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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS LARANJEIRAS DO SUL

CURSO AGRONOMIA

DOUGLAS ELOI SCHREINER

GUILHERME DA SILVA CRISTO

MATHEUS FELIPE KRUPPA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Cultura do feijão

LARANJEIRAS DO SUL- PR

2021
1. INTRODUÇÃO

O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é originário do continente americano, como por


exemplo de outras espécies alimentícias, foi levada como planta ornamental para a Europa
após o descobrimento da América. Evidências que se baseiam na afirmação dessa origem
foram as descobertas arqueológicas de restos culturais encontrados nos Estados Unidos
(Caverna Tularosa), no México (Vale de Tehuacan) e Peru (Caverna do Guitarrero). Estima-
se que a domesticação propriamente dita, tenha ocorrido muito tempo atrás não sendo
possível precisá-la exatamente, devido à falta de evidências arqueológicas mostrando a
transição completa do estado silvestre ao cultivado (Voysest, 2000)

O feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris, L.) é uma das principais culturas produzidas


no Brasil e no mundo. Sua importância excede o aspecto econômico, por sua grande
relevância, enquanto fator de segurança alimentar e nutricional e sua importância cultural na
culinária de diversos países e culturas. O feijoeiro-comum é, historicamente, um dos
principais alimentos consumidos no Brasil e no mundo.

Características técnicas, agronômicas e culturais credenciam a cultura do feijoeiro


como excelente alternativa de exploração agrícola para pequenas propriedades. No Brasil,
dados do Censo Agropecuário de 2006 (IBGE, 2009) atribuem à agricultura familiar quase
70% da produção nacional do feijão-comum, o que reforça sua vocação para produção em
pequena escala. O feijoeiro também se apresenta como cultura importante na sucessão de
cultivos ao longo do ano, pois pode ser cultivado em período relativamente curto, com ciclo
produtivo geralmente em torno de 90 dias.

O presente trabalho tem como objetivo destacar as principais características que a


cultura do feijão necessita, assim como clima, solo, época de cultivo, zoneamento agrícola,
variedade de cultivadas, manejo do solo, semeadura e/ou plantio, tratos culturais, manejo
fitossanitário, colheita e comercialização.
2. CLIMA, SOLO E ÉPOCA DE CULTIVO

Segundo a Embrapa (2003) a temperatura, dentre todos os fatores climáticos limitantes


ao desenvolvimento do feijoeiro, é considerado o de maior influência no desenvolvimento de
vagens, bem como sobre o florescimento e frutificação. Devido à diversidade térmica ao
longo do território brasileiro, o cultivo do feijão é limitado em certas regiões, tanto pelas
baixas temperaturas durante o inverno na região sul quanto pelas altas temperaturas
associadas aos altos índices de umidade ao norte, o que aumenta a incidência de doenças.

A temperatura média ideal para o cultivo na América Latina varia de 17,5 a 25ºC,
procurando sempre o planejamento da semeadura para que a época de floração coincida com
temperaturas próximas a 21ºC. Se temperaturas muito baixas ocorreram logo após o período
de semeadura do feijão, a germinação pode ser comprometida, diminuindo a população de
plantas emergidas e refletindo na produtividade final. Altas temperaturas exercem maior
influência no desenvolvimento de sementes e estruturas florais, entre outros processos
fisiológicos danificados por este fator climático. Na presença de temperaturas muito elevadas,
a planta começa o processo de abscisão dos órgãos reprodutivos, sendo que em temperaturas
acima de 35ºC praticamente não há formação de vagens, comprometendo significativamente
a produção final (VIEIRA et al., 2006).

A precipitação pluviométrica, em conjunto com os demais fatores agroclimáticos,


limita o crescimento e desenvolvimento do feijoeiro. Estima-se que o consumo hídrico da
cultura do feijão seja de 300 a 600 mm ao longo de seus estádios de desenvolvimento,
consumindo, em média, 3 a 4 mm por dia e necessitando de uma disponibilidade mínima de
100 mm mensais (DOURADO-NETO & FANCELLI, 2000 apud MARCO et al., 2012).

O feijoeiro adapta-se a diferentes condições de textura de solo, desde levemente


arenosos até altamente argilosos. Entretanto, áreas de baixadas sujeitas a inundação e solos
mal drenados devem ser evitados em épocas de altos índices pluviométricos, dando-se
preferência ao cultivo em áreas mais elevadas e bem drenadas. Solos argilosos também
apresentam maiores probabilidades de compactação subsuperficial e formação de crostas na
superfície, bem como propiciam a ocorrência de fungos que atingem o sistema radicular.

O zoneamento agroclimático é uma ferramenta utilizada com o objetivo de evitar que


intempéries climáticas venham a interferir no desenvolvimento das culturas, indicando a
época mais adequada de plantio para cada região. Alguns dos parâmetros analisados para a
definição do calendário de plantio são: temperatura, índices pluviométricos, dados de solo e
ciclos das cultivares (MAPA, 2014).

Fonte: MAPA, 2014.

Fonte: MAPA, 2014.


