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89 Introdução
O feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) ocupa posição de destaque nos esta-
dos do Norte e do Nordeste. A maioria da área de produção de feijão é encon-
trada em pequenas propriedades, em monocultivo e/ou consorciado, nos mais
variados arranjos de plantas, o que favorece a diversificação na produção.
orgânica, por isso é de fundamental importân- ocorram efeitos fitotóxicos do herbicida, na cultura
cia não só para a sustentabilidade do ambiente, a ser implantada. É importante lembrar que a ro-
mas também pela influência direta e indireta nos tação de herbicidas evita o surgimento de plantas
processos químicos, físico-químicos e biológicos daninhas de difícil controle. Os herbicidas reco-
do solo. Para se adotar o SPD, a formação de uma mendados para o manejo de plantas daninhas em
boa palhada de cobertura é fundamental. De igual pré-semeadura do feijoeiro estão na Tabela 1.
modo, é necessária a utilização de máquinas apro-
priadas para essa finalidade. Sistema de cultivo mínimo
Sistema intermediário em que se realiza a descom-
Formação da palhada pactação do solo por meio de gradagem superfi-
O objetivo é a proteção do solo contra a ação de cial ou escarificação, com pouca movimentação
ventos e contra o impacto das gotas de água, do solo. Pode ocorrer a concentração do primeiro
reduzindo, consequentemente, o escorrimento fluxo de plantas daninhas próximo à semeadura.
superficial, a erosão, a evaporação, a temperatura Nesse caso, faz-se necessária a dessecação das
e a amplitude térmica. Também aumenta a matéria plantas daninhas, assim como ocorre no SPD.
orgânica, a atividade microbiana e a ciclagem de
nutrientes no solo. Auxilia no controle de plantas Sistema convencional
daninhas e de algumas pragas e doenças. Con- Faz-se o preparo do solo por meio de aração e de
tudo, esse objetivo somente será alcançado com gradagens, a fim de facilitar a distribuição das se-
rotações de culturas adequadas, com a utilização mentes. No entanto, não se deve pulverizar o solo
de plantas com diferentes exigências nutricionais, demasiadamente. É importante considerar a ne-
elevada produção de fitomassa e sistema radicular cessidade de práticas conservacionistas, de acordo
profundo. com as propriedades físicas do solo e as condições
topográficas do terreno. Em terrenos com declivi-
Dessecação em pré-semeadura dade de até 5%, devem ser construídos terraços
A dessecação da vegetação deve ser realizada com de base larga. Em declividades de 5% a 12%, é
antecedência para que se promova a correção de recomendável a construção de terraços de base
eventuais falhas dessa operação e para que não estreita. O cultivo do feijoeiro na mesma área, por
Concentração Dose
Nome técnico Nome comercial Observações
(g.i.a.) L (p.c./ha)
Paraquate Queimoxone SL 276 1,5 a 3,0 Gramíneas e folhas largas
Gramoxone SL 200
Dicloreto de
Paradox SL 200 1,5 a 3,0 Gramíneas e folhas largas
paraquate
Helmoxone SL 276
2,4 D (3)
Aminol 806 OM (4)
SL 806 0,7 a 1,0 Folhas largas
Roundup
Glifosate SL 480 1,0 a 5,0 Gramíneas e folhas largas
Original OM(4)
Glufosinato – sal
Finale SL 200 1,5 a 4,0 Gramíneas e folhas largas
de amônio
Controle de mono e dicotiledôneas anuais,
Sulfosate Zapp 480 1,0 a 2,0 sem a presença de trapoeraba e poaia-do-
campo
Paraquate + diuron Gramocil OM(3) 200 + 100 2,0 a 3,0 Controle de mono e dicotiledôneas anuais
(1)
Herbicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/
principal_agrofit_cons>.
(2)
Produtos não constantes na tabela podem ser utilizados desde que registrados no Mapa e cadastrados no órgão competente do Estado (Defesa
Vegetal).
(3)
Aplicações com 2,4 D devem ter intervalo de 5 a 7 dias para a semeadura.
(4)
Outras marcas comerciais.
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil 5
2 anos consecutivos, deve ser evitado. A rotação de corretivos e fertilizantes. O primeiro passo para
com outras culturas é importante tanto no aspecto que se realize a amostragem consiste na divisão da
conservacionista como no fitossanitário. área em glebas homogêneas, considerando-se os
seguintes fatores:
(Ca 2+ + MG 2+) = soma de cálcio e magnésio em te último caso, ocorrem prejuízos ao meio ambien-
milequivalentes por 100 g de solo. te pela lixiviação de nitrato. A quantidade de N em
cobertura varia de acordo com a época de plantio,
NC = (V2 - V1) x CTCpH7 x p/PRNT (2) quantidade e tipo de resíduo deixado na superfície
do solo pela cultura anterior e expectativa de pro-
em que:
dutividade. Geralmente varia de 60 kg/ha a 120 kg/
NC = necessidade de calcário com PRNT igual ha. Quando a maior dose for utilizada, recomenda-
a 100%, em t/ha. -se a aplicação em duas vezes.
Tabela 3. Interpretação da análise de solo quanto ao fósforo extraído com Mehlich (H2SO4 0,025 N + HCl 0,05 N) e Resina.
P – Mehlich (ppm)
P – Resina
Classe Teor de argila do solo (%)
µg/cm3
61−80 41−60 21−40 < 20
Tabela 4. Interpretação da análise de solo quanto ao po- Na Tabela 7, as informações que se referem ao
tássio trocável, extraído com H2SO4 0,025 N + HCl 0,05 N. ciclo, ao grupo comercial, à massa de 100 grãos, ao
Teor K trocável (mg/dm3)
porte e ao tipo de planta são de inteira responsabi-
lidade de seus obtentores.
Baixo < 25
Médio 25 a 50
Alto > 50
Implantação da lavoura
Fonte: Paula Júnior et al. (2008). A utilização de semente constitui um fator funda-
mental na obtenção de uma boa lavoura, pois pro-
Tabela 5. Recomendação de adubação fosfatada e potássi- duz plantas vigorosas, contribui para a obtenção
ca para o feijoeiro. de uma população ideal de plantas e, consequente-
mente, para um bom rendimento.
Disponibilidade no solo Kg/ha a aplicar
Tabela 6. Cultivares de feijoeiro-comum indicadas para os estados das Regiões Norte e Nordeste do Brasil, por época de
semeadura(1).
Estado
Cultivar BA SE AL PE PB RN CE
Centro- Região
Sertão Agreste
Oeste de Irecê
Grupo comercial Carioca
Continua...
8 Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Tabela 6. Continuação.
Estado
Cultivar BA SE AL PE PB RN CE
Centro- Região
Sertão Agreste
Oeste de Irecê
Rudá nov./dez. nov./dez.
BRS Marfim nov./dez. nov./dez. abr./maio abr./maio jan./fev. mar./abr. mar./abr. jan./fev.
Tabela 7. Características das cultivares de feijoeiro-comum indicadas para os estados das regiões Norte e Nordeste do
Brasil.
Cultivar Ciclo (dias) Grupo comercial Massa de 100 grãos (g) Porte Tipo de planta
Continua...
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil 9
Tabela 7. Continuação.
Cultivar Ciclo (dias) Grupo comercial Massa de 100 grãos (g) Porte Tipo de planta
BRS 7762
83 Preto 24,6 Ereto II
Supremo
Emgopa 201 −
90 Jalinho 19,0 Ereto II
Ouro
cada qual com duas plantas. Para o milho e para a Controle químico
mamona (porte médio), a densidade recomenda- Esse método deve ser restrito às áreas de feijão
da é de cinco plantas por metro e uma planta por solteiro. A relação dos herbicidas registrados no
metro, respectivamente, com espaçamento de 3 m Mapa encontra-se na Tabela 8. A alternância de
na entrelinha. produtos deve ser utilizada como forma de evitar a
resistência das plantas daninhas aos herbicidas. As
Profundidade da semente recomendações no que se refere às condições cli-
Em geral, para o feijão, recomenda-se profundida- máticas e de manejo, época de aplicação e estádio
de de 3 cm a 4 cm em solos argilosos ou úmidos, da planta daninha devem ser seguidas rigorosa-
e de 5 cm a 6 cm em solos arenosos. Profundida- mente.
des maiores atrasam a emergência das plântulas,
tornando-as mais expostas ao ataque de doenças,
podendo ainda danificar os cotilédones. Além
disso, é importante utilizar uma semeadora que Doenças
coloque o adubo ao lado e abaixo da semente. As doenças estão entre os fatores que mais
reduzem a produtividade e a produção da cultura.
Velocidade da máquina O feijoeiro-comum é hospedeiro de inúmeras
Quando a semeadura for mecanizada , o desloca- doenças causadas por fungos, bactérias, vírus
mento da máquina deve ser no máximo de 6 km/h. e nematoides. A importância de cada doença
varia segundo o ano, a época, o local e a cultivar
plantada.
Manejo de plantas daninhas
As chuvas frequentes e a alta umidade relativa do
As plantas daninhas causam danos à cultura do fei- ar, aliadas à patogenicidade dos agentes causais
joeiro pelos seguintes fatores: concorrem por água, e à suscetibilidade das cultivares, e ainda o uso
nutrientes e luz; possuem espécies hospedeiras de de sementes de baixa qualidade têm favorecido
doenças; e dificultam a colheita. a ocorrência de doenças na cultura do feijoeiro-
comum na região Nordeste, ocasionando perdas
O período em que ela é mais prejudicada pela com- elevadas. Esse fato justifica a adoção de medidas
petição com as plantas daninhas vai dos 15 aos 30 apropriadas e econômicas para o controle dessas
dias após a emergência. No entanto, é fundamental doenças.
que a cultura seja mantida limpa durante todo seu
ciclo. Entre as medidas de controle, a utilização de
cultivares resistentes é, sem dúvida, a forma
Controle cultural e preventivo mais eficaz e econômica para o produtor. Porém,
• Evitar o uso de sementes contaminadas com as cultivares disponíveis para o agricultor não
propágulos de plantas daninhas. apresentam resistência a todas as doenças.
