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Sistema Plantio Direto no Cerrado 1

Cultivo de feijão em Sistema Plantio Direto no Cerrado


Silvino Guimarães Moreira1, Damiany Pádua Oliveira2, Carlos Alberto Silva3, Michele Duarte Menezes4,
Douglas Ramos Guelfi Silva5, Élberis Pereira Botrel6, Alfredo Scheid Lopes7, Messias José Bastos de Andrade8

Resumo - Nos últimos 50 anos ocorreu grande evolução tecnológica na agricultura brasileira com aumento expressivo da área sob
Sistema Plantio Direto (SPD). Esses impactos nos sistemas de cultivo elevaram também a produção nacional de feijão de 2,215 milhões
de toneladas, na safra 1976/1977, para 3,180 milhões de toneladas, na safra 2016/2017, enquanto a produtividade média passou de
488 kg/ha para 1.067 kg/ha. Dentre as principais premissas para produção de feijão sob SPD com sustentabilidade, estão a adequada
construção e manutenção da fertilidade do solo, o emprego de eficiente rotação/sucessão de culturas e o manejo racional de plantas
daninhas, pragas e doenças.
Palavras-chave: Phaseolus vulgaris. Rotação de cultura. Fertilidade do solo. Plantas daninhas. Praga. Doença.

Growing dry edible bean under no-tillage in the Cerrado


Abstract - In the past 50 years, extensive technological evolution has occurred in the Brazilian agriculture and there has been an
expressive increase in the area under the no tillage system (NT). This evolution and crop system have also led to an increase in
Brazilian dry edible bean production, from 2,215 million tons in the 1976/77 crop season to 3,286 million tons in the 2016/17 crop
season, while mean yield increased from 488 to 1,067 kg/ha. Among the main premises for sustainable dry edible bean production
under NT are adequate construction and maintenance of soil fertility, the use of efficient rotation and crop succession, and rational
management of weeds, pests, and diseases. Regarding these themes, the present article discusses the knowledge and procedures
currently in use, as well as the main challenges, limitations, and perspectives.
Keywords: Phaseolus vulgaris. Crop rotation. Soil fertility. Weeds. Pests. Diseases.

INTRODUÇÃO Os impactos nos sistemas de cultivo alta tecnologia conseguem ultrapassar


elevaram também a produção nacional de 3.000 kg/ha de grãos. Considerando que
Desde os anos 70 ocorreu grande evo-
feijão de 2,215 milhões de toneladas, na já existe no País reserva técnica e econô-
lução tecnológica na agricultura brasileira.
safra 1976/1977, para 3,180 milhões de mica para obtenção de supersafras, basta
Novas cultivares foram disponibilizadas,
toneladas, na safra 2016/2017, de acordo ao produtor incorporá-las ao sistema de
um controle mais efetivo de pragas foi com estimativas da Companhia Nacional produção de feijão.
realizado e práticas de manejo do solo de Abastecimento (Conab) (ACOMPA- Dentre as principais premissas para
mais conservacionistas foram adotadas, NHAMENTO DA SAFRA BRASILEIRA, produção de feijão sob SPD, com susten-
principalmente com o aumento expressivo 2018). Segundo essas mesmas previsões, tabilidade, estão a adequada construção e
da área sob Sistema Plantio Direto (SPD). a produtividade do feijoeiro pode passar manutenção da fertilidade do solo, bem
Esses avanços permitiram que a produtivi- de 488 para 1.069 kg/ha, e ainda pode como o emprego de eficiente rotação/su-
dade das culturas praticamente triplicasse. crescer, pois os agricultores que utilizam cessão de culturas, visando à manutenção

1
Eng. Agrônomo, D.Sc., Prof. Associado UFLA - Depto. Agricultura, Lavras, MG, silvinomoreira@dag.ufla.br
2
Eng. Agrônoma, Pós-Doutoranda Ciência do Solo UFLA - Depto. Ciência do Solo, Lavras, MG, damiany.padua.oliveira@gmail.com
3
Eng. Agrônomo, D.Sc., Prof. Tit., UFLA - Depto. Ciência do Solo/Bolsista CNPq, Lavras, MG, csilva@dcs.ufla.br
4
Eng. Agrônoma, D.Sc., Prof a Adj. UFLA - Depto. Ciência do Solo, Lavras, MG, michele.menezes@dcs.ufla.br
5
Eng. Agrônomo, D.Sc., Prof. Adj. UFLA - Depto. Ciência do Solo, Lavras, MG, douglasguelfi@dcs.ufla.br
6
Eng. Agrônomo, D.Sc., Prof. Associado, UFLA - Depto. Agricultura, Lavras, MG, elberis@dag.ufla.br
7
Eng. Agrônomo, Ph.D., Prof. Emérito UFLA - Depto. Ciência do Solo, Lavras, MG, ascheidl@dcs.ufla.br
8
Eng. Agrônomo, D.Sc., Prof. Colaborador Voluntário UFLA - Depto. Agricultura, Lavras, MG, mandrade@dag.ufla.br

