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Malú Maide Macário De Oliveira

EFEITO DE DIFERENTES TIPOS DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA NA DENSIDADE


POPULACIONAL DA MOSCA BRANCA (Bemisia tabaci) E DE PULGÃO DA
COUVE (BREVICORYNE BRASSICA) NA COUVE TRONCHUDA (Brassica oleracea
Var.Acephala)

(Licenciatura em Agro-pecuária com habilitação em Extensão Rural)

Universidade Rovuma

Extensão de Lichinga

2021
Malú Maide Macário De Oliveira

EFEITO DE DIFERENTES TIPOS DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA NA DENSIDADE


POPULACIONAL DA MOSCA BRANCA (Bemisia tabaci) E DE PULGÃO DA
COUVE (BREVICORYNE BRASSICA) NA COUVE TRONCHUDA (Brassica oleracea
Var.Acephala)

Monografia, a ser apresentada ao Departamento de


Ciências Alimentares e Agrária, na Universidade
Rovuma, para obtenção do grau académico de
Licenciatura em Agro-pecuária, com Habilitação em
Extensão Rural.

Supervisora: Enga, MSc: Virgínia Sousa

Universidade Rovuma

Extensão de Lichinga

2021
Índice
1. CAPITULO I: Introdução...................................................................................................3
1.2. Problema...........................................................................................................................5
1.3. Justificativa.......................................................................................................................6
1.4. Objectivos.........................................................................................................................7
1.4.1. Gerais:........................................................................................................................7
1.4.2. Específicos:................................................................................................................7
1.5. Questões de pesquisa........................................................................................................7
1.6. Hipóteses..........................................................................................................................7
1.7. Enquadramento do tema...................................................................................................8
1.8. Objecto de estudo.............................................................................................................8
2. CAPITILO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................9
2.1. Couve...............................................................................................................................9
2.2. Descrição Botânica...........................................................................................................9
2.3. Exigência Edafoclimaticas.............................................................................................10
2.4. O pulgão da couve..........................................................................................................13
2.5. Classificação Botânica...................................................................................................13
2.6. A mosca-branca..............................................................................................................15
2.7. Classificação Botânica...................................................................................................16
3. CAPITULO III: METODOLÓGIA..................................................................................20
3.1. Discrição de local de estudo...........................................................................................20
3.2. Características Agro-Ecológicas da Área de estudo Solos.............................................20
3.3. Temperatura e Precipitação............................................................................................20
3.4. Vegetação.......................................................................................................................21
3.5. Material..........................................................................................................................21
3.6. Métodos..........................................................................................................................21
3.7. Amostragens e análise de dados.....................................................................................24
4. Bibliografia.......................................................................................................................25
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1. CAPITULO I: Introdução

A couve tronchuda (Brassica oleracea L. var. costata DC) é uma planta da família
Cruciferae (ou Brassicaceae), cultivada na Península Ibérica para ser usada em alimentação
humana. Oleracea fornecem nutrientes importantes, como as vitaminas A, C e ácido fólico, os
minerais cálcio e potássio e fibras. Adicionalmente, estas couves têm um baixo teor de
gorduras e de calorias. Contudo, o conhecimento da composição da couve tronchuda estava
limitado aos nutrientes, alguns produtos resultantes do metabolismo primário e aos
glucosinolatos. (Trani et al, 2015).

Estatísticas mundiais estimam que a China é o maior produtor mundial de couves e


outras brássicas, seguida por Índia, Rússia, Coreia do Sul, Ucrânia e Japão (FAOSTAT,
2014).

Em Moçambique, a couve é uma hortícola bem conhecida e estabelecida, produzida


principalmente pelos agricultores do sector familiar (Rulkens, 1996), posicionando-se em
terceiro lugar, depois do tomate e cebola. As potenciais áreas de produção da couve no país
são os vales do rio Incomati, Umbeluzi e Limpopo no sul, as regiões planálticas de Manica e
Angónia no centro e a região de Lichinga no norte (INE, 2016).

A couve é importante pois contribui para o aumento da renda do sector familiar e


proporciona uma alimentação equilibrada. Entretanto, à semelhança do que acontece nas
outras regiões do mundo, a sua produção enfrenta adversidades, especialmente no que se
refere a pragas, pois além de depreciar o produto, pode ocasionar perda total da cultura (Villas
Bôas et al, 1990).

No cultivo da couve, o manejo fitossanitário é uma das principais actividades que


garantem o sucesso da produção e dentre a principal praga existente para essa cultura
encontra-se o pulgão e mosca branca (Speridião, 2017).

Na última década, os problemas fitovirológicos associados a B. tabaci têm assumido


importância crescente na agricultura a nível mundial, devido à dispersão de vírus endémicos
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de regiões tropicais e subtropicais, em novas áreas geográficas e também à emergência de


vírus novos, ou ainda não descritos (Louro, 2004; Brown, 2007).

A mosca-branca Bemisia tabaci biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae) é praga de


diversas culturas, sendo capaz de se alimentar de mais de 500 espécies de vegetais,
principalmente algumas das famílias cucurbitáceas, solanáceas, brássicas, fabáceas,
euforbiáceas, malváceas e plantas ornamentais (Haji et al., 2015)

E não só pulgão da couve Brevicoryne brassicae L. (Hemiptera: Aphididae) também é


uma praga importante da couve (brassica oleracea var.acephala). Esta espécie ataca plantas
pertencentes ao gênero Brassica em todo o mundo. Os danos causados por este insecto são
sucção de seiva, introdução de toxinas e transmissão de viroses além disso, em couve, o
ataque severo de pulgões pode provocar a má formação de cabeças na planta (Catie, 2014).

