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CAMPUS DE BOTUCATU
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
BOTUCATU – SP
2021
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE BOTUCATU
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
BOTUCATU – SP
2021
Sumário
1. RESUMO ........................................................................................................................... 4
2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5
3. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 9
4. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 10
4.1. Criação-estoque de Leucoptera coffeella................................................................ 10
4.2. Obtenção e manutenção de mudas de café ............................................................ 11
4.3. Coleta e extração do material vegetal .................................................................... 12
4.4. Screening para escolha do material vegetal .......................................................... 12
4.5. Estimativas das CL50 e CL90 do extrato promissor .............................................. 14
4.6. Estimativas das CL50 e CL90 de Anosom 1 EC® .................................................... 15
4.7. Bioatividade do extrato de A. mucosa sobre L. coffeella via contato .................. 16
4.8. Efeitos subletais do extrato promissor sobre L. coffeella ..................................... 17
4.9. Avaliação de efeito sinérgico ................................................................................... 18
4.10. Análises estatísticas .............................................................................................. 20
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 21
5.1. Screening para escolha do material vegetal........................................................... 21
5.2. Estimativas das CL50 e CL90 ................................................................................... 23
5.3. Bioatividade do extrato promissor sobre L. coffeella via contato ....................... 24
5.4. Efeitos subletais do extrato promissor sobre L. coffeella ..................................... 25
5.5. Sinergismo ................................................................................................................ 26
6. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 33
SINERGISMO ENTRE EXTRATOS BOTÂNICOS DE ANNONACEAE E INSETICIDAS
SINTÉTICOS SOBRE Leucoptera coffeella (GUÉR. - MÉNEV.) (LEPIDOPTERA:
LYONETIIDAE) EM CAFÉ
1. RESUMO
4
2. INTRODUÇÃO
5
até 50% da produção (RIGHI et al., 2013).
Leucoptera coffeella é um microlepidóptero monófago com alto grau de especialização
em se alimentar das folhas do cafeeiro. As fêmeas ovipositam na superfície adaxial das folhas
e, após a eclosão, as larvas se alimentam do parênquima paliçádico. Ao se alimentar, as lagartas
confeccionam minas evidentes, justificando o nome comum da praga. Posteriormente, as
lagartas deixam o interior das folhas para iniciar seu estágio pupal. Nessa fase, as lagartas
aderem-se à face abaxial das folhas onde tornam-se crisálidas (PARRA, 1985; RIGHI et al.,
2013).
Quando as lagartas abandonam a folha de origem para formar as crisálidas, as minas se
transformam em áreas necróticas, reduzindo a capacidade fotossintética da folha (NANTES e
PARRA; 1977). Segundo Souza et al (1998), os danos relacionados ao bicho-mineiro-do-
cafeeiro prejudicam a produção, o rendimento do café e, provavelmente, a longevidade do
cafeeiro, não apenas pela redução da área fotossintética, mas também pela queda das folhas,
fato provocado pelo aumento do nível de etileno.
Embora o conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP) sugira o uso associado e
harmônico de métodos capazes de reduzir as populações da praga, na prática, o controle do
bicho-mineiro-do-cafeeiro é realizado de forma intensa com pulverizações frequentes de
inseticidas sintéticos (MENDONÇA et al, 2006; JESCHKE, 2016). Como principal
consequência do uso indiscriminado do controle químico, há vários relatos de resistência aos
inseticidas, como aqueles de ação neurotóxica (FRAGOSO et al., 2002; FRAGOSO et al.,
2003). Adicionalmente, essa elevada quantidade de inseticida empregada pode provocar
severos danos à saúde humana, além da contaminação de águas superficiais e subterrâneas,
poluição do ar e impactos sobre organismos não-alvo (PIGNATI et al., 2014; BATISTA FILHO
et al., 2003).
Dessa maneira, torna-se fundamental a disponibilização de alternativas de manejo que
possibilitem um controle eficiente mais sustentável em lavouras de café, dada a relevância da
cultura e a vasta área que ocupa mundialmente. Nesse sentido, o interesse por produtos de
origem botânica para o controle de pragas vem crescendo constantemente. Dessa forma,
substâncias de menor risco ao ambiente e à saúde humana vêm sendo pesquisadas, visando a
produção de alimentos mais saudáveis e livres de resíduos de pesticidas (CORRÊA &
SALGADO, 2011).
Os efeitos inseticidas e/ou insetistáticos são proporcionados pela ação de derivados
metabólitos secundários, tais como alcaloides, flavonoides, saponinas e terpenoides, os quais
são produzidos pelas plantas como estratégia de defesa contra herbívoros (ISMAN, 2006).
6
Esses compostos são capazes de afetar negativamente o desenvolvimento dos insetos
(CHARIANDY et al., 1999), agir como barreiras fagodeterrentes na alimentação (BRUCE &
PICKETT, 2011) e atuar como repelentes para insetos-praga (AKHTAR et al., 2012;
ANSANTE et al., 2015).