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do solo coberto com palha durante o ano região apresenta muitas particularidades culturas de cobertura do solo em algumas
todo. As possibilidades de combinação de regionais, em função de sua grande área – regiões, como a região Central de Minas
plantas na rotação do SPD são infinitas, 175 milhões de hectares, segundo Lopes (MOREIRA et al., 2014).
mas a escolha de cada uma deve estar con- (1984) –, sendo necessários estudos re- Nos últimos anos, vários trabalhos
dicionada ao tipo de solo, às condições cli- gionalizados para a definição das espécies sobre plantas de cobertura foram realiza-
máticas, à quantidade de palha produzida de cobertura mais apropriadas para cada dos em solos sob Cerrado, com resultados
e ao requerimento nutricional das culturas. situação. promissores. Nos estudos de Moreira et
Como o feijoeiro apresenta um sistema O Cerrado apresenta grande variação al. (2014), por exemplo, quatro espécies
radicular superficial, pequenos períodos em solo, clima e relevo. A pluviosidade (girassol, milheto, nabo forrageiro e
de estiagens ou longos intervalos sem anual, por exemplo, varia de 750-800 mm Crotalaria juncea) produziram MS en-
irrigação podem afetá-lo. Com o intuito até 2.000 mm, com variações também na tre 5,9 e 10,3 t/ha, valores próximos ou
de reduzir esses impactos, o acúmulo de distribuição (LOPES, 1984). A escolha de acima das 6 t/ha mínimas descritas por
matéria orgânica (MO) nas camadas su- plantas de cobertura nessa região depende Alvarenga et al. (2001), como necessárias
perficiais do solo sob cultivos sucessivos da adaptação destas a essas condições, e, para o SPD. Mesmo com a menor MS
no SPD tem contribuído para melhoria ainda, do interesse do produtor. Em geral, dentre as espécies que se destacaram, o
na utilização de água e nutrientes, com preza-se por plantas de cobertura com: acúmulo de N pela C. juncea atingiu a
incremento na produtividade. Além de a) alta produção de matéria seca (MS), ordem de 200 kg/ha, viabilizando seu
reter nutrientes e água, a maior preservação responsável pelo ambiente favorável uso. No trabalho de Teixeira et al. (2009),
da MO propicia um ambiente ótimo para ao crescimento vegetal e à recupe- quando em consórcio com milheto, essa
crescimento de raízes do feijoeiro, além ração/manutenção da fertilidade do espécie não só produziu alta MS como
de reduzir as perdas e armazenar água solo, além da importante contribui- também acumulou N acima de 250 kg/ha.
para fornecimento em eventuais déficits. ção contra a erosão; Por outro lado, caso haja restrição hídrica
A palha no solo contribui, ainda, para a após a semeadura das plantas de cobertura,
b) alta capacidade de desenvolvimento
redução da incidência de plantas daninhas baixas produtividades de MS podem ser
radicular, sobretudo com rápido
e, quando associada aos cultivos em su- obtidas. Segundo Torres, Pereira e Fabian
desenvolvimento inicial, por possi-
cessão e rotação, evita a disseminação de (2008), com milheto, sorgo e braquiarão
bilitar imediata cobertura do solo,
inóculos de fitopatógenos. Um dos grandes (Urochloa brizantha) implantados após
desafios do sistema de cultivo tem sido o evitando o estabelecimento de
abril, a MS média alcançada não atinge
controle de insetos-pragas da cultura, os plantas daninhas;
60% da produção requerida. Quando a
quais sobrevivem na palha, e das pragas c) que não hospedem pragas e doenças. braquiária foi semeada em meados de maio
que utilizam culturas antecessoras para Por se tratar de região com tempera- na região Sudoeste de Minas Gerais, a MS
chegar ao feijão. turas médias superiores às encontradas na produzida tampouco atingiu 2 t/ha, nos
Neste artigo são discutidos os princi- Região Sul e com incidência de veranicos, trabalhos de Camargo e Piza (2007), rea-
pais pontos associados aos desafios atuais e sempre se buscou para o Cerrado espé- firmando a influência das condições locais
aos gargalos relacionados com os manejos cies tolerantes ao déficit hídrico, como o e a importância do conhecimento sobre as
da fertilidade do solo, plantas daninhas, milheto, de sistema radicular agressivo. espécies vegetais a serem introduzidas.
insetos-pragas e doenças na cultura de As leguminosas, em geral, são pouco Diante da dificuldade de produção
feijão sob SPD. utilizadas como espécies de cobertura no de MS nas regiões de inverno seco, uma
inverno, por causa do desenvolvimento alternativa para produzir palha para o SPD
ROTAÇÃO E SUCESSÃO DE inicial lento, maior custo de aquisição e manter o solo coberto durante o ano
CULTURAS de sementes e alta taxa de decomposição todo tem sido a adoção dos consórcios
Apesar de o SPD ter iniciado no Brasil de resíduos. Além disso, as gramíneas milho/braquiária, implantados no sistema
há mais de 40 anos, grande parte dos 32 cultivadas na região têm apresentado Integração Lavoura-Pecuária (ILP). Ainda
milhões de hectares, hoje cultivados sob maior produtividade de MS (OLIVEIRA; é possível fazer a sobressemeadura de
esse sistema, não apresenta alguns dos CARVALHO; MORAES, 2002; NUNES gramíneas, como espécies de braquiária
pilares básicos para sua sustentabilidade, et al., 2006). e milheto nas lavouras de soja, na fase de
como a rotação/sucessão de culturas, com Em boa parte do Cerrado, em condições enchimento de grãos (entre os estádios R5 e
cobertura do solo no outono-inverno. de inverno seco, a baixa precipitação após R6). Em ambos os casos, após a colheita da
A maior expansão do SPD no Cerra- a colheita de verão poderia inviabilizar a cultura de verão, há o desenvolvimento da
do ocorreu após a década de 1990, com safrinha e/ou os cultivos de inverno. No en- gramínea, a qual poderá ser utilizada como
os estudos sobre plantas de cobertura. A tanto, estudos demonstram a viabilidade de palha para o SPD, pastagem ou ambas.
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Já nas regiões com maior disponibi- resultados foram desenvolvidos para a acompanhando a mobilidade dos nutrientes
lidade e melhor distribuição de chuvas, camada de 0 a 20 cm, enquanto que muitas no perfil. Trados que coletam pequenas
há inúmeras possibilidades de cultivo em das recomendações atuais de amostragem quantidades de terra (calador e rosca) não
rotação e sucessão de culturas. Assim, na de solos sob SPD referem-se à camada são recomendados para amostragem em
região Sul de Minas, tem-se estimulado o superficial (até 10 cm de profundidade). solos sob SPD, por causa do pequeno volu-
emprego das rotações soja/milho e milho/ Quando da elaboração das recomen- me de terra coletado e da possível perda da
feijão na primavera-verão. Normalmente, dações de adubação e calagem para o camada mais superficial, rica em nutrientes
cultivam-se trigo e feijão no outono/inver- SPD, a Comissão de Fertilidade do Solo (PAULETTI; MOTTA, 2017).
no, em sucessão à soja e milho, respectiva- do Estado de Minas Gerais (CFSEMG)
mente. No entanto, isso somente é possível seguiu basicamente as orientações em uso Amostragens
georreferenciadas para
por causa do aumento das produtividades nos estados do Rio Grande do Sul e Santa
agricultura de precisão