3. VARIEDADES CULTIVADAS

BRS FC406: é uma cultivar de alta produtividade, direcionada para a safra e safrinha da
Região Central do Brasil. A BRS FC406 é de ciclo normal, 85 dias, possui grãos com
excelente peneira e apresenta resistência moderada às principais doenças foliares que
impactam a cultura do feijoeiro: a antracnose e a mancha angular.

BRS FS305: é uma cultivar voltada aos interessados em exportar feijão ou comercializar um
produto diferenciado no mercado brasileiro. A BRS FS305 é do grupo Calima, grão
negociado no mercado internacional e se constitui em uma inovação, pois passou por
avaliação e validação do programa de melhoramento nacional, sendo a primeira a ser
disponibilizada comercialmente no País.

Além disso, atende à crescente demanda da alta gastronomia, por se tratar de um grão graúdo,
rajado, utilizado para a preparação de pratos especiais na culinária. A BRS FS305 possui boa
adaptação às condições de cultivo brasileiras e resistência moderada à antracnose, mancha
angular e ferrugem. A massa de grãos está entre 60 e 70 g por 100 sementes. O potencial
produtivo é de 3.615 kg/ha.

BRS FC401 RMD: é a primeira cultivar de feijão comum carioca registrada e protegida no
Brasil com resistência efetiva ao mosaico-dourado, sendo a primeira cultivar geneticamente
modificada de feijão comum já desenvolvida em todo o mundo. É uma ferramenta muito
importante que, somada à correta época de plantio e ao manejo integrado de pragas, pode
assegurar uma efetiva produção.

O potencial produtivo é de 4.000 kg ha-1. Nos ensaios de campo, apresentou resistência


efetiva ao mosaico-dourado e ao mosaico-comum, além de resistência à antracnose e reação
moderada à ferrugem e ao crestamento bacteriano comum. Com relação às características de
qualidade de grãos, possui uniformidade para a coloração e o tamanho dos grãos,
apresentando aspecto de grãos similar à Pérola. Ciclo normal (média de 87 dias da
emergência à maturação fisiológica, variando de 85 a 91 dias).

BRS FP403: é uma cultivar diferenciada do grupo preto. Com essa cultivar, os produtores
estarão acessando o maior potencial produtivo já encontrado em genética de feijão preto.
Esta solução tecnológica foi desenvolvida para suprir a carência de cultivares de grão preto
com tolerância a Fusarium Oxysporum. Podendo ser amplamente utilizada na terceira safra,
em pivôs que apresentam esta limitação. Apresenta ciclo normal (de 85 a 90 dias, da
emergência à maturação fisiológica), boa arquitetura de planta e o maior potencial produtivo
entre os feijões pretos. Esta cultivar possui qualidade de grão superior e massa média de 26
gramas por 100 grãos.

4. MANEJO DO SOLO

4.1. Preparo do Solo

O feijoeiro pode ser cultivado tanto em várzeas quanto em terras altas, desde que em
locais com solos soltos, friáveis e não sujeitos ao encharcamento. O manejo adequado do solo
é muito importante para a garantia de condições ótimas ao desenvolvimento do feijoeiro
comum, sobretudo do seu sistema radicular, pois a duração do ciclo dessa leguminosa é
relativamente curta (70 a 110 dias), período em que são absorvidas grandes quantidades de
nutrientes, necessários para obtenção de produção satisfatória e rentável. Além disso, deverão
ser propiciadas condições físicas e biológicas do solo, igualmente favoráveis ao pleno
desenvolvimento da cultura. O maior volume de raízes está concentrado nos primeiros 20 cm
de profundidade.

O preparo de solo ou a sua não mobilização estão diretamente relacionados à opção de


estabelecimento da cultura: por semeadura convencional, direta ou por cultivo mínimo. Em
quaisquer desses sistemas deve ser avaliada a probabilidade de tráfego pesado; a capacidade
de “suporte” do solo, que é dependente do seu teor de água (quanto maior mais fácil é a
compactação); a temperatura e aeração do solo e a impedância mecânica. O ideal é que as
operações sejam realizadas com menor esforço possível e com melhor qualidade de serviço,
especificamente no ponto de friabilidade (fácil moldagem e esboroamento do solo sob
compressão). A cultura se estabelece bem em semeadura convencional, cultivo mínimo e
semeadura direta, desde que se tomem os cuidados inerentes a cada sistema de manejo.
4.2. Correção da fertilidade e adubação

O primeiro passo para se obter uma boa produtividade e um solo nutrido é fazer a
análise de solo, dessa forma teores de nutrientes que estão abaixo do mínimo para o correto
desenvolvimento da planta, podem ser incorporados, vindo assim a corrigir tal deficiência e
de mesma forma saber quais são os valores contidos no solo para não incorporar elementos
desnecessário que possam vir a apresentar sinais de fitotoxidade.

A calagem e a adubação do feijoeiro devem ser consideradas dentro de um contexto


amplo que leve em conta a fertilidade do solo e as necessidades da cultura. Os dois fatores
principais para a definição da adubação do feijoeiro são a disponibilidade de nutrientes no
solo e as exigências de nutrientes pela planta, que dependem do nível de produtividade
esperada.

