Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Culturas anuais 2
Nova Andradina-MS
Junho/2022
Introdução
No contexto atual de produção agrícola no Brasil cada vez há mais demandas por
cultivares altamente produtivas que apresentem ampla aceitação comercial e produzam
produtos de excelente qualidade. A aveia branca (Avena sativa L.) tem assumido grande
importância como cultura alternativa de inverno em uma ampla área de cultivo no Brasil
principalmente nos estados do Sul.
As crotalária são utilizadas como adubos verdes desde muito tempo tendo um papel
de grande destaque além de proporcionar ótima produção de biomassa e garantir a eficiência
da utilização de fertilizantes nitrogenados devido a simbiose com bactérias fixadoras de N2
atmosférico, ajudam também a melhorar a qualidade do solo que está relacionada com o
aumento do teor de material orgânico e maior disponibilidade de nutrientes (SILVA et al.,
2017). As crotalárias estão ligadas a alelopatia de plantas daninhas e o efeito antagônico a
espécies de nematoides no solo por meio de substâncias como a monocrotalina, que é uma
excelente alternativa para manejo de pragas (WANG et al., 2002).
Preparo de solo
Para darmos início no desenvolvimento da aveia na área foi fornecido a análise de solo
(Figura 1)
Iniciamos os preparos com a capina manual, retirando toda a matéria orgânica, pragas e
touceiras. Após retirado, foi realizado o revolvimento do solo, para aplicação de NPK a lanço
e feito, incorporou o adubo no solo.
A correção da acidez do solo deve ser feita quando necessário com calagem. É aconselhável
realizar esta operação antes da cultura de verão, não sendo recomendável utilizar mais de 4 t
ha ano de calcário (Figura 2).
O preparo do solo pode ser o convencional que em geral consiste de uma aração seguida de
uma ou duas gradagens, aplicando-se a metade da dose recomendada de calcário antes da
aração ou gradagem. Pode ser utilizado também o plantio direto que consiste na eliminação
dos sulcos de erosão, manutenção ou implantação do sistema de terraços, correção da acidez
e da fertilidade do solo, rotação de culturas com espécies que produzam no mínimo 6 t ha ano
de matéria seca (Torrado e Aloisi, 1984), controle de plantas daninhas antes da semeadura e
uso de semeadora adequada para introduzir as sementes no solo através da palha (Figura 3).
Figura 3- Representando o plantio direto sobre palhada Fonte: Embrapa
CONSÓRCIO DE CULTURAS
O consórcio de plantas é um sistema de cultivo onde mais de uma espécie pode ser
cultivada junta no mesmo período. O consórcio de culturas é caracterizado pela maximização
de espaço mediante o cultivo simultâneo, num mesmo local, de duas ou mais espécies com
diferentes características quanto à sua arquitetura vegetal, hábitos de crescimento e fisiologia.
As plantas podem ser semeadas ou plantadas ao mesmo tempo ou terem época de
implantação levemente defasada, mas compartilham dos mesmos recursos ambientais durante
grande parte de seus ciclos de vida, fato que leva a forte interatividade entre as espécies
consorciadas e entre elas e o ambiente.
Essa técnica é extremamente interessante especialmente quando se quer maximizar o
aproveitamento da água disponível no solo ou do período chuvoso, tornando-se fundamental
em regiões do Brasil onde, ao longo do ano, ocorrem duas épocas bem distintas, uma chuvosa
e outra seca. Compondo o Sistema Plantio Direto (SPD), a consorciação de culturas, além de
proporcionar uma série de outros benefícios, como o auxílio no controle de plantas daninhas,
promove excelente cobertura viva e morta do solo, durante o maior período de tempo
possível (EMBRAPA, 2018).
No sistema de consórcio de plantas podemos citar a crotalária como uma das
principais culturas para se rotacionar, pois a mesma tem inúmeros benefícios e retornos para a
cultura principal e também para o solo, sendo assim podemos citar algumas espécies que
foram utilizadas e seus benefícios.
O cultivo de crotalárias é uma técnica de adubação verde e apresenta efeitos positivos
desde o primeiro plantio, mas a situação melhora ainda mais em longo prazo. A eficiência no
controle será maior se o produtor for repetido anualmente o preparo do solo com crotalárias
nas janelas da safra e fazendo essa rotação. O cultivo de crotalária pode ser feito antes da
safra de verão, na segunda safra e em consórcio com algumas culturas, como milho, milheto e
braquiária (SEMAGRO, 2016).
