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COMUNICADO
Novas combinações de
TÉCNICO
copa e porta-enxerto para a
153 citricultura amazonense
Recomendações iniciais
Manaus, AM Terezinha Batista Garcia
Setembro, 2021 Cláudio Luiz Leone Azevedo
Marcos Vinícius Bastos Garcia
Jefferson Costa Santos
Milena Dantas Ribeiro
Gustavo Brazão Buzaglo
José Eduardo Borges de Carvalho
José Ferreira da Silva
Orlando Sampaio Passos
Walter dos Santos Soares Filho
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Tabela 1. Valores dos atributos químicos do solo da área experimental, na faixa de profundidade
de 0 cm a 20 cm, na fase de formação (1° ano) e na fase de produção (6° ano). Rio Preto da
Eva, AM.
física e química foi tomada uma amos- 190 plantas por hectare em relação ao
tra de 15 frutos por parcela em cada espaçamento mais comum na região
combinação. (7,0 m x 3,0 m).
Em pomares com maior densida- As mais altas produtividades foram
de tem-se maior produtividade, sem observadas nas combinações copa/
prejuízos à qualidade dos frutos, mes- porta-enxerto ‘Pineapple’/‘Cravo Santa
mo que o rendimento por planta seja Cruz’, ‘Valência Tuxpan’/‘BRS Bravo’ e
menor. Variedades de porta-enxertos ‘Valência Tuxpan’/‘Cravo Santa Cruz’,
que induzem menor tamanho da copa com produtividades de 64 t/ha, 53 t/ha e
(ananicantes), tais como os híbridos de 50 t/ha, respectivamente. Produtividades
Trifoliata, têm sido recomendadas para entre 30 e 38,5 t/ha foram obtidas
pomares adensados. Neste experimento nas combinações ‘Rubi’/‘Riverside’,
foi utilizado espaçamento adensado (6,0 ‘Rubi’/‘BRS Bravo’, ‘Pera’/‘Cravo
m x 2,5 m) permitindo o acréscimo de Santa Cruz’, ‘Valência Tuxpan’/‘Indio’ e
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Figura 3. Produtividade das variedades de laranja Rubi, Pera, Valencia Tuxpan e Pineapple em
diferentes porta-enxertos. Fazenda FMI-Citros. Rio Preto da Eva, AM, 2019.
*Porta-enxertos com a mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste Scott Knott (p <0,05).
Figura 4. Sobrevivência das variedades de laranja Rubi, Pera, Valencia Tuxpan e Pineapple em
diferentes porta-enxertos ao sexto ano. Fazenda FMI-Citros. Rio Preto da Eva, AM, 2019.
*Porta-enxertos com a mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste Scott Knott (p <0,05).
boa taxa de sobrevivência com todas as rendimento de suco abaixo de 40% fo-
copas (Figura 4), entretanto teve produ- ram observados nas combinações copa/
tividade muito baixa (Figura 3). porta-enxerto ‘Rubi’/‘Indio’, ‘Rubi’/‘BRS
Pompeu’ e ‘Pineapple’/‘BRS Pompeu’
As variedades Valência Tuxpan e
(Tabela 2). A desordem fisiológica de-
Pera CNPMF D6 tiveram as melhores
nominada granulação dos frutos ou
taxas de rendimento de suco, para a
“frutos secos” é a principal causa do
maioria das combinações com porta-en-
baixo rendimento de suco em algumas
xertos, superando os limites mínimos de
combinações de copa e porta-enxerto. A
44% e 45% estabelecidos para essas
granulação é mais frequente nos primei-
variedades no mercado de fruta fresca
ros anos de produção e, entre vários fa-
(Companhia de Entrepostos e Armazéns
tores, é causada por porta-enxertos que
Gerais de São Paulo, 2011). Valores de
induzem rápido crescimento à planta.
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Tabela 2. Médias de peso de fruto (PF), rendimento de suco (RS), sólidos solúveis totais (SST),
“ratio” e índice tecnológico (IT) em função das combinações de variedades de copas e porta-en-
xertos. Rio Preto da Eva, AM, 2019.
