –
Mort. (%) em C)] * 100; onde: MC (%) = mortalidade corrigida no controle e T = mortalidade no tratamento.

Estudos anteriores têm mostrado a expressiva atividade inseticida do ESAM sobre outras
pragas, como Spodoptera frugiperda J.E. Smith (Lepidoptera: Noctuidae) (ANSANTE et al.,
2015), Sitophilus zeamais Mots. (Coleoptera: Curculionidae) (RIBEIRO et al., 2013), Tibraca
limbativentris Stal. (Hemiptera: Pentatomidae) (KRINSKI e MASSAROLI, 2014),
Trichoplusia ni Hübner (Lepidoptera: Noctuidae) e Myzus persicae Sulzer (Hemiptera:
Aphididae) (RIBEIRO et al., 2014).
A maior mortalidade verificada a partir do uso do ESAM está provavelmente relacionada
à maior toxicidade de seus compostos em relação aos demais extratos, promovendo assim uma
maior mortalidade de lagartas. Dentre os compostos secundários de Annonaceae, merecem
destaque as acetogeninas, as quais possuem diversidade estrutural e ampla variedade de
atividades biológicas, como efeitos inseticidas e acaricidas (CAVÉ et al., 1997; COLOM et al.,
2008; BLESSING et al., 2010).
Os resultados deste estudo são originais para L. coffeella, mas a eficiência encontrada
certifica com outras pesquisas científicas que evidenciaram o potencial inseticida do ESAM no
controle de insetos de várias ordens (RIBEIRO et al., 2014; ANSANTE et al., 2015). Os dados
obtidos no presente trabalho demonstraram que o ESAM apresentou eficiência superior a todos
os tratamentos, inclusive ao inseticida comercial Anosom 1 EC®, fato também observado em
outros estudos. Soares et al. (2020) avaliaram o efeito de diferentes extratos de Annonaceae
sobre a mosca-branca Bemisia tabaci biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae) em tomateiro e
constataram melhor eficiência do ESAM em comparação com os inseticidas Anosom® e

22
Actara® 250 WG (neonicotinoide). Efeitos superiores desse extrato em comparação com
inseticidas convencionais também já foram documentados para importantes noctuídeos como
Helicoverpa armigera (Hübner) (SOUZA et al., 2017, 2019).

5.2. Estimativas das CL50 e CL90

A partir dos resultados das estimativas de concentrações letais de ESAM e de Anosom 1


®
EC , foi possível compará-las, conforme a Tabela 3. Verifica-se que os valores de CL50 e CL90
de ESAM são inferiores, quando comparados com as CL 50 e CL90, respectivamente, do
inseticida comercial Anosom 1 EC®, indicando maior toxicidade de ESAM sobre as lagartas.
As CL’s do ESAM estimadas para L. coffeella (CL50 2,62 g.L-1 e CL90 20,11 g.L-1) foram
diferentes das anteriormente registradas na literatura para outros insetos. Por exemplo, Soares
et al. (2020) obtiveram CL50 igual a 10,83 mg.L-1 e CL90 de 200,24 mg.L-1 para B. tabaci,
enquanto Ansante et al. (2015) relataram CL50 igual 842,97 mg.L-1 e CL90 de 1.882 mg.L-1 para
S. frugiperda.
Com o objetivo de seguir uma metodologia que não interferisse no desenvolvimento do
bicho-mineiro-do-cafeeiro, as aplicações dos tratamentos foram realizadas sobre minas ativas
inicias (GONRING et al., 2019). Nesse sentido, pressupõe-se que a praga em questão seja
menos suscetível quando comparada a outros insetos que recebem aplicação tópica, exigindo
adaptações no volume utilizado, além de técnicas específicas de pulverização. Considerando-
se essa característica, a diferença entre os volumes recomendados na literatura pode estar
relacionada ao comportamento endofítico do bicho-mineiro-do-cafeeiro na fase larval
(MESQUITA et al., 2016).

Tabela 3. Concentrações letais de ESAM e de Anosom 1 EC® sobre minas iniciais de


Leucoptera coffeella em folhas de café.
Tratamentos N X2 Inclinação CL (IC95) g.L-1 *
(EP)
CL50 CL90
ESAM 60 5,53 1,448 ± 0,417 2,62 (1,61 ± 4,01) 20,11 (11,36 ± 52,72)
®
Anosom 1 EC 60 18,52 0,857 ± 0,31 3,03 (1,36 ± 6,08) 90,53 (20,94 ± 100,9)
p 0,999
N: Número de insetos utilizados; IC: Intervalo de confiança; X2: Chi-quadrado; ESAM: extrato etanólico de sementes
de Annona mucosa; (*): Diferença significativa com base nos intervalos de confiança a 95% de probabilidade.

23
5.3. Bioatividade do extrato promissor sobre L. coffeella via contato

Os resultados obtidos revelaram diferenças significativas entre os tratamentos para os


parâmetros: número de ovos, número de minas formadas e viabilidade de lagartas (Tabela 4).
Os tratamentos ESAM CL50 e Anosom 1 EC® CL50 apresentaram menores índices de
oviposição, diferindo significativamente das testemunhas negativas acetona: metanol e água e
do inseticida comercial Benevia 100 OD® 50% DB. Quanto à formação de minas, ESAM CL50
foi menos efetivo que os controles positivos (Anosom 1 EC® CL50 e Benevia 100 OD® 50%
DB), porém também diferiu significativamente dos controles negativos, diminuindo o nível de
dano sobre as folhas. Para o parâmetro viabilidade de lagartas, os controles positivos e o
tratamento ESAM CL50 proporcionaram maior controle em comparação com os controles
negativos.

