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A CULTURA DO FEIJÃO

Grasiela Barbosa – Eng.ª Agrônoma


Origem
• Os feijões estão entre os alimentos mais antigos,
estando nos primeiros registros da história da
humanidade.
• Eram cultivados no antigo Egito e na Grécia, sendo,
também, cultuados como símbolo da vida.
• Os antigos romanos usavam extensivamente feijões nas
suas festas gastronômicas, utilizando-os até mesmo
como pagamento de apostas
• O gênero Phaseolus originou-se das Américas -
Domesticação
• O gênero Vigna tem origem Africana, introduzida no
Brasil na segunda metade do século XVI pelos
colonizadores portugueses no Estado da Bahia
Importância
• Os maiores produtores mundiais de feijão, em ordem, são Myanmar,
Índia, Brasil, Estados Unidos, México e Tanzânia, responsáveis por
56,99% do total produzido no mundo, ou 15,3 milhões de toneladas
(FAOSTAT, 2018).
• Cultivado por pequenos e grandes produtores em todas as regiões do
Brasil
• É um dos produtos agrícolas da maior importância econômico-social,
em razão de ser cultivado em grandes áreas e da mão-de-obra
empregada durante o ciclo da cultura
• O feijão proporciona nutrientes essenciais ao organismo como
proteínas, ferro, cálcio, vitaminas (principalmente do complexo B),
carboidratos e fibras.
• Rico em minerais, ferro e zinco.
Feijão (Vigna unguiculata)
• Caupi ,feijão-de-corda, feijão-macassar, feijão-fradinho etc.
• Por questões climáticas, ou seja, alta temperatura e alta umidade ou alta
temperatura e semi-aridez, o Feijão macassar predomina no Norte e Nordeste,
regiões menos favoráveis ao feijão-comum.
• É reconhecida como cultura de subsistência em pequenas propriedades;
• Importância desta fonte de proteína para a população mais pobre;
• Características de efeito medicinal (protetor e terapêutico de doenças
coronarianas e oncológicas), devido seu baixo teor de gordura e alto teor de
fibras)
Botânica

• Família= Leguminosae (Fabaceae)


