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Com 57 exemplos
e 109 ilustrações
Barra do Bugres - MT
Setembro de 2016
Prefácio
A estática é a parte da física que estuda sistemas sob a ação de forças que se equilibram.
De acordo com a segunda lei de Newton, a aceleração destes sistemas é nula. De acordo
com a primeira lei de Newton, todas as partes de um sistema em equilíbrio também estão
em equilíbrio. Este fato permite determinar as forças internas de um corpo, a partir do valor
das forças externas.
Inicialmente estudaremos o equilíbrio dos sistemas mecânicos discretos analisando as
forças atuantes na estrutura. Para estudar o equilíbrio dos sistemas mecânicos contínuos
apresentaremos o conceito de momento, centro de massa e centróide. Na segunda parte,
estudaremos os tópicos relacionados com a resistência dos materiais o qual considera os
efeitos internos, ou seja, o estado de tensões e deformações que se origina no corpo.
No capítulo 3, abordaremos uma grandeza inerente aos sistemas de partículas e aos
corpos rígidos, denominada momento de inércia. Veremos como determiná-la em corpos
homogêneos no formato de cabos, placas e sólidos. Finalizaremos estas notas apresen-
tando a rotação dos corpos rígidos e suas diversas aplicações à engenharia.
3
Sumário
4
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
5
Capítulo 1
Proposição 1.1 Se F⃗R = FRx⃗i + FRy⃗j + FRz⃗k é a força resultante de n forças F⃗1 , . . . , F⃗n .
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Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Então,
∑n
FRx = Fpx
p=1
∑n
FRy = Fpy
p=1
∑n
FRz = Fpz
p=1
ou seja, a componente da força resultante é a soma das componentes das forças parcelas.
Demonstração: De fato,
∑
n
F⃗R = F⃗1 + . . . + F⃗n = (Fpx⃗i + Fpy⃗j + Fpy⃗k)
p=1
(∑
n ) (∑
n ) (∑
n )
= ⃗
Fpx i + ⃗
Fpy j + Fpz ⃗k
p=1 p=1 p=1
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Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Exemplo 1.1 Determine o módulo e a direção da força resultante dada por F⃗R = F⃗1 +F⃗2 +F⃗3 ,
sendo F⃗1 = −⃗i + 2⃗j, F⃗2 = 3⃗i − ⃗j e F⃗3 = 2⃗i + 2⃗j.
F⃗R = F⃗1 + F⃗2 + F⃗3 = (−⃗i + 2⃗j) + (3⃗i − ⃗j) + (2⃗i + 2⃗j) = 4⃗i + 3⃗j
√ 3
de modo que FR = 32 + 42 = 5 e θ = arctan = 36, 87◦ .
4
Figura 1.3: Diagrama para determinar o sinal das projeções de uma força planar.
Se as forças componentes são dadas através de seu módulo e do ângulo que forma
com algum eixo coordenado, devemos determinar suas componentes através de projeções
sobre os eixos x e y. É muito útil o diagrama na figura 1.3 para determinar o sinal das
projeções de uma força planar.
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Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Exemplo 1.2 O elo da figura 1.4 está submetido as forças F⃗1 e F⃗2 . Determine a intensidade
e a direção da força resultante. Fonte: [2]
F⃗1 = F1 cos 30◦⃗i + F1 sin 30◦⃗j = 600 × 0, 866⃗i + 600 × 0, 500 = 519, 6⃗i + 300⃗j
e que
F⃗2 = −F2 cos 45◦⃗i + F2 sin 45◦⃗j = −400 × 0, 707⃗i + 400 × 0, 707⃗j = −282, 8⃗i + 282, 8⃗j
Assim,
F⃗R = F⃗1 + F⃗2 = (519, 6 − 282, 8)⃗i + (300 + 282, 8)⃗j = 236, 8⃗i + 582, 8⃗j
de modo que √ √
2 2
FR = FRx + FRy = 236, 82 + 582, 82 = 629, 07 N
e
FRy 582, 8
θ = arctan = arctan = 67, 88◦
FRx 236, 8
Exemplo 1.3 Determine o ângulo θ e a intensidade da força F⃗1 na figura 1.5 de modo que
a resultante das forças seja orientada ao longo do eixo y positivo e tenha intensidade de
800 N . Fonte: [2]
Resolução: Note que a força de módulo 600 N forma um ângulo α com eixo x e da figura
1.5, cos α = 4/5 e sin α = 3/5. Por outro lado, a força resultante é dada por
e sendo orientada ao longo de eixo y positivo, segue que FRy = 800, de modo que F⃗ = 800⃗j.
Assim, {∑
Fx = 0
∑ ⇒
Fy = 800
{
−600 cos α + F1 cos(90◦ − θ) + 400 cos 30◦ = 0
600 sin α + F1 sin(90◦ − θ) + 400 sin 30◦ = 800
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√ √
F1 = 2
F1x + 2
F1y = F12 cos2 θ + F12 sin2 θ
√
= 13, 592 + 1202 = 120, 76 N
Exemplo 1.4 Determine a intensidade e a direção da força resultante na figura 1.6. Fonte:
[4]
Resolução: Seja α o ângulo formado pela força de intensidade 250 N e o semi-eixo nega-
tivo x. Analogamente ao exemplo 1.3, cos α = 3/5 e sin α = 4/5. Assim,
{
FRx = −250 cos α + 400 cos 30◦ + 300
FRy = 250 sin α + 400 sin 30◦
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ou {
FRx = −250 · 0, 6 + 400 · 0, 866 + 300 = 496, 4
FRy = 250 · 0, 8 + 400 · 0, 5 = 400
e
FRy 400
θ = arctan = arctan = 38, 86◦
FRx 496, 4
Nesta seção, estudaremos o equilíbrio de um sistema físico formado por pontos materi-
ais. Tal sistema pode ser planar ou tridimensional.
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Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Definição 1.1 Um sistema físico formado por pontos materiais em equilíbrio contidos em
um mesmo plano é dito um sistema físico planar.
Definição 1.2 Dizemos ∑que um sistema físico planar está equilíbrio estático se a força re-
sultante é nula, isto é, F⃗ = ⃗0. Equivalentemente,
∑ ∑
Fx = 0 e Fy = 0 (1.5)
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Proposição 1.2 (Lei dos Senos) Em um triângulo qualquer, a razão entre qualquer lado e
o seno do ângulo oposto é constante, isto é,
a b c
= = (1.6)
sin  sin B̂ sin Ĉ
Demonstração: Dividiremos a prova em dois casos:
Teorema 1.1 Sejam F⃗1 , F⃗2 e F⃗3 três forças coplanares e concorrentes. Considere os ângu-
los α, β e γ formado por estas forças conforme a figura 1.11. Então
F1 F2 F3
= = (1.11)
sin α sin β sin γ
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F1 F2 F2 F1 F2
= = ⇒ = (1.13)
sin α cos δ sin(90◦ + δ) sin α sin β
De (1.12) e (1.13) segue o resultado.
Exemplo
√ 1.6 O sistema mecânico da figura 1.13 está em equilíbrio estático. Sabendo que
TAC = 3P , ache o valor de θ.
Resolução: Aplicando a lei dos senos no sistema em equilíbrio da figura 1.13, temos:
√
P TAC P 3P
= ⇒ = ⇒
sin θ sin(360 − 90 − θ)
◦ ◦ sin θ sin(270◦ − θ)
√
1 3 1
= ⇒ tan θ = − √ ⇒ θ = −30◦ ou θ = 150◦
sin θ − cos θ 3
Da figura acima, segue que θ = 150◦ .
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Usando a definição de cosseno (cateto adjacente sobre hipotenusa) nos triângulos retân-
gulos da figura 1.21, segue que
Fx Fy Fz
cos α = , cos β = e cos γ = (1.14)
F F F
Os ângulos α, β e γ dados por
Fx Fy Fz
α = arccos , β = arccos e γ = arccos (1.15)
F F F
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Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Proposição 1.3 Considere uma força F⃗ no espaço conforme a figura 1.21. Se α, β e γ são
os ângulos diretores de F⃗ , então
i)
cos2 α + cos2 β + cos2 γ = 1 (1.16)
ii)
F⃗ = F cos α ⃗i + F cos β ⃗j + F cos γ ⃗k = F ⃗u (1.17)
Demonstração: De fato,
i) De fato,
ii) Das expressões dadas em (1.14), segue que Fx = F cos α, Fy = F cos β e Fz = F cos γ.
Sendo, F⃗ = Fx⃗i + Fy⃗j + Fz⃗k, então
Observação 1.2 O fato que o vetor ⃗u definido na proposição anterior ser unitário, isto é, ter
módulo igual a 1 segue do item i). De fato,
√ √
|⃗u| = cos2 α + cos2 β + cos2 γ = 1 = 1
Resolução: Como
√
◦ ◦ 1 2 ◦3 2 1
cos 45 + cos 150 + cos 60 = ( √ ) + (−
2 2 2
) + ( )2
2 2 2
1 3 1 3
= + + = ̸= 1
2 4 4 2
esses ângulos não são diretores.
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Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Exemplo 1.8 Escreva a força F⃗ na forma de um vetor cartesiano, sabendo que seu módulo
é F = 50 N e os seus ângulos diretores são α = 66, 42◦ , β = 126, 87◦ e γ = 46, 15◦ .
Exemplo 1.9 Considere a força F⃗ na figura 1.15. Expresse-a como um vetor cartesiano,
sabendo que seu módulo é F = 150 N .
Resolução: Observe que os ângulos 30◦ e 60◦ definem a direção da força F⃗ , mas não são
ângulos diretores. Pela definição de cos γ, vemos que Fz = F cos γ = 150 cos 60◦ = 75. Por
outro lado, {
Fx = F ′ cos 30◦ = 0, 866F ′
(1.18)
Fy = F ′ sin 30◦ = 0, 500F ′
Mas,
F′ F′
sin 60◦ = = ⇒ F ′ = 150 · 0, 866 = 129, 9 (1.19)
F 150
Substituindo (1.19) em (2.56), segue que Fx = 0, 866 · 129, 9 = 112, 49 e Fy = 0, 500 · 129, 9 =
64, 95. Logo,
F⃗ = Fx⃗i + Fy⃗j + Fz⃗k = 112, 49⃗i + 64, 95⃗j + 75⃗k
Exemplo 1.10 Duas forças atuam sobre o gancho mostrado na figura 1.16. Especifique os
ângulos diretores de F⃗2 , de modo que a força resultante F⃗R atue ao longo do eixo y positivo
e tenha intensidade de 300 N . Fonte: [3]
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Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Resolução: Observe que os ângulos diretores da força F⃗1 são α = 45◦ , β = 60◦ e γ = 120◦ .
Sendo F1 = 300 N , então
Mas, pelo enunciado FR = 300 N e aponta na direção positiva do eixo y, de modo que
FR⃗u = 300⃗j. Se ⃗u é o vetor unitário de F⃗2 , então F⃗2 = F2⃗u = 300⃗u e sendo F⃗R = F⃗1 + F⃗2 ,
então
300⃗j = 212, 13⃗i + 150⃗j − 150⃗k + 300⃗u ⇒ 300⃗u = −212, 12⃗i + 150⃗j + 150⃗k ⇒
⃗u = −0, 707⃗i + 0, 5⃗j + 0, 5⃗k
Exemplo 1.11 Sabendo que o módulo de uma força F⃗ é 650 N e F⃗ é paralela ao vetor
−→
OA = 4⃗i − 3⃗j + 12⃗k, determine suas componentes.
