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Módulo: Avaliação do Estado de Saúde do

Individuo- S3

A entrevista, o exame físico e os


métodos propedêuticos

Profa. Maria Socorro Carneiro Linhares


2019.2
ANAMNESE
• Origem da palavra:
Do Gr. anámnesis, lembrança

• Conceito:
Entrevista com o paciente que tem como objetivo
colher informações acerca do mesmo, estabelecer
com ele uma relação de confiança e apoio e fornecer
informações e orientações.
HISTÓRICO DO PACIENTE
• 1ª etapa para a identificação do problema (diagnóstico
de enfermagem);
• Envolve uma coleta de dados organizados de modo a
favorecer o pensamento crítico do enfermeiro, baseado
em:
-Conhecimento científico
-Experiência
-Valores éticos
-Habilidades e atitudes
-Criatividade
-Compaixão
-Critérios para avaliação
COMO OBTER O HISTORICO DE ENFERMAGEM

1.Informações de identificação
sociodemográficos;
2. Queixa atual ( fisiologia,
anatomia, psicologia,
História da •Antecedentes pessoais e familiar
Saúde/entrevista •Levantar os aspectos culturais e
psicossociais, estilo de vida,
Etapas do hábitos, família e cultura
Histórico de
Enfermagem

Avaliação Técnicas da semiótica- Sinais


Física/Exame Vitais, Métodos propedêuticos
físico
Histórico de Enfermagem
Entrevista

• Enfermeiro se prepara
• Aparência
• Estabelece relação enfermeiro- paciente
• Expressões subjetivas
Aspectos da entrevista
1.Identificação
•Nome
•Idade
•Sexo
•Raça
•Estado civil
•Grau de instrução
•Ocupação
•Procedência
Anamnese
• Identificação (Ex.):
M.P.H., 66 anos, branca, casada,
secretária aposentada, natural e
procedente de Reriutaba.
Anamnese
#Importante:
Relatar a fonte da história na identificação.
Aspectos da entrevista
2.Informações sobre a doença atual e
tratamento
•Queixa atual. Motivo da procura do serviço de
saúde;
•Situar o quadro patológico com fatores
ambientais, sociais, características pessoais,
comportamentos e hábitos que contribuem para
surgimento ou agravamento da doença.
Aspectos da entrevista
2.Informações sobre a doença atual e
tratamento
Os sintomas que forem mais relevantes devem
incluir a descrição de:
# Localização
# Qualidade
# Intensidade
# Início
# Duração e Freqüência
# Situações em que aparecem, se agravam ou
se atenuam
# Sintomas associados
(os sete atributos da dor)
Aspectos da entrevista
Atenção! Observar sinais emitidos pelo
paciente para determinar e avaliar a dor:
•Respostas fisiológicas: sinais vitais, náuseas, respiração,
coloração.
• Respostas comportamentais: postura, expressão facial e
verbal.
•Respostas afetivas : ansiedade e depressão.
(Ex.): Dor em quadril e membros
inferiores
há 1 mês;
dolente e contínua;
moderada a forte intensidade;
sem fator desencadeante;
alívio parcial com analgésicos;
sem alívio noturno;
progressiva.
(Ex.): Dor cervical

início há dois meses;


dolente e contínua;
leve a moderada intensidade;
sem fator desencadeante;
alívio com analgésicos simples;
sem alívio noturno;
progressiva.
Ex: Dor abdominal:

localização em hipocôndrio direito;


início há 1 mês;
dolente e contínua;
moderada a forte intensidade;
sem fator desencadeante;
alívio parcial com analgésicos;
progressiva.
Aspectos da entrevista
3.Antecedentes pessoais
•morbidades,
•alergias,
•uso de medicamentos,
•vícios,
•hábitos,
•nutrição,
•sono/repouso,
•imunização,
•eliminações
•Religião
• Morbidades (Ex.):
HAS em tratamento
Hidroclorotiazida 25 mg qid;
Atenolol 100 mg qid;
Em uso de AAS 100 mg qid.
Apendicectomia aos 14 anos.
Internação prévia por perda de consciência (sic).
História hemorragia retiniana (sic).
Nega alergias.
• Hábitos:
- Tabagismo (caracterizar)
- Uso de álcool (caracterizar)
- Uso de drogas ilícitas
- Atividade física
- Alimentação
• Hábitos (Ex.):
Tabagismo – 30 anos / maço
Nega consumo de bebida alcoólica.
Nega drogadição.
Aspectos da entrevista
4.Antecedentes familiares
•Doenças congênitas, hereditárias, crônicas e
contagiosas.
• História Familiar:
- Estado de saúde ou causa de morte dos avós, pais,
tios, irmãos e filhos, e a idade que tinham quando
morreram.
- Pesquisar especialmente sobre doenças
cardiovasculares (morte súbita, angina e infarto do
miocárdio, acidente vascular cerebral) , diabetes,
hipertensão arterial, hipercolesterolemia, câncer e
tuberculose.
• História Familiar (Ex.):
Pai falecido aos 82 anos por IAM (sic).
Mãe falecida por AVE (sic).
Irmão falecido aos 36 anos, hemofílico.
Demais hígidos.
Aspectos da entrevista
5.Aspectos psicossociais*
•Interação social, apoio espiritual, suporte
financeiro, conhecimento sobre o problema de
saúde, autocuidado e mudanças percebidas no
humor ou nos sentimentos após o conhecimento
sobre a situação de saúde.