A utilização da prática da adubação orgânica além de favorecer a drenagem e aeração


do solo aumenta a retenção de água, os níveis de nutrientes e a população de organismos
benéficos no solo e na planta, melhorando o desenvolvimento radicular (Malavolta et al,
2002).

As plantas produzidas em ambientes com excesso de agro-químicos apresentam-se


desequilibradas nutricionalmente e vulneráveis ao ataque de doenças e pragas (Primavesi,
1988; Altieri & Nicholls, 1999).

O manejo do solo com práticas que não agridam a biota e favoreçam a ciclagem de
nutrientes o fundamental para obtenção de plantas Saudáveis, tais como: redução da
mecanização do solo (plantio directo ou cultivo mínimo); uso preferencial de adubos verdes;
plantas de cobertura; estercos e compostos (Venzon et al, 2016).

As adubações com 75 e 90 t ha-1 de composto orgânico proporcionaram as maiores


infestações de pulgões verdes nas plantas. Portanto, as plantas que tem maior disponibilidade
de nutrientes apresentaram maiores níveis de infestação de pulgão verde. Quantidade de
nutrientes nas plantas submetidas a maiores doses de adubação culmina em uma maior
concentração de aminoácidos livres (Torales et a., 2014).
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Alteração na concentração destes aminoácidos pode ocasionar uma maior atractividade


após a picada de prova dos pulgões nas plantas mais adubadas em relação àquelas cultivadas
com menores doses de composto orgânico. De forma geral, estes aminoácidos livres
favorecem directamente o desenvolvimento do pulgão verde, o que diminui seu tempo de
geração e, consequentemente, aumenta sua velocidade de colonização das plantas (Bortoli et
al, 2005).
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1.2. Problema

O ataque de insectos-praga e fitopatógenos intensificam a atenção e cuidados que


devem ser dispensados ao planeamento das actividades de controlo, tendo em vista serem
esses os principais componentes de perda na produção da couve. Devida à vulnerabilidade das
culturas a fitopatógenos e a outros organismos que debilitam a planta, tem ocorrido à alta
utilização de produtos fitossanitários químicos, atitude que gera polémica pela população
mundial. A busca por alimentos mais saudáveis e de menos impacto ao ambiente faz com que
a sociedade exija alimentos com menor taxa de produtos químicos utilizados. Questão
delicada, pois atitudes radicais de isenção de fitossanitários podem resultar no
desaparecimento de alguns produtos agrícolas como as Brassicaceae (Filgueira, 2017).

Além dos métodos químicos existem outras maneiras de se controlar a praga como:
métodos mecânicos, e métodos culturais que consistem em técnicas de controlo baseadas no
conhecimento ecológico e biológico das plantas, entre eles rotação de cultura, aração do solo,
época de plantio e colheita, destruição de restos de cultura, cultura ao limpo, poda, adubação,
e irrigação, plantio directo e outros sistemas de cultivo. Há também métodos de resistência de
plantas, na qual se emprega na lavoura plantas resistentes, estas não sofrendo danos dos
insectos. Estudos mostram métodos que se baseiam no estudo da fisiologia de insectos
chamado de método de controlo por comportamento que utiliza como principal acção o uso de
hormônios como: hormônio endócrino, neurormônios, e feromônios (Galo et al, 2018).
Por outro lado, o produto químico (insecticidas) comummente utilizado não tem-se
mostrado eficiente no controlo desta, isso porque as pragas tem-se tornado resistente a esses
produtos. Não só mas também tem custo muito elevado para o bolso dos produtores.

Diante dos problemas descritos coloca-se a seguinte questão: Qual é o adubo que oferecerá
redução da densidade populacional de mosca branca (bemisia tabaci) e de pulgão da couve
(brevicoryne brassica) na couve tronchuda (brassica oleracea var.acephala) e incremento
dos inimigos naturais?
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1.3. Justificativa

Com a realização deste trabalho pode ajudar a população a evitar a intoxicação por compostos
químicos causados por adubo inorgânico e a minimizar os custos de produção. Visto que a
produção agrícola preocupa sociedade nos últimos anos, o ser humano tem sido mais exigente
na escolha de alimentos, está sempre a procura de alimentos saudáveis e livre de agro-tóxicos.
A opinião pública actual sobre estes fatos tem reforçado a necessidade de se desenvolver
novas técnicas de controlo, que reduzem ou eliminem os crescentes níveis de utilização destas
substâncias tóxicas, fomentando o interesse sobre pesquisas e trabalhos relacionados a
insecticidas naturais como alternativa tecnológica ao controle de doenças e pragas na
agricultura e pecuária (Endersby, 2014). Diversos são os trabalhos que mostram o efeito da
utilização da adubação sobre as pragas, pois uma adubação correta, além de nutrir as plantas,
faz com que estas tolerem o ataque das pragas. Quando se utiliza um sistema de fertilização
baseado na reutilização de materiais orgânicos, tem-se benefícios não somente quanto à
nutrição da planta, mas principalmente no que se refere à melhoria das condições físicas,
químicas e biológicas do solo.