−→
Resolução: Dividindo o vetor OA pelo seu módulo, podemos determinar o vetor unitário,
isto é,
−→
OA 4⃗i − 3⃗j + 12⃗k 4 3 12
⃗u = −→ = √ = ⃗i − ⃗j + ⃗k
|OA| 2 2
4 + (−3) + 12 2 13 13 13
−→
Por outro lado, sendo a força F⃗ paralela ao vetor OA, então F⃗ = ±F ⃗u. Logo,
( )
4⃗ 3 ⃗ 12 ⃗
F = ±650
⃗ i − j + k = ±(200⃗i − 150⃗j + 600⃗k)
13 13 13
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Resolução: Note que F⃗1 = 400⃗j e F⃗2 = −800⃗k. Por outro lado, F⃗3 = F3⃗uOB , sendo
⃗rOB −2⃗i − 3⃗j + 6⃗k −2⃗i − 3⃗j + 6⃗k
⃗uOB = =√ =
rOB (−2)2 + (−3)2 + 62 7
ou seja, ⃗uOB = 0, 286⃗i − 0, 429⃗j + 0, 857⃗k. Assim, F⃗3 = 700⃗uOB = −200⃗i − 300⃗j + 600⃗k. Da
condição de equilíbrio, temos:
∑
F⃗ = ⃗0 ⇒ F⃗ + F⃗1 + F⃗2 + F⃗3 = ⃗0 ⇒
Fx⃗i + Fy⃗j + Fz⃗k + 400⃗j − 800⃗k − 200⃗i − 300⃗j + 600⃗k = ⃗0 ⇒
(Fx − 200)⃗i + (Fy + 400 − 300)⃗j + (Fz − 800 + 600)⃗k = ⃗0 ⇒
Fx − 200 = 0 ⇒ Fx = 200
Fy + 100 = 0 ⇒ Fy = −100
Fz − 200 = 0 ⇒ Fz = 200
Logo, F⃗ = 200⃗i − 100⃗j + 200⃗k e consequentemente,
√
F = 2002 + (−100)2 + 2002 = 300 N
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⃗u · ⃗v = ux vx + uy vy + uz vz
Demonstração: Seja θ o ângulo entre os vetores ⃗u e ⃗v . Pela lei dos cossenos, temos:
|⃗u − ⃗v |2 = |u|2 + |v|2 − 2|u||v| cos θ ⇒
|⃗u|2 + |⃗v |2 − |⃗u − ⃗v |2
|⃗u||⃗v | cos θ = (1.22)
2
Substituindo (1.21) em (1.22), segue que
|⃗u|2 + |⃗v |2 − |⃗u − ⃗v |2
⃗u · ⃗v =
2
Desta forma, temos uma fórmula para calcular o produto escalar que não depende direta-
mente do ângulo entre eles. Substituindo-se as coordenadas dos vetores ⃗u e ⃗v , obtemos:
⃗u · ⃗v = ux vx + uy vy + uz vz
Da definição acima, podemos facilmente obter o ângulo entre os vetores ⃗u e ⃗v através
da expressão:
( )
⃗u · ⃗v
θ = arccos
|u||v|
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Exemplo 1.13 Determine o ângulo entre uma aresta e uma diagonal de um cubo.
Definição 1.4 Dizemos que dois vetores ⃗u e ⃗v não-nulos são perpendiculares se o ângulo
formado entre eles é igual a 90◦ .
Proposição 1.6 Dados os vetores ⃗u e ⃗v não-nulos, existem dois vetores ⃗u∥ e ⃗u⊥ , tais que
⃗u∥ é paralelo ao vetor ⃗v , ⃗u⊥ é perpendicular ao vetor ⃗v e ⃗u = ⃗u∥ + ⃗u⊥ .
⃗u · ⃗v
Demonstração: Sejam ⃗u∥ = ⃗v e ⃗u⊥ = ⃗u − ⃗u∥ . Note que:
|⃗v |2
i) ⃗u∥ + ⃗u⊥ = ⃗u∥ + (⃗u − ⃗u∥ ) = ⃗u
⃗u · ⃗v
ii) Pela definição de ⃗u∥ é claro que esse vetor é paralelo ao vetor ⃗v , basta tomar k = .
|⃗v |2
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⃗u · ⃗v
Observação 1.3 O vetor ⃗v é chamado de projeção do vetor ⃗u sobre o vetor ⃗v e é
|⃗v |2
denotado por proj⃗v ⃗u.
Demonstração: De fato,
Exemplo 1.14 Dados os vetores ⃗u = 6⃗i − 3⃗j + 12⃗k e ⃗v = ⃗i + ⃗j + ⃗k, determine o vetor paralelo
e o vetor perpendicular ao vetor ⃗u em relação ao vetor ⃗v .
e
⃗u⊥ = ⃗u − ⃗u∥ = 6⃗i − 3⃗j + 12⃗k − (5⃗i + 5⃗j + 5⃗k) = ⃗i − 8⃗j + 7⃗k
Exemplo 1.15 A estrutura mostrada na figura 1.21 está submetida a uma força horizon-
tal. Determine a intensidade das componentes dessa força paralela e perpendicular ao
elemento AB.
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−→
Resolução: Seja ⃗v = AB = B − A = 2⃗i + 6⃗j + 3⃗k. A força paralela a força F⃗ na direção de
⃗v é dada por:
Definição 1.5 Sejam dados uma força F⃗ e um ponto O. O momento desta força em relação
a um ponto O é definido por:
M⃗ 0 = ⃗r × F⃗ (1.24)
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i) O módulo do momento é |M
⃗ 0 | = M0 = F r sin θ
iii) A direção do vetor momento unitário ⃗uM0 é normal ao plano formado pelos vetores ⃗r e
F⃗ , seguindo a regra da mão direita.
M0 = F d (1.25)
É adotado que uma rotação no sentido horário produz um momento negativo e uma
rotação no sentido anti-horário produz um momento positivo. Esta convenção é chamada
de regra da mão direita.
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Proposição 1.7 (Teorema de Varignon) Sejam F⃗1 , F⃗2 duas forças agindo no ponto O tal
que F⃗ = F⃗1 + F⃗2 conforme a figura 1.24. Então o momento produzido pela força F⃗ em
relação ao ponto O é igual a soma dos momentos produzidos pelas forças componentes,
isto é,
M⃗⃗ =M ⃗⃗ +M ⃗⃗ (1.26)
F ,0 F1 ,0 F2 ,0
Exemplo 1.16 Determine o momento da força em relação ao ponto O em cada uma das
barras mostradas na figura 1.25.
Resolução: No caso (a), a força de 200 N tende a girar a barra engastada no sentido
anti-horário, portanto o momento em relação ao ponto 0 é positivo. Sendo r = 2 m, segue
que M0 = +200 · 2 = 400 N m. No caso (b), a força de 80 N também tende a girar a barra
engastada no sentido anti-horário e sendo r = 0, 60 m, então M0 = +80 · 0, 6 = 48 N m.
26
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Resolução:
27
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Exemplo 1.19 O poste da figura 1.28 está sujeito a uma força de 60 N na direção de C
para B. Determine a intensidade do momento criado por essa força em relação ao suporte
no ponto A.
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iii) Estruturas hiperstáticas: são aquelas que possui o número de vínculos maior que o
necessário. O número de reações de apoio excede o das equações fundamentais
da estática. Neste tipo de estrutura o número de reações de apoio excede o das
equações fundamentais da Estática.
Um tipo de estrutura hiperestática está ilustrado na figura 1.31. As incógnitas são qua-
tro: RAx , RAy , RBy e MA . As equações fundamentais da Estática não são suficientes para
resolver as equações de equilíbrio. São necessárias outras condições relativas ao compor-
tamento da estrutura, como, por exemplo, a sua deformabilidade para determinar todas as
incógnitas.
Observação 1.5 Para o cálculo das reações de apoio, a carga uniforme distribuída é substi-
tuída por uma força concentrada equivalente W igual a área da figura geométrica da carga
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Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
F = pL (1.28)
e para o cálculo das reações de apoio, a carga uniforme variável é substituída por uma força
concentrada equivalente W igual a área da figura geométrica da carga e que passa pelo
seu centróide, isto é,
pL
F = (1.29)
2
31
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rígido ou extenso pode ser posto a girar, mesmo com seu centro de massa permanecendo
em repouso, mas nesse caso o objeto não estará em equilíbrio estático. Portanto, uma
segunda condição necessária para que um corpo permaneça em equilíbrio estático é que
o momento atuando sobre ele, em relação a qualquer eixo, deve permanecer nulo.
As duas condições necessárias para que um corpo rígido esteja em equilíbrio estático
são as seguintes:
i) A força externa resultante que atua sobre um corpo deve ser nula, isto é,
F⃗R = ⃗0 (1.30)
ii) O momento externo resultante, em relação a qualquer ponto, deve ser nulo, isto é,
⃗ ⃗ = ⃗0
M (1.31)
F ,0
Resolução: Devemos determinar RA , RBx e RBy conforme a figura 1.37. Note que a força
inclinada de 600 N foi decomposta em suas componentes horizontal e vertical. Assim,
∑
Fx = 0 ⇒
600 cos 45◦ − RBx = 0 ⇒ RBx = 600 cos 45◦ = 424, 26 N
∑
Fy = 0 ⇒
RA + RBy − 600 sin 45◦ − 200 − 100 = 0 ⇒
RA + RBy = 724, 26
32
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33
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
34
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
de modo que RB = 16 kN .
Exemplo 1.23 Um guindaste fixo tem massa 1000 kg e é usado para levantar uma caixa de
2400 kg conforme a figura 1.42(a). Ele é mantido no lugar por um pino em A e um balancim
em B. O centro de gravidade do guindaste está localizado no ponto G. Adote g = 9, 8 m/s2
e determine as reações nos apoios A e B.
Resolução: As reações nos apoios A e B são RAx , RAy e RBx conforme a figura 1.42(b).
Além disso, o peso do guindaste é P = 1000 · 9, 8 = 9, 8 kN e atua em seu centro de
35
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
gravidade. A massa da caixa gera uma força vertical apontando para baixo de módulo
F = 2400 · 9, 8 = 23, 52 kN . Para o equilíbrio do guindaste devemos ter:
∑
Fx = 0 ⇒
RAx + RBx = 0 ⇒ RAx = −RBx
∑
Fy = 0 ⇒
RAy − 9, 8 − 23, 52 = 0 ⇒ RAy = 33, 32 kN
∑
MA = 0 ⇒
1, 5RBx − 2P − 6F = 0 ⇒ RBx = 107, 15 kN
Consequentemente, RAx = −107, 15 kN .
Exemplo 1.24 A armação suporta a parte de um telhado de um prédio pequeno conforme
a figura 1.43 (a). A tensão no cabo é 150 kN . Determine as reações REx , REy e MEz .
36
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Exemplo 1.25 Um arqueiro aplica uma força F a um arco conforme a figura 1.44(a). Mostre
que o momento fletor no ponto C é dado por
FH Fb
M= + tan β
4 2
Resolução: Sendo T a força de tração na corda, então da figura 1.44(c),
∑ F
Fx = 0 ⇒ 2T cos β − F = 0 ⇒ T cos β = (1.32)
2
Na condição de equilíbrio, MC = 0, de modo que:
∑ H
MC = 0 ⇒ (T cos β) ·
+ (T sin β) · b − M = 0 ⇒
2
( ) ( )
H H sin β
M =T cos β + b sin β = T cos β +b (1.33)
2 2 cos β
Substituindo (1.32) em (1.33), segue que
( )
F H FH Fb
M= + b tan β = + tan β
2 2 4 2
Exemplo 1.26 A barra curva ABC é submetido a cargas na forma de duas forças iguais e
opostas F , como mostrado na figura 3.7. O eixo da barra forma um semicircunferência de
raio r. Determine a força axial N , a força de cisalhamento V e momento fletor M atuando
numa seção transversal definida pelo ângulo θ.