• Fazer a rotação de culturas. O uso da resistência genética deve ser utilizado
junto com outras medidas de controle, como as
• No plantio convencional, realizar a última grada-
práticas culturais (sementes de boa qualidade
gem o mais próximo possível do momento da
fitossanitária, rotação de culturas, eliminação de
semeadura.
hospedeiros secundários, época de semeadura,
• Utilizar espaçamento correto entre as linhas para etc.) e o controle químico (tratamento de sementes
promover o rápido fechamento das entrelinhas e e pulverização foliar). O conjunto dessas medidas é
diminuir a incidência de luz nas plantas daninhas. o que compõe o manejo integrado de doenças que
deve fazer parte de qualquer sistema de produção
Controle mecânico de feijão-comum no Brasil.
Pode ser realizado por meio de capina manual e
por meio de cultivadores com tração animal ou Na Tabela 9, estão relacionadas as principais
mecânica, mas sempre tendo o cuidado para não doenças que ocorrem nas regiões Norte e Nordeste
danificar as plantas. do Brasil, seus respectivos agentes causais,
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil 11
Tabela 8. Herbicidas registrados para a cultura do feijoeiro para controle de plantas daninhas de folhas largas e gramí-
neas(1), (2).
Continua...
12 Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Tabela 8. Continuação.
Arrow EC 450
1,2 a 5,0
Canastra EC 450
Gramíneas Aplicar em solo úmido
Trifluralina Herbiflan EC 445 Pré-emergene e algumas 1,2 a 2,4 ou irrigar logo após a
folhas largas aplicação
Premerlin EC 600 0,9 a 4,0
OM (5)
(1)
Herbicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/
principal_agrofit_cons>.
(2)
A omissão de princípios ativos ou de produtos comerciais não implica na impossibilidade de sua utilização, desde que registrados no Mapa e
cadastrados no órgão competente do Estado (Defesa Vegetal) para o feijoeiro.
(3)
SL = concentrado solúvel; EC = concentrado emulsionado; EW = emulsão óleo em água; ME = microemulsão; WG = granulado dispersível; DC =
concentrado dispersível.
(4)
PPI = Pré-plantio incorporado.
(5)
Outras marcas comerciais.
Tabela 9. Principais doenças do feijoeiro-comum que ocorrem nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, seus agentes cau-
sais, sintomas, meios de disseminação e formas de sobrevivência dos patógenos.
Condições
Meios de favoráveis para o Formas de
Doença Principais sintomas
disseminação desenvolvimento sobrevivência
da doença
Doenças causadas por fungos que sobrevivem no solo
Mela ou murcha- Em período mais seco: pequenas Solo, Temperatura alta e Escleródios no
da-teia-micélica manchas de centro marrom e margens sementes, alta umidade do ar solo, restos
(Rhizoctonia verde-oliva nas folhas, que são destruídas vento, chuva, e do solo de cultura,
solani; em um período de 2 a 3 diasSob alta animais e saprofiticamente
Thanatephorus umidade: pequenas manchas úmidas, tipo implementos na matéria
cucumeris) escaldadura, verde-acinzentadas, com agrícolas orgânica,
margens castanho-avermelhadas que sementes, plantas
podem atingir folhas, caule e vagens voluntárias,
ampla gama de
hospedeiros
Mofo-branco Formação de micélio branco abundante a Solo, Temperatura entre Escleródios no
(Sclerotinia partir da junção do pecíolo com a haste, sementes, 20 °C e 25 °C e alta solo, restos de
sclerotiorum) onde as flores e as folhas desprendidas vento, chuva, umidade. cultura, sementes
ficam geralmente retidas. Dependendo do animais e infectadas e cerca
local e da extensão da necrose, a planta implementos de 400 espécies
pode amarelecer e morrer agrícolas de plantas
Murcha-de- Inicia-se com a invasão do sistema Solo, Temperatura entre Clamidósporos
fusário (Fusarium radicular pelo fungo, ocorrendo sementes e 20 °C e 28 °C, alta no solo, restos
oxysporum; escurecimento do xilema. As folhas implementos umidade, solo de cultura
F. phaseoli) amarelecem de baixo para cima, com agrícolas compactado, pH e sementes
posterior desfolha e morte da planta do solo abaixo infectadas
de 6,0, presença
de nematoiides
(Meloidogyne
principalmente)
Podridão- Cancros pretos, deprimidos, com Solo, vento, Temperatura entre Escleródios no
cinzenta-do-caule margens bem definidas, que envolvem o semente, 28 °C e 35 °C, solo, restos de
(Macrophomina caule, causando amarelecimento e morte chuva, trânsito estresse hídrico, cultura, sementes,
phaseolina) da planta. Em plantas desenvolvidas, a de pessoas, solo compactado ampla gama de
doença progride lentamente, causando animais e hospedeiros
raquitismo, clorose e desfolhamento implementos
agrícolas,
água de
irrigação
Podridão-do-colo No colo da planta, aparecem manchas Solo, Temperatura alta, Escleródios
(Sclerotium escuras, encharcadas, que se estendem sementes, entre 25 °C e no solo,
rolfsii) pela raiz principal, frequentemente trânsito de 30 °C; alta umidade saprofiticamente
coberta por micélio branco, onde se pessoas, relativa (acima de na matéria
desenvolvem escleródios pardos. Na animais, 90%); solo úmido e orgânica, mais de
parte aérea, ocorrem amarelecimento e implementos pH do solo abaixo 200 espécies de
desfolha dos ramos superiores, seguidas agrícolas, de 6,0 plantas, restos de
de murcha repentina, que conduz à seca água de culturas, plantas
total da planta irrigação voluntárias,
sementes
Podridão- Quando ocorre em plântulas, há lesões Solo, Temperatura baixa, Escleródios no
radicular-de- na base do caule, resultando em morte sementes, entre 15º C a solo, restos
rizoctonia de boa parte do sistema radicular e/ vento, chuva, 18º C; alta umidade de cultura,
(Rhizoctonia ou tombamento. As vagens em contato trânsito de relativa; solo saprofiticamente
solani). com o solo podem ser infectadas e pessoas, compactado. na matéria
apresentarem lesões. As sementes podem animais e de orgânica,
apodrecer no solo antes ou durante a implementos sementes, plantas
germinação. agrícola, água voluntárias,
de irrigação. ampla gama de
hospedeiros.
Continua...
20 Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Tabela 9. Continuação.
Condições
Meios de favoráveis para o Formas de
Doença Principais sintomas
disseminação desenvolvimento sobrevivência
da doença
Antracnose Lesões escuras e deprimidas nas nervuras Respingo Temperatura entre Restos de cultura,
(Colletotrichum das folhas, nos ramos, nas sementes e de chuva ou 13 °C e 26 °C e alta sementes, plantas
lindemuthianum) cotilédones. Esporulação de cor rósea nas de irrigação, umidade voluntárias,
vagens insetos, muitas espécies
implementos de leguminosas
agrícolas,
trânsito de
pessoas
Ferrugem Ocorre principalmente nas folhas. Os Vento, insetos, Temperatura entre Restos de cultura
(Uromyces primeiros sintomas são manchas brancas animais, 17 °C e 27 °C e alta de uma safra para
appendiculatus) que, posteriormente, tornam-se pústulas implementos umidade a outra, plantas
de cor marrom-avermelhada agrícolas voluntárias
Mancha-angular Lesões circulares em folhas primárias, Vento, chuva, Temperatura entre Restos de cultura,
(Pseudocercospora lesões angulares e circulares nas folhas insetos, 16º C e 28º C; sementes, plantas
griseola) trifolioladas, lesões escuras e circulares sementes e alternância entre voluntárias,
nas vagens. Presença de sinêmios nas partículas alta e baixa algumas
lesões de solo umidade; sistema leguminosas
infectadas agrícola utilizado
Mancha-de- Nas folhas pequenas, manchas pardo- Sementes, Temperatura entre Restos de
alternária avermelhadas, rodeadas por bordo mais chuva, 16 °C e 28 °C, alta cultura, plantas
(Alternaria spp.). escuro, que crescem formando anéis acompanhada umidade voluntárias,
concêntricos. Posteriormente, as manchas de vento, sementes
tornam-se quebradiças e o centro se trânsito de
desprende pessoas,
animais e
implementos
agrícolas,
água de
irrigação
Mancha-de- Folhas com lesões circulares de pardo- Sementes, Temperatura entre Restos de
ascoquita escuras a pretas, que aumentam de chuva, 16 °C e 26 °C, alta cultura, plantas
(Ascochyta spp.). tamanho formando anéis concêntricos. acompanhada umidade voluntárias,
Na parte central das lesões, notam- de vento, sementes
se pequenas pontuações escuras. Os trânsito de
sintomas podem ser observados nas pessoas,
hastes, pecíolos, pedúnculos das vagens, animais e
e, muitas vezes, circundam o órgão implementos
afetado, causando a morte da parte acima agrícolas,
da região atacada água de
irrigação
Continua...
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil 21
Tabela 9. Continuação.