e do retorno econômico das culturas uti- Catarina, pois não havia estudos para as
lizadas na rotação. Vale destacar que, há condições de Minas Gerais. Assim, foram A amostragem do solo voltada à agri-
cerca de 10 a 15 anos, havia basicamente recomendadas as amostragens com coletas cultura de precisão, assim como o método
nessa região a monocultura do milho, com perpendiculares à linha de semeadura, de amostragem tradicional, tem como
incidência frequente de doenças. entre as duas metades das entrelinhas ad- objetivo caracterizar a fertilidade da la-
O cultivo de soja na primavera-verão, jacentes, respeitando-se o número mínimo voura, mas o principal diferencial refere-se
seguido do milho safrinha, comum em de 10 a 15 amostras simples coletadas nas à análise da variabilidade ou distribuição
diversas áreas do Brasil Central, pode não faixas de profundidade de 0 a 5, 6 a 10 e espacial dos atributos do solo dentro do
ser sustentável, visto que essa sucessão tem 11 a 20 cm. talhão. Este fato traz algumas modificações
impacto negativo sobre a produtividade Pelas dificuldades práticas da coleta na amostragem, para cumprir requisitos
das culturas, sobretudo pela infestação de grande volume de solo, de forma muito importantes no tocante aos métodos de
com nematoides. A manutenção do solo estratificada, essas recomendações acaba- interpolação espacial. O primeiro diz res-
em pousio após a cultura do verão também ram ignoradas pelos produtores e técnicos peito à localização dos pontos amostrados
deve ser evitada, já que a prática intensifica de campo, o que despertou a necessidade (pontos georreferenciados), a qual deve
a infestação de plantas daninhas, que, além de novas elaborações. A partir de 2004, ser geograficamente conhecida. A cada
de não produzir volume adequado de palha, a Comissão de Química e Fertilidade do ponto amostrado devem ser informadas as
aumenta o banco de sementes nas áreas Solo - Rio Grande do Sul/Santa Catarina coordenadas de latitude (x) e longitude (y),
(CAMARGO; PIZA, 2007). (CQFS-RS/SC) (SOCIEDADE BRASI- com base em um sistema de coordenadas,
É importante atentar para espécies de LEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO, 2004) conhecido ou arbitrário, e corresponder
plantas que asseguram retorno econômico. passou a recomendar a amostragem na ao valor do atributo amostrado (z). Ao
Esse é o principal fator responsável pela camada de 0 a 10 cm, muito útil para definir optar por um sistema de coordenadas co-
expansão das áreas de trigo de sequeiro a necessidade de calagem em SPD já con- nhecidas, como, por exemplo, o sistema
no outono-inverno e da soja na primavera- solidado, evitando que doses elevadas de Universal Transversa de Mercator (UTM)
verão, nas regiões Sul e Campo das Ver- corretivo sejam adicionadas na superfície (atualmente o mais empregado), o uso do
tentes, em Minas Gerais. do solo, a ponto de causarem supercala- sistema de posicionamento global – Glo-
gem. Para Pauletti et al. (2009), em solos bal Positioning System (GPS) torna-se
MANEJO DA FERTILIDADE sob SPD já consolidado e com fertilidade necessário.
DO SOLO construída, as amostragens podem ser Outro ponto importante está relacio-
efetuadas nas camadas 0 a 10 ou 0 a nado com a densidade amostral, que, de
Amostragem do solo sob SPD
20 cm. Entretanto, recentemente, no es- modo geral, é maior, a fim de cobrir a
Todo o sistema nacional de recomen- tado do Paraná definiu-se a camada de 0 a variabilidade espacial da área como um
dação de corretivos e fertilizantes foi 20 cm como a mais adequada a ser amos- todo, para gerar mapas de interpolação
desenvolvido com base na avaliação da trada nos solos sob SPD, cuja fertilidade já mais confiáveis. Desse modo, opta-se,
fertilidade do solo, obtida por meio de se encontra construída, e essa recomenda- preferencialmente, pelo esquema amos-
estudos de correlação e calibração, com ção foi incluída no atual manual de aduba- tral do tipo grade ou malha regular, cujas
base em curvas de respostas, geralmen- ção do Estado (PAULETTI; MOTA, 2017). distâncias entre os pontos amostrais são
te realizadas para solos cultivados sob De acordo com as novas orientações, a regulares (CHERUBIN et al., 2014).
plantio convencional. Um dos problemas cada três anos recomenda-se a retirada das Devem ser evitadas grades acima de 2 ha,
decorrentes disso é que os procedimentos amostras de forma estratificada nas cama- sendo que o melhor critério é um estudo
de amostragem de solo e a calibração dos das de 0 a 10, 10 a 20, 20 a 40 e 40 a 60 cm, preliminar em uma gleba representativa
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da propriedade. O objetivo é definir até construída uma grade regular amostral de agricultura de precisão, é possível reduzir,
que distância máxima há autocorrelação 1 ha em uma área total de estudo de 480 ha, na maioria das vezes, as quantidades de in-
(dependência espacial) entre os atributos onde o software de Sistema de Informa- sumos a ser aplicadas. No caso do calcário
de maior variabilidade no solo (como os ções Geográficas (SIG) determinou o podem ser evitadas aplicações em locais
teores de fósforo (P) e de potássio (K), por ponto central. Assim, são retiradas de 10 da gleba com altos valores de saturação
exemplo). A distância máxima em que há a 20 amostras simples (2 a 5 m em volta por base, minimizando os problemas com
autocorrelação entre os dados é que define desse ponto central), que irão compor cada micronutrientes.
a distância entre os pontos amostrais (gra- amostra composta. Outra forma de uso da agricultura de
de amostral). A detecção dessa distância Após amostragem e análises das precisão, além da amostragem georreferen-
máxima de dependência espacial entre os amostras, são elaborados os mapas com a ciada, é o mapeamento da produtividade,
pontos pode ser obtida a partir de técnicas distribuição contínua de cada nutriente e com colhedoras dotadas de monitores de
geoestatísticas, como a construção de se- dos outros atributos do solo na área. Nos colheita. Um histórico de três a quatro anos
mivariogramas. mapas de distribuição contínua, cada pixel de coletas permitirá ao produtor mapear os
Após a definição dessa densidade representa uma área no mapa e possui um pontos da lavoura com menores e maiores
amostral, em campo faz-se o percurso no valor de atributo do solo a este atrelado, produtividades. Será possível investigar as
perímetro da área, construindo um mapa da como por exemplo, no mapa de inter- causas das manchas de fertilidade (pontos
área a ser amostrada. Softwares específicos polação espacial do pH do solo (Fig. 2). com baixas produtividades). Muitas vezes
podem dividir a área em quadrículos ima- Posteriormente, faz-se interpretação dos essas manchas ocorrem em locais com
ginários, bastando informar o local onde dados e são elaborados os mapas de apli- solos mais arenosos, mais rasos e/ou com
os pontos serão coletados. Na Figura 1, cação dos fertilizantes e corretivos a taxas maior declividade, além de problemas
é apresentado um exemplo em que foi variáveis. Respeitando-se os princípios da fitossanitários. No final, serão definidas as