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Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
2. O gancho da figura 1.46 está submetido as forças F⃗1 e F⃗2 . Determine a intensidade e
a orientação da força resultante. Fonte: [2]
38
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
3. Dois cabos sujeitos a trações conhecidas estão presos ao ponto A conforme a figura
1.47. Um terceiro cabo AC é usado para sustentação. Determine a tração em AC
sabendo que a resultante das três forças aplicadas em A deve ser vertical. Fonte: [1]
R: 26, 19 kN
6. Três forças atuam sobre o suporte mostrado na figura 1.50. Determine o ângulo θ e
a intensidade de F⃗1 , de modo que a resultante das forças seja orientada ao longo do
eixo x′ positivo e tenha intensidade de 1 kN . Fonte: [2]
7. Determine a direção e o módulo da resultante das forças da figura 1.51.
8. Determine a força necessária nos cabos AB e AD para o equilíbrio do motor de 250 kg
mostrado na figura 1.52.
9. Determine as forças necessárias nos cabos AB e AC da figura 1.53 para manter a
esfera D de 25 kg em equilíbrio. Dados F = 300 N e d = 1 m.
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Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
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Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
13. Escreva a força F⃗ como um vetor cartesiano sabendo que possui módulo 120 N e
ângulos diretores α = 60◦ , β = 120◦ e γ = 45◦ .
15. Determine os possíveis valores de γ, sabendo que os demais ângulos diretores são
α = 45◦ e β = 60◦ .
17. Os três cabos são usados para suportar a luminária de 1200 N conforme a figura 1.56.
Determine a força desenvolvida em cada cabo para condição de equilíbrio.
41
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
18. A torre é mantida reta pelos três cabos. Se a força em cada cabo que atua sobre a
torre for aquela mostrada na figura 1.57, determine a intensidade e os ângulos dire-
tores coordenados da força resultante. Considere x = 20 m e y = 15 m.
19. Considere os vetores unitários ⃗i = (1, 0, 0), ⃗j = (0, 1, 0) e ⃗k = (0, 0, 1). Mostre que:
(a) ⃗i · ⃗i = ⃗j · ⃗j = ⃗k · ⃗k = 1
(b) ⃗i · ⃗j = ⃗i · ⃗k = ⃗j · ⃗k = 0
20. Mostre que se os vetores ⃗u e ⃗v tem módulos iguais, então os vetores ⃗u − ⃗v e ⃗u + ⃗v são
perpendiculares.
22. Dados os vetores ⃗u = 2⃗i − 6⃗j + 3⃗k e ⃗v = ⃗i − ⃗j + 2⃗k, determine o vetor paralelo e o vetor
perpendicular ao vetor ⃗u em relação ao vetor ⃗v .
√
23. Dado o vetor ⃗u = ux⃗i + uy⃗j + uz⃗k, mostre que |⃗u| = ⃗u · ⃗u.
42
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
28. Defina:
(a) hipostática
(b) isostática
(c) hiperstática
43
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
34. Como devemos substituir a carga uniforme distribuída no cálculo das reações de
apoio?
35. Como devemos substituir a carga uniforme variável no cálculo das reações de apoio?
37. Uma barra homogênea AB da figura 1.62 tem 10 m de comprimento e pesa 1200 N .
Há um ponto fixo C no qual a barra articulada em atrito. A barra repousa sobre a
extremidade A. Determine a máxima distância x que um homem que pesa 1000 N
pode percorrer sobre a barra, partindo de A, sem que ela gire em torno de C. R:
x = 6, 7 m
44
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
45
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
46
Capítulo 2
2.1 Introdução
Mesmo quando um corpo gira ou vibra, existe um ponto nesse corpo, chamado centro de
massa, que se desloca da mesma maneira que se deslocaria uma única partícula, com a
massa deste corpo e sujeita ao mesmo sistema de forças que ele. Ainda que o sistema não
seja um corpo rígido mas um conjunto de partículas, pode ser definido para ele um centro
de massa, como veremos adiante.
47
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Para facilitar o estudo dos sistemas mecânicos é necessário estudar um ponto material
muito especial chamado centro de massa.
Definição 2.3 Dado um sistema mecânico discreto S, o centro de massa é o ponto G(x, y, z)
tal que
∑ n
mG =
⃗ P⃗k mk (2.2)
k=1
sendo
∑
n
m= mk
k=1
1∑ 1∑ 1∑
n n n
x= m k xk , y = mk yk e z = m k zk (2.3)
m k=1 m k=1 m k=1
48
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Exemplo 2.1 Determine o centro de massa do segmento definido pelos pontos materiais
P1 (x1 , y1 )[m1 ], P2 (x2 , y2 )[m2 ].
(∑ ) (∑ ) P⃗k mk
n ∑
n n ∑
n
k=1
⃗ =
wk G P⃗k wk ⇒ ⃗ =
mk g G mk P⃗k g ⇒ ⃗ =
G = G⃗
∑n
k=1 k=1 k=1 k=1
mk
k=1
Observação 2.2 Trataremos somente dos sistemas mecânicos próximos a superfície ter-
restre, de modo que o centro de gravidade coincide com o seu centro de massa e G será
denotado simplesmente por G.
S = {P1 (1, −2, 4)[3], P2 (2, 1, 1)[1], P3 (1, 0, 4)[2], P4 (−1, 1, 2)[2]}
49
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Resolução: Sendo
∑
4
m= mk = 3 + 1 + 2 + 2 = 8
k=1
∑
4
mk xk = 1 · 3 + 2 · 1 + 1 · 2 + (−1) · 2 = 5
k=1
∑4
mk yk = −2 · 3 + 1 · 1 + 0 · 2 + 1 · 2 = −3
k=1
∑
4
mk zk = 4 · 3 + 1 · 1 + 4 · 2 + 2 · 2 = 25
k=1
5 3 25
segue que x = = 0, 625 m, y = − = −0, 125 m e z = = 3, 125 m.
8 8 8
50
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Logo,
∑
5
m k xk
k=1 4, 8
x̄ = = = 0, 366 m,
∑5 13, 1
mk
k=1
∑
5
mk yk
k=1 12, 4
ȳ = = = 0, 946 m
∑5 13, 1
mk
k=1
∑5
m k zk
k=1 21, 7
e z̄ = = = 1, 656 m
∑5 13, 1
mk
k=1
pertence à reta que passa pelos pontos P1 e P2 , ou seja, G, P1 e P2 são colineares conforme
a figura 2.2.
Demonstração: Seja r a reta que passa pelos pontos P1 e P2 . O vetor diretor de r é dado
por
⃗v = P2 − P1 = (x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 )
Assim, a equação da reta r é dada por:
−−→
P⃗ (t) − OP1 = t⃗v ⇒ P⃗ (t) = (x1 , y1 , z1 ) + t(x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 )
ou seja,
x(t) = x1 + t(x2 − x1 )
r : y(t) = y1 + t(y2 − y1 )
z(t) = z1 + t(z2 − z1 )
51
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
x − x1 y − y1 z − z1
r: = =
x 2 − x1 y2 − y1 z2 − z1
Note que
de modo que
x̄ − x1 m2
= (2.5)
x2 − x1 m1 + m2
Analogamente,
ȳ − y1 m2 z̄ − z1 m2
= e = (2.6)
y2 − y1 m1 + m2 z2 − z1 m1 + m2
De (2.5) e (2.6), segue que
x̄ − x1 ȳ − y1 z̄ − z1
= =
x2 − x1 y2 − y1 z2 − z1
ou seja, G(x̄, ȳ, z̄) ∈ r.
Observação 2.3 É claro que se P1 (x1 , y1 , z1 ) e P2 (x2 , y2 , z2 ) são dois pontos materiais com
massas iguais a m, então o centro de massa está no ponto médio do segmento P1 P2 .
52
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
É possível provar que o baricentro de um triângulo é único e que suas coordenadas são
dadas por:
x1 + x2 + x3
xB = (2.7)
3
y1 + y2 + y3
yB = (2.8)
3
e
z1 + z2 + z3
zB = (2.9)
3
Proposição 2.5 O centro de massa do sistema mecânico discreto
S = {P1 (x1 , y1 , z1 )[m1 ], P2 (x2 , y2 , z2 )[m2 ], P3 (x3 , y3 , z3 )[m3 ]}
em que P1 , P2 e P3 são não-colineares e m1 = m2 = m3 = m é o baricentro do triângulo
formado pelos pontos P1 , P2 e P3 , isto é, x̄ = xB , ȳ = yB e z̄ = zB .
Exemplo 2.4 Dado três pontos materiais A, B e D, de massas iguais a m estão situados
nas posições indicadas na figura 2.4. Determine as coordenadas do centro de massa do
sistema de pontos materiais.
Resolução: Como as massas dos pontos materiais são iguais, o centro de massa localiza-
se no baricentro do triângulo definido pelos pontos A, B e D. Assim, das expressões (2.7)
e (2.8), segue que ( )
0+4+2 0+0+3
G(x̄, ȳ) = , = (2, 1)
3 3
Se um sistema mecânico discreto possui alguma simetria, pode-se tirar vantagem dessa
simetria para a localização do centro de massa.
53
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Figura 2.4: Sistema mecânico discreto de três pontos materiais de massas iguais a m.
1∑ 1∑ 1∑
n n n
x= m k xk , y = mk yk e z = mk zk
m k=1 m k=1 m k=1
54
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Para sistemas mecânicos contínuos, os somatórios são substituídos por integrais atuando
em alguma região R da reta, do plano ou do espaço, isto é,
∫ ∫ ∫
1 1 1
x= xdm , y = ydm e z = zdm (2.10)
m R m R m R
⃗ = m1 G
mG ⃗ 1 + m2 G
⃗2 (2.12)
Além disso, o centro de massa do objeto composto encontra-se no segmento de reta que
une os centros de massa das duas regiões menores conforme a figura 2.5.
Demonstração: De fato,
∫ ∫ ∫ ∫
⃗ =
mG P⃗ dm = P⃗ dm = P⃗ dm + P⃗ dm
R1 ∪R2
R
∫ ∫
R1 R2
1 1
= m1 · P⃗ dm + m2 · P⃗ dm
m1 R1 m 2 R2
= m1 G ⃗2
⃗ 1 + m2 G
55
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Mostraremos agora que G(x̄, ȳ, z̄) ∈ G ⃗ 1G ⃗ 2 . Para isso, a equação da reta que passa pelos
centros de massa G1 (x̄1 , ȳ1 , z̄1 ) e G2 (x̄2 , ȳ2 , z̄2 ) é dada por:
(x̄2 − x̄1 )t + x̄1
⃗r(t) = (x(t), y(t), z(t)) = (ȳ2 − ȳ1 )t + ȳ1
(z̄2 − z̄1 )t + z̄1
para t ∈ [0, 1]. Eliminando t das expressões acima, obtemos as equações simétricas da
reta, isto é,
x − x̄1 y − ȳ1 z − z̄1
r: = =
x̄2 − x̄1 ȳ2 − ȳ1 z̄2 − z̄1
Sendo m = m1 + m2 , então
m1 x̄1 + m2 x̄2 m1 x̄1 + m2 x̄2
x̄ − x̄1 = − x̄1 = − x̄1
m m1 + m2
m2 x̄ − x̄1 m2
= (x̄2 − x̄1 ) ⇒ =
m1 + m2 x̄2 − x̄1 m1 + m2
Analogamente,
ȳ − ȳ1 m2 z̄ − z̄1 m2
= e =
ȳ2 − ȳ1 m1 + m2 z̄2 − z̄1 m1 + m2
donde segue que
x̄ − x̄1 ȳ − ȳ1 z̄ − z̄1
= =
x̄2 − x̄1 ȳ2 − ȳ1 z̄2 − z̄1
isto é, G(x̄, ȳ, z̄) ∈ r.
m
λ= (2.13)
L
Em algumas situações, a densidade linear λ varia continuamente com o comprimento
de arco, de modo que
dm = λ(L)dL (2.14)
representa a massa de um pedaço infinitesimal de um cabo conforme a figura 2.6. Por
integração obtemos a massa total do cabo, isto é,
∫
m= λ(L)dL (2.15)
R
56
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Resolução: Colocando o cabo encima do eixo x, de modo que a sua extremidade esquerda
coincida com a origem do eixo, então a região R é o intervalo [0, 2]. Assim, da expressão
(2.52), temos:
∫ ∫ 2 [ 2 ]2
x
m= λ(x)dx = (x + 1)dx = + x = 4 kg
R 0 2 0
Analogamente,
∫ ∫
1 1
y= yλ(L)dL e z= zλ(L)dL (2.17)
m R m R
Resolução: Considere o eixo x com a origem sobre o ponto A conforme a figura 2.7.
