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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

JOÃO VICTOR SILVA CALDAS

ESTRATÉGIAS DE COLHEITA E ADUBAÇÃO PARA PRODUÇÃO EFICIENTE


DO CAPIM MOMBAÇA NO SUDESTE PARAENSE

PARAUAPEBAS – PA
2019
JOÃO VICTOR SILVA CALDAS

ESTRATÉGIAS DE COLHEITA E ADUBAÇÃO PARA PRODUÇÃO EFICIENTE


DO CAPIM MOMBAÇA NO SUDESTE PARAENSE

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao curso de Agronomia da
Universidade Federal Rural da
Amazônia como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em
Agronomia.
Área de concentração: Forragicultura
Orientador: Prof. Dr. Perlon Maia dos
Santos

PARAUAPEBAS – PA
2019
Caldas, João Victor Silva
Estratégias de colheita e adubação para produção eficiente de capim
Mombaça no sudeste paraense / João Victor silva Caldas – Parauapebas,
2019.
45 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Agronomia) –


Universidade Federal Rural da Amazônia, Parauapebas, 2019.
Orientador: Dr. Perlon Maia dos Santos

1. Capim Mombaça - Pastagem - Sudeste (PA) 2. Capim Mombaça -


Forragicultura – Sudeste (PA) 3. Capim Mombaça - Pastagem - Sudeste
(PA) 4. Capim Mombaça – Desfolha - Sudeste (PA) 5. Capim Mombaça -
Pecuária - Sudeste (PA) I. Santos, Perlon Maia dos (orient.) II. Título

CDD – 633.202098115
Dedico este trabalho ao meu pai Osmair dos Santos
Caldas e minha mãe Aluizia José Silva Caldas por
terem me proporcionado a vida e por me ajudarem
em tudo que faço. Vocês são meu alicerce, tudo
que me proporcionaram fez com que eu evoluísse
para o homem que sou hoje.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me proporcionado forças para chegar até
aqui.
Agradeço aos meus pais por terem me dado condições emocionais, financeiras e
por todo o empenho que eles fizeram para me manter até aqui, mesmo muitas vezes se
sacrificando, não pouparam esforços para ver o filho oficialmente como Engenheiro
Agrônomo. A gratidão será eterna.
Agradeço a Universidade Federal Rural da Amazônia por ter me proporcionado
o ambiente ideal para obtenção do conhecimento necessário para adquirir esse título.
Além de ter me propiciado a evolução pessoal fazendo com que eu observasse o mundo
com outra perspectiva tendo mais tolerância, respeito e uma definição abstrata do que é
a vida.
Agradeço ao meu orientador Perlon Maia dos Santos e meu parceiro de trabalho
Mestrando Fernando Henrryck Leal Sousa pelos ensinamentos passados, pela paciência
que tiveram comigo, pelos “puxões de orelha” quando foram necessários, pelos
momentos de descontração no meio do Mombaça, por toda essa parceria.
Agradeço a minha namorada Wslena Rayane Bonfim Gonçalves pela sua
paciência comigo nos momentos que passei debruçado sobre o computador estudando e
escrevendo, além do apoio que me deu ao longo desta caminhada.
Agradeço ao meu amigo Francisco Romildo Xavier Idelfonso pelas conversas
produtivas sobre o Agronegócio Brasileiro, a parceria no plantio de tomate e nas demais
empreitadas que tivemos nestes 5 anos, um grande parceiro de lida.
Agradeço aos parceiros de experimento que tornaram este trabalho possível e
melhor de ser feito. Um trabalho árduo que muitas vezes o sol nos castigou, mas
vencemos graças ao empenho de cada um. Deixo registrada uma menção honrosa de
agradecimento mista com orgulho ao casal “formado no Mombaça” por Bruno e Danny
Negri que além de ter uma contribuição imensa a este trabalho nos trouxeram muita
felicidade.
Agradeço aos meus amigos Carlos Eduardo, Daniel Souza, Rauberth Reis,
Charlles Julião, Tiago Santiago, Cleiton Abreu, Joás Carvalho, Gabriel Souza, Daniel
Vitor, Ícaro Matos, Crissogno Mesquita por terem me proporcionado momentos de
descontração que fizeram com que eu superasse essa fase com menos dificuldades.
Além das conversas sobre o capitalismo, religião, política, principalmente sobre o
Agronegócio Brasileiro.
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RESUMO

ESTRATÉGIAS DE COLHEITA E ADUBAÇÃO PARA PRODUÇÃO EFICIENTE


DO CAPIM MOMBAÇA NO SUDESTE PARAENSE

O objetivo do estudo foi avaliar no capim Mombaça diferentes estratégias de


adubação combinadas com alturas de desfolha para a máxima eficiência produtiva da
forrageira. Foram avaliadas durante 3 ciclos de produção as características
morfogênicas e agronômicas do capim Mombaça (Panicum maximum Jacq. cv.
Mombaça) em parcelas, com um delineamento experimental de blocos ao acaso em
esquema fatorial 5 x 2 com 10 tratamentos, sendo: T1: Sem adubação + altura de
desfolha de 70 cm; T2: Sem Adubação + altura de desfolha 90 cm; T3: Estratégia de
Reposição + altura de desfolha de 70 cm; T4: Estratégia de Reposição + altura de
desfolha 90 cm; T5: Estratégia de 5° Aproximação + altura de desfolha de 70 cm; T6:
Estratégia 5° Aproximação + altura de desfolha de 90 cm; T7: Estratégia Adaptada de
Michaelis-Menten + altura de desfolha de 70 cm; T8: Estratégia Adaptada de Michaelis-
Menten + altura de desfolha de 90 cm; T9: Estratégia Elevação de P à 80 mg/dm³ +
altura de desfolha de 70 cm; T10: Estratégia Elevação de P à 80 mg/dm³ + altura de
desfolha de 90 cm. Os atributos morfogênicos foram avaliados 3 vezes durante cada
ciclo e os agronômicos apenas no dia do corte. Os tratamentos Elevação de P à 80
mg/dm³ com altura de desfolha de 70 cm e 5° Aproximação com altura de desfolha de
70 cm se mostraram mais eficazes que os demais por alcançarem 5 ciclos de produção
durante o período do experimento com maior produção média de matéria seca. A forma
mais eficiente de produção do capim Mombaça, com maior produtividade e aplicação
mais racional dos insumos, é obtida com a estratégia 5º aproximação com altura de
desfolha de 70 cm pois além de aumentar o número de ciclos de pastejos por ano usa de
forma eficiente os fertilizantes. O uso da estratégia de adubação Elevação de P à 80
mg/dm³ combinada com a altura de desfolha de 70 cm proporciona alto índice de
produção de MS e aumento do número de ciclos de pastejo.

PALAVRAS CHAVE: Pastagem, Matéria Seca, Desfolha, Pecuária, Pará.


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ABSTRACT

HARVESTING AND FERTILIZATION STRATEGIES FOR EFFICIENT


PRODUCTION OF CAPIM MOMBAÇA IN SOUTHEAST PARÁ

The objective of the study was to evaluate in the Mombaça grass different
fertilization strategies combined with defoliation heights for the maximum productive
efficiency of the forage. The morphogenic and agronomic characteristics of the
Mombaça grass (Panicum maximum Jacq. Cv. Mombaça) were evaluated during 3
production cycles, with a randomized block design in a 5 x 2 factorial scheme with 10
treatments: T1: No fertilization + defoliation height 70 cm; T2: No fertilization +
defoliation height 90 cm; T3: Replacement strategy + defoliation height of 70 cm; T4:
Reposition strategy + defoliation height 90 cm; T5: Strategy of 5 ° Approach +
defoliation height of 70 cm; T6: Strategy 5 ° Approach + defoliation height of 90 cm;
T7: Strategy Adapted from Michaelis-Menten + defoliation height of 70 cm; T8:
Strategy Adapted from Michaelis-Menten + deflection height of 90 cm; T9: Strategy P
elevation at 80 mg / dm³ + defoliation height 70 cm; T10: Strategy P elevation at 80 mg
/ dm³ + defoliation height at 90 cm. The morphogenic attributes were evaluated 3 times
during each cycle and the agronomic attributes only on the day of the cut. The
treatments Elevation of P to 80 mg / dm³ with defoliation height of 70 cm and 5 °
Approach with defoliation height of 70 cm were more effective than the others because
they reached 5 cycles of production during the period of the experiment with higher
average yield of dry matter. The most efficient form of production of the Mombaça
grass, with higher productivity and more rational application of the inputs, is obtained
with the strategy 5º approach with defoliation height of 70 cm because besides
increasing the number of grazing cycles per year uses efficiently fertilizers. The use of
the fertilization strategy P elevation at 80 mg / dm³ combined with the defoliation height
of 70 cm provided a high MS production index and an increase in the number of grazing
cycles.

KEY WORDS: Pasture, Dry Matter, Defoliation, Livestock, Pará.