O uso de extratos botânicos, em geral, é considerado uma opção mais ecológica que os
inseticidas sintéticos por serem mais facilmente degradáveis (TUREK & STINTZING, 2013;
FERNANDEZ-PEREZ et al., 2015); conterem vários metabólitos secundários (reduzindo a
pressão de seleção e, consequentemente, as populações de pragas resistentes); possuírem baixa
a moderada toxidade a mamíferos (ISMAN, 2006; ISMAN et al., 2011), sendo potencialmente
compatíveis com o MIP (PRAKASH & RAO, 1996; KIM et al., 2003).
Dentre as estratégias para contornar características inconvenientes do emprego de
inseticidas sintéticos e de derivados botânicos, merece destaque o uso associado das duas
práticas (GUEDES & OLIVEIRA, 2002; ZAHID et al., 2016). O manejo de pragas por meio
da combinação entre moléculas sintéticas com ação inseticida já é comprovado em diversos
sistemas agrícolas. Nesse sentido, a associação com inseticidas/acaricidas botânicos poderia
potencializar o efeito dos produtos sintéticos utilizados, em virtude de possíveis interações
aditivas ou sinérgicas. Essa combinação pode também permitir a redução do uso de ingredientes
ativos sintéticos, uma vez que vários compostos ativos estariam envolvidos, resultando em
menor pressão de seleção sobre as espécies-alvo, além da redução dos impactos ambientais
provenientes da aplicação de compostos xenobióticos e dos custos de controle (CURTIS, 1985;
SAHAYARAJ & AMALRAJ, 2005; MORALES-RODRIGUEZ & PECK., 2009).
Entre o vasto número de plantas estudadas com potencial para o controle de insetos-
praga, a família Annonaceae destaca-se pela ação inseticida de algumas espécies, o que é
geralmente associado à presença de metabólitos secundários conhecidos como acetogeninas.
Essas substâncias podem interferir na atividade hormonal de lepidópteros (BLESSING et al.,
2010), inibindo a produção de ATP do complexo mitocondrial I (NADH ubiquinona
oxidoredutase) e causando apoptose (ALALI et al., 1999).
Annonaceae é a maior família de plantas da ordem Magnoliales (WESTRA & MAAS
2012) e compreende 135 gêneros e 2.500 espécies (CHATROU et al., 2004; MAAS et al., 2011;
2015), dispersas principalmente em regiões tropicais (THOMAS & DOYLE, 1996).
McLaughlin (2008) realizou um dos maiores estudos sobre a caracterização de compostos
secundários promissores. Dentre 3.500 espécies de plantas analisadas, o autor destacou 14
espécies de anonáceas que produziam acetogeninas. Muitas destas espécies comprovaram a
atividade biológica das acetogeninas tanto sobre insetos de importância médica quanto sobre
7
pragas agrícolas, indicando o grande potencial a ser explorado no controle de insetos com esse
grupo de plantas (CASTILLO-SÁNCHEZ et al., 2010; ISMAN & SEFFRIN, 2014).
Diante da atividade biológica promissora dos extratos de anonáceas e da atual Comentado [U1]: Jé, daqui, não coloquei muita coisa do
tópico Justificativa (do meu projeto inicial), só coloquei essa
necessidade por desenvolvimento de métodos de controle mais sustentáveis e de menor impacto parte da introdução mesmo.
Na justificativa, fala mais sobre as Annonaceas
ao meio ambiente e à saúde humana, o presente estudo teve como objetivo realizar um
Screening dos extratos etanólicos provenientes de sementes de Annona muricata L., Annona
mucosa Jacq., Annona reticulata L., Annona sylvatica A. St.-H. e Annona montana Macf. sobre
L. coffeella, visando selecionar o derivado botânico mais promissor. Na sequência, foi
investigada a bioatividade dos extratos por meio da avaliação de parâmetros biológicos da praga
em laboratório e semi-campo, no qual foram estimados os valores de CL50 e CL90, os efeitos de
contato sobre as minas confeccionadas pela praga e observações de efeitos subletais do extrato
promissor. Em acréscimo aos ensaios sob condições controladas, foi avaliado o efeito sinérgico
entre três inseticidas sintéticos comerciais com o extrato promissor, visando disponibilizar uma
ferramenta alternativa para o controle do bicho-mineiro-do-cafeeiro em lavouras de café.
8
3. OBJETIVOS
Objetivos gerais
- Avaliar o sinergismo entre inseticidas sintéticos e o extrato promissor de Annona spp. sobre
L. coffeella.
Objetivos específicos
- Realizar um Screening com extratos das cinco espécies de anonáceas em concentração única
em laboratório;
- Estimar concentrações letais (CL50, CL90) do extrato considerado promissor no ensaio
preliminar em laboratório;
- Avaliar a bioatividade do extrato promissor (CL50) sobre minas do bicho-mineiro-do-cafeeiro
por via de contato em mudas de café em laboratório;
- Avaliar efeitos subletais do extrato promissor (50% da CL50) via tópica em semi-campo;
- Avaliar o efeito de sinergismo entre concentrações do extrato promissor e frações de
inseticidas comerciais sintéticos (diamidas e tiocarbamato) a campo.