Entre os benefícios da calagem estão: Aumento da eficiência dos fertilizantes,


aumento da atividade microbiana (liberação de nutrientes), melhora das propriedades físicas
do solo; aumento da produtividade, elevação do pH ,fornecimento de Ca e Mg como
nutrientes; ,diminuição ou eliminação dos efeitos tóxicos do Al, Mn e Fe, diminuição da
“fixação” de P, aumento da disponibilidade do N, P, K, Ca, Mg, S e Mo do solo.

O nitrogênio é o elemento requerido em maior quantidade pelo feijoeiro. Embora


possa fixar esse nutriente da atmosfera por meio das bactérias fixadoras de nitrogênio, a
quantidade não é suficiente para atender as necessidades da planta. Portanto, há necessidade
de complementação, que deve ser feita aplicando-se uma parte na época de semeadura e o
restante até antes da floração, pois esta é a fase em que o feijoeiro mais necessita de
nitrogênio para a formação das vagens e dos grãos. O parcelamento da adubação nitrogenada
em cobertura pode ser feito em até três vezes, quando viável operacionalmente.

Já o fósforo, por ser um nutriente deficiente na maioria dos solos brasileiro é


absorvido pelo feijoeiro até quase a fase final do seu ciclo, deve receber atenção especial na
adubação dessa cultura. O potássio é elemento bastante disponível para as culturas em muitos
solos, mas a sua complementação para o feijoeiro é necessária.

A adequada correção da acidez do solo e adubação são essenciais para a obtenção de


elevados rendimentos. Para a produção de 3 t/ha de grãos por uma cultura de feijoeiro-
comum deverão ser extraídos do solo quase 290 kg/ha de N, 55 kg/ha de P2O5 e 250 kg/ha
de K2O, no pico do desenvolvimento vegetativo, aos 70 dias de ciclo. Embora as exportações
pelos grãos sejam menores, também são uma quantidade considerável de nutrientes - quase
110 kg/ha de N, 20 kg/ha de P2O5 e 50 kg/ha de K2O, que precisam ser repostos ao solo para
que não haja comprometimento de sua fertilidade a longo prazo. Com o manejo da adubação
objetiva-se a manutenção dos teores dos nutrientes nas faixas de teores “médio” ou “alto”.
Nessas condições, é adequada a disponibilidade dos nutrientes para as plantas como garantia
de produtividades satisfatórias, se não houver outro fator limitante. Níveis reduzidos de
fertilidade são indicativos de insuficiência do programa de adubação para o suprimento das
exigências das plantas ou de perdas muito elevadas. Verifica-se, então, tendência para
redução dos patamares de rendimento, com prejuízos aos investimentos adotados com outras
práticas: sementes melhoradas, controle de ervas daninhas, pragas e doenças, dentre outros.
Por outro lado, se os teores dos nutrientes no solo estiverem em faixas de teor “muito alto”, a
adubação pode estar sendo superdimensionada. (BARBOSA, 2012)

Calagem O feijão é uma planta sensível à acidez do solo, sendo bem responsivo à
calagem, recomenda-se aplicar calcário para elevação do valor de saturação por bases (V) a
70% e do teor de magnésio a um mínimo de 4 mmolc /dm3. Em solos muito ácidos,
geralmente não se consegue fazer a correção em uma única vez, pois o nível de saturação
pretendido não é sempre atingido a curto prazo, já que não se tem reação imediata de todo o
calcário. Ao mesmo tempo, uma parte das bases aplicadas não é aproveitada porque vai sendo
lixiviada. Portanto, é importante monitorar o nível de acidez do solo a fim de se manter o solo
com a saturação por bases próxima do ideal, ou seja, pH em CaCl2 próximo de 5,5 e V
superior a 50%
Adubação orgânica

São indicadas a rotação de culturas e a incorporação de restos vegetais ou,


ainda, a adubação verde. A aplicação de estercos, se disponíveis, também é
desejável. Se forem aplicados estercos ou compostos, da adubação recomendada
deve ser reduzido o conteúdo de nutrientes presentes nesses materiais,
considerando-se um fator de aproveitamento de 50% para N e P, e de 80% para K.

A matéria orgânica do solo, inclusive aquela proveniente de leguminosas,


especialmente quando recém aplicada, está diretamente relacionada à atividade
microbiana, à reciclagem de nutrientes e à melhoria das características físicas do
solo, com efeito positivo na cultura do feijoeiro-comum. Em muitas evidências
recentes é reforçado o papel da matéria orgânica e da rotação de culturas. Por
exemplo, na literatura há relatos de aumento de produção de grãos quando o
feijoeiro-comum foi cultivado após as 60 Informações técnicas para o cultivo do
feijoeiro-comum na região central-brasileira. sequências milho/crotalária júncea e
milho/mucuna preta, ao passo que no cultivo após milho/milho, milho/guandu ou
milho/aveia preta não houve benefício algum em comparação ao solo em pousio
após o milho. Nesses casos é possível que as diferenças entre os efeitos das
culturas precedentes fossem diminuídas com a aplicação de doses mais elevadas
de nitrogênio, mas, não podem ser descartados outros efeitos benéficos da rotação
com leguminosas. O sistema semeadura direta pode ser uma opção interessante
para o cultivo do feijoeiro-comum pelos efeitos positivos de mais aporte de matéria
orgânica nas propriedades do solo e, em consequência, à cultura dessa leguminosa.
(BARBOSA, 2012)