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 8
2. OBJETIVOS .......................................................................................... 10
2. 1 Objetivos Gerais ................................................................................................. 10
2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 11
3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................ 11
3.1 O uso de forragem para pecuária de leite/corte em âmbito nacional ............ 11
3.2 Megathyrsus maximus cv. Mombaça ................................................................ 12
3.3 Manejo de altura para forrageiras tropicais cultivadas .................................. 13
3.4 Uso da adubação nitrogenada ............................................................................ 13
3.5 Uso da adubação fosfatada................................................................................. 14
3.6 Uso da adubação potássica ................................................................................. 16
4. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................. 16
4.1 Caracterização da área ....................................................................................... 16
4.2 Preparo da área ................................................................................................... 18
4.4 Avaliações Agronômicas e Morfogênicas ......................................................... 22
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................ 23
6. CONCLUSÃO ....................................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 35
8

1. INTRODUÇÃO
O padrão espaço-temporal de crescimento do rebanho bovino brasileiro sugere
que, no futuro, a região amazônica deverá ter papel predominante na produção de
bovinos no País (DIAS-FILHO, 2015). Assim, devem ser traçadas estratégias de manejo
do pastejo e da fertilidade do solo, que se apresentam como mitigadoras de impactos
para manutenção a longo prazo de sistema de produção animal a pasto, afim de se ter
uma pecuária rentável. (ALMEIDA, 2011).
O estado do Pará vem se destacando na produção de proteína animal, sendo a
bovinocultura de corte e de leite uma das principais atividades. No ano de 2017 foi o 5°
maior rebanho bovino do país com 20.661.996 animais (MAPA, 2017).
Em relação ao consumo de fertilizantes no estado do Pará já se nota uma
crescente elevação do uso. Em 2011 foram utilizadas 241.007.000 toneladas e já em
2017 o consumo chegou a 460.812.000 toneladas (ANDA, 2018) mostrando assim um
crescimento na intensificação produtiva das áreas deste estado.
Atualmente existe uma preocupação por parte dos pecuaristas com os índices
zootécnicos dos rebanhos, e estes vem buscando tecnologias que melhorarem os
sistemas de produção, podendo ser destacados o manejo de adubação, a utilização de
pastagens de alto valor nutritivo e alta produtividade, que, em última análise é de
extrema importância para o sucesso produtivo (MACÊDO, 2013). Uma das
características que influencia na manutenção da produtividade e resiliência do pasto é o
manejo da altura de entrada e saída dos animais, uma vez que a elevação da altura do
dossel é acompanhada de uma redução na densidade de perfilhos e aumento no tamanho
de perfilhos o que compromete a perenidade da gramínea (ALEXANDRINO, 2011).
Em sistemas de produção animal a pasto mais tecnificados adota-se de correção
e adubação do solo, principalmente na forma de reposição dos nutrientes exportados, em
especial macronutrientes. As dosagens empregadas buscam a utilização racional de
insumos em quantidade, forma e época de aplicação, visando a elevação e manutenção
dos teores de nutrientes no solo e a otimização de retornos econômicos das culturas
(CQFS, 2004). Existem metodologias com resultados satisfatórios, mas que
desconsideram as condições edafoclimáticas regionais, podendo ocasionar baixa
eficiência da adubação, seja pela toxicidade (altas doses) ou baixa resposta das plantas à
fertilização (baixas doses). Adicionalmente as elevadas doses implicam na poluição
ambiental e ineficiência no aproveitamento dos insumos e exaustão de reservas.
9

A pesquisa científica está sempre em busca de elevar a eficiência da adubação, e


para isso existem várias estratégias para alcançar resultados de maior viabilidade
econômica/produtivas, onde, dentre vários destaca-se a Recomendação para Uso de
Corretivos e Fertilizantes em Minas Gerais (CFSEMG, 1999), preconizado para
recomendações das quantidades de fósforo e potássio presentes no solo, nível
tecnológico da propriedade, e nitrogênio, que é recomendado em função nível
tecnológico desejado, assim quanto mais intensificado for o sistema mais demandará
fertilizantes.
Outro método de recomendação é a adaptação do modelo de Michaelis –
Menten, em que sistemas enzimáticos tem um limite de velocidade de reação que ocorre
quando há o máximo de substrato. Para atingir esse nível precisa-se de uma quantidade
exacerbada de substrato, podendo esta ser inviável (economicamente e
ambientalmente). O modelo de Michaelis – Menten pode ser eficiente quando se
considera a metade da velocidade máxima de reação, isso pode ocorrer com o
fornecimento de menos da metade do substrato (LANA, 2015). Assim a recomendação
de adubação é determinada com metade da adubação que promove os maiores valores
de produção de forragem.
Vale salientar que os solos amazônicos apresentam uma notável deficiência de
fósforo (P). Repor o nutriente se torna essencial para manter o potencial produtivo de
qualquer espécie cultivada. Recomendações que proporcionam a elevação dos teores de
P vem surgindo na região norte baseando-se principalmente no Manual de
Recomendação de Adubação e Calagem do Estado do Pará (CRAVO et al., 2007), em
que é extrapolado para toda região Amazônica e baseia-se na análise de solo e no
enriquecimento dos solos amazônicos (principalmente o fósforo).
Outra possibilidade para adubação de pastagem é por meio do sistema de
adubação por reposição, determinada pela interação de concentrações, proporções entre
os componentes da biomassa e a intensidade da exploração (BAGGIO; CARPANEZZI,
1997), baseando na reposição de macronutrientes exportados e/ou perdidos do sistema
de produção. Quanto maior for a exploração da biomassa e perdas de nutrientes do
sistema maior terá que ser a reposição dos nutrientes pela adubação mineral, sendo
realizada para manutenção da produtividade em futuras rotações (LONDERO et al,
2011).
10

Através dessas estimativas é possível estabelecer um parâmetro da quantidade


necessária que deve ser reposta ao sistema afim de manter o potencial produtivo já
estabelecido da forragem.
Em paralelo, têm-se as recomendações de manejo de altura do capim Mombaça,
que com o desenvolvimento das pesquisas em outras regiões do país foi determinada a
altura de manejo de entrada e de saída adequada, ou seja, os animais devem entrar no
piquete quando o pasto atingir a altura de 85 a 90 cm e devem permanecer pastejando
até que o pasto tenha sido rebaixado para 40 a 50 cm (EUCLIDES, 2014). Entretanto
quando aplicadas sob as condições da região Norte, há a possibilidade de variações na
colheita que promovam em perda do potencial produtivo da forragem, acúmulo de
colmos e material senescente, menor valor nutritivo.
As colheitas adequadas mantem o potencial produtivo e a longevidade das
pastagens, no entanto não aumentam, de forma exacerbada, a intensidade de pastejo na
área. O manejo de adubação eficiente combinado a uma altura de desfolha pode
aumentar o número de ciclos resultando em maior produtividade anual da forrageira.
Assim, o objetivo do presente trabalho foi estabelecer os potenciais produtivos
do capim Mombaça em função de diferentes recomendações de adubação de pastagens e
alturas de colheita, a saber: Recomendação de Minas Gerais, Elevação de P a 80
mg/dm³, adaptação de Michaelis – Menten, e método de reposição dos nutrientes, e
alturas de corte de 70 e 90 cm.

2. OBJETIVOS
2. 1 Objetivos Gerais
Testar diferentes recomendações de adubação para Panicum maximum Jacq. cv.
Mombaça na região amazônica, afim de obter uma estratégia que apresente produção
mais eficiente de forragem.
Comparar as alturas de corte de 70 cm e 90 cm para determinar o correto manejo
e o número de ciclos de produção; ainda relacionar ao manejo de adubação sob a
produtividade da forrageira podendo, assim, determinar uma combinação de porte e
fertilização mais eficientes.
11

2.2 Objetivos Específicos


a) avaliar parâmetros morfogênicos e agronômicos em função de cada estratégia de
adubação e altura de manejo, mensurar o alongamento foliar (TAlF), alongamento de
colmos (TAlC) e senescência foliar (TSF).
b) relacionar o efeito do manejo das alturas sobre o número de perfilhos (NP) e altura de
dossel.
c) quantificar em cada ciclo os perfilhos vivos existentes.
d) determinar as percentagens de matéria seca total em função de cada modelo de
adubação e cada estratégia de controle de altura da pastagem possibilitando assim
identificar manejos que elevem a produtividade da gramínea na região amazônica.
e) determinar o índice de área foliar (IAF).
f) determinar o número de dias por ciclo e o número de ciclo por período de produção
para cada estratégia.

