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CAXIAS DO SUL
2023
LUCAS VANDERLEI BOEFF
CAXIAS DO SUL
2023
AGRADECIMENTOS
Agradeço também aos meus pais Liane Boeff e Roberto Boeff por me incentivar e me
apoiar sempre para a realização do curso.
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Lucas Vanderlei Boeff
²Murilo César dos Santos
Resumo: O milho é o cereal com a maior produção mundial, devido à sua grande importância
na alimentação animal, humana e nas suas diversas utilizações. As bactérias do gênero
Azospirillum apresentam um grande potencial de incremento na produção do milho por
incorporarem nitrogênio de forma biológica. Além de produzirem e disponibilizarem
substâncias reguladoras e promotoras do crescimento vegetal, que podem melhorar a nutrição
mineral, assim como a utilização de água pelas plantas. O objetivo do presente trabalho foi
avaliar a influência de A. brasiliensis na produção e no desenvolvimento da planta de milho.
aplicado em sulco de semeadura, via foliar e na associação da aplicação de sulco e foliar, nas
diferentes doses de 100, 200 e 400 ml/ha nos diferentes tratamentos. O experimento foi
realizado no município de Nova Petrópolis-RS, com a variedade de milho NK 520 Vip 3,
realizado de delineamento em blocos casualizados de 10 tratamentos e 4 repetições, sendo cada
parcela constituída de 5 linhas de milho, de 5,0 m de comprimento, espaçadas de 0,5 m.
Azospirilum aplicado em sulco de semeadura, via foliar e na associação da aplicação de sulco e
foliar, nas diferentes doses de 100, 200 e 400 ml/ha nos diferentes tratamentos. Foram avaliados
os parâmetros: produção de massa verde, produção de grãos, altura de inserção de espiga e
altura de planta. Os resultados obtidos apontaram um incremento de 17,2 % na produção de
massa verde, quando a bactéria foi aplicada no sulco de semeadura e em aplicação foliar na
dose de 400 ml/ha em relação à testemunha e não apresentaram diferença significativa para os
demais parâmetros analisados. Conclui-se que a inoculação de A. brasiliense proporciona um
aumento significativo na produção de massa verde.
Abstract: Corn is the cereal with highest mundial production, due to its large importance in the
animal and human alimentacion in various uses. The bacterias of Aspergillum gener, have a
great potential to increase corn production by incorporating nitrogen in a biological way.
Beyond to produce and make available regulating and promoters of growth vegetal substances,
that can improve mineral nutrition as well as water utilization by plants. The objective of this
present work was evaluate the influence of A. brasiliensis in the production and development
of corn plant, applied in the sowing groove, foliar via and with the association of application in
the furrow and foliar via, at different doses of 100, 200 and 400 ml/ha in the different treatments.
The experiment was conducted and performed in Nova Petrópolis-RS, with the NK 520 Vip 3
corn variety, with randomized block design, with 10 treatments and 4 repetitions, each plot
consisting og 5 rows of corn, 5 meters long, spaced 0,5 m apart. Azospirilum applied in the
sowing furrow, via foliar application and in the combination of furrow and foliar application,
1
Acadêmico do Curso de Agronomia da Universidade de Caxias do Sul. Email: lvboeff@ucs.br
² Professor Doutor em Fitopatologia, Orientador de TCC do curso de Agronomia da Universidade de Caxias do
Sul, localizada na Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130, Bairro Petrópolis – CEP 95070-560. Email:
mcsantos3@ucs.br
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at different doses of 100, 200 and 400 ml/ha in the different treatments.Were evaluated the
parameters: green mass production, grains production, spike insertion height and plant height.
The obtained results showed an increment of 17,2 % in the green mass production, when de
bacteria was applied in the sowing furrow and foliar via with 400 ml/ha dose, regarding the
testify, and didn't show significance difference for other parameters analyzed. Thats concludes
that the inoculation of A. brasiliense provides a significant increase in the green mass
production.
Keywords: Zea mays. Grain production. Biological nitrogen fixation.
1 INTRODUÇÃO
A planta de milho (Zea mays L.) é uma espécie pertencente à família Poaceae
(Gramíneas), originada a partir do teosinto, subespécie mexicana (Zea mays ssp. mexicana
(Schrader) Iltis, há mais de 8.000 anos e que é cultivada em praticamente todas as partes do
Mundo. O milho possui uma grande adaptabilidade, que pode se dar pelos variados genótipos
que se encontram, o que permite o seu cultivo desde o Equador até locais de clima temperado
e desde altitudes do nível do mar até altitudes acima dos 3.600 metros, encontramos a planta de
milho nos mais variados climas sendo eles, climas tropicais, subtropicais e temperados
(BARROS, et al,2014).