9
4. MATERIAL E MÉTODOS
10
consumo, além mudas novas de café (sem tratamento químico) para oviposição (Figura 1).
As folhas contendo ovos eram retiradas e realocadas em outras gaiolas (mesmas
especificações), destinadas às lagartas. Após o completo desenvolvimento das mesmas, as
folhascontendo crisálidas eram transferidas de volta à gaiola de adultos. Essa criação estoque
(adaptadade PARRA, 1985) permitiu a utilização de insetos durante todo o estudo.
Figura 1. (A) Gaiolas com adultos de L. coffeella, mudas de café e soluções com mel. (B) Fêmea
do bicho-mineiro em oviposição sobre folha de muda de café.
Mudas de café, variedade Catuaí Vermelho IAC 144, foram mantidas em vasos de 1,7 L
contendo solo esterilizado (latossolo vermelho escuro), areia e matéria orgânica em uma
proporção de 1:1:1 (v:v:v), e substrato (Plantmax ®) na proporção de 3:1 (v:v) para realização
dos ensaios. As mudas foram acondicionadas em casa de vegetação e utilizadas nos ensaios
quando apresentavam aproximadamente 10 pares de folhas. Nenhum controle fitossanitário foi
realizado antes dos ensaios, a fim de evitar interferências nas avaliações.
11
4.3. Coleta e extração do material vegetal
As sementes dos frutos maduros dos materiais foram desidratadas e, para isso, foram
mantidas em estufas com circulação de ar forçada a 40°C por 48-72h. Em sequência, foram
moídas em moinho de facas para a obtenção do pó fino e então foram armazenadas em frascos
de vidro hermeticamente fechados, mantidos sob refrigeração (-10°C) até a sua utilização. Os
pós foram macerados em etanol (na proporção 1:5 m.v-1) e mantidos em frascos hermeticamente
fechados por três dias; então foram filtrados por meio de papel filtro, se repetindo este processo
por três vezes. O solvente remanescente na solução filtrada foi eliminado em rotaevaporador à
temperatura de 50°C e à pressão de - 600mmHg.
Para a seleção do extrato promissor, foi realizado um Screening entre as espécies vegetais
em laboratório. Foram utilizadas mudas mantidas em vasos de 1,7 L com solo e substrato
12
Plantmax® na proporção 3:1 e sob iluminação com lâmpadas dos tipos fluorescente “super luz
do dia” (20 W) e fluorescente “plant-light” (Grolux F 20 W T12). Os extratos etanólicos das
cinco espécies de Annonaceae foram solubilizados em uma solução solvente [acetona: metanol
(1:1, v.v-1)] com uma concentração de 1,2% m.v-1. A solução obtida foi aplicada, de maneira
tópica com microatomizador acoplado a uma bomba pneumática, sob pressão de 0,5 Kgf.cm-2
sobre folhas recém minadas (≈ 0,5 cm de diâmetro) com lagartas entre o 2º e 3º instar, em um
volume pré-estabelecido para cobrir a área foliar total.
O ensaio foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com nove
tratamentos, sendo cinco extratos etanólicos de Annona spp. (A. muricata, A. mucosa, A.
reticulata, A. sylvatica e A. montana.); duas testemunhas positivas representadas pelos
inseticidas comerciais Benevia 100 OD® (ciantraniliprole) e Anosom 1 EC® (inseticida
comercial à base de extrato de sementes de Annona squamosa L., sendo seu componente
majoritário a acetogenina anonina) e duas testemunhas negativas constituídas pelo solvente
[acetona: metanol (1:1)] e água. Cada tratamento foi repetido 15 vezes e cada repetição foi
representada por uma muda de café com 10 minas iniciais de bicho-mineiro-do-cafeeiro,
conforme a Figura 2. A avaliação quanto ao efeito larvicida dos tratamentos foi feita aos sete
dias após a aplicação (DAA) por meio da abertura das minas e observação das lagartas vivas
ou mortas.
Figura 2. Detalhe pós-aplicação com volume pré estabelecido em muda de café contendo 10
minas de Leucoptera coffeella.
13
4.5. Estimativas das CL50 e CL90 do extrato promissor
Figura 3. (A) Folhas minadas por Leucoptera coffeella e pulverizadas aguardando secagem;
(B) Detalhe do experimento instalado.
14
4.6. Estimativas das CL50 e CL90 de Anosom 1 EC® Comentado [U2]: Aqui Jé, você acha que a gente deve
juntar as CL’s em um tópico só? Coloquei separado por causa
da metodologia que diferiu no número de minas por
tratamento.