Tabela 4. Parâmetros avaliados de Leucoptera coffeella em mudas de café após aplicação dos
tratamentos em laboratório.
Tratamentos Nº de ovos Minas formadas Viabilidade
ESAM CL50 15,25 b 2,25 b 1,25 b
Anosom 1 EC® CL50 7,75 b 0,25 c 1,00 b
Benevia 100 OD® 50% DB 27,25 a 0,25 c 0,50 b
Acetona: metanol (1:1) 31,5 a 11,00 a 24,25 a
Água 38,5 a 11,00 a 21,25 a
F 4,90 92,35 30,79
p 0,0099 < 0,001 < 0,001
Médias seguidas de letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas entre os tratamentos pelo Teste
deTukey, p < 0,05. Número de ovos foi submetida a transformação raiz cúbica (x). Viabilidade foi submetida a
transformação Box-Cox (x+1), λ= 0,2.

Em trabalho com videira, Stupp et al. (2020) reportaram que a utilização de ESAM
promoveu redução na oviposição dos adultos de Ceratitis capitata Wiedemann (Diptera:
Tephritidae), em relação aos controles negativos (água e solventes). A diminuição no número
de ovos de C. capitata e L. coffeella, quando submetidos ao ESAM, pode ser consequência da
presença de acetogeninas em sua composição, os quais apresentam reconhecida ação sobre o
comportamento de insetos-praga, afetando sua oviposição (ISMAN & SEFFRIN, 2014;
RIBEIRO et al., 2015; BERNARDI et al., 2017). O reduzido número de ovos é um componente
importante para a redução de populações de pragas em áreas de produção de café, diminuindo
o número de folhas minadas e resultando na manutenção das taxas fotossintéticas e dos índices
de produtividade (NANTES & PARRA, 1977; SOUZA et al., 1998; MACHOTA JÚNIOR et
al., 2013).

24
O reduzido número de minas formadas se deve à baixa eclosão de ovos de L. coffeella.
Segundo Bastos et al. (2018), a pulverização do extrato de sementes de A. mucosa em plantas
de tomate reduziu, consideravelmente, a eclosão de ovos de Tuta absoluta Meyrick
(Lepidoptera: Gelechiidae), inviabilizando 91% dos ovos, quando comparado com os controles
negativos água e metanol. Os autores reportam que compostos encontrados no extrato atuam
no desenvolvimento embrionário dos ovos dos insetos.

5.4. Efeitos subletais do extrato promissor sobre L. coffeella

Após ensaio de bioatividade do extrato promissor, foi realizado ensaio para avaliar os
efeitos subletais da CL50 e de 50% de CL50 do extrato, bem como do inseticida comercial
Anosom 1 EC® sobre Leucoptera coffeella. Foram avaliados parâmetros como consumo de área
foliar (porcentagem de área foliar consumida em relação à área foliar total), número de adultos
emergidos, número de ovos depositados e de ovos eclodidos, conforme Tabela 5.

Tabela 5. Parâmetros biológicos de Leucoptera coffeella em mudas de café após aplicação dos
tratamentos em casa de vegetação.
Tratamentos Área foliar (%) Nº de adultos Nº de ovos Nº ovos
eclodidos
ESAM CL50 24,63 ± 1,61 c 1,67 ± 0,33 bc 9,67 ± 0,21 bc 4,27 ± 0,13 c
ESAM 50 % CL50 24,11 ± 1,52 c 2,83 ± 0,31 b 12,17 ± 0,60 b 4,80 ± 0,30 bc
Anosom 1 EC® 27,71 ± 2,28 c 2,33 ± 0,33 b 8,50 ± 0,81 c 3,95 ± 0,30 c
Acetona: Metanol 64,77 ± 7,07 b 7,17 ± 0,48 a 20,17 ± 0,87 a 6,95 ± 0,76 ab
Água 82,33 ± 3,30 a 7,33 ± 0,21 a 27,00 ± 3,34 a 7,27 ± 0,37 a
F 49,34 64,46 44,19 10,51
df 4 4 4 4
p < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001
Médias seguidas de letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas entre os tratamentos pelo Teste
de Tukey, p < 0,05. Área foliar, eclosão e oviposição foram submetidas a transformação Box-Cox (x + 1) = -0,26.

Os tratamentos à base de ESAM CL50, ESAM 50% da CL50 e Anosom 1 EC®


apresentaram diferenças significativas para os parâmetros em relação às testemunhas negativas
acetona: metanol e água, reduzindo a área foliar minada pelo inseto. Esses tratamentos
reduziram a porcentagem de área foliar consumida pelas lagartas (24,11 – 27,71%,
respectivamente), o número de adultos emergidos (1,67 – 2,83 adultos), bem como a oviposição
(8,50 – 12,17 ovos) e a eclosão dos ovos (3,95 - 4,80 ovos eclodidos), diferindo estatisticamente
das testemunhas negativas.

25
De acordo com Ribeiro et al. (2016), ESAM interferiu no desenvolvimento pós-
embrionário de S. frugiperda), gerando redução na viabilidade das fases larval em 27,92 % e
pupal em 29,59% dos insetos, quando comparada ao controle, que permitiu viabilidades de
71,25% na fase larval e de 70,00% na fase pupal. Essa menor viabilidade de fases de S.
frugiperda e menor emergência de adultos em L. coffeella devem estar associadas aos efeitos
das acetogeninas presentes no extrato etanólico sobre a atividade enzimática dos insetos,
apresentando implicações na fisiologia do trato digestivo e do ganho de biomassa corpórea
(MARTINEZ & VAN ENDEM, 1999; LUNTZ & NISBET, 2000).
Bastos et al. (2018), reportaram que aplicações de extrato de A. mucosa reduziram
consideravelmente a eclosão de ovos em Tuta absoluta Meyrick (Lepidoptera: Gelechiidae),
inviabilizando 91,00% dos ovos tratados, diferindo das testemunhas negativas água e metanol.
A baixa taxa de eclosão de ovos de T. absoluta e de L. coffeella está relacionada ao acúmulo de
compostos do extrato etanólico em camadas interiores dos ovos, promovendo uma ação tóxica
e paralisando o desenvolvimento embrionário dos insetos (SALKELD e POTTER, 1953).
Considerando-se todos os resultados desta primeira etapa, constatou-se que ESAM
apresenta bioatividade superior a dos demais extratos de Annonacea avaliados. Além de ESAM
apresentar baixos valores de CL50 e CL90, os tratamentos ESAM CL50 e ESAM 50 % CL50
apresentaram resultados semelhantes ao do inseticida comercial à base de acetogeninas
(Anosom 1 EC®) nos ensaios de efeitos subletais sobre L. coffeella, ressaltando ainda mais o
potencial deste derivado botânico sobre o bicho-mineiro-do-cafeeiro. Comentado [U3]: Acho que essa parte não precisa aqui, já
que tem conclusão lá no final.