Além dos impactos que podem ser gerados na produtividade da cultura, tratos culturais podem
gerar modificações nos processos metabólicos da planta, podendo alterar assim sua fisiologia.
Deste modo, as alterações não só na planta como no ambiente podem gerar uma condição
favorável ou desfavorável em outros aspectos como a flutuação populacional de insectos.
Sabe-se que ao modificar o estado nutricional das plantas, podemos influenciar os parâmetros
biológicos dos insectos como: crescimento, desenvolvimento e sua reprodução (Awmack;
Leather, 2002), Dentre as pragas agrícolas que acometem o cultivo de plantas da família
Brassicaceae, como a couve, é a mosca branca (bemisia tabaci) e pulgão da couve
(brevicoryne brassica) no qual se alimenta principalmente de minerais, aminoácidos e
proteínas presentes no floema da planta, é considerado praga-chave.
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1.4. Objectivos
1.4.1. Gerais:
 Avaliar o efeito de diferentes tipos de adubo na densidade populacional de mosca
branca (Bemisia tabaci) e de pulgão da couve (Brevicoryne brassica) na couve
tronchuda (Brassica oleracea var.acephala).

1.4.2. Específicos:

 Determinar as variáveis: Densidade populacional de mosca branca (Bemisia tabaci) e


de pulgão da couve (Brevicoryne brassica), Número de folhas atacadas, Peso da planta
(kg) e índice de ataque;
 Identificar o adubo que atrai menor densidade populacional de mosca branca (Bemisia
tabaci) e de pulgão da couve (Brevicoryne brassica) e incremento dos seus inimigos
naturais;
 Propor aos produtores o adubo que atrai menor densidade populacional de mosca
branca (bemisia tabaci) e de pulgão da couve (Brevicoryne brassica).

1.5. Questões de pesquisa

 Como serão determinados as variáveis: Densidade populacional de mosca branca


(Bemisia tabaci) e de pulgão da couve (Brevicoryne brassica), Número de folhas
atacadas, Peso da planta em kg e índice de ataque?
 Que adubo atrai menor densidade populacional de mosca branca (Bemisia tabaci) e de
pulgão da couve (Brevicoryne brassica)?
 Que adubo atrai menor densidade populacional de mosca branca (Bemisia tabaci) e de
pulgão da couve (Brevicoryne brassica) para se propor aos produtores?

1.6. Hipóteses

H0: Pelo menos um tipo de adubo ajudara na redução da densidade populacional de mosca
branca (Bemisia tabaci) e de pulgão da couve (Brevicoryne brassica) na couve tronchuda
(Brassica oleracea var.acephala);
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H1: Os diferentes tipos de adubo não ajudaram na redução da densidade populacional de


mosca branca (Bemisia tabaci) e de pulgão da couve (Brevicoryne brassica) na couve
tronchuda (Brassica oleracea var.acephala).

1.7. Enquadramento do tema

O tema enquadra-se nas disciplinas das Pragas agrícolas e Controlo de Infestantes, Fito
patologia e Fito farmacologia, Ecologia ênfase em Agro-pecuária, Culturas Alimentares e
Industrias.

1.8. Objecto de estudo

A pesquisa tem como objecto de estudo “efeito de diferentes tipos de adubo na densidade
populacional de mosca branca (bemisia tabaci) e de pulgão da couve (brevicoryne brassica)
na couve tronchuda (brassica oleracea var.acephala)”
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2. CAPITILO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Couve
A couve tronchuda (Brassica oleracea L. var. costata DC) é uma planta da família Cruciferae
(ou Brassicaceae), cultivada na Península Ibérica para ser usada em alimentação humana.
Entre muitos dos seus atributos relevantes para a saúde, as variedades da espécie B. oleracea
fornecem nutrientes importantes, como as vitaminas A, C e ácido fólico, os minerais cálcio e
potássio e fibras (Camargo, 1984).

Entre as orticolas, a família Brassicaceae é a mais numerosa, totalizando 14 hortaliças


folhosas, dentro das quais se ressalta, pela importância económica e nutricional, a couve
(Brassica oleracea L. var. acephala) (Filgueira, 2000). Segundo Camargo (1984) esta
hortaliça destaca-se pela facilidade de cultivo e pela riqueza de sais minerais e vitaminas
tendo grande importância na alimentação humana.

2.2. Descrição Botânica

Segundo Maia et al, (2016) a couve é uma cultura perene que normalmente cresce
como anual nas zonas temperadas e chega a atingir cerca de 1 metro de altura. Como perene, a
couve desenvolve-se em duas fases, sendo a primeira fase o crescimento vegetativo e a
segunda o crescimento e desenvolvimento das partes reprodutiva.

A couve tem como característica:

Sistema radicular: Possui um sistema radicular bastante ramificado e muito desenvolvido.


As raízes chegam a atingir entre 0.6 a 1.2 metros de extensão lateral no fim da 1 fase de
crescimento (Who, 2017).
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Caule e Folhas: possui um caule comparativamente curto. O caule floral desenvolve se a


partir de das folhas e pode atingir cerca de 0.6 a 1.2 metros de altura. As folhas são simples,
ovais, em forma de roseta ao redor do caule, largas, bem desenvolvidas e frescas (Maia et al,
2014).

Flores, frutos, e sementes: a inflorescência é terminal e é um racimo. A inflorescência é


composta por flores hermafroditas, regulares compostas por 4 sépalas e pétalas brancas ou
amarelas claras ou amarelas claras, e 6 estomas. O fruto é uma longa e delgada vagem a
siligua. A semente é castanha clara acastanhada chocolate e ligeiramente irregular (WHO,
2014).