Visando comparar com a bioatividade do extrato etanólico de A. mucosa (ESAM) sobre
L. coffeella via contato, foram também estimadas as concentrações letais para 50% e 90% das
lagartas de bicho-mineiro-do-cafeeiro do inseticida comercial à base de acetogeninas (Anosom
1 EC®), representado a CL50 e a CL90, respectivamente.
O ensaio foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, em que o Anosom 1
EC foi aplicado em cinco concentrações diferentes entre 1 e 2% m.v-1 (0,50; 1,00; 5,71; 11,42
®
e 20,00 g.L-1), definidas por meio da fórmula de Finney (1971). Foram realizadas seis
repetições, sendo cada uma representada por sete folhas contendo uma mina (42 minas por
tratamento). O inseticida foi aplicado de maneira tópica por meio de um microatomizador
acoplado a uma bomba pneumática, sob pressão de 0,5 Kgf.cm-2 sobre folhas recém minadas
(≈ 0,5 cm de diâmetro) em um volume pré-estabelecido para cobrir toda a folha de café (Figura
4). A avaliação quanto ao efeito larvicida foi realizada aos sete dias após a aplicação (7 DAA)
dos tratamentos a partir da abertura das minas e observação das lagartas vivas e mortas.
Figura 4. Folha contendo uma mina de L. coffeella após pulverização com tratamento.
15
4.7. Bioatividade do extrato de A. mucosa sobre L. coffeella via contato
Para avaliar a bioatividade por contato de ESAM sobre L. coffeella, foram realizadas
pulverizações (CL50) sobre mudas de café em um volume previamente estabelecido até o ponto
de escorrimento. O experimento foi conduzido em laboratório sob delineamento inteiramente
casualizado com cinco tratamentos: CL50 do extrato de A. mucosa, duas testemunhas positivas
representadas pela CL50 do inseticida comercial à base de acetogeninas (Anosom 1 EC®) e 50
% da dose bula (DB) do inseticida Benevia 100 OD® (ciantraniliprole), além de duas
testemunhas negativas compostas pelo solvente [acetona:metanol (1:1)] e pela água.
Após a secagem das folhas, as plantas que receberam seus respectivos tratamentos foram
acondicionadas em gaiolas metálicas revestidas com telado antiafídeo (0,5 x 0,45 x 0,45 m).
Cada tratamento foi repetido quatro vezes e as parcelas foram constituídas por uma muda de
café, a qual foi infestada com cinco casais de L. coffeella (Figura 5). Após a constatação do
início da oviposição, os adultos foram mantidos por mais cinco dias e, ao final deste período,
retirados para a quantificação do número de ovos. A possível formação de minas foi avaliada
diariamente nos tratamentos até 20 dias após a retirada dos adultos.
Figura 5. Parcelas de um tratamento, representados pelas gaiolas com mudas e cinco casais
de L. coffeella.
16
4.8. Efeitos subletais do extrato promissor sobre L. coffeella
Visando caracterizar os efeitos subletais dos extratos sobre Leucoptera coffeella, foram
realizados ensaios com cinco tratamentos constituídos por: ESAM (CL50), ESAM (50% da
CL50), testemunha positiva (Anosom 1 EC®) e duas testemunhas negativas (acetona: metanol
[(1:1]) e água). Este ensaio foi realizado em delineamento inteiramente casualizado com seis
repetições, sendo cada repetição constituída por dez minas, sendo as plantas com folhas
minadas mantidas em casa de vegetação, sob condições parcialmente controladas. Os
tratamentos foram aplicados de maneira tópica sobre folhas recém minadas (≈ 0,5 cm de
diâmetro) em um volume pré-estabelecido e capaz de cobrir toda a folha de café.
Para avaliar o efeito sobre as lagartas, após um período suficiente para completarem a
fase imatura, as minas tiveram sua área quantificada (porcentagem em função da área total da
folha). Posteriormente, as folhas contendo as crisálidas foram removidas das plantas e
acondicionadas em gaiolas para dar sequência ao estudo com adultos (Figura 6). Cada gaiola
recebeu um determinado número de mudas de café, conforme o número de insetos de cada
tratamento, estabelecendo um padrão de uma planta para cada quatro crisálidas formadas. Os
parâmetros avaliados foram: área consumida, número de adultos emergidos, número de ovos
depositados e eclodidos.
Figura 6. Gaiolas contendo adultos de Leucoptera coffeella para avaliação de oviposição sobre
mudas de café.
17
4.9. Avaliação de efeito sinérgico
18
e os eventuais ovos de L. coffeella retirados das folhas. Em sequência, foi realizada a
pulverização dos tratamentos nos ramos, os quais foram isolados com gaiolas de voil.
Após 14 DAA, as gaiolas foram retiradas, a fim de avaliar o efeito residual dos
tratamentos por mais sete dias. Assim, aos 21 DAA, foi determinado o número de ovos nas
parcelas e os ramos foram protegidos novamente, para posterior contagem de adultos emergidos
e determinação da eficiência dos tratamentos.
No ensaio preventivo, a mesma metodologia do ensaio residual foi seguida; porém, os
ramos não foram protegidos após a aplicação, deixando-os expostos para o recebimento da praga.
Assim, após sete dias da aplicação, quantificou-se a oviposição e os ramos foram protegidos com
voil para posterior determinação do número de adultos emergidos e a eficiência dos tratamentos.
As eficiências dos ensaios foram obtidas por meio da fórmula de Abbott (NAKANO et al., 1981).