Condições
Meios de favoráveis para o Formas de
Doença Principais sintomas
disseminação desenvolvimento sobrevivência
da doença
Doença causada por bactéria
Crestamento- Inicia-se por pequenas manchas úmidas Sementes, Temperatura alta, Restos de cultura,
bacteriano- que se tornam necróticas. Na região entre chuva entre 28 °C e 32 °C, sementes, plantas
comum a área necrosada e o tecido sadio, pode acompanhada alta umidade e voluntárias,
(Xanthomonas ser observado um halo amarelo. Nas de vento, chuvas frequentes algumas
axonopodis pv. vagens, formam-se manchas encharcadas trânsito de leguminosas e
phaseoli) pessoas, plantas daninhas
animais e
implementos
agrícolas,
água de
irrigação
Doença causada por vírus
Mosaico-comum Mosaico composto por áreas verde-claras/ Sementes, Temperatura de Leguminosas
(bean common verdes-escuras. Na maioria das vezes pulgões média a alta e nativas, plantas
mosaic virus). apresenta rugosidade e enrolamento (Aphis spp., baixa umidade voluntárias,
das folhas, as quais são frequentemente Myzus relativa sementes, restos
menores que as folhas sadias. Os persicae, de cultura de
folíolos das plantas infectadas podem Macrosiphum feijoeiro-comum
apresentar-se com formato mais alongado sp.) infectado
que os das plantas normais. As plantas
infectadas apresentam crescimento
reduzido e, às vezes, atrofiamento com
deformações nas vagens e nos botões
florais
Mosaico-dourado Folhas mais novas com salpicamento Mosca-branca Temperatura de Hospedeiros
(bean golden amarelo-vivo, tomando posteriormente média a alta e alternativos
mosaic virus) todo o limbo foliar, que apresenta baixa umidade como soja, restos
amarelecimento intenso, delimitado pela relativa de cultura de
coloração verde das nervuras, dando feijoeiro-comum
um aspecto de mosaico. Dependendo da infectado
cultivar e do desenvolvimento das plantas
na ocasião da infecção, os sintomas
podem variar, ocorrendo deformações,
encarquilhamento e redução no
tamanho das folhas, vagens e ramos.
Quando a infecção ocorre antes ou até
o florescimento, provoca abortamento
das flores e reduz o número de vagens e
grãos.
Doença causada por nematoides
Nematoide- As raízes infectadas apresentam Enxurrada, Solos arenosos, Ovos agregados
das-galhas deformações chamadas de galhas, trânsito de temperatura média em matrizes
(Meloidogyne muitas vezes com diâmetro superior ao pessoas, de 25 °C a 30 °C gelatinosas
javanica, das raízes sadias. Quando a infecção animais e no solo,
Meloidogyne é severa, as galhas podem-se fundir implementos multiplicação
incognita) umas às outras, de modo que todo o agrícolas, em plantas
sistema radicular fica completamente água de remanescentes
deformado. As plantas infectadas por irrigação
nematoides podem mostrar sintomas de
definhamento, amarelecimento das folhas
e murcha nas horas mais quentes do dia
Fonte: adaptado de Barbosa et al. (2009), Doenças... (2005), Quintela et al. (2005) e Ribeiro e Del Peloso (2009).
22
Tabela 10. Reação das cultivares de feijoeiro-comum às principais doenças.
GO
GO
GO
GO
MG
BIO
MG
BIO
MG
BIO
MG
BIO
RO(5)
MG(3)
BIO(4)
95 GO
89 GO
65 IAC
89 IAC
343 GO
453 GO
55 GO(2)
31 IAC(1)
31-31GO
63-15GO
63-23GO
63-31GO
63-39GO
63-47GO
63-55GO
63-63GO
Cultivares
Aporé R MR R S R R MR R R R MR R R R MS MR
BRS
MR R R R R S S - S S S S S MS R R S
Grafite
BRS
S MS R S
Horizonte
BRS
MR R R R R S S S S S S S S MS R R S
Marfim
BRS
S R MR R R R R R R S S S S S MS R MS
Pontal
BRS
S S S MR S S S S S S S S S S MS R S
Radiante
BRS
R MR S R R S S R R S MS S S
Requinte
BRS-
7762
Supremo
BRS
R R R R R S R R MR R S S S S S S S S MR MS S MS R R R MS
Valente
Carioca S S S S S S S
IAC-Bico
R R R R MR MR R
de Ouro
Jalo
S S MS S S MS S S S MR S S MR
Precoce
Pérola S S S S MR S S S S S S S MR S S S S S MR MS MR MR R R R MR MS
Princesa R R R
Rudá R S S R R R S S R R MS
(1)
IAC = Instituto Agronômico de Campinas, SP.
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
(2)
GO = Embrapa Arroz e Feijão, GO
(3)
MG = Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, MG
(4)
BIO = Instituto Biológico de São Paulo, SP.
(5)
RO = Embrapa Rondônia, RO
R= resistente; S = suscetível; MR = moderadamente resistente; MS = moderadamente suscetível.
Tabela 11. Fungicidas registrados para o tratamento de sementes do feijoeiro-comum(1), (2).
Continua...
23
24
Carboxanilida + Podridão-radicular-de-
Carboxina + tiram R. solani
dimetilditiocarbamato rhizoctonia
C. lindemuthianum Antracnose
Cladosporium spp. Fungo-de-pós-colheita
Aspergillus spp. Tombamento
Alternaria spp. Mancha-de-alternária
200 g
Vitavax-Thiram Alternaria alternata Mancha-de-alternária
III 66,7 g/L + 66,7 g/L
WP
F. solani f.sp. phaseoli Podridão-radicular-seca
Fungo-de-
Penicillium spp.
armazenamento
Damping-off;
R. solani 250 g
tombamento
F. solani f. sp.
Podridão-radicular-seca
phaseoli
C. lindemuthianum Antracnose
Difenoconazole Triazol Spectro III 150 g/L Podridão-cinzenta-do- 33,4 mL
M. phaseolina
caule
Damping-off;
R. solani
tombamento
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Continua...
Tabela 11. Continuação.
(1)
Fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>.
(2)
A omissão de princípios ativos ou de produtos comerciais não implica na impossibilidade de sua utilização, desde que registrados no Mapa e cadastrados no órgão competente do Estado (Defesa Vegetal) para o
feijoeiro.
(3)
I − extremamente tóxico; II − altamente tóxico; III − medianamente tóxico; IV − pouco tóxico.
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
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Tabela 12. Fungicidas recomendados para o tratamento da parte aérea do feijoeiro-comum(1).
Phaeoisariopsis
Mancha-angular 80 g a 120 g
griseola
Uromyces
Amistar WG Ferrugem
appendiculatus
Colletotrichum
Antracnose
lindemuthianum
Azoxistrobina Estrobilurina IV Sistêmico
C. lindemuthianum Antracnose 120 g
Amistar 500 WG
P. griseola Mancha-angular
U. appendiculatus Ferrugem
Vantigo P. griseola Mancha-angular
C. lindemuthianum Antracnose 120 g
C. lindemuthianum Antracnose
Azoxistrobina + 300 mL a 400
Estrobilurina + Triazol Amistar Top III Sistêmico P. griseola Mancha-angular
difenoconazol mL
U. appendiculatus Ferrugem
Carben 500 SC
Carbendazim
CCAB 500 SC III
Carbendazim 500 500 mL
DVA AGRO
Carbomax 500 SC IV
Delsene SC
III
Delsene WG 400 g
Derosal 500 SC II
Carbendazim Benzimidazol Sistêmico C. lindemuthianum Antracnose
Fungicarb 500 SC 500 mL
Lead
Mandarim 400 mL
Minx 500 SC
Novazin III
Cheminova
500 mL
Portero
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Prevent
Rodazim 500 SC
Continua...
Tabela 12. Continuação.
Continua...
27
28
Tabela 12. Continuação.
1,0 kg a 1,25
P. griseola Mancha-angular
Brisa WG I Sistêmico e protetor kg
C. lindemuthianum Antracnose 1,25 kg
P. griseola Mancha-angular
C. lindemuthianum Antracnose
Cerconil SC III U. appendiculatus Ferrugem 2,0 L a 2,5 L
Cercospora spp. Mancha-de-cercospora
Alternaria spp. Mancha-de-alternária
C. lindemuthianum Antracnose
Clorotalonil + Isoftalonitrila + P. griseola Mancha-angular
tiofanato metílico benzimidazol U. appendiculatus Ferrugem
Sistêmico e contato S. sclerotiorum Mofo-branco
E. polygoni Oídio
P. griseola Mancha-angular
Fluquinconazol Triazol Palisade III Sistêmico 500 g
U. appendiculatus Ferrugem
Continua...
Tabela 12. Continuação.
P. griseola Mancha-angular
Mancozebe + Ditiocarbamato + C. lindemuthianum Antracnose 200 g/100 L
Cuprozeb IV Contato
oxicloreto de cobre Inorgânico U. appendiculatus Ferrugem água
P. exigua var. exigua Podridão-de-ascochyta
C. lindemuthianum Antracnose
U. appendiculatus Ferrugem
Mancozebe + Ditiocarbamato +
Dithiobin 780 WP III Sistêmico e contato E. polygoni Oídio 2,0 kg a 2,5 kg
Tiofanato metílico Benzimidazol
S. sclerotiorum Mofo-branco
P. manshurica Míldio
P. griseola Mancha-angular
Metconazol Triazol Caramba 90 III Sistêmico 0,8 L a 1,0 L
U. appendiculatus Ferrugem
C. lindemuthianum Antracnose 3,0 kg a 4,0 kg
Cupravit Azul BR
IV U. appendiculatus Ferrugem
Oxicloreto de cobre Inorgânico Contato
Cuprogarb 500
U. appendiculatus Ferrugem 2,0 kg a 3,0 kg
Difere III
C. lindemuthianum Antracnose
Piraclostrobina Estrobilurina Comet II Sistêmico P. griseola Mancha-angular 300 mL
U. appendiculatus Ferrugem
P. griseola Mancha-angular
Piraclostrobina + Estrobilurina +
Cabrio Top III Sistêmico C. lindemuthianum Antracnose 1,5 kg
Methiram ditiocarbamato
U. appendiculatus Ferrugem
Sialex 500
Procimidona Dicarboximida II Sistêmico S. sclerotiorum Mofo-branco 1,0 kg a 1,5 kg
Sumilex 500 WP
Bumper C. lindemuthianum Antracnose
III P. griseola Mancha-angular
Juno Ferrugem
Propiconazol Triazol Sistêmico U. appendiculatus 400 mL
P. griseola Mancha-angular
Tilt I
U. appendiculatus Ferrugem
P. griseola Mancha-angular
Propiconazol + Sistêmico e
Triazol + estrobirulina Stratego 250 EC II C. lindemuthianum Antracnose 600 mL
trifloxistrobina mesostêmico
U. appendiculatus Ferrugem
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Continua...