* Dados levantados depois do exame físico(Última parte do histórico de


enfermagem).
Anamnese
• Revisão de Sistemas:
Última parte da história clínica.
Consiste na realização de uma série de
perguntas sobre sintomas específicos ligados
aos diversos aparelhos, sistemas e regiões do
corpo.
Anamnese
• Revisão de principais sistemas:
- Sintomas gerais e constitucionais - Sint. cardíacos
- Pele - TGI
- Cabeça - TU
- Olhos - Sint. genitais
- Ouvidos - Sint. Vascul. Perif.
- Nariz e seios paranasais - Sint. musculoesq
- Garganta e boca - Sistema nervoso
- Pescoço - Problemas hemat.
- Mamas (mulher) - Problemas endócr
- Sint. Respiratórios - Dist. Psiq.
Anamnese
• Revisão de sistemas:
– Emagrecimento (66  55 kg em 3–4 meses);
– Anorexia;
– Dispnéia aos médios / grandes esforços;
– Tosse seca eventualmente produtiva;
– Constipação de longa data;
– Soluço de início recente.
Exame Físico

• Inclui a mensuração dos sinais vitais e outras


medidas como perímetros, peso e altura,
circunferência abdominal ,além da análise da
minuciosa de segmentos corporais por meio da
inspeção, palpação, percussão e ausculta, a fim
de detectar problemas de enfermagem.
• Para executar o exame físico costuma-se usar
algumas posições para o paciente e alguns
instrumentos ou aparelhos para a obtenção de
dados
Normas Gerais para Realização do
Exame Físico
• Explicar ao paciente o que vai fazer
• Solicitar colaboração do paciente
• Iluminação adequada
• Respeito a privacidade do paciente/cliente
• Explicar os procedimentos necessários
• Realizar exame no sentido céfalo-caudal
• Mãos do examinador aquecidas e unhas cortadas
• Paciente relaxado e confortável
• Órgãos pares (olhos, ouvidos, mamas e outros) iniciar exame
pelo não-afetado
• Monitorar a expressão facial do paciente
• Evitar interrupções e/ou interferências
• Evitar comentários e expressões acerca de problemas
encontrados
Instrumentos e aparelhos utilizados
Instrumentos e aparelhos utilizados
Lente Peso superior

Peso inferior
Otoscópio

Cabo
Suporte
Barra de
Bateria/
altura/estadiometro
pilhas
Espéculos
Aparelho de pressão
Estetoscópio

campânula
Olivas Hastes

Diafragma
Tubo de plástico ou
mangueira
Aparelho de pressão
Esfigmomanômetro
Manômetro em
aneróide
Manguito Medidor em
agulha Coluna de
mercúrio
Bulbo de
pressão

Manguito

Bulbo de
pressão
Considerações do exame físico nas
diferentes faixas etárias
EXAME FÍSICO

• Antes de iniciar o exame físico, é necessário:


 Estabelecer uma boa relação com o cliente;

https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiLhJeb55_gAhVxErkGHeTQBb8QjRx6BAgBEAU&url=
http%3A%2F%2Fraciocinioclinico.com.br%2Fblog%2Fdiversos%2Frelacao-medico-paciente-medico-autoritario-paciente-
dificil%2Fattachment%2Frelacao-medico-paciente-1%2F&psig=AOvVaw1c26EjbQG3O86Mxq_AIDX2&ust=1549291574686314
EXAME FÍSICO

• Antes de iniciar o exame físico, é necessário:


 Proporcionar um ambiente tranquilo

http://conexao.segurosunimed.com.br/graph/images/4e26b136-c3d3-4e20-a35c-aa33aa7085e8/jpg
EXAME FÍSICO

• Antes de iniciar o exame físico, é necessário:


 Manter postura e apresentação pessoal do enfermeiro;

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EXAME FÍSICO

• Antes de iniciar o exame físico, é necessário:


 Demonstrar respeito e confiança;

https://www.iped.com.br/_upload/content/2015/09/07/importancia-cuidados-pos-operatorios.jpg
EXAME FÍSICO

• Antes de iniciar o exame físico, é necessário:


 Lavar as mãos.
EXAME FÍSICO
PELE, CABELO E UNHAS

CABEÇA E PESCOÇO Boca, olhos, nariz


e ouvidos

TÓRAX E ABDOME Cardíaca e pulmonar

MEMBROS Musculosesqueléticos
TÉCNICA BÁSICA PARA O
EXAME FÍSICO

• Compreende:
– inspeção,
– palpação,
– percussão e
– ausculta.
• O examinador emprega os seus sentidos:
– visão,
– tato, e
– Audição e o olfato
Inspeção

• Procedimento baseado no sentido da visão para


averiguar ou inspecionar o aspecto, cor, tamanho,
forma e o movimento de diversos segmentos
corporais, identificando condições clínicas visíveis a
olho nu,
– Exemplos: lesões cutâneas, abaulamentos, retrações,
pulsações, cateteres, sonda etc.
Inspeção

• O que vemos na Inspeção?


INSPEÇÃO
• Podendo ser:
– Estática –
Com o paciente em repouso.

– Dinâmica – Observação dos


movimentos corporais do paciente
e as alterações decorrentes dos mesmos.
Semiotécnica na Inspeção
– Iluminação adequada, para observar cavidades é
importante que se utilize lanterna;
– Fazer uma inspeção completa e sistemática de cada parte
do corpo.
– Atenção para a região de maior queixa podendo ser
observado o estado aparente de saúde,
• nível de consciência,
• estado nutricional e de hidratação,
• estatura, postura,
• atividade motora,
• cor da pele,
• higiene pessoal,
• humor e tipo de fala.
Semiotécnica
– Respeitar a privacidade do paciente.
– Inspecionar cada área quanto a tamanho, forma, cor,
simetria, posição e presença de qualquer anormalidade.
– Comparar cada área com a mesma área do lado oposto.
– Dar atenção aos detalhes.
– Inspecionar é uma habilidade visual, mas o examinador deve
incluir a olfação.
Semiotécnica
As maneiras de realizar inspeção podem ser:
– Frontal – É como se designa a técnica de olhar frente a frente a
região a ser examinada.

– Tangencial – Observa-se tangencialmente. É importante para


pesquisar movimentos mínimos na superfície corporal:
pulsações, abaulamentos, retrações e ondulações. (BARROS,
2003)
ATENÇÃO!
Deve-se aprender a fazer várias observações
simultâneas a palpação, percussão e
ausculta, percebendo sinais precoce de
anormalidades.
Conhecer as características físicas normais de
clientes de todas as idades , antes de tentar
perceber achados anormais. A prática ajuda a
enfermeira a reconhecer as variações normais
do cliente. É necessário experiência para
distinguir achados normais.
Palpação
• Baseado no tato e na pressão, especificamente, no toque sobre
as superfícies dos segmentos corporais confirmando dados da
inspeção e permitindo novos indícios como:
• modificações na textura,
• volume,
• forma,
• espessura,
• consistência,
• flutuações,
• frêmitos,
• sensibilidade tátil e dolorosa,
• elasticidade,
• temperatura,
• localização de órgãos,
• presença de edemas, massas,
• resistência muscular, mobilidade.
Palpação
• A palpação pode ser:
– superficial – superfície corporal
Para determinar as variações em uma superfície (textura,
sensibilidade, temperatura, pulsações...).
Deprima 1 cm com a polpa dos dedos.

– profunda – órgãos internos.


Sentir órgãos e massas internas.
Deprima 4 cm com a polpa dos
dedos
Semiotécnica
O examinador deve preocupar-se em:
 Estar com as mãos lavadas a cada exame;
 Aquecer as mãos;
 Ter unhas cortadas e tratadas, num tamanho que não
machuque o cliente.
 Certificar-se que o paciente esteja relaxado e em posição
confortável, para evitar tensão muscular, isto pode influenciar
nos achados da palpação.
 Fazer o paciente relaxar lenta e profundamente.
 Palpar área sensível por último.
 Fazer o paciente apontar áreas sensíveis e observar sinais não
verbais de desconforto.
 Fazer sempre a palpação superficial antes da profunda.
 Aplicar pressão de forma lenta, suave e intencional.
 A sensação de tato é mais preservada com pressão leve e
intermitente.
Tipos de Palpação
 Mão em garra: Com os dedos de uma ou ambas mãos levemente
fletida e unidas, palpam-se gânglios da região submandibular e o
pulso pomplíteo.