5. Semeadura e/ou Plantio

Na implantação da lavoura, a primeira e fundamental etapa é a aquisição de semente


de procedência idônea e com garantia de qualidade, sendo livre de doenças e bom índice de
germinação. Antes da semeadura recomenda-se tratar as sementes com fungicidas e
inseticidas, para fins de proteção contra patógenos e insetos-pragas, na germinação,
emergência e na fase inicial de desenvolvimento da planta. Contudo, tais cuidados não
dispensam atenção especial na aquisição de sementes

A quantidade necessária de sementes é dependente do tamanho do grão da cultivar


utilizada (massa de 100 sementes), do espaçamento a ser adotado, do número de plantas por
metro e do seu poder germinativo. O valor exato pode ser facilmente obtido por meio da
seguinte fórmula: Q = D x P x 10 / PG x E em que: Q = quantidade de sementes, em kg/ha; D
= número de plantas por metro; P = massa de 100 sementes, em gramas; PG = poder
germinativo, em porcentagem (%); E = espaçamento entre fileiras, em metro Espaçamento
entre fileiras e densidade de semeadura No Estado de São Paulo, para os cultivares comuns,
com ciclo normal e hábitos de crescimento dos tipos III e IV são preferencialmente adotados
os espaçamentos de 50 cm a 60 cm entre linhas, procurando obter 10 plantas adultas por
metro na colheita. Para os cultivares com ciclo curto, de menor porte e hábitos de
crescimento do tipo I e II, admitem-se semeaduras com 40 cm a 50 cm entre linhas e 12 a 15
plantas por metro. Assim, o gasto de sementes pode ser variável entre 60 a 90 kg/há.

De forma geral, para lavouras comerciais de produção de grãos, recomenda se o


espaçamento de 40 a 50 cm entre fileiras, de modo que no final do ciclo, a cultura tenha de 8
a 10 plantas por metro. Dessa maneira, deve-se regular a semeadora para distribuição de 12 a
15 sementes por metro, considerando-se o poder germinativo, como garantia do estande
pretendido. O espaçamento é importante componente do sistema de produção do feijoeiro-
comum, particularmente quanto ao trânsito de máquinas e equipamentos.

Profundidade de semeadura
No sistema de sistema semeadura direta (SSD) deve-se atentar para a uniformidade na
distribuição das sementes na linha. A profundidade média de semeadura deverá ser de
aproximadamente 4 cm em solos de textura argilosa e úmidos e 6 cm naqueles de textura
arenosa, evitando-se semear muito profundamente para que não haja atraso nem estresse para
a emergência das plântulas, quando então, estaria mais sujeita à incidência de doenças e
pragas no solo.

Plantio

As sementes de feijão deverão ser plantadas no local definitivo, a uma profundidade


de 3 cm a 7 cm (3 ou 4 se o solo for pesado ou a uma profundidade maior se o solo for leve).
O espaçamento de plantio pode variar de acordo com a variedade a ser cultivada e com as
condições desse cultivo. O espaçamento padrão é de 40 a 60 cm entre as linhas e 7 a 10 cm
entre as plantas.

6. Tratos Culturais:

O principal trato cultural para a cultura do feijão está baseado no controle de


plantas daninhas, que podem ser definidas como qualquer espécie vegetal
crescendo em local não desejado e que, de alguma forma, interfere nas atividades
produtivas ensejadas pelo homem, a eliminação total das plantas daninhas sempre
é uma prática desejável, contudo, deve-se avaliar, caso a caso, a relação custo de
controle/benefício obtido. Utilizando-se diversas formas de manejo do ambiente e da
lavoura, é possível reduzir a incidência dessas plantas com a obtenção de controle
eficiente.

6.2. Capinas e limpezas do terreno. Principais inços ou plantas indicadoras espontâneas


e seu controle.

A combinação de técnicas (culturais, mecânicas, químicas, biológicas) pode


ser a maneira mais eficaz e econômica de manejo das plantas infestantes na cultura
do feijoeiro-comum. Em todos os casos deve-se sempre fazer uso de todas as
práticas preventivas possíveis, objetivando-se a diminuição do potencial de
infestação da área cultivada.

Quando o objetivo é reduzir as aplicações de herbicidas nas lavouras, visando


reduzir danos ambientais e principalmente os custos, recomenda-se aplicar o
conceito de manejo integrado de plantas daninhas, e somente utilizar os produtos
quando os danos causados pelas espécies daninhas justificam tal prática. Para isso
deve-se conhecer qual o potencial de competição tanto das plantas daninhas como
da cultura e também adotar os conceitos de nível de dano econômico e Períodos
Críticos (PC)

Controle de plantas invasoras (mato) A presença de mato no meio da lavoura


de feijão caupi, especialmente até os 30 dias após a emergência, atrasa o
desenvolvimento e favorece a ocorrência de pragas e doenças. Desta forma,
recomenda-se manter sempre a lavoura no limpo. a) Capina manual: esta operação
pode ser realizada com auxílio de enxadas e deve ser feita com bastante cuidado
para não causar danos às plantas. b) Capina com tração animal: devem ser
utilizados cultivadores movidos à tração animal entre as fileiras, devendo ser
complementada com enxada entre as plantas. c) Capinas motomecanizadas:
realizada com cultivadores movidos à tração mecânica (tratores ou microtratores).