Tabela 12. Continuação.
Pratylenchus
Terbufós Organofosforado Counter 150 G I Sistêmico Nematoide-das-lesões 13,0 kg
brachyurus
P. griseola Mancha-angular 0,75 L a 1,0 L
Tetraconazole Triazol Domark 100 EC II Sistêmico
U. appendiculatus Ferrugem 500 mL
C. lindemuthianum Antracnose
E. polygoni Oídio
70 g/100 L
Cercobin 700 WP P. exigua var. exigua Podridão-de-ascochyta
água
S. sclerotiorum Mofo-branco
Sclerotium rolfsii Murcha-de-Sclerotium
IV
70 g/100 L
Fungiscan 700 WP C. lindemuthianum Antracnose
água
S. sclerotiorum Mofo-branco
70 g/100 L
Metiltiofan S. rolfsii Murcha-de-Sclerotium
água
C. lindemuthianum Antracnose
500 mL a
Protectin III C. lindemuthianum Antracnose
750 mL
mL
Continua...
Tabela 12. Continuação.
C. lindemuthianum Antracnose
(1)
Fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>.
(2)
I − extremamente tóxico; II − altamente tóxico; III − medianamente tóxico; IV − pouco tóxico.
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Nota: a omissão de princípios ativos ou de produtos comerciais não implica na impossibilidade de sua utilização, desde que registrados no Mapa e cadastrados no órgão competente do Estado (Defesa Veget’al) para
o feijoeiro.
33
34 Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Continua...
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil 35
Tabela 14. Principais pragas encontradas na cultura do feijoeiro, descrição, danos e sintomas de ataque.
Local de ataque,
nome comum e Descrição Danos e sintomas de ataque
nome científico
Pragas das sementes, plântulas e raízes
Lagarta-elasmo Lagarta verde-azulada (até 15 mm) com Perfuração do caule próximo à superfície do solo
Elasmopalpus cabeça marrom e movimentos ágeis. e galerias ascendentes no xilema, provocando
lignosellus Casulos revestidos de solo amarelecimento, murcha e morte da planta
Corte de plântulas rente ao solo e consumo de
Lagarta-rosca Lagarta de cor cinza-escuro a marrom- sementes. Em plantas mais desenvolvidas, raspam
Agrotis ipsilon escura (até 50 mm) e de hábito noturno o caule na altura do solo, que pode murchar ou
sofrer tombamento pelo vento
As lagartas cortam as plântulas rente ao solo.
A parte frontal da cabeça da lagarta
Lagarta-cortadeira Em plantas mais desenvolvidas, raspam o caule
madura apresenta um “Y” invertido de
Spodoptera frugiperda na altura do solo, que pode murchar ou sofrer
coloração branca
tombamento pelo vento
As lagartas apresentam coloração Corte de plântulas rente ao solo. Em plantas mais
Lagarta-da-soja esverdeada e, nos dois primeiros desenvolvidas, raspam o caule na altura do solo,
Anticarsia gemmatalis ínstares, locomovem medindo palmos, que pode murchar ou sofrer tombamento pelo
semelhante às lagartas falsas-medideiras vento
Besouro (6 mm) verde com manchas
Larvas-de-vaquinhas amarelas Adultos causam desfolha. Danos mais
Diabrotica speciosa
Besouro (5 mm a 6 mm) castanho com significativos ocorrem na fase de plântula
Cerotoma arcuata
manchas escuras
Larvas perfuram os cotilédones e destroem
As larvas são branco-amareladas,
parcialmente ou totalmente o embrião,
sem pernas e no máximo do
Bicheira-do-feijoeiro, ocasionando redução na população de plantas. As
desenvolvimento medem cerca de 6
larva-das-sementes larvas podem alimentar-se também no interior do
mm de comprimento. Os adultos são
Delia pratura hipocótilo, em plantas recém-emergidas. Podem
semelhantes aos da mosca doméstica,
ocorrer podridões dos tecidos, ocasionadas por
de coloração cinza
fungos e bactérias oportunistas
Lesmas
Molusco de corpo achatado e de Podem causar desfolha (restando somente o talo
Sarasinula
coloração marrom, parda ou cinza. da planta), corte de plantas rente ao solo e danos
linguaeformis, Limax
Quando adulto, mede de 5 cm a 7 cm de às vagens. Danos mais significativos ocorrem na
spp., Derocerus spp.,
comprimento fase de plântula
Phyllocaulis spp.
Em plantas, no estádio de folhas primárias (V2), a
Os adultos possuem coloração marrom-
larva causa um dano típico caracterizado pelo corte
acinzentada, medem de 15 mm a 23 mm
transversal da extremidade da raiz principal. Os
e apresentam rostro curto e quadrado.
sintomas de dano são caracterizados pela murcha,
Gorgulho-do-solo As larvas são ápodas com o corpo
secamento e morte das plantas, e o ataque é
Teratopactus nodicollis cilíndrico levemente curvado, coloração
normalmente em reboleiras. Em plantas mais
branco-amarelada e cápsula cefálica
desenvolvidas, as larvas alimentam-se do cortex
castanho-amarelada com mandíbulas
das raízes, não havendo desenvolvimento de raízes
bem desenvolvidas
laterais nas áreas danificadas
Pragas das folhas
O adulto de D. speciosa apresenta
Os adultos das vaquinhas causam desfolha
coloração verde, com três manchas
durante todo o ciclo da cultura, reduzindo a
Vaquinhas amarelas no dorso, e mede cerca de 6
área fotossintética. Os danos mais significativos
Diabrotica speciosa mm de comprimento. O adulto de C.
ocorrem no estádio de plântula, pois, nesse
Cerotoma arcuata arcuata é um besouro castanho, com
período, no caso de alta população da praga, pode
manchas escuras no dorso e mede 5 mm
até mesmo ocorrer a morte da planta
a 6 mm de comprimento
Lagarta falsa- Lagarta verde-clara, com linhas longitudinais
medideira esbranquiçadas no dorso (até 35 mm). As lagartas causam desfolha durante todo o ciclo
Pseudoplusia Possui dois pares de patas abdominais e da cultura, reduzindo a área fotossintética
includens movimenta-se “medindo palmo”
Continua...
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil 37
Local de ataque,
nome comum e Descrição Danos e sintomas de ataque
nome científico
Raspadores e sugadores
Adulto amarelo-claro (1 mm a 1,2 mm) Folhas com pontos brancos na parte superior
Tripes com asas franjadas; ninfas sem asas e e prateados na inferior; necrose dos tecidos
Thrips palmi amareladas; insetos na página inferior mortos; atrofia de brotos e botões foliares e queda
das folhas e nas flores prematura de botões e vagens
Adulto de coloração escura, com Folhas com pontos brancos na parte superior
Tripes duas faixas brancas nas asa franjadas e prateados na inferior; necrose dos tecidos
Caliothrips brasiliensis (1,0 mm); ninfas com coloração branca- mortos; atrofia de brotos e botões foliares e queda
amarelada prematura de botões e vagens
A fêmea tem coloração marrom-escura, Folhas com pontos brancos na parte superior
Tripes com margem anterior da cabeça, tarso e e prateados na inferior; necrose dos tecidos
Caliothrips phaseoli extremidade da tíbia amarelados mortos; atrofia de brotos e botões foliares e queda
(1,0 mm) prematura de botões e vagens
Continua...
38 Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Local de ataque,
nome comum e Descrição Danos e sintomas de ataque
nome científico
Pragas das hastes a axilas
Broca-das-axilas Inicialmente as larvas são branco- O ataque geralmente se inicia pelo ponteiro das
Epinotia aporema esverdeadas e têm a cabeça escura. plantas. As larvas penetram no caule através das
Quando se aproxima a fase de pupa, axilas dos brotos terminais do feijoeiro e formam
tornam-se amareladas e, posteriormente, uma galeria descendente, onde ficam abrigadas.
róseas Elas unem os folíolos com uma teia e podem
alimentar-se do caule ou dos ramos da planta,
podendo causar sua quebra e favorecer a entrada
de patógenos
Tamanduá-da-soja Os adultos são besouros que Os adultos atacam os pecíolos e a haste principal,
Sternechus medem aproximadamente 8 mm de desfiando os tecidos ao redor da haste. As larvas
subsignatus comprimento, de coloração preta e desenvolvem-se no interior das hastes, e abrem
faixas amareladas no dorso do tórax, galerias em seu interior, as quais podem provocar
na proximidade da cabeça e nos élitros, a quebra e, muitas vezes, a morte das plantas
formados por pequenas escamas
Pragas das vagens e grãos
Lagartas-das-vagens Lagarta parda com manchas escuras e
Maruca vitrata cabeça preta
Thecla jebus Lagarta verde (até 20 mm) no interior das Destruição das vagens e dos grãos; presença de
vagens excrementos nas vagens
Etiella zinckenella Lagarta de cor verde-clara a rosada (até
20 mm) e cabeça escura
Percevejos-dos-grãos Percevejo marrom-claro (11 mm), de
Neomegalotomus corpo alongado; ninfas semelhantes a
parvus formigas
Piezodorus guildinii Percevejo pequeno (10 mm), verde-claro Sugam os grãos, os quais se tornam enrugados,
e com lista marrom-avermelhada no chochos e escurecidos; reduz o poder germinativo
dorso do tórax das sementes e a qualidade dos grãos
Nezara viridula Percevejo verde (12 mm a 15 mm)
Euschistus heros Percevejo marrom-escuro com 2
espinhos laterais no pronoto
Pragas dos grãos armazenados
Carunchos A fêmea de Z. subfasciatus tem Os carunchos causam danos aos grãos por causa
Zabrotes subfasciatus coloração marrom e difere do macho das galerias feitas pelas larvas, que destroem
Acanthoscelides por ser maior e por apresentar quatro os cotilédones, reduzem a massa da semente e
obtectus manchas de cor creme nos élitros. favorecem a entrada de microrganismos e ácaros
O adulto de A. obtectus apresenta
coloração cinza com manchas claras
Fonte: adaptado de Barbosa et al. (2009), Quintela (2002), Quintela et al. (2005) e Ribeiro e Del Peloso (2009).
