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CURSO AGRONOMIA
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Cultura do feijão
LARANJEIRAS DO SUL- PR
2021
1. INTRODUÇÃO
A temperatura média ideal para o cultivo na América Latina varia de 17,5 a 25ºC,
procurando sempre o planejamento da semeadura para que a época de floração coincida com
temperaturas próximas a 21ºC. Se temperaturas muito baixas ocorreram logo após o período
de semeadura do feijão, a germinação pode ser comprometida, diminuindo a população de
plantas emergidas e refletindo na produtividade final. Altas temperaturas exercem maior
influência no desenvolvimento de sementes e estruturas florais, entre outros processos
fisiológicos danificados por este fator climático. Na presença de temperaturas muito elevadas,
a planta começa o processo de abscisão dos órgãos reprodutivos, sendo que em temperaturas
acima de 35ºC praticamente não há formação de vagens, comprometendo significativamente
a produção final (VIEIRA et al., 2006).
BRS FC406: é uma cultivar de alta produtividade, direcionada para a safra e safrinha da
Região Central do Brasil. A BRS FC406 é de ciclo normal, 85 dias, possui grãos com
excelente peneira e apresenta resistência moderada às principais doenças foliares que
impactam a cultura do feijoeiro: a antracnose e a mancha angular.
BRS FS305: é uma cultivar voltada aos interessados em exportar feijão ou comercializar um
produto diferenciado no mercado brasileiro. A BRS FS305 é do grupo Calima, grão
negociado no mercado internacional e se constitui em uma inovação, pois passou por
avaliação e validação do programa de melhoramento nacional, sendo a primeira a ser
disponibilizada comercialmente no País.
Além disso, atende à crescente demanda da alta gastronomia, por se tratar de um grão graúdo,
rajado, utilizado para a preparação de pratos especiais na culinária. A BRS FS305 possui boa
adaptação às condições de cultivo brasileiras e resistência moderada à antracnose, mancha
angular e ferrugem. A massa de grãos está entre 60 e 70 g por 100 sementes. O potencial
produtivo é de 3.615 kg/ha.
BRS FC401 RMD: é a primeira cultivar de feijão comum carioca registrada e protegida no
Brasil com resistência efetiva ao mosaico-dourado, sendo a primeira cultivar geneticamente
modificada de feijão comum já desenvolvida em todo o mundo. É uma ferramenta muito
importante que, somada à correta época de plantio e ao manejo integrado de pragas, pode
assegurar uma efetiva produção.
BRS FP403: é uma cultivar diferenciada do grupo preto. Com essa cultivar, os produtores
estarão acessando o maior potencial produtivo já encontrado em genética de feijão preto.
Esta solução tecnológica foi desenvolvida para suprir a carência de cultivares de grão preto
com tolerância a Fusarium Oxysporum. Podendo ser amplamente utilizada na terceira safra,
em pivôs que apresentam esta limitação. Apresenta ciclo normal (de 85 a 90 dias, da
emergência à maturação fisiológica), boa arquitetura de planta e o maior potencial produtivo
entre os feijões pretos. Esta cultivar possui qualidade de grão superior e massa média de 26
gramas por 100 grãos.
4. MANEJO DO SOLO
O feijoeiro pode ser cultivado tanto em várzeas quanto em terras altas, desde que em
locais com solos soltos, friáveis e não sujeitos ao encharcamento. O manejo adequado do solo
é muito importante para a garantia de condições ótimas ao desenvolvimento do feijoeiro
comum, sobretudo do seu sistema radicular, pois a duração do ciclo dessa leguminosa é
relativamente curta (70 a 110 dias), período em que são absorvidas grandes quantidades de
nutrientes, necessários para obtenção de produção satisfatória e rentável. Além disso, deverão
ser propiciadas condições físicas e biológicas do solo, igualmente favoráveis ao pleno
desenvolvimento da cultura. O maior volume de raízes está concentrado nos primeiros 20 cm
de profundidade.
O primeiro passo para se obter uma boa produtividade e um solo nutrido é fazer a
análise de solo, dessa forma teores de nutrientes que estão abaixo do mínimo para o correto
desenvolvimento da planta, podem ser incorporados, vindo assim a corrigir tal deficiência e
de mesma forma saber quais são os valores contidos no solo para não incorporar elementos
desnecessário que possam vir a apresentar sinais de fitotoxidade.
Calagem O feijão é uma planta sensível à acidez do solo, sendo bem responsivo à
calagem, recomenda-se aplicar calcário para elevação do valor de saturação por bases (V) a
70% e do teor de magnésio a um mínimo de 4 mmolc /dm3. Em solos muito ácidos,
geralmente não se consegue fazer a correção em uma única vez, pois o nível de saturação
pretendido não é sempre atingido a curto prazo, já que não se tem reação imediata de todo o
calcário. Ao mesmo tempo, uma parte das bases aplicadas não é aproveitada porque vai sendo
lixiviada. Portanto, é importante monitorar o nível de acidez do solo a fim de se manter o solo
com a saturação por bases próxima do ideal, ou seja, pH em CaCl2 próximo de 5,5 e V
superior a 50%
Adubação orgânica
Profundidade de semeadura
No sistema de sistema semeadura direta (SSD) deve-se atentar para a uniformidade na
distribuição das sementes na linha. A profundidade média de semeadura deverá ser de
aproximadamente 4 cm em solos de textura argilosa e úmidos e 6 cm naqueles de textura
arenosa, evitando-se semear muito profundamente para que não haja atraso nem estresse para
a emergência das plântulas, quando então, estaria mais sujeita à incidência de doenças e
pragas no solo.