3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 O uso de forragem para pecuária de leite/corte em âmbito nacional
A pecuária, em particular a de corte, é uma atividade possível de ser implantada
e conduzida, com relativo sucesso, sem que seja necessário o preparo mais cuidadoso da
área, ou o uso mais intensivo de insumos, de tecnologia e de mão de obra. Isto é, na
pecuária é possível produzir, embora com baixa eficiência, de forma
predominantemente extensiva (DIAS-FILHO, 2014). Esta facilidade se dá pela grande
adaptabilidade e persistência das gramíneas mesmo em áreas degradas e, segundo
Zanine (2005), as pastagens cultivadas, utilizadas em pastejo, constituem a forma mais
econômica de fornecer alimentação abundante e de qualidade aos animais. No entanto
por ser um sistema extrativista o fracasso a longo prazo se torna iminente devido à
exaustão nutritiva e desestruturação física do solo trazendo assim prejuízos econômicos,
sociais e ambientais.
A adoção de sistemas mais intensivos do uso do solo e da forragem,
compreendem técnicas de manejo que visam à manutenção da qualidade do solo através
do uso de fertilizantes e práticas conservacionistas, associadas ao manejo correto de
pastagem, com ajuste de carga visando manter a pressão de pastejo num nível ideal, sem
afetar o desenvolvimento da gramínea conservando sua longevidade e produtividade
(RODRIGUES, 2017).
12

Com uma cadeia baseada na produção a pasto o Brasil se beneficia com sua
localização geográfica. Por estar numa faixa tropical as gramíneas forrageiras tem
potencial produtivo durante todo o ano, com 70% da produção nas estações primavera-
verão (ASSIS et al., 1997).
Com o lançamento de novas cultivares mais produtivas e resistentes aos fatores
bióticos e abióticos, o uso de uma adubação eficiente e uma colheita eficaz a pecuária
brasileira tem proporcionado maiores produtividades e produtos com mais qualidade
dando destaque para o país que em 2015 se posicionou com o maior rebanho comercial
bovino do mundo (209 milhões de cabeças), o segundo maior consumidor (38,6
kg/habitante/ano) e o segundo maior exportador (1,9 milhões de toneladas de carcaça)
tendo uma representatividade de 3% em todas as exportações brasileiras (GOMES et al.,
2017).

3.2 Megathyrsus maximus cv. Mombaça


Esta gramínea é uma cultivar da espécie Megathyrsus maximus Jacq, e sua
origem genética está na África. Foi introduzido na América em 1967, e lançado em
1993 pela EMBRAPA Gado de Corte no Brasil, como uma espécie extremamente
produtiva em ambientes tropicais (RAMÍREZ et al., 2009).
Trata-se de uma gramínea tropical de porte elevado, com perfilhos vigorosos,
tolerância alta a seca e reprodução apomítica por sementes (DO CANTO et al.,
2012).Com ampla difusão nacional vem sendo uma boa escolha pelos pecuaristas
quando implantada com planejamento.
Segundo Pereira (2016), as principais características da espécie são: elevada
produtividade de matéria seca (até 33 toneladas ha-1/ano) com 82% de folhas; ótima
aceitação por animais bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos; alta capacidade de
produção animal por área devido a elevada capacidade de suporte; e tolerância mediana
à cigarrinha-das-pastagens. Além disso a espécie mostra flexibilidade para o manejo,
suportando tanto o pastejo contínuo, quanto o rotacionado, embora esse último seja o
mais recomendado, especialmente para situações de maior intensificação de uso do
pasto. No entanto a forrageira requer solos de média a alta fertilidade e precipitação
acima de 800 mm/ano (GOMIDE, 2016).
Em relação a produtividade o capim Mombaça apresenta alto potencial de
acúmulo de forragem. Frasseto (2015) cita que, no verão, com doses crescentes de 10,
80 e 160 kg de N ha-1 obteve-se taxas de lotação de 6, 8,1 e 10,5 UA ha-1
13

respectivamente. Além disso o teor de proteína bruta (PB) também teve crescimento
linear em relação a adubação chegando a atingir 16,5% na dose máxima de N.
Observa-se uma evolução no número de pesquisas afim de se aprimorar a
eficiência do uso desta gramínea. Sua adaptabilidade permite intensificação em sistema
de pastejo continuo, mas, principalmente, em sistema rotacionado (GOMIDE et al.,
2016). Atributos como manejo de altura de entrada e saída dos animais e fertilização
devem ser testados em experimentos científicos nas mais diferentes condições e regiões
do país afim de se aumentar os índices de produtividade desta forragem.

3.3 Manejo de altura para forrageiras tropicais cultivadas


Metas de utilização da pastagem vêm preconizando o manejo de altura e/ou
contagem das folhas de uma planta como ferramenta de manipulação para as mais
variadas espécies forrageiras e em diferentes métodos de lotação animal (MEDEIROS
NETO, 2015) corroborando para a diminuição da degradação e melhor aproveitamento
do potencial produtivo das espécies.
O manejo do pastejo auxilia na tomada de decisão controlando as taxas de
produção, tanto das plantas quanto dos animais em pastejo, tornando o sistema mais
eficiente e sustentável (CARPEJANI, 2014). O rigor no controle de entrada e saída dos
animais é peça fundamental no uso eficiente da pastagem trazendo uma frequência de
desfolhação determinante para o sucesso de sistemas de produção animal, visto que
controla não só a taxa de crescimento, mas também a qualidade da forragem produzida
(SOUZA, 2013).
Com o manejo pré-estabelecido cientificamente é possível manter o potencial
produtivo da pastagem por mais tempo. Um exemplo é a altura de entrada e saída
estabelecida para Megarthyrsus maximus cv. Mombaça é de 90 cm e 40 cm
respectivamente proporcionando uma colheita eficiente tanto em quantidade como em
qualidade (EUCLIDES, 2014).

3.4 Uso da adubação nitrogenada


Dentre os macronutrientes, o nitrogênio é o principal elemento limitante à
produtividade da pastagem. Uma fração substancia de N está associada com as enzimas
fotossintéticas (SILVA et al, 2008), além de agir como indutor de processos
metabólicos, que resultam em efeitos marcantes na produção de matéria seca e energia
14

para gramíneas e leguminosas forrageiras, provocando o crescimento diferenciado de


órgãos e sistemas (CECATO et al., 2000).
A utilização de adubação nitrogenada favorece maior capacidade de formação de
gemas axilares que, potencialmente, poderão dar origem a novos perfilhos, dependendo
assim do índice de área foliar (IAF) que, permitindo a entrada de luz na parte basal da
planta, promove a ativação destas gemas (SILVA et al, 2008).
Na maioria das pesquisas realizadas, o incremento de N pela adubação tem
proporcionado aumento imediato e visível na produção de matéria seca de forragem,
porque os teores fixados no solo de forma natural se mostram inferiores ao nível crítico
para as gramíneas (LIMA, 2012). No entanto a utilização extensiva de adubações
nitrogenadas justifica pesquisas para avaliar sua eficiência agronômica nas pastagens
(CANTO et al., 2013) visto que o excesso de fertilizantes nitrogenados pode ser
prejudicial as gramíneas e torna a manutenção da pastagem onerosa e poluente.
Quando há disponibilidade de nitrogênio logo após o corte ou pastejo, ocorre
uma rápida expansão das folhas, repondo rapidamente os tecidos fotossintéticos,
promovendo, assim, a recuperação da planta forrageira e, consequentemente, o vigor de
rebrota (CECATO et al., 2000). Com isso o desenvolvimento de estratégias e práticas
culturais de adubações de N exige o conhecimento de como estas afetam as
características do pasto (CANTO et al., 2013) levando a um uso eficiente de
fertilizantes nitrogenados.
Com a adição da fertilização nitrogenada o incremento de biomassa é nítido
como demonstra Galindo et al (2018) que observou um aumento diário de matéria seca
de até 110,59 kg/ha com a adição de 300 kg/ha de N no período chuvoso. As principais
fontes são a ureia (44% de N), o nitrato de amônio (32% de N) e o sulfato de amônio
(20% de N), sua escolha deve ser feita com base no menor custo por kg do elemento
gasto e compatível com o a utilização desejada (CQFS, 2004). Com aspecto granulado
sua forma de aplicação se dá basicamente a lanço como adubação de cobertura.