 Mãos Espalmadas: Com toda a palma de uma mão ou ambas as


mãos, uma ao lado do outra, sobre a região a ser palpada, como no
caso da palpação da parede torácica anterior para a expansibilidade
pulmonar, usando apenas as polpas digitais e a parte ventral dos
dedos (abdomem).
• Dedos em Pinça: Formada pelo polegar e indicados de uma das
mãos (prega cutânea).

• Digito-pressão: Comprime-se uma área com a polpa do polegar ou


indicador, como na avaliação da dor, líquidos teciduais e circulação
periférica.
• Dorso das Mãos: Para avaliar a temperatura da
pele.
Bimanual: Uma das
mãos é usada para
aproximar a estrutura a
ser examinada e a
outra realiza a palpação
dos rins com o paciente
em decúbito dorsal.
• Fricção com Algodão: Roçar suavemente uma mecha
de algodão na pele para verificar reação de
sensibilidade tátil.
• Puntipressão: Utilização de um objeto pontiagudo,
não cortante, em um ponto para avaliar sensibilidade
dolorosa.
Percussão
• A percussão consiste na utilização do tato e da
audição, para provocar e ouvir os sons resultantes de
golpes leves, planejados, articulados e direcionados
para delimitar órgãos, detectar coleções de líquidos
ou ar e perceber formações fibrosas teciduais. Esta
confirma anormalidades avaliadas pela palpação e
ausculta. (MARIA, 2003).
• O som gerado da percussão tem características
próprias quanto a intensidade, timbre e tonalidade,
refletindo a densidade da superfície subjacente
(POSSO, 2004).
Uma definição mais simples PARA
Percussão
• Consiste em “bater” em uma parte do corpo para
identificar sensibilidade ou sons que variam com a
densidade das estruturas adjacentes.
• Realização de pequenos golpes em determinada
superfície do organismo
Percussão
• A posição adotada pelo examinador geralmente é em
pé, procurando ficar o mais confortável possível, e o
treino de reconhecimento dos sons é condição
importante.
TÉCNICAS RELATADAS PARA PERCUSSÃO

 Percussão direta: golpeando-se com as


pontas dos dedos a região-alvo (dedos
fletidos – martelo);

 A mão que golpeia entra em contato direto


com a parede do um som. corpo, produzindo

 Utilizada na percussão do tórax do lactente e


das regiões sinusais do adulto
TÉCNICAS RELATADAS PARA PERCUSSÃO

 Percussão indireta: envolve o uso


das duas mãos

Digito-digital - Golpeando-se com


dedo a borda ungueal ou a
superfície dorsal médio da ou
Se na segunda indicador
encontra região de falange do
dedo da outra mão, que
espalmada interesse;

TÉCNICAS RELATADAS PARA PERCUSSÃO
Punho-percussão
Mantendo-se a mão com a
região fechada, golpeia-se
borda cubital a estudada.

Utilizada para verificar a


ocorrência dolorosa.
SONS ENCONTRADOS
 Maciço: Regiões sólidas, desprovidas de ar (baço, fígado,
rins) este som transmite a sensação de dureza e
resistência. Ex. Golpear o tampo de uma mesa.
 Submaciço: Regiões relativamente densa, com
quantidade restrita de ar como a região de transição
entre o parênquima pulmonar e um órgão sólido, nos
caso de infecção de um lobo pulmonar.
 Timpânico: É o de cavidades fechadas que contêm ar,
com o estômago. Transmitindo em sensação de
elasticidade. Ex. Golpear uma caixa vazia, tambor ou a
bochecha cheia de ar.
 Claro pulmonar: Obtém-se percutindo especificamente a
área pulmonar. Ex. Percutir isopô ou um livro grosso
sobre a mesa.
TÉCNICAS RELATADAS PARA PERCUSSÃO
 Percussão com a Borda da Mão: É feita aplicando
golpes com a face cubital da mão, dedos estendidos e
unidos, na região desejada. Ex.: Nos rins em busca de
sensações dolorosas.
TÉCNICAS RELATADAS PARA PERCUSSÃO
Percussão por Piparote:
O examinador com uma das mãos
espalmadas, pressiona a região
lateral do abdome e com a outra
golpeará a região contralateral com
o indicador, dando piparotes ( gesto
de distender com força o dedo
médio, antes dobrado e apoiado
sobre o polegar, para dar uma
pequena pancada no abdome).
Observa se há onda de líquido em
direção ao lado que esta
sustentado pela mão espalmada.
Utilizada na pesquisa de ascite.
SONS OBTIDOS NA PERCUSSÃO

Ressonância Macicez
(músculo e osso)

Ressonância Submacicez
(cardíaca)

Submacicez
(fígado) Timpanismo
(estômago)

ANTERIOR
POSTERIOR

Ressonância

Macicez
(escápula)

Ressonância

Submacicez
Submacicez (fígado)
(visceral)
Ausculta

• É um procedimento que consiste na utilização do


sentido da audição para ouvir sons ou ruídos
produzidos pelos órgãos, que são decorrentes da
vibração das suas estruturas na superfície corporal.