19
4.10. Análises estatísticas
20
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
21
Tabela 2. Mortalidade média (± EP) de lagartas de 2º e 3º instar de Leucoptera coffeella em
folhas minadas após sete dias da aplicação.
Tratamentos Mortalidade (%)1 EC (%)2
Annona muricata 46,60 ± 0,42 b 44,72
Annona mucosa 80,00 ± 0,37 a 79,30
Annona reticulata 46,00 ± 0,49 b 44,10
Annona sylvatica 56,60 ± 0,60 b 55,07
Annona montana 50,00 ± 0,34 b 48,24
Anosom® 1 EC 40,00 ± 0,37 b 37,89
Benevia 100 OD® 60,00 ± 0,45 b 58,59
Acetona: Metanol (1:1) 3,40 ± 0,17 c 0,00
Água 0,00 ± 0,00 c 0,00
F 10,79 -
p < 0,001 -
CV (%) 45,27 -
1
Médias seguidas de letras distintas, nas colunas, indicam diferenças significativas entre os tratamentos (teste de
Scott-Knott, p < 0,05). 2EC = Eficiência de controle dos tratamentos calculada no último período de avaliação, por
meio da fórmula proposta por Schneider-Orelli (1947): MC (%) = [(Mort. (%) em T – Mort. (%) em C) / (100 –
Mort. (%) em C)] * 100; onde: MC (%) = mortalidade corrigida no controle e T = mortalidade no tratamento.
Estudos anteriores têm mostrado a expressiva atividade inseticida do ESAM sobre outras
pragas, como Spodoptera frugiperda J.E. Smith (Lepidoptera: Noctuidae) (ANSANTE et al.,
2015), Sitophilus zeamais Mots. (Coleoptera: Curculionidae) (RIBEIRO et al., 2013), Tibraca
limbativentris Stal. (Hemiptera: Pentatomidae) (KRINSKI e MASSAROLI, 2014),
Trichoplusia ni Hübner (Lepidoptera: Noctuidae) e Myzus persicae Sulzer (Hemiptera:
Aphididae) (RIBEIRO et al., 2014).
A maior mortalidade verificada a partir do uso do ESAM está provavelmente relacionada
à maior toxicidade de seus compostos em relação aos demais extratos, promovendo assim uma
maior mortalidade de lagartas. Dentre os compostos secundários de Annonaceae, merecem
destaque as acetogeninas, as quais possuem diversidade estrutural e ampla variedade de
atividades biológicas, como efeitos inseticidas e acaricidas (CAVÉ et al., 1997; COLOM et al.,
2008; BLESSING et al., 2010).
Os resultados deste estudo são originais para L. coffeella, mas a eficiência encontrada
certifica com outras pesquisas científicas que evidenciaram o potencial inseticida do ESAM no
controle de insetos de várias ordens (RIBEIRO et al., 2014; ANSANTE et al., 2015). Os dados
obtidos no presente trabalho demonstraram que o ESAM apresentou eficiência superior a todos
os tratamentos, inclusive ao inseticida comercial Anosom 1 EC®, fato também observado em
outros estudos. Soares et al. (2020) avaliaram o efeito de diferentes extratos de Annonaceae
sobre a mosca-branca Bemisia tabaci biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae) em tomateiro e
constataram melhor eficiência do ESAM em comparação com os inseticidas Anosom® e
22
Actara® 250 WG (neonicotinoide). Efeitos superiores desse extrato em comparação com
inseticidas convencionais também já foram documentados para importantes noctuídeos como
Helicoverpa armigera (Hübner) (SOUZA et al., 2017, 2019).
23
5.3. Bioatividade do extrato promissor sobre L. coffeella via contato
Tabela 4. Parâmetros avaliados de Leucoptera coffeella em mudas de café após aplicação dos
tratamentos em laboratório.
Tratamentos Nº de ovos Minas formadas Viabilidade
ESAM CL50 15,25 b 2,25 b 1,25 b
Anosom 1 EC® CL50 7,75 b 0,25 c 1,00 b
Benevia 100 OD® 50% DB 27,25 a 0,25 c 0,50 b
Acetona: metanol (1:1) 31,5 a 11,00 a 24,25 a
Água 38,5 a 11,00 a 21,25 a
F 4,90 92,35 30,79
p 0,0099 < 0,001 < 0,001
Médias seguidas de letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas entre os tratamentos pelo Teste
deTukey, p < 0,05. Número de ovos foi submetida a transformação raiz cúbica (x). Viabilidade foi submetida a
transformação Box-Cox (x+1), λ= 0,2.
Em trabalho com videira, Stupp et al. (2020) reportaram que a utilização de ESAM
promoveu redução na oviposição dos adultos de Ceratitis capitata Wiedemann (Diptera:
Tephritidae), em relação aos controles negativos (água e solventes). A diminuição no número
de ovos de C. capitata e L. coffeella, quando submetidos ao ESAM, pode ser consequência da
presença de acetogeninas em sua composição, os quais apresentam reconhecida ação sobre o
comportamento de insetos-praga, afetando sua oviposição (ISMAN & SEFFRIN, 2014;
RIBEIRO et al., 2015; BERNARDI et al., 2017). O reduzido número de ovos é um componente
importante para a redução de populações de pragas em áreas de produção de café, diminuindo
o número de folhas minadas e resultando na manutenção das taxas fotossintéticas e dos índices
de produtividade (NANTES & PARRA, 1977; SOUZA et al., 1998; MACHOTA JÚNIOR et
al., 2013).