Sendo λ(x) = kx2 , então
∫ ∫ 10 ∫ 10 ]10
2 x3 1000k
m= dm = λ(x)dx = kx dx = k =
R 0 0 3 0 3
57
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
e
∫ ∫ 10 ∫ 10 ∫ 10
2
xdm = xλ(x)dx = xkx dx = k x3 dx
R 0 0 0
]10
x4
=k = 2500k
4 0
Da expressão (2.16), segue que
∫
1 1
x= xdm = · 2500k = 7, 5 cm
m R 1000k/3
Definição 2.7 O centróide de um cabo é um ponto P (x̄, ȳ, z̄) obtido das expressões (2.16)
e (2.17) no caso em que a densidade linear λ(L) é constante.
Proposição 2.8 As coordenadas do centroide de um cabo podem ser obtidas através das
expressões
∫ ∫ ∫
1 1 1
x= xdL , y = ydL e z = zdL (2.18)
L R L R L R
sendo L seu comprimento.
Resolução: O primeiro passo é achar uma expressão para o elemento infinitesimal dL. Do
Cálculo, o elemento infinitesimal de comprimento de arco de um curva plana é dado por
√
dL = dx2 + dy 2
Da figura 2.8, x = a cos θ e y = a sin θ, de modo que
dx = −a sin θdθ e dy = a cos θdθ ⇒
√ √
dL = dx2 + dy 2 = (−a sin θdθ)2 + (a cos θdθ)2
√
= a2 dθ2 (cos2 θ + sin2 θ) = adθ
58
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Assim, ∫ ∫ ∫
π π
1 1 1
x̄ = xdL = a cos θ(adθ) = a cos θdθ = 0
L R πa 0 π 0
e ∫ ∫ π ∫ π
1 1 1 2a
ȳ = ydL = a sin θ(adθ) = a sin θdθ =
L R πa 0 π 0 π
Observação
√ 2.4 No exemplo anterior vimos que x̄ = 0 e isto é devido ao fato que f (x) =
a2 − x2 é uma função no intervalo simétrico [−a, a]. Em outras palavras, se um cabo
possui simetria em relação ao eixo y, então a abscissa do centróide é nula.
Definição 2.8 Dizemos que uma função f definida no intervalo I é par se f (−x) = f (x)
para todo x ∈ I e f é uma função ímpar se f (−x) = −f (x) para todo x ∈ I.
Proposição 2.9 Se f é uma função diferenciável e par no intervalo [−a, a], isto é, f (x) =
f (−x) para todo x ∈ [−a, a] cujo gráfico representa um fio de densidade constante, então a
abscissa do centróide do cabo é nula conforme a figura 2.9.
Demonstração: Sendo f uma função par, então f ′ é uma função ímpar no intervalo (−a, a).
De fato,
d
f (−x) = f ′ (−x)(−1) = −f ′ (−x)
dx
e ⇒ f (−x) = −f (−x)
d
f (−x) = f ′ (x) = f ′ (x)
dx
Por outro lado,
√ ( )2
√ dy √
2
dL = dx + dy = 1 +2 dx = 1 + [f ′ (x)]2 dx
dx
59
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
de modo que
∫ ∫ ∫ ∫
1 1 a √ ′
1 0 √ ′
1 a √
x̄ = xdL = 2
x 1 + [f (x)] dx = 2
x 1 + [f (x)] dx + x 1 + [f ′ (x)]2 dx
L R L −a L −a L 0
∫ √ ∫ a √
1 0 1
= (−u) 1 + [f ′ (−u)]2 (−du) + x 1 + [f ′ (x)]2 dx
L a L 0
∫ ∫
1 a √ 1 a √
=− ′ 2
x 1 + [f (x)] dx + x 1 + [f ′ (x)]2 dx = 0
L 0 L 0
Exemplo 2.8 Determine o centroide de um cabo retilíneo que liga os pontos P1 (x1 , y1 , z1 ) e
P2 (x2 , y2 , z2 ).
−−→
Resolução: Seja ⃗v = P1 P2 = (x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 ) o vetor diretor da reta r que liga os
pontos P1 e P2 . Assim, a equação paramétrica da reta r é dada por:
x(t) = (x2 − x1 )t + x1
y(t) = (y2 − y1 )t + y1
z(t) = (z2 − z1 )t + z1
para t ∈ [0, 1]. Desta forma,
√( ) ( )2 ( )2
dx
2
dy dz √
dL = + + dt = (x2 − x1 )2 + (y2 − y1 )2 + (z2 − z1 )2 dt ⇒
dt dt dt
∫ 1√ √
L= (x2 − x1 )2 + (y2 − y1 )2 + (z2 − z1 )2 dt = (x2 − x1 )2 + (y2 − y1 )2 + (z2 − z1 )2
0
de modo que dL = Ldt. Consequentemente, a abscissa do centroide do cabo é:
∫ ∫ [ ]1
1 1 1 t2 x2 − x1 x1 + x2
x̄ = xdL = [(x2 − x1 )t + x1 ]Ldt = (x2 − x1 ) + x1 t = + x1 =
L R L 0 2 0 2 2
Analogamente,
y1 + y2 z1 + z2
ȳ = e z̄ =
2 2
Intuitivamente, este é um resultado esperado, isto é, o centroide de um cabo localiza-se em
no ponto médio do cabo independentemente de sua posição.
60
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
A = 2πyL (2.19)
Demonstração: Considere uma curva plana e um eixo de revolução no eixo desta curva.
Um elemento infinitesimal dL da curva geratriz é considerado na figura 2.10. Para uma
única revolução da curva geratriz sobre o eixo x, o elemento infinitesimal dL gera uma área
dada por dA = 2πydL e a área total da superfície é dada por:
∫ ∫
A= dA = 2π ydL (2.20)
R R
Exemplo 2.9 Use o primeiro teorema de Pappus √ e mostre que a área lateral de um cone
circular reto de raio r e altura h é dado por A = πr r2 + h2 .
61
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
r
Resolução: Pelo exemplo 2.8, a ordenada do centroide do cabo retilíneo é ȳ = . Usando
2√
o teorema de Pitágoras na figura 2.11, o comprimento do cabo retilíneo é L = r2 + h2 .
Logo, usando o primeiro teorema de Pappus, temos:
r √ 2 √
A = 2π ȳL = 2π · · r + h2 = πr r2 + h2
2
Definição 2.9 Uma placa é um corpo de massa m em que sua largura e comprimento é
muito maior que a sua altura h.
Definição 2.10 Dada uma função diferenciável z = f (x, y) definida em uma região R do
plano xy, uma placa curvilínea no espaço R3 é o gráfico desta função.
Definição 2.11 Dada uma placa de massa m e área S, define-se densidade superficial
média, denotada por σ, como sendo a razão entre sua massa pela sua área superficial, isto
é,
m
σ= (2.22)
S
62
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
63
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Definição 2.12 As coordenadas x̄, ȳ e z̄ do centro de massa de uma placa curvilínea definida
pela função z = f (x, y) em uma região R é dada pelas expressões:
√ ( )2 ( )2
∫ ∫
1 ∂z ∂z
x̄ = xσ(x, y) 1 + + dA (2.25)
m R ∂x ∂y
√ ( )2 ( )2
∫ ∫
1 ∂z ∂z
ȳ = yσ(x, y) 1+ + dA (2.26)
m R ∂x ∂y
e √
∫ ∫ ( )2 ( )2
1 ∂z ∂z
z̄ = f (x, y)σ(x, y) 1+ + dA (2.27)
m R ∂x ∂y
64
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Para resolver esta última integral, usaremos a técnica de integração por partes, escolhendo
u = r2 e dv = r(1 + 4r2 )3/2 dr, de modo que
∫
1 (1 + 4r2 )5/2
du = 2rdr e v = r(1 + 4r2 )3/2 dr = ·
8 5/2
Assim,
∫ 1 [ ]
2 5/2 1 ∫ 1
2 (1 + 4r ) (1 + 4r2 )5/2
2 2 3/2
r [r(1 + 4r ) ]dr = r − 2r dr
0 20 0 20
√ ∫ 1
0
√ 1 √
5 1 5 1 (1 + 4r2 )7/2 9 5 1
= − 2 5/2
r(1 + 4r ) dr = − = +
4 10 0 4 80 7/2 0 56 280
Logo, ( √ ) √
20 9 5 1 14(45 5 + 1)
z̄ = √ · + = √ ≃ 1, 85
25 5 − 1 56 280 25 5 − 1
Definição 2.13 O centroide de uma placa curvilínea, é um ponto G(x̄, ȳ, z̄) em que a densi-
dade superficial σ é constante.
Proposição 2.10 As coordenadas do centroide de uma placa curvilínea definida pela função
z = f (x, y) na região R são dadas pelas expressões:
√ ( )2 ( )2
∫ ∫
1 ∂z ∂z
x̄ = x 1+ + dA (2.28)
S R ∂x ∂y
√ ( )2 ( )2
∫ ∫
1 ∂z ∂z
ȳ = y 1+ + dA (2.29)
S R ∂x ∂y
e √
∫ ∫ ( )2 ( )2
1 ∂z ∂z
z̄ = f (x, y) 1 + + dA (2.30)
S R ∂x ∂y
√
( )2 ( )2
∫ ∫
1 ∂z ∂z
x̄ = xk 1 + + dA
kS R ∂x ∂y
√ ( )2 ( )2
∫ ∫
1 ∂z ∂z
= x 1+ + dA
S R ∂x ∂y
65
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Exemplo 2.12 Determine a área de superfície de uma placa hemisférica de raio a conforme
a figura 2.14.
√
Resolução: A equação da placa hemisférica é z = a2 − x2 − y 2 definida na região R =
{(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ a2 }. Note que
∂z ∂z
z 2 = a 2 − x2 − y 2 ⇒ 2z = −2x e 2z = −2y
∂x ∂y
de modo que
( )2 ( )2 ( )2 (
)2 ( )2
dS ∂z ∂z x y
=1+ + =1+ − + −
dA ∂x ∂y z z
2 2 2 2
z +x +y a
= 2
= 2
z z
consequentemente,
∫ ∫ ∫
a a
dS = √ dA ⇒ S= dS = √ dA
a 2 − x2 − y 2 R R a 2 − x2 − y 2
66
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Definição 2.14 Dizemos que a placa curvilínea definida em uma região R circular de raio a
no plano xy possui simetria radial,√se z = f (x, y) pode ser escrita na forma z = g(r), sendo
g uma função diferenciável e r = x2 + y 2 .