Imagens: Michele D. Menezes


Figura 1 - Amostragem em grade regular

Imagens: Michele D. Menezes

Figura 2 - Exemplo de mapa de distribuição contínua, com base em pixels do pH do solo

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unidades de manejo, ou seja, aquelas que Método com base nos teores de Método que utiliza a saturação
deverão ser amostradas de forma diferen- Al, Ca e Mg trocáveis por bases do solo
ciada e manejadas em termos de adubação
Apresenta o cálculo da dose de calcário É um método que também vem sendo
de acordo com seu potencial de produção.
usando três fórmulas: muito usado na região, é calculado pela
Correção do solo antes da a) para solos com capacidade de troca fórmula:
adoção do SPD de cátions (CTC a pH 7,0 ou valor T) NC (t/ha) = V2 – V1/ 100 . T . f
maior que 4,0 cmolc/dm3, teor de ar- em que:
Em qualquer sistema de cultivo, a ade-
gila acima de 15% e teor de Ca + Mg V2 = saturação por bases que se deseja;
quada correção da acidez do solo permitirá
menor que 2,0 cmolc/dm3 utiliza-se a V1 = S/T x 100 = saturação por bases
o melhor aproveitamento da maioria dos
nutrientes. Em valores de pH (H2O) entre fórmula seguinte: atual do solo;
6,0 e 6,5, há maior disponibilidade dos NC (t/ha) = [(2 . Al) + 2 – (Ca + T = (H + Al + S) em cmolc/dm3;
macronutrientes e de alguns micronutrien- Mg)] . f S = (Ca + Mg + K) em cmolc/dm3;
tes. Nesse intervalo, é maior a atividade F = fator de correção para PRNT do cal-
em que:
dos microrganismos, o que favorece a cário anteriormente mencionado.
disponibilização dos nutrientes presentes NC = necessidade de calcário;
Alguns aspectos práticos sobre a cala-
na palha e MO. f = fator de correção para a qualidade gem merecem ser relembrados:
Como o calcário é um produto de baixa do calcário – f = 100/PRNT.
a) as doses de calcário, de acordo com
solubilidade e mobilidade no perfil dos so- b) para solos com capacidade de troca os métodos citados, são estimadas
los, as correções devem ser realizadas com de cátions (CTC a pH 7,0 ou valor T) para uma profundidade de incorpo-
a maior antecedência possível da semeadura maior que 4,0 cmolc/dm3, teor de ração na camada de 0 a 20 cm. Caso
das culturas. O prazo para completa corre-
argila maior que 15% e teor de Ca + a quantidade de calcário seja para
ção da acidez é relativo, pois é dependente
Mg maior que 2,0 cmolc/dm3, utiliza- incorporação a uma maior camada,
da dose, das naturezas química e física do
se a fórmula seguinte: deve-se fazer a correção da dose;
calcário (poder relativo de neutralização
total (PRNT)) e das condições de umidade NC (t/ha) = (2 . Al) . f b) a dose final calculada deve ser feita
do solo. Dessa forma, o período de três me- em decorrência do PRNT do calcá-
c) para solos arenosos (com teor de
ses relatado na literatura (RIBEIRO; GUI- rio de acordo com o valor de f;
argila menor que 15%) a quantidade
MARÃES; ALVAREZ V., 1999) pode ser c) a dose final de calcário a ser aplicada
de calcário (NC) é dada pelo maior
insuficiente para a correção, fato frequente deve ser feita distribuindo-se meta-
valor encontrado em uma das duas
nas condições do Cerrado brasileiro, princi- de antes da aração e metade antes
fórmulas seguintes:
palmente pela dependência de precipitações da gradagem;
pluviais para garantir essa umidade. NC (t/ha) = (2 . Al) . f ou NC (t/ha) d) o valor de V2 para a cultura do fei-
Como a movimentação do solo não é = 2 – (Ca + Mg) . f jão, quando do uso do método que
desejável após adoção do SPD, há neces- ​As principais críticas relativas à me- utiliza a saturação por bases do solo,
sidade de uma incorporação profunda do
todologia citada são relacionadas com a deve ser de 60%.
corretivo antes da implantação do sistema.
exigência de apenas 2 cmolc/dm3  de Ca + Ainda de acordo com Sousa e Lobato
Recomenda-se a incorporação do calcário a
Mg pela cultura do feijão. Isso porque a (2004), o método para estimar NC com
uma profundidade mínima de 30 a 40 cm.
Recomendação para o Uso de Corretivos e base no Al, Ca e Mg trocáveis eleva a
Antes da implantação do SPD também é
Fertilizantes em Minas Gerais: 5a aproxima- saturação por bases do solo para valores
recomendada a utilização de calcário de
granulometria mais grosseira, para que ção (RIBEIRO; GUIMARÃES; ALVAREZ médios de 49%. Com base nesse critério,
ocorra maior efeito residual, não se esque- V., 1999), apresenta como faixa de valores há tendência de se recomendar mais cal-
cendo, porém, de fazer a correção da dose adequados para Ca2+ e Mg2+, os valores de cário para solos arenosos, com baixa CTC
em função do valor do PRNT do calcário. 2,5 a 4,0 e 0,9 a 1,5 cmolc/dm3, respectiva- (< 4 cmolc/dm3) e menos que o necessário
Sousa e Lobato (2004) mencionam que mente. Outra evidência relativa a esse fato é para solos com CTC alta (> 12 cmolc/dm3).
existem dois métodos de recomendação de que nos estudos de  Fageria e Stone (2004),
calcário em uso na região dos Cerrados: os valores determinados como adequados de Correção da acidez do solo
após estabelecimento do SPD
método com base nos teores de Al, Ca e Mg Ca2+ e Mg2+ para a cultura do feijão em solos
trocáveis e método que utiliza a saturação sob Cerrados  foram de 4,0 e 1,2 cmolc/dm3, Desde a década de 1980 havia dúvidas
por bases. respectivamente. com relação à eficiência da calagem super-
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ficial, em função da baixa solubilidade do necessário eliminar as barreiras químicas construída e com maiores teores de MO.
calcário e de as recomendações para culti- à penetração das raízes (alta saturação por Mesmo assim, vale destacar que o gesso
vos em plantio convencional preconizarem Al e/ou baixos teores de Ca), por meio continua sendo uma importante fonte de
a incorporação dos corretivos da acidez. da gessagem, antes de iniciar a produção baixo custo de enxofre e cálcio às culturas.
Com o tempo, diversos trabalhos demons- agrícola (LOPES; GUILHERME, 1994).
traram a viabilidade dessa prática, indi- A gessagem é recomendada em locais Manejo da adubação em solos
com subsolos ácidos, ou seja, com as ca- sob SPD
cando ainda que, após vários cultivos sob
SPD, há diminuição da acidez e aumento madas subsuperficiais (20 a 40 e/ou 40 a As principais dúvidas, em qualquer
dos teores de nutrientes nas camadas 60 cm) apresentando teores de Ca menores programa de adubação, estão relacionadas