Nível de Dano Econômico - NDE O conhecimento da capacidade de


interferência de plantas daninhas sobre as culturas permite a definição de
estratégias de controle de plantas daninhas com base no nível de dano econômico
(NDE), ou seja, a densidade destas cujas interferências sobre a cultura superará o
custo do controle. O NDE permite ao produtor aplicar herbicidas com ação em pós-
emergência somente quando for lucrativa a decisão para controle de plantas
daninhas em áreas agrícolas.

Períodos Críticos – PC Em princípio a cultura deve ser mantida no limpo


durante todo seu ciclo, mas pode haver a presença de plantas daninhas por um
determinado período inicial, sem que haja interferência na cultura, porque, de modo
geral, as plantas de feijoeiro-comum têm satisfatória capacidade competitiva inicial,
devido ao curto período de germinação de suas sementes e ao intenso e rápido
crescimento inicial das plântulas. Da semeadura até a emergência são necessários,
em média, quatro a cinco dias.

Evitar introdução de novas espécies na área cultivada, além de não permitir a


entrada de espécies já existentes. Especial atenção com espécies perenes, com
destaque para tiririca (Cyperus rotundus), capim colonião (P. maximum) e capim-
braquiária.

Com a correção do solo pode haver controle mais fácil de espécies


infestantes adaptadas aos solos ácidos, como o capim-barba-de-bode (Aristida
longiseta) e samambaia (Pteridium aquilinum).

7. MANEJO FITOSSANITÁRIO

7.1. Principais espécies fitófagas

7.1.1 Pragas de solo

Lagarta elasmo - Elasmopalpus lignosellus: acarreta grandes prejuízos às lavouras,


pois abre galerias na região do colo das plantas, causando murcha e morte, causando falhas
na lavoura. Os maiores danos são evidenciados logo após a germinação, podendo estender-se
por 30 a 40 dias. Sua ocorrência está condicionada a períodos de estiagem no início de
desenvolvimento da cultura, sendo que solos arenosos, assim como a presença de palhada
favorecem a praga. Nível de controle de 2 plantas murchas ou mortas metro linear. Controle
químico através do tratamento de semente com fipronil (pirazol) + piraclostrobina
(estrobilurina) + tiofanato-metílico. Controle cultural maior adensamento de plantio e
irrigação

Lagarta rosca - Agrotis ipsilon: O adulto é uma mariposa de cor marrom com algumas
manchas pretas. Já as asas posteriores são semitransparentes. A lagarta rosca fica junto à base
da planta, enterrada a poucos centímetros no solo, cortando as plântulas de feijão no início do
plantio, ocorrendo falhas no campo, o que reduz a produtividade da lavoura de feijão. Deve-
se entrar com controle quando se obtiver 2 plantas danificadas ou cortadas por m linear.
Controle comportamental com iscas com inseticidas: iscas atrativas preparadas pela mistura
de 3 L de melaço ou 1 kg de açúcar mais 25 kg de farelo de trigo ou soja e 1 kg de triclorfon.

7.1.2 Pragas das folhas


Mosca minadora - Liriomyza sp: A mosca minadora é pequena, medindo 2 mm de
tamanho, tem a cor preta com abdome amarelo. Já a sua larva é branca amarelada, sem
pernas, sendo que as larvas fazem galerias irregulares na face superior das folhas. A
destruição do parênquima foliar é considerado dano direto da mosca minadora, resultando em
redução da capacidade fotossintética e, consequentemente, queda na produtividade. Essa
praga é um problema até o florescimento do feijão. Nível de controle de 1 ou 2 larvas/folha
trifoliolada. Controle químico recomendado com pulverizações com triazofós, abamectina,
acefato, aldicarb, carbofuran. Controle biológico com Opius sp. (parasitóide).

Vaquinha - Diabrotica speciosa: Os adultos das vaquinhas causam desfolha durante


todo o ciclo da cultura, reduzindo a área fotossintética. Os danos mais significativos ocorrem
no estágio de plantas recém-emergidas, pois podem consumir as folhas novas, se ocorrer altas
populações de insetos e não houver área foliar disponível, causando a morte da planta. Nível
de controle estabelecido em 20 insetos/pano ou em 2 m lineares. O controle químico com
aplicações com betaciflutrina, imidacloprid, metamidofós, acefato, fenitrotion, terbufós,
esfenvalerato. Uso de iscas comportamentais com cucurbitáceas tratadas com cartap ou
carbaril (20 iscas/ha) estabelecem importante nível de controle. O controle biológico com
Celatoria bosqi (Tachinidae), Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae são eficientes. O
uso de caldas repelentes são eficientes, como exemplo podemos citar a calda de cal e cinza.