Proposição 2.11√Se uma placa curvilínea possui simetria radial e a densidade σ(x, y) =
h(r), sendo r = x2 + y 2 , então a absicissa e a ordenada do centro de massa são nulas,
isto é, x̄ = ȳ = 0.
Demonstração: De fato, sendo f (x, y) = g(r), então
∂f dg ∂r ∂r ∂f dg ∂r ∂r
= = g ′ (r) e = = g ′ (r)
∂x dr ∂x ∂x ∂y dr ∂y ∂y
∂r x ∂r y
Do fato que r2 = x2 + y 2 , segue que
= e = de modo que
∂x r ∂y r
( )2 ( )2 ( )2 ( )2
∂z ∂z ′ x ′ x
1+ + = 1 + g (r) + g (r)
∂x ∂y r r
( 2 2
)
x y
= 1 + [g ′ (r)]2 2 + 2 = 1 + [g ′ (r)]2
r r
Assim,
√ ( )2 ( )2
∫ ∫ ∫ ∫ √
1 ∂z ∂z 1 2π a
x̄ = xσ(x, y) 1 + + dA = r cos θ h(r) 1 + [g ′ (r)]2 rdrdθ
m R ∂x ∂y m 0 0
∫ 2π ∫ a √
1
= cos θdθ r2 h(r) 1 + [g ′ (r)]2 dr = 0
m 0 0
de modo que
√ [ ]2
∫ 2π ∫ a √ ∫ a√
1 2π r
z̄ = ′ 2
g(r) 1 + [g (r)] rdrdθ = a − r 1 + −√
2 2 rdr
S 0 0 2πa2 0 a2 − r 2
√
∫ a√ ∫
1 a2 − r2 + r2 1 a a
= 2 a −r
2 2 rdr = rdr =
a 0 a −r
2 2 a 0 2
67
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Exemplo 2.14 Determine o centroide de uma placa no formato de um cone circular reto
de vértice na origem do sistema do coordenadas cartesianas, raio da base a e altura h
conforme a figura 2.15.
r z √
Resolução: Por semelhança de triângulos, = , sendo r = x2 + y 2 o raio de uma
a h
hr hr
seção na altura z. Assim, a equação do cone é z = , de modo que g(r) = . Pela
a √ a
proposição , x̄ = ȳ = 0. Sendo a área da placa cônica igual a S = πa a2 + h2 , então:
∫ ∫ ∫ 2π ∫ a √
1 1
z̄ = zdS = √ g(r) 1 + [g ′ (r)]2 rdrdθ
S R πa a2 + h2 0
∫ 2π ∫ a √
0
∫ 2π ∫ a a
1 hr h 2
h 2h r3 2h
= √ 1 + 2 rdrdθ = 3 dθ 2
r dr = 3 =
2
πa a + h 0 2
0 a a πa 0 0 a 3 0 3
Definição 2.15 Uma placa plana é uma placa no qual todos os seus pontos estão contidos
em um mesmo plano. Por simplicidade, admitiremos que toda placa plana está contida no
plano xy.
Na figura 2.38, temos um exemplo de uma placa plana furada com contornos curvilíneos
e retilíneos. As coordenadas do centro de massa de uma placa plana são dadas pelas
expressões (2.31). Além disso, conforme a natureza da placa o elemento infinitesimal de
área dA pode ser da forma dxdy, dydx ou rdrdθ.
∫ ∫ ∫ ∫
1 1
x= xσ(x, y)dA e y= yσ(x, y)dA (2.31)
m R m R
68
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Exemplo 2.15 Considere uma placa plana triangular delimitada pelos eixos coordenados
e pela reta y = 4 − x conforme a figura 2.39. Sabendo que a densidade em cada ponto é
dada por σ(x, y) = xy, determine as coordenadas do seu centro de massa.
Figura 2.16: Centro de massa de uma placa formada por um triângulo retângulo isósceles.
69
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
√
Figura 2.17: Centroide da placa delimitada pela reta x = 2 − y, pela curva y = x e pelo
eixo x.
Resolução: A região é ilustrada na figura 2.17. O ponto de interseção entre as curvas é
obtido igualando as ordenadas, isto é,
√
y = y ⇒ 2 − x = x ⇒ (2 − x)2 = x ⇒ x2 − 5x + 4 = 0
As raízes são x1 = 1 e x2 = 4, de modo que os pontos de interseção são P1 (1, 1) e P2 (4, 2).
O próximo passo é calcular a área da região, ou seja,
∫ ∫ ∫ 1 ∫ 2−y ∫ 1 2−y ∫ 1 [ ]
y 2
y 3 1
7
A= dA = dxdy = x dy = (2 − y − y )dy = 2y −
2
− =
R 0 y2 0 y2 0 2 3 0 6
Assim,
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ 2−y ∫
1 1 1
6 1 x2
2−y
3 1
x̄ = xdA = xdxdy = dy = [(2 − y)2 − y 4 ]dy
A R 7/6 0 y2 7 0 2 y2 7 0
∫ [ ]1
3 1 3 y3 y5 32
= (4 − 4y + y − y )dy = 4y − 2y +
2 4 2
− =
7 0 7 3 5 0 35
Analogamente,
∫ ∫ ∫ 1 ∫ 2−y ∫ 2−y ∫
1 1 6 1 6 1
ȳ = ydA = ydxdy = yx dy = (2y − y 2 − y 3 )dy
A R 7/6 0 y2 7 0 y 2 7 0
[ 3
]
4 1
6 y y 5
= y2 − − =
7 3 4 0 14
70
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Definição 2.17 Uma placa plana definida por uma região R do plano é simétrica em relação
a um eixo BB ′ se todo ponto P corresponder um ponto P ′ da mesma região, de tal forma
que o linha P P ′ é perpendicular a BB ′ e dividir a região em duas partes iguais em relação
aquele eixo.
Proposição 2.13 Seja f uma função contínua e positiva definida no intervalo [0, a] (figura
2.19). Se para todo x ∈ [a, b], existe x1 ∈ [0, a] tal que x + x1 = a e f (x) = f (x1 ), então
x = a/2 é um eixo de simetria da placa plana delimitada pelo gráfico de f e pelo eixo x.
Figura 2.19: Placa plana simétrica delimitada superiormente pelo gráfico de uma função
contínua.
71
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Demonstração: Sejam x ∈ [0, a] e os pontos P ′ (x1 , f (x1 )) e P (x, f (x)). Sendo f (x) =
f (x1 ), então P P ′ é perpendicular ao eixo x = a/2. Além disso, para todo x ∈ [0, a],
a
− x = a − x + a − a = x1 − a
2 2 2
de modo que P P ′ divide a região em duas partes iguais em relação ao eixo x = a/2, donde
segue o resultado.
Proposição 2.14 Seja f uma função contínua definida em um intervalo fechado I. Se E é
um eixo de simetria, então o centroide da placa plana delimitada pelo gráfico de f e pelo
eixo x pertence a este eixo.
Demonstração: Sem perda de generalidade, podemos transladar o eixo y, de modo que
I = [0, a] e o eixo de simetria E é a reta x = a/2. Assim, para provar a proposição,
mostraremos que x̄ = a/2.
De fato, sendo x = a/2 um eixo de simetria, então para todo x ∈ [0, a] existe x1 ∈ [0, a]
tal que f (x) = f (x1 ) e
( )
a
− x = x1 − ⇒ a − x ± x1 − a
a
2 2 2 2
de modo que x1 = a − x e x1 = x (não serve). Assim,
f (x) = f (x1 ) = f (a − x) para todo x ∈ [0, a] (2.34)
Por outro lado,
∫ a ∫ f (x) ∫ a
1 1
x̄ = xdydx = xf (x)dx
A 0 0 A 0
72
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Corolário 2.1 Se E1 e E2 são dois eixos de simetria de uma placa plana definida pelos
gráficos das funções positivas f e g em um intervalo [a, b]. Então o centroide G desta placa
é a interseção destes dois eixos, isto é, G ∈ E1 ∩ E2 .
Corolário 2.2 Se uma placa plana é delimitada inferiormente pela função par y = g(x) e
superiormente pela função par y = f (x) no intervalo simétrico [−a, a] conforme a figura
2.20, então a abscissa do centroide é nula, isto é, x̄ = 0.
Figura 2.20: Placa plana delimitada por duas funções pares em um intervalo simétrico.
de modo que P P ′ com P (x, h(x)) e P ′ (−x, h(x)) é perpendicular ao eixo y e divide a região
em duas partes iguais. Sendo x = 0 um eixo de simetria, da proposição 2.14, x̄ = 0.
Observação 2.6 Analogamente, se uma placa plana é delimitada à esquerda pela função
par x = g(y) e à direita pela função par x = h(y) no intervalo simétrico [−b, b], então a
ordenada do centroide é nula, isto é, ȳ = 0.
Proposição 2.15 Seja f uma função contínua e positiva no intervalo [−a, a] e a placa plana
delimitada pelo gráfico de f e o eixo x. Se x̄ = 0, então f é uma função par.
73
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Demonstração: Suponhamos que f não seja uma função no intervalo [−a, a]. Assim,
existe ξ ∈ [−a, a], não nulo, tal que f (−ξ) ̸= f (ξ) e sendo f contínua, existe um intervalo
aberto I ⊂ [−a, a] não contendo a origem tal que
Assim,
∫ ∫ a ∫ a ∫ a
0< |x[f (x) − f (−x)]|dx ≤ x[f (x) − f (−x)]dx = xf (x)dx − xf (−x)dx
I 0 0 0
∫ a ∫ −a ∫ a ∫ 0 ∫ a
= xf (x)dx − (−u)f (u)d(−u) = xf (x)dx + xf (x)dx = xf (x)dx
0 0 0 −a −a
∫ a ∫ f (x) ( ∫ a ∫ f (x) )
1
= xdydx = A · xdydx = Ax̄
−a 0 A −a 0
Exemplo 2.17 Mostre que as coordenadas do centróide de uma placa semi-circular de raio
4a
a, cujo o diâmetro está sobre o eixo x e o eixo y passa pela origem são x̄ = 0 e ȳ = .
3π
Exemplo 2.18 Se uma placa parabólica plana é delimitada inferiormente por uma base
retilínea perpendicular ao eixo simetria da curva, mostre que o seu centróide pertence ao
eixo da parábola e está a 2/5 da base.
74
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
h hx2
de modo que b = 0 e m = − , de modo que f (x) = h − . Desta forma, f é uma função
a2 a2
par em um intervalo simétrico, então x = 0 é um eixo de simetria e consequentemente pelo
corolário 2.2, x̄ = 0. Por outro lado,
∫ a ∫ a( ) [ ]a
x2 x3 2a 4ah
A= f (x)dx = 2h 1 − 2 dx = 2h x − 2 = 2h · =
−a 0 a 3a 0 3 3
e consequentemente,
∫ ∫ ∫ a ∫ h− hx22 ∫ a 2 ]h− hx22 ∫ a( )2
1 1 a 3 y a 3 hx2
ȳ = ydA = ydydx = dx = h− 2 dx
A R 4ah/3 −a 0 4ah −a 2 0 8ah −a a
∫ a( )
3 2h2 x2 h2 x4 2h
= h −
2
+ dx =
4ah 0 a2 a4 5
Observação 2.7 Nem sempre o centro de massa de uma placa plana geometricamente
simétrica pertence ao eixo de simetria, pois o cálculo de suas coordenadas depende da
distribuição de massa sobre a placa.