• A ausculta pode ser:


– direta – aproximando o ouvido do examinador
com a área a ser auscultada
– indireta - com auxílio do estetoscópio.
Ausculta

• Função: avaliar

*Ruídos respiratórios;
*Ruídos do trato gastrintestinal
*Bulhas cardíacas/ alterações no fluxo
sanguíneo.
Ausculta

Atentar para:
• Deve ser realizada em ambiente sem ruído
externo e sossegado.
• O estetoscópio deve ser colocado sobre a pele
nua, pois os tecidos obscurecem os sons.
PARTES DO ESTETOSCÓPIO
Olivas auriculares:
Peças em formato anatômico, que se encaixam ao canal
auditivo do examinador.
Tubos de condução:
Haste(s) em forma de Y que permitem a transmissão do som
com pouca distorção da campânula ou diafragma aos ouvidos
do examinador.
Campânula:
Peça de contato com o corpo do examinado, com formato de
campânula, mais apropriado para percepção de sons
campânula para ouvir sons de timbre baixo, como bulhas
cardíacas anormais e ruídos .
Diafragma:
Peça de contato com o corpo do examinado, com formato de
campânula, mas limitada por uma membrana, mais apropriado
para percepção de sons agudos (altos), como os ruídos
respiratórios e os ruídos intestinais.
Como auscultar com o estetoscópio
Mantenha o diafragma firmemente contra a pele do cliente, o suficiente deixar um
leve anel depois. Segure a campânula levemente contra a pele do cliente ,
suficiente para formar uma vedação. Manter a campânula firme demais leva a
pele a atuar como diafragma, obliterando sons de timbre baixo
Ausculta

• Os sons são denominados de acordo com o órgão


auscultado:
– Pulmão: Murmúrios vesiculares
– Coração: Bulhas
– Intestinos: Ruídos Hidroaéreos
– Circulação passando pelos vasos: Sopros
– Ruídos adventícios – São sons não-fisiológicos
decorrentes de condição patológicas secreções
pulmonares, estenose de válvulas cardíacas ou
produzidas por interferência externa (atrito de
roupas)
Como realizar a ausculta cardíaca?

Como realizar a ausculta cardíaca?


O paciente deve estar em decúbito dorsal ou sentado
com tórax descoberto
Deve-se auscultar cada foco e registrar a frequência,
ritmo e sonoridade das bulhas cardíacas (fonética)
Pontos da ausculta cardíaca
Pontos da ausculta cardíaca

A ausculta cardíaca tem um ritmo regular, em 2


tempos, os populares TUM e TÁ. Esses sons tão
populares são identificados pelo que chamamos
de bulhas e aparecem em dois focos
principalmente, e estas se caracterizam pelo
fechamento das valvas cardíacas
Como realizar a ausculta
pulmonar?
• O paciente deve estar com o tórax despido para perfeito
acoplamento do estetoscópio;
• Deve ser orientado a respirar pausada e profundamente, com
a boca entreaberta, sem fazer ruído;
• A ausculta deve ser realizada em linhas horizontais
comparando-se os sons de cada hemitórax;
• Evita-se colocar o estetoscópio sobre escápula, saliências
ósseas ou as mamas;
• Ausculta-se as fossas supra e subclaviculares, onde ouve- se
os sons dos ápices pulmonares
AUSCULTA DO TÓRAX