subsuperficiais dos solos (CAIRES et al., que 0,4 cmolc/dm3 e/ou teores de Al maio- com as quantidades dos nutrientes a ser
2013). Como é necessário tempo para res que 0,5 cmolc/dm3 e/ou saturação por aplicadas, ao momento e forma de sua
haver movimentação do calcário para as Al 3+ maior do que 30% (RIBEIRO; GUI- aplicação e às fontes utilizadas.
camadas mais profundas, fica evidente MARÃES; ALVAREZ V., 1999), condi-
a necessidade de adequada correção dos ções geralmente coincidentes nesses solos. Nitrogênio
solos antes da adoção do SPD. As doses recomendadas para uma ca-
Em termos de quantidades a ser
Sobre a recomendação de quantidade mada de 20 cm de espessura (20 a 40 ou
aplicadas, deve-se levar em conta a alta
de calcário para solos sob SPD, Caires 40 a 60 cm) dos solos sob Cerrado variam
imobilização do nutriente, nos primeiros
(2013) demonstrou ser possível a utilização com a textura do solo e com a cultura. Para
anos de adoção do SPD, a qual tende a
cultivos anuais, como o feijão, o cálculo da
de metodologia semelhante à do plantio ser reduzida com o tempo. Após a estabi-
necessidade de gesso é realizado por meio
convencional. A dose poderá ser aplicada lização do SPD, liberações de até 100 kg/
da multiplicação da porcentagem de argila
de uma única vez ou parcelada em até três ha de N, por ano, podem ser observadas
por 50 (SOUSA; LOBATO, 2004).
vezes. Contudo, a aplicação não deve ser em solos com grande aporte de palha
Em áreas com baixa incidência de ve-
realizada em solos com saturação por bases (PEREIRA et al., 2013).
ranicos e nos locais com grande produção
da camada de 0 a 5 cm maior que 65% e/ Para a manutenção do SPD no Cerrado
de palha e com fertilidade construída, o
ou nos locais com pHCaCl acima de 5,6. Em há necessidade de um aporte anual de palha
2 acúmulo de altos teores de MO, nas ca-
solos com pH elevado (pH em água maior da ordem de 12,5 a 16 t/ha de MS. Para
madas superficiais do solo, pode resultar
do que 6,5), a disponibilidade dos micro- tanto, devem ser adotadas plantas de co-
em mais água disponível para o feijoeiro,
nutrientes catiônicos (Cu2+, Fe2+, Mn2+ e bertura com alta produção de MS e relação
e com isso mitigar os efeitos positivos da
Zn2+) é reduzida, pela maior intensidade C/N > 30 no caso das poáceas, como bra-
gessagem sobre a cultura. Especificamente,
das reações desses micronutrientes com quiária, milheto e aveia. Quando o feijoeiro
no caso do feijoeiro, os efeitos negativos da
as oxidrilas (OH). O pH alcalino existente falta de água sobre a cultura são intensifi- é implantado nessa condição, há necessi-
na superfície do solo também aumenta as cados, por causa da superficialidade de seu dade de um maior aporte inicial de N na
perdas de N por volatilização de amônia, sistema radicular na maioria das lavouras. semeadura (RIBEIRO; GUIMARÃES;
principalmente quando a fonte utilizada é Além disso, em geral, há preferência das ALVAREZ V., 1999), a fim de compensar
a ureia. Nessas condições, se houver apli- raízes por locais com maior quantidade de a imobilização inicial feita pelos micror-
cação de P a lanço na superfície, ocorrerá água armazenada no solo, MO, N e Ca e ganismos decompositores.
sua precipitação com íons Ca2+, formando por horizontes mais friáveis, condições que Tradicionalmente, parte do N é aplica-
fosfatos de cálcio menos solúveis. podem prevalecer nas camadas superficiais da na semeadura, junto com todo o P2O5
(0 a 10 cm) de solos sob SPD consolidado e parte do K2O. O emprego de pequena
Utilização do gesso em solos dose de N na semeadura não interfere na
e com fertilidade do solo construída, tendo
sob SPD
como base o maior armazenamento de MO nodulação e na fixação simbiótica de N
Uma das mais severas limitações à no solo. Os efeitos que mais se destacam pelo feijoeiro (Tabela 1). No entanto, em
obtenção de altas produtividades nas con- da resposta das culturas à gessagem são o áreas sob SPD, com feijão semeado sob
dições do Brasil Central é a ocorrência de maior crescimento de raízes e o uso mais gramíneas, recomenda-se trabalhar com
veranicos. A principal forma de amenizar eficiente de água e nutrientes no subsolo. uma dose mínima de 30 kg/ha de N na
os problemas da falta de água é a promoção Por isso, são necessárias mais pesquisas semeadura e o restante em cobertura, de
do crescimento do sistema radicular em para verificar se há maior ou menor efi- acordo com a expectativa de produtividade.
profundidade, objetivando-se aumentar ciência agronômica do gesso agrícola nas Em solos com mais de 15% de argila e/ou
a absorção de água e de nutrientes das condições de solos mencionadas, ou seja, quando o rendimento esperado for superior
camadas mais profundas do solo. Torna-se em lavouras sob SPD, com a fertilidade a 3 t/ha, aplicações de 40 a 80 kg de N/ha
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devem ser realizadas entre os estádios V3 e recomenda o parcelamento da adubação trífugos (discos), com dosador volumétrico
R5. Em condições de teores abaixo de 15%, nitrogenada. (esteiras), a faixa de aplicação acaba sendo
o N deve ser parcelado em duas vezes (½ maior do que a largura do equipamento.
em V3/V4 e ½ em R5). Fósforo (P) Esse tem sido um grande problema no
Nos solos sob SPD, por causa da imobi- Muitos dos solos hoje já se apresentam campo, pois, muitas vezes, as faixas de
lização do N pelos microrganismos decom- com fertilidade construída quanto ao P. aplicação são desconhecidas e não aferidas.
positores da palha, alguns produtores têm Em decorrência dos baixos teores iniciais Os principais questionamentos quanto
retirado o N da cobertura, aplicando-o na de P e de sua alta capacidade de fixação à aplicação de P a lanço dizem respeito
pré-semeadura. No entanto, essa aplicação nos solos, sempre se trabalhou com altas às possíveis reduções na disponibilidade
deve ser evitada em solos de textura média doses desse nutriente na forma de adu- do nutriente por precipitação com os íons
a arenosa e em locais sujeitos a altas pre- bações corretivas (fosfatagem corretiva) Fe+3, Al +3 e Mn+2,, formando fosfatos in-
cipitações pluviométricas, pelas possíveis e/ou na semeadura das culturas anuais, solúveis, além dos aumentos da adsorção
perdas por lixiviação, que podem levar à quando eram preconizadas formulações com óxidos/hidróxidos de Fe e Al. Em solos