5.5. Sinergismo

Após a realização dos ensaios em laboratório e em casa de vegetação, avaliou-se o efeito


sinérgico de ESAM (CL50) em mistura com inseticidas comerciais. No ensaio preventivo,
verificou-se a formação de minas iniciais de L. coffeella em todos os tratamentos (Tabela 6).
No entanto, médias significativamente inferiores (0,8 – 4,0 minas) foram verificadas nos
tratamentos Altacor®, Benevia 100 OD®, Cartarys® e ½ DB Altacor® + ESAM (CL50) em
relação aos demais tratamentos. Os níveis de eficiência destes tratamentos variaram entre 96,50
e 99,30%.

26
Tabela 6. Eclosão de ovos com formação de minas iniciais (média ± EP) de Leucoptera
coffeella após a aplicação dos tratamentos em ensaio de efeito preventivo.
Tratamentos
Minas iniciais1 EC2 FS3 Classificação
Adição
1 CL50 ESAM 7,80 ± 1,36 c 93,19
2 Altacor® 9,20 ± 2,15 c 91,97
3 Benevia 100 OD® 9,00 ± 2,37 c 92,14
4 Cartarys® 4,60 ± 1,60 d 95,98
5 Altacor® 1,80 ± 1,11 d 98,42 5,11 Sinergismo
6 Benevia 100 OD® 4,00 ± 3,10 d 96,50 2,25 Sinergismo
7 Cartarys® CL50 0,80 ± 0,49 d 99,30 5,75 Sinergismo
8 ½ DB Altacor® ESAM 0,80 ± 0,80 d 99,30
9 ½ DB Benevia 100 OD® 8,40 ± 2,50 c 92,67
10 ½ DB Cartarys® 9,40 ± 1,96 c 91,79
11 Anosom 1 EC® 54,20 ± 1,62 b 52,70
12 Acetona: Metanol (1:1) 104,20 ± 11,87 a -
13 Água 114,60 ± 13,91 a -
F 66,60
Valor de p <0,001
1
Médias seguidas de letras distintas, nas colunas, indicam diferenças significativas entre os tratamentos (teste de
Scott-Knott, p < 0,05).
² EC = Eficiência de controle dos tratamentos calculada no último período de avaliação, por meio da fórmula proposta
por Schneider-Orelli (1947): FM (%) = [(Form. de minas (média) em T – Form. de minas (média) em C) / (100 –
Form. de minas (média) em C)] * 100, onde: FM (%) = formação de minas corrigida no controle e T = formação
deminas no tratamento.
3
FS = Fator de sinergismo: FS = Efeito nas minas iniciais proporcionado pelo inseticida sintético/ Efeito nas minas
iniciais proporcionado pelo inseticida sintético + derivado botânico

Com base nos resultados obtidos, verificou-se sinergismo (FS variando entre 2,25 e 5,75)
nas combinações envolvendo Altacor®, Benevia 100 OD® e Cartarys® com ESAM (CL50)
(Tabela 6).
No ensaio que avaliou o efeito residual (Tabela 7), os tratamentos Cartarys®, ½ DB
Altacor® + ESAM (CL50) e ½ DB Cartarys® + ESAM (CL50) foram os que mais inibiram a
formação de minas iniciais do bicho-mineiro-do-cafeeiro (3,40 - 7,60 minas), com índices de
eficiência superiores a 90,00%. Os resultados das misturas de ESAM com Cartarys® e Altacor®
indicaram a ocorrência de sinergismo.

27
Tabela 7. Eclosão de ovos com formação de minas iniciais (média ± EP) de Leucoptera
coffeella em ramos liberados aos 14 DAA e avaliados aos 21 DAA em ensaio de efeito residual.
Tratamentos
Minas iniciais1 EC2 FS3 Classificação
Adição
1 CL50 ESAM 25,6 ± 3,30 c 67,59
2 Altacor® 17,8 ± 3,25 c 77,47
3 Benevia 100 OD® 12,4 ± 2,62 c 84,30
4 Cartarys® 14,2 ± 2,80 c 82,03
5 Altacor® 15,2 ± 2,87 c 80,76 1,17 Sinergismo
6 Benevia 100 OD® 13,0 ± 1,87 c 83,54 0,95 -
7 Cartarys® CL50 5,80 ±1,59 d 92,66 2,44 Sinergismo
8 ½ DB Altacor® ESAM 3,40 ± 1,29 d 95,70
9 ½ DB Benevia 100 OD® 18,4 ± 4,30 c 76,71
10 ½ DB Cartarys® 7,60 ± 4,31 d 90,38
11 Anosom 1 EC® 50,0 ± 4,05 b 36,71
12 Acetona: Metanol (1:1) 70,4 ± 6,36 a -
13 Água 79,0 ± 6,78 a -
F 38,4
p <0,001
1
Médias seguidas de letras distintas, nas colunas, indicam diferenças significativas entre os tratamentos (teste de
Scott-Knott, p < 0,05).
² EC = Eficiência de controle dos tratamentos calculada no último período de avaliação, por meio da fórmula proposta
por Schneider-Orelli (1947): FM (%) = [(Form. de minas (média) em T – Form. de minas (média) em C) / (100 –
Form. de minas (média) em C)] * 100, onde: FM (%) = formação de minas corrigida no controle e T = formação
deminas no tratamento.
3
FS = Fator de sinergismo: FS = Efeito nas minas iniciais proporcionado pelo inseticida sintético/ Efeito nas minas
iniciais proporcionado pelo inseticida sintético + derivado botânico.