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil 39
Tabela 15. Período de maior probabilidade de ocorrência, nível de ação e medidas de controle, para as pragas do feijoeiro.
Fonte: adaptado de Barbosa et al. (2009), Quintela (2002), Quintela et al. (2005) e Ribeiro e Del Peloso (2009).
40
Tabela 16. Inseticidas e acaricidas registrados para a cultura do feijoeiro(1), (2).
Carência
Praga Produto técnico Marca comercial Grupo químico Dose Modo de ação Classe toxicológica(3)
(dias)
Sistêmico, contato e
Orthene 750 BR 200 g/ha a 500 g/ha 14
ingestão
Acefato Organofosforado IV
Orthene 750 BR
1,0 kg/100 kg sem. Sistêmico -
Sementes
Bulldock 125 SC 50 mL/ha
Ducat 100 mL/100 L água
Beta-ciflutrina Piretroide Contato e ingestão II 14
Full 100 mL/ha
Turbo 100 mL/ha
200 mL/ha a
Brigade 25 CE II
Bifentrina Piretroide 250 mL/ha Contato e ingestão 20
Talstar 100 EC 50 mL/ha III
Diafuran 50 20,0 kg/ha
Furadan 50 GR 20,0 kg/ha 75
Furadan 350 SC Metilcarbamato 2,0 L/ha a 3,0 L/ha
Carbofurano Sistêmico I
de benzofuranila
1,0 L/100 kg a
Cigarrinha-verde
Furadan 350 TS 1,50 L/100 kg de -
(Empoasca
sem.
kraemeri)
Metilcarbamato 1,5 kg/100 kg a
Carbosulfano Marzinc 250 DS Sistêmico II 2
de benzofuranila 2,0 kg/100 kg sem.
Ciflutrina Baytroid EC Piretroide 200 mL/ha Contato e ingestão III 14
Catcher 480 EC
Clorpirifós Fersol I
Clorpirifós 480 EC Organofosforado 800 mL/ha Contato e ingestão 25
Lorsban 480 BR II
Nufos 480 EC I
Clotianidina Poncho Neonicotinoide 170 mL/100 kg sem. Sistêmico III -
Deltametrina + Piretroide + 350 mL/ha a
Deltaphos EC Contato e ingestão I 16
triazofós organofosforado 500 mL/ha
Esfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroide 400 mL/ha Contato I 14
Etofenproxi Safet Éter difenílico 500 mL/ha Contato
III 3
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
300 mL/ha a
Trebon 100 SC Contato e ingestão
600 mL/ha
Continua...
Tabela 16. Continuação.
Carência
Praga Produto técnico Marca comercial Grupo químico Dose Modo de ação Classe toxicológica(3)
(dias)
Danimen 300 C
100 mL/ha a
Fenpropatrina Meothrin 30 Piretroide Contato e ingestão I 14
200 mL/ha
Sumirody 30
Evidence 700 WG 150 g/ha I 21
200 g/100 kg
Gaucho IV
de sem.
250 mL/100 kg
Gaucho FS -
de sem.
III
250 mL/100 kg
Gaucho 600 A
de sem.
Continua...
41
42
Tabela 16. Continuação.
Carência
Praga Produto técnico Marca comercial Grupo químico Dose Modo de ação Classe toxicológica(3)
(dias)
Mentox 600 EC 270 mL/ha Contato e ingestão II
Nitrosil 600 CE 450 mL/ha Contato I
Parationa-metílica Organofosforado 15
500 mL/ha a
Paracap 450 CS Contato e ingestão III
Cigarrinha-verde 700 mL/ha
(Empoasca Piridafentiona Ofunack 400 EC Organofosforado 1,25 L/ha - III 15
kraemeri) Terbufós Counter 150 G Organofosforado 13,0 kg/ha Sistêmico I -
Actara 250 WG 100 g/ha a 200 g/ha 14
Tiametoxam Neonicotinoide 100 g/100 kg a 200 Sistêmico III
Cruiser 700 WS -
g/100 kg de sem.
Orthene 750 BR
Acefato Organofosforado 1,0 kg/100 kg sem. Sistêmico IV -
Lagarta-elasmo (para sem.)
(Elasmopalpus Saddler 350 SC I
lignosellus) Metilcarbamato
Tiodicarbe Semevin 350 1,50 L/100 kg sem. Sistêmico -
de oxima
Tiodicarbe 350 SC
Lagarta-rosca Orthene 750 BR Sistêmico, contato e
Acefato Organofosforado 1,0 kg/100 kg sem. IV -
(Agrotis ipsilon) (para sementes) ingestão
120 mL/ha a
Decis 25 EC III
160 mL/ha
Falsa-medideira Deltametrina Piretroide Contato e ingestão 16
60 mL/ha a
(Pseudoplusia Dominador IV
80 mL/ha
includens)
100 mL/ha a
Novalurom Gallaxy 100 EC Benzoilureia Contato e ingestão IV 21
150 mL/ha
Malathion
Lagarta-da- Malationa Organofosforado 1,2 L/ha a 2,0 L/ha Contato e ingestão III 3
Prentiss
soja (Anticarsia
Gallaxy 100 EC 100 mL/ha a IV 21
gemmatalis) Novalurom Benzoilureia Contato e ingestão
Rimon 100 EC 150 mL/ha
Sistêmico, contato e
Acefato Orthene 750 BR Organofosforado 1,0 L/ha IV 14
ingestão
1,0 L/100 kg a
Metilcarbamato
Carbofurano Furadan 350 TS 1,5 L/100 kg de Sistêmico I -
de benzofuranila
sem.
Tripes (Caliothrips 250 mL/
Clotianidina Poncho Neonicotinoide Sistêmico III -
brasiliensis) 100 kg sem.
Malathion 500 CE
Malationa Organofosforado 1,0 L/ha a 2,0 L/ha Contato e ingestão III 3
Sultox
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Sistêmico, contato e
Metamidofós Metafós Organofosforado 0,5 L/ha a 1,0 L/ha I 21
ingestão
Parationa-metílica Mentox 600 EC Organofosforado 300 mL/ha Contato e ingestão II 15
Continua...
Tabela 16. Continuação.
Carência
Praga Produto técnico Marca comercial Grupo químico Dose Modo de ação Classe toxicológica(3)
(dias)
Metilcarbamato
Carbaril Sevin 480 SC 220 mL/100 L água Contato e ingestão III 3
de naftila
Tripes (Caliothrips Hamidop 600 0,5 L/ha a 1,0 L/ha II
phaseol) Metafós 1,0 L/ha Sistêmico, contato e I
Metamidofós Organofosforado 21
Metasip ingestão
0,5 L/ha a 1,0 L/ha II
Tamaron BR
Sistêmico, contato e
Acefato Orthene 750 BR Organofosforado 1,0 L/ha IV 14
ingestão
Diafuran 50 20,0 kg/ha
Furadan 50 GR 20,0 kg/ha 75
Metilcarbamato
Carbofurano Furadan 350 SC 2,0 L/ha a 3,0 L/ha Sistêmico I
de benzofuranila
1,0 L/100 kg a 1,5
Furadan 350 TS -
L/100 kg sem.
Esfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroide 400 mL/ha Contato I 14
Gaucho FS
Gaucho 600 A
250 mL/
Imidacloprido Imidacloprid 600 Neonicotinoide Sistêmico III -
100 kg sem.
FS
Saluzi 600 FS
Tripes
Malathion
(Thrips tabaci) 1,2 L/ha a 2,0 L/ha
Prentiss
Malationa Organofosforado Contato e ingestão III 3
Malathion 500 CE
1,0 L/ha a 2,0 L/ha
Sultox
Hamidop 0,5 L/ha a 1,0 L/ha
Metafós 1,0 L/ha Sistêmico, contato e
Metamidofós Organofosforado II 21
Metasip ingestão
0,5 L/ha a 1,0 L/ha
Tamaron BR
Parationa-metílica Mentox 600 EC Organofosforado 250 mL/ha Contato e ingestão II 15
Terbufós Counter 150 G Organofosforado 13,0 kg/ha Sistêmico I -
Futur 300 III
Saddler 350 SC Metilcarbamato
Tiodicarbe 1,5 L/100 kg sem. Sistêmico -
Semevin 350 de oxima I
Tiodicarbe 350 SC
Continua...
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
43
44
Tabela 16. Continuação.
Carência
Praga Produto técnico Marca comercial Grupo químico Dose Modo de ação Classe toxicológica(3)
(dias)
200 mL/ha a
Orthene 750 BR
500 mL/ha Sistêmico, contato e
Acefato Organofosforado IV 14
Orthene 750 BR ingestão
1,0 kg/100 kg sem.
(para sem.)
Mospilan 0,25 kg/ha a
Acetamiprido Neonicotinoide Sistêmico III 7
Saurus 0,3 kg/ha
Bulldock 125 SC 50 mL/ha
Ducat 100 mL/100 L água
Beta-ciflutrina Piretroide Contato e ingestão II 14
Full
100 mL/ha
Turbo
Beta-ciflutrina + Piretroide +
Connect 0,75 L/ha a 1,0 L/ha Sistêmico II 21
imidacloprido neonicotinoide
200 mL/ha a
Brigade 25 CE II
Bifentrina Piretroide 250 mL/ha Contato e ingestão 20
Talstar 100 EC 0,5 L/ha III
Mosca-branca Buprofezina Applaud 250 Tiadiazinona 1,0 kg/ha Contato IV 21
(Bemisia tabaci
biótipos A e B) Diafuran 50 30,0 kg/ha a
Metilcarbamato 75
Carbofurano Furadan 50 GR 40,0 kg/ha Sistêmico I
de benzofuranila
Furadan 350 TS 2,0 L/100 kg sem. -
Metilcarbamato
Carbosulfano Marshal 200 SC 600 mL/ha Sistêmico II 22
de benzofuranila
Análogo de
Clorfenapir Pirate 1,0 L/ha Contato e ingestão III 14
pirazol
Catcher 480 EC 1,0 L/ha a 1,25 L/ha
I
Curinga 1,0 L/ha
Clorpirifós Organofosforado Contato e ingestão 25
Lorsban 480 BR 0,8 – 1,0 L/ha II
Nufos 480 EC 1,0 – 1,25 L/ha I
250 mL/
Clotianidina Poncho Neonicotinoide Sistêmico III -
100 kg sem.