3.5 Uso da adubação fosfatada


No Brasil é comum o estabelecimento de espécies forrageiras em solos com
baixa disponibilidade de fósforo (P), sem a devida aplicação desse nutriente, o que
culmina com o baixo perfilhamento e a baixa produção de massa seca (MESQUITA et
al., 2004). Este é ainda considerado limitante de produção porque participa ativamente
de todos os processos metabólicos das plantas, visto que os solos brasileiros são
15

bastante deficientes neste nutriente, pode-se dizer que a prática de adubação assume
papel fundamental para o estabelecimento e manutenção das pastagens (CECATO et al.,
2008).
Considerando que o fósforo desempenha importante papel no desenvolvimento
radicular e no perfilhamento das gramíneas, a sua deficiência passa a limitar a
capacidade produtiva das pastagens. Um dos maiores problemas no estabelecimento e
na manutenção de pastagens nos latossolos brasileiros reside nos níveis extremamente
baixos de P disponível e total (IEIRI et al., 2010)
A fertilização fosfatada é fundamental para o estabelecimento das pastagens nos
solos tropicais pois está relacionada com a formação das plantas e o desenvolvimento
do sistema radicular das gramíneas possibilitando o aumento da área de exploração do
solo e absorção de nutrientes (RODRIGUES et al., 2009) trazendo, assim, incremento
na produtividade como constatou Ieiri et al (2010) que uma dose de 150 kg ha-¹ de
P2O5, na forma de superfosfato triplo proporcionou uma elevação na produtividade
média de que foi de 2997 kg ha-¹ de MS por corte em Brachiaria decumbens.
Nas regiões tropicais e subtropicais, como acontece no Brasil, o P é o elemento
cuja falta no solo mais frequentemente limita a produção (MELOS, 2016). Assim como
o nitrogênio, o P está envolvido em muitos processos vitais para o desenvolvimento das
plantas. A função mais essencial está no armazenamento e transferência de energia. Os
di e trifosfatos de adenosina (ADP e ATP) agem como “moedas de energia” dentro das
plantas. Quando moléculas fosfáticas tanto do ADP como do ATP se quebram, é
liberado energia. A energia proveniente da fotossíntese e do metabolismo de
carboidratos é estocada em compostos fosfáticos para subsequente uso nos processos
vegetativos e reprodutivos (MELOS, 2016).
Buscar sistemas de produção e manejo da adubação fosfatada que possibilitem
maior eficiência de uso do fósforo do fertilizante aplicado ao solo se torna uma questão
de sobrevivência econômica da propriedade bem como do homem que dela depende
(NUNES, 2014).
O uso fontes de fósforo, na adubação de pastagens, não é recente, mas vem
adquirindo maior importância nos últimos anos, devido a difusão do fertilizante no meio
agrícola com um leque grande de fontes como Fosfato Monoamônio (50% de P205),
Fosfato Diamônio (40% de P205), Superfosfato Simples (18% de P205), Superfosfato
Triplo (45% de P205), Fosfato Natural Reativo (28% de P205), dentre outras fontes
16

(CQFS, 2004) que podem ser aplicadas em sulco de plantio ou a lanço que facilita a
distribuição em grandes áreas diminuindo assim os custos.

3.6 Uso da adubação potássica


O potássio tem um papel importante na habilidade das plantas em tolerar o
estresse induzido, como a seca, o frio, alta luminosidade e o ataque de pragas e doenças.
Culturas deficientes em potássio são mais susceptíveis a sofrer os efeitos destes
estresses, ao passo que a produtividade de culturas corretamente adubadas será muito
menos afetada (IPI, 2013)
Vários processos fisiológicos essenciais ao funcionamento da planta envolvem o
acúmulo de íons para diminuir o potencial osmótico e aumentar a pressão de turgor,
com destaque para o papel do potássio (K) (SOARES et al., 2015). No entanto este é
facilmente perdido pelas folhas e pelas raízes e o conteúdo do nutriente no vegetal
diminui com o avanço de idade da planta (SCARAMUZZA et al, 2007). Com isso
observa-se a importância de se fazer a reposição ideal deste mineral.
Nos organismos vegetais quando há o fornecimento apenas do potássio podem
se tornar deficitárias em outros devido ao efeito da diluição pelo aumento de massa total
como cita Costa et al. (2012) que observou um maior rendimento de matéria seca
quando se fez uso da adubação potássica, ocorrendo o inverso quanto aos teores de
proteína bruta e fósforo, enquanto que os teores de cálcio e magnésio não foram
afetados, no entanto Souza (2003) testando diferentes doses de K2O (0, 100 e 200
kg/ha) constatou o aumento do índice de área foliar e a diminuição das quantidades de
cálcio e magnésio.
Para a pecuária a principal fonte de fornecimento de K é o cloreto de potássio
(KCl) que atingi a proporção de 60% de K2O em sua constituição. Estima-se um
consumo anual de 6 milhões de toneladas somente para a cadeia da carne e leite (IPI,
2013).

4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Caracterização da área
O presente trabalho foi conduzido na área experimental do Setor de
Forragicultura na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Campus
17

Universitário de Parauapebas, (06º 04’ 16,4” S e 49º 08’ 8,3” O, 270 m) que possui
dimensão de 1,8 hectares. O experimento foi conduzido entre os períodos de agosto de
2017 a julho de 2018. As avaliações apresentadas neste trabalho foram realizadas de 19
de março a 7 de julho de 2018, sendo referente a três ciclos de produção.
A área experimental (Figura 1) foi caracterizada por relevo movimentado a
ondulado e o solo é classificado como Argissolo vermelho-amarelo (EMBRAPA,
2006). O clima da região é do tipo “Am” Tropical com período seco de maio a outubro
e período úmido acentuado com presença de chuvas de novembro a abril, assim, estação
seca e chuvosa bem definidas (KÖPPEN, 1928). Durante o período do experimento
obteve-se média de temperatura do ar de 26,74 °C e de 1146,35 mm de precipitação
pluviométrica acumulada. Esta foi mensurada com a estação meteorológica instalada no
Campus da UFRA Parauapebas.

Figura 1. Área experimental em fase de preparo. Parauapebas, 2017.

Para a caracterização do solo da área experimental foram feitas 4 análises


químicas e físicas em dezembro de 2017, sendo estas coletadas em quatro pontos da
área e à profundidades de 0,0 - 0, 2 m e de 0,2 - 0,4 m, respectivamente. Na Tabela 1 é
demonstrado apenas os resultados de 2 análises referentes a parte da área onde foi
alocado o presente estudo.
18

Tabela 1. Características do solo da área experimental, nas camadas de 0,0 - 0,2 e 0,2 -
0,4 m de profundidade. Parauapebas, 2018.
cmolc/dm³ mg/dm³ pH Textura
Amostras
Ca Mg Al H+Al K P (Melich) CaCl2 Argila Limo Areia
(cm)
0 - 20 2,2 0,7 0,2 2,2 0,31 0,8 4,6 310 80 610
20 - 40 1,2 0,4 0,2 2,2 0,26 0,8 4,6 260 70 670

mg/dm³ Micronutrientes (mg/dm³)


Amostras (cm) S Na Zn B Cu Fe Mn
0 - 20 2,8 8 0,9 0,74 2,2 151 43,4
20 - 40 2 7,7 0,9 0,79 2,2 167 52,5
Ca: cálcio; Mg: magnésio; Al: alumínio; H: hidrogênio; K: potássio; P: fósforo; CaCl: cloreto de cácio; S: enxofre;
Na: sódio; Zn: zinco; B: boro; Cu: cobre; Fe: ferro; Mn: manganês;

4.2 Preparo da área


A área experimental foi aberta a mais de 15 anos em sistema de exploração
convencional a pasto. Entretanto a mesma tinha sido abandonada, apresentando
atualmente, plantas lenhosas e de porte médio (capoeira) além da presença de Urochloa
brizantha cv. Marandu. Os procedimentos realizados para implantação da forrageira
consistiram no desbaste com trator, enleiramento, aração e gradagem do solo, adubação
e semeadura (DIAS-FILHO, 2005) realizados entre agosto a dezembro de 2017.
No mês de dezembro de 2017 foi aplicado na área o herbicida Glifosato (Figura
2), com o intuito de controle das plantas daninhas restantes na área (Figura 3). A
aplicação foi mecanizada utilizando um pulverizador Itapec 600 com vazão de 1,1
L/bico/minuto, 1100 RPM e pressão de 4 bar acoplado ao trator New Holland TL75E.

Figura 2. Aplicação mecanizada de herbicida na área experimental. Parauapebas, 2017.


19

Figura 3. Infestação de plantas daninhas na área experimental. Parauapebas, 2017.

4.3 Semeadura
A semeadura foi realizada em dezembro de 2017 e utilizou-se sementes de
Panicum maximum Jacq. cv. Mombaça com valor vultural (VC) de 24%. O processo foi
efetuado de maneira semi-mecanizada com um pulverizador da marca Stihl (Figura 4)
tendo uma aplicação de 25 kg/há de semente comerciais. No entanto devido ao alto grau
de impurezas das sementes utilizadas foi necessária uma segunda aplicação em janeiro
de 2018 para se ter um melhor stand de plantas na área. Foram adquiridas sementes
incrustradas com VC de 80% e o método de semeadura foi manual. No total foi
utilizado 8 kg/ha de sementes puras viáveis.

Figura 4. Semeadura a lanço semi-mecanizada. Parauapebas, 2017.