Cigarrinha verde - Empoasca kraemeri: Ocorre na maioria das regiões com


preferência por regiões quentes e secas. Safrinha possui maior ocorrência da praga. O inseto
praga suga a seiva na parte inferior das folhas, que apresentam sintomas de
encarquilhamento, secamento e amarelamento nas bordas e necrose nos pontos de injúria.
Nível de controle de 40 ninfas/pano de batida ou em 2 m lineares. Controle químico
recomendado com produtos à base de organofosforados, carbamatos ou neonicotinoides.
Controle biológico com Anagrus flaveolus, Aphelinoidea plutella (parasitóides de ovos),
Eriopis connexa (predador), Hirsutella guyana, Entomophaga australiensis e Zoophthora
radicans (fungos).

Ácaro rajado - Tetranychus urticae e Ácaro branco - Polyphagotarsonemus latus: o


ácaro rajado reduz a capacidade da planta em realizar fotossíntese porque as folhas vão
ficando amareladas, ocorrendo morte prematura das folhas, ocasionando pontuações claras
distribuídas pelo limbo, principalmente próximo às nervuras, diferentemente do ácaro branco,
que ataca as folhas do ponteiro do feijoeiro, deixando as folhas coriáceas e quebradiças.
Também pode atacar as vagens do feijão, deixando-as prateadas. Nível de controle com 6
plantas com sintomas amostrados a cada 2 metros lineares.

Mosca branca - Bemisia tabaci biótipo A e B: Está entre as principais espécies


fitófagas, onde suga a seiva das plantas e transmitem os vírus do mosaico dourado e do
mosaico anão (VMDF) para as plantas de feijão acarretando perdas variando de 40% a 100%
da produção, com efeito negativo sobre a qualidade de grãos e sementes de feijão. A mosca
branca também é o maior problema até o florescimento do feijoeiro, principalmente em época
de pouca chuva, coincidente em lavouras de safrinha. Nível de controle para mosca branca
não é determinado devido a severidade dos danos, sendo recomendada aplicação conforme
época de plantio.o controle químico através do tratamento de sementes com neonicotinóides e
pulverização com neonicotinóides, fosforados. A eliminação de plantas com sintomas de
viroses e rotação são importantes meios de controle cultural. Recomenda-se o uso de
variedades resistentes, como exemplo IAPAR MD-806, MD-808, IPR Eldorado. Para
controle biológico, o uso de insetos predadores como Cycloneda sanguinea, Eriopis connexa,
Chrysoperla sp e fungos Encarsia sp., Eretmocerus sp. (parasitóide), Paecilomyces
fumosoroseus e Verticillium lecanii se mostram eficientes.

Tripes - Thrips palmi: seus danos são decorrentes da alimentação das ninfas e adultos
nas folhas e flores, acarretando queda prematura dos botões florais e vagens. Atacam a face
inferior dos folíolos e a brotação nova. Provocam estrias esbranquiçadas e prateadas nas
flores; Dobramento de bordos - folhas ficam coriáceas e quebradiças. O nível de controle é de
100 tripes/ m linear ou 3 tripes/flor. O controle químico recomendado é com produtos à base
de neonicotinóides, imidacloprid, carbofuran, dimetoato, esfenvalerato, acefato, fenitrotion,
carbaril.

7.1.3 Pragas das hastes

Broca das axilas - Epinotia aporema: O ataque geralmente inicia-se pelas folhas da
parte superior da planta. As larvas penetram no caule através das axilas dos brotos terminais
do feijoeiro, forma uma galeria descendente, onde fica abrigada. Une as folhas com uma teia
e pode alimentar-se do caule ou dos ramos da planta, podendo causar sua quebra e favorecer
a entrada de doenças. No broto atacado, a larva pode alimentar-se do tecido foliar, causando o
desenvolvimento anormal ou a sua morte. O inseto também pode alimentar-se de flores e
vagens do feijoeiro.

7.1.4 Pragas das vagens

Lagarta das vagens - Thecla jebus: As lagartas apresentam coloração variável, sendo o
verde a cor predominante e são semelhantes às lesmas. Sua presença pode ser notada pelo
orifício irregular na vagem, diferindo das demais lagartas, em que os orifícios de penetração
são mais ou menos circulares. A penetração das larvas na vagem ocorre principalmente onde
esta se encontra em contato com folhas, ramos ou com outra vagem e é característico o
aparecimento de excrementos. Nível de controle é de 20 vagens atacadas por metro linear.
Controle químico recomendado é com pulverização com cloripirifós e carbaril.

Percevejo verde- Nezara viridula; Percevejo marrom - Euchistus heros: Os percevejos


possuem alta capacidade de causar danos e, mesmo em baixas populações, causam danos
significativos às vagens, alimentando-se diretamente dos grãos desde o início de formação de
vagens. Os grãos atacados ficam menores, enrugados, chochos e mais escuros. Além dos
danos diretos no produto final, os percevejos prejudicam também a qualidade das sementes,
reduzindo o poder germinativo. Nível de controle de 2 percevejos grandes por metro linear.
Rotações de cultura baixam a sua incidência

7.1.4 Pragas de grãos armazenados

Caruncho - Acanthoscelides obtectus: Durante o armazenamento dos grãos são muito


significativos economicamente; formando galerias nos interiores dos grãos. Em sementes
causam danos irreversíveis, pois causam galerias nas sementes, danificando o embrião.

Tabela 1: Níveis de controle para as principais pragas do feijoeiro


Fonte: adaptado, QUINTELA, 2001.