Deltametrina Keshet 25 EC Piretroide 300 mL/ha Contato e ingestão I 16
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Deltametrina + Piretroide +
Deltaphos EC 0,75 L/ha a 1,0 L/ha Contato e ingestão I 16
triazofós organofosforado
Continua...
Tabela 16. Continuação.
Carência
Praga Produto técnico Marca comercial Grupo químico Dose Modo de ação Classe toxicológica(3)
(dias)
Esfenvalerato Sumidan 25 EC Piretroide 400 mL/ha Contato I 14
500 mL/ha a
Espiromesifeno Oberon 240 SC Cetoenol Contato e ingestão III 21
600 mL/ha
Etofenproxi Trebon 100 SC Éter difenílico 0,9 L/ha a 1,2 L/ha Contato e ingestão III 3
Danimen 300 CE
100 mL/ha a
Fenpropatrina Meothrin 300 Piretroide Contato e ingestão I 14
200 mL/ha
Sumirody 300
Evidence 700 WG 250 g/ha 21
IV
Gaucho 200 g/100 kg sem.
Gaucho FS -
Gaucho 600 A 250 mL/
Imidacloprid 600 100 kg sem.
FS
Mosca-branca Imidacloprid
(Bemisia tabaci 250 g/ha
Nufarm
biótipos A e B)
350 mL/ha a
Imidacloprido Kohinor 200 SC Neonicotinoide Sistêmico III 21
500 mL/ha
Nuprid 700 WG 250 g/ha
350 mL/ha a
Provado 200 SC
500 mL/ha
Rotaprid 350 SC 200 L/ha
250 mL/
Saluzi 600 FS -
100 kg sem.
Warrant IV
250 g/ha
Warrant 700 WG III 21
Karate Zeon 50
Lambda-cialotrina Piretroide 600 mL/ha Contato e ingestão III 15
SC
Malathion 500 CE
Malationa Organofosforado 1,0 L/ha a 2,0 L/ha Contato e ingestão III 3
Sultox
Continua...
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
45
46
Carência
Praga Produto técnico Marca comercial Grupo químico Dose Modo de ação Classe toxicológica(3)
(dias)
Dinafós III
Glent
II
Hamidop 600
Metamidofós
Sistêmico, contato e I
Metamidofós Fersol 600 Organofosforado 0,5 L/ha a 1,0 L/ha 21
ingestão
Metasip II
Quasar
Stron I
Tamaron BR II
Piridafentiona Ofunack 400 EC Organofosforado 1,5 L/ha Sistêmico III 15
Mosca-branca
(Bemisia tabaci Cordial 100
biótipos A e B) Éter Contato e
Piriproxifem Epingle 100 1,0 L/ha I 14
piridiloxipropílico translaminar
Tiger 100 EC
600 mL/ha a
Profenofós Curacron 500 Organofosforado Contato, ingestão III 14
800 mL/ha
Terbufós Counter 150 G Organofosforado 10,0 kg/ha Sistêmico I -
200 mL/100 kg a
Cruiser 350 FS 300 mL/100 kg
sem. -
Tiametoxam Neonicotinoide Sistêmico III
150 g/100 kg a
Cruiser 700 WS
200 g/100 kg sem.
Actara 250 WG 100 g/ha a 200 g/ha 14
0,5 kg/ha a
Orthene 750 BR
1,0 kg/ha Sistêmico, contato e
Acefato Organofosforado IV 14
Orthene 750 BR ingestão
1,0 kg/100 kg sem.
(para sem.)
Vaquinhas
(Diabrotica Bulldock 125 SC 500 mL/ha
speciosa, Cerotoma Turbo
arcuata) Beta-ciflutrina Piretroide 100 mL/ha Contato e ingestão II 14
Full
Ducat 100 mL/100 L água
Beta-ciflutrina + Piretroide + 0,75 L/ha a
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Connect Sistêmico II 21
imidacloprido neonicotinoide 1,00 L/ha
Continua...
Tabela 16. Continuação.
Carência
Praga Produto técnico Marca comercial Grupo químico Dose Modo de ação Classe toxicológica(3)
(dias)
Metilcarbamato
Carbaril Sevin 480 SC 220 mL/100 L água Contato e ingestão III 3
de naftila
Metilcarbamato 1,5 kg/100 kg a
Carbosulfano Marzinc 250 DS Sistêmico II 2
de benzofuranila 2,0 kg/100 kg sem.
Análogo de
Clorfenapir Pirate 1,0 L /ha Contato e ingestão III 14
pirazol
Clotianidina Poncho Neonicotinoide 170 mL/100 kg sem. Sistêmico III -
Esfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroide 400 mL/ha Contato I 14
Etofenproxi Trebon 100 SC Éter difinílico 300 mL/ha Contato e ingestão III 3
200 mL/
Fipronil Standak Pirazol Contato e ingestão III -
100 kg sem.
Gaucho IV
Gaucho FS 200 g/100 kg sem. III -
Gaucho 600 A
Imidacloprido Neonicotinoide Sistêmico
Evidence 700 WG IV
Vaquinhas Warrant 150 g/ha 21
(Diabrotica
speciosa, Cerotoma Warrant 700 WG III
arcuata) Karate Zeon 50 150 mL/ha a
Lambda-cialotrina Piretroide Contato e ingestão III 15
CS 200 mL/ha
Malathion 1,2 mL/ha a
Malationa Organofosforado Contato e ingestão III 3
Prentiss 2,0 L/ha
Hamidop 600 II
Metamidofós 0,5 mL/ha a
I
Fersol 600 1,0 L/ha Sistêmico, contato e
Metamidofós Organofosforado 21
Metasip ingestão II
Stron 500 mL/ha I
Tamaron BR 0,5 L/ha a 1,0 L/ha II
450 mL/ha a
Folisuper 600 BR I 7 – 15
670 mL/ha
Mentox 600 EC II
Parationa-metílica Organofosforado 670 mL/ha Contato e ingestão
Nitrosil 600 CE
15
500 mL/ha a III
Paracap 450 CS
700 mL/ha
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Continua...
47
48
Carência
Praga Produto técnico Marca comercial Grupo químico Dose Modo de ação Classe toxicológica(3)
(dias)
Terbufós Counter 150 G Organofosforado 10,0 kg/ha Sistêmico I -
Cruiser 350 FS 200 mL/100 kg a
Vaquinhas 300 mL/ -
(Diabrotica Tiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoide 100 kg sem. Sistêmico III
speciosa, Cerotoma
arcuata) Actara 250 WG 150 g/ha a 200 g/ha 14
Tiametoxam + 100 mL/ha a Sistêmico, contato e
Engeo Pleno Neonicotinoide III 15
lambda-cialotrina 200 mL/ha ingestão
Lagarta-das-folhas
0,5 kg/ha a Sistêmico, contato e
(Hedylepta = Acefato Orthene 750 BR Organofosforado IV 14
1,0 kg/ha ingestão
Omiodes indicata)
0,5 kg/ha a
Orthene 750 BR Sistêmico IV
1,0 kg/ha
Acefato Organofosforado 14
Sistêmico, contato e
Cefanol 100 g/100 L água III
Manhoso ingestão
(Chalcodermus 500 mL/ha a Sistêmico, contato e
Metamidofós Stron Organofosforado I 21
bimaculatus) 650 mL/ha ingestão
Mentox 600 EC 650 mL/ha II
Parationa-metílica Organofosforado 500 mL/ha a Contato e ingestão 15
Paracap 450 CS III
700 mL/ha
Orthene 750 BR Sistêmico, contato e
Acefato Organofosforado 1,0 kg/100 kg sem. IV -
para sementes ingestão
Pulgão Clotianidina Poncho Neonicotinoide Sistêmico III -
(Aphis craccivora) 250 mL/ Sistêmico, contato e
Imidacloprido Gaucho FS IV -
Neonicotinoide 100 kg sem. ingestão
Gaucho 600 A III
Orthene 750 BR Sistêmico, contato e
Pulgão Acefato Organofosforado 1,0 kg/100 kg sem. IV -
para sementes ingestão
(Smynthurodes
betae) Metilcarbamato 1,0 L/100 kg a 1,5
Carbofurano Furadan 350 TS Sistêmico I -
de benzofuranila L/100 kg sem.
Malathion 1,2 mL/ha a
Malationa Organofosforado Contato e ingestão III 3
Pulgão Prentiss 2,0 L/ha
(Aphis rumicis) Sistêmico, contato e
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Continua...
Tabela 16. Continuação.