Resolução: A reta x = π/2 é um eixo de simetria. De fato, para todo x ∈ [0, π] seja
x1 = π − x. Sendo
π π π
− x = π − x − = x1 −
2 2 2
75
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e
f (x1 ) = sin(π − x) = sin x = f (x)
de modo que x = π/2 é um eixo de simetria. Pela proposição 2.14, x̄ = π/2. Por outro lado,
∫ π
A= sin xdx = 2
0
Consequentemente,
∫ ∫ ∫ sin x ∫ ∫
1 π sin x 1 π 2 1 π 2 1 π π
ȳ = ydydx = y dx = sin xdx = [1 − cos(2x)]dx =
A 0 0 4 0 0 4 0 8 0 8
Proposição 2.16 Sejam f e g duas funções pares, positivas e contínuas no intervalo [−a, a],
sendo g(x) ≤ f (x) para todo x ∈ [−a, a] conforme a figura 2.24. Se R1 = [g(x), f (x)]×[−a, 0],
R2 = [g(x), f (x)] × [0, a] representam duas placas planas, então ȳR1 = ȳR2 = ȳR , sendo
R = R1 ∪ R2 .
76
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Observação 2.8 Em outras palavras, podemos afirmar que: "Se uma placa possui um eixo
de simetria e dividimos esta placa através deste eixo em duas regiões, então uma das
coordenadas do centroide continua sobre o eixo de simetria".
Resolução: A placa plana está representada na figura 2.25. Os pontos de interseção são
obtidos fazendo f (x) = g(x), isto é,
x2 + 2 = 10 − x2 ⇒ x = ±2
77
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Demonstração:
1 + cos(2θ)
i) Da identidade trigonométrica cos2 θ = , temos:
2
∫ 2π ∫ 2π [ ]2π
2 1 + cos(2θ) 1 1
cos θdθ = dθ = θ + sin(2θ) =π
0 0 2 2 2 0
e ∫ ∫
2π 2π
2
sin θdθ = (1 − cos2 θ)dθ = 2π − π = π
0 0
ii) De fato,
∫ 2π ∫ 2π ∫ 2π [ ]2
4 2 2 1 + cos(2θ)
cos θdθ = (cos θ) dθ = dθ
0 0 0 2
∫ ∫
1 2π 2 π 1 2π
= [1 + 2 cos(2θ) + cos (2θ)]dθ = + cos2 (2θ)dθ
4 0 2 4 0
∫
π 1 2π π π 3π
= + [1 + cos(2θ)]dθ = + =
2 8 0 2 4 4
e
∫ 2π ∫ 2π ∫ 2π
4
sin θdθ = (1 − cos θ) dθ = (1 − 2 cos2 θ + cos4 θ)dθ
2 2
0
∫0 2π ∫ 2π 0
∫ 2π
= dθ − 2 2
cos θdθ + cos4 θdθ
0
∫ 02π 0
3π
= 2π − 2π + cos4 θdθ =
0 4
iii) A função f (θ) = sin θ é ímpar e g(θ) = [f (θ)]2n+1 também é. Fazendo a mudança de
variáveis α = θ − π, temos:
∫ 2π ∫ π ∫ π
sin 2n+1
θdθ = sin 2n+1
(α + π)dα = − sin2n+1 αdα = 0
0 −π −π
79
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de modo que,
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ 3π/2 1+sin θ
1 2 3π/2 1+sin θ
2 r3
ȳ = ydA = r sin θrdrdθ = sin θ dθ
A R 3π −π/2 0 3π −π/2 3 0
∫ 3π/2 ∫ 3π/2
2 3 2
= sin θ(1 + sin θ) dθ = sin θ(1 + 3 sin θ + 3 sin2 θ + sin3 θ)dθ
9π −π/2 9π −π/2
∫ 3π/2
2
= (sin θ + 3 sin2 θ + 3 sin3 θ + sin4 θ)dθ
9π −π/2
Exemplo 2.23 Determine o centróide de uma pétala da rosácea r(θ) = 2a cos(2θ) conforme
a figura 2.36.
81
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Assim,
∫ ∫ ∫ π/4 ∫ 2a cos(2θ) ∫ π/4 ∫ 2a cos(2θ)
1 2 2
x̄ = xdA = 2 r cos θrdrdθ = 2 cos θ r2 drdθ
A R πa −π/4 0 πa −π/4 0
∫ π/4 ∫
r3
2a cos(2θ) π/4
2 2
= 2 cos θ dθ = 2
8a3 cos3 (2θ) cos θdθ
πa −π/4 3 0 3πa −π/4
∫ π/4 ∫
32a 32a π/4
= 3
cos (2θ) cos θdθ = (1 − 2 sin2 θ)3 cos θdθ
3π 0 3π 0
onde usamos o fato que cos(2θ) = cos2 θ − sin2 θ = 1 − 2 sin2 θ. Para esta última integral, seja
u = sin θ, de modo que
∫ √2/2 ∫ √2/2 √ √
32a 32a 32a 8 2 256 2a
x̄ = (1 − 2u ) du =
2 3
(1 − 6u + 12u − 8u )du =
2 3 6
· =
3π 0 3π 0 3π 35 105π
82
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Exemplo 2.24 Calcule as coordenadas do centróide da placa plana delimitada pelas curvas
C1 : x = 0, C2 : y = 0 e C3 : ⃗r(t) = (a cos t, b sin t), t ∈ [0, π/2] com a, b positivos através das
expressões (2.37), (2.38) e (2.39).
Resolução: A região compreendida por estas curvas é um setor elíptico conforme a figura
2.29. A área da região é dada por:
∫ ∫ ∫ ∫ π/2 ∫ π/2
πab
A= xdy = xdy = xdy = a cos t b cos tdt = ab cos2 tdt =
C C1 ∪C2 ∪C3 C3 0 0 4
Assim,
∫ ∫ ∫ π/2
1 2 1 2 2
x̄ = x dy = x dy = (a cos t)2 b cos tdt
2A C πab/2 C3 πab 0
∫ π/2 [ ]π/2
2a 2a sin3 t 4a
= (1 − sin t)d(sin t) =
2
sin t − =
π 0 π 3 0 3π
e
∫ ∫ ∫ π/2
1 1 2
ȳ = − y dx = −
2
y dx = −
2
(b sin t)2 a(− sin t)dt
2A C πab/2 C3 πab 0
∫ [ ]π/2 [ ( )]
2b π/2 2b cos3 t 2b 1 4b
=− (1 − cos t)d(cos t) = −
2
cos t − =− 0− 1− =
π 0 π 3 0 π 3 3π
Logo, as coordenadas do centróide de uma placa no formato de um setor elíptico são
x̄ = 4a/3π e ȳ = 4b/3π.
83
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Analogamente, ∫ ∫
1 h
ȳ = ydA =
A R 2
Observação 2.9 Este resultado pode também ser obtido observando que as retas x = b/2
e y = h/2 são eixos de simetria, conforme a figura 2.30.
Proposição 2.20 O centróide de uma placa plana triangular retangular coincide com o bari-
centro do triângulo.
84
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e
∫ ∫ ∫ b∫ ∫ hx/b ∫ b 2 2 b
1 1 hx/b
2 b
y 2 1 hx h x3 h
ȳ = ydA = ydydx = dx = 2
dx = 3 =
A R bh/2 0 0 bh 0 2 0 bh 0 b b 3 0 3
Por outro lado, os vértices da placa triangular são (0, 0), (b, 0) e (b, h), de modo que
0+b+b 2b 0+0+h h
xG = = = x̄ e yG = = = ȳ
3 3 3 3
Exemplo 2.25 Determine a ordenada do centróide da placa plana da figura 2.32 sabendo
que a região R2 é um triângulo retângulo de área igual a área da região R1 e que a região
R3 é um quadrado.
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B 2 + Bb + b2 (B + 2b)h
x̄ = e ȳ = (2.40)
3(B + b) 3(B + b)
Resolução: Considere a placa plana trapezoidal de base maior B, base menor b e altura
h conforme a figura 2.35.
(B − b)h B−b B + 2b h
A2 = , x̄2 = b + = e ȳ2 =
2 3 3 3
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Exemplo 2.28 Use a expressão (2.42) e calcule a área do polígono do exemplo 2.26.
Resolução: Os vértices do quadrilátero são os pontos P0 (1, 0), P1 (4, 3), P2 (1, 6) e P3 (0, 3).
Assim,
1∑
3
A= (xk+1 + xk )(yk+1 − yk )
2 k=0
1
= [(x1 + x0 )(y1 − y0 ) + (x2 + x1 )(y2 − y1 ) + (x3 + x2 )(y3 − y2 ) + (x4 + x3 )(y4 − y3 )]
2
Substituindo os valores numéricos e usando o fato que x4 = x0 = 1 e y4 = y0 = 0, temos:
1
A = [(4 + 1)(3 − 0) + (1 + 4)(6 − 3) + (0 + 1)(3 − 6) + (1 + 0)(0 − 3)] = 12 u.a.
2
Proposição 2.23 As coordenadas do centróide da placa poligonal R definida pelos pontos
P0 (x0 , y0 ), P1 (x1 , y1 ), . . . , Pn−1 (xn−1 , yn−1 ), Pn (xn , yn )
conforme a proposição 2.22 são dadas por:
1 ∑
n
x̄ = (yk+1 − yk )(x2k+1 + xx+1 xk + x2k ) (2.44)
6A k=0
e
1 ∑
n
ȳ = − (xk+1 − xk )(yk+1
2
+ yx+1 yk + yk2 ) (2.45)
6A k=0
89
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∫ ∫ n ∫
∑ n ∫
∑ 1
2Ax̄ = 2
x dy = = 2
x dy = [(xk+1 − xk )t + xk ]2 (yk+1 − yk )dt
C C0 ∪...∪Cn k=0 Ck k=0 0
∑
n ∫ 1
= (yk+1 − yk ) [(xk+1 − xk )2 t2 + 2(xk+1 − xk )xk t + x2k ]dt
k=0 0
∑ [
3 1
1 1 ]
n
t
= (yk+1 − yk ) (xk+1 − xk )2 +(xk+1 − xk )xk t2 +x2k t
k=0
3 0 0 0
∑n [ ]
1
= (yk+1 − yk ) (xk+1 − xk )2 + (xk+1 − xk )xk + x2k
k=0
3
1∑
n
= (yk+1 − yk )(x2k+1 + xk+1 xk + x2k )
3 k=0
∫ ∫ n ∫
∑ n ∫
∑ 1
−2Aȳ = 2
y dx = = 2
y dx = [(yk+1 − yk )t + yk ]2 (xk+1 − xk )dt
C C0 ∪...∪Cn k=0 Ck k=0 0
∑
n ∫ 1
= (xk+1 − xk ) [(yk+1 − yk )2 t2 + 2(yk+1 − yk )yk t + yk2 ]dt
k=0 0
∑ [
3 1
1 1 ]
n
2t
2
2
= (xk+1 − xk ) (yk+1 − yk ) +(yk+1 − yk )yk t +yk t
k=0
3 0 0 0
∑n [ ]
1
= (xk+1 − xk ) (yk+1 − yk )2 + (yk+1 − yk )yk + yk2
k=0
3
1∑
n
= (xk+1 − xk )(yk+1
2
+ yk+1 yk + yk2 )
3 k=0
Resolução: Sejam P0 (2, 0), P1 (4, 2), P2 (2, 5), P3 (−1, 3) e P4 (−2, 1) os vértices da placa
plana poligonal. Acima de 4 ou mais vértices é mais prático preencher as tabelas abaixo
para calcular as coordenadas do centróide. Tais tabelas foram obtidas observando as ex-
pressões analíticas de x̄ e ȳ obtidas anteriormente. Para placas planas poligonais com
muitos vértices é conveniente usar algum o Excel ou algum outro programa computacional.