A cultura do milho possui uma importância econômica muito grande e se caracteriza
pelas diversas formas de sua utilização, que vão desde a alimentação animal até a indústria de
alta tecnologia, como a produção de filmes e embalagens biodegradáveis. Aproximadamente
70% da produção mundial de milho é destinada para a alimentação animal, nos Estados Unidos
cerca de 50% do grão é utilizado para esse fim. No Brasil esta porcentagem muda de ano para
ano, ficando entre 60% e 80% (DUARTE et al. 2021).
Os Estados Unidos, China e Brasil devem produzir 69% do total de 1,21 bilhão de
toneladas que é a produção esperada para a atual safra 2021/22, esse patamar de produção deve
se manter para a próxima safra em curso 2022/2023 (COÊLHO, 2020).
Na safra 2019/2020, a China se tornou o maior importador de milho do mundo, sendo
que o país é o segundo maior produtor e consumidor de milho do planeta, 80% do milho na
China é utilizado para alimentação animal. Os maiores exportadores do grão no mundo são
EUA, Brasil e Argentina respectivamente (COÊLHO, 2020).
O Brasil tem aproveitado o crescente aumento da demanda mundial pelo milho, visto
que, o maior produtor mundial, os EUA, tem destinado parte da sua colheita para produção de
etanol. Outro fato que contribui para uma maior participação do Brasil no mercado internacional
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uma maior elasticidade da parede celular, uma maior produção de biomassa e maior altura de
plantas (BARASSI et al., 2008)
O gênero Azospirillum abrange um grupo de BPCP (bactérias promotoras de
crescimento de plantas) de vida livre que é encontrado em quase todos os lugares da Terra. Há
relatos que as bactérias deste gênero podem ser endofíticas facultativas, pois além de colonizar
os hospedeiros, podem sobreviver no solo na forma de cistos (HUEGRO et al., 2008).
Essas bactérias podem fixar nitrogênio na planta e produzir hormônios de crescimento,
como auxinas e giberelinas, no qual estimulam o crescimento vegetativo, principalmente das
raízes, por aumentar a absorção de nutrientes e água (BASHAN et al., 2004).
O aumento do desenvolvimento das raízes devido à inoculação com Azospirillum pode
implicar em vários outros efeitos. Já foram descobertos incrementos na absorção da água e
minerais, uma maior tolerância a estresses como salinidade no solo e deficiência hídrica,
resultando em uma planta mais vigorosa e produtiva. Isso se deve ao maior crescimento
radicular e à melhor nutrição das plantas, e há vários relatos de maior tolerância a agentes
patogênicos de plantas (CORREA et al., 2008).
Na literatura existem vários trabalhos confirmando que as bactérias do gênero
Azospirillum produzem fitohormônios que estimulam o crescimento das raízes de diversas
espécies de plantas (HUNGRIA, 2011).
A inoculação de Azospirillum em milho pode estimular o desenvolvimento de plantas
no período vegetativo, assim aumentando a probabilidade de se obter um estande de plantas
mais uniforme, aumentando maior resistência ao estresse hídrico e um maior teor de clorofila
nas folhas (QUADROS et al., 2014)
Existem indícios de que a grande ferramenta de ação do Azospirillum sejam os
metabólitos que ele produz, entre eles destacam-se auxinas, citocininas, giberelinas e ácido
jasmônico (associado à indução de resistência em plantas), que proporcionam características
promotoras do crescimento, inclusive radicular, favorecendo maior absorção de nutrientes e
água. Sendo assim a associação bactéria e planta não se torna tão importante, mas sim exsudatos
radiculares que são produzidos pela bactéria e os metabólitos que são associados à planta
(MARTINS et al., 2012).
A busca por meios alternativos para produção é indispensável para viabilizar e diminuir
os custos e consequentemente as perdas na produção, a fim de diminuir o impacto ambiental.
Uma das alternativas estudadas atualmente para o fornecimento de nitrogênio às gramíneas é a
inoculação com Azospirillum brasiliense. Esta aumenta significativamente a produtividade do
milho, reduzindo a necessidade de adubação nitrogenada (DEBASTIANI, 2016).
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2 METODOLOGIA
Os tratamentos de sulco de plantio foram realizados com seringa, com vazão de calda
de 50 L/ha, e os tratamentos foliares com pulverizador costal, capacidade de 20 L, munido de
bico tipo leque (JSF-11002), e volume de calda ajustado para 200 L/ha.
Utilizou-se delineamento em blocos casualizados com 10 tratamentos e 4 repetições,
sendo cada parcela constituída de 5 linhas de milho, de 5,0 m de comprimento e espaçadas de
0,5 m. As duas linhas extremas e 0,5 m em cada extremidade serão consideradas bordadura e
as três linhas centrais como área útil.