Carência
Praga Produto técnico Marca comercial Grupo químico Dose Modo de ação Classe toxicológica(3)
(dias)
Abamectin DVA 300 mL/ha a
I
18 EC 600 mL/ha
Abamectin 500 mL/ha a
III
Nortoxa 750 mL/ha
Abamectina Avermectina Contato e ingestão 14
250 mL/100 L a
Kraft 36 CE
500 mL/100 L água I
Superus 300 mL/ha a
Vertimec 18 CE 600 mL/ha III
Mosca-minadora Orthene 750 BR Sistêmico, contato e
Acefato Organofosforado 1,0 kg/100 kg sem. IV 14
(Liriomyza para sementes ingestão
huidobrensis) Carbofurano Diafuran 50 Organofosforado 20,0 kg/ha Sistêmico I 75
Cartap BR 500 Bis 170 g/100 L água Sistêmico III 14
Cloridrato de cartape
Thiobel 500 (Tiocarbamato) -
Ciromazina Trigard 750 PM Triazinamina 100 g/ha Sistêmico e ingestão IV 21
175 mL/ha a
Espinosade Tracer Espinosinas Não sistêmico IV 3
200 mL/ha
Hostathion 400
Triazofós Organofosforado 1,0 L/ha Contato e ingestão II 14
BR
Piridafentiona Ofunack 400 EC Organofosforado 1,5 L/ha - III 15
Abamectin DVA
18 EC 300 mL/ha a I
Abamectina Avermectina Contato e ingestão 14
Superus 600 mL/ha
Vertimec 18 CE III
Azociclotina Caligur Organoestânico 500 mL/ha Contato II 14
Cover DF -
Ácaro-branco Kumulus DF 300 g/100 L água
Enxofre Inorgânico Contato IV
(Polyphagotarsonemus Kumulus DF-AG
latus) Sulficamp 600 g/100 L água
500 mL/ha a
Espiromesifeno Oberon 240 SC Cetoenol Contato e ingestão III 21
600 mL/ha
Piridafentiona Ofunack 400 EC Organofosforado 1,5 L/ha - III 15
Profenofós Curacron 500 Organofosforado 750 mL/ha Contato e ingestão III 14
Hostathion 400
Triazofós Organofosforado 0,8 L/ha a 1,0 L/ha Contato e ingestão II 14
BR
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Continua...
49
50
Carência
Praga Produto técnico Marca comercial Grupo químico Dose Modo de ação Classe toxicológica(3)
(dias)
Clorpirifós Fersol
I 25
Broca-das-vagens 480 EC
Clorpirofós Organofosforado 1,25 L/ha Contato e ingestão
(Etiella zinckenella) Lorsban 480 BR II
Vexter
Ácaro-vermelho Enxofre Sulficamp Inorgânico 600 g/100 L água IV -
Contato
(Tetranycus ludeni) Quinometionato Morestan BR Quinoxalina 400 g/ha a 600 g/ha III 14
Microsulfan 800
Enxofre Inorgânico 4,0 kg/ha Contato IV -
PM
Danimen 300 CE I 14
Ácaro-rajado 200 mL/ha a
Fenpropatrina Meothrin 300 Piretroide Contato e ingestão
(Tetranycus urticae) 300 mL/ha
Sumirody 300
Hamidop Sistêmico, contato e II 21
Metamidofós Organofosforado 0,5 L/ha a 1,0 L/ha
Tamaron BR ingestão
(1)
Inseticidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>.
(2)
A omissão de princípios ativos ou de produtos comerciais não implica na impossibilidade de sua utilização, desde que registrados no Mapa e cadastrados no órgão competente do Estado (Defesa Vegetal) para o
feijoeiro.
(3)
I − extremamente tóxico; II − altamente tóxico; III − medianamente tóxico; IV − pouco tóxico.
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil 51
para a cultura. Leituras entre 0,1 bar e 0,3 bar a em forma circular, de aço inoxidável ou galvani-
0,4 bar (10 Kpa a 30 Kpa a 40 Kpa) representam zado, com 121,9 cm de diâmetro interno e 25,4 cm
condições ideais de água e arejamento do solo. de profundidade, o qual deve ser cheio d’água até
Quando a leitura ultrapassa 0,4 bar (40 Kpa) 5 cm da borda superior. Na medida da evaporação
significa que a água começa a tornar-se limitante da água, feita por um micrômetro de gancho ou
para a cultura, principalmente em regiões de alta por outro processo, estão integrados os efeitos
demanda atmosférica.
da radiação solar, do vento, da temperatura e da
umidade relativa do ar, os quais são os mesmos
O tensiômetro deve ser instalado na lavoura de
que atuam na planta. Entretanto, pelo fato de os
feijão após a emergência das plantas e depois de
três a quatro irrigações, quando o solo já se encontra processos de evaporação da água livre no tanque
com umidade suficiente para o funcionamento do (ECA) e da evapotranspiração da cultura (ETc) se-
instrumento. Deve ser instalado entre as fileiras de rem semelhantes apenas em seus aspectos físicos,
plantas de feijão e em duas profundidades − uma a para converter ECA em ETc, devem ser considera-
15 cm e outra a 30 cm −, lado a lado, e o conjunto dos o coeficiente do tanque classe A (Kp) e o coefi-
deve formar uma bateria. A profundidade é medida ciente da cultura (Kc), segundo a equação:
a partir da metade da cápsula. A leitura feita pelo
tensiômetro a 15 cm de profundidade representa a ETc = ECA x Kp x Kc (4)
tensão média de um perfil de solo de 0 cm a 30 cm
de espessura, o qual engloba a quase totalidade das Assim, o indicativo de quando irrigar corresponde ao
raízes do feijoeiro. Esse é chamado de tensiômetro momento em que a soma dos valores de evaporação
de decisão, porque indica o momento da irrigação do tanque, multiplicados pelos coeficientes, alcançar
(quando irrigar). Já o tensiômetro instalado a 30 cm, o valor da lâmina líquida de irrigação, previamente
chamado tensiômetro de controle, permite verificar determinada, a ser aplicada a cultura.
se a irrigação está sendo bem feita, para que não
haja excesso ou falta de água. Ao lado da bateria
As avaliações dos coeficientes Kp e Kc constituem
dos tensiômetros, a cerca de 1,0 m de altura, deve-se
a principal dificuldade para o uso desse método.
instalar um pluviômetro, que servirá para a coleta
Apresentam-se, na Tabela 17, os valores de Kp,
da água de irrigação ou da chuva e também como
e nas Tabelas 18 e 19, os valores de Kc. Como
referência para localização dos tensiômetros no
campo. o requerimento de água pelo feijoeiro varia ao
longo do ciclo da cultura, observa-se que o Kc
Devem ser instaladas três baterias de tensiôme- acompanha o desenvolvimento da área foliar do
tros na área irrigada. No sistema pivô central, as dossel, variando de acordo com os fatores que
baterias devem ser instaladas a 4/10, 7/10 e 9/10 do afetam o desenvolvimento da área foliar, como
raio do pivô, em linha reta a partir da base. Vários cultivar, população de plantas e sistema de manejo
trabalhos relatam o valor máximo que a tensão do solo, e com a época de semeadura, em virtude
da água no solo pode atingir para que não haja da variação na demanda evaporativa da atmosfera.
redução na produtividade do feijoeiro. A diferença
entre os valores deve-se, principalmente, à pro- A quantidade de água a ser aplicada pode ser de-
fundidade da medição, à demanda atmosférica e terminada por meio da curva de retenção, que re-
à distância de instalação em relação à planta do laciona o teor ou o conteúdo de água no solo com
feijoeiro. É recomendável promover irrigação toda
a força (tensão) com que o solo a retém (Figura 2).
vez que a média das três baterias dos tensiômetros
É uma propriedade físico-hídrica do solo, deter-
de decisão, instalados a 15 cm de profundidade, al-
minada em laboratório, preferencialmente com
cançar a faixa de 0,3 bar a 0,4 bar (30 Kpa a 40 Kpa).
amostras indeformadas, coletadas em anéis apro-
A irrigação deve ser suspensa quando as folhas da
planta de feijão vão se tornando amareladas pelo priados, submetidos a diferentes tensões, com o
amadurecimento. auxílio de placas porosas, em câmaras de pressão.
Obtém-se a curva relacionando o teor de água do
Tanque Classe A solo para diversas tensões, por exemplo: 0,1 bar;
O método do tanque classe A permite medir a 0,3 bar; 0,6 bar; 1,0 bar; 3,0 bar e 15,0 bar (10 Kpa;
evaporação da água, requer o uso de um tanque 30 Kpa; 60 Kpa; 100 Kpa; 300 Kpa e 1.500 Kpa).
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil 53
Exposição ATanque circundado por grama Exposição BTanque circundado por solo nu
UR% (média) UR% (média)
Posição do Posição do
Baixa < Média 40% Baixa < Média 40%
Vento(m/s) tanque R(1) Alta > 70% tanque R(1) Alta > 70%
40% a 70% 40% a 70%
(m) (m)
Leve 1 0,55 0,65 0,75 1 0,70 0,80 0,85
< 2 10 0,65 0,75 0,85 10 0,60 0,70 0,80
100 0,70 0,80 0,85 100 0,55 0,65 0,75
1.000 0,75 0,85 0,85 1.000 0,50 0,60 0,70
(1)
Por R, entende-se a menor distância do centro do tanque ao limite da bordadura.
Fonte: Doorenbos e Kassam (1979).
Tabela 18. Coeficientes de cultura (Kc) para três fases do ciclo do feijoeiro, no sistema convencional de plantio.
0−14 0,49
15−24 0,69
25−34 0,77
35−44 0,90
45−54 1,06
55−64 0,89
65−74 0,74
75−84 0,48
85−94 0,27
54 Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
(6)
profundidade do lençol freático, seja ela constante A colheita mecanizada pode ser realizada em duas
seja variável, porque é essa profundidade que altera operações ou numa operação única. No primeiro
o teor de umidade do solo na zona das raízes. caso, utiliza-se incialmente a plataforma ceifadora-
-enleiradora. Essa etapa deve ser feita logo após
Sistemas de irrigação as plantas, ainda com folhas, atingirem a maturi-
Os sistemas pivô central, autopropelido e conven- dade fisiológica, e somente deve ser utilizada em
cional podem ser utilizados eficientemente para o terrenos bem nivelados e com o deslocamento da
feijoeiro. Contudo os dois últimos têm a flexibili- máquina no sentido contrário ao que se constatar a
dade de poder mudar de área com mais facilidade, predominância das plantas acamadas. Dependen-
mas demandam mais mão de obra, principalmente do da umidade das plantas, é necessário virar as
o sistema convencional. Em todos eles, é funda- leiras de plantas com equipamentos próprios, para
que elas completem a secagem e o recolhimento
mental que se disponha de projeto técnico, que
seja facilitado. A segunda operação dessa fase é
oriente desde a implantação, operação, capacidade
semelhante à descrita anteriormente utilizando-se
de fornecimento de água, tamanho de área a ser
recolhedoras-trilhadoras.
irrigada e custos de energia.