No caso de solos inférteis e degradados, a recomendação é cultivar a
Crotalária-ochroleuca. Essa espécie também é usada após o cultivo de soja, com áreas em
infestação mista por nematóides de cisto, galhas e lesões. Segundo a Sementes Piraí, essa
crotalária é recomendada para quem busca a recuperação da capacidade produtiva do solo.
Promete excelente fixação biológica de nitrogênio atmosférico e uma ótima produção de
massa verde. A Crotalária-ochroleuca também é uma opção de adubo verde para culturas de
hortaliças, grãos com rotação entre as crotalárias, algodão, tabaco e cana-de-açúcar, além de
culturas irrigadas (SEMAGRO, 2016).
No caso da cana-de-açúcar, a espécie recomendada é a Crotalária-juncea Segundo a
empresa de sementes, seus resultados são apresentados em menor tempo e sua produção de
biomassa é conferida em maior quantidade. Os benefícios da Crotalária-juncea também
podem ser notados no controle de nematoides do tipo Meloidogyne e na proteção do solo
contra a erosão.
Os produtores que cultivam crotalária devem tomar cuidado para que os animais da fazenda
não comam as plantas (SEMAGRO, 2016).
Ações executadas
● Limpeza da área: Durante o preparo da área foram retiradas plantas daninhas tais
como trapoeraba, capim carrapicho e tiririca, essa limpeza foi executada com enxadas
e carriolas para transporte.
● Preparo da área: Após a limpeza foi feito o nivelamento da área com enxadas e
rastelos retirando algumas plantas que não foram retiradas no início;
● Adubação: feito o nivelamento da área iniciamos a adubação que foi efetuada a lanço,
aplicando a quantidade de 00kg na área, o adubo usado tem a formulação 00-00-00.
● Plantio: As sementes foram tratadas com XXXX e ficaram em repouso durante X
horas para a secagem, durante o plantio foram utilizadas 60 sementes por metro
linear;
● Tratos: Depois de 25 dias foi feita a adubação de cobertura e retiradas de plantas
invasoras;
● Tratos: Com 40 dias efetuamos novamente a retirada de plantas invasoras e o plantio
da crotalária;
● Tratos: Com 50 dias efetuamos a aplicação de Engeo Pleno para controle de pragas
como o Percevejo Barriga verde e Coró;
● Tratos: Após a crotalária emergir e alcançar o estádio V3, efetuamos novamente a
retirada das plantas daninhas e a cobertura com palhada;
● Irrigação: Durante todo o período de cultivo executamos a irrigação através de
mangueiras perfuradas para suprir a necessidade hídrica da cultura;
Dificuldades encontradas
O controle das plantas invasoras foi feito de forma manual através da capina com
enxadas até o plantio e emergência da crotalária para então aplicar palhada na área e assim
diminuir a incidência de luz e controlar as plantas daninhas fotoblásticas positivas que são a
maioria na área. Não foi feita aplicação de herbicidas, pois não há produtos registrados para a
aveia, mesmo que nosso cultivo seja para a melhoria da estrutura do solo através da rotação
de culturas.
Para o controle dos insetos foi aplicado Engeo Pleno S (Syngenta®)para o controle
dos Percevejos, que são a maioria e de difícil controle, pois como a soja plantada em uma
área próxima foi abandonada e não foi feito o controle de pragas, entre elas os Percevejos que
migraram para outras áreas em busca de alimento e atacaram nossa área.
Referências:
ARAÚJO, A.P. & ALMEIDA, D.L. Adubação verde associada a fosfato de rocha na cultura
do milho. Pesq. Agropecuária Brasileira, v.28, p.245-251, 1993.
FERREIRA FILHO, A.W.P. et al. Aveia Avena sativa L. In: ______. Instruções agrícolas para
as principais culturas econômicas. 6.ed. Campinas : Instituto Agronômico. 1998. p.33.
(Boletim 200).
GREGORY, P. Plant roots: graw activity and intesaction with soils. Ed. Blackwell Publishing
Ltd. Garsigton Road, Oxford p. 340, 2006.
HAMZA, M. A.; ANDERSON, W.K. Soil compaction in cropping system: A rewieu of the
nature, causes and possible solutions, Soil Tillage Reasearch, 2015.
RALISCH, R.; ALMEIDA, E.; SILVA, A. P.; PEREIRA NETO, O. C.; GUIMARÃES, M. F.
Morphostructural characterization of soil conventionally tilled with mechanized and animal
traction whit and wilhout cover crop. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 34, n 6 p.
1795-1802, 2010