Plantio
6. Tratos Culturais:
7. MANEJO FITOSSANITÁRIO
Lagarta rosca - Agrotis ipsilon: O adulto é uma mariposa de cor marrom com algumas
manchas pretas. Já as asas posteriores são semitransparentes. A lagarta rosca fica junto à base
da planta, enterrada a poucos centímetros no solo, cortando as plântulas de feijão no início do
plantio, ocorrendo falhas no campo, o que reduz a produtividade da lavoura de feijão. Deve-
se entrar com controle quando se obtiver 2 plantas danificadas ou cortadas por m linear.
Controle comportamental com iscas com inseticidas: iscas atrativas preparadas pela mistura
de 3 L de melaço ou 1 kg de açúcar mais 25 kg de farelo de trigo ou soja e 1 kg de triclorfon.
Tripes - Thrips palmi: seus danos são decorrentes da alimentação das ninfas e adultos
nas folhas e flores, acarretando queda prematura dos botões florais e vagens. Atacam a face
inferior dos folíolos e a brotação nova. Provocam estrias esbranquiçadas e prateadas nas
flores; Dobramento de bordos - folhas ficam coriáceas e quebradiças. O nível de controle é de
100 tripes/ m linear ou 3 tripes/flor. O controle químico recomendado é com produtos à base
de neonicotinóides, imidacloprid, carbofuran, dimetoato, esfenvalerato, acefato, fenitrotion,
carbaril.
Broca das axilas - Epinotia aporema: O ataque geralmente inicia-se pelas folhas da
parte superior da planta. As larvas penetram no caule através das axilas dos brotos terminais
do feijoeiro, forma uma galeria descendente, onde fica abrigada. Une as folhas com uma teia
e pode alimentar-se do caule ou dos ramos da planta, podendo causar sua quebra e favorecer
a entrada de doenças. No broto atacado, a larva pode alimentar-se do tecido foliar, causando o
desenvolvimento anormal ou a sua morte. O inseto também pode alimentar-se de flores e
vagens do feijoeiro.
Lagarta das vagens - Thecla jebus: As lagartas apresentam coloração variável, sendo o
verde a cor predominante e são semelhantes às lesmas. Sua presença pode ser notada pelo
orifício irregular na vagem, diferindo das demais lagartas, em que os orifícios de penetração
são mais ou menos circulares. A penetração das larvas na vagem ocorre principalmente onde
esta se encontra em contato com folhas, ramos ou com outra vagem e é característico o
aparecimento de excrementos. Nível de controle é de 20 vagens atacadas por metro linear.
Controle químico recomendado é com pulverização com cloripirifós e carbaril.
8. Colheita
Para evitar perdas e obter produtos de boa qualidade, o feijão deve ser colhido,
preferencialmente, logo após as sementes alcançarem a maturação fisiológica, o que
corresponde ao estádio de desenvolvimento em que as plantas estão com folhas amarelas,
com as vagens mais velhas secas e com as sementes na sua capacidade máxima de
desenvolvimento.
São vários os fatores que afetam a comercialização do feijão, dentre eles estão a
coloração, a espécie, condições de armazenamento, sanidade, oferta vs. demanda, preferência
alimentar, condições climáticas, transporte, distribuição entre outros.
Os principais produtores de feijão a nível mundial são: Mianmar, Índia, Brasil, China,
México, Tanzânia, EUA, Quênia, Uganda e Ruanda, onde os principais importadores são:
Índia, China, Bangadesh, EUA, Egito. Onde os custos da produção estão interligados aos
preços dos insumos como: sementes, pulverização de controle de pragas e doenças, mão de
obra e das políticas agrícolas de comercialização (COELHO; XIMENES, 2020).
A região que mais produziu na safra de 20/21 de acordo com os dados do Ministério
da Economia (2020) é a região Nordeste, apesar da baixa produtividade por hectare, possui a
maior área de produção. A região Sul é a segunda maior produtora, seguida da Sudeste e
posteriormente da região Centro Oeste, conforme a Tabela 1.
Os principais países que exportam no Brasil são Vietnã, Índia, Paquistão, Tailândia,
Egito, entre outros. (COELHO; XIMENES, 2020).
10. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
VOYSEST, Oswaldo. Mejoramiento genético del frijol (Phaseolus vulgaris L.): legado de
variedades de América Latina 1930-1999. Ciat, 2000. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?
hl=ptBR&lr=&id=VzxXI2TL9YcC&oi=fnd&pg=PA1&dq=Mejoramiento+genetico+del+frij
ol+(Phaseolus+vulgaris)+legado+de+variedades+de+Am
%C3%A9rica+Latina+(19301999).&ots=1m0W03r9aU&sig=RuNNEMmZX9mpMRWG3e
EzklTHikU&redir_esc=y#v=onepage&q=Mejoramiento%20genetico%20del%20frijol
%20(Phaseolus%20vulgaris)%20legado%20de%20variedades%20de%20Am%C3%A9rica
%20Latina%20(19301999).&f=false. Acesso em: 20 de agosto de 2021.
VIEIRA, C.; JÚNIOR, T. J. P.; BORÉM, A. Feijão. 2 ed. Viçosa: UFV - Universidade
Federal de Viçosa, 2006. 600p. disponível em:
http://www.bdpa.cnptia.embrapa.br/consulta/busca?
b=ad&id=988032&biblioteca=vazio&busca=autoria:%22VIEIRA,%20C
%22&qFacets=autoria:%22VIEIRA,%20C%22&sort=&paginacao=t&paginaAtual=8.
Acesso em: 20 de agosto de 2021.