20

Uma adubação de implantação foi feita 30 dias antes do início das análises
morfogênicas e agronômicas seguindo as indicações do Manual de Recomendações de
Adubação e Calagem do Estado do Pará (Cravo et al., 2007) tendo como base a análise
de solo da área que o experimento foi implantado. Na área experimental com dimensão
de 756 m² (36 m x 21 m), foram utilizados 10 kg de ureia (4,5 kg de nitrogênio), 5 kg de
KCl (3 kg de K2O) e 20 kg de superfosfato simples (3,6 kg de P2O5). No entanto este
último a recomendação foi de 33 kg.
Com a área estabelecida e em pleno desenvolvimento vegetativo efetuou-se a
análise do número de plantas/m² com 60 repetições. Para a contagem das plantas foi
utilizado um quadrado metálico de 60 cm x 100 cm que foi lançado ao acaso dentro do
perímetro das linhas determinadas e em seguida feita a contagem das plantas. A partir
do resultado de, em média, 10 plantas/m² foi possível determinar a área mais uniforme
para implantação do experimento.
Para o primeiro corte, com a intenção de homogeneização e estabelecimento
para indução do perfilhamento, foram utilizadas 2 roçadeiras motorizadas da marca
Stihl e a ação foi realizada na área do experimento. A altura de resíduo determinada foi
de 30 cm, determinada pela EMBRAPA (2014).
Com a gramínea ainda em baixa estatura foi delimitada as parcelas
experimentais. Com um arranjo fatorial 2 x 5, consistindo de 10 tratamentos com 6
repetições, totalizando 60 parcelas experimentais. Cada parcela apresentava dimensão
de 9 m² (3 m x 3 m). Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados com 6 blocos
que foram dispostos no sentido Norte – Sul, transversais ao declive, com 10 parcelas em
cada (Figura 5).

Figura 5. Croqui do delineamento experimental. Parauapebas, 2018.


21

4.3 Tratamentos
Os tratamentos consistiram em quatro estratégias de adubações e uma
testemunha sem adubação (Tabela 2), juntamente com as duas alturas de desfolha a
serem trabalhadas (70 e 90 cm) visando determinar o grau de interação entre as alturas
com cada adubação durante o período de 3 ciclos de avaliações agronômicas e
morfogênicas da forrageira. Os tratamentos foram determinados da seguinte forma:
T1 = Sem adubação + Manejo de 70 cm;
T2 = Sem adubação + Manejo de 90 cm;
T3 = Adubação de reposição + Manejo de 70 cm: considerando a seguinte fórmula:
“Adubação = (Exigência - Fornecimento) + Fator” onde a Exigência refere-se aos
nutrientes extraídos e exportados pela forrageira; Fornecimento é o conjunto de estoque
de nutrientes do solo, adubo e corretivo; Fator simboliza as perdas por lixiviação,
fixação, erosão e volatilização (BRASIL et al., 1999).
T4 = Adubação de reposição + Manejo de 90 cm: considerando a seguinte fórmula:
“Adubação = (Exigência - Fornecimento) + Fator” onde a Exigência refere-se aos
nutrientes extraídos e exportados pela forrageira; Fornecimento é o conjunto de estoque
de nutrientes do solo, adubo e corretivo; Fator simboliza as perdas por lixiviação,
fixação, erosão e volatilização (BRASIL et al., 1999).
T5 = Adubação 5° aproximação (Minas Gerais) + Manejo de 70 cm: exatamente de
acordo com o manual e nível tecnológico
T6 = Adubação 5° aproximação (Minas Gerais) + Manejo de 90 cm: exatamente de
acordo com o manual e nível tecnológico.
T7 = Adubação adaptada de Michaelis + Manejo de 70 cm: determinada com a metade
da dose de fertilizante que proporcionou a máxima produção teórica de forragem.
T8 = Adubação adaptada de Michaelis + Manejo de 90 cm: determinada com a metade
da dose de fertilizante que proporcionou a máxima produção teórica de forragem.
T9 = Adubação para elevar os teores de P à 80 mg/dm³ + Manejo de 70 cm: devido ao
baixo nível de fósforo presente no solo essa recomendação veio com o intuito de elevar
o patamar ao final do experimento tendo sua aplicação parcelada em três ciclos.
T10 = Adubação para elevar os teores de P à 80 mg/dm³ + Manejo de 90 cm: devido ao
baixo nível de fósforo presente no solo essa recomendação veio com o intuito de elevar
o patamar ao final do experimento tendo sua aplicação parcelada em três ciclos.
22

Tabela 2. Quantidade de fertilizante ha-1/ano para cada estratégia de adubação


Fertilizante (kg ha-1/ano)

Estratégias N P2O5 K2O

Sem Adubação 0 0 0
Adubação 5° Aproximação 350 175 350
Adubação Reposição 150 16 60
Adubação Adaptada de Michaelis-Menten 100 40 80
Adubação para elevação dos teores de P 420 560 420

4.4 Avaliações Agronômicas e Morfogênicas

Foram realizadas a campo, ao longo de três ciclos produtivos, as mensurações


agronômicas de massa seca total, o índice de área foliar, o número de perfilhos, as
alturas, e o número de dias por ciclos, do capim Mombaça.
Foram conduzidas três aferições morfogênicas em cada ciclo que visavam
quantificar o desenvolvimento de tecidos vegetais no estágio inicial de desenvolvimento
após o corte, na máxima expansão foliar e no final da fase vegetativa. Foram avaliados
comprimentos das lâminas foliares, em expansão e expandidas, e das partes senescentes,
além do comprimento do pseudocolmo (altura do solo até a lígula da última folha
expandida) e número de perfilhos e alturas de plantas (ALEXANDRINO et al., 2011).
Adicionalmente, foram registradas as folhas novas surgidas durante cada ciclo.
Os equipamentos utilizados para as aferições foram uma régua de 50 cm, uma
fita métrica de 1 metro e planilhas de campo. A partir destes foram obtidas as medidas
de cada estrutura da planta e, assim, de acordo com Alexandrino et al. (2011) foram
calculadas/determinadas as seguintes variáveis:
Taxa de alongamento foliar (TAlF, cm de folha/perfilho dia-¹): relação entre o
somatório de todo alongamento de lâminas foliares (cm) e o número de dias do ciclo.
Taxa de alongamento de colmo (TAlC, cm de haste/perfilho dia-¹): relação entre
o comprimento do pseudocolmo no final e no início do ciclo e o número de dias do
ciclo.
Taxa de senescência foliar (TSF, cm de folha/perfilho dia-¹): relação entre o
somatório dos comprimentos senescidos das lâminas foliares perfilho-¹ e o número de
dias do ciclo.
23

Número de perfilhos (perfilho período-¹): relação entre o número de perfilhos


surgidos pelo número de perfilhos existentes e o número de dias do ciclo.
Número de Dias por Ciclos (NC): quantificação do número de dias em cada
ciclo produtivo para cada tratamento;
Em laboratório foi avaliado o acúmulo de Matéria Seca Total (MS): folha +
colmo + material morto ciclo-¹;
Índice de Área Foliar (IAF): a área foliar verde unilateral por unidade de
superfície do solo;
Os dados foram submetidos à análise exploratória descritiva para avaliação do
coeficiente de variação, e análise de variância – Teste F, para detecção de diferenças
entre os tratamentos (nível de 5% de significância). Quando verificados efeitos
significativos e interações, foi empregado o teste de média Tukey e conduzido o
desdobramento das interações. Utilizando-se o software gratuito de análise estatística
Agroestat versão 1.1.0.712. Somente o atributo número de dias por ciclo não foi
analisado estatisticamente por não conter repetições.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para o atributo índice de área foliar (IAF) observou-se interação entre as alturas
de desfolha e estratégias de adubação, em que verificou que as estratégias Reposição e
Sem Adubação no manejo a 70 cm resultaram em um desenvolvimento inferior,
comparadas as demais alturas de desfolhas e outras estratégias. A recomendação 5°
Aproximação comparada as estratégias no manejo de 70 cm apresentou
desenvolvimento de IAF superior. Para os demais não se observou diferenças
significativas (Tabela 3).

Tabela 3. Índice de Área Foliar (IAF) do capim Mombaça (Megathyrsus maximus cv.
Mombaça) submetido a duas alturas de desfolha e 5 estratégias de adubação. Valores médios de
3 ciclos referentes aos meses de março a julho ano de 2018 no período chuvoso.
Alturas de desfolha (cm)
Estratégias de Adubação 70 90 Médias
Sem Adubação 3,41 bB 5,02 aA 4,21

Reposição 3,91 abA 4,46 aA 4,18


5° Aproximação 4,85 abA 5,47 aA 5,16
24

Adaptada de Michaellis-Menten 3,54 bB 5,23 aA 4,38


Elevação de P 5,28 aA 5,78 aA 5,53
Médias 4,20 5,19

C.V.: 21,60% DMS (5%): 1,6644


a: comparação de valores dentro da mesma coluna; A: comparação de valores dentro da mesma linha; Sem adubação:
estratégia testemunha que não se tem nenhum incremento a fertilidade existente no solo; Reposição: estratégia de
adubação que visa a restituição dos nutrientes exportados e perdidos das diferentes formas; 5° Aproximação:
estratégia de adubação que segue as recomendações de uso de corretivos e fertilizantes do estado de Minas Gerais;
Adaptada de Michaellis-Menten: estratégia que visa o fornecimento de fertilizantes para se atingir metade da
produtividade máxima da planta; Elevação de P: estratégia que tem como base o incremento de fósforo no solo até o
nível de 80 mg/dm³; 70: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de
70 cm; 90: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de 90 cm; C.V.:
coeficiente de variação; DMS: diferença mínima significativa;