2.3. Exigência Edafoclimaticas

Ecologia

A couve tronchuda cresce melhor sob a luz do sol. A temperatura óptima para o seu
crescimento é 15 a 25ºC, mas há muitas diferenças na tolerância de frio ou calor entre as
espécies. A couve tolera temperaturas baixas (os tipos europeus até toleram a geada) Um
fornecimento regular de água é essências para o bom crescimento, quer através da chuva ou
irrigação (cercas de 5 mm por dia) (Pivoto, 2016; Wamser, 2017).

Temperatura

Dentre os factores climáticos que afectam o cultivo da couve, a temperatura é o único


que não pode ser facilmente modificado por praticas culturas. Este factor afecta a cultivo
desde a germinação das sementes desenvolvidas das partes económicas, floração, produção de
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sementes de qualidade da couve e, associado a humidade, influencia a ocorrência de pragas


e/ou doenças (Maia et al., 2015).

Elevações superior a 500 metros são as mais adequadas para o cultivo da couve apesar
de existirem variedades adaptadas as zonas baixas. Para a germinação, a couve exige no
mínimo 5ºC. Não toleram entre 24 a 30ºC. O aumento no crescimento ocorre com a subida da
temperatura até 25ºC e tem como limite as 40 ºC. Temperaturas inferioriores a 5 ºC afectam o
seu crescimento. A floração ocorre quando a couve é exposta a temperaturas baixas (<7ºC)
durante o estagio indutivo (Maia et al., 2011).

Solos

A couve pode ser desenvolver se em diferentes tipos de solo, desde os pesados


(argilosos) aos leves (arenosos), desde que sejam férteis e bem drenados, e que tenham uma
boa capacidade de retenção de humidade, um conteúdo alto de matéria orgânica e um
intervalo de pH entre 6.0 a 6.8. em geral o valor favorável de pH para solos que sofrem
intensivo cultivo de vegetais sinais-se entre 5.5 e 7.5 (Pivoto, 2016; Wamser, 2017).

Clima

A couve é uma hortaliça que cresce melhor em clima ameno ou frio. Algumas
variedades podem sobreviver mesmo quando a temperatura chega a -10ºC se as plantas já
estiverem bem desenvolvidas. Outras variedades de couve toleram altas temperaturas, mas a
couve é cultivada normalmente durante o outono e o inverno em regiões de clima mais quente
(Pivoto, 2016; Wamser, 2017).

Durante períodos de calor a couve reduz seu crescimento e a qualidade das folhas
produzidas é pior, tanto no tamanho e aparência, quanto em sabor. Em regiões de clima
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ameno, a couve pode ser cultivada durante o ano todo, embora não sejam semeadas no
inverno em locais onde este é rigoroso (Wamser, 2017).

Mudas

O local do viveiro deve ser bem arejado, com pouca declividade, boa humidade e
disponibilidade de água de boa qualidade. O substrato utilizado para a formação das mudas
deve apresentar pH teor de sais solúveis e quantidade total disponível de N, P, K, Ca, Mg, S e
micro nutrientes adequados ao bom desenvolvimento da espécie que se esta a cultivar. A água
para irrigação dever ter um mínimo de qualidade. Se as mudas são de cultivo foliar, o cuidado
deve ser dobrado, principalmente quando as contaminações biológicas. A aplicação de menos
quantidades de água pode provocar danos irreversíveis as mudas, as mudas ou acelerar o
florescimento impedindo um desenvolvimento vegetativo mais vigoroso.

Após o transplante das mudas sentem mudança bruscamente do ambiente optimizado


para o ambiente stressante do campo. Neste período a planta deixa de crescer podendo perder
algumas folhas, principais as mais velhas, atrasando a retoma de crescimento (Pivoto, 2016;
Wamser, 2017).

Plantio

O plantio pode ser realizado através de sementes, mas há cultivares que podem
também ser propagados por rebentos retirados de plantas adultas. Estes rebentos surgem de
gemas axilares no caule principal, e devem ser retirados preferencialmente da base da planta,
já com aproximadamente 20 cm de comprimento ou mais. Os rebentos laterais da couve
enraízam facilmente em solo úmido (Corrêa et al. 2016).
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Se o plantio for realizado por sementes, podem ser semeadas directamente na horta ou
em sementeiras e vasos. No caso dos vasos, recomendamos o auto-irrigável, que humidifica a
planta na medida ideal e previne contra o mosquito da dengue. Caso queira transplantar
futuramente, deverá realizar o procedimento quando as mudas estiverem com pelo menos 10
cm de altura e de 4 a 6 folhas verdadeiras. O transplante deve ser feito preferencialmente em
dias nublados e chuvosos ou no fim da tarde, irrigando logo em seguida. Semeie as sementes
a aproximadamente 1 cm de profundidade. A germinação ocorre normalmente dentro de uma
semana ou duas (Trani et al., 2014; Iea, 2016a).

O espaçamento ideal pode variar com a variedade e as condições de cultivo, mas


geralmente um espaçamento de 50 cm a 1 m entre as linhas de cultivo e de 25 a 50 cm entre
as plantas é o adequado. Normalmente, quanto maior o espaçamento, maiores serão as plantas
e suas folhas. É importante lembrar de sempre retirar as ervas invasoras que estiverem
concorrendo por recursos e nutrientes (Corrêa et al. 2016b).

Dependendo do cultivar a planta pode ficar muito alta. Neste caso, pode-se cortar a
extremidade do caule principal para favorecer o desenvolvimento dos brotos laterais e manter
assim a planta em uma altura que você considere confortável para o manuseio e a colheita.
Por outro lado, excluir ou limitar o número dos brotos laterais pode estimular o crescimento
das folhas no caule principal (CORRÊA et al. 2016d).