90
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
A B C D E F G H I J
k xk xk+1 + xk (xk+1 + xk )2 xk+1 xk D−E yk yk+1 − yk C ·H F ·H
0 2 6 36 8 28 0 2 12 56
1 4 6 36 8 28 2 3 18 84
2 2 1 1 −2 3 5 −2 −2 −6
3 −1 −3 9 2 7 3 −2 6 −14
4 −2 0 0 −4 4 1 −1 0 −4
0 2 − − − − 0 − 34 116
Assim, a área A do polígono e a abscissa x̄ do centróide são:
∑ ∑
I 34 J 116
A= = = 17 u.a. e x̄ = = ≃ 1, 14
2 2 6A 6 · 17
A tabela seguinte é usada para obter a ordenada da placa poligonal:
A B C D E F G H I
k yk (yk+1 + yk )2 yk+1 yk D − E xk xk+1 − xk
yk+1 + yk F ·H
0 0 2 4 0 4 2 2 8
1 2 7 49 10 39 4 −2 −78
2 5 8 64 15 49 2 −3 −147
3 3 4 16 3 13 −1 −1 −13
4 1 1 1 0 1 −2 4 4
0 0 − − − − 2 − −226
∑ ( )
I 226
Logo, a ordenada é dada por ȳ = − =− − ≃ 2, 22.
6A 6 · 17
Exemplo 2.30 Use a proposição 2.23 e mostre que as coordenadas do centróide de uma
placa triangular plana de vértices P0 (x0 , y0 ), P1 (x1 , y1 ) e P2 (x2 , y2 ) são dadas por:
x0 + x1 + x2 y0 + y1 + y2
x̄ = e ȳ =
3 3
91
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Resolução: Usando o fato que (x3 , y3 ) = (x0 , y0 ), a área do triângulo é dada por
1∑
2
1
A= (xk+1 + xk )(yk+1 − yk ) = (x0 y1 − x1 y0 + x1 y2 − x2 y1 + x2 y0 − x0 y2 )
2 k=0 2
( )
1 x0 y0 x1 y1 x2 y2
= + +
2 x1 y1 x2 y2 x0 y0
∑
2
6Ax̄ = (yk+1 − yk )(x2x+1 + xk+1 xk + x2k )
k=0
= (y1 − y0 )(x21 + x1 x0 + x20 ) + (y2 − y1 )(x22 + x2 x1 + x21 ) + (y0 − y2 )(x20 + x0 x2 + x22 )
= y0 (x0 x2 + x22 − x21 − x1 x0 ) + y1 (x1 x0 + x20 − x22 − x2 x1 ) + y2 (x2 x1 + x21 − x20 − x0 x2 )
= y0 [x0 (x2 − x1 ) + (x2 − x1 )(x2 + x1 )] + y1 [x1 (x0 − x2 ) + (x0 − x2 )(x0 + x2 )]
+ y2 [x2 (x1 − x0 ) + (x1 − x0 )(x1 + x0 )]
= (x2 − x1 )y0 (x0 + x1 + x2 ) + (x0 − x2 )y1 (x0 + x1 + x2 ) + (x1 − x0 )y2 (x0 + x1 + x2 )
= (x0 + x1 + x2 )(x0 y1 − x1 y0 + x1 y2 − x2 y1 + x2 y0 − x0 y2 ) = (x0 + x1 + x2 ) · 2A ⇒
2A(x0 + x1 + x2 ) x0 + x1 + x 2
x̄ = =
6A 3
Analogamente,
∑
2
−6Aȳ = (xk+1 − xk )(yx+1
2
+ yk+1 yk + yk2 )
k=0
= (x1 − x0 )(y12 + y1 y0 + y02 ) + (x2 − x1 )(y22 + y2 y1 + y12 ) + (x0 − x2 )(y02 + y0 y2 + y22 )
= x0 [y0 (y2 − y1 ) + (y2 − y1 )(y2 + y1 )] + x1 [y1 (y0 − y1 ) + (y0 − y2 )(y0 + y2 )]
+ x2 [y2 (y1 − y0 ) + (y1 − y0 )(y1 + y0 )]
= (y0 + y1 + y2 )(x0 y1 − x1 y0 + x1 y2 − x2 y1 + x2 y0 − x0 y2 )
1∑
2
A=− (yk+1 + yk )(xk+1 − xk ) ⇒
2 k=0
−2A = (y1 + y0 )(x1 − x0 ) + (y2 + y1 )(x2 − x1 ) + (y0 + y2 )(x0 − x2 ) ⇒
−2A = x0 y1 − x1 y0 + x1 y2 − x2 y1 + x2 y0 − x0 y2
y0 + y1 + y2
Logo, −6Aȳ(y0 + y1 + y2 ) = −2A, isto é, ȳ = .
3
92
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Definição 2.18 Dada uma placa plana definida pela região R1 de área A1 , dizemos que a
região R2 de área A2 contida em R1 é um furo na placa se (R1 \ R2 ) ∪ R2 = R1 .
Proposição 2.24 Considere uma placa plana definida pela região R1 de área A1 com um
furo definido pela região R2 e área A2 . Se G1 (x̄1 , ȳ1 ) é o centróide da placa sem furo e
G2 (x2 , y2 ) é o centróide do furo definido pela região R2 , então as coordenadas x̄ e ȳ da
placa furada são dadas por:
Demonstração: De fato, a abscissa do centróide da placa sem furo definida pela região
R1 é
∫ ∫ (∫ ∫ )
1 1 1
x¯1 = xdA = xdA = xdA + xdA ⇒
A1 R1 A1 (R1 \R2 )∪R2 A1 R1 \R2 R2
∫ ∫
A1 x̄1 = xdA + A2 x̄2 ⇒ xdA = A1 x̄1 − A2 x̄2
R1 \R2 R1 \R2
Logo, ∫
1 A1 x̄1 − A2 x̄2
x̄ = xdA =
A R1 \R2 A1 − A2
Analogamente, ∫
1 A1 ȳ1 − A2 ȳ2
ȳ = xdA =
A R1 \R2 A1 − A2
Observação 2.10 A proposição anterior estende-se para placas com dois ou mais furos.
93
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Resolução: A reta y = −x é um eixo de simetria da placa plana furada, pois passa pelos
centros das duas circunferências. Assim, se G(x̄, ȳ) é o centróide da placa plana furada,
então ȳ = −x̄. A circunferência C1 possui raio 2 e centro na origem, de modo que A1 = 4π
e G1 (0, 0). A circunferência C2 possui raio 1/2 e centro no ponto (−1/2, 1/2), de modo que
A2 = π/4 e G2 (−1/2, 1/2). Logo,
π 1
A1 x̄1 − A2 x̄2 4π · 0 − · (− )
x̄ = = 4 2 = 1 ⇒ ȳ = −
1
A1 − A2 π 30 30
4π −
4
Exemplo 2.32 A placa homogênea da figura 2.40 é delimitada pela área hachurada. O
círculo com centro em C1 tem raio desconhecido r. O círculo com centro em C2 tem raio
2 dm (r < 2 dm). A posição do centroide da placa hachurada localiza-se no ponto C. Ache
o raio r.
Resolução: O furo circular na placa dada tem raio r e centro na origem. A placa não furada
também é uma circunferência de raio 2 dm e sendo r + C1 C2 = 2, então x̄1 = C1 C2 = 2 − r e
94
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Teorema 2.3 (Segundo teorema de Pappus) Girando-se uma região plana R em torno de
um eixo de seu plano, eixo esse que não corta a região, o volume do sólido de revolução
assim formado é igual ao produto da área da região pelo comprimento da trajetória descrita
pelo centróide da região conforme a figura 2.41. Matematicamente, temos:
V = A · 2πx (2.47)
Exemplo 2.33 Através do segundo teorema de Pappus mostre que o volume de esfera de
4πa3
raio a é V = .
3
95
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Resolução: Para gerar a esfera de raio a, considere o semi-círculo conforme a figura 2.42.
4a
Pelo exemplo 2.17, a ordenada do centróide da placa semi-circular é ȳ = e sua área é
3π
πa2
A= . Assim, pelo segundo teorema de Pappus,
2
4a πa2 4πa3
V = 2π ȳA = 2π · · =
3π 2 3
Resolução: Para gerar o tronco de cone iremos rotacionar o trapézio da figura 2.43 em
torno do eixo x. Do exemplo 2.27, a ordenada do centróide desta placa é
(B + 2b)h (4 + 2 · 3) · 10
ȳ = = = 4, 76 cm
3(B + b) 3(4 + 3)
(B + b)h (4 + 3) · 10
Sendo a área da placa igual a A = = = 35 cm2 , do teorema de Pappus
2 2
segue que
V = 2π ȳA = 2π · 4, 76 · 35 ≃ 1046, 78 cm3
96
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Definição 2.19 Pressão é a força por unidade de área, ou seja, é a força que age per-
pendicularmente sobre a área dividido pela área sobre a qual a força está distribuida, isto
é,
F
P = (2.48)
A
Proposição 2.25 (Lei de Stevin) A pressão P exercida sobre uma superfície horizontal, de
área A, por uma coluna de fluido de altura h, que se apóia sobre, é dada por
P = P0 + ρgh (2.49)
Observação 2.11 O termo ρgh na expressão (2.49) é conhecido por pressão efetiva e o
termo ρg é conhecido por peso específico do fluido, é denotado por γ e expresso em (N/m3 )
ou kgf /m3 .
97
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Proposição 2.26 A força hidrostática exercida sobre uma superfície plana imersa em um
fluido de densidade ρ, é perpendicular a essa superfície e igual a produto da área pela
pressão relativa ao centróide da superfície, isto é,
F = γAz̄ (2.51)
Da lei de Stevin, a pressão hidrostática a uma profundidade z é P (z) = γz, de modo que
a força atuante sobre o elemento infinitesimal de área dA é
Exemplo 2.35 Determine a força hidrostática sobre a barragem retangular da figura 2.46.
h
Resolução: A área da comporta é A = 2ah e a componente vertical do centróide é z̄ = .
2
h
Logo, F = γAz̄ = γ · 2ah · = γah2
2
Exemplo 2.36 Determine a força que age numa placa triangular vista na figura 2.47, sendo
as unidades em metros e o líquido pesando 800 kgf /m3 .
98
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
3 · (5 − 3)
Resolução: A área da placa triangular é A = = 4, 5 m2 e sendo a componente
2
(5 − 2)
vertical do centróide dada por z̄ = 2 + = 3 m, então
3
F = γAz̄ = 800 · 4, 5 · 3 = 10800 kgf
m
ρ= (2.54)
V
99
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Resolução: A semi-esfera
√ de raio a é a região do espaço formada pelo conjunto de pontos
{(x, y, z) ∈ R : z = a − x2 − y 2 }. Sendo a secção transversal igual a um círculo, então
3 2
Sendo o volume da semi-esfera de raio a igual a metade do volume de uma esfera de raio
2πa3
a, isto é, V = , segue que
3
∫
1 πa4 3 3a
z= zdV = · 3
=
V R 4 2πa 8
Exemplo 2.38 Determine o centroide da placa plana homogênea e uniforme da figura 2.49.
100
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
nas subregiões formadas pelas placas quadradas o centróide de cada uma delas, ou seja,
G1 (a/2, 3a/2), G2 (3a/2, 3a/2), G3 (3a/2, a/2) e G3 (5a/2, a/2).
Assim,
a 2 3a 2 3a 2 5a 2 3a
·a + ·a + ·a + · a = 4a2 x ⇒ x =
2 2 2 2 2
3a
Analogamente, mostra-se que y = . Uma maneira direta de calcular o centroide dessa
2
placa é observar que as retas x = 3a/2 e y = 3a/2 são eixos de simetria, donde segue o
resultado.