7.2. Principais fitopatógenos (fungos, bactérias, vírus, etc.) e seus tratamentos


preventivos e curativos;

Antracnose - Colletotrichum lindemuthianum: As lesões de antracnose podem atingir


toda a parte aérea da planta. A presença de áreas necrosadas nas nervuras é um sintoma bem
típico da doença. Nas folhas, as lesões, geralmente alongadas, de cor avermelhada ou
marrom-escura, ocorrem principalmente na face inferior e, em menor frequência, na superior.
Nas vagens as lesões de antracnose são deprimidas, circulares com a borda marrom mais
escura que o centro, que tem cor acinzentada ou rosada. O patógeno também é capaz de
infectar as sementes, provocando sintomas como a descoloração e a formação de lesões
escuras no tegumento ou mesmo nos cotilédones. O uso de sementes de cultivares resistentes,
sadias e certificadas ou submetidas a tratamento químico com fungicidas sistêmicos é a forma
mais eficiente para o controle dessa doença. Deve-se evitar trânsito na lavoura nas primeiras
horas do dia, em presença de orvalho. A rotação de culturas com gramíneas não hospedeiras,
como o milho, a eliminação de restos culturais e o cultivo em áreas não contaminadas são
importantes formas de manejo.

Mancha-angular - Pseudocercospora griseola: Os sintomas da doença estão presentes


nas folhas, caule e vagens. Nas folhas primárias, as lesões geralmente são circulares, de cor
marrom ou castanha. Já nas folhas trifolioladas, as lesões adquirem coloração cinza a
marrom-escuro, com halo amarelo ao redor, e são tipicamente angulares, delimitadas pelas
nervuras. O controle mais eficiente é a utilização de cultivares resistentes, porém o
desenvolvimento de novas cultivares resistentes à doença é dificultado pela alta variabilidade
patogênica. Recomenda-se cultivar BRS Sublime, com resistência à mancha-angular. Para o
manejo da doença com fungicidas, recomenda-se principalmente o uso de produtos com ação
protetora, como fungicidas na base de clorotalonil e mancozeb, e fungicidas sistêmicos
pertencentes às estrobilurinas (azoxystrobin, piraclostrobina) e triazóis (propiconazole,
difenoconazole). A rotação de culturas por até dois anos e a eliminação dos restos através de
aração profunda, são medidas eficientes, uma vez que o patógeno sobrevive nos restos
culturais por longo período de tempo.

Mancha de alternária - Alternaria alternata e A. Tenuis: Inicialmente, pequenas


pontuações irregulares aquosas nas folhas e vagens verdes, de coloração marrom-
avermelhada, com bordo marrom-escuro. À medida que as manchas aumentam, apresentam
formas circulares com anéis concêntricos dentro da área afetada e no centro, com o tecido
morto podendo cair, dando aspecto perfurado. Nas vagens os locais afetados podem unir-se
formando riscos e listras. As sementes infectadas apresentam coloração cinza e riscas
marrons. Num estado avançado da doença e sob condições de alta umidade, as plantas
adquirem coloração marrom ou negra. Aumento do espaço de semeadura na linha e nas
entrelinhas para facilitar a circulação do vento e remover o excesso de umidade, além do uso
de cultivares resistentes e o tratamento químico das sementes.

Crestamento-bacteriano-comum - Xanthomonas phaseoli pv. phaseoli: Na infecção


provocam sintomas similares na parte aérea das plantas de feijoeiro, atingindo caules, folhas,
vagens e sementes. Inicialmente, observa-se a presença de anasarca. Com a evolução dos
sintomas, as lesões aumentam e coalescem. Em lesões mais velhas, as quais tomam boa parte
das folhas, o centro necrótico e o halo amarelo ficam mais evidentes, caracterizando o
sintoma típico de crestamento-foliar, levando à queda prematura das folhas sintomáticas ou
mesmo retenção das folhas secas. Nas vagens, o início dos sintomas também é com a
anasarca dos tecidos, porém a evolução destes formam lesões circulares com colorações
escuras, avermelhadas e levemente deprimidas. O método mais eficiente é o controle
genético, com a utilização de cultivares resistentes como BRS Notável, BRS Esplendor e
BRSMG Realce. A aplicação de produtos cúpricos pode ser feita com o objetivo de retardar o
aparecimento de sintomas na lavoura.

Podridão-cinzenta do caule - Macrophomina phaseolina: As plântulas são


contaminadas durante estresse hídrico por sementes infectadas ou pelos microescleródios
existentes no solo. São formados cancros pretos deprimidos, com margens bem definidas, os
quais podem rodear completamente o caule. Acima da lesão, a plântula amarelece e murcha,
podendo quebrar-se na altura da lesão. O manejo inclui o plantio de sementes sadias e
tratadas, além de práticas culturais que conservem a umidade (sem excesso) e favoreçam o
enraizamento profundo no solo

8. Colheita

Para evitar perdas e obter produtos de boa qualidade, o feijão deve ser colhido,
preferencialmente, logo após as sementes alcançarem a maturação fisiológica, o que
corresponde ao estádio de desenvolvimento em que as plantas estão com folhas amarelas,
com as vagens mais velhas secas e com as sementes na sua capacidade máxima de
desenvolvimento.