Luminosidade

O cultivo deve ser realizado em condições de alta luminosidade, com sol directo. Nas
estações mais quentes, faz-se necessário prover sombra parcial, pois isso pode ser benéfico
para as plantas.

Referente ao solo
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O solo deve reter bem a humidade mas deve ser bem drenado, fértil, com boa
disponibilidade de nitrogénio e rico em matéria orgânica. O pH do solo deve estar entre 6 e
7,5

Irrigação

O solo deve ser mantido sempre húmido, mas nunca encharcado, pois isso pode
prejudicar as raízes e favorecer o surgimento de doenças.

Colheita

A colheita das folhas da couve inicia-se normalmente de 10 a 16 semanas após o


plantio. Plantas mais jovens podem ter suas folhas colhidas, mas isso pode prejudicar o
crescimento das plantas. Evite colher as folhas nas horas mais quentes do dia e deixe pelo
menos as 5 folhas mais jovens no caule. Acredita-se que as folhas colhidas após a ocorrência
de uma geada têm melhor sabor. Em condições adequadas, a couve pode produzir por alguns
poucos anos sem necessidade de replantio (Who, 2011).

2.4. O pulgão da couve

O pulgão da couve Brevicoryne brassicae L. (Hemiptera: Aphididae) é uma praga


importante da couve (brassica oleracea var.acephala). Esta espécie ataca plantas pertencentes
ao género Brassica em todo o mundo. Os danos causados por este insecto são sucção de seiva,
introdução de toxinas e transmissão de viroses (Blackman & Eastop, 2000; Collier 2007).
Além disso, em repolho, o ataque severo de pulgões pode provocar a má formação de cabeças
na planta (Catie, 1990)
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2.5. Classificação Botânica

Reino: Animália

Filo: Artrópode

Classe: Insecta

Ordem: Hemiptera

Família: Aphididae

Género: Brevicoryne

Espécie: B. brassicae

(Linnaeus, 1758)

Culturas que ataca:

Canola, Milho, Algodão, Arroz, Hortalicas

Danos:

Folhas, Brotos, Fitopatógenos


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Características Morfológicas:

Apresenta aparelho bucal do tipo sugador labial, tetraquetra, canal de sucção e de


saliva formada pela justaposição dos estiletes maxilares envolvidos pelos estiletes
mandibulares, normalmente dois pares de asa, o anterior, em geral total ou parcialmente mais
duro, do que o par posterior; cercos ausentes (Lovatto, 2012).

Ciclo de Vida:

Nos pulgões podem ser encontrados vários tipos de ciclo de vida. Mas em geral, o
ciclo é bem curto, podendo gerar uma geração por semana, com cerca de 10 ninfas por fêmeas
por dia. Espécies de pulgões típicos de regiões frias costumam ter um ciclo de vida um pouco
mais longo e a sua multiplicação é menor. Em regiões de clima temperado, a característica
fundamental é a alternância de uma geração que se reproduz de forma sexual (com
cruzamento) com várias gerações que se reproduzem de forma assexuada (sem cruzamento),
nas quais somente fêmeas partenogenéticas são produzidas, a qual é denominada de
holocíclica ou de partenogénese teletóquica. Esse fenómeno é uma característica primitiva da
vida dos pulgões. Como resultado dessa diferenciação existe diferenças também
morfológicas, ou seja, no corpo do pulgão, sendo que indivíduos que não possuem asas se
reproduzem mais em relação àqueles que possuem as possuem, uma vez que esses insectos
alados são especializados para a dispersão (Carvalho et al. 2010).

O tamanho do corpo do insecto não o impede de voar, porém influencia sua


capacidade de migrar, já que os insectos grandes têm maior capacidade de dispersão que os
pequenos. O pulgão como foi dito, se reproduzem sexuadamente ou através de partenogênese
telítoca (ou telitóquica), ou seja, fêmeas colocam ovos que originam somente fêmeas sem a
necessidade de machos para a cópula. Em locais onde há frio intenso, reproduzem-se por
partenogênese cíclica, (devido á essa alternância de gerações), pois os machos só aparecem
próximo ao inverno, e assim pode ocorrer a reprodução sexuada, onde ocorre cruzamento. No
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restante do ano, as espécies se reproduzem por partenogênese. Estes insectos apresentam dois
tipos de fêmeas: a) as ápteras encarregadas da reprodução dentro da colônia em que
pertencem e b) as aladas, que são responsáveis por disseminar a espécie para outros locais
(Carvalho et al. 2010).

Figura 1: 1Ciclo Biológico (adulto, ovo, ninfas e “pupas”) Pulgao da couve (Brevicoryne brassicae)

Fonte 1:Carvalho (2010)

Comportamento:

A capacidade desses insectos de reprodução é enorme em regiões tropicais, no inicio


os indivíduos são ápteros mais à medida que a população começa a crescer de maneira muito
intensa, levando a falta de alimento, aparecem às formas aladas, que voam para outras plantas,
para iniciarem novas colónias (Lovatto, 2012).
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Danos:

Os pulgões ao sugarem a seiva, picam a planta com o seu rostro pontiagudo,


produzindo encarquilhamento das folhas e deformação dos brotos, prejudicando seriamente
seu desenvolvimento, uma vez que a planta torna-se sensivelmente depauperada. Além disso
expelindo um líquido açucarado por intermédio da cutícula, atraem para o local diversas
formigas que vivem em simbiose com os pulgões (Gallo et al. 2002).