Avaliou-se ao final do experimento, a altura média das plantas e altura média de
inserção da espiga, considerando 20 plantas/parcela, no momento do ponto de ensilagem (grãos
com 2/3 da linha do leite pastosa) com o auxílio de uma fita métrica.
A bactéria Azospirillum brasiliense utilizada foi uma mistura das cepas Ab-V5 e Ab-
V6, da marca comercial BiomaMais, que possui a concentração de 4x10^8 de células
viáveis/ml.
Avaliou-se a produção de massa verde de todas as plantas em 3 m lineares/parcela, no
ponto de ensilagem (grãos com 2/3 da linha do leite pastosa), cortadas a 30 cm do solo e
resultados convertidos em t/ha. As espigas foram debulhadas, pesadas, e a umidade corrigida
para 13%, determinando-se a produtividade estimada em kg/ha, de todas as plantas contidas em
3 metros lineares na linha, no centro de cada parcela, no momento de maturação fisiológica.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a realização do experimento e a análise dos parâmetros altura das plantas e altura
da inserção da espiga (Tabela 2), não apresentaram diferenças significativas quanto pulverizado
Azospirillum no sulco, nas folhas e na combinação sulco e folha.
Mesmo com um incremento na produção de massa verde, não se nota um incremento
em dois outros parâmetros, que são a altura de planta e a altura da inserção da espiga, onde a
altura média de plantas ficou em 281,77 cm nos diferentes tratamentos utilizados, e a altura da
inserção de espiga ficou em 171,78 cm na média das aplicações realizadas durante o
experimento, como também foi encontrado por Cunha et al. (2014) que também não obtiveram
resposta em parâmetros, altura de inserção da espiga, em altura de planta, o que também pode
ser observado nos resultados encontrados neste estudo.
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Nas avaliações feitas por Cavalett et al. (2000) sobre o efeito de inoculante a base de
Azospirillum spp. aplicado na cultura do milho, verificaram que apesar da produtividade ter
sido acrescida pela inoculação, a altura de plantas não foi alterada.
Em seus estudos, Debastiani et al. em 2016 observaram que a altura de planta e altura
de inserção de espiga apresentaram incrementos positivos nos tratamentos inoculados em
relação aos não inoculados com Azospirillum brasiliense.
A Tabela 3 apresenta os resultados para produção de massa verde e produção estimadas
(t/ha) e a porcentagem de incremento de massa verde, sob uso de Azospirillum pulverizado no
sulco, nas folhas e a combinação dos mesmos, os quais podem constatam que não houveram
diferenças significativas para a produção, entretanto observa-se diferenças significativas para
massa verde estimada. O melhor tratamento o uso de Azospirillum na combinação de
pulverização no sulco e foliar, estádio vegetativo V8 (oitava folha completamente
desenvolvida), na dose de 400 ml/ha, diferindo dos demais tratamentos inclusive testemunha,
exceto para o tratamento Azospirillum pulverizado somente no sulco, na dose de 400 ml/ha,
sendo que o mesmo apresentou um incremento de 17,2 % de massa verde em relação a
testemunha. Os demais tratamentos apresentaram estimativa de massa verde intermediária com
diferenças significativas.
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A produção de massa verde (t/ha) tende a ser maior em milho inoculado do que não
inoculado, sugerindo melhor aproveitamento dos nutrientes pela planta, o que pode ter
corroborado para uma melhora no processo fotossintético devido ao incremento no conteúdo
de clorofilas (CUNHA et al.,2014).
Tabela 4 - Resultados de aplicação de Azospirillum brasiliense na cultura do milho,
analisados de forma individualizada para sulco, foliar e associação sulco e foliar para
estimativa de produção. Nova Petrópolis, RS. Safra 2022/2023
Pulverização Produção Produção Produção
Tratamentos Sulco Foliar Estimada Estimada Estimada
(ml/ha) (t/ha) (t/ha) (t/ha)
Azospirillum 100,0 --- 10,04 a --- ---
Azospirillum 200,0 --- 10,66 a --- ---
Azospirillum 400,0 --- 11,06 a --- ---
Azospirillum 100,0 100,0 --- 10,63 a ---
Azospirillum 200,0 200,0 --- 10,71 a ---
Azospirillum 400,0 400,0 --- 10,78 a ---
Azospirillum --- 100,0 --- --- 9,92 a
Azospirillum --- 200,0 --- --- 9,96 a
Azospirillum --- 400,0 --- --- 9,98 a
Testemunha --- --- 9,88 a 9,88 a 9,88 a
F p/ Trat. --- --- 2,95NS 1,10NS 0,09NS
DMS --- --- 1,41 1,76 0,67
C.V. (%) --- --- 6,15 7,60 3,07
Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Dados sem transformação. NS: Não significativo.
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4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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