Para o ensaio de efeito curativo, as avaliações tiveram como objetivo quantificar a área
foliar consumida por lagartas de aproximadamente 4º ínstar (Tabela 8) e, na sequência,
determinar a sua mortalidade (Tabela 9). Os tratamentos que proporcionaram menores
porcentagens de área foliar consumida (0,38 – 0,60%) pelo inseto foram Benevia 100 OD®,
Cartarys®, Anosom 1 EC®, além das misturas entre Altacor® + ESAM (CL50), Benevia 100 OD®
+ ESAM (CL50), Cartarys® + ESAM (CL50) e ½ DB Altacor® + ESAM (CL50). Os índices de
eficiência desses tratamentos superaram 80,00%. Contudo, só foi constatado efeito sinérgico a
partir da mistura Altacor® + ESAM (CL50) (FS= 4,17).

28
Tabela 8. Área foliar consumida (média ± EP) por lagartas de Leucoptera coffeella após sete
dias da aplicação dos tratamentos em ensaio de efeito curativo (n = 50).
Tratamentos Minas iniciais1
EC2 (%) FS3 Classificação
Adição
1 CL50 ESAM 1,07 ± 0,26 b 69,07
2 Altacor® 1,59 ± 0,55 b 53,96
3 Benevia 100 OD® 0,60 ± 0,15 c 82,56
4 Cartarys® 0,40 ± 0,16 c 88,37
5 Altacor® 0,38 ± 0,12 c 88,37 4,17 Sinergismo
6 Benevia 100 OD® 0,62 ± 0,36 c 82,15 0,96 -
7 Cartarys® CL50 0,57 ± 0,18 c 83,44 0,70 -
8 ½ DB Altacor® ESAM 0,54 ± 0,26 c 84,41
9 ½ DB Benevia 100 OD® 1,08 ± 0,32 b 68,67
10 ½ DB Cartarys® 1,06 ± 0,38 b 69,32
11 Anosom 1 EC® 0,39 ± 0,07 c 88,83
12 Acetona: Metanol (1:1) 3,13 ± 0,55 a -
13 Água 3,46 ± 0,37 a -
F 4,78
p <0,001
1
Médias seguidas de letras distintas, nas colunas, indicam diferenças significativas entre os tratamentos (teste de
Scott-Knott, p < 0,05).
² EC = Eficiência de controle dos tratamentos calculada no último período de avaliação, por meio da fórmula proposta
por Schneider-Orelli (1947): AF (%) = [(Área foliar (média) em T – Área foliar (média) em C) / (100 – Área foliar
(média) em C)] * 100, onde: AF (%) = área foliar corrigida no controle e T = área foliar no tratamento.
3
FS = Fator de sinergismo: FS = Efeito na área foliar proporcionado pelo inseticida sintético/ Efeito na área foliar
proporcionado pelo inseticida sintético + derivado botânico.

Com exceção de Anosom 1 EC® (13,33%), todos os tratamentos ocasionaram índices de


mortalidade (26,67 – 41,16%) de lagartas de 4º ínstar significativamente superiores àqueles
verificados nos controles negativos, água e solvente [acetona:metanol (1:1)] (Tabela 9). As
eficiências de controle nesses tratamentos variaram entre 51,72 (Benevia 100 OD®) e 82,75%
(Altacor®).
Os resultados do presente estudo são inéditos quanto ao uso do extrato etanólico de A.
mucosa (ESAM) em mistura com inseticidas sintéticos visando ao controle de L. coffeella.
Contudo, os bons níveis de eficiência verificados corroboram outras pesquisas com focos
semelhantes e que evidenciaram efeito sinérgico entre extratos botânicos e inseticidas
comerciais para o controle de coleópteros (BAKI et al., 2005; KHALEQUZZAMAN &
KHANOM, 2006) e lepidópteros-praga (ALI et al., 2017).

29
Tabela 9. Mortalidade (média ± EP) de lagartas de Leucoptera coffeella após sete dias da
aplicação dos tratamentos em ensaio de efeito curativo (n = 50).
Tratamentos
Mortalidade1 (%) Viabilidade EC2 (%)
Adição
1 CL50 ESAM 31,67 ± 0,40 a 36,67 62,06
2 Altacor® 40,00 ± 0,36 a 20,00 63,88
3 Benevia 100 OD® 26,67 ± 0,49 a 46,67 51,72
4 Cartarys® 36,67 ± 0,42 a 26,67 72,41
5 Altacor® 41,16 ± 0,16 a 16,67 82,75
6 Benevia 100 OD® 36,67 ± 0,42 a 26,67 72,41
7 Cartarys® CL50 35,50 ± 0,56 a 30,00 68,96
8 ½ DB Altacor® ESAM 40,00 ± 0,44 a 20,00 79,31
9 ½ DB Benevia 100 OD® 35,00 ± 0,56 a 30,00 68,96
10 ½ DB Cartarys® 33,33 ± 0,61 a 33,33 65,51
11 Anosom 1 EC® 13,33 ± 0,42 b 73,33 24,13
12 Acetona: Metanol (1:1) 5,50 ± 0,22 b 90,00 -
13 Água 1,67 ± 0,16 b 96,67 -
F 4,78
p <0,001
1
Médias seguidas de letras distintas, nas colunas, indicam diferenças significativas entre os tratamentos (teste de
Scott-Knott, p < 0,05).
² EC = Eficiência de controle dos tratamentos calculada no último período de avaliação, por meio da fórmula proposta
por Schneider-Orelli (1947): MC (%) = [(Mortal. (%) em T – Mortal. (%) em C) / (100 – Mortal. (%) em C)] *
100,onde: MC (%) = mortalidade corrigida no controle e T = mortalidade no tratamento.