Em troca do alimento, que é a excreção açucarada destes, as formigas protegem os


pulgões dos seus inimigos naturais. Parte do líquido que os pulgões expelem caem sobre as
folhas, favorecendo o desenvolvimento de um fungo, que chega, às vezes a recobrir toda a
folha, e que se denomina “fumagina”, dificultando a respiração e fotossíntese da planta,
contribuindo também, para o seu enfraquecimento (Gallo et al. 2002).

Medidas de Controlo:

As chuvas reduzem seu nível populacional. Normalmente os agricultores ou pessoas


que sofrem de problemas com essa praga na produção de plantas ornamentais, costumam
utilizar insecticidas químicos, fato que pode causar o aumento na quantidade de afídios
devido ao desequilíbrio resultante da destruição de inimigos naturais e redução do controle
biológico natural. Disso decorrem alterações em interacções importantes na regulação
populacional de espécies fitófagas (Lovatto, 2012).

2.6. A mosca-branca

A mosca-branca Bemisia tabaci biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae) é praga de


diversas culturas, sendo capaz de se alimentar de mais de 500 espécies de vegetais,
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principalmente algumas das famílias cucurbitáceas, solanáceas, brássicas, fabáceas,


euforbiáceas, malváceas e plantas ornamentais (Haji et al., 2004).

2.7. Classificação Botânica

Reino: Animália

Filo: Arthropoda

Classe: Insecta

Ordem: Hemiptera

Subordem: Sternorrhyncha

Superfamília: Aleyrodoidea

Família: Aleyrodida

Biologia

Segundo Blackman & Eastop, (2000) a mosca-branca apresenta metamorfose


incompleta e apresenta reprodução sexual ou por partenogénese. A longevidade do insecto
depende da alimentação e da temperatura. Do estágio de ovo ao de adulto o insecto pode levar
de 18 a 19 dias (com temperaturas médias de 32 °C).
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Os adultos de B. Tabaci apresentam comprimento de 1 a 2 mm, sendo a fêmea


geralmente maior que o macho, aparelho bucal tipo sugador labial tetraqueta, dois pares de
asas membranosas cobertas com uma pulverulência branca. Tanto a alimentação, quanto a
oviposição dos adultos, ocorre preferencialmente na parte abaxial das folhas das plantas
colonizadas. A reprodução de B. Tabaci geralmente é do tipo sexuada, mas pode ocorrer
também reprodução assexuada por partenogênese arrenótoca. Nesta, toda a progênie é de
machos, enquanto, havendo cruzamento entre fêmeas e machos adultos, são gerados
descendentes machos e fêmeas (Finch, 2007).

Os ovos são depositados pelas fêmeas de maneira irregular, na parte inferior da folha.
A duração dessa fase é de seis a sete dias. A fase jovem ou ninfa passa por quatros estádios e
dura cerca de 4 a 8 dias. O 4º estádio, é também chamado de pseudopupa porque o insecto
reduz o seu metabolismo e não se alimenta. O adulto voa principalmente impulsionados pelo
vento, podendo alcançar altitudes elevadas. A fêmea coloca de 100 a 300 ovos durante toda a
sua vida. O acasalamento inicia em torno de 12 horas após a emergência do adulto, ocorrendo
diversas vezes durante a vida. A mosca-branca apresenta metamorfose incompleta e apresenta
reprodução sexual ou por partenogénese (Blackman, 2000).

Figura: 0Ciclo Biológico (adulto, ovo, ninfas e “pupas”) Mosca-Branca (Bemisia tabaci)

Fonte1: Arneson.cornell.edu/ZamoPlagas/moskblank.htm e
ipmwww.ncsu.edu/INSECT_ID/AG136/WHITFLY5.HTML (modificado).
23

Ecologia

Períodos secos e quentes favorecem o desenvolvimento e a dispersão da praga, sendo,


por isso, observados maiores picos populacionais na estação seca. Caracteriza-se por ser uma
espécie polífaga com grande capacidade de adaptar-se a novos hospedeiros e a novas
condições climáticas.

Danos

Danos directos - Ao sugarem as folhas, os adultos e as ninfas injectam com a saliva, uma
substância açucarada, uma toxina, que deixa as paredes internas da folha esbranquiças, com
aspecto esponjoso, favorecendo o crescimento de estruturas escuras (fumagina) de fungos
saprófitas, o que, para a indústria, afecta a qualidade da couve. Em casos de infestações muito
intensas podem ocasionar murcha, queda de folhas e perda de folhas com perdas de até 50%
da produção. Quando o vírus infecta as plantas ainda jovens, essas têm o crescimento
paralisado (Finch, 2007).

Danos indirectos - Os prejuízos causados pela mosca-branca são principalmente pela


transmissão do vírus do grupo geminivírus, que provoca nanismo acentuado, enrugamento
severo das folhas terminais ("enrolamento da folha") e amarelecimento completo da planta. A
relação da B. tabaci com os geminivirus é do tipo circulativo, o que significa que as partículas
virais adquiridas pelo insecto ao se alimentar circulam no seu corpo, passando através das
paredes das cavidades naturais do insecto à hemolinfa até chegar às glândulas salivares.
Assim, quando o insecto virulífero se alimenta de uma planta sadia, inocula junto partículas
virais. Somente o adulto é importante como vector, já que as ninfas não se locomovem de
uma planta para outra (Finch, 2007).
24

Controle

Para o controle recomenda-se a utilização, sempre que possível, do manejo integrado


de pragas. O controlo químico deve ser usado de maneira racional, pois o uso indiscriminado
de produtos químicos favorece o aumento populacional das pragas. Utilizar apenas produtos
registados para a cultura (EASTOP, 2000).