24
O reduzido número de minas formadas se deve à baixa eclosão de ovos de L. coffeella.
Segundo Bastos et al. (2018), a pulverização do extrato de sementes de A. mucosa em plantas
de tomate reduziu, consideravelmente, a eclosão de ovos de Tuta absoluta Meyrick
(Lepidoptera: Gelechiidae), inviabilizando 91% dos ovos, quando comparado com os controles
negativos água e metanol. Os autores reportam que compostos encontrados no extrato atuam
no desenvolvimento embrionário dos ovos dos insetos.
Após ensaio de bioatividade do extrato promissor, foi realizado ensaio para avaliar os
efeitos subletais da CL50 e de 50% de CL50 do extrato, bem como do inseticida comercial
Anosom 1 EC® sobre Leucoptera coffeella. Foram avaliados parâmetros como consumo de área
foliar (porcentagem de área foliar consumida em relação à área foliar total), número de adultos
emergidos, número de ovos depositados e de ovos eclodidos, conforme Tabela 5.
Tabela 5. Parâmetros biológicos de Leucoptera coffeella em mudas de café após aplicação dos
tratamentos em casa de vegetação.
Tratamentos Área foliar (%) Nº de adultos Nº de ovos Nº ovos
eclodidos
ESAM CL50 24,63 ± 1,61 c 1,67 ± 0,33 bc 9,67 ± 0,21 bc 4,27 ± 0,13 c
ESAM 50 % CL50 24,11 ± 1,52 c 2,83 ± 0,31 b 12,17 ± 0,60 b 4,80 ± 0,30 bc
Anosom 1 EC® 27,71 ± 2,28 c 2,33 ± 0,33 b 8,50 ± 0,81 c 3,95 ± 0,30 c
Acetona: Metanol 64,77 ± 7,07 b 7,17 ± 0,48 a 20,17 ± 0,87 a 6,95 ± 0,76 ab
Água 82,33 ± 3,30 a 7,33 ± 0,21 a 27,00 ± 3,34 a 7,27 ± 0,37 a
F 49,34 64,46 44,19 10,51
df 4 4 4 4
p < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001
Médias seguidas de letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas entre os tratamentos pelo Teste
de Tukey, p < 0,05. Área foliar, eclosão e oviposição foram submetidas a transformação Box-Cox (x + 1) = -0,26.
25
De acordo com Ribeiro et al. (2016), ESAM interferiu no desenvolvimento pós-
embrionário de S. frugiperda), gerando redução na viabilidade das fases larval em 27,92 % e
pupal em 29,59% dos insetos, quando comparada ao controle, que permitiu viabilidades de
71,25% na fase larval e de 70,00% na fase pupal. Essa menor viabilidade de fases de S.
frugiperda e menor emergência de adultos em L. coffeella devem estar associadas aos efeitos
das acetogeninas presentes no extrato etanólico sobre a atividade enzimática dos insetos,
apresentando implicações na fisiologia do trato digestivo e do ganho de biomassa corpórea
(MARTINEZ & VAN ENDEM, 1999; LUNTZ & NISBET, 2000).
Bastos et al. (2018), reportaram que aplicações de extrato de A. mucosa reduziram
consideravelmente a eclosão de ovos em Tuta absoluta Meyrick (Lepidoptera: Gelechiidae),
inviabilizando 91,00% dos ovos tratados, diferindo das testemunhas negativas água e metanol.
A baixa taxa de eclosão de ovos de T. absoluta e de L. coffeella está relacionada ao acúmulo de
compostos do extrato etanólico em camadas interiores dos ovos, promovendo uma ação tóxica
e paralisando o desenvolvimento embrionário dos insetos (SALKELD e POTTER, 1953).
Considerando-se todos os resultados desta primeira etapa, constatou-se que ESAM
apresenta bioatividade superior a dos demais extratos de Annonacea avaliados. Além de ESAM
apresentar baixos valores de CL50 e CL90, os tratamentos ESAM CL50 e ESAM 50 % CL50
apresentaram resultados semelhantes ao do inseticida comercial à base de acetogeninas
(Anosom 1 EC®) nos ensaios de efeitos subletais sobre L. coffeella, ressaltando ainda mais o
potencial deste derivado botânico sobre o bicho-mineiro-do-cafeeiro. Comentado [U3]: Acho que essa parte não precisa aqui, já
que tem conclusão lá no final.
5.5. Sinergismo
26
Tabela 6. Eclosão de ovos com formação de minas iniciais (média ± EP) de Leucoptera
coffeella após a aplicação dos tratamentos em ensaio de efeito preventivo.