Usa-se diafragma do estetoscópio para avaliar o fluxo do aéreo pela


árvore traqueobrônquica. Consiste em ouvir ruídos torácicos durante o
ciclo respiratório (inspiração e expiração)
Deve-se começar pelos ápices.
Os sons respiratórios são diferentes:
 Som traqueal: auscultado nas áreas de projeção da traqueia. São
intensos, agudos e têm qualidade pouco sonora.
 Som brônquico: auscultado na projeção da traqueia , isto é, na
fenda glótica e região esternal , na região de projeção dos
brônquios de maior calibre. Tem timbre agudo, intenso e oco.
 vesiculares ou brônquicos.
 Murmúrio vesicular: auscultado em toda a extensão do tórax,
sendo mais intenso nas bases pulmonares. Tem timbre grave e
suave.
 Som broncovesicular: Aqui somam a respiração brônquica com
as do murmúrio vesicular. È auscultado no primeiro e no
segundo espaço intercostais no tórax anterior e entre as
escapulas no nível da terceira e quarta vertebra
Localização dos sons respiratórios
Sons adventícios
São sons anormais que se superpõem aos sons
respiratórios normais. São denominados:
•Estertores ou crepitantes;
•Subcrepitantes
•Sibilos
•Roncos
•Atrito Pleural
•Cornagem
Quando auscultados observar a intensidade, o timbre, a
duração (fase inspiratória, expiratória, ambas),
localização e qualquer alteração após tosse ou
modificação da posição.
Sons adventícios

CREPITAÇÕES:
Audíveis quando ocorre abertura de pequenas vias aéreas com pequenas
quantidade de liquido. O som de uma crepitação pode ser reproduzido
esfregando-se uma mecha do cabelo próximo ao ouvido. Podem ser
auscultadas na inspiração e expiração, não desaparecem com a tosse ou
modificação da posição. São encontradas em pacientes com edema
pulmonar, fibrose, bronquite, bronquiectasia e pneumonia.
Sons adventícios

SUBCREPITAÇÕES:
Se assemelha com rompimento de pequenas bolhas. Provocadas quando ar
passa pelos brônquios e os bronquíolos e entra em conflito com o líquido ali
existente. Podendo ser auscultados no final da inspiração e início da
expiração. São encontrados em pacientes com pneumonia.
Sons adventícios

Sibilos
Ruído tonalidade aguda, musicais, decorrentes do estreitamento da
passagem do ar nas vias aéreas(diminuição luz brônquica).
Quando intensos são audíveis sem estetoscópio. Podem ser auscultadas na
inspiração e expiração, não desaparecem com a tosse ou modificação da
posição. São associados a asmas e broncoconstrição, mas corpos estranhos
podem estreitar as vias aereas.
.
Sons adventícios

Atrito pleural
Decorre da inflamação da pleural e com freqüência associa-se a pleurite,
pneumonia, e infarto pleural. O ruído é descrito como semelhante a um
“estalo”, “um roçar” entre duas peças de couros.è mais intenso na
inspiração, mas pode ser percebido na expiração sobre a área inflamada.
Sons adventícios

CORNAGEM:
É a respiração ruidosa decorrente à obstrução no nível da laringe/ ou
traqueia. Mais notadamente na fase inspiratório e pode ser ouvida sem
estetoscópio. Pode ser decorrente da laringite, edema de glote, corpos
estranhos, câncer da laringe e estenose da traqueia.
Ausculta abdominal
Ruídos
Hidroaéreos:
•- Normal
•- Diminuídos – Inflamação / Infecção / Aumentados – Metabolismo inadequado
•- Aumentados - Obstrução
• Metálicos – Obstrução grave e prolongada
•- Ausentes –Preocupante / Alarme!
VERIFICANDO A ALTURA

Altura
Posição de pé
Sem sapatos
Encostado em uma parede
VEIRIFICANDO O PESO

Peso
Balança adequada ao cliente
Mesmo período e roupas e sem sapatos
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)
IMC = Peso (Kg) / Altura2 (m2)

Desenvolvido por Lambert Quételet no fim do século XIX.


Trata-se de um método fácil e rápido para a avaliação do nível
de gordura de cada pessoa. É um preditor internacional de
obesidade adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

IMC = massa
(altura . altura)

Para uma pessoa com 72 quilogramas de massa e 1,70 metros de altura teremos:
.
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

Classificação IMC Risco de Morbidade


Magro < 18,5 Ausente
Variação Normal 18,5 - 24,9 Moderado
Sobrepeso 25,0 - 29,9 Médio
Obesidade Grau I 30,0 – 34,9 Aumentado
Obesidade Grau II 35,0 – 39,9 Grave
Obesidade Grau III > 40,0 Muito Grave

Como classificar uma pessoa com IMC = 25,91m2? .


CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL
A medida da circunferência abdominal reflete o conteúdo da
gordura visceral e também apresenta grande associação com a
gordura corporal total.
É medida a partir do ponto médio entre o rebordo costal
inferior e a crista ilíaca, visto do aspecto anterior.
É preditor de risco para doenças metabólicas, principalmente
hipertensão arterial

Circunferência Abdominal (cm)


Risco de complicação metabólica Homem Mulher Nível de Ação*
Aumentado > 94 > 80 1
Aumentado substancialmente > 102 > 88 2
*O nível de ação significa a importância de se recomendar a redução da medida
da circunferência abdominal quando 1 é menos importante que 2.
Relação cintura-quadril
A relação cintura-quadril (RCQ) é obtida pela divisão dos
perímetros da cintura (cm) e do quadril (cm).

RCQ= Circunferência cintura cm


Circunferência quadril cm

É um dos indicadores que melhor determina o risco para


doenças cardiovasculares e hipertensão arterial.

Resultados superiores ou iguais a 0,80 para mulheres e 1,0


para homens, indica alto risco para doenças cardiovasculares,
sendo que o risco é maior quanto maior for o valor.
PESO CORPORAL IDEAL (PCI)
Homens : 48 kg para a altura de 1,50m, somada a um adicional 2,7 kg
para cada 2,5 cm em cima de 1,50 m;

Mulheres : 45,5 kg para a altura de 1,50m, somada a um adicional 2,3 kg para


cada 2,5 cm em cima de 1,50 m;

PCI= Altura real -150 cm/(2,5cm)x(2,7kg)+(48kg)

Peso verdadeiro (kg)


% PCI = X 100
PCI
A faixa do PCI pode estar 10% acima ou abaixo
Obesa = 120% PCI
Sobrepeso = 110 a 120 do PCI
Normal = 90 a 110% do PCI
Levemente abaixo do peso = 80 a 90%
Moderamente abaixo do peso = 70 a 79%
Acentuadamente abaixo do peso = < 70%
Avaliação Nutricional

Achados físicos (sinais e sintomas)


Sistema ou área Sinal ou Sintoma Implicações
corporal

Geral Fraqueza e fadiga Anemia ou desequilíbrio de


eletrólitos
Perda de Peso Diminuição ingestão de proteínas
ou aumento do uso de calorias

Pele, cabelos e Pele seca descamativa Deficiência de vitamina A


unhas Pele seca diminuição do turgor Desidratação

Pele seca e descamativa e com Deficiência de vit A ou ácidos


elevações graxos
Ferida e difícil cicatriz Deficiência Vit C
Cabelos secos e queda Deficiência de proteínas
Unhas em forma de colher, Deficiência de ferro
quebradiças ou com sulcos
Há alguns problemas em usar o IMC para determinar se uma pessoa está acima do peso.
Pessoas musculosas podem ter um Índice de Massa Corporal alto e não serem gordas.

O IMC também não é aplicável para crianças, sendo que precisa de gráficos específicos.
Além disso, não é aplicável para idosos, para os quais se aplica classificação diferenciada.
PERDA DE PESO

TEMPO PERDA SIGNIFICATIVA PERDA GRAVE


1 SEMANA 1 – 2% > 2%
1 MÊS 5% > 5%
3 MESES 7,5% > 7,5%
≥ 6 MESES 10% > 10%
Posições para o exame
• Posição ereta ou ortostática – Paciente em pé mantendo a
coluna alinhada e os pés ligeiramente afastados;

• Posição Sentada – paciente sentado com o tórax elevado;


• Posição Supina – deitado em decúbito dorsal, braços
estendidos ao longo do corpo e pernas estendidas ou
ligeiramente fletidas. (poderá ser utilizado travesseiro)
• Posição de Sims – decúbito lateral esquerdo, braços
confortáveis, perna direita ligeiramente mais fletida que
a esquerda e apoiada sobre a cama.

Finalidade : exames retais, lavagem intestinal, exames vaginais, clister


• Decúbito Ventral (prona) – deitado em decúbito ventral
com a cabeça virada para um dos lados. Braços
abduzidos para cima com os cotovelos fletidos e pernas
estendidas

Finalidade: Exame região posterior, cirurgias de tórax posterior, tronco ou


pernas
• Posição Genu-peitoral – ajoelhado, mantendo os
joelhos afastados, com o peito apoiado sobre a
cama e a cabeça lateralizada.

Finalidade: Exames do reto e vagina , sigmoidoscopia.


• Posição de Litotomia – decúbito dorsal, pernas afastadas
joelhos fletidos e pés apoiado na cama
• Decúbito lateral direito – deitado no lado direito, pernas
levemente fletidas, braço direito em abdução lado
esquerdo para cima e o braço sobre a coxa

• Decúbito lateral esquerdo – deitado sobre o lado


esquerdo, ambos os braços em abdução e as mãos sobre a
cabeça

Finalidade : Cirurgias renais, massagem nas costas, mudança de


decúbito
• Posição de Fowler – Decúbito dorsal, com o tronco
elevado em ângulo de 45˚

Finalidade: Dificuldades respiratórias, para a alimentação do paciente, pós


operatório nasal, buco maxilo, cirurgia de tireóide ( tireodectomia ) .
• Posição de Trendelenburg – Paciente em decúbito dorsal ,
em plano inclinado, de forma a manter a cabeça mais
baixa em relação ao corpo.