Ali et al. (2017) avaliaram a mortalidade, além do consumo alimentar, eficiência na


conversão de alimento ingerido e crescimento de lagartas de Pieris brassicae L. (Lepidoptera:
Pieridae), importante inseto-praga que consome as folhas de plantas da família Brassicaceae
(HASAN & ANSARI, 2010). As lagartas foram submetidas a diferentes inseticidas sintéticos
(tiametoxam 25% SP, acetamiprido 20% SP e piriproxifem 10,8% EC), extratos etanólicos
provenientes de nim [Azadirachta indica A. Juss. (Meliaceae)] (5 e 7%), além de combinações
envolvendo inseticidas sintéticos e botânicos e respectivos controles. Constatou-se que os
extratos de nim isolados ou em combinação com os inseticidas sintéticos estudados apresentam
potencial sobre P. brassicae, uma vez que apresentam efeitos significativos sobre a mortalidade,
o consumo alimentar, a eficiência na conversão de alimento ingerido e o crescimento das
lagartas, comparativamente aos tratamentos compostos por inseticidas isoladamente.
A redução do consumo alimentar e da mortalidade de lagartas de P. brassicae e de L.
coffeella utilizando a combinação de extratos botânicos com inseticidas comerciais é
provavelmente obtida a partir da atuação de variados compostos em diferentes sítios de ação
dos insetos (SUN & JOHNSON, 1960; FARAONE et al., 2015), os quais podem potencializar

30
o efeito inseticida, bem como reduzir a possibilidade reduzir o tempo de sobrevivência e a
reprodução de populações resistentes a uma determinada molécula sintética, na ausência de
resistência múltipla documentada.
Portanto, o sinergismo entre ESAM e inseticidas sintéticos se apresenta como uma
estratégia valiosa para o manejo de L. coffeella em lavouras de café. Trata-se de ser uma
alternativa vantajosa a ser considerada nos programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP) da
cultura, reduzindo os riscos à saúde do trabalhador e do meio ambiente (MOHAN et al., 2011),
além de diminuir o emprego abusivo de inseticidas sintéticos (PAVELA, 2007; DAYAN et al.,
2009).

31
6. CONCLUSÕES

Considerando-se todos os resultados dos ensaios, constatou-se que, além de do extrato


etanólico de sementes de A. mucosa (ESAM) apresentar baixos valores de CL50 e CL90, ESAM
(CL50) apresenta efeitos sobre a oviposição, formação de minas e a viabilidade de lagartas do
bicho-mineiro. Para os ensaios de efeitos subletais sobre Leucoptera coffeella, os tratamentos
ESAM CL50 e ESAM 50 % CL50 apresentaram resultados semelhantes ao do inseticida
comercial à base de acetogeninas (Anosom 1 EC®). Também foi verificado que a combinação
de ESAM com inseticidas comerciais pode promover a potencialização de efeitos deletérios
sobre o inseto (sinergismo em alguns casos) na comparação com o uso isolados desses produtos.
Estudos futuros devem ser realizados visando um melhor entendimento de ESAM sobre a
fisiologia de L. coffeella; contudo, a bioatividade demonstrada por este extrato isoladamente ou
em conjunto com inseticidas comerciais, credencia-o como valiosa opção para contribuir com
a redução no uso de inseticidas convencionais, frequentemente utilizados de forma abusiva no
controle do bicho-mineiro-do-cafeeiro.

32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AKHTAR, Y. L.; PAGES, E.; STEVENS, A.; BRADBURY, R.; CAMARA, C. A. G.; ISMAN,
M. B. Effect of chemical complexity of essential oils on feeding deterrence in larvae of the
cabbage looper. Physiological Entomology, 37: 81-91, 2012.

ALALI, F. Q.; LIU, X. X.; MCLAUGHLIN, J. L. Annonaceous acetogenins: recent progress.


Journal of Natural Products, 62: 504-540, 1999.

ALI, S.; ULLAH, M.; ARSHAD, M.; IFTIKHAR, Y.; SAQIB, M.; AFZAL, M. Effect of
botanicals and synthetic insecticides on Pieris brassicae (L., 1758) (Lepidoptera: Pieridae).
Turkish Journal of Entomology, 41: 275-284, 2017.

ANSANTE, T. F. RIBEIRO, L. P.; BICALHO, K. U.; FERNANDES, J. B.; SILVA, M. F. G.


F. da.; VIEIRA, P. C.; VENDRAMIM, J. D. Secondary metabolites from Neotropical
Annonaceae: Screening, bioguided fractionation, and toxicity to Spodoptera frugiperda (JE
Smith) (Lepidoptera: Noctuidae). Industrial Crops and Products, 74: 969-976, 2015.

BAKI, A.; AKHTAR, N.; RAHMAN, M. M.; ISLAM, M. N., HOSSAIN, M.; ISLAM, N.;
ALAM, K. M.; ISLAM R.; KHATUN, N. A.; MONDAL, K. Synergistic action of Wedelia
calendulacea Less. plant extracts with lamda cyhalothrin on adult red flour beetle Tribolium
castaneum Herbst. Journal of Agronomy, 4: 18-22, 2005.

BASTOS, J. S.; PEREIRA, M. J.; COSTA, M. S.; TURCHEN, L. M.; PINHEIRO, D. O.;
CREMONEZ, P. S. Effect toxic and behavioral of Annona mucosa (Annonaceae) on the tomato
leaf miner. Journal of Agricultural Science, 10: 362-371, 2018.

33
BATISTA FILHO, A.; ALMEIDA, J. E. M.; RAMIRO, Z. A.; LAMAS, C. Manejo integrado
de pragas em soja: impacto de inseticidas sobre inimigos naturais. Arquivos do Instituto
Biológico, 70: 61-67, 2003.

BATISTA, G. C. Fundamentos de química e toxicologia dos inseticidas. ESALQ/USP,


Piracicaba, SP, 1974. 257 p.

BERNARD, C. B.; PHILOGENE, B. J. R. Insecticide synergists: Role, importance, and


perspectives. Journal of Toxicology and Environmental Health, 38: 199-223, 1993.