S = {(4, 1)[2 kg]; (3, 2)[1 kg]; (0, 1)[2 kg]; (−2, 2)[3 kg]}
m+M
3. Dado o sistema mecânico discreto na figura 2.51, mostre que x̄ = ȳ = .
3m + M
101
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
A(2, 3)[1, 4]; B(−2, 3)[2, 1]; C(2, −3)[1, 2]; D(−2, 3)[3, 2];
E(2, 3)[2, 8]; F (−2, 3)[4, 2]; G(3, −1)[1, 4] e H(2, 2)[2, 2]
5. Sabendo que o centro de massa do sistema mecânico discreto S = {(x1 , 2)[m1 ]; (3, y2 )[4]}
é G((1, 4)[6], calcule os valores de m1 , x1 e y2 . R: m1 = 2 kg, x1 = −3 m e y2 = 4, 5 m
é dado por:
( ∑ )
1∑ 1∑
n n n
1
G= xk , yk , zk
n k=1 n k=1 n k=1
11. Use o exemplo 2.17 e a proposição 2.16 e mostre que as coordenadas do centróide da
4a
placa plana determinada pela região R = {x2 + y 2 ≤ a2 , x ≥ 0, y ≥ 0} são x̄ = ȳ = .
3π
12. Determine o centróide da região delimitada pela parábola
f (x) = 4 − x2 e o eixo x
102
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
f (x) = x2 e g(x) = 8x − x2
15. Considere a placa semi-circular do exemplo 2.17. Use coordenadas polares e mostre
que:
πa2
(a) A área da placa é A = ;
2
4a
(b) A ordenada do centróide é ȳ = .
3π
16. Determine a ordenada do centróide de uma placa uniforme e homogênea na forma de
um trapézio isósceles de base maior a, base menor b e altura h. Sugestão: Divida o
trapézio em três triângulos e use o fato que a ordenada do centróide do triângulo está
localizado a um terço de sua altura.
17. Determine as coordenadas do centróide do disco furado na figura (2.55) abaixo:
18. Determine as coordenadas do centróide da placa plana furada uniforme e homogênea
na figura (2.55) abaixo:
R: G(−2, 581; 0)
Sugestão: Coloque os eixos x e y nas linhas tracejada da figura. Desta forma, se S é
a área do quadrado e S1 é a área do buraco, então (S − S1 )xcm + 0, 5S1 = 0 · S = 0
19. Determine o centróide de uma placa plana uniforme e homogênea no formato de um
setor de raio a e ângulo central igual a 90◦ , ou seja, é a quarta parte de um círculo.
Use simetria se possível.
20. Determine o centróide das letras abaixo, formadas por placas quadradas de lados
unitários. Use simetria se possível.
21. Determine o centro de massa de uma placa plana formada pela região delimitada pela
parábola f (x) = x2 , pelo eixo x e pela reta x = 2, sabendo que a densidade superficial
é σ(x, y) = x.
103
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
22. Determine o centro de massa de uma semi-esfera de raio a sabendo que ρ(x, y, z) = z.
23. Determine o centro de massa de um cilindro circular reto de altura h e raio da base
igual r, sabendo que a densidade é proporcional ao quadrado da cota em relação a
uma das bases.
24. Determine o centróide de sólido em forma de tronco de cone circular reto. O raio da
base maior é 4 cm, o raio da base menor é 3 cm e sua altura é h = 5 cm.
25. Determine o centróide do corpo sólido formado por seis cubos homogêneos de madeira.
104
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
27. Use o teorema de Pappus e determine o volume do sólido obtido pela rotação com
vértices (2, 3), (2, 5) e (5, 4) ao redor do eixo x.
105
Capítulo 3
3.1 Introdução
Em mecânica, o momento de inércia, expressa o grau de dificuldade em se alterar o es-
tado de movimento de um corpo em rotação. Diferentemente da massa inercial (que é um
escalar), o momento de inércia depende da distribuição da massa em torno de um eixo de
rotação escolhido arbitrariamente. Quanto maior for o momento de inércia de um corpo,
mais difícil será fazê-lo girar ou alterar sua rotação. Contribui mais para a elevação do mo-
mento de inércia a porção de massa que está afastada do eixo de giro. Sua unidade de
medida, no SI, é quilograma vezes metro ao quadrado (kg · m2 ).
∑
n
Ixx = mk (yk2 + zk2 ) (3.1)
k=1
∑
n
Iyy = mk (x2k + zk2 ) (3.2)
k=1
∑
n
Izz = mk (x2k + yk2 ) (3.3)
k=1
Se todas as partículas estiverem contidas em um plano, por exemplo, o plano xy, então
zk = 0 e representaremos os momentos de inércia Ixx , Iyy e Izz simplesmente por Ix , Iy e
106
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Iz , isto é:
∑
n
Ix = mk yk2 (3.4)
k=1
∑
n
Iy = mk x2k (3.5)
k=1
∑
n
Iz = mk (x2k + yk2 ) (3.6)
k=1
Note que
∑
n ∑
n ∑
n
Iz = mk (x2k + yk2 ) = mk x2k + mk yk2 = Ix + Iy
k=1 k=1 k=1
Determine:
a) Ixx
b) Iyy
c) Izz
Resolução: De fato,
a)
∑
4
Ixx = mk (yk2 + zk2 ) = 2[22 + 12 ] + 1[12 + (−2)2 ]+
k=1
3[(−1)2 + 32 ] + 2[(−1)2 + (−2)2 ] = 10 + 5 + 30 + 10
= 55 kgm2
b)
∑
4
Iyy = mk (x2k + zk2 ) = 2[(−1)2 + 12 ] + 1[12 + (−2)2 ]+
k=1
3[(−2)2 + 32 ] + 2[32 + (−2)2 ] = 4 + 5 + 39 + 26
= 74 kgm2
107
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
c)
∑
4
Izz = mk (x2k + yk2 ) = 2[(−1)2 + 22 ] + 1[12 + 12 ]+
k=1
3[(−2)2 + (−1)2 ] + 2[32 + (−1)2 ] = 10 + 2 + 15 + 20
= 47 kgm2
Definição 3.2 Para um sistema mecânico contínuo S definido sobre uma região R do plano
xy, os momentos de inércia em relação aos eixos coordenados são definidos por:
∫
Ixx = (y 2 + z 2 )dm, (3.7)
R
∫
Iyy = (x2 + z 2 )dm, (3.8)
R
∫
Izz = (x2 + y 2 )dm. (3.9)
R
Proposição 3.1 O momento de inércia de um corpo contínuo plano (placa plana) em re-
lação ao eixo z, denotado por Iz ou I0 é a soma dos momentos de inércia desta placa em
relação aos eixos x e y, isto é:
Iz = Ix + Iy (3.12)
Demonstração: De fato,
∫ ∫ ∫
2 2 2
Izz = Iz = (x + y )dm = x dm + y 2 dm = Ix + Iy (3.13)
R R R
Definição 3.3 O raio de giração em relação aos eixos x, y e z de um corpo de massa m
são definidos por:
√
Ixx
Kxx = (3.14)
m
√
Iyy
Kyy = (3.15)
m
√
Izz
Kzz = (3.16)
m
108
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Figura 3.1: Momento de inércia e raio de giração de uma barra girando por um eixo que
passa pela sua extremidade.
Resolução: Suponhamos que a densidade linear desta barra seja λ. Assim, m = λl, de
modo que dm = λdl = λdx. Logo,
∫ ∫ l l
2 2 x3 λl3
Iy = x dm = x λdx = λ =
R 0 3 0 3
109
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Figura 3.2: Momento de inércia e raio de giração de uma barra girando por um eixo que
passa pelo seu seu centro de gravidade.
110
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
Resolução: Suponhamos que o anel esteja sobre o plano xy, de modo que o eixo z passe
pelo seu centro conforme a figura 3.3. Observe que, o momento de inércia em torno dos
eixos x e y são iguais, pois a massa do anel está distribuída em torno de quaisquer um dos
eixos. Assim, Ix = Iy .
Iz
Sendo Iz = Ix + Iy , segue que Ix = Iy = . Da figura 3.4, o perímetro do anel é l = 2πa,
2
de modo que
m = λl = 2πaλ (3.20)
Sendo
dm = λdl = λadθ (3.21)
dm dθ
segue de (3.20) e (3.21) que = . Assim,
m 2π
∫ ∫ 2π
m 1
2
Iz = a dm = a2 · dθ = ma2 ⇒ Ix = Iy = ma2
0 2π 2
Resolução: Suponhamos que o disco esteja contido no plano xy e que o eixo z passe
pelo seu centro. De forma análoga ao caso do anel circular homogêneo de raio a, Ix = Iy e
sendo Iz = Ix + Iy segue que Ix = Iy = Iz /2. Para calcular Iz , considere a figura 3.6.
111
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
dIz = r2 dm (3.23)
2mr3 dr
Substituindo (3.22) em (3.23), temos dIz = . Logo,
a2
∫ a
2m a 3 2m r4 1
Iz = 2 r dr = 2 · = ma2
a 0 a 4 0 2
em que cada partícula gira ao redor de um eixo fixo r com velocidade angular constante ω.
A energia cinética total deste sistema que gira em torno do eixo r é dada por:
1
Ec = Iω 2 (3.24)
2
112
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
∑ ∑ ( n )
1 ∑
n n
1
Ec = Eck = mk rk2 ω 2 = mk rk ω 2
2
(3.25)
k=1 k=1
2 2 k=1
113
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
114
Apêndice A: Tabelas
A B C D E F G H I J
k xk xk+1 + xk (xk+1 + xk )2 xk+1 xk D−E yk yk+1 − yk C ·H F ·H
0
∑ ∑
I J
A= e x̄ =
2 6A
A B C D E F G H I
k yk yk+1 + yk (yk+1 + yk )2 yk+1 yk D−E xk xk+1 − xk F ·H
0
∑
I
ȳ = −
6A
115
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
A B C D E F G H
k xk yk zk mk mk xk mk yk mk zk
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
∑
− − −
∑ ∑ ∑
F G H
x̄ = ∑ , ȳ = ∑ e z̄ = ∑
E E E
116
Índice Remissivo
117
Mecânica Aplicada Paulo Sérgio Costa Lino
teorema de Green, 86
tipos de carregamentos, 32
vetores perpendiculares, 23
viga
em balanço, 32
em balanço nas extremidades, 32
bi-engastada ou fixa, 32
engastada-apoiada, 32
simplesmente apoiada, 32
118
Referências Bibliográficas
[1] Barbosa, João Paulo Mecânica Aplicada e Resistência dos Materiais. Instituto Federal
do Espírito Santo, São Mateus, ES, 2010.
[2] Rodrigues, Luiz Eduardo Miranda J. Mecânica Técnica. Aula 3: Sistemas de Forças
Coplanares, Vetores Cartesianos. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.
São Paulo, SP.
[3] Rodrigues, Luiz Eduardo Miranda J. Mecânica Técnica. Aula 4: Sistemas de Forças
Coplanares, Vetores Cartesianos. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.
São Paulo, SP.
[4] Hibbeller, R. C. Estática: Mecânica para Engenheiros. Tradução: Daniel Vieira, revisão
técnica: José Maria Campos dos Santos - 12 ed. - Pearson Prentice Hall. São Paulo,
SP, 2011.
[5] Tipler, Paul A. Física Para Cientistas e Engenheiros. Tradução e revisão técnica: Paulo
Machado Mors. Vol 1: Mecânica, Oscilações e Ondas, Termodinâmica, 6 ed. - LTC
[6] Simmons, George F. Cálculo com Geometria Analítica. Tradução Seiji Hariki, revisão
técnica Rodney Carlos Bassanezi. Vol 2. São Paulo, McGraw-Hill, 1987.
119