Os tratamentos Sem Adubação e Reposição com altura de desfolha de 70 cm


obtiveram valores de IAF inferiores aos demais por, além de terem 20 cm a menos
altura de dossel, receberam uma carga de fertilizantes nula e mínima, respectivamente.
A deficiência nutricional proporcionada pelo baixo incremento de fertilizantes reduziu
os processos de expansão celular, produção de energia e formação estrutural da planta
que a fertilização com NPK proporcionam (MALAVOLTA, 2006). Entretanto para as
demais estratégias dentro da altura de desfolha de 70 cm o maior incremento de
fertilizantes conseguiu elevar o IAF tornando-o semelhante aos encontrados nas
estratégias manejadas a 90 cm, ou seja, proporcionando a mesma média de lâminas
foliares mesmo com 20 cm a menos de biomassa.
Alexandrino et al. (2005) ao analisar o crescimento e desenvolvimento do dossel
de Megathyrsus maximus cv. Mombaça constatou que no outono o IAF médio
registrado foi de 4,0 tendo semelhança aos dados encontrados neste presente trabalho
que teve grande parte da sua fase experimental realizada no outono de 2018.
Para o atributo número de perfilhos (NP) observou-se interação (p<0,05) entre as
estratégias de adubação e alturas de corte. Foi constado que dentro do manejo de corte a
70 cm a estratégia de adubação 5° Aproximação diferenciou-se significativamente,
sendo superior à Adaptada de Michaellis-Menten. Dentro da estratégia de corte a 90 cm
essa diferença significativa foi observada entre as estratégias de Elevação de P e de
Reposição tendo esta última um valor inferior. Aos demais tratamento não se
diferenciaram significativamente (Tabela 4).
25

Tabela 4. NP (perfilhos/m²) do capim Mombaça (Megathyrsus maximus cv. Mombaça)


submetido a duas alturas de desfolha e 5 estratégias de adubação. Valores médios de 3 ciclos
referentes aos meses de março a julho ano de 2018 no período chuvoso.
Alturas de desfolha (cm)
Estratégias 70 90 Médias
Sem Adubação 557,41 abA 628,15 abA 592,78
Reposição 636,29 abA 538,89 bA 587,59
5° Aproximação 706,29 aA 686,67 abA 696,48
Adaptada de Michaellis-Menten 512,96 bA 597,89 abA 555,425
Elevação de P 644,44 abA 721,48 aA 682,96
Médias 611,478 634,616
C.V.: 17,59% DMS (5%): 179,78
a: comparação de valores dentro da mesma coluna; A: comparação de valores dentro da mesma linha; Sem adubação:
estratégia testemunha que não se tem nenhum incremento a fertilidade existente no solo; Reposição: estratégia de
adubação que visa a restituição dos nutrientes exportados e perdidos das diferentes formas; 5° Aproximação:
estratégia de adubação que segue as recomendações de uso de corretivos e fertilizantes do estado de Minas Gerais;
Adaptada de Michaellis-Menten: estratégia que visa o fornecimento de fertilizantes para se atingir metade da
produtividade máxima da planta; Elevação de P: estratégia que tem como base o incremento de fósforo no solo até o
nível de 80 mg/dm³; 70: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de
70 cm; 90: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de 90 cm; C.V.:
coeficiente de variação; DMS: diferença mínima significativa;

Devido à altura de resíduo ter sido a mesma para todos os tratamentos (30 cm)
não houve diferenças entre os manejos de desfolha, pois, o corte retirou-se a dominância
de das gemas apicais dos perfilhos impulsionando o perfilhamento das gemas basais não
atribuindo diferença estatística. Entretanto quando comparadas as estratégias de
adubação observou um aumento significativo de NP nas estratégias 5° Aproximação 70
cm e Elevação de P a 90 cm, tendo a elevação sido proporcionada pelo maior
incremento de N e P, minerais que, em doses crescentes propiciam resposta positiva no
vigor da rebrota e na rápida recuperação da planta quando submetida ao pastejo (HILL;
WASTON, 1989; CECATO et al., 1994; CECATO et al., 2000).
Piotto (2012) ao analisar doses crescentes de N em capim Mombaça e Cecato et
al (2000) verificando os efeitos de doses crescente de P e N observaram uma elevação
linear no número de perfilhos de acordo com o aumento do fornecimento de N e P.
Neste experimento esta afirmativa também se mostrou válida podendo assim determinar
que para uma longevidade da pastagem é necessário se manter um bom stand de
perfilhos sendo possível através do uso da adubação nitrogenada e fosfatada.
26

Para o atributo matéria seca total (MS) observou-se interação entre as estratégias
de adubação e manejos de altura de corte. Verificou-se que dentro do manejo de corte
de 70 cm a estratégia de adubação Elevação de P diferenciou-se significativamente,
sendo superior ao tratamento Sem Adubação na mesma altura de desfolha. Notou-se
também uma interação entre as alturas dentro da estratégia de adubação Adaptada de
Michaelis-Menten e Sem Adubação com uma superioridade significativa do manejo de
corte a 90 cm. Os demais valores não se diferenciaram estatisticamente (Tabela 5).

Tabela 5. Matéria Seca Total (kg/ha) do capim Mombaça (Megathyrsus maximus cv.
Mombaça) submetido a duas alturas de desfolha e 5 estratégias de adubação. Valores médios de
3 ciclos referentes aos meses de março a julho ano de 2018 no período chuvoso.
Alturas de desfolha (cm)
Estratégias 70 90 Médias
Sem Adubação 1424,61 bB 2565,47 aA 1995,04
Reposição 1838,02 abA 2435,98 aA 2137
5° Aproximação 1966,48 abA 2403,2 aA 2184,84
Adaptada de Michaellis-Menten 1752,16 abB 2542,34 aA 2147,25
Elevação de P 2468,68 aA 2464,5 aA 2466,59
Médias 1889,99 2482,298
C.V.: 27,03% DMS (5%): 969,5241
a: comparação de valores dentro da mesma coluna; A: comparação de valores dentro da mesma linha; Sem adubação:
estratégia testemunha que não se tem nenhum incremento a fertilidade existente no solo; Reposição: estratégia de
adubação que visa a restituição dos nutrientes exportados e perdidos das diferentes formas; 5° Aproximação:
estratégia de adubação que segue as recomendações de uso de corretivos e fertilizantes do estado de Minas Gerais;
Adaptada de Michaellis-Menten: estratégia que visa o fornecimento de fertilizantes para se atingir metade da
produtividade máxima da planta; Elevação de P: estratégia que tem como base o incremento de fósforo no solo até o
nível de 80 mg/dm³; 70: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de
70 cm; 90: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de 90 cm; C.V.:
coeficiente de variação; DMS: diferença mínima significativa;

Quando comparadas entre alturas de desfolha a produção de MS inferior da


estratégia Sem Adubação no manejo a 70 cm era esperada por não proporcionar
nenhuma fertilização e ainda reduzir 20 cm na altura de dossel. Foi constatado pelas
aferições que o mesmo comportamento para a estratégia Adaptada de Michaellis-
Menten, que apesar de ter o aporte da fertilização a diferença de altura provocou uma
menor produção de MS para o manejo de desfolha de 70 cm. Para as demais estratégias
dentro da altura de 70, não se observou diferença significativa apresentando bons
27

índices de MS fruto das fertilizações de N, P e K mais elevadas agindo na expansão


celular, aumento do sistema radicular e velocidade do metabolismo propiciando um
rápido desenvolvimento (PEREIRA et al., 1981; CHAPIN, 1980; REZENDE et al.,
2010 ;SIMILI et al., 2010).
Vale salientar também que o baixo teor de P encontrado no solo através da
análise físico química (Tabela 1) pode ter feito com que a gramínea respondesse de
forma mais eficiente a estratégia Elevação de P pois esta proporcionou o maior aporte
deste mineral suprindo assim a deficiência.
Mello et al. (2008) testando diferentes doses de N no capim Mombaça; Costa et
al. (2012) avaliando diferentes recomendações de K para o capim Mombaça e Ferreira
et al. (2008) mensurando os efeitos de doses crescentes de P observaram de forma
unânime aumento linear nos teores de MS de acordo com a elevação das doses de cada
nutriente, respaldando os dados encontrados no presente trabalho que determina que o
tratamento Elevação de P a 70 cm consegue aumentar o teor MS total se assemelhando
aos demais que possuem 20 cm a mais de altura de biomassa.
Com os resultados apresentados na Tabela 5 pode-se notar uma elevação do teor
de MS total com maiores adições de P ao solo, isso se deve ao fato dos solos
amazônicos serem em sua maioria distróficos (saturação por bases abaixo de 50%),
possuírem baixa soma de bases trocáveis, baixa saturação por bases, ácidos, bem
drenados e profundos, representados, principalmente, pelos Latossolos e Argissolos. A
deficiência de fósforo é expressiva, refletida pelos baixos teores encontrados nesses
solos. A adsorção deste elemento aos óxidos de ferro e alumínio que convertem
prontamente o P em formas menos disponíveis é bastante significativa, requerendo,
portanto, um suprimento moderado de fertilizantes fosfatados, visto que com esse
processo leva a liberação deste nutriente para os vegetais de forma mais lenta (CRAVO
et al., 2007).
Observa-se que o número de dias para cada tratamento durante o ciclo 1 não
apresentou variações, isso se deve ao fato da gramínea estar em seu primeiro ciclo
produtivo e também a adubação de cada estratégia não ter um efeito tão significativo
ainda. Com o passar dos ciclos o efeito da adubação de cobertura proporcionada por
cada tratamento começa a se mostrar responsiva causando diferenças, principalmente no
ciclo 3.
Durante todo o período experimental (19 de março de 2018 a 7 de julho de 2018)
observou-se número de ciclos variados para cada tratamento. Em média nos tratamentos
28

que se utilizou altura de desfolha de 70 cm conseguiu-se atingir 4,8 ciclos e para os de