• Subfamília= Papilionoideae
• Tribo= Phaseoleae
• Gênero= Phaseolus / Vigna
• Espécie= Phaseolus vulgares / Vigna unguiculata
Planta
Raiz
• Raiz principal ou primária cresce a partir da radícula, que tem origem no embrião
• Ramificado (pivotante) /Raiz principal, secundárias, terciárias...
• 20–40 cm do solo - Condições muito favoráveis – 1m de comprimento
• Sensibilidade à deficiência hídrica
• Na raiz do feijão existem nódulos com bactérias (Rhizobium spp.), quase esféricos e
de tamanho variável.
• As bactérias que os produzem penetram pela extremidade de um pêlo absorvente,
onde é formada uma massa que se avoluma até constituir o nódulo
• As bactérias que vivem nos nódulos que recebem carboidratos da planta e a suprem
de nitrogênio. Esta relação de simbiose permanece até a degenerescência do nódulo
ou morte da planta.
Caule
• Herbáceo, com eixo principal
• Formado por nós e entrenós
• Nó – ponto de inserção das folhas nos caules
• 1º nó constitui os cotilédones
• 2º corresponde à inserção das folhas primárias
• 3º corresponde à inserção das folhas trifolioladas
Folhas
• Primeiras 2 folhas (primárias): simples,
inteiras e opostas
• Restantes: alternas e trifoliadas
Inflorescência
• As flores do feijão agrupam-se e nascem
nas axilas das folhas
• Tipo de flor e disposição dos órgãos
reprodutores favorece a
autofecundação (Autogamia);
• Taxa de cruzamentos naturais ou
polinização cruzada (Alogamia) varia de
2 a 5%;
• O abortamento de flores pode chegar a
75% (maior pegamento nos primeiros
dias de floração);
Fruto
• Legume (vagem)
• Deiscente
• Duas valvas, unidas por duas suturas (dorsal e ventral)
• Sementes prendem-se à sutura ventral
Semente
• Desenvolvem-se dentro das vagens: número e forma variáveis
Semente
• Pode ter várias formas: arredondada, etc
• Tamanhos que variam de muito pequenas à grandes
• Ampla variabilidade de cores, variando do preto, bege, roxo, róseo,
vermelho, marrom, amarelo, até o branco.
• A cor tem sido usada para diferenciar e classificar cultivares de feijão em
alguns grupos ou tipos distintos, com base na cor e no tamanho das
sementes: Preto, Mulatinho, Carioca, Roxinho, Rosinha, Amarelo, Branco, e
outros.
Exigências Climáticas
• O feijão é uma planta de clima tropical; Dentre os elementos
climáticos que mais influenciam na produção de feijão
salientam-se:
• Precipitação pluvial = 100 mm mensais bem distribuídas;
• Temperatura = em torno de 25ºC (18º a 30ºC);
Temperatura
• É o elemento climático que mais exerce influência sobre a porcentagem de
vingamento de vagens;
• Altas temperaturas têm efeito prejudicial sobre o florescimento e a
frutificação do feijoeiro;  Temperaturas baixas reduzem os rendimentos de
feijão;
• Provoca o abortamento de flores;
• Pode causar falhas nos órgãos reprodutores masculino e feminino;
• Alta temperatura acompanhada de baixa umidade relativa do ar e ventos
fortes tem maior influência no pegamento e retenção de vagens.
Déficit Hídrico
• O feijão é mais suscetível à deficiência hídrica durante a floração e o estádio
inicial de formação das vagens.
• O período crítico se situa 15 dias antes da floração;
• Ocorrendo déficit hídrico, haverá queda no rendimento: Redução do
número de vagens por planta;
• Diminuição do número de sementes por vagem;
• Entretanto, um período seco, da maturação fisiológica da semente até a
colheita, contribui para a obtenção de um produto de boa qualidade.
Solo
De modo geral, a planta do feijoeiro exige:
• Solos férteis;
• Areno-argilosos;
• Com bom teor de matéria orgânica;
• Bem arejados;
• PH em torno de 6,0 (5,0 a 6,5).
Adubação
• Conforme análise de solo
• Orgânica
15 à 20 T/há de esterco curtido incorporado ao solo antes do plantio
Sistema de plantio
• Sulcos
Fileiras espaçadas 1,0m entre si com 08 sementes por metro linear. Desbate.
Deixando 05 plantas por metro linear. 14 à 17 kg de sementes por hectare.(1m
x0,20m)
• Covas
Fileiras espaçadas 1,0m entre si com 2 plantas por cova 0,5m entre covas(1m x
0,5m)
Principais Pragas
ANTRACNOSE
(Colletrotrichum lindemuthianum)
ANTRACNOSE
(Colletrotrichum lindemuthianum)
Disseminação

• De um modo geral, as doenças de origem fúngica e bacteriana podem ser disseminadas, à


longa distância através das sementes infectadas;
• As doenças fúngicas, também através das correntes aéreas.
Disseminação a curta distância
• Sementes infectadas;
• Vento;
• Insetos;
• Animais;
• Partículas de solo aderidas aos implementos agrícolas;
Métodos de controle
• Práticas culturais
Escolha da área, preparo e manejo do solo,
adubação correta,
sementes de boa qualidade,
época de semeadura,
populações de plantas,
tratamento de sementes;
controle de plantas daninhas, pragas,doenças,rotação de culturas.
• Controle químico;
• Cultivares resistentes;
Métodos de controle
• Escolha da época de semeadura;
• Rotação de culturas;
• Preparo do solo;
• Aumento do espaçamento;
• Cobertura morta do solo;
• Pulverizações foliares com fungicidas/inseticidas;
• Destruição dos resíduos de culturas infectadas.
Colheita
• Pode ser colhido manual ou mecanizado
• 75 DAP- 90% das vagens coloração palha e os grão 13 à 14% umidade
• A secagem deve ser completada ao sol durante dois a três dias.
• Pode-se usar a máquina trilhadeira para fazer o beneficiamento
Beneficiamento/Armazenamento
• Após a secagem, as sementes podem ser armazenadas por longos períodos em
silos metálicos, tambores, latas ou garrafas hermeticamente fechados para
eliminar o oxigênio impedir o desenvolvimento de insetos e fungos.
• Tratar o s grãos com produto a base fosfina
• A umidade do grão deverá estar em torno de 13%

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