Finalidades Cirurgias da região pélvica, estado de choque, tromboflebites, casos em


que deseja melhor irrigação cerebral, drenagem de secreção pulmonar.
Exame Físico (Ex.)
• Geral: REG, LOC, MUC, afebril, hidratada, acianótica,
anictérica, sem linfonodomegalias.

FC 72
FR 20
PA 130/80
T 36,1
Dor 9
Termos Médicos
• Geral:
Astenia – Sensação de fraqueza
Fadiga – Sensação de cansaço
Sudorese – Eliminação abundante de suor
Termos Médicos
• Cabeça:
Cefaléia – Dor de cabeça
Termos Médicos
• Olhos:
Diplopia – Visão dupla
Nistagmo – Movimentos repetitivos e rítmicos
dos olhos
Escotoma – Área de cegueira parcial ou total
Termos Médicos
• Ouvidos:
Otorréia – Secreção auditiva
Otorragia – Perda de sangue pelo canal
auditivo
Disacusia – Perda da capacidade auditiva
Vertigem – sensação de rotação
Termos Médicos
• Nariz e Cavidades Paranasais:
Rinorréia – Corrimento nasal
Epistaxe – Hemorragia nasal
Termos Médicos
• Tórax:
Hemoptise – Eliminação, com a tosse, de sangue
proveniente da traquéia, brônquios ou pulmões
Dispnéia – Dificuldade para respirar
Sibilos – Ruídos respiratórios musicais percebidos
pelo paciente
Singulto – Soluço
Termos Médicos
• Tórax:
Dispnéia Paroxística Noturna – Falta de ar uma a duas
horas após se deitar
Ortopnéia – Dispnéia ao deitar-se
Edema – Inchaço por acúmulo excessivo de líquido
nos espaços intersticiais
Síncope – Perda súbita e transitória da consciência
(desmaio)
Cianose – Coloração azulada da pele e mucosa
Termos Médicos
• Aparelho Gastrintestinal:
Disfagia – Dificuldade para engolir
Odinofagia – Dor à deglutição
Pirose – Sensação de queimação na região
retroesternal
Anorexia – Perda do apetite
Melena – Fezes negras
Hematoquezia – Sangue vivo nas fezes
Enterorragia – Sangramento anal
Termos Médicos
• Aparelho Gastrintestinal
Hematêmese – Vômito com sangue
Eructação – Arrotar. Ligação com aerofagia
Dispepsia – Dor ou desconforto epigástrico
Esteatorréia – Aumento no volume das fezes e fezes
gordurosas
Icterícia – Coloração amarelada da pele e mucosas
Halitose – Mau hálito
Termos Médicos
• Vias Urinárias:
Disúria – Dor ou desconforto à micção
Hematúria – Sangue na urina
Poliúria – Aumento significativo do volume urinário
(>2,5L)
Polaciúria – Micção extremamente freqüente
Nictúria – Aumento da freqüência urinária noturna
Oligúria – Redução do volume urinário (<400ml)
Anúria – quase ausência de micção (<100ml)
Termos Médicos
• Sistema Genital Feminino:
Menarca – Primeira menstruação
Amenorréia – Falta de menstruação por mais de 3
ciclos
Dismenorréia – Menstruação dolorosa
Menorragia – Perda excessiva de sangue durante a
menstruação
Dispareunia – Dor durante o coito
Termos Médicos
• Sistema vascular Periférico:
Claudicação – Dor muscular por isquemia
• Sistema Musculoesquelético
Artralgias – Dores articulares
Mialgias – Dores musculares
Termos Médicos
• Sistema Nervoso:
Parestesias – Alterações da sensibilidade
Disestesias – Sensações distorcidas
Paresias – Alterações da motricidade
• Sistema Endócrino:
Polifagia – Maior consumo de alimentos
Polidipsia – Maior consumo de líquidos
Bibliografia
• Porto CC. Exame Clínico: Bases para a Prática Médica,
4a ed. Rio de janeiro, Guanabara Koogan, 2000.
• BARROS, Alba Lucia Bottura leite e Cols. Anamnese &
exame físico. Avaliação diagnóstica de Enfermagem
no adulto. ARTMED. 2016

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