90 cm a média foi de 3,4 ciclos (Tabela 6). Ainda, que alguns tratamentos a 70 cm
produziram uma quantidade inferior de MS o número elevado de ciclos por período de
produção de forragem ao longo do ano pode resultar no maior acúmulo de MS anual.
Estes resultados se confirmam de forma mais evidente ao se analisar as produções e
produtividades de cinco (05) meses de exploração no período chuvoso (dados não
apresentados). As estratégias que mais obtiveram destaque foram Elevação de P e 5°
Aproximação que tanto nas alturas de 70 como de 90 cm produziram aproximadamente
a mesma biomassa (Tabela 5), no entanto o manejo de desfolha para 90 cm conseguiu
atingir apenas 4 ciclos e o de 70 cm atingiu 5 ciclos (Tabela 6). Este resultado mostra
um ganho de eficiência produtiva levando ao maior número de pastejos anuais pelos
animais mantendo boa capacidade produtiva.
Visando a eficiência produtiva, observa-se o uso demasiado de fertilizantes na
estratégia Elevação de P, que não proporciona a máxima produtividade com o mínimo
de insumo indo de contraponto ao objetivo deste trabalho. Nesta recomendação em um
hectare ano-1 usaria as seguintes quantidades de fontes de adubo comercial: 955 kg de
ureia, 1244 kg de superfosfato triplo e 700 kg de cloreto de potássio. Entretanto a
estratégia 5° aproximação com a altura de desfolha a 70 cm proporcionou um aumento
no número de ciclos de pastejo por ano produzindo uma quantidade de MS/ciclo
semelhante ao manejado a 90 cm ao passo que utiliza de forma racional menor
quantidade de fertilizantes.
29

Tabela 6. Número de Dias Ciclo-1 do capim Mombaça (Megathyrsus maximus cv. Mombaça) submetido a duas alturas de desfolha e 5 estratégias de
adubação.
Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3 Total de Ciclos
Alturas de Desfolha (cm) Alturas de Desfolha (cm) Alturas de Desfolha (cm) Alturas de Desfolha (cm)
Estratégias 70 90 Médias 70 90 Médias 70 90 Médias 70 90
Sem Adubação 26 28 27 20 29 24,5 26 72 49 5 3
Reposição 26 28 27 18 29 23,5 17 72 44,5 5 3
5° Aproximação 26 28 27 18 22 20 17 25 21 5 4
Adaptada de Michaellis-Menten 26 28 27 20 29 24,5 29 72 50,5 4 3
Elevação de P 26 28 27 20 22 21 20 24 22 5 4
Médias 26 28 - 19,2 26,2 - 21,8 53 - 4,8 3,4
a: comparação de valores dentro da mesma coluna; A: comparação de valores dentro da mesma linha; Sem adubação: estratégia testemunha que não se tem nenhum incremento a fertilidade
existente no solo; Reposição: estratégia de adubação que visa a restituição dos nutrientes exportados e perdidos das diferentes formas; 5° Aproximação: estratégia de adubação que segue as
recomendações de uso de corretivos e fertilizantes do estado de Minas Gerais; Adaptada de Michaellis-Menten: estratégia que visa o fornecimento de fertilizantes para se atingir metade da
produtividade máxima da planta; Elevação de P: estratégia que tem como base o incremento de fósforo no solo até o nível de 80 mg/dm³; 70: manejo de desfolha que visa o corte quando a média
do dossel forrageiro atinge a altura de 70 cm; 90: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de 90 cm; C.V.: coeficiente de variação; DMS:
diferença mínima significativa;
30

Para a variável taxa de alongamento de colmo (TAlC) não se observou interação


entre as estratégias de adubação dentro das alturas de desfolha. O que pode ser
constatado foi que houve diferença significativa superior da estratégia 5° Aproximação
para o método Sem Adubação, Reposição e Adaptada de Michaellis-Menten. Esta
variação ocorreu independente das alturas de pastejo adotadas. A estratégia Elevação de
P não apresentou diferença significativa das demais estratégias (Tabela 7).

Tabela 7. TAlC (mm/perfilho/dia) do capim Mombaça (Megathyrsus maximus cv. Mombaça)


submetido a duas alturas de desfolha e 5 estratégias de adubação. Valores médios de 3 ciclos
referentes aos meses de março a julho ano de 2018 no período chuvoso.
Alturas de desfolha (cm)
Estratégias 70 90 Médias
Sem Adubação 1,12 bA 1,54 bA 1,33
Reposição 1,43 bA 1,18 bA 1,31
5° Aproximação 1,92 aA 1,90 aA 1,91
Adaptada de Michaellis-Menten 1,35 bA 1,19 bA 1,27
Elevação de P 1,74 abA 1,65 abA 1,70
Médias 1,51 1,49
C.V.: 33,03% DMS (5%): 0,5767
a: comparação de valores dentro da mesma coluna; A: comparação de valores dentro da mesma linha; Sem adubação:
estratégia testemunha que não se tem nenhum incremento a fertilidade existente no solo; Reposição: estratégia de
adubação que visa a restituição dos nutrientes exportados e perdidos das diferentes formas; 5° Aproximação:
estratégia de adubação que segue as recomendações de uso de corretivos e fertilizantes do estado de Minas Gerais;
Adaptada de Michaellis-Menten: estratégia que visa o fornecimento de fertilizantes para se atingir metade da
produtividade máxima da planta; Elevação de P: estratégia que tem como base o incremento de fósforo no solo até o
nível de 80 mg/dm³; 70: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de
70 cm; 90: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de 90 cm; C.V.:
coeficiente de variação; DMS: diferença mínima significativa;

O desempenho superior das estratégias de adubação 5° Aproximação e Elevação


de P em ambas as alturas pode estar associada ao maior fornecimento de fósforo que,
segundo Malavolta (2006), além de fazer parte de compostos orgânicos como o ATP
proporciona um maior crescimento da parte aérea e do sistema radicular da planta. A
maior taxa de crescimento para estas estratégias também pode estar relacionada ao
maior incremento de K que, por fazer parte direta e indiretamente de processos como a
respiração, fotossíntese e metabolismo de carboidratos promove um alto
desenvolvimento de tecidos vegetativos (SIMILI et al., 2010). Outro fator que
31

proporcionou a elevação da TAlC pode ter sido o sombreamento causado pela maior
TAlF (tabela 8) e IAF (Tabela 3) registrados nas estratégias 5° Aproximação e Elevação
de P levando ao estiolamento de alguns perfilhos menores afim de obterem acesso a luz
plena.
Maia et al. (2014) trabalhando com capim Mombaça constatou que a adição de
NPK 10, 80, 60 como adubação de base e NPK 100, 0, 20 como cobertura possibilitou o
incremento na TAlC de 6,5 mm/perfilho/dia que demonstra ser bastante acima das
médias encontradas neste experimento para este atributo. Embora o alongamento de
colmo favoreça o aumento da produtividade de massa seca, ele influencia
negativamente a eficiência de pastejo e o valor nutritivo da forragem (MACEDO et al.,
2010) além de se mostrar como um limitador de consumo dos animais (Arias et al.,
1990) levando a conclusão que uma menor TAlC é desejável por manter em um bom
patamar as características nutricionais e estruturais da forragem.
O atributo taxa de alongamento foliar (TAlF) apresentou interação significativa
entre as alturas de corte e estratégias de adubação. As estratégias de adubação Elevação
de P e 5° Aproximação com alturas de desfolha à 90 cm demonstram superioridade
significativa. Entre as alturas de corte observa-se diferença significativa das estratégias
Sem Adubação, Reposição e 5° Aproximação observando um ganho significativos na
desfolha a 70 cm. Os demais tratamentos não apresentaram diferença significativa
(Tabela 8).