BERNARDI D.; RIBEIRO L. P.; ANDREAZZA F.; NEITZKE C.; OLIVEIRA E. E.;
BOTTON M.; NAVA D. E.; VENDRAMIM J. D. Potential use of Annona by products to
control Drosophila suzukii and toxicity to its parasitoid Trichopria anastrephae. Industrial
Crops and Products, 110: 30-35, 2017.

BLESSING, L. T.; COLOM, O. A.; POPICH, S.; NESKE, A.; BARDÓN, A. Antifeedant and
toxic effects of acetogenins from Annona montana on Spodoptera frugiperda. Journal of Pest
Science, 83: 307-310, 2010.

BRUCE, T. J. A.; PICKETT, J. A. Perception of plant volatile blends by herbivorous insects –


finding the right mix. Phytochemistry, 72: 1605-1611, 2011

CALIMAN, O. Formação Econômica do Espírito Santo: de fragmentos do período colonial à


busca de um projeto de desenvolvimento. Revista Interdisciplinar de Gestão Social -
Salvador, BA: RIGS, UFB, 1: 37-63, 2012.

CARVALHO, A. M. X.; MENDES, F. Q.; MENDES, F. Q.; TAVARES, L. F. SPEED Stat:


a free, intuitive, and minimalist spreadsheet program for statistical analyses of experiments.
CropBreeding and Applied Biotechnology, 20: 3/1-6, 2020.

CAVÉ, A.; FIGADÉRE, B.; LAURENS, A.; CORTES, D. Acetogenins from Annonaceae.
Progress in the Chemistry of Organic Natural Products, 70: 81-288, 1997.

CASTILLO-SÁNCHEZ, L. E.; JIMÉNEZ-OSORNIO, J. J.; DELGADO-HERRERA, M. A.


Secondary metabolites of the Annonaceae, Solanaceae and Meliaceae families used as
biological control of insects. Tropical and Subtropical Agroecosystems, 12: 445-462, 2010.

CHARIANDY, C. M.; SEAFORTH, C. E.; PHELPS, R. H.; POLLARD, G. V.; KHAMBAY,


B. P. Screening of medicinal plants from Trinidad and Tobago for antimicrobial and insecticidal
properties. Journal of Ethnopharmacology, 64: 265-270, 1999.

CHATROU, L. W.; RAINER, H.; MAAS, P. J. M. p. 18-20. Annonaceae. In: SMITH, N.;
MORI, S. A.; HENDERSON, A.; STEVENSON, D. W.; HEALD, S. V., eds. Flowering plants
of the Neotropics. Princeton University Press. Published in association with The New York
Botanical Garden, Princeton, 2004. 594 p.

COLOM, O. A.; BARRACHIMA, I.; MINGOL, I. A.; MAS, M. C. G.; SANZ, P. M.; NESKE,
A.; BARDON, A. Toxic effects of annonaceous acetogenins on Oncopeltus fasciatus. Journal
of Pest Science, 81: 85-89, 2008.

34
CORRÊA, J. C. R.; SALGADO, H. R. N. Atividade inseticida das plantas e aplicações: revisão.
Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 13: 500-506, 2011.

CURTIS, C. F. Theoretical models of the use of insecticide mixtures for management of


resistance. Bulletin of Entomological Research, 75: 259-265, 1985.

DAYAN, F. E.; CANTRELL C. L.; DUKE S. O. Natural products in crop protection.


Bioorganic and Medical Chemistry, 17: 4022-4034, 2009.

FARAONE, N.; HILLIER, N. K.; CUTLER, G. C. Plant essential oils synergize and antagonize
toxicity of different conventional insecticides against Myzus persicae (Hemiptera: Aphididae).
PLoS ONE 10(5): e0127774, 2015.

FERNANDEZ-PEREZ, M.; FLORES-CESPEDES, F.; DAZA-FERNANDEZ, I.;


VIDALPENA, F.; VILLAFRANCA-SANCHEZ, M. Lignin and lignosulfonate-based
formulations to protect pyrethrins against photodegradation and volatilization. Industrial and
Engineering Chemistry Research, 53: 13557-13564, 2014.

FINNEY, D. J. Probit analysis. Cambridge University Press. Cambridge, UK, 1971. 331 p.

FRAGOSO, D. B.; GUEDES, R. N. C.; PICANÇO, M. C; ZAMBOLIM, L. Insecticide use and


organophosphate resistance in the coffee leaf miner Leucoptera coffeella (Lepidoptera:
Lyonetidae). Bulletim Entomological Research, 92: 203-212, 2002.

FRAGOSO, D. B.; GUEDES, R. N. C.; REZENDE, S. T. Glutathione S-transferase


detoxification as a potential pyrethroid resistance mechanism in the weevil, Sithophilus
zeamais. Entomologia Experimentalis et Applicata, 109: 21-29, 2003.

GONRING, A. H. R.; DE ANDRADE SILVA; F. M.; PLATA-RUEDA, R. A.; GORRI, J. E.


R.; FERNANDES, F. L. Comparative bioassay methods to determine diamide susceptibility for
two coffee pests. Crop Protection, 121: 34-38, 2019.

GUEDES, R. N. C.; OLIVEIRA, E. E. Resistência a inseticidas. Pragas do cafeeiro: situação e


perspectivas. p. 471-497. In: ZAMBOLIM, L., ed. O estado da arte de tecnologias na
produção de café. Editora UFV, Viçosa, MG, Brasil, 2002. 568 p.

HASAN, F.; ANSARI, M. S. Effects of different brassicaceous host plants on the fitness of
Pieris brassicae (L.). Crop Protection, 30: 854-862, 2010.

ICO. International Coffee Organization. Total production by all exporting countries. 2021.
Disponível em:<https://www.ico.org/new_historical.asp>. Acesso em: 18 jun. 2021.

INFANTE, F., PÉREZ, J.; VEGA, F. E. Redirect research to control coffee pest. Nature, 489:
502-502, 2012.

ISMAN, M. B. Botanical insecticides, deterrents, and repellents in modern agriculture and an


increasingly regulated world. Annual Review of Entomology, 51: 45-66, 2006.