Tratamentos
Minas iniciais1 EC2 FS3 Classificação
Adição
1 CL50 ESAM 7,80 ± 1,36 c 93,19
2 Altacor® 9,20 ± 2,15 c 91,97
3 Benevia 100 OD® 9,00 ± 2,37 c 92,14
4 Cartarys® 4,60 ± 1,60 d 95,98
5 Altacor® 1,80 ± 1,11 d 98,42 5,11 Sinergismo
6 Benevia 100 OD® 4,00 ± 3,10 d 96,50 2,25 Sinergismo
7 Cartarys® CL50 0,80 ± 0,49 d 99,30 5,75 Sinergismo
8 ½ DB Altacor® ESAM 0,80 ± 0,80 d 99,30
9 ½ DB Benevia 100 OD® 8,40 ± 2,50 c 92,67
10 ½ DB Cartarys® 9,40 ± 1,96 c 91,79
11 Anosom 1 EC® 54,20 ± 1,62 b 52,70
12 Acetona: Metanol (1:1) 104,20 ± 11,87 a -
13 Água 114,60 ± 13,91 a -
F 66,60
Valor de p <0,001
1
Médias seguidas de letras distintas, nas colunas, indicam diferenças significativas entre os tratamentos (teste de
Scott-Knott, p < 0,05).
² EC = Eficiência de controle dos tratamentos calculada no último período de avaliação, por meio da fórmula proposta
por Schneider-Orelli (1947): FM (%) = [(Form. de minas (média) em T – Form. de minas (média) em C) / (100 –
Form. de minas (média) em C)] * 100, onde: FM (%) = formação de minas corrigida no controle e T = formação
deminas no tratamento.
3
FS = Fator de sinergismo: FS = Efeito nas minas iniciais proporcionado pelo inseticida sintético/ Efeito nas minas
iniciais proporcionado pelo inseticida sintético + derivado botânico
Com base nos resultados obtidos, verificou-se sinergismo (FS variando entre 2,25 e 5,75)
nas combinações envolvendo Altacor®, Benevia 100 OD® e Cartarys® com ESAM (CL50)
(Tabela 6).
No ensaio que avaliou o efeito residual (Tabela 7), os tratamentos Cartarys®, ½ DB
Altacor® + ESAM (CL50) e ½ DB Cartarys® + ESAM (CL50) foram os que mais inibiram a
formação de minas iniciais do bicho-mineiro-do-cafeeiro (3,40 - 7,60 minas), com índices de
eficiência superiores a 90,00%. Os resultados das misturas de ESAM com Cartarys® e Altacor®
indicaram a ocorrência de sinergismo.
27
Tabela 7. Eclosão de ovos com formação de minas iniciais (média ± EP) de Leucoptera
coffeella em ramos liberados aos 14 DAA e avaliados aos 21 DAA em ensaio de efeito residual.
Tratamentos
Minas iniciais1 EC2 FS3 Classificação
Adição
1 CL50 ESAM 25,6 ± 3,30 c 67,59
2 Altacor® 17,8 ± 3,25 c 77,47
3 Benevia 100 OD® 12,4 ± 2,62 c 84,30
4 Cartarys® 14,2 ± 2,80 c 82,03
5 Altacor® 15,2 ± 2,87 c 80,76 1,17 Sinergismo
6 Benevia 100 OD® 13,0 ± 1,87 c 83,54 0,95 -
7 Cartarys® CL50 5,80 ±1,59 d 92,66 2,44 Sinergismo
8 ½ DB Altacor® ESAM 3,40 ± 1,29 d 95,70
9 ½ DB Benevia 100 OD® 18,4 ± 4,30 c 76,71
10 ½ DB Cartarys® 7,60 ± 4,31 d 90,38
11 Anosom 1 EC® 50,0 ± 4,05 b 36,71
12 Acetona: Metanol (1:1) 70,4 ± 6,36 a -
13 Água 79,0 ± 6,78 a -
F 38,4
p <0,001
1
Médias seguidas de letras distintas, nas colunas, indicam diferenças significativas entre os tratamentos (teste de
Scott-Knott, p < 0,05).
² EC = Eficiência de controle dos tratamentos calculada no último período de avaliação, por meio da fórmula proposta
por Schneider-Orelli (1947): FM (%) = [(Form. de minas (média) em T – Form. de minas (média) em C) / (100 –
Form. de minas (média) em C)] * 100, onde: FM (%) = formação de minas corrigida no controle e T = formação
deminas no tratamento.
3
FS = Fator de sinergismo: FS = Efeito nas minas iniciais proporcionado pelo inseticida sintético/ Efeito nas minas
iniciais proporcionado pelo inseticida sintético + derivado botânico.
Para o ensaio de efeito curativo, as avaliações tiveram como objetivo quantificar a área
foliar consumida por lagartas de aproximadamente 4º ínstar (Tabela 8) e, na sequência,
determinar a sua mortalidade (Tabela 9). Os tratamentos que proporcionaram menores
porcentagens de área foliar consumida (0,38 – 0,60%) pelo inseto foram Benevia 100 OD®,
Cartarys®, Anosom 1 EC®, além das misturas entre Altacor® + ESAM (CL50), Benevia 100 OD®
+ ESAM (CL50), Cartarys® + ESAM (CL50) e ½ DB Altacor® + ESAM (CL50). Os índices de
eficiência desses tratamentos superaram 80,00%. Contudo, só foi constatado efeito sinérgico a
partir da mistura Altacor® + ESAM (CL50) (FS= 4,17).