2.8. Composto orgânico

O composto orgânico é o produto final da decomposição aeróbia (na presença de ar)


de resíduos vegetais e animais. O composto orgânico atua como condicionador e melhorador
das propriedades físicas, físico-químicas e biológicas do solo, fornece nutrientes, favorece um
rápido enraizamento e aumenta a resistência das plantas (Korndorfer, 2015).

Esterco animal

O esterco é o mais tradicional dos adubos orgânicos. A sua composição é bastante


variável, sendo influenciada por vários factores, como a espécie animal, a idade, a
alimentação, a raça e a natureza das camas empregadas (Kiehl et al, 1985). Dentre os factores
citados, observa-se que as espécies animais apresentam grandes diferenças em relação à
concentração de nutrientes e humidade dos excrementos.

Esterco bovino
25

O esterco bovino tem na sua composição, entre 30 a 58% de Matéria Orgânica; 0,3 a

2,9% de N; 0,2 a 2,4% de P; 0,1 a 4,2% de K e relação C/N 18 a 32. É um óptimo meio de

cultura para os organismos, aumenta a quantidade de bactérias do solo quando adicionado

como fertilizante. Inicialmente, pensava-se que esse aumento era devido aos microorganismos

existentes no esterco; mais tarde foi demonstrado que mesmo adicionando ao solo esterco

esterilizado, sem microorganismos vivos, obtinha-se um aumento considerável da população

microbiana.

Vantagens e benefícios da adubação orgânica

Segundo Santiago et al., (2015) no que diz respeito a agricultura orgânica em termos de
vantagens e benefícios:

 Redução do processo erosivo;


 A maior disponibilidade de nutrientes às plantas;
 A maior retenção de água;
 A menor diferença de temperatura do solo durante o dia e a noite;
 A estimulação da actividade biológica;
 O aumento da taxa de infiltração;
 A maior agregação de partículas do solo.

Desvantagens e limitações da adubação orgânica:

Alguns adubados orgânicos mal decompostos ou de origem não controlada podem introduzir
ou aumentar o número de microrganismos de solo nocivos às plantas (ex:Verticilium,
Fusarium, Rizoctonia etc.) e introduzir sementes de plantas daninhas (Traniet al,2013).

Composição orgânica dos adubos dos seguintes animais:

 Bovinos 0,32 a 0,40 % de N, 0,09 a 0,21 % de P2O5 e de 0,08 a 0,15 % de K2O;


 Suínos: 0,55 a 0,70 % de N, 0,22 a 0,86 % de P2O5 e cerca de 0,33 % de K2O.
 Aves apresentam em média: 1,75 % de N, 1,25 % de Pe 0,85 % de K;
 Caprino: 0,97 % de N, 0,48 % de P e 0,65 % de K;
26

 Coelho: 2,0 % de N, 1,3 % de P e 1,2 % de K.


27

3. CAPITULO III: METODOLÓGIA

3.1. Discrição de local de estudo

O Distrito de Lichinga/Chimbunila está localizado na parte Oeste da província de Niassa,


confinando a Norte com os Distritos de Sanga, Lago e Muembe, a Sul com o distrito de
Ngaúma, a Leste com o Distrito de Majune e a Oeste com a República do Malawi, (MAE
2014).

Figura 2: Discrição de local de estudo

Fonte 2: MAE (2014)

3.2. Características Agro-Ecológicas da Área de estudo Solos

Na sua maioria, os solos são argilosos, vermelhos profundos de fertilidade intermédia,


considerados de baixa susceptibilidade à erosão. Estes solos de coloração mais ou menos
intensa constituem um tipo característico das regiões altas, com alturas pluviométricas
elevadas e temperaturas razoavelmente baixas (média anual inferior a 20°c) e são
caracteristicamente friáveis e ocorrem em todo o Planalto de Lichinga (MAE, 2014).
28

3.3. Temperatura e Precipitação

O valor médio anual de precipitação é superior a 1200mm, podendo exceder este valor e
atingir os 1400mm. As temperaturas médias anuais correspondem a 18° e 24°C, mas em geral
é inferior a 22°C. A humidade relativa é alta nos meses de Janeiro e Fevereiro (> 85%) e
baixa em Agosto e Outubro, (DAVIES 1997).

3.4. Vegetação

O Distrito possui uma área de floresta artificial, composta de floresta ou plantação de pinho
numa extensão pouco considerável. A vegetação é bastante diversificada e nota-se a
predominância de florestas de miombo, destacando-se a savana arbustiva, (MAE 2014).

3.5. Material

Para a realização deste trabalho será necessário os seguintes materiais:

A enxada será para preparação do solo (lavoura e gradagem), estacas para a demarcação do
ensaio, fita métrica de 50 metros com objectivo na medição da área do ensaio, corda para o
alinhamento do campo, catana para o corte das estacas, bloco de nota para realizar as
anotações das informações decorrentes durante o estudo, regadores para regar, ancinho para
nivelamento da área e para remoção dos torrões, adubo orgânico e inorgânico para fertilização
do campo e semente de couve 25g.