Tabela 8. TAlF (mm/perfilho/dia) do capim Mombaça (Megathyrsus maximus cv. Mombaça)


submetido a duas alturas de desfolha e 5 estratégias de adubação. Valores médios de 3 ciclos
referentes aos meses de março a julho ano de 2018 no período chuvoso.
Alturas de desfolha (cm)
Estratégias 70 90 Médias
Sem Adubação 64,82 abA 44,38 bcB 54,60
Reposição 63,11 abA 39,40 cB 51,26
5° Aproximação 84,13 aA 67,18 abB 75,66
Adaptada de Michaellis-Menten 55,05 bA 39,22 cA 47,14
Elevação de P 85,54 aA 83,66 aA 84,60
Médias 70,53 54,77
C.V.: 22,95% DMS (5%): 23,5834
a: comparação de valores dentro da mesma coluna; A: comparação de valores dentro da mesma linha; Sem adubação:
estratégia testemunha que não se tem nenhum incremento a fertilidade existente no solo; Reposição: estratégia de
32

adubação que visa a restituição dos nutrientes exportados e perdidos das diferentes formas; 5° Aproximação:
estratégia de adubação que segue as recomendações de uso de corretivos e fertilizantes do estado de Minas Gerais;
Adaptada de Michaellis-Menten: estratégia que visa o fornecimento de fertilizantes para se atingir metade da
produtividade máxima da planta; Elevação de P: estratégia que tem como base o incremento de fósforo no solo até o
nível de 80 mg/dm³; 70: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de
70 cm; 90: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de 90 cm; C.V.:
coeficiente de variação; DMS: diferença mínima significativa;

A elevada expansão foliar das estratégias 5° Aproximação e Elevação de P


dentro da altura de desfolha de 70 cm pode ser explicada pela maior adição de N e P que
propiciou uma rápida expansão celular além de uma maior síntese de proteínas
(PEREIRA et al., 1981; CHAPIN, 1980) acelerando assim o desenvolvimento do dossel
forrageiro. A adição de uma maior quantidade de K possivelmente também contribuiu
para o rápido desenvolvimento foliar levando a uma aceleração do metabolismo de
carboidratos como maior taxa fotossintética e respiratória (SIMILI et al., 2010). Para o
manejo de corte a 90 cm o maior desenvolvimento da estratégia elevação de P e 5°
Aproximação é resultado do mesmo incremento de N e K citados anteriormente
conseguindo vencer a estacionalidade sofrida no ciclo 3. Entretanto, as estratégias Sem
Adubação, Reposição e Adaptada de Michaellis-Menten tiveram um desenvolvimento
menos acelerado levando assim a sentirem de forma mais intensa os efeitos da entrada
no período seco diminuindo significativamente a TAlF levando a estabilização
fisiológica.
Santos et al. (2014) analisando atributos morfogênicos do capim Mombaça
constatou que a adição de doses significativas de NPK proporcionou elevada TAlF
chegando a 8,88 cm/perfilho/dia corroborando com as estratégias de maior
desenvolvimento deste experimento. Rassini (2004) trabalhando com capim Mombaça
no Sudeste do Brasil conseguiu estimar a época de estacionalidade de 65 a 70 dias
estando no período de junho a setembro validando os dados encontrados neste trabalho
visto que as estratégias que passaram por este fenômeno (Sem Adubação, Reposição e
Adaptada de Michaelis-Menten) tiveram seu 3° ciclo entrado no período citado.
A variável taxa de senescência foliar (TSF) não apresentou diferencias
significativas entre as alturas e estratégias de adubação (Tabela 9).
33

Tabela 9. TSF (mm/perfilho/dia) do capim Mombaça (Megathyrsus maximus cv.


Mombaça) submetido a duas alturas de desfolha e 5 estratégias de adubação. Valores
médios de 3 ciclos referentes aos meses de março a julho ano de 2018 no período
chuvoso.
Alturas de desfolha (cm)
Estratégias 70 90 Médias
Sem Adubação 9,68 aA 8,62 aA 9,15
Reposição 11,71 aA 7,24 aA 9,48
5° Aproximação 8,39 aA 9,86 aA 9,13
Adaptada de Michaellis-Menten 7,68 aA 7,12 aA 7,40
Elevação de P 9,87 aA 8,59 aA 9,23
Médias 9,466 8,286
C.V.: 44,64% DMS (5%): 6,5009
a: comparação de valores dentro da mesma coluna; A: comparação de valores dentro da mesma linha; Sem adubação:
estratégia testemunha que não se tem nenhum incremento a fertilidade existente no solo; Reposição: estratégia de
adubação que visa a restituição dos nutrientes exportados e perdidos das diferentes formas; 5° Aproximação:
estratégia de adubação que segue as recomendações de uso de corretivos e fertilizantes do estado de Minas Gerais;
Adaptada de Michaellis-Menten: estratégia que visa o fornecimento de fertilizantes para se atingir metade da
produtividade máxima da planta; Elevação de P: estratégia que tem como base o incremento de fósforo no solo até o
nível de 80 mg/dm³; 70: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de
70 cm; 90: manejo de desfolha que visa o corte quando a média do dossel forrageiro atinge a altura de 90 cm; C.V.:
coeficiente de variação; DMS: diferença mínima significativa;

A ausência de diferenças significativas pode ter sido resultado do encurtamento


dos ciclos dos tratamentos, principalmente a 70 cm, que foram precoces no
desenvolvimento resultando no corte antes do início da senescência foliar. Entretanto
para a altura de desfolha de 90 cm as estratégias de Reposição, Adaptada de Michaellis-
Menten e Sem Adubação apresentaram um desenvolvimento extremamente lento no
ciclo 3 (Tabela 6). A baixa senescência para este último caso pode ter sido resultado da
estabilização fisiológica das plantas destes tratamentos proporcionado pela entrada no
período seco.
Alexandrino et al. (2011) observando os efeitos de diferentes alturas de desfolha
para o capim Mombaça constatou TSF variando de 15 à 36 mm/perfilho/dia se
mostrando elevadas quando comparadas com o presente trabalho, se assemelhando mais
aos valores de 6 a 16mm/perfilho/dia em função do período da estação de crescimento
encontrados por Candido et al. (2005).
34

Para efeito de comparação na Tabela 10 está demonstrado a quantidade de NPK,


em kg, utilizada em cada tratamento durante os 3 ciclos de produção do capim
Mombaça, em contrapartida é demonstrado a quantidade de MS total produzida nestes 3
ciclos produtivos e, por fim, uma proporção demonstrando quanto de fertilizante foi
necessário para produzir um kg de matéria seca total.

Tabela 10. Proporção de produção de forragem em função da quantidade de


fertilizantes utilizada durante o período de 3 ciclos produtivos do capim Mombaça
(Megathyrsus maximus cv. Mombaça) submetido a duas alturas de desfolha e 5
estratégias de adubação. Valores médios de 3 ciclos referentes aos meses de março a
julho ano de 2018 no período chuvoso.
Tratamentos kg de NPK kg/ha de forragem Adubo/Forragem
Reposição à 70 cm 97 5514,07 0,018
Reposição à 90 cm 97 7307,93 0,013
5° Aproximação à 70 cm 375 5899,44 0,064
5° Aproximação à 90 cm 375 7209,6 0,052
Adaptada de Michaelis-Menten à 70 cm 94 5256,48 0,018
Adaptada de Michaelis-Menten à 90 cm 94 7627,03 0,012
Elevação de P à 70 cm 600 7406,04 0,081
Elevação de P à 90 cm 600 7393,5 0,081

Altas produtividades foram encontradas nos mais diferentes tratamentos,


entretanto observando os atributos de maior interesse zootécnicos (IAF, MS, TAlF, NP,
Dias/Ciclo) nas Tabelas 3,4,5,6 e 8 para as estratégias 5° Aproximação e Elevação de P
demonstraram, no geral, superioridade as demais. O uso excessivo de fertilizantes na
Elevação de P causa um impacto positivo na produtividade, mas negativo na parte
econômica e ambiental levando a uma ineficiência da estratégia. Ao se analisar a
estratégia 5° Aproximação pode-se notar o equilíbrio entre os 3 pilares levando a
constatação que esta no manejo de desfolha a 70 cm proporciona a maior eficiência
produtiva do capim Mombaça. Os tratamentos Reposição e Adaptado de Michaelis-
Menten tem boa eficiência no uso dos insumos, mas promovem produção de MS muito aquém
do potencial da forrageira e da demanda real de sistemas de produção tecnificados e intensivos.

6. CONCLUSÃO
A forma mais eficiente de produção do capim Mombaça, com maior
produtividade e aplicação mais racional dos insumos, é obtida com a estratégia 5º
35

aproximação com altura de desfolha de 70 cm pois além de aumentar o número de


ciclos de pastejos por ano usa de forma eficiente os fertilizantes.
O uso da estratégia de adubação Elevação de P à 80 mg/dm³ combinada com a
altura de desfolha de 70 cm proporciona alto índice de produção de MS e aumento do
número de ciclos de pastejo.

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