redução de produtividade. com altas porcentagens de P2O5. Na atua- que ainda não apresentam sua acidez total-
Dentre as fontes de N disponíveis, a lidade, mesmo em solos com altos teores mente corrigida, íons Al 3+ e Fe3+ podem
ureia é a mais utilizada, por ser mais con- de P, produtores empregam doses eleva- combinar com P, formando fosfatos de
centrada (43% a 46% de N) e de menor das na semeadura sob SPD, com receio ferro e alumínio e, assim, reduzir o P dis-
custo. Contudo, cuidados na aplicação de redução das produtividades, mas isso ponível. Em solos sob SPD com aplicação
podem ser decisivos. As perdas de amônia pode causar desequilíbrios, visto que as do calcário em superfície, a aplicação de P
(NH3) são maiores, quando a aplicação é quantidades de N e K aplicadas não são a lanço pode resultar em fosfato de cálcio,
feita na superfície de solos úmidos, sem suficientes para atender à exportação dos forma do nutriente indisponível às plantas.
chuvas posteriores, e nas aplicações a lanço nutrientes pela cultura. Em solos com fer- Merecem destaque ainda, em relação ao
sobre a palha do SPD. A melhor forma de tilidade construída, as doses de P podem P aplicado a lanço, as perdas por escorri-
evitar essas perdas é a leve incorporação da ser reduzidas para algumas culturas; para o mento superficial, que podem ser elevadas
ureia (cobrir com 5 cm de terra), fato pouco feijoeiro, no entanto, há necessidade de es- em locais com pouca palha na superfície.
frequente nas grandes propriedades. Outra tudos mais específicos (Tabela 1). Quanto Em regiões com relevo mais ondulado,
opção seria o emprego de outras fontes, ao manejo desse nutriente, o recomendado como no Sul de Minas, essas perdas po-
como sulfato ou nitrato de amônio, ureia é a aplicação de fontes solúveis no sulco dem ser ainda maiores. Mesmo em áreas
com inibidores de urease ou ureia com de semeadura. Porém, a aplicação a lanço planas, menos sujeitas a essas perdas, pode
liberação lenta, além da possibilidade de tem conquistado adeptos, sobretudo por haver depressão do P das camadas de 10 a
incorporação da ureia comum com a água aumentar o rendimento operacional no 20 cm. Ressalta-se que o transporte do P
de irrigação ou de chuva, a qual incorpora momento da semeadura. Entretanto, apenas da solução do solo até as raízes dá-se por
o fertilizante nitrogenado, reduzindo as em solos com alto ou adequado teor de P, difusão e a curtas distâncias (milímetros)
perdas por volatilização. Por outro lado, há resposta positiva à adubação com P a dos pontos de aplicação, mostrando-se
chuvas pesadas podem conduzir a perdas lanço em pré-semeadura. altamente dependente de água, que poderá
de N por lixiviação, principalmente em Como a aplicação a lanço é costumei- faltar nas camadas superficiais por ocasião
solos arenosos, condição para a qual se ramente realizada com distribuidores cen- de veranicos.
Normalmente, são utilizadas fontes
Tabela 1 - Recomendação de adubação de semeadura para a cultura do feijão, de acordo com solúveis de P, principalmente pelo fato
a expectativa de rendimento, para solos com fertilidade construída de o feijão ser uma cultura com grande
demanda do nutriente e apresentar ciclo
P extraível K extraível
Expectativa de muito rápido.
N
rendimento Adequado Alto Adequado Alto
(kg/ha)
(t/ha) Potássio
P2O5, kg/ha K2O, kg/ha
Doses acima de 50 a 60 kg/ha de K2O,
3 20 60 30 60 40 na linha de semeadura, causam injúrias nas
4 20 80 40 80 50 raízes do feijão, as quais se transformam
em portas de entrada para patógenos. Por
5 20 120 60 100 70 essa razão, produtores que adotam alta
Fonte: Sousa e Lobato (2004). tecnologia têm retirado o K da linha de
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semeadura, uma vez que trabalham com caso, as doses devem ser: 8 a 20 g na dessecação não é suficiente. Assim, em
maiores doses de K2O. Além disso, as per- de cloreto de cobalto ou 9 a 20 g de locais com presenças de plantas daninhas
das por lixiviação podem ser maiores com sulfato de cobalto + 50 a 80 g de de folhas estreitas e folhas largas, a desse-
sua aplicação concentrada no sulco. No molibdato de sódio ou 40 a 60 g de cação sequencial com glifosato associado
caso de doses de K2O superiores a 60 kg/ha molibdato de amônio por 80 kg de a outro herbicida no controle de folha
(Tabela 1), é recomendável aplicar metade sementes; larga na primeira aplicação e uma segun-
na semeadura e, o restante, em cobertura c) o Mo pode também ser aplicado via da aplicação (entre 7 e 10 dias depois da
(junto com o N) ou o total a lanço em pré- foliar nas doses de 80 g de molibda- primeira) com um produto de contato
semeadura, principalmente em solos com to de sódio ou 60 g de molibdato de (a exemplo: paraquat e glufosinato de
CTC menor que 4 cmolc/dm3 (SOUSA; amônio por hectare no estádio V4; amônio), é uma alternativa. Outra opção
LOBATO, 2004). A fonte mais utilizada seria a aplicação de glifosato seguida de
d) caso ocorram sintomas de defici-
é o KCl, por ser bastante concentrada e uma segunda aplicação de outro herbicida,
ências de micronutrientes, essas
apresentar baixo custo por quilo de K2O. como o paraquat. Logicamente, a escolha
podem ser corrigidas pelo uso da
dos herbicidas dependerá de uma avalia-
Cálcio e magnésio adubação foliar, utilizando-se uma
ção prévia da área.
ou mais das fontes sugeridas a se-
Quando a correção da acidez é crite- Quando as plantas daninhas de folhas
guir, de acordo com o sintoma de
riosa, são corrigidos os teores de Ca e Mg largas não forem controladas satisfato-
deficiência observado: B: 2 kg/ha de
do solo, principalmente se for utilizado riamente, recomenda-se utilizar flumi-
bórax ou 1,2 kg/ha de ácido bórico;
calcário dolomítico ou magnesiano. Caso xazina, sequencialmente. Se for utilizado
Cu: 2 kg/ha de sulfato de cobre; Mn:
necessário, podem ser empregados o gesso 2,4 D Amina na dessecação, deve-se
2 kg/ha de sulfato de manganês; Zn:
agrícola e o sulfato de magnésio como respeitar a carência de 10 a 15 dias até
2 kg/ha de sulfato de zinco.
fontes de Ca e Mg. a semeadura, dependendo da dose utili-
zada e da intensidade de chuvas após as
Enxofre e micronutrientes MANEJO DE PLANTAS DANINHAS aplicações, uma vez que a maioria das
NO SPD cultivares de feijão apresenta sensibili-
Caso não tenha sido feita a gessagem na
Dessecação para implantação dade a esse herbicida.