3.6. Métodos

Para realização deste trabalho de pesquisa será usado o método experimental, esse método
procura comprovar o fenómeno por meio da experimentação, consistindo em observação,
manipulação e controle dos seus efeitos em uma dada situação. É considerado o método por
excelência das ciências físicas e naturais, (Gil 2006).
29

Delineamento experimental e dimensão da área


O experimento será conduzido no campo do curso de Agro-pecuária da Universidade Rovuma
Extensão do Niassa, localizado a 3km da cidade de Lichinga. Segundo as seguintes
coordenadas da área de estudo. O Delineamento utilizado será de Blocos Completos
Casualizados (DBCC), com 5 tratamentos e 4 Blocos. O campo terá o comprimento de 14m e
de 10,2m largura. A área total do ensaio será de 142,8m2, a separação entre os blocos será de
1m e entre parcela 0,5. A parcela terá 2.40m de comprimento e 1,80m largura. Total de
parcela 4,32m2, cada unidade experimental terá 28 plantas, correspondendo a 560 plantas total
do experimento, o compasso entre plantas e linhas será de 60x40cm.

Codificação dos tratamentos

T0: Sem adubação;

T1: Esterco de Ave;

T2: Esterco de Coelho;

T3: Esterco Suino;

T4: Esterco Caprino;

T5: NPK.

Preparação do terreno (Lavoura e Gradagem)

A lavoura será feita de forma manual. Terá como objectivo remexer a terra, servira também
para eliminação de infestantes que tem no terreno e que serão incorporados no solo. De igual
modo será realizada uma gradagem que terá como objectivo a quebra de torrões, e preparação
30

da cama onde poderá se desenvolver o sistema radicular das plantas. Segundo Ecole (2009),
uma boa preparação do terreno tem a vantagem de não só eliminar infestantes no campo, mas
também de preparar a cama onde se ira desenvolver o sistema radicular altamente sensível à
compactação do solo.

Fase de campo definitivo (Transplante e adubação)


O transplante para a cama definitiva, ira se realizar no dia 01 de Abril de 2021, será usada
uma única variedade couve tronchuda, cada talhão do cultivo puro para a cultura de couve
terá 4 linhas de plantas com um compasso de (60x40) centímetros.

Adubação

A adubação será feita consoante a análise do solo e a exigências nutricional da cultura da


couve.

Sacha

Durante o decurso dos trabalhos, será efectuadas 3 sachas, a primeira sacha será realizada aos
30 dias após o transplante a segunda 60 dias, de modo a proporcionar um desenvolvimento
adequado as plantas, durante o ciclo da cultura, apesar de esta cultura ter grande capacidade
de competir com as infestantes.

Segundo Ecole (2009). As Brássicas tem grande capacidade de competir com as infestantes
do que as demais hortícolas, pois a folhagem cobre eficientemente o solo. A primeira é feita a
partir dos 15 a 20 dias após a germinação e coincide com a adubação de cobertura.
31

Transplante 
Será feito quando as mudas das sementeiras atingirem de quatro a seis folhas e, pelo menos,
10 centímetros de altura. O procedimento será feito no fim da tarde ou em dias nublados e
chuvosos. Em seguida, ira se irrigar o solo.

Plantio
Será feito sem que o solo fique encharcado, para evitar danos às raízes e o surgimento de
doenças, o campo se mantido sempre húmido.

Colheita
A colheita será feita 90 dias depois o transplante nesta fase as folhas já são firmes em todos
tratamentos uma vez que a cultura já terá atingido o ponto de maturação fisiológica. A couve
será colhidas manualmente.

Variáveis de avaliação

 Densidade populacional de mosca branca (bemisia tabaci) e de pulgão da couve


(brevicoryne brassica);
 Número de folhas atacadas;
 Peso da planta (kg);
 Índice de ataque.

Densidade populacional da mosca branca e pulgão da couve

Ira se efectuar a contagem de número de pulgão e de mosca branca em cada tratamento dentro
dos blocos através da técnica de Pano-de-batida Este método desenvolvido nos Estados
unidos por Boyer e Dumas (1963) foi comummente utilizado para amostrar a população de
artrópodes, sendo considerado por Kogan e Pitre (1980) como um excelente método para a
captura e avaliação de lagartas, besouros desfolhadores, percevejos (particularmente as
ninfas), além dos insectos predadores. Consta de um pano ou plástico branco de 1 m de
comprimento por 1 m de largura, tendo nas bordas uma bainha onde são inseridos dois cabos
32

de madeira. O pano, devidamente enrolado e sem Amostragem de pragas da cultura perturbar


as plantas, é introduzido entre duas fileiras adjacentes de cultura e estendido sobre o solo
Rapidamente, as plantas das duas fileiras da cultura são inclinadas sobre o pano e batidas
vigorosamente, com o objectivo de deslocar os insectos das plantas para o pano.

Rendimento tonelada por hectare

O rendimento total da couve será determinado pela soma de rendimento da couve comerciais
e não comerciais de todas as plantas da área útil de cada tratamento. Em seguida, será feita a
conversão para ton/ha e depois uma comparação estatística entre o rendimento no tratamento
de controlo e o rendimento nos outros tratamentos (sem adubação e com combinação e com
adubação).

ton Peso da planta de couve na aréa útil∗10000


Rend . = /1000
ha Aréa útil ( m 2 )

Amostragens e análise de dados

Os tipos de amostragens definidos para o trabalho foram: probabilístico e aleatório. Os dados


foram organizados no Excel e, de seguida, submetidos a análise de variância no pacote
estatístico de SISVAR 5.3 para analisar e identificar a existência ou não de diferenças
significativas entre os tratamentos. Posteriormente, foi usado o teste de Tukey na
probabilidade de 5%, para efectuar a comparação das médias entre os diferentes tratamentos
nas variáveis estudadas.
33

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