A colheita mecanizada numa única operação, ou
colheita direta, exige que a cultivar utilizada possua
Colheita plantas eretas, já estejam totalmente desfolhadas e
com a umidade dos grãos em torno de 15%. Nesse
A dessecação da lavoura pode ser realizada antes
caso, utiliza-se a colhedora automotriz.
da colheita propriamente dita. Essa operação é
recomendada para facilitar a colheita, quando a Em qualquer dos métodos de colheita é importante
lavoura estiver com alta infestação por plantas que se determinem as perdas de grãos, o que pode
daninhas ou com maturação desuniforme, e ainda ser feito basicamente por três métodos: o visual, o
quando o preço do feijão for compensador. Pode- de quantificação e o do copo medidor.
se utilizar o herbicida Finale (glufosinato – sal de
amônio do grupo das homoalaninas substituídas), O método visual, embora bastante utilizado, não
na dosagem de 1,8 L p.c./ha a 2,0 L p.c./ha, quando reflete as perdas com precisão enquanto o de
os feijoeiros estiverem com 70% e 50% das vagens quantificação é feito por pesagens, demanda uso
sECAs respectivamente. de balança e exige muito trabalho e tempo para
avaliação. Já o método de avaliação pelo copo me-
A colheita em si pode ser manual, semimecaniza- didor é simples, preciso e pode ser realizado com
da e mecanizada . Na colheita manual, somente rapidez. Por esse método, os grãos soltos e os de
aplicável a pequenas áreas, as plantas devem ser vagens desprendidas das plantas, na área de 2 m2,
arrancadas quando as vagens, já completamente são coletados e depositados no copo medidor para
cheias, exibirem mudanças de coloração e quan- que seja verificada a perda de feijão em sacos por
do os grãos já apresentarem coloração definitiva. hectare. Esse procedimento deve ser repetido no
Após o arranquio, as plantas devem ser colocadas mínimo três vezes. A produtividade, em sacos por
em terreiros de modo que formem uma camada, e hectare, é avaliada em áreas também de 2 m2, com
quando os grãos atingirem aproximadamente 16% o depósito dos grãos colhidos no medidor.
de umidade, devem ser trilhadas.
de atinja 13% ou menos. A classificação é realizada sejam superiores a 17 ºC, nos meses de abril a
por peneiras (por exemplo, P12, P13, P14 e P15), setembro.
que são determinadas pelo beneficiador, de acordo
• Deve-se evitar a contaminação varietal e por
com o tamanho típico do grão. A mesa densimétri-
patógenos, oriunda de plantas voluntárias e de
ca não é utilizada para classificação, e sim para o
restos de cultivos, principalmente de feijão, por
aprimoramento da qualidade do lote, pela separa-
meio do histórico da área.
ção e consequente eliminação dos grãos de menor
densidade ou menor peso volumétrico (sementes • Deve-se garantir o isolamento da área, mantendo
chochas, ardidas, mal formadas, mais leves, com um afastamento de, no mínimo, 3,0 m entre
evidência de ataque de insetos) e aqueles de igual cultivares.
tamanho não identificados nas peneiras. Para • É necessário selecionar áreas com baixa
melhorar a aparência dos grãos, eles ainda podem incidência de plantas daninhas.
passar por uma máquina com escovas, a qual reti-
• Devem-se evitar áreas anteriormente cultivadas
ra resíduos de terra e poeira, melhorando assim a
com feijoeiro-comum e/ou com plantas
qualidade do produto para o comércio.
hospedeiras do mofo-branco (Sclerotinia
sclerotiorum), como girassol, soja e tomateiro;
Armazenamento da podridão-cinzenta-do-caule (Macrophomina
phaseolina) e do tombamento (Rhizoctonia
O feijão pode ser armazenado a granel, em sa- solani), como o algodoeiro.
cos de aniagem, de polipropileno ou de plástico, • É favorável o plantio de campos de produção
e em silos especialmente construídos para esse de sementes de feijão, utilizando-se o sistema
fim. Especialmente quando o armazenamento for de rotação com gramíneas (além dos benefícios
feito em recipientes vedados, os grãos devem ser que trazem à cultura, podem ser facilmente
previamente expurgados visando ao controle de identificadas e retiradas por ocasião do rouguing).
carunchos. Quando o produto for armazenado em
• Recomenda-se a identificação de áreas para
sacos (aniagem ou polipropileno), recomenda-se
localização de polos regionais com aptidão para a
que as pilhas sejam dispostas de forma que per-
produção de sementes de alta qualidade sanitária.
mitam expurgos periódicos e a maior circulação
possível do ar entre elas, pois isso reduzirá a perda
da qualidade do produto.
Época de plantio
• No Estado de Sergipe, recomenda-se
Produção de sementes
implantação de campos de produção de
sementes de feijoeiro-comum nas regiões de
Além da interação de fatores genéticos, físicos e
Canindé do São Francisco (nos meses de abril
fisiológicos, a qualidade da semente de feijão é
a maio) e Perímetro Irrigado Califórnia, com
expressa também pelo seu estado sanitário, pois é
irrigação suplementar.
pela semente que são transmitidas a maioria das
doenças que atacam o feijoeiro-comum. Por essa • Para o Estado da Bahia, recomenda-se o plantio
razão, as recomendações técnicas para produção, para produção de sementes em junho, no
listadas a seguir, visam à melhoria da qualidade Município de Irecê e no oeste baiano (com uso de
sanitária da semente. Além disso, foram incluídas pivô central).
algumas práticas que se revestem de importância
• Em Pernambuco, os campos de produção
especial de acordo com a aprovação da Lei de Se-
de sementes devem ser implantados
mentes e de suas normas técnicas.
preferencialmente no decorrer dos meses de
abril e maio, em áreas irrigadas, nos municípios
Escolha da área
de Belém do São Francisco e Petrolina.
• As sementes das categorias básica e certificada • Para o Rio Grande do Norte, recomenda-se o
C1 devem, preferencialmente, ser produzidas plantio de maio a junho, nas regiões do litoral
em áreas onde as temperaturas mínimas norte e na microrregião Açu/Apodi.
Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil 57
Vistorias de campo
Limpeza de equipamentos
As vistorias têm como finalidade verificar se o
Deve-se realizar a limpeza criteriosa dos equipamen- campo atende aos padrões mínimos preestabele-
tos utilizados para a semeadura, para o tratamento cidos pelo Mapa além de serem muito importantes
para a produção de sementes. Isso ocorre pelo
das sementes, para o plantio e também na colheita
fato de as vistorias permitirem a identificação de
para evitar a contaminação do campo com semen-
problemas e possibilitarem a adoção de medidas
tes de outras espécies ou de outras cultivares.
corretivas, na tentativa de evitar a condenação do
campo. De acordo com o padrão de campo, devem
ser realizadas obrigatoriamente duas vistorias,
Tratamento de sementes uma na floração e outra na pré-colheita, com emis-
são de laudo pelo responsável técnico.
Boa parte dos patógenos que infectam o feijoeiro
é veiculada por meio das sementes. Assim, o trata-
mento das sementes antes do plantio é uma medida
Contaminantes
preventiva quase que obrigatória nos campos de
produção. Para o controle de fungos veiculados às Consideram-se contaminantes em um campo de
sementes, deve-se dar preferência à combinação produção de sementes de feijão a presença de
de fungicidas protetores e sistêmicos, visando à plantas atípicas, plantas de outras espécies cultiva-
maior eficiência no controle. Além de fungicidas, das e a ocorrência de doenças. Plantas atípicas são
existem inseticidas recomendados para o trata- aquelas que se diferem, por uma ou mais caracte-
mento de sementes, visando à prevenção contra o rísticas, das plantas da cultivar para a qual se ins-
58 Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
feito em ambiente não controlado, e as sementes sementes, comprometendo sua qualidade. O con-
são embaladas em embalagens permeáveis. trole desses insetos pode ser feito com a aplicação
Nessas condições, recomenda-se que o teor de de inseticidas específicos e por meio de expurgo
água das sementes não seja superior a 13%. utilizando fosfeto de alumínio.
Socioeconomia
Armazenamento e transferência de tecnologia
O armazenamento deve manter a qualidade fisioló- O produtor precisa obter renda com a produção
gica das sementes e retardar o seu envelhecimen- de feijão. Parte da produção pode ser destinada ao
to. A conservação das sementes armazenadas é in- autoconsumo da família, e o excedente poder se
fluenciada pelo seu teor de água e pelas condições comercializado. Considerando-se que, para a parte
ambientais do armazém. Quanto menores forem comercializada, o preço é definido no mercado, e
a temperatura e a umidade relativa, maior será o produtor não tem influência sobre ele, os custos
a possibilidade de vida útil da semente. Para um de produção devem ser racionalizados para que o
armazenamento seguro, o teor de água da semente produtor possa encontrar oportunidades de me-
não deve ser superior a 13%. Acima desse valor, a lhorar sua renda. Assim, apesar de os custos de
taxa respiratória da semente aumenta e o desen- produção serem únicos (cada produtor tem o seu),
volvimento de fungos é favorecido. As pragas de a Tabela 21 pode ser utilizada como um modelo,
grãos armazenados, os carunchos Acanthoscelides adaptando-a à realidade de cada produtor para o
obtectus e Zabrotes subfasciatus, danificam as qual se deseja calcular o custo de produção.
60 Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil
1) Produtividade esperada/ha: 1.200 kg; 2) Espaçamento: 0,50 m x 0,20 m; 3) Preço médio/kg: (P); 4) Valor bruto da produção (VBP = QP x P); 5) Margem
bruta (MB = VBP - CV); 6) Margem líquida (ML = VBP - CT); 7) Relação benefício/custo (B/C = VBP/CV); 8) Custo para produzir 1 kg (CP = CT/QP); 9) O custo
de implantação é igual ao custo variável do 1º ano.