O retardamento da colheita do feijão, deixando-o por um longo período no campo


após a maturação, provoca perdas de sementes pela deiscência (abertura) natural das vagens
ou pela operação do arranquio ou de ceifa das plantas, principalmente em regiões de clima
quente e seco.

Diversos métodos são usados na colheita do feijoeiro, os quais variam em função do


sistema de cultivo, do tipo de planta e do tamanho da lavoura. Com o surgimento de grandes
lavouras em monocultivo, a colheita tem sido feita por diversos processos: semimecanizado
(arranquio manual das plantas e trilhamento com recolhedora trilhadora); mecanizado
indireto em duas operações (ceifamento das plantas com ceifadora e trilhamento com
recolhedora trilhadora) e mecanizado direto em uma operação com colhedora automotriz
apropriada.
9. COMERCIALIZAÇÃO

São vários os fatores que afetam a comercialização do feijão, dentre eles estão a
coloração, a espécie, condições de armazenamento, sanidade, oferta vs. demanda, preferência
alimentar, condições climáticas, transporte, distribuição entre outros.

9.1 Mercado Mundial do feijão

Pensando em um cenário mundial, o feijão compreendendo todas suas espécies são


consumidos em centenas de países (DURIGON et al., 2015).

Os principais produtores de feijão a nível mundial são: Mianmar, Índia, Brasil, China,
México, Tanzânia, EUA, Quênia, Uganda e Ruanda, onde os principais importadores são:
Índia, China, Bangadesh, EUA, Egito. Onde os custos da produção estão interligados aos
preços dos insumos como: sementes, pulverização de controle de pragas e doenças, mão de
obra e das políticas agrícolas de comercialização (COELHO; XIMENES, 2020).

9.2 Mercado Nacional do feijão

O Brasil ocupa o terceiro lugar na produção de feijão, segundo Coelho e Ximenes


(2020), porém não possuindo grandes excedentes exportáveis. O isolamento social devido a
Pandemia do Covid 19 aumentou o consumo, fazendo diminuir a oferta e consequentemente
aumentou os preços de março a maio de 2020.

A região que mais produziu na safra de 20/21 de acordo com os dados do Ministério
da Economia (2020) é a região Nordeste, apesar da baixa produtividade por hectare, possui a
maior área de produção. A região Sul é a segunda maior produtora, seguida da Sudeste e
posteriormente da região Centro Oeste, conforme a Tabela 1.

Fonte: Ministério da Economia, 2020.


Em relação a comercialização do nos anos de 2019 e 2020 houve uma pequena alta
na exportação e também houve uma queda das importações, podendo estar associado aos
efeitos da pandemia global, aumento do valor do dólar e desvalorização do real, chegando ao
total de US $53 milhões de superávit, conforme a tabela 2.

Fonte: Coelho; Ximenes, 2020.

Os principais países que exportam no Brasil são Vietnã, Índia, Paquistão, Tailândia,
Egito, entre outros. (COELHO; XIMENES, 2020).

10. CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS
VOYSEST, Oswaldo. Mejoramiento genético del frijol (Phaseolus vulgaris L.): legado de
variedades de América Latina 1930-1999. Ciat, 2000. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?
hl=ptBR&lr=&id=VzxXI2TL9YcC&oi=fnd&pg=PA1&dq=Mejoramiento+genetico+del+frij
ol+(Phaseolus+vulgaris)+legado+de+variedades+de+Am
%C3%A9rica+Latina+(19301999).&ots=1m0W03r9aU&sig=RuNNEMmZX9mpMRWG3e
EzklTHikU&redir_esc=y#v=onepage&q=Mejoramiento%20genetico%20del%20frijol
%20(Phaseolus%20vulgaris)%20legado%20de%20variedades%20de%20Am%C3%A9rica
%20Latina%20(19301999).&f=false. Acesso em: 20 de agosto de 2021.

BARBOSA, Flávia Rabelo; GONZAGA, AC de O. Informações técnicas para o cultivo do


feijoeiro-comum na Região Central-Brasileira: 2012-2014. Embrapa Arroz e Feijão
Documentos (INFOTECA-E), 2012. Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/926285/1/seriedocumentos272.pdf.
Acesso em: 20 de agosto de 2021.

VIEIRA, C.; JÚNIOR, T. J. P.; BORÉM, A. Feijão. 2 ed. Viçosa: UFV - Universidade
Federal de Viçosa, 2006. 600p. disponível em:
http://www.bdpa.cnptia.embrapa.br/consulta/busca?
b=ad&id=988032&biblioteca=vazio&busca=autoria:%22VIEIRA,%20C
%22&qFacets=autoria:%22VIEIRA,%20C%22&sort=&paginacao=t&paginaAtual=8.
Acesso em: 20 de agosto de 2021.

DOURADO NETO, D.; FANCELLI, A. L. Produção de feijão. Guaíba: Agropecuária,


2000, 385 p. Disponível em: https://repositorio.usp.br/item/001078275. Acesso em: 20 de
agosto de 2021.

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Perfil do feijão no Brasil.


Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/feijao/saiba-mais. Acesso em:
20 de agosto de 2021.

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