28
Tabela 8. Área foliar consumida (média ± EP) por lagartas de Leucoptera coffeella após sete
dias da aplicação dos tratamentos em ensaio de efeito curativo (n = 50).
Tratamentos Minas iniciais1
EC2 (%) FS3 Classificação
Adição
1 CL50 ESAM 1,07 ± 0,26 b 69,07
2 Altacor® 1,59 ± 0,55 b 53,96
3 Benevia 100 OD® 0,60 ± 0,15 c 82,56
4 Cartarys® 0,40 ± 0,16 c 88,37
5 Altacor® 0,38 ± 0,12 c 88,37 4,17 Sinergismo
6 Benevia 100 OD® 0,62 ± 0,36 c 82,15 0,96 -
7 Cartarys® CL50 0,57 ± 0,18 c 83,44 0,70 -
8 ½ DB Altacor® ESAM 0,54 ± 0,26 c 84,41
9 ½ DB Benevia 100 OD® 1,08 ± 0,32 b 68,67
10 ½ DB Cartarys® 1,06 ± 0,38 b 69,32
11 Anosom 1 EC® 0,39 ± 0,07 c 88,83
12 Acetona: Metanol (1:1) 3,13 ± 0,55 a -
13 Água 3,46 ± 0,37 a -
F 4,78
p <0,001
1
Médias seguidas de letras distintas, nas colunas, indicam diferenças significativas entre os tratamentos (teste de
Scott-Knott, p < 0,05).
² EC = Eficiência de controle dos tratamentos calculada no último período de avaliação, por meio da fórmula proposta
por Schneider-Orelli (1947): AF (%) = [(Área foliar (média) em T – Área foliar (média) em C) / (100 – Área foliar
(média) em C)] * 100, onde: AF (%) = área foliar corrigida no controle e T = área foliar no tratamento.
3
FS = Fator de sinergismo: FS = Efeito na área foliar proporcionado pelo inseticida sintético/ Efeito na área foliar
proporcionado pelo inseticida sintético + derivado botânico.
29
Tabela 9. Mortalidade (média ± EP) de lagartas de Leucoptera coffeella após sete dias da
aplicação dos tratamentos em ensaio de efeito curativo (n = 50).
Tratamentos
Mortalidade1 (%) Viabilidade EC2 (%)
Adição
1 CL50 ESAM 31,67 ± 0,40 a 36,67 62,06
2 Altacor® 40,00 ± 0,36 a 20,00 63,88
3 Benevia 100 OD® 26,67 ± 0,49 a 46,67 51,72
4 Cartarys® 36,67 ± 0,42 a 26,67 72,41
5 Altacor® 41,16 ± 0,16 a 16,67 82,75
6 Benevia 100 OD® 36,67 ± 0,42 a 26,67 72,41
7 Cartarys® CL50 35,50 ± 0,56 a 30,00 68,96
8 ½ DB Altacor® ESAM 40,00 ± 0,44 a 20,00 79,31
9 ½ DB Benevia 100 OD® 35,00 ± 0,56 a 30,00 68,96
10 ½ DB Cartarys® 33,33 ± 0,61 a 33,33 65,51
11 Anosom 1 EC® 13,33 ± 0,42 b 73,33 24,13
12 Acetona: Metanol (1:1) 5,50 ± 0,22 b 90,00 -
13 Água 1,67 ± 0,16 b 96,67 -
F 4,78
p <0,001
1
Médias seguidas de letras distintas, nas colunas, indicam diferenças significativas entre os tratamentos (teste de
Scott-Knott, p < 0,05).
² EC = Eficiência de controle dos tratamentos calculada no último período de avaliação, por meio da fórmula proposta
por Schneider-Orelli (1947): MC (%) = [(Mortal. (%) em T – Mortal. (%) em C) / (100 – Mortal. (%) em C)] *
100,onde: MC (%) = mortalidade corrigida no controle e T = mortalidade no tratamento.
30
o efeito inseticida, bem como reduzir a possibilidade reduzir o tempo de sobrevivência e a
reprodução de populações resistentes a uma determinada molécula sintética, na ausência de
resistência múltipla documentada.
Portanto, o sinergismo entre ESAM e inseticidas sintéticos se apresenta como uma
estratégia valiosa para o manejo de L. coffeella em lavouras de café. Trata-se de ser uma
alternativa vantajosa a ser considerada nos programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP) da
cultura, reduzindo os riscos à saúde do trabalhador e do meio ambiente (MOHAN et al., 2011),
além de diminuir o emprego abusivo de inseticidas sintéticos (PAVELA, 2007; DAYAN et al.,
2009).
31
6. CONCLUSÕES
32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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