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Sistema de produção da Soja (Glycine max (L.,1753) Merr.

)
Família fabaceae

Exigências hídricas
A água constitui aproximadamente 90% do peso da planta, atuando em, praticamente, todos os
processos fisiológicos e bioquímicos. Desempenha a função de solvente, através do qual gases,
minerais e outros solutos entram nas células e movem-se pela planta. Tem, ainda, papel
importante manutenção e distribuição do calor.
A semente de soja necessita absorver, no mínimo, 50% de seu peso em água para assegurar boa
germinação. A necessidade total de água na cultura da soja, para obtenção do máximo
rendimento, varia entre 450 a 800 mm/ciclo, dependendo das condições climáticas, do manejo da
cultura e da duração do ciclo.

Exigências térmicas e fotoperiódicas


A soja melhor se adapta a temperaturas do ar entre 20ºC e 30ºC; a temperatura ideal para seu
crescimento e desenvolvimento está em torno de 30ºC.
Sempre que possível, a semeadura da soja não deve ser realizada quando a temperatura do solo
estiver abaixo de 20ºC porque prejudica a germinação e a emergência. A faixa de temperatura do
solo adequada para semeadura varia de 20ºC a 30ºC, sendo 25ºC a temperatura ideal para uma
emergência rápida e uniforme.
O crescimento vegetativo da soja é pequeno ou nulo a temperaturas menores ou iguais a 10ºC.
Temperaturas acima de 40ºC têm efeito adverso na taxa de crescimento, provocam distúrbios na
floração e diminuem a capacidade de retenção de vagens. A floração da soja somente é induzida
quando ocorrem temperaturas acima de 13ºC.

Planejamento da lavoura
O planejamento é imprescindível, pois as tecnologias a serem usadas devem ser praticadas em
conjunto. Dentre as já à disposição dos agricultores, destacam-se:
- sistema regional de conservação do solo em microbacias;
- calagem e adubação;
- cobertura vegetal do solo;
- processos de cultivo: preparo do solo, época e densidade de semeadura, cultivares adaptadas,
qualidade e tratamento de sementes, população de plantas, controle de plantas daninhas, pragas e
doenças;
- semeadura direta;
- integração agropecuária

Cultivares
A divulgação das cultivares de soja indicadas para cultivo em cada estado, através desta
publicação, tem o propósito de informar aos técnicos e empresários do setor produtivo os avanços
que ocorrem, a cada dois anos, na tecnologia varietal.

Qualidade da semente
Na compra de sementes, indica-se que o agricultor conheça a qualidade do produto que está
adquirindo. Para isso, existem laboratórios oficiais e particulares de análise de sementes que
podem prestar esse tipo de serviço, informando a germinação, as purezas física e varietal e a
qualidade sanitária da semente.

Armazenamento das sementes


Após a aquisição, as sementes são armazenadas na propriedade, até a época de semeadura. As
sementes, como ser biológico, devem receber todos os cuidados necessários para se manterem
vivas e apresentarem boa germinação e emergência no campo. Assim sendo, devem ser tomados
cuidados especiais no seu armazenamento, tais como:
- armazenar as sementes em galpão bem ventilado, sobre estrados de madeira;
- não empilhar as sacas de sementes contra as paredes do galpão;
- não armazenar sementes juntamente com adubo, calcário ou agroquímicos;
- o ambiente de armazenagem deve estar livre de fungos e roedores; e
- dentro do armazém a temperatura não deve ultrapassar 25ºC e a umidade relativa não deve
ultrapassar 70%.

Tratamento de sementes com fungicidas


O tratamento das sementes com fungicidas oferece garantia de melhor estabelecimento da
população de plantas por controlar patógenos importantes transmitidos pelas sementes,
diminuindo a chance de sua introdução em áreas indenes. As condições desfavoráveis à
germinação e emergência da soja, especialmente a deficiência hídrica, tornam mais lento esse
processo, expondo as sementes por mais tempo a fungos do solo, como Rhizoctoniasolani,
Pythium spp., Fusarium spp. e Aspergillus spp. (A. flavus), entre outros, que podem causar a sua
deterioração ou a morte da plântula.
Fixação Biológica de Nitrogênio
Estima-se que para produzir 1000 kg de grãos são necessários 80 kg de N. Fixação biológica
do nitrogênio (FBN) - É a principal fonte de N para a cultura da soja. Bactérias do gênero
Bradyrhizobium, quando em contato com as raízes da soja, infectam as raízes, via pêlos
radiculares, formando os nódulos. A FBN pode, dependendo de sua eficiência, fornecer todo o N
que a soja necessita.

Instalação da Lavoura: época, espaçamento e população de plantas


Para a maioria das regiões produtoras, estendendo-se de outubro a março, , condiciona como
melhor período para semeadura o que vai de meados de outubro a meados de dezembro. Fogem
desse padrão algumas regiões onde se pode iniciar a semeadura a partir de início de outubro e em
parte das regiões norte e nordeste.
A soja é uma espécie que apresenta uma grande plasticidade quanto à resposta ao arranjo
espacial de plantas, variando o número de ramificações e de vagens e grãos por planta e o
diâmetro do caule, de forma inversamente proporcional à variação na população de plantas.
Variações entre 200 e 500 mil plantas/ha, normalmente, não influenciam o rendimento de grãos
ou o faz muito pouco, aumentando ou reduzindo, dependendo de diversos fatores.
Espaçamentosentre linhas de 40, 45 e 50 cm e densidade de plantas de 6, 8,10, 12, 14, 16 e 18
plantas por metro linear.

Plantas daninhas
O controle de plantas daninhas é uma prática de elevada importância para a obtenção de altos
rendimentos em qualquer exploração agrícola e é tão antiga quanto à própria agricultura.
A invasora prejudica a cultura, porque com ela compete pela luz solar, pela água e pelos
nutrientes, podendo, a depender do nível de infestação e da espécie, dificultar a operação de
colheita e comprometer a qualidade do grão.

Pragas da soja
A cultura da soja está sujeita, durante todo o seu ciclo, ao ataque de diferentes espécies de
insetos. Embora esses insetos tenham suas populações reduzidas por predadores, parasitóides e
doenças, em níveis dependentes das condições ambientais e do manejo de pragas que se pratica,
quando atingem populações elevadas, capazes de causar perdas significativas no rendimento da
cultura, necessitam ser controlados.
Apesar dos danos causados na cultura da soja serem, em alguns casos, alarmantes, não se
indica a aplicação preventiva de produtos químicos, pois, além do grave problema de poluição
ambiental, a aplicação desnecessária eleva os custos da lavoura e contribui para o desequilíbrio
populacional dos insetos. O controle das principais pragas da soja deve ser feito com base nos
princípios do “Manejo Integrado de Pragas”.

Doenças e Medidas de Controle


Entre os principais fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos em soja estão as
doenças. Aproximadamente 40 doenças causadas por fungos, bactérias, nematoides e vírus já
foram identificadas no Brasil. Esse número continua aumentando com a expansão da soja para
novas áreas e como consequência da monocultura.

Colheita
A colheita constitui uma importante etapa no processo produtivo da soja, principalmente pelos
riscos a que está sujeita a lavoura destinada ao consumo ou à produção de sementes.
A colheita deve ser iniciada tão logo a soja atinja o estádio R8 (ponto de colheita), a fim de
evitar perdas na qualidade do produto.

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