área, deve-se fornecer de 20 a 30 kg/ha de S
do feijoeiro Em áreas com alta quantidade de pa-
a cada cultivo. Quanto aos micronutrientes,
O feijoeiro apresenta baixa capacidade lha, recomenda-se aguardar entre 10 e 20
segundo Sousa e Lobato (2004), citam-se:
de competição com as plantas daninhas dias para a semeadura. Esse período visa
a) quando os teores estiverem baixos,
nos primeiros estádios de desenvolvi- assegurar a completa mortalidade das
aplicações a lanço de 2 kg/ha de B, plantas daninhas, melhorar as condições
mento, fato que predomina até o estádio
2 kg/ha de Cu, 6 kg/ha de Mn, de plantabilidade e possibilitar que as la-
V4 (terceira folha trifoliada). Isso requer
0,4 kg/ha de Mo e 6 kg/ha de Zn gartas presentes debaixo da palha tenham
grande atenção no monitoramento das
devem ser efetuadas. Essas doses tempo de completar o ciclo e migrar para
áreas, o qual começa por uma adequada
poderão ser divididas em três partes outras áreas. Outro cuidado diz respeito
dessecação das glebas para implantação
iguais e aplicadas no sulco de seme- à qualidade da água de pulverização,
da cultura.
adura, em três anos sucessivos. No já que a utilização de água com grande
Os herbicidas que têm como alvo o
nível médio desses micronutrientes, quantidade de argila pode provocar perdas
solo, como os de pré-emergência e de
deve-se aplicar no sulco ¼ das doses do glifosato e de outros herbicidas, por
pré-plantio incorporado, normalmente
recomendadas. No nível alto, não adsorção da molécula com os coloides
apresentam baixa eficiência no SPD, em
efetuar nenhuma aplicação. O efeito em suspensão.
função da barreira formada pela palha.
residual esperado é de quatro a cinco
No entanto, tem-se obtido boa eficiência
cultivos, tanto para a adubação a na utilização dos ingredientes ativos
Manejo de plantas daninhas
lanço como para aquela feita par- em pós-emergência
metalaclor e imazethapyr no controle de
celadamente no sulco. No entanto, plantas de folhas estreitas (gramíneas e Há poucos produtos pós-emergentes
recomenda-se análise foliar e do trapoeraba) e plantas de folhas largas, para controle simultâneo de folhas largas
solo a cada dois cultivos, para veri- respectivamente. Nas glebas, onde a cul- e estreitas no feijoeiro. Os principais pro-
ficar a necessidade de reaplicação; tura antecessora não possui resistência ao dutos podem ser obtidos no portal Agrofit
b) o Mo e o Co podem ser aplicados glifosato, o controle das plantas daninhas (BRASIL, 2016). Em geral, são necessárias
via semente durante o processo de deve ser com esse ingrediente ativo. No no mínimo duas aplicações para o controle
inoculação com o rizóbio. Nesse entanto, em alguns casos, uma única dose das plantas daninhas, o que deve ser ini-
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ciado em V3 (primeira folha trifoliolada), e podem causar sérios danos às culturas de Pragas como os corós (Diloboderus
pois não se deve associar a maioria dos primavera-verão (Fig. 3), exigindo cuidados abderus e Phyllophaga triticophaga),
latifolicidas com graminicidas, a fim de redobrados. Muitas escondem-se debaixo lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) e vaquinhas
evitar baixa eficiência no controle de da palha, dificultando sua visualização e são favorecidas em SPD. Em condições de
poaceae (gramínea). Há maior eficiência atrasando os sinais da permanência, fazendo muita palha, como em locais ou épocas com
quando as aplicações ocorrem na fase com que o prejuízo (morte de plantas) não alta umidade no solo, a ocorrência de les-
jovem das plantas daninhas, com duas a possa mais ser evitado. mas e caracóis também é evidenciada. Por
quatro folhas verdadeiras e dois a quatro O cultivo de feijão após feijão ou feijão sua vez, a lagarta-elasmo (Elasmopalpus
perfilhos, respectivamente para plantas de após soja deve ser evitado. Essa medida lignosellus) tem sua ocorrência reduzida
folhas largas e estreitas. Na recomendação contribui para reduzir a população de inse- nesse sistema de cultivo. Tem sido comum
de herbicidas para o feijoeiro, deve-se tos-pragas com grande potencial de danos. a presença de lagartas como S. frugiperda,
atentar à cultura sucessora. Caso a cultura Principalmente nas semeaduras do feijão S. eridania e S. cosmioides, que causam o
seguinte seja o milho ou o sorgo, há pos- da seca e de inverno, o monitoramento e o sintoma de “coração morto” (até o estádio
sibilidade de efeito residual do herbicida manejo de insetos-pragas nas glebas vizi- V3 - primeiro trifólio), de forma seme-
fomesafen, o qual pode variar entre 100 e nhas devem ser priorizados. Essas épocas, lhante aos danos da lagarta-rosca (Fig 3).
180 dias, dependendo da dose aplicada, normalmente, coincidem com a colheita de Essas lagartas também são causadoras de
precipitação pluvial após aplicação, teor soja e milho. Assim, se houver um manejo desfolha (Fig. 4) e podem ocasionar des-
de MO do solo, dentre outros. Os melho- acertado, principalmente nas lavouras de truição de grãos dentro das vagens na fase
res resultados no controle das principais soja, haverá redução da presença de mosca- reprodutiva (R7 a R9), de forma semelhan-
folhas largas têm ocorrido por associação branca, vaquinhas, percevejos (Euschistos te à lagarta Helicoverpa armigera (Fig. 5)
de imazamox+bentazon+fomesafen. heros, Dichelops ssp. e demais) e lagartas e outras lagartas-das-vagens.
(complexo Spodoptera) nas futuras lavou- É crescente a ocorrência da lagarta-
MANEJO DE INSETOS-PRAGAS ras de feijão. cabeça-de-fósforo (Urbanus proteus) (Fig. 6),
NO SPD
Caso haja áreas de pousio, recomenda- o que mostra que no ambiente proporcionado
Muitas espécies, principalmente lepidóp- se a dessecação das plantas daninhas na pelo SPD, o desafio para o manejo de pragas
teros, têm atacado os cultivos de outono- pós-colheita das culturas de verão, visando é maior. Por essa razão, deve ser priorizado
inverno, causando sérios problemas às reduzir a presença dessas plantas na futura não apenas o controle das pragas-chave,
lavouras de primavera-verão, implantadas lavoura e eliminar possíveis hospedeiras mas também o manejo de insetos-pragas. Há
em sequência. Algumas espécies de lagartas de insetos-pragas e de doenças para o necessidade ainda de novas pesquisas, visan-
sobrevivem nas lavouras de outono-inverno feijoeiro. do ao manejo integrado nessas condições.