35
ISMAN, M. B.; MIRESMAILLI, S.; MACHIAL, C. Commercial opportunities for pesticides
based on plant essential oils in agriculture: industry and consumer products. Phytochemistry
Reviews, 10: 197-204, 2011.

ISMAN, M. B.; SEFFRIN, R. Natural insecticides from the Annonaceae: A unique example for
developing biopesticides, advances in plant biopesticides. In: Singh D. (eds) Advances in Plant
Biopesticides. Springer, New Delhi. https://doi.org/10.1007/978-81-322-2006-0_2p., pp. 21-
33, 2014.

JARAMILLO, J.; CHABI-OLAYE, A.; KAMONJO, C.; JARAMILLO, A.; VEJA F. E.;
POEHLONG, H. M.; BORGEMEISTER, C. Thermal tolerance of the coffee berry borer
Hypothenemus hampei: predications of climate change impact on a tropical insec pest. Plos
One, 4: 1-11, 2009.

JESCHKE, P. Progress of modern agricultural chemistry and future prospects. Pest


Management Science, 72: 433-455, 2016.

KHALEQUZZAMAN, M.; KHANOM, M. Effects of cypermethrin alone and in combination


with leaf and seed extracts of neem against adult Tribolium castaneum (Herbst). University
Journal of Zoology Rajshahi University, 25: 45-49, 2006.

KIM, S.; LEE, H. S.; AHN, Y. J. Insecticidal activities of aromatic plant extracts and essential
oil against Sitophilus oryzae and Callosobruchus chinensis. Journal of Stored Products
Research, 39: 293-303, 2003.

KRINSKI, D.; MASSAROLI, A. Nymphicidal effect of vegetal extracts of Annona mucosa and
Anonna crassiflora (Magnoliales, Annonaceae) against rice stalk stink bug, Tibraca
limbativentris (Hemiptera, Pentatomidae). Revista Brasileira de Fruticultura, 36: 217-224,
2014.

LUNTZ, A. J. M.; NISBET, A. J. Azadirachtin from the neem tree Azadirachta indica: its action
against the insects. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, 29: 615-632, 2000.

MAAS, P. J. M.; RAINER, H.; LOBÃO, A. Q. Annonaceae. In: Lista de espécies da flora do
Brasil. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2015. Disponível em:
http://floradobrasil.jbj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB110572.

MAAS, P. J. M.; WESTRA, L. Y. T.; RAINER, H.; LOBÃO, A. Q.; ERKENS, R. H. J. An


updated index to genera, species, and infraspecific taxa of Neotropical Annonaceae. Nordic
Journal of Botany, 29: 257-356, 2011.

MACHOTA JUNIOR, R.; BORTOLI, L. C.; BOTTON, M.; GRUTZMACHER, A. D. Fungi


that cause rot in bunches of grape identified in adult fruit flies (Anastrepha fraterculus)
(Diptera: Tephritidae). Chilean journal of agricultural research, 73: 196-201, 2013.

MARTINEZ, S. S.; VAN EMDEN, H. E. Sublethal concentrations of azadirachtin affect food


intake, conversion efficiency and feeding behaviour of Spodoptera littoralis (Lepidoptera:
Noctuidae). Bulletin of Entomological Research, 89: 65-72, 1999.

36
MATIELLO, J. B.; CARVALHO, F. Pesquisa cafeeira, contribuição marcante para o
desenvolvimento da cafeicultura. p. 1-9 In: MALAVOLTA, E., YAMADA, T., GUIDOLIN, J.
A. (Eds.) Nutrição e adubação do cafeeiro. Piracicaba: Instituto da Potassa e do Fosfato, 1983.
224 p.

MENDONÇA, J. M. A.; CARVALHO, G. A.; GUIMARÃES, R. J.; REIS, P. R.; LUIZ


CARLOS DIAS ROCHA, L. C. D. Produtos naturais e sintéticos no controle de Leucoptera
coffeella (Guérin-Mèneville & Perrottet, 1842) (Lepdoptera: Lyonetiidae) e seus efeitos sobre
a predação por vespas. Ciência e Agrotecnologia, 30: 892-899, 2006.

MESQUITA, C. M.; REZENDE, J. E.; CARVALHO, J. S.; FABRI JÚNIOR, M. A.;


MORAES, N. C.; DIAS, P. T.; CARVALHO, R. M.; ARAÚJO, W. G. Manual do café:
distúrbios fisiológicos, pragas e doenças do cafeeiro (Coffea arabica L.). Belo Horizonte:
EMATER-MG, 2016. 62 p.

MCLAUGHLIN, J. L. Paw paw and cancer: annonaceous acetogenins from discovery to


commercial products. Journal of Natural Products, 71: 1311-1321, 2008.

MOHAN, M.; HAIDER Z.; ANDOLA H.; PUROHIT V. K. Essential oils as green pesticides:
for sustainable agriculture. Research Journal of Pharmaceutical, Biology and Chemical
Sciences, 2: 100-106, 2011.

MORALES-RODRIGUEZ, A.; PECK, D. C. Synergies between biological and neonecotinoid


insecticides for the curative control of white grubs Amphimallon majale and Popillia japonica.
Biology Control, 51: 169-180, 2009.

NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; ZUCCHI, R. A. Entomologia econômica. Livroceres:


Piracicaba, SP, 1981. 314 p.

NANTES, J. F. D.; PARRA, J. R. P. Biologia de Perileucoptera coffeella (Guérin-


Méneville,1842) (Lepidoptera: Lyonetiidae), em três variedades de café (Coffea ssp). Anais da
Sociedade Entomológica do Brasil, 6: 156-163,1977.

PARRA, J. R. P. Biologia comparada de Perileucoptera coffeella (Guérin-Meneville, 1842)


(Lepidoptera - Lyonetiidae) visando ao seu zoneamento ecológico no Estado de São Paulo.
Revista Brasileira de Entomologia, 29: 45-76, 1985.

PAVELA, R. Possibilities of botanical insecticide exploitation in plant protection. Pest


Technology, 1: 47-52, 2007.