Tabela 2. Continuação.
PF RS SST ATT Ratio IT
Porta-enxertos (g) (%) (%) (%) (SST/AT) (kg SST/40,8 kg)
Copa ‘Valência Tuxpan’
Limoeiro ‘Cravo Santa
226,2 c 45,2 a 11,0 a 0,77 a 14,5 a 2,03 a
Cruz’
Tangerineira ‘Sunki
261,5 b 42,6 a 9,7 b 0,76 a 12,8 a 1,69 b
Tropical’
Citrandarin ‘Indio’ 280,1 a 48,2 a 9,8 b 0,62 b 15,8 a 1,93 a
Citrandarin ‘Riverside’ 285,1 a 45,0 a 9,6 b 0,58 b 16,7 a 1,76 b
BRS Pompeu n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Híbrido ‘LVK x LCR - 038’ n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
BRS Bravo 253,3 b 45,3 a 9,7 b 0,71 a 13,6 a 1,80 b
Copa ‘Pineapple’
Limoeiro ‘Cravo Santa
214,3 c 44,4 b 8,0 d 0,36 b 22,1 c 1,45 c
Cruz’
Tangerineira ‘Sunki
247,8 a 40,4 b 7,6 d 0,41 b 18,6 c 1,26 d
Tropical’
Citrandarin ‘Indio’ 253,1 a 42,1 b 7,6 d 0,39 b 20,2 c 1,31 d
Citrandarin ‘Riverside’ 254,2 a 40,9 b 8,4 c 0,41 b 20,9 c 1,41 c
BRS Pompeu 232,2 b 31,8 c 8,5 c 0,47 a 18,2 c 1,03 e
Híbrido ‘LVK x LCR - 038’ 184,6 d 53,5 a 10,9 a 0,37 b 29,9 a 2,38 a
BRS Bravo 219,7 c 42,0 b 9,3 b 0,38 b 24,4 b 1,60 b
CV % 1,91 2,62 2,07 2,3 4,6 2,25
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Scott Knott (p <0,05).
pode explicar a baixa acidez dos frutos, Tuxpan’, maiores valores de IT foram
observada neste estudo. observados nos porta-enxertos Limoeiro
‘Cravo Santa Cruz’ e Citrandarin ‘Indio’.
Na produção de suco de laranja, o
A laranja ‘Pineapple’ teve melhor IT no
IT é utilizado para medir o rendimento
porta-enxerto ‘BRS Bravo’. Embora as
industrial. Maiores valores de IT indi-
variedades Rubi e Pineapple enxertadas
cam maior qualidade dos frutos para a
no híbrido ‘LVK x LCR - 038’ tenham
indústria.
apresentado altos valores de IT, estas
A laranja ‘Rubi’ apresentou maiores produziram frutos pequenos e tiveram
valores de IT nos porta-enxertos ‘BRS produtividade muito baixa (Tabela 2).
Bravo’ e Tangerineira ‘Sunki Tropical’.
Em regiões de clima tropical úmido,
Entretanto, a variedade Rubi produziu
como no Amazonas, devido a pequena
frutos com baixo rendimento de suco, e,
diferença de temperatura entre o dia e
em consequência, baixo IT no porta-en-
a noite, a coloração externa dos frutos
xerto ‘Índio’. A laranja ‘Pera CNPMF D6’
de laranja geralmente permanece es-
teve altos valores de IT para todos os
verdeada após completar a maturação.
porta-enxertos, destacando-se nos por-
Apesar disso, ainda que a cor da casca
ta-enxertos Limoeiro ‘Cravo Santa Cruz’
não esteja completamente amarela, os
e ‘BRS Bravo’. Para a laranja ‘Valência
Fotos: Milena D. Ribeiro
A
Pera Rubi Pineapple Valência
Pera Rubi
B
Pineapple Valência
Figura 5. Aspectos externo (A) e interno (B) de frutos das variedades recomendadas para a
citricultura no Amazonas. Rio Preto da Eva, AM, 2019.
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