Fotos: Silvino G. Moreira

A B C
Figura 3 - Insetos-pragas em áreas sob Sistema Plantio Direto (SPD)
Nota: A - Presença de Spodoptera frugiperda na palha do trigo; B e C - Plantas de soja e feijão com sintoma de “coração morto”.

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Foto: A - Silvino G. Moreira. Fotos: B e C - Breno Araújo


A B C
Figura 4 - Lagartas em lavoura de feijão sob Sistema Plantio Direto (SPD)
Nota: A - Diversas espécies de lagartas encontradas durante a amostragem de uma gleba de feijão; B - Spodoptera cosmioides;
C - Helicoverpa armigera.

Fotos: Breno Araújo


A B
Figura 5 - Helicoverpa armigera em lavouras de feijão cultivadas sob Sistema Plantio Direto (SPD)
Nota: A - Incidência; B - Danos associados.

Fotos: Evandro Ferreira

A B C
Figura 6 - Lagarta-cabeça-de-fósforo em alta infestação na lavoura de feijão cultivada sob Sistema Plantio Direto (SPD) – Nazareno, MG
Nota: A - Presença de adulto; B - Ovos; C - Larvas recém-eclodidas.

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Sistema Plantio Direto no Cerrado 11

MANEJO DE DOENÇAS NO SPD períodos de 5 a 12 anos; assim, a principal com cobertura do solo por palha. Outro
forma de reduzir os problemas com as desafio é o de modular a adubação do fei-
O feijoeiro é atacado por inúmeras
doenças seria, inicialmente, evitar a entra- joeiro em áreas onde a capacidade natural
doenças responsáveis por grandes perdas
da do patógeno nas novas áreas. de o solo suprir nutrientes para as plantas é
de produtividade e qualidade dos grãos.
Além de todas as medidas mencio- maior do que em lavouras convencionais,
Algumas doenças, como o mofo-branco
nadas, o desenvolvimento de cultivares para as quais a maioria dos conceitos e
(Sclerotinia sclerotiorum), murcha-
resistentes às principais doenças deve ser estratégias foi originalmente dirigida.
de-Fusarium (Fusarium oxysporum),
contínuo. Os maiores problemas no campo Desse modo, ainda são necessárias pes-
mancha-angular (Phaeoisariopsis
estão relacionados com o mofo-branco, quisas que levem a recomendações de
griseola), antracnose (Colletotrichum
lindemunthianum) e vírus-do-mosaico- e, de forma geral, não há produtos dis- sistemas de rotação/sucessão de culturas
amarelo-do-feijoeiro (Bean golden mosaic poníveis para seu efetivo controle. Com com o feijoeiro para as várias condições
virus, BGMV) podem inviabilizar o culti- o aumento das áreas de cultivo de soja, a edafoclimáticas do País. Os coeficientes
vo em alguns casos. doença encontra-se disseminada em prati- de mineralização/liberação de nutrientes
De forma geral, para controle das camente todo o País. Nas áreas de produção pela palha em áreas de SPD precisam ser
doenças fúngicas mais danosas, o primeiro de grãos, é comum encontrar a doença que determinados, visando modular melhor a
passo é evitar a entrada dos patógenos em causa prejuízos tanto ao feijão, como às exigência em fertilizantes e corretivos da
áreas não infectadas, com utilização de lavouras de soja. cultura. Há espaço também para seleção
sementes sadias, produzidas por empresas de novos arranjos de utilização da fixação
idôneas. Devem ser redobrados os cuidados CONSIDERAÇÕES FINAIS
biológica de nitrogênio do feijoeiro, o
com a limpeza dos implementos e evitado Há, no Brasil, tecnologias suficientes que viabilizará ainda mais as lavouras de
o tráfego de áreas contaminadas para não para cultivo de feijoeiro de alta produ- alta produtividade e a transferência das
contaminadas. Contudo, não é mais possível tividade, com obtenção de 3 a 5 t/ha de tecnologias empregadas.
obter altas produtividades de feijão sem a grãos, e para obtenção de supersafras, Estima-se que em cerca de dois anos,
utilização de fungicidas no tratamento de equivalentes às dos países onde se obtêm o Brasil será detentor da maior área de
sementes, assim como por meio de aplica- as maiores produtividades mundiais. Essa SPD no mundo, ultrapassando os Estados
ções foliares preventivas e, algumas vezes, realidade ainda contrasta com a baixa Unidos. Pela importância que o feijoeiro
curativas. Não se descartam as práticas de produtividade média obtida atualmente tem para o Brasil, espera-se que o avanço
rotação e sucessão de culturas com gramí- no País, da ordem de 1 t/ha, mas pode, e a consolidação do SPD, em diferentes
neas, como medidas para reduzir a fonte de tecnicamente, criar condições para que regiões do País, sejam acompanhados por
inóculo desses patógenos. uma inserção gradual de todo o pacote significativos aumentos na produtividade
Como a rotação e sucessão de cul- tecnológico disponível para grandes pro- brasileira de feijão.
turas são premissas básicas dos cultivos dutores de feijão seja transferida e absor-
sob SPD, deveria ocorrer neste sistema vida por agricultores de menor acesso a
AGRADECIMENTO
redução e não aumento da incidência de novos conhecimentos e que dispõem de
doenças, como às vezes é relatado. No menores recursos financeiros. À Coordenação de Aperfeiçoamento
entanto, grande parte das doenças no SPD Certamente, o SPD faz parte desse de Pessoal de Nível Superior (Capes), ao
é observada em cultivos em monocultura, pacote e pode contribuir nesse sentido, Conselho Nacional de Desenvolvimento
sem os devidos cuidados. pois, nas áreas onde há consolidação do Científico e Tecnológico (CNPq) e à Fun-
Em épocas de altos preços, é comum sistema são criadas condições para cons- dação de Amparo à Pesquisa do Estado
o cultivo de feijão após feijão ou soja, o trução da fertilidade do solo, com aumento de Minas Gerais (Fapemig) pelo aporte
que tem favorecido o aumento do inóculo. substancial da MO e da eficiência de uso financeiro às pesquisas.
Em decorrência do custo elevado, muitas de água e nutrientes pela cultura. Esse au-
vezes são utilizadas sementes provenientes mento do grau de fertilidade ocorre, quase REFERÊNCIAS
da safra anterior, sem a preocupação com sempre, nas camadas superficiais do solo,
ACOMPANHAMENTO DA SAFRA BRASI-
as doenças transmitidas via semente. A onde majoritariamente dispõe-se o sistema
LEIRA: grãos - safra 2017/18 - décimo
utilização de sementes de baixa qualidade, radicular do feijoeiro. primeiro levantamento. Brasília: CONAB,
associada ao monocultivo, contribui para Apesar dessas potencialidades, há v.5, n.11, ago. 2018. 144p. Disponível em:
introduzir e disseminar as doenças no muitos desafios a ser vencidos, como o <https://www.conab.gov.br/info-agro/
campo. É fato que alguns fungos podem representado por novas pragas e doenças safras/graos/boletim-da-safra-de-graos>.
permanecer nos ambientes de cultivo por que incidem sobre a cultura nas lavouras Acesso em: 30 ago. 2018.

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