PIGNATI, W.; OLIVEIRA, N. P.; DA SILVA, A. M. C. Vigilância aos agrotóxicos:


quantificação do uso e previsão de impactos na saúde-trabalho-ambiente para os municípios
brasileiros. Ciência & Saúde Coletiva, 19: 4670-4678, 2014.

PRAKASH, A.; RAO, J. Botanical pesticides in agriculture. CRC Press, New Delhi, India,
1996. 480 p.

RAFFA, K. F.; PRIESTER, T. M. Synergists as research tools and control agents in agriculture.
Journal of Agricultural Entomology, 2: 27-45, 1985.

37
R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for
Statistical Computing, Vienna, Austria, 2020.

RIBEIRO, L. P.; AKHTAR, Y.; VENDRAMIM, J. D.; ISMAN, M. B. Comparative bioactivity


of selected seed extracts from Brazilian Annona species and an acetogenin-based commercial
bioinsecticide against Trichoplusia ni and Myzus persicae. Crop Protection, 62: 100-106,
2014.

RIBEIRO, L. P.; ANSANTE, T. F.; VENDRAMIM, J. D. Efeito do extrato etanólico de


sementes de Annona mucosa no desenvolvimento e comportamento alimentar de Spodoptera
frugiperda. Bragantia, 75: 322-330, 2016.

RIBEIRO L. D. P.; SANTOS M. S.; GONÇALVES G. L. P.; VENDRAMIM J. D. Toxicity of


an acetogenin-based bioinsecticide against Diaphorina citri (Hemiptera: Liviidae) and its
parasitoid Tamarixia radiata (Hymenoptera: Eulophidae). Florida Entomologist, 98: 835-842,
2015.

RIBEIRO, L. P.; VENDRAMIM, J. D.; BICALHO, K. U.; DOS SANTOS ANDRADE, M.;
FERNANDES, J. B.; DE ANDRADE MORAL, R.; & DEMÉTRIO, C. G. B. Annona mucosa
Jacq. (Annonaceae): a promising source of bioactive compounds against Sitophilus zeamais
Mots. (Coleoptera: Curculionidae). Journal of Stored Products Research, 55: 6-14, 2013.

RIGHI, C. A. et al. Influence of rubber trees on leaf miner damage to coffee plants in an
agroforestry system. Agroforestry System, 87: 1351-1362, 2013.

SAHAYARAJ, K.; AMALRAJ, A. Impact of monocrotophos and neem oil mixture on


defoliator management in groundnut. Journal of Food, Agriculture & Environment, 3: 313-
315, 2005.

SALKELD, E. H.; POTTER, C. The effect of the age and stage of development of insect eggs
on their resistance to insecticides. Bulletin of Entomological Research, 44: 527-580, 1953.

SCHNEIDER-ORELLI, O. Entomologisches praktikum-einführung in die land- und


forstwirtschaftliche insektenkunde. Sauerländer, 1947. 237 p.

SOARES, M. C. E.; BALDIN, E. L. L.; SANTOS, T. L.B.; CARVALHO, S. S.;


VENDRAMIM, J. D.; RIBEIRO, L. P. Comparative bioactivity of annonaceous derivatives and
neonicotinoid-based insecticides against the silverleaf whitefly. Crop Protection, 140: 105430,
2020.

SOUZA, C. M.; BALDIN, E. L. L.; RIBEIRO, L. P.; SANTOS, T. L. B.; SILVA, I. F.;
MORANDO, R.; VENDRAMIM, J. D. Antifeedant and growth inhibitory effects of
Annonaceae derivatives on Helicoverpa armigera (Hübner). Crop Protection, 121: 45-50,
2019.

SOUZA, C. M.; BALDIN, E. L. L.; RIBEIRO, L. P.; SILVA, I. F.; MORANDO, R.;
BICALHO, K. U.; VENDRAMIM, J. D.; FERNANDES, J. B. Lethal and growth inhibitory
activities of Neotropical Annonaceae-derived extracts, commercial formulation, and an isolated
acetogenin against Helicoverpa armigera. Journal of Pest Science, 90: 701-709, 2017.

38
SOUZA, J. C.; REIS, P. R.; RIGITANO, R. L. O bicho mineiro do cafeeiro: biologia, danos
e manejo integrado. Boletim Técnico - EPAMIG, 1998. 48p.

STUPP P.; RAKES M.; MARTINS L. N.; PIOVESAN B.; OLIVEIRA D. C.; MIRANDA J.
A. C.; RIBEIRO L. P.; NAVA D. E.; BERNARDI D. Lethal and sublethal toxicities of
acetogenin- based bioinsecticides on Ceratitis capitata and the parasitoid Diachasmimorpha
longicaudata. Phytoparasitica, 48: 477-489, 2020.

SUN, Y. P.; JOHNSON, E. R. Analysis of joint action of insecticides against house flies.
Journal of Economic Entomology, 53: 887-892, 1960.

THOMAS, A.; DOYLE, J. A. Geographic relationships of Malagasy Annonaceae.


Biogéographie de Madagascar, 1996: 85-94, 1996.

TUREK, C.; STINTZING, F. C. Stability of essential oils: a review. Comprehensive Reviews


in Food Science and Food Safety, 12: 40-53, 2013.

WAGNER, H.; ULRICH-MERZENICHB, G. Synergy research: Approaching a new


generationof phytopharmaceuticals. Phytomedicine, 16: 97-110, 2009.

WESTRA, L. Y. T.; MAAS, P. J. M. Tetrameranthus (Annonaceae) revisited including a new


species. PhytoKeys, 12: 1-21, 2012.

ZAHID, S. M. A.; ARSHAD, M.; MURTAZA, G.; ALI, S.; AAQIB, M.; YOUSAF, R. W.;
HUSSAIN, S. Synergetic effect of plant extracts with synthetic insecticides against citrus
mealybug Planococcus citri (Pseudococcidae: Homoptera). Journal of Agricultural and
Social Studies, 1: 1-7, 2